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30/08/2015

DIREITO EMPRESARIAL
PARTE 2

Profa. Caroline Pinheiro

Sociedade
O conceito de sociedades, gênero, é trazido no artigo 981 do
CC:
“Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que
reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços,
para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si,
dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de
um ou mais negócios determinados.”

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Registro
• A natureza jurídica do registro é declaratória ou constitutiva? Para efeitos de caracterização do
empresário, o registro é claramente declaratório desta condição. É empresário é constatação
de fato, critério real, baseado na verificação real de prática da atividade de empresa.
• Há uma exceção, do empresário rural, que segundo os artigos 971 e 984 do CC só ganha esta
condição de empresário com o registro – sendo este constitutivo, CUIDADO: há quem entenda
que, mesmo assim, é declaratório.

Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que
tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede,
caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.

Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja constituída, ou
transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer
inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada,
para todos os efeitos, à sociedade empresária.
Parágrafo único. Embora já constituída a sociedade segundo um daqueles tipos, o pedido de inscrição se subordinará,
no que for aplicável, às normas que regem a transformação.

Registro
• O registro, serve à outorga de regularidade ao empresário
individual, e à criação da personalidade jurídica (e consequente
regularidade) à sociedade.
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei,
dos seus atos constitutivos (Arts. 45 e 1.150).

• Assim, o registro, do ponto de vista da personalidade jurídica, é


claramente constitutivo.
• Resumindo: o registro é declaratório da atividade de empresa, e
constitutivo da regularidade e personalidade jurídica da sociedade
(e regularidade do empresário individual).

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Estabelecimento Empresarial
• O conceito de estabelecimento empresarial, copiado pelo legislador pátrio do
direito civil italiano, está no artigo 1.142 do CC:

Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da
empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.

• O estabelecimento recebe diversos nomes: fundo de comércio, fundo


empresarial, azienda, dentre outros.
• O Ponto, por sua vez, não é sinônimo de estabelecimento, mas um de seus
componentes imateriais, sendo a localização em que se dá a exploração da
atividade econômica organizada, da empresa.
• O Ponto não é o imóvel em si, mas aquilo que o local representa, ou seja, a
quantidade de passantes, o tipo de pessoas que frequentam a área, etc..

Estabelecimento Empresarial
• Atenção: nem tudo que compõe o estabelecimento é parte integrante do
patrimônio social, e nem tudo que é patrimônio da sociedade é componente do
estabelecimento.
Exemplo: Em um curso, as cadeiras, o imóvel em que se desenvolvem as aulas, as
mesas, todos são bens que integram o patrimônio da sociedade, e também integram
o estabelecimento, uma vez que sua serventia é justamente a prestação da atividade
fim, ministrar as aulas. Nesta mesma sociedade, um quadro ornamental, de sua
propriedade, que se coloca na parede do escritório do diretor integra o patrimônio,
mas não integra o estabelecimento, pois não é afetado à atividade de empresa. O
contrário também ocorre: há bens que integram o estabelecimento, mas não fazem
parte do patrimônio social, sendo mais fácil perceber esta situação em relação aos
bens intangíveis da sociedade. Como exemplo clássico de bem que integra o
estabelecimento mas não o patrimônio é o know-how, assim como a própria
clientela ou mesmo o bom nome, a reputação da sociedade, são bens intangíveis,
que não possuem aspecto contábil que os configurem como parte do patrimônio da
sociedade.

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Estabelecimento Empresarial
• Esta separação é bastante relevante quando se for abordar o tema da
alienação do estabelecimento, o trespasse: este negócio envolve a alienação
de bens do estabelecimento, dedicados à atividade e não aqueles que são
exclusivamente parte do patrimônio.

• Os bens corpóreos e incorpóreos compõem o estabelecimento. Os bens


corpóreos são de fácil identificação e se destinam a realização da atividade
de empresa, inclusive o imóvel. Os bens intangíveis, entretanto, merecem
maior atenção.

• O nome empresarial, por exemplo, é bem incorpóreo componente do


estabelecimento, que pode ter maior ou menor relevância, por exemplo: se
uma sociedade comercia principalmente (ou unicamente, em alguns casos)
na internet, o seu nome, incluindo-se aí o domínio do seu sítio, é um dos
principais elementos do estabelecimento.

Estabelecimento Empresarial
• O know-how é elemento fundamental do estabelecimento, em especial
para algumas atividades, como a indústria de bem exclusivo, por
exemplo. Para alguns doutrinadores (minoria), o know-how é até
mesmo mais importante do que o próprio ponto.

