Vous êtes sur la page 1sur 10

Superior Tribunal de Justiça

AgInt nos EDcl no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 862.889 - PR


(2016/0036357-1)

RELATOR : MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA


AGRAVANTE : TELEMAR NORTE LESTE S/A
AGRAVANTE : PAGGO ADMINISTRADORA DE CRÉDITO LTDA
ADVOGADO : SANDRA REGINA RODRIGUES E OUTRO(S) - PR027497
AGRAVADO : ALEXANDRE ROBERTO DE SOUZA
ADVOGADO : WILIAN ZENDRINI BUZINGNANI E OUTRO(S) - PR028856
INTERES. : LOSANGO PROMOÇÕES DE VENDAS LTDA
ADVOGADO : REINALDO MIRICO ARONIS - PR035137
EMENTA

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. INSCRIÇÃO
INDEVIDA EM CADASTRO DE INADIMPLENTES. DANOS MORAIS. VALOR
DA INDENIZAÇÃO. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA
RAZOABILIDADE. SÚMULA N. 7/STJ. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL.
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL. SÚMULA N. 54/STJ.
DECISÃO MANTIDA. INOVAÇÃO RECURSAL. DESCABIMENTO.
1. O recurso especial não comporta o exame de questões que impliquem
revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, a teor do que dispõe a
Súmula n. 7/STJ.
2. Somente em hipóteses excepcionais, quando irrisório ou exorbitante o
valor da indenização por danos morais arbitrado na origem, a jurisprudência
desta Corte permite o afastamento do referido óbice, para possibilitar a
revisão. No caso, o valor estabelecido pelo Tribunal de origem não se mostra
excessivo, a justificar sua reavaliação em recurso especial.
3. Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de
responsabilidade extracontratual (Súmula n. 54/STJ).
4. Incabível o exame de tese não exposta no recurso especial e invocada
apenas em recurso posterior, pois configura indevida inovação recursal.
5. Agravo interno a que se nega provimento.
ACÓRDÃO

A Quarta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos


termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Marco Buzzi, Lázaro Guimarães
(Desembargador convocado do TRF 5ª Região) e Luis Felipe Salomão votaram com o Sr.
Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Maria Isabel Gallotti.
Brasília-DF, 24 de outubro de 2017(Data do Julgamento)

Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA


Relator

Documento: 1651360 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 30/10/2017 Página 1 de 10
Superior Tribunal de Justiça
AgInt nos EDcl no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 862.889 - PR
(2016/0036357-1)

RELATOR : MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA


AGRAVANTE : TELEMAR NORTE LESTE S/A
AGRAVANTE : PAGGO ADMINISTRADORA DE CRÉDITO LTDA
ADVOGADO : SANDRA REGINA RODRIGUES E OUTRO(S) - PR027497
AGRAVADO : ALEXANDRE ROBERTO DE SOUZA
ADVOGADO : WILIAN ZENDRINI BUZINGNANI E OUTRO(S) - PR028856
INTERES. : LOSANGO PROMOÇÕES DE VENDAS LTDA
ADVOGADO : REINALDO MIRICO ARONIS - PR035137

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA (Relator):


Trata-se de agravo interno (e-STJ fls. 870/879), interposto contra decisão desta relatoria
que negou provimento ao agravo nos próprios autos, mantendo a inadmissibilidade do
recurso especial.
Em suas razões, as agravantes alegam, em síntese: (i) a necessidade de
suspensão do processo, porque no "REsp 1.446.213, o tema foi cadastrado no sistema dos
repetitivos sob o número 937" (e-STJ fl. 876), (ii) a inaplicabilidade da Súmula n. 7/STJ em
relação ao pedido de redução da indenização por danos morais e (iii) a incidência dos juros
de mora a partir da sentença que arbitrou a condenação.
Aduzem ainda que "a responsabilidade originária da agravante é
evidentemente contratual, decorrente de relação de consumo e não extracontratual como
fundamentado no acordão recorrido, pelo que o termo inicial dos juros jamais poderá ser o
evento danoso, merecendo reforma integral a decisão recorrida" (e-STJ fl. 877).
Ao final, pedem a suspensão do julgamento ou, subsidiariamente, o
provimento do recurso.
O agravado não apresentou contrarrazões (e-STJ fl. 882).
É o relatório.

