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Rio de Janeiro
Fevereiro de 2012
INFLUÊNCIA DA MASSA ADICIONAL HIDRODINÂMICA NA ANÁLISE
VIBRACIONAL GLOBAL VERTICAL DE UM NAVIO GRANELEIRO
Examinada por:
________________________________________________
Prof. Severino Fonseca da Silva Neto, D. Sc.
______________________________________________
Prof. Webe João Mansur, D. Sc.
________________________________________________
Prof. Carlos Rodrigues Pereira Belchior, D. Sc
iii
AGRADECIMENTOS
À minha família pelo apoio, carinho e incentivo durante o período de execução desta
dissertação.
Aos colegas Jorge Martinez e Homero Ramírez pelo apoio com o computador para
desenvolver a análise em elementos finitos e sugestões com o software Ansys.
iv
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
v
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
Currently, shipping is one of the most used mains for trade in the world. Given that
this trade is increasing, the vessels used to satisfy this need are increasing in size, with more
powerful engines, larger propellers and different configurations and the effect of those
settings cannot be neglected, as long as the excitation source in vibration is relevant to both
the hull and the ship substructures.
The present work determines the hydrodynamic added mass influence in the vertical
global vibration analysis of a bulkcarrier ship
The vertical modal forms in the ship shall be determined using different methods
that will estimate the added mass, the vertical frequencies will be compared and validated
by the natural frequencies obtained with spectral analysis applied to real ship experimental
data obtained from measurements during sea trial. It must be mentioned that, for this
comparison, an unidimensional model made by another researcher for the same ship will be
included in order to determine the difference between the natural frequencies found with a
tridimensional model and the ones found with the unidimensional model, comparing them to
the real ship measurements.
vi
Sumário
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
1.1 Apresentação do Problema 1
1.2 Objetivo 3
1.3 Escopo do Trabalho 3
1.4 Descrição dos Capítulos 4
vii
CAPÍTULO 4 : ANÁLISE E PROCESSAMENTO DAS MEDIÇÕES
4.1 Generalidades 43
4.2 Equipamentos para Medição de Vibrações Globais 43
4.3 Localização dos Acelerômetros para a Medição Global 44
4.4 Medições nas Velocidades da Prova de Mar 45
viii
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 86
ANEXOS 91
ix
LISTA DE FIGURAS
1-1 Distribuição dos tipos de Bulk Carriers (Fonte: MAN Diesel & Turbo, 2010) 2
3-1 Comparação de oscilação: (a) Periódica e (b) Aleatória (Fonte: D.E. Newland, 1993)
10
3-2 Representação gráfica da viga de Euler-Bernoulli (Fonte: Vorus, 1998) 12
3-3 Representação gráfica dos modos vibracionais verticais (Fonte: Vorus, 1998) 16
3-4 Diagrama de corpo livre do elemento da viga 18
3-5 Modelagem de navio mercante (Fonte: J.J. Jensen, 2001) 21
3-6 Faixas de frequências naturais encontradas em aplicações de construção naval (Fonte:
Asmussen et al., 2001) 24
3-7 Forças e momentos devido ao propulsor (Fonte: Asmussen et al., 2001) 26
3-8 Efeito da onda na popa (a) e o efeito do afundamento da popa nas amplitudes das
pressões no casco do navio (b)(Fonte: 17th International Ship and Offshore Structure
Congress) 26
3-9 Distribuição da pressão no casco induzida pelo propulsor (Fonte: Sing-Kwan) 28
3-10 Evolução do número de cilindros nas instalações dos navios (Fonte: MAN Diesel &
Turbo 2002) 29
3-11 Momentos produzidos pelas forças inerciais (Fonte: MAN Diesel & Turbo 2002) 30
3-12 Modos vibracionais do motor: (a) sem base e (b) com base (Fonte: Asmussen et al.,
2001) 31
3-13 Análise de vibrações no domínio do tempo para o “Slamming” (Fonte: Asmussen et
al., 2001) 32
3-14 Coeficientes de massa virtual (Fonte: Vorus, 1998) 34
3-15 Fator Jn de Lewis (Fonte: Vorus, 1998) 34
3-16 Coeficiente de massa virtual para movimento vertical (Fonte: Apostila Lopes e
Troyman) 36
3-17 Coeficiente de massa virtual para movimento horizontal (Fonte: Apostila Lopes e
Troyman) 36
3-18 Seção definida pelo instituto Krylov ( Fonte: Korotkin, 2007) 37
x
3-19 Coeficientes P1 e P2 nas vibrações verticais num navio graneleiro (Fonte: Apostila
Lopes e Troyman) 40
4-1 O navio Graneleiro da Tese (Fonte: www.marinetraffic.com) 43
4-2 Localização dos acelerômetros na prova do mar 44
4-3 Diagrama de cascata de espectros do ponto 1V no navio graneleiro 47
4-4 Diagrama de espectros do ponto 1V em diferentes velocidades do motor 48
4-5 Diagrama de cascata de espectros do ponto 4V no navio graneleiro 49
4-6 Diagrama de espectros do ponto 4V em diferentes velocidades do motor 50
4-7 Diagrama de cascata de espectros do ponto 2L no navio graneleiro 51
4-8 Diagrama de espectros do ponto 2L em diferentes velocidades do motor 52
5 -1 Detalhe da seção-mestra (Web Frame) 55
5-2 Vista em perspectiva do navio 56
5-3 Distribuição de equipamentos e massa adicional hidrodinâmica 58
5-4 Reforço junto com o casco 59
5-5 Comparação entre casca (esquerda) e membrana (direita) 59
5-6 Frequências naturais do casco vibrando no ar e com diferente número de elementos
finitos na malha 61
5-7 Malha do casco no Aqua v12 62
5-8 Tendência da massa virtual do navio com e sem extremos 64
5-9 Caverna com 7 massas (a) e caverna com 3 massas (b) 64
5-10 Frequências naturais segundo a distribuição da massa no casco 66
5-11 Variação da massa adicional para cada modo para o método de Lewis 68
5-12 Variação da massa adicional para cada modo para o método de Landweber e
Macagno 69
5-13 Variação da massa adicional para cada modo para o método de Instituto Krylov 73
5-14 Primeiro modo vibracional 74
5-15 Segundo modo vibracional 74
5-16 Terceiro modo vibracional 75
5-17 Quarto modo vibracional 75
5-18 Quinto modo vibracional 76
5-19 Sexto modo vibracional 76
xi
5-20 Sétimo modo vibracional 77
5-21 Vibrações locais no fundo do casco 77
5-22 Frequências para navios de carga (Fonte: DNV) 79
5-23 Frequências naturais determinadas pelos diferentes métodos 82
xii
LISTA DE TABELAS
xiii
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1
Com auxílio da análise vibracional pode-se tentar estimar o comportamento de
uma estrutura e prever a existência do fenômeno da ressonância que tende a amplificar
os deslocamentos e provocar uma falha catastrófica. Podem-se analisar as maneiras de
corrigir a ressonância através da modificação da rigidez da estrutura, distribuição de
massa, mudanças que alteram as frequências naturais, e das frequências de excitação.
Mas, como todo sistema altamente não-linear, o navio não pode evitar a vibração
em sua totalidade, por isso, os projetistas e modeladores fazem uso de normas para
comparar os níveis máximos de vibração para os navios aprovadas por organizações
internacionais.
Organizações, tais como a International Standard Organization (ISO),
International Association of Classification Societies (IACS), entre outras, ganharam
cada vez mais aceitação pela indústria mundial porque regulam os limites das vibrações
e servem como referência para acordos entre estaleiros e armadores.
O tipo de navio utilizado nesta tese é um graneleiro para o qual se apresenta a
figura 1-1 da distribuição por tipo de graneleiro.
