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1ª edição
Belém-PA
2010
© 2010 direitos reservados à Diretoria de Portos e Costas
____________ exemplares
o
Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto n 1825, de 20 de dezembro de 1907
IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL
2
SUMÁRIO
1 FUNDAMENTOS DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL ................................................ 5
1.1 Aspectos iniciais .................................................................................................... 5
1.2 Evolução das técnicas industriais .......................................................................... 6
1.3 Elementos da automação industrial ...................................................................... 8
1.4 Impacto da automação na sociedade .................................................................... 9
1.5 Automação aplicada a navios.............................................................................. 10
1.6 Elementos da automação industrial .................................................................... 14
3
7 AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS EM NAVIOS ........................... 208
7.1 Sistemas de ar de controle ................................................................................ 208
7.2 Sistema de gás inerte ........................................................................................ 211
7.3 Sistemas de controle do MCP ........................................................................... 212
7.4 Sistemas de controle em caldeiras .................................................................... 215
7.5 Sistemas de controle para tratamento de águas ............................................... 217
ANEXOS..................................................................................................................223
4
1 FUNDAMENTOS DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
5
1.2 Evolução das técnicas industriais
A necessidade de aumentar a produção e a produtividade industrial deu
origem ao surgimento de uma série de inovações tecnológicas: máquinas modernas,
capazes de produzir com maior precisão e rapidez em relação ao trabalho feito à
mão; utilização de fontes alternativas de energia, como o vapor, inicialmente
aplicado a máquinas em substituição às energias hidráulica e muscular.
Durante o século XX, os computadores, servomecanismos e controladores
programáveis passaram a integrar a tecnologia da automação industrial. Então, os
computadores passaram a ser os pilares de sustentação de toda a tecnologia da
automação contemporânea.
A necessidade de automatizar cálculos, evidenciada inicialmente no uso de
ábacos pelos babilônios, entre 2000 e 3000 a.C., a invenção da régua de cálculo e,
posteriormente, da máquina aritmética, que efetuava somas e subtrações por
transmissões de engrenagens foram alguns dos fatores diretamente relacionados
com as idéias para criação do computador. De todas as descobertas humanas é a
álgebra booleana, desenvolvida por George Boole, que estabelece os princípios
aplicados às operações internas dos computadores (princípios binários).
Atualmente os computadores têm aplicação em praticamente todas as áreas
do conhecimento e atividade humana. Por exemplo, ao entrarmos num banco para
retirar um simples extrato somos obrigados a interagir com um computador da
seguinte forma: passamos o cartão magnético, informamos nossa senha e em
poucos segundos obtemos a movimentação bancária impressa. Esse procedimento
cotidiano é ilustrado na figura a seguir.
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Tabela 1- Evolução das técnicas de automação industrial.
Época Inovação tecnológica
1788 James Watt desenvolveu um mecanismo de regulagem do fluxo de vapor em máquinas.
O setor industrial passou a utilizar a energia elétrica. Esse fato trouxe bastante progresso ao
1870
setor de transportes ferroviário e naval.
Herman Hollerith desenvolveu um novo método, baseado na utilização de cartões perfurados,
para automatizar algumas tarefas de tabulação do censo norte-americano. Os dados foram
1880 contabilizados em apenas seis semanas (antes disso, levavam 10 anos).
O uso dessa tecnologia foi a base de criação da máquina IBM, bastante parecida com o
computador.
Foi desenvolvido o primeiro computador de grande porte, completamente eletrônico. O Eniac,
como foi chamado, ocupava mais de 180 m² e pesava 30 toneladas. Funcionava com
válvulas e relés que consumiam 150.000 watts de potência para realizar cerca de 5.000
1946
cálculos aritméticos por segundo.
Esta invenção caracterizou o que seria a primeira geração de computadores, que utilizava
tecnologia de válvulas eletrônicas.
John T. Parsons desenvolveu uma máquina-ferramenta com movimento controlado com
cartões perfurados. Após a demonstração desse invento, a força aérea americana patrocinou
1948 uma série de projetos de pesquisa, coordenada pelo laboratório de servomecanismos do
Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT). Alguns anos mais tarde, o MIT desenvolveu
um protótipo de uma fresadora com três eixos dotados de servomecanismos de posição.
Nasceu a idéia da computação gráfica interativa (forma de entrada de dados por meio de
símbolos gráficos com respostas em tempo real). O MIT produziu figuras simples por meio da
anos 50
interface de tubo de raios catódicos (idêntico ao tubo de imagem de um televisor) com um
computador.
Surgiu a 2ª geração dos computadores, construídos com transistores. Esses componentes
não precisavam ser aquecidos para funcionar, consumiam menos energia e eram mais
1952
confiáveis do que as válvulas. Seu tamanho era cem vezes menor que o de uma válvula,
permitindo que os computadores ocupassem menores espaços.
Um robô programável foi projetado por George Devol, que mais tarde fundou a fábrica de
1954 robôs Unimation. Poucos anos depois, a General Motors Corporation (ou GM) instalou robôs
em sua linha de produção para soldagem de carrocerias.
1959 A ou GM começou a utilizar a computação gráfica em seu meio de produção.
Começou a ser utilizado o termo CAD (do inglês Computer Aided Design ou “Projeto
Auxiliado por Computador”) para indicar os sistemas gráficos orientados para projetos.
Porém, essa década foi o período mais crítico das pesquisas na área de computação gráfica
anos 60
interativa. Naquela, a grande novidade da pesquisa foi o desenvolvimento do sistema
sketchpad, o qual possibilitou a criação de desenhos e alterações de objetos de maneira
interativa, num tubo de raios catódicos.
7
Tabela 1- Evolução das técnicas de automação industrial (continuação).
Época Inovação tecnológica
Os primeiros frutos das pesquisas desenvolvidas na década anterior começaram a surgir.
anos 70 Setores governamentais e industriais passaram a reconhecer a importância da computação
gráfica como forma de aumentar a sua produtividade
Surgiram os chamados chips (circuitos integrados em escala muito grande - VLSI). Os
mesmos foram utilizados na construção da quarta geração de computadores (computadores
1975
pessoais, de tamanho reduzido e baixo custo de fabricação) capazes de realizar 50 milhões
de cálculos por segundo no mesmo tempo em que o Eniac fazia apenas 5 mil cálculos.
Deu-se inicio às pesquisas voltadas à integração e/ou automatização dos diversos elementos
de projeto e produção industrial a fim de se desenvolver o ambiente industrial moderno.
As principais metas das pesquisas nessa época foram: a expansão das aplicações dos
anos 80
sistemas CAD/CAM (Projeto e Manufatura Auxiliados por Computador) e a modelagem
geométrica tridimensional com mais aplicações de engenharia (CAE – Engenharia Auxiliada
por Computador).
O grupo ISA formou o SP50 Fieldbus Committee para desenvolver um padrão de
1990 comunicação para integração dos vários tipos de dispositivos de campo utilizados na
automação industrial.
Atualmente os processos industriais estão interligados a sistemas de supervisão que
dias
possibilitam gerenciar e interferir nos mesmos a partir de uma sala de controle. Essa área
atuais
ainda está em plena expansão.
8
exemplo: num sistema de controle de nível o controlador é o elemento responsável
por abrir e fechar uma válvula para abastecer uma caixa d’água.
O elemento comparador também é denominado de elemento de decisão e é
aquele responsável por comparar os valores medidos com valores preestabelecidos
no processo industrial e informar o elemento de controle a fim de que este tome a
decisão de quando atuar no sistema. Como exemplos, podemos citar os termostatos
e os programas de computadores.
Os programas contêm informações de processo e permitem controlar as
interações entre os diversos componentes. Os programas também são denominados
de “softwares”, são conjuntos de instruções lógicas, organizadas de maneira
sequencial, que indicam ao controlador a função que o mesmo deve desempenhar.
9
1.5 Automação aplicada a navios 3NB 29/01/2018
A automação aplicada na indústria naval está presente em dois níveis: na
construção e na operação do navio. Tem como objetivos principais: minimizar o
esforço humano, aumentar a qualidade, diminuir custos e aumentar a segurança e a
comodidade.
A automação naval teve seu início na indústria naval japonesa. Em meados
da década de 60 (século passado), os construtores de navios do Japão passaram a
possuir a maior e mais moderna indústria naval do mundo, porém os fatores
econômicos do Japão naquela época (inflação elevada) e os altos salários dos
trabalhadores altamente qualificados forçaram a substituição da mão-de-obra por
técnicas de fabricação automatizadas. A partir de então, os estaleiros japoneses
passaram a construir embarcações em módulos, através do método de construção
em blocos, o que permitiu uma redução altamente significativa no tempo de
construção de um navio. Com o passar dos anos e o desenvolvimento acelerado dos
dispositivos de instrumentação e controle industrial essas técnicas passaram a ser
incorporadas também na operação da embarcação.
Em nível da operação de navios, a automação envolve os seguintes aspectos
principais:
• sistemas navegação;
• gestão dos motores;
• controle e monitoração da carga;
• gerenciamento de energia e de potência; e
• posicionamento dinâmico.
10
Figura 3 - Exemplo de interligação do sistema de navegação de um navio
11
Figura 4 - Exemplo de sistema de controle e monitoramento de carga para navios
12
Este sistema é muito utilizado nas operações “off-shore” da indústria do
petróleo para posicionamento de navios-tanque com precisão para trabalhos tais
como perfuração de poços, mergulho, construção etc. No Brasil, a Petrobrás é a
pioneira na utilização desse tipo de sistema na exploração e produção de petróleo
em águas profundas.
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3ND01/022017
1.6 Elementos da automação industrial
1.6.1 definições
Vamos iniciar este item de estudo apresentando conceitos básicos de
fundamental importância para os sistemas de automação industrial.
a) sistema
É o conjunto de elementos dinamicamente relacionados entre si, formando
uma atividade para atingir um objetivo, operando com entradas (informações,
energia, dinheiro, materiais) e fornecendo saídas processadas (modificadas).
b) processo
É conjunto sequencial e peculiar de ações que objetivam atingir uma meta. É
usado para criar, inventar, projetar, transformar, produzir, controlar, manter e usar
produtos ou sistemas. Na indústria em geral, processos são procedimentos
envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da manufatura de um
ou vários itens, usualmente em grande escala.
c) comando
É uma etapa num sistema, mediante o qual uma ou mais grandezas de
entrada influenciam uma ou mais grandezas de saída, de acordo com as
características proprias deste sistema.
Um comando não prevê meios para as grandezas de saída atuarem nas
entradas no sentido de se garantir às mesmas os valores desejados. Dessa forma,
perturbações externas ao sistema, como variações de temperatura e forças de
trabalho não conseguem ser compensadas ou corrigidas pelos comandos.
Quanto aos tipos de comando, podemos ter: comando manual, mecânico,
pneumático, hidráulico, elétrico ou uma combinação destes. Dessa forma, num
sistema de comando, as grandezas de entrada podem ser externas ou internas ao
sistema. As grandezas externas podem ser provenientes de válvulas manuais,
botoeiras, interruptores, chaves e sensores diversos. Por sua vez, as grandezas de
entradas internas podem ser provenientes de chaves fins de curso e demais
sensores do próprio sistema que podem ter seus valores alterados ao longo do
processo. Por outro lado, as grandezas de saída de um comando têm como função
14
produzir acionamentos ou outras manifestações externas através de atuadores como
cilindros, motores, bombas, lâmpadas, válvulas, posicionadores etc.
d) controle
É o processo, num sistema, onde o valor de uma grandeza de saída a ser
controlada é continuamente comparado com o valor de referência (valor desejado).
O resultado dessa comparação atua na entrada do sistema de tal forma que a sua
saída apresente o valor desejado na variável controlada.
e) servomecanismo
É todo mecanismo construído para cumprir sozinho certo programa de ação,
executando seu próprio trabalho a partir de ordens que lhe são dadas. Geralmente,
um servomecanismo é a associação da mecânica com a eletrônica, portanto, os
servomecanismos são sistemas mecânicos controlados eletroeletrônicamente.
g) transmissores
É o elemento que transforma a medida do sensor em um sinal padronizado
que pode ser transmitido e interpretado pelo controlador. Muitas vezes o transdutor é
denominado de transmissor de sinal e em muitos casos, o próprio transmissor é
também o elemento sensor.
3NC 31/01/2017
h) elementos finais de controle 3NB 30/01/2017
15
física controlada. São também denominados de atuadores. Estão conectados às
saídas dos controladores de processos. Também são dispositivos instalados no
campo.
i) robótica
O termo robótica foi utilizado pela primeira vez na peça de teatro R.U.R.
(Rossum's Universal Robots) estreada em janeiro de 1921 na cidade de Praga. Mais
tarde teve sua popularização em 1948 através do escritor de ficção cientifica Isaac
Asimov, em seu livro "I, Robot" (Eu, Robô).
Atualmente a robótica é o ramo da tecnologia que engloba mecânica,
eletrônica e computação, que atualmente trata de sistemas compostos por máquinas
e partes mecânicas automáticas e controlados por circuitos integrados, tornando
sistemas mecânicos motorizados, controlados manualmente ou automaticamente
por circuitos elétricos.
Esta tecnologia, hoje em dia adotada por muitas fábricas e indústrias em todo
o mundo, tem obtido, de um modo geral, êxito em questões levantadas sobre a
redução de custos e aumento de produtividade, porém trouxe consigo vários
problemas trabalhistas com funcionários e aumento do desemprego.
j) cibernética
É o ramo da ciência que estuda e desenvolve técnicas de comunicação e
controle, sejam do homem e demais seres vivos ou do homem com as máquinas.
Sendo a comunicação definida como sendo a troca de informações entre o sistema e
o seu meio, e dentro do próprio sistema, então, a cibernética é uma tentativa de
compreender a comunicação e o controle de máquinas, seres vivos e grupos sociais
através de analogias com as máquinas cibernéticas (servomecanismos).
Estas analogias só são possíveis para a cibernética, pois esta estuda o
tratamento da informação no interior destes processos através de codificação,
decodificação, retroação ou realimentação (feedback), aprendizagem etc.
k) diagrama em blocos
Através de um diagrama em blocos tem-se uma visão geral de que forma os
componentes do sistema estão interagindo entre si. Cada função principal
desempenhada pelo sistema é definida como um bloco e é representada por um
16
desenho específico de acordo com a aplicação. A interligação entre cada bloco é
representada através de uma linha.
Os diagramas em bloco são utilizados para que possamos compreender
como um determinado sistema funciona e como estão interligadas as suas ações.
Dessa forma, temos uma rápida e geral visão das sequências dessas ações, ou
seja, através dos diagramas em blocos podemos compreender os processos
presentes num sistema.
