PROFESSOR E APRENDIZAGEM: PERSPECTIVAS DISCENTES

Este texto compõe uma coletânea denominada Educação Superior e

Aprendizagem, escrito por Marcelo Almeida de Camargo Pereira e Vera Lucia
Felicetti. Introduz o assunto mensurando o ambiente de estudo, o papel do
professor, como o mercado entusiasma a vida e as escolhas dos alunos. Os autores
buscaram analisar o ensino por competências visto pelos alunos aplicando uma
pesquisa baseada na experiência deles no ensino superior tecnológico. Descrevem
que há professores que demonstram sua expertise técnica, outros que trazem suas
reflexões e experiências para as aulas e um terceiro que idealiza no ensino uma
forma de possibilitar uma independência do aluno e perante sua sociedade. Há
menção sobre a perda de identidade do professor, uma vez que o mesmo apenas
deve seguir planos pré-definidos e não atuar diretamente na formação dos alunos, a
adesão, ação e autoconsciência reforçam a identidade do docente, entretanto,
contrariando a informação inicial, do mesmo se exige e lhe coloca nas mãos toda a
responsabilidade. Neste contexto, se inclui a tema da constituição dos saberes
docentes, que podem ser plurais em função das fontes adquiridas (como pessoa,
aluno, trabalhador e literatura) e temporais, em função do tempo em que absorveu
as experiências. Muitas são as influências sobre os saberes do docente, somados
ao processo de autonomia e com a identidade, a complexidade deste ambiente é
evidenciado, formando e cercando o docente.
O autor em sua pesquisa para o mestrado buscou identificar como o aluno a
partir da aprendizagem por competências, visando o docente, objeto desse estudo
com 3/12 das perguntas.
Os autores conceituaram competência como:

“Através de autores da Educação e da Administração, propomos como

conceito de competência, nesse aspecto, a mobilização de saberes,
atitudes, experiências, reflexões e tecnologias, de forma integrada e
complexa, que agrega valor ao sujeito e ao seu trabalho, em situações de
complexidade crescente e em um espaço de tempo apropriado. ”
(GUIMARÃES, 2015 – p160)

Aos alunos as indagações foram em relação ao tipo de professor, de aula que

seria mais eficiente para aprender por competências e qual tem mais apreço.

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 Os alunos invocam que o professor deve emocionar. Ser diferenciado,
confiante, dominar os conteúdos, repassar o conhecimento, demonstrar
tranquilidade (mantendo o mesmo tom vocal), objetivo, didática, postura do docente.
Compreender a necessidade da turma e em casos específicos trabalhar de forma
individual, com exemplos do cotidiano. Buscar atentar para as definições para não
perder tempo com assuntos dispersos. Neste contexto da aula, os autores
identificaram características importantes como: fazer a turma se apaixonar pelo
docente, manter a atenção e profissionalizar os discentes. Há dificuldade de falar no
docente sem relacionar o discente, muitas vezes ocorre um bloqueio seja do
conteúdo ou até do professor e isso influencia diretamente a aprendizagem do
aluno. Para cativar o aluno depois de horas de trabalho, os exemplos devem ser
alinhados á pratica do dia a dia. O docente ideal, vislumbrado pela pesquisa, é
aquele que consegue identificar a turma, utilizar métodos diferentes de ensino,
definindo a didática adequada, e que busca a participação efetiva do discente em
sua aula.
Quanto a aula, os estudantes misturaram suas opiniões com as
características do docente. A dinâmica da aula, como são utilizadas as ferramentas
de ensino e como são aplicadas na aula e na prática, especialmente se há
participação do discente, o que fica comprometida com a quantidade de distrações
que possuem, prevalecendo a atitude de interesse desse aluno. O docente deve
querer transmitir e o aluno a receber, ao perceber isso, verificar o interesse, esse
processo torna-se mais fácil. Isso é demonstrado ao conceituar:

“a natureza das relações que permeiam a interação entre os alunos e entre

os alunos e docentes são tão importantes para a aprendizagem e
desenvolvimento dos alunos quanto o ensino.” (GUIMARÃES, 2015 – p166)

A aula que possuir interação é dita como a melhor, pois o aluno está engajado
a construir conhecimento junto ao docente que domina o contexto. Porém deve ser
contextualizada para não perder a ideia central, necessária para resolver problema
do dia a dia. Essa relação teoria e prática deve ser analisada sob a ótica do perfil
profissional buscado. Logo os alunos buscam aulas com matéria/conteúdo; onde o
professor demonstra domínio sobre o contexto, indagando e permitindo uma
interação na aula, relacionando teoria e prática.
Por fim, é possível entender o que pensam alguns alunos quanto ao ensino
por competências. O professor colabora diretamente para o ensino por
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aprendizagem, através de seus saberes. Reforçando que aquele que busca
participação, exercita, mostra como aplicar e paternaliza seu aluno, possui
diferenciação para o grupo de alunos entrevistados, melhorando a aprendizagem. O
professor é complexo em função de suas origens e como desenhou seu perfil. Aliado
as mais diversas formas de distração dos alunos e/ou cansaço, o professor deve de
acordo com os autores ter o seguinte papel:

“O papel do professor, em resposta à proposta deste artigo, é uma mistura

de saberes, plasticidade, rigidez, valores, afetos, acolhimento e
receptividade ao aluno. ” (GUIMARÃES, 2015 – p168)

Sendo assim, sugerem que se deva olhar de forma humanizada para o

ensino, que o aluno pode ser um problema e que merece um olhar mais
aprofundado para que se resolva o problema inicial e o mesmo possa se
profissionalizar e ascender.

REFERÊNCIAS
ENGERS, Maria Emília Amaral; MOROSINI, Marilia Costa e FELICETTI, Vera
Lucia, orgs. Educação superior e aprendizagem – Higher education and learning. –
Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015.
PEREIRA, Marcelo Almeida de Camargo. A aprendizagem de competências
evidenciadas pelos alunos do curso de tecnologia em comércio exterior. 2014. 130f.
Dissertação (Mestrado em Educação). Centro Universitário La Salle (UNILASALLE),
Canoas, 2014.

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