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Infelizmente o Brasil não tem uma política pública eficaz de combate às drogas
porque a reduziu somente às investidas nos morros ou favelas, esquecendo que
a promoção de emprego, cultura, educação e lazer para adolescentes e jovens
são elementos vitais para este combate.
POLÍCIA E VIOLÊNCIA
Não de pode negar que uma parcela da população deseja uma polícia violenta.
São aquelas pessoas que julgam fazer parte da parte “boa” da sociedade. Por isso
vibram quando enxergam um criminoso morto. A partir desta ideia muitos
policiais reagem de forma violenta, mas muitos terminam mortos por vários
fatores. Primeiro porque o Estado lhes oferece equipamentos obsoletos (armas
de calibre inferior aos dos meliantes e veículos sem blindagem). Há denúncias,
inclusive de coletes à prova de balas vencidos ou de baixa qualidade. Outro fator
do aumento do número das mortes de policiais se dá pela baixa remuneração.
Muitos militares assumem trabalhos complementares (os bicos de segurança em
supermercados, lojas, etc.). Sem os equipamentos, embora obsoletos, quando
estão na tropa, sem eles nos trabalhos privados ficam muito mais expostos à
possibilidade da morte, uma vez que enfrentam criminosos com fuzis e outras
armas potentes.
Vários textos bíblicos irão proibir o assassinato (Ex 20,13; Dt 5,17) bem como a
cobiça da mulher e dos bens alheios (Ex 20,14.17; Dt 5,18.21). Para superar a
violência, o ser humano deverá estar sempre com a verdade (Ex 20,16; Dt 5,20).
A Lei de talião (olho por olho, dente por dente – Ex 21,24; Lv 24,20) estabeleceu
uma justiça proporcional ao mal praticado, sem que houvesse uma vingança
exagerada.
Quase um terço dos 150 Salmos da Bíblia trata sobre a violência individual e
testemunham a dor e a devastação causada pelos violentos (Veja como exemplo
os Sl 7,2-3; Sl 10,7-8; Sl 27,12).
NOVO TESTAMENTO
À luz da palavra definitiva de Deus que nos é dada por Jesus é que toda a
delicada temática da violência e da vingança na Bíblia recebe uma palavra
definitiva. Jesus diz:
“Ouvistes o que foi dito: amarás a teu próximo e odiarás a teu inimigo. Eu vos
digo: Amai os vossos inimigos e orais pelos que vos perseguem. Assim vos
tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus; pois ele faz nascer o seu sol sobre
maus e bons e cair a chuva sobre injustos e justos. Se amais somente aqueles
que vos amam, que recompensa tereis? Os publicanos não fazem a mesma
coisa? E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Os
pagãos não fazem a mesma coisa? Sede, portanto, perfeitos como o vosso Pai
celeste é perfeito” (Mt 5,43-48).
“Ouvistes o que foi dito: olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo:
não ofereçais resistência ao malvado. Pelo contrário, se alguém te bater na face
direita. Oferece-lhe também a esquerda” (Mt 5,38-42).
Nas bem-aventuranças, Jesus declara que aqueles que promovem a paz serão
chamados filhos de Deus (Mt 5,9). A promoção da paz se torna ministério de
todo cristão, uma paz deixada por Jesus:
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Não é à maneira do mundo que eu a
dou” (Jo 14,27).
“Nada que, de fora, entra na pessoa pode torná-la impura. O que sai da pessoa é
que a torna impura. Pois é de dentro do coração humano que saem as más
intenções: imoralidade sexual, roubo, homicídios, adultérios, ambições
desmedidas, perversidades, fraude, devassidão, inveja, calúnia, orgulho,
insensatez. Todas estas coisas saem de dentro e são elas que tornam alguém
impuro” (Mt 7,14-15.21-23).
É, pois, o coração do homem que precisa ser pacificado para que possa superar a
ideia que o outro é um risco a ser eliminado. A superação da violência passa
necessariamente pela conversão dos atos do homem que pressupõe uma
conversão do seu coração. A espiritualidade é apontada como um instrumento
necessário para este processo:
“Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem” (Mt 5,44).
“…brilhe a vossa luz diante das pessoas, para que vejam as vossas boas obras e
louvem o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,16).
“Acaso não temos nós o mesmo Pai? Não foi o mesmo Deus quem nos criou?
Por que, então, nos enganamos uns aos outros?” (Ml 2,10.16b)
“Para edificar a paz é preciso eliminar as causas das discórdias entre os homens,
que são as que alimentam as guerras e, sobretudo, as injustiças. Muitas delas
provêm das excessivas desigualdades econômicas e do atraso em lhes dar os
remédios necessários. Outras nascem do espírito de dominação e do desprezo
pelas pessoas” (GS n. 83).
Preocupado com a violência crescente, o então Papa Paulo VI, agora beatificado,
criou em 1968 a comemoração do dia mundial pela paz, celebrado sempre no
primeiro dia do ano. Na mensagem para o primeiro dia mundial da paz o Beato
Paulo VI falou da necessidade de um espírito novo, um novo modo de pensar o
homem e seus deveres e o seu destino, o qual por sua vez, se constrói com uma
nova pedagogia: a educação das novas gerações para o respeito mútuo, para a
fraternidade e para a colaboração entre as pessoas, em vista do progresso e do
desenvolvimento. Nesta ocasião, em vista disso, indica um conjunto de valores:
a sinceridade, a justiça, o amor, a liberdade das pessoas e dos povos, o
reconhecimento dos direitos da pessoa humana e da independência das nações.
E proclama com convicção:
“… do Evangelho pode brotar a paz, não para tornar os homens fracos e moles,
mas para substituir nas suas almas os impulsos da violência e da prepotência
pelas virtudes viris da razão e do coração dum humanismo verdadeiro!”
“Todos nós desejamos a paz; muitas pessoas a constroem todos os dias com
pequenos gestos; muitos sofrem e suportam pacientemente a dificuldade de
tantas tentativas para construí-la”.
CONCLUSÃO
Fraternidade e superação da violência indica um caminho. A misericórdia, sem
dúvida, indica caminhos novos e desafiadores: “Amai os vossos inimigos e fazei
o bem aos que vos odeiam. Falai bem dos que falam mal de vós e orai por
aqueles que vos caluniam. Se alguém te bater numa face, oferece também a
outra. Amai os vossos inimigos, fazei o bem e prestai ajuda sem esperar nada em
troca. Sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bondoso também para com os
ingratos e maus. Sede misericordiosos como vosso pai é misericordioso” (Lc
6,27-29.35-36).
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