Na indústria, em geral, o diagrama em blocos é uma ferramenta de auxílio
para projetistas, instaladores, equipe de manutenção e operadores dos sistemas.
Através desse tipo de representação, é possível conhecer de que forma os diversos
automatismos estão conectados e também identificar as sequências das ações
desses automatismos.
Um exemplo de diagrama em blocos é apresentado na figura 7.
l) automação e automatização
De acordo com as definições anteriores, um sistema de controle é dito
automático quando os mecanismos que verificam seu próprio funcionamento
efetuam medições e introduzem correções sem a necessidade de interferência
humana.
É bastante comum confundir os termos automatismo e automação.
Automatismo é um simples sistema destinado a produzir a igualdade de esforço
físico e mental e um maior volume de trabalho; a automação é a associação
organizada dos automatismos para execução dos objetivos do progresso humano.
A automação diminui os custos e aumenta a velocidade da produção. Hoje
em dia está presente em diferentes ramos de atividades do homem, desde a
medicina até a astronomia, ampliando a capacidade de interação com a natureza e
os processos.
A automação industrial visa, principalmente, a produtividade, qualidade e
segurança em um processo. Pode-se afirmar que todo processo pode, de alguma
forma, ser automatizado; então, a decisão entre a utilização da automação torna-se
uma questão mais de ordem econômico-financeira que propriamente técnica. Ao
longo dos anos a automação tem provocado uma série de mudanças no ambiente
de trabalho como:
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• redução no nível de emprego de atividades repetitivas e/ou que requerem
pouca qualificação;
• desaparecimento de algumas profissões;
• aumento da qualidade e padronização de produtos; e
• redução de custos de produção entre outras.
3NA01/022017
1.6.2 características do controle automático
Seja o exemplo de sistema de controle de nível representado na figura 6.
Observe que sempre ocorrerá um escoamento na parte inferior do tanque. Então,
suponha que se deseja manter o nível de água em 50% da capacidade do tanque.
Para isso, um operador deve monitorar a altura da coluna de água. Caso o nível de
água esteja abaixo do valor desejado (50%), o operador deve abrir a válvula de
entrada para que o tanque seja abastecido com água. Porém, quando o nível se
aproximar (ou se igualar ou ainda ultrapassar) ao valor desejado, o operador deve
fechar a válvula de entrada. Dessa forma, o tanque tende a esvaziar e o operador
deverá, então, abrir novamente a válvula de entrada. Esse ciclo de operação deverá
ser repetido tanto quanto for necessário.
18
Figura 7- Representação do sistema de controle de nível
através do diagrama em blocos da malha de controle
19
O sinal de erro é calculado pelo bloco detector de erro e é aplicado à entrada
do bloco controlador.
Para o exemplo analisado até este momento, o erro corresponde à diferença
visual entre o valor do nível de água desejado e o valor do nível de água observado
pelo operador.
A variável manipulada corresponde ao sinal de saída do bloco controlador
da malha de controle. Também é denominada de sinal de controle ou sinal de
correção ou sinal da lei de controle ou sinal da ação de controle, e pode ser
abreviada pelo termo VM.
A VM é um sinal de correção aplicado ao atuador a fim de alterar o valor da
variável de processo fazendo com que o valor desta seja igual ou aproximadamente
igual ao valor do set point e sofre influência direta do controlador. Em outras
palavras, cada tipo de controlador produz um tipo de sinal para variável manipulada
que por sua vez irá corrigir a variável de processo. Essa correção terá maior ou
menor precisão e maior ou menor velocidade dependendo dos ajustes feitos no
controlador.
Nota: maiores detalhes sobre este assunto serão abordados no terceiro
capítulo.
20
b) hardware da malha de controle
O hardware da malha de controle é formado por dispositivos e equipamentos
(automatismos) interligados com o objetivo de operar o sistema de controle
automático.
Conforme mostra a figura 7, o hardware da malha de controle possui 6 (seis)
elementos. São eles: detector de erro, controlador, atuador, planta ou processo,
sensor e linhas de transmissão. Vamos a essas definições!
O detector de erro tem a função de calcular o valor do sinal de erro da malha
de controle. Também pode ser denominado de bloco comparador ou somador.
O controlador tem a função de determinar as “tomadas de decisões”
necessárias para corrigir o valor da variável de processo. As “tomadas de decisões”
correspondem ao cálculo do sinal da variável manipulada. Em outras palavras, o
controlador é o responsável por produzir um sinal que será entregue ao atuador a
fim de que este altere o valor da variável de processo de tal forma que ela se iguale
ou se aproxime do valor de set point.
O controlador é um equipamento que pode ser hidráulico, pneumático ou
eletrônico. E, conforme sua ação de controle pode ser: ON-OFF, proporcional,
integral, derivativo ou uma combinação dos três últimos.
Existe uma grande variedade de controladores no mercado sendo que
aqueles que apresentam uma maior eficiência e versatilidade são os controladores
lógicos programáveis. Estes, de acordo com seus recursos disponíveis, podem
executar, através de um programa usuário, qualquer uma das ações de controle
citadas no parágrafo anterior e ainda executar temporizações, contagens,
acionamentos sequenciais de motores, operações aritméticas, etc.
A figura 8 mostra alguns modelos de controladores utilizados na indústria.
21
O atuador é o dispositivo responsável pela execução da ação de controle
calculada pelo controlador. Em outras palavras, o atuador recebe o sinal da variável
manipulada, proveniente do controlador, e executa um trabalho que irá causar uma
alteração no valor da variável de processo. Também recebe o nome de elemento
final de controle (E.F.C.).
Os atuadores são dispositivos que podem ser comandados através de sinais
pneumáticos, hidráulicos ou eletrônicos.
A figura 9 mostra alguns tipos de atuadores industriais: bombas, motores,
válvulas e pistões.
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Figura 10- Modelos de sensores industriais
3NC03/02/2017
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realizado pelo motorista quando o veículo estiver subindo ou descendo uma
lombada, por exemplo.
Agora imagine que o mesmo automóvel está sem velocímetro. O que o
motorista deverá fazer para controlar a velocidade do veículo?
Resposta: Para manter a velocidade do veículo constante, o motorista deve
estimar com qual força ele deverá pisar no pedal do acelerador e manter essa força.
Dependendo da experiência do motorista a velocidade final se manterá próxima do
valor desejado, porém somente com muita sorte ele conseguirá manter a velocidade
real próxima do valor desejado.
Nota: esse tipo de controle recebe o nome de controle em malha aberta, pois
o valor da variável de processo não pode ser observado (ou medido) pelo operador
(ou controlador) e, portanto, não retorna à entrada da malha de controle.
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24
Figura 12- Diagrama em blocos da malha de controle automático
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3NA02/0/2017
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máquina a vapor. Surgiram, então, os primeiros instrumentos de medições
industriais para indicar a pressão de vapor nas caldeiras. Esse instrumento de
medição possibilitou a diminuição do número de acidentes de trabalho que ocorriam
frequentemente devido às constantes explosões das caldeiras.
Ao término da década de 30 (mais precisamente por volta de 1938), surgiram
os primeiros equipamentos de controle automático. Estes utilizam como fonte de
energia um fluido hidráulico pressurizado e, por essa razão, foram denominados
controladores hidráulicos.
Posteriormente, surgiram os controladores pneumáticos. Estes, por sua vez,
utilizam o ar comprimido como fonte de energia.
No início da década de 50, surgiram os instrumentos eletrônicos analógicos.
Graças ao surgimento da eletrônica dos semicondutores, os instrumentos
pneumáticos passaram a ser substituídos gradativamente pelos instrumentos
eletrônicos nos processos onde não existia o risco de explosão.
Atualmente, as indústrias de um modo geral estão automatizando suas
plantas/processos com sistemas eletrônicos microprocessados, como transmissores
inteligentes, controladores lógicos programáveis, sistemas Fieldbus e sistemas
supervisórios diversos.
A fabricação dos instrumentos eletrônicos evoluiu a ponto de tornar os riscos
de explosões bastante reduzidos. Dessa forma, os instrumentos eletrônicos irão
gradativamente ser aplicados também nas áreas com risco de explosão.
A evolução dos instrumentos industriais para medição, registro e controle das
diversas variáveis de processo das plantas/processos industriais tem colaborado
com o aumento da responsabilidade das equipes envolvidas na instalação e
manutenção desses instrumentos. Por isso, se faz necessário investir,
consideravelmente, recursos financeiros em pesquisas e treinamento, pois, para se
obter as vantagens que a instrumentação industrial proporciona, os equipamentos
devem ser instalados, supervisionados e mantidos em operação por pessoas
devidamente qualificadas.
27
2.2 Características das medições
Medir uma variável equivale a comparar a quantidade envolvida da grandeza
associada a esta variável com uma quantidade estabelecida previamente como
padrão.
A medição das variáveis envolvidas no processo é uma etapa fundamental
em qualquer sistema de controle; afinal, não se pode controlar aquilo que não se
pode medir, mesmo que, às vezes, esta medição ocorra de forma indireta.
Medida é o nome dado ao processo que nos permite atribuir um valor
numérico a uma propriedade física resultante de uma comparação entre quantidades
semelhantes, sendo uma delas padronizada e adotada como unidade. Associadas a
esse valor numérico, temos as unidades de medidas.
Uma unidade de medida é uma grandeza usada como termo de comparação
para medições de grandezas de mesma espécie. A unidade de medida é o termo
que qualifica e caracteriza a grandeza física no processo de medição. Por exemplo:
massa – kg (quilograma)
As unidades de medidas são estabelecidas pelo Sistema Internacional (SI).
Este sistema compreende 7 (sete) unidades fundamentais, 2 (duas) suplementares,
unidades derivadas, múltiplos e submúltiplos de unidades, além de outras unidades
admitidas sem restrições de prazo ou temporariamente.
As unidades fundamentais do sistema internacional são aquelas que não são
derivadas de nenhuma outra unidade. São elas: metro (comprimento), quilograma
(massa), segundo (tempo), ampère (corrente elétrica), Kelvin (temperatura
termodinâmica), mol (quantidade de matéria) e candela (intensidade luminosa). A
tabela a seguir mostra alguns exemplos de unidades de medidas que, embora fora
do sistema internacional, são bastante utilizadas.
28
As medidas de grandezas físicas podem ser classificadas em duas
categorias: medidas diretas e indiretas.
A medida direta de uma grandeza é o resultado da leitura de uma magnitude
mediante o uso de um instrumento de medida, como por exemplo, um comprimento
com uma régua graduada, ou ainda a de uma corrente elétrica com um amperímetro,
a de uma massa com uma balança ou de um intervalo de tempo com um
cronômetro.
Por outro lado, uma medida indireta é aquela que resulta da aplicação de
uma relação matemática que vincula a grandeza a ser medida com outras
diretamente mensuráveis. Como por exemplo, a medida da velocidade média de um
carro pode ser obtida através da medida da distância percorrida e do intervalo de
tempo.
Os medidores também podem ser classificados em medidores contínuos e
medidores descontínuos. 3ND06/02/2017
2.3.1 sensor
É todo instrumento de medição capaz de responder a um estímulo físico e
produzir um sinal que permita a indicação do valor desse estímulo de forma direta.
Sendo que o valor detectado se torne legível pelo homem. Por exemplo: um
termômetro de coluna líquida de mercúrio utilizado nos hospitais.
Um sensor pode ainda ser classificado de acordo com o tipo de energia que
detecta. Assim temos: sensores ópticos, magnéticos, capacitivos, mecânicos,
ultrassônicos, eletromagnéticos etc.
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2.3.2 transdutor
É um dispositivo que recebe um sinal e o retransmite, sem que haja a
conversão de energia. Porém, costuma-se definir o elemento transdutor como sendo
o instrumento de medição capaz de detectar uma grandeza física e transformá-la em
outro tipo de energia. Dessa forma, pode-se definir um transdutor como sendo todo
instrumento de medição que realiza medida indireta.
Quanto à forma de energia, os transdutores podem ser: elétricos,
pneumáticos, hidráulicos etc.
Quanto à origem da energia, os transdutores podem ser: ativos ou passivos.
Transdutores ativos são aqueles que dispõem de uma alimentação de energia.
Neles, a maior parte da energia de saída é provida pela alimentação. Transdutores
passivos são aqueles cuja energia de saída é proveniente unicamente (ou quase
unicamente) da energia de entrada. 3NA09/02/2017
2.3.3 indicador
É o dispositivo capaz de disponibilizar uma informação medida para
visualização do operador da planta industrial de modo on-line. Desse modo, o
operador fica sabendo o valor da variável de processo no instante em que visualiza
o instrumento indicador no painel de controle.
2.3.4 transmissor
É o dispositivo capaz de transportar a informação medida por um instrumento
de um ponto a outro no processo industrial para fins de processamento e controle da
planta industrial.
2.3.5 registrador
É o dispositivo capaz de armazenar a informação medida para posterior
visualização ou análise do operador e/ou da equipe de manutenção da planta
industrial.
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3NC06/02/2017 3NB06/02/2017
2.3.6 controlador
É o equipamento que avalia automaticamente a informação medida,
comparando-a com um valor de referência para posterior tomada de decisão,
mediante uma ação previamente programada a partir dos resultados da comparação
realizada.
31
2.4.2 alcance ou largura de faixa ou SPAN
Este parâmetro é determinado pela diferença algébrica entre os limites
superior e inferior da faixa de medição ou RANGE do instrumento. Ou seja, a largura
de faixa ou SPAN de um instrumento é dada pela seguinte equação:
2.4.3 sensibilidade
Um instrumento de medição sempre possui duas regiões de trabalho. A
primeira região é formada pelos limites do sinal medido e é denominada de faixa de
medida ou RANGE do instrumento. A segunda região é formada pelos limites do
sinal transmitido pelo sensor e é denominada de faixa transmitida. Portanto,
podemos afirmar de forma bastante simples que um sensor possui um SPAN de
entrada e um SPAN de saída, correspondentes aos sinais medidos e transmitidos,
respectivamente, pelo instrumento.
A sensibilidade de um instrumento é determinada pela razão entre a
variação do valor indicado ou transmitido e a variação da variável (grandeza física)
que acionou o instrumento. Ou seja, a sensibilidade é determinada pela seguinte
equação:
Por exemplo: seja o mesmo medidor de temperatura dos exemplos dos itens
anteriores (2.4.1 e 2.4.2), sabendo-se que o mesmo transmite um sinal de 4 a 20mA,
o cálculo do valor de sua sensibilidade é feito da seguinte maneira:
32
Neste exemplo, o valor encontrado para a sensibilidade determina que para
cada 1º de variação do sinal medido pelo sensor o sinal transmitido varia 0,1143mA.
