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A cidadania e a missão na vida de santificação: uma reflexão à luz da espiritualidade cristã

Introdução
Antes de entrarmos em consideração quanto ao texto bíblico básico, precisamos situar o livro de
Josué, para não perdermos a dimensão do todo, onde cada versículo ou capítulo ou livro precisa ter
presente a mensagem central da Bíblia Sagrada: o Projeto de Deus para a salvação da humanidade.
Precisamos evitar as leituras isoladas que fragmentam o texto bíblico, despistando a compreensão
global da Palavra de Deus. Neste sentido é importante buscar a finalidade do texto no original:
contexto, diversas re-leituras já feitas e onde estamos nós hoje.
Portanto, há necessidade que o sentido do texto possa ECOAR no clamor dos que não tem seus
direitos de cidadania garantidos (os sem vez e sem voz – à eles são cobrados somente os seus
deveres), encontrando em nós respostas encarnadas em nossos gestos e atitudes, para que a Palavra do
Deus Javé possa tornar-se humanizada e trazer a esperança do Cristo Ressuscitado, e aí então a
santidade bíblica exercerá a função que lhe é própria: reformar a nação e particularmente a Igreja.

Santidade Bíblica, uma questão missionária encarnada


Iniciemos então percebendo como é o livro de Josué dentro do contexto da Bíblia. Ele é parte
para alguns biblistas do Hexateuco, onde o processo de promessa e cumprimento da libertação
definitiva ganha o clímax na conquista da terra prometida.
Para outros biblistas o livro de Josué faz parte da Obra Histórica Deuteronomista (HDta), onde
vários elementos editoriais dão unidade e coesão como:
– presença ativa de profetas em momentos chave da história: Samuel e Natã – início da monarquia;
Gad – origens do templo; Aías de Silo e o profeta anônimo de I Rs 13 – no momento do cisma; profeta
anônimo de I Rs 20 e Miquéias, filho de Jemla – presença do perigo arameu; e, outros: Elias, Isaías e
a profetiza Hulda.
– Associação dos diferentes momentos históricos, temas e instituições, com personagens chave: a lei
com Moisés; a conquista com Josué; a monarquia com Davi; e, outros.
– Além de outros elementos, podemos verificar o recurso editorial bastante repetido, que é o esquema
promessa e cumprimento norteando os acontecimentos da história como a realização das promessas e
predições feitas no passado1.
Nestes aspectos que começamos a considerar o texto em foco: Josué 3. 1-7, cujo versículo chave
para o nosso estudo é o verso sete, que tem como desafio: “Santificai-vos, pois amanhã o Senhor fará
maravilhas no meio de nós”V5, há perguntas que nos inquietam.
Qual o contexto que precisamos responder HOJE como Igreja? Qual a promessa que nos
desafia à levar ao povo para que ele tome posse? Como podemos enquanto Igreja sermos
instrumento para que o cumprimento em nossas realidades de Brasil se faça concreto como
realização da Palavra de Deus?
É importante verificarmos o sentido de SANTIDADE para nós, Igreja, em nossa vocação
histórica. No Plano para a Vida e Missão da Igreja – PVMIgrj, diz que “a santificação do cristão e da
Igreja em direção à perfeição cristã é proclamada em termos de amor a Deus e ao próximo (cf. Lc
11.25-28), e se concretiza tanto em atos de piedade (participação da Ceia do Senhor, leitura
devocional da Bíblia, prática da oração, do jejum, participação nos cultos, etc... – cf. At 2.42-47),
como em atos de misericórdia (solidariedade ativa junto aos empobrecidos/ as, necessitados/ as e
marginalizados/ as sociais – cf. At 2.42-47)”.
Mas ainda fica uma pergunta: Como falar de SANTIDADE BÍBLICA, tendo como
conseqüência o REFORMAR A NAÇÃO e PARTICULARMENTE A IGREJA, SE nós enquanto
povos latino americanos, somos espoliados em nossos direitos básicos de existência: comida, casa,
educação, roupa, ... temos em nosso meio milhões de pessoas em nossos países que vivem abaixo da
miséria, e os países enriquecidos, ditos agora G8, dentre eles QUATRO são considerados protestantes
e dois católicos. Como falar e viver a SANTIDADE BÍBLICA, onde um dos governantes desses
países enriquecidos não cumpre com um tratado de diminuição da poluição de nosso planeta terra?

