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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

PAULO NORBERTO PIGNATARO

REFLEXÕES SOBRE CATEGORIA ECONÔMICA

São José do Rio Preto –SP


2015
PAULO NORBERTO PIGNATARO

REFLEXÕES SOBRE CATEGORIA ECONÔMICA

Monografia apresentada ao Instituto de


Ciências Jurídicas da Universidade
Paulista, campus de São José do Rio Preto,
como requisito parcial à obtenção do
Título de Graduação em Direito.

Orientador: Prof.ª Eliani Cristal Nimer

São José do Rio Preto –SP


2015
PAULO NORBERTO PIGNATARO

REFLEXÕES SOBRE CATEGORIA ECONÔMICA

Monografia apresentada ao Instituto de


Ciências Jurídicas da Universidade
Paulista, campus de São José do Rio Preto,
como requisito parcial à obtenção do
Título de Graduação em Direito.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

________________________________/12/2015
Professor(a)
Universidade Paulista –UNIP
________________________________/12/2015
Professor(a)
Universidade Paulista –UNIP

________________________________/12/2015
Professor(a)
Universidade Paulista – UNIP

São José do Rio Preto -SP


2015
DEDICATÓRIA

A Deus, princípio de tudo e fonte de toda sabedoria humana.


À minha esposa e meu filho, razão da minha força e inspiração.
AGRADECIMENTOS

A Prof.ª Eliani Cristal Nimer, pelo sábio auxilio em todas as etapas do curso.
Aos meus pais pelo incentivo na busca do conhecimento.
Aos professores e colegas de curso, pela alegria de participarmos juntos na construção
de uma etapa muito importante de nossas vidas.
EPÍGRAFE

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o
metal que soa ou como o sino que tine”.

Coríntios 13.1
RESUMO

Este trabalho é dedicado ao estudo de categoria econômica no âmbito do Direito do


Trabalho, desde a sua origem, seu desenvolvimento até os dias atuais.

Coube também a este estudo posicionar os direitos trabalhistas dentre os direitos


sociais.

Além disso evidenciou-se os dois entendimentos em sentenças prolatadas sobre os


critérios de definição da categoria econômica e consequentemente a concessão dos direitos
trabalhistas.

Para tanto, no primeiro capítulo faremos um breve estudo sobre os direitos


fundamentais.

No segundo capítulo estudaremos os direitos sociais e os direitos dos trabalhadores.

No terceiro capítulo abordaremos a evolução histórica do trabalho e o surgimento das


corporações de ofício.

O quarto capítulo fornecerá um estudo sobre o conceito de categoria econômica e


categoria diferenciada.

No quinto capítulo conceituaremos a natureza jurídica das entidades empregadoras.

No sexto capítulo estudaremos o enquadramento da atividade econômica.

No sétimo capitulo dedica-se a evidenciar quem é o Juiz do trabalho, suas


prerrogativas e o grande volume de processos aos quais são responsáveis. Trataremos também
do trabalho desenvolvido no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª região.

Palavras-chave: Categoria econômica. Direitos trabalhistas. Natureza Jurídica.


ABSTRACT

This work is dedicated to the study of economic categories under the Labour Law, since its
origin, its development to the present day.

It fell to this study also position the labor rights from social rights.

Also highlighted are the two understandings in judgments issued on the criteria to define the
economic category and therefore the granting of labor rights.

For this, the first chapter will make a brief study of fundamental rights.

In the second chapter we will study the social rights and workers' rights.

In the third chapter we will cover the historical evolution of work and the emergence of the
craft guilds.

The fourth chapter will provide a study on the concept of economic category and
differentiated category.

In the fifth chapter we conceptualize the legal status of employers.

In the sixth chapter we will study the framework of economic activity.

In the seventh chapter is dedicated to show who is the Judge of the work, its prerogatives and
the large volume of cases to which they are responsible. Emphasize also the work of the
Regional Labor Court of the 15th Region.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 10
2 TEORIA GERAL DOS DIREITOS SOCIAIS ......................................................................... 11
3 DIREITOS SOCIAIS E DIREITOS ECONÔMICOS............................................................. 13
3.1 DIREITOS SOCIAIS – CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO........................................... 13
3.2 DIREITO DOS TRABALHADORES ............................................................................... 14
3.3 DIREITOS COLETIVOS DOS TRABALHADORES .................................................... 16
3.3.1 A Liberdade de associação sindical: ............................................................................. 16
3.3.2 Liberdade e autonomia sindical:.................................................................................... 16
3.3.3 Participação nas negociações coletivas do trabalho: ..................................................... 17
3.3.4 Contribuição Sindical .................................................................................................... 17
3.3.5 Pluralidade de unicidade sindical .................................................................................. 17
3.3.6 Direito de Greve ............................................................................................................ 17
3.3.7 Direito de substituição processual ................................................................................. 17
4 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO TRABALHO ..................................................................... 18
4.1 O SURGIMENTO DAS CORPORAÇÕES DE OFÍCIO ................................................ 19
5 CONCEITO DE CATEGORIA ECONÔMICA ...................................................................... 20
5.1 Categoria Diferenciada ....................................................................................................... 22
6 NATUREZA JURÍDICA DAS ENTIDADES – EMPREGADORES..................................... 23
6.1 O EMPRESÁRIO................................................................................................................ 24
6.2 AS SOCIEDADES ............................................................................................................... 24
6.3 FUNDAÇÕES ...................................................................................................................... 25
6.4 ASSOCIAÇÕES .................................................................................................................. 26
7 O ENQUADRAMENTO DA ATIVIDADE ECONOMICA ................................................... 27
8 O JUIZ DE DIREITO E A MAGISTRATURA ....................................................................... 31
8.1 OS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO ................................................................. 32
8.2 O TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO .................................. 34
9 CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 35
10 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 37
10

1 INTRODUÇÃO

Historicamente, se confirma a máxima de Voltaire que “As leis precisam ser claras,
uniformes e precisas, porque interpretá-las, quase sempre, é o mesmo que corrompê-las”.1 Na
área do direito do trabalho não é diferente.

Caracterizado do positivismo jurídico de Hans Kelsen, o ordenamento jurídico do


Brasil possui inúmeras normas organizadas hierarquicamente compondo um numeroso
conjunto de regras impostas à sociedade.

Não bastasse a grande quantidade de normas produzidas, possuímos um idioma


extremamente rico que proporciona margem a entendimentos distintos.

O presente trabalho é dedicado ao estudo dos direitos trabalhistas como direitos


fundamentais e a constatação de conflitos jurídicos acerca de classificações equivocadas
quanto a natureza jurídica de categoria econômica.

Para tanto no primeiro capítulo analisa-se os direitos sociais, onde se inserem os


direitos trabalhistas, afim de compreender as características gerais a eles aplicáveis.

No segundo capítulo estuda-se o desenvolvimento do trabalho na história do homem e


o nascimento dos sindicatos e das categorias econômicas.