Figura 1-1 Distribuição dos tipos de Bulk Carriers (Fonte: MAN Diesel & Turbo,
2010)
2
seus correspondentes modos vibracionais. Atualmente, a diversidade nas configurações
das estruturas dos navios, plantas de propulsão, distribuição de equipamento, etc., varia
de um projeto para outro, fazendo com que a integração dinâmica entre o casco e as
subestruturas, tais como mastros, chaminés, etc, ainda seja matéria de estudo para
muitos pesquisadores. As simulações numéricas são uma ferramenta poderosa para
avaliar resultados de modelos matemáticos vibracionais, assim como testes com
modelos e medições em escala real.
1.2 Objetivo
O objetivo deste trabalho de tese é estudar o comportamento das vibrações
globais verticais nos diferentes modos vibracionais do navio graneleiro, considerando-
se diferentes procedimentos de avaliação da massa adicional hidrodinâmica que rodeia o
casco.
Como objetivo secundário, o estudo compara a utilização de um modelo
tridimensional com a de um modelo unidimensional para representar o mesmo navio
sujeito ao fenômeno da vibração vertical.
3
diagramas de cascata de espectros que são parte do trabalho e que mostram a sua
influência na determinação das frequências naturais.
4
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5
para o eixo propulsor. Também mostra a relevância das condições de ressonância e
algumas contramedidas que podem ser tomadas para evitar esse fenômeno nos eixos.
O propósito do trabalho MAN Diesel & Turbo [17] é apresentar uma descrição
bastante detalhada das características de vibração dos motores de dois tempos de baixas
velocidades e as principais considerações na hora de se realizar o estudo das excitações
forçadas nas estruturas do navio.
6
Newland, D. E. [27] apresenta a teoria da análise de vibração na qual se introduz
o conceito de vibração aleatória e como analisar a mesma, aprofundando-se também na
análise espectral, tanto de sinais contínuos como discretos, mostrando uma introdução
da Transformada Rápida de Fourier (FFT) que é o procedimento universalmente
utilizado no processamento de sinais medidos em função do tempo (séries temporais).
7
das pulsações de pressão no casco do navio de forma que as amplitudes de resposta em
alguns pontos são calculadas para a frequência fundamental e para a segunda harmônica
da rotação do propulsor.
8
CAPÍTULO 3
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
3.1 Introdução
Este capítulo apresenta a teoria básica sobre a vibração do navio, lembrando
algumas definições básicas utilizadas na teoria de vibrações a título de esclarecimento e
descrevendo a análise da vibração de uma viga-navio com enfoques contínuo e discreto.
No enfoque continuo são descritas as equações analíticas clássicas para as vigas
de Euler e de Timoshenko. O enfoque discreto aborda a equação de equilíbrio dinâmico
com diferentes condições de contorno e condições iniciais, as quais se aplicam na
determinação das frequências naturais e correspondentes modos vibracionais do navio,
bem como na análise de excitações forçadas.
9
Nó é um ponto na configuração vibracional de determinado modo que não sofre
deslocamento.
Excitação é um estímulo ou perturbação dependente do tempo a qual pode ser
periódica ou aleatória.
Frequência de excitação é a frequência na qual a excitação atua no corpo, como
por exemplo a perturbação produzida pelo propulsor no casco.
Ressonância é o fenômeno que é produzido quando a frequência de excitação
coincide com uma determinada frequência natural de um corpo, causando, dessa
maneira, a amplificação dos deslocamentos e produzindo vibrações excessivas.
(a) (b)
Figura 3-1 Comparação de oscilação: (a) Periódica e (b) Aleatória (Fonte: D.E.
Newland, 1993)
10
Em um sistema com amortecimento ocorre a dissipação de energia, e, por isso, a
oscilação diminui com o tempo até chegar a valores próximos do zero. Este tipo de
oscilação é conhecida como vibração transiente.
Nos sistemas forçados amortecidos, a energia dissipada pelo amortecimento é
continuamente fornecida pela fonte de excitação e a característica da vibração, nesse
caso, não depende apenas das propriedades de massa e rigidez, mas também do
amortecimento do sistema.
11
3.4.1. Viga de Euler-Bernoulli
A teoria da viga de Euler-Bernoulli foi desenvolvida por Leonhard Euler e
Daniel Bernoulli. Este modelo simplificado analisa a viga levando em conta as
seguintes considerações:
- hipóteses de comportamento linear.
- os pontos da fibra correspondente à linha neutra sofrem apenas deslocamento vertical
e rotação: ux(x, 0) = 0.
- a tensão perpendicular da fibra correspondente à linha neutra é nula: σyy= 0.
-as seções planas, inicialmente perpendiculares ao eixo da viga, se mantêm
perpendiculares ao eixo da viga mesmo após a flexão.
- A viga é esbelta, i. e., assume-se que L >> B (L :Comprimento , B : Boca)
A seguir apresenta-se uma viga unidimensional suportada por uma base elástica
com uma rigidez uniforme por unidade de comprimento k, representando a força
hidrostática da água. A viga também possui um amortecimento uniforme por unidade de
comprimento c, representando o amortecimento hidrodinâmico da água.
∂ 4w ∂5w ∂ 2w ∂w
EI 4
+ ν I 4
+ µ 2
+c + kw = f ( x, t ) (3.1)
∂x ∂x ∂t ∂t ∂t
12
Nesta equação a massa uniforme da viga por unidade de comprimento é
representada por µ (inclui a massa adicional hidrodinâmica), a rigidez flexional
uniforme por EI, onde E é o modulo de elasticidade transversal e I é o momento de
inércia seccional. O termo f(x,t) representa a força de excitação gerada pelo escoamento
que passa pelo propulsor. O termo νI representa o amortecimento viscoso do material
da viga e w é o deslocamento vibratório vertical.
O segundo termo do lado esquerdo desta equação representa a inclusão do termo
visco-elástico na lei do esforço de deformação para o material da viga. Esta equação não
considera os termos da inércia rotativa (devido ao momento fletor) e o efeito da força
cortante (deflexão devida ao cisalhamento). As condições finais para a unicidade da
resolução da equação do movimento são as seguintes:
∂ 2 w ∂ 3w
= =0 em x = 0 e x = L (3.2)
∂x 2 ∂x 3
f ( x, t ) = Re F ( x)e iα e iωt
(3.3)
13
fundamental predominante. Para o estado de resposta constante o deslocamento terá a
seguinte forma:
w( x, t ) = Re W ( X )e iφ e iwt (3.5)
W ( x) = Wc ( x) − iWs ( x) (3.6)
ων d 4W
EI 1 + i ( )
4 − ω µ − iω c − k W = F ( x )
2
(3.7)
E dx
W x F
W= ,x = ,F = (3.8)
L L EI / L3
4
1 + 2iζ ν ω d W − k 4W = F ( x) (3.9)
Ω f dx 4
A superposição modal pode ser considerada como uma combinação linear dos
modos naturais de vibração e a solução da equação do movimento pode ser expressa
como séries infinitas. O conjunto de séries é formado pela soma de infinitos modos
normais de um sistema não amortecido (ζν ≈ 0) e não forçado (F(x) =0). A seguir
apresenta-se a equação adimensional não amortecida e não forçada:
14
d 4W
4
− k 4W = 0
dx
(3.10)
d 2W d 3W
= =0 em x = 0 e x = 1
dx 2 dx 3
coskn.coshkn = 1 (3.16)
15
do sistema de equações, pois elas são linearmente independentes e a única coisa que se
pode fazer é encontrar uma relação entre elas, como:
C3 sin k n + sinh k n
= (3.17)
C4 cos k n − cosh k n
sin k n + sinh k n
ψ n ( x) = C4 cos k n x + cosh k n x + (sin kn x + sinh kn x ) (3.18)
cos k n − cosh k n
16
No caso de um navio, onde as dimensões transversais da viga em relação ao
comprimento não podem ser consideradas pequenas, esses efeitos causam uma grande
diferença nos cálculos.
O efeito da inércia rotativa das seções da viga de Timoshenko, corresponde a um
movimento angular em torno do eixo centroidal transversal horizontal da seção, o qual
pode ser expresso em termos do momento de inércia de massa multiplicado pela
aceleração angular da seção, como segue:
∂ 2γ ( x, t )
J ( x) = ∑ QZ (3.19)
∂t 2
onde:
J(x) : momento de inércia de massa em relação ao eixo neutro
γ(x,t) : ângulo de inclinação da seção transversal devido a flexão
∂ 2γ ( x, t )
: aceleração angular da seção
∂t 2
viga.
