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Passamos a apresentar estruturalmente a música, ela é constituída por 477 palavras e 2638
carateres15. Segundo Skinner a unidade de análise verbal não corresponde à forma gramatical, mas
antes à função do comportamento, por isso mesmo ao acompanharem a análise da letra da música,
necessitam que esta seja acompanhada da música e da letra na forma integral, para uma melhor
compreensão.
A música é dividida em 6 partes (Conf. Gráfico 1), sendo o primeiro ausente de voz humana, sendo
apenas instrumental ou playback, as restantes 5 partes da música seguem a ordem das estrofes,
conseguindo distinguir-se a voz dominante em cada período (Conf. Tabela 1). O primeiro tempo é
apenas instrumental de duração de 9 segundos, a voz feminina é dominante no 2ª, 4ª e 6ª parte
(embora quem finalize a musica é B.O.B.), enquanto a voz masculina é dominante no 3ª, 5ª e 6º
parte.
Uma forma de análise da AC é a probabilidade da resposta, nesse sentido esta música apresenta um
refrão que se repete 3 vezes as palavras/expressões dominantes por ordem de grandeza são desejo
agora (6), céu noturno (2), fingir (2), aviões (2), estrelas cadentes (3).
O desejo é expresso no tempo presente, o que revela a urgência deste, o que se comprova na sua alta
frequência de resposta, parecendo um comportamento não delineado porque as outras
palavras/expressões têm uma frequência mais diminuída na ordem das 2, o que revela a diferença
entre desejo e comportamento expresso, o cantor revela se surgir-se seria durante o ceú noturno, o
que é curioso pois a o sucesso de fuga bem sucedida será sempre maior durante a noite do que
durante o dia, o refrão continua, a fingir que os aviões são estrelas cadentes, i.e., o organismo revela
um desejo forte, não parecendo o que Skinner revela “como ver na ausência da coisa vista”, mas
antes uma substituição de estímulos parcial porque como o autor (B.O.B.) revela fingir que, aviões
por estrelas cadentes, algumas caraterísticas entre os estímulos são, serem objetos que percorrem o
céu a grande velocidade, serem reluzentes ou semi-reluzentes durante a noite (e.g. Aviões possuem
luzes de sinalização e de anti-choque), essa similitude não é expressa é inferida pelo AC, como todo
o comportamento humano ou animal é sempre inferido, por mais cientifico e sistemático que seja.
Após o primeiro refrão, a letra continua com “sim, sim”, mais uma vez se denota a intensidade do
comportamento, que noutros contextos poderia ter uma conotação sexual, mas no caso concreto
refere que poderia “usar um sonho ou génio ou um desejo” para voltar a um lugar mais simples,
revelando que o cantor emite um mando mágico, não exatamente especificando todos os termos da
contingência se...então, mas antes se...para.
O cantor continua a especificar o porquê do mando mágico, porque no presente existem “festas,
esmagamentos e colisões”, bem como com “brilho, glamour e moda”, o que parece revelar um
misto de contingências entre punição e reforço positivo respetivamente e com consequências
negativas, i.e., “desaparece na multidão”.
Ele “espera, mas as pessoas nunca o chamam de volta”, o que parece indicar que não existe retorno
do comportamento, além da espera, poderemos estar face a um episódio de extinção, o organismo se
comporta e não é reforçado, e o cantor continua “é assim que a história se desenrola”, reforçando
assim o comportamento verbal, mas contradiz-se “recebe outra mão logo após voçê cair”, não sendo
uma questão de esperança para o cantor, mas antes um ato consumado, utilizando um tato, uma
expressão metafórica corporal, quando caído alguém o ergue com a mão.
Face à revelação dos planos, que antecipam o comportamento o cantor cria uma estimulação
suplementar “o que voçê deseja?”, para emitir assim uma resposta e nas estrofes seguintes continua,
mas não justificando que está a caminho do avião, “não feche esse portão”, o que parece revelar
alguma urgência ou que está atrasado, talvez esteja a correr ou a andar a passo acelerado, e continua
“se eu não fizer isso”, então vai mudar o seu voo, revelando que se não fizer de uma forma faz de
outra, e repete o comportamento, quando? No final da noite.
A letra continua com o refrão anteriormente analisado, posteriormente, a letra continua com “sim,
sim”, mais uma vez se denota a intensidade do comportamento, que noutros contextos poderia ter
uma conotação sexual, mas no caso concreto refere que poderia voltar a um lugar mais simples, em
que o trabalho não era pago, não recebendo dinheiro não era esse o seu reforço, podemos especular
que era o gozo, como se diz no Brasil as coisas eram feitas “à sua maneira”, associadas a sensações
corporais de prazer e porque não de convivência social.
O cantor continua referindo que “antes de alguma vez importar o que eu tinha no banco”,
reafirmando que não era o dinheiro o seu reforço e que até cantou no metro, mas que “era um
inferno”, tal como hoje, mas por outros motivos, “para permanecer relevante”, o que no mundo na
música, serão as vendas, o reconhecimento público, concertos e entrevistas, o que em primeiro lugar
parece uma contradição, vendas e concertos envolvem dinheiro, por isso de alguma forma o
dinheiro é também um reforço generalizado. Podemos especular no caso concreto que
comportamentos similares em contextos distintos (e.g. Metro e concerto) têm aqui a mesma função
a sobrevivência individual.
A letra continua com imaginação “se se pode fazer desejos fora dos aviões”, associando aviões com
desejos e que estes podem ser feitos nos aviões e fora deles será possível? Revelando que o mando
mágico é feito em vários contextos. Ainda no “se” o cantor quer voltar aos dias antes das políticas e
de ouvirem as suas fitas, revelando que o seu comportamento de desejar voltar atrás no tempo
possui vários mecanismos psicológicos de fuga, procura pela simplicidade, antes do dinheiro, do
reconhecimento e das políticas, a força do comportamento também parece revelar-se na expressão
idiomática, vulgo asneira.
O cantor trai-se quando refere que isso é para Decatur de Bobby Ray, o que parece indicar que ele já
não é a mesma pessoa, evoluiu e reforça a ideia cantando que “aqui permanece”, revelando
consciência que está no presente, desejo é uma coisa, realidade é outra, mas continua na
contradição, no desejo “que possamos fazer alguns desejos fora dos aviões”, o que parece indicar,
embora sem confirmação de que atualmente passa um tempo considerável em aviões,
possivelmente em digressões.
O desejo continua nas estrofes seguintes e que este pode ser utilizado, revelando mais uma vez a
abundância de mandos mágicos. O desejo passa a “gosto” mas desta feita de estrelas cadentes, que
como anteriormente se viu é uma substituição de estímulos parcial porque como o autor revela
fingir que, aviões por estrelas cadentes, algumas caraterísticas entre os estímulos são, serem objetos
que percorrem o céu a grande velocidade, serem reluzentes ou semi-reluzentes durante a noite.
O cantor finaliza a canção reforçando a ideia que é o próprio que deseja, “eu, eu, eu” e que pode
“utilizá-lo” o desejo e “agora”.