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DEFAULT URBANO - O ESPAÇO URBANO E SUAS

TIPOLOGIAS

A Modernidade se constitui como movimento de racionalização e tipificação total do


indivíduo através de seu disciplinamento e normatização, coloca o filósofo francês Michel
Foucault (1). Neste contexto, a arquitetura e urbanismo são disciplinas cujo objetivo
reside na transformação de tal ideário moderno num cotidiano vivido espacialmente.
Assim, desde o século 19 com a emergência da cidade como fato da vida pública pela
industrialização, o acompanhamento deste desenvolvimento pela arquitetura se dá através
da introdução no pensamento disciplinar da noção de tipo.

Para racionalizar sobre problemas cada vez mais estruturais da vida moderna e seu
espaço, parte-se de um entendimento de que qualquer problema pode ser pensado, e
consequentemente resolvido, através de um módulo estruturante. A ideia é de que tal
modulação – não é estranho que Le Corbusier considere o homem como objeto
racionalmente modulável, denominando-o Modulor – poderá ser replicada e usada em
realidades cada vez maiores em termos de escala e tamanho. Cada problema ora é acaso
ou contingência a ser extinto porque é exceção; ora é repetição tornada regra; ora é parte
de um desenho maior de um sistema cujas engrenagens homens comuns estão longe de
compreender e, mesmo de acessar senão pelo erro(ar).
Com base nessa compreensão, um plano de composição da superfície terrestre se constrói
desde o mínimo: revestimentos de parede aparecem em capas de revistas de todos os
lugares do mundo; habitações são construídas ad infinitum a despeito de qualquer
contextualização a respeito de dimensões geográficas mais específicas; círculos
gigantescos no deserto do centro dos EUA ou na Amazônia brasileira compõem a
paisagem do agronegócio em escala mundial. Tal forma é repetida globalmente porque
tecnicamente é mais produtivo: o tipo serve porque é repetição do que pretensamente
funciona. O traçado ortogonal de Manhattan é levado às últimas conseqüências e tornado
o traçado Jeffersoniano dos EUA ou mesmo traçado de ocupação e parcelamento de
cidades no norte do Brasil, especificamente em Rondônia. Os lotes são a unidade métrica
do capital espacializado. Figuras geométricas compõem o planeta como um quadro
abstrato nada abstrato porque é vivido, mesmo que não visto senão do céu ou pelo
googlearth.
Com a industrialização potencial do mundo construída desde século 19, parece que todas
as peças se encaixam na construção de um aparato maior durante o século 20: a cidade.
E se forem tomadas as compreensões do filósofo francês Henri Lefebvre sobre a noção
de tecido urbano e urbano (2) assim como suas leituras mais contemporâneas
capitaneadas por Neil Brenner (3), o maior aparato é toda a superfície terrestre tornada
urbana. Antecipando, Manfredo Tafuri, em Projecto e Utopia, já colocava:
“Do elemento padronizado à célula, ao bloco singular, a siedlung, à cidade: esta é a cadeia
de montagem implantada com excepcional clareza e coerência pela cultura arquitetônica
de entre duas guerras. Cada pedaço é resolvido em si e tende a desaparecer, ou melhor,
diluir-se formalmente na montagem.

Tudo isto revoluciona a própria experiência estética. Agora, já não são objetos que se
apresentam à apreciação, mas sim um processo, a viver e fruir enquanto tal. O fruidor,
chamado a contemplar os espaços ‘abertos’ de Mies Van Der Rohe ou Walter Gropius, é
o elemento central deste processo. A arquitetura, chamando o público a compartilhar na
planificação, dado que as novas formas já não pretendem ser valores absolutos, mas
propostas de organização da vida coletiva – a arquitetura integrada de Gropius – faz com
que a ideologia do público dê um salto a frente” (4).