Documento: 1651360 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 30/10/2017 Página 2 de 10
Superior Tribunal de Justiça
AgInt nos EDcl no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 862.889 - PR
(2016/0036357-1)

RELATOR : MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA


AGRAVANTE : TELEMAR NORTE LESTE S/A
AGRAVANTE : PAGGO ADMINISTRADORA DE CRÉDITO LTDA
ADVOGADO : SANDRA REGINA RODRIGUES E OUTRO(S) - PR027497
AGRAVADO : ALEXANDRE ROBERTO DE SOUZA
ADVOGADO : WILIAN ZENDRINI BUZINGNANI E OUTRO(S) - PR028856
INTERES. : LOSANGO PROMOÇÕES DE VENDAS LTDA
ADVOGADO : REINALDO MIRICO ARONIS - PR035137
EMENTA

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. INSCRIÇÃO
INDEVIDA EM CADASTRO DE INADIMPLENTES. DANOS MORAIS. VALOR
DA INDENIZAÇÃO. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA
RAZOABILIDADE. SÚMULA N. 7/STJ. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL.
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL. SÚMULA N. 54/STJ.
DECISÃO MANTIDA. INOVAÇÃO RECURSAL. DESCABIMENTO.
1. O recurso especial não comporta o exame de questões que impliquem
revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, a teor do que dispõe a
Súmula n. 7/STJ.
2. Somente em hipóteses excepcionais, quando irrisório ou exorbitante o
valor da indenização por danos morais arbitrado na origem, a jurisprudência
desta Corte permite o afastamento do referido óbice, para possibilitar a
revisão. No caso, o valor estabelecido pelo Tribunal de origem não se mostra
excessivo, a justificar sua reavaliação em recurso especial.
3. Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de
responsabilidade extracontratual (Súmula n. 54/STJ).
4. Incabível o exame de tese não exposta no recurso especial e invocada
apenas em recurso posterior, pois configura indevida inovação recursal.
5. Agravo interno a que se nega provimento.

Documento: 1651360 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 30/10/2017 Página 3 de 10
Superior Tribunal de Justiça
AgInt nos EDcl no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 862.889 - PR
(2016/0036357-1)

RELATOR : MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA


AGRAVANTE : TELEMAR NORTE LESTE S/A
AGRAVANTE : PAGGO ADMINISTRADORA DE CRÉDITO LTDA
ADVOGADO : SANDRA REGINA RODRIGUES E OUTRO(S) - PR027497
AGRAVADO : ALEXANDRE ROBERTO DE SOUZA
ADVOGADO : WILIAN ZENDRINI BUZINGNANI E OUTRO(S) - PR028856
INTERES. : LOSANGO PROMOÇÕES DE VENDAS LTDA
ADVOGADO : REINALDO MIRICO ARONIS - PR035137

