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Administração Financeira e Orçamentária

Aula 00 – Introdução ao Orçamento Público


Prof. Vitor Silva

AULA 00

Administração Financeira e
Orçamentária
Introdução ao Orçamento Público

Professor Vitor Silva

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Administração Financeira e Orçamentária
Aula 00 – Introdução ao Orçamento Público
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Aula 00 – Aula Demonstrativa

Aula Conteúdo Programático Data


Orçamento público: conceito, características, natureza
00 16/01
jurídica;

01 Orçamento público: evolução, tipos e técnicas; 16/01

Instrumentos de Planejamento: PPA; LDO e LOA;


02 Orçamento na CF; Lei de Responsabilidade Fiscal – 17/01
Planejamento.

03 Princípios orçamentários; 19/01

Créditos ordinários e adicionais; Alterações


04 22/01
orçamentárias.
Ciclo orçamentário parte I; sistema de planejamento
05 e orçamento federal (Lei 10.180/01); Orçamento 24/01
Impositivo; Novo Regime Fiscal - NRF
Ciclo Orçamentário parte II - Programação e execução
orçamentária e financeira; Descentralização
06 26/01
orçamentária e financeira; Acompanhamento da
execução
Receita pública; Conceito e classificações; Estágios;
07 29/01
Fontes; Dívida ativa.

08 Despesa pública; Conceito e classificações; Estágios; 31/01

Restos a pagar; Despesas de exercícios anteriores;


09 02/02
Suprimento de fundos.
Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de
10 Responsabilidade Fiscal): Conceitos e objetivos; 05/02
Receita pública; Despesa pública.
Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de
Responsabilidade Fiscal): Dívida e endividamento
11 05/02
(dívida fundada e flutuante); Transparência, controle
e fiscalização.

12 Sistemas: SIAFI e SIOP; 09/02

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SUMÁRIO
1. Orçamento Público ................................................................................................................................................ 5
1.1. Conceito ........................................................................................................................................................... 5
1.2. Aspectos do Orçamento ............................................................................................................................. 9
1.3. Natureza jurídica do orçamento ............................................................................................................ 11
1.4. Orçamento nas constiuições brasileiras ............................................................................................. 18
2. QUESTÕES COMENTADAS .......................................................................................................................................... 20
3. MAPA MENTAL ....................................................................................................................................................... 27

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Olá, futuro servidor!!

Vamos iniciar essa caminhada juntos em busca dessa tão sonhada aprovação.
Uma coisa eu posso te afirmar: todo o esforço vale a pena. Com certeza você
já deu o passo mais importante, que foi dar início a esse projeto. Agora
precisamos de foco e disciplina.

Primeiramente, sou Analista da Agência Nacional Civil e, desde o início da minha


preparação para concursos, a disciplina Administração Financeira e Orçamentária
(AFO) me despertou muito interesse, razão pela qual fui me especializando cada
vez mais na matéria. E isso foi muito bom, porque muitas pessoas,
principalmente no início, criam uma espécie de bloqueio a ela. Acham muito
difícil, complicada e etc. Porém, a minha missão é ensiná-la da forma mais
simples, objetiva e dinâmica possível.

Portanto, saiba que essa matéria pode ser um diferencial na sua preparação!
Além disso, grande parte das questões discursivas nos concursos recentes tem
sido extraída dessa disciplina, o que lhe concede ainda mais importância. Dessa
forma, digo que, sem dúvida, AFO é uma matéria primordial, ao lado de direito
administrativo, constitucional e administração pública, para qualquer concurso da
área de gestão.

O CESPE foi confirmado para a realização do concurso, então focaremos nas


questões da banca com a resolução de, no mínimo, 600 questões comentadas.
Em alguns casos específicos, como o dessa aula, veremos algumas questões de
outras bancas apenas para consolidar a matéria.

Ao final de cada aula, teremos um mapa mental bem sintético para que você
possa fazer a revisão constante do conteúdo, ok?

Antes de darmos início, quero que saiba de uma coisa: se você acredita que é
capaz, ou não, de qualquer forma, você está certo!!!

Mãos à obra

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1. ORÇAMENTO PÚBLICO

1.1. CONCEITO

O estudo do orçamento público teve seu início, de acordo com a doutrina,


em 1.217, na Inglaterra, e vem se desenvolvendo e ganhando relevância desde
então. Mas o que exatamente é orçamento público? Vejamos algumas
conceituações:
Pedrosa → “O orçamento público é um plano de trabalho governamental
expresso em termos monetários que evidencia a política econômico-
financeira do Governo.”

Teixeira → “O orçamento é um plano que expressa em termos de dinheiro, para


um período de tempo definido, o programa de operações do governo e os
meios de financiamento desse programa.”

Baleeiro → “Orçamento é o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza


ao Poder Executivo, por certo período e em pormenor, as despesas destinadas
ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política
econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas
em lei”
Podemos extrair muitas informações importantes dos conceitos expostos.
Primeiramente, é importante ressaltar que o orçamento pode ser classificado da
seguinte forma:

É a conceituação tradicional, conforme aquelas expostas acima. Em seu sentido lato


sensu, o orçamento é um instrumento de intervenção planejada que evidencia a política
de trabalho e o plano do governo, mediante autorização legislativa para a realização de
Lato Sensu receitas e despesas, e é materializado pelos instrumentos de planejamento: Plano
Plurianual (PPA); Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); e Lei Orçamentária Anual
(LOA).

