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A EaD COMO APOIO AO ENSINO PRESENCIAL


Novos paradigmas, o cyber-aluno e o cyber-professor

THE DISTANCE LEARNING AS A SUPPORT TO CLASSROOM


New paradigms, the cyber-student and the cyber-teacher

Évelyn Parrilha Bisconsin1


UniRitter, Rio Grande do Sul
Gabriele Sarmento2
UniRitter, Rio Grande do Sul
Lucia Spier3
UniRitter, Rio Grande do Sul

Resumo
O presente trabalho tem como objetivo expor algumas potencialidades do uso
de ferramentas de Educação a Distância (EaD) como forma de enriquecer
aulas e atividades expositivas no dia-a-dia escolar. Além disso, mostra-se a
importância de um novo professor, um profissional preparado para lidar com
questões que ultrapassam a didática e o pleno domínio dos conteúdos,
assumindo papel de liderança e de gerenciamento dos alunos, que também
são constantemente estimulados por informações e mídias. Assim, traça-se um
novo cenário da aprendizagem, onde o papel do educador se modificou com a
entrada do advento internet em nossas vidas.
Palavras-chave: Ferramentas de EaD, Interação, Aprendizagem

Abstract
This paper aims to expose the potential use of Distance Education tools as a
way of enriching lessons and activities in the school. Furthermore, it shows the
importance of a new teacher, a professional prepared to deal with issues
beyond the didactic and the full content area, being a leadership and
management of students, who are also constantly stimulated by information and
media. So, it draw a new picture of learning, where the educator's role has
changed with the coming advent of internet in our lives.
Keywords: Tools for Distance Learning, Interaction, Learning

1
evelynbisconsin@gmail.com
2
gabrielesarmento@gmail.com
3
lucia@spier.art.br
2

1. Introdução

Este artigo se propõe a mostrar que ferramentas de Educação a Distância


(EaD) podem ser utilizadas como um forte apoio a disciplinas (práticas ou
teóricas) realizadas em sala de aula, de modo a melhor integrar alunos (entre
si), professores, conteúdos e todo o universo de informação disponível na
internet.

O propósito de utilizar as ferramentas de EaD como apoio a aulas presenciais


partiu do projeto Jogos Empresariais Juniores, desenvolvido pelas mesmas
autoras. Neste projeto, desenvolvido para as disciplinas Educação para o
processo Criativo e Educação Projetual a Distância4, foram propostas atividades
dentro e fora da sala da aula, com objetivo de treinar o empreendedorismo de
estudantes de quarta à sétima série do Ensino Fundamental. Com o foco
“envolvimento sustentável”, haveria sempre a junção dos conceitos de
empreendedorismo e de competitividade com sustentabilidade e cidadania.

O escopo inicial foi o de ajudar e assessorar os estudantes na criação de


empresas que reciclassem papéis e, a partir dessa matéria-prima,
manufaturassem blocos, caixas e demais objetos similares. Da criação da
empresa, seu nome, marca, passando pela divisão de tarefas, de setores,
até uma feira final na qual os estudantes poderiam vender e competir entre
si pelos clientes, a atividade se daria paralelamente entre aulas expositivas
e acompanhamento a distância. Assim, as ferramentas de EaD se tornariam
fundamentais, dada a complexidade do projeto5 e o ritmo dos alunos hoje
em dia.

Os alunos contemporâneos, de acordo com a faixa etária dos estudantes entre


a quarta e sétima série do Ensino Fundamental, fazem parte de uma geração
que já nasceu em contato com diversas tecnologias e descobriu o mundo por
meio de várias mídias, como computadores, notebooks, smartphones, internet
sem fio (wirelless e 3G), dentre tantos outros. Logo, não faz sentido limitá-los
ao aspecto analógico de lápis e cadernos em sala de aula. Conforme Carvalho
(2008), todos estamos conscientes dessa grande evolução tecnológica a que
os professores não podem ficar alheios, porque os nossos alunos não o estão.
Deve-se diminuir a separação entre a escola e o meio envolvente, cada vez
mais dominado pelo acesso aos serviços proporcionado através da Internet.

Mesmo com esse montante de informação disponível on-line, o professor


segue tendo papel fundamental no processo de aprendizagem, pois de nada
adianta informação sem reflexão ou organização. Esse professor passa de
mestre autoritário (conforme modelos tradicionais de educação) a um tutor
de informação, com papel de estimular a colaboração e a interação entre
todas as partes. Segundo González (2005), o professor atual tem que

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Disciplinas do Mestrado em Design, UniRitter, Porto Alegre/RS, 2010
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Acredita-se que não só para total acompanhamento dos professores, mas também para que os pais
dos estudantes possam verificar de perto as atividades, as ferramentas virtuais têm papel fundamental no
andamento dos projeto.
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encorajar o trabalho em grupo e promover situações que favoreçam o


pensamento autônomo, para que os aprendizes deixem de ser dependentes
de qualquer autoridade acadêmica e possam, por eles mesmos, desenvolver
habilidades e recursos próprios.