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA (RELATOR): A


insurgência não merece acolhida.
De inicio, afasto a preliminar de suspensão do julgamento, em virtude da
alegada afetação do tema ao rito dos recursos repetitivos, porque o citado REsp n.
1.446.213/SP, de Relatoria do Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, foi desafetado
em 10/05/2017, com o cancelamento do Tema n. 937.
Quanto ao mérito do recurso, os agravantes não trouxeram nenhum
argumento capaz de afastar os termos da decisão agravada, motivo pelo qual deve ser
mantida por seus próprios fundamentos (e-STJ fls. 862/866):
Trata-se de agravo nos próprios autos (CPC/1973 art. 544), interposto contra decisão
que inadmitiu recurso especial sob o fundamento de intempestividade (e-STJ fl. 792),
tendo sido superado por meio da Decisão de fls. 848/849 (e-STJ).
O acórdão recorrido está assim ementado (e-STJ fls. 489/490):
APELAÇÕES CÍVEIS - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE
RELAÇÃO JURÍDICA CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS E ANTECIPAÇÃO DE TUTELA - INSCRIÇÃO DO NOME DO
AUTOR NO CADASTRO DE MAUS PAGADORES - SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA - CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS.
APELAÇÃO 01 - PEDIDO DE MAJORAÇÃO DO QUANTUM
INDENIZATÓRIO - POSSIBILIDADE - PRECEDENTES DESTA CORTE -
MAJORAÇÃO DO VALOR FIXADO NA SENTENÇA - ALTERAÇÃO DO
TERMO INICIAL DA INCIDÊNCIA DOS JUROS MORATÓRIOS -
EXEGESE DA SÚMULA 54 DO STJ - SENTENÇA ALTERADA - RECURSO
PROVIDO.
APELAÇÃO 02 - EMPRESA QUE NÃO COMPROVA
SATISFATORIAMENTE A CONTRATAÇÃO DO SERVIÇO - INSCRIÇÃO
INDEVIDA - DANO MORAL PRESUMIDO - PRECEDENTES – QUANTUM
QUE NÃO SE MOSTRA EXACERBADO - RECURSO DESPROVIDO.
APELAÇÃO 03 - RECURSO APRESENTADO EM CONJUNTO POR DUAS
RÉS – INSCRIÇÕES DECORRENTES DE FATURA RELATIVA A
TERMINAL TELEFÔNICO E SERVIÇO DE CREDITO VIA CELULAR -
EMPRESAS QUE NÃO COMPROVAM A CONTRATAÇÃO REALIZADA
PELO AUTOR - INSCRIÇÕES INDEVIDAS - DANO MORAL PRESUMIDO -
MONTANTE DA INDENIZAÇÃO QUE NÃO SE MOSTRA EXACERBADO
ESTANDO INCLUSIVE ABAIXO DOS PRECEDENTES DA CÂMARA -
PLEITO PELA INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA A PARTIR DO
Documento: 1651360 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 30/10/2017 Página 4 de 10
Superior Tribunal de Justiça
ARBITRAMENTO - NÃO ACOLHIMENTO - INCIDÊNCIA DA SUMULA 54
DO STJ - RECURSO DESPROVIDO.

Os embargos de declaração opostos foram rejeitados (e-STJ fls. 603/612).


Nas razões do especial (e-STJ fls. 628/647), fundamentado no art. 105, III, "a" e "c",
da CF, as recorrentes apontaram dissídio jurisprudencial e ofensa aos arts. 884 e 944
do CC/2002.
Alegaram que não houve qualquer abalo a moral objetiva do Recorrido, posto que não
há nos autos prova da extrapolação de sua esfera íntima(e-STJ fl. 635).
Sustentaram a exorbitância da indenização fixada a título de danos morais (R$
10.000,00 – dez mil reais).
Aduziram ainda que o termo inicial dos juros de mora deveria ser fixado a partir do
arbitramento da obrigação de pagar.
No agravo (e-STJ fls. 693/703), afirmam presentes todos os requisitos para admissão
do recurso especial.
O recorrido não apresentou contraminuta (e-STJ fl. 736).
É o relatório.
Decido.
Inicialmente, cumpre ressaltar que o recurso especial e o agravo em recurso especial
foram interpostos com fundamento no Código de Processo Civil de 1973, razão pela
qual devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade recursal na forma nele
prevista, com as interpretações dadas pela jurisprudência desta Corte (Enunciado
Administrativo n. 2/STJ).
No tocante à ocorrência do dano moral, o acórdão recorrido pronunciou-se nos
seguintes termos (e-STJ fl. 499):
Conforme já consignado anteriormente neste voto, a inscrição indevida do
nome do autor no cadastro de restrição ao crédito constituiu evento lesivo, e
gera os abalos daí decorrente, nos termos da fundamentação despendida
na análise do recurso da outra ré.
Ademais, trata-se de dano in re ipsa e o nexo de causalidade entre a
inclusão indevida no cadastro de inadimplentes e o prejuízo causado a ele é
irrefutável, uma vez que foi incluído no cadastro de maus pagadores, sem
ter débito que justificasse a medida naquele momento.

