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Fichamento Unidades 1 a 6
Atividade de Portfólio
Após a leitura dos textos sugeridos, faça um fichamento das Unidades 1 a 6 do Caderno de
Referência de Conteúdo de TORELLI, L. S.; PEREIRA, R. O. História Moderna I. Batatais: Claretiano,
2013. Para saber como o fichamento deve ser feito, acesso o site que se encontra disponível em:
<http://www.iuperj.br/index.php/pesquisa/tecnicas-de-estudo/fichamento>. Acesso em: 18 jul. 2016 e siga
o Modelo de Fichamento de resumo ou Conteúdo.
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de riqueza.
3. Sociedade estamental, onde a propriedade da terra é de uma classe privada, a da
nobreza, dos senhores feudais, que se apropriavam através de coação, do excedente
de produção dos camponeses que era exercida tanto nas terras do senhor feudal,
quanto nas terras arrendadas.
4. Apesar de haver uma hierarquia entre os senhores feudais e suas relações de
vassalagem, que os ligava por obrigações recíprocas, até um rei, mas o poder é
fragmentado entre os senhores feudais. É no mundo romano que está a origem dessas
relações políticas com o surgimento de instituições: clientela, patrocínio,
recomendação, imunidades.
5. O poder era diluído entre os senhores feudais, que tinham certa autonomia política,
relações econômicas e poderio militar, daí a descentralização do poder do rei.
6. Eram obrigações servis do servo para seu senhor, segundo Hilário Franco Junior
(1986):
1. Corveia: alternando 3 dias de trabalho por semana nas terras do senhor feudal.
2. Redevances: retribuições pagas em espécie ou moeda para diversos fins.
3. Dízimo ou tostão de Pedro, cobrado pela Igreja.
7. Síntese dos Períodos:
1. Séc. 5 a 9: comunidades isoladas e meios precários de produção.
2. Séc 9 a 10: estabelecimento do modo de produção feudal, início das cruzadas.
3. Sec 12 a 13: auge do modo de produção feudal, crescimento das relações
comerciais sob dinamizado pelo movimento das cruzadas tornando possível o
comércio de longa distância, criando novas rotas comerciais fluviais e marítimas,
surgem agências de comércio, surgimento das feiras, cidades mercantis, dos
burgos que eram cidades fortificadas, expressão de um acordo entre os senhores
feudais e a burguesia para proteção do mercado regional, adquirindo direitos
mediante a pagamento, surgimento das guildas para mutua assistência entre
profissionais artesãos aumento sensível da produção agrícola com novos métodos
e consequente aumento demográfico no final do séc. 13 sinais de início de
esgotamento.
8. Hilton (1977) demonstra que não é a Revolução Comercial na Idade Média que
derroca o sistema feudal porque o surgimento das cidades comerciais foi fruto de um
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nobreza. A Igreja não via o humanismo com bons olhos. No séc 14 Coluccio Salutati,
cristão, defendia a separação entre a ciência e a religião.
A burguesia se interessava por esse renascimento científico, uma avidez por
conhecimento, poder e lucro, pois o humanismo tinha uma visão mais pragmática do homem
e sua relação com a natureza, apoiado na crença nesta capacidade humana (e divina) de
transformar a natureza e com isso, de alguma forma, criar, produzir de acordo com sua
vontade e sobretudo, novamente citando: obter lucro.
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Cópia da Tabela Resumida que sintetiza a diferença entre os estilos medievais retirada
da Apostila: Renascimento Artístico: Nova Concepção Nas Artes Plásticas E Na Literatura
nas páginas 80 e 81.
Quadro 1i Comparação entre os estilos românico e gótico.
Características Românico Gótico
Época Séculos 11-12; até o 13 na Meados do século 12 a
Itália e Espanha fins do século 15
Local Sul europeu; abundância Norte europeu; rocha
de pedra; forte calcária; pouca luz, mas
luminosidade natural muita madeira para fundir
vitrais
Planta Cruciforme Cruciforme, com
valorização do transepto,
quase sempre também
com três naves
Fachada Horizontalidade; Verticalidade; leveza;
compacticidade; “fortaleza “relicário”
de Deus”
Estrutura Abóboda de berço; Abóboda ogival;
grossos pilares; paredes arcobotante; contraforte
largas externo
Decoração interna Elementos arquitetônicos Vitrais
(colunas, arcos, nervuras
etc.) e pintura mural
Escultura Integrada na arquitetura; Arte autônoma; certo
figuras estilizadas humanismo
Pintura Bidimensional, hierática, Até o século 13 presa ao
geométrica, ritmada românico, depois, início
do naturalismo na Itália
(Giotto)
Fundamentação Feudoclericalismo Desenvolvimento de
sociológica segmentos urbanos
Fundamentação filosófica Neoplatonismo Aristotelismo escolástico
agostiniano
Fundamentação religiosa Simbolismo Naturalismo
Fonte: Franco Junior (2001, p. 188).
