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LOTARIA PRÓXIMA, 8ª EXTRACÇÃO DA LOTARIA 24/02/2018
7ª EXTRACÇÃO 1º PRÉMIO -1.250.000,00MT

1º - 40542 - 1.000.000,00MT PREVISÕES DE 
JACKPOT
2º - 22383 - 50.000,00MT TOTOBOLA - 1.083.931,99MT

3º - 25545 - 25.000,00MT TOTOLOTO - 646.185,10MT
 

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2
TEMA
TEMADA
DASEMANA
SEMANA Savana 23-02-2018

Desconcentração, descentralização ou democratização?

O olhar de Michel Cahen


- A pressão político-militar obrigou a Frelimo a negociar
-“(...) a propaganda armada da Renamo permitiu Dhlakama recuperar espaço político”

C
Por Francisco Carmona
onhecedor profundo da
realidade moçambicana, tido. E muitas vezes, se um can-
didato, mesmo membro de um
o académico e historia-
partido, for também mais potente

o
dor francês Michel Ca- loc
localmente que o seu partido, este
hen não tem dúvidas de que foi candidato vai influenciar a dele-
a pressão política e militar exer- gação local do partido, autono-

log
cida pela Renamo que obrigou o mizando-a parcialmente relativa-
Presidente da República, Filipe mente ao partido nacional. Acha
Nyusi, a propor à Assembleia que o MDM tem interesse em
da República(AR) mudanças no romper com Manuel de Araújo
processo de descentralização do em Quelimane? Claro que não!
país. Um Manuel de Araújo, em Que-
“Constato que é o facto de a Re- limane não está nada em perigo

ció
namo ter adoptado uma estraté- por causa do novo dispositivo e
gia político-militar que obrigou tem larga margem de manobra
o poder da Frelimo a negociar. dentro do MDM. As últimas
Era essa a única maneira? Penso eleições na Beira comprovaram
que não”, defende Michel Ca- o que digo: nas autárquicas de
hen em entrevista ao SAVANA. 2013, Daviz Simango teve muito
Sobre um dos aspectos mais mais votos para ser presidente da
polémicos da proposta de revi-
so Câmara que, no ano a seguir, nas
são constitucional apresentada presidenciais. Os eleitores não
por Filipe Nyusi à AR, a elei- são tontos: adaptam os seus votos
ção indirecta dos presidentes de consoante o objectivo. Neste caso,
município, o académico francês queriam Daviz Simango como
aplaude essa inovação, assina- presidente da Câmara, mas não
O conceito de “o vencedor leva tudo” foi o cancro da vida política de Moçambique no queriam Daviz Simango candi-
lando que a eleição directa de pós Acordo de Roma (1992) - Michel Cahen.
um

um dirigente não é obrigatoria- dato do MDM para a presidên-


concentração do Estado do que tradição colonial portuguesa de, presidente está, por isso, sob o cia da República. Não vejo bem
mente democrática. uma descentralização democrá- nas eleições autárquic
autárquicas, haver controlo da assembleia munici-
Michel Cahen descreve como como é que a Frelimo aproveita-
tica. Descentralização quer dizer um duplo processo: eleição da pal em vez de constituir um po- ria, mais que os outros partidos,
“cancro da vida política de Mo- assembleia municipal e eleição da
que doravante haverá policentris- der paralelo. Neste ponto, acho a este novo dispositivo.
çambique” o facto de até agora o
mo, vários poderes. Não é o pro- câmara municipal. Mas o dualis- proposta do Presidente Nyusi ex- Acha que caso passe a proposta
“vencedor ficar com tudo” nos
blema de a nação ser unitária, é o mo que é indispensável ao topo celente, é um progresso na demo- de nomeação/eleição de gover-
processos eleitorais. Siga as re-
problema de o poder político ficar do Estado (distinguindo o poder cratização do país, sobretudo se o nadores provinciais e adminis-
flexões de Cahen, numa entre-
em grande medida único, embora legislativo e o poder executivo) modelo municipal se vai expandir tradores distritais pode acabar
vista feita electronicamente.
de

com algumas novas concessões. É não faz sentido na base: um mu- à totalidade do país. com a política do “the winner-
um compromisso: nem a Frelimo, nicípio não faz leis, faz editais que -takes-all”, que tem sido uma
Quarenta e oito horas depois
da comunicação à nação sobre
nem a Renamo queriam o que o respeitem as leis. Pois a dualida- “O vencedor leva tudo” foi ameaça à democracia em Mo-
presidente Nyusi propôs. Mas do de não só não é útil, mas provo- o cancro da vida política de çambique?
os entendimentos com o líder
da Renamo, Afonso Dhlaka-
lado da Renamo,, era o mínimo ca conflitos entre os dois corpos. Moçambique O conceito de “o vencedor leva
para permitir que – se que os as- Além disso, a eleição directa de Mas uma eleição indirecta não tudo” foi o cancro da vida política
ma, o Presidente da República “mata” figuras que valem por si
suntos militares forem resolvidos um dirigente por sufrágio directo de Moçambique no pós Acordo
(PR), Filipe Nyusi, submeteu à
também  – o presidente Dhlaka- não é obrigatoriamente democrá- só (acima dos partidos) como
io

Assembleia da República (AR) de Roma (1992). Os eleitores


ma saia do mato e a Renamo tica. A tradição da esquerda fran- é o caso de Manuel de Araújo da Zambézia bem podiam sem-
a proposta que cria um novo fi-
participe activamente nas eleições cesa – meu campo de pensamen- (Quelimane), Daviz Simango pre votar a favor da oposição,
gurino de descentralização em
autárquicas que, para ela, são um to  – foi sempre contra a eleição (Beira), Venâncio Mondlane mas o governador era sempre da
Moçambique. Acha que esse
treino para as eleições gerais de directa do presidente da Repúbli- (Maputo) e potenciais Amura- Frelimo, a totalidade dos admi-
ár

novo figurino pode ajudar a re-


duzir os conflitos pós-eleitorais? 2019. Vejo só uma razão para o ca por sufrágio directo. Porquê? nes em Nampula? Não é uma nistradores de distrito eram da
Numa entrevista dada em Ou- presidente Dhlakama ter aceite Porque isso dá a esse presidente – estratégia da Frelimo para recu- Frelimo, a totalidade dos chefes
tubro de 2016, tinha dito que este compromisso minimalista: uma pessoa só – um peso tão im- perar municípios sob gestão da de posto, a totalidade das auto-
“não haverá negociações antes é a possibilidade de reintegração portante como o das centenas de oposição? ridades comunitárias reconhe-
Di

de 2019”. Formalmente, errei e completa da Renamo na arena deputados da Assembleia e nutre Se a lei que vai passar no Parla- cidas eram da Frelimo (quantos
estou muito contente por ter er- política. Isso porque, suponho, a tendência do que nós achamos mento determinar que é a As- chefes tradicionais abertamente
rado! No entanto, o que queria ele está cer
certo de poder ganhar de bonapartismo (de Napoleão sembleia municipal que elege o pró-Renamo foram reconheci-
dizer era que só a aproximação em 2019. Mas tem mesmo que Bonaparte, o nosso famoso impe- presidente do município, e não dos neste país?), os chefes dos
das eleições de 2019 poderia pro- sair do mato. Se não houver mais rador e ditador francês). É muito o partido vencedor que o nomeia departamentos eram da Frelimo,
vocar discussões a sério entre o esquadrões de morte, isto vai per- melhor um poder legislativo for- (mesmo com maioria relativa, os 7 milhões eram para os ami-
governo da Frelimo e a Renamo. mitir uma intensificação da vida te, que possa controlar o poder com é proposto para os Gover- guinhos da Frelimo, etc. Isso nu-
Não tinha, então, em mente, a política civil e pacífica, a não ser executivo. Como indica o termo, nadores de Província), penso que triu a exasperação e o absentismo
decisão da Renamo de participar, que, vendo um verdadeiro perigo um poder executivo deve executar este perigo não existe, até ao con- eleitoral em massa e o perigo de
pela primeira vez desde 2003, nas de perder em 2019, a Frelimo siga o que foi democraticamente con- trário. Sabendo da nova legisla- nova guerra em 2014-2015, por-
eleições autárquicas de Outu- um caminho de “mugabização” e cebido pela assembleia pluralista. ção, os candidatos independentes, que havia uma massa considerá-
bro de 2018. O Presidente Filipe de violência pré-eleitoral. Mas Ao nível das autarquias, o perigo ou de pequenos partidos locais, vel de jovens muito pobres sem
Nyusi submeteu à Assembleia da como se diz em francês, a minha de “pequenos bonapartes” pode organizar-se-ão, formando listas esperança alguma de poder mu-
República uma proposta que cria, língua: “o pior nunca é certo!”. ser considerado como de pouca de cidadãos independentes para dar a situação pela via pacífica. Se
pelos menos oficialmente, um Sectores da sociedade civil re- importância, mas não é o caso: se apresentarem às eleições com o presidente Dhlakama levantava
novo figurino de descentraliza- jeitam a pretensão de mudan- nutre em particular o clientelis- os mesmos direitos que as listas um dedo, podia haver uma revol-
ção em Moçambique. E você me ças na eleição do presidente do mo. É possivelmente disso que dos partidos. Se os partidos fo- ta violentíssima em certas partes
pede para me pronunciar sobre se conselho municipal de directa morreu o presidente da câmara rem inteligentes – claro que não do país. Mas o que muita gente
isso é capaz de reduzir os confli- para indirecta. Entendem que se de Nampula (Mahamudo Amu- há garantia nisso... –, no caso de não entende é que o presidente
tos pós-eleitorais. Penso que pode trata de um total retrocesso da rane). Em França, os presidentes uma personalidade local que “vale Dhlakama é um moderado e ele
ajudar a diminuir os conflitos democracia em Moçambique. O dos municípios são eleitos pelas mais que o partido” (você evoca não levantou o dedo.
pré-eleitorais. Com efeito, a pro- professor tem o mesmo entendi- assembleias, no seu seio (não há o caso de Venâncio Mondlane Por isso é preciso acabar com o
posta do Presidente Nyusi está mento? Câmara), e depois, o presidente em Maputo), vão ser obrigados “the winner-takes-all”. Num
muito longe de poder satisfazer a Não concordo, acho isso muito nomeia, sempre no seio da As- a abrir largamente as suas listas a Estado unitário, isto é um Es-
Renamo, é muito mais uma des- bom. Moçambique manteve a sembleia, os seus vereadores. O pessoas não membros deste par- tado dentro do qual, em todo
Savana 23-02-2018
TEMA DA SEMANA 3

o país, vigora a mesma lei – não tendo a maioria na assembleia, A indicação de um Secretário de nuando a receber o seu salário do entrar numa dinâmica de demo-
há “regiões autónomas” – municí- com estabilidade. Estado não pode concorrer para Estado? Os funcionários públicos cratização. A descentralização
pios, distritos, regiões muito bem Então o que deve prevalecer? a existência de conflitos institu- não são propriedade do Estado (mesmo se for disso que se trata e
podem ser geridos pela oposição, Uma maioria absoluta para a cionais, sobretudo, em provín- central, são propriedade do povo. não somente de uma desconcen-
porque essa oposição obviamen- assembleia propor um governa- cias onde o governador não é do O Estado continua a considerar tração) não é suficiente. Muitos
te vai obedecer às leis do Estado dor? mesmo partido que o Secretário os municípios como algo de es- países africanos já têm décadas
unitário. A oposição não põe em Sim, uma maioria absoluta, mas de Estado? trangeiro, algo de exterior. Mas de experiências de descentrali-
perigo a unidade nacional pela que pode provir de uma coligação Claro que sim! Vejam-se os con- os municípios também são estru- zação, frequentemente impostas
simples razão de que a oposição dentro da Assembleia, mesmo flitos permanentes nos municí- turas do Estado (pelo menos no pelo Banco Mundial. Muitas ve-
faz parte da nação tal e qual como que os partidos se tivessem apre- pios vencidos pela oposição. Mas sentido de Marx), são estruturas zes, isso permitiu antes de mais a
a Frelimo. A unidade da nação sentado separadamente ao escru- não só aqueles! A transferência descentralizadas do Estado e não recomposição do poder central e
não é a unicidade do poder polí- tínio, como no exemplo teórico das competências e das verbas só desconcentradas. O Estado o fortalecimento do clientelismo.
tico. É assim em todos os grandes que acabei de frisar. E insisto: de- correspondentes do governo do não é só o governo, é a totalidade Um governador, um presidente
países democráticos, incluídos os via ser uma eleição, não uma mera distrito para o município está das instituições públicas
as encarre-
enc de câmara, um gestor de distrito
unitários como a França, sem fa- “proposta”. Precisamente, porque sempre atrasada e parcial! Diz- gadas de gerir o país.
eleitos devem também poder ser
lar dos federais como a Alemanha o novo dispositivo prevê que haja, -se que os municípios não têm Pois o que é previsto nas regiões,
exonerados. Por exemplo, se 10%
ou o Brasil. em cada província, um Secretário os funcionários qualificados para mais tarde nos distritos,
itos, e o que

o
dos eleitores o exigirem, deve ha-
Agora a proposta traz muitos de Estado directamente nomeado assumir isso. Mas aqui voltamos vai continuar nos municípios, isso
pelo poder central, não se enten- ao “vencedor leva tudo”. Com é um perigo de guerrinhas per- ver novas eleições: vão-me dizer
problemas: o governador não é
de porque é que o Governador efeito, a transferência de com- manentes entre o Estado central que isso vai produzir uma insta-
eleito pela assembleia provincial,

log
também deve ser nomeado pelo petências deveria ser acompanha (cujos escalões desconcentrados bilidade permanente e um custo
é proposto pelo partido vencedor
mesmo poder central. O facto de pela transferência de funcionários terão os orçamentos e os funcio- enorme. Não é, pois na realidade
e é nomeado pelo Presidente da
República. Nisso há conserva- o Governador ser realmente elei- públicos, sempre assalariados pelo nários) e as estruturas descentra- concreta é muito difícil conseguir
dorismo: com efeito, continua a to pela Assembleia provincial não Estado, mas em regime de desta- lizadas (que terão a legitimidade 10% dos habitantes num abaixo-
vigorar o velho conceito de que é antagónico ao Estado unitário, camento nos municípios. Não são popular local). -assinado com identidades com-
o governador não é o represen- porque todos os Governadores, eles pagos pelos impostos dos Qual é o modelo ideal? provadas por exemplo pelo cartão
tante da população da província quaisquer que forem as suas filia- cidadãos? Porque é que um fun- Não há. Mas penso que se deve de eleitor (que, sendo gratui- t o ,

ció
junto ao governo central, mas fica ções partidárias, deverão obede- cionário do distrito não poderia ir sair da mera dicotomia centra- é muito mais generalizado
o representante do poder central cer à mesma lei nacional. trabalhar para o município, conti- lização/descentralização para que o bilhete de identidade).
junto à população da província.
O Presidente da República pode

Frelimo pode adoptar a “mugabização”


exonerar um governador pro-
posto por larga maioria por uma
assembleia. O governador, é ver-
so
N
dade, responde perante a assem-
bleia, mas é nomeado pelo po-
der central. Vejo muito bem um ão corremos o risco de ir às eleições Será isso possível? A maneira de como as MDM tem um lugar no país. É um grande
governador da Renamo a fazer a de 2019 sem fecharmos o assunto eleições autárquicas de 2018 se vão desen- paradoxo na história de Moçambique: um
política da Frelimo. Temos mui- desmilitarização e depois regres- rolar será decisiva. país altamente heterogêneo – por exemplo,
tos conflitos em vista, incluindo sarmos à guerra, se uma das partes, Como é que fica o MDM, a terceira maior só há minorias étnicas neste país!  – mas é
dentro da própria Renamo. neste caso, a Renamo, não conseguir aqui- força política, num cenário em que os lí- politicamente bipolarizado. Outro país afri-
um

No entanto, é preciso ver isso lo que achava que iria conseguir? deres deste partido
par argumentam que a cano com a mesma heterogeneidade social
numa dinâmica: se houver um Uma desmilitarização inacabada não é o Renamo e a Frelimo formaram uma coli- e cultural teria vinte partidos representados
governador da Renamo, já nem risco principal. Como já disse, a Renamo gação (FRENAMO) para prolongarem a no parlamento! Moçambique só tem três.
todos os administradores de dis- não quer voltar à guerra, pode no máximo bipolarização? O ideal seriam três com força comparável,
tritos ou chefes de posto vão ser fazer o que chamei de propaganda armada. O MDM não tem armas. É um partido pa- obrigados a negociar, para impedir o siste-
da Frelimo. E isso vai mudar Mas os riscos são muitos: um levantamento cífico e é isso que foi a sua simpática fra- ma de “o vencedor leva tudo”.
muito, as populações vão dizer: popular no centro e norte do país, nas ci- queza.
quez Lembro-me em 2014, a gente a di- Em alguns sectores argumenta-se que
“as estruturas agora podem ser da dades e no mato, contra o custo de vida ou zer: “O MDM não tem armas? Mas então, depois de ultrapassada a questão da des-
Renamo?” Só isso já é uma poten- contra eleições sentidas como fraudulentas quem vai nos proteger contra a Frelimo?” e centralização e desarmamento, a próxima
de

cial revolução cultural neste país. e que poriam a Renamo, sem o querer à par- votaram para a Renamo. Simango não al- reclamação da Renamo será económica,
Entende que o modelo de um tida, a ter que responder, entrar na defesa cançou ainda o estatuto de “Chefe Gran- sobretudo, a quota dos recursos naturais
governador proposto pelo par- armada dos manifestantes? Uma táctica de de”. No entanto, a prazo, o MDM é muito que a base social da oposição armada da
tido vencedor na província e violência intimidatória do governo da Fre- perigoso para a Frelimo. Com efeito, ape- Renamo se julga com direito. Tem a mes-
nomeado pelo Presidente da limo ou de sectores da Frelimo, se o perigo sar de este partido ser oriundo da Renamo,
ma percepção?
República é o ideal? de uma derrota em 2019 aparaparecer plausível não conseguiu apanhar uma parte da base
Toda a gente quer comer, é claro, sendo que
A meu ver, o governador não de- (o que chamei “processo de mugabização”)? social da Renamo, salvo na Beira. Mas apa-
uns comeram muito durante muito tempo e
io

via ser proposto pelo partido ven- E o próprio resultado das eleições. Não deve nhou parte da base social da Frelimo, que,
haver CNE e STAE, deve haver uma única outros ficaram na pobreza absoluta, em par-
cedor numa província, mas eleito descontente contra a sua direção histórica,
CNE independente, com meios. Vejo um podia votar no MDM e muito mais dificil- ticular na base social da Renamo. Moçam-
pela Assembleia provincial. Não é
a mesma coisa. Imaginemos uma grande perigo: a Renamo aceitou este pri- mente para a Renamo. O problema é que bique continua um dos países mais pobres
província onde a Frelimo é ven- meiro compromisso com o poder não por- o MDM não me parece ter uma estratégia do mundo. Porquê, 26 anos depois do fim
ár

cedora com 45% dos deputados, que é satisfatório, mas porque permite ao clara. Por exemplo, não propõe publicamen- da guerra civil? Porquê, 26 anos depois de
depois vem a Renamo com 43%, Dhlakama sair do mato e entrar em cam- te uma aliança com a Renamo. O MDM tanta ajuda internacional? Há o problema
depois vem o MDM com 12%. Se panha. Dhlakama não quer fazer como em podia ganhar muita força com esta proposta da elite económica do país, que não é uma
entendi bem a proposta actual, é a 2014, quando saiu do mato a 04 de Setem- pública e insistente, porque apareceria como burguesia produtiva. Depois do abandono
do dito socialismo, o projecto de “capita-
Di