A alteração de tais fundamentos demandaria a apreciação de elementos


fático-probatórios, o que é vedado na instância especial, a teor do disposto na Súmula
n. 7/STJ.
Além disso, no que se refere à configuração do abalo moral, o entendimento desta
Corte é no sentido de que, não sendo legítimo o protesto ou a inscrição do nome da
pessoa em órgãos de proteção ao crédito, presume-se o dano: Nos casos de protesto
indevido de título ou inscrição irregular em cadastros de inadimplentes, o dano moral
se configura in re ipsa, isto é, prescinde de prova, ainda que a prejudicada seja
pessoa jurídica (REsp n. 1.059.663/MS, Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI, DJe
17/12/2008).
A propósito:
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO (ART. 544, CPC) - AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL - INSCRIÇÃO INDEVIDA EM
CADASTRO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO - DECISÃO MONOCRÁTICA
QUE NEGOU PROVIMENTO AO AGRAVO.
IRRESIGNAÇÃO DA RÉ.
1. Violação aos arts. 165, 458 e 535, do Código de Processo Civil, não
configurada. Acórdão estadual que enfrentou todos os aspectos essenciais
à resolução da controvérsia.
2. O dano moral decorrente da inscrição irregular em cadastros de
inadimplente configura-se in re ipsa, ou seja, é presumido e não carece de
prova. Precedentes do STJ.
3. O valor arbitrado (R$ 4.000,00) é condizente com o dano sofrido e
Documento: 1651360 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 30/10/2017 Página 5 de 10
Superior Tribunal de Justiça
razoável, tendo sido, ademais, fixado de acordo com as circunstâncias
fáticas do caso em concreto, incidindo, na hipótese, o óbice insculpido na
Súmula 07 do STJ.
4. Relativamente à irresignação dos honorários de sucumbência, incide, na
espécie, o Enunciado n.º 282, da Súmula do STF, ante a ausência de
prequestionamento, constituindo a súplica, no caso, em indevida inovação
recursal.
5. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no AREsp n. 258.371/PE, Relator Ministro MARCO BUZZI, QUARTA
TURMA, julgado em 21/3/2013, DJe 4/4/2013.)

No que tange ao valor indenizatório fixado, somente em hipóteses excepcionais,


quando manifestamente irrisória ou exorbitante a quantia arbitrada, a jurisprudência
desta Corte permite o afastamento do óbice da Súmula n. 7/STJ para possibilitar sua
revisão. Confira-se:
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
LEGITIMIDADE DO BANCO. ENDOSSO-MANDATO. PROTESTO
INDEVIDO. CONDUTA CULPOSA.
DUPLICATA SEM ACEITE E SEM COMPROVANTES DE ENTREGA DA
MERCADORIA OU DO SERVIÇO PRESTADO. DANO MORAL.
PROTESTO INDEVIDO. DANO IN RE IPSA. REVISÃO DE VALOR.
SÚMULA 7/STJ. INCIDÊNCIA.
(...)
3. Acrescente-se que a revisão do julgado, no sentido de que o protesto era
devido, demandaria a análise do acervo fático-probatório dos autos, o que é
vedado pela Súmula 7 do STJ, que dispõe: A pretensão de simples reexame
de prova não enseja recurso especial.4. A jurisprudência desta Corte é firme
no sentido da desnecessidade, em hipóteses como a dos autos, de
comprovação do dano moral, que decorre do próprio fato da inscrição
indevida em órgão de restrição ao crédito, operando-se in re ipsa.
5. O entendimento deste Sodalício é pacífico no sentido de que o valor
estabelecido pelas instâncias ordinárias a título de indenização por danos
morais pode ser revisto tão somente nas hipóteses em que a condenação
se revelar irrisória ou exorbitante, distanciando-se dos padrões de
razoabilidade, o que não se evidencia no presente caso. Desse modo, uma
vez que o valor estabelecido a título de reparação por danos morais não se
apresenta ínfimo ou exagerado, à luz dos critérios adotados por esta Corte,
a sua revisão fica obstada pelo enunciado da Súmula 7 do STJ.
6. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no AREsp n. 179.301/SP, Relator Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA
TURMA, julgado em 27/11/2012, DJe 18/12/2012.)