No terceiro capítulo é dedicado exclusivamente ao conceito doutrinário e legal de


categoria econômica, categoria diferenciada e suas características.

No quarto capítulo estudaremos a implicação do equivocado enquadramento de


categoria econômica nos direitos trabalhistas.

No quinto capítulo trataremos dos juízes, sob os quais está a responsabilidade do


julgamento das ações e do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, onde foi confirmada
a sentença, objeto do assunto do presente estudo.

Concluiremos o presente estudo apontando para uma sugestão para a resolução do


conflito apresentado.

1
<http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/filosofico.pdf> Acesso em 25.10.15.
11

2 TEORIA GERAL DOS DIREITOS SOCIAIS

Antes de tratarmos dos direitos sociais abordaremos de forma resumida os direitos


fundamentais e suas gerações para determinar onde se posicionam os direitos sociais e
consequentemente os trabalhistas na classificação das dimensões.

Segundo a doutrina, dividem-se os direitos fundamentais em gerações ou dimensões.


Isso se deve ao fato de o surgimento desses direitos ter se dado gradativamente ao longo do
tempo.

As gerações revelam o momento em que os direitos foram devidamente reconhecidos.


Cada dimensão inclui determinados direitos, mas uma dimensão não exclui a outra. Esse
conjunto de direitos somados convivem em harmonia.

A classificação das gerações dos direitos fundamentais pode ser assim sintetizada:

Primeira Geração:

Liberdades Públicas. Esta geração tem por finalidade limitar o poder do Estado,
impondo a ele o dever de não intervenção, de abstenção. Em virtude disso, os direitos desta
geração são denominados pela doutrina como direitos negativos.

As Revoluções Francesa e americana tiveram grande influência no aparecimento dos


direitos individuais. Os direitos políticos também surgiram nesta geração.

Segunda Geração:

No século XIX surgiu na Europa a revolução industrial e consigo a necessidade de


estabelecer a igualdade entre as classes operária e patronal. Este foi o momento do nascimento
das primeiras iniciativas de união da classe trabalhadora que originaria mais adiante nos
sindicatos.

De forma diferente a que foi concebida a primeira geração de direitos fundamentais,


na segunda geração exigiu-se uma conduta positiva do Estado, uma ação propriamente dita e,
por conta disso são denominados direitos positivos. Nesta geração que se encontram os
direitos sociais, trabalhistas.
12

Terceira geração:

A partir da premissa de que o indivíduo é parte de uma sociedade e que precisa para
sobreviver, um ambiente saudável, equilibrado, necessita-se quem avancem direitos relativos
a coletividade. Esta geração então compõe-se de direitos como ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado e direitos do consumidor.

Quarta geração:

Para alguns doutrinadores existiria uma quarta dimensão dos direitos fundamentais
que incluiriam os direitos relacionados a biogenética.

Quinta Geração:

Assim como na quarta geração, sustenta-se que há uma quinta geração com os direitos
relacionados a internet.

Acerca dos direitos sociais, nos ensina José Afonso da Silva:

A ordem social, como a ordem econômica, adquiriu dimensão jurídica a partir do


momento em que as constituições passaram a disciplina-la sistematicamente, o que
teve início com a Constituição Mexicana - 1917. No Brasil, a primeira Constituição
a inscrever um título sobre a ordem econômica e social foi a de 1934, sob a
influência a Constituição alemã de Weimar, o que continuou nas constituições
posteriores. 2

Os direitos sociais nas constituições Mexicana e Alemã saíam do capítulo da ordem


social, que via de regra, estavam misturados com a ordem econômica. A Constituição
brasileira de 1988 traz um capítulo especialmente destinado aos direitos sociais (capítulo II do
título II) e, bem separado deste, um título especial sobre a ordem social (título VIII).

Mas não ocorre uma separação radical, como se os direitos sociais não fossem algo
inserido na ordem social.

O artigo 6º descreve claramente que aqueles são conteúdo desta, quando diz que:

São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o


lazer, a segurança, a previdência social, a proteção a maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados na forma desta Constituição. 3

2
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 36ª Edição. São Paulo: Malheiros, 2012.
Pag. 287.
3
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso em 02.11.2015.
13

3 DIREITOS SOCIAIS E DIREITOS ECONÔMICOS

Os direitos sociais e os direitos econômicos por vezes se misturam nas doutrinas, basta
constatar que por vezes os direitos dos trabalhadores são colocados entre os direitos
econômicos, o que de certa forma encontra respaldo na premissa de que o trabalho é um
componente das relações de produção, tendo assim alcance econômico.

A Constituição Federal organizou de modo moderno o direito dos trabalhadores como


espécie dos direitos sociais. O direito econômico tem um alcance institucional, enquanto os
direitos sociais constituem formas de tutela pessoal.

O direito econômico é o direito da realização determinada política econômica, já os


direitos sociais disciplinam situações subjetivas pessoais ou grupais de caráter concreto.

De certa forma, pode-se admitir que os direitos econômicos constituirão pressupostos da


existência dos direitos sociais, pois sem que haja base econômica que possibilite as
instituições premissas necessárias ao fortalecimento do regime democrático de conteúdo
tutelar aos mais carentes, os direitos sociais não encontrarão condições de aplicação.

3.1 DIREITOS SOCIAIS – CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO

Ainda segundo José Afonso da Silva, podemos dizer que

Os direitos sociais, como dimensão dos direitos do homem, são prestações positivas
porcionadas pelo Estado direta ou indiretamente, enunciadas em normas
constitucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos,
direitos que tendem a realizar a igualização de situações sociais desiguais. São,
portanto, direitos que se ligam ao direito de igualdade. Valem como pressupostos de
gozo dos direitos individuais na medida em que criam condições materiais mais
propícias ao auferimento da igualdade real, o que, por sua vez, proporciona condição
mais compatível com o exercício efeito da liberdade. 4

Quanto a sua classificação, podemos agrupa-los como: direitos sociais relativos ao


trabalhador, direitos sociais relativos à seguridade social, direitos sociais relativos à educação
e à cultura, direitos sociais relativos à moradia, direitos sociais relativos à família, criança,
adolescentes e idosos e finalmente direitos sociais relativos ao meio ambiente.

4
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 36º Edição. São Paulo: Malheiros, 2012.
Pag. 289.
14

Há também uma classificação quanto aos direitos sociais do homem produtor, onde
figuram a liberdade de instituição sindical (instrumento de ação coletiva), o direito a greve, o
direito de o trabalhador determinar as condições de seu trabalho (contrato coletivo e trabalho),
o direito de cooperar na gestão da empresa (cogestão ou autogestão) e o direito de obter um
emprego. Na classe dos direitos sociais do homem consumidor figuram os direitos à saúde,
segurança social, ao desenvolvimento intelectual, acesso igualitário das crianças e adultos à
instrução, formação profissional e à cultura e a garantia ao desenvolvimento da família.

