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Mário Sérgio Duarte Garcia Luiz Arthur Caselli Guimarães Marcelo Terra
Mário de Barros Duarte Garcia Luiz Arthur Caselli Guimarães Filho Luis Eduardo Menezes Serra Netto
Silvia Poggi de Carvalho Flávio Augusto Cicivizzo José Carlos Baptista Puoli
Roberto Junqueira S. Ribeiro Paola M Szanto Mendes dos Santos Anna Christina Jimenez Pereira
Natália Japur Eliane Ribeiro Gago Daniel Gustavo Magnane Sanfins
Lucia Silveira Frias Renata Lorena Martins de Oliveira Caio Mário Fiorini Barbosa
Ricardo Luiz Iasi Moura Douglas Nadalini da Silva Vanessa Scuro
Wilson de Toledo Silva Jr Natalie Collet Feitosa Lange Jayr Viegas Gavaldão Jr
Rodrigo Scalamandré Duarte Garcia Francisco Ribeiro Gago Flávio Cascaes de Barros Barreto
Guilherme Caffaro Terra Ana Cristina de Moura Carvalho Gabriela G. Quartucci Guaritá Bento
Antonio Carlos Petto Junior Arthur Liske Francisco Capote Valente
Alexsander Fernandes de Andrade José Antônio Costa Almeida José Guilherme G. Siqueira Dias
Adriana Siqueira Fausto Marcelino André Stein Gabriela Braz Aidar
Fernanda Inhasz Cesar Augusto Alckmin Jacob Nathália de Oliveira Dias Soares
Gabriela Ordine Frangiotti Raquel Guerreiro Braga Bruna G. J. Spinola Leal Costa
Thiago Borges Marra Paulo Roberto Fogarolli Filho Gabriel Bortolato
Debora Lucia Tiemy Sato de Moura Lucas Tavella Michelan Raphael Bittar Arruda
Marina Primiano Benassi Pedro Rizzo Batlouni Marcella Corrêa Martins
Marina Capote Valente
Fez barulho um working paper recentemente publicado pelo Banco Mundial sob
o título “Um Ajuste Justo: Análise da eficiência e equidade do gasto público no
Brasil”. Das 160 páginas do relatório sobre despesas estatais, chamou atenção
um pequeno trecho que foi apenas noticiado, mas não reproduzido.
Não está errado na previsão de economia do PIB que a medida proposta traria.
Está errado em acreditar que essa é uma política pública “eficiente”. O grande
problema do mote da eficiência – que rege as 160 páginas do complexo
relatório – é seu aspecto reducionista. Olha apenas para a alocação
microeconômica dos recursos, e não é capaz de desvendar os quadros
políticos que perpassam as “alocações de recursos”.
Para o Banco Mundial, trata-se apenas de indivíduos (não é culpa do órgão, ele
se submete aos dogmas econômicos neoclássicos), de modo que o Estado
estaria pagando pela formação individual de uma série de pessoas. Por se
beneficiarem, individualmente, dessa formação, seria justo (e eficiente),
precificar essa “externalidade” que é positiva para quem dela desfruta, mas que
gera distorções (entre o aluno pobre e o rico, e entre os alunos e o resto da
sociedade, que arca com tudo isso).
angular que amplie o cenário e nos leve a pensar por que o Estado mantém
esse custoso controle da educação superior.
Afinal é isso que o Estado paga ao bancar a gratuidade das suas instituições
de ensino superior: o controle.
Claro, o nome das instituições é muito forte e certamente não deve ruir face à
pressão de pequenos grupos econômicos. Mas não existe placa forte o
suficiente quando se precisa pagar as contas.
No momento em que o alunado (rico) se torna o mantenedor, ele pode usar seu
poder econômico para exercer poder político na Universidade, e é nesse
instante que a liberdade acadêmica se esvai, matando um projeto de
resistência do livre pensamento.
Nunca foi parte da política educacional brasileira criar uma Ivy League – o
círculo formado pela nata das universidades estadunidenses, como Yale,
Harvard e Columbia. São universidades enxutas, com turmas pequenas, e alto
rendimento.
Certamente, estou jogando luz no que nosso sistema possui de bom, mas não
é por desconhecer os inúmeros defeitos da nossa educação superior gratuita –
é apenas para mostrar o que perderíamos ao jogar o controle financeiro das
nossas universidades nas mãos de credores privados.
Por fim, é preciso dizer que a orientação do Banco Central não precisaria ser
de todo rechaçada.
Já que alunos ricos estudam nas instituições públicas, por que não os
taxamos? A medida pode ser justa, desde que desvinculada do orçamento
universitário, ou seja, desde que o orçamento seja sempre garantido pelo
Estado e o que for cobrado – apenas dos ricos – constitua receita extra, a ser
investida na própria universidade.
Meu sexto sentido – nada além disso – insiste em me dizer que, ainda assim,
correríamos o risco da tentação de “desonerar” o Estado vinculando a receita
universitária ao que vier a ser angariado do alunado pagante. Talvez.
Justamente por isso, continuo achando melhor que a receita universitária seja
pública e que usemos nossa criatividade para desenvolver outras formas de
financiamento da educação pública, sem colocar em risco nossa tão cara
liberdade acadêmica.