A Corte de origem, consideradas as peculiaridades do caso em questão, fixou a


indenização em R$ 10.000,00 (dez mil reais), quantia que não se afigura excessiva
tampouco discrepante a ponto de ensejar a intervenção deste Superior Tribunal.
Além do mais, é firme no STJ o entendimento de não ser possível alterar, com base
em divergência jurisprudencial, o valor fixado a título de danos morais pois, ainda que
haja semelhança objetiva entre os casos, sempre haverá diversidade no aspecto
subjetivo. A esse respeito, o seguinte precedente:
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ALTERAÇÃO VALOR. REEXAME
DO SUPORTE FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA 7/STJ. 1.
No que diz respeito ao valor da indenização por danos morais, é inviável a
análise do recurso especial pela divergência jurisprudencial, uma vez que os
acórdãos confrontados sempre serão distintos quanto ao aspecto subjetivo,
não obstante as semelhanças externas e objetivas. Precedente: AgRg no Ag
1019589/RJ, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA
Documento: 1651360 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 30/10/2017 Página 6 de 10
Superior Tribunal de Justiça
TURMA, julgado em 06/05/2010, DJe 17/05/2010. 2. Ainda que assim não
fosse, nos termos da jurisprudência consolidada nesta Corte, a revisão de
indenização por danos morais só é possível em recurso especial quando o
valor fixado nas instâncias locais for exorbitante ou ínfimo, de modo a
afrontar os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Ausentes tais
hipóteses, incide a Súmula 7/STJ, a impedir o conhecimento do recurso. 3.
O recurso enquadra-se nas hipóteses do art. 557, § 2,º do CPC, autorizando
a aplicação da multa nele prevista. 4. Agravo regimental não provido, com
aplicação de multa.
(AgRg no AREsp n. 451.804/SP, Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
QUARTA TURMA, julgado em 20/2/2014, DJe 25/2/2014.)

Por fim, segundo a jurisprudência deste Tribunal Superior, nos casos de


responsabilidade extracontratual, considera-se a data do evento danoso como termo
inicial dos juros de mora relativos à indenização por dano moral. Este é o teor da
Súmula n. 54/STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de
responsabilidade extracontratual.
Nesse sentido:
AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL. DANO MORAL. QUANTUM
INDENIZATÓRIO. REVISÃO. SÚMULA N. 7/STJ. DIVERGÊNCIA
JURISPRUDENCIAL. BASES FÁTICAS DISTINTAS. JUROS DE MORA.
DATA DO EVENTO DANOSO. TERMO A QUO .
APLICAÇÃO DA SÚMULA N. 284/STF.
1. Incide a Súmula n. 7 do STJ na hipótese se a tese versada no recurso
especial reclamar a análise dos elementos probatórios produzidos ao longo
da demanda.
2. Não se conhece da divergência jurisprudencial quando os julgados
dissidentes tratam de situações fáticas diversas.
3. O termo a quo para a incidência dos juros moratórios, em caso de
responsabilidade extracontratual, é a data do evento danoso (Súmula n. 54
do STJ).
4. Incide o óbice previsto na Súmula n. 284 do STF na hipótese em que a
deficiência da fundamentação do recurso não permite a exata compreensão
da controvérsia.
5. Agravo interno desprovido.
(AgInt no REsp n. 1.413.221/SC, Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 9/8/2016, DJe 19/8/2016.)