Frelimo que propõe o nome do bro para um escrutínio a ter lugar sete se- mais unitário e seria o meio mais eficaz de
governador. Se fosse a assembleia manas mais tarde. Quer sair agora para or- impedir uma “Frenamo”. Depois das elei- lismo nacional” de Armando Guebuza foi
a fazer a proposta, uma aliança ganizar a campanha autárquica, vista como ções, se a maioria legislativa absoluta não um fracasso retumbante. Não houve revo-
entre a Renamo e o MDM faria primeira etapa da campanha presidencial foi alcançada pela Renamo, mas que ela lução burguesa neste país, houve formação
com que essa coligação fizesse a e legislativa. Se a Renamo está convencida pode obtê-la com o apoio dos deputados do de uma elite rendeira. E há o problema de
proposta. Num caso, haverá um que vai ganhar e perde, a situação pode ser MDM, ele teria mesma uma importância profundos desequilíbrios regionais. Um país
governador da Frelimo, embora explosiva no país. “Free and fair”, as eleições grande. que foi imaginado a partir do extremo-sul,
este partido não tenha a maioria nunca o serão num Estado neopatrimonial, Paradoxalmente, é provável o MDM recuar, em Maputo, nunca poderá ser regionalmen-
na assembleia, com instabilida- mas têm que serem plausíveis. Isto é: toda a a curto prazo, porque beneficiou muito do te equilibrado. É preciso uma revolução cul-
de, no outro caso, provavelmente, gente deve estar pronta a perder, a Frelimo boicote das eleições autárquicas de 2013 tural, é preciso pôr a capital no centro geo-
um governador da Renamo num deve começar a conceber que pode perder. pela Renamo. Esta vai recuperar. Mas o gráfico do país, isto é, na Zambézia.
executivo provincial de coligação,
4
TEMA DA SEMANA Savana 23-02-2018

Propaganda armada da ção ganhava, nada mudava, todas revoluções como no Burkina-Fa- tintos: os mais conhecidos são o fizeram-se as cerimónias que se
Renamo as estruturas ficavam na mão do so, quando o povo afastou Blaise das “forças residuais” da Renamo deviam fazer para os espíritos dos
Até que ponto os consensos al- mesmo partido, onde toda a gen- Compaoré em 2014 depois de 27 (para integrar na polícia) e o dos antepassados aceitarem acolher
cançados/ganhos da Renamo te sabia que quem era chefe era anos de poder. Só que este forte militares da Renamo integrados a volta dos combatentes. Regra
mostram que a violência é o a Frelimo e que quem era “Chefe partido de oposição com ligação nas FADM mas marginaliza- geral, isso foi um sucesso. Mas
único e mais eficaz mecanismo Grande” era o presidente da Fre- à sociedade civil não existia em dos. Com vontade política, isso é depois, com a re-estabilização do
de obtenção de concessões polí- limo, essa propaganda armada Moçambique. Não vou dizer que bastante fácil de resolver, até no poder hegemónico, muitos dos
ticas em Moçambique? Teria ou da Renamo permitiu a Afonso a estratégia político-militar da plano financeiro: quantos mili- antigos combatentes foram os-
não a Renamo conseguido estas Dhlakama recuperar espaço po- Renamo foi boa ou má. Mas con- tares da Renamo se poderiam tracizados e voltaram às antigas
concessões se não tivesse armas? lítico: se o “Chefe Grande” do seguiu. Foi assim. integrar com o valor dos carros bases onde constituíram aldeias
É possível negociar com a Freli- governo não conseguia matá- Aparentemente, a parte relacio- de luxo regularmente compra- de antigos combatentes. Ficaram
mo sem estar armado? Uma Re- -lo ou apanhá-lo, significava que nada com o desarmamento, des- dos para uns fulanos ou sicranos anos ali, na miséria. Esperavam
namo desarmada conseguiria os Dhlakama também era “Chefe mobilização e reintegração dos do poder? Vejo um perigo, uma pela formação de uma associação
consensos que conseguiu? Grande”. militares da Renamo é o ponto chantagem financeira deste tipo:
dos antigos combatentes que po-
Violência de quem? Quando, ano Moçambique não tem tradição mais sensível e complicado de “já estamos com o problema das
deria organizar pequenos projec-
após ano, nas vilas e no mato, toda democrática: os Estados africa- negociar. Acha que a Renamo dívidas escondidas, agora para
tos económicos. Mas, apesar de
a gente pode facilmente aperce- nos pré-coloniais não eram de- abrirá mão das suas forças antes pagar a reintegração dos militares

o
ber-se que se vive melhor com mocráticos, o colonialismo obvia- da questão do pacote de des- da Renamo,, temos de ter apoio ela ser oficialmente constituída
o cartão vermelho que sem este, mente não foi, o dito marxismo- centralização ser aprovada pelo da comunidade internacional”, em 2007, nunca funcionou, au-
isso não será violência acumu- -leninismo não foi e o período de Parlamento? uma espécie de troco. Se a reinte- mentando o desespero. Muitos

log
lada? Quando há uma estranha partido hegemónico ainda não Não vejo o interesse da Rena- gração dos soldados da Renamo dos antigos combatentes que
avaria de electricidade no mo- foi. Pois o que procuram as pes- mo em abrir mão das suas forças for decretada uma grande causa foram dormir nas ruas de Nam-
mento de contagem dos boletins soas do povo muitas vezes não é antes desta aprovação pelo par- nacional, é dentro do orçamento pula em 2012 à volta da casa de
de voto em Maputo e na Matola “mais democracia”, é a descoberta lamento. A Renamo tem razões do país que se deve encontrar este Afonso Dhlakama queriam, de
nas eleições autárquicas de 2013, de um bom chefe. Obviamen- para desconfiar. Lembrem-se do dinheiro. Não se pode fazer isso, um lado, protegê-lo, mas, por ou-
não é violência isso? Quando te, um bom chefe, se não houver acordo sobre despartidarização obviamente, se ao mesmo tempo, tro lado, pressioná-lo. É provavel-
gente do poder diz, hoje, que os contrapoderes, não vai ficar bom do Estado que foi alcançado na os impostos das companhias es- mente na situação desses antigos

ció
empréstimos escondidos de 2013 chefe muito tempo! Não há des- comissão Renamo-Frelimo? No trangeiras, dos mega-projetos são combatentes que reside a causa
eram na realidade para fins mili- potismo esclarecido que perdure, dia a seguir, o parlamento de baixíssimos... Afinal, é um assun- principal da viragem política de
tares, não estão reconhecendo que torna-se rapidamente despotismo maioria da Frelimo chumbou a to de sober popular.
soberania popular Afonso Dhlakama quando deci-
o poder de então já tinha decidi- tout court. E como dizia o grande proposta. A situação mudou, com O terceiro problema é muito mais diu refugiar-se em Sadjundjira.
do uma violenta repressão contra revolucionário francês Saint-Just certeza. Mas a Renamo fará con- complicado: é o dos antigos com- Mas o problema social continua.
a Renamo, que ainda não tinha em 1793, “le pouvoir corrompt et cessões, se o governo da Frelimo batentes da Renamo, que foram Será que a reforma provincial vai
começado as suas operações? Se- le pouvoir absolu corrompt abso- fizer concessões. desmobilizados em 1992-94, que ajudar a resolvê-lo, com governa-
não, porquê rearmar em 2013? lument” (“o poder corrompe e o
so
No fundo há três problemas dis- voltaram às suas aldeias. Aqui, dores atentos a essa miséria?
Quem produziu os esquadrões da poder absoluto corrompe absolu-
morte? O que fez a Renamo no tamente”).
seu processo de “volta ao mato” Constato que é o facto de a Re-
que começou em 2013 não foi namo ter adoptado uma estraté-
uma decisão clara de retorno à gia político-militar que obrigou o
luta armada, mesmo se houvesse poder da Frelimo a negociar. Era
um

um perigo real de volta à guerra essa a única maneira? Penso que


civil, pelas razões que já apontei. não. Um forte partido de oposi-
O que fez a Renamo é o que se ção com ligação à sociedade civil,
pode chamar de propaganda ar- aos movimentos sociais, podia
mada. E a grande força política desenvolver manifestações pa-
das iniciativas militares da Rena- cíficas em todo o país, provavel-
mo foi que essas iniciativas eram mente violentamente reprimidas
quase sempre defensivas. Num pelo poder, mas provocando mais
contexto onde nas eleições, mes- manifestações pacíficas e ainda
de

mo nas províncias onde a oposi- mais massivas. Assim nascem as

Anadarko vai
io

vender gás à EGF


A
ár

Anadarko anunciou nesta terça-feira ter chegado a


acordo com a Electricité General de France (EGF)
para a venda de 1,2 milhões de toneladas anuais de
Di

(MPTA) de Gás Natural Liquefeito (GNL), durante


15 anos da sua concessão da Área 1 na Bacia do Rovuma.
Segundo o vice-presidente executivo da Anadarko, Mitch In-
gram, o acordo com a EGF é parte de uma carteira de vendas
de cinco MPTA, cujos termos já foram acordados entre a mul-
tinacional norte-americana e os seus parceiros no consórcio da
Área 1.
“Continuamos a discutir mais acordos de venda”, acrescentou
Mitch Ingram.
No mínimo, a Anadarko deve assegurar a venda de 8 MPTA de
GNL para poder garantir o financiamento necessário ao desen-
volvimento do seu projecto na Bacia do Rovuma.
Em Dezembro, a Reuters informou que a Anadarko concluiu
um acordo de venda de 280 mil MPTA válido por 15 anos à
japonesa Tohoku Electric Power Company.
A Anadarko também assinou um acordo de compra e venda
com a tailandesa PTT, que detém 8,5% do consórcio, para a
venda de 2,6 MPTA. Este acordo aguarda a aprovação do go-
verno tailandês.
A multinacional norte-americana detém 26,5 na Área 1, a
PTT 8,5%, ENH 15%, Mitsui, do Japão, 20%, e as companhias
indianas Videsh, 16%, Oil India, 4%, Bharat Petroleum, 10%.
Savana 23-02-2018
TEMA
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DA SEMANA 5

NOITE DE GUITARRA VOL. II

o
log
Campus UEM
02 Março | 20h00

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so
um

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6
SOCIEDADE Savana 23-02-2018

Japão bloqueia fundos do AGT devido


às dívidas ocultas
Por Argunaldo Nhampossa

O governo moçambicano
poderá ver esbarrada a
possibilidade de mobilizar
financiamento para inves-
tir num novo sistema de transpor-
te público designado AGT, para o
Rapid Transit) e o metro de super-
fície para resolver a problemática
dos transportes públicos na edili-
dade.
O BRT foi a bandeira da campa-
nha eleitoral de David Simango
Por sua vez, o ministro dos Trans-
portes e Comunicações, Carlos
Mesquita, também assinalou que o
BRT está em redimensionamento,
devido à conjuntura económica do
país. Mesquita apontou que o dis-

o
Município de Maputo. paraa o Município de Maputo e ti- curso governamental recomenda
Em causa estão as chamadas dívi- nha financiamento garantido pelo que se arranjem soluções exequíveis
das ocultas, contraídas durante a governo brasileiro. para a realidade do país.

log
administração Guebuza. Mas a queda do governo do PT, em Nesse sentido, o AGT está mais
Agosto de 2016, na altura dirigido próximo da realidade financeira do
O projecto AGT, sigla de Automa- por Dilma Rousseff, e a consequen- país.
ted Guideway Transit, irá implicar te ascensão de Michel Temer dei-
a utilização de comboios que usam tou o projecto por terr
terra. Consolidar o estatuto
pneus de borracha, não pilotado, Temer congelou o financiamento Intervindo no discurso de abertura,
cuja operatividade depende de sis- de dois projectos em Moçambique, o presidente do Conselho Munici-

ció
temas informáticos. a barragem de Moamba-major e o pal da Cidade de Maputo, David
Segundo o embaixador do Japão BRT. Simango, referiu que, com o pro-
em Moçambique, Toshio Ikeda, Na ocasião, os dois governos assi- nanceiros ao país na sequência das Numa entrevista ao SAVANA, em jecto AGT, pretende-se resolver os
enquanto não ficar clarificada a naram um memorando de entendi- dívidas ocultas. 2016, Simango minimizou o as- problemas de mobilidade urbana e
questão das dívidas ilegalmente mento para resolver a problemática “Por enquanto, ainda não há condi- sunto e manifestou optimismo em contribuir na requalificação urbana
contraídas entre 2013 e 2014, o seu dos transportes públicos na capital ções para financiarmos este projec- relação à viabilização do BRT. da cidade, o que, certamente, vai
país só poderá conceder apoio téc-
nico e não financeiro ao projecto.
do país.
so
to, devido às dívidas. De momento, O vereador dos Transportes no contribuir para a consolidação do
De seguida, foi constituída uma só podemos providenciar apoio téc- Município de Maputo, João Ma- estatuto de Maputo como grande
Orçado em USD544.6 milhões, o equipa de trabalho de ambos os la- nico até que o problema seja resol- tlombe, negou que o BRT esteja capital turística e cultural de Mo-
projecto AGT é visto como uma dos, que resultou na vinda de con- ”, disse Ikeda.
vido”, “morto”, assinalando que o projecto çambique e da região.
das principais soluções para os pro- sultores japoneses que elaboraram O diplomata enfatizou que o go- foi redimensionado para o corredor Disse tratar-se de uma solução tec-
blemas de mobilidade urbana e de o estudo de viabilidade do projecto. verno moçambicano deve empe- entre a Av. Julius Nyerere e a Praça nológica avançada de alto padrão,
transporte público de passageiros da Juventude, em Magoanine. cuja implementação impõe a maior
Os consultores defendem que um nhar-se para que o país volte a ser
que afectam o Município de Ma-
um

empréstimo externo seria favorável um devedor de confiança. Segundo Matlombe, o Plano Di- prudência e colaboração de todos.
puto. rector de Mobilidade e Transportes Quem duvida da sustentabilidade
para garantir a viabilidade da ini- No evento, quer o governo mo-
Na quarta-feira, uma equipa de prevê três projectos. do projecto é o PCA da Fleetrail,
ciativa, apontando o Japão como a çambicano quer o município op-
consultores nipónicos apresentou Amade Camal, que coloca como
opção viável de financiamento. taram por não falar do orçamento O primeiro é o metro-bus, na rota
um estudo de viabilidade do pro- constrangimento o preço de 25
necessário para a implementação Maputo-Matola, que conta com a
jecto, que se deverá estender por
um raio de 18 quilómetros, na rota
Não há condições - Japão do AGT, assinalando que a questão parceria do sector privado; o segun- meticais.
Sobre esta matéria, o embaixador será analisada mais tar
tarde. do é o AGT, ao longo da EN1, e o O empresário responsável pelo me-
Baixa- Zimpeto.
nipónico em Moçambique, Toshio terceiro é o BRT, no trajecto Julius trobus tomou como exemplo o seu
Numa primeira fase, o percurso
Ikeda, mostrou o seu alinhamento BRT Nyerere-Magoanine. projecto, que mesmo de borla, não
de

será Baixa-Benfica, para mais tarde


com os países membros do Fundo Antes do AGT, o Município de Para a execução do projecto BRT, tem impedido que as pessoas conti-
ser alargado para Zimpeto.
Monetário Internacional (FMI), Maputo apr
apresentou em 2014 um o governo municipal está à procura nuem se apinhando nos vulgos my
Com capacidade para transportar
que congelaram empréstimos fi- projecto denominado BRT (Bus de alternativas ao Brasil. loves.
112 mil pessoas por dia, a bordo
de seis comboios, com capacidade
de levar 700 passageiros, o projecto
vai ter 15 estações e mais 2,8 qui-
ACOMODAÇÃO
io

lómetros de linha para o aeroporto.


A viagem deverá custar 25 meticais.
De acordo com a apresentação, a
primeira fase das obras vai arrancar
ár

em 2020, as operações experimen-


tais em 2023 e a segunda e última RESERVE JÁ!!!
fase estará pronta até 2033.
A ideia é implantar o projecto no
espaço outrora reservado ao BRT
Acomodaçao para os
Di

(Bus Rapid Transit) e espera-se


que a infra-estrutura seja mista,
meses de Janeiro e
composta por um viaduto aéreo a
ser implantado no meio da EN1 e
Fevereiro de 2018
outro de superfície, com separado-
res de betão pelas laterais.
O estudo de viabilidade diz que o
AGT constitui uma solução eficaz
para o sistema de transporte urba-
no de média capacidade, como é o
Apartir de
R395 por
pessoa

caso da capital moçambicana. Tel: 013 758 1222


Considera imperioso que se subs- reservations@bundulodge.co.za
titua o BRT pelo AGT ao longo R40 main road
da EN1, devido aos problemas de
capacidade que pode gerar num fu- Nelspruit / White river
turo próximo. www.bundulodge.co.za

Financiamento
O AGT surge como fruto da coo-
peração entre Moçambique e Japão
e como resultado da visita efectua-
da pelo Presidente da República,
Filipe Nyusi, àquele país no ano
passado.
Savana 23-02-2018
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SOCIEDADE Savana 23-02-2018

Jane nega integração do SISE no GIFiM


Por Raul Senda

O Director-geral do Serviço
de Inteligência e Seguran-
ça de Estado (SISE), Júlio
Jane, recusou que a sua ins-
tituição fosse integrada na estrutu-
ra do Conselho de Coordenação do
Gabinete de Informação Financei-
nhar: “são membros do Conselho de
Coordenação do GIFiM o Primeiro-
-Ministro, Procurador Geral da Re-
pública, Ministro que superintende a
área das Finanças, Ministro do Inte-
rior, Ministro que superintende a área
da Justiça e o Governador do Banco de
lecer mecanismos para a colocação na
identificação de fundos e activos re-
sultantes do crime organizado, abran-
gendo o transnacional e introduzir
mecanismos que permitam a aprova-
ção de um orçamento adequado para o
funcionamento do GIFiM, dotando-o
O GIFiM será dirigido por um direc-
tor-geral indicado pelo Primeiro-mi-
nistro sob proposta do ministro que
tutela a área das finanças. O Conselho
de Coordenação será presidido pelo
Primeiro-ministro.
Consta na proposta de Lei que sempre
ciamento do terrorismo ou de outros
crimes conexos deve propor ao Minis-
tério Público a suspeição em causa e
o exercício da competente acção penal.
A aprovação e aplicação deste dispo-
sitivo legal acarretará encargos adi-
cionais para o Orçamento do Estado
Moçambique. Isto é, em nenhum mo- de maior autonomia, independência e que o GIFiM suspeitar ou concluir estimados em 11.083.435,34 meticais
ra de Moçambique (GIFiM). capacidade financeira para potenciar as que se está perante uma actividade para fazer face ao instituto remunera-
mento elenca o nome do SISE.
Contudo, fontes do SAVANA indi- suas actividades, incluído a formação. de branqueamento de capitais, finan- tório do pessoal do GIFiM.
A GIFiM é uma entidade do Estado
cam que a postura de Júlio Jane é pró-

o
sob tutela do Conselho de Ministros
pria de quem quer lavar as mão peran-
cujo objectivo é prevenir e combater a
te um dossier tão complexo e sensível
utilização do sistema financeiro e ou-
como este.

