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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO

DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE GUARULHOS - SP

URGENTE

RONALDO GONÇALVES DA SILVA, brasileiro, empresário, inscrito no


CPF 180.483.788-17, residente e domiciliado na Rua Marcolino Teixeira de
Queiroz, 759, Jardim São Vicente, município de Aparecida do Taboado-MS,
CEP 79570-000, via seu procurador que ao final assina (doc. 01), este com
escritório profissional à rua Alaor Alves Moreira, nº 3937 – Jardim Brandini –
Aparecida do Taboado - MS, onde recebe as notificações e intimações de
estilo vêm, com o devido respeito a V. Ex.ª, interpor, sob a égide do artigo
833, IV, do NCPC, artigo 2º, §2º, I, da Lei nº 10.820/2003 e artigos 5º e 7º da
Constituição Federal, a presente.

AÇÃO DE REDEFINIÇÃO DOS EMPRÉSTIMOS CONSIGNÁVEIS – REVISÃO


- NULIDADE - ANULAÇÃO CONTRATUAL COM PEDIDO DE TUTELA
ANTECIPADA

em desfavor de CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, instituição financeira sob a


forma de Empresa Pública Federal, dotada de personalidade jurídica de
direito privado, criada pelo Decreto-Lei nº 759, de 12 de agosto de 1969,
regendo-se atualmente por Estatuto aprovado pelo Decreto nº 4.371, de 11
de setembro de 2002, inscrita no CNPJ sob o nº 00.360.305/0001- 04, com
sede na Avenida Paulista nº 1842 - Edifício Cetenco Plaza Torre Norte - 10º
andar, Cerqueira César, São Paulo/SP, CEP: 01310-940, na pessoa de seu
representante legal, o que faz pelos fatos e fundamentos a seguir
delineados:

DA JUSTIÇA GRATUITA

Inicialmente, o Autor afirma sob as penas da lei, nos termos do


inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal, na forma do art. 4º da Lei nº
1.060/50, que é jurídica e economicamente hipossuficiente, razão pela qual
pleiteia os benefícios da justiça jurídica integral e gratuita, no contexto da qual
se insere a gratuidade judiciária, que desde logo requer, anexando os
comprovantes de rendimentos que comprovam o estado de endividamento,
que a torna hipossuficiente (doc. Holerites).

DOS FATOS

O Requerente contraiu alguns empréstimos e renovações com o


Banco Requerido, todos estes com descontos consignados em folha de
pagamento, contudo, mês a mês se viu obrigado novamente a renovar o
empréstimo consignado, pois as parcelas estavam exorbitantemente muito
elevadas, não sobrando sequer o necessário para uma sobrevivência
digna.

Para pagar os empréstimos o Banco Réu vem efetuando os


descontos de maneira contrária ao disposto em legislação, pois esta
apenas permite o importe máximo do desconto em consignação o
referente a 30% (trinta por cento) da verba salarial, entretanto, o desconto
efetuad o em forma consignada na folha extrapolam este limite.

Assim, conforme extratos e holerites anexos, comprovam que


os desconto em folha de pagamento são superior a 30% dos rendimentos
líquidos (doc. holerites).
Muito embora o Requerente tenha realizado o contrato de
empréstimo, o fez por pura e extrema necessidade, pois já não podia mais
ficar sem salário e a requerida, sabendo ser a Requerente uma boa pagadora,
fez os contratos sem atender às legislações pertinentes, fazendo com isso,
que o Requerente venha a ter sérias dificuldades financeiras, pois assim
compromete mais do que pode pagar, dessa forma, a requerida tem dado
causa a um endividamento sem fim, obrigando a requerente a sempre renovar
os empréstimos as dívidas fazendo com que jamais finde suas obrigações,
escravizando-o frente à mesma.

