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APOSTILA

DE
TÉCNICAS E PRÁTICAS
CONSTRUTIVAS
DE INFRAESTRUTURA

1º TERMO - EDIFICAÇÕES

PROFESSOR ELIAS DRAIBI


TÉCNICAS E PRÁTICAS CONSTRUTIVAS DE INFRAESTRUTURA

1. INTRODUÇÃO

Se tentarmos localizar o ponto inicial de uma obra, quase sempre o


encontraremos na primeira entrevista com o cliente. De fato, o marco zero dos
trabalhos de uma construção, na quase totalidade dos casos, é a entrevista inicial.
Considerando que o futuro cliente é praticamente leigo, caberá então ao
profissional orientar esta entrevista para o campo objetivo, extraindo dela o maior
número possível de dados necessários para a elaboração do projeto que se seguirá.
Em primeiro lugar teremos que saber o que o cliente quer fazer, segundo o que
o cliente pode fazer.
Para conseguirmos nosso objetivo de uma forma rápida, convém indagar:
 Localização, metragem e características do terreno de sua propriedade, ou seja,
bairro, rua, quadra, lote, metragem de frente fundo, área.
 Título de propriedade do terreno (escritura)
 Lei de Zoneamento da cidade
 Código de Edificações municipais.
 Consulta à prefeitura Municipal local
 Tipo de construção: residencial, comercial, etc.
 Número de cômodos necessários, número de dormitórios, sala, número de filhos,
sexo, para definir os dormitórios, etc.
 Metragem aproximada dos dormitórios
 Verba disponível para a obra.

1.1 EXAME LOCAL DO TERRENO

Deve-se fazer vistoria no local verdadeiro do lote, segundo a escritura,


colhendo-se todas as informações necessárias e confirmando-se as medidas, para
verificar se existem diferenças de metragens a considerar. Deve-se anotar:
1. Números das casas vizinhas, ou as mais próximas do lote.
2. Situação do lote dentro da quadra, medindo-se a distância da esquina mais
próxima.
3. Com uma bússola de mão confirma-se a posição da linha Norte-Sul
4. Se os ângulos não forem retos verificá-los
5. Verificar se existem rede pública de água, esgoto, elétrica e cabo telefônico.
6. Se o terreno é em aclive ou em declive
7. Verificar se existe viela sanitária
8. Se o terreno é em desnível, levantar um perfil transversal e outro longitudinal
(usando nível de água, ou aparelho).

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1.2 SITUAÇÃO DO LOTE EM RELAÇÃO À QUADRA EM QUE SE ENCONTRA

RUA 2

NM
Quadra – “T”

x Lote
Y

y Calçada
RUA 1

1.3 CONFIRMAÇÃO DAS MEDIDAS DO LOTE - (MEDIÇÃO PLANIMÉTRICA)

Nem sempre as medidas indicadas na escritura conferem com aquelas que


encontramos na realidade. Se a escritura prova o que o cliente comprou, as medidas
do local provam o que realmente existe.
Para que possamos projetar qualquer tipo de construção é necessário e
fundamental o conhecimento prévio das características do terreno com sua forma,
relevo, natureza geológica, etc. Estudaremos aqui o aspecto mais imediato de um
terreno, que é sua forma e relevo. Os trabalhos realizados nesse campo são ditos
topográficos.
O levantamento da forma de um terreno, sem levar em conta o seu relevo,
chama-se “levantamento planimétrico”.Com os dados da planimetria, podemos
desenhar a planta do terreno e calcular a sua área. É executado por um aparelho
chamado de “Teodolito”, onde é capaz de medir ângulos planos com muita
precisão.
Apesar de não pretendermos invadir o campo da topografia, vamos mostrar em
alguns desenhos, os processos mais rápidos para medir um lote urbano. Os terrenos
urbanos são geralmente de pequena área possibilitando, portanto a sua medição
sem aparelhos topográficos, que as vezes não estão ao nosso alcance.

 Lote Regular: Apresenta geralmente a forma de um retângulo, bastando para


medir os seus quatro lados.

 Lote Irregular: Apresenta geralmente medidas e ângulos diferentes, procuramos


indicar as distâncias que deverão ser medidas, isto é, além dos quatro lados, as
duas diagonais ( x , y ).

3
a'

? ?

x x

b b c

y y

90º ? ?

a a

Lote regular
Lote irregular

 Para determinar o ângulo reto (90º), na obra sem o auxilio de esquadro, somente
com estaca, linha, prego, martelo e trena, devemos recorrer à trigonometria, para
nós resolvermos o esquadro do lote.

5.0 m
3.0 m
90º

4.0 m

1.4 MEDIÇÃO ALTIMÉTRICA APROXIMADA - (MEDIDA DE NÍVEL)

A altimetria ou o levantamento altimétrico, é realizado com o auxilio do nível e


de medições lineares. O nível médio dos mares é considerado como ponto de
partida para efeitos de nivelamento e todo o continente é pontilhado de RNs
(Registro de Nível), que são pontos de referência de nível.
Em terrenos urbanos toma-se o ponto mais alto do meio-fio, na calçada, como
ponto de partida (nível zero, ou cota zero). O levantamento pode ser feito com nível
de mangueira também, conhecido como nível de borracha. Este instrumento nada
mais é do que uma mangueira transparente, cheia d’água, que é o método válido e
muito preciso, embora cansativo para grandes áreas. Para pequenas obras indica-se
apenas o perfil de uma linha principal ou de todo o perímetro, dessa forma
saberemos se o terreno é em aclive, declive ou plano, conforme seu perfil.
4
Exemplo:

+ 0.20
0.00

- 2.30

+ 0.20 + 0.45

- 2.30 - 1.67

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2. CANTEIRO DE OBRAS

2.1 DEFINIÇÃO

O canteiro é o conjunto de disposições tidas como convenientes para a


execução da obra prevista nas melhores condições possíveis. Consiste, portanto,
em coordenar os meios necessários para a realização da obra, respeitando sempre
e fielmente, as diretrizes gerais impostas pelo proprietário, que são:

 Rapidez de execução
 Economia
 Qualidade da obra

É evidente que essas diretrizes se confundem umas com as outras, porém


dentro da organização de uma obra, uma delas pode ser mais importante que a
outra.

 Rapidez: A rapidez exigida pelo proprietário ou pelo rendimento financeiro da


construção é em muitos casos, o objetivo principal. No entanto, não é prudente
considerá-la isoladamente ou só unida ao fator econômico, pois se ela é fator
importante no momento do financiamento da obra não o será no momento da
execução, pois, uma execução excessivamente rápida, exige com freqüência o
emprego de processos especiais e relativamente caros.

 Economia: A economia é quase sempre, resultado de uma organização e de um


estudo racional, que envolvem, o proprietário, o engenheiro, e o mestre de obra
ou empreiteiro. Fatores que influem diretamente na economia:

a. Sincronização da atuação dos pedreiros e serventes para eliminar tempos


ociosos, eliminando também manobras erradas.
b. Redução de movimentos desnecessários
c. Escolha acertada das instalações do canteiro
d. Limpeza e ordem do canteiro.