log
tros sectores da actividade económica
Para blindar o seu argumento, as fon-
para o branqueamento de capitais, fi-
tes do SAVANA socorrem-se no ar-
nanciamento do terrorismo e outros
tigo quatro da mesma proposta que
crimes conexos.
refere: “as instituições públicas e pri-
Nesta quarta-feira, a Comissão de
vadas devem prestar a colaboração que
Defesa, Segurança e Ordem Públi-
o GIFiM lhes solicite no âmbito das
ca da Assembleia da República (AR)
suas atribuições e o incumprimento do
iniciou uma maratona de audições em

ció
dever de colaboração pelos funcioná-
torno da revisão da Lei número 14/
rios e agentes de Estado é passível de
2007, de 27 de Junho, que cria o GI-
FiM, um organismo cuja finalidade é responsabilidade disciplinar”.
ainda recolher, receber, solicitar, cen- Para as fontes, é neste capítulo onde se
tralizar, analisar e disseminar, junto às enquadra o responsável do SISE e que
autoridades judiciárias, policiais e de por força deste artigo deveria ter dado
supervisão, informações susceptíveis a sua contribuição para o enriqueci-
mento da proposta que vai a debate no
de consubstanciar actos de branquea-
mento de capitais, terrorismo entre plenário da AR ainda nesta legislatura
so
outros, com o fim último de prevenir que arranca dia 28 de Fevereiro e ter-
que o sistema económico-financeiro mina em finais do mês de Maio.
nacional seja utilizado pelos crimino- Ao SAVANA, Jerónimo Malagueta
sos para a prática dos referidos crimes. reconheceu que o director do SISE
Assim, no quadro da revisão do dis- colaborou muito pouco na audição,
positivo acima indicado, a AR está a visto que não respondeu grande parte
um

auscultar as partes que deverão fazer das questões apresentadas.


parte do Conselho de Coordenação Malagueta referiu que o assunto que
desta instituição. dominou a audição com Júlio Jane foi
Nesta quarta-feira, o Parlamento que- a questão da integração do SISE no
ria inaugurar a maratona de audiências
Conselho de Coordenação do GIFiM,
com o ministro do Interior, Basílio
em que a comissão considera pertinen-
Monteiro, mas tal pretensão não se
te e oportuna.
materializou porque o governante não
se fez presente à sede da AR. “Tendo em conta a importância do
Jerónimo Malagueta, presidente da GIFiM no combate ao crime organi-
zado e transnacional, de alguma forma
de

Comissão de Defesa, Segurança e Or-


dem Pública na AR, disse à imprensa que até pode pôr em causa a segurança
que o titular da pasta do Interior não do Estado, aqui falámos de terrorismo,
compareceu porque encontra-se fora achámos que era fundamental a inclu-
da cidade de Maputo. são do SISE no grupo de coordenação
Na ausência de Monteiro, a primeira desta entidade. Foi nessa senda que
entidade a ser auscultada foi o direc- convidámos a instituição para a au-
tor-geral do SISE. A audição de Jane dição”, disse Malagueta para depois
io

foi à porta fechada. acrescentar:: “o director do SISE pura


À saída, Júlio Jane recusou prestar de- e simplesmente recusou a inclusão da
clarações à imprensa. instituição que dirige naquele órgão
Contudo, o SAVANA sabe de fon- alegando que o mesmo não faz parte
tes próximas que Jane argumentou no da coordenação do GIFiM”.
ár

sentido que o SISE não fosse agrega- Malagueta referiu que Júlio Jane cin-
do na estrutura do GIFiM, porque, de giu-se na letra da proposta da LLei.
acordo com a Lei, a instituição tem Nesta quinta-feira foi a vez do minis-
competências claramente definidas e tro da Economia e Finanças, Adriano
não abre espaço para outras activida- Maleiane.
Di

des conexas.
Lacónico nas respostas, segundo nos- Argumentos do proponente
sas fontes, Jane convidou os integran- Na sua argumentação, o proponente
tes da Comissão de Defesa, Seguran-
ça e Ordem Pública da AR para se
da Lei, neste caso, o governo, diz que
a presente proposta visa ajustar a nor- A solução ideal que seja para férias ou para uma viagem de negócio. O am-
conformar com a Lei e não arrastar a ma à Lei número 14/2013, de 12 de biente é extremamente confortável e cuidados ate nos mínimos pormenores.
sua instituição para missões que estão Agosto que aprova a Lei de Prevenção
e Combate ao Branqueamento de Ca-
Com uma localização privilegiada, é um excelente ponto de partida. O The
legalmente fora das competências do
SISE. pitais e Financiamento ao Terrorismo. Matola Hote OÀFDQDDYHQLGDSULQFLSDOGD0DWRODDSHQDVNPGH0DSXWR
Na audição, Júlio Jane recordou aos Este dispositivo, dentre várias imposi- O Hotel tem também uma posição ideal para percorrer a região, visitando as
deputados que mesmo na proposta da ções, fixa a obrigatoriedade de comu- Cascatas da Namaacha, e países vizinhos como Suazilândia e África de Sul.
revisão da Lei em alusão, no capítulo nicação, pelas instituições financeiras
e pelas actividades e profissões não
2VHVSDoRVFRPXQVVmRSDUWLFXODUPHQWHDSUD]tYHLVHUHSRXVDQWHV6RÀVWLFDGR
referente aos membros do Conselho
de Coordenação do GIFiM, em ne- financeiras designadas, de casos de fi- e acolhedor o The Matola HoteOWHPjVXDGLVSRVLomRTXDUWRVFRPDGH-
nhum momento arrola-se o nome do nanciamento do terrorismo; estabele- coração e posições variadas, e 5 suítes de alto padrão distribuídas nas seguin-
SISE, não percebendo as razões da sua
instituição ser arrastada para a referida
cer mecanismos de troca de informa-
ções entre o GIFiM e as autoridades
tes categorias: 4 suítes VIP’S 1 suíte presidencial. O oferece
The Matola Hotel

empreitada. alfandegárias sobre os casos detecta- WDPEpPDSDUWDPHQWRVVRVVHJDGRVFRPSOHWDPHQWHHTXLSDGRVHGHFRUDGRV


Na realidade, a proposta da revisão da dos nas fronteiras nacionais, relativos à de forma a proporcionar o máximo conforto num ambiente elegante e actual
Lei número 14/2007 diz no artigo seis: travessia ilegal de numerários e outros
“A coordenação institucional, em ma- instrumentos negociáveis ao portador;
téria de branqueamento de capitais e
financiamento de terrorismo, é assegu-
introduzir poderes inspectivo e sancio-
natório para as entidades sob supervi- $Y'D1DPDDFKD.P0DWROD info@thematolahotel.co.mz
rada pelo Conselho de Coordenação
do GIFiM.
são do GIFiM.
Ainda no quadro das inovações, o exe-
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Por seu turno, o artigo sete vem subli- cutivo pretende com a revisão estabe-
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Corte de subsídios de médicos estagiários

MISAU recua
O
Por Raul Senda
Ministério da Saúde (MI- Na altura, o director nacional dos
SAU) recuou na sua deci- Recursos Humanos do MISAU,
são de corte de subsídios Norton Pinto, disse ao SAVANA,
de médicos estagiários. A que não sabia quanto tempo a sus-
decisão surge uma semana depois pensão de subsídios levaria porque
desta instituição ter comunicado, a sua instituição dependia do Mi-
ao grupo de estudantes finalistas nistério de Economia e Finanças
do curso de medicina da Universi- (MEF). Porém, havia um trabalho

o
dade Eduardo Mondlane (UEM), multissectorial no sentido de re-
através da Direcção Nacional dos solver a situação.
Recursos Humanos, que por falta O anúncio de corte de subsídio

log
de cabimento orçamental suspen- aos médicos estagiários criou um
deria o pagamento de subsídios de desconforto no seio da classe estu-
estágio. dantil que se via sem moral nem
estímulo para se fazer às enfer-
É que, apesar de ter um papel so- marias para auxiliar os médicos
cial fundamental na vida da po- profissionais a assistir doentes. Os
pulação, o MISAU não escapou estagiários classificaram a decisão

ció
às restrições financeiras impostas como injusta e de má-fé porque a
pelo bloqueio de financiamentos atribuição do subsídio era um di-
externos, uma medida tomada pela reito que assiste àquele grupo.
comunidade internacional depois A decisão do MISAU fez com que
da descoberta de dívidas ocultas os estudantes recusassem fazer-se
contraídas por empresas priva- ao estágio que deveria iniciar no
das com garantias de Estado. São passado dia 12 de Fevereiro.
so
pouco mais de dois biliões de dó- Inconformados com a decisão e
lares americanos que o governo de com o fracasso das negociações
Armando Guebuza foi buscar nos com as direcções da Faculdade de
credores internacionais ao arrepio Medicina e do MISAU, os estu-
das normas, para financiar empre- dantes recorreram ao patrocínio
sas privadas, mas com garantias jurídico Instituto do Instituto de
um

soberanas. Assistência Jurídica da Ordem dos


A retirada de subsídios de médicos Advogados de Moçambique.
estagiários foi comunicada à di- A resistência dos estudantes e a
recção da Faculdade de Medicina pressão externa fez com que o MI-
sob alegação de que o dispositivo SAU reconsiderasse a sua decisão
legal que cria o direito aos estagiá- e manter os direitos que estavam
rios foi aprovado num contexto em a ser injustamente retirados aos
que no país tinha apenas uma úni- estudantes.
de

ca universidade pública a leccionar Em contacto com o SAVANA SAVANA,


o curso de medicina e, hoje, o nú- fonte do MISAU negou que o re-
mero subiu para três com a criação cuo tenha resultado da pressão da
da Universidade Lúrio e Zambeze. comunidade estudantil, mas por-
O aumento de estabelecimentos que as negociações que estavam a
públicos de ensino superior com decorrer com o MEF fizeram com
curso de medicina fez com que o que as verbas referentes a estas
io

número de estudantes crescesse, despesas fossem incrementadas.


o que também resultou num im- “O MISAU não tinha como ficar
pacto orçamental elevado para o pressionado pela recusa ou não dos
Estado. estudantes em se fazer aos seus es-
ár

Perante o cenário de crise, o MI- tágios curriculares. Pelo contrário,


SAU dizia que não tinha onde ir a resistência prejudicaria o estu-
buscar mais de 80 milhões de me- dante, visto que este não termina-
ticais/ano para custear os ordena- ria o seu curso por falta de estágio
dos dos estagiários. de prática clínica. O Sistema Na-
Di

O subsídio de estágio para estu- cional de Saúde (SNS) é suporta-


dantes finalistas foi aprovado pelo do por médicos profissionais e ex-
Decreto 58/2004 de 08 de De- perimentes e não estagiários. Estes
zembro. são meros auxiliares. Ademais,
O dispositivo legal referia que paraa além dos estagiários dos es-
durante o período de estágio da tabelecimentos de ensino público,
prática clínica nas unidades sani- as unidades sanitárias abrangidas
tárias, o estagiário teria uma remu- pelo SNS recebem estagiários de
neração mensal referente a 80% do universidades e institutos privados.
salário base de médico generalista, Estes não têm nenhum subsídio,
acrescido da percentagem fixada mas cumprem as suas obrigações.
para o bónus especial ou outras Portanto, não seria um grupo de
regalias devidas aos licenciados em 40 estagiários que paralisaria um
medicina. sistema com milhares de profissio-
Cada um dos estagiários tem di- nais. Se pagamos é porque o défice
reito a um subsídio mensal de 37 financeiro foi desbloqueado”, disse
mil meticais. a fonte.
O MISAU era também responsá- Com anúncio da reintrodução dos
vel pelo pagamento de passagens subsídios de estágio de prática clí-
áreas de ida/volta e alojamento nica, os estudantes iniciaram as ac-
dos estudantes que fossem escala- tividades nesta segunda-feira, 19,
dos para trabalhar fora da cidade e nos hospitais públicos da cidade e
província de Maputo. província de Maputo.
Savana 23-02-2018
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Savana 23-02-2018

Morgan Tsvangirai: Um homem de fibra


Por Fernando Gonçalves

P oucas figuras tiveram um papel


de preponderância na determi-
nação do futuro dos seus povos
na era pós-independência na
África Austral, como o fez Morgan
Richard Tsvangirai, que no dia 14 de
Sindicalista
Depois de completar os estudos secun-
dários e de um emprego como operário
têxtil em Mutare, junto à fronteira com
Moçambique, em 1975 Tsvangirai foi
trabalhar para uma empresa mineira
ao nascimento do Movimento para a
Mudança Democrática (MDC), em
Outubro de 1999, depois de um lon-
go processo de consultas populares,
durante o qual foi vincada a necessida-
de de uma forte alternativa política à
Fevereiro perdeu a vida numa clínica em Bindura, pertencente à multinacio- Zanu-PF.
de Joanesburgo, depois de 16 meses de nal Anglo American. Foi aqui onde ele Sob liderança de Tsvangirai, o MDC
luta contra um cancro intestinal. se iniciou no sindicalismo que viria a foi, de facto, concebido como uma
ser um dos marcos da sua vida, chegan- ampla plataforma de oposição política,
do a ocupar o cargo de presidente da envolvendo vários segmentos da socie-

o
A morte de Tsvangirai é uma perda
associação dos sindicatos da indústria dade zimbabweana, incluindo, como o
irreparável para todos os combatentes
mineira. próprio Tsvangirai, antigos membros
pela liberdade, democracia e boa gover- Em 1988 foi eleito Secretário Geral da da Zanu-PF e veteranos da luta pela

log
nação não só em África, mas em todo o Confederação dos Sindicatos do Zim- independência. Só este facto justifica os
mundo em geral. babwe (ZCTU), durante um congresso temores da Zanu-PF perante o MDC,
Tsvangirai dedicou grande parte da sua realizado na cidade de Gweru, na pro- e a excessiva ferocidade com que o seu
vida lutando pelo triunfo da demo- víncia central de Midlands, num pro- governo sempre procurou combater
cracia no seu país, tornando-se numa jecto que visava resgatar o movimento este partido.
inesgotável fonte de inspiração para sindical do controlo da Zanu-PF. Richard Tsvangirai Não é o poder em si o que motivava Ts-
cidadãos de outros países, onde a inde- Foi em 1989, em Harare, que conhe- vangirai a envolver-se nas várias frentes
ci pessoalmente Morgan Tsvangirai. Com o tempo, a ZCTU viria a mudar- barra de ferro, ao mesmo tempo que

ció
pendência política não foi mais do que em que esteve, mas sim a dedicação e
uma simples substituição dos símbolos Nessa altura, o Zimbabwe preparava-se -se para novas e melhores instalações, tentavam atirá-lo pela janela. amor pelo seu país e povo.
do poder colonial, mas em que o siste- para lançar o seu programa de restru- um prédio de dez andares, o Chester Eu e outros jornalistas fomos visitá-
ma de repressão e negação dos direitos turação económica, ESAP, sob a égide
do FMI.
House, na esquina da Terceira Aveni-
da e Speke Avenue, onde a organiza-
-lo em casa, no subúrbio de Ashdown
Park, onde ele se encontrava a recupe-
Governo de Unidade
dos cidadãos se mantiveram intactos. Depois de uma indiscutível vitória
Moçambique havia lançado idêntica ção ocupava os dois últimos pisos do rar, no fim de semana logo a seguir ao
É muito fácil pronunciar as palavras eleitoral que lhe foi roubado em 2008,
iniciativa em 1987. Debatia-se, então, topo.. A respeitavelmente apetrechada ataque. Tsvangirai acreditava que tinha
democracia, boa governação e respeito Tsvangirai aceitou, em 2009, exercer o
muito sobre os méritos do programa biblioteca estava aberta ao público, e escapado à morte graças aos gritos de
pelos direitos humanos. Mas lutar para no Zimbabwe, e a ZCTU estava parti-
so
funcionava no nono andar.. Era no seu Edith, que alertaram outras pessoas cargo de Primeiro Ministro num go-
verno de unidade. Houve alguns que
que elas ganhem espaço e significado cularmente preocupada com o impac- gabinete, no décimo andar, onde en- no edifício, e também pelo facto de ele
prático numa sociedade controlada por to do ESAP sobre as camadas sociais contrava Tsvangirai para uma conversa próprio ter oferecido resistência contra o criticaram por isso, considerando
homens que acreditam que o poder mais vulneráveis. Importava, como tal, ocasional, sempre que visitava a biblio- os atacantes. O facto, porém, é que o que Tsvangirai estava a entregar-se à
lhes é predestinado, pode significar a colher as sensibilidades do movimento teca para uma consulta pontual. homicídio não se consumou porque boca do lobo. Os acontecimentos sub-
escolha entre a vida e a morte. sindical, no qual militavam na altura o gabinete estava gradeado. Os assal- sequentes provaram que essas vozes
Tsvangirai escolheu combater a tirania mais de 400 mil trabalhadores. Greve geral tantes não tinham feito o seu trabalho tinham razão. Mas a resposta que ele
deu é que não aguentava mais com o
Encontrei-o na sede da ZCTU no cen- Nos dias 8 e 9 de Dezembro de 1997, de casa de estudar minuciosamente a
um

e proporcionar o bem-estar económico


tro da cidade, para uma longa conver- a ZCTU organizou uma greve geral geografia do seu local de crime. Era o sofrimento a que eram sujeitos mi-
e social do seu povo. O preço que teve
sa, na qual advertiu contra o perigo do que pela primeira vez paralisou o país começo de uma série de actos de bruta- lhares de militantes do seu partido e
de pagar pela sua ousadia é incalculável,
governo avançar na implementação do inteiro.
o. A greve, que viria a ser repetida lidade de que Tsvangirai viria a ser alvo outros cidadãos vítimas colaterais da
incluindo inúmeras detenções, agres-
programa sem consultar a organização em Janeiro de 1998, desta vez com a ao longo dos cerca de 20 anos da sua extraordinária brutalidade do então re-
sões físicas, tentativas de assassinato e gime de Robert Mugabe.
sindical e outras partes interessadas, duração de uma semana, era em pro- carreira como líder político.
processos judiciais com base em acu- O sonho de que contra todas as vicissi-
tais como as igrejas, o sector empresa- testo contra a crescente deterioração Em 1998, um grupo de organizações da
sações sem qualquer mérito jurídico- tudes é possível viver-se com dignidade
rial e o movimento estudantil. da qualidade de vida no país, depois sociedade civil, incluindo igrejas, sindi-
-legal. No fundo, Tsvangirai nunca acreditou do governo ter decidido intervir mili- catos e associações sócio-profissionais, e em liberdade, sempre o perseguiu. Se
Tsvangirai nasceu no dia 10 de Março no sucesso do ESAP. Como diria anos tarmente na República Democrática com a ZCTU na dianteira, lançaram a materialização dessa visão de país ti-
de

de 1952 em Buhera, cerca de 250 qui- de, “os nossos receios viriam a
mais tarde, do Congo, para proteger o regime de oficialmente a Assembleia Nacional vesse que ser alcançada pela via de se
lómetros a sudeste de Harare, na con- ser justificados (...) Por volta dos finais Laurent Kabila. Constituinte (NCA), que tinha como assumir o poder, que assim fosse. Mas
fluência das províncias de Manicaland dos anos 1990, o mundo em geral acor- Na manhã do dia 11 de Dezembro, objectivo pressionar o governo e mobi- tentou fazê-lo sempre pela via demo-
e de Masvingo. Pertence ao sub-grupo dava para a realidade de que ilimitados dois dias depois do fim da primeira lizar a sociedade para a necessidade de crática.
dos Karanga, um dos mais dominantes fluxos de capitais poderiam arruinar as greve, um grupo de indivíduos que uma nova Lei Mãe, em substituição da Talvez porque ele não era um político,
dentro da etnia Shona. Foi o primeiro economias dos países em desenvolvi- se identificaram como veteranos de constituição de Lancaster House. Para no mais consumado sentido do termo.
de nove filhos do casal Dzingirai-Chi- mento. O ESAP expôs o Zimbabwe guerra chegaram à recepção e disse- liderar este movimento, escolheram Pois, como ele próprio dizia, “enquanto
bwe e Lydia Zvaipa Tsvangirai, ambos a uma impiedosa globalização onde ram à secretária de Tsvangirai, Edith unanimemente Morgan Tsvangirai. os políticos pensam apenas nas próxi-
io

camponeses, embora o pai se tenha an- não podíamos competir, colocando- Munyaka, que pretendiam avistar-se Embora a NCA tenha mantido a sua mas eleições, verdadeiros líderes pen-
tes aventurado para as minas da África -nos numa situação de dependência com ele. Uma vez no interior do gabi- própria identidade, ela pode ser con- sam sobre a próxima geração”.
do Sul. crónica”. nete agrediram-no na cabeça com uma siderada a plataforma que deu lugar Famba Zvakanaka Shamwari Morgan!
ár

