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O autor comprou no dia 6 de Junho de 2017, um Notebook da marca Acer, linha Aspire F,
modelo F5-573G-71BW sob número de série NXGLSAL004710265529501, que vem apresentando
vícios desde o segundo dia de compra. O centro de atendimento, bem como a assistência técnica foi
ineficaz em solucionar o problema, que é recorrente até a presente data. A sinergia dos acontecimentos
obedece a seguinte ordem:
a) Aberto solicitação de reparo no dia 7 de Junho, 1 dia após a compra – O computador, mesmo
após ficar carregando o tempo recomendado no manual, não ligou, o atendente do SAC da Acer sugeriu
entre outros procedimentos, zerar a BIOS (Memória responsável em gerenciar os parâmetros do
hardware, ela faz um checklist para evitar a queima dos circuitos interno);
b) Após ler vários artigos no site reclame aqui (www.reclameaqui.com.br), que coleciona mais de
20 reclamações do mesmo notebook, incluindo até o fato do computador retornar com defeitos novos,
ponto que desencoraja qualquer um a levar o seu computador a um centro autorizado, mesmo assim o
autor teve que levar o notebook ao centro autorizado. Ainda vale ressaltar que os procedimentos
indicados no ponto “a”, apenas fizeram o computador inicializar e após inicializar o sistema, constatau-se
outros problemas, como: lentidão, travamentos, barulhos estranhos, superaquecimento e bateria
deteriorada, não durando mais que 2h sendo 7h garantida pela revenda e 12h pelo site do fabricante,
Destarte, no dia 24/11/2017 o autor entrou em contato com o SAC e recebeu o seguinte
protocolo: LF20171124-PAC362546, a atendente sugeriu os mesmos procedimentos do dia 7 de Junho
de 2017, desta vez sem efeitos positivos, o notebook teria que ser enviado via sedex para centro
autorizado em Barueri-SP. O notebook retornou mais rápido que o seu diagnóstico e com um defeito
novo, o touchpad não funciona todas funções. O centro autorizado, registrou a sua entrada no dia
15/12/2017 às 12h48min de uma sexta-feira e foi concluído o diagnóstico no dia 20/12/2017 às 12h00min
da tarde de uma quarta-feira. Este lapso de tempo, desmonta a tese de que o computador ficou 72h em
testes, já que em horário comercial este tempo não seria atendido conforme visto no Laudo Técnico da
parte Ré;
c) Após este episódio, os defeitos foram percebidos logo na primeira semana e se agravam com
o passar dos dias, conforme consta nos autos.
É imperioso destacar que o notebook do autor não é um computador qualquer, seu poder de
processamento com tecnologia i7 de ultima geração, recursos da placa de vídeo de altíssima
performance, memória RAM com 16Gb e com incríveis 12h de duração da bateria, destaca quão
importante é este investimento, visto que este tipo de computador é destinado ao público empresarial ou
mais exigente por recursos de processamento. Ao fazer um paralelo de desempenho em notebooks
comuns vendidos em lojas de departamentos, este notebook é 10 vezes mais rápido. E foi despendido
todo o FGTS do autor e mais algumas economias, para que esta compra se concretizasse.
Desta maneira, após a retirada do aparelho no dia 28/12 de 2017, o autor começou a usar o seu
notebook para atender todas as demandas atrasadas. Uma vez que retornado da assistência o mesmo é
devolvido com o sistema operacional “Formatado”, ou seja, sem nenhum aplicativo do qual utiliza para
trabalhar, assim sendo, é necessário atualizar o sistema operacional que leva mais de 3 dias em alguns
casos, depois, instalar o software Vmware (Programa utilizado para simular sistemas operacionais), tal
programa é o principal aplicativo para colocar os serviços de CFTV Icloud como supracitado no segundo
parágrafo. Seguindo esta confiança, que o notebook estava em pleno funcionamento, haja vista que o
mesmo foi para a assistência técnica e “ficou 72h” em análise e não foi constatado nenhum problema, o
autor aceitou um contrato de monitoramento, fato comprovado nos autos, o notebook voltou a apresentar
os mesmos defeitos e neste acontecimento o autor teve de pagar uma multa contratual (documento
peticionado) passando por um grande constrangimento.
Como se vê, o autor adquiriu o aparelho em questão para seu uso, eis que exerce função que
dele depende constantemente, ficando assim, sem poder usufruir do mesmo por um grande período,
sem contar o aborrecimento, os transtornos, a perda de tempo, que aquele teve para levar
o “notebook” para a assistência técnica.
Como descrito anteriormente, é nítido o dano moral sofrido pelo autor, ultrapassando o mero
dissabor e aborrecimento do cotidiano e sob a visão simplória dos fatos é possível constatar a
responsabilidade em indenizar, vez que a ação ou omissão da mesma, assim como o nexo causal
vislumbra-se neste ínterim processual. Em que pese às assertivas dos fatos, é de clareza solar que em
razão deste vício de qualidade, é identificado também à intenção de protelação, a julgar que por
inúmeras vezes o autor recorreu ao SAC e a Assistência técnica e ambos mostraram-se ineficazes.