Neste contexto, este artigo está dividido em 4 seções que apresentam: (i) o
contexto da Educação a Distância nos duas atuais, com o advento da internet;
(ii) o aluno de hoje, o cyber-aluno e o professor, hoje o cyber-professor; (iii) o
modelo de redes da internet, ou seja, o hipertexto, sua estrutura sistêmica e
como isso consegue se aproximar mais do funcionamento da mente do que
uma aula expositiva, e; (iv) por fim, tem-se, algumas considerações finais.

2. EaD e Internet –Interação e Colaboração

As constantes variações e mutações do mundo em que vivemos atingem a


tudo e a todos, mesmo que de maneiras diferentes, transformando e
aperfeiçoando, também, as várias áreas de conhecimento. Assim, o ensino
deve buscar utilizar-se de novas ferramentas, visando disponibilizar de forma
rápida, fácil e acessível os mais diversos conteúdos e informações.

“A Internet é basicamente o meio de veiculação e difusão dos


conteúdos de ensino. No Ensino à Distância – EAD, a Internet
vem se constituindo em um novo e interativo meio para
suprimir limitações de tempo e distância na atenção aos
alunos. O computador, então, constitui-se como elemento de
produção, transmissão e armazenagem dos cursos e do
conhecimento” (MONTEIRO et. al., 2000, p. 19).

A EaD utiliza a Internet como ferramenta para garantir a troca, a interação e a


atualização dos conteúdos, tudo em tempo real. Os inúmeros recursos
disponibilizados no ambiente virtual tornam-se eficientes ferramentas para que
o professor possa transmitir seus conhecimentos e também descobrir novas
formas de fazê-lo, além, é claro, de sua importância no auxílio à organização e
preparação das aulas e dos conteúdos a serem explorados. “A tarefa
organizativa do professor também é transparente, demandando uma
preparação detalhada das atividades a serem solicitadas e dos materiais
necessários para suporte das mesmas.” (OLIVEIRA, 2005, p. 62).

Para que haja uma eficiente comunicação entre professores e alunos, a


interação se mostra como aspecto essencial para o bom aprendizado nos dias
atuais. Defendida como o melhor caminho para obtenção do sucesso na
compreensão de conteúdos, oportuniza espaços para que os alunos ajam com
total pró-atividade, sem timidez ou tédio diante dos temas propostos. Segundo
Lévy, (1996 apud Szabluk, 2008), “quanto mais ativamente uma pessoa
participar da aquisição de um conhecimento, mais ela irá integrar e reter aquilo
que aprender.” E Oliveira (2005), mostra que a filosofia por trás da EaD,
baseada em atividades permanentes, consegue eliminar a sensação de perda
de tempo, propiciando uma maior interação entre os alunos e professores, que
passam a ser “parceiros” no intuito de cumprir os trabalhos estabelecidos.
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Essa parceria, ou seja, esse trabalho colaborativo, favorece a participação do


aluno, pois ele passa de um simples receptor da mensagem para um peça
atuante no processo educativo. Esse intercâmbio de conhecimento também
pode ser percebido na interação entre os próprios alunos, que descobrem, no
ambiente virtual, mais um canal de troca, ampliando os estudos em grupo e a
interação entre as diversas peças do mecanismo do aprendizado na EaD,
como pode ser observado na figura 1.
“Ele (o aluno) se depara, de um instante para outro, com uma série
de atividades concretas a serem realizadas: leituras a fazer, textos
a escrever, pesquisas a executar, assuntos a pensar, dentre outras
possibilidades. Tudo está organizado com prazos claros e
transparência permanente dos avanços atingidos por cada um”
(OLIVEIRA, 2005, p. 62).