1[2] LAMADRID, Antonio González, As tradições históricas de Israel, Petrópolis: Editora Vozes, 2001,
pp. 19-20.
QUESTÃO: Precisamos re – estabelecer uma relação nova entre MISSÃO, SANTIDADE e
CIDADANIA, onde a presença do Deus Javé (cf. Js 3. 3-4) não seja somente simbólica mas real.
Precisamos estabelecer em nossos Projetos de Atividades Missionárias através dos vários ministérios
de nossa Igreja, a plena encarnação do Cristo Ressuscitado, ou seja, que a Palavra possa gerar vida (cf.
Gn 1.3-25; Jo 1.4).
Mas então, como encarnar o Evangelho de Jesus, “pedra rejeitada que se tornou a pedra angular”
(cf. At 4.11), na construção de uma nova sociedade, como sinal da presença encarnada do Reino de
Deus (cf. Lc 4.18-20; Is 32. 17), para que o direito à CIDADANIA possa ser expressão de nossa
santidade, que possibilite a realização da conquista de nossos direitos (cf. Js 3.7), ou seja, numa terra
onde a vida pode realizar-se plenamente.
No PVM diz que:
“para que haja vida, são necessários comunhão e reconciliação com Deus e o próximo, direito à terra,
habitação, alimentação, valorização da família e dos marginalizados da família, saúde, educação,
lazer, participação na vida comunitária, política e artística, e preservação da natureza (cf. At 2.42; 2
Co 5. 18-20; Jo 10.10; I Jo 1.7)”.
Já no Credo Social, um documento importante, destaca três dimensões que julgo significativo
considerá-los em nosso estudo:
1a A reconciliação do mundo em Jesus Cristo é a fonte da justiça, da paz e da liberdade entre as
nações; todas as estruturas e poderes da sociedade são chamados a participar desta nova ordem. A
Igreja é a comunidade que exemplifica essas relações novas do perdão, da justiça, e da liberdade,
recomendando-as aos governos e nações como caminho para uma política responsável de cooperação
e paz.
2a A reconciliação do homem e da mulher em Jesus Cristo torna claro que a pobreza escravizadora em
um mundo de abundância é uma grave violação da ordem de Deus; a identificação de Jesus Cristo
com os necessitados/as e os oprimidos/as, bem como a prioridade da justiça nas Escrituras proclamam
que a causa dos empobrecidos/as do mundo é a causa dos seus discípulos/as.
3a Para que uma sociedade traduza o sentido cristão de humanidade é necessário que, a par com a
mudança das estruturas sociais, se processe uma transformação da mentalidade humana. O sentido
cristão de humanidade só pode ser alcançado em uma sociedade na qual as pessoas tenham vida
comunitária, consciência de solidariedade humana e de responsabilidade social.
E por último queremos considerar o entendimento da Igreja sobre Missão, deixando como
ressalva, que precisamos no exercício de nossa participação na Missão que é de Deus, faze-la como
estilo de vida.
No PVM diz que a Missão é de Deus, e o Seu Projeto no mundo é estabelecer o seu Reino. A
Igreja então, fiel a Jesus Cristo, é sinal e testemunha do Reino de Deus. Para tanto, ela precisa sair
de si mesma e se envolver no trabalho de Deus, na construção do novo ser humano, de uma nova
sociedade e do Reino de Deus (cf. Mt 12.28). O DESAFIO da Igreja é realizar a sua tarefa de
evangelização e de ação social, duas características fim da Igreja de Jesus (cf. Hb 2. 18; Lc 4. 18-20;
10. 1-12, 17-20, 25-37)2[7].
Após considerarmos o modo pelo qual a Igreja conceitua a relação entre MISSÃO,
SANTIDADE e CIDADANIA, precisamos voltar ao texto de Josué 3.1-7, para verificarmos como o
povo de Deus estabeleceu o processo da posse da terra.
Antes da entrada na terra prometida, o povo foi orientado para que ao assumir esta nova vida,
precisavam guardar as orientações citadas em Dt 6.4-9, para que a vida então pudesse ser sempre uma
resposta de amor à Deus, que se expressa em todas as relações humanas.
Os versículos de 1 à 4, nos mostram que Josué criou uma estratégia (v. 1), uma metodologia
para assumir efetivamente a concretização da promessa da TERRA PROMETIDA. Existiam pessoas
designadas para executarem cada tarefa – poder descentralizado, no tempo próprio (v. 2). O sentido da
presença de Deus é algo marcante na vida do povo e tem toda uma espiritualidade comprometida e
encarnada, que diz como o agir de suas vidas precisa acontecer (v. 4).
Conclusão
2[7] COLÉGIO EPISCOPAL, idem, idem, pp. 78, 80.
Há então um imperativo a ser seguido, sem o qual não há o compromisso da ação de Deus,
encontrando em nós enquanto parceiros na promoção da vida. Por isso a relação promessa e
cumprimento (cf. Gn 17.1-2) está relacionada com obediência e fidelidade, que tem como direção a
memória da ação do Deus Javé através da história do Povo de Deus. Pensemos como podemos então
responder hoje este imperativo: “Santificai-vos, pois amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de
nós” na dimensão de “Reformar a nação, particularmente a Igreja e espalhar a santidade bíblica”3[8].
Existem vários trabalhos que você pode fazer. Santidade é sair e envolver-se concretamente com
as pessoas e a sociedade. É encarnar-se.
Colocando em prática: Procure em seu bairro se existem iniciativas de trabalho junto aos/ as
excluídos/ as – sopão solidário; cooperativa com papel, latas, plásticos reciclados; envolvimento com
trabalho de preservação ambiental; participação nos Conselhos Municipais ou Estaduais da Saúde, de
Crianças, e outros; a comunidade ser um espaço de discussão de combate à violência; Teatro para
criança e adolescente com mensagem que busque trabalhar a consciência libertadora do Cristo
Encarnado e Ressurreto; Palestras nas escolas sobre drogas...; e outras iniciativas que demonstre o agir
encarnado do Deus JAVÉ.