∂ 2 y ( x, t )
m( x ) = ∑ FY (3.20)
∂t 2
onde:
m(x) : massa por unidade de comprimento da viga.
17
y(x,t) : deslocamento da seção transversal na direção y
∂ 2 y ( x, t )
: aceleração linear da seção
∂t 2
viga.
Figura 3-4 Diagrama de corpo livre do elemento da viga (Fonte: Apostila Lopes e
Troyman)
onde:
p(x,t) : carregamento aplicado à viga por unidade de comprimento
q(x,t) : momento aplicado à viga por unidade de comprimento
M(x,t) : momento fletor
V(x,t) : força cortante
γ(x,t) : inclinação da seção transversal devida apenas à flexão
β(x,t) : distorção causada pelo cisalhamento
y(x,t) : deflexão da viga
∂y ( x, t ) / ∂x : inclinação total da seção transversal da viga.
18
E : módulo de elasticidade (módulo de Young)
I(x) : momento de inércia de área da seção transversal
A(x) : área da seção transversal
EI(x) : rigidez à flexão
k´GA(x) : rigidez ao cisalhamento
∂γ ( x, t )
M ( x, t ) = EI ( x) (3.22)
∂x
∂ 2 y ( x, t ) ∂V ( x, t ) ∂y ( x, t )
m( x ) 2
= p ( x, t ) − − c ( x) (3.23)
∂t ∂x ∂t
∂ 2γ ( x, t ) ∂M ( x, t )
J ( x) 2
= q ( x, t ) + − V ( x, t ) (3.24)
∂t ∂x
onde:
m(x) : massa efetiva por unidade de comprimento.
c(x) : coeficiente de amortecimento viscoso por unidade de
comprimento da viga.
19
∂y ( x, t )
= γ ( x, t ) − β ( x, t ) (3.25)
∂x
∂y ( x, t ) V ( x, t )
= γ ( x, t ) − (3.26)
∂x k ' GA( x)
∂V ( x, t ) ∂ 2 y ( x, t ) ∂y ( x, t )
= p ( x, t ) − m ( x ) 2
− c ( x) (3.27)
∂x ∂t ∂t
∂M ( x, t ) ∂ 2γ ( x, t )
= − q ( x, t ) + J ( x ) + V ( x, t ) (3.28)
∂x ∂t 2
∂y ( x, t ) V ( x, t )
= γ ( x, t ) − (3.29)
∂x k ' GA( x)
∂γ ( x, t ) M ( x, t )
= (3.30)
∂x EI ( x)
20
Figura 3-5 Modelagem de navio mercante (Fonte: J.J.Jensen, 2001)
Observa-se que não é intuito deste trabalho diminuir a importância das teorias
baseadas em análise contínua, já que ela é a base para o entendimento das situações
físicas apresentadas na realidade. Ainda que a modelação por elementos finitos seja bem
mais laboriosa, pois implica na necessidade de se replicar partes das estruturas do navio
no programa de computador, consumindo um tempo considerável, dependendo do nível
de exatidão desejado, como mostra a experiência, demonstra-se que, para a análise
vibracional global de estruturas, é suficiente modelar os componentes principais, tais
como chapeamentos do costado e de anteparas longitudinais, fundo, convés, quilha,
cavernas gigantes e longarinas, entre outros. Isso permite levar em consideração
características e comportamentos que normalmente não são fáceis de se embutir nas
formulações baseadas em teoria contínua de viga sem a admissão de um grande número
de hipóteses que, muitas vezes, ao invés de auxiliar na consideração dos conceitos
envolvidos, introduz complicações que até podem comprometem o modelo.
[M ] x = −{ f s }− { f d }+ { f }
..
(3.31)
onde:
21
[M] : matriz de massa
..
{x} : aceleração nodal
{fs} : vetor de força de rigidez
{fd} : vetor de força de amortecimento
{f} : vetor de força de excitação
No caso da análise vibracional os modelos de elementos finitos satisfazem os
requesitos constitutivos dos materiais em um nível local, cumprindo as relações de
comportamento que, na maior parte das vezes, podem-se assumir lineares entre os nós e,
após uma re-ordenação de termos, tem-se:
.. .
[M ]{x}+ [C ]{x}+ [K ]{x} = [ f ] (3.32)
onde:
..
x : aceleração nodal
.
x : velocidade nodal
x : deslocamento nodal
[C] : matriz de amortecimento
[K] : matriz de rigidez
[f] : força de excitação
22
3.5.2 Cálculos de Frequências Naturais
Por definição, quando se deseja determinar as frequências naturais e os
respectivos modos de vibração de um sistema, as condições básicas são que não exista
amortecimento nem força de excitação, portanto as equações dinâmicas a serem
resolvidas são:
..
[M ]{x}+ [K ]{x} = 0 (3.33)
23
Por uma característica numérica, todos os métodos, exatos ou aproximados, são
iterativos pois não há uma solução analítica da equação polinômica acima de quarto
grau, e, portanto, o uso de um ou outro método fica a critério do pesquisador. A
confiabilidade do sistema depende da estabilidade do método e das propriedades das
matrizes envolvidas na solução, além de outros fatores.
Alguns métodos utilizados na resolução do problema de autovalores pelos
programas de computador estão o método de Rayleigh-Ritz, Método de iteração de
Lanczos, entre outros.
24
fazer são análises estatísticas que fornecerão características de energia em determinadas
faixas, permitindo a avaliação de uma área particular de interesse.
As condições de contorno são para uma viga autoequilibrada, e os movimentos
do corpo rígido são considerados da análise no software Ansys.
25
de rotação do eixo, da vibração do propulsor e nas harmônicas da frequência
fundamental do propulsor.
Figura 3-7 Forças e momentos devido ao propulsor (Fonte: Asmussen et al., 2001)
(a) (b)
Figura 3-8 Efeito da onda na popa (a) e o efeito do afundamento da popa nas
amplitudes das pressões no casco do navio (b) (Fonte: 17th
International Ship and Offshore Structure Congress)
26
Os métodos semi-empíricos são avaliados com auxílio de meios computacionais e
são comparados com as medições em escala real e, neste caso, se o objetivo é fazer
estimativas de flutuações de pressões para a análise padrão de vibrações.
Os métodos computacionais compõem hoje um conjunto de ferramentas muito
utilizado nos escritórios de projeto. Assim, Sink-Kwan et al [13] apresentam uma
metodologia computacional que evolve distintos aspectos, tais como a dinâmica de
fluido computacional (CFD), elementos finitos (FEM) e a dinâmica da cavitação do
propulsor, cuja finalidade é estudar as vibrações induzidas no casco pelas pulsações de
pressão, estudo esse que requer, entre outros detalhes, o conhecimento do fenômeno de
cavitação, o escoamento turbulento na região do propulsor e outros temas que não farão
parte do escopo do presente trabalho. Nessa investigação, com o apoio da American
Bureau of Shipping (ABS), utilizam-se três módulos distintos relacionados entre si para
a determinação das forças e dos respectivos valores das amplitudes das pressões nas
regiões próximas ao propulsor. Esses módulos são Propeller/Ship Flow module (PSF),
Hydro-Load Assessment module (HLA) e o Finite Element Analysis module (FEA).
O primeiro estima a interação do escoamento (esteira) entre o casco e o
propulsor, o segundo módulo faz a estimativa dos valores das pressões no casco e a
distribuição aproximada na região próxima ao propulsor e o último faz o cálculo dos
esforços e vibrações no casco. No final pode-se resumir o trabalho de Sink-Kwan nos
seguintes passos:
1. Simulação do escoamento sem o propulsor (apenas o casco)
2. Simulação casco – propulsor (coeficientes de esteira efetiva)
3. Análise da eficiência do propulsor (coeficiente de torque e empuxo)
4. Análise de cavitação no propulsor
5. Cálculo de cargas hidrodinâmicas do propulsor
6. Análise de vibração e esforços.
Sink-Kwan amostra alguns resultados para os quais demonstra que, para diferentes
condições de carregamento, o valor das forças verticais acima do propulsor no casco são
maiores quando navio está na condição de plena carga se comparado com o navio em
condição de lastro, como mostra a figura 3-9.