A arte bizantina expressava a autoridade absoluta do imperador (representante de
Deus) e foi de grande importância no renascimento. Tinha como convenções por exemplo
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Quatrocento – século 15
Neste período o Renascimento atinge seu auge tanto cultural quanto comercial o que
permitia grandes investimentos na produção cultural. Florença sob o comando dos Medicis
que governam a cidade de 1434 a 1492, reassume a liderança do desenvolvimento cutural na
Itália. Lourenço de Medici, um dos maiores colecionadores de arte de seu tempo, funda a
Academia de Florença.
Tiveram destaques neste período:
1. A cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore, projeto de Brunelleschi.
2. Esculturas de Donatello
3. Pinturas de Masaccio (1401-1428)
De influência naturalista, ambos os autores acima, expressaram a escultura e pintura o
mais próximo do real. Os autores a seguir usaram perspectiva e o naturalismo para
expressarem suas obras:
1. Piero della Francesca (1416-1492)
2. Paollo Uccello (1396-1475)
3. Luca Signorelli e Andrea Nantegna
Neste mesmo período, Fra Angélico (1384-1455), revive o gótico, aproximando-se da
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arte de Giotto.
Neste período foram criados quadros de madeira e depois telas, facilitando o transporte
e seu comércio. Também a tinta à óleo foi criada neste período. A arte como mercadoria
vendável, era de interesse da burguesia.
Cinquecento – século 16
O Renascimento atinge seu auge com artistas como Leonardo da Vinci e Michelangelo,
cujas obras passaram a ser a base de identificação do estilo renascentista, ofuscando de seus
predecessores e sua influência ditaria os caminhos da arte no ocidente até o início do século
XX. O comércio não é tão prospero quanto do período anterior. A descoberta da América
desloca as atenções comerciais para Espanha e Portugal. Além disso a invasão da Itália por
Carlos V da Alemanha e Carlos VIII, da França interrompem o processo de criação.
Flandres
Erasmo de Roterdã (1467-1536), no campo da literatura, com a obra O elogio da
Loucura, obra fundadora do humanismo cristão. Alguns historiadores o consideram um
precursor do movimento protestantista do séc 16.
França
O Renascimento na França foi patrocinado principalmente pelos monarcas Luís XI
(1461-1483) e Francisco I (1515-1547), mas foi mais restrito em Paris. Margarida de
Navarra, irmã de Francisco I, funda o Colégio de França, onde lança bases para os estudos
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humanistas.
Inglaterra
Destacam-se Thoma Morus que escreveu Utopia (1516), e Francis Bacon, escreveu
Nova Atlântida (1614), obras importantes para o pensamento humanista, que imaginavam
uma sociedade ideal, de relações fraternais onde homens e mulheres vivem e trabalham
felizes tendo fartura e paz. Isso seria possível quando os homens permitissem que a razão os
governasse, expressando naturalmente a perfeição e o bem.
A partir da ascensão dos Tudor (1485), assinalando a formação do Estado Inglês, o
Renascimento teve início na Inglaterra com influência do calvinismo. As artes plásticas não
tiveram um desenvolvimento digno de nota. A literatura, o teatro com William Shakespeare,
um dos pais da dramaturgia moderna.
Alemanha
O Renascimento foi tardio, mas a burguesia ansiava por mecanismos de distinção,
portanto foi intenso. Albrecht Dürer, pintor, utilizando do gótico e da luminosidade
flamenga, traz uma contribuição pessoal de desenvolver traços psicológicos ao retrato.
Espanha
O contexto espanhol do Renascimento é peculiar. A sociedade é guerreira, católica e
aristocrática. Não há um desenvolvimento expressivo da burguesia. A contrarreforma e a
perseguição religiosa não deixaram as ideias do Renascimento florescerem entre os séc. 15 e
16. Além disso era forte a influência da arte muçulmana.
Miguel de Cervantes foi a expressão do humanismo na literatura, e Inácio de Loyola,
fundador da Cia. De Jesus.