3.2 DIREITO DOS TRABALHADORES

Fundamentalmente, os diretos relativos aos trabalhadores dividem-se em duas ordens:


direitos dos trabalhadores em suas relações individuais de trabalho e direitos coletivo dos
trabalhadores. A primeira refere-se ao artigo 7º da Constituição Federal e a segunda dos
artigos 9º a 11º, que são os exercidos pelos trabalhadores coletivamente ou no interesse de
uma coletividade, dentre os quais temos o direito a greve, a substituição processual.

O artigo 7º trata dos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de elencar em seu
parágrafo único os direitos dos trabalhadores domésticos.

Não há mais sentido em distinguir, para fins de direitos trabalhistas, trabalhadores urbanos
de trabalhadores rurais, pois ambos possuem os mesmos direitos, inclusive quanto ao prazo
prescricional relativos aos seus direitos trabalhistas, que é de cinco anos, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho.

A alteração significativa ocorrida com a publicação da lei complementar 150 de 01.06.15,


foi de que as empregadas domésticas passam a ter todos os direitos dos empregados rurais e
urbanos, incluído o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e horas extras.

São direitos reconhecidos dos trabalhadores rurais, urbanos e domésticos os enumerados


nos incisos do artigo 7º:

I – Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos;
II – Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III – Fundo de Garantia por tempo de serviço;
IV – Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação,
15

saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes


periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;
V – Piso salarial proporcional à extensão e a à complexidade do trabalho;
VI – Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII – Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII – Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
IX – Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X – Proteção do salário na forma da lei, constitui crime sua retenção dolosa;
XI – Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII – Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos
termos da lei;
XIII – Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horário e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV – Jornada de sei horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
XV – Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI – Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por
cento à do normal;
XVII – Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;
XVIII – Licença gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de
cento e vinte dias;
XIX – Licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX – Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,
nos termos da lei;
XXI – Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínio de trinta dias,
nos termos da lei;
XXII – Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
XXIII – Adicional de remuneração para as atividades penosas e insalubres ou
perigosas, na forma da lei;
XXIV – Aposentadoria;
XXV – Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco)
anos de idade em creches e pré-escolas;
XXVI – Reconhecimento das convenção e acordos coletivos de trabalhos;
XXVII – Proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII – Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador; sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
16

XXIX – Ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho;
XXX – Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
admissão por móvito de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI – Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI – Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de
admissão do trabalhador portador de deficiência.
XXXII – Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre
os profissionais respectivos;
XXXIII – Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e
de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de quatorze anos;
XXXIV – Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso. 5

Além de outros que tenham o objetivo de melhoria da sua condição social. Temos então
parte destes direitos são imediatamente aplicáveis e outros que dependem de legislação
complementar para que sejam implementados.

3.3 DIREITOS COLETIVOS DOS TRABALHADORES

Os direitos coletivos dos trabalhadores foram incluídos entre os direitos sociais que são:

3.3.1 A Liberdade de associação sindical:

A partir da promulgação da Constituição Federal revogaram-se leis ordinárias que


proibiam a sindicalização de determinada categoria de trabalhadores, pois até mesmo os
servidores públicos têm o direito à livre sindicalização.

3.3.2 Liberdade e autonomia sindical:

A liberdade sindical foi fruto de uma intensa e árdua batalha dos trabalhadores e
evoluiu com um direito autônomo. A constituição de um sindicato pode ser feita sem
autorização, sem formalismo adquirindo personalidade jurídica com o mero registro em órgão
competente. Assim acaba a submissão de sindicatos a tutela governamental.

5
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso em 02.11.15.
17

3.3.3 Participação nas negociações coletivas do trabalho:

Os sindicatos têm esta importante prerrogativa, pois lhe cabe representar, perante
autoridades administrativas e judiciárias os interesses gerais da respectiva categoria, dentre as
quais celebrar convenções coletivas de trabalho.

Esta questão inclusive assumiu natureza de participação, não apenas uma simples
representação já que a Constituição disciplina em seu texto que é obrigatória a participação
dos sindicatos nas negociações coletivas do trabalho.

3.3.4 Contribuição Sindical

Admitiu-se na Constituição Federal a fixação da contribuição sindical que deve ser


recolhida e aplicada na execução de programas sociais de interesse das categorias
representadas.

3.3.5 Pluralidade de unicidade sindical

O artigo 8º da Constituição Federal veda a criação de mais de uma organização


sindical em qualquer grau, representativa da categoria econômica, na mesma base territorial.

3.3.6 Direito de Greve

O direito de greve está garantido no artigo 9º da Constituição Federal, que não o


subordinou a eventual previsão de lei, assim os trabalhadores podem decretar greves
reivindicativas com o objetivo da melhoria das condições de trabalho.

Também não há mais limitações quanto a natureza da atividade ou serviços, resguardada


condições mínimas do desenvolvimento da atividade. Por exemplo, na greve de serviço
essencial, determina-se que não se paralise a totalidade do serviço, que deve ter seu
funcionamento restrito ao mínimo necessário para que não haja prejuízo a população.

3.3.7 Direito de substituição processual

O direito a substituição processual consiste no ingresso em juízo da representação dos


sindicatos na defesa dos direitos dos interesses coletivos e individuais da categoria.

Direito a participação laboral


18

Nos ensina José Afonso da Silva:

Não é um direito típico dos trabalhadores, porque também cabe aos e


empregadores. É direito coletivo de natureza social, previsto no artigo 10, segundo o
qual é assegurada a participação dos trabalhos e empregadores nos colegiados dos
órgãos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de
discussão. 6

4 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO TRABALHO

A evolução do trabalho assim como a evolução histórica da sociedade, ocorreu de


forma gradativa e em dois períodos distintos. Em cada um desses períodos adiciona, às suas
conquistas, acontecimentos novos e fundamentais a sua sobrevivência:

Em um primeiro período: o homem trabalha a pedra, produzindo instrumentos de caça


ou defesa pessoal, constrói habitações, descobre o fogo e dele passa a utilizar-se.

Em um segundo período: utiliza os metais em especial o bronze que além de matéria


prima para suas armas se torna eficiente instrumento de troca, configurando-se como moeda.

Neste segundo período, nos séculos XI e XII, inicia-se um período de grandes


mudanças sociais, políticas e econômicas.

Evoluções técnicas trazem a possibilidade do cultivo de novas terras e aumentam a


diversidade dos produtos agrícolas, com isso houve um crescimento populacional muito
grande. Com o progresso advindo do enriquecimento dos meios de produção, houve um
desenvolvimento e fortalecimento da vida nas cidades.

Elas cresceram e se tornaram grandes centros de comércio e artesanato, abandonando


de vez a dependência do meio rural.

Em torno dos mosteiros e dos castelos as cidades foram aumentando e tornando-se


locais onde se praticavam o comércio de forma livre. Com esta geração de riquezas de forma
crescente muitas delas tornaram-se livres das relações servis e do domínio dos nobres
(senhores feudais).

6
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 36º Edição. São Paulo: Malheiros, 2012.
Pag. 308.
19

4.1 O SURGIMENTO DAS CORPORAÇÕES DE OFÍCIO

Em meio a este desenvolvimento surgem durante a Idade Média, a partir do século XII
associações denominadas Corporações de Ofício.