Em homenagem póstuma a Morgan Richard Tsvangirai

As contradições que me transformaram no que sou hoje*


Di

S erá que (Robert) Muga-


be havia sido colocado
no poder como a melhor
opção do Ocidente para
continuar a oprimir a classe tra-
balhadora e o campesinato? Uma
das teorias dominantes entre os
União Soviética. Levou três anos para
Moscovo abrir a sua embaixada em
Harare. Nessa altura, pensávamos que
os soviéticos não eram bem vistos por-
que durante a luta armada eles haviam
prestado apoio à ZIPRA, enquanto a
ZANLA recebia apoio da China.
de presidente do sindicato da indústria
mineira).
Com o habitual desprezo da Zanu-PF
pelos trabalhadores e a sua atitude ne-
gativa perante os sindicatos, comecei
então a acreditar na teoria da conspi-
ração americana. Uma vez que me tor-
lação aos pobres – e eu recordava-me
que a palavra de ordem da minha esco-
la secundária, Gokomore, era Vincere
Caritate (Conquistar com Amor).
A questão mais difícil para mim era
se ele não seria um corrupto impostor
político. Como é que isto poderia ser,
modalidade desportiva mais popu-
lar em todo o mundo, era igualmen-
te uma das mais favoritas recreações
para a maioria dos zimbabweanos,
quer como adeptos quer como jo-
gadores, seguido do boxe e da luta
livre. Apesar de que havia um nú-
líderes nacionalistas rivais de Mu- Apesar da sua admiração aberta pelo nara entusiasta do socialismo a partir dadas as suas impressionantes quali- mero significativo de clubes de
gabe – a qual eu muitas vezes tratei socialismo, Mugabe manteve intacto de uma perspectiva sindical, comecei ficações académicas e postura de ur- futebol de rodesianos brancos com
com alguma incredulidade – era de o sistema capitalista, protegendo todos a duvidar das verdadeiras lealdades de banidade? Era necessário admirar os jogadores bem destacados, muitos
que os Estados Unidos teriam feito os principais investimentos estrangei- Mugabe, sem saber se eu estava certo que tinham conseguido alcançar altos deles mudaram as suas preferências
um trabalho clandestino no sen- ros, incluindo o gigante sul-africano da ou não. Preocupava-me porque se tor- níveis de formação académica. Mugabe desportivas depois da independên-
tido de pressionar os britânicos e Anglo-American e todos os seus acti- nava óbvio que nenhum dos colegas de era certamente um deles – de facto, eu cia. Mugabe, muito rapidamente se
os sul-africanos (durante o regime vos. Nada foi nacionalizado, contraria- Mugabe no governo parecia ter uma olhava para ele como meu ídolo – mas juntou a eles, passando a sua moda-
do apartheid) para permitir que a mente ao que acontecera nos vizinhos ideia sobre o que na verdade era o so- à medida que o tempo foi passando, lidade de preferência a ser o cricket,
Zanu-PF assumisse o poder no Moçambique e Zâmbia. A maioria dos cialismo. as contradições colocavam-me numa numa altura em que não havia nem
Zimbabwe em 1980, como forma capitalistas rodesianos permaneceram Tendo sido educado em três escolas ca- situação em que cada vez mais se tor- sequer um único jogador de cricket
de evitar um possível domínio so- seguros nos seus negócios, com um tólicas, tinha muitas suspeitas sobre as nava difícil eu defender os seus actos e negro no país.
viético na África Austral. nível de vida que lhes conferia privi- qualidades de Mugabe como uma pes- decisões.
No período imediatamente a seguir légios especiais (...) Tudo se manteve soa profundamente religiosa, um cató- No meio de tudo isto, apercebi-me de *Título da responsabilidade do
à sua independência, o Zimbabwe na mesma ao nível das companhias lico devoto. A Igreja Católica pregava algo que pensei que revelava as caracte- SAVANA. Extractos do livro At
havia se recusado intermitente- mineiras, de cujos trabalhadores eu era sobre os valores da justiça, empatia e rísticas-chave de Mugabe como um ser The Deep End (No Fundo do Poço),
mente a tornar-se um cliente da o representante sindical (na qualidade solidariedade – particularmente em re- social. O futebol, indiscutivelmente a da autoria de Morgan Tsvangirai.
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NO CENTRO DO FURACÃO Savana 23-02-2018 15

Tragédia de Hulene destapa podridão na gestão de lixo

Negligência que custa vidas!



Por Armando Nhantumbo/fotos de Naíta Ussene
É aqui onde minha mãe vivia cenário era impróprio para cardíacos le. “Ainda estamos à espera [do reas- dos pelo lixo. É a dura realidade de briram cerca de 7 casas. diferentemente dos primeiros dias, já
junto com a neta. As duas no local da tragédia. sentamento]. É preciso ter precisão várias famílias desde a fatídica ma- Aparentemente alheios à tragédia, há condições mínimas.
morreram naquela madru- A aflição de um pai e esposo que, sobre onde vamos”, diz. drugada de segunda-feira. É o caso são os catadores de lixo, que têm na “Não temos grandes reclamações
gada. A lixeira desabou e pendurado numa das poucas ca- As 61 famílias, o equivalente a 124 da família que, duma só vez, perdeu recolha dos resíduos sólidos para a re- porque sabemos que um Centro é
destruiu tudo”, relata, com uma sas que resistiram à fúria do lixo, no pessoas que, até esta quarta-feira 6 membros. ciclagem o seu pão de cada dia, que diferente de casa, não podíamos ter
lágrima no canto do olho, o jovem quarteirão 124, bairro Hulene B, estavam acomodadas no Centro de Enquanto isso, as famílias abando- continuam nas redondezas e no cume tudo como se fosse em casa”, diz Ma-
Osvaldo Natingue, que chegou orientava o operador da retroesca- Acolhimento criado na sede admi- nam as casas inundadas, à procura de da lixeira, sem qualquer equipamento rena Mariano.
vadora para a zona onde acreditava nistrativa do bairro do Ferroviário, locais seguros. Por outro lado, as duas de protecção. Enquanto isso, a directora distrital
a Maputo esta terça-feira, vindo
estarem soterrados esposa e filho, era foram retiradas da parte sul da lixeira, retroescavadoras continuam a roncar, E no Centro de Reassentamento do de saúde de Ka-Mavota, Ilda Nhaca,
da Beira, para vir prestar o último

o
revelador do drama da tragédia que se que é onde aconteceu o deslizamento retirando as camadas de lixo que co- Ferroviário, as famílias dizem que, afirma que, o estado emocional das
adeus à mãe e sobrinha, duas das 16
abateu sobre o país, sem no entanto o do lixo.
vítimas que, esta semana, perderam

g
Governo decretar luto nacional. Entretanto, montes com a mesma di-
a vida no bairro de Hulene, 7 km mensão ou superior aos que ruíram,
“Pára…pára” gritava o homem en-
do centro da cidade de Maputo, em Livaningo não tem dúvidas

o
quanto gesticulava para o maquinis- estão em todo o lado da lixeira, que

l
resultado duma tragédia que era, a

“Governofezouvidosdemercador”
ta, pois, entre o lixo e os destroços da ocupa um total de 17 hectares, mas as
todos os títulos, evitável. comunidades ao redor das partes da
casa, vislumbrara um corpo humano

ó
prestes a ser atingido pela pá esca- lixeira que não ruíram, essas não estão

ci
Tal como Osvaldo Natingue, há vá- a ser retiradas, talvez à espera da sua
vadora que roncava à busca de mais
rias famílias que, desde a segunda vez de desabamento. O desabamento da lixeira de Hule- tituição, David Simango simplesmente ções básicas nos locais de reassen-
corpos soterrados. ne voltou a levantar o debate sobre está a fugir com o rabo à seringa. tamento, como serviços de saúde,
passada, estão a vergar luto por mor- É o caso da casa 278, no quarteirão
E lá estava mais um corpo acabado de o seu encerramento e a construção “Nós sabemos que uma das pautas da educação, transporte, segurança,
tes causadas pelo desabamento do 48, que está a escassos cerca de 7 me-

so
maior depósito de lixo do país que, recuperar e para elevar as estatísticas do aterro sanitário de Matlhemele, governação do senhor David Siman- electricidade, o que desmobiliza
tros junto da lixeira. Isac Boaventura,
para além de mortes, deixou um rasto das vítimas do desabamento da parte no município da Matola, concebi- go, quer no primeiro, quer no segun- as pessoas a ficarem nos locais de
uma das 11 pessoas que vivem na mi-
de destruições. sul da lixeira de Hulene. núscula casa, relata o medo. do para servir os dois municípios. do mandato, estava relacionada com a reassentamento.
São cerca das 11h e a chuva miúda Na conferência de imprensa de questão do encerramento da lixeira de “A maior parte da população ficou
Era madrugada, cerca de três horas, “Na verdade nos sentimos mal porque
que cai, intermitentemente, não ini- segunda-feira, David Simango, Hulene. Mas passou o primeiro man- ali porque ainda estava à espera e as
quando, dada a chuva torrencial que o que aconteceu é perigoso e o não ter
be familiares e vizinhos que estão na quando confrontado com a demora dato e o segundo também praticamente pessoas que já tinham tido espaço
sacudia a capital, 90 milímetros/hora, onde irmos contribui. Se tivéssemos do encerramento da lixeira de Hu- já terminou porque daqui a alguns me- em Pazimane [Marracuene], aca-

m
uma parte da lixeira de Hulene, a uma cada vez mais remonta esperança de espaço, mesmo hoje iríamos sair por- lene, esquivou-se do assunto, afir- ses estaremos em eleições, o que signifi- baram voltando por falta de condi-
altura quase equivalente a um prédio encontrar seus parênteses ainda com que não sabemos o que irá acontecer mando que em respeito às vítimas, ca que não é possível termos a lixeira de ções porque as crianças não tinham

u
de três andares, cedeu e soterrou cerca vida. daqui em diante. Há 10 anos que ou- não era muito humano discutir o Hulene encerrada e termos um sistema onde estudar, não havia serviços
de 7 residências, onde famílias intei- As duas retroescavadoras que não pa- vimos falar de retirada para um outro assunto no momento. de gestão de resíduos sólidos através de de saúde, electricidade e seguran-
ras encontravam-se a repousar, um ram de roncar estão à busca de mais bairro, mas até hoje nada aconteceu. Entretanto, a Livaningo, uma Or- um aterro sanitário já construído a cur- ça e isso desmobiliza as pessoas a

e
repouso do qual 16 pessoas jamais corpos soterrados. As macas são in- Há dias quando chovesse a pessoa ganização Não Governamental to prazo. Nós achamos que ele está a ficarem nos locais. Então, o plano
suficientes e um corpo sem vida é de-
Máquinas e homens à busca de corpos soterrados
acordariam. E as que acordaram, 6, corria para dentro, mas hoje tem de (ONG) vocacionada a assuntos fugir” reagiu. havia, mas por negligência o pla-

d
lembrar-se-ão sempre da madrugada positado no chão lamacento de Hu- temunhar aos estragos causados pela António Mauelele, que reside na pessoas, só que elas regressaram, uma com trouxas na cabeça, estava parada abandonar” reportou. ambientais, não tem dúvidas de O entrevistado concorda que a tragédia no não foi executado, não por falta
de 19 de Fevereiro de 2018, um dia lene, numa das maiores expressões de queda da lixeira de céu aberto criada cintura da lixeira, conta que, depois versão que é desmentida pela popu- ao caminho e sem saber para onde ir. Lina Salvador, também reside numa que a tragédia resulta da negligên- de Hulene revela que não é urgente, de recursos, mas por uma questão
que parecia igual aos outros, mas que desrespeito à dignidade humana pós em 1972, três anos antes da indepen- de acordado aos gritos de socorro, à lação. “Estou a abandonar a casa por medo”, zona de risco, a menos de 10 metros cia das autoridades, uma vez que mas urgentíssima a construção do ater- de vontade política. Nunca houve

o
acabou sendo trágico. vida. dência de Moçambique. madrugada, foi-se pedir a retroesca- Curiosamente, uma das pessoas que
Curiosamente respondeu a vovó “Zabeli”, como ela da lixeira, e sublinha que “dormimos desde 2002 que tem vindo a alertar ro sanitário de Matlhemele. uma vontade política clara para que

i
Das 16 vítimas mortais, seis das da Para além de familiares, vizinhos e E, entre os residentes locais, ouvem- vadora do Conselho Municipal ali desmente é o chefe do quarteirão com medo porque mesmo do lado e apelar que aquele depósito a céu “Neste momento não deveríamos estar a lixeira de Hulene fosse encerrada”
própria se identificou, acrescentando
aberto já estava insustentável em a discutir mortes de pessoas por causa lamentou.

r
mesma família, 9 eram adultos e 7 das várias equipas técnicas ali posi- -se críticas contra as autoridades. afecta, mas a resposta foi que não ha- 125, bairro Hulene B, que diz que que, sobre a retirada da zona, o que onde caiu a lixeira ninguém espera-
va. Nunca ouvimos falar de retirada termos ambientais e sociais. de lixo durante esses mais de 15 anos. Sobre saídas a curto prazo, a fonte
crianças, enquanto dos 6 sobreviven- cionas, que incluem a Polícia da Re- Para uma jovem, aparentemente, na via combustível. a comunidade está ciente do perigo, houve foram apenas vários registos daqui”. “O Governo fez ouvidos de mer- Devíamos estar a usufruir do aterro entende que não há outra senão a


tes, 4 são adultos e 2 crianças. pública de Moçambique (PRM) e a casa dos 30, que não se quis identi- “Fomos nós a população unida que, à mas não tem onde ir. para o efeito, que não passaram disso Até porque, na noite desta terça-feira, cador durante esses anos, mas nós sanitário de Matlhemele há dois anos construção urgente do aterro sani-
Ao que o SAVANA apurou, uma Municipal, o Serviço de Salvação Pú- ficar, é inconcebível, por exemplo, mão, picaretas e pás, tentávamos sal- “Vontade de sair não falta” sublinha mesmo. cerca das 21 horas, parte da lixeira ex- já vínhamos dizendo isso através porque desde 2014 o Governo mo- tário de Matlhamele que, inclusi-
empresa vietnamita que se dedicava à blica (SENSAP), a Cruz Vermelha que haja insuficiência de macas para var as pessoas porque o socorro veio Francisco Machava. de reuniões, debates, marchas, pro- çambicano diz que já tem fundos do vamente, já tem fundos.
plodiu, libertando águas negras cuja
reciclagem de garrafas junto da lixei- de Moçambique (CVM), o Instituto 16 corpos e critica ainda o que en- tarde, como era de esperar. Fomos Liara Tivane, também residente nas Perigo prevalece dução de documentos de posição, Governo sul-coreano avaliados em 40 Lamenta que, desde o lançamento,

D
fúria destruiu parte de um muro re-
ra perdeu três máquinas que, até esta Nacional de Gestão de Calamidades tende ser lentidão e desorganização pedir essa máquina e alegaram que redondezas da lixeira, lembra que E, 24 horas depois, o SAVANA re- alertando que já não havia espaço a 50 milhões de dólares. Entretanto, em Março de 2017, do estudo de
sidencial, inundando as casas circun-
quarta-feira, continuavam soterradas. Naturais (INGC), o local está abar- das equipas de salvação, que “estão ali não tinham combustível, mas quando quando construíram as casas, a lixeira, gressou ao terreno, na manhã desta para continuarmos a depositar o ainda não se lançou nenhuma pedra e o impacto ambiental, até agora não
vizinhas.
Na manhã daquela segunda-feira, o rotado de curiosos que querem tes- parados e a conversar”. chegou autoridade acabaram apare- que hoje está a cerca de 10 metros da quarta-feira, para, além da evolução lixo que é produzido na cidade de espaço reservado para a construção do tenha havido qualquer avanço.
cendo”, conta.
Onze horas depois da tragédia, o
sua casa, estava distante e não consti-
tuía perigo.
da situação, verificar o decurso do 48 horas depois Maputo junto à lixeira de Hulene”,
lamentou o coordenador para a
aterro continua habitado”, lamentou.
Conhecedor do dossier “lixeira de Hu-
Reitera ser urgente que as auto-
ridades façam um plano de acção
processo de retirada de todas as co- Quarta-feira, 10 horas da manhã de
Conselho Municipal de Maputo “A lixeira foi crescendo até chegar munidades em perigo, tal é a promes- área de governação e desenvolvi- lene”, Alves Talala dissipa equívocos urgente e realístico para que efec-
quarta-feira. Pessoas concentradas
reunia-se para discutir a ocorrência. aqui” explica, mostrando-se, contu- sa do Conselho Municipal. mento urbano na Livaningo, Alves sobre os reassentamentos. Diz que, de tivamente a lixeira de Hulene seja
sobre os escombros duma casa des-
No final da reunião de emergência, o do, disposta a abandonar o local caso Talala, para quem as autoridades facto, houve um plano de reassenta- encerrada, o que depende do avan-
Verdade, porém, é que encontramos truída pela fúria do lixo. Rostos mo-
edil David Simango anunciou, dentre a edilidade crie condições. Sectores não estão a tomar a sério o caso. mento das comunidades ao redor da ço das obras de construção do ater-
pessoas ainda nas casas situadas na lhados de lágrimas. É uma família a Uma lixeira que já vinha matando lixeira para o distrito de Marracuene. ro de Matlhemele.
várias medidas, que a edilidade irá se abalizados argumentam que é urgen-
“zona da morte” e sem onde ir. E uma chorar a partida, para sempre, de dois Alves Talala lembrou que, em fi- Sucede que apenas uma parte da po- “Não podemos dizer que vamos
responsabilizar pelos funerais. te a eliminação imediata das casas
delas é, justamente, António Mauele- ente queridos que morreram soterra- nais de 2017, a Livaningo produziu pulação foi retirada, para além de que encerrar a lixeira, depois onde va-
População desmente autoridades problemáticas à volta da lixeira para
Com os canos virados à sua testa, por que não voltem a ser ocupadas, como um documentário no qual colheu o Governo não conseguiu criar condi- mos depositar o lixo enquanto o
as sensibilidades das pessoas que aterro não estiver disponível? É
ter permitido a permanência de fa- acontece em processos de reassenta-
vivem ao redor da lixeira e o resul- muito lixo, 800 toneladas por dia
mílias ao redor da lixeira, o Conselho mentos.
tado foi que as pessoas já ficavam que é produzido ao nível da cidade
Municipal de Maputo saiu ao contra- Ainda na segunda-feira, interpela-
contaminadas com doenças por de Maputo, esse lixo tem de ter es-
-ataque, afirmando que reassentou as mos Isabel Mandlate, uma idosa que, causa da lixeira. paço onde seja depositado e é pre-
“As mortes que tivemos esta sema- ciso que seja local adequado”, disse,
na não são recentes, na verdade, a sublinhando que não convém en-
lixeira já vinha matando as pes- cerrar a lixeira de Hulene e abrir-se
soas”, disse, em alusão a doenças outro espaço a céu aberto.
causadas e/ou propiciadas pelo lixo. “As lixeiras a céu aberto têm de ser
Diz que se não fosse a negligência combatidas, introduzindo sistemas
governativa, poderíamos ter tido de gestão de resíduos sólidos mais
um plano de acção concreto com modernos, que minimizam o im-
vista a encerrar a lixeira. pacto ambiental para a saúde pú-
Sobre o pronunciamento do edil blica, mas também para o sistema
de Maputo, de que não é momento ecológico porque a infiltração das
para se falar do encerramento da li- águas sujas acaba afectando a saúde
xeira, Talala diz que, para a sua ins- Alves Talala das pessoas”, recomendou.
Mais um corpo sem vida é recuperado entre o lixo e os destroços de casas Osvaldo Natingue Isac Boaventura &RPDFKXYDÀFRXGLItFLOFLUFXODUQD]RQDGDOL[HLUD
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OPINIÃO Savana 23-02-2018