Portanto com uma boa equipe funcionando, consegue-se uma obra sem
tropeços, sem falhas e sem operações desnecessárias ou erradas, evitando também
os desperdícios.

 Qualidade: A qualidade da obra é obtida principalmente:

a. Escolha dos materiais e a sua colocação na obra

b. Escolha de mão de obra

c. Limpeza e ordem no canteiro

d. Manutenção e conservação dos equipamentos e máquinas operatrizes.

Na construção civil a diversidade dos tipos de obras é muito grande, onde uma
construção se distingue da outra:

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 Pela forma,
 Pelos materiais,
 Pelos processos de construção,
 Pelas condições locais,
 Pela quantidade de mão de obra empregada
 Pelos meios de financiamento, etc.

Por estas razões é que se diz que “cada construção é um caso particular de
organização de canteiro”.
Com o início dos trabalhos de construção é necessário preparar o terreno como
também criar espaços de trabalho condizente, ou seja, criar um ambiente propício
ao desenvolvimento das atividades. Serão necessários barracões ou galpões para a
guarda de materiais, ligações de água e luz. Também deve ser previstas a circulação
de veículos de transporte dos materiais de construção e a retirada do entulho, como
também deverá ser deixada uma área para o preparo dos materiais e máquinas e
equipamentos necessários para o feitio das massas, ou seja, as amassadeiras,
betoneiras, peneiras para o peneiramento das areias, etc.

A essa área dá-se o nome de “Canteiro de Obras”, ou “Praça de Trabalho”.

Como em qualquer outra atividade que envolva máquinas, materiais,


deverá se protegida ou isolada com “TAPUME”.

2.2 BARRACÃO PARA A GUARDA DO MATERIAL E LIGAÇÕES DE ÁGUA E


ENERGIA ELÉTRICA

A primeira providência a ser tomada para o início dos trabalhos é a de se


conseguir água e energia elétrica, depois de instalados deveremos construir um
barracão para a guarda dos materiais e dos equipamentos.
O cuidado e a verba utilizada para a construção do barracão dependem do
valor da obra e do tempo previsto para a sua utilização. No caso das construções
residenciais, o barracão ou é feito com alvenaria de tijolos assentados com barro ou
de tábuas de pinho, utilizando madeiramento usado. O assentamento de tijolos com
barro é o mais indicado não só por ser mais econômica a sua construção, como
também porque, ao se tornar desnecessário, o barracão será desmanchado sem a
quebra de tijolos, que então serão aproveitados na própria obra.
A cobertura será com madeiramento e telhas usadas, salvo quando não se
possui tal material. Pontaletes de pinho (3”x 3”) (7,50 cm x 7,50 cm), podendo
substituir os caibros de peroba, no piso pode-se usar tijolos comuns assentados
diretamente sobre o chão, em posição deitada e posteriormente rejuntá-los com
argamassa de cimento e areia.
A forma mais conveniente será a retangular utilizando largura de 2.50 metros
no máximo para evitar complexidade no madeiramento de telhado. O comprimento
deverá variar com o vulto da obra, sendo no mínimo de 6.00 metros para que se
possa conter barras de tubo, conduites, etc. O telhado deverá ser de uma só água.

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3. LOCAÇÃO DA OBRA

3.1 DEFINIÇÃO

É a transferência dos pontos determinados no projeto arquitetônico (planta em


escala) para o terreno, determinando assim, onde se encontram os alicerces,
paredes, vigas, etc.
É um serviço de extrema importância, visto que toda obra será construída a
partir dessas linhas iniciais, não podendo ser alterada posteriormente.
Podemos dividir a locação da obra em dois pontos fundamentais:

1. Locação das Brocas, Estacas ou Tubulões

2. Locação das Paredes

3.1.1 LOCAÇÃO DAS BROCAS, ESTACAS OU TUBULÔES.

Para se localizarem os diversos detalhes de um projeto sobre o terreno, o


faremos pelas paredes que aparecem na planta. Porém, desde que haja
necessidade de estaqueamento, as posições das estacas ou das brocas devem ser
fixadas inicialmente, só depois do posicionamento dessas é que iremos locar as
paredes.
Para a locação dessas estacas ou brocas, convém preparar uma planta deste
detalhe, onde se devem notar a preocupação de se escolher uma origem para os
eixos de coordenadas ortogonais e as distâncias marcadas sobre eles serão de eixo
a eixo, como aparece no exemplo abaixo.

Desenho Esquemático de uma locação de estacas ou brocas:

8
3.1.2 LOCAÇÃO DAS PAREDES

Nas locações das paredes devemos respeitar algumas condições importantes,


pois são considerados erros graves técnicos os seguintes itens:

 Falta de esquadro dos pisos.


 Desníveis de qualquer natureza.
 Abaulamentos.
 Fuga de prumo.
 Não coincidência de medidas.
 Qualquer outro aspecto que discorde do projeto inicial.

O projeto é constituído de desenhos representativos da idéia final, com suas


respectivas medidas, distâncias entre paredes. Geralmente as paredes de meia vez
(parede de meio tijolo), são representadas com a espessura de 15 cm e as de uma
vez (paredes de 1 tijolo), são representadas com espessura de 20 ou 25 cm,
(medidas oficiais), para a facilidade de representação. Quando não acompanhado
do projeto estrutural, cabe ao mestre de obras ou o construtor a responsabilidade de
visualizar no projeto arquitetônico a solução estrutural a ser adotada. Como as
paredes deverão se assentar sobre vigas, e estas sobre pilares ou estacas, é
evidente que, para que fiquem em equilíbrio, deverão ficar na vertical; logo, as
estacas deverão situar-se exatamente sob o “EIXO” das paredes.

4.15
EX.
Eixo da
parede
4.00

3.00 0.15
3.15
0.15

4.15

Alvenaria de elevação

4.00 ( piso )

Alvenaria de embasamento

Linha de eixo

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A locação das paredes pode ser feita através de qualquer um dos métodos:

1. LOCAÇÃO POR PIQUETES


2. LOCAÇÃO POR CAVALETES
3. LOCAÇÃO POR TÁBUA CORRIDA

1. LOCAÇÃO POR PIQUETES

90º

Piquetes de madeira

2.50 cm

2.50 cm

Linha linha de Eixo

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Consiste em cravar no solo, nos pontos de interesse, um piquete de madeira
(seção de 2.5 x 2.5 cm, com comprimento variável), sobre o qual coloca-se um
prego para a fixação da linha. É um processo pouco usado porque é difícil obter
esquadro e nível perfeitos; deve ser removido muito cedo, para a execução de
brocas ou estacas no ponto em que está cravado, também se desloca facilmente por
tropeços na linha, pode-se atenuar as suas desvantagens afastando do ponto,
porém continua difícil de obter um bom nivelamento.

2. LOCAÇÃO POR CAVALETES

Madeira nivelada

Linha de eixo

Prego para a marcação do eixo

Consiste em cravar duas ou três estacas e nelas pregar uma ou duas


travessas, em nível, na extremidade de cada eixo de parede. Os cavaletes devem
estar afastados de no mínimo 1.20 metros da face das paredes transversais. Os
pontos de mudança de direção ficam determinados pela intersecção das linhas. Na
travessa é mais fácil jogar a linha para um lado ou outro, até obter-se
simultaneamente a distância e o esquadro da obra.