As Corporações de Ofício eram associações que agrupavam indivíduos com fins


religiosos, econômicos ou político-sociais. Essas associações foram criadas em cidades que
possuíam acima de 10 mil habitantes e agrupavam indivíduos que desenvolviam as mesmas
atividades econômicas e religiosas na sociedade. Observa-se aqui, ainda que de forma
rudimentar os primeiros traços de categorias econômicas.

Para se ter uma noção da importância que estas associações tiverem na história, grandes
universidades que até hoje possuímos como Oxford na Inglaterra e a Universidade de Paris
foram concebidas através das corporações de Ofício religiosas.

As Corporações de Ofício que representavam interesses econômicos estabeleciam os


preços dos produtos gerados por pessoas que exerciam um mesmo ofício, controlavam
também da quantidade, qualidades e a margem de lucro e tinham papel de defender os
interesses trabalhistas e econômicos dos trabalhadores.

Cada profissional contribuía com uma taxa para manter a estrutura da associação em
funcionamento.

No início do século XVIII, na Inglaterra, com o advento da Revolução Industrial, que


introduziu o sistema de mecanização da produção, transformando radicalmente a forma de
produção e distribuição dos produtos. A sociedade burguesa industrial ávida pela
possibilidade de obter maiores lucros, com menores custos e maiores volumes de produção
investiu em alternativas que possibilitassem maiores e melhores níveis de produção. Como o
mundo crescia, logo, a demanda por produtos aumentava de forma considerável e este cenário
fazia com que se criassem condições positivas para a expansão das economias pelo mundo.

Geradoras de trabalho e riquezas, os ambientes de produção das fábricas, no entanto,


não apresentavam condições que protegessem os trabalhadores, ao contrário, eram precárias,
com iluminação ruim, abafadas e sujas.

Os salários dos trabalhadores eram extremamente baixos e as jornadas de trabalho


ultrapassavam a 18 horas diárias, estando os que não cumpriam as ordens, sujeitos a castigos
20

físicos de seus empregadores. Nem se cogitava os direitos às verbas trabalhistas como férias,
descanso semanal remunerado.

Quando os empregados perdiam seus empregos passavam por situação de carência


absoluta sem nenhum direito social. Neste cenário impõem-se a criação de uma entidade que
que organizasse os trabalhadores para exigir melhores condições de trabalho.

Surge então em várias regiões da Europa entidades denominadas “Trade Unions” que
eram “associações de empregados que desempenhavam o mesmo ofício de um conjunto de
cidades, abrangendo uma região ou várias, e até mesmo um país. ”7

Estas associações foram as primeiras formas do que conhecemos hoje como


Sindicatos. Os Sindicatos representam hoje um papel importantíssimo na defesa dos direitos
da classe operária, atuando de forma a equilibrar as relações econômicas entre patrões e
empregados.

Podemos conceitua-los como uma associação que reúne pessoas de um mesmo


segmento econômico ou trabalhista com o objetivo principal de defesa dos interesses
econômicos, profissionais, sociais e políticos dos seus associados, sendo mantidos pelas
contribuições sindicais pagas pelos trabalhadores.

Os sindicatos ganharam destaque na representação da classe operária pelo mundo,


como por exemplo o “Solidariedade” da Polônia, que possuía como fundador Lech Walesa,
que ganhou notoriedade por desafiar o sistema socialista imposto pela então União Soviética,
hoje denomina Rússia, na Polônia.

Walesa decretou greve geral de trabalhadores na Polônia o que iniciou o


enfraquecimento do regime e mais tarde o seu desaparecimento com a volta da democracia,
onde o próprio Walesa foi eleito presidente do país.

5 CONCEITO DE CATEGORIA ECONÔMICA

A Constituição Federal de 1937 já usava a expressão categoria de produção:

Art. 138 - A associação profissional ou sindical é livre. Somente, porém, o sindicato


regularmente reconhecido pelo Estado tem o direito de representação legal dos que
participarem da categoria de produção para que foi constituído, e de defender-lhes

7
<http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/65916/68527> Acesso em 25.10.15.
21

os direitos perante o Estado e as outras associações profissionais, estipular


contratos coletivos de trabalho obrigatórios para todos os seus associados, impor-
lhes contribuições e exercer em relação a eles funções delegadas de Poder Público.
8

Segundo Sérgio Pinto de Moraes as regras trazidas na Consolidação das leis trabalhista
em vigor, quanto a categoria, são decorrentes do Decreto-Lei nº 1.402/39, que se baseou na
legislação corporativista italiana.

A Lei Italiana nº 563, de 3 de abril de 1926, denominada Lei Rocco, em seu artigo 3º
dispunha que as associações sindicais representam empregadores ou empregados de uma
categoria. “A ideia de homogeneidade da associação sindical gerou, na Itália, o entendimento
de que para cada categoria econômica deveria haver uma correspondente categoria
profissional. ”9

Desta forma há uma correção simétrica, ou seja, havendo de um lado um sindicato de


empregadores, deve haver em contrapartida um sindicato de empregados, que irão representar
as respectivas categorias.

O Decreto-lei nº 1.402/39 introduziu uma base científica de fundo sociológico ao tema


enquadramento sindical. O sindicato, entretanto, não deveria confundir-se com a categoria,
como ocorria no sistema corporativista italiano, pois não havia a identidade e homogeneidade
existentes no último.

Só se poderia falar nessa identidade e especialização de categorias em cidades mais


populosas e centros desenvolvidos, o que fatalmente não contribuiria para a viabilização do
sindicato em pequenos centros.

Segundo Sergio Pinto Martins:

A categoria econômica é a que ocorre quando há solidariedade de interesses


econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas,
constituindo vínculo social básico entre essas pessoas. É também chamada de
categoria de empregadores. 10

Para Amauri Mascaro Nascimento:

8
< http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10613538/artigo-138-da-constituicao-federal-de-10-de-novembro-de-
1937> Acesso em 25.10.15.
9
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 29º Edição. São Paulo: Atlas, 2013. Pag. 796
10
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 29º Edição. São Paulo: Atlas, 2013. Pag. 302
22

A categoria um conjunto de pessoas que exercem a sua atividade ou o seu trabalho


num desses setores, e é nesse sentido que se fala em categoria profissional, para
designar os trabalhadores e em categoria econômica, para se referir aos
empregadores de cada um deles. Exemplificando: bancários são os empregados de
bancos, formando uma categoria profissional, e empresas bancárias correspondem
categoria econômica. 11

Ainda explica o autor que é necessário ter cuidado com a expressão “categoria
econômica”. Pois profissão e categoria econômica são conceitos diferentes. Profissão é o
meio licito que uma pessoa escolheu e do qual provém a sua subsistência. Categoria é o setor
no qual essa pessoa exerce a sua profissão. O advogado por exemplo. A advocacia é a sua
profissão. Salvo na base territorial sindical em que existir sindicato da categoria diferenciada
de advogados, se o advogado é empregado trabalhando para o departamento jurídico de um
banco, sua categoria econômica é bancária. Se esse advogado trabalhar para uma indústria
metalúrgica, sua profissão é advocacia e sua categoria é metalúrgico.