27
Figura 3-9 Distribuição da pressão no casco induzida pelo propulsor (Fonte: Sing-
Kwan)
28
3.6.2 Excitação Induzida pelo Motor Principal
As forças e movimentos gerados pelo funcionamento do motor propulsor
produzem excitações nas direções vertical, horizontal, axial e torcionais. As faixas de
frequências de vibração são infinitas e são transmitidas para o todo o navio.
Dependendo dos tempos de combustão as frequências podem ser múltiplas da
frequência de rotação para motores de dois tempos ou metade dos múltiplos da
frequência de rotação para motores de quatro tempos. O motor principal é uma das
principais fontes de vibrações no navio. Nos últimos anos, a configuração mais utilizada
pelo custo operativo e de instalação são os motores com baixos números de cilindros
como mostra a figura 3-10. Segundo a MAN Diesel & Turbo [17], as excitações do
motor em geral podem ser divididos em duas categorias, excitações primárias e
secundárias. A seguir se descreve cada uma delas.
Excitações primárias são as forças e momentos de desbalanceamento originados
pela combustão dos gases e pela inércia das massas rotativas e recíprocas do motor.
Essas forças criam no motor momentos que são de primeira ordem (verticais e laterais)
e de segunda ordem (verticais), ver figura 3-11.
Figura 3-10 Evolução do número de cilindros nas instalações dos navios (Fonte:
MAN Diesel & Turbo 2002)
29
As frequências naturais do motor estão determinadas pela rigidez e pela
distribuição de massa, mas também estão determinadas pela extensão de rigidez adjunta
das estruturas próximas ao motor. Alguns modos fundamentais de vibração do motor
estudados pelos fabricantes de motores descrevem as formas “H”, “X” e “L”, que são
consequência dos momentos anteriormente mencionados para motores de dois tempos
de baixa rotação em combinação com a velocidade e o número de cilindros do motor.
A predominância para motores de velocidade media é o modo vibracional do
tipo “H”. A figura 3-12 mostra as diferentes formas modais antes mencionadas com um
exemplo modelado em elementos finitos para um motor de sete cilindros em duas
situações, quando o motor tem uma base e quando não tem, podendo notar-se que as
frequências de vibração mudam de maneira significativa devido ao aumento da rigidez e
da massa circundante ao motor. Um estudo que considera as excitações produzidas pelo
motor nas estruturas do navio deve estar baseado na informação técnica fornecida pelo
fabricante do motor para se determinar as características do comportamento dinâmico
das estruturas.
Figura 3-11 Momentos produzidos pelas forças inerciais (Fonte: MAN Diesel & Turbo
2002)
Vale a pena mencionar que, para se fazer uma análise vibracional local na base
do motor principal considerando-se os momentos de desbalanceamentos do motor, o
modelo tridimensional é uma ferramenta adequada, desde que o fabricante forneça os
dados dos testes do motor. Essa análise também pode consumir muito esforço
computacional dependendo do número de graus de liberdade da modelação.
30
(a) (b)
Figura 3-12 Modos vibracionais do motor: (a) sem base e (b) com base (Fonte:
Asmussen et al., 2001)
31
quadros de distribuição elétrica. O equipamento passivo tem menor influência quando a
sua massa não é muito significativa em comparação com a de outros equipamentos.
32
π
m( x ) = ρB 2 ( x)C ( x) J ( x) (Ton/m) (3.37)
8
onde:
ρ : densidade da água (Ton/m3)
B(x) : boca da seção (m)
T(x) : calado da seção (m)
A(x) : área da seção abaixo da linha d’água (m2)
C(x) : coeficiente de massa adicional bidimensional da seção
Jn : fator de Lewis, que representa a redução do fator na massa adicional
bidimensional para o escoamento tridimensional
βn : coeficiente de área da seção dado por:
βn = A(x) / [B(x).T(x)]
a ( x) b( x)
Z =z+ + 3 (3.38)
z z
onde um círculo de raio unitário do plano “z” é transferido para uma forma típica de
seção de navio no plano “Z” e a e b são parâmetros de mapeamento, os quais são
determinados de tal maneira que a relação boca/calado seja mantida na transformação. A
figura 3-14 resume o trabalho de obtenção de C(x) através da leitura do coeficiente de
área secional em função da relação boca/calado.
Todavia, como as formas de Lewis não cobrem todas as formas típicas de
navios, os coeficientes da seção media βn têm de satisfazer algumas condições
apontadas por Landweber e Macagno (1957), as quais são apresentadas a seguir:
3π B 3π B B
2 − ≤ βn ≤ + 12 , ≤1
32 2T 128 2T 2T
(3.39)
3π B 3π 2T B
2 − ≤ βn ≤ + 12 , ≥1
32 2T 128 B 2T
33
Uma vez comprovada a faixa de aplicação adequada para os cálculos, é possível
determinar-se o coeficiente C(x) da figura 3-14.
34
3.7.2 Método de Landweber e Macagno
Após a transformação conforme, Landweber e Macagno construíram curvas
práticas para representar os valores dos coeficientes de massa adicional bidimensional
vertical, Cv, e dos coeficientes de massa adicional bidimensional horizontal, Ch., em
função de:
b( x)
λ= (3.40)
d ( x)
S ( x)
σ= (3.41)
2b( x)d ( x)
onde:
S (x) : área imersa da seção na posição x (m2)
b(x) : meia boca da seção na posição x (m)
d (x) : calado da seção na posição x (m)
1
m'v = πρb 2Cv (3.42)
2
1
m'h = πρd 2Ch (3.43)
2
As figuras 3-16 e 3-17 apresentam as curvas para determinação dos valores de Cv e Ch.
35
Figura 3-16 Coeficiente de massa virtual bidimensional para movimento vertical
(Fonte: Apostila Lopes e Troyman)
1 B
J T = 1.02 − 31.2 − (3.44)
n L
onde:
B : boca do navio na seção mestra (m)
L : comprimento entre perpendiculares (m)
n : número de nós da configuração modal da viga-navio
36
3.7.3 Método do Instituto de Pesquisas da Construção Naval de Krylov
Este método determina as massas adicionais verticais da seção, (λ33), e
horizontais, (λ22), através das seguintes equações:
S ( x)
σ ( x) = (3.45)
2b( x)d ( x)
d ( x)
q( x) = (3.46)
b( x )
onde :
S(x) : área imersa da seção (m2)
b(x) : meia boca da seção (m)
d(x) : calado da seção (m)
p : centróide da área imersa.
c : posição do centro da oscilação torcional.
a : coeficiente auxiliar da seção
Cv : coeficiente para cálculo da massa adicional vertical
Ch : coeficiente para cálculo da massa adicional horizontal
n : número do modo a ser considerado
Figura 3-18 Seção definida pelo instituto Krylov (Fonte: Korotkin, 2007)
37
1 2 σq
a= 3(1 + q ) − 1 + 10q + q − 32 (3.47)
2 π
C v = 1 + (1 + q − a)(q − a) (3.48)
4 4
Ch = 2
1 + 2 (1 + q − a) 2 (3.49)
π 3q
π
λ33 = J nv* .C v . ρb 2 (3.50)
2
L
αv = (3.51)
B
0.16α v + 1
ev = (3.52)
0.3α v
1 .7
p v = 1.03 − (3.53)
αv
α v − 0.125
qv = (3.54)
α v + 2.5
pv qv (ev + 5)
fv = (3.55)
1 − pv qv
fv
Rnv = (3.56)
p v (e v + f v + n )
38
1.674
J 1v = 1.035 − (3.57)
αv
0.02( B / T − 2)
J nv* = J 1v .Rnv 1 + , B/T≠2 (3.58)
J 1v .Rnv
IV
P1 = (3.59)
∆ V .L3
onde:
IV : momento de inércia vertical da seção mestra em relação ao eixo neutro
horizontal (mm2.m2)
∆V : deslocamento total incluindo o efeito da massa adicional para
movimento vertical (Ton)
Lpp : comprimento entre perpendiculares (m)
39
A equação 3.60 mostra o parâmetro P2 para fazer estimativas de frequências
naturais verticais para um navio com 3 ou mais nós na curva modal, cuja base estatística
é a força cortante vertical que atua na seção.
