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Recursos

Conceito
É o poder de provocar o reexame de uma decisão pela mesma autoridade judiciária, ou por
outra hierarquicamente superior, visando obter a sua reforma ou modificação (Moacyr
Amaral dos Santos).
É o remédio idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o
esclarecimento ou a integração de decisão judicial (Barbosa Moreira).

Fundamentos do recurso
O fundamento psicológico é o inconformismo. Ninguém se satisfaz com uma única decisão
desfavorável. A causa decidida mais de uma vez tem mais justiça.
O fundamento político - o recurso nasceu como um instrumento político para que os árbitros
resolvessem as demandas respeitando as leis.
Na monarquia, para assegurar o cumprimento da lei do soberano.
Serve como instrumento para cercear o arbítrio do juiz. O juiz é escravo da lei.

Da classificação dos recursos


Quanto à fonte, os recursos podem ser
a) Constitucionais, que são aqueles previstos na CF, e. G: recurso extraordinário,
recurso especial, habeas corpus e recurso ordinário;
b) Legais, são aqueles que emanam do código de processo penal ou de leis especiais
como por exemplo: recurso no sentido estrito, apelação, embargos de declaração,
embargos infringentes ou de nulidade, revisão criminal e carta testemunhável.

Quanto à iniciativa, podem ser


a) Voluntários, são aqueles em que a interposição do recurso fica a critério da parte
que se sentir prejudicada pela decisão; ou
b) Necessário, que é o chamado recurso de ofício, em que o juiz profere a decisão e
logo em seguida recorre da mesma. O recurso de oficio, ao contrário da terminologia
não atribui ao magistrado a possibilidade dele recorrer de suas próprias decisões, até
porque essa legitimidade é conferida ao ministério público e as partes conforme a
redação do art. 577 do CPP. Dessa forma, o entendimento a respeito do recurso de
oficio que prevalece refere-se a hipótese de reexame necessário nos termos do art.
574, I, do CPP:

Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que


deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz:
I - da sentença que conceder habeas corpus;

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Ocorre que, dada a relevância de uma determinada matéria, a lei impõe que a decisão seja
submetida ao duplo grau de jurisdição. Entretanto, isso não significa que o magistrado ao
fazê-lo estaria recorrendo de oficio da sua decisão, mas sim dando cumprimento a aquilo
que a própria lei determina.

c) Quanto aos motivos, podem ser (i) ordinários, são aqueles que não exigem qualquer
tipo de requisito especifico para o seu cabimento, bastando o mero inconformismo da
parte; ou (ii) extraordinários, aqueles que exigem requisitos específicos para
interposição,

Espécies
a) Extraordinário: tem por finalidade levar ao STF o conhecimento de uma questão de
natureza constitucional. Questões estas elencadas no inciso III do art. 102 da CF.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
(...)
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última
instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta
Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
(Transformado do parágrafo único em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de
17/03/93)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas
ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de
constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente
aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral
das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o
Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela
manifestação de dois terços de seus membros.

b) Especial: é o recurso que tem por finalidade levar ao conhecimento do STJ uma das
questões federais de natureza infraconstitucional elencadas no inciso III, a, b e c do
art. 105 da CF.

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Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
(...)
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de
injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a
decisão;
b) o crime político;

c) Ordinário: todos os outros recursos, tais como: apelação, agravo, embargos e etc.

Outras classificações
a) Recursos Totais, que são aqueles que compreendem todo o conteúdo da decisão
recorrida, por exemplo da apelação que constituí um recurso total por excelência;
b) Recursos Parciais, que são aqueles que e virtude de limitação voluntária da parte
não compreendem a totalidade do conteúdo impugnável da decisão.

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Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas

Conceito
Existindo processos repetitivos, sobre uma mesma matéria de direito, em um determinado
Estado ou Região, o aludido incidente será suscitado perante o Presidente do Tribunal local.
No caso de ser admitido o incidente, todos os processos com a mesma matéria, no Estado
ou Região, serão suspensos pelo prazo máximo de 01 (um) ano.
Julgado o incidente, a tese jurídica fixada será aplicada em todos os processos, presentes
e futuros. Logo, todos os juízes deverão aplicar a tese, uma vez que há uma vinculação.

Natureza jurídica
A natureza jurídica do IRDR é de incidente processual. Não tem natureza de recurso, pois
falta a taxatividade. Ademais, o Tribunal pode julgar apenas a tese jurídica, não está julgando
em concreto o processo, mas sim os juízes competentes. Diferentemente dos recursos, que
julga-se a causa em concreto. Alem disso, também não possui natureza de ação, pois
pressupõe a existência de ações sobre uma mesma matéria. Assim, não se trata de ação
coletiva.

