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O Ministério Público requer à Justiça a quebra do sigilo telefônico de um celular roubado durante investigação de crime de roubo majorado. Alega que medidas ordinárias de investigação não identificaram os autores e que a interceptação telefônica é necessária para solucionar o caso dentro dos limites legais.
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QUEBRA DE SIGILO TELEFONICO
Titre original
Quebra Inteceptao Telefonica. Representao Do Mp (1)
O Ministério Público requer à Justiça a quebra do sigilo telefônico de um celular roubado durante investigação de crime de roubo majorado. Alega que medidas ordinárias de investigação não identificaram os autores e que a interceptação telefônica é necessária para solucionar o caso dentro dos limites legais.
O Ministério Público requer à Justiça a quebra do sigilo telefônico de um celular roubado durante investigação de crime de roubo majorado. Alega que medidas ordinárias de investigação não identificaram os autores e que a interceptação telefônica é necessária para solucionar o caso dentro dos limites legais.
EXMA. SRA. DRA. JUÍZA DE DIREITO DA 4ª VARA CRIMINAL DE
TERESINA-PI
Processo n. 7XXX9 ROUBO MAJORADO Vítima: XXXXX
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, através
de sua representante nesta Comarca, no uso de suas atribuições legais, vem, à presença de V. Exa., representar pela
QUEBRA DE SIGILO TELEFÔNICO
(INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA)
do IMEI n. 354332XXX, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir
expostos:
I- DA SINOPSE DOS FATOS
Os presentes autos de inquérito policial narram delito de
ROUBO MAJORADO PELO CONCURSO DE PESSOAS, previsto no art. 157, §2º, inciso II, do Código Penal, praticado na data de 17.11.2008 em face da vítima XXXXX, qualificada às fls. 03.
Narrou a vítima que dois infratores de identidade
desconhecida a abordaram em frente à calçada da Universidade Estadual do Piauí-UESPI, campus Pirajá, nesta capital, e subtraíram, mediante grave ameaça, um aparelho celular marca SAMSUNG, modelo SGH-E250, IMEI n. 35433XX, avaliado em R$513,35, vide fls. 04 dos autos.
Instaurado o inquérito policial, as investigações até o
momento não lograram êxito na identificação dos mencionados assaltantes, não havendo outro meio ordinário de prova para achar o paradeiro dos mesmos. MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ 4ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TERESINA-PI
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A Constituição Federal de 1988 assegura a regra da
inviolabilidade do sigilo das comunicações telefônicas, erigindo-a à categoria de garantia individual, prevista no artigo 5º, inciso XI, admitindo, de forma excepcional, a sua flexibilidade, nas hipóteses que tiverem por fim investigação criminal ou instrução processual penal.
Tal mandamento constitucional foi regulamentado pela Lei
nº 9.296/96, estabelecendo o art. 4º que “o pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados”, sem prejuízo da análise dos demais requisitos contidos no art. 2º, incisos I, II e III, parágrafo único, do mencionado diploma normativo.
Na hipótese sob exame, as diligências policiais ordinárias até
aqui realizadas não lograram êxito na identificação dos infratores, especialmente pelo fato de que o crime foi cometido de forma clandestina, sem que outras testemunhas tivessem presenciado o fato ocorrido.
Assim, torna-se necessário adotar a medida excepcional de
interceptação das comunicações telefônicas originadas do mencionado IMEI como medida para possibilitar a prisão em flagrante dos mencionados infratores ou do respectivo receptador da res furtiva, procedendo-se, assim, à recuperação e à restituição do bem à vítima.
No caso, a presente representação atente aos requisitos da
Lei n. 9.296/96, especialmente porque que a sua realização é realmente necessária à apuração da infração penal praticada em face da vítima, até o momento sem solução.
Com efeito, o sucesso da investigação policial depende do
deferimento da presente representação, sendo no momento o único meio de prova ainda disponível para o esclarecimento da autoria delitiva.
Estão sobejamente demonstrados no caso, ainda,
contundentes indícios de autoria e materialidade relativos à infração penal, os quais são fundamento suficiente ao deferimento da cautelar pleiteada.
III – DO PEDIDO
Diante do exposto, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO
DO PIAUÍ REPRESENTA pela DECRETAÇÃO DE QUEBRA DO SIGILO TELEFÔNICO do IMEI n. XXX938, para que, em caráter de urgência, MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ 4ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TERESINA-PI
sejam procedidas às devidas diligências de interceptação telefônica pelo
prazo de 15 dias, prorrogáveis por igual período (se necessário), sob responsabilidade direta da autoridade policial.
Em caso de deferimento da presente representação, faz-se
necessário:
1. correr a interceptação em autos apartados para resguardar
o sigilo das investigações, conforme determina o art. 8º da Lei 9.296/96;
2. constar no respectivo mandado judicial o nome completo,
matrícula funcional, RG, CPF e endereço de lotação da autoridade policial responsável pela investigação, no intuito de dar celeridade ao cumprimento das requisições judiciais junto às operadoras telefônicas.