Uma ideologia do público implantada na qual a esfera privada é extensão da vida pública
tornada espaço por uma cadeia produtiva montada em ruas, lotes, avenidas, torres de
vidro, edifícios em alvenaria, campos agricultáveis, buracos de mineração, plataformas
marítimas de petróleo, conformando um sistema produtivista da vida.

Indo contra o interior burguês, abarrotado de pequenas memorabilias compradas em lojas


de departamento como já delineava Walter Benjamin em suas críticas ao interior burguês
(5), o ideário arquitetônico modernista pensava inocentemente que era possível desenhar
do garfo a cidade. Entretanto, tal inocência é perversidade e ingenuidade pelos críticos: é
isto que ocorre hoje, uma inocência alçada ao patamar de radicalidade por uma idéia de
Modernidade e progresso que tudo engloba.

2. Depois do período entre guerras e a partir dos anos 1960, o capitalismo industrial
tornou-se cognitivo, deixando de ser apenas econômico para se tornar também cultural e
cotidiano, entendendo o último não como o que se apresenta materialmente, mas como
potência virtual a ser desenhada, como coloca Otilia Arantes ao descrever o cultural
turn sofrido pela arquitetura e urbanismo a partir dos anos 1970 e 1980 (6). O resultado
produzido é o que autodenominado cineasta francês Guy Debord chama de espetáculo. O
desenvolvimento de um modelo econômico que se tornou modelo perceptivo e
(des)engajado socialmente em relação ao mundo. “O espetáculo não é um conjunto de
imagens, mas relações sociais mediadas por imagens” (7).
Se desenhar o mundo visto como imagem de uma grande cadeia produtiva só pode levar
ao esgotamento de um modelo econômico, o fordista, cujo clímax viu-se nos fervilhantes
e contraventores anos 1960 e 1970, a economia não deve mais então ser determinada por
uma produtividade relacionada a oferta, mas atrelada ao que está além do produtível, na
demanda: o desejo. O objetivo é transformar tal desejo, deslocando-o e anulando-o,
passando de impulsos destrutivos de um modo de vida, como se viu nas ruas nos anos
sessenta, em motor de geração uma cadeia produtiva economicamente viável e lucrativa
infinitamente. O desejo como realidade palpável e passível de ser comprado, como
mercadoria então, desejado sempre como imagem virtual que media a maneira como
pessoas estabelecem socialmente relações entre si, como já apontava Debord a partir da
frase acima citada. O desejo não corporificado em um objeto em si, mas como um valor
impalpável que serve de parâmetro para todo tipo de relacionamento social que se dará
daí por diante.

Ainda que mais de 50 anos depois e num contexto especificamente brasileiro, interessante
como o sociólogo Jessé de Souza já alerta que o que está por detrás da idéia de tipo já não
é mais um modelo econômico e social entendido como renda. Tal asserção é falsa e leva
a conclusões desviadas, especialmente no caso brasileiro a respeito do falsete "nova classe
média", como ele coloca, e que aqui é alçado a chave para compreender um novo degrau
nos modos de apropriação do imaginário social pelo capitalismo (8). O que subentende-
se a partir da leitura desta obra de Jessé de Souza é que o que está desenhado há anos e
que ainda não está claro para grande parte dos que estudam o Brasil a partir de seus
números – PIB, renda média, renda per capita – é a necessidade de compreender que
classes sociais e desigualdade entre estas não se quantifica em cifras do salário. O que é
relevante é o que esse significa em relação às diferenças em termos de direitos a
diversidade, distinção sócio-cultural, acesso a bens culturais e educacionais como aponta
Pierre Bordieu (9). Ou seja, a sua própria circunscrição que o difere dos demais é o que
ganha relevo: renda, diversidade, acesso, distinção.

Seguindo o raciocínio do sociólogo brasileiro, a arquitetura não é mais apenas tipo-forma


como materialidade formal desconectada de um entorno social como fazia-se crer a crítica
ao modelo tábula rasa do urbanismo moderno. Arquitetura é sim tipologia extremamente
indicadora e produtora/produzida desse social porque, virtualmente, sua difusão como
padrão depende de desejos de distinção e acesso a cultura que estão no interior da própria
sociedade.