AV .10 8
P2 = (3.60)
∆ V .L pp
onde:
AV : área efetiva no cisalhamento vertical da seção mestra (m2).
40
B B
2
onde:
∆V : deslocamento do navio (Ton)
B : boca do navio (m)
Tm : calado médio do navio (m)
Formulação de Kumai
IV
N 2V = 3.07 x106 3
(CPM) (3.62)
∆ i L pp
B
∆ i = 1.2 + ∆ (3.63)
3.Tm
onde:
IV : momento de inércia (m4)
Tm : calado médio do navio (m)
41
B: boca do navio (m)
Lpp: comprimento entre perpendiculares (m)
∆ : deslocamento do navio (Ton)
∆i : deslocamento virtual ( ∆ + massa adicional) (Ton)
3.8 Amortecimento
Segundo Bishop [10] e Skaar [37], não existe informação teórica suficiente que
defina, de forma satisfatória, o fenômeno do amortecimento. Por outro lado, existem
trabalhos corroborados por medições para alguns tipos de navios nos quais demonstra-
se que o amortecimento varia em faixas de frequência e, portanto, varia com a forma
modal da viga-navio. Eles consideram que a origem do amortecimento tem duas fontes
importantes: uma é amortecimento estrutural e a outra, de origem hidrodinâmica, que,
comparada com o amortecimento estrutural, é praticamente desprezível, inclusive para
frequências mais altas onde o amortecimento predominante é o estrutural. Existem
estudos que tentam avaliar o amortecimento, um deles é o amortecimento de Rayleigh,
que define a matriz de amortecimento como uma combinação linear das matrizes de
massa e rigidez, com a finalidade de permitir a ortogonalização do amortecimento e o
desacoplamento das equações dinâmicas nos programas de elementos finitos, facilitando
a solução das equações através da superposição modal, muito utilizada no caso de
vibrações forçadas e livres amortecidas.
42
CAPÍTULO 4
4.1 Generalidades
As medições dos sinais de vibração foi realizada entre os dias 6 e 10 de abril de
2009 pela equipe do Laboratório de Ensaios de Modelos de Engenharia (LEME) da
COPPE/UFRJ, no navio “Gypsum Integrity”, construído no Estaleiro Ilha S.A. (EISA),
sediado na Ilha do Governador na cidade do Rio de Janeiro.
As medições da vibração global, durante a prova do mar foram executadas para
diferentes rotações do motor e os equipamentos e as ferramentas utilizadas estão
descritos neste capítulo.
43
3. um sensor de proximidade magnético para medição da rotação e referência
de fase;
4. um notebook Toshiba Satellite U305 equipado com software desenvolvido
para a aquisição dos sinais.
44
No estudo consideraram-se os pontos 1V, 4V e 2L porque estão relacionados
diretamente com as vibrações verticais do navio e a medição longitudinal da
superestrutura, 2L, porque esta vibração também está intimamente relacionada com a
vibração vertical da viga-navio, a norma que descreve o processo é a ISO 20283-2.
X0 0 0 0 0 0 0 0 0
45
muitas outras fontes de excitação. Da mesma maneira, apresentam-se algumas
diferenças para os resultados da análise espectral para as demais rotações nos diferentes
pontos da superestrutura mantendo a consistência no mesmo padrão da distribuição de
frequências.
Ao final, é possível agrupar esses resultados para se montar o diagrama de
cascata de espectros, (ver figuras 4-3, 4-5, 4-7) são chamados também Diagrama de
Campbell que possui uma aparência tridimensional e facilita a identificação e a
influencia das excitações forçadas.
Para se executar a análise espectral de uma série temporal é necessário definir
dados como o período da amostragem, a taxa de aquisição, o número de espectros e a
janela de truncamento da amostra temporal, entre outros, para garantir a resolução de
espectro, a confiabilidade, entre outros fatores.
A partir da figura 4-3 apresentam-se diagramas de cascata para o navio onde se
destacam amplitudes para uma ordem particular de excitação ao longo da faixa de
frequência considerada.
Na obtenção desses gráficos foram utilizados os resultados das análises
espectrais nas diferentes rotações, apresentando eixos para a frequência (Hz), para a
rotação do MCP (RPM) e para as amplitudes (mm/s).
Nestes diagramas é possível identificarem-se as fontes de vibração que atuam
sobre o navio, apontando as excitações forçadas que amplificam os valores das
amplitudes nas rotações correspondentes às frequências naturais do navio.
46
Figura 4-3 Diagrama de cascata de espectros do ponto 1V no navio graneleiro
47
Figura 4-4 Diagrama de espectros do ponto 1V em diferentes velocidades do motor
48
Figura 4-5 Diagrama de cascata de espectros do ponto 4V no navio graneleiro
49
Figura 4-6 Diagrama de espectros do ponto 4V em diferentes velocidades do motor
50
Figura 4-7 Diagrama de cascata de espectros do ponto 2L no navio graneleiro
51
Figura 4-8 Diagrama de espectros do ponto 2L em diferentes velocidades do motor
52
O motor principal do navio, o propulsor e as demais fontes geram excitações em
todas as frequências (fundamentais e harmônicas) que são transmitidas para todo o
casco e subestruturas do navio. Essas excitações são de todo tipo de ordem, e, nos
diagramas apresentados, é possível identificarem-se facilmente amplitudes notórias,
especialmente em baixas frequências. Nas figuras 4-4, 4-6 e 4-8 apresentam-se os
espectros de vibração do diagrama de cascata visto no formato amplitude x frequência,
cujo propósito é poder diferenciar picos em frequências que se repetem nas diferentes
curvas de rotação, representando as frequências naturais que estão sendo excitadas pelas
forças de excitação em cada rotação do motor e permitindo fazer-se uma diferenciação
entre cada uma das curvas, identificadas por cores distintas. Assim, as frequências
identificadas têm valores conforme apresentados na tabela 4-2. Essas frequências
encontradas nos diagramas espectrais correspondem aos valores das frequências
naturais do navio, os quais serão comparados com os valores obtidos nas formulações
empíricas e com o modelo numérico objeto deste trabalho.
Deve-se lembrar que o amortecimento varia com a velocidade de rotação, e, para
o navio, varia com as frequências de cada modo vibracional, por isso fica cada vez mais
difícil detectarem-se os valores das frequências naturais dos espectros apresentados em
faixas de frequências muito altas. Consequentemente, será apresentado na tabela abaixo
os valores que foram possíveis identificar nos gráficos dos espectros anteriores.
53
CAPÍTULO 5
AVALIAÇÃO NUMÉRICA
5.1 Introdução
Considerando este estudo dentro do escopo das vibrações elásticas, existem pelo
menos três formas de se calcular as características dinâmicas de estruturas de navios: o
método da energia, o método da matriz de transferência e o método dos elementos
finitos.
No método da energia assume-se uma função de deflexão que represente o modo
de vibração de forma aproximada, considerando-se o navio como uma viga uniforme,
mas, em decorrência do seu caráter calcado em teoria de viga contínua, sem se admitir
hipóteses simplificadoras adequadas, este método pode tornar-se inviável, mormente
quando as estruturas são muito complexas.
O método da matriz de transferência pode ser utilizado no cálculo de frequências
naturais e correspondentes modos de vibração, considerando-se a viga-navio como uma
viga uniforme ou de seções variáveis. Existem várias formas de implementação desta
modalidade de cálculo e a maioria delas, segundo Troyman [4], se presta apenas ao
cálculo de vibração natural. Para a determinação do cálculo de resposta às forças
externas pode ser necessário algum desenvolvimento teórico adicional, mormente se for
de interesse levar-se em conta a influência de estruturas locais, tais como o fundo-duplo.