Cabimento
Requisitos para que um IRDR seja admitido (artigo 976, incisos I e II e § 4º do NCPC) são os
seguintes:
a) Repetição efetiva de processos que possuem controvérsia sobre questão unicamente
de direito.
b) Risco de ofensa à isonomia e à segurança.
c) Ausência de afetação de recurso repetitivo em tribunal superior.

Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas


quando houver, simultaneamente:
I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma
questão unicamente de direito;
II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
§ 1º A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do
incidente.
§ 2º Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no
incidente e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.
§ 3º A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência
de qualquer de seus pressupostos de admissibilidade não impede que, uma vez
satisfeito o requisito, seja o incidente novamente suscitado.

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§ 4º É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos
tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado
recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou processual
repetitiva.
§ 5º Não serão exigidas custas processuais no incidente de resolução de demandas
repetitivas.
Observações:
 Os requisitos do IRDR são requisitos cumulativos;
 A questão pode dizer respeito a direito material ou processual; a direito local ou
nacional ou, ainda, a direito constitucional ou infraconstitucional.
 Não há um número mínimo de causas, mas pressupõe uma quantidade de processos
que colocam em risco a isonomia e a segurança.
 OBS: O FPPC 87 diz que “a instauração do IRDR não pressupõe a existência de
grande quantidade de processos versando sobre a mesma questão, mas
preponderantemente o risco de quebra da isonomia e ofensa a segurança jurídica.

A questão pode se originar de um processo que tramita em primeira ou em segunda


instância. Assim, ressalta-se que não há necessidade de ter um processo em segunda
Instância para haver a possibilidade do IRDR.
OBS: De acordo com o ENFAM 22, a instauração do IRDR não pressupõe a existência de
processo pendente no respectivo tribunal.
Não há possibilidade da instauração do incidente preventivo. Assim, o IRDR nunca é
preventivo. É preciso que já existam processos repetitivos (EFETIVA REPETIÇÃO).
O incidente pode ser suscitado mais de uma vez. Se for inadmitido, pode ser suscitado
novamente, desde que preenchido o requisito faltante.
O mérito do incidente será apreciado mesmo que haja desistência ou abandono do processo
que o originou.

Legitimidade
O IRDR pode ser suscitado pelos seguintes legitimados:
a) Juiz ou Relator;
b) Partes;
c) Ministério Público;
d) Defensoria Pública.

Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal:


I - pelo juiz ou relator, por ofício;
II - pelas partes, por petição;
III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.

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Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com os documentos necessários
à demonstração do preenchimento dos pressupostos para a instauração do incidente.

Observações:
 O juiz e o relator podem suscitar inclusive de ofício;
 O Presidente do Tribunal, o Presidente do colegiado e os demais integrantes do
colegiado NÃO podem suscitar o incidente, ou seja, se o processo é no tribunal só o
RELATOR poderá suscitar o IRDR.
 Caso não suscite o incidente, o Ministério Público participará do mesmo como fiscal
da ordem jurídica (Lembrar que no CPC/73 era “fiscal da lei”).
 O membro do Ministério Público assume a titularidade do incidente caso ocorra
desistência ou abandono do processo.
 Embora não esteja expressamente previsto no Novo CPC, cumpre salientar que a
legitimidade da Defensoria Pública é restrita à defesa dos necessitados ou dos
hipossuficientes.
 O juiz e o relator suscitam o incidente por ofício; os demais legitimados, por petição.

Publicidade
Art. 979. A instauração e o julgamento do incidente serão sucedidos da mais ampla
e específica divulgação e publicidade, por meio de registro eletrônico no Conselho
Nacional de Justiça.
§ 1º Os tribunais manterão banco eletrônico de dados atualizados com informações
específicas sobre questões de direito submetidas ao incidente, comunicando-o
imediatamente ao Conselho Nacional de Justiça para inclusão no cadastro.
§ 2º Para possibilitar a identificação dos processos abrangidos pela decisão do
incidente, o registro eletrônico das teses jurídicas constantes do cadastro conterá, no
mínimo, os fundamentos determinantes da decisão e os dispositivos normativos a ela
relacionados.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao julgamento de recursos repetitivos e da
repercussão geral em recurso extraordinário.

Prazo para Julgamento


Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os
demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas
corpus.
Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput, cessa a suspensão dos
processos prevista no art. 982, salvo decisão fundamentada do relator em sentido
contrário.