• A clientela é elemento imaterial do estabelecimento?


• O artigo 1.142 do CC fala em bens, e, pelo conceito civilista de bens,
pessoas, como se sabe, são sujeitos de direito e não objeto de direito.
Por isso, grande parte da doutrina entende que a clientela não é
elemento do estabelecimento, mas sim um atributo deste. É aquilo que
o estabelecimento conquistou e que a ele agrega valor.

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Estabelecimento Empresarial
• Aviamento.
• Os bens do estabelecimento, se isoladamente considerados, têm um
valor. Se coadunados, reunidos e formatados de maneira que
componham um todo maior, seu valor será outro e esta integração dos
bens do estabelecimento é justamente o aviamento: a soma dos bens
do estabelecimento em um grupo considerado em uma unicidade de
propósitos – desempenho da atividade empresária – representa um
valor muito maior do que a mera soma matemática do valores de cada
bem. O aviamento é o valor agregado do estabelecimento, quando
universalmente considerados seus bens como um todo maior. Por isso,
é claro que o aviamento não é elemento do estabelecimento: é uma
característica deste.

Estabelecimento – Natureza Jurídica


Teorias sobre a natureza jurídica do estabelecimento
• Personalidade jurídica autônoma natureza jurídica de pessoa. Em nosso
ordenamento, as pessoas jurídicas estão bem desenhadas na lei, e não se
enquadra, o estabelecimento, sob nenhum aspecto, no conceito de pessoa.
• Patrimônio de afetação sem que se dê personalidade jurídica própria aos
bens dele componentes, se delimitaria uma afetação especial em relação
àqueles bens destinados à atividade de empresa. Esta teoria, se adotada,
seria bastante benéfica à categoria de empresários individuais, que
poderiam constituir assim o estabelecimento, a fim de delimitar a
responsabilidade patrimonial àquela parcela afetada à empresa. Mesmo
não sendo a teoria mais aceita, o conteúdo do artigo 978 é utilizado, por
parte da doutrina, como argumento para sua adoção no direito brasileiro:
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o
regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus
real.

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Estabelecimento – Natureza Jurídica


• Universalidade de direito: o estabelecimento, enquanto um complexo de bens, se caracterizaria
como um bem coletivo, uma universalidade assim designada pelo artigo 1.142 do CC.
• A teoria da Universalidade de direito perdeu força em função da teoria mais aceita e
majoritariamente adotada: a de que o estabelecimento é uma universalidade de fato. Isto
porque, a lei designa o estabelecimento como um complexo de bens, mas não delimita quais
são estes bens, não os agrupa de fato, quem estipula quais serão os bens componentes do
estabelecimento são os sócios, e se a universalidade é preenchida pela vontade, e não pela
lei, é uma universalidade de fato.
“Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à
mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas
próprias.”

“Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa,
dotadas de valor econômico.”

Estabelecimento – Trespasse
• Como uma universalidade de fato, o estabelecimento pode ser
alvo de alienação de seu todo, sem necessidade sequer de que
sejam descritos isoladamente os bens que o compõem, como
diz o próprio parágrafo único do artigo 90 do CC, e o artigo
1.143 do mesmo codex. Esta alienação é o que se denomina
trespasse.

“Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios


jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.”

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Trespasse
• É o negócio jurídico em que o estabelecimento é alienado como um
todo. As principais questões sobre este negócio dizem respeito às
responsabilidades dos envolvidos, trespassante e trespassário.
• A venda do estabelecimento é uma cessão e como tal, não pode ser
livre de obrigações. Se o ativo é cedido, automaticamente há também a
assunção do passivo pelo trespassário.
• O CC não trata da cessão de contrato, situação comum na prática
negocial, tratando apenas da cessão de crédito e da assunção de dívida.
A doutrina, então, resolve a situação, entendendo que a cessão de
contrato envolve tanto o passivo como o ativo e este raciocínio é
transportado para o trespasse: o trespassário assume todo o passivo,
assim como adquire o ativo do alienante, trespassante, numa noção
clássica de ônus e bônus: quem aufere o bônus, suporta os ônus.

Responsabilidade do Trespassante e do
Trespassário
• A responsabilidade é assumida pelo trespassário, mas há
algumas peculiaridades no artigo 1.146 do CC:

Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos


anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o
devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto
aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.