Em sentido estrito, o orçamento é a Lei Orçamentária (Anual) – LOA - propriamente


dita. Estudaremos, em momento oportuno, cada um dos instrumentos de planejamento,
Stricto Sensu mas basta saber que há uma lei aprovada anualmente pelo Poder Legislativo, de inciativa
do Poder executivo, que estima a receita e fixa a despesa para o período de um ano.

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As bancas, quando falam em orçamento, podem estar se


referindo tanto à sua acepção lato quanto stricto sensu; e

São INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO: PPA; LDO e LOA

Q1 (FCC – 2011 – TER-AP) São instrumentos de planejamento do setor público,


previstos na Constituição Federal e elaborados por leis de iniciativa:

A) do Poder Executivo: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os


orçamentos anuais.

B) da Administração Direta e da Indireta: o plano plurianual, as diretrizes


orçamentárias e os orçamentos fiscal, da seguridade social e das empresas
estatais.

C) do Poder Executivo: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os


relatórios Resumidos da Execução Orçamentária e Gestão Fiscal.

D) do Poder Executivo e Legislativo: os planos, orçamentos e as diretrizes


orçamentárias e os relatórios Resumidos da Execução Orçamentária e Gestão
Fiscal.

E) de qualquer um dos Poderes: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias


e os orçamentos anuais.

Como já vimos, os instrumentos de planejamento do governo são: plano


plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais. Note que a
questão não os tratou como leis, mas todos eles são efetivamente e
formalmente LEIS! Veja bem, esses instrumentos são comumente
chamados da forma como a questão apresenta, não é necessário que
sempre sejam referidos como leis.

Gabarito: A

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Q2 (FCC – 2010 – MPA) O processo orçamentário encontra-se definido na


Constituição de 1988, que estabeleceu como instrumentos de planejamento
governamental

a) Lei do Plano Plurianual, Lei de Organizações Orçamentárias e Lei do


Orçamento Plurianual.

b) Lei do Plano Anual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei do Orçamento


Anual.

c) Lei do Plano Plurianual, Lei do Orçamento Plurianual e Lei de Organizações


Orçamentárias.

d) Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei do Orçamento Plurianual e Lei do Plano


Anual.

e) Lei do Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei do Orçamento


Anual.

Os instrumentos de planejamento são as leis do Plano Plurianual,


Diretrizes Orçamentárias e Orçamento Anual.

Gabarito: E

Q3 (CESPE – 2015 – STJ) O orçamento, instrumento de planejamento de


qualquer entidade pública, é utilizado para demonstrar o fluxo fixado de receitas
e despesas.

O orçamento é um instrumento de planejamento de qualquer entidade


pública, e ESTIMA A RECEITA e FIXA A DESPESA. Essa é uma pegadinha
clássica. Os termos são bastante lógicos, uma vez que não é possível se
fixar exatamente o montante que irá se arrecadar, e são cobrados nas
provas de forma literal.

Gabarito: ERRADO

Q4 (CESPE – ANCINE – 2012) Consoante o princípio da periodicidade, o exercício


financeiro corresponde ao período de tempo ao qual se referem a previsão das
receitas e a fixação das despesas.

Como vimos, a Lei Orçamentária ANUAL corresponde ao exercício


financeiro e estima (prevê) as receitas e fixa as despesas. Trataremos
dos princípios em momento oportuno.

Gabarito: CERTO

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Q5 (CESPE – MJ – 2013) Acerca dos princípios orçamentários, da técnica e da


classificação orçamentária, julgue os itens seguintes.

A técnica orçamentária adotada no setor público brasileiro é a do orçamento


clássico, com ênfase no objeto do gasto, por meio da fixação da despesa sem
vinculação ao planejamento.

Na próxima aula, trataremos dos tipos e técnicas de orçamento e a sua


evolução. Contudo, já sabemos que o orçamento, conforme vimos no
início da aula, é um plano de trabalho governamental, por meio da qual
é externalizada a política do governo. Logo, está vinculado ao
planejamento, por meio do Plano Plurianual e Diretrizes Orçamentárias.
Essa é uma das características dos conceitos modernos de orçamento
público.

Gabarito: ERRADO

Q6 (IF-TO – 2015 – Adaptada) A Lei Orçamentária Anual compreende o


orçamento fiscal, o orçamento de investimentos e o orçamento da seguridade
social.

É correto afirmar que a Lei Orçamentária Anual tratará, também, da fixação da


receita e estimativa da despesa.

Novamente a questão trouxe a inversão entre ESTIMATIVA da RECEITA


e FIXAÇÃO da DESPESA.

Gabarito: ERRADO

A Lei orçamentária anual ESTIMA A RECEITA e

FIXA A DESPESA para um período do ano.

Ela é o orçamento propriamente dito, em sentido estrito.

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1.2. ASPECTOS DO ORÇAMENTO

Muito bem, futuro servidor! Agora que já abordamos os conceitos iniciais do


orçamento público, vamos aprofundar um pouco mais. De acordo com Giacomoni,
principal referência doutrinária das bancas, o orçamento público possui distintas
naturezas (ou aspectos), quais sejam:

Política →“Ao ver o orçamento como o resultado do processo de avaliação de


demandas e de escolha entre alternativas ressalta-se a sua natureza política”. É
a parte do orçamento que, como vimos, reflete o plano do governo, retrata a
característica do grupo partidário com maior poder. Por exemplo: se um partido
acredita mais em investimentos, mas outro, detentor da maioria do parlamento,
prefere uma alocação maior em benefícios sociais, o orçamento privilegiará a
característica de preferência deste último. Isso porque, como vimos, todos os
instrumentos de planejamento – PPA; LDO e LOA (orçamento propriamente dito)
são aprovados pelo Poder Legislativo.