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3. LOCAÇÃO POR TÁBUAS CORRIDAS

Tábuas

Pontaletes

O método dos cavaletes contínuos é uma extensão do anterior, pois


executamos uma cerca em torno da obra, constituída de travessas pregadas em
estacas distantes entre si de 1.50 metros, e afastados das futuras paredes cerca de
1.20 metros.
Nos pontaletes serão pregadas tábuas sucessivas, formando uma cinta em
volta da área a ser construída. Essas tábuas deverão estar em rigoroso nível, pois
estes são considerados “níveis do piso acabado” da construção. A vantagem deste
sobre os demais são :
 Eliminação dos piquetes no interior da obra
 Aproveitamento dos níveis até o final da obra
 Facilidade de locação das medidas
Para a marcação das paredes usamos pregos para determinar o eixo (Prego
maior), as larguras das paredes, do alicerce e das valas.
EX.
Eixo
Largura do alicerce (depende da largura das paredes)
Largura das paredes (½ ou de 1 vez)
Tábua
Largura da vala (depende
da largura do alicerce)
X
 Parede de ½ vez = 15 cm –
Y Alicerce de 1 tijolo (de 20 à
25 cm) – Largura da vala
Z de 40 cm.

 Parede de 1 vez = 20 ou 25
cm Alicerce de 1 ½ (de 30
à 35 cm) – Largura da vala
de 45 cm.

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4. FUNDAÇÃO
4.1 Definição
As fundações ou alicerces são elementos construídos, destinados a receber e
transmitir ao terreno as cargas de uma Estrutura da obra da construção civil.
Os alicerces são as obras executadas abaixo do nível do terreno, recebendo a
carga da construção e transmitindo-a ao terreno. As fundações devem ser estudadas
com cuidado, para resistir, dentro de certos coeficientes de segurança contra a
ruptura do terreno e contra as deformações à carga que recebem.

EXEMPLO COMPLETO DE UMA ESTRUTURA DE CONCRETO


ARMADO
Distribuição das Forças

Laje

VIGA SUPERIOR

Alvenaria de Elevação de Tijolos

Pilar

VIGA BALDRAME

Alvenaria de Embasamento

Bloco de Pilar
ou Sapata

Brocas ou Estacas
ou Tubulões

Bulbo de concreto

Distribuição das forças no solo Distribuição das forças no solo


Eixo Eixo
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4.2 ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAÇÃO

A escolha do tipo de fundação deve levar em conta dois aspectos importantes:

1. Aspecto Técnico

2. Aspecto Econômico

4.2.1 ASPECTO TÉCNICO

Existem vários fatores nos aspectos técnicos, tais como:

a. Fatores ligados à superestrutura

 Tipo e função da superestrutura


 Grandeza, natureza e posição das cargas (se essas cargas geram momentos ou
não)

b. Fatores ligados ao subsolo

 Natureza do subsolo local, propriedades mecânicas (resistência e


compressibilidade), posição do lençol freático, etc.

c. Fatores relativos aos vários tipos de fundação

 Conhecimento das limitações dos vários tipos de fundações e das restrições


técnicas impostas a cada tipo devido às características do subsolo, etc. Ex.
tubulão a céu aberto, é mais barato porém na areia tem problemas de
desmoronamento e alargamento da base.

d. Condições de vizinhança

 Museu, patrimônio histórico, casas muito antigas, etc.

4.2.2 ASPECTO ECONÔMICO

 Análise do custo das alternativas tecnicamente equivalentes


 Disponibilidade de equipamentos
 Prazo de execução

5. FUNDAÇÕES DE ESTRUTURAS PROPRIAMENTE DITAS

As fundações de estruturas podem ser divididas em:

1. Fundações Diretas – (Rasas)

2. Fundações Indiretas – (Profundas)

5.1. FUNDAÇÕES DIRETAS - (RASAS)

5.1.1 DEFINIÇÃO

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Fundações diretas: São aquelas em que a carga da estrutura é transmitida ao
solo diretamente pela própria fundação.
Constituem fundações diretas as obras executadas sobre o terreno e que
suportam as cargas transmitidas pelas construções, as fundações podem ser:
 Contínuas
 Descontínuas
As contínuas são conhecidas como alicerces.
As descontínuas são caracterizadas pelos pilares isolados, por serem
executados em pontos diversos, sendo interrompidos. Os pilares usados em
fundações tem a sua parte inferior alargada, a qual denominamos de “Sapata” , ela
se apóia diretamente sobre o terreno e é a que recebe diretamente a reação do
mesmo, e ainda tem a função de melhor distribuir as cargas recebidas da
construção.
Normalmente as sapatas são construídas em concreto armado formando um só
corpo com os pilares. No caso das fundações serem executadas na divisa do
terreno, será necessário fazer uma sapata excêntrica, tendo em vista ser impossível
invadir o lote vizinho com as fundações.
As fundações em pilares são indicadas quando se trata de obras em que as
fundações são feitas em profundidades consideradas médias. As partes superiores
das sapatas são ligadas entre si pelas vigas baldrame. Em casos de grandes
estruturas, pode ocorrer o caso em que as fundações são calculadas onde sejam
previstas dois ou mais pilares apoiando-se em uma mesma sapata. Neste caso
temos uma sapata contínua.
O Radier também é uma fundação direta, bastante empregada nas
construções residenciais de pequeno porte. Caracteriza-se por sua simplicidade e
execução, sendo, entretanto indispensável o correto cálculo de sua armadura. É
uma placa ou laje feita no solo, inteiriça, do mesmo tamanho da obra, onde as
paredes são levantadas sobre as bordas.
EXEMPLO DE ESTRUTURAS DE FUNDAÇÕES DIRETAS

Laje

VIGA SUPERIOR

Alvenaria de Elevação de Tijolos


Pilar

VIGA BALDRAME

Sapata

Distribuição das forças no solo Distribuição das forças no solo


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5.1.2 TIPOS DE FUNDAÇÕES RASAS MAIS COMUNS

a. SAPATAS ISOLADAS
b. SAPATAS CORRIDAS (OU CONTÍNUAS)
c. SAPATAS ASSOCIADAS
d. SAPATAS ASSOCIADAS POR VIGA ALAVANCA
e. RADIER
f. SAPATAS CONTÍGUAS EM DESNÍVEL – (caso especial)

a. SAPATAS ISOLADAS: São fundações rasas, sitiadas sob um único pilar.

P
A. Pilar Central

Pilar

a
b

Planta Vista lateral

B. Pilar de Divisa

Divisa
P

divisa
Pilar

Sapata

Planta Vista lateral

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b. SAPATAS CORRIDAS OU CONTÍNUAS: São fundações rasas, sitiadas sob
muros, paredes, também no conjunto de 3 ou mais pilares altos.

Pilar
A A

Viga de Rigidez

Sapata

Planta Corte A-A

c. SAPATAS ASSOCIADAS: São sapatas rasas associadas a outro pilar,


quando existirem dois pilares próximos, então iremos associar as sapatas a uma só.