Portugal
O Renascimento em Portugal, pegou os bons ventos da expansão maritma e teve
Francisco de Sá Costa (1495-1558), dramaturgo e escritor como seu expoente mais forte.
Suas idéias vão influenciar Luís Vaz de Camões (1524-1580) na poesia e no teatro Gil
Vicente (1470-1536).
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Portugal
A Reconquista da península ibérica foi decisivo para a centralização da monarquia
portuguesa e acontece entre os séculos 12 a 15. A primeira dinastia de reis portugueses
inicia-se com Afonso Henriques e segue por seus sucessores que procuraram equacionar a
relação de forças entre a Igreja, nobreza e a ascendente burguesia. Com Afonso III, foi
conquistado o reino de Algarve e consolidado a formação do território Português.
Em 1383 a 1385 ocorreu a Revolução de Avis, considerada por alguns historiadores
como uma revolução burguesa, segundo Fausto (2001) porém resulta no fortalecimento do
poder monárquico, no qual o rei D. João, mestre de Avis, com ajuda da burguesia e da massa
camponesa, derrota a nobreza aliada a Castela na batalha de Aljubarrota (1835).
É importante o papel de Portugal na recuperação econômica da Europa do séc. 15 pelo
início das Navegações.
Espanha
No início do séc 9, na região de Compostela, foi encontrado os restos mortais do
apóstolo Tiago, morto em Jerusalém e transladado para esta região, segundo a interpretação
cristã da época. Compostela, já era uma região que atraia peregrinações, por ser no “oeste”,
e onde havia cemitérios romanos e suevos. Com a descoberta, passa a se chamar Santiago de
Compostela e passa a receber milhares de peregrinos e com isso um impulso econômico,
com o aquecimento do comércio e de serviços aos peregrinos. Junto com os peregrinos e o
aquecimento comercial, a força militar também aumenta. Este é o cenário para uma guerra
santa de reconquista do território ibérico, que irá durar 4 séculos que começa a pender para o
lado dos cristãos, formando além do reino português os reinos de Leão, Castela, Aragão
Navarra, Barcelona e Catalunha.
Com o casamento de Isabel, rainha de Castela com o príncipe de Aragão, Fernando em
1469 ocorre a formação da Espanha. Em 1492 ocorre a tomada de Granada, último reduto
mouro. Em 1515 a anexação de Navarra. A Espanha a partir do séc 16. se torna o principal
reduto da recuperação da crise final do feudalismo.
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França e Inglaterra
A centralização monárquica da França e da Inglaterra ocorreram de uma maneira
diferente, com grande influência da Guerra de Cem Anos, que tem todas as características
dos conflitos da época feudal, e que acontece entre os anos de 1337 a 1453.
Inglaterra e França começaram a disputa pela região de Flandres, maior produtora de lã
da Europa, com manufaturas bem desenvolvidas e comprava lã dos senhores feudais
ingleses.
Os motivos da Guerra dos Cem Anos
1. A monarquia francesa tenta invadir Flandres o que significaria a interrupção do
comércio de lã entre a Inglaterra e Flandres.
2. A disputa entre os reis, onde os reis ingleses tinham territórios na França, sendo
vassalos dos reis franceses. E estes por último, temendo vassalos (os reis ingleses)
muito poderosos em seu território.
3. A sucessão causada pela morte de Carlos V, rei francês em 1328, sem deixar
herdeiros terminando a dinastia dos capetos. Havia duas linhas sucessórias, ambos
parentes de Felipe II, o belo:
1. Eduardo III, rei da Inglaterra.
2. Filipe de Valois, senhor feudal francês, apoiado pela nobreza francesa.
Em 1337, Felipe de Valois, assume o trono francês como Felipe IV e confisca as terras
de Eduardo III, argumentando quebra de contrato feudo-vassálico. Assim, Eduardo III
declara guerra a França.
Para Arrighi (1996), a Guerra dos Cem Anos é consequência de disputas comerciais
entre grupos capitalistas da época. O sinal de decadência do modelo medieval era a crise de
hegemonia do capital das cidades italianas e a Guerra dos Cem Anos ao longo dos séc. 14 e
15 é o surgimento de uma nova hegemonia capitalista conhecida como ciclo sistêmico de
acumulação holandês, deslocando o eixo político-econômico do Mediterrâneo para mais ao
norte do continente europeu.