Econômica →“se destacadas as questões fiscais – receitas, despesas, déficits e


dívidas – é a natureza econômica que aflora”. É o aspecto que reflete a
intervenção do Estado na economia, buscando racionalizar o gasto em busca
dos melhores resultados para a sociedade.

Administrativa →“Ver o orçamento como plano das realizações da


administração pública é chamar atenção para o seu importante papel como
instrumento de gestão, de administração”. Pessoal, se o orçamento está
diretamente ligado ao planejamento, ele é um importante aliado e instrumento
da administração na prestação de serviços à sociedade.

Jurídica →“Orçamento como a lei que estima a receita e autoriza tetos de


despesa”. Pessoal, esse aspecto tem detalhes muito importantes, nos
aprofundaremos nele no próximo tópico.

Financeiro →“Ao antecipar os fluxos de arrecadação (de receita) e de


pagamento (despesa), o orçamento é, portanto, um instrumento financeiro”.
Como o orçamento é aprovado, em regra, prevendo todas as receitas e fixando
todas as despesas, é possível avaliar a situação do fluxo monetário, isto é,
entrada de receitas e realização de despesas do governo. Isso evidencia a
execução do orçamento. Servidor, veremos isso em mais detalhes mais à
frente do curso, mas podemos adiantar que, ao ser aprovado mediante lei, o
orçamento gera um crédito, da mesma forma como funciona um cartão de

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crédito com limite aprovado pelo banco. Na lei é definido um limite, e o órgão
começa a realizar despesas, ou seja, executar o orçamento. Dessa forma, o
dinheiro, cash, só entra em cena nesse momento. O importante de se saber
agora é que existe uma grande diferença entre orçamento (crédito aprovado,
limite de gasto) e execução (parte financeira, que envolve dinheiro).

Contábil →“Quando, por meio das contas, antecipa o resultado patrimonial e


global da gestão.” Galera, aqui há diversos termos técnicos de contabilidade, mas
o que o autor preceitua é que, assim como no aspecto financeiro, é possível se
fazer uma previsão (antecipar) do resultado no campo contábil também, trazendo
previsibilidade e servindo como instrumento de gestão, também, para o trato do
patrimônio público.

Essas são as diversas naturezas tratadas pelo autor. Podemos acrescentar, ainda,
o aspecto técnico, que representa o conjunto de regras técnicas e legais
exigidas nas distintas etapas do ciclo orçamentário.

Q7 (FGV – 2013 – CONDER) Assinale a afirmativa que indica o aspecto


orçamentário que se refere ao fluxo equilibrado entre a receita arrecadada
e a despesa executada.

a) Aspecto orçamentário fiscal.


b) Aspecto orçamentário tributário.
c) Aspecto orçamentário contábil.
d) Aspecto orçamentário financeiro.
e) Aspecto orçamentário de competência.

Questões de múltipla escolha às vezes podem conter mais de uma


resposta correta, ou nenhuma, e muitas vezes temos que escolher a
“menos pior” ou “mais certa”. No caso, o termo fiscal poderia estar de
fato relacionado ao fluxo equilibrado entre receita e despesa. Porém,
além de não ser citado diretamente na doutrina como um aspecto, caso
fosse abordado no contexto econômico faltaria a característica de
intervenção econômica.

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Gabarito: D

Q8 (UFRJ 2010) O aspecto econômico do orçamento constitui a apresentação das


características do plano de governo ou programação de ação definido pelo partido
que detém o poder.

Esse é o aspecto político do orçamento.

Gabarito: ERRADO

Q9 (FGV – 2013 – INEA-RJ) O orçamento é um instrumento utilizado para


previsão de receitas e despesas. Na prática, sem a previsão orçamentária de
receitas não há a possibilidade de realização de despesas.

Dadas as suas características, o orçamento é:

a) um elemento jurídico, político e econômico.


b) um elemento fiscal, contábil e econômico.
c) um elemento fiscal, político e financeiro.
d) um elemento fiscal, contábil e financeiro.
e) um elemento jurídico, fiscal e financeiro.

Galera, mesmo ponto da outra questão: fiscal. Essa, inclusive,


poderíamos acertar mesmo que não soubéssemos a resposta através de
uma técnica simples, basta ver que o elemento “fiscal” só não consta em
uma resposta. Meio óbvio, não?
Gabarito: A

1.3. NATUREZA JURÍDICA DO ORÇAMENTO

Antes de retomarmos o conceito, precisamos saber a diferença das leis em


sentido formal e material.

Quando tratamos dos aspectos formais de uma lei, não importa o conteúdo
que a integra. Interessa-nos saber, portanto, se a lei seguiu o trâmite
constitucional de aprovação das leis, se foi aprovada pelo órgão que detém a
competência legislativa (no caso da União, o Congresso Nacional), pelo

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quórum necessário, entre outros. A nossa carta magna possui uma seção (VIII)
inteira, do artigo 59 ao 69, tratando do processo legislativo.