Cartoon
EDITORIAL
Basta!
O desmoronamento de parte da lixeira de Hulene na
madrugada desta segunda-feira simplesmente colo-
cou a nu a falta de políticas sérias por parte do Es-
tado moçambicano na gestão de resíduos sólidos.
Foram 16 pessoas que morreram, vítimas da incúria e incom-
petência de quem devia ter previsto que algo de muito grave
poderia acontecer.
É sintomático que, em 43 anos de independência, não se te-

o
nha até hoje construído um único aterro sanitário para uma
cidade com mais de um milhão de habitantes, sabido que há
quase duas décadas que o Hulene se mostra insustentável, so-

log
cial e ambientalmente.

Sobre paz e reconciliação


Gostemos ou não, mas a tragédia de Hulene vem-nos dizer,
simplesmente, que somos um país que nem o lixo sabemos
gerir, embora andemos zangados com os que nos chamam de
shithole (local de trampa).
Por Narciso de Matos*

P
Crianças ficaram órfãs, maridos e esposas enviuvaram, tudo
porque um grupo de pessoas se furtou das suas responsabi-

ció
lidades. az, para mim, é a supres- isso a inclusão de todos os moçam- são refere-se a todos os indivíduos e a
E o discurso de que não se podem cobrar responsabilidades, são da violência doméstica, bicanos. Requerem a sua inclusão na todas as forças da sociedade que aspi-
escondendo-se num pretenso respeito às vítimas, é uma es- principalmente contra a definição da agenda de desenvolvi- ram a Paz e ao bem-estar colectivos.
mulher e a criança. É po- mento do País e na implementação
tratégia que precisa ser desmascarada sob risco de sermos
coniventes.
der andar-se na rua sem medo de e execução desses planos. Requerem Sobre a visão partilhada
raptos e assaltos. É ter comida, ter a partilha justa e não discriminatória Só do diálogo que inclui a todos
O maior respeito que se podia ter dado era evitar aquelas tecto,, ter escola, ter hospital, poder pode resultar uma visão partilhada de
mortes, que eram perfeitamente evitáveis, sobretudo porque
so
trabalhar. É conviver bem com a
dos recursos naturais ou criados pelo
trabalho de todos os Moçambicanos. um futuro por todos almejado. Com
avisos não faltaram. E aqueles que, num verdadeiro Estado de natureza, sem a destruir. Exigem inclusão e não discriminação essa visão partilhada haverá confian-
Direito, deviam estar, preventivamente, presos, hoje aparecem na função pública, na educação, na ça mútua e expectativas comuns e a
de óculos escuros a chorarem lágrimas de crocodilo. Sobre a Reconciliação saúde, nos sectores de produção, em alternância dos governantes não vai
As presentes enxurradas e a tragédia do Hulene deixam clara O tema trata também de reconcilia- todos os sectores e a todos os níveis, gerar angústias e medos por parte de
ção, a qual começa pela necessidade desde a comunidade, município, dis- quem não for eleito para governar.
uma atitude de complacência com comportamentos de risco
de se identificarem bem os conflitos trito, província até ao nível nacional. Porque a sociedade possui uma visão
um

de uma população que se habituou a viver no fio da navalha. partilhada sobre o futuro, não vai ha-
que nos afligem e suas causas. Co- A Paz e a Reconciliação exigem que
No ganha pão diário na disputa de espaço das rodovias que meça pela reconciliação na pessoa, ver razão para a ansiedade em rela-
ninguém seja excluído, a inclusão de
deviam ser para automóveis e camiões, na ocupação impune na família e na sociedade. Requer ção ao amanhã, não vai ser necessário
todos os moçambicanos, sem qual-
de espaços propensos a cheias, no assalto suicida a camiões aprender
ender a valorizar as experiências quer forma de discriminação política, acumular e esconder riqueza, com
com combustíveis, no fechar de olhos aos meios de transporte da reconciliação praticadas em Mo- religiosa, étnica, regional ou outra. medo do amanhã, os governantes
sem condições para transportar pessoas, na cumplicidade po- çambique após “a guerra dos 16 anos” Pressupõem a inclusão de congre- vão escutar e respeitar os governados,
pulista do áudio-visual que intimida intervenções musculadas ou “guerra pela democracia”, as expe- gações religiosas. E aqui cabe um porque sabem que amanhã podem já
que poderiam evitar tragédias e catástrofes. As autoridades há riências vividas a nível das comunida- não ser governantes, podendo contu-
parêntesis para lembrar a metáfora
des e das famílias, daquelas que de- do viver e conviver tranquilamente na
muito baixaram os braços. bíblica que diz “A Deus o que é de
de

ram bons resultados. A reconciliação sociedade.


De igual modo, não pode hoje o Conselho de Ministros apa- Deus, e a César o que é de César”,
requer, pois, identificar os requisitos
recer a exortar o Conselho Municipal de Maputo a encerrar fundamentais para que ela seja com-
isto é, é preciso precavermo-nos das
igrejas e religiões que prometem tudo
Sobre o papel do indivíduo
a lixeira porque o próprio Governo central é parte deste pro- pleta, genuína e permanente. Não é demais repetir que a Paz e a
blema. e tiram tudo dos fiéis incautos, que
Reconciliação começam dentro de
Basta lembrar que desde os tempos do Ministério da Coor- Sobre o diálogo mais se distinguem pelas suas incli-
nações monetárias ou partidárias, do
cada um de nós, como diz um dos
denação para a Acção Ambiental, hoje herdado pelo MI- O diálogo é o elemento-chave no nossos líderes sociais, é preciso “de-
processo de construção e paz e da que pela fé que professam. A inclusão sarmar as mentes”. A Paz e a Recon-
TADER, que o executivo vem prometendo encerrar aquele
io

reconciliação, é a ferramenta para a refere-se ainda às organizações da ciliação chamam de volta o papel da
depósito. sociedade civil – que devem também
inclusão, para se alcançar uma visão família no resgate dos valores morais
No caso específico do lixo, é preciso questionar quantas vidas ater-se a agendas nacionais, e não
partilhada do futuro comum que to- e éticos e de respeito mútuo e tole-
serão necessárias tombar para se construir o aterro sanitário dos queremos. Falo aqui do diálogo servir de instrumento nem de quem rância. Cada um de nós deve fazer do
ár

de Matlhemele que, ao que já foi publicamente, anunciado, indispensável para gerir a sociedade, as financia, nem de agendas alheias diálogo a ferramenta para a Paz e a
tem fundos disponibilizados para a sua concretização. para governar, para dispor com justi- aos interesses e prioridades dos mo- Reconciliação, deve assumir a busca
Apesar do muito que se sabe e foi dito ao longo dos anos era ça dos recursos que Moçambique nos çambicanos. A inclusão refere-se da paz e reconciliação como um pro-
importante uma comissão de inquérito que elencasse exaus- oferece. O diálogo para incluir todas também aos actores do sector produ- cesso contínuo e permanente, e não
tivamente as causas do desastre e os seus responsáveis. E, no as opiniões e as diferentes expectati- tivo - os empresários, os sindicatos, as uma acção momentânea – basta para
Di

vas que possa haver sobre as agendas associações de camponeses e agricul- isso ver como 20 anos de “Paz”, sem
fim do dia, com consequências.
de desenvolvimento nacional. Trata- tores, para citar alguns exemplos. A Reconciliação, acabarem em 2015
A partir das lições das ocupações anárquicas que ocorrem inclusão refere-se ainda a academia,
-se de um diálogo permanente e ho- com os tiros de Muxúnguè.
um pouco por todo o país, da tragédia do camião cisterna em nesto, aquele capaz de prevenir con- para que ela faça a pesquisa e produ-
Tete, dos homicídios programados nos transportes colectivos flitos e criar concórdias, e não só para za o conhecimento necessário para o *professor universitário. Intervenção
de passageiros, era importante uma reflexão política sobre a gerir crises; o diálogo como acção progresso social. A inclusão refere-se editada na “Cimeira Sobre Paz,
demissão do Estado nas acções em que tem de fazer valer preventiva e não curativa; o diálogo ainda aos observatórios do desenvol- Perdão, Reconciliação Nacional,
claramente os seus poderes para não assistirmos diariamente que exige vontade de ouvir e respeitar vimento, aos grupos de protecção da Cura Divina e Espiritual e Direitos
ao ridículo da crescente demanda de indemnizações e com- principalmente opiniões diferentes. natureza, aos grupos de protecção Humanos” realizada na cidade da
pensações claramente ilegais e sem fundamentos. dos direitos do homem e da mulher, Beira de 30 de Janeiro a 1 de Fevereiro
Nem sempre foi assim e claramente não pode continuar as- Sobre inclusão da natureza, de pessoas vivendo com corrente. Título da responsabilidade do
sim! A Paz e a reconciliação requerem por HIV e outras doenças, enfim, a inclu- jornal

KOk NAM Editor Executivo: Ivone Soares, Luis Guevane, João


Mosca, Paulo Mubalo (Desporto).
Distribuição:
Miguel Bila
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Savana 23-02-2018
OPINIÃO 19

Galeria de pinturas rupestres


F oram seis dias de interna-
mento sob uma vigilância
médica apertada, análises
laboratoriais e encéfalo ou
electrocardiogramas contínuos.
era o meu pai, quando finalmente
chegava a casa, depois das 21 ho-
ras. Ele trabalhava como cobra-
dor nos Serviços Municipaliza-
dos de Viação – SMV, e quando
Jogava-se ali ao loto, às cartas e
à cara ou coroa. Não eram gran-
des fortunas, mas, para o nível
das capacidades financeiras dos
participantes nesses jogos, poder-
gem de os deitar fora, pura e sim-
plesmente. Puttem Down pouco
se importava com isso. De pele
acobreada, muito sorridente, ti-
nha um montão de histórias fan-
muitos atavios e cestos, ornada de
objectos vários de artesanato, ela
e o seu dono formavam um corpo
único. De alcunha, o Fuzy John

o
era o “Malepfo ya Khangala”.
Na manhã do sétimo dia, o mé- lhe calhava o turno da noite era -se-iam considerar jogos de vida tásticas a contar sobre naufrágios Quando grupos de crianças em
dico, perante a minha mulher e o um autêntico sobressalto, porque, ou morte. ou sobreviventes de naufrágios e que me encontrasse gritavam em

log
nosso filho mais velho, anunciou para fazer a caminhada a pé até Gostava de passar por lá e passa- tempestades no alto-mar, o que coro uma, duas, três, cinco vezes
o seu veredicto: eu tinha de sofrer casa, tinha que sobreviver a dois va sempre que podia, a acompa- me fazia pensar e acreditar que «Fuzy John, Malepfo ya Khan-
a retirada de um rim. Seria uma inimigos: as hordas dos traba- nhar o meu amigo Rachide, que, ele era originário ou descendente
gala», ou seja, «Fuzy John, Barba
operação pacífica e sem grandes lhadores domésticos que à noite sempre que se anunciava para a de algum desses povos insulares –
de Enguia», eu não participava
sobressaltos, não fosse um óbi- abandonavam a zona urbana e matiné de domingo um filme que ou de Madagáscar ou das Como-
dessa brincadeira. Limitava-me a
ce: a minha idade e o estado de invadiam os subúrbios, espancan- tivesse como actor o John Wayne res ou das Ilhas Reunião. De res-
extrema debilidade física em que do quem quer que fosse que lhes ou o Clint Eastwood, não desper- to, respeitava muito o recato em olhar para ele, que pedalava indi-
ferente até desaparecer. Era, para

ció
me encontrava. Tornava-se, as- aparecesse pela frente, para vazar diçava a oportunidade de ir tentar que mantinha as suas duas únicas
sim, uma operação de alto risco. a sua raiva, a sua propensão para a sua sorte no jogo da cara ou co- filhas. Tinha as suas razões: elas mim, a encarnação da suprema
Deu-nos dois dias para decidir- a agressividade ou mesmo as suas roa, sorte a que tinha que se juntar eram extremamente belas. indiferença pelas mesquinhices e
mos se aceitávamos correr esse frustrações; ou, perigo não menos um pouco de (ou muita) batota, e Quem não tinha filhas, tinha um vaidades mundanas, a encarnação
risco ou não. Decisão, é evidente, grave, uma rusga da polícia de muitas vezes ele conseguia nestes filho único, era o alfaiate do bair- da suprema sabedoria e do sentir
em que quem teria a última pala- choque, principalmente quando jogos juntar os necessários 2,50 ro, o Bai Salimo, que invariavel- superior, não pelo que se tinha de
vra seria eu. esta integrava o Benedito, a quem escudos paraa comprar o ingresso mente não perdia a oportunidade material, mas pela elevação do es-
De regresso à enfermaria, passei a se tratava por “Chefe Benedito”,
so
paraa a fila Z, que ficava mesmo a de se vangloriar de ter conhecido pírito e da mente.
noite daquele dia totalmente em embora não tivesse nenhuma pa- 3 ou 4 metros do ecrã do cinema, o Eusébio quando ainda jogava Quando, na manhã seguinte,
branco. Povoei a minha insónia tente que lhe conferisse cargo de martírio que valia a pena para as peladinhas nos bairros suburba- a servente tocou a campainha
com imagens de lugares e, prin- chefia ou responsabilidade acres- coboiadas, para depois vir contar nos ou da Mafalala ou do bairro anunciando que eram 7h30, e
cipalmente, nomes que tinham cida. A sua notoriedade provinha aos amigos, ao cair da noite. popular da Munhuana, de tal for- que, portanto, as visitas poderiam
feito o universo da última fase da forma cruel como tratava todo Quem dispensava claramente ma que sonhava para o seu filho entrar para ficar por 15 minutos,
da minha infância e primeira da o cidadão que lhe aparecesse pela viços do mainato Bila ou
os serviços um futuro igual, pelo menos, ou, a Gertrudes entrou, depositou a
um

minha adolescência. A primeira frente. Era ele e um tal Langa, de as suas jogatanas era o Txovela se quisesse, um pouco superior ao bandeja do meu pequeno-almoço
coisa que me veio à memória foi tal forma que o músico Xadreque Kwatsi. Taciturno, de muito pou- do Eusébio, e por isso lhe tinha na mesinha ao lado da minha
a barbearia do velho Taímo. Ela Mucavele os notabilizou na sua cas palavras, este homem tinha dado o nome de Matateu. Sonho
cama, fincou-se, bem assente no
situava-se a meio da Rua do Goa, canção emblemática Ximbomana, invariavelmente como vestuário que não se conseguiu realizar,
chão, e olhou-me do alto dos seus
na Mafalala, justamente no lugar que eu aqui traduzo livremente apenas uma capulana bem cin- como é bom saber.
1,80 m e da sua redondeza de
onde ela faz uma bifurcação à di- por “bastão”. Eram simplesmente gida à cintura, que lhe caía até Mas, no meu imaginário, o meu
ídolo era outro: o Fuzy John. embondeiro. Perguntou-me, sim-
reita, desembocando no prostíbu- terríveis. um pouco abaixo dos joelhos. De
lo das Lagoas, mesmo na margem Terrível era também um assis- resto, nada. Sempre descalço e de Nunca o vi a andar a pé, e pare- plesmente:
da Avenida Craveiro Lopes. O tente formal da Polícia de Segu- tronco nu, ganhava a vida a acar- cia possuir o dom da ubiquidade. – Então, já te decidiste?
de

leito principal desta rua atraves- rança Pública, a quem deram a retar água para aqueles que, por Tanto posso revê-lo no Bairro de – Já. Venha daí o bisturi.
sava, mais para a esquerda, o ou- alcunha de «Mudinho» – minha uma razão ou outra, não queriam Minkadjuíne ou da Mafalala, no Não sei a que propósito me lem-
tro prostíbulo, que era de Matlo- tradução –, devido ao facto de ser ir disputá-la no fontanário pú- Xitalamati ou no Xipamanine, e brei disto tudo. Talvez porque
tlomana, mesmo na margem da surdo-mudo. Era surdo e mudo, blico. Fazia 20 centavos por cada mesmo no Chamanculo. Sempre sentisse que estava a decidir entre
Avenida Angola. mas muito eficaz para neutrali- lata de 20 litros. Trabalho não lhe montado na sua bicicleta, que a vida e a morte. A verdade é que,
Eu nutria um ódio surdo e infan- zar bandidos, ladrões ou simples faltava, uma vez até que, nessa al- bem poderia ser a sua casa, com de lá para cá, já passam 17 anos.
til pelo dono daquela barbearia, desrespeitadores da lei e provoca- tura, o único morador da Mafa-
io

por duas razões: primeiro, porque dores de desacatos. Bem entron- lala, tanto quanto eu me lembre,
a minha ida para sentar no seu cado, robusto, ágil de pernas, este que tinha água canalizada em
banco, uma vez por mês, para o Mudinho tornava-se ainda mais casa era o Enoque Libombo, que,
corte de cabelo, era um autêntico terrível pela fácil irritabilidade, para além de gozar da categoria
ár

martírio. Na altura não se usavam justamente como consequência de régulo, era assimilado. Gozou
máquinas eléctricas; eram ma- da impossibilidade de estabelecer do privilégio de ser o primeiro Email: carlosserra_maputo@yahoo.com
nuais. E, como tinha que cortar diálogo. Tinha outra característi- a ter água canalizada em casa, e Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com
o cabelo à escovinha, o contacto ca que eu admirava: era extrema- também o único durante muitos 568
das suas lâminas com o meu cou- mente asseado. Sempre de calça- anos, tirando talvez, mais tarde,
Di