Formação da França
No séc. 10, a Dinastia Capetíngia, com Hugo Capeto, chega ao poder e começa a
anexar os territórios dos senhores feudais que foram subordinados ao rei, e nos séculos
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seguintes até o 13, o estado francês será estruturado por essa dinastia:
1. Felipe Augusto (1180-1223): organiza o sistema tributário, conquista Champange e
Toulouse, o exército renova os compromissos da nobreza com o rei.
2. Luis IX (1226-1270): crescimento da burguesia, grande líder religioso, lidera e morre
em um cruzada. Enfraquecimento da nobreza. Criação de moeda única para todo
território francês.
3. Felipe IV, o belo (1285-1314): expulsão dos comerciantes estrangeiros pelo rei.
Conflito com o papa Bonifácio VIII por cobrança de impostos as propriedades da
Igreja, interfere na sucessão papal apoiando a Clemente V, onde a Igreja deixa Roma
e vai para Avignon, sob supervisão da monarquia francesa.
Formação da Inglaterra
Em 1066, Guilherme, o Conquistador torna-se rei da Inglaterra e exerce um poder
centralizador subordinando os nobres a si. Durante o reinado de Ricardo Coração de Leão,
que manteve-se distante de seu reino partindo para a Terceira Cruzada e João Sem Terra,
irmão de Ricardo, que sofre derrotas de Felipe Augusto da França e para o Papa Inocêncio
III, sendo que essas derrotas levaram a um enfraquecimento de seu poder e
consequentemente ao fortalecimento da nobreza, que o obriga a assinar a Magna Carta, que
foi um mecanismo de defesa da nobreza contra a monarquia, e em 1215, do qual o rei
reconhecida que sem a autorização do Grande Conselho formado por clérigos e nobres mais
importantes, não estaria autorizado a aumentar os impostos.
Uma nova revolta da nobreza entre os anos de 1216 e 1272, no reinado de Henrique
III, possibilitou a formação da Assembleia, que seria o prenúncio do Parlamento, com
representantes do clero, da nobreza e dos burgos.
No reinado de Eduardo III, entre 1327 e 1377 o Parlamento será instalado sendo divido
nas câmaras dos Lordes e a dos Comuns.
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para a ascensão da dinastia Tudor, absolutista, que começa com Henrique Tudor, casado com
Elisabeth de York e apoiado pela burguesia.
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2. Madeira, Porto Santo, Açores (1420), houve dispustas com Castela e Leão, que
colonizaram as ilhas Canárias.
3. Em 1434, Gil Eanes ultrapassa o cabo Borjador.
4. Na consta africana Serra Leoa (1450)
5. Arzila (1471)
6. Em 1474, o projeto de se chegar às Índias.
7. Em 1479, o Tratado de Alcáçovas, Portugal reconhece a soberania da Espanha
nas ilhas Canárias e a Espanha reconhece a soberania portuguesa nas demais ilhas
dos Atlântico sul, pelo princípio juridico do “mare nostrum” reconhecia o
monopólio de Portugal e Espanha sobre as terras descobertas nos mares excluindo
as demais nações cristãs, e que mais tarde é reforçado pelo Tratado de Tordesilhas
em 1494.
8. Em 1482, Diogo Cão descobre o Zaire.
9. Em 1488, Bartolomeu Dias dobra o cabo das Tormentas, entrando no Oceano
Índico, depois rebatizado de Cabo da Boa Esperança, por D. Manuel, rei de
Portugal.
10. Em 1498, Vasco da Gama, chega em Calicute, nas Índias, que mudaria o centro
do eixo comercial no continente europeu para Portugal. O carregamento que
Vasco da Gama trouxe das Índias teve um lucro de 60 vezes o custo da viagem.
11. Em 1500, Pedro Álvares Cabral, com a missão de estabelecer relações
diplomáticas e econômicas nas Índias, tem instruções para sair da rota, para
incorporar as “tão faladas terras do oeste”, sai com uma frota de 13 navios.
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Assim, Portugal garantiu o controle das águas do Atlântico Sul, rota para as Índias como
também todo litoral onde seria “descoberto” o Brasil.