OBS.
O centro de gravidade das cargas “tem” que estar justamente com o centro de
gravidade da sapata.
Sapata Retangular

C.G.C

C.G..S

Sapata Trapezoidal

Divisa

C.G.C

C.G.S

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d. SAPATAS ASSOCIADAS POR VIGA ALAVANCA

Divisa

Viga alavanca

Viga alavanca

Planta Corte

e. RADIER: São fundações rasas, projetadas para abranger três ou mais pilares
desalinhados, porém próximos.

Pilares

Planta detalhe da malha de


aço

Pilares

Camada de concreto
Malha de aço

Camada de britas
Solo compactado
Corte

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f. SAPATAS CONTÍGUAS EM DESNÍVEL (caso especial): São sapatas rasas
iguais, alinhadas e juntas, porém em desnível.

 = 45º

H

OBS.
1. O ângulo “” varia com as características do solo.
2. Não se pode colocar uma sapata embaixo da outra e sim obedecendo a uma
distância “ H”.
3. Quando a sapata debaixo não obedecer aos 45º, descemos a sapata de cima
até atingir os 45º.

5.2 FUNDAÇÕES INDIRETAS – (PROFUNDAS)

5.2.1 INTRODUÇÃO

Fundações Indiretas ou Profundas: São aquelas em que as cargas recebidas


da construção são transmitidas ao solo por meio de dois esforços:

 Esforço do atrito lateral das paredes


 Esforço de ponta

1. Esforço do Atrito Lateral das Paredes: Ocorre porque a estaca ao penetrar,


força o terreno, ao qual passa a exercer pressão sobre as paredes da estaca,
o que cria uma resistência ao afundamento devido ao atrito lateral,
denominada de “Resistência Lateral”.

2. Esforço de Ponta: O esforço de ponta exerce compressão no solo o que cria


a “Reação de Ponta”.

5.2.2 TIPOS DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS MAIS COMUNS

Existem 3 tipos de fundações profundas :


1. Tubulões
2. Estacas
3. Brocas

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5.2.2.1 TUBULÕES

Os tubulões são elementos de fundação profunda, cilíndrico de grande


capacidade de carga, variando de (200 a 1.000 toneladas), estes poderão ser
armados quando o esforço solicitado for horizontal, ou não quando o esforço for
apenas vertical (mesmo assim existe a armadura para a ligação entre o tubulão e o
bloco de pilar).

Solos Firmes Fuste

Solos Firmes

Base alongada

Rodapé

Existem diversos tipos de tubulões:

 Tubulões à céu aberto : a. com escoramento


b. sem escoramento

 Tubulões à ar comprimido ( pneumático )

a. Características do tubulão a céu aberto sem escoramento

 A base do tubulão obrigatoriamente terá que ser em solo coesivo.


 Onde não existe água.
 A sua escavação poderá ser manual ou mecânica.

20
P
OBS.
Quando o ângulo formado pelo fuste com a
base for menor que 60º precisamos armar a
base, se for menor não necessitamos (este
ângulo serve para evitar tração na sua
base).
d = de 70 a 80 cm   mínimo = 60º

Estacas metálicas para escoramento


 = 60º

15 a 20 cm solo coesivo

b. Características do tubulão a céu aberto com escoramento

 Solos coesivos de baixa resistência.


 Solos não coesivos.
 Solos onde não existe água.

b.1 Método Chicago (método antigo) – escava para depois escorar

 ( X ) – A cada etapa de escavação é feita no máximo de 0.50 m para argilas


moles.

 ( Y ) – A cada etapa de escavação é feita no máximo de 2.00 m para argilas


rijas.

Anéis metálicos Pranchões de madeira

Anéis metálicos
X

Pranchões de Madeira

Prancha de madeira
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c. Segmento de Concreto armado – (mais indicado)

Início da escavação

Segmento de concreto

Pontalete (escora para escavação da base)

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d. Tubulão a ar comprimido - (pneumático)
Entrada de ar comprimido

Câmara de ar
Retirada do comprimido e câmara
de descompressão
material
escavado
Entrada de concreto

Nível d’água

p = a x h
p = pressão
a = peso específico da água = 1
o corpo humano suporta até 3 atmosfera
ou seja 3 kg/ cm² = 30 t/m² = 30 m.c.a.

5.2.2.2 ESTACAS

As estacas são elementos de fundação profunda de diâmetro relativamente


médio, e o seu apoio pode ser:

 Resistência lateral: Quando não há apoio da ponta da estaca, ou seja, a sua


resistência de sustentação é produzida pelo atrito lateral.

Argila rija

atrito lateral entre o material da estaca e o solo


Silte argiloso

argila rija

sapata de concreto
argila rija

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 Resistência de ponta: Quando há uma resistência de ponta entre o material da
estaca e a rocha.

Argila rija

Silte argiloso

argila rija

Rocha Resistência de ponta da estaca com a rocha

Existem diversos tipos de estacas, dentre as quais podemos destacar:

 Madeira
 Metálicas Pré-moldada

Concreto Armado - (vibrado e maciços)


a. Pré-moldado Concreto Protendido – (vazados e
maciços)
Concreto centrifugado – (vazadas)
a Mega – (reforço)
 Concreto
ESTACAS Strauss
Franki
Molde Recuperável Simplex
b. Moldada in-loco Duplex

Molde Perdido Raymmond


Monotub

5.2.2.2.1 ESTACAS DE MADEIRA


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São empregadas desde os mais remotos tempos como processo de fundação.
Nada mais são que troncos de árvores, bem retas e regulares, que se cravam
no solo á percussão. Eucalipto, Aroeira, Ipê, Guarantã são as madeiras comumente
utilizadas para esse tipo de estacas. Poderão ser roliças e bem descascadas, serão
retas e a cabeça, com braçadeira e argolas também de ferro. O diâmetro a
considerar, deverá ser a média das extremidades, não se contando, no diâmetro, o
alburno (camada viva das árvores que compreende entre o câmbio e o cerne),
sendo que o diâmetro médio dessas estacas varia de 22 a 30 cm (o diâmetro na
ponta deve ser de 15 cm) e seu comprimento é, geralmente limitado a 12 metros.
Quando se torna necessário um comprimento maior, é usual emendar-se duas
estacas com reforço de talas metálicas.

Para a aceitação dessas estacas é necessário que a estaca seja reta, para isso
verificamos do seguinte modo:

Obs. Uma estaca desse tipo só seria aceita,


unindo-se os extremos com uma linha reta,
coincidindo com a maioria da madeira nesta reta.

A sua utilização, como obra definitiva, impõe que eles fiquem totais e
permanentemente abaixo do lençol d’água e em determinadas condições, que sejam
submetidas a um tratamento químico. Ao contrário, se estão sujeitas à variação do
nível d’água, elas apodrecem rapidamente. Daí o seu progressivo abandono e
substituição pelas estacas de concreto.
Estas estacas são as mais antigas, e ainda usam estes tipos em regiões onde
existem fartas florestas, porém a tendência é desaparecer devido à devastação.