Pensamento espontâneo
ro cabeludo provocava-me dores do, peúgas altas, calções e camisa pelo que soube, a avó Sinoda.
indescritíveis, tanto mais intensas de mangas curtas, tudo branco, Da mesma forma que Txovela
quanto era facto que tinha de re- de uma brancura imaculada, e ele Kwatsi dispensava os cuidados do

O
primir a minha vontade de soltar próprio de um asseio de não botar mainato Bila, também dispensava
berros, por uma necessidade in- defeito.. Poder-se-ia pensar que os do sapateiro remendão de bair- pensamento  espon- teressados em sequências que
feliz de mostrar que era homem. era um cliente regular do mainato ro, a quem sempre conheci e tra- tâneo tem a ver com façam sentido, que sejam so-
Mas, além disso, o motivo princi- Bila, embora não fosse. tei pelo apelido, «Puttem Down», formas cognitivas e cialmente úteis; mais do que
pal do meu ódio em relação àque- Este mainato estava instalado que deve ser corruptela de uma
argumentativas do sermos analistas estamos in-
le homem era a corte insidiosa mesmo no coração do Bairro da expressão inglesa qualquer, que
dia-a-dia. Estamos diaria- teressados em ser juízes. En-
e despudorada que fazia à mi- Mafalala. Dispunha de um amplo nunca me interessou saber. Gos-
nha irmã mais velha, claramente quintal de chão de areia, onde fa- tava de estar umas horas na sua mente em contacto com mui- tão, o que muitas vezes passa
mais nova do que ele, e o tentar zia as suas barrelas para roupa de oficina, que não era muito espa- ta informações, procuramos por análise é, unicamente,
envolver-me nisso, utilizando-me cama ou vestuário branco para as çosa, pelo fascínio que me causa- transformar o desconhecido uma condenação veemente.
como seu pombo-correio. Pode- famílias de bem, não só da Ma- va saber como é que, no meio da- no conhecido, o heterogéneo São ideias que nos interessam
ria crer que era um ódio infantil, falala como também dos arredo- quele monte indefinido de pares no homogéneo. O conheci- realmente, não categorias; são
mas fiquei surpreendido quando, res, engomava e limpava os fatos de sapatos, todos a precisarem de mento é a busca incessante coisas simples e imediatas da
algumas dezenas de anos mais dessa gente. Mas o que tornava remendos, ele conseguia identifi- de certezas socialmente úteis. vida que nos atraem, não lu-
tarde, soube da sua morte e não o seu quintal notável era a gran- car o dono de cada um. Muitos Para dizer as coisas em modo cubrações que entendemos se-
consegui reprimir um suspiro de de amendoeira de copa farta, à pares dos quais, aliás, os donos de paradoxo: certezas mais so- rem obscuras e desnecessárias.
alívio. Nessa altura, a minha irmã sombra do qual se concentravam nunca mais iam reclamar. Tenho cialmente úteis do que logica- Isso é especialmente evidente
já estava casada – e bem casada – todos os dias, desde manhã até a impressão de que muita gente mente certas. na conversação diária, onde
e com filhos. às primeiras horas da noite, gru- ia deixar os sapatos podres ali não Na verdade, mais do que se- estar ou não de acordo é fun-
Quem nos provocava um suspiro pos que se dedicavam aos jogos tanto para os remendar, mas para quências lógicas, estamos in- damental.
profundo de alívio naquela época de azar ou batota, se quiserem. se livrar deles, por não ter cora-
20
OPINIÃO Savana 23-02-2018

As perguntas de um anjinho
Por António Cabrita

C riar é produzir intencionalmen-


te perguntas eficientes. Eficientes
para quê? Para resolver problemas.
E amiúde a forma mais eficiente de
resolver os problemas é, em vez de os diluir,
acrescentar-lhes novas questões que abrem
novos horizontes, inesperados, que afinal
que não fazem a única pergunta necessária
e radical?
Raras vezes percebi a utilidade e a necessi-
dade absoluta dos exércitos.
Quando Xerxes invadiu a Grécia com um
exército tão grande que secava os rios à pas-
sagem (e é indubitavelmente uma coisa que
mulheres contra o prolongamento da guer-
ra do Peloponeso, que, face à teimosia dos
homens em mantê-la, impulsionadas pela
lucidez de Lisístrata, fazem uma letal greve
de sexo. A guerra não durou muito mais!
Aí está um método paraa atenuar as dívidas
soberanas dos países pobres: enquanto os
suava e mandarim, cinturão negro quarto dan
em karaté-suc, especialista em estrangulamen-
tos com arame, c/ nano pistola-metralhadora
hk mp5 dissimulada nas axilas, carta para pe-
sados e para merkava 3, patton M47, m-60,
Leopard, domínio de quatro línguas europeias,
para além do árabe, do swaali e do chinês, ex-
contornam os impasses. assombra: um exército tão grande que sorva erem um exército des-
governantes mantiverem pert em amaciar detractores com uma culinária
Um país não pode viver estrangulado por os rios por inteiro), Esparta mandou con- proporcionado para as suas reais necessi- alucinogénica,  ex-membro do body guard de

o
uma obstinada má escolha das suas priori- tra ele um primeiro (pequeno) contingente dades, as mulheres deviam vestir as calças Kadhafi, a quem partia as nozes; com carta de
dades e tem de aprender a fluir sem medos de 300 homens, que travaram os persas em ao irem para a cama. Convictamente: calças recomendação de Berlusconi, amiga de Muga-
e sem estorvos na sua organização insti- Termópilas – aí percebe-se a absoluta ne- be, procura emprego compcompatível, de preferência

log
sem zip.. Ao fim de três meses a petulância
tucional, de modo a que os seus cidadãos cessidade de um exército. O mundo de hoje militar do mundo estaria ia de gatas. a sul do Sahara, em país laico e firme em aplicar
usufruam do bem-estar que faz nascer as seria muito pior e mais triste se Xerxes ti- Isto também vale para a posse das armas. as leis e a sua defesa e dá desconto nos primeiros
motivações criativas que enformam o seu vesse vencido; os déspotas demoram sempre três meses de serviço».
desenvolvimento humano. mais tempo a morrer que os liberais, é uma PISTOLA EM CASA: PERNAS Virgem? Hum. Contudo, confesso que fi-
Este fim-de-semana ouvi esta história. Um verdade dramática. CRUZADAS! quei agitado. E por quê a mim, confessa-
amigo precisava de uma certidão de nas- A existência de Hitler tornou evidentemen- Se a boa metade da humanidade, tomando do pacifista? Com um remorso antecipado

ció
cimento. Por acaso é do Mossuril. Ora, os te obrigatória a existência de exércitos, ou o exemplo de Lisístrata, fizesse o seu traba- reencaminhei o mail para o Ministério da
livros de assento dessa zona foram enviados nacionais ou em coligação, que degolassem lho e não caísse na ladainha de um mundo Defesa, espero que tenham dado provimen-
para a Conservatória da Ilha de Moçambi- o perigo do fascismo. Portanto, há causas e congeminado pelo imaginário masculino to - é sempre triste ver alguém tão compe-
que. É aí que um amigo deste meu amigo causas. Mas em setenta por cento dos casos haveria menos escolas ameaçadas por fa- tente de mãos a abanar.
foi requerer uma certidão de nascimento. não é assim. náticos ou desnorteados. Eis as palavras de Porém ficam as perguntas: Quanto custa
Porém, a seguir todos os prazos razoáveis Agora, é razoável que um país pobre pos- ordem que escolheria para uma campanhia manter um exército? Desmantelar um exér-
são ultrapassados, até que chega o docu- sa alimentar um, pior, dois exércitos? Que anti-bélica: «Minha amiga: acorde a Lisístra- cito sai mais caro que mantê-lo? É priori-
mento e a explicação. Os livros de assento proveito tem um país atrasado e dependente
so
ta que há em si! Time out: pernas cruzadas, tário, neste momento, manter um exército,
de antigamente eram grandes e as suas pági- em ter um exército que lhe devora uma fa- mulheres do meu país. É o futuro que está em dois? Não é possível reconverter a indústria
nas desbordam da única e pequena máquina tia substancial do bolo que devia ser gasto jogo, não o engravide!»
engravide!». do armamento? De que divídas se fala se
de fotocópias que existe na Conservatória. em cultura, em bibliotecas, em educação, Mas nunca me perguntam a opinião! E as não se tem a força moral de se abater nas
E então a opção é deixar acumular os casos em agricultura, numa melhor distribuição mulheres, de facto, não têm feito o seu tra- balas para se injectar no crédito às pequenas
por resolver a fim de que se justifique enviar social? balho! e médias empresas? E em nome de quê as
um

dois ou três livros de assentos atravessar o E a questão é: Quantas consultas em onco- As mulheres na Líbia eram mais voluntá- tão judicativas sanções do mercado inter-
istmo numa balsa, com um funcionário, para logia custa uma bazuca? Quantos ginásios rias. Só que em sentido contrário. Ao Ka- nacional, quando avaliando em recessão a
irem ao outro lado, tirar as fotocópias neces- custa um carro de combate? Quantas bol- dhafi, sempre invejei os penteados e a guar- economia de um país, não preconizam de
sárias. E sob risco de que um aguaceiro, uma sas de estudo se pagavam com um tanque? da-pessoal de moçoilas. E elas disputavam imediato: querem crédito, abatam primeiro
trovoada repentina, desabe sobre a balsa e Quantos carros de bombeiros se pagavam a primazia de fazerem parte da Guarda de o exército?
os livros, debotando o milhar de assentos de com um avião de combate? Quantas peças Honra de K Kadhafi. Está para além do meu entendimento que
que dependem muitas vidas. Por que não se de teatroo custa um simples Tatoo Militar? Depois do Kadhafi ter sido despachado depois de escolher a entropia um país peça
digitaliza? Porque não há orçamento. Constato que as mulheres não sabem onde como foi, acidentalmente (nunca soube emprestado para pagar o diligente serviço
É aqui que se coloca a necessidade de fazer têm a cabeça, ou não têm lido muito. Pelo como se produziu esta maravilha), recebi das carpideiras.
de

novas perguntas, ainda para mais quando a  Lisístrata,, do Aris-


menos não têm lido a Lisístrata
a Lisístrata, este mail: Todos os anos, pelo ano novo, cresce-me nas
os líderes políticos reclamam a bondade de tófanes. «Saheera Mohamed Jamila, de 26 anos, vir- costas um bocado de asa e tenho de a meter
se voltar definitivamente à paz. Então por É uma simples história de mobilização das gem, 1,85 m, versada nas técnicas de tortura para dentro, deve ser disso.

Por Luís Guevane


SACO AZUL
io

Lixo criminoso
ár

À primeira vista não é fácil en-


contrar alguma relação entre o
ne, o “lixo criminoso” não parou de debitar
a seguinte “palavra de ordem” tatuada na sua
Mas, nisto tudo, aparentemente tão desfaza-
do da realidade, onde entra a poligamia? Pro-
cantos do país. O risco é similar a todos
os locais e a dificuldade de resolução do
Di

problema do lixo criminoso do imensidão: “ao pó voltarás”. Os jornais não vavelmente, entra na análise que uns e outros problema rima com a pobreza do país.
Hulene com a escolha de pes- deixam mentir. O “lixo criminoso” sempre fazem sobre quem, de facto, deve estar em Um indivíduo polígamo, só como hipó-
soas certas para o lugar certo baseado na esperou que os governantes ultrapassassem as frente dos destinos de uma nação ou, no caso tese, pode ter ou tem um bom poder de
poligamia. O “lixo criminoso” tornou-se suas inconsistências e incongruências de topo em apreço, de uma cidade como Maputo. Até antecipação/resolução relativamente aos
internacionalmente famoso por ter eli- e aliviassem o seu conhecido poder de sufocar onde este balé (balet) emocionante, antropo- problemas que outros acham bicudos e
minado 16 pessoas em poucos minutos. as vítimas da pobreza, da exclusão, vítimas da logicamente vulcânico, é aceitável? Parte- com nós difíceis de serem desfeitos. Nun-
Por maioria de razão, o “lixo criminoso” não participação na “luta de libertação”, víti- -se de um princípio muito simples: os bons ca, em nenhum momento, vai conviver
controla a estatística referente às causas mas do assustador pesadelo do silêncio e do administradores ou gestores, no caso de um com lixo de cerca de três andares, pres-
de mortes por si produzidas, em mais de conformismo. O “lixo criminoso” continua país pobre como Moçambique, devem ser es- sionando sobre um muro que de betão
duas décadas: malária, diarreia, cólera, té- a “reierarquizar-se” de modo dinâmico com colhidos entre aqueles que têm provas dadas não tem nada, à espera que não desabe. O
tano, hepatite A, a leptospirose (doença a chuva, seguro de que não haverá marcha na gestão da poligamia que desenvolvem e poder de antecipação ter-lhe-ia mandado
infecciosa causada a partir da urina dos alguma contra si (com direito a camisetas e controlam. Isto choca com muitos preceitos dizer que é inevitável a angariação de fun-
ratos), doenças respiratórias, entre outras. água mineral), marcha com dísticos exigindo socialmente aceites do ponto de vista, por dos (financeiros) para o reassentamento
O que nos dizem as estatísticas oficias a demissão do edil ou dísticos condenatórios exemplo, ocidental. Entretanto, não deixa de daquela parcela de população e posterior
sobre essas mesmas mortes na população da sua acção, com cobertura jornalística... É ser válido como um critério a ser adoptado, resolução do problema de fundo – o en-
circunvizinha da lixeira do Hulene até uma maravilha. Isto não é nenhum proble- supostamente, sem preconceitos. No fundo é cerramento da lixeira. Caso não se conse-
um raio, por exemplo, de 3 a 5 quilóme- ma político, meus camaradas; é um problema questionável. Não é por ser polígamo que um guissem fundos para a resolução definitiva
tros? O “lixo criminoso” é oficialmente o histórico-financeiro! Que ninguém se atreva indivíduo tem fortes potencialidades como do “lixo criminoso” até podia propôr, sim-
culpado ou estamos perante um “man- a associar o problema da lixeira de Hulene às bom gestor e, logo, como “homem do poder” plesmente, a alteração do nome para, por
dante”? dívidas ocultas num momento de pesar, por público. O contrário não deixa de ser válido. exemplo, Instituto de resíduos sólidos de
Desde que se anunciou, pela primeira vez, favor! Luto nacional? As chuvas ainda não O “lixo criminoso” é poligâmico. Pode estar Maputo; só para destraumatizar e apagar
que se deslocalizaria a Lixeira de Hule- pararam! em Maputo, mas também está nos vários ficticiamente “lixeira de Hulene”.
Savana 23-02-2018
PUBLICIDADE 21
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22
DESPORTO Savana 23-02-2018

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6DtGDGDSUHVLGrQFLDGR$7&0VHUiXPDOtYLR
Por Paulo Mubalo

A assembleia geral extraordi-


nária do ATCM para a elei-
ção do novo homem forte
da agremiação está marcada
para 5 de Março. Rodrigo Rocha e
Ricco Bay são, para já, os concorren-
tes . Entretanto, o actual presidente,
lhos, o que não tem acontecido.
Há os que dizem que o ATCM não
faz nada...
-Quando se diz que o ATCM não faz
nada é bom que se diga: nós fazemos
7 provas de karting por ano, quatro
de drag racing e quatro de drift, to-
andado a aturar há mais de 20 anos.
Um dos candidatos parece que está
com sede de protagonismo e outro
parece que quer lançar a carreira de
filho como piloto.
Sei que já começou a despedir-se...
-Os verdadeiros sócios do ATCM
por interesses muito mesquinhos.
Como acha que será o ATCM depois
da sua saída?
-Não estou preocupado com quem
vai seguir e não indiquei uma lista de
candidatura. Só espero que nenhuma
das candidaturas seja pau mandado
António Marques, faz, na hora de talizando 15, em 12 meses. Todos os sabem o que eu fiz, as próprias en- de alguma instituição ou de uma
partida, uma radiografia das activi- meses estamos fora de casa para vir tidades municipais e governamen-

o
pessoa. Espero que sejam pessoas que
dades realizadas. Seguem os excertos fazer aquilo que os pilotos merecem, tais sabem. Estamos a apresentar
venham por sua livre e espontânea
da conversa. que é dar-lhes atenção para que pos- imentos de despedida a várias
cumprimentos
vontade e não para fazerem jogadas
sam fazer o que mais gostam: com- instituições, como no Ministério dos

log
É um dado adquirido que António nem servirem seus interesses.
petir Transportes, na Direcção Geral das
Marques vai abandonar o ATCM? Disse que a sua saída foi um alívio. Alfândegas, no Concelho Muni- A terminar...
-Sim, aliás, já anunciei em Outubro. Mas porque? cipal, e todos dão rasgados elogios. -Agradeço o apoio que tive dos só-
cios, dos media, do falecido presi-