Figura 1: Ambiente EAD proporcionando total interação entre


alunos, conteúdo e professor (Fonte: dos autores)

3 . Contextualização

A escola não possui mais o papel centralizador e único de difusão de


conhecimento. Hoje temos a possibilidade de obter informações através de
diversas mídias, e, destacando-se entre todas pela agilidade de compartilhamento
de informação, a internet faz com que o aluno esteja conectado ao mundo. A esse
aluno chamaremos, aqui, de cyber-aluno que, por sua vez, faz com que deva
surgir um novo tipo de professor, o cyber-professor.
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3 .1 O cyber-aluno

Atualmente há a possibilidade de todos fazermos parte de redes sociais na


internet através de diversas ferramentas nela disponibilizadas. Logo, esse cyber-
aluno tem a possibilidade de interagir com outros atores sociais e com a
produção de cultura, ou seja, ele é, desde cedo, um cidadão conectado. Isso é
reforçado por Carvalho, quando afirma que “Deixou a escola de ter o papel de
único transmissor de conhecimentos. Agora, as exigências pessoais de
conhecimento, extravasam os muros da escola, da cidade, do país” (2008, p. 17)

Assim, não se pode cercear esse cyber-aluno com tarefas aquém do seu
potencial intelectual (seja em se tratando de conteúdos ou de atividades
propostas) num momento em que ele é constantemente estimulado por
diversas informações, num contexto agitado e sistêmico de recebimento
ininterrupto de dados, conforme mostra a figura 2. “Os alunos atuais
simplesmente não conseguem mais estar atendendo processos lentos como
uma aula tradicional. Eles têm mentes acostumadas, desde crianças, a cenas
que mudam em alta velocidade, e vivem submersos numa cultura de estímulo
ao agito mental.” (OLIVEIRA, 2005, p. 64).

Figura 2 – Constante estímulo do aluno por diversas mídias,


redes socias virtuais e reais (Fonte: dos autores)
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Um professor que visa preparar um profissional do futuro precisa agir de modo


a conjugar as ferramentas de EaD com uma aula expositiva e prática,
orquestrando conteúdos, novidades e tarefas de acordo com os interesses da
sua turma. Além do material destinado à EaD ser passível de modificações
imediatas, conforme desperte ou não o interesse dos alunos, ele está de
acordo com o momento em que vivemos. González (2005), além de defender
que é impossível, no século XXI, se pensar em um ensino baseado unicamente
na aula expositiva, ainda defende que:

“A educação deve preparar para a vida, deve integrar a


recriação do significado das coisas, a cooperação, a
discussão, a negociação e a solução de problemas. Para tanto
deve-se utilizar metodologias ativas que favoreçam a interação
entre os alunos, a interação social e a capacidade de
comunicar-se, de colaborar; a mudança de atitudes, o
desenvolvimento do pensamento e a descoberta do prazer de
aprender, ao mesmo tempo em que se incentiva atitudes de
cooperação e solidariedade” (GONZÁLEZ, 2005, p. 2).

A esse professor, que deve estar preparado para atender a todas as


necessidades dos alunos, de modo a gerir não só o conhecimento, mas também
os centro de interesse de uma determinada turma por um período de tempo,
mantendo-se sempre atual e informado, daremos o nome de cyber-professor.

3 .2 O cyber-professor

E como deve agir este novo profissional? Como este professor deve deixar de ser
“analógico” para ser “digital”? Que características este educador deve possuir?

Além de um professor, este novo profissional deve ser um tutor de


informação. Cabe a ele gerenciar as tarefas dos alunos (presencialmente e
virtualmente) e conseguir distinguir as melhores abordagens para os
diversos conteúdos, de modo a conseguir gerar um perfil de turma ou de
aluno e, por conta disso, manter alto o interesse nos estudos desenvolvidos.
Esse cyber-professor é um juiz do jogo de conhecimento, pois ele não pode,
em momento algum, abandonar o aluno no ambiente virtual, muito menos
cercá-lo, não permitindo que ele crie seus próprios métodos de
aprendizagem. Ele possibilita e estimula as ações dos seus alunos,
mantendo-se sempre à disposição, ou seja, mantém um olhar onipresente
sobre os espaços físicos e virtuais, incentiva boas ações e atitudes pró-
ativas e cessa, sem constrangimento, atitudes de falta de interesse e de
abandono do estudo.

Está a cargo desse profissional também, encorajar os processos colaborativos e


manter o aluno conectado com a disciplina e com os colegas, bem como auxiliá-
los em suas dificuldades específicas, buscando alternativas para facilitar o
processo de aprendizagem. Assim, esses jovens estarão preparados e treinados
para um futuro profissional interdisciplinar, cientes de que o conhecimento só pode
existir como construção coletiva, como mostram Monteiro, Cosentino e Merlin:
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“Com o todo revelando-se maior que a simples soma


das partes, com o individual cedendo espaço para o
coletivo, o ambiente conectivo atua como um
importante elemento indutor de atividades
colaborativas. Essa acepção deriva do fato de que os
processos virtuais permitem, além da conectividade,
uma integração mais efetiva entre os alunos. Por
exemplo, esses ambientes podem eliminar as
lideranças autoritárias, que inibem a participação dos
demais, e as barreiras da timidez. Tornando mais
distribuída a participação dos alunos, a EAD
contribuirá para a melhoria da qualidade dos trabalhos
elaborados e para o comprometimento dos alunos”
(MONTEIRO et. al., 2000, p. 13).