As causas da deterioração das estacas de madeira são:

 O apodrecimento, que é causado pela ação dos cogumelos, em presença do ar,


umidade e temperatura favorável.
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 Ação dos insetos (térmitas ou cupins).

 Ataque por brocas marinhas, entre as quais vários moluscos e crustáceos.

Para a preservação das estacas, várias são as substâncias e processos


empregados. Entre as substâncias, têm sido usados sais tóxicos de zinco, cobre,
mercúrio, porém devido à contaminação do lençol freático ou marinhas, foram
substituídas pelo creosoto (que é uma substância proveniente da destilação do
carvão mineral ou asfalto), onde tem mostrado muita eficiência. A sua duração é
ilimitada abaixo do lençol freático.
Durante a cravação, as cabeças, e as ponteiras das estacas devem ser
munidas de um anel metálico e uma ponteira de aço, destinado a evitar seu
rompimento sob os golpes aplicados.
Anel metálico

Ponteira metálica

5.2.2.2.2 ESTACAS METÁLICAS

Motivo de ordem técnica e econômica tem elevado apreciavelmente o número


de obras em que estas estacas são as soluções mais adequadas. São apresentados
nos perfis “I” ou “H”.

a. Vantagens das estacas metálicas :

 Máxima resistência à flexão e a compressão


 c = 1.200 Kg/cm² ou 120 Mpa. Seção delgada, facilitando a cravação e
minimizando o deslocamento.
 Suporta esforços laterais
 Fácil cravação
 Facilidade de corte ou emenda
 Resistem bem a manipulação e transporte em condições desfavoráveis.
b. Desvantagens das estacas metálicas :
26
 Custo elevado
 Atacável por águas agressivas (corrosão em água salgada).
Obs. – A velocidade de corrosão no começo é alta, depois vai diminuindo até
ficar constante, a solução ideal seria colocar uma espessura adicional na espessura
mínima necessária, ou ainda usar uma pintura com tinta a base de óxido de chumbo,
ou ainda concretar em torno do perfil (perfil encapsulado).

5.2.2.2.3 ESTACAS DE CONCRETO ARMADO

Estas estacas, que são largamente utilizadas em toda a parte do mundo, e


podem ser pré-moldadas ou moldadas in-loco.

5.2.2.2.3.1 Pré-moldadas: As pré-moldadas apresentam as seguintes


características:

Maciças: quadradas
circulares
1. Seções hexagonal
Vazadas: octogonal
anelares

2. Quanto ao processo de fabricação : As estacas pré-moldadas poderão ser


de :

a. Concreto armado vibrado


b. Concreto armado centrifugado
c. Concreto armado protendido

1. Quanto à sua resistência de suporte: As estacas moldadas in-loco suportam


cargas variando entre 20 a 70 toneladas.
2. Quanto à sua resistência: A sua resistência à compressão é  c = 60 Kg/ cm²
ou 6 Mpa.
3. Vantagens e Desvantagens das Estacas Pré-moldadas

a. Vantagens

 Duração praticamente ilimitada e independente da variação do nível d’água.


 Boa resistência aos esforços de flexão e cisalhamento, e além de possuir
possibilidade de adaptar a armadura aos esforços acima.
 Possibilidade de obtenção de estacas de boa qualidade sob 4 aspectos:

1. Diâmetro bem definido


2. Comprimento bem definido
3. Confecção (a qualidade do concreto é controlada no canteiro de obras,
sendo a vibração e cura à sombra).
4. Boa qualidade de carga.

b. Desvantagens
27
 Dificuldade no transporte
 São limitadas em seção e comprimento (devido ao seu peso próprio)
 Dificuldade de cravação em solos compactos (requer injeção de água sob
pressão)
 Danos na cravação na cabeça da estaca quando encontra obstrução.
 Corte e emenda difícil (tempo e dinheiro)
 Exige determinação “precisa” (exata) do comprimento.
 Armação da estaca para transporte e manuseio.

a. Transporte das estacas curtas

b. Transporte das estacas longas

5.2.2.2.3.2 ESTACAS MOLDADAS IN-LOCO

Dentre as várias estacas existentes destacaremos alguns mais importantes,


como as estacas Franki e a Strauss.

 Estacas Franki
A estaca Franki é uma estaca de concreto, simples ou armado, moldada no
solo, cuja execução, compreende nas seguintes fases:

 Crava-se no terreno, até a resistência requerida, um tubo de aço cuja ponta é


obturada por meio de uma bucha de concreto seco, Ao atingir a cota
desejada, firma-se o tubo de revestimento e se expulsa a bucha. Procede-se
depois a concretagem do fuste, vertendo-se concreto no tubo que é
arrancado, à medida que se vai lançando o concreto, o qual é sempre
apiloado pelo pilão (peso entre 1 e 5 toneladas), com uma altura de queda de
6.00 a 7.00 metros, do próprio bate-estaca. A maioria das vezes coloca-se no
fuste uma armação de 4 ferros estribados. Os diâmetros das estaca Franki,
variam entre de 30 até 60 cm e elas suportam uma carga de até 100
toneladas.

Tirantes para arrancar o tubo do solo

28

 

 

1.
Tubo de ponta
fechada pronto
para ser cravado 

2.
Cravação do tubo

3. 4.
Ponta já moldada Estaca pronta
retirando o tubo
e concretando o fuste

 Estaca Strauss
As estacas moldadas no local, tipo Strauss, são estacas executadas com
revestimento metálico recuperável, de ponta aberta, para permitir a escavação do
solo. Podem ser em concreto simples ou armado, as estacas Strauss apresentam
vantagem pela leveza e simplicidade do equipamento que emprega. Com isso, pode
ser utilizada em locais confinados, ou em terrenos acidentados ou ainda no interior
das construções existentes, com pé direito reduzido. O processo não causa grandes
vibrações, o que é de muita importância em obras em que as edificações vizinhas,
dadas a natureza do subsolo e de suas próprias deficiências, sofreriam danos sérios
com essas vibrações. Por se feita no local, fica acabada com comprimento certo,
arrasada com a cota prevista, não havendo necessidade de ser arrasada ( cortada )
ou emendada.
Apresentamos como desvantagens, o lançamento do concreto a grande altura,
isso facilitaria a desagregação do concreto.

Soquete (300 kg) Sonda

 

a. Estaca com camisa metálica

29
Tripé Soquete ou pilão

calço de madeira

Camisa metálica

eixo da estaca

b. Estaca sem camisa metálica

Tripé Soquete ou pilão

calço de madeira

eixo da estaca

Obs. Quando a abertura do furo é feito com a sonda, haverá retirada do material do
subsolo.
5.2.2.3 BROCAS
As brocas consistem simplesmente na perfuração manual do terreno por meio
de uma broca ou trado-cavadeira. O terreno é perfurado até o subsolo firme, usando
30
uma armação com estribos, enchendo depois com concreto seco, devendo ser
socado por meio de varas ou soquete.
As brocas apresentam algumas características, tais como:
 As condições do solo têm que ser coesivo e onde não existe água.
 Não há proteção das paredes da perfuração.
 Não há proteção do concreto fresco.
 Geralmente de pequenos diâmetros (variando entre 15 a 25 cm).
 Suas cargas não ultrapassam a 10 toneladas.
 Seu comprimento máximo é de 5.00 metros.
 Perfuração manual.
É um instrumento relativamente barato e obrigatório para os profissionais da
área civil que se dedicam ao ramo das construções, as brocas são feitas através do
uso do equipamento chamado de “Trado”. Os trados são peças de metal que
perfuram e retiram do solo o material escavado.
O limite de ação do trado é determinado pelo excessivo comprimento do cabo
que impossibilita a sua retirada do orifício, por isso que não se consegue perfurar
abaixo de 5.00 metros de profundidade. O diâmetro das brocas varia de 10 a 30 cm,
sendo o mais usado de 20 cm.
Durante a perfuração poderemos conhecer o subsolo por dois indícios:

1º - É a qualidade do solo que vai sendo retirado e examinado.