AGRAVO INTERNO EM AGRAVO (ART. 544 DO CPC/73) - AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAIS E MORAIS - DECISÃO
MONOCRÁTICA NEGANDO PROVIMENTO AO RECLAMO -
INSURGÊNCIA RECURSAL DA REQUERIDA.
1. As questões trazidas à discussão foram dirimidas pelo Tribunal de origem
de forma suficientemente ampla, fundamentada e sem omissões, portanto,
deve ser afastada a alegada violação ao artigo 535 do Código de Processo
Civil de 1973.
2. Para afastar a conclusão a que chegou a Corte Estadual, no sentido de
que foram demonstrados os elementos caracterizadores da
responsabilidade civil e o dever de indenizar, é imprescindível a incursão
nas questões de fato e de prova dos autos, o que é vedado, na via especial,
pela Súmula 7 do STJ.
3. O Superior Tribunal de Justiça, afastando a incidência da Súmula 7/STJ,
tem reexaminado o montante fixado pelas instâncias ordinárias a título de
danos morais apenas quando irrisório ou abusivo, circunstâncias
inexistentes no presente caso.
4. O termo a quo para a incidência dos juros moratórios, em caso de
indenização por danos morais, é a data do evento danoso, nos termos da
Documento: 1651360 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 30/10/2017 Página 7 de 10
Superior Tribunal de Justiça
Súmula n. 54 do STJ.
5. Agravo interno desprovido.
(AgInt no AREsp n. 751.514/MS, Relator Ministro MARCO BUZZI, QUARTA
TURMA, julgado em 16/6/2016, DJe 22/6/2016.)

Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo.


Publique-se e intimem-se.

Conforme destacado na decisão agravada, a análise do pedido de alteração


do valor arbitrado a título de danos morais encontra óbice na Súmula n. 7/STJ.
Somente quando manifestamente irrisório ou exorbitante o importe da
indenização, a jurisprudência desta Corte permite o afastamento do referido óbice, para
possibilitar a revisão.
No caso, a Corte de origem decidiu que "o quantum indenizatório deve ser
elevada para o montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para cada uma das empresas rés,
já que se trata de 03 (três) inscrições distintas" (e-STJ fl. 503). O valor não se mostra
excessivo e está de acordo com os parâmetros adotados por este Tribunal em casos
análogos.
Corroborando esse entendimento:
AGRAVO INTERNO EM AGRAVO (ART. 544 DO CPC/73) - AÇÃO DECLARATÓRIA
DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS -
DECISÃO MONOCRÁTICA NEGANDO PROVIMENTO AO RECLAMO.
INSURGÊNCIA RECURSAL DA DEMANDADA.
1. Somente em hipóteses excepcionais, quando irrisório ou exorbitante o valor da
indenização por danos morais fixado na origem, a jurisprudência desta Corte permite
o afastamento do óbice da Súmula 7 do STJ. No caso dos autos, verifica-se que o
quantum estabelecido pelo Tribunal de origem não se mostra desproporcional, a
justificar sua reavaliação em recurso especial. Precedentes.
1.1 Esta Corte Superior tem entendimento assente no sentido de ser razoável, em
caso de inscrição indevida em cadastros de inadimplentes, a quantificação dos danos
morais em valor equivalente a até 50 salários mínimos. Precedentes.
2. Em se tratando de responsabilidade extracontratual, os juros de mora incidem
desde a data do evento danoso (Súmula 54 do STJ). Precedentes. Incidência da
Súmula 83/STJ.
3. Agravo interno desprovido.
(AgInt no AREsp 988.161/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA,
julgado em 04/05/2017, DJe 10/05/2017)

Ao fixar o termo inicial dos juros de mora, a Corte de origem, em consonância


com a jurisprudência do STJ, afirmou sua incidência a partir do evento danoso, nos termos
da Súmula n. 54/STJ. Para tanto, o acórdão recorrido destacou que (e-STJ fl. 503):
Trata-se de relação extracontratual, já que a inscrição foi considerada indevida, pois
não houve prova de que os contratos foram firmados pelo autor.