Portanto, o valor de SPAN determina o valor acrescentado (ou diminuído) no valor
do sinal transmitido pelo instrumento quando ocorre um incremento (ou decremento)
de uma unidade do sinal medido.
Nota: o SPAN não é adimensional, isto é, possui unidade de medida, a qual é
formada pela divisão da unidade do sinal transmitido pela unidade do sinal medido.
2.4.4 linearidade
A linearidade de um instrumento é determinada pelo grau de
proporcionalidade entre o sinal transmitido e a grandeza física medida. Quanto
maior, mais fiel é a resposta do sensor ao estímulo, mais linear é o sensor. Os
sensores mais usados são os mais lineares, conferindo mais precisão ao sistema de
controle. Os sensores não lineares são usados em faixas limitadas, onde os desvios
são aceitáveis, ou com adaptadores especiais (circuitos de linearização), que
corrigem o sinal.
A figura a seguir mostra curvas de respostas características de dois
medidores de temperatura bastante utilizados. Um desses sensores apresenta
comportamento linear, ou seja, a relação entre seus sinais transmitido e medido por
esse sensor pode ser representada através de uma reta em toda faixa de medida do
instrumento. O outro sensor apresenta um comportamento não-linear, ou seja, a
relação entre seus sinais transmitido e medido não é representada por uma reta em
toda faixa de medida do instrumento.
Figura 13- Relação RESISTÊNCIA x TEMPERATURA para sensores de temperatura tipo resistivos
33
2.4.5 erro de medida do instrumento
Esta característica é a diferença entre o valor real e o valor medido da
grandeza física quando se efetua uma medição. O valor medido é sempre
aproximado, não sendo, portanto, igual ao valor real.
O erro de medida do instrumento pode ser dado de forma absoluta ou relativa.
O erro absoluto é aquele cujo valor é calculado pela diferença algébrica
entre os valores real e medido da grandeza física examinada. É representado por
E A e calculado pela seguinte expressão:
2.4.6 exatidão
Esta característica do instrumento de medição exprime o afastamento entre a
medida por ele efetuada do valor de referência aceito como verdadeiro (valor real).
A exatidão está diretamente relacionada com as características próprias do
instrumento, como a forma como foi projetado e construído.
Nos instrumentos de medição, a exatidão é indicada como “classe de
exatidão”.
Nota: quanto mais próxima estiver a leitura realizada pelo instrumento do
valor aceito como verdadeiro, mais exato será o instrumento de medida.
34
2.4.7 precisão
Esta característica exprime o grau de reprodução nas indicações de um
instrumento de uma mesma medida sob as mesmas condições de funcionamento do
instrumento.
A precisão, muitas vezes, não é indicada nos instrumentos, pois resulta de
uma análise estatística. Portanto, a precisão está diretamente ligada à operação do
instrumento e à medição da grandeza física como um todo.
A precisão pode ainda ser definida como sendo o limite de erro de medição
do instrumento.
Nota: a alta precisão implica em repetição de um mesmo valor para várias
leituras realizadas sob as mesmas condições. A precisão é um pré-requisito para a
exatidão, mas não garante a mesma. Portanto, uma medida efetuada pode ser tão
mais precisa quanto mais exato for o instrumento.
2.4.8 repetibilidade
Esta característica determina a capacidade que o instrumento possui de
reprodução de um mesmo valor indicado ou transmitido ao se medir, repetidamente,
valores idênticos da grandeza física monitorada, nas mesmas condições de
operação e no mesmo sentido de variação.
Nota: na prática, a repetibilidade de um instrumento pode ser expressa como
“percentagem do SPAN instrumento de medição”.
35
O valor de supressão de zero pode ser expresso em unidades da grandeza
medida ou em percentagem do SPAN do instrumento de medição.
2.4.13 histerese
É a diferença observada entre a medição de uma grandeza física quando esta
percorre a faixa de medição do instrumento no sentido crescente e no decrescente.
A histerese é um parâmetro expresso em percentagem do SPAN do
instrumento de medição.
3ND07/02/2017
2.5 Transmissões através da malha de controle
3NC13/02/2017
2.5.1 introdução
Em uma malha de controle as informações são transportadas através das
linhas de transmissão. Nestas, as informações provenientes de diversos tipos de
sensores são transportadas para dispositivos de indicação, registro ou controle e,
ainda, as informações provenientes das saídas do dispositivo de controle são
transportadas aos diversos tipos de atuadores.
A natureza dessa transmissão é determinada pelo tipo de sinal que é
transmitido, podendo ser de natureza pneumática, hidráulica e elétrica (em corrente
ou tensão).
Nota: atualmente a transmissão elétrica é a mais utilizada, principalmente por
sua grande velocidade de transmissão, facilidade de conversão do sinal e
possibilidade de adaptação aos sistemas informatizados.
36
2.5.2 tipos de transmissões através da malha de controle
Os sinais de transmissão são sinais responsáveis pelo transporte da
informação medida por um instrumento de um ponto a outro no processo industrial
para fins de processamento e controle da planta industrial.
Os tipos de transmissão dos instrumentos de medição de maior interesse na
indústria naval são os seguintes:
a) transmissão pneumática;
b) transmissão hidráulica;
c) transmissão elétrica; e
d) transmissão digital.
3NA10/02/2017
3NB13/02/2017
a) transmissão pneumática
Nesse tipo de transmissão é utilizado um gás comprimido (Ar ou N2), cuja
pressão é alterada conforme o valor que se deseja representar. O sinal padrão de
transmissão ou recepção pneumático é de 0,2 a 1,0 Kgf/cm2 (S.I.), que equivale a
aproximadamente 3 a 15 psi no sistema inglês. A tabela a seguir apresenta algumas
vantagens e desvantagens da transmissão pneumática.
37
b) transmissão hidráulica
Semelhante ao tipo pneumático e com desvantagens equivalentes, o tipo
hidráulico utiliza a variação de pressão exercida em óleos hidráulicos para
transmissão de sinal. O sinal padrão de transmissão ou recepção hidráulico também
é de 0,2 a 1,0 Kgf/cm2 (S.I.), aproximadamente 3 a 15 psi no Sistema Inglês. A
tabela a seguir apresenta algumas vantagens e desvantagens da transmissão
hidráulica.
Tabela 4- Vantagens e desvantagens da transmissão hidráulica
Vantagens Desvantagens
pode gerar grandes forças e assim acionar necessita de tubulação de óleo para transmissão
equipamentos de grande porte. e recepção de sinal.
possui respostas rápidas (pequeno retardo no
necessita de inspeções periódicas do nível de
tempo), podendo ser operados a longas
óleo, além de abastecimento e troca do mesmo.
distâncias.
os atuadores hidráulicos apresentam excelente necessita de equipamentos auxiliares tais como
precisão em todas as velocidades do fluido. bombas, filtros de óleo, reservatórios.
o movimento do fluido hidráulico gera calor
o fluido hidráulico também atua como elemento
excessivo no mesmo o que pode causar queda
de lubrificação e de vedação dos componentes
de rendimento devido a alteração da viscosidade
hidráulicos.
do fluido.
c) transmissão elétrica
A transmissão elétrica pode ser realizada em tensão ou em corrente elétrica.
Esses sinais são, hoje em dia, largamente utilizados em todas as indústrias nas
áreas onde não ocorre o risco de explosão. Porém, a evolução tecnológica tem
permitido construir equipamentos elétricos capazes de funcionar também nas áreas
de risco. A tabela a seguir mostra os sinais padrões da transmissão elétrica.
Tabela 5- Sinais padrões para a transmissão elétrica
Sinal Transmissão discreta Transmissão contínua
0 ou 10VDC (NPN ou
1 a 5 VDC
PNP)
0 ou 24 VDC (NPN ou
Tensão 0 a 10 VDC
PNP)
0 ou 110 VAC 2 a 10 VDC
0 ou 220 VAC -10 VDC a +10 VDC
0 a 20 mA
Corrente
4 a 20 mA
38
Conforme se pôde observar na tabela anterior, os sinais utilizados na
transmissão elétrica podem ser classificados em discretos e contínuos. A figura a
seguir apresenta gráficos que mostram as características dos sinais elétricos
utilizados nas transmissões discreta e contínua.
39
Tabela 6- Vantagens e desvantagens da transmissão elétrica
Vantagens Desvantagens
necessita de poucos equipamentos auxiliares que necessita de técnico especializado para sua
são de fácil montagem e manutenção; instalação e manutenção;
a alimentação pode ser feita pelos próprios fios exige cuidados especiais no encaminhamento
que conduzem o sinal de transmissão; dos cabos e/ou fios de sinais;
permite transmissões a longas distâncias sem necessita de proteção contra ruídos e
perdas de sinal comum pequeno retardo na interferências elétricas, magnéticas e
transmissão; eletromagnéticas;
necessita de cuidados especiais quando
pode ser acoplada para a transmissão por fibras
instalada em áreas de risco de incêndio e/ou
ópticas; e
explosão; e
permite fácil conexão aos computadores e
alto custo com cabeamento.
unidades aritméticas.
d) transmissão digital
Neste tipo de transmissão, as informações sobre a variável medida são
enviadas a uma estação receptora através de “pacotes de informação”. Esses
“pacotes de informação” são sinais digitais modulados e padronizados. Essa
padronização recebe o nome de “protocolo de comunicação”.
Há diversos tipos de “protocolos de comunicação”, sendo alguns dos mais
conhecidos os seguintes: Profibus, Fieldbus, Modbus, Device Net, entre outros.
Cada protocolo de comunicação possui suas características técnicas as quais
definem suas aplicabilidades. Serão apresentados mais detalhes sobre os
protocolos de comunicação no próximo tópico desta unidade de estudo. Por hora, a
tabela a seguir mostra as vantagens e desvantagens da transmissão digital.
40
3NC 11/02/2016
2.6.1 definições
A pressão pode ser definida como sendo a relação entre a força exercida em
uma superfície e a área da superfície onde a mesma força é aplicada.
Matematicamente, a pressão pode ser definida pela seguinte expressão:
A pressão também pode ser definida como o somatório das pressões estática
e dinâmica e, assim, denominada pressão total. Portanto, vamos às demais
classificações sobre pressão!
a) pressão estática
É a pressão exercida em um ponto, em fluidos estáticos, que é transmitida
integralmente em todas as direções e produz a mesma força em áreas iguais.
b) pressão dinâmica
É a pressão exercida por um fluido em movimento paralelo à sua corrente. A
pressão dinâmica é representada pela seguinte equação:
c) pressão total
É a pressão resultante do somatório das pressões estática e dinâmica,
exercidas por um fluido que se encontra em movimento.
41
d) pressão atmosférica
É a pressão exercida pela atmosfera terrestre medida em um barômetro. Ao
nível do mar, esta pressão é de aproximadamente 760 mmHg.
e) pressão manométrica
Esta pressão muitas vezes é denominada de pressão de referência, por ser
a medida de pressão em relação à pressão atmosférica existente no local,
podendo ser positiva ou negativa. Geralmente se coloca a letra “G” após a unidade
para representá-la. Quando se fala em uma pressão negativa em relação à pressão
atmosférica, chamamos pressão de vácuo.
f) pressão absoluta
É a pressão positiva a partir do vácuo perfeito, ou seja, a soma da pressão
atmosférica do local com a pressão manométrica. Geralmente coloca-se a letra “A”
após a unidade. Mas quando representamos pressão abaixo da pressão atmosférica
por pressão absoluta, esta é denominada grau de vácuo ou pressão barométrica.
g) pressão diferencial
É o resultado da diferença de duas pressões medidas em dois pontos
deferentes. Em outras palavras, é a pressão medida em qualquer ponto, menos no
ponto zero de referência da pressão atmosférica.
Notas: a pressão medida por um instrumento de medição de pressão pode
ser representada como pressão absoluta, pressão manométrica ou pressão
diferencial; a escolha de uma destas três depende do objetivo da medição; então,
ao se exprimir um valor de pressão, determina-se se a pressão é relativa ou
absoluta. Porém, a grande maioria dos instrumentos de medição de pressão
utilizada industrialmente omite esta informação, pois medem pressões relativas
(pressões manométricas).
42
Tabela 8- Tábua de conversão entre as unidades de medida de pressão
Kgf/cm² psi bar pol Hg pol H2O atm mmHg mmH2O KPa
Kgf/cm² 1 14,233 0,9807 28,96 393,83 0,9678 735,58 10003 98,0665
psi 0,0703 1 0,0689 2,036 27,689 0,068 51,71 70329 6,895
bar 1,0197 14,504 1 29,53 401,6 0,98692 750,06 10200 100
pol Hg 0,0345 0,4911 0,03386 1 13,599 0,0334 25,399 345,40 3,3863
pol H2O 0,002537 0,03609 0,00249 0,07348 1 0,002456 1,8685 25,399 0,24884
atm 1,0332 14,696 1,0133 29,921 406,933 1 760,05 103,35 101,325
mmHg 0,00135 0,019337 0,00133 0,03937 0,5354 0,001316 1 13,598 0,13332
mmH2O 0,000099 0,00142 0,0098 0,00289 0,03937 0,00009 0,07353 1 0,0098
KPa 0,010197 0,14504 0,01 0,29539 4,0158 0,009869 7,50062 101,998 1
43
2.6.3 tipos de medidores de pressão
A maioria dos medidores de pressão utiliza um dispositivo mecânico ou
elástico, como tubos de “Bourdon”, diafragmas, ou foles, como elemento detector
básico. Estes dispositivos se deformam quando é aplicada uma força. O movimento
resultante desta deformação posiciona um ponteiro numa escala graduada (dial), no
caso de um manômetro, ou cria um sinal elétrico que pode ser facilmente transmitido
a um registrador ou a um controlador, no caso dos transmissores de pressão.
Serão abordados nesta unidade de ensino os princípios de medição de
pressão através dos tubos em U, manômetros elásticos, manômetros resistivos
(células extensométricas), manômetros piezoelétricos e manômetros por
capacitância. Também serão apresentadas as principais fontes de erros na medição
de pressão e os principais acessórios utilizados para proteção dos instrumentos de
medição de pressão.
44
Figura 16- Formas de construção dos manômetros de coluna líquida
45
• o movimento da extremidade fechada e livre causa articulação do conjunto
formado por alavancas e engrenagens; e
• o movimento das alavancas e engrenagens é transmitido ao ponteiro
indicador que, por sua vez, registra a pressão sobre uma escala graduada.
