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Ciência Política

Ana Flávia Toller, Beatriz Palma, Tiago Macedo, Tulio Borges, Vinicius Lotufo

RIBEIRO, Renato Janine. Hobbes: o Medo e a Esperança. In: WEFFORT, Francisco


(org.) Os Clássicos da Política

Considerações sobre Hobbes

Nascido em 1588 na Inglaterra, Thomas Hobbes irá vivenciar um país


conturbado por transformações históricas e sociais. A reforma anglicana promulgada em
1534 acarretará em uma reação por parte da Espanha (país fervorosamente católico) que
enviou sua Invencível Armada, além disso, a Inglaterra protagonizava um
expansionismo colonial, através de conquistas de terras americanas, fato que irá
fortalecer as suas bases marinhas. Por fim, a Europa era palco do início da guerra dos 30
anos que iria abranger todo o continente. Tal contexto histórico será determinante para
compreensão da obra de Hobbes que tem como ponto de partida a premissa de uma
natureza humana destrutiva.

Na tentativa de entender a origem do Estado, assim como os motivos para sua


formação, Hobbes utiliza o conceito do estado de natureza, partindo do princípio de que
em uma sociedade sem organização política, o convívio social é algo insustentável, uma
vez que, existe no homem o sentimento de manter o domínio sobre seu semelhante. O
próprio fato da igualdade entre os homens, provoca tal iminência de guerra
generalizada, pois tendo similaridades, provavelmente os indivíduos terão desejos
parecidos, o que influenciará na disputa por dominações, pela garantia de honras
individuais. Dessa forma, o desejo de subjugar o outro, intrínseco a condição humana,
faz com que se torne necessário a existência de um contrato social, a fim de impedir
uma guerra generalizada. O Estado, surge como medida de controle e repressão, com
intuito de garantir o direito à vida dos homens, para tanto, é necessário que os cidadãos
abdiquem de sua liberdade, transferindo ao governante o poder do uso legitimo da força,
para que assim, através do sentimento de medo dos cidadãos a ordem seja mantida. Tal
terror já existente no estado de natureza, será aqui “normatizado”, ou seja, os súditos
conhecerão seus limites, temerão não pelo desconhecido, mas pela ira do governante.
Dessa forma, como o príncipe de Maquiavel, o soberano pode utilizar de todos os
mecanismos existentes para que a ordem e a paz sejam estabelecidas, sendo detentor de
um poder ilimitado: “É preciso que exista um Estado dotado da espada, armado, para
forçar o homem ao respeito” (Clássicos da Política, p. 61). A simbologia do Leviatã,
monstro bíblico, cruel e invencível, refere-se justamente a um poder centralizado e
autoritário do Soberano, que uso seu corpo monstruoso para defender seu interior. É
importante notar que, para o autor, o governante, na verdade, não firma pactos, ou seja,
é isento de obrigações – seu único dever é a ação para garantir a paz - pois foram os
súditos que atribuíram o poder a ele, ou seja, o contrato seria uma comunhão de
interesses entre os cidadãos, sem que o governante absoluto tivesse que assinar o
contrato, pois foi apenas escolhido pela maioria.

A concepção da natureza humana proposta por Hobbes irá se distanciar da


estabelecida por outros filósofos. Aristóteles, anteriormente, irá afirma que o homem é
um animal político, dessa forma, somente em comunidade consegue desenvolver suas
potencialidades, tal perspectiva comunitária que revela um sujeito engajado e
preocupado com a vida coletiva, prepondera a harmonia das relações sociais e
desconsidera os conflitos existentes na vida política. Por outro lado, Hobbes acredita
que é necessário entender como de fato o homem se comporta, desmistificando a
concepção de que o homem é necessariamente sociável por natureza. Posteriormente,
Rousseau, irá trabalhar com a ideia de bondade inerente a condição humana opondo-se
totalmente a teoria hobbesiana, afirmando que o homem quando em sociedade perde sua
essência já que sua vontade individual é suprimida em função da vontade geral.
Questões de revisão do seminário:

Para Hobbes, qual a importância de um Estado controlador? Sem ele qual seria a atitude
racional tomada pelo homem?

Segundo o autor quando o homem aceita seu soberano, logo, aceita o papel de
subordinado às decisões daquele. Em tal contexto, qual é o conceito de liberdade que o
autor utiliza para legitimar o Estado que defende?

Em sua obra Hobbes trata sobre a propriedade, e diz que o soberano ou a assembleia
que esteja no poder tem o direito de interferir na propriedade dos homens se esta tiver
como objetivo a paz, segurança e a justiça entre dos indivíduos.
De maneira análoga, e levando em consideração as diferenças de governo e lógica
social, mas ainda baseado na ideia de Hobbes, qual é a importância social da reforma
agrária no Brasil para remediar as brigas por terras entre grupos indígenas e de grupos
como MST contra os detentores de latifúndios?

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