Contudo, quando tratamos do sentido material de uma lei, não


observamos os aspectos que a revestem, a forma como foi aprovada, o trâmite
e os requisitos a que a norma foi submetida. Nesse caso, o que nos interessa é o
seu conteúdo. Uma lei material é aquela que goza de abstração e
generalidade, isto é, possui aplicabilidade indistinta, não é destinada a uma
pessoa ou grupo específico. Um ato normativo pode ser materialmente legal ainda
que não seja emanado de órgão detentor da competência legislativa, ou seja,
externalizado mediante função atípica. O necessário é saber se o seu conteúdo
possui abstração e generalidade.

Por fim, podemos então dizer que a LOA é formalmente legal. Isto porque
é aprovada pelo Poder Legislativo sob a forma de lei ordinária e possui rito
especial (próprio) definido na CF/88, assim como os outros instrumentos de
planejamento (PPA e LDO). Veja alguns exemplos do texto constitucional que nos
remetem a essa conclusão:

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
ADCT, art. 35, § 2º. Até a entrada em vigor da lei complementar (essa lei ainda não existe) a que
se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas:

I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do
mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do
primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;
II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio
antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do
primeiro período da sessão legislativa;
III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão
legislativa.

Com essa breve leitura, podemos ver que a CF prevê um rito próprio para
as leis orçamentárias, diferente das comuns. Entraremos nesses detalhes quando
formos estudar cada um dos instrumentos de planejamento em separado.

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Importante ressaltar que as leis orçamentárias, leis de efeitos concretos


(pois não possuem abstração e generalidade), podem ser objeto de Ação
Direta de Constitucionalidade (ADI) perante o STF. Isso ocorre apenas em
virtude da sua forma (aprovação pelo Legislativo e sanção pelo executivo) de lei
em sentido estrito.

Contudo, embora haja divergências doutrinárias, o orçamento não é


materialmente legal. Entende-se que ele é apenas um pré-requisito para a
realização das despesas, não cria direitos subjetivos, tão pouco tributos ou
obrigações. A lei orçamentária estima a receita e fixa a despesa. É uma
autorização para o dispêndio governamental. Mas o que significa tudo isso na
prática? Vamos analisar novamente a definição da natureza jurídica de
Giacomoni:

Natureza Jurídica →“Orçamento como a lei que estima a receita e autoriza tetos
de despesa”.

Primeiramente, o termo “lei” nos remete ao fato de que o orçamento é uma


lei propriamente dita, ou seja, é formalmente legal. Em segundo lugar, ele
“autoriza tetos de despesa”, mas não obriga a realização da despesa. A
palavra autorizar não é utilizada à toa. No que tange a sua execução, o orçamento
pode ser classificado de duas formas:

Autorizativo

• Sua execução não é obrigatória. Isso significa que o


governo pode avaliar, segundo critérios de
oportunidade e conveniência, se realiza ou não a
despesa. Ou seja, sua execução é discricionária.

Impositivo

• Ao contrário do primeiro, nesse tipo, quando a despesa


é consignada no orçamento, sua execução é
obrigatória.

Orçamento brasileiro é considerado autorizativo. Dessa forma, o


governo pode ponderar se realiza ou não o gasto, que deve estar autorizado até
determinado limite (valor) na lei, por isso o termo “teto” utilizado pelo autor. É

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por isso que o orçamento, no Brasil, não é considerado materialmente legal, uma
vez que não gera direitos, isto é, o fato de uma despesa estar autorizada na LOA
não garante que ela será executada. Se há uma previsão (uma consignação) na
lei para a construção de pontes, por exemplo, o governo não estará obrigado a
construí-las, podendo avaliar se é oportuna e conveniente para o país a execução
dessa despesa.

Porém, muito embora essa seja atribuição que a doutrina dá ao nosso caso,
há despesas que são obrigatórias, as quais o governo não decide se as
executa ou não, como por exemplo: salário dos servidores, emendas
parlamentares obrigatórias, previdência pública, entre outros. Então é necessário
ter muita atenção neste ponto. Verifique sempre se a questão apenas aborda a
regra ou suas exceções.

Embora seja autorizativo, o nosso orçamento possui despesas


obrigatórias, tais como: salário dos servidores, previdência,
emendas parlamentares impositivas*

Estudaremos essas emendas em nível detalhado em aula


específica, mas, em síntese, elas decorrem da Emenda
Constitucional nº 86/2015, que define um percentual para que
deputados e senadores proponham emendas ao orçamento
que, uma vez aprovadas na lei, serão de execução obrigatória.
Essa é a famosa PEC do orçamento impositivo. Que, apesar do
nome, NÃO TORNOU O ORÇAMENTO BRASILEIRO
IMPOSITIVO.

Q10 (CESPE – 2012 – TJ-RR) O orçamento público fixado na Lei Orçamentária


Anual não determina os gastos de modo impositivo ou obrigatório.

Já vimos que o nosso orçamento, via de regra, é autorizativo.

Gabarito: CERTO

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Q11 (CESPE – 2012 – ANAC) A LOA, que tem caráter impositivo, é composta
pelos orçamentos fiscal, de investimentos e da seguridade social.

Pessoal, apesar de não termos visto ainda a composição da LOA (os


orçamentos citados na questão), já podemos matar a questão. Nosso
orçamento é autorizativo!