2º - É a resistência oferecida pelo terreno ao trabalho do trado, quando se encontra


camada resistente, o trabalho do trado é quase impossível, e isto é a melhor
comprovação de que se encontrou uma camada ideal para a base.
Se esta for encontrada até 5.00 ou 6.00 metros, o nosso problema estará
resolvido. Estes buracos serão preenchidos com concreto armado até quase à
superfície do solo, sobre às brocas correrá uma viga baldrame e sobre elas serão
levantadas as paredes. As resistências das brocas variam de acordo com o diâmetro
e o comprimento.
Ex: Uma broca de Ø 20 cm (diâmetro de 20 cm), suporta uma carga de 4 a 5
toneladas ( quando não armada ), de 6 a 7 toneladas (quando armada).
Um problema constante em que se enfrenta quando se faz uma broca é a
existência de água, sempre que perfuramos o solo abaixo do nível do lençol freático,
é evidente que o orifício se encherá de água.
No caso de encontrarmos água próxima da superfície, seremos obrigados a
perfurar mais abaixo para encontrarmos base firme, onde ficará cheio d’água.
A pratica de preencher com concreto seco (pedra + areia + cimento), sem a
mistura de água, não é aconselhável, porque quando nós lançamos os materiais no
orifício, a pedra + areia são mais pesados e irão ao fundo deixando somente o
cimento na superfície (isto não é concreto).
O correto é retirar a água (o equipamento usado é o sarilho) e deixara o
mínimo possível, para depois concretar.
Se estas camadas de boa resistência forem encontradas abaixo de 6.00 metros
é melhor recorrermos às estacas.

Obs. – As brocas ou estacas serão confeccionadas no fundo das valas.

6. ALICERCES
6.1 DEFINIÇÃO

31
As fundações ou alicerces são elementos destinados a suportar e transmitir ao
terreno as cargas de uma ESTRUTURA projetada. Podem ser “diretas” quando
forem rasas e podem ser “indiretas” ou profundas.

6.2 ABERTURA DE VALAS

Eixo
Alvenaria de Elevação (½ Tijolo)

Aço da viga baldrame

Nível do piso acabado

Viga Baldrame de Concreto Armado


Impermeabilização do Alicerce
(*) b

Alvenaria de Embasamento (1 Tijolo)

Lastro de Concreto Magro


ou de britas
( *) a

Eixo Alvenaria de Elevação (1 Tijolo)

Aço da viga baldrame

Nível do piso acabado

Impermeabilização do Alicerce
Viga Baldrame de Concreto Armado

(* ) b

Alvenaria de Embasamento (1 ½ Tijolo)

Lastro de Concreto Magro


ou de britas
( *) a

(*) – a : - A largura da vala depende da largura do alicerce, e que por sua vez
depende da largura da alvenaria de elevação.

32
(*) – b : - A altura da vala depende da declividade do terreno (mínima de 40 cm).

OBS. – “O fundo da vala será sempre em nível”.

Existem dois motivos pela qual serve a abertura de valas:

1. Para eliminar a possibilidade de escorregamento lateral (se levantarmos a


parede na superfície, elas seriam simplesmente apoiadas e haveria o risco de
escorregamento para os lados, sempre quando houver um esforço).

2. Aprofundando o alicerce, evitamos as primeiras camadas que podem ser


aterro ou misturadas com vegetação (corpos orgânicos) não merecendo
confiança como base.

Devemos, pois abrir valas que tenham largura suficiente para que permita o
trabalho de assentamento de tijolos no seu interior, que varia de acordo com a
largura das paredes.
Quando as alvenarias de elevação forem de 1 tijolo (20 ou 25 cm), o alicerce
será de 1 ½ (30 cm a 35 cm) e esta exige uma largura de 45 cm para as valas.
Quando as alvenarias de elevação forem de ½ tijolo (15 cm), o alicerce será
de 1 tijolo (20 ou 25 cm) e esta exige uma largura de 40 cm para as valas.
A profundidade será a necessária para que se encontre terreno firme e nunca
inferior a 40 cm (melhor 50 cm) no mínimo.
Quando o terreno apresentar um perfil inclinado, respeitando o mínimo de 40
cm de profundidade onde o terreno for mais baixo, e mantendo o fundo da vala em
nível, teremos como conseqüência o fato de, no ponto de cota mais elevada no
terreno aparecerem profundidades exageradas nos alicerces.
A solução correta é o fundo da vala, formando em degraus, cada lance é
mantido rigorosamente em nível, no qual o valor “h” deverá ser no mínimo de 40 cm
e elevaria de acordo com a inclinação do terreno e o comprimento dos degraus
planos.
Portanto devemos evitar h > que 50 cm.

Ex.
Supomos que um terreno tenha uma rampa de 10%, podemos calcular o
comprimento de cada degrau, onde a exigência é h = 40 cm e h 1 = 50 cm.

10%

h = 40 cm h1 = 50 cm

O comprimento do degrau será?

0.50 = 0.50 = 5.0 metros


10% 0.10
Há casos em que as valas chegam a ter profundidade até a 1.0 m ou mais,
para que se encontrem camadas do solo suficientemente resistente, abaixo desta
profundidade é aconselhável broca ou estaca.
33
Para que se possa escolher entre o emprego de brocas ou estacas é
necessário que se conheça a profundidade das camadas resistentes e este
conhecimento depende de uma sondagem, para obras de grande vulto. Quando se
trata de obras de pequeno e médio vulto, devemos ter conhecimento dos locais
construídos em torno da obra, porque tal sistema além de desnecessário seria muito
dispendioso.
Depois de aberta as valas, procedem-se o apiloamento do fundo da vala, para
conseguir a uniformização do fundo para em seguida preparar a camada de
concreto ou de britas que servirá de base do alicerce, pois a terra solta que existe no
fundo da vala não irá se misturar com o concreto ou britas.

6.3 SAPATA DE CONCRETO OU DE BRITAS

Sobre o fundo das valas, devemos aplicar uma camada de concreto (com traço
econômico), ou britas de uma espessura média de 10 cm, (normalmente não se
empregam ferros)
São duas as finalidades do uso das sapatas:

1º Aumentar a resistência do solo, pois tem uma largura maior do que a do


alicerce (aumentando, portanto a superfície de contato entre o alicerce e o terreno).

2º Uniformizar e limpar o piso sobre o qual será levantado o alicerce.