DO CONTRATO DE EMPRÉSTIMO

O Requerente realizou junto a requerida os seguintes contratos de


renovação de empréstimos consignados (doc. CDC CONSIGNADO):

1) Operação: 110 000003189


DATA DA CONTRATAÇÃO: 14/12/2012.
VALOR SOLICITADO: R$ 17.193,22
VALOR FINANCIADO: R$ 17.411,40
NÚMERO DE PARCELAS: 96
VALOR DA PARCELA: R$ 332,09

2) Operação: 110 000067586


DATA DA CONTRATAÇÃO: 29/07/2013.
VALOR SOLICITADO: R$ 5.094,30
VALOR FINANCIADO: R$ 5.126,08
NÚMERO DE PARCELAS: 96
VALOR DA PARCELA: R$ 103,35

3) Operação: 110 000083514


DATA DA CONTRATAÇÃO: 04/10/2013.
VALOR SOLICITADO: R$ 4.028,69
VALOR FINANCIADO: R$ 4.039,56
NÚMERO DE PARCELAS: 39
VALOR DA PARCELA: R$ 133,90

4) Operação: 110 000105690


DATA DA CONTRATAÇÃO: 27/01/2014.
VALOR SOLICITADO: R$ 2.529,00
VALOR FINANCIADO: R$ 2.547,05
NÚMERO DE PARCELAS: 35
VALOR DA PARCELA: R$ 96,16

5) Operação: 110 000166800


DATA DA CONTRATAÇÃO: 03/09/2014.
VALOR SOLICITADO: R$ 7.000,00
VALOR FINANCIADO: R$ xxxxxx
NÚMERO DE PARCELAS: 96
VALOR DA PARCELA: R$ 144,82

6) Operação: não informado


DATA DA CONTRATAÇÃO: 18/08/2015.
VALOR SOLICITADO: R$ 7.458,50
VALOR FINANCIADO: R$ xxxxx
NÚMERO DE PARCELAS: 96
VALOR DA PARCELA: R$ 166,88

Verifica-se que os contratos celebrados totalizam um montante de


R$ 43.582,59 (quarenta e quinhentos e oitenta e dois reais e cinquenta e
nove centavos), com uma parcela total por mês de R$ 832,38 (oitocentos
e trinta e dois reais e trinta e oito centavos), comprometendo assim mais
de 60% (sessenta por cento) do salário da Requerente, que atualmente
tem o valor líquido (Fora os descontos obrigatórios: Contribuição
previdenciária e IR) de R$ 1.763,28 (um mil e setecentos e sessenta e três
reais e vinte e oito centavos), sem considerar abonos, gratificações,
horas extras e adicionais de insalubridade que não integram o salário.

Assim, temos que o valor máximo de parcela disponível para


desconto em folha de pagamento seria de no máximo R$ 528,98 (quinhentos
e vinte e oito reais e noventa e oito centavos).

Não podemos perder de vista que já existe um desconto mensal de


R$ 492,14, referente a parcelas sob empréstimo consignado junto ao Banco
Santander.

DO DIREITO:

O Decreto nº 6.386/08, que regulamenta o artigo 45 da Lei nº


8.112/90, fixa em 30% (trinta por cento) o limite de desconto, no salário do
servidor, da parcela de mútuo consignado em folha de pagamento.
Assim, desde o ano de 2.008, servidores, aposentados e
pensionistas contam com a previsão legal expressa de limite no desconto de
consignados em folha de pagamento, ainda que tenham autorizado o banco a
proceder os descontos em seu salário/pensão para pagamento de débitos
oriundos de mútuos contraídos.

É que o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana


prevalece sobre os termos do contrato assinado. Cabe, portanto, às
financeiras respeitar o limite legal estabelecido, garantindo assim, dessa
forma, um mínimo necessário à sobrevivência do servidor e de sua família. É
direito do servidor, do aposentado e do pensionista dispor de apenas 30% de
sua renda líquida mensal para pagar as parcelas de seus empréstimos.