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Juízo de Admissibilidade
Art. 981. Após a distribuição, o órgão colegiado competente para julgar o incidente
procederá ao seu juízo de admissibilidade, considerando a presença dos
pressupostos do art. 976.
Art. 982. Admitido o incidente, o relator:
I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no
Estado ou na região, conforme o caso;
II - poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se
discute o objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 15 (quinze) dias;
III - intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo de 15
(quinze) dias.
§ 1º A suspensão será comunicada aos órgãos jurisdicionais competentes.
§ 2º Durante a suspensão, o pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido ao juízo
onde tramita o processo suspenso.
§ 3º Visando à garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado mencionado no
art. 977, incisos II e III, poderá requerer, ao tribunal competente para conhecer do
recurso extraordinário ou especial, a suspensão de todos os processos individuais ou
coletivos em curso no território nacional que versem sobre a questão objeto do
incidente já instaurado.
§ 4º Independentemente dos limites da competência territorial, a parte no processo
em curso no qual se discuta a mesma questão objeto do incidente é legitimada para
requerer a providência prevista no § 3o deste artigo.
§ 5º Cessa a suspensão a que se refere o inciso I do caput deste artigo se não for
interposto recurso especial ou recurso extraordinário contra a decisão proferida no
incidente.
Art. 983. O relator ouvirá as partes e os demais interessados, inclusive pessoas,
órgãos e entidades com interesse na controvérsia, que, no prazo comum de 15
(quinze) dias, poderão requerer a juntada de documentos, bem como as diligências
necessárias para a elucidação da questão de direito controvertida, e, em seguida,
manifestar-se-á o Ministério Público, no mesmo prazo.
§ 1º Para instruir o incidente, o relator poderá designar data para, em audiência
pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e conhecimento na matéria.
§ 2º Concluídas as diligências, o relator solicitará dia para o julgamento do incidente.
Art. 984. No julgamento do incidente, observar-se-á a seguinte ordem:
I - o relator fará a exposição do objeto do incidente;
II - poderão sustentar suas razões, sucessivamente:
a) o autor e o réu do processo originário e o Ministério Público, pelo prazo de 30 (trinta)
minutos;
b) os demais interessados, no prazo de 30 (trinta) minutos, divididos entre todos,
sendo exigida inscrição com 2 (dois) dias de antecedência.
§ 1º Considerando o número de inscritos, o prazo poderá ser ampliado.

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§ 2º O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos suscitados
concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis ou contrários.

Competência
O IRDR será dirigido ao Presidente do Tribunal Local e será julgado pelo órgão indicado no
regimento interno do tribunal, entre aqueles responsáveis pela uniformização de
jurisprudência.
De acordo com o FPPC 343, o IRDR compete ao Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional,
ou seja, tribunal local (necessariamente!).
Ademais, destaca-se que quando o incidente se originar de processo que tramita em
primeira instância, o Tribunal fixará apenas a tese. Quando o incidente se originar de
processo que tramita no tribunal, este fixará a tese e julgará, em concreto, o processo (Ver
o artigo. 978, parágrafo único do NCPC).

Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento interno
dentre aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência do tribunal.
Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar a tese
jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o processo de
competência originária de onde se originou o incidente.

Procedimento
a) A parte legitimada suscita o incidente perante o Presidente do Tribunal, por ofício ou
petição, instruindo com os documentos necessários.
b) O IRDR será distribuído ao colegiado competente que fará a sua admissibilidade,
verificando se estão presentes os requisitos do IRDR.
c) Admitido o IRDR, o relator determinará a suspensão de todos os processos com a
mesma matéria, individuais ou coletivos, de primeira ou segunda instância, que
tramitam no Estado ou Região. A suspensão terá o prazo máximo de 01 (um) ano.
Após esse período, os processos continuarão a correr.

Vale lembrar que há uma possibilidade de extensão do sobrestamento para todo o território
nacional, qual seja: o legitimado pode requerer ao Presidente, do STJ ou STF, a suspensão
de todos os processos em curso no território nacional, que versem sobre a mesma matéria.
Neste caso, cessa a suspensão se não for interposto recurso especial ou recurso
extraordinário contra a decisão proferida no IRDR.

d) O relator ouvirá as partes (do processo originário), o Ministério Público e os demais


interessados, no prazo de 15 dias, podendo deferir a participação do “amicus curiae”,
bem como marcar audiência pública ou requisitar informações.
e) No julgamento do IRDR haverá possibilidade de sustentação oral, sendo que poderão
falar: o autor, o réu, o Ministério Público e demais interessados.

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f) O Tribunal fixará a tese jurídica e decidirá, em concreto, o recurso, o reexame ou a
ação, se for o caso (se o processo tramitar no tribunal).

Efeitos do Julgamento (Aplicação da tese jurídica)


Julgado o IRDR, a tese jurídica fixada deverá ser aplicada por todos os juízes e Tribunais,
no Estado ou Região, aos casos idênticos em tramitação e aos processos futuros, salvo se
existir distinção ou superação (art. 985, incisos I e II e §§ 1º e 2º do Novo CPC).
Desse modo, destaca-se que o IRDR é um precedente obrigatório e não meramente
persuasivo.

Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada:


I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão
de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive
àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região;
II - aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar
no território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do art. 986.
§ 1º Não observada a tese adotada no incidente, caberá reclamação.
§ 2º Se o incidente tiver por objeto questão relativa a prestação de serviço concedido,
permitido ou autorizado, o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao
ente ou à agência reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação, por
parte dos entes sujeitos a regulação, da tese adotada.