Normalmente esse método é levado a cabo com auxílio de técnicas numéricas baseadas
em diferenças finitas.
O método dos elementos finitos é o mais popular devido à sua abrangência nos
estudos estáticos e dinâmicos de estruturas em geral. Dentro dos procedimentos dos
elementos finitos para análise de um navio pode-se empregar análise unidimensional,
bidimensional ou tridimensional. A desvantagem da análise unidimensional é que ela
não possibilita o estudo de vibrações locais, muito comum em problemas de estruturas
e, na maioria das vezes, exige cálculos prévios, tais como a avaliação de propriedades
geométricas das seções ao longo do navio (momentos de inércia vertical e/ou horizontal,
áreas efetivas no cisalhamento, constantes de torção de St. Venant, etc.) que pode
implicar no uso de softwares específicos.
54
A modelação bidimensional implica no uso de elementos finitos planos
acoplados com assunções que permitam reduzir a estrutura 3D ao plano médio
longitudinal vertical da viga. Embora tenha uma abrangência maior que a modelação
unidimensional, essa redução 3D-2D não é muito usual e pode também restringir a
aplicação com relação às estruturas locais.
Com a modelagem tridimensional, aqueles procedimentos exigidos para a
análise unidimensional já não serão necessários porque os elementos definidos no
software já contemplam essas propriedades. No entanto, a modelagem tridimensional
exige outras considerações, tais como condições de contorno e tipos de elemento, entre
outros fatores que são definidos no processo e devem satisfazer as equações diferenciais
do problema.
Para a modelagem tridimensional do navio foram utilizados o Rhinoceros v4.0
para a definição da geometria e o ANSYS-Workbench v.13, para definição das malhas
e a análise de elementos finitos.
5.2 Características do Navio Empregado na Análise
Os detalhes da estrutura da seção mestra (Web Frame) estão apresentados na
figura 5-1.
55
As características com as principais dimensões do navio apresentam-se na tabela
5-1.
A figura 5-2 mostra as estruturas internas e o navio completo por ambos lados
em perspectiva.
56
5.4 Sistemas de Referência para o Navio
A origem do sistema de coordenadas será tomada na base da quilha, na
extremidade do cadaste de ré. Servirá como referência para posicionar os diferentes
equipamentos na praça de máquinas, no convés principal e na proa. Também será
utilizado na distribuição da massa hidrodinâmica adicional ao longo do casco.
57
Figura 5-3 Distribuição de equipamentos e massa adicional hidrodinâmica
58
exatidão de vibrações locais na estrutura. A figura 5-4 representa os elementos
considerados como casca no navio.
59
5.8 Métodos de Determinação de Autovalores e Autovetores
Para se determinarem os autovalores (frequências naturais) e correspondentes
autovetores (modos vibracionais), utilizou-se o procedimento de Block Lanczos
disponível no Ansys por ser o mais adequado para problemas simétricos de grandes
dimensões (até 1.000.000 de graus de liberdade) com muitas equações de restrição,
apresentando excelente desempenho, especialmente para elementos de casca.
60
Figura 5-6 Frequências naturais do casco vibrando no ar e com diferente número de
elementos finitos na malha
61
5.11.1 Massas Hidrodinâmicas Adicionais nas Extremidades do Navio
Para efeito de comparação pretende-se avaliar a diferença entre o valor da massa
adicional hidrodinâmica do casco completo como é apresentado na figura 5-7 e o valor
da massa adicional sem incluir o bulbo e uma parte da popa, aproximadamente desde o
cadaste de ré até o espelho de popa, em função da frequência.
O motivo desta comparação é que as formas dessas balizas não atendem às
condições de aplicação das formulações das seções de Lewis, e, consequentemente, não
são aplicáveis no cálculo da massa adicional através dos métodos descritos.
62
Como poderá ser comprovado mais adiante, o valor obtido para a massa
adicional na faixa de frequências apresentada tende a coincidir com os valores da massa
adicional calculada pelos métodos em estudo no presente trabalho.
Tabela 5-3 Cálculo das massas hidrodinâmica adicional com o Aqwa v12
Massa Massa
Frequência Hidrodinâmica Frequência Hidrodinâmica
(Kg) (Kg)
(Hz) (com extremos) (Hz) (sem extremos)
0.016 159000000 0.016 152000000
0.025 163000000 0.030 152000000
0.033 155000000 0.043 133000000
0.042 142000000 0.057 107000000
0.050 125000000 0.071 83100000
0.059 108000000 0.085 65800000
0.068 91400000 0.099 58600000
0.076 77500000 0.113 56900000
0.085 67800000 0.126 56500000
0.093 62400000 0.140 57300000
0.102 60000000 0.154 58900000
0.111 58900000 0.168 60400000
0.119 58300000 0.181 53100000
0.128 58000000 0.195 64700000
0.137 58300000 0.209 66200000
0.145 59100000 0.223 67500000
0.615 59900000 - -
0.161 60500000 - -
0.171 61000000 - -
0.180 57000000 - -
0.188 65000000 - -
0.197 67000000 - -
0.206 68400000 - -
0.214 69400000 - -
0.223 69100000 - -
63
seções planas ortogonais ao eixo longitudinal perpendicular às balizas, permitindo o
cálculo do valor da massa adicional total integrando-se ao longo deste eixo.
(a) (b)
Figura 5-9 Caverna com 7 massas (a) e caverna com 3 massas (b)
64
Optou-se por avaliar os nove primeiros modos em cada distribuição. Assim, a
quantidade de massas pontuais nesta primeira fase foi de 19 massas, as quais eram
recalculadas para cada modo de vibração vertical, dando um total de 171 massas
utilizadas nos nove modos. Na segunda fase, que considerou-se a distribuição de três
massas ao redor do casco (uma na quilha do navio e duas nos costados a meio calado),
foram utilizadas 165 massas, que, após o recálculo para cada modo vibracional vertical,
totalizou 1485 massas. Finalmente, utilizaram-se sete massas por caverna (três na
quilha, equiespaçadas ao longo da boca do navio, e duas em cada costado, sendo as mais
altas na metade do calado) e as massas foram colocadas ao redor de cada caverna
gigante, totalizando 385 massas que, após recalculadas para cada modo vibracional
vertical redundou num total de 3465 massas para os nove modos considerados. A tabela
5-4 apresenta os resultados de frequências naturais verticais para cada distribuição.
65
Figura 5-10 Frequências naturais segundo a distribuição da massa no casco
66
Tabela 5-6 Massa adicional distribuída entre cada baliza (Método de Lewis)
Massa adicional em Kg
Balizas Modo 1 Modo 2 Modo 3 Modo 4 Modo 5 Modo 6 Modo 7 Modo 8 Modo 9
L_2,1 1758844 1587845 1465703 1343561 1221419 1148134 1025992 977135 903850
L_3,2 2368758 2138462 1973965 1809468 1644971 1546273 1381775 1315977 1217278
L_4,3 2991237 2700423 2492698 2284973 2077248 1952613 1744888 1661799 1537164
L_5,4 3368417 3040932 2807014 2573096 2339178 2198828 1964910 1871343 1730992
L_6,5 3679783 3322027 3066486 2810946 2555405 2402081 2146540 2044324 1891000
L_7,6 3821313 3449797 3184428 2919059 2653690 2494468 2229100 2122952 1963731
L_8,7 3962896 3577615 3302413 3027212 2752011 2586891 2311689 2201609 2036488
L_9,8 3962896 3577615 3302413 3027212 2752011 2586891 2311689 2201609 2036488
L_10,9 3962896 3577615 3302413 3027212 2752011 2586891 2311689 2201609 2036488
L_11,10 3962896 3577615 3302413 3027212 2752011 2586891 2311689 2201609 2036488
L_12,11 3962896 3577615 3302413 3027212 2752011 2586891 2311689 2201609 2036488
L_13,12 3962896 3577615 3302413 3027212 2752011 2586891 2311689 2201609 2036488
L_14,13 3962896 3577615 3302413 3027212 2752011 2586891 2311689 2201609 2036488
L_15,14 3962896 3577615 3302413 3027212 2752011 2586891 2311689 2201609 2036488
L_16,15 3653081 3297920 3044234 2790548 2536862 2384650 2130964 2029489 1877278
L_17,16 3276062 2957556 2730052 2502547 2275043 2138541 1911036 1820035 1683532
L_18,17 2556683 2308116 2130569 1953022 1775474 1668946 1491398 1420379 1313851
L_19,18 1280548 1156050 1067123 978196 889269 835913 746986 711415 658059
L_19.5,19 306015 276263 255012 233761 212510 199760 178509 170008 157258
Massa Total (Kg) 60763910 54856308 50636592 46416876 42197160 39665330 35445614 33757728 31225898
67
A tabela 5-6 mostra os valores calculados para as massas hidrodinâmicas para os
diferentes modos até o nono modo, a figura 5-11 mostra a tendência dos valores das
massas para cada modo.