Assim tem sido o entendimento do Colendo STJ, a respeito da matéria


Processual civil. Agravo regimental. Recurso ordinário em mandado
de segurança. Administrativo. Servidor público. Desconto em folha
de pagamento. Limitação a 30% dos vencimentos. Entendimento
firmado no STJ. Direito líquido e certo demonstrado. Recurso
ordinário parcialmente provido. Decisão monocrática fundamentada
em jurisprudência do STJ. Agravo regimental não provido. 1. Trata-
se, em suma, da limitação dos descontos efetuados mediante
consignações em folha de pagamento, fixados em 40% dos
vencimentos dos servidores públicos do Estado do Mato Grosso do
Sul. 2. A jurisprudência pacífica desta Corte Superior está firmada
no sentido de que "ante a natureza alimentar do salário e do
princípio da razoabilidade, os empréstimos com desconto em folha
de pagamento (consignação facultativa/voluntária) devem limitar-se
a 30% (trinta por cento) dos vencimentos do trabalhador" (REsp
1.186.965/RS, Rel. Min. Massami Uyeda, DJe 03.02.2011). Outros
precedentes do STJ. 3. Em suma, a fixação de percentual máximo
para os descontos consignáveis visa a evita a privação de recursos
indispensáveis à sua sobrevivência e a de sua família, com base no
princípio da dignidade da pessoa humana, e se configura como meio
para facilitar o pagamento de dívida, não como garantia de
pagamento. 4. A decisão monocrática ora agravada baseou-se em
jurisprudência do STJ, razão pela qual não merece reforma. 5.
Agravo regimental não provido”. (AgRg no RMS 43.455/MS, Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em
18/11/2014, DJe 24/11/2014).

Nesse sentido também é o entendimento pacificado do Egrégio


Tribunal de Justiça de São Paulo em recentes julgados, in verbis:

Apelações Cíveis. Ação de obrigação de fazer. Sentença de


procedência. Inconformismo. Empréstimos consignados em
benefício previdenciário. Limitação a 30% dos vencimentos da
autora, sob pena de multa diária. Artigo 2º, § 2º, I, da Lei nº
10.820/2003. Verba alimentar. Risco de comprometimento da
subsistência da mutuária. Princípio constitucional da dignidade da
pessoa humana. Artigo 1º, III, da Constituição Federal. Astreinte.
Garantia de cumprimento das decisões judiciais. Previsão legal.
Artigo 461, § 4º, do Código de Processo Civil. Prequestionamento.
Prescindível a resposta a todos os argumentos da parte. Sentença
mantida. Recursos não providos. TJSP. Apelação n.º 0005797-
32.2014.8.26.0368, Órgão julgador: 22ª Câmara de Direito Privado,
Relator(a): Hélio Nogueira, Data de registro: 03/10/2015.
Agravo de Instrumento: Antecipação de tutela para obstar descontos
acima de 30% da remuneração do autor. Arbitramento de multa para
hipótese de descumprimento de liminar concedida. Decisão
mantida. Presentes os requisitos para a concessão da antecipação
de tutela. Concedida a liminar, nada obsta a fixação de multa para a
hipótese de descumprimento da ordem. Recurso desprovido.” (TJSP
- Agravo de Instrumento nº 2013219- 61.2014.8.26.0000 -
Relator(a): Campos Mello - Comarca: Mogi das Cruzes - Órgão
julgador: 22ª Câmara de Direito Privado - Data do julgamento:
13/02/2014).

Revisão contratual com pedido de tutela antecipada. Dívida


relacionada a empréstimo consignado. Insurgência da instituição
financeira em face da decisão que, concedendo aquele benefício,
limitou os descontos a 30% dos rendimentos mensais do agravado.
Inteligência do artigo 649, inciso IV, doCódigo de Processo Civil.
Manutenção. Recurso improvido.” (TJSP Agravo de Instrumento nº
2002271-60.2014.8.26.0000 - Relator(a): Sérgio Rui - Comarca: São
Paulo - Órgão julgador: 22ª Câmara de Direito Privado - Data do
julgamento: 27/02/2014).