Gabarito: ERRADO

Q12 (CESPE – 2015 – Procurador do Município de Salvador – adaptada) A CF


estabelece que a LOA possua caráter meramente autorizativo, ou seja, inexiste
a obrigatoriedade de o Poder Executivo exaurir a verba orçamentária prevista nas
diferentes dotações. Dessa forma, a CF não acolheu em seus dispositivos a
hipótese de orçamento impositivo.

Servidor, veja bem: o primeiro trecho da questão está perfeito, mas,


como vimos, a previsão do “orçamento impositivo” está prevista na CF,
logo ela acolhe essa hipótese, veja só o que diz o art. 166:

§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de


1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto
encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações
e serviços públicos de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se


refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por
cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a
execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art.
165. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

Não se preocupe com os detalhes. Sei que é confusa a leitura, o intuito é


apenas mostrar que essa despesa obrigatória (orçamento impositivo)
está prevista na CF e se refere a uma pequena parte do orçamento, o que
mantém a natureza autorizativa.

Gabarito: ERRADO

Q13 (CESPE – 2015 – MPOG) Acerca das normas e dos procedimentos relativos
ao orçamento público no Brasil, julgue o item seguinte.

A autorização orçamentária para despesas discricionárias está condicionada ao


atendimento prioritário das despesas obrigatórias, nos termos de disposições
constitucionais e legais. Entre as despesas discricionárias, consideram-se

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prioritárias as destinadas a projetos, em detrimento das atividades e operações


especiais.

Pessoal, questão boa! É claro que haverá prioridade no atendimento das


despesas obrigatórias, uma vez que não podem deixar de serem
cumpridas, com exceção das emendas parlamentares individuais em
alguns casos, previstos na própria constituição, que veremos em aula
específica. Contudo, não há prioridade de execução para as despesas
discricionárias, uma vez que são executadas segundo a oportunidade e
conveniência do governo, fator que caracteriza o orçamento autorizativo.

Gabarito: ERRADO

O renomado autor Baleeiro classifica as despesas contidas na LOA como fixas ou


variáveis, sendo aquelas referentes às obrigatórias e estas às discricionárias,
conforme as características que já vimos.

Pessoal, chamo a atenção que, com relação à obrigatoriedade de execução


do orçamento (autorizativo ou impositivo) há uma grande divergência
doutrinária no contexto mundial. Além disso, a emenda constitucional que
convencionamos chamar de orçamento impositivo (que não tornou todo o
orçamento obrigatório) é bastante recente e pode culminar em novas posições
futuras com relação à natureza do nosso orçamento. Contudo, a provável maior
referência brasileira no tema, James Giacomoni, em sua mais nova obra (2017),
faz críticas à supracitada emenda. O ator apresenta diversas posições
doutrinárias que majoritariamente atribuem ao Poder Legislativo a competência
para autorizar a realização de gastos pelo Executivo, caracterizando o
orçamento público como uma lei meramente formal, mas com conteúdo de ato
(não cria direitos) administrativo. Ou seja, a doutrina mundial tem entendido que
não cabe ao Poder Legislativo fazer imposições em matéria orçamentária,
devendo apenas aprovar o planejamento do executivo e fiscalizar sua execução,
mantendo-se, dessa forma, a função típica de ambos os poderes.

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A natureza jurídica do orçamento está diretamente ligada à obrigatoriedade de


execução deste. Se tivéssemos um orçamento impositivo (completamente),
teríamos uma lei tanto em sentido formal quanto material, uma vez que a
obrigatoriedade de execução cria o direito de exigir a realização da despesa.

Por fim, cabe dizer que o orçamento brasileiro é misto porque tanto Poder
Executivo quanto Legislativo participam do seu ciclo. Em síntese, aquele elabora
e executa o orçamento, enquanto este aprova e fiscaliza-o. Veja:

Q14 (CESPE – 2013 – TCE-RO) No Brasil, adota-se o orçamento misto, visto que
sua elaboração é competência do Poder Executivo, e sua votação e controle são
competências do Poder Legislativo.

Gabarito: CERTO

Q15 (CESPE – 2014 – TCDF) Denomina-se orçamento misto o orçamento público


elaborado pelo Poder Executivo e que preveja que parte dos recursos seja
executada por empresas do setor privado.

Galera, mais fácil que roubar doce de criança, né?

Gabarito: ERRADO

Q16 (COSEAC – 2017 – UFF) O orçamento público se caracteriza pela


multiplicidade de aspectos: político, jurídico, contábil, econômico, financeiro,
administrativo, etc. O seu conceito tem sido alterado ao longo do tempo, em
decorrência das modificações de sua função, além de sua forma de elaboração,
e tem relação com o regime de governo. Atualmente, o Brasil adota o
orçamento do tipo:

A) executivo.
B) misto.
C) legislativo.
D) padronizado.
E) institucional.
O orçamento executivo seria aquele em que apenas esse poder é
responsável por todas as suas etapas, já o legislativo possuiria a mesma
sistemática, porém ele seria o detentor de tal competência.