Superação de Precedente
Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo mesmo tribunal,
de ofício ou mediante requerimento dos legitimados mencionados no art. 977, inciso
III.

Recursos
Das decisões do IRDR podem caber os seguintes recursos:
a) Embargos de declaração;
b) Recurso especial;
c) Recurso extraordinário.

Observações:
 Só cabe recurso especial ou recurso extraordinário da decisão de méritodo IRDR.
 O recurso especial e o recurso extraordinário da decisão do IRDR terão efeito
suspensivo. Lembre-se: a regra é que eles não possuem efeito suspensivo.
 Os recursos podem ser interpostos pelas partes, pelo Ministério Público, pelo terceiro
prejudicado e pelo “amicus curiae”.

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Princípios

P RI NCÍ P I O D A T AX ATI V I D ADE


O princípio da taxatividade se caracteriza pela exigência de que a relação dos recursos seja
taxativamente prevista em lei, isto é, só poderá ser afirmado se algo é um recurso se o
mesmo estiver previsto em lei.
No artigo 994 do Novo Código de Processo Civil está disposto quais recursos são cabíveis.
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:
I. Apelação;
II. Agravo De Instrumento;
III. Agravo Interno;
IV. Embargos De Declaração;
V. Recurso Ordinário;
VI. Recurso Especial;
VII. Recurso Extraordinário;
VIII. Agravo Em Recurso Especial Ou Extraordinário;
IX. Embargos De Divergência.
Entretanto, é importante ressaltar que outras normas jurídicas estão previstas em outros
códigos como por exemplo CLT, CPP.

P RI NCÍ P I O D A CO RRE S P O NDÊ NCI A


Cada recurso corresponde a uma determinada decisão, prevista em lei. Sendo assim, para
que se possa interpor um recurso é necessário analisar a correlação entre o pronunciamento
judicial e o recurso. Por exemplo, o recurso de apelação é cabível diante sentença.

P RI NCI P I O D A F U NG I BI LI D ADE
O princípio da fungibilidade, trata-se de um equilíbrio em relação ao princípio da
Correspondência, uma vez que na fungibilidade poderá no caso concreto ser interposto um
recurso diferente daquele em previsão legal. No entanto, só será aceito desde que haja
dúvida objetiva, na doutrina ou jurisprudência, quanto ao tipo correto do uso do recurso a
ser utilizado.
Indica que um recurso, mesmo sendo incabível para atacar determinado tipo de decisão,
pode ser considerado válido, desde que exista dúvida, na doutrina ou jurisprudência, quanto
ao recurso apto a reformar certa decisão judicial.

P RI NCI P I O DI SP OS I TI V O
Este princípio, também conhecido como princípio da Congruência, defende que deve haver
uma congruência entre o pedido e o julgado, ou seja, a decisão do juiz está limitada naquilo
em que foi requisitado pelas partes.
Art. 1.002. A decisão pode ser impugnada no todo ou em parte.

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P RI NCÍ P I O D A S I NG UL A RI D ADE
Também conhecido como Princípio da Recorribilidade, é um recurso implícito, pois não
possui nenhum artigo para ser previsto, e determina que para cada decisão judicial só será
admitido a interposição de apenas um recurso. Já de antemão, existe a possibilidade de
interposição de dois recursos (extraordinário e especial) almejando a mesma decisão, essa
exceção está prevista no Art. 1.029 do NCPC.
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos
na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente
do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
I – a exposição do fato e do direito;
II – a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III – as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida;

P RI NCI P I O D A DI AL E TI CI D ADE
Significa que todo recurso deve ser fundamentado. Para preencher o requisito da
dialeticidade, deve-se impugnar exclusivamente cada ponto da decisão, sendo proibido a
negação geral.

P RI NCÍ P I O D A V O LUNT A RI E D ADE


Para que um recurso possa ser apreciável a justiça deve ser provocada pela parte, portanto,
poderá desistir a qualquer momento.

P RI NCÍ P I O I NQ UIS I TÓ R I O
O princípio inquisitório ou inquisitivo, sustenta que o juiz pode indagar questões que não
foram pelas partes impugnadas em seus recursos. Esta é uma situação que ocorre com
frequência no foro judicial, em razão de nulidade absoluta ou das chamadas questões de
ordem pública.

P RO I BI Ç ÃO D A “ RE FO RM ATI O I N P E J US ”
Visa impedir que o recorrente tenha sua condição agravada por seu próprio recurso.
Ex.: O réu interpõe um recurso e o juiz, após uma nova análise percebe que deveria aplicar
uma sentença mais gravosa, entretanto não será permitido em vista da proibição
do Reformatio in Pejus.