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Por esses motivos o movimento reformista não foi mais um movimento de contestação
do abuso dos clérigos, que acabou sendo extinto como heresia, o incorporado pela igreja
como aconteceu a inúmeros movimentos durante a Idade Média.
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contemporâneos criticava os abusos cometidos pelo clero, o problema das indulgências que
além de reprovar as práticas, questionava os efeitos religiosos.
O papa Nicolau V, para construir a basílica de São Pedro, resolveu organizar uma
venda de indulgências. Lutero, indignado, fixou suas ideias, colocadas em 95 teses que
discordavam em vários pontos das práticas católicas, na porta da Igreja de Wittenberg em 31
de outubro de 1517. Na época, era comum que quando se queria debater sobre algo, fixar
suas ideias na porta das Igrejas. Essas teses se tornaram uma ameaça à autoridade de Roma.
Nicolau V, exige a retratação de Lutero, que nega, afirmando que o cristão, tinha o
direito de interpretar a Bíblia pelo Espírito concedido por Deus e além disso, rejeitou a
infalibilidade do papa em assuntos religiosos e dos concílios ecumênicos. Em 1521 é
excomungado e considerado herege.
Carlos V, imperador do Sacro Império Romano Germano (962-1806, território atual da
Alemanha) pelo édito de Worms, baniu-o de seu império e queima seus escritos, além de
tentar fazer os príncipes e as cidades luteranas a voltar ao Catolicismo. Eles protestam
contra essa tentativa de Carlos V e passam a ser chamados de “protestantes”.
Lutero recebe refúgio em pequenos Estados que tentavam se libertar de Carlos V, que
tinha como ambição transformar o império em uma monarquia absoluta. Suas ideias de que
o príncipe deveria exercer o poder civil absoluto e governar por direito divino, além de
passar a ter autoridade religiosa, agregar os bens eclesiásticos aumentando suas fortunas, são
bem recebida em muitos territórios alemães.
O príncipe Felipe da Saxônia, aplica as reformas protestantes permitindo o casamento
de pastores, proibição da veneração de santos, simplificando o culto, conserva o Batismo e a
Eucaristia e substitui o latim pelo alemão, a confissão não é obrigatória.
Essa mensagem Luterana se espalha rapidamente atraindo adeptos de todos os grupos
sociais.
Lutero não pretendia se separar da Igreja, apenas renová-la. O Luteranismo reforça o
absolutismo e consolida o poder dos príncipes sobre a Igreja e provoca a impulsão do
Capitalismo, deixando os comerciantes livres pela sua consciência a consultar o Evangelho,
e aos poucos a usura e o lucro deixam de ser pecados.
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Protestante
João Calvino e a Predestinação Da Salvação (p. 208 a 215)
TORELLI, L. S.; PEREIRA, R. O. História Moderna I. Batatais: Claretiano, 2013.
Calvino (1509-1564), teólogo cristão, foi um símbolo da Reforma e teve um papel
decisivo na sua expansão pela Europa. Possivelmente, segundo Elton (1982) converteu-se
por volta de 1530, quando tomou contato com o humanismo na Academia de Budé, que viria
a se tornar posteriormente o Collège de France.
Calvino, atinge a convicção da onipresença divina e que era um escolhido por Deus
para expor a verdade. Em 1533, Nicolau Cop, reitor da universidade, faz um sermão a partir
da doutrina de Lutero e entra em uma série de dificuldades. Calvino o apoia, tomando
partido da Reforma.
Francisco I, rei da França, queria casar seu filho Henrique com a sobrinha do papa
Clemente V, Catarina de Médicis e retira a proteção aos humanistas e reformadores. Escapa
da perseguição e viaja sob nome falso pelo interior da França, até a Basileia onde conhece
um grupo de homens com ideias semelhantes.
Em 1536, publica sua obra máxima que o converte em um chefe da religião reformista
“A instituição da Religião Cristã”.
A ênfase de seu pensamento:
1. Onipotência e onipresença divina;
2. Deus criou o mundo para que homem, sua criatura tivesse conhecimento dele.
3. A salvação e a vida eterna é algo secundário.
4. Centrando sua visão teológica em Deus e não no humano.
5. A fé, justifica o homem e as obras de nada adiantavam.
6. A fé é uma dádiva de Deus, por sua misericórdia, para que o homem chegasse
até Ele.