3NB 17/02/2017
3NA 16/02/2017
Figura 19- Modelos de manômetros de Bourdon
46
Figura 20- Formas de construção dos manômetros de diafragma
47
c) medidores de pressão tipo resistivos ou piezorresistivos ou strain
gauges
Esses medidores utilizam a variação de resistência elétrica em função da
variação do comprimento ou da área da secção transversal do condutor elétrico para
indicar a pressão. São também denominados de células extensométricas, pois o
elemento de detecção de pressão é construído de tal forma que quando for
submetido a uma pressão, sofrerá um estiramento o qual produzirá uma variação de
resistência diretamente proporcional à pressão aplicada.
O principio físico de funcionamento desse tipo de medidor de pressão é
bastante simples e pode ser mais bem compreendido a partir da análise da equação
que determina a resistência elétrica de um condutor que pode ser calculada pela
seguinte equação:
Onde:
• ρ é a resistividade do condutor;
• L é o comprimento do condutor; e
• A é a área de seção transversal do condutor.
48
uma superfície de material isolante na forma de um filamento (fio de pequeno
diâmetro) ou na forma de trama pelicular, conforme mostra a figura a seguir.
Quando a célula extensométrica é submetida a um estiramento por pressão
(força ou aceleração) ocorre uma mudança no valor de sua resistência elétrica
proporcional ao estiramento sofrido, pois comprimento e área de seção transversal
do condutor serão alterados.
49
Figura 25- Circuito de medição de pressão através de célula extensométrica
50
Figura 27- Modelos de medidores de pressão piezoelétrico
Nota: as amplitudes dos sinais gerados pelo cristal são bastante reduzidas e,
por essa razão, são amplificados e adaptados às faixas padrões de transmissão
elétrica (por exemplo: 4 a 20mA ou 0 a 10V) para poderem finalmente ser utilizados
na indicação de pressão.
51
um circuito eletrônico que gera um sinal proporcional à variação de pressão aplicada
à câmara da cápsula de pressão diferencial capacitiva.
A principal vantagem dos sensores capacitivos é a completa eliminação dos
sistemas de alavancas na transferência da força/deslocamento entre o processo e o
sensor. Como principais desvantagens desse tipo de medidor de pressão, temos a
exposição da célula capacitiva às rudes condições do processo, principalmente a
temperatura do processo e a falta de linearidade entre a capacitância e a distância
das armaduras graças à deformação não-linear da armadura móvel.
52
fluido, pode, por exemplo, causar dilatação térmica do elemento de detecção de
pressão e assim causar um erro de medida. A aplicação de pressões elevadas ao
instrumento de medição de pressão pode levá-lo a sua ruptura. Por fim, a variação
rápida da pressão pode produzir desgaste nas partes móveis do manômetro e ainda
tornar difícil a interpretação do valor medido devido às oscilações no ponteiro
indicador do instrumento.
Portanto, muitas vezes os manômetros estão sujeitos a efeitos que
comprometem a sua vida útil como, por exemplo, variações de pressão e altas
temperaturas. Felizmente, há acessórios que podem ser instalados antes dos
medidores de pressão que visam protegê-los desses efeitos indesejáveis. Tais
acessórios são denominados: sifões, amortecedores de pulsação, supressores
de pressão e pressostato. A escolha do tipo de acessório dependerá do efeito
indesejável que se deseja eliminar na medição.
Os sifões têm a função de “isolar” o calor das linhas de gazes, vapores de
água ou líquidos muito quentes, cuja temperatura supera o limite previsto para o
funcionamento do instrumento de medição de pressão. No caso dos líquidos, a
quantidade que fica retida na curva do tubo-sifão esfria e é essa porção que irá ter
contato com o sensor elástico do instrumento, não permitindo que a alta temperatura
do processo atinja diretamente o mesmo. A figura a seguir mostra alguns modelos
de sifões.
54
de vidro com mercúrio fechando ou abrindo o contato que pode ser do tipo normal
aberto ou normal fechado.
3NC 17/02/2017
2.7.1 definições
Por definição, temperatura é a medida que dá uma idéia do grau de agitação
das partículas (átomos ou moléculas) que constituem o corpo, isto é, quanto maior o
estado de agitação daquelas partículas, tanto maior será a sua temperatura.
Cada átomo que forma um material qualquer (sólido, ou liquido ou gasoso) é
capaz de vibrar em torno de sua posição particular. Essa energia de vibração (ou
velocidade) recebe o nome de energia térmica do material.
Portanto, os medidores de temperatura são dispositivos capazes de detectar
o grau de vibração (a energia térmica) dos átomos e moléculas que formam um
material ou que estão contidos em um ambiente.
As escalas termométricas mais utilizadas são: Celsius, Fahrenheit e Kelvin.
Essas escalas são formadas por um conjunto de pontos de calibração, que são
definidos a partir das condições de equilíbrio existente entre o estado sólido, líquido
e gasoso de vários materiais puros da natureza. Alguns destes pontos de calibração
são, por exemplo:
• oxigênio: equilíbrio líquido/gás
• água: equilíbrio sólido/líquido
• água: equilíbrio líquido/gás
55
Tabela 9- Pontos de calibração de escalas termométricas
Temperatura
Pontos de calibração K °F °C
energia térmica nula 0 -439,6 -273,15
oxigênio: líquido/gás 90,18 -297,3 -182,97
água: sólido/líquido 273,15 32 0
água: líquido/gás 373,15 212 100
ouro:sólido/líquido 1336,15 1945,5 1063
56
a) termômetros
Os termômetros são simples instrumentos utilizados para medição de
temperatura. Em geral, permitem apenas a visualização das temperaturas medidas
sem que estas possam ser transmitidas para indicadores, registradores e
controladores de processos.
Abordaremos neste estudo os seguintes tipos de termômetros: termômetros
de coluna líquida, termômetros bimetálicos, termômetros à dilatação de
líquidos e termômetros à pressão de gás ou vapor.
Os termômetros de coluna líquida utilizam o princípio da expansão térmica
dos líquidos. Possuem um tubo capilar com uma escala graduada e um bulbo cheio
de um líquido com determinada característica de expansão térmica.
Quando o bulbo é aquecido, o líquido se expande através do tubo capilar
fixado ao mesmo, pois a expansão volumétrica do líquido é bem maior que a do
vidro.
Como o deslocamento do líquido dentro do tubo capilar é proporcional à
temperatura aplicada, então, o mesmo pode ser calibrado de acordo com uma
escala graduada de temperatura.
Por vários anos o líquido mais utilizado para esse tipo de termômetro foi o
mercúrio, porém devido ao mesmo ser bastante nocivo à saúde e ao meio ambiente,
atualmente não se recomenda a sua utilização. Hoje em dia são utilizados, por
exemplo: água, tetracloreto de carbono, álcool etílico e outros.
57
Figura 35- Efeito da dilatação térmica dos bimetais
b) termorresistências
Um dos principais métodos para medida elétrica de temperatura explora a
mudança da resistência elétrica de certos tipos de materiais.
Neste caso, o princípio da técnica de medida consiste em colocar o
dispositivo sensível a temperatura em contato com o ambiente no qual se deseja
medi-la. Assim, a medida de sua resistência indica a temperatura do dispositivo e,
consequentemente do ambiente.
59
As termorresistências são instrumentos que possuem estabilidade,
sensibilidade e repetibilidade excelentes. Por isso, são utilizadas em larga escala na
indústria em geral. Há dois tipos de termorressitências:
• detector RTD (do inglês resistance temperature detector); e
• termistores.
Onde:
• µ1 , µ 2 ,..., µ n são os coeficientes de resistividade de temperatura do material;
e
• R0 é a resistência do sensor na temperatura T0 (em geral T0 = 0º C ).
60
Figura 38- Características Resistência x Temperatura para Ni, Cu e Pt
61
Figura 39- Montagem de um PT-100 a 3 fios
3ND 17/02/2017
Onde:
• R é a resistência do termistor na temperatura T (temperatura medida);
• R0 é a resistência do termistor na temperatura T0 (temperatura de
referência); e
• β é a constante do material (3000 - 5000 K).
62
A equação anterior indica que a resistência R de um termistor decresce
exponencialmente com a elevação da temperatura. Uma curva de resposta típica de
um termistor é mostrada na figura a seguir.
63
3NB 20/02/2017
c) termopares
Os termopares são formados por dois ou mais materiais metálicos diferentes
em contato térmico. O contato térmico é chamado de junção e pode ser feito pela
fusão ou solda de dois ou mais materiais metálicos diferentes.
Onde:
• C1 e C2 são constantes dielétricas dos materiais; e
• T1 e T2 são as temperaturas das junções .
64
Em um termopar, a geração da voltagem termoelétrica ocorre devido ao
efeito Seebeck, que produz uma difusão de elétrons através da interface entre os
dois materiais. Esse efeito gera um campo elétrico formado a partir do fluxo de
elétrons na interface. A difusão continua até que uma condição de equilíbrio seja
alcançada pela ação do campo elétrico (mecanismo semelhante à formação da
barreira de potencial nas junções PN dos diodos).
Como as forças de difusão são dependentes das diferenças de temperaturas
das duas junções, o potencial elétrico desenvolvido fornece uma medida elétrica
proporcional a essa diferença de temperatura.
A construção e a nomenclatura dos termopares são regulamentadas pelo
Padrão MC 96.1-1975 da ANSI (América National Society Instrument). Há diversas
combinações metálicas padronizadas, as quais recebem uma letra que determina o
tipo (ou nome) do termopar. Assim, tem-se, por exemplo: termopar tipo E, tipo G,
tipo J, tipo K, tipo N, tipo R, tipo S, tipo T, entre outros.
A tabela 11 reúne algumas das características de alguns tipos de termopares
padronizados.
3NA17/02/2017
Tabela 11- Características de alguns termopares padronizados
Tip Material Range Saída
Característica
o (+) (-) (ºC) (mV)
Recomendáveis em atmosferas oxidantes ou inertes.
platina-30% de ródio
platina-6% de ródio
(cobre-níquel)
-270 a 1000
constantan
-9,835 a
E
características termoelétricas. São adequados para
medições de temperaturas abaixo de zero grau.
65
Tabela 11- Características de alguns termopares padronizados (continuação)
Tip Material Range Saída
Característica
o (+) (-) (ºC) (mV)
Utilizados em atmosféricos oxidantes redutoras, inertes,
(cobre-níquel)
-210 a 760
constantan
-8,096 a
e no vácuo. Não deve ser usado em atmosferas
42,919
Ferro
J
sulforosas e não se recomenda o uso em temperaturas
abaixo de zero grau. Apresentam baixo custo.
-6,458 a 48,838
(níquel-alumínio)
(níquel-cromo)
-270 a 1200
Ocasionalmente podem ser usados abaixo de zero grau.
cromel
alumel
-270 a 1300
níquel-silício
-4,345 a
N
possui menor potência termoelétrica, apresenta maior
estabilidade e menor atraso na transmissão.
-0,226 a
R
em atmosferas redutoras ou com vapores metálicas.
Apresentam boa precisão em temperaturas elevadas.
-50 a 1768
platina-10%
-0,236 a
S
termopares tipo R.
-270 a 400
constantan
-6,258 a
T
medições abaixo de 0ºC. Apresentam boa precisão na
sua faixa de utilização.
66
Figura 45- Resposta Voltagem de saída x Temperatura para os termopares tipo E, G, K, N e S
67
A tabela a seguir mostra um resumo das principais vantagens e desvantagens das
termorresistências e termopares.
• alto custo
• mais estável • precisa de fonte de corrente
• mais preciso • pequeno DR
• mais linear que o termopar • baixa resistência
• autoaquecimento
• não-linear
• alta sensibilidade • pequeno intervalo de medição
• rápido • frágil
• medida a dois fios • precisa de fonte de corrente
• autoaquecimento
• autoexcitado
• não-linear
• simples
• baixa sensibilidade
• robusto
• necessita voltagem de referência
• baixo custo
• baixa estabilidade
• grande variedade
• baixa voltagem
• grande faixa de medição
68
2.8 Medidores de vazão
2.8.1 definições
Define-se por vazão como sendo o volume por unidade de tempo, que se
escoa através de determinada seção transversal de um conduto livre (canal, rio ou
tubulação com pressão atmosférica) ou de um conduto forçado (tubulação com
pressão positiva ou negativa). Isto significa que a vazão é a rapidez com a qual um
volume (sólido, líquido ou gasoso) escoa. Portanto, podemos calcular a vazão (Q)
através da relação entre a velocidade do volume pela unidade de tempo dada pela
seguinte equação:
Onde:
• ρ é a densidade mássica do fluido em movimento.
69
segundo (ft³/s), galão por segundo (gal/s), galão por minuto (gal/min ou gpm), entre
outros.
70
Figura 47- Instalação dos medidores de vazão tipo placa de orifício
Onde:
• C é o coeficiente de descarga do fluido (aproximadamente 0,63 para a
água se o diâmetro do orifício for ao menos metade do diâmetro da
tubulação);
• S é a área do orifício;
• d é a densidade do fluido;
• (P1 – P2) é a diferença de pressões; e
• g é a aceleração da gravidade.
71
Figura 48- Tipos de placas de orifício
72
ar de combustão de caldeiras, gases de baixa pressão onde se requer perda de
carga permanente reduzida e, pelo mesmo motivo, medição de vazão de água em
grandes dutos.
A figura a seguir mostra os modelos construtivos dos tubos Venturi de secção
circular.
Figura 50- Construção dos medidores de vazão do tipo tubo Venturi de secção circular
73
Figura 52- Montagem dos medidores de vazão tipo tubo de Pitot
74
Figura 54- Construção dos medidores de vazão tipo rotâmetro
75
e) medidor de vazão do tipo disco nutante
Esse tipo de medidor é utilizado para medir baixas vazões de fluidos limpos
(em geral líquidos). É formado por um disco preso a uma esfera a qual possui uma
haste que movimenta uma engrenagem responsável por acionar um dispositivo de
contador de rotações o qual converte essa informação em vazão volumétrica.
76
gases, o medidor poderá ser provido de um sistema de lubrificação. Estes medidores
são geralmente precisos e podem ter ranges elevados, no caso de líquidos.
No caso de gases, o range elevado pode ser conseguida com sistemas de
rolamento mais elaborados e, principalmente, com um sensor de rotações que
permita girar o rotor o mais livremente possível, em baixas rotações.
77
A fem induzida no condutor (fluido líquido), segundo a lei de Faraday, pode
ser expressa pela seguinte equação:
Onde:
• K é a constante do instrumento;
• B é a intensidade do campo magnético;
• V é a velocidade média do fluxo; e
• D é a distância entre os eletrodos.
A força eletromotriz induzida fem neste meio é diretamente proporcional à
velocidade média do fluxo V. A indução magnética B (intensidade de campo
magnético) e a distância entre os eletrodos D (diâmetro nominal do tubo) são
constantes. Portanto, a força eletromotriz induzida é função da velocidade do líquido,
a qual é proporcional à vazão volumétrica do fluido.