3. Tem-se como resultado uma sociedade cega as suas próprias idiossincrasias culturais
e afeita a desejos de compatibilidade a modelos culturais importados – sempre importados
porque mesmo o conceito de brasilidade, colorido e alegre, é incutido como imagem de
um país dócil que hoje não é espelho da realidade, haja visto as Jornadas de Junho de
2013 ocorridas em mais de duzentas cidades do país com grande salto de arroubos de
violências praticados pela polícia. A própria noção de nacionalidade ou de
individualidade hoje está em questão, assim como qualquer noção do que se é como
identidade, dada a priori, se for colocada em pauta a crítica pós-estruturalista e pós-
colonialista a noções como identidade, diferença e nacionalismo pois ser brasileiro não
significa mais do que ser qualquer outra coisa.

O que se tem hoje gestado, instalado e propagado através dos mais diversos canais de
comunicação e produção de cultura, na qual a arquitetura é uma delas, é um Transtorno
Obsessivo Compulsivo: vontade de ser tipo. O que se assiste hoje nos bairros de elite não
são padrões arquitetônicos que são reproduzidos ad infinitum pelas cidades devido a sua
qualidade ou beleza, mas reproduzidos por desejos de distinção social. Padrões esses que
são expostos tanto ali como em casas localizadas em zonas periféricas usados (in)
distintamente.
Portanto, isto não é uma via de mão única.

Azulejos brancos são usados em fachadas no exterior em bairros da periferia para imitar
casas brancas e limpas, despregnadas de qualquer sujeira que impeça uma imagem de
perfeição e limpeza. Ao mesmo tempo, pastilhas de cerâmica 10X10 são usadas à
exaustão em fachadas de edifícios residenciais em bairros em crescimento com a mesma
finalidade. Ambas as tentativas tem algo em comum: uma cor e material que imita o
interior residencial. Limpa-se de vestígios quaisquer a arquitetura assim como o interior
de sua própria casa, que deve ser asséptico e higienizado continuamente contra todo e
qualquer tipo de invasor. O mesmo deve ocorrer no exterior. O que é “fora” é tratado
como “dentro”. Uma higienização radical e perversa de qualquer desejo que não seja
controlado e passível de tipificação. Uma face pública desprovida de contaminação e de
troca.

O espaço urbano se constitui enquanto resultado do consumo dos interiorismos privados,


resultando na homogeneização das cidades para/por um cidadão apático e reificado. Este
tornado objeto físico privado de qualidades pessoais ou de individualidade que não
aquelas ditadas por imagens já dadas, surge como produto e reprodutor dessas imagens
de poder que são apresentadas cotidianamente: padrões. Não desqualificado ou privado
de qualificação como potencialmente indicador da emergência de um “povo que falta”
segundo Deleuze sobre a superioridade do imaginário anglo-saxão frente ao europeu pela
literatura (10), ou de uma “comunidade que vem” por Agamben, mas cheio de indicativos
e esvaziado de desejo de exemplaridade, de unicidade, de motor para uma multiplicação
de sujeitos possíveis (11).

A cidade enquanto espaço construído pela aderência das errâncias dos habitantes aos
suportes físicos existentes, cotidianamente é transformada em mercadoria e desejo
espetacular. Nessa relação das pessoas e espaço, o consumo exerce protagonismo não
apenas pelo seu poder de transformar tudo em cifras, mas pela potência distintiva de tudo
tornar tudo mais do mesmo dentro de uma diversidade controlada.

Tal padronização repetida gera uma estabilidade a longo prazo, um asseguramento


potencialmente permanente do atual estado das coisas: o que está dentro se assemelha ou
condiciona o que é reproduzido fora, sendo que essa relação enquanto espetacular, dada
pelo espelhamento material, acaba por reproduzir também modos de vida e hábitos
sociais. A cidade é cada vez mais percebida não pelo que coletivamente só pode ser criado
e desejado como desvio, mas através do que apenas individualmente o mercado de
imagens requer e produz com garantia.