7. Aquele que chegasse até ele pela fé, é um predestinado.
Segundo Elton (1982, p. 173)ii sintetizando:
“Deus criou todas as coisas em perfeito conhecimento da queda, da
encarnação, da salvação de alguns e da danação de outros. Desde antes do começo
do tempo, Deus predestinara alguns homens para a salvação (eleição) e outros para
a danação (reprovação); o meio por Ele escolhido para a execução do decreto foi a
fé em Jesus Cristo, que, pela Sua Graça, concedeu aos eleitos e recusou aos
réprobos. Essa dupla predestinação é característica da essência do calvinismo,
embora Calvino não a tenha acentuado tanto como os seus seguidores o fariam”.
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Porém, Calvino não respondia sobre uma série de questões que surgem a partir da tese
de dupla predestinação:
1. Deus, deseja a queda e o pecado?
2. Pecando, o homem é vítima de sua natureza ou é escolha de Deus?
3. O homem tem livre arbítrio na escolha entre o bem e o mal?
4. Se essa escolha pudesse ser feita, haveria alguma relevância para sua salvação, já que
está predestinado.
Calvino atribuía essas questões aos mistérios de Deus e não as respondia, pois nenhum
homem conseguiria compreender. O homem nascia no pecado e poderia se tornar agradável
a Deus, mas isso não tem relevância no decreto Dele à sua predestinação. Só Deus sabia
quem eram os predestinados e seus destinos, e estes não poderiam perder sua graça. Os
eleitos, não eram santos na terra e a convicção de sua eleição pela fé não era prova de estava
predestinado a salvação. Mas como todos não sabiam, deviam viver nesta esperança da
salvação.
Segundo Elton (1982, p. 176), a visão de mundo de Calvino era estreita, e seu Deus era
um deus imbuído de terror. Há uma preparação para a disciplina e o esforço da luta contra o
pecado. Em essência o Calvinismo era uma fé severa e bem equipada para a guerra.
Foi convidado para morar em Genebra na Suiça onde funda uma nova corrente
protestante, e baseado em seus princípios conseguiu impor em 1541 normas rígidas de
conduta para a sociedade regulando a vida social e política das pessoas, as chamadas
“Ordenações Eclesiásticas”, que normatizavam o vestuário, o comparecimento à Igreja, os
costumes sexuais, e até aos negócios comerciais.
Obteve apoio da burguesia que se veria livre da Igreja Católica e a condenação por
acumulação de lucro e juros, começando a acumular mais capital. Principalmente após a
morte de Calvino, o calvinismo se torna a religião da burguesia, estabelecendo parâmetros
para o homem reconhecer os sinais divinos da predestinação. O sucesso é uma predestinação
que ocorre em decorrência do trabalho que é uma vocação divina. Portanto, para os
calvinistas, um sinal da graça da salvação era o enriquecimento pelo trabalho que não só
aceitava o juros e o lucro como os transforma em um sinal da escolha predestinada de Deus.
Segundo Marx Weber, a ética protestante calvinista libera os seguidores para investir
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em atividades lucrativa como bancos, industria têxtil, comércio e portanto está intimamente
ligada ao desenvolvimento do Capitalismo nos séc 16 e 17 pela aceitação do lucro,
condenados pela Igreja Católica, e noção de progresso, sucesso individual, forma as bases
para o fortalecimento da economia capitalista.
Um outro elemento central no pensamento calvinista era a extrema valorização do
trabalho que era vista como forma de salvação e pelo trabalho se glorificava a Deus. Uma
vez que a moral calvinista proibida dançar, festejar, jogar, o luxo, e libertinagem, a vida dos
calvinistas giravam em torno do trabalho de forma disciplinada, evitando desperdiçar um
minuto sequer, pois isso seria uma desonra a Deus.
A riqueza adquirida pelo trabalho e acumulada não deveria ser gasta em coisas
supérfluas, mas reinvestida na criação de novas formas de trabalho, em outras palavras o
capital acumulado deve ser reaplicado em uma nova forma de capital produtivo.
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Os Anabistas
Nas lutas camponesas que aconteceram na Alemanha, um dos movimentos importantes
foi o Anabatismo. Lutero se posicionou contrario ao movimento.
Thomas Müntzer (1489-1525), téologo alemão, um dos líderes anabistas e uma figura
importante na época da Reforma Protestante, defendia a separação da Igreja e Estado, e
ainda sem a subordinação da Igreja ao Estado.