Gabarito: B

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1.4. ORÇAMENTO NAS CONSTIUIÇÕES BRASILEIRAS

Agora que já vimos muitas características do orçamento, vejamos,


sinteticamente, como eles foram moldados nas constituições pretéritas:

CONSITUIÇÃO CARACTERÍSTICAS ELABORAÇÃO APROVAÇÃO


Imperial Somente a lei poderia autorizar o EXECUTIVO LEGISLATIVO
gasto e tal lei deveria ser votada (ASSEMBLÉIA-GERAL)
pelo parlamento

1824  Em 1827 foi aprovada a


primeira lei orçamentária, mas
sua aplicação fracassou em
virtude de diversas dificuldades.
 Em 1830 foi publicado o
primeiro orçamento brasileiro,
que fixava a despesa e estimava
a receita.
Republicana * Apesar da competência da
Câmara, a proposta partia
LEGISLATIVO LEGISLATIVO

informalmente do ministro da * Iniciativa da


1891 fazenda, que orientava a
comissão parlamentar de
Câmara dos
Deputados
finanças na elaboração.
* Criação constitucional do TCU
Outorgada * Pós revolução de 1930,
expectativa de mudanças.
EXECUTIVO LEGISLATIVO

Resultado: concentração dos Presidente da


1934 serviços a nível federal. República

*O Legislativo encarregava-se do
julgamento das contas do
Presidente, com auxílio do TCU.
Estado Novo * Proposta elaborada pelo DASP
– Departamento Administrativo
EXECUTIVO CÂMARA DOS
DEPUTADOS
do Serviço Público (Muito importante E
1937 na matéria Administração Pública). CONSELHO FEDERAL
(espécie de senado
Argumenta-se que, na verdade, o com membros
Conselho Federal nunca foi indicados pelo
instalado e o orçamento sempre executivo)
foi elaborado e decretado pelo
Executivo.
Redemocratização A constituição passou a
prever princípios básicos:
EXECUTIVO LEGISLATIVO

unidade, universalidade, *com possibilidade


1946 exclusividade e especificação,
além de evidenciar de forma
de emendas, que
acabaram saindo do
clara o papel do Tribunal de controle.

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Contas. (ainda estudaremos os


princípios)
Regime Militar Retirou as prerrogativas do
Legislativo quanto à iniciativa de
EXECUTIVO LEGISLATIVO

leis ou emendas que criem ou


1967 aumentem despesas, inclusive
emendas ao projeto de lei do
orçamento. Dessa forma, o
legislativo passou a ser um mero
homologador do orçamento.

Q16 (CESPE – 2015 – TCU) Com referência aos aspectos doutrinários e


históricos da administração financeira e orçamentária, julgue o item a seguir.

Considerando a evolução conceitual da terminologia usada em referência ao


orçamento, o Brasil utilizou o orçamento legislativo, o executivo e o misto ao
longo de sua história.

Pessoal, como vimos, experimentamos os três tipos de orçamento ao


longo da nossa história, com atenção especial ao executivo, decorrente
da Constituição do Estado Novo, que ocorreu efetivamente na prática, a
despeito de sua estrutura prever a participação do legislativo.

Gabarito: CERTO

Q17 (CESPE – 2008 – MTE) Sabendo que, de acordo com a forma como o
orçamento é elaborado e aprovado, há três tipos de orçamento — o legislativo,
elaborado e aprovado apenas pelo Poder Legislativo; o executivo, em que a
exclusividade da elaboração e aprovação é do Poder Executivo; e o misto, em
que os dois poderes participam do processo orçamentário —, é correto afirmar
que o Brasil já experimentou os três tipos de orçamento.

Mesma coisa da outra questão.

Gabarito: CERTO

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2. QUESTÕES COMENTADAS

Q1 (FCC – 2011 – TER-AP) São instrumentos de planejamento do setor público,


previstos na Constituição Federal e elaborados por leis de iniciativa:

A) do Poder Executivo: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os


orçamentos anuais.

B) da Administração Direta e da Indireta: o plano plurianual, as diretrizes


orçamentárias e os orçamentos fiscal, da seguridade social e das empresas
estatais.

C) do Poder Executivo: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os


relatórios Resumidos da Execução Orçamentária e Gestão Fiscal.

D) do Poder Executivo e Legislativo: os planos, orçamentos e as diretrizes


orçamentárias e os relatórios Resumidos da Execução Orçamentária e Gestão
Fiscal.

E) de qualquer um dos Poderes: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias


e os orçamentos anuais.

Como já vimos, os instrumentos de planejamento do governo são: plano


plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais. Note que a
questão não os tratou como leis, mas todos eles são efetivamente e
formalmente LEIS! Veja bem, esses instrumentos são comumente
chamados da forma como a questão apresenta, não é necessário que
sempre sejam referidos como leis.

Gabarito: A

Q2 (FCC – 2010 – MPA) O processo orçamentário encontra-se definido na


Constituição de 1988, que estabeleceu como instrumentos de planejamento
governamental

a) Lei do Plano Plurianual, Lei de Organizações Orçamentárias e Lei do Orçamento


Plurianual.

b) Lei do Plano Anual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei do Orçamento Anual.

c) Lei do Plano Plurianual, Lei do Orçamento Plurianual e Lei de Organizações


Orçamentárias.

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d) Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei do Orçamento Plurianual e Lei do Plano


Anual.

e) Lei do Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei do Orçamento


Anual.

Os instrumentos de planejamento são as leis do Plano Plurianual,


Diretrizes Orçamentárias e Orçamento Anual.