Sugestões Bibiográficas:
1. BONINO, José Miguez e outros, Luta pela vida e Evangelização, São Paulo/ Piracicaba: Edições
Paulinas/ UNIMEP, 1985.
2. COLÉGIO EPISCOPAL, Como criar e desenvolver o Ministério de Ação Social na Igreja Local, Rio
de
Janeiro: Reproarte, 2000
3. COLÉGIO EPISCOPAL, “Credo Social” in Cânones da Igreja Metodista, São Paulo: Editora Cedro,
pp.
45-57, 2001.
4. COLÉGIO EPISCOPAL, “Plano para a Vida e Missão da Igreja” in Cânones da Igreja Metodista,
São
Paulo: Editora Cedro, pp. 71-109, 2001.
5. DOBBERAHN, Friedrich E., Os Marginalizados, Estudos Bíblicos no. 27, São Bernardo do Campo/
São
Leopoldo/ Petrópolis: Imprensa Metodista/ Editora Sinodal/ Vozes, 1990.
6. SILVEIRA NETO, Heitor Amílcar (Editor Executivo) – Declaração Universal dos Direitos
Humanos,
50 anos, Piracicaba: Editora UNIMEP, 1998.

Sugestões Metodológicas
1. Procurar em sua cidade, se há algum vídeo sobre trabalhos comunitários. Ex. Trabalhos de
Cooperativas Comunitárias, Filme Mudança de Hábito 1 e outros.
2. Antes de iniciar o seu estudo, peça aos seus alunos ou alunas, que escrevam numa folha que você
deve distribuir, quais são as suas ações concretas em seu dia-a-dia, que possam demonstrar o amor de
Deus através de sua vida. Compartilhem os seus escritos.
3. Peça aos seus alunos e alunas que desenhem situações em que haja um clamor para que a vida de
Jesus seja atuante através de sua Igreja. Depois partilhe o sentimento que levou vocês a desenhar tal
situação.
4. Peça os seus alunos e alunas que façam destaque do textos bíblicos lido durante a semana, e que
através deles apresentem propostas de ações que eles possam realizar para que a Santidade Bíblica
seja concreta, na dimensão de Reformar a Nação e Particularmente a Igreja.

3http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=15&noticiaId=272
http://blogdopcamaral.blogspot.com.br/2010/01/dorcas-uma-mulher-generosa-serie-homens.html

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