Nossos sindicatos representam todo o pessoal de uma categoria, independentemente da


sua profissão. Assim, o sindicato dos bancários representará os gerentes de bancos, os
advogados, os economistas, os chefes, os fiscais, os inspetores numa base territorial. É nesse
sentido que se fala que os sindicatos brasileiros representam categorias. São sindicatos por
categorias.

A CLT em seu Artigo 581, adotou o enquadramento sindical com base na atividade
preponderante desenvolvida pela empresa, desde que essa realizasse diversas atividades,
dentre as diversas atividades desenvolvidas pela empresa.

5.1 Categoria Diferenciada

Categoria diferenciada é conceituada pela CLT em seu Artigo 511, §3º como “a que se
forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força do estatuto
profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares”12.

Na categoria diferenciada há a ocorrência é a formação de um sindicato por profissão,


que evidentemente só poderá ter de empregados e não de empregadores. São exemplos de
categorias diferenciadas: a dos condutores de veículos, dos cabineiros de elevadores

11
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Direito do Trabalho 2. 40ª Edição. São Paulo: LTR, 2015. Pag. 473
12
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm> Acesso em 25.10.2015.
23

(ascensoristas), secretárias, desenhistas, aeronautas, etc. O sistema de sindicato por categoria


foi recepcionado pela Constituição Federal, conforme inciso II, Artigo 8º:

“É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa


de categoria profissional econômica...”13.

Caberá ao sindicato a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da


categoria e a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria
profissional.

A unicidade sindical não é modificada em razão da existência de sindicatos de


categoria profissional diferenciada, que também devem ser únicos. Portanto não impede a
existência de categorias diferenciadas. Entretanto, mesmo que na categoria diferenciada só se
admitirá a formação de um sindicato por categoria diferenciada.

O STF reconheceu que está em vigor o artigo 511 da CLT, inclusive quanto ao
estabelecimento de categoria diferenciada (Pleno, RMS 21.305-DF, j. 17-10-91, Rel. Min.
Marco Aurélio, RTJ 137/1.137).14

6 NATUREZA JURÍDICA DAS ENTIDADES – EMPREGADORES

Podem figurar na qualificação de empregadores nas relações trabalhistas, as pessoas


físicas, e as pessoas jurídicas, dentre as quais encontramos as pessoas, jurídicas de direito
privado: as associações, as sociedades, as fundações, as organizações religiosas, os partidos
políticos e os empresários que são as empresas individuais de responsabilidade limitada.

O Artigo 44º da Constituição Federal impõem que: “São pessoas jurídicas de direito
privado: I- as associações, II- as sociedades, III- as fundações, IV as organizações religiosas,
V- Os partidos políticos, VI- as empresas individuais de responsabilidade limitada. ”15

Passaremos a analisar apenas as pessoas jurídicas importantes na análise do presente


estudo.

Segundo Carlos Roberto Gonçalves:

13
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso em 25.10.15.
14
< www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoTexto.asp?id=2611454> Acesso em 25.10.15.
15
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>Acesso em 25.10.15.
24

Pessoas Jurídicas são entidade a quem a lei empresta personalidade, capacitando-


as a serem sujeitos de direitos e obrigações. A sua principal característica é a de
que atuam na vida jurídica com personalidade diversa da dos indivíduos que as
compõem”. Ainda segue o autor ensinando que “Várias teorias procuram explicar a
natureza jurídica da pessoa jurídica, pela qual um grupo de pessoas passa a
constituir uma unidade orgânica, com individualidade própria reconhecida pelo
Estado e distinta das pessoas que a compõem. 16

6.1 O EMPRESÁRIO

Com a publicação do Código Civil de 2002, abandona-se a teoria dos atos de comércio
sobre a qual se fundava o direito comercial. Passando-se a considerar de forma moderna a
teoria da empresa, na qual o legislador deixa de acolher apenas os comerciantes, definidos em
rol exaustivo e passa a incluir os empresários, definidos em conceito aberto pela nova lei.

O Artigo 966 define empresário:

Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica


organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único:
Não se considera empresário, quem exerce profissão intelectual, de natureza
científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores,
salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 17

Para a caracterização do empresário, portanto, é necessária a concorrência de diversos


elementos:

Profissionalismo: O profissionalismo está presente quando o trabalho é exercido com


habitualidade, ou seja, não-eventual e pessoalidade, ou seja, ao caráter pessoal, exercendo a
atividade em nome próprio; atividade econômica: Para o direito, atividade econômica é aquela
que tem por objetivo a geração de lucros; organização: Precisam estar presentes a organização
dos quatro fatores de produção: capital, mão de obra, insumos e tecnologia; produção ou
circulação de bens ou serviços.

6.2 AS SOCIEDADES

Na sociedade, as pessoas reciprocamente se obrigam a contribuir, com seus esforços,


bens e serviços, para o pleno exercício da atividade econômica e a distribuição partilhada dos
resultados.

A personalidade jurídica advém do registro próprio e na forma da lei dos seus atos
constitutivos. O registro dos atos ocasiona a diferenciação entre as sociedades registradas, que

16
GONÇALVES, Carlos Alberto. Direito Civil parte geral. 18ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2011. Pag. 81
17
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm> Aceso em 02.11.15.
25

a partir de agora são sociedades personificada, ou seja adquirem personalidade jurídica e as


não personificadas, que ao contrário, são aquelas que não detêm personalidade jurídica
própria, seja porque lhe falta o registro (sociedade comum), seja porque os sócios não
desejam divulga-la (sociedade em conta de participação).

6.3 FUNDAÇÕES

Fundação é uma pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos. Sua principal
característica é ser constituída pela destinação de um patrimônio para a execução de
determinados fins.

O seu instituidor, que pode ser uma pessoa física ou pessoa jurídica, estabelece a sua criação
mediante dotação de bens e declaração de fins. Para ser atribuída personalidade jurídica à
fundação, é preciso ainda a declaração do seu modo de funcionamento e a aprovação do
estatuto pelo Ministério Público.

Os fins a que visam tais entidades devem ser necessariamente de natureza altruística,
ora estimulando a cultura e investigação científica, artística e literária, ora realizando
finalidades filantrópicas.

O Código Civil de 2002, no Artigo 62 o legislador explica a forma de criação das


fundações:
Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento,
dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se
quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais,
culturais ou de assistência.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – Assistência social;
II – Cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – Educação;
IV – Saúde;
V – Segurança alimentar e nutricional;
VI – Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização
de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos
técnicos e científicos;
26

VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; IX –


Atividades religiosas; 18

6.4 ASSOCIAÇÕES

Segundo os artigos 53 e 54 do Código Civil:

Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I – A denominação, os fins e a sede da associação;
II - Os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III - Os direitos e deveres dos associados;
IV - As fontes de recursos para sua manutenção;
V - O modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e
administrativos;
V – O modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
VI - As condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – A forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. 19

A lei complementar 123/2006 criou o simples Nacional, que se constitui em um


regime tributário que concede alguns benefícios e concessões legais de estimulo às suas
atividades, em especial às tributárias, para sociedades limitadas e empresários individuais.