P RI NCÍ P I O DO DUP LO G R AU DE J URI S DI Ç ÃO


É um direito processual que garante a reanálise de uma decisão judicial, reapreciada por um
órgão de jurisdição superior.

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Juízo de Admissibilidade
Noção
O Juízo de admissibilidade ou de prelibação ocorre quando o juízo a quo verifica, após a
interposição do recurso, se este deve ser ou não ser recebido e processado. Na
admissibilidade, fala-se de conhecimento ou não conhecimento do recurso. Se for
conhecido, entra-se no debate sobre o mérito e avalia-se o provimento ou não.

Requisitos Intrínsecos
Cabimento
 Avalia a aptidão do ato de sofrer a impugnação e o recurso adequado.
 Cabimento = recorribilidade do ato + adequação.
 O ato é recorrível? Qual o recurso adequado?

Legitimidade
O art. 996 trata da legitimidade dos recursos:
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado
e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre
a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular
ou que possa discutir em juízo como substituto processual.

Interesse
Tem a ver com a necessidade de um recurso ser manejado, por existir um prejuízo.
Se a parte vencedora se vê prejudicada de alguma forma, parte da jurisprudência entende
que não lhe há interesse em recorrer. Entretanto, em recursos onde se questionam valores
de danos morais ou honorários, é devido ao vencedor o recurso.
Portanto, o que se verifica é o interesse em recorrer, alegando algum tipo de prejuízo que
justifique o recurso.

Inexistência de atos de disposição


Temos aqui a renúncia, desistência do recurso ou a concordância com atos de disposição.
Se a parte que renuncia interpõe recurso após essa peça, seu recurso será não conhecido
por força da preclusão.
Há divergência doutrinária para o caso de a parte, condenada, pagar a guia do cartório e,
depois disso, recorrer. Os contrários a esse direito entendem que há preclusão. Os
favoráveis alegam a defesa do vencido contra os juros de mora e demais ônus.

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Requisitos extrínsecos
Tempestividade
Se o recurso é conhecido, a data para ação rescisória é a intimação. Se não for conhecido,
é da sentença exarada.
Poderia o recorrente interpor recurso antes do início da contagem do prazo?
O NCPC permite isso em seu art. 218, § 4º:

Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.
§ 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.

Regularidade formal
Em regra, teremos anulação no erro de procedimento e reforma no erro de julgamento.

Preparo
Significa o pagamento prévio das despesas processuais, sob pena de o recurso ser
declarado deserto.

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando


exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e
de retorno, sob pena de deserção.
[...]
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a
supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em
autos eletrônicos.
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o
recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na
pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de
deserção.
§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive
porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4º.
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção,
por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo.
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da
pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento,
intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.

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Nos juizados especiais cíveis, a falta de 1 centavo já gera o não conhecimento do recurso,
não havendo esse prazo para o suprimento.

Observações:
Nem todos os recursos se sujeitam ao preparo. São eles:
a) Embargos de Declaração e o
b) Agravo em Recurso Especial ou Recurso Extraordinário:

Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida
ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam
a preparo.
Art. 1042, § 2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-presidente do
tribunal de origem e independe do pagamento de custas e despesas postais, aplicando-
se a ela o regime de repercussão geral e de recursos repetitivos, inclusive quanto à
possibilidade de sobrestamento e do juízo de retratação.

Mérito
O mérito do recurso não se confunde com o mérito da causa, podendo, eventualmente,
coincidir.
No âmbito recursal, o mérito se relaciona, em geral, com o defeito da decisão recorrida
alegado pelo recorrente.
Está associado as questões de direito material como o pedido + causa de pedir +as defesas
que estarão na contestação
São basicamente 3 as distinções da admissibilidade para o julgamento de mérito:
a) Impedir o exame de admissibilidade ou de mérito por aquele que não tem atribuição
legal;
b) Identificar se a decisão é recorrível por meio de recurso de invalidação ou de reforma;
c) Verificar o momento do trânsito em julgado para a contagem do termo inicial para o
prazo de ação rescisória.
É embasado no possível erro do juízo a quo (error in procedendo - quanto à formalidade - e
error in judicando - quanto ao mérito).
a) Error in procedendo
 A princípio, se temos um erro em procedimento, a decisão do tribunal será no
sentido de invalidar a decisão de primeira instância seja renovada e repetida de
acordo com o ordenamento processual.
 É erro do procedimento processual
 Vício de atividade

b) O error in judicando
 Leva a uma substituição da decisão do tribunal, em que reformaria a sentença,
julgando em seu lugar.

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 Vício de julgamento
 Aplicação equivocada do Código
 Erro de julgamento material

A competência para análise do mérito é do órgão colegiado (Art. 1010 CPC). Ao relator é
dado apreciar o recurso quanto ao mérito (Art. 932 IV e V).
No caso de Embargos de Declaração, é o juiz que deu a sentença que deve decidir sobre
o mérito.