A largura das sapatas será a própria largura das valas, ou seja, para os
alicerces de 1 tijolo e meio (45 cm de sapata) e para alicerce de um tijolo (40 cm de
sapata).
Para conseguirmos uma superfície uniforme e em nível, colocamos algumas
estacas pequenas no fundo da vala, niveladas e depois lançamos o concreto ou
britas até a cota desejada, ficando, portanto em nível.

FUNDO DA VALA DESNIVELADO

(* ) b

Fundo da vala desnivelado


( *) a

FUNDO DA VALA NIVELADO

34
(* ) b

Fundo da vala nivelado

Lastro de Concreto Magro


ou de britas
( *) a

Estacas pequenas de madeira para nivelamento


do fundo da vala

6.4 ALICERCES DE ALVENARIA OU ALVENARIA DE EMBASAMENTO

São maciços de alvenaria sob as paredes e em nível inferior ao piso, ficando,


portanto semi-embutidos no terreno. Em geral tem larguras maiores do que das
paredes (procurando sempre aumentar a superfície de contato com o solo,
distribuindo assim as cargas concentradas).
Terão uma parte embutida no solo, justificando a abertura das valas, tendo a
finalidade de evitar possíveis deslocamentos laterais, por outro lado, o seu respaldo
ou superfície superior deve estar acima do nível do terreno, evitando assim que as
paredes tenham contato com a terra.
O assentamento dos tijolos nos alicerces será feito com fiadas em nível,
acompanhando as sapatas, preocupando-se em nunca esquecer da amarração dos
tijolos, ou seja, evitando a posição de “junta sobre junta”, para que não haja o
cisalhamento vertical, devido às juntas serem o ponto fraco da alvenaria. Os tijolos
empregados são do tipo comum (maciço).
Assentamento correto dos tijolos da alvenaria de embasamento (Tijolos
amarrados)
CORRETO

(* ) b

Alvenaria de Embasamento

.10 Lastro de Concreto Magro ou de britas

( *) a

Assentamento errado dos tijolos da alvenaria de embasamento (Junta sobre


Junta)

ERRADO

35
(* ) b

Alvenaria de Embasamento

Lastro de Concreto Magro


.10 ou de britas
( *) a

A argamassa empregada no assentamento é de 1 m³ de areia + 160 a 200 Kg


de cal + 100 Kg de cimento.
É sempre aconselhável fazer uma cinta de amarração no respaldo do alicerce,
devido aos esforços de solicitação sobre a obra e deverão ser anulados pelas citas
de amarração e também deverão anular os pequenos recalques do terreno evitando
portando as trincas.

6.5 VIGAS BALDRAME – (CINTAS DE AMARRAÇÃO)


No respaldo do alicerce será feita uma viga baldrame de concreto armado,
também chamada cinta de amarração de, onde a finalidade dessa viga é absorver e
transmitir os pesos decorrentes da alvenaria de elevação e os possíveis recalques
diferenciais. Quando o terreno é inclinado, a viga baldrame deverá ser executada em
“nível” e “ultrapassar os degraus”, fazendo uma superposição (conforme o
desenho abaixo).
Viga baldrame

Superposição da viga

As vigas baldrame são construídas de 3 (três) maneiras diferentes:

6.5.1 “Tijolos em espelho”

a. Simples

b. Duplo

a. Tijolo em espelho “Simples”

36
(* ) b

Alvenaria de Embasamento

.10 Lastro de Concreto Magro


ou de britas
( *) a

b. Tijolo em espelho “Duplo”

(* ) b

Alvenaria de Embasamento

.10 Lastro de Concreto Magro


ou de britas
( *) a

6.5.2 Canaletas de barro

a. Simples

b. Dupla

c. Canaletas “Simples”
37
(* ) b

Alvenaria de Embasamento

.10 Lastro de Concreto Magro


ou de britas
( *) a

d. Canaleta “Dupla”

(* ) b

Alvenaria de Embasamento

.10 Lastro de Concreto Magro


ou de britas
( *) a

6.5.3 Tábua
Prego
Pedaço de madeira para travar as tábuas
Estribos

Mão francesa Mão francesa


38
Arame de travamento

(* ) b

Alvenaria de Embasamento

.10 Lastro de Concreto Magro


ou de britas
( *) a

A ferragem da viga baldrame, consiste em colocar 4 ou mais ferros


longitudinalmente, com estribos fechando e amarrando os ferros ou armadura
principal e depois fazendo o enchimento com concreto forte no traço 3 : 1 e depois
da cura do concreto será colocado um impermeabilizante.

6.6 IMPERMEABILIZAÇÃO DOS ALICERCES

6.6.1 ARGAMASSA CONTENDO IMPERMEABILIZANTE

argamassa sem impermeabilizante


Alvenaria de Elevação

Camada de impermeabilizante
junto com a argamassa de
assentamento

Viga Baldrame de Concreto Armado


Impermeabilização do Alicerce

Caminho percorrido pelas águas


Alvenaria de Embasamento

A água existente nas camadas subterrâneas conserva permanentemente


úmido o solo, e o alicerce absorve esta umidade que, assim, pode subir no tijolo por
capilaridade, podendo atingir (teoricamente) 2.0 metros ou mais de altura. O tijolo é
constituído de material poroso de grande absorção, por isso é indispensável
impermeabilizar no respaldo do alicerce, local este mais indicado, por ser o ponto de
ligação entre a parede que está livre de contato com o terreno e o alicerce.
A camada impermeável (com 1.50 cm de espessura), devendo dobrar
lateralmente no mínimo 15 cm, também devemos colocar impermeabilizante nas
duas primeiras fiadas da alvenaria de elevação, reforçando ainda mais a vedação.
39
Dosagem: A argamassa de cimento e areia (1:3) + impermeabilizante (Vedacit), ou
seja:

1 lata de cimento (18 litros)


3 latas de areia (54 litros)
l.0 litro de Vedacit

 1.0 litro de impermeabilizante (Vedacit) para cada ½ saco de cimento.


Esta mesma dosagem é feita para o assentamento das duas primeiras fiadas
da alvenaria de elevação.

OBS. A argamassa com que vamos fazer a impermeabilização não pode ser
queimada, para evitar trincas, deverá ser somente desempenada.

6.6.2 PINTURA DA SUPERFICIE DE IMPERMEABILIZAÇÃO

É feita com piche líquido (Neutrol). O piche penetra nas possíveis falhas das
camadas, corrigindo os pontos fracos. Aconselhamos muita atenção na aplicação da
impermeabilização, pois uma impermeabilização mal feita continuará, pois não
existe remédio, as paredes permanecerão úmidas, a pintura mancha, embolora, e o
ambiente permanecerá úmido e nada mais poderá ser feito, a não ser retirar o que
está feito e reconstruir novamente.

