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origem da vida a partir de matéria não viva. No entanto há que fazer distinções entre diferentes
ideias ou hipóteses às quais o termo pode ser atribuído. Actualmente, o termo é usado como
referência à origem química da vida a partir de reacções com compostos orgânicos originados
abioticamente. Ideias antigas de abiogénese também recebem o nome de geração espontânea, e
essas foram há muito descartadas pela ciência; consistiam basicamente na suposição de que
organismos mais complexos, dos que se observam diariamente, não se originassem apenas dos seus
progenitores, mas de "matéria bruta".
O defensor mais famoso dessa hipótese na antiguidade foi Aristóteles há mais de dois mil anos, e
na sua versão, supunha a existência de um "princípio activo" dentro de certas porções da matéria
inanimada. Esse princípio activo organizador, que seria responsável, por exemplo, pelo
desenvolvimento de um ovo no animal adulto, cada tipo de ovo tendo um princípio organizador
diferente, de acordo com o tipo de ser vivo. Esse mesmo princípio organizador também tornaria
possível que seres vivos completamente formados eventualmente surgissem a partir da "matéria
bruta".
Essas ideias sobre abiogénese eram aceitas como verdadeiras até há cerca de dois séculos atrás.
Ainda no século XIII, havia a crença popular de que certas árvores costeiras originavam gansos;
relatava-se que algumas árvores davam frutos similares a melões, no entanto contendo carneiros
completamente formados no seu interior.
Coacervado é um aglomerado de moléculas proteicas envolvidas por água, numa forma mais
complexa. Essas moléculas foram formadas por proteínas que se envolveram na água devido ao
potencial de ionização presente em algumas das suas partes. Acredita-se, portanto, que a origem dos
coarcevados (e consequentemente da vida) tenha-se dado no mar.
Existiam coacervados formados de diversas maneiras. Os mais instáveis quebraram e desfizeram-se.
Já alguns, quebraram-se e uniram-se a outros e a moléculas inorgânicas, formando coacervados
complexos. É possível que em algumas dessas milhares de combinações que podem ter ocorrido,
alguns coacervados tenham-se tornado mais estáveis.
Ao mesmo tempo, formou-se no oceano um "caldo quente" composto por coacervados e outros
tipos de matéria orgânica, assim como substâncias inorgânicas. Isso possibilitou a sobrevivência dos
coarcevados, que precisavam de energia inicialmente obtida dos raios ultravioletas e descargas
eléctricas e que posteriormente passou a ser obtida de forma química (açúcares, matéria orgânica
em geral).