Causa de Pedir Recursal (Art. 1010 CPC)


Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau,
conterá:
I - Os nomes e a qualificação das partes;
II - A exposição do fato e do direito;
III - As razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;
IV - O pedido de nova decisão.
§ 1º O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze)
dias.
§ 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para
apresentar contrarrazões.
§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos ao
tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade.

Causa de Pedir Recursal (Art. 1016 CPC)


Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente,
por meio de petição com os seguintes requisitos:
I - Os nomes das partes;
II - A exposição do fato e do direito;
III - As razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio
pedido;
IV - O nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.

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Efeitos do recurso
1. Efeito devolutivo:
 Trata-se da devolução da matéria objeto do recurso ao órgão competente ao
julgamento, logo: o efeito devolutivo é inerente a qualquer recurso, uma vez que
todo recurso serve para encaminhar a matéria atacada ao órgão competente a
seu julgamento.

2. Efeito suspensivo:
 É a consequência do ato de interpor o recurso, havendo o impedimento da eficácia
da decisão recorrida, ou seja: embora tenha havido uma decisão, esta não
produzirá efeitos em razão da interposição do recurso.

3. Efeito obstativo:
 A interposição do recurso obsta o trânsito em julgado, isto é: o recurso impede
que a decisão recorrida transite em julgado.

4. Efeito substitutivo:
 A decisão dada pelo Tribunal, em razão do recurso interposto, pode substituir no
todo ou em parte a decisão recorrida.

5. Efeito translativo:
 Consiste na possibilidade de o Tribunal analisar matérias de ordem pública, ainda
estas que não tenham sido arguidas pelo recorrente no corpo de seu recurso.

Efeitos do Julgamento dos Recursos


1. Efeito Regressivo
 É o efeito que permite ao próprio juiz prolator da decisão impugnada rever sua
decisão. Sempre que for aberto um juízo de retratação ao órgão prolator da
decisão, pode-se falar em efeito regressivo.

 O efeito regressivo é a regra em alguns recursos, como no caso do agravo. A


apelação, por sua vez, em regra, não tem este efeito. Excepcionalmente, no
entanto, o juiz pode cassar a própria sentença e determinar o regular
prosseguimento do processo em primeira instância diante de apelação.

2. Efeito Expansivo
 Ocorre o chamado efeito expansivo quando por ocasião do julgamento do recurso
houver decisão mais abrangente que o objeto impugnado. Dessa forma o recurso
expande seus efeitos iniciais, abarcando matéria que não foi objeto de
impugnação recursal.
 É dividido em:
a) Efeito Expansivo Interno: quando o julgamento acarretar modificação
da própria decisão recorrida, ensejando que a nova decisão seja
incompatível com a anterior.

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b) Efeito Expansivo Externo: quando os efeitos a serem sentidos pelo
julgamento atingirem outros atos do processo que não a própria decisão
recorrida.
c) Efeito Expansivo Objetivo: quando o julgamento acarretar modificação
da própria decisão recorrida, ensejando que a nova decisão seja
incompatível com a anterior.
d) Efeito Expansivo Subjetivo: quando as consequências do provimento
do recurso dizem respeito aos sujeitos do processo, e não aos atos
processuais propriamente ditos.

Reclamação
Conceito de reclamação
Trata-se de remédio processual que se presta a aparelhar a parte com um mecanismo
processual adequado para denunciar àquelas Cortes Superiores atos ou decisões ofensivos
à sua competência ou à autoridade de suas decisões.
Objetiva preservar a competência e garantir a autoridade das decisões dos Tribunais
Superiores, sendo de competência originária desses Tribunais, com previsão na
Constituição Federal de 1988 (CF).

Art. 988 - Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:


I - Preservar a competência do tribunal;
II - Garantir a autoridade das decisões do tribunal;
III - Garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do
Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; (Redação
dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

Lei 13.256/16 altera a redação original do NCPC antes da sua entrada em vigor. «III
- garantir a observância de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle
concentrado de constitucionalidade;
IV – Garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de
resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência;
(Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

Lei 13.256/16 altera a redação original do NCPC antes da sua entrada em vigor. «IV
- garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de precedente proferido
em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência.»
§ 1º A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento
compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja
autoridade se pretenda garantir.
§ 2º A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente
do tribunal.

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§ 3º Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do
processo principal, sempre que possível.
§ 4º As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese
jurídica e sua não aplicação aos casos que a ela correspondam.
§ 5º É inadmissível a reclamação: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

Lei 13.256/16 altera a redação original do NCPC antes da sua entrada em vigor. «§
5º É inadmissível a reclamação proposta após o trânsito em julgado da decisão.»
I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada; (Incluído pela Lei nº
13.256, de 2016)
II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com
repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos
extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias.
(Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 6º A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão
proferida pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação.