Os medidores de vazão do tipo eletromagnético são aplicados principalmente
na indústria de papel e celulose, mas também são utilizados em saneamento e nas
indústrias químicas, petroquímicas e alimentícias.
78
h) medidor de vazão do tipo ultrassônico
Esse tipo de medidor de vazão baseia sua medição no princípio do tempo de
trânsito de uma onda sonora. Para realizar a medição desse tempo de trânsito, pelo
menos dois transdutores são acoplados na parede externa do tubo que forma o
medidor. Esses transdutores emitem e recebem pulsos de ultrassom. O tempo de
trajeto destes pulsos é analisado por um circuito eletrônico que efetua o cálculo da
vazão instantânea do fluido.
79
Onde:
• L é a distância diagonal entre os transdutores A e B;
• D é a distância entre os transdutores A e B na direção axial;
• TAB é o tempo de propagação do pulso ultrassônico do transdutor A ao
transdutor B; e
• TBA é o tempo de propagação do pulso ultrassônico do transdutor B ao
transdutor A.
80
Seu funcionamento é baseado na medição de velocidade do fluído a partir da
quantidade de vórtices formados quando o líquido passa por um pequeno objeto
estático que cruza o interior do tubo. Um sensor localizado após este objeto (que
pode ser piezoelétrico ou ultrassônico) monitora continuamente os vórtices gerados
enviando um sinal que será processado por um circuito eletrônico microprocessado.
Uma vez que se conhece a secção transversal do tubo e tendo-se o valor da
velocidade, a vazão pode ser determinada.
Dessa forma, a vazão através de um medidor tipo vortex pode ser obtida pela
seguinte expressão:
V
F = S.
d
Onde:
• S é a área da seção transversal onde o fluído escoa;
• V é a velocidade do fluído; e
• d é a densidade do fluído.
81
Figura 66- Modelos de medidores de vazão do tipo vortex
Figura 67- Velocidades exercidas pelo fluído em movimento no medidor de vazão do tipo coreolis
82
Figura 68- Efeito da deformação nos tubos do medidor de vazão do tipo coreolis
Onde:
• m é a massa do fluido que atravessa os tubos do medidor;
• Vrad é a velocidade radial do fluído ao atravessar os tubos do medidor; e
83
A vazão mássica é, então, definida pela seguinte expressão:
A 1
Qm = SK . c .
A e fC
Onde:
• SK é a constante de calibração do sensor;
• fC é frequência de excitação.
84
Figura 70- Modelos de medidores de vazão do tipo Coreolis
2.9.1 definições
A medição da variável nível consiste em quantificar referenciais por meio de
monitoramento contínuo ou discreto com o objetivo de avaliar e controlar volumes de
estocagens em tanques ou recipientes de armazenamento.
A medição de nível é utilizada para a indicação ou controle de quantidades de
materiais sólidos e líquidos armazenados em tanques abertos e fechados.
O nível pode ser indicado através do volume, ou da massa ou através da
distância entre a parte superior do tanque e a superfície do produto armazenado
dentro do tanque. Dessa forma, as unidades medição de nível podem ser: litros, m³,
kg, toneladas, m. Porém, é mais comum indicar o nível de produto dentro de um
tanque em valores percentuais (%), sendo 0% a indicação de tanque vazio e 100% a
indicação de tanque cheio ou transbordando.
85
2.9.2 princípios físicos dos medidores de nível
Há diversas técnicas de medição de nível bastante utilizadas na
automatização de processos industriais. Essas técnicas podem medir o nível de
forma direta ou indireta.
Os princípios físicos básicos para construção dos medidores de nível são:
vasos comunicantes, capacitância, tempo de propagação de ondas, pressão
hidrostática e pressão diferencial. Dessa forma, alguns medidores de nível possuem
elementos de detecção simples, que em geral são utilizados somente para indicação
local do nível como, por exemplo: tubos em U, boias e pêndulos. Outros, porém, são
mais sofisticados e possuem circuitos eletrônicos capazes de transmitir sinais
elétricos devidamente calibrados para indicação do nível como, por exemplo:
transmissores de nível por pressão hidrostática, por pressão diferencial, por
capacitância, por ultrassom e por radar.
Maiores detalhes sobre os princípios de funcionamento dos medidores de
nível serão apresentados no próximo item.
86
Figura 71- Medidores de nível com visor de vidro
87
Figura 72- Funcionamento dos medidores de nível do tipo boia
88
de baixo valor (10 VAC) ou com tensão contínua (10 a 24VDC) conforme mostra o
esquema da figura a seguir.
As medições podem ser contínuas ou discretas. Em medições contínuas os
eletrodos devem ser instalados verticalmente para dentro do tanque na sua parte
superior e o comprimento do eletrodo deve possuir comprimento igual à altura do
tanque. Para medições discretas, a sonda deve ser instalada para dentro do tanque
em sua parte lateral e o comprimento do eletrodo é reduzido.
Se o tanque possuir paredes metálicas, a sonda pode possuir somente um
eletrodo. Também se utiliza sonda de um eletrodo quando se realiza medições
discretas.
89
Figura 75- Modelos comerciais de medidores de nível do eletrodo
90
Figura 76- Funcionamento e instalação dos medidores de nível do tipo capacitivo
Figura a seguir mostra alguns modelos comerciais dos medidores de nível por
capacitância.
91
Figura 78- Medidor de nível do tipo radar
92
Os medidores de nível ultrassônicos podem ser instalados nas partes superior
e inferior do tanque, conforme mostra a figura a seguir.
93
Onde:
• H é a altura do líquido em m;
• ρ é a densidade do líquido em Kg/m3;
• g é a aceleração da gravidade (9,8 m/s2);
• δ = ρ/g é o peso específico do líquido; e
• P é a pressão em Pa (pascal).
94
entrada aciona o manômetro e outra parte é deslocada para o interior do tubo
mergulhado escapando através de sua extremidade inferior.
corrigir
Onde:
• H é a altura do líquido em m;
• ρ é a densidade do líquido em kg/m3;
• g é a aceleração da gravidade (9,8 m/s2);
• δ = ρ/g é o peso específico do líquido;
• P é a pressão em Pa (pascal).
95
Neste sistema necessitamos de um suprimento de ar ou gás e uma pressão
ligeiramente superior à máxima pressão hidrostática exercida pelo líquido. Este valor
normalmente é ajustado para aproximadamente 20% a mais que a máxima pressão
hidrostática exercida pelo líquido. O sistema borbulhador engloba uma válvula
agulha, um recipiente com líquido na qual o ar ou gás passará pelo mesmo e um
indicador de pressão. Ajustamos a vazão de ar ou gás até que se observe a
formação de bolhas em pequenas quantidades. Um tubo levará esta vazão de ar ou
gás até o fundo do vaso a qual queremos medir seu nível, teremos então um
borbulhamento bem sensível de ar ou gás no líquido o qual queremos medir o nível.
Na tubulação pela qual fluirá o ar ou gás, instalamos um indicador de pressão que
indicará um valor equivalente à pressão devido ao peso da coluna líquida. Nota-se
que teremos condições de instalar o medidor a distância.
2.10 Transdutores
Conforme foi apresentado no ítem 2.3.2, um transdutor é todo dispositivo
capaz de receber um sinal e o retransmitir, sem que haja a conversão de energia.
Por outro lado, em geral, define-se o elemento transdutor como o instrumento de
medição capaz de detectar uma grandeza física e transformá-la em outro tipo de
energia.
Dentre os vários tipos de transdutores utilizados na industria naval, os
transdutores que convertem sinais pneumáticos em sinais elétricos e vice-versa tem
tido até hoje em dia grande importância e aplicação, pois funcionam como interfaces
entre o controlador (equipamento eletroeletrônico) e a planta ou processo, quando
está é classificada como área de risco de explosão, por exemplo.
96
2.10.2 transdutor corrente/pressão ou transdutor I/P
Sua função é adaptar (converter) sinais padrões de corrente na faixa de 0 a
20mA ou de 4 a 20mA, provenientes de controladores industriais, para sinais
padrões em pressão na faixa de 3 a 15psi, os quais podem ser utilizados para
comandar atuadores pneumáticos (ou hidráulicos) como: válvulas de controle,
válvulas proporcionais, motores, posicionadores, etc. A figura a seguir mostra um
modelo desse tipo de transdutor.
97
3 CONTROLADORES DE PROCESSOS
3NC 07/03/2017 3NA 07/03/2017
3NB 24/02/2017
3ND 24/02/2017
3.1 Introdução
A partir de agora serão apresentados os princípios de funcionamento dos
controladores industriais básicos sem grandes análises e rigorismos matemáticos,
visando introduzir essas técnicas de controle de forma prática através da observação
do funcionamento de um sistema de controle de nível no qual serão observados os
comportamentos gráficos da VP e do SP.
98
Onde:
• U1 é o valor máximo da saída do controlador on-off; e
99
Figura 88- Comportamento da variável de processo para o controlador on-off
100
por fim para 80%. A histerese, por sua vez, é constante e igual a 5%. A figura 89
mostra a resposta da variável de processo obtida nessa situação.
Neste caso, pode-se observar que para cada valor de histerese existe uma
frequência de oscilação da variável de processo, ou seja, a variável de processo
101
aumenta ou diminui numa velocidade maior ou menor. Essa velocidade aumenta
quando o valor da histerese é pequeno e diminui quando o valor da histerese é
grande.
Para um valor de histerese pequena, o controlador irá comutar seu sinal de
saída (isto é, variável manipulada) mais rapidamente e o atuador irá trocar de
posição também numa velocidade maior. Por outro lado, para um valor de histerese
grande, o controlador irá mudar seu sinal de saída mais lentamente e o atuador
trocará de posição numa velocidade mais baixa.
Notas: para o controlador on-off, o sinal de controle produz uma resposta na
variável de processo que será sempre oscilatória em torno do set point em virtude do
atuador possuir apenas duas posições: mínimo ou máximo (válvula fechada ou
aberta).
102
3NA 16/02/2016 18/02/2016 LABORATORIO 1 A 12
19/02/2016 segunda parte
103
Onde:
• e(t) é o sinal de erro da malha de controle;
Onde:
• Ti é chamado de tempo integral; e
104
Tabela 13- Características da ação de controle PID
Ação de controle Característica
A correção a ser aplicada ao processo deve crescer na proporção que
Proporcional
cresce o erro entre o valor real e o desejado.
Erros pequenos, mas que existem há muito tempo, requerem correção mais
Integral
intensa.
Se o erro está variando muito rápido, esta taxa de variação deve ser
Derivativa
reduzida para evitar oscilações.
105
Figura 92- Tipos de respostas para variável de processo com controle PID mal sintonizado
106
Figura 93- Correção da resposta da VP pela ação de controle PID
107
Nota: a ação de controle integral-derivativa praticamente não possui
aplicação, pois a mesma apresenta uma resposta na variável de processo muito
lenta. Portanto, a mesma não será abordada neste estudo.
P u(t) = K P .e(t)
de(t)
D u(t) = K D .
dt
PD
T de(t)
ID u(t) = K I .∫ i e(t)dt + K D .
0 dt
PID
108
A tabela 18 mostra as respostas da variável de processo para a ação de
controle proporcional.
Resposta da VP Comentário
Os gráficos ao lado mostram que o aumento do valor do ganho
proporcional produz aumentos na velocidade e na oscilação da
variável de processo e o erro diminui, porém este nunca será
eliminado, ou seja, a variável de processo nunca irá se igualar ao set
point.
Controle Proporcional
Resposta da VP Comentário
109
A tabela 20 mostra a resposta da variável de processo para a ação de
controle derivativa.
Resposta da VP Comentário
Este tipo de ação de controle reúne as características das ações de
controle proporcional e integral. Pode-se observar, no gráfico ao
Controle PI
110
A tabela 22 mostra as respostas da variável de processo para a ação de
controle proporcional-derivativa.
Nota: a ação de controle PD age de tal forma que o atuador trabalha mais
rapidamente a fim de diminuir ou eliminar as oscilações na VP. Porém, não devem
ser utilizados valores altos de ganho derivativo, pois nesse caso, o atuador passa a
ser manobrado muito rapidamente e, por consequência, ocorre uma diminuição de
sua vida útil.
111
3NA 23/020/2016
4.1 Introdução
A utilização de ar comprimido encontra, cada vez mais, campos de aplicações
na Indústria, assim como a água, a energia elétrica etc. Porém, somente na segunda
metade do século XIX é que o ar comprimido adquiriu importância industrial.
Entretanto, existem relatos de sua utilização descritos no Velho Testamento,
onde são encontradas referências ao emprego do ar comprimido: na fundição de
prata, ferro, chumbo e estanho.
Portanto, a história demonstra que há mais de 2000 anos os técnicos
construíam máquinas pneumáticas, produzindo energia pneumática por meio de um
pistão. Como instrumentos de trabalho utilizavam cilindros de madeira dotados de
êmbolos.
Vamos a algumas definições importantes para o estudo desta unidade:
a) fluido
É qualquer substância capaz de escoar e assumir a forma do recipiente que a
contém (em pneumática, o fluido de trabalho é o ar).
b) pneumática
Palavra derivada do termo grego “pneumos” ou “pneuma” (respiração, sopro,
fôlego, vento ou alma). Define-se pneumática como sendo o ramo da Física que se
ocupa da dinâmica e dos fenômenos físicos relacionados com os gases ou vácuos.
c) eletropneumática
É o ramo da pneumática que passa a utilizar a energia elétrica, CC ou CA,
como fonte de energia para o acionamento de válvulas direcionais (eletroválvulas) e
válvulas proporcionais, utilizando, ainda, sensores magnéticos de posicionamento,
pressostatos, micro-swiths etc.
d) pneutrônica
Vocábulo utilizado para indicar uma evolução da eletropneumática, onde se
utiliza equipamentos eletrônicos como controladores lógicos programáveis, sensores
digitais e outros equipamentos complexos para acionar e monitorar os componentes
pneumáticos.
112
e) pressão
Para a pneumática, pressão é a força exercida em função da compressão do
ar em um recipiente, por unidade de área interna desse recipiente. Sua unidade de
medida no S.I. é dada por N/m² ou Pa (Pascal), embora seja comum a utilização de
outras unidades como atm, bar, kgf/mm², psi etc.
f) quantidade
O ar a ser comprimido existe em quantidades ilimitadas.
g) transporte
Propriedade que o ar comprimido possui de ser transportado por meio de
tubulações, sem que haja a necessidade de linhas de retorno como ocorre nos
sistemas hidráulicos.