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Trespasse x Cessão de Cotas


• É importante diferenciar a relação de trespasse da relação de cessão de
quotas da sociedade. Na cessão de quotas, a sociedade continua sendo
titular do estabelecimento e de tudo que o compõe. Não há transferência da
propriedade dos bens, que continuam, inalteradamente, sob domínio da
pessoa jurídica. Apenas há alteração no quadro societário, com modificação
dos sócios detentores das quotas da empresa.
• Continuando a desempenhar a atividade, com o mesmo estabelecimento, a
cessão de quotas impõe aos ex-sócios, cedentes, a responsabilidade solidária
com os cessionários, sócios atuais, por dois anos desde a averbação da
cessão, conforme o artigo 1.003:
Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social
com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade.
Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente
solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como
sócio.
• A averbação é necessária para que a publicidade faça o negócio oponível a
terceiros, pois do contrário não será eficaz no mercado.

Trespasse x Cessão de Cotas

• No trespasse, há a substituição do titular do


estabelecimento, da pessoa jurídica detentora do
estabelecimento e não há alteração dos sócios detentores
das quotas da sociedade.

• A sociedade continua com o mesmo quadro societário,


apenas tendo sido alienado o estabelecimento a outra
sociedade, que tem seu quadro social próprio.

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Trespasse Parcial
• Pode a alienação de parte do patrimônio, considerado
integrante do estabelecimento de uma sociedade, ser
considerada trespasse?
• Na Terceira Jornada de Direito Civil, o CJF editou um enunciado
bastante elucidativo, entendendo que se o grupo de bens
alienados puder formar uma unidade funcional de produção,
capaz de desenvolver, de forma autônoma, a empresa, será
configurado, sim, o trespasse (“parcial”), e não mera venda de
bens do alienante ao comprador.
“Enunciado 233, CJF - Art. 1.142: A sistemática do contrato de trespasse delineada pelo
Código Civil nos arts. 1.142 e ss., especialmente seus efeitos obrigacionais, aplica-se
somente quando o conjunto de bens transferidos importar a transmissão da
funcionalidade do estabelecimento empresarial.”

Validade e Eficácia do Trespasse


• Há um limitador no artigo 1.145 do CC:

Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da
alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento
destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.

• O dispositivo é claro: se o trespasse for representar insolvência


do alienante, os seus credores deverão anuir na sua realização
(pois seu crédito será passado ao trespassário). Se ainda houver
patrimônio com o trespassante suficiente a sanar o passivo –
que é assumido pelo trespassário –a anuência dos credores é
dispensada.

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Contratos havidos pelo trespassante com seus clientes e


fornecedores
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados
para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa
dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do
alienante.
• Assim, os contratos são mantidos, em regra, salvo duas hipóteses: se o próprio
contrato de trespasse previr de forma diversa, ou se o contrato for intuitu
personae. A rescisão, quando o contrato for inicialmente mantido, será possível
se, em até noventa dias, sobrevier justa causa para tanto.

Enunciado 64, CJF - Art. 1.148: a alienação do estabelecimento empresarial importa, como regra, na
manutenção do contrato de locação em que o alienante figura como locatário.”

Enunciado 234, CJF - Art. 1.148: Quando do trespasse do estabelecimento empresarial, o contrato de locação
do respectivo ponto não se transmite automaticamente ao adquirente. Fica cancelado o Enunciado n. 64.”

Contratos havidos pelo trespassante com seus


clientes e fornecedores
• Justificativa da mudança do CJF: sendo o contrato de locação,
personalíssimo, que envolve grande soma de particularidades na escolha
do locatário pelo locador, a manutenção do negócio em nome de outra
pessoa, que não a pactuante original, é violação direta e imotivada à
relatividade contratual, pois alguém que não pactuou o negócio está sendo
imposto ao outro contratante, sem que este possa se opor.

• É claro que na cessão de quotas a situação é outra: nesta, o locatário, a


pessoa jurídica, continua a mesma, mantendo-se inalterados os polos
originais do contrato de locação. Por isso, o contrato é mantido, sem
qualquer violação à relatividade contratual.

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Trespasse - Quarentena
“Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode
fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência.
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição
prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.”

• Importante: a territorialidade da concorrência será


casuística, a depender da natureza do negócio. Se for um
pequeno negócio, com clientela bairrista, os limites
territoriais da concorrência são curtos. Se for uma indústria
de grande porte, a quarentena se impõe até mesmo em
nível nacional.