Segundo o artigo 3º da lei Complementar 123/2006:

Para efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de


pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de
responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o artigo 966 da Lei 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de
Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas... 20

Na mesma seara, a lei complementar 128/2008 criou o microempreendedor individual que é o


empresário individual, mas que tem figura especial sui generis de empregador que também
goza de benefícios tributários.

Sobre o microempreendedor individual, nos ensina Jaime Martins e Marcelo M. Bertoldi:

18
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm> Acesso em 02.11.15.
19
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm> Acesso em 02.11.15.
20
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm> Acesso em 02.11.15.
27

O legislador preocupando-se em conceituar e individualizar também o chamado


pequeno empresário, que é referido no art. 970 da Lei 10.406/2002 (Código Civil).
Trata-se do microempresário individual, ou seja, daquele empresário que não se
reveste da forma da pessoa jurídica, mas cuja atividade empresarial é por ele
pessoalmente desenvolvida, em seu próprio nome, que tem receita bruta anual até
R$ 36.000,00. 21

7 O ENQUADRAMENTO DA ATIVIDADE ECONOMICA

Segundo Ementa da desembargadora Maria Regina Machado Guimarães em ementa


que nos ensina como se dá o enquadramento sindical patronal e de seus empregados:

A atividade preponderante da empresa determina o enquadramento sindical dos seus


empregados, excepcionando-se as categorias profissionais diferenciadas. Assim,
restando evidenciada pelo estatuto social da empresa a atividade preponderante de
instalação e manutenção elétrica, imperiosa a manutenção do julgado originário que
reconheceu o enquadramento dos empregados dessa no âmbito de representação do
sindicato da categoria profissional correspondente. 22

Percebe-se que em sua manifestação, que a magistrada demostrou claramente que a


opção pela entidade sindical dependerá da atividade preponderante da empresa, o que
determinará também o enquadramento de seus empregados junto ao sindicato que os
represente.

Determina a Consolidação das Leis do Trabalho em seu artigo 511:

É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses
econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados,
agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam,
respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões
similares ou conexas.
§ 1º A solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades
idênticas, similares ou conexas, constitui o vínculo social básico que se denomina
categoria econômica.
§ 2º A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum,
em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades
econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social elementar
compreendida como categoria profissional. 23

O correto enquadramento sindical da categoria econômica, observadas as condições


acima, do Artigo 511 da CLT e da ementa da egrégia desembargadora permitirão que se

21
MARTINS, Simples Nacional: Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte comentado. 1º
Edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. Pag. 40
22
<http://trt-10.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/24396050/recurso-ordinario-ro-806201180110006-df-00806-
2011-801-10-00-6-ro-trt-10> Acesso em 02.11.15.
23
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452compilado.htm> Acesso em 02.11.15.
28

cumpra a Convenção coletiva do sindicato dos empregados que corresponda efetivamente


representa a sua categoria econômica.

Em um outro acordão prolatado constata-se um entendimento totalmente diverso


quanto ao enquadramento da atividade econômica do empregador e o reconhecimento dos
direitos trabalhistas do empregado, os quais não foram atendidos uma vez que o
desembargador manteve a sentença do juízo “a quo” negando o pedido de cumprimento da
convenção coletiva pactuada entre o sindicato de empregados nas indústrias da construção e o
sindicato da Industria da Construção Civil de Grandes Estruturas no Estado de São Paulo em
virtude do empregador estar constituído como empresa individual, apesar de constar no
registro de sua atividade na Receita Federal do Brasil com o código de atividade econômica
“41.20-4-00” que corresponde a “Construção de edifícios”.

“Nº RO-0010255-37.2013.5.15.0028

Relator Carlos Augusto Escanfella

Recorrente Amarildo Aparecido Trovo

Advogado Jose Alexandre Junco (OAB: 104574)

Recorrido Ailton José Tadeu Trovo- ME

Advogado Rafael Cabrera Destefani (OAB: 227046)

Advogado Osvaldo Pereira Junior (OAB: 279712)

Poder judiciário

Justiça do trabalho

Identificação

Processo nº 0010255-37.2013.5.15.0028 (RO)

Recorrente: Amarildo Aparecido Trovo

Recorrido: Ailton Jose Tadeu Trovo - ME

Relator: Carlos Augusto Escanfella

Relatório
29

Da r. sentença (id.. 3424630), complementada pela decisão dos embargos declaratórios ( id.
5f70e1e) que concluiu pela procedência parcial da ação, recorreu o reclamante quanto ao
reconhecimento de dispensa por iniciativa do empregado, pela aplicação das normas coletivas,
indeferimento da multa prevista no art. 467, da CLT e dos honorários advocatícios, conforme
razões expostas (id. 7553dd4). Não houve recolhimento de custas, porquanto a cargo da
reclamada. Contrarrazões (id. 813fda5) Processo não submetido ao Ministério Público do
Trabalho, de acordo com os artigos 110 e 111, do Regimento Interno deste E. Tribunal.

É, em síntese, o relatório. Fundamentação Conheço do recurso, eis que preenchidos os


pressupostos legais de admissibilidade.

Rescisão contratual – modalidade O reclamante em sua prefacial alegou que foi dispensado
sem justa causa e que não recebeu as verbas rescisórias decorrentes da rescisão contratual
imotivada (id. 1008780 - Pág. 2).

Em contestação, o reclamado sustentou que o reclamante trabalhou até o dia 15/08/2013


abandonando o serviço e que nunca mais retornou ao trabalho passando a trabalhar em outro
lugar (id. 2293400).

A r. sentença atacada reconheceu que não houve o abandono de emprego alegado pela
reclamada, mas que a rescisão contratual se deu por iniciativa do trabalhador.

Insurgiu-se o reclamante diante de tal decisão requerendo que seja reconhecida a ruptura
contratual imotivada ou ainda, rescisão indireta.