113
h) armazenagem
Capacidade que o ar comprimido possui de ser armazenado em um
reservatório sem a necessidade de que o compressor trabalhe continuamente, e sim,
somente quando a pressão cair a um determinado valor mínimo ajustado em um
pressostato.
i) temperatura
O ar comprimido é insensível a variações de temperatura, diferentemente do
óleo hidráulico que sofre alterações de viscosidade com a elevação de sua
temperatura as quais alteram sua eficiência. O ar comprimido, mesmo em condições
de temperatura extrema, permite um funcionamento seguro.
j) segurança
O ar comprimido não apresenta riscos de explosões ou incêndios e, ainda, a
pressão do ar utilizado na pneumática é relativamente baixa (6 a 12bar), enquanto
que em hidráulica trabalha-se com pressões que chegam à ordem de 350bar.
k) limpeza
O fluido utilizado na pneumática é o ar comprimido; então, não existe risco de
poluição ambiental, mesmo que ocorram vazamentos nos elementos (válvulas,
atuadores e demais componentes pneumáticos) mal vedados. Esta característica
torna a pneumática uma excelente e eficiente forma de energia para aplicação na
indústria alimentícia e farmacêutica.
l) construção
As pressões de trabalho são relativamente baixas quando comparadas à
hidráulica; seus elementos de comando e atuadores são menos robustos e mais
leves, podendo ser construídos em liga de alumínio, tornando seu custo
relativamente menor, ou seja, mais vantajoso.
m) velocidade
A pneumática possui altas velocidades de deslocamento; em condições
normais de funcionamento, as velocidades estão entre 1 e 2m/s, podendo chegar a
10m/s no caso de cilindros especiais e 500mil rpm no caso de turbinas pneumáticas.
114
n) regulagem
As pressões de trabalho são reguladas em função da velocidade e força dos
elementos pneumáticos, conforme a necessidade da aplicação, estando situadas na
faixa que vai de zero até ao valor máximo do elemento pneumático.
o) preparação
A fim de se obter um melhor rendimento e um aumento na vida útil dos
componentes pneumáticos, é necessário que o ar comprimido possua uma boa
preparação, ou seja, é necessário que o ar comprimido esteja limpo de impurezas e
umidade, o que é possível com a utilização de filtros, purgadores e unidades de
condicionamento.
p) compressibilidade
Característica presente no ar e em todos os tipos de gases que impossibilita a
utilização da pneumática em aplicações que necessitem velocidades uniformes e
constantes.
q) força
Para uma pressão de trabalho de 6bar é possível utilizar o ar comprimido no
acionamento de cilindros para exercer forças de 48250N (capacidade de erguer uma
massa de 494kg).
r) escape de Ar
O ar comprimido, ao ser expulso de dentro de um atuador, passa através do
orifício de exaustão (escape) da válvula comutadora causando um ruído
relativamente alto. Para diminuir o ruído causado pelo escape de ar, utiliza-se um
dispositivo denominado silenciador.
s) custos
Os custos de implantação dos sistemas pneumáticos dentro das indústrias
são significativos, uma vez que são necessários componentes e acessórios para
produção, preparação, distribuição e consumo do ar comprimido, além dos custos de
115
manutenção. Porém, o custo da energia pneumática é em parte compensado pelos
preços vantajosos e pelo rendimento operacional dos equipamentos.
116
Figura 97- Estação típica de produção de ar comprimido
a) compressores
Os compressores são os equipamentos responsáveis pela produção do ar
comprimido nos sistemas pneumáticos; são especificados segundo as necessidades
da fábrica ou indústria quanto à pressão a ao volume necessário. Dessa forma, são
empregados diferentes tipos e modelos de compressores de ar que diferem quanto à
construção e funcionamento, conforme mostra a figura 98.
117
Não é de objetivo neste estudo tratar dos detalhes funcionais dos diversos
tipos de compressores industriais. Porém, nas duas figuras a seguir são mostrados
os digramas construtivos dos compressores industriais e alguns modelos comerciais.
118
Figura 100- Modelos comerciais de dos compressores industriais de diversos fabricantes
119
Figura 101- Separadores de umidade para ar comprimido (drenos ou purgadores)
c) refrigeração do ar comprimido
Durante a produção do ar comprimido, o atrito do ar com o compressor gera
calor, o qual deve ser dissipado. Conforme o grau de temperatura gerada pelo calor
no compressor, deve-se utilizar uma das técnicas de resfriamento a seguir:
• compressores de baixa potência: aletas de refrigeração;
• compressores de média potência: ventiladores ou exaustores; e
• compressores com mais de 30KW (40HP): refrigeração com água
corrente.
120
d) armazenamento do ar comprimido
O armazenamento do ar comprimido tem como objetivo estabilizar a
distribuição do ar comprimido, pois elimina as oscilações de pressão na rede
distribuidora e, quando há, momentaneamente, um alto consumo de ar, constitui-se
numa garantia de reserva de energia.
A grande superfície do reservatório refrigera o ar armazenado. Por isso, o
mesmo deve possuir um anteparo para conter a umidade contida no ar separada
pelo efeito da condensação.
121
e) secagem do ar comprimido
A secagem do ar comprimido é uma etapa de fundamental importância. Sua
função é eliminar a água (umidade) que penetra na rede de distribuição através do
ar aspirado pelo compressor. A fim de se diminuir os efeitos negativos causados
pela umidade em um sistema de automação pneumático é necessária especial
atenção à umidade contida no ar comprimido.
Com o intuito de realizar a secagem do ar comprimido, podem-se utilizar as
seguintes técnicas:
• secagem por absorção;
• secagem por adsorção; e
• secagem por resfriamento.
122
A capacidade de acumulação de umidade através de uma camada de sílica
gel é limitada e, por isso, cada vez que o elemento secador estiver saturado o
mesmo poderá ser regenerado facilmente: fazendo-se fluir ar quente pelo interior de
uma câmara saturada a umidade é absorvida por este ar e eliminada do elemento.
A energia calorífica para a regeneração pode ser obtida por eletricidade
(resistências de aquecimento) ou por ar comprimido quente.
123
Figura 107- Funcionamento de um secador por resfriamento
124
4.2.2 distribuição do ar comprimido
A utilização de vários compressores, um para cada máquina ou dispositivo
automatizado, é indicada somente em casos esporádicos e isolados. Em processos
automatizados onde existem vários pontos de aplicação, é mais recomendado
distribuir o ar comprimido através de uma rede tubular dotando-a de pontos de
consumo (tomadas de ar).
A rede de distribuição de ar comprimido é formada por todas as tubulações
que saem do reservatório, passando pelo secador, pelas diversas conexões,
engates, válvulas de controle e demais acessórios que tem a função de orientam o
ar comprimido até os pontos individuais de consumo (utilização).
As redes de distribuição de ar comprimido necessitam de uma manutenção
regular, por isso não podem ser montadas dentro de paredes ou cavidades estreitas,
pois isto dificulta a detecção de fugas de ar (vazamentos). Pequenos vazamentos
são responsáveis por perdas de carga consideráveis.
125
ponto de armazenamento. Ao longo deste anel partem as ramificações para os
diferentes pontos de consumo. O circuito fechado propicia uma pressão constante,
além de tornar a distribuição do ar comprimido mais uniforme para os consumos
intermitentes. Porém, dificulta a separação da umidade, porque o fluxo não possui
uma direção; dependendo do local de consumo, circula em duas direções.
126
A escolha do diâmetro da tubulação não é realizada por quaisquer fórmulas
empíricas ou pelo aproveitamento de tubos por acaso existentes no depósito, mas,
sim, levando-se em consideração os seguintes fatores:
• o volume corrente (vazão);
• o comprimento da tubulação;
• o queda de pressão admissível;
• o pressão de trabalho; e
• o número de pontos de estrangulamento na rede.
127
TUBOS MANGUEIRAS LISAS MANGUEIRAS ESPIRALADAS
Figura 112- Conexões, acessórios, tubos e mangueiras para rede de distribuição de ar comprimido
c) condicionamento do ar comprimido
Após passar por todo o processo de produção, tratamento e transporte, o ar
comprimido deve sofrer um último condicionamento, antes de ser colocado para
trabalhar. Os motivos que evidenciam a necessidade desta etapa são apresentados
nos três parágrafos a seguir.
128
Como os sistemas pneumáticos são sistemas abertos, o ar, após ser utilizado,
é exaurido para a atmosfera, enquanto que a alimentação aspira ar livre
constantemente. Este ar, por sua vez, está sujeito à contaminação, umidade e às
impurezas procedentes da rede de distribuição. A maioria destas impurezas é retida,
como já foi mencionado, nos processos de preparação, porém partículas pequenas
ficam suspensas e são arrastadas pelo fluxo de ar comprimido, agindo como
abrasivos nas partes móveis dos elementos pneumáticos quando solicitada a sua
utilização. Portanto, é necessário filtrar o ar comprimido antes de ele ser utilizado.
Normalmente, um sistema de produção de ar comprimido atende à demanda
de ar para vários equipamentos pneumáticos. Em todos estes equipamentos está
atuando a mesma pressão. Isto nem sempre é possível, pois, se estivermos atuando
um elemento pneumático com pressão maior do que realmente ele necessita,
estaremos consumindo mais energia que a necessária e podemos até danificá-lo.
Por outro lado, um grande número de equipamentos operando simultaneamente faz
com que a pressão diminua devido à elevação de consumo ocorrida. Portanto, é
necessário ajustar a pressão de trabalho de acordo com as pressões solicitadas
pelos componentes pneumáticos.
Os sistemas pneumáticos e seus componentes são constituídos de partes
móveis que estão sujeitas aos desgastes, às corrosões e, consequentemente, à
inutilização. E para diminuir os efeitos de desgastes, das forças de atrito e facilitar os
movimentos dos componentes pneumáticos, os mesmos devem ser lubrificados
convenientemente.
De acordo com os três últimos parágrafos, pode-se concluir que o objetivo do
condicionamento do ar comprimido é produzir melhores desempenhos dos
componentes e equipamentos pneumáticos uma vez que permite aos mesmos
trabalharem em condições favoráveis, prolongando as suas vidas úteis.
O condicionamento de ar comprimido é uma etapa indispensável em qualquer
tipo de sistema pneumático, do mais simples ao mais complexo e está dividida em
quatro partes que são:
• filtragem
• regulagem
• medição e/ou indicação de pressão
• lubrificação.
129
A filtragem é a etapa do condicionamento do ar comprimido tem como função
reter as partículas de impurezas, bem como a água condensada, contidas no ar
comprimido após a sua produção.
A filtragem do ar consiste na aplicação de dispositivos capazes de reter as
impurezas suspensas no fluxo de ar, e em suprimir ainda mais a umidade presente.
É, portanto, necessário eliminar estes dois problemas ao mesmo tempo. O
equipamento normalmente utilizado para este fim é o filtro de ar.
A regulagem é a etapa do condicionamento de ar tem como função manter
constante a pressão de trabalho ao longo da rede de distribuição e consumo de ar
comprimido.
O equipamento que executa esta função é denominado válvula reguladora
de pressão ou simplesmente regulador de pressão, o qual tem como função:
• compensar automaticamente o volume de ar requerido pelos
equipamentos pneumáticos;
• manter constante a pressão de trabalho (pressão secundária),
independente das flutuações da pressão na entrada (pressão primária)
quando acima do valor regulado. A pressão primária deve ser sempre
superior à pressão secundária, independente dos picos de pressão; e
• funcionar como válvula de segurança.
130
Tabela 23- Óleos recomendados para lubrificação de componentes pneumáticos
Fabricante Referência
Shell Shell Tellus C-10
Esso Turbine Oil-32
Esso Spinesso-22
Mobil Oil Mobil Oil DTE-24
Valvoline Valvoline R-60
Castrol Castrol Hyspin AWS-32
Lubrax HR 68 EP
Lubrax Ind CL 45 Of
Texaco Kock Tex-100
d) válvulas de controle
As válvulas de controle servem para orientar os fluxos de ar, impor bloqueios,
controlar suas intensidades de vazão e pressão. Para facilidade de estudo, as
válvulas pneumáticas foram classificadas em:
• válvulas de controle direcional;
• válvulas de bloqueio;
• válvulas de controle de fluxo; e
• válvulas de controle de pressão.
131
um conhecimento perfeito de uma válvula direcional, devem-se levar em conta os
seguintes dados:
• número de posições;
• número de vias;
• posição inicial;
• tipo de acionamento;
• tipo de retorno; e
• vazão ou pressão de trabalho.
132
Para identificar as vias, utilizam-se normas de identificação. A tabela 24
apresenta as normas de identificação das vias para as válvulas e controle que
atualmente estão em uso.
133
Tabela 27- Acionamentos elétricos
Símbolo Nome
134
Figura 116- Modelos comerciais de válvulas de controle direcional
funcionamento:
Estando o pino desacionado, ou seja, na posição inicial devido à
ação da mola, a sua via 1 está bloqueada e o ar contido em sua
via 2 escapa para atmosfera através da passagem de ar da via 2
para via 3. Ao acionar o pino, a via 3 fica bloqueada e o ar
comprimido passa de sua via 1 para sua via 2.
135
Tabela 30- Válvulas de bloqueio
Válvula Funcionamento
Com o fluido no sentido da via 1 para via 2, o ar pressiona o
elemento de vedação, empurrando-o e, então, atravessa o
elemento de vedação através das chamadas janelas circulantes.
retenção com mola
136
Tabela 30- Válvulas de bloqueio
Válvula Funcionamento
Quando o ar comprimido é aplicado a uma das entradas (via X ou
via Y), o elemento de vedação desloca-se em direção a outra via
válvula de isolamento (elemento OU)
137
de um cilindro (atuador pneumático) ou formar condições de temporização
pneumática. Portanto, esse tipo de válvula é a solução ideal quando se necessita
influenciar o fluxo de ar comprimido.
As válvulas de controle de fluxo podem ser fixas ou variáveis; e estas podem
ser unidirecionais ou bidirecionais. Serão abordados neste estudo os seguintes tipos
de válvulas de controle de fluxo:
• válvula de controle de fluxo fixa bidirecional;
• válvula de controle de fluxo variável bidirecional; e
• válvula de controle de fluxo variável unidirecional.
= Fluxo 2-1).
138
A figura 118 mostra alguns modelos comerciais de válvulas de controle de
fluxo.
139
Tabela 32- Válvulas de controle de pressão (continuação)
Válvula Funcionamento
Seu funcionamento é basicamente o mesmo da válvula de alívio;
porém, a sua saída de ar é utilizada para comandos ou emissão
válvula de sequência
140
4.2.3 consumo do ar comprimido
O ar comprimido produzido pelo compressor e transportado pela rede de
distribuição será utilizado ou consumido nas tomadas de ar comprimido. Nesses
locais há sempre uma máquina ou equipamento pneumático que executará algum
trabalho ou função. Essa máquina ou equipamento é formado por válvulas de
controle e por atuadores interligados entre si através de mangueiras e conexões
formando um circuito pneumático.