Figura 5-11 Variação da massa adicional para cada modo para o método de Lewis
68
5.11.4 Massa Adicional pelo Método de Landweber e Macagno
No método de Landweber e Macagno foram utilizados os dados apresentados na
tabela 5-8 para o cálculo das massas adicionais.
Da mesma forma que no caso anterior, os valores das áreas, bocas e calados são
variáveis para cada posição longitudinal.
Figura 5-12 Variação da massa adicional para cada modo para o método de Landweber
e Macagno
69
Tabela 5-9 Massa adicional distribuída entre cada baliza (Método de Landweber e Macagno)
Massa adicional em Kg
Baliza Modo 1 Modo 2 Modo 3 Modo 4 Modo 5 Modo 6 Modo 7 Modo 8 Modo 9
L_2,1 1614918 1406162 1301784 1239157 1197406 1167583 1145217 1127820 1113903
L_3,2 2221261 1934124 1790556 1704415 1646987 1605968 1575203 1551275 1532133
L_4,3 2746466 2391438 2213923 2107415 2036409 1985691 1947652 1918066 1894397
L_5,4 3040802 2647725 2451187 2333264 2254649 2198495 2156379 2123623 2097418
L_6,5 3326689 2896657 2681640 2552631 2466624 2405191 2359116 2323280 2294611
L_7,6 3170751 2760876 2555938 2432976 2351001 2292448 2248532 2214376 2187051
L_8,7 3300743 2874065 2660725 2532722 2447386 2386432 2340716 2305160 2276715
L_9,8 3300743 2874065 2660725 2532722 2447386 2386432 2340716 2305160 2276715
L_10,9 3300743 2874065 2660725 2532722 2447386 2386432 2340716 2305160 2276715
L_11,10 3300743 2874065 2660725 2532722 2447386 2386432 2340716 2305160 2276715
L_12,11 3300743 2874065 2660725 2532722 2447386 2386432 2340716 2305160 2276715
L_13,12 3300743 2874065 2660725 2532722 2447386 2386432 2340716 2305160 2276715
L_14,13 3300743 2874065 2660725 2532722 2447386 2386432 2340716 2305160 2276715
L_15,14 3300743 2874065 2660725 2532722 2447386 2386432 2340716 2305160 2276715
L_16,15 3173543 2763307 2558190 2435119 2353072 2294467 2250513 2216326 2188977
L_17,16 2863601 2493430 2308345 2197294 2123260 2070379 2030717 1999870 1975192
L_18,17 2230097 1941818 1797679 1711195 1653539 1612357 1581470 1557446 1538228
L_19,18 1196209 1041578 964263 917874 886947 864857 848290 835404 825095
L_19.5,19 276651 240889 223008 212279 205127 200018 196187 193206 190822
Massa Total (Kg) 52266934 45510521 42132315 40105392 38754109 37788907 37065006 36501972 36051544
70
A tabela 5-10 apresenta os valores das frequências naturais do navio
considerando-se a massa adicional através do método de Landweber e Macagno.
71
Tabela 5-12 Massa adicional distribuída entre cada baliza (Krylov)
Resumo de massa adicional entre balizas para cada Modo Vertical (Kg)
Balizas Modo 1 Modo 2 Modo 3 Modo 4 Modo 5 Modo 6 Modo 7 Modo 8 Modo 9
L_2,1 1857733 1666250 1511663 1384245 1277411 1186547 1108321 1040268 980524
L_3,2 2572144 2307025 2092989 1916571 1768654 1642847 1534539 1440314 1357595
L_4,3 3180314 2852509 2587866 2369734 2186843 2031290 1897372 1780869 1678592
L_5,4 3521145 3158209 2865204 2623696 2421204 2248981 2100711 1971723 1858484
L_6,5 3852193 3455134 3134583 2870368 2648839 2460424 2298214 2157099 2033214
L_7,6 3671621 3293175 2987649 2735820 2524675 2345091 2190485 2055985 1937907
L_8,7 3822148 3428187 3110135 2847981 2628180 2441234 2280290 2140275 2017356
L_9,8 3822148 3428187 3110135 2847981 2628180 2441234 2280290 2140275 2017356
L_10,9 3822148 3428187 3110135 2847981 2628180 2441234 2280290 2140275 2017356
L_11,10 3822148 3428187 3110135 2847981 2628180 2441234 2280290 2140275 2017356
L_12,11 3822148 3428187 3110135 2847981 2628180 2441234 2280290 2140275 2017356
L_13,12 3822148 3428187 3110135 2847981 2628180 2441234 2280290 2140275 2017356
L_14,13 3822148 3428187 3110135 2847981 2628180 2441234 2280290 2140275 2017356
L_15,14 3822148 3428187 3110135 2847981 2628180 2441234 2280290 2140275 2017356
L_16,15 3674855 3296075 2990280 2738229 2526898 2347157 2192415 2057795 1939614
L_17,16 3315952 2974166 2698236 2470801 2280110 2117923 1978293 1856822 1750182
L_18,17 2582377 2316202 2101316 1924195 1775690 1649383 1540643 1446044 1362996
L_19,18 1385169 1242395 1127132 1032125 952468 884718 826391 775648 731102
L_19.5,19 320352 287333 260675 238703 220280 204611 191122 179387 169084
Total (Kg) 60511041 54273966 49238672 45088337 41608508 38648844 36100824 33884153 31938141
72
A tabela 5-12 mostra os valores calculados para as massas hidrodinâmicas para
os diferentes modos até o nono modo. A figura 5-13 mostra a tendência dos valores das
massas para cada modo.
Figura 5-13 Variação da massa adicional para cada modo para o método de Instituto
Krylov
A tabela 5-13 mostra os valores das frequências naturais do modelo para cada
modo calculado com as massas adicionais determinadas pelo método do Instituto de
Krylov.
Tabela 5-13 – Frequências naturais (Método Instituto de Pesquisas de Krylov)
Modo Frequência (Hz)
1 0.909
2 2.076
3 3.365
4 4.708
5 6.097
6 7.132
7 8.554
8 9.340
9 9.468
73
Para ilustrar as configurações modais calculadas são apresentadas a seguir
figuras 5-14 e 5-15 obtidas dos resultados realizados com o emprego do método do
Instituto de Krylov (para os demais métodos de cálculo de massas adicionais as figuras
são idênticas).
74
Figura 5-16 Terceiro modo vibracional
75
Figura 5-18 Quinto modo vibracional
Como pode ser observado, a partir das figuras 5-18 e 5-19, a superestrutura e a
chaminé já apresentam vibração fora de fase entre elas.
76
Figura 5-20 Sétimo modo vibracional
77
utilizado de maneira consistente. Consequentemente, agora que já foram obtidos valores
de frequências naturais e correspondentes modos vibracionais para um modelo
tridimensional, torna-se interessante incluir a comparação com os resultados obtidos
através de um modelo unidimensional do mesmo navio, obtido por Vilela [44], que
utilizou o método de Landweber e Macagno no cálculo da massa adicional
hidrodinâmica para achar as frequências naturais, cujos resultados estão apresentados na
tabela 5-14.