Insta esclarecer a princípio que não há que se falar em rescisão indireta, uma vez que o autor
em sua inicial declarou que foi dispensado pelo reclamado sem juta causa, alegação esta que
vai de encontro com a sua nova tese de "rescisão indireta". Quanto à alegação de que foi
dispensado pelo reclamado, da análise da prova oral produzida entendo que ficou bem
demonstrado que o reclamante deixou de trabalhar para o réu por vontade e iniciativa própria.
Em seu depoimento o reclamante confessou que: "[...] 4. O final de agosto o depoente foi até
a reclamada para receber o salário e ele se recusou a pagar; em razão disso o depoente virou
as costas e foi embora; depois disso o depoente não voltou a trabalhar e não foi procurado
pelo reclamado; [] o depoente foi quem resolveu não voltar mais a trabalhar porque tinha
dificuldade de receber do reclamado pagamento completo. Deste modo, nego provimento ao
recurso do reclamante neste tocante e reputo correta a r. decisão do MM. Juízo "a quo" que
reconheceu que a rescisão contratual se deu por iniciativa do reclamante.
30

Mantém-se. Aplicação das normas coletivas O reclamante juntou Convenções Coletivas de


Trabalho pactuadas entre vários Sindicatos de empregados nas indústrias da construção e o
SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUCÃO CIVIL DE GRANDES ESTRUTURAS
NO ESTADO DE SAO PAULO e requereu pedidos com base nas CCTs juntadas. (ids
1008830 e 1008838). Com efeito, nos termos dos artigos 511, § 3º e 570/572, da CLT, é
correto afirmar que o enquadramento sindical do empregado ocorre, regra, em função da
atividade preponderante do empregador, à exceção das profissões ou funções consideradas
como categoria diferenciada.

No presente caso, como bem mencionou o MM. Juízo "a quo", não há como reconhecer que o
reclamado, como empresário individual (id. 2293815) seja qualificado como integrante da
"Indústria da Construção Civil de Grandes Estruturas". Correta a r. sentença neste tocante.
Mantém-se. Multa prevista no art. 467, da CLT Pleiteou o reclamante a aplicação da multa
prevista no artigo 467 da CLT. Sem razão, contudo. Embora o reclamado tenha reconhecido a
prestação de serviço pelo autor, negou o vínculo empregatício e a existência de qualquer
verba rescisória a ser paga, tornando-as controversas. Assim, inexistindo verbas rescisórias
incontroversas não há falar em aplicação da multa do art. 467, da CLT. Mantém-se.
Honorários advocatícios Decidiu o E. Supremo Tribunal Federal, em decisão final nos autos
da Ação Direta de Inconstitucionalidade número 1.127-8, ser inconstitucional o art. 1º da Lei
8.906/94 quanto a exigência da presença do advogado em "qualquer" órgão do Poder
Judiciário, e, por conseguinte, na Justiça do Trabalho (DJ de 26/05/2006). Portanto, mantém-
se, com tal decisão, e mesmo após alterações no Código Civil Brasileiro o disposto no artigo
791 da CLT, que estabelece o "jus postulandi" no Processo do Trabalho, e, por consequência,
a ausência de sucumbência quanto aos honorários advocatícios. Por outro lado, não
demonstrou o autor que estivessem presentes todos os requisitos da Lei 5.584/70, ou mais
especificamente, que estivesse assistida por seu sindicato de classe já que não há nos autos
prova de assistência. Destarte, mantém-se a r. sentença que indeferiu o pedido de honorários
advocatícios. Dispositivo CONHECER do recurso de AMARILDO APARECIDO TROVO e
NÃO O PROVER, nos termos da fundamentação. Para os efeitos da Instrução Normativa n.º
3/93, II, "c", do C.TST, manter o valor da condenação arbitrado na origem. Processo julgado
em 26 de agosto de 2014, pela 7ª Câmara - Quarta Turma do Tribunal Regional do Trabalho
da Décima Quinta Região. ” 24

24
<http://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/227170015/andamento-do-processo-n-0010255-
3720135150028-airr-02-09-2015-do-tst?ref=topic_feed> Acesso em 02.11.15.
31

8 O JUIZ DE DIREITO E A MAGISTRATURA

O Juiz de direito é o ícone central na justiça, é dele o papel de se fazer a justiça diante
dos conflitos estabelecidos em uma sociedade. Esta sobre os ombros do magistrado a
responsabilidade de se estabelecer o império da lei sob o manto da justiça.

Os juízes são elementos dos Poder Judiciário cuja organização e o funcionamento do


em todo País deve ser disciplinado por um Estatuto da Magistratura, veiculado por Lei
complementar, cuja iniciativa pertence ao Supremo Tribunal Federal.

O regime jurídico da magistratura nacional, atualmente, encontra-se definido pelo artigo 93 da


Constituição Federal e, no que for ele compatível, pelos dispositivos da lei complementar
35/79. Instituidora da chamada lei Orgânica da Magistratura Nacional.

O poder Judiciário é responsável pela função jurisdicional por meio da qual, o Estado
sobrepõe-se aos sujeitos envolvidos no litígio submetido a sua apreciação.

Para garantir que o Judiciário, ao julgar, tenha em conta exclusivamente as disposições legais,
e que foi criado um sistema de garantias, que asseguram ao juiz, individualmente, e ao Poder
Judiciário, enquanto instituição, as condições de exercer sua função com imparcialidade e
independência.

Dentre as garantias asseguradas aos magistrados, individualmente, temos:

a) Vitaliciedade que é a garantia que assegura ao membro do Poder Público Judiciário a


prerrogativa de ser demitido apenas por decisão judicial passada em julgado.
Normalmente, o servidor público desfruta de efetividade, ou seja, da vinculação ao
cargo, do qual só poderá ser desinvestido mediante regular processo administrativo no
qual se comprove o cometimento de falta grave. No caso dos magistrados, esta
garantia é mais forte, visto que apenas o transito em julgado da decisão, depois de um
processo judicial com todas suas garantias constitucionais, levarão a perda do cargo.
b) Inamovibilidade é a garantia de que não haverá a remoção de um membro do Poder
Judiciário de um cargo para outro. Porém é importante salientar que esta garantia não
é absoluta, sofrendo exceções. Assim o magistrado poderá ser removido, com base no
32

interesse público pelo voto da maioria absoluta dos membros do respectivo tribunal ou
do Conselho Nacional de Justiça, assegurada a ampla defesa.
c) Irredutibilidade de subsídios é uma garantia constitucional, do artigo 37, XV da
Constituição Federal que é comum a todos os servidores públicos, segundo a qual o
magistrado não pode ter reduzido nominalmente os seus vencimentos.

Ao lado das garantias constitucionais, os magistrados possuem a denominada


independência jurídica dos juízes, segundo a qual não haverá dependência hierárquica no
desempenho de suas atividades funcionais, ou seja, o juiz se subordina somente à lei,
sendo inteiramente livre a formação do seu conhecimento.

8.1 OS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO

A Justiça do Trabalho encontra-se constituída em três estâncias judiciárias: as Varas


do Trabalho, os Tribunais Regionais do Trabalho e o Tribunal Superior do Trabalho. O
Tribunal Superior do trabalho é integrado por vinte e sete Ministros, escolhidos entre
brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo
Presidente da República após a aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:

Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no artigo 94, I da Constituição Federal;

Os demais dentre juízes do Trabalho dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos


da magistratura da carreira, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal
Superior;

A Constituição Federal prevê ainda que junto ao Tribunal Superior do Trabalho devem
funcionar a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho,
cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para ingresso e a
promoção na carreira.