Os atuadores pneumáticos são elementos mecânicos que, por meio de
movimentos lineares ou rotativos, transformam a energia cinética gerada pelo ar
pressurizado e em expansão, em energia mecânica, produzindo trabalho.
Serão abordados neste estudo apenas os atuadores pneumáticos de
movimento linear, dentre os quais podemos destacar:
• cilindros de simples ação ou simples efeito;
• cilindros de dupla ação ou duplo efeito;
• cilindros de dupla ação ou duplo efeito com amortecimento; e
• cilindros de dupla ação ou duplo efeito com êmbolo magnético.
Figura 120- Funcionamento do cilindro de simples ação com avanço por mola
141
Figura 121- funcionamento do cilindro de simples ação com retorno por mola
Figura 122- Funcionamento do cilindro de simples ação com retorno por ação de força externa
142
Figura 123- Funcionamento do cilindro de dupla ação
c) cilindros especiais
Quando é necessário controlar ou diminuir o impacto causado pelo fim de
curso de avanço ou de retorno de um cilindro, utiliza-se o amortecimento. A função
deste é absorver a energia cinética excessiva gerada em função das velocidades de
avanço e de retorno que o atuador desenvolve durante o seu funcionamento.
O amortecimento deve ser instalado nos cabeçotes do cilindro e só entra em
ação a partir de uma determinada posição do êmbolo na qual o ar passa através de
uma restrição que pode ser fixa ou variável. Dessa forma o amortecimento será
responsável pela redução do impacto no fim de curso do atuador.
143
êmbolo magnético. Este acessório é formado por um anel imantado instalado junto
ao êmbolo do cilindro. Para detectar o sim de curso do cilindro são instalados
sensores magnéticos na parte externa da camisa do mesmo.
A figura 125 mostra um cilindro de dupla ação com amortecimento variável no
avanço e no recuo e êmbolo magnético.
144
4.3 Símbolos dos componentes pneumáticos
fonte de ar comprimido
resfriador de ar
silenciador
reservatório de ar
145
Tabela 33- Símbolos pneumáticos (continuação)
Denominação Característica Símbolo
filtro de ar
símbolo simplificado.
146
Tabela 33- Símbolos pneumáticos (continuação)
Denominação Característica Símbolo
147
Tabela 33- Símbolos pneumáticos (continuação)
Denominação Característica Símbolo
válvulas
de controle válvula de controle de fluxo variável bidirecional.
de fluxo
válvula de sequência.
válvulas
de controle válvula de alívio ou válvula de segurança.
de pressão
148
Tabela 33- Símbolos pneumáticos (continuação)
Denominação Característica Símbolo
cilindros
de simples ação cilindro de simples ação com avanço por
ou mola.
duplo efeito
149
4.4 Circuitos pneumáticos e eletropneumáticos.
150
Figura 128- Comando direto para CSA com regulagem de velocidade no avanço
151
circuito; é necessário que as VCD sejam mantidas acionadas para que os
movimentos do cilindro sejam completos.
Para o circuito da figura 130 tanto o avanço como o retorno do cilindro tem
velocidades controladas pelas válvulas 1.01 e 1.02, respectivamente. O circuito
funciona da seguinte maneira:
• acionando-se o botão da VCD 1.1 e estando o botão da VCD 1.2
desacionado, então o cilindro irá avançar com velocidade controlada
através da válvula de controle de fluxo variável unidirecional 1.01.
• acionando-se o botão da VCD 1.2 e estando o botão da VCD 1.1
desacionado, então o cilindro irá recuar com velocidade controlada através
da válvula de controle de fluxo variável unidirecional 1.02.
Figura 130- Comando direto para CDA com regulagem de velocidade na direção do cilindro
Figura 131- Comando indireto para CSA através da válvula de isolamento (elemento OU)
152
Esse circuito funciona da seguinte maneira:
• ao se acionar o botão da VCD 1.2, o ar comprimido circula de sua via 1
para sua via 2 e é transferido para o interior da câmara traseira do cilindro
através da válvula de isolamento causando, assim, o seu avanço rápido;
• no momento em que o botão da VCD 1.2 for solto, esta retornará a sua
posição inicial pela ação de sua mola interna e o ar que foi utilizado para
avançar o cilindro será expulso do mesmo através da passagem de ar
entre as vias 2 e 3 da VCD 1.2. Então, a mola interna ao cilindro irá causar
seu recuo imediato;
• caso seja acionada a VCD 1.4, o mesmo efeito descrito para a VCD 1.2
será observado;
• portanto, se qualquer uma das duas válvulas for acionada (separadamente
ou simultaneamente), ocorrerá pressurização na câmara traseira do
cilindro e o mesmo avançará;
• porém, quando as duas válvulas forem desacionadas, o cilindro será
recuado.
Figura 132- Comando indireto para CSA através da válvula de simultaneidade (elemento E)
153
deixando a mesma autobloqueada e impedindo a passagem de ar para a
câmara traseira do cilindro e mantendo-o recuado.
• para que o cilindro avance, é necessário manter a VCD 1.2 acionada e
acionar o botão da VCD 1.4; assim o ar comprimido irá circular da via 1
para a via 2 da VCD 1.4 e passará da via Y para a via A da válvula de
simultaneidade, pressurizando a câmara traseira do cilindro e causando
seu avanço.
• se qualquer uma das duas VCD (1.2 ou 1.4) for desacionada, então o ar
na saída da válvula de simultaneidade será descartado para a atmosfera e
o cilindro então recuará devido à ação de sua mola interna.
• portanto, neste circuito, o cilindro só será avançado se ambas as VCD (1.2
e 1.4) forem acionadas simultaneamente.
154
também em alta velocidade, pois não há válvula de controle de fluxo
instalada no cabeçote dianteiro do cilindro.
155
• da mesma forma como ocorreu durante o início do movimento de avanço
do cilindro, ao se iniciar o seu movimento de recuo, o rolete 1.3 será
desacionado, porém a VCD 1.1 irá manter sua posição até que a haste do
cilindro acione novamente o rolete 1.2, causando um novo ciclo de avanço
e recuo do cilindro.
• essa situação irá ocorrer continuamente e automaticamente enquanto
houver ar comprimido no sistema.
156
equivalentes aos circuitos pneumáticos de comandos diretos, indiretos e repetitivos
estudados no tópico anterior desta unidade de estudo.
157
( a ) controle de velocidades de ( b ) controle de velocidade de ( c ) controle de velocidades de
recuo do CSA. avanço do CSA. avanço e de recuo do CSA.
158
• quando ambas as botoeiras B0 e B1 forem desacionadas, o solenoide V1
será desenergizado, a VCD voltará à sua posição inicial, e o cilindro
recuará imediatamente pela ação de sua mola interna.
159
Nota: a associação em série das botoeiras B0 e B1 vista no circuito de
comando elétrico da figura 137-c corresponde à função lógica E, implementada pela
válvula de simultaneidade no circuito pneumático da figura 137-a.
Figura 138- Circuito pneumático de acionamento direto para CDA e seu equivalente eletropneumático
160
d) circuito eletropneumático equivalente para comando indireto de CDA
A figura a seguir mostra um exemplo de circuito pneumático de acionamento
indireto através de válvula de controle direcional para CDA e seu equivalente
eletropneumático.
161
e) circuito eletropneumático equivalente para comando repetitivo de CDA
A figura a seguir mostra um exemplo de circuito pneumático de comando
repetitivo através de válvulas de controle direcional para CDA e seu equivalente
eletropneumático. Esse circuito terá seu movimento automático iniciado assim que o
sistema for pressurizado.
Os detalhes a respeito do funcionamento do circuito eletropneumático
apresentado na figura 140-b deverão ser feitas pelo aluno.
Figura 140- Circuito pneumático de comando repetitivo para CDA e seu equivalente eletropneumático
162
5 COMANDOS HIDRÁULICOS E ELETROHIDRÁULICOS
5.1 Introdução
A hidráulica consiste no estudo das características e uso dos fluidos. Desde o
início da história da humanidade o homem utiliza os fluidos para facilitar o seu
trabalho.
A história antiga registra que dispositivos engenhosos, como bombas e rodas
de água já eram conhecidos desde épocas remotas. Porém, apenas no século XVII,
o ramo da hidráulica que nos interessa, foi utilizado. Trata-se do princípio descoberto
pelo cientista francês Pascal, que consistia no fluido confinado para transmitir e
multiplicar forças e modificar movimentos.
A lei de Pascal resume-se em: “A pressão exercida em um ponto
qualquer de um fluido em repouso, transmite-se integralmente a todos os
pontos do fluido e atua perpendicularmente contra as paredes do recipiente
que o contém”.
A descoberta de Pascal passou dois séculos sem que fosse aproveitado seu
grande potencial. Somente no princípio da Revolução Industrial é que um mecânico
britânico, Joseph Bramah, utilizou a descoberta de Pascal para desenvolver a
prensa hidráulica.
Bramah concluiu o seguinte: “se uma força moderada aplicada a uma
pequena área produz, proporcionalmente, uma força maior numa área maior,
então o único limite à força de uma máquina seria a área em que se aplicasse a
pressão”.
Figura 141- Aplicação do princípio de Pascal por Joseph Bramah (prensa hidráulica)
163
A seguir vamos apresentar algumas definições importantes para o estudo da
hidráulica.
a) fluído
É qualquer substância capaz de escoar e assumir a forma do recipiente que o
contém.
b) hidráulica
Provém da palavra grega “hidros”, que significa água, ou mais precisamente,
água em tubos. É a ciência que estuda líquidos em escoamento e sob pressão.
c) hidrostática
É a ciência que estuda os líquidos sob pressão (mecânica dos fluidos
estáticos, seguida de condições de equilíbrio dos fluidos).
d) hidrodinâmica
É a ciência que estuda os líquidos em movimento (teoria da vazão), e, mais
precisamente, da energia cinética.
e) pressão
Em função da hidrostática, define-se pressão como sendo a força exercida
pelo fluido por unidade de área do recipiente que o contém. Sua unidade de medida
no SI é dada em N/m² ou Pa, embora seja comum utilizar outras unidades como:
atm, bar, kgf/mm², lib/in² etc.
A figura 142-a mostra que é possível conhecer a pressão exercida por um
fluido a partir da força aplicada. A figura 142-b mostra que é possível determinar
pressão exercida por um fluido quando este se encontra em um reservatório a partir
da massa específica e do nível do fluido.
164
Figura 142- Determinação das pressões em cilindros e em reservatórios
f) vazão (Q)
É a relação entre o volume de fluido descarregado por unidade de tempo, ou,
ainda, é produto entre a velocidade de deslocamento do fluido em uma tubulação
pela sua seção transversal.
165
Tabela 34- Vantagens e desvantagens dos sistemas hidráulicos
Vantagens Desvantagens
fácil instalação e grande flexibilidade em custo inicial elevado, quando comparado aos
espaços físicos reduzidos; sistemas mecânicos e elétricos;
permitem uma rápida e suave inversão de conversão de energia elétrica em mecânica e
movimento devido a sua baixa inércia; mecânica em hidráulica para; posterior
conversão em energia mecânica;
permitem ajustes de variação micrométrica na apresenta perdas por vazamentos internos em
velocidade dos atuadores; todos os componentes;
são sistemas autolubrificados; apresenta perdas por atritos internos e externos;
relação peso x tamanho x potência possui baixo rendimento devido aos três últimos
consumida muito menor que dos componentes fatores apresentados; e
mecânicos e elétricos;
são sistemas de fácil proteção; e risco de incêndio e/ou explosão, pois o óleo é um
produto inflamável.
a ótima condutividade térmica do óleo muitas
vezes permite que o próprio reservatório elimine
calor, sem a necessidade de trocador de calor.
166
5.3.1 geração hidráulica
a) bomba hidráulica
A bomba é o componente mais importante dos sistemas hidráulicos. Sua
função é converter energia mecânica em energia hidráulica, deslocando o fluido
hidráulico no sistema.
A escolha da bomba hidráulica depende desses fatores: quantidade de
atuadores lineares, necessidade de utilização de um ou mais motores hidráulicos,
perda de carga gerada nas linhas de pressão etc. Por isso, a especificação da
bomba hidráulica deve ser a última etapa na elaboração de um projeto hidráulico.
Como regra prática para a escolha da bomba hidráulica, deve-se calcular a
vazão máxima necessária para o funcionamento dos componentes que constituem o
circuito hidráulico mais o somatório das perdas de carga. De posse do valor da
vazão máxima, podem-se consultar os catálogos dos fabricantes para dimensionar a
bomba hidráulica que atenda às especificações de vazão.
As bombas hidráulicas são fabricadas em vários tamanhos e formas,
mecânicas e manuais com variados e complexos sistemas de bombeamento e para
as mais diversas aplicações. Podem-se classificá-las em bombas hidrodinâmicas e
bombas hidrostáticas.
As bombas hidrodinâmicas absorvem o fluido em repouso de um depósito
e, inicialmente, o colocam em movimento que causa uma considerável elevação de
velocidade, porém, logo em seguida, ocorre uma diminuição dessa velocidade o que
causa a elevação de pressão que, por conseguinte, possibilita que o fluido vença as
resistências de escoamento. Nesse tipo de bomba, existe uma dependência
funcional entre o volume de fluido e a pressão. Como exemplos desse tipo de
bomba hidráulica, temos as bombas centrífugas e as bombas axiais (também
denominadas de bombas de hélice).
As bombas hidrostáticas também são denominadas de “bombas
volumétricas”. Nesse tipo de bomba hidráulica, o fluido adquire movimento e causa
elevação de pressão, sem que ocorra dentro da bomba nenhum aumento
substancial de velocidade, pois simplesmente o fluido é aspirado e transportado.
Além disso, o fluido utilizado não depende da pressão; por isso, essas bombas são
mais adequadas para a transmissão de força e são mais utilizadas nos
dimensionamentos dos circuitos hidráulicos.
167
As bombas hidráulicas são divididas basicamente em três tipos: bombas de
engrenagens, bombas de palhetas e bombas de pistões. A figura 5.4 mostra a
divisão das bombas hidráulicas.
168
A figura 146 mostra a construção de uma bomba hidráulica de engrenagens
internas. Nesse tipo de bomba as câmaras de bombeamento são formadas entre os
dentes das engrenagens. Uma vedação em forma de meia-lua é montada entre as
engrenagens de tal forma que o rotor é instalado excentricamente. Dessa forma,
consegue-se variar os espaços entre o rotor e a engrenagem livre, produzindo vácuo
para a retirada de óleo do reservatório na câmara de entrada da bomba e elevação
de pressão na câmara de saída da mesma.
