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ARGAN, Giulio Carlo - ARTE E CRÍTICA DE ARTE, Cap. IX - A Crise da Representação.

Sempre gosto de começar lendo o final de um jornal, e volto para o começo, parece que
querendo encontrar o fio da meada, o que liga a que na tomada...
Não comecei este texto do final, tentei algumas técnicas de leitura instrumental, li várias
vezes o texto, do começo para o final, tentei do final para o começo, mas Giulio Argan, não
se lê assim.
Senti necessidade de olhar cada artista e cada trabalho para entender o que ele tenta nos
dizer com crise da representação, figuração não figuração, representação não representação.
E assim tento interpretar, ao invés de resumindo dizendo com as próprias palavras do autor
e ilustrando com obra de cada artista citado.
Giulio Argan identifica que o grande salto da arte do nosso século foi a liberdade dos
modelos condicionantes dos modelos figurativos, passando desse caráter ao não figurativo,
ao abstrato. Registra o preconceito que existe a estes signos, o da incomunicabilidade, e
ainda o de que a mudança acontece apenas nas artes da figuração e não da arquitetura. Nos
coloca a questão figuração x representação.
Figuração: ato de figurar, figura, aspecto do conjunto.
Representação: ato ou efeito de representar; imagem, desenho ou pintura que representa
um fato, um objeto, idéia, pessoa; figuração mental de um objeto ou pessoa
E se se substitui o termo de figuração por representação, verifica-se no passado que a
arquitetura não é menos representativa do que a pintura ou a escultura. E a arquitetura
moderna também recusa a autoridade do modelo natural.
Lembra que é dado o crédito a Kandinsky ao momento da passagem decisiva do figurativo
ao não-figurativo com sua primeira aquarela abstrata em 1911, e publica “ O espírito na
arte” em 1912.

Composition IV
1911 (170 Kb); Oil on canvas, 159.5 x 250.5 cm (62 7/8 x 98 5/8 in); Kunstsammlung Nordrhein-Westfallen,
Dusseldorf

Kandisnsky afirma que não é a sensação visual recebido do mundo exterior, mas “a vontade
interior do sujeito” que determina a forma artística. (p 106)
Acontece que outros passos no caminho da desfiguração foram dados antes, a humanidade
é corrente, então Giulio Argan coloca que os simbolistas, já tinham tentado traduzir por
símbolos gráficos e cromáticos, estados emotivos independentes das sensações visuais,
desenvolvendo temas da correspondências de Mallarmeé.

Odilon Redon
Aranha, 1881, desenho a carvão, 49,5 x 39 cm. Museu do Louvre, Paris – França:

Porém, o ponto de fratura acontece por cerca de 1870, com os impressionistas, que tinham a
proposta de reproduzir a sensação visual, de averiguar e revelar a reação despreconceituada,
incondicionada, autêntica do sujeito em contato direto com a realidade, o objeto.
Nas últimas obras de Monet (inspirador de Kandinsky) o pintar já não consiste em
reproduzir sensação, mas sim de sensibilizar, a partir de dentro, a matéria pictórica

Cézanne baseia sensação uma pesquisa ontológica


Titulo: Tres banhistas, 1879-82
Autor: Paul Cézanne
Museu: Musée du Petit Palais, París
Caracteristicas: Oleo sobre tela 52 x 55 cm.
Estilo: Neo-Impresionismo

Van Gogh intensifica a sensação visual com a agressão deformante da “paixão” interior

Un par de botas
Titulo: Un par de botas, 1887
Autor: Vincent Van Gogh
Museu: Museo de Baltimore
Caracteristicas: Oleo sobre tela 34 x 41´5 cm.
Estilo: Neo-Impresionismo

Segundo Argan o cubismo é revolução porque recusa a concepção tradicional da forma, que
supera o caráter ocasional e provisório da sensação, é restauração na medida em que visa
resolver, com um novo sistema de representação formal, a crise da idéia da forma, aberta
pelo impressionismo.