Desta forma, patente é a existência de ato ilícito. Tem-se, sobre o assunto, que a obrigação de
indenizar, oriunda da responsabilidade civil prevista no art. 927 do Código Civil, ao dispor que “aquele
que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.” Os atos ilícitos estão previstos nos
artigos 186 e 187 do Código Civil, in verbis:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê- lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.
Depreende-se dos dispositivos legais acima transcritos, bem como da melhor doutrina, que, para
se configurar a responsabilidade civil, faz-se necessária a presença de três requisitos, dos quais o autor
experimentou, a saber: (I) culpa do agente; (II) existência de fato danoso; (III) nexo de causalidade entre
tais elementos.
O autor pretende uma indenização à título de danos morais e material, considerando os fatos
aqui narrados, de modo que seja compensada pelos prejuízos que foram e estão sendo causados, como
exemplo a multa que terá que arcar por não ter prestado serviço conforme mencionado nos fatos, e que
haja uma punição às empresas suplicadas, pela desídia, pela falta de cuidado e atenção para seus
produtos e especialmente para seus cliente, de modo que seja coibido tal atitude por parte da suplicada.
Ainda cabe salientar a lição do Professor Desembargador SÉRGIO CAVALIERI FILHO, em sua
obra “Programa de responsabilidade Civil”, 12ª Ed. 2015, o qual ensina que:
“…deve ser reputado como dano moral, a dor, o vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo a
normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições,
angústia e desequilíbrio em seu bem-estar… Se assim não se entender, acabaremos por banalizar o
dano moral, ensejando ações judiciais em busca de indenizações pelos mais triviais aborrecimentos”.
Como ensina o eminente e saudoso civilista CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA, quando se cuida
de dano moral, o fulcro do conceito ressarcitório acha-se deslocado para a convergência de duas forças:
”'caráter punitivo', para que o causador do dano, pelo fato da condenação, se veja
castigado pela ofensa que praticou; e o 'caráter compensatório' para a vítima, que
receberá uma soma que lhe proporcione prazeres como contrapartida do mal sofrido"
(Responsabilidade civil, Rio de Janeiro, Forense, 1.990, p. 62).
DO DANO MATERIAL
Sabe-se que os danos emergentes são aqueles valores que a vítima, efetivamente e
imediatamente, teve diminuído em seu patrimônio em razão do ato cometido por outrem, alheio a sua
vontade.
Como observa-se nos autos do processo, o autor realmente teve seu patrimônio diminuído, pois
teve a sua única ferramenta de trabalho inutilizada em decorrência de vícios constatados nos autos, com
o laudo técnico particular e com a declaração de quebra de contrato.
“… quer o código que o devedor inadimplente indenize o prejuízo, ou seja, a perda certa e não eventual,
ou melhor ainda, a verdadeira diminuição ou desfalque que no seu patrimônio sofreu efetivamente o
credor com o inadimplemento da obrigação”.
E mais,
Requer-se, com amparo no art. 273 do Código de Processo Civil, considerando-se os fatos aqui
narrados e o prejuízo já experimentado, que o autor se encontra até a presente data, impossibilitado de
utilizar todas as funções do aparelho adquirido, se digne V. Exa., antecipar os efeitos da tutela, de modo
que imediatamente seja a suplicada instada a pagar o valor reclamado, frisando-se estarem presentes
aqui os requisitos para tanto. Uma vez concedido o presente pedido, que aqui ao se proferir sentença de
mérito, que se confirmem os efeitos da tutela antecipada, na forma e para os fins de direito.
O art. 273 do Código de Processo Civil prevê a necessidade de existência de prova inequívoca,
a verossimilhança das alegações, fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, e
reversibilidade da tutela, para que possa ser concedida a antecipação pretendida.
Ademais, é um flagrante prejuízo a sua vida acadêmica, tanto da ordem profissional quanto
financeira, o que não pode ser permitido, sob pena de verdadeira afronta a preceitos constitucionais ao
compasso dos ditames legais, dos quais a razoabilidade e a proporcionalidade são corolários, sobretudo
por se tratar de um entendimento incontestável. Assim, sendo a Ré parte importante da sociedade deve
colaborar com o Estado e a Família, visando o pleno desenvolvimento.
DO PEDIDO
(i) Ante o exposto, requer que seja determinada a CITAÇÃO da acionada para, querendo,
contestar a ação em todos os seus termos, sob pena de revelia e confissão.
(iii) Redibir anulando e restituindo a parte autora com todos os seus efeitos, considerando-se
que os vícios ocultos tornam a coisa imprópria para o uso a que é destinada;
(iv) Requer, ainda, que a Ré seja condenada a pagar para o Autor a quantia de R$5.000,00
(cinco mil reais), a título de danos morais e a quantia de R$1.000,00 (um mil reais) pelo dano
material configurados em epígrafe na quebra de contrato do Autor com um particular, .