Trespasse – Proteção ao Ponto


• Como, na maioria das vezes, o imóvel em que a sociedade se instala é locado de outrem, o
legislador dedicou proteção especial ao ponto, na lei de locações, Lei 8.245/91: o artigo 51
deste diploma estabelece a renovação obrigatória do contrato de locação não-residencial.
“Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do
contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: I - o contrato a renovar tenha sido
celebrado por escrito e com prazo determinado; II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a
soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; III - o locatário esteja
explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. 1º O
direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou sucessores da locação; no
caso de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo
sublocatário. 2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as atividades de
sociedade de que faça parte e que a esta passe a pertencer o fundo de comércio, o direito a
renovação poderá ser exercido pelo locatário ou pela sociedade. 3º Dissolvida a sociedade
comercial por morte de um dos sócios, o sócio sobrevivente fica sub - rogado no direito a
renovação, desde que continue no mesmo ramo. 4º O direito a renovação do contrato estende - se
às locações celebradas por indústrias e sociedades civis com fim lucrativo, regularmente
constituídas, desde que ocorrentes os pressupostos previstos neste artigo. 5º Do direito a
renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis
meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor.”

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Trespasse – Proteção ao Ponto


• Ver REsp 282.473/BA, tratando de contrato por prazo
indeterminado (sem proteção ao ponto):
“Civil. Locação não residencial. Contrato por prazo indeterminado. Fundo de comércio.
Pretensão de indenização. Improcedência. Lei 8.245/91. Art. 52, § 3º. Pela
compreensão sistemática dos Arts. 51 e 52, § 3º, da Lei do Inquilinato - Lei nº 8.245/91
-, não é devida a indenização a título de perda do fundo de comércio na hipótese de
rescisão unilateral de contrato de locação não residencial por prazo indeterminado,
sem pleito de renovação. Recurso especial conhecido e provido”.

Nome Empresarial
• O nome empresarial tem natureza de bem incorpóreo, integrante do estabelecimento, e
permite ao empresário ser sujeito de direitos e obrigações. É gênero, que se subdivide
em duas espécies: firma e denominação.
• A firma tem por base o nome civil. O empresário individual só pode usar esta espécie de
nome empresarial. Sua firma será sempre seu nome civil, por extenso ou com
abreviações parciais, acompanhado da atividade que desempenha.
• Razão social: esta, na verdade, não é uma espécie autônoma de nome empresarial,
muito menos sinônimo do gênero nome empresarial. Nada mais é do que a espécie
firma, usada pela sociedade, quando admissível: é a firma coletiva. Destarte, quando a
sociedade puder adotar firma, esta firma será coletiva, e sinônimo de firma coletiva é
razão social.
• Quando a sociedade adotar a firma coletiva, a razão social, significa que desta constará
o nome de algum sócio, mais de um, ou mesmo todos os sócios.
• Sendo sociedade regida pelo CC, será exigida, também, a presença, no nome, da
atividade desempenhada.
• Na S/A, porém, não se exige a constância da atividade, aplicando-se a Lei 6.404/76 em
detrimento do CC.

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Nome Empresarial
• A denominação, por sua vez, tem seu conceito por exclusão: se
não há utilização do nome civil na composição do nome
empresarial, é denominação.
• A sociedade registra, em seus atos constitutivos, o nome
empresarial, que será necessariamente expresso no ato
constitutivo.
• O registro garante a proteção em âmbito estadual, em regra,
pois a Junta Comercial tem esta abrangência.
Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as
respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos
limites do respectivo Estado.
Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se
registrado na forma da lei especial.

Nome Empresarial
• Caso o empresário queira proteger nacionalmente seu nome,
basta que requeira a extensão desta propriedade, como diz o
parágrafo único do artigo acima. Garantindo esta regra, o
artigo 5°, XXIX da CRFB:

“(...) XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário
para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das
marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o
interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

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Nome Empresarial
O artigo 36 da Lei 8.934/94:
Art. 36. Os documentos referidos no inciso II do art. 32 deverão ser apresentados a
arquivamento na junta, dentro de 30 (trinta) dias contados de sua assinatura, a cuja
data retroagirão os efeitos do arquivamento; fora desse prazo, o arquivamento só terá
eficácia a partir do despacho que o conceder.