Mas o que Kandinsky trouxe de novo não foi a renúncia à figuração, mas sim a renúncia à
representação como processo intelectivo próprio da arte (p. 108), ou seja a substituição da
forma pelo signo. Ele propõe uma ciência do signo, substituindo a contraposição clássico-
romântico. Às teorias da forma substitui-se por uma teoria dos signos.
O que a renúncia à idéia de representação de uma natureza finita e transcendente traz é uma
liberdade de expressão e da religiosidade, visa realizar-se num horizonte maior e mundano
e assumir finalidades sociais concretas. A arquitetura e o design, exerceram também estas
funções sociais.
E a representação e não-representação não se restringe ao da figuração e não-figuração:
A pintura de Mondrian, dedução lógica do cubismo, visa uma representação lógica do
espaço, onde a 3º dimensão poderia se dar apenas de modo ilusório, é rejeitada como não-
verificável e reduzida a duas dimensões, numa relação das coordenadas verticais e
horizontais sobre o plano. Assim, é representativa mas não-figurativa, pois elimina
sistematicamente cada objeto reconhecível e cada sensação localizada.

"Composition with Gray and


Light Brown"
Mondrian, 1918

A pintura de Dali, surrealista, é figurativa, mas não representativa, porque as imagens,


projeções do inconsciente, não têm a estrutura nem o conteúdo de ontológico da forma.

Salvador Dali
Soft Self-Portrait with Grilled Bacon, 1941

Figurativo e não representativo, também é Chagall, suas imagens se fazem e desfazem e


não têm uma definição formal da realidade. Todas as tendências da arte “fantástica” são
figurativas e não representativas, mesmo quando as imagens possuem figuras nunca
vistas ou impossíveis como em Hundertwasser.

Marc Chagall (1887 - 1985)


Birthday

HUNDERTWASSER
The 30 Day Fax Picture
1994
Mixed media (thirty A4 size FAXes)
151 x 130 cm
Vienna

São representativos e não figurativos, artistas como


Brancusi, Miro, Arp, que procuram formas chaves
explicativas da realidade universal, sendo a origem da
forma geométrica biomórfica ou orgânica.
Constantin Brancusi
O Beijo, 1912

El cielo entreabierto nos devuelve la esperanza, 1954


Óleo sobre tela
127,5 x 192,5

Hans Arp
Head and Shell (Tête et coquille), ca. 1933. Polished
brass, 19.7 cm high. Peggy Guggenheim Collection.
76.2553 PG 54. Jean Arp © 2005 Artists Rights Society
(ARS), New York/VG Bild-Kunst, Bonn
A forma representativa implica a idéia de um valor integrado na realidade, que o artista
pode apenas isolar e revelar; se negar aquele valor passa a ser signo ou um indício que
remete para uma ulterior e virtual determinação de valor. (p 110)

“A função, a missão histórica do artista consiste, então, num heróico empenho em reunir os
fragmentos de um mundo que desaba, mas também em mostrar como em cada um daqueles
fragmentos desagregados se conserva, inextinguível, a vida: e a vida, em termos de história,
não é senão arte...” (p 111)
Picasso reflete isto no seu trabalho, onde mostra o esforço de conjugar e fundir o momento
da contemplação e o da ação, derrubando a visão da realidade numa agressão que a perturba
e a transforma.
A pesquisa de Klee, Kandinsky, busca a partir do ato inicial e quase involuntário do signo
reconstruir o tecido da imagem até uma estruturação delicada da forma , sem contudo dar
uma representação completa, é um veículo de comunicação intelectual.
Argan fala da pesquisa de vários artistas, onde buscam este diálogo com os signos, e por
fim conclui que ...”na atual conjuntura histórica, a arte não existe como função necessária
mas como eventual presença; e sempre apenas nos limite de um puro conceito.”.

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