A negação do que é exterior, do coletivo, do que é improvável em função do interior


estanque, asséptico, sem calor, sem sol, totalmente controlado onde a aparência externa é
simplesmente um resultado das escolhas que beneficiam o interior, é como as cidades tem
sido conformadas. Interior privilegiado e um exterior espelho consequência. Na
montagem, toda a cidade, do ambiente doméstico ao espaço exterior, se torna um contínuo
produtivo: mapear e controlar desejos de fuga e diferença em modelos espetaculares de
distinção.

4.Sendo tais padrões construídos por uma omissão imaginativa e pelo desejo aprisionado,
o que resta são defaults, definidos aqui como configurações repetidas a exaustão, ou erros
continuamente em produção.
O projeto “Default Urbano” é um trabalho apresentando pela primeira vez na X Bienal
de São Paulo em 2013 e entendido como processo de reflexão contínuo: um exercício
crítico em andamento. Seu objetivo é explicitar os padrões com os quais as cidades vêm
sendo conformadas na contemporaneidade.

São dez os defaults apresentados:

Embanheiramento do mundo

Dentro das residências temos banheiros revestidos de pastilhas ou azulejos de cores mais
neutras possíveis. Fácil é a limpeza. A imagem é sem qualquer marca. As fachadas dos
prédios, para garantir estanqueidade e a mínima manutenção, tem sido comumente
revestidas em cerâmica 10x10.

Os horizontes urbanísticos são conformados como grandes banheiros desprovidos de


função e imageticamente dúbios, não trazendo à cidade nada que não seja uma (falsa)
neutralidade. Edifícios construídos com essas cerâmicas se transformam em mostruários
a céu aberto.

O banheiro, intimidade última do homem em seu refúgio domiciliar, é virado ao avesso e


suas entranhas são expostas a todos. O fétido do lugar onde os excrementos são
eliminados em sua brancura hospitalar é , urbanamente, sinônimo de ordem.
Sob o sol: palmeira em cidade quente
As palmeiras trazem à cidade uma monumentalidade asséptica e enrijecida. Usadas com
função de marcar eixos ou valorizar a arquitetura com sua conformação longilínea, não
trazem à cidade nada. Não proporcionam sombras ou aconchego, reafirmando a cidade –
imagem para ser observada de longe. Elemento paisagístico protagonista em maquetes
eletrônicas que promovem lançamentos comerciais, a palmeira impõe sua presença.

Em informes publicitários, sua verticalidade traduz hierarquia, alçar ao céu. Na vida


prática, elas emanam uma tropicalidade genérica que quer aderir a qualquer contexto. De
baixo, sem sombreamento, só resta dizer que a culpa é do “aquecimento global” (termo
cada vez mais genérico e esvaziadamente difundido apagado de qualquer conotação
política que possa apontar causas humanas).

Reflexão: vidros espelhados


Os vidros espelhados se tornaram a imagem sinônimo de nobreza. Transeuntes sob tais
vidros ficam sujeitos ao calor que eles refletem e a serem surpreendidos por um raio
cegante de luz refletida que chega ao ponto de escaldar. São novos sóis que se apresentam.

São espelhos que não deixam penetrar, refletindo o que está fora. Não há nada do outro
lado que não seja o que se apresenta refletidamente: interior-exterior são faces gêmeas.

Linha reta: maior distância entre dois pontos


A linha reta vista pelo google earth é a distância mais rápida ou confortável para um
percurso. Na condição de pedestre, o percurso em linha reta revela que estas direções
planificadas ignoram comumente a topografia, e condições de mobilidade urbana tão
adversas que a definição matemática da linha reta como a menor distância entre dois
pontos torna-se uma idiossincrasia.