Gabarito: E

Q3 (CESPE – 2015 – STJ) O orçamento, instrumento de planejamento de


qualquer entidade pública, é utilizado para demonstrar o fluxo fixado de receitas
e despesas.

O orçamento é um instrumento de planejamento de qualquer entidade


pública, e ESTIMA A RECEITA e FIXA A DESPESA. Essa é uma pegadinha
clássica. Os termos são bastante lógicos, uma vez que não é possível se
fixar exatamente o montante que irá se arrecadar, e são cobrados nas
provas de forma literal.

Gabarito: ERRADO

Q4 (CESPE – ANCINE – 2012) Consoante o princípio da periodicidade, o exercício


financeiro corresponde ao período de tempo ao qual se referem a previsão das
receitas e a fixação das despesas.

Como vimos, a Lei Orçamentária ANUAL corresponde ao exercício


financeiro e estima (prevê) as receitas e fixa as despesas. Trataremos
dos princípios em momento oportuno.

Gabarito: CERTO

Q5 (CESPE – MJ – 2013) Acerca dos princípios orçamentários, da técnica e da


classificação orçamentária, julgue os itens seguintes.

A técnica orçamentária adotada no setor público brasileiro é a do orçamento


clássico, com ênfase no objeto do gasto, por meio da fixação da despesa sem
vinculação ao planejamento.

Na próxima aula, trataremos dos tipos e técnicas de orçamento e a sua


evolução. Contudo, já sabemos que o orçamento, conforme vimos no
início da aula, é um plano de trabalho governamental, por meio da qual
é externalizada a política do governo. Logo, está vinculado ao

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planejamento, por meio do Plano Plurianual e Diretrizes Orçamentárias.


Essa é uma das características dos conceitos modernos de orçamento
público.

Gabarito: ERRADO

Q6 (IF-TO – 2015 – Adaptada) A Lei Orçamentária Anual compreende o


orçamento fiscal, o orçamento de investimentos e o orçamento da seguridade
social.

É correto afirmar que a Lei Orçamentária Anual tratará, também, da fixação da


receita e estimativa da despesa.

Novamente a questão trouxe a inversão entre ESTIMATIVA da RECEITA


e FIXAÇÃO da DESPESA.

Gabarito: ERRADO

Q7 (FGV – 2013 – CONDER) Assinale a afirmativa que indica o aspecto


orçamentário que se refere ao fluxo equilibrado entre a receita arrecadada
e a despesa executada.

a) Aspecto orçamentário fiscal.


b) Aspecto orçamentário tributário.
c) Aspecto orçamentário contábil.
d) Aspecto orçamentário financeiro.
e) Aspecto orçamentário de competência.

Questões de múltipla escolha às vezes podem conter mais de uma


resposta correta, ou nenhuma, e muitas vezes temos que escolher a
“menos pior” ou “mais certa”. No caso, o termo fiscal poderia estar de
fato relacionado ao fluxo equilibrado entre receita e despesa. Porém,
além de não ser citado diretamente na doutrina como um aspecto, caso
fosse abordado no contexto econômico faltaria a característica de
intervenção econômica.

Gabarito: D

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Q8 (UFRJ 2010) O aspecto econômico do orçamento constitui a apresentação das


características do plano de governo ou programação de ação definido pelo partido
que detém o poder.

Esse é o aspecto político do orçamento.

Gabarito: ERRADO

Q9 (FGV – 2013 – INEA-RJ) O orçamento é um instrumento utilizado para


previsão de receitas e despesas. Na prática, sem a previsão orçamentária de
receitas não há a possibilidade de realização de despesas.

Dadas as suas características, o orçamento é:

a) um elemento jurídico, político e econômico.


b) um elemento fiscal, contábil e econômico.
c) um elemento fiscal, político e financeiro.
d) um elemento fiscal, contábil e financeiro.
e) um elemento jurídico, fiscal e financeiro.

Galera, mesmo ponto da outra questão: fiscal. Essa, inclusive,


poderíamos acertar mesmo que não soubéssemos a resposta através de
uma técnica simples, basta ver que o elemento “fiscal” só não consta em
uma resposta. Meio óbvio, não?
Gabarito: A
Q10 (CESPE – 2012 – TJ-RR) O orçamento público fixado na Lei Orçamentária
Anual não determina os gastos de modo impositivo ou obrigatório.

Já vimos que o nosso orçamento, via de regra, é autorizativo.

Gabarito: CERTO

Q11 (CESPE – 2012 – ANAC) A LOA, que tem caráter impositivo, é composta
pelos orçamentos fiscal, de investimentos e da seguridade social.

Pessoal, apesar de não termos visto ainda a composição da LOA (os


orçamentos citados na questão), já podemos matar a questão. Nosso
orçamento é autorizativo!

Gabarito: ERRADO

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Q12 (CESPE – 2015 – Procurador do Município de Salvador – adaptada) A CF


estabelece que a LOA possua caráter meramente autorizativo, ou seja, inexiste
a obrigatoriedade de o Poder Executivo exaurir a verba orçamentária prevista nas
diferentes dotações. Dessa forma, a CF não acolheu em seus dispositivos a
hipótese de orçamento impositivo.