Natureza Jurídica
Tem natureza jurídica de Ação. Inaugura uma relação processual autônoma, ainda que por
vezes produza ela eficácia incidental com relação a um feito já existente".

Requisitos
1. Deve ser ajuizada no prazo de 15 (quinze) dias, contados a partir da ciência da
decisão impugnada;
2. Interesse de recorrer;
3. Deve ser proposta antes do trânsito em julgado;
4. Os mesmos da ação, mas dirigida ao presidente do tribunal.

Legitimidade
O STF, alterando o posicionamento acima exposto, conferiu legitimidade ad causam para
apresentar a reclamação constitucional a todos que demonstrarem prejuízo advindo da não
observância das suas decisões.

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Apelação
Conceito
É o recurso cabível contra as sentenças e também contra as decisões interlocutórias não
passíveis de impugnação via agravo de instrumento.
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.
§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito
não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser
suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão
final, ou nas contrarrazões.
§ 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente
será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.

Prazo
A apelação é um recurso que deverá ser interposto no prazo de 15 dias úteis (NCPC, arts.
219, 1.003, §5º e 1.009).
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os
advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou
o Ministério Público são intimados da decisão.
§ 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando
nesta for proferida a decisão.
§ 2º Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso
pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação.
§ 3º No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em cartório ou
conforme as normas de organização judiciária, ressalvado o disposto em regra
especial.
§ 4º Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será
considerada como data de interposição a data de postagem.
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para
responder-lhes é de 15 (quinze) dias.
§ 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do
recurso.

Cabimento
A apelação é cabível contra sentença (definitiva ou terminativa), proferida em qualquer
processo e em qualquer rito.
Exceções:
a) No rito sumaríssimo, no âmbito dos JEC’s, onde há previsão específica do
recurso inominado;

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b) E na execução fiscal, cuja Lei 6.830/80 restringe o cabimento da apelação em
causas cujo valor seja inferior a 50 OTN’s = cerca de R$ 4.000,00).
c) Na lei de Execução Fiscal Art. 34.
d) Na lei de Falência Art. 99, caput (mas cabe agravo de instrumento)
e) Juizados Especiais (cabe recurso inominado para o próprio juizado em 10 dias)
f) Juizados Especiais Federais

Preparo
É necessário na apelação, seguindo as regras do Art. 1.007, NCPC.
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando
exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e
de retorno, sob pena de deserção.
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os
recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos
Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção
legal.
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a
supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em
autos eletrônicos.
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o
recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na
pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de
deserção.
§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive
porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4º.
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção,
por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo.
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da
pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento,
intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.

Efeitos
Diferentemente dos outros recursos, a apelação possui o duplo efeito, ou seja, possui tanto
o efeito devolutivo, quanto o suspensivo. Vale lembrar que, ainda que os outros recursos
não possuam o duplo efeito, em regra, nada impede de que a parte o requeira.

a) Efeito Devolutivo:
O efeito devolutivo “consiste na aptidão que todo recurso tem de devolver ao órgão ad
quem o conhecimento da matéria impugnada.” (Marcus Vinicius Gonçalves, Direito
Processual Civil Esquematizado, 7ª ed., 2016, p. 871).

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De acordo com mencionado autor, “todos os recursos são dotados de efeito devolutivo,
uma vez que é de sua essência que o Judiciário possa reapreciar aquilo que foi
impugnado, seja para modificar ou desconstituir a decisão, seja para complementá-la ou
torna-la mais clara.”.
Sendo assim, o Tribunal deverá observar os limites dos recursos, conhecendo apenas
aquilo que foi contestado. Tal efeito é consequência da inércia do Judiciário, de maneira
que o Judiciário só age mediante provocação.
Contudo, tal efeito é ampliado no artigo 1.013, § 3º, do CPC, em que permite ao Tribunal
julgar os pedidos, ainda que a 1ª instância não o tenha feito. Assim, o órgão ad quem fica
autorizado a, caso o processo esteja em condições de julgamento, decidir desde logo o
mérito, apenas nos casos previstos no referido artigo.

b) Efeito Suspensivo
Já o efeito suspensivo, é compreendido no sentido de que a sentença é ineficaz desde
seu proferimento, não surtindo efeito senão depois de transcorrido in albis o prazo de
apelo ou depois que ele for julgado.
Entretanto, há casos em que a apelação não possui, em regra, tal efeito
automaticamente. Isso acontece quando a sentença:
a) Homologar divisão ou demarcação de terras;
b) Determinar o pagamento de alimentos;
c) Extinguir sem resolução do mérito ou julgar improcedentes os embargos do
executado;
d) Julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem;
e) Confirmar, conceder ou revogar tutela provisória; e
f) Decretar interdição.
Destarte, o efeito suspensivo impede o cumprimento provisório da sentença ora apelada.
No mais, ainda que haja exceções quanto ao efeito suspensivo, o apelante poderá
requerê-lo, no entanto, é necessário que demonstre probabilidade de provimento do
recurso ou que há relevante fundamentação e risco de dano grave ou de difícil reparação,
conforme disposto no artigo 1.012, do CPC. Tal procedimento é denominado atribuição
ope judicis do efeito suspensivo.