Pregava contra a exploração social dos ricos, e lutava por uma igualdade social,
buscando a cristianização do mundo, mas fazia isso através da violência.
Em 1525, Müntzer e Heinrich Pfeiffer, lideraram uma grande revolta na Alemanhã, se
estendendo do Tirol até Alsácia, juntando forças camponesas, mineiros, homens
empobrecidos, os proletários das cidades. Centenas de camponeses foram mortos. Müntzer é
preso e decapitado no mesmo ano.
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O papa ainda pediu aos príncipes que as ordenações do Concílio tivessem o caráter de
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leis do Estado. Itália, Polônia, Portugal e Santo Império Germânico aceitaram sem reservas
este pedido. Espanha acolheu, mas não aceito decretos sobre à disciplina. Países Baixos
aceitaram com modificações na disciplina.
Na França, as ordens do concílio nunca foram ratificadas. Os movimentos protestantes
eram fortes.
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Além disso durante todo período colonial a educação das crianças da colônia,
principalmente dos senhores de engenho, estavam a cargo desta ordem.
O Santo Ofício
Com a Reforma Protestante, o Tribunal do Santo Ofício criado na Idade Média para
combater manifestações contra a Igreja.
Em 21 de julho de 1542, o arcebispo de Nápoles Gian Pietro Carafa, ferraz opositor da
doutrina luterana, assegurou a promulgação da bula “Licet ab initio” pelo então papa Paulo
III, que reformava a Inquisição na Itália.
Carafa, se tornaria Paulo IV (1555-1559), tornou-se inquisidor-mor na Itália, seguindo
os modelos da Inquisição francesa e espanhola para a erradicação da doutrina luterana A
inquisição nos sécs. 16, 17 e 18 atingiu seu apogeu de crueldade.
Qualquer dúvida sobre a perfeição do papa e da Igreja também era motivo para ser
apreciado a Inquisição. Podia-se ser delatado, ou mesmo um rumor levá-lo à Inquisição.
Giordano Bruno e Galileu Galilei estiveram entre eles. Galileu Galilei, negando sua própria
teoria escapou da morte. Espiões ajudavam a “encontrar” os acusados. Eram chamados de
“familiares”.
O avanço da Inquisição na Itália teve como consequências a estagnação das ideias
humanistas. Seus pensadores que se amedrontavam a quem quer que fosse ousar pensar
sobre a natureza das coisas e se exilaram ou se conformaram com a ideia que lhes era
imposta.
A censura foi implantada. A publicação de livros podia ser perigosa e muitos
governantes apoiaram essa decisão. A imprensa era controlada pela Inquisição que
percebiam na imprensa uma arma para a manutenção da ordem e da autoridade estabelecida.
Professores das universidades também defendiam a Igreja, retardando a divulgação das
descobertas como a tese heliocêntrica de Nicolau Copérnico e comprovada por Galilei.
Muitos livros foram queimados. Em 1543, Carafa publicou uma lista dos livros que não
concordava e em 1559 foi publicado o Index Librorum Prohibitorum, uma lista de livros que
deveriam ser retirados de circulação e queimados.
O Index, também contevem em suas páginas obras de pensadores como Maquiavel,
Locke, Hobbes, Descartes, Hume, Kant, Voltaire, Alexandre Dumas, Daniel Defoe, Victor
Hugo, Émile Zola, Balzac e Flaubert ao longo de sua história.
41 - 43
História Moderna
Em Portugal, o motivo da Inquisição era a alegação de que os judeus que ali viviam
não eram verdadeiros cristãos e a função do tribunal era vigiar e punir as dúvidas ou
contestações à Igreja. Em Portugal ocorreu uma retração do desenvolvimento comercial, já
que muitos judeus que ali viviam foram obrigados a abandonar o território levando consigo
suas fortunas e aplicá-las sobretudo no norte da Europa.
Também houve um fechamento ao saber externo e o conhecimento também foi
prejudicado que teve influências no Brasil, como a proibição de imprensa, universidades e
limitação de livros.
Bibliografia do Fichamento:
Notas Finais:
42 - 43
i TORELLI, L. S.; PEREIRA, R. O. História Moderna I. Batatais: Claretiano, 2013. Esta tabela foi copiada por
sua utilidade e importância no estudo comparativo entre os estilos, tornando irrelevante e sem sentido um texto
explicativo.
ii Citação fundamental para entender a predestinação de Calvino.