7. LEVANTAMENTO DAS PAREDES DA ALVENARIA DE ELEVAÇÃO

Cantilhão ou Escantilhão

Linha

Respaldo do alicerce
Após a impermeabilização feita, deixamos por 1 ou 2 dias, para a secagem,
depois começaremos a “destacar” (colocação das primeiras fiadas de tijolos da
alvenaria de elevação) as paredes (alvenaria de elevação), com as duas primeiras
fiadas contendo impermeabilizante, obedecendo a planta arquitetônica.
O levantamento de paredes se inicia pelos cantos principais, onde os tijolos
devem ser molhados previamente, para não absorver a água da argamassa de
assentamento. Inicia-se o trabalho partindo de uma extremidade e assentando o
tijolo sobre uma camada de argamassa estendida no respaldo do alicerce.
Os cantos são levantados em primeiro lugar, porque desta forma o restante da
parede será erguido sem preocupação.
40
(*) Nota

a. Os cantos serão sempre amarrados uns aos outros, quando em alvenaria,


quando em concreto, deixar pontas de ferro no pilar para se fazer a
amarração.

b. As amarrações também de todas as paredes deixando juntas


desencontradas, mantendo essas juntas em linha inclinada de 45º, na qual
beneficia a resistência estrutural para paredes revestidas.

O alinhamento horizontal é obtido por duas maneiras diferentes:

1. Com a colocação de 2 tijolos extremos, previamente nivelados, em cujas


extremidades corre a chamada “linha”, que se estende com o auxílio de tijolos e
depois por meio de pregos colocados nas juntas. A horizontalidade é conferida
com o auxilio do “nível de pedreiro”, que de vez em quando é aplicado.

2. O uso do Cantilhão ou Escantilhão, as alturas e as espessuras dos tijolos


podem ser controlados por uma régua, chamada de Cantilhão ou Escantilhão,
onde são marcadas as espessuras das fiadas, servindo como guia. O Cantilhão
consiste de uma régua de madeira, com comprimento do “pé-direito” (distância
que vai do piso ao teto) do andar. Esta graduação é feita de fiada por fiada,
incluindo a espessura de 1,50 cm da argamassa de assentamento, marcada
geralmente com serrote. Ex. As graduações feitas são de 6,50 cm em 6,50 cm,
ou seja, 5,0 cm de espessura dos tijolos (que são variáveis) + 1,50 cm de
espessura da argamassa.
O alinhamento vertical é obtido pelo “prumo de face”.
O tijolo é assentado à mão e colocado até tomar posição certa, percutindo-se
ligeiramente com o cabo da colher, o excesso de massa é tirado com a colher e
jogado no caixão. Como os tijolos sempre apresentam pequenas diferenças de
dimensão, a parede é aprumada num das faces, ficando a outra irregular, devido às
irregularidades do tijolo. A esta operação chamamos de “Facear”. A face regular
deve ser a externa, mesmo porque os andaimes são feitos por fora e o pedreiro
pode trabalhar essa face.
Quando as paredes atingirem a altura de 1.50 m aproximadamente, devem-se
providenciar os andaimes para que possa dar continuidade com os levantamentos
das paredes até a altura desejada (pé–direito). Os andaimes são feitos de tábuas de
pinho de 2,5 cm x 30 cm e pontaletes de 7,50 cm x 7,50 cm de pinho ou eucalipto.
Os vãos das portas e janelas serão deixados em aberto, obedecendo às
medidas previstas na planta, também não devemos esquecer de deixar a folga
necessária para o encaixe dos batentes, já que as medidas das plantas são de vão
livre.
Assim para as esquadrias de madeira, devemos acrescentar:

 Para portas = 10 cm na largura (5 cm de cada lado) + 5 cm na altura.


 Para janelas = 10 cm na largura (5 cm de cada lado) + 10 cm na altura (5 cm de
cada lado).

OBS.

41
1. Nas esquadrias de ferro que não utilizam batentes serão acrescidos 3 cm
(tanto na altura como na largura).

2. Nos vãos das portas, devemos colocar tacos de madeira para a fixação dos
batentes, como no exemplo abaixo.

Vergas de concreto

Tacos de madeira para fixação

Vão da porta batentes

Furos para colocação dos parafusos

8. VERGAS
Sobre o vão das portas e sob o vão das janelas devem ser construídas as
“vergas”.
Vergas são vigas de concreto que são localizadas nos vão das portas e janelas
(abaixo ou acima), e o seu papel é evitar trincas decorrentes das cargas da alvenaria
acima dos vãos.
Quando estas vigas estão acima dos vãos são chamadas simplesmente de
vergas ou vergas superiores e seu papel é suportar as cargas decorrentes da
alvenaria que estão acima desta; mas quando estas vigas estão abaixo do vão das
janelas são chamadas de contra-vergas ou vergas inferiores e o seu papel é
distribuir as cargas concentradas, uniformemente pela alvenaria inferior, como
mostra na figura abaixo.
As conseqüências da falta destas vergas podem ocasionar:

a. Faltando a verga superior, a carga acima do vão incide sobre a esquadria


fazendo-a deformar.
b. Faltando a verga inferior, a alvenaria ficará sujeita a carga concentrada nos
lados do vão e sem carga no centro. Esta diferença de solicitação fará com
que surjam rachaduras na alvenaria (pé-de-galinha), visíveis no revestimento,
estas trincas aparecem a 45º.

1. Sem vergas superiores e inferiores

42
Esquadrias danificadas
pelo peso da alvenaria
acima do vão.

45º

Trincas devido às cargas concentradas

2. Com vergas superiores, inferiores e viga de travamento da laje

Cargas distribuídas Viga de travamento da laje


Cargas concentradas

Cargas distribuídas

3. Com vigas de travamento da alvenaria e viga de apoio da laje

43
OBS.

1. Não devemos esquecer que as vergas devem ultrapassar a largura dos vãos,
pelo menos 30 cm de cada lado, para melhor apoio.
2. Quando chegar na altura desejada (pé-direito), devemos fazer uma viga de
apoio da laje no respaldo da alvenaria de elevação, para a distribuição do
peso decorrente da laje.

BIBLIOGRAFIA
1. BORGES, Alberto de Campos - Prática das Pequenas Construções – Editora
Edgard Blücher Ltda., Volume I – 7ª edição revisada, 1.979.
2. AZEREDO, Hélio Alves – Prática de Construção Civil - Editora Edgard Blücher
Ltda., 1.987.
3. APOSTILA DO CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO
PARANÁ – Departamento de Construção Civil – Tecnologia das construções
Volume I, II.
4. MÃOS À OBRA – A.B.C.P (Associação Brasileira de Cimento Portland)
5. YAZIGI, Walid – A Técnica de Edificar – Sinduscon – PINI – 1.998.
6. CAPUTO, Homero Pinto, Mecânica dos solos, Ao Livro Técnico SA, Rio de
Janeiro.
7. MANUAL DO ENGENHEIRO GLOBO – Editora Globo – Porto Alegre, 1.977.
8. APOSTILA DO CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO
PARANÁ – Mecânica dos Solos I e II.
9. APOSTILA DE MECÂNICA DOS SOLOS – Victor F. B. de Mello, 1.975.
10. APOSTILA DE ENSAIOS DE LABORATÓRIO DE SOLOS – Departamento de
Geologia e Mecânica dos Solos da Universidade de São Paulo – Escola de
Engenharia de São Carlos – João Baptista Nogueira – 1.976.
11. ANOTAÇÕES DE AULA.

44

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