Os Tribunais Regionais do Trabalho, conforme enunciado do artigo 115 da


Constituição Federal, devem ser integrados por, no mínimo, sete juízes do trabalho, nomeados
pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e
cinco anos, sendo:
33

Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no artigo 94 da Constituição Federal;

Os demais, mediante promoção de juízes do trabalho com mais de cinco anos de


exercício, por antiguidade, merecimento, alternadamente.

Segundo o Artigo 114 da Constituição federal:

Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público
externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado
envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o
disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de
trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos
órgãos de fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e
seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é
facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas
anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse
público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo,
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) 25

25
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm> Acesso em 02.11.15.
34

8.2 O TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO

O Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, localizado em Campinas, Estado de


São Paulo é o órgão do Poder Judiciário que responde pela análise e julgamento dos recursos
em segunda estância abrange uma população superior a 21 milhões de pessoas, uma das
maiores entre as 24 Regiões em que está dividida a Justiça do Trabalho do País. São 153
Varas do Trabalho, além de dez Postos Avançados do Judiciário Trabalhista e duas Varas do
Trabalho Itinerantes.26

A jurisdição do Tribunal atinge 599 municípios paulistas, perfazendo 95% do território


do estado, onde reside uma população superior a muitos países da Europa. No ano de 2013 a
1ª instância da 15ª recebeu um total de 296.218 ações trabalhistas e resolveu 275.173. Em 2ª
instancia, foram 93.528 processos e solucionados 121.242, movimentando-se a surpreendente
soma de mais de 3 bilhões de reais, sendo arrecadados anualmente para os cofres da União
aproximadamente 300 milhões de reais.

Segundo pesquisa divulgada no portal do próprio Tribunal Regional do Trabalho da 15ª


Região, atualmente surgem mais de 350 mil ações por ano e os assuntos recorrentes pela
ordem são os seguintes:

Rescisão de contrato de trabalho verbas rescisórias 57%


Responsabilidade Civil do empregador/indenização por dano moral 9%
Remuneração de verbas indenizatórias e Benefícios/Salarial/Diferença 7%
salarial
Rescisão de contrato de trabalho/Seguro desemprego 7%
Direito processual e Civil do Trabalho: Partes e procuradores 6%
Férias indenização e terço constitucional 4%
Remuneração, verbas indenizatórias, benefícios/décimo terceiro salário 3%
Outros 7%

A litigiosidade em números:
2º Grau 1º Grau Total

26
< http://portal.trt15.jus.br/historico> acesso em 02.11.15.
35

Movimentação Processual

Casos Novos 86.971 364.450 451.421


Conhecimento - 300.790 300.790
Execução - 63.660 63.660
Julgados 107.482 423.862 531.344
Conhecimento - 264.775 264.775
Execução - 159.087 159.087
Baixados 98.185 481.721 579.906
Conhecimento - 319.411 319.411
Execução - 162.310 162.310
Estoque 69.753 764.238 833.991
Conhecimento - 400.146 400.146
Execução - 364.092 364.092

Como se pode constatar pela análise dos números, apesar da grande eficiência do Tribunal
da 15ª região, há uma grande movimentação processual o que vem a ocasionar uma forte
pressão sobre os magistrados que são responsáveis pelo julgamento de muitos processos
em pouco espaço de tempo, o que contribui para possíveis equívocos em suas sentenças.

9 CONCLUSÃO

Em um contexto do Estado Democrático de Direito, em uma época em que os direitos


trabalhistas como direitos sociais amplamente consagrados, conquistados em batalhas
homéricas, não é admissível que por reflexões equivocadas haja espaço para o prejuízo dos
direitos do trabalhador.

Conclui-se assim que ao manter a decisão como citada abaixo, o egrégio


desembargador que julgou o recurso nº RO-0010255-37.2013.5.15.0028 interpretou
equivocadamente o tema, visto que confirmou o conteúdo da sentença prolatada pelo juiz de
primeira instancia, desconsiderando a categoria econômica do empregador, e por conseguinte
o direito do empregado em pleitear as condições estabelecidas na Convenção Coletiva do
sindicato a que pertence, conforme exposto no presente trabalho.

Como foi evidenciado nos capítulos anteriores o empresário individual desenvolve


atividade empresarial ainda que pessoalmente com o objetivo de obter lucros. O
desenvolvimento desta atividade empresarial se dá por meio de atividades comerciais ou de
prestação de serviços. Feito este vinculo, conclui-se que há a atuação da empresa quando
desenvolve atividade comercial ou de prestação de serviços em determinada categoria
36

econômica, neste caso da construção civil, logo, o seu empregado será filiado ao Sindicato
dos empregados da Construção civil, cabendo-lhe os direitos trabalhistas previstos na
legislação e os previstos na Convenção Coletiva da categoria.

Vimos também que a legislação apesar de esparsa e as vezes confusa é clara quando
determina que a atividade econômica preponderante deverá nortear a escolha do sindicato
patronal e, por conseguinte o sindicato do empregado.

Vimos que a natureza jurídica do empregador como sociedade e empresário individual


não se presta a determinar o seu sindicato e sim o desempenho de sua atividade econômica.

E finalmente constatamos que há magistrados que analisam de forma precisa os


conceitos aqui demonstrados prolatando suas sentenças sem prejuízo ao trabalhador.

Todavia no exercício da prudência, deve-se analisar que os magistrados não possuem


condições adequadas para interpretar alguns assuntos de caráter eminentemente técnico que
necessitariam do auxílio de um perito, o qual contribuiria para acrescer mais prazo ao já
extenuado judiciário, calabouço de tantos processos.

Em suma, após a pesquisa do tema e de da situação problema com a qual nos


deparamos, propõem-se como solução a edição lei que determine a consulta da atividade
econômica preponderante segundo consulta pública ao Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica,
considerando esta a informação conclusiva para o enquadramento correto ao sindicato da
categoria.
37

10 REFERÊNCIAS

MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 29ª Edição. São Paulo. Atlas, 2013.

SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 35ª Edição. São Paulo.
Malheiros, 2012.

NASCIMENTO, Amauri Mascaro; MASCARO, Sonia Nascimento. Direito do Trabalho.


40ª Edição. São Paulo. LTR, 2015.

ALMEIDA, Armador Paes de. Manual das Sociedades Comerciais. 12ª Edição. São
Paulo. Saraiva, 1999.

< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm> Acesso em 07.11.15.

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10259.htm>Aceso em 02.11.15.

<http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/filosofico.pdf> Acesso em 25.10.15.

<http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/65916/68527> Acesso em 25.10.15.

< http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10613538/artigo-138-da-constituicao-federal-de-10-de-
novembro-de-1937> Acesso em 25.10.15.

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm> Acesso em 25.10.15.

< www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoTexto.asp?id=2611454> Acesso em 25.10.15.

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm> Acesso em 02.11.15.

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm> Acesso em 02.11.15.

<http://trt-10.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/24396050/recurso-ordinario-ro-
806201180110006-df-00806-2011-801-10-00-6-ro-trt-10> Acesso em 02.11.15.

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