Servidor, veja bem: o primeiro trecho da questão está perfeito, mas,


como vimos, a previsão do “orçamento impositivo” está prevista na CF,
logo ela acolhe essa hipótese, veja só o que diz o art. 166:

§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de


1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto
encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações
e serviços públicos de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se


refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por
cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a
execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art.
165. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

Não se preocupe com os detalhes. Sei que é confusa a leitura, o intuito é


apenas mostrar que essa despesa obrigatória (orçamento impositivo)
está prevista na CF e se refere a uma pequena parte do orçamento, o que
mantém a natureza autorizativa.

Gabarito: ERRADO

Q13 (CESPE – 2015 – MPOG) Acerca das normas e dos procedimentos relativos
ao orçamento público no Brasil, julgue o item seguinte.

A autorização orçamentária para despesas discricionárias está condicionada ao


atendimento prioritário das despesas obrigatórias, nos termos de disposições
constitucionais e legais. Entre as despesas discricionárias, consideram-se
prioritárias as destinadas a projetos, em detrimento das atividades e operações
especiais.

Pessoal, questão boa! É claro que haverá prioridade no atendimento das


despesas obrigatórias, uma vez que não podem deixar de serem
cumpridas, com exceção das emendas parlamentares individuais em
alguns casos, previstos na própria constituição, que veremos em aula
específica. Contudo, não há prioridade de execução para as despesas
discricionárias, uma vez que são executadas segundo a oportunidade e
conveniência do governo, fator que caracteriza o orçamento autorizativo.

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Gabarito: ERRADO

Q14 (CESPE – 2013 – TCE-RO) No Brasil, adota-se o orçamento misto, visto que
sua elaboração é competência do Poder Executivo, e sua votação e controle são
competências do Poder Legislativo.

Gabarito: CERTO

Q15 (CESPE – 2014 – TCDF) Denomina-se orçamento misto o orçamento público


elaborado pelo Poder Executivo e que preveja que parte dos recursos seja
executada por empresas do setor privado.

Galera, mais fácil que roubar doce de criança, né?

Gabarito: ERRADO

Q16 (COSEAC – 2017 – UFF) O orçamento público se caracteriza pela


multiplicidade de aspectos: político, jurídico, contábil, econômico, finance iro,
administrativo, etc. O seu conceito tem sido alterado ao longo do tempo, em
decorrência das modificações de sua função, além de sua forma de elaboração,
e tem relação com o regime de governo. Atualmente, o Brasil adota o
orçamento do tipo:

A) executivo.
B) misto.
C) legislativo.
D) padronizado.
E) institucional.
O orçamento executivo seria aquele em que apenas esse poder é
responsável por todas as suas etapas, já o legislativo possuiria a mesma
sistemática, porém ele seria o detentor de tal competência.

Gabarito: B

Q17 (CESPE – 2008 – MTE) Sabendo que, de acordo com a forma como o
orçamento é elaborado e aprovado, há três tipos de orçamento — o legislativo,
elaborado e aprovado apenas pelo Poder Legislativo; o executivo, em que a
exclusividade da elaboração e aprovação é do Poder Executivo; e o misto, em
que os dois poderes participam do processo orçamentário —, é correto afirmar
que o Brasil já experimentou os três tipos de orçamento.

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Mesma coisa da outra questão.

Gabarito: CERTO

Pessoal, por enquanto é só. Revisem sempre o mapa mental e refaçam os


exercícios comentados.

Abraços e bons estudos!!! =D

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3. MAPA MENTAL

Em seu sentido lato sensu, o orçamento é um instrumento de intervenção


planejada que evidencia a política de trabalho e o plano do governo, mediante
Lato Sensu autorização legislativa para a realização de receitas e despesas, e é materializado
pelos instrumentos de planejamento: Plano Plurianual (PPA); Lei de Diretrizes
Orçamento Orçamentárias (LDO); e Lei Orçamentária Anual (LOA).

Público
Em sentido estrito, o orçamento é a Lei Orçamentária (Anual) – LOA -
propriamente dita. Estudaremos, em momento oportuno, cada um dos
Stricto Sensu instrumentos de planejamento, mas basta saber que há uma lei aprovada
anualmente pelo Poder Legislativo, de inciativa do Poder executivo, que estima a
receita e fixa a despesa para o período de um ano.

 POLÍTICA: reflete o plano de governo, a característica do grupo partidário com maior


poder.

 ECONÔMICA: evidencia a intervenção do Estado na economia


NATUREZAS
 ADMINISTRATIVA: revela o orçamento como um instrumento de gestão.
(ASPECTOS)
 JURÍDICA: abrange o orçamento como lei. No caso brasileiro, somente em sentido
formal.

 FINANCEIRA: reflete o fluxo de receitas e despesas.

 CONTÁBIL: provê uma previsão do resultado geral do setor público.

 TÉCNICA: representa o conjunto de regras técnicas e legais a que se submete o


orçamento público.

AUTORIZATIVO Formalmente: Lei


REGIME DE BRASIL
 Materialmente: Ato administrativo
EXECUÇÃO  Lei ordinária e especial
TIPO
 HÁ DESPESAS OBRIGATÓRIAS, ex:
(ELABORAÇÃO)
Salário servidores;
Orçamento Impositivo*;
EXECUTIVO ATUAL, envolve a IMPOSITIVO Previdência;
participação dos dois *Refere-se à EC nº 86/2015 que torna
MISTO poderes.
uma pequena parte do orçamento,
* O Brasil já teve os três
tipos. referente às emendas individuais à
LEGISLATIVO
LOA, de execução obrigatória.

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