DO PEDIDO DA CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA


ANTECIPADA

Contudo, e a fim de dar maior efetividade à função jurisdicional,


considerando que OS DIREITOS DO REQUERENTE VEM SENDO
LESADOS PELO BANCO RÉU, haja vista que tal pedido se faz necessário e
urgente para que o requerente não comprometa inclusive o sustento próprio e
de sua família, pois da forma que a requerida vem efetuando os descontos
chega a consumir quase a totalidade dos rendimentos líquidos do mesma, o
que tem causado seu empobrecimento e grave abalo financeiro; e diante da
previsão legal insculpida no Artigo 273 do Código de Processo Civil, restando

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evidenciados, salvo melhor juízo, a presença de seus requisitos (fumus boni
iuris e o periculum in mora), de toda a sorte, a maior prova dos fatos
alegados, é a necessidade de ajuizamento da presente para ver seus direitos
reconhecidos, bem como o valor dos descontos devidamente comprovados
nos autos, e como se não bastasse o valor que recebe de salário líquido;
requer a Vossa Excelência em apelo de socorro a concessão da
ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA JURISDICIONAL PRETENDIDA,
assegurando-se a Requerente a imediata determinação que a requerida
SUSPENDA os descontos indevidos em sua Folha de pagamento e na conta
corrente em que recebe o salário até decisão final do feito, e se assim Vossa
excelência não entender que determine então que se proceda os descontos
mensais somente no limite MÁXIMO de 30% (trinta por cento) da verba
salarial líquida fora os descontos legais, auxílios e abonos que não
integram o salário, pois a Requerente não consegue mais sobreviver
dignamente e por ser medida de direito e inteira justiça!

DOS PEDIDOS:

Ex positis, requer o Autor a Vossa Excelência que conceda em


caráter de urgência a Tutela antecipada nos termos do art. 300 do CPC, e
conforme acima pretendido, a fim de que o Autor não seja mais penalizado
com os descontos exorbitantes que tem causado seu empobrecimento e
demasiada dificuldade financeira ferindo a dignidade da pessoa humana,
expedindo-se ofício ao banco determinando a limitação sob pena de multa
diária no importe de R$ 1.000,00 (um mil reais) pelo descumprimento da
ordem;

a) A citação da ré na pessoa de seu procurador para que, lhe


convindo, conteste o presente feito, sob pena dos efeitos da revelia;
b) seja o requerido condenado de forma definitiva a descontar
mensalmente somente o valor máximo de 30% (trinta por cento) da
verba salarial liquida do Autor, excluindo os descontos legais, abonos e
auxílios que não integram o salário;

c) seja nomeado um contador judicial para se apurar os valores pagos


acima do limite legal desde o início dos contratos originais e renovados,
respeitando-se o período prescricional, e após apurados os valores,
restituindo-os a autora, os valores cobrados a maior mês a mês,
devidamente corrigidos;

d) a concessão dos benefícios da justiça gratuita ao Autor, eis que no


momento é pobre na acepção jurídica do termo conforme declarado;

e) Por fim, pede-se a condenação do Banco Réu ao pagamento dos


honorários advocatícios no importe de 20% sobre o valor dá causa, ou
o percentual que Vossa Excelência entender por cabível;

f) O Autor não se opõe a designação de audiência de conciliação;

Requer provar o alegado por todos os meios de prova e direito admitido


em especial aos documentos já juntados e os demais que se fizerem
necessários no decorrer da lide.

Dá-se à causa o valor de R$ 46.109,04 (quarenta e seis mil cento e


nove reais e quatro centavos), para fins legais.
Nesses termos,

pede deferimento.

São Paulo, 03 de fevereiro de 2017.

GISELE RENATA ALVES SILVA COSTA

OAB/SP n.º 290.038

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