Ilec Vilanculos
Aprendi a ser atleta, desportista, diri- -Sim, alívio deste stress todo. Quan- Algumas pressionam, mas não quero
gente e presidente e agora como líder do comecei, andavam tanques de mais stress do que tiv
tive: vendi uma dente Artur Canana, que nos deu o
tenho de saber sair. guerra aqui no autódromo e agora casa na Sommerschield para pagar terreno, pois era terreno do ATCM,
Quanto tempo esteve à frente dos que estamos sair, a própria Casa Mi- António Marques vai deixar a presidên- nove meses de salários aos trabalha- mas não estava nada escrito, do pre-

ció
destinos do ATCM? litar quando vem treinar paga, por- cia do ATCM dores do ATCM, o clube ressarciu- sidente David Simango, juntamente
-Vinte e cinco a vinte e sete anos, tanto, houve uma grande mudança. -me, mas perdi a casa. O meu foco com a maioria dos seus directores e
mas não foram consecutivos, estive Quando fizemos a primeira prova, -Não, a prova de que não estou sendo é o meu País, que provei ser víavel e vereadores, que nos aprovaram a se-
na comissão de reactivação dois anos, nenhuma casa, nenhum restauran- este senhor conseguiu trazer um in- gunda parte do nosso projecto sem
marginalizado é que um convidou-
fui presidente da primeira direcção te nos abriu as portas para fazermos vestimento estrangeiro nesse país no custos para o clube, do MJD, MTC,
-me para Presidente da Mesa de
do ATCM, fiquei quatro anos e saí, a entrega dos troféus, exceptuando momento de crise. MISAU, alfândegas e migração. E
Assembleia, e o outro convidou-me
aliás, tiraram-me. Depois voltaram a a dona Fátima Mota. Agora todas não é último suspiro, como um jornal
para eu pertencer a um órgão que Cobardes
chamar-me e estou desde essa altura as casas nos querem quando é para
so
ele vai constituir, no estilo Conselho escreveu, mas já preparei e reabilitei
até agora. consagração da época. Nessa altura Já circular
circularam algumas cartas anóni-
Consultivo formal, e que espera que mas.
mas... o meu jazigo e da minha família no
o desporto motorizado foi proibido
Nós de estrangulamento e depois de termos conseguido, no-
seja dinâmico.. Mas até lá tenho ainda -Não foram dos sócios do ATCM, cemitério. O ATCM tem grandes
O que ficou por se fazer? tempo para pensar e vai depender de mas de cobardes, porque cartas anó- figuras, como o Manuel Silva, tem
vamente, a autorização de exercemos
-Uma é reabilitar a pista, e já temos alguns discursos, de alguns pronun- nimas são demonstração do seu ca- o DNA do clube antes da indepen-
a actividade, nunca nos devolveram
acordo firmado com a MMD, que, ciamentos que estou a acompanhar rácter, e o que vale, é que os media dência, a dona Helena Nicolau, filha
mais o património. O próprio Parti-
por sua vez, tem um contrato com a nas candidaturas, para ver se vou con- não deram importância a isso. Alguns do falecido dono da Ronil, a própria
um

do Frelimo, guiado pelo Sr. Marceli-


Ceta, mas tudo está parado. Este pro- tinuar aturar esse stress que tenho deles são uns safados, foram movidos Dalila e outros.
no dos Santos, proibiu a nossa acti-
jecto é extremamente importante na- vidade, queria fazer do ATCM o seu
quilo que prometemos fazer e não es- braço motorizado, não conseguiu, ele
tamos a conseguir fazer, mas não pela também não conseguiu e fez-se sócio
nossa culpa. Já em relação aos candi- e acho, realmente, que se renderam.
datos, gostaria que fizessem conten- Eles viram que estamos a fazer um
ção, na sua linguagem, até porque é
io, o nosso nome está a
trabalho sério,
nosso objectivo entregar o ATCM
aparecer fora de portas, a nível inter-
com a pista reabilitada, só que está a
de

nacional.
acontecer este gap e se tiverem de cri-
Porque declinaram o “convite”?
ticar alguém, que o façam, mas menos -Nós sempre dissemos que se formos
à direcção do ATCM, sobretudo eu. braço motorizado de alguém seremos
Critiquem a Ceta, procurem, como do nosso País e é isso que estamos a
sócios, saber o que está a acontecer fazer, é desenvolver o desporto mo-
com a Ceta e a falta de cumprimento torizado dentro e fora do país. E
que está a ter com a MMD, para mu- posso vos dizer que nunca o ATCM
io

darem de linguagem em relação às teve um campeão africano de kart;


suas candidaturas. Na assistência ro- há dois anos foi campeão africano de
doviária tem uma grande lacuna que kart, nunca o ATCM teve uma pilo-
tenho que assumir, de peito aberto e to, Naomi, que tivesse ido para fora
com humildade.
ár

do país e ficasse em 31º lugar, em 94


O que aconteceu exactamente? inscritos
itos no Mundial da FIA de Kar-
-Estávamos preocupados com outras ting, 12 aos 15 anos. Estamos a dizer
coisas, nós aqui apanhávamos sustos que, o que íamos fazer, fizemos e isso
todos os dias, eram projectos que en- nos deixa satisfeitos e é o desafio para
travam para desenvolver aqui, eram
Di

os novos candidatos.
reuniões com o Concelho Municipal, Fundamente...
era a EDM que punha os postes de -Um dos candidatos diz que é “mais
transporte de corrente eléctrica den- pelo ATCM”, então vão voltar a ser
tro do nosso terreno e depois não campeões africanos de kart e vão vol-
queria tirar, eram negociações com tar a fazer com que um ou uma co-
os investidores por causa do estilo, -piloto vá para fora e fique em 31º
filosofia e conceito de negócio que lugar, em 94 inscritos.
faziam - leasing a longa duração - Trabalho exige-se
em vez de toma-lá, dá-cá. Quisemos -Então que façam mais, e fazer mais
capitalizar o nosso património, mas significa deixar os seus afazeres pes-
houve muita trapalhada e tiraram- soais e entregarem-se a uma causa e
-nos 30 por cento o terreno. Descui- largarem as outras actividades em que
dámos um pouco nesta coisa de assis- estão envolvidos e virem para aqui e
tência rodoviária. fazer disto sua actividade. Também
Com que sensação fica ao deixar a percebi que isto é campanha, estou
presidência do ATCM? no associativismo há muito tem-
-Sensação de missão cumprida e alí- po, cerca de trinta cinco, comecei
vio. Eu também sou um cidadão, que na Académica, depois passei para o
zela pelos seus interesses como zela- ATCM. Portanto, são muitos anos
va: tinha dois cabeleireiros e um café. e isto não se estuda, não se aprende,
Quero dispor de mais tempo para os não vem dos livros. Vem da prática e
meus netos, filhos do meu falecido talvez seja isso que esteja a faltar: fa-
filho, quero ter mais tempo para a larem menos e fazerem mais.
minha família, filha mais nova, quero Estarão os dois candidatos a dar-lhe
dar atenção aos meus filhos mais ve- costas?
Savana 23-02-2018
DESPORTO
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Di
24
CULTURA Savana 23-02-2018

“Temos a mania de copiar muito”


O jovem músico moçambi-
cano Albino Mbie, radi-
cado em Boston (EUA),
considera que a identidade
cultural nacional não é valoriza-
da e que sente falta disso. “O que
acontece com muitos de nós mo-
nhecida nos EUA, ela não chegar
lá por falta de promoção. “Eu acho
que temos poucas apresentações
de músicos moçambicanos nos
EUA. Eles dizem que a música
moçambicana não chega lá. Isso
significa muito. Talvez em termos
É importante darmos essa energia a
Moçambique. Além disso é preciso
transformar vidas com música. Em
termos músicos que vão tocar co-
migo tenho dois com quem tenho
vindo a trabalhar em Boston, nos
Estados unidos da América, tam-
outros assuntos como o cuidar do
nosso planeta. É um ponto para o
qual muitas vezes a gente não olha.
Para aqueles que acompanham o
que está a acontecer com planeta
terra, devastações, cheias que esta-
mos a ter, tudo isto. Então o disco
çambicanos é que temos esse ró- de promoção não está a chegar lá. bém virá o Frank Paco, de Cape fala do mundo e é intitulado Mafi,
tulo de sermos um dos países mais Para as pessoas que acompanham Town e outros moçambicanos nas que significa areia na língua Chope.
pobres do mundo. Cria-nos uma música africana também não tem vozes e percussão”, aponta. Como sabem, nas nossas línguas
sobrepressão do género culpa, de ideia por onde anda a música e os O músico considera que o segun- uma palavra tem diversos significa-
que a nossa identidade não tem músicos moçambicanos. Então há do disco é caracterizado pelo seu dos. O meu contexto está na pala-

o
valor. As nossas línguas não têm uma necessidade de abrir esta in- cunho pessoal. “Eu acho que neste vra mundo. O mundo que pode ser
valor. Então, as pessoas espelham- dústria que faz milhões. Seria em- segundo álbum tornei-me vulnerá- seu mundo”.
-se muito em culturas estrangeiras. prego para nós moçambicanos. Há vel. Abri o meu coração, sem olhar A situação político-social do país

log
Entretanto, precisamos difundir muita gente que se interessa pelas muito na vertente científica por- foi uma preocupação manifestada
ainda mais a nossa identidade e artes, promoção em termos de cria- $OELQR0ELHpXPDGDVÀJXUDVGH que no primeiro álbum trabalhei pelo artista. “Mas Moçambique
evitarmos a adopção cultural es- ção de eventos. EUA também são FDUWD]QD1RLWHGHJXLWDUUD quando ainda era estudante. Nes- não é Maputo só. Precisamos de
trangeira. Não vou dizer que a pes- um ponto de encontro de culturas. te álbum sinto que vou às raízes. criar mais oportunidades para as
te será com algumas músicas do
soa não possa tocar outros géneros Abraçam músicos de todo o mun- São músicas que quis transportar restantes províncias. Temos de criar
meu primeiro álbum que fizeram
musicais. Mas tocar funk cá não do. EUA são feitos disso, de imi- neste disco e que têm melodias essas oportunidades. Espero que
vai ser idêntico ao de lá por conec- grantes”, frisa Mbie. sucesso. Algumas músicas serão do muito simples, mas que tocam o Moçambique esteja mesmo em paz

ció
tar o seu funk com a sua realidade. O artista falava a propósito da sua segundo disco. Terei o prazer de es- coração. Verdadeiro, simples e ho- politicamente para que os artistas
Temos de trazer mais a identidade participação no programa musi- trear nesse dia, vai ser um grande nesto. Assim é que caracterizo este consigam fazer digressões pelas
moçambicana. Sinto que falta um cal denominado Noite de guitarra encontro. Estamos a falar da ge- álbum. Niketche é o ritmo que ca- províncias, workshops, tocarem, fa-
pouco disso, pois temos sempre a que terá lugar no próximo dia 2 de ração
ão do Richard Bona que é um racteriza as minhas músicas. Este zerem dinheiro e carreira. Estamos
mania de copiar muito. Não é mau, Março, na capital do país. “Estou pouco mais antiga, vem Ernie Smi- é o ritmo que quis abraçar e faço a precisar disso. Isto é um mercado
é muito bom para a aprendizagem. cá em Maputo por um motivo es- th, Jimmy Dludlu e temos o Albi- fusão com outros que gosto como industrial. Temos de pôr isso a an-
A identidade vai nos levar para pecial. Vou participar no concerto
so
no Mbie que é uma nova geração. Jazz, Blues, Rock e R&B. Retrata dar”, finaliza.(A.S)
muito longe”, explica o guitarrista noite de guitarra volume II. Estou
Albino Mbie. aqui por causa deste concerto. A
A música moçambicana é desco- minha apresentação primeiramen-

Moreira distinguido
um

no Japão
O músico Moreira Chongui- e conhecedores de questões globais.
de

ça foi indicado, através da


Embaixada do Japão em
Moçambique, como Mem-
bro da Kenjin-Tatsujin Internatio-
Tatsujin são artistas, performers e
atletas reconhecidos a nível nacional
ou internacional que são socialmen-
te activos e globalmente conscientes.
Espectacular No
nal Advisory Council (Conselho
Consultivo Internacional Kenjin-
-Tatsujin) para a “Ashinaga África
Por exemplo músicos, designers, e
es de filmes.
directores
Destacam-se os membros da Ashi- Promoção! mêsrediero
io

Initiative”, e vai tomar posse como


e
Descontos até 50 fev
naga no Brasil o músico Gilberto
Membro deste Conselho durante a Gil, na Argentina Fernand de la Rúa
realização da Terceira Assembleia (antigo presidente da Argentina), no
Geral da Kenjin-Tatsujin Interna- Canadá Janice R. Fukakusa (antiga
ár

tional Advisory Council a ter lugar Directora Administrativa e Finan-


a partir do dia 01 Março de 2018
no hotel Westin Miyako Kyoto em
Kyoto, Japão.
ceira do Royal Bank of Canada),
na Itália Andrea Bocelli (cantor),
na África do Sul Yvonne “Chaka
A nossa Missão é
Chaka” (presidente da Fundação
preencher o seu lar
Di

Ashinaga é uma organização sem Princess of Africa e cantora), no


fins lucrativos fundada há 50 anos, Canadá Michael H. Wilson (Chan-
baseada em Tóquio, Japão, tendo celer da Universidade de Toronto e
alcançado a forma de funcionamen-
to corrente em Abril de 1993 sob
Presidente do Barclays Capital Ca-
nada Inc.), no Burkina Faso Lassi-
de Conforto! Contactos:
direcção do seu fundador e actual na Zerbo (Secretário Executivo da
Presidente Yoshiomi Tamai. Está Organização do Tratado de Proibi-
focalizada em fornecer financiamen- ção Completa de Testes Nucleares- 82 4235570
to educacional e apoio emocional a -CTBTO), nos EUA Dikembe
Mutombo (antigo jogador da NBA),
84 8939786
crianças que sofreram a perda de um
ou ambos os pais ou responsáveis nos EUA Sheena Iyengar (Professo- 82 3140200
por doenças, acidentes, suicídios e ra de Negócios na Divisão de Ges-
desastres, incluindo o terramoto e o tão da Columbia Business School), 21-401151
tsunami do Grande Oriente no Ja- na Inglaterra Andrew D. Hamilton
pão. Além disso, Ashinaga amplia a (Presidente da New York University
sua assistência às crianças com pais e antigo Vice-Chanceler da Univer-
e responsáveis que sofrem de graves sidade de Oxford), no Gana Dieter
deficiências. Lenzen (Presidente da Universidade
A definição de Kenjin e Tatsujin de Hamburg), em Portugal António
dentro da estrutura do Ashinaga é Ramalho Eanes (antigo Presidente
“Suporte Educacional para Crian- da República Portuguesa e Doutor Av.do Trabalho n 1155-Maputo
ças Africanas que perderam os seus Honorário da Universidade de Lis- email: salaohabitat@gmail.com
Pais”. boa), em Portugal Rosa Mota (me-
Kenjin são líderes intelectuais e de dalhista de ouro olímpica em mara-
negócio reconhecidos pelo público tona). A.S
Dobra por aqui
SUPLEMENTO HUMORÍSTICO DO SAVANA Nº 1259 ‡ DE FEVEREIRO DE 2018

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Jovem estudante americano naquela
hora dos trabalhos de casa.....
2 Savana 23-02-2018 SUPLEMENTO Savana 23-02-2018 3

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Savana 23-02-2018
OPINIÃO 27

Abdul Sulemane (Texto)


Naita Ussene (Fotos)

Promessa vira desgraça


A

Auscêncio Machavane
lixeira de Hulene localiza-se no bairro de mesmo nome, a nove quilómetros

o
do centro da cidade. É a única lixeira em Maputo e já está saturada há cerca
de dez anos, mas as autoridades mantêm-na aberta.
E é exactamente desde há cerca de dez anos que o Conselho Municipal tem

log
estado a fazer promessas de encerrar aquela lixeira mortífera. A última promessa do
encerramento daquela lixeira, que põe em perigo a saúde de centenas de pessoas, foi
se não falha a memória em 2016, segundo um plano de actividades do Conselho
Municipal nesse tempo.
Promessas foram várias. Havia uma outra datata de 2013, quando o Conselho Mu-
nicipal de Maputo e o Fundo do Ambiente informaram os moradores dos arredores
daquela zona que iriam encerrar a lixeira da morte definitivamente. Como podemos

ció
ver nada disso aconteceu.
Depois da tragédia, o Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, Da-
vid Simango, que soubemos pretende candidatar-se para o terceiro mandato, aparece
a dizer que está a reunir apoio para cerca de setenta famílias afectadas e que foram
evacuadas para um centro de acomodação instalado no Bairro Ferroviário.
Ninguém aparece a dar a cara e a falar das responsabilidades sobre a tragédia. Não
vamos esquecer que perderam a vida 16 pessoas. Conseguem dar a cara para dizer que
no momento estão preocupados em encontrar amparo e assistência para as pessoas
so
que perderam os seus entes queridos. Falando nisso, recebi uma mensagem telefónica
de um funcionário do Conselho Municipal de Maputo a dizer que a edilidade vai se
responsabilizar pelos velórios das pessoas que perderam a vida nesta tragédia.
Agora até uma equipa do Conselho de Ministros esteve no local para avaliar a si-
tuação. Essa é a forma que tem sido usada por parte dos governantes. Todos os anos
assistimos a situações em que as pessoas sofrem por causa das inundações provocadas
um

pela chuva. As coisas não mudam. Nunca vemos um trabalho com vista a resolver
este problema antigo. Contudo, gostam de ocupar estes cargos e não fazem nada de
concreto. A vida dos que votam neles vai piorando. Temos de ver a quem damos o
voto de confiança para dirigir os nossos destinos. É o que deve estar a dizer o PCA da
mediaCoop, Fernando Lima, na conversa que trava com o Conservador António Sitoe
e o fotojornalista do SAVANA, Naíta Ussene. António Sitoe foi quem fez a escritura
da criação da mediaCoop.
Este assunto tem barba branca. Quantas vezes falamos sobre o perigo causado pela
de

lixeira. Esses dirigentes não têm vergonha do que não fazem. Deve ter sido isso que
despoletou uma partilha de gargalhada entre o Editor do SAVANA,, Fernando Gon-
çalves e as locutoras reformadas da RM, Luísa Meneses e Teresa Elvira.
Chega um momento em que já não dá para ocultar a incompetência. Fica tudo tão
claro que já nem podemos tapar o sol com a peneira. Será que o Presidente do Con-
selho Constitucional está a comparar esta situação para dizer que não havia maneira,
tinha de acordar a realização da segunda volta das eleições intercalares em Nampu-
la. Vemos a concordância por parte do antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros,
io

na governação de Joaquim Chissano, Leonardo Simão, e PCA da Vodacom, Salimo


Abdula.
São novos tempos para os outros. Dizemos isso pela nomeação do economista Ar-
mando Inroga, como novo PCA da TVM. É motivo para o administrador da RM,
ár

António Barros, procurar actualizar o contacto.. Isso fez o professor de música Adéri-
to Gomate atiçar um sorriso maroto.
O clube dos casados conta com mais elementos. Desta vez foi a nossa colega da Di-
recção comercial, Benvinda Tamele, que contraiu matrimónio. Aproveitamos o mo-
mento para fazer votos de muita felicidade ao casal. Como vi num filme, ser casado é
Di

uma profissão dignificante.