4 . EAD, internet e hipertexto

A sequência estática e linear em que se apresentam os textos, em material


impresso, quando apresentada dentro de um ambiente dígito-virtual, pode ser
organizada de outras maneiras, possibilitando uma leitura dinâmica e não
linear. O sistema de hipertexto existente na internet assemelha-se ao
pensamento humano por não seguir uma linearidade. O termo hipertexto foi
originado no início da década de 60, por Ted Nelson. De acordo com Lévy:
“O hipertexto[...] leva adiante um processo já antigo de
artificialização da leitura. Se ler consiste em selecionar, em
equalizar, em construir uma rede de emissões internas ao
texto, em associar a outros dados, em integrar as palavras e
imagens a uma memória pessoal em reconstrução
permanente, então os dispositivos hipertextuais consistem de
fato uma espécie de objetivação, de exteriorização, de
virtualização dos processos de leitura.” (1996, p.43)

Assim como o nosso pensamento, o hipertexto trabalha por meio de associações,


o que faz dele um instrumento rico e adequado para a prática do ensino. Por conta
disso, o uso de ferramentas de EaD une tecnologia, educação e conhecimento,
cujas estruturas intuitivas e interativas facilitam e estimulam os alunos a participar
de forma mais independente das tarefas. E, claro, quanto mais os alunos
participam, mais conhecimento eles adquirem e a retenção do que foi aprendido
torna-se mais natural.
Diante deste panorama, as necessidades dos tempos modernos entram em
sintonia com as novas ferramentas de ensino, e a internet, com seu sistema de
hipertexto, encaixa-se perfeitamente nessa nova forma de aprendizagem.

5 . Considerações Finais

Nota-se, a partir da discussão proposta neste artigo, que o que se faz mais
importante é a preparação do professor para bem atuar neste novo cenário de
cyber-alunos e de ferramentas de EaD. Considerado um super-cyber-professor,
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este profissional, além de estar preparado pela didática convencional, deverá


possuir as seguintes características:

 Gerenciamento, para conseguir lidar com o fluxo de informações, com a


parte organizacional e com o ânimo dos alunos, lidando com tarefas
virtuais e expositivas sem perder o controle dos conteúdos;
 Sensibilidade e intuição, para visualizar o momento em que se deve
manter num mesmo caminho/foco e o momento em que se deve mudar
totalmente a abordagem dos assuntos e as tarefas propostas, de acordo
com o retorno de seus alunos, além, é claro, para o bom trato com os
alunos durante as atividades.
 Domínio de ferramentas EaD, para melhor estruturar o gerenciamento e
o retorno da turma;
 Cultura e pró-atividade, pois, do mesmo modo como as informações
estão disponíveis para ele, elas o estão para os alunos e ele, como
professor, precisar estar sempre alguns passos à frente dos seus
alunos, como característica de líder e formador de opinião.

Fica claro, também, que essas ferramentas são o mapa do futuro na educação
e que vale a pena todo e qualquer professor (independente da idade ou classe
social de seus alunos) voltar-se para este universo que se abre, de modo a
formar e estimular estudantes cultos, interessados e visionários, mesmo que
seja via interferências em aulas expositivas. Ou seja, não se pode fechar os
olhos para as diversas informações e novidades que a internet, com todo seu
potencial de esclarecimento e descoberta, nos oferece.
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6. Referências Bibliográficas

CARVALHO, Ana Amélia A. (org.) Manual de Ferramentas da Web 2.0 para


Professores. Universidade do Minho, Portugal, DGIDC, 2008.

GONZÁLEZ, Fernando Santamaría Ferramentas da web para a


aprendizagem colaborativa: weblogs, redes sociais, wikis, web 2.0, em
http://www.scribd.com/doc/21015722/Artigo-2005-Ferramentas-Web-para-
aprendizagem-colaborativa-Fernando-Santamaria-GONZALEZ acesso em
28/08/2010

LÉVY, Pierre. O que é virtual?. São Paulo: 34, 1996

MONTEIRO, A. V.; COSENTINO, Aldo; MERLIN, L. Tendências pedagógicas e


ensino à distância: conjeturas em direção a uma universidade colaborativa. In:
A GESTÃO acadêmica em debate. Florianópolis: Insular, 2000. cap. 5, p. 151-
183.

OLIVEIRA, Celmar Corrêa de; PILOTTO, Fernando Gonçalves. (orgs)


Educação à distância e processo. Porto Alegre: Evangraf, 2005.

SZABLUK, Daniela. Brinquelândia: sítio virtual para educação e


entretenimento infantil. Porto Alegre: Uniritter, 2008

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