Observe-se, por oportuno, que a revisão das conclusões do julgado, em


relação à inexistência de prova da contratação dos serviços, encontra óbice na Súmula n.
7/STJ.
Nesse sentido:
Documento: 1651360 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 30/10/2017 Página 8 de 10
Superior Tribunal de Justiça
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FRAUDE PRATICADA
POR TERCEIROS COM DOCUMENTOS DA AUTORA. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. REEXAME DE PROVAS.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. QUANTUM INDENIZATÓRIO.
RAZOABILIDADE. RELAÇÃO EXTRACONTRATUAL. TERMO INICIAL DOS JUROS
DE MORA. EVENTO DANOSO. AGRAVO IMPROVIDO.
(...)
2. A Corte de origem, mediante análise do conjunto fático-probatório dos autos,
concluiu que ficou comprovado que não foi a autora quem contratou com a requerida,
mas sim terceira pessoa por ela se fazendo passar. Nesse contexto, a alteração das
premissas fáticas adotadas pela Corte de origem demandaria o reexame do acervo
fático-probatório dos autos, o que é inviável em sede de recurso especial, nos termos
da Súmula 7 do STJ.
3. É possível a revisão do montante da indenização nas hipóteses em que o quantum
fixado for exorbitante ou irrisório, o que, no entanto, não ocorreu no caso em exame.
Isso, porque o valor da indenização por danos morais em razão da inscrição indevida
do nome da autora em cadastro de inadimplentes, arbitrado em R$ 10.000,00 (dez mil
reais), não é desproporcional ou desarrazoado.
4. A jurisprudência das Turmas que integram a Segunda Seção deste Tribunal é
uníssona no sentido de que "os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em
caso de responsabilidade extracontratual", sejam os danos morais ou materiais
(incidência da Súmula 54/STJ).
5. Agravo interno a que se nega provimento.
(AgInt no AREsp 889.334/PR, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA,
julgado em 06/12/2016, DJe 19/12/2016)

Por fim, a tese de que se trata de responsabilidade contratual não pode ser
apreciada, pois constitui inovação recursal.
Assim, não prosperam as alegações constantes no recurso, incapazes de
alterar os fundamentos da decisão impugnada.
Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo interno.
É como voto.

Documento: 1651360 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 30/10/2017 Página 9 de 10
Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA

AgInt nos EDcl no


Número Registro: 2016/0036357-1 PROCESSO ELETRÔNICO AREsp 862.889 / PR

Números Origem: 00053468320118160014 11295288 1129528800 1129528801 1129528802


1129528803 201400475434 534611 53468320118160014
PAUTA: 24/10/2017 JULGADO: 24/10/2017

Relator
Exmo. Sr. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. MARCELO ANTONIO MOSCOGLIATO
Secretária
Dra. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
AGRAVANTE : TELEMAR NORTE LESTE S/A
AGRAVANTE : PAGGO ADMINISTRADORA DE CRÉDITO LTDA
ADVOGADO : SANDRA REGINA RODRIGUES E OUTRO(S) - PR027497
AGRAVADO : ALEXANDRE ROBERTO DE SOUZA
ADVOGADO : WILIAN ZENDRINI BUZINGNANI E OUTRO(S) - PR028856
INTERES. : LOSANGO PROMOÇÕES DE VENDAS LTDA
ADVOGADO : REINALDO MIRICO ARONIS - PR035137
ASSUNTO: DIREITO DO CONSUMIDOR - Responsabilidade do Fornecedor - Indenização por Dano Moral
- Inclusão Indevida em Cadastro de Inadimplentes

AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : TELEMAR NORTE LESTE S/A
AGRAVANTE : PAGGO ADMINISTRADORA DE CRÉDITO LTDA
ADVOGADO : SANDRA REGINA RODRIGUES E OUTRO(S) - PR027497
AGRAVADO : ALEXANDRE ROBERTO DE SOUZA
ADVOGADO : WILIAN ZENDRINI BUZINGNANI E OUTRO(S) - PR028856
INTERES. : LOSANGO PROMOÇÕES DE VENDAS LTDA
ADVOGADO : REINALDO MIRICO ARONIS - PR035137

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Quarta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do
voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Marco Buzzi, Lázaro Guimarães (Desembargador convocado do TRF 5ª
Região) e Luis Felipe Salomão votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Maria Isabel Gallotti.

Documento: 1651360 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 30/10/2017 Página 1 0 de 10

Vous aimerez peut-être aussi