169
fonte externa (motor elétrico). Acoplado ao rotor interno está uma estrutura
engrenada livre. Durante o movimento do rotor, formam-se então as câmaras de
bombeamento entre os lóbulos e o rotor e assim ocorre o transporte de fluido. Nesse
caso, não é necessário utilizar a vedação em forma de meia-lua como ocorre nas
bombas de engrenagens internas, pois as pontas do rotor interno fazem contato com
o rotor externo para vedar as câmaras de bombeamento.
170
A figura 150 mostra a construção de uma bomba hidráulica de pistões
radiais. Esse tipo de bomba possui de cinco a nove pistões com os respectivos
êmbolos que se deslocam com um leve atrito dentro do rotor e, sob a ação de molas,
deslizam sobre a superfície interna do anel excêntrico em relação ao rotor.
A rotação do rotor provoca um movimento alternativo dos êmbolos dentro dos
cilindros. Quando o par cilindro-êmbolo passar pela posição inferior, ocorrerá a
aspiração do óleo. Quando o par cilindro-êmbolo passar pela posição superior,
ocorrerá a compressão do fluido aspirado e o mesmo será descarregado da bomba.
171
b) reservatório
É indicado que um reservatório seja suficientemente grande para promover o
resfriamento e a separação dos contaminantes presentes no óleo hidráulico. No
mínimo o reservatório deve conter todo o fluido do sistema e manter um nível
suficientemente alto para que não haja vórtices na linha de sucção, pois, se isso
ocorrer, haverá mistura de ar com o fluido.
Geralmente, dimensiona-se o reservatório para pelo menos duas ou três
vezes o volume deslocado pela bomba durante um minuto de operação.
172
Raramente há grandes problemas de localização ou tamanho dos
reservatórios, porém algumas regras para sua construção e especificação devem ser
seguidas:
• o tanque é construído soldando-se placas de aço com suportes
adequados, separando a unidade do chão;
• deve-se pintar o interior do tanque com tinta especial para reduzir a
ferrugem que pode resultar na condensação de umidade. Essa tinta deve
ser compatível com o fluido utilizado;
• o tanque deve permitir uma fácil manutenção do fluido;
• no fundo do tanque deve existir um bujão para drenagem de óleo;
• recomenda-se a utilização de tampas de fácil remoção para se poder
limpar o tanque;
• recomenda-se a utilização de visores para verificar os níveis de óleo;
• na abertura para o abastecimento do fluido, deve existir uma tela filtrante a
fim de evitar que, durante o reabastecimento do fluido, ocorra
contaminação do mesmo.
173
A maioria das linhas para o reservatório termina abaixo do nível do óleo. As
conexões dessas linhas ao tanque são feitas por flanges com vedação. Este sistema
evita a contaminação através da penetração de sujeira bem como facilita a remoção
dos filtros para limpeza.
Portanto, as linhas de sucção e de retorno do óleo devem estar bem abaixo
do nível do fluido, a fim de que o ar não se misturar com o óleo e forme espuma,
produzindo cavitação e golpes de aríete na bomba e nas tubulações.
Porém, as linhas de dreno podem terminar acima do nível de óleo para evitar
contrapressão nas mesmas. As conexões sobre o nível de óleo precisam ser bem
vedadas para não permitir a entrada de ar no sistema. As conexões que estão sob o
nível de óleo devem apenas ser apertadas o suficiente para que permaneçam
conectadas.
Nota: as linhas de sucção e de retorno devem estar abaixo do nível de óleo, e
as que não tenham filtros acoplados devem ser cortadas num ângulo de 45º. Isto
evita que ocorra uma restrição às correntes normais do fluxo; numa linha de retorno,
a abertura deve ser posicionada de tal maneira que o fluxo seja direcionado às
paredes do tanque no lado oposto à linha de sucção da bomba.
c) filtros
O fluido hidráulico é mantido limpo no sistema, principalmente pela utilização
de dispositivos tais como os filtros. Utilizam-se também bujões magnéticos para
captar partículas de aço no fluido. Estudos recentes indicaram que mesmo partículas
pequenas, de 1 até 5 microns, têm efeitos degradantes, causando falhas no sistema
e acelerando a deterioração do óleo, em muitos casos.
Os filtros de hidráulicos são classificados em: filtros de fluxo total, filtros de
fluxo proporcional e filtros tipo indicador.
A tabela a seguir mostra a construção e a descrição funcional dos filtros
hidráulicos.
174
Tabela 35- Características dos tipos de filtros hidráulicos
Construção Funcionamento
Esse tipo de filtro é assim chamado porque todo fluxo no pórtico de
entrada passa através do elemento filtrante na seguinte sequência:
filtro de fluxo total
(1) o óleo entra no filtro; (2) circula o elemento filtrante; (3) é filtrado
em direção ao centro do copo; e (4) alcança a saída.
175
hidráulicos. São feitos de material poroso: papel, polpa de madeira, algodão, fios de
algodão ou lã e celulose. Os filtros de papel são banhados cm resina para fortificá-
los.
Um filtro deve ser especificado em função do tamanho da menor partícula a
ser retida, da vazão e da queda de pressão. O tamanho das partículas é da ordem
de micros (1 micron é equivalente a um milionésimo (1/1.000.000) de um metro).
Os filtros hidráulicos podem ser instalados em três posições: na linha de
entrada (figura 154-a), na linha de pressão (figura 154-b) ou na linha de retorno
(figura 154-c).
d) intensificador de pressão
Esse dispositivo é utilizado para multiplicar a pressão em certas aplicações.
Um intensificador pode desenvolver pressões muito maiores do que a pressão
desenvolvida pela bomba.
A figura a seguir mostra os tipos de intensificadores de pressão e suas
respectivas simbologias. Esses equipamentos aplicam o princípio de Pascal para
produzir pressões elevadas. O aumento de pressão é inversamente proporcional à
relação de áreas. O volume de óleo, descarregado a alta pressão, será menor do
que o volume na área maior, proporcionalmente às áreas envolvidas.
176
e) acumulador
Esse componente deve ser aplicado aos sistemas hidráulicos que necessitam
de grande quantidade de fluido para efetuar o trabalho, quando este é feito de forma
intermitente num ciclo de operação da máquina, como ocorre em máquinas de
injeção e extrusão.
O acumulador possibilita armazenar o fluido e, portanto, não é necessário
utilizar uma bomba de grande vazão de maneira contínua (ou a toda vazão), pois é
possível armazenar o fluido a partir de uma bomba relativamente pequena.
Outra aplicação seria em sistemas hidráulicos onde é necessário manter a
pressão do sistema constante. Nesse tipo de sistema hidráulico a bomba carrega o
acumulador a partir do valor de pressão desejado ajustado em uma válvula de
sequência (ou pressostato) a bomba será descarregada livremente para o tanque.
Podem-se utilizar os acumuladores também para absorver choques ou
impulsos repentinos de pressão, devido às paradas bruscas ou inversões de fluxo de
óleo.
Como precaução, os acumuladores devem ser totalmente isolados do circuito,
ou então, completamente descarregados antes de se iniciar qualquer desmontagem
de condutos ou componentes.
Diferentemente dos gases, os fluidos usados nos sistemas hidráulicos não
podem ser comprimidos e armazenados para serem utilizados, numa hora ou local
distinto. A vantagem de um acumulador é o de fornecer meios de armazenar esses
fluidos incompressíveis, sob pressão.
Os acumuladores podem ser construídos de 3 modos distintos: levantando
um peso; comprimindo uma mola; e comprimindo um gás. Qualquer queda de
pressão na abertura de entrada criará uma reação no elemento, a qual forçará o
fluido a sair.
A tabela a seguir mostra a construção e a descrição funcional dos tipos de
acumuladores.
177
Tabela 36- Características dos tipos de acumuladores
Tipo de acumulador Descrição
Esse tipo de acumulador utiliza um pistão vertical, dotado de
Acumuladores tipo peso
178
A figura a seguir mostra alguns modelos de acumuladores hidráulicos.
f) trocador de calor
Como nenhum sistema hidráulico tem 100% de rendimento e jamais poderá
ter, o problema mais comum é o calor. Por esta razão, utiliza-se o resfriamento
quando o fluido requer condicionamento térmico.
Os trocadores de calor são muitas das vezes denominados resfriadores,
pois são construídos para refrigerar o fluido. Porém, há aplicações onde o fluido,
devido ao seu baixo índice de viscosidade, não fluirá facilmente quando frio. Por
isso, deve-se aquecê-lo e mantê-lo neste estado por meio de aquecedores.
Os trocadores de calor podem ser de dois tipos: a ar (radiadores ou trocador
de calor a graxetas) e a água (trocador de calor água-óleo).
A figura 157 mostra um resfriador a graxetas. Esse tipo de equipamento é
utilizado em aplicações onde não há água disponível ou ocorram vibrações. O fluido
passa através de tubos aletados, normalmente de alumínio ou latão, os quais
transferem calor ao ar externo. O resfriador pode incorporar um ventilador para
aumentar a eficiência de troca de calor.
179
A figura 158 mostra um trocador de calor a água. Nesse caso, circula-se água
pelo interior dos tubos que são circundados pelo fluido hidráulico. A água, que pode
ser termostaticamente regulada para manter uma temperatura desejada, elimina
parte do calor do fluido. Utilizando-se água quente, esse equipamento pode ser
utilizado como um aquecedor.
g) instrumentos de medição
As medidas de vazão, pressão, temperatura e nível são fundamentais para o
perfeito funcionamento dos sistemas hidráulicos. São úteis também para localizar
defeitos.
Devido à dificuldade de se instalar um medidor de fluxo num circuito, a
medida de vazão é muitas das vezes realizada pela medição da velocidade ou
rotação de um atuador.
As pressões são medidas através de manômetros ou transmissores de
pressão e controladas através de pressostatos.
A temperatura é medida através de termômetros, termopares ou
termorresistências.
E, por fim, a medição de nível pode ser feita a partir de visores de nível ou
chaves de nível tipo boia.
a) tubulações
A tubulação é a parte dos sistemas hidráulicos responsável pelo transporte do
fluido. Portanto, a tubulação engloba vários tipos de condutos que transportam o
180
fluido hidráulico entre os componentes, assim como as conexões utilizadas entre
eles.
Os sistemas hidráulicos utilizam principalmente 3 tipos de condutos:
• tubos rígidos;
• tubos semirrígidos; e
• mangueiras flexíveis.
Atualmente os tubos rígidos são os mais baratos dos três enquanto que os
tubos semirrígidos e mangueiras são mais convenientes e de manutenção mais
simples. No futuro poderão ser utilizados encanamentos de plástico, que já vêm
sendo aplicados gradativamente.
b) conexões
As conexões realizam as ligações entre a tubulação e os componentes
hidráulicos e também as vedações necessárias. Podem ser engatadas, rosqueadas
ou soldadas.
Dentre as conexões tipo engate rápido, destacam-se as conexões drybreak e
as com gatilho.
As conexões drybreak são conexões com luva deslizante, com recursos que
incluem a capacidade de conexão virtualmente sem entrada de ar ou de desconexão
com pouco ou nenhum vazamento. Também são conhecidas como conexões de
superfície plana ou conexões clean break (conexões sem-vazamento).
As conexões tipo gatilho possuem uma válvula utilizada para estancar o
fluxo de fluidos quando duas partes de um engate rápido são separadas. Esse tipo
de engate é o mais escolhido e disponível atualmente devido a sua simplicidade na
função e na fabricação.
A figura a seguir mostra alguns tipos de conexões para os sistemas
hidráulicos.
181
Figura 159- Modelos de conexões hidráulicas do tipo engate rápido
c) vedações
As vedações nos sistemas hidráulicos também podem ser realizadas através
de retentores. As vedações são necessárias quando há necessidade de manter-se
a pressão, impedindo que ocorra perda de óleo e mantendo afastados os
contaminantes.
São vários os métodos de se vedar os componentes hidráulicos, dependendo
de os retentores serem positivos ou não positivos; se a aplicação da vedação será
estática ou dinâmica, da pressão a ser usada, e outros fatores.
Um retentor positivo não permite nenhum tipo de vazamento. Um retentor
não-positivo permite uma pequena quantidade de vazamento interno para fornecer
uma camada de lubrificação.
A maioria dos retentores hidráulicos é feita de materiais como couro, bruna N
(borracha nitrílica), silicone, neopreme ou teflon.
182
d) válvulas de controle
As válvulas de controle hidráulicas possuem características funcionais
semelhantes às válvulas de controle utilizadas na pneumática. Porém, em hidráulica,
os componentes são mais robustos e dispensam o uso de equipamentos
lubrificadores, pois o próprio óleo hidráulico desempenha essa função.
Portanto, também em hidráulica, as funções das válvulas de controle são:
• direcionar o fluido;
• impor bloqueios;
• regular a vazão (velocidade); e
• regular a pressão.
183
Figura 161- Exemplo de válvula de controle direcional
185
( a ) Válvula de ( b ) Válvula de ( c ) Válvula de ( d ) Válvula de sucção
retenção simples. retenção com retenção pilotada. ou de preenchimento.
desbloqueio.
Figura 164- Símbolos das válvulas de retenção
186
Tabela 37- Símbolos e descrições das válvulas hidráulicas de controle de fluxo
Símbolo Descrição
Estranguladora
Dependem da pressão e viscosidade.
fluxo
do sistema.
187
A figura 167 mostra um modelo de válvula hidráulica de retenção.
Figura 167- Modelo de válvula hidráulica de controle de fluxo tipo divisora de fluxo
188
Tabela 38- Símbolos e descrições das válvulas de controle de pressão
Símbolo Descrição
Normalmente utilizada para baixas vazões.
Trabalha normalmente fechada.
válvula de
alívio
pressão
primária, enquanto esta última for maior que o valor ajustado para a
pressão secundária.
189
bomba, o motor é empurrado pelo fluido e desenvolve um torque que causa um
movimento rotativo contínuo.
Os cilindros hidráulicos podem ser: de simples ou de duplo efeito,
diferenciais ou não diferenciais. As variações dos cilindros hidráulicos incluem
pistão liso ou pistão com haste, sendo esta sólida ou telescópica.
190
cilindros em aplicações que necessitem velocidades e forças iguais em ambos os
sentidos de deslocamento, pois esse tipo de cilindro possui áreas iguais em cada
lado do pistão.
191
um torque com pressão menor que um motor de pequeno deslocamento. A unidade
usual de pressão é o bar.
Os motores hidráulicos possuem as mesmas características construtivas das
bombas hidráulicas. Portanto, os motores hidráulicos são