A topografia é o desenho natural de um lugar indesejado pelo googlearth. De cada lugar


se vê de uma maneira. De cada ponto mais alto, têm-se uma relação paisagística diversa.

O plano tudo planifica. O plano tudo tipifica porque produz indiferença. O desejo é a
distinção pela indiferença ao lugar.

Circular e colisões: faixas e guias


A cidade se organiza pela hierarquização e separação dos fluxos. Os pontos de contato
são pontos nevrálgicos. O percurso do carro segue sempre em linha reta. O impedimento
se dá pela parada dos carros, com motoristas protegidos pelo seu envoltório interiorizante.
Aos pedestres, em contato direto com as condições corporais da cidade, tal percurso em
linha reta não é permitido: sempre um sinal, sempre uma faixa de pedestre que o faz dar
voltas. A eles resta voltar para atravessar ou seguir as guias da cidade.
Asfalto para carros. Guias para pessoas com mobilidade reduzida. Calçadas para
pedestres. Faixas para pedestres. Ciclovias para bicicletas. Faixas exclusivas de ônibus
para ônibus. Faixa exclusiva para ambulâncias. Azulejo para banheiro. Cerâmica para
cozinha. Granito para sala. Piso laminado de madeira para quartos. Cada revestimento de
piso para cada tipo de pessoa em seu veículo motor. Cada revestimento de piso para a
função de cada cômodo. Nada se mistura com nada. Serão necessários sinais de trânsito
e placas de PARE nas casas para controlar fluxos; eles já existem para controlar o trânsito
das ruas.

Ninguém se encontra com ninguém. Ninguém usa o espaço para uma função que não seja
aquela definida pelo imaginário imobiliário – estar, cozinha, quarto ou aqui se fica, aqui
se prepara a comida, aqui se dorme..não se dorme onde se fica. Assim, colisões são
controladas.

Placas
Em espaços públicos, placas de gramas recém-plantadas funcionam como dispositivos de
dispersão territorial. Higienizam a cidade não permitindo qualquer ocupação. Padronizam
e controlam a natureza vegetada. Em espaços privados, funcionam como base para jardins
ornamentais exóticos e quadras esportivas para uma classe abastada. A grama como
símbolo ambiental torna-se principal instrumento estratégico para uma apatia espacial.

Num plano maior, a grama tornou-se o novo muro, a nova grade, a nova placa de Pare.
“Por favor, não pise na grama”. Verde e bonita para não ser tocada: natureza para ver.

Conveniência=convivência
Espaço kids, lan house, cozinha gourmet, gazebo zem, home office, garage band, espaço
fitness, espaço beauty, são padrões de espaço coletivos disseminados nos condomínios
verticais privados. Mais do que isso, produzem padrões de convivência que enquadram
comportamentos sociais e coletivos. Produzem acordos entre moradores mirando uma
conveniência costurada por regras condominiais.

Parque, sala com computadores, cozinha, estes são os sinônimos e traduções despidos de
seu caráter distintivo dos espaços acima citados. O inglês é a língua que constrói uma
nova linguagem de padrões, imobiliária e habitacional.

Pregnância

Revestimentos dos edifícios construídos nas áreas chamadas formais contrastam cada vez
mais com áreas informais. Contra os edifícios sempre por se fazer da periferia compostos
de cores berrantes e materiais “bregas”, surgem cores brancas, beges e cinzas claros para
expor um padrão de tonalidade que subverte tatilmente o que deveria apenas ser visto.

O branco e cinza tornam-se agentes de limpeza, pois quando convertidos em material,


impedem a pregnância da sujeira. Não é isso que se deseja quando vê-se nas ruas das
periferias casas com fachadas nuas em tijolos com interiores revestidos de granito?

Ver e não tocar


Com os gradis envidraçados, a vida interior dos edifícios tornam-se telas onde quem está
do outro lado limita-se como num aquário. Elas são as novas vitrines de
um lifestyle oferecido nas propagandas do mercado imobiliário. Assim só resta ver e
nunca poder tocar.

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