Nome Empresarial - Proteção


Decreto 1.800/96:
“Art. 61. A proteção ao nome empresarial, a cargo das Juntas Comerciais, decorre, automaticamente, do
arquivamento da declaração de firma mercantil individual, do ato constitutivo de sociedade mercantil ou de
alterações desses atos que impliquem mudança de nome.
§ 1º A proteção ao nome empresarial circunscreve-se à unidade federativa de jurisdição da Junta Comercial que
procedeu ao arquivamento de que trata o caput deste artigo.
§ 2º A proteção ao nome empresarial poderá ser estendida a outras unidades da federação, a requerimento da
empresa interessada, observada instrução normativa do Departamento Nacional de Registro do Comércio - DNRC.
§ 3º Expirado o prazo da sociedade celebrada por tempo determinado, esta perderá a proteção do seu nome
empresarial.”

“Art. 62. O nome empresarial atenderá aos princípios da veracidade e da novidade e identificará, quando assim o
exigir a lei, o tipo jurídico da sociedade.
§ 1º Havendo indicação de atividades econômicas no nome empresarial, essas deverão estar contidas no objeto da
firma mercantil individual ou sociedade mercantil.
§ 2º Não poderá haver colidência por identidade ou semelhança do nome empresarial com outro já protegido.
§ 3º O Departamento Nacional de Registro do Comércio - DNRC, através de instruções normativas, disciplinará a
composição do nome empresarial e estabelecera critérios para verificação da existência de identidade ou
semelhança entre nomes empresariais.”

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Nome Empresarial
• Tavares Borba, minoritariamente, defende que o registro na Junta Comercial já se dá em
âmbito nacional, por força do artigo 8° da CUP.

“Art. 8°: O nome comercial será protegido em todos os países da união, sem obrigação de
depósito ou de registro, quer faça ou não parte de uma massa de fábrica ou de comércio.”

• O artigo 1.163 do CC traz ainda outra previsão relevante:

“Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo
registro.
Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá
acrescentar designação que o distinga.”

Nome Empresarial
• Assim, a proteção se atém aos limites do registro, da mesma classe, para não haver
potencial de confusão no mercado, muito menos para a clientela, que mal tem acesso
ao nome empresarial. Por isso, se for caso de proteção, prevalecerá aquele que foi
registrado antes, pelo Princípio da anterioridade.
• A semelhança, homógrafa ou homófona, pode ser admitida, e quando for, coexistirão
os nomes semelhantes ou iguais; mas esta coexistência só é admitida quando a
atividade for diversa, e se for acrescentada alguma característica distintiva ao nome (de
preferência, aludindo à atividade diversa) do que veio ao registro por último. Esta é a
aplicação do Princípio da especialidade.
• A ação cabível contra aquele que usa o nome empresarial é de abstenção de uso,
ordinária de não fazer, cumulada com pedido de indenização.
“Enunciado 213 do CJF - Art. 997: O art. 997, inc. II, não exclui a possibilidade de sociedade
simples utilizar firma ou razão social.”

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Nome Empresarial
Tipo societário (ou empresário
Firma Denominação
individual)
Empresário individual Sim Não
Sociedades regidas pelo CC, menos
Sim Não
a sociedade simples pura
Sociedade simples pura Sim Sim

Sociedade LTDA (artigo 1.158, CC) Sim Sim

Cooperativa Não Sim


Sim
Sociedade anônima Não

Sociedade em conta de participação Não tem nome

Sociedade em comandita por ações Sim Sim

Nome Empresarial x Título do Estabelecimento


• Não se pode confundir o nome empresarial com o título do estabelecimento,
que é o que se chama, comumente, de “nome fantasia”. Este é o nome dado ao
negócio, à sociedade, apenas para o seu relacionamento com a clientela. É um
acessório do nome.

• Veja que o título do estabelecimento é mais conhecido do que o nome. Muitas


vezes, se não na maior parte delas, o nome fantasia tem muito mais valor para a
sociedade do que o nome empresarial.

• Para efeitos práticos, o nome empresarial vem sempre acompanhado da sigla


que identifica o tipo societário. O nome fantasia, é o que melhor se relaciona
com a clientela, não tendo menção formal alguma, em regra, à estrutura da
sociedade.

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Para casa:
• Pesquisa: os usos e costumes, com o advento do novo Código
Civil, ainda são considerados fontes do Direito Empresarial?
Resposta fundamentada.

• Disserte: os traços distintivos entre os conceitos jurídicos de


empresário, empresa, estabelecimento e patrimônio.

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