Tabela 5-15 – Dados para estimativa das frequências naturais pelas normas da ABS
Parâmetro Valor Unidade
B 32.2 m
L 188.4 m
Tm 9.75 m
∆ 37600 Ton
∆i 47262 Ton
Iv 125.17 m4
α 1 -
78
Tabela 5-16 Frequências nos modos verticais ABS
Modo Vertical Frequência (Hz)
1 1.02
2 2.04
3 3.06
79
A tabela 5-17 apresenta os dados do navio necessários, cuja descrição foi
apresentada no item 3.7.4, para o cálculo das primeiras frequências de vibração vertical
pelo método do Instituto de Pesquisas Navais do Japão.
Tabela 5-17 Dados para estimativa das frequências naturais pelo método do Instituto
de Pesquisas Navais do Japão
Parâmetro Valor Unidade
B 32.2 m
L 188.7 m
∆ 37600 Ton
d 9.75 m
Iv 125.17 m4
Iv 125170000 mm2.m2
∆i 86512.14 Ton
A 3.31 m2
Av 0.83 m2
Ah 2.48 m2
Tabela 5-18 Frequências nos modos verticais pelo Instituto de Pesquisas Navais do
Japão
Modo Vertical Frequência (Hz)
1 0.42
2 1.79
3 2.58
4 3.33
5 4.08
6 4.75
80
A tabela 5-19 apresenta o resumo com os valores das frequências naturais
calculadas para cada modo vibracional por cada um dos métodos apresentados e mostra
as diferenças em relação aos valores experimentais determinados no capítulo 4,
incluindo os resultados obtidos com as formulações empíricas da ABS e do Instituto de
Pesquisas Navais do Japão e com o método tradicional unidimensional. Esses valores
estão também apresentados na figura 5-23, permitindo uma comparação visual para a
determinação de qual método se aproxima melhor do navio real.
Comparando com os resultados experimentais, os resultados do modelo de
elementos finitos e os métodos de Lewis e do Krylov, com exceção do terceiro modo
vibracional que tem uma diferença porcentual de 20%, apresentam a melhor
aproximação em quase todos os modos vibracionais até o quinto modo. Para o método
de Lanweber e Macagno, os resultados mostram uma boa aproximação para o primeiro
modo vibracional, apresentando para modos superiores diferenças que variam de 13% a
27% entre o segundo e o quarto modo vibracional. Em relação ao procedimento
proposto pela sociedade classificadora ABS, os resultados mostram resultados
consistentes com uma diferença máxima de 11% para o primeiro modo, mas ainda
assim, em termos numéricos, essa diferença não é muito significativa no contexto geral
da avaliação. No caso do método do Instituto de Pesquisas Navais do Japão, os
resultados obtidos subestimam os valores das frequências em quase todos os modos,
sendo que a maior diferença chega a 54% no quinto modo, apresentando uma melhor
aproximação no segundo, com diferença percentual de 5% em relação ao valor
experimental. No que se refere ao método unidimensional, este obteve bons resultados
para os três primeiros modos, mas, para os demais, os valores das frequências se
afastaram dos valores experimentais, apresentando uma diferença máxima de 20% para
o quinto modo.
81
Figura 5-23 Frequências naturais determinadas pelos diferentes métodos
82
CAPÍTULO 6
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
6.1 Conclusões
De forma geral, os resultados obtidos na presente dissertação podem ser
considerados como bons. Neste trabalho, desenvolveu-se um modelo em elementos
finitos, utilizando-se o programa Ansys v.13, para comparar e validar os resultados com
medições realizadas em um navio tipo graneleiro em escala real durante prova de mar.
Em uma primeira etapa, foi importante definir adequadamente o tipo de
elemento finito a ser utilizado na representação da estrutura (superestrutura e o casco).
Verificou-se que o elemento tipo membrana apresentou vibrações locais que alteraram
significativamente os resultados, comprometendo o estudo alvo da pesquisa, ou seja, a
análise das várias formas de se considerar a massa adicional no comportamento da
vibração do navio. Por outro lado, o elemento tipo casca, além de apresentar valores
muito próximos dos resultados experimentais, permitiu identificar vibrações locais,
como as apresentadas no fundo do casco e na superestrutura que apresentam
comportamento local a partir do quinto modo vibracional.
Com relação à quantidade de elementos finitos utilizada nas malhas, um estudo
de sensibilidade foi realizado, considerando-se três malhas distintas para se determinar
as frequências naturais do navio vibrando no ar. De acordo com a figura 5-6, os
resultados apresentaram variações nos valores das frequências, o que pode ser atribuído
ao fato de que, quanto maior a quantidade de elementos, mais vibração local aparece na
análise do navio.
A comparação dos resultados numéricos com os resultados experimentais
revelou uma boa correlação no que se refere às análises por elementos finitos, embora a
partir do quinto modo vibracional não seja mais possível a identificação, com suficiente
clareza, das frequências naturais nos espectros da prova do mar, porque as amplitudes
na faixa de frequências altas apresentaram-se muito espalhadas nos diagramas de
cascata, provavelmente devido a fatores relacionados com o amortecimento
hidrodinâmico e com o amortecimento estrutural do navio, que aumenta quando se
incrementa a frequência da força de excitação, neste caso, representada pelas pulsações
de pressão sobre o casco devido ao propulsor e pelas forças e momentos de
desbalanceamento do motor principal.
83
A distribuição das massas pontuais que representa o efeito da massa adicional
hidrodinâmica ao redor do casco do navio é outro fator que alterou significativamente o
resultado das frequências naturais, conforme apresentado na tabela 5-4 e na figura 5-10.
Verificou-se que, na representação da massa adicional hidrodinâmica utilizando-se
apenas uma massa pontual por caverna gigante – como normalmente é utilizado em
análises unidimensionais – os resultados são coerentes apenas para o primeiro modo
vibracional, se comparados com os valores experimentais, apresentando diferenças
consideráveis para os modos subsequentes. As distribuições com três e com sete
massas por caverna gigante mostraram uma aproximação adequada nos resultados das
frequências naturais em relação aos resultados experimentais, não apresentando
diferenças significativas entre si, o que levou à conclusão de que a distribuição com
apenas três massas é suficiente para representar o efeito da massa adicional
hidrodinâmica, implicando de forma vantajosa em economia de tempo computacional
na solução das equações do problema.
De todos os métodos utilizados no estudo, o método de Lewis se aproxima mais
em quase todos os valores, o método de Landweber e Macagno, ironicamente
apresenteou valores um pouco afastados das frequências encontradas nas medições.
Dentre os métodos empíricos, o método da sociedade classificadora ABS apresenta uma
estimativa adequada para as frequências naturais, porém restritos aos três primeiros
modos. O método do Instituto de Construções Navais de Krylov apresentou valores de
frequências naturais próximos aos valores experimentais, embora para os segundo e
terceiro modos os valores tenham divergido ligeiramente. O método do Instituto de
Pesquisas Navais de Japão teve uma tendência de subestimar os valores das frequências
naturais, apresentando valor razoável apenas para o segundo modo quando comparado
com os resultados experimentais.
Com relação ao modelo unidimensional, este também apresenta uma
aproximação adequada nos três primeiros modos vibracionais, não obstante, observam-
se valores bem divergentes dos valores experimentais nos modos mais elevados. Isso
pode ser atribuído ao valor da área efetiva no cisalhamento calculada previamente pelo
pesquisador e que foi considerada constante ao longo da viga, quando o ideal seria
considerar os valores reais de cada seção do navio. A vantagem do modelo
tridimensional reside no fato dos elementos finitos já contemplarem o efeito do
cisalhamento da própria topologia da malha dos elementos finitos.
84
6.2 Trabalhos Futuros
Para trabalhos futuros com ajuda do presente trabalho podem ser desenvolvidos os
seguintes temas:
85
Referências Bibliográficas
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Copenhagen, 2010
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90
ANEXOS
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100