Teoria da Causa Madura


Antes em caso de extinção do processo sem julgamento do mérito, o processo retornaria ao
juízo de 1º grau. Atualmente, em função da Teoria da Causa Madura, conforme o Art. 515,
§ 3º, do CPC, e em se tratando de matéria fática, nos casos de extinção do processo sem
julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide quando a causa
versar somente sobre questão de direito e estiver em condições de julgamento imediato, ou
seja, não necessitar de produção de outras provas além das que já constam nos autos, o
juiz poderá julgar o meritum causae de imediato sem sequer citar a parte contrária.

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Ação Rescisória

Conceito
É a ação autônoma de impugnação de natureza constitutiva negativa quanto ao juízo
rescindendo, dando ensejo a outra relação processual distinta daquela em que foi
proferida a decisão rescindenda
É uma ação ou instituto processual que afasta a coisa julgada que tenha se formado com
um dos vícios gravíssimos de nulidade previstos em lei (rol taxativo) e se necessário rejulgar
a lide.
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do
juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida
ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou
venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar
pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
§ 1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando
considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os
casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter
se pronunciado.
§ 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão
transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
§ 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
§ 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros
participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos
homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos
termos da lei.
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra
decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de
casos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão

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discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento. (Incluído pela
Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao
autor, sob pena de inépcia, demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação
particularizada por hipótese fática distinta ou de questão jurídica não examinada, a
impor outra solução jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência).

Natureza
A ação rescisória possui natureza jurídica desconstitutiva ou constitutiva negativa, tendo em
vista que a sua finalidade precípua é a supressão da coisa julgada material.

Legitimados
Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
II - o terceiro juridicamente interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a
fim de fraudar a lei;
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.
Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público será intimado para
intervir como fiscal da ordem jurídica quando não for parte.

Competência
É pelo endereçamento que fixa a competência. A ação rescisória é uma ação originária de
tribunal, ou seja, ela começa nos tribunais.
O tribunal de segundo grau é competente para a rescisória quando o trânsito ali ocorrer
(tribunal de justiça ou tribunal regional federal).
Se o trânsito ocorrer junto ao STJ, a competência para a rescisória será no STJ (art. 105 IJ
+ regimento interno do STJ 233 a 238).
Se o trânsito ocorrer no STF a competência será no STF (CF 102 I e + regimento interno
STF 259 a 262).
Se a rescisória for endereçada para o tribunal errado, ela será encaminhada para o tribunal
correto, e se houver necessidade de mudanças na petição inicial, o autor será comunicado
para eventualmente emenda a inicial e se houver emenda houvesse o réu, ou seja, abre o
contraditório.

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Pressupostos
a) Petição inicial apta
b) Cumulação de pedidos
c) Depósito de 5% sobre o valor da causa
d) Citação do réu
e) Uma sentença de mérito
f) Transito em julgado
A ação rescisória só é viável nos casos de sentença de mérito (art. 269 do CPC),
entendendo-se essa como qualquer ato com conteúdo decisório de mérito, ainda que sob a
forma de decisão interlocutória.
Exige-se, ainda, o requisito do trânsito em julgado da decisão, mas não o esgotamento prévio
de todos os recursos interponíveis, conforme entendimento consolidado na Súmula 514 do
E. Supremo Tribunal Federal: "admite-se ação rescisória contra sentença transitada em
julgado, ainda que contra ela não se tenham esgotados todos os recursos". Por outro lado,
pode acontecer a necessidade de se recorrer à ação rescisória, quando a decisão, embora
não sendo de mérito, importou tornar preclusa a questão de mérito decidida no julgamento
precedente.

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Agravo de Instrumento

Conceito
O agravo de instrumento é o recurso cabível, em primeiro grau de jurisdição, contra
específicas decisões interlocutórias previstas em lei. Decisão interlocutória é todo
pronunciamento com conteúdo decisório proferido no curso do procedimento, que não
encerra a fase cognitiva nem o processo de execução.

O que não pode sofrer agravo


a) Na sentença
Quando o pronunciamento decisório encerra a fase cognitiva ou a execução, tem-se
sentença;
b) No despacho de mero expediente
Quando não encerra a fase cognitiva nem a execução, e não tem conteúdo decisório, é
despacho de mero expediente.

Cabimento
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que
versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua
revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à
execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de
sentença, no processo de execução e no processo de inventário.

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Competência e Requisitos
Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente,
por meio de petição com os seguintes requisitos:
I - os nomes das partes;
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido;
IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.

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