À HORA DO FECHO
www.savana.co.mz EF'FWFSFJSPEFt"/0997t/o 1259
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IMAGEM DA SEMANA Di z- s e . . . Di

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Nyusi e Dhlakama voltaram a encontrar-se, nesta segunda-feira, na localidadee de
Namadjiwa, no posto administrativo de Vunduzi, no distrito de Gorongosa, para
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discutirem assuntos militares. SFDFOUFNFO
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Eleições intercalares em Nampula BMVHBEPOPQSJNFJSPBOEBSEPBWJÍP%FGBDUPOÍPIÈEJOIFJSPQBSBB
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Cololo e Vahanle enfrentam-se a 14 de Março


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Por Argunaldo Nhampossa RVÓNJDBTVMBGSJDBOBRVFBDUVBOBTVBQSPWÓODJB&NDBVTBFTUÈBOÍP
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marcou para 14 de Março, $POTFMIP EF .JOJTUSPT  TFHVOEP B RVFGPJEPNJOBEBQPSVNBEFTPSHB-
RVFGPJEPNJOBEBQPSVNBEFTPSHB OIFDFPÉNCJUPEFBDUVBÎÍPEBDPNQBOIJB
do presente ano, a reali- QPSUBWP["OB$PNPBOB EFMJCFSPV OJ[BÎÍP HFOFSBMJ[BEB  DBSBDUFSJ[B-
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zação da segunda volta da QFMPBEJBNFOUPEBEBUBEPBSSBORVF EB QPS BUSBTPT  USPDB EF DBEFSOPT F ͻ 'PJ BQSFTFOUBEP FTUB TFNBOB P FTUVEP EF WJBCJMJEBEF EP QSPKFDUP EF
eleição intercalar de Nampula, que EP SFDFOTFBNFOUP FMFJUPSBM EF SBJ[ FMFJUPSFTDVKPTOPNFTOÍPDPOTUBWBN USBOTQPSUFQÞCMJDPEFQBTTBHFJSPT WVMHP"(5 DPNPNBJTVNBTPMVÎÍP
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vai colocar frente a frente Amisse QBSBBTRVJOUBTFMFJÎÜFTBVUÈSRVJDBT OBT MJTUBT  TÏSJPT QSPCMFNBT EF JMV-
JMV QBSBTFBDBCBSDPNPTmy loves OBDBQJUBMEPQBÓT4FSÈRVFPOEFGB-
Cololo António (Frelimo) e Paulo 1SFWJTUPQBSBPQFSÓPEPRVFWBJEF NJOBÎÍP BNFBÎBEFQBSBMJTBÎÍPQPS MIBSBNJUBMJBOPTFCSB[VDBTWÍPUSJVOGBSPTOPTTPTBNJHPTEBUFSSBEPT
Vahanle (Renamo). EF.BSÎPBEF"CSJMEPQSFTFOUF QBSUF EPT .FNCSPT EBT .FTBT EF TBNVSBJT
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Savana 23-02-2018 1
EVENTOS

EVENTOS
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Nova fábrica de cimentos na Matola

o
log
ció
so
um
de

O Presidente da Repúbli-
ca (PR), Filipe Nyusi,
inaugurou, nesta quar-
ta-feira, a fábrica de
ocupa uma de área de 80 mil
metros quadrados e tem a ca-
pacidade de produção anual de
700 mil toneladas de cimento.
cimento acelerado da constru-
ção”, disse.
Adiante o PR sublinhou que,
nos últimos cinco anos, a in-
Por sua vez, o PCA da Limak
Cimentos, Gültekin Aksüyek
referiu que fábrica irá emprestar
“ao país” uma nova visão e servir
paralelamente no emprego em
Moçambique com cerca de 141
empregados, incluindo 85 tra-
balhadores efectivos e 56 sub-
io

cimento Limak cimentos, loca- Falando na ocasião, Filipe Nyu- dústria do cimento tem estado a de exemplo para investimentos contratados. Cerca de 96% dos
lizada no município da Matola, si destacou que a unidade fabril crescer em taxas que variam dos industriais na região com o seu trabalhadores da nossa fábrica
na província de Maputo. reflecte uma forma de parti- 6% e 10%. estado de arte tecnológica, sis- são indivíduos locais. Além dis-
cipação do sector empresarial “Actualmente, esta indústria tema de automação e filtração, so, a nossa fábrica irá continuar
ár

Trata-se dum empreendimen- na materialização da política ocupa a quarta posição, atrás laboratórios de Investigação e a prestar contribuições na eco-
to avaliado em 50 milhões de e desafios do desenvolvimento da indústria metalúrgica. Das Desenvolvimento, padrões de nomia pagando regularmente os
dólares norte-americanos, fi- industrial 2016-2025. unidades fabris projectadas para qualidade e de segurança ocu- impostos”, frisou Aksüyek.
nanciados pelo Grupo Limak “Que este empreendimento breve, o país terá uma capacida- pacional e abordagem de pro- Refira-se que com a nova fá-
Di

Cemnt, uma empresa de ori- contribua para estabilização dos de instalada de produção de cer- dução amiga do ambiente. brica, o país passa actualmente
gem turca. preços num cenário de elevado ca de 7 milhões de toneladas de “Ao ajudar a reduzir as impor- a contar com 13 fábricas de ci-
A infra-estrutura construída nível de procura face ao cres- cimentos por ano, referiu”. tações, a nossa fábrica contribui, mentos.(EC)

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2 Savana 23-02-2018
EVENTOS

Standard Bank e AdM estabelecem soluções cómodas


O Standard Bank e a empre-
sa AdM-Águas da Região
de Maputo assinaram,
esta terça-feira, em Ma-
puto, um memorando de entendi-
mento para o pagamento de factu-
ras de consumo de água, através do
*555# em qualquer telemóvel, in-
serir o PIN e seleccionar a opção
Pagamentos, já no NetPlus/BOL,
somente acessível através de com-
putador ou dispositivo móvel com
acesso à internet, os clientes devem
mento rápido, fácil, seguro, remoto
e a qualquer hora do dia das suas
facturas de água.
“Para nós, este é um passo marcan-
te, no nosso caminho, de sempre
nos focalizarmos nos nossos clien-
tes, disponibilizando-lhes meios e
selho de Administração da AdM,
José Ferrete, secundou Chuma
Nwokocha referindo, também, que
a parceria vai permitir aos clientes
da empresa o pagamento das suas
facturas de água com mais rapidez,
a situação da própria empresa”, in-
dicou José Ferrete.
Importa destacar que nas suas in-
tervenções os dois dirigentes foram
unânimes em apelar à sociedade,
para uma reflexão sobre como pou-
aceder à plataforma com as suas facilidade, segurança e comodidade.
soluções para fazerem as suas tran- par e conservar mais água, numa
QuiQ e NetPlus/Business Online credenciais, seleccionar a opção Pa-
(BOL). sacções de uma maneira simples, “Todas as facilidades para apro- altura em que a cidade de Maputo
gamentos e, intuitivamente, seguir
práctica e segura”, disse Chuma ximar os clientes da empresa vão e arredores registam o agravamento
em frente.
Para o administrador delegado do Nwokocha. contribuir para estabilizar, não só a das restrições de fornecimento de
À luz deste memorando, os clientes
Standard Bank, Chuma Nwoko- Por sua vez, o presidente do Con- situação dos clientes, mas também água, devido à seca na região.
particulares e empresariais das duas

o
instituições, residentes nos municí- cha, a concretização desta parceria
pios de Maputo, Matola e Boane, simboliza o “empenho do banco em
podem efectuar pagamentos na co- responder às necessidades dos seus

log
modidade de suas casas ou escritó- clientes, melhorando cada vez mais
rios, através dos canais digitais do a sua experiência de serviço”.
banco, sem cobrança de taxas, nem
comissões adicionais.
Enquanto o pagamento pelo QuiQ
Aliás, conforme referiu o adminis-
trador delegado, durante a assina-
tura do memorando, este serviço
Matrículas para 2018
pode ser feito, bastando digitar vai permitir aos clientes o paga-

ció
Necrologia ͻ Necrologia ͻ Necrologia ͻ Necrologia ͻ Necrologia
AEscola
Escola Comunitária Luís Cabral- ECLC informa
Bernardo Álvaro
aos alunos, pais, encarregados de educação e ao público
A Redacção do jornal 6$9$1$ comuni- em geral, que ainda tem vagas para matricular novos
ca com profunda dor e consternação o
IDOHFLPHQWRGRVHXFROHJDGHSURÀVVmR
so
ingressos da 6ª, 7ª, 8ª, 9ª, 10ª, 11ª e 12ª classe por 500,00
Bernardo ÁlvaroMRUQDOLVWDGRVHPDQi-

ULR&DQDOGH0RoDPELTXHRFRUULGRQR meticais.. Podendo obter mais informações na secretaria


SDVVDGRViEDGRGH)HYHUHLURYtWLPD
de doença.
2 IXQHUDO WHYH OXJDU QHVWD WHUoDIHLUD daquela escola sita na sede do bairro Luís Cabral, en-
QR FHPLWpULR GD YLOD GH 0DUUDFXHQH
um

DQWHFHGLGRGHXPYHOyULRQD&DSHODGR trada a partir da Junta ou Maquinague ou pelos telefones:


+RVSLWDO&HQWUDOGH0DSXWR­IDPtOLD
enlutada apresentamos as mais sentidas
condolências.
847700298 ou 826864465 ou ainda 871232355.

Vodacom Lança em Manica, projecto de educação “Faz Crescer”


de

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680 alunos do ensino secundário.
O projecto “Vodacom Faz
Crescer”, trouxe também para
a escola, as chamadas Escolas
Instantâneas (Instant Schools)
io

que são recursos de formação que


estão disponíveis num aplicativo
móvel projectado pela Fundação
Vodafone com objectivo de
ár

apoiar na formação de estudantes


em África. Os estudantes ligados
à rede Vodacom, podem aceder
a Escola Instantânea de forma
Di

gratuita.
Na mesma cerimónia, a que garantam soluções acertadas No encerramento do evento, a
Vodacom, representada pelo SDUD RV GHVD¿RV TXH R SDtV Vodacom ofereceu um concerto
seu Presidente do Conselho de enfrenta ”. do prestigiado cantor local,

I
niciou, no dia 2 de Janeiro no distrito de Sussundenga, na Administração, Salimo Abdula, É de resto um pensamento Chinho Raposo, como parte das
de 2018, o projecto província de Manica. ofereceu prémios aos professores que realça o compromisso da actividades do projecto “Música
“Vodacom Faz Crescer”, A cerimónia que marcou e alunos de Manica que se Vodacom na contribuição para Faz Crescer”, uma subparte do
uma iniciativa da maior o arranque desta iniciativa, destacaram pela excelência da o melhoramento da qualidade “Vodacom Faz Crescer” e que
operadora de telefonia móvel coincidiu com o evento da abertura sua prestação ao longo do ano da educação e da construção de visa promover a música e cultura
de Moçambique, que visa do ano lectivo escolar 2018 tendo lectivo 2017. SUR¿VVLRQDLVTXDOL¿FDGRVQRSDtV moçambicana.
equipar escolas secundárias sido dirigida pelo Primeiro- Intervindo na ocasião, Salimo
do país com computadores, Ministro de Moçambique, $EGXOD D¿UPRX TXH ³R SURMHFWR
livros, conectividade e Escola Carlos Agostinho do Rosário, -Vodacom Faz Crescer- é holístico
Vodacom (plataforma online de acompanhado pela ministra da e visa desenvolver o intelecto do
aprendizagem disponível em Educação e Desenvolvimento aluno em todas as suas dimensões:
www.vm.co.mz/educacao). Humano, Conceita Sortane e intelectual, cultural bem como de
O ambicioso projecto vai técnicos da Direcção Provincial e cidadania e solidariedade”.
igualmente promover debates Distrital de Educação de Manica. Abdula acrescentou ainda
sobre a qualidade de ensino e os Neste contexto, como forma de que “apostamos na qualidade de
caminhos a serem seguidos para contribuir para o melhoramento ensino, porque a Vodacom sabe
uma formação de alunos e técnicos das condições de educação na muito bem que um país como
cada vez mais competentes. Escola Secundária de Rotanda, a Moçambique só pode crescer se
O lançamento aconteceu na Vodacom doou 25 computadores, for servido por cidadãos formados
Escola Secundária de Rotanda, 600 livros e um router WI-FI, HFRPFRPSHWrQFLDVSUR¿VVLRQDLV
Savana 23-02-2018 3
EVENTOS

Mulheres do Dondo criam agroindústria


U ma pequena indústria de
farinação de milho e des-
casque de arroz fundada e
gerida por uma sociedade
de dez mulheres começou a laborar
no início do corrente mês no distri-
to do Dondo, província de Sofala.
a partir desta actividade.”
A inauguração desta unidade fabril
visa o desenvolvimento do agro-
-processamento, um dos elos mais
importantes para modernizar e via-
bilizar a agricultura familiar.
A aquisição do equipamento desta
onde cultiva os cereais que agora
estão a processar com o equipa-
mento instalado. Este grupo está a
ser assistido pela Gapi há seis anos
e, em reconhecimento do seu em-
penho, o Governo Provincial está a
subvencionar o uso de um tractor
pequena indústria teve como início
para auxiliar nos trabalhos de la-
A operacionalização desta agroin- uma contribuição em cerca de 40
mil Meticais, feita pelas mulheres voura da sua área, bem como dos
dústria resulta da assistência que a vizinhos.
Gapi está a prestar ao programa do através de um trabalho conduzido
pela Gapi para que elas organizas- A líder destas mulheres, Maria da
Governo, para o empoderamento
sem o seu próprio sistema de pou- Conceição foi agora convidada para

o
de mulheres no corredor de Sofala,
panças. participar na Conferência Interna-
com financiamento do Banco Afri-
cano de Desenvolvimento(BAD). O grupo “Mulheres Chiverano” cional do Género que irá decorrer
tem ainda uma área de 10 hectares nos Estados Unidos.

log
“A segurança alimentar e nutricio-
nal das famílias mais pobres depen-
de muito do trabalho das mulheres.
A motivação da Gapi em participar
neste programa é a de melhorar
as condições para que as mulheres
assegurem esse papel de manei-

ció
ra mais sustentável e, além disso,
aprendam a organizar negócios
que lhes proporcionem mais rendi-
mentos monetários”, disse Wilma
Rwechungura, gerente da Gapi na
Beira.
Maria da Conceição, líder da em-
presa do Dondo designada por
so
“Mulheres Chiverano”, que signifi-
ca “Entendimento entre Mulheres”,
manifestou a sua alegria pela ope-
racionalização deste equipamento,
que já estava no local há mais de
três anos, mas que permanecia pa-
um

ralisado devido a constrangimentos


no abastecimento de energia eléc-
trica adequada.
A Gapi, em complemento ao tra-
balho de capacitação em gestão e
assistência à organização do ne-
gócio disponibilizou um financia-
mento que, com o apoio do Gover-
de

no de Sofala, permitiu que a EDM


passasse a fazer o fornecimento de
energia.
O programa de empoderamento
da mulher, na província de Sofa-
la, abrange os distritos do Dondo,
Nhamatanda, Gorongosa e Caia,
io

onde estão a ser assistidas pela Gapi


um total de 75 grupos de mulheres
envolvendo cerca de 1300 mem-
bros. Nestes grupos, organizados
ár

em associações ou microempresas
com assistência da Gapi, “os mem-
bros começam por ser orientados
no desenvolvimento do espírito de
poupança para investir”- explicou
Di

Wilma.
Como resultado deste trabalho, nos
grupos mais estáveis e membros
empenhados foram instaladas mais
de 35 pequenas agroindústrias se-
melhantes às do Dondo.
Nos últimos meses, o principal pe-
dido que as líderes das mulheres
têm estado a fazer à Gapi é o de
as ajudarem a solucionar constran-
gimentos com os equipamentos e
instalações, que já foram co-finan-
ciados pelo Governo e pelo BAD,
mas que ainda não estão a ser efi-
cientemente aproveitados.
Graça Correia, administradora de
Dondo, mostrou-se agradecida e
enalteceu o facto da Gapi estar pre-
sente na vida destas mulheres: “O
Governo Distrital enaltece o apoio,
dado pela Gapi, a estas mulheres,
pois elas e outras pessoas do distri-
to vão agora conseguir processar os
seus produtos e obter rendimentos
4 Savana 23-02-2018
EVENTOS

BCI apoia
empreendedores
moçambicanos
O Banco Comercial e de
Investimentos (BCI) e a
CDBrand assinaram, nes-
ta terça-feira, em Maputo,
jurídica, de marketing financeiro
e, sobretudo, naquilo que também
distingue esta iniciativa (dar espaço
e visibilidade na sociedade), pode

o
um memorando de entendimento fazer toda a diferença”.
que formaliza patrocínio do BCI Para José Libombos, representan-
ao programa “Super Mentores”, te do Instituto para a Promoção

log
uma plataforma de apoio a em- das Pequenas e Médias Empresas
preendedores e micro empresas (IPEME), a iniciativa pretende
Empreendedoras em Moçambi- catapultar ideias de negócios de
que. empreendedores e de empresas ex-
pondo-os a vários mentores técni-
O documento rubricado pelo Pre- cos e financeiros com vista à conso-
sidente do Conselho Executivo do lidação das mesmas com acesso ao

ció
BCI, Paulo Sousa, e pelo Director mercado e melhoria da capacidade
Geral da CDBrand, Celso Domin- competitiva.
gos, pretende trazer mais-valia e “Essa plataforma vai contribuir
continuidade a este projecto que para o desenvolvimento sócio-eco-
estimula o empreendorismo na- nómico, tomando em consideração
cional através da criação de micro que ela tem o papel de contribuir
empresas, garantindo a orientação a indução de surgimentos de pe-
e aconselhamentos aos empreen- quenas e médias empresas devida-
so
dedores para que possam crescer mente estruturadas, fortalecimento
profissionalmente, melhorando a das existentes para que tenham um
sua qualidade de vida e asseguran- potencial de geração de emprego e
do o desenvolvimento económico para aumento da produção nacio-
do país. nal”, disse.
um

Falando na ocasião, o PCE do Por sua vez, Celso Domingos fri-


BCI Paulo Sousa, afirmou: “os em- sou que o tema de financiamen-
preendedores e as microempresas to é o “calcanhar de Aquiles” dos
ocupam um espaço relevante na empreendedores em Moçambique,
sociedade moçambicana, no meio mas é preciso partir do princípio
económico e social. Eles são aci- que para empreender não basta só
ma de tudo a principal génese das ter dinheiro é preciso ter o Know-
estruturas empresariais no país, e a -how, ter uma estrutura. E aquilo
principal fonte de criação de em- que o Super Mentores vai trazer
de

prego”. Mais adiante, indicou que aqui é uma estrutura, mas não ca-
“muitas das vezes, em países como pacidade financeira para dar todo o
Moçambique, o facto de podermos acompanhamento relativamente ao
dar suporte, partilhar experiências, financiamento, daí que a abraçamos
enquadrar a actividade de um em- o BCI, que se prontificou a poiar a
preendedor, com apoio em matéria nossa causa”,”, disse. (EC)
io

Maputo acolhe competição


de arte africana
ár

A cidade de Maputo acolhe assim, oferecer novas oportunidades


Di

esta sexta-feira o lança- para os artistas nacionais exporem os


mento da 33ª edição do seus trabalhos.
L’atelier do Barclays. Tra- “Queremos encorajar os artistas mo-
ta-se de uma competição anual, que çambicanos a participarem do con-
tem em vista estimular jovens talen- curso, o L’Atelier é uma competição
tos das artes visuais, servindo como que proporciona experiências ímpa-
uma plataforma para que os jovens res não só aos artistas, mas também
artistas emergentes se afirmem na ao público em geral. Estamos certos
arena da arte africana e mundial. que só pelo facto de participarem,
estes artistas já estão a ganhar pela
Ao longo dos anos, esta competi- experiência e o intercâmbio que
ção tem sido um instrumento fun- sempre acontece, porque estamos a
damental no lançamento de muitas falar de uma competição que abran-
carreiras no campo das artes visuais. ge diversos países, com artistas bas-
Na edição passada, o L’Atelier che- tante talentosos, e essa oportunidade
gou pela primeira vez a Moçambique de troca de experiências é, no nosso
e teve como participantes diversos entender, o maior valor acrescen-
artistas nacionais, tendo os artistas tado que todos os artistas obtêm.
Luís Santos e Mauro Vombe visto Queremos proporcionar momentos
os seus trabalhos incluídos na lista inigualáveis a todos, momentos que
dos 100 melhores. Devido ao suces- artistas e público irão decerto recor-
so que fez, este ano o L’Atelier irá dar muito para além do final desta
manter a aposta em Moçambique, competição”, afirmou Ivan Serra,
sendo este o melhor reconhecimento Director de Marketing e Relações
do muito talento existente no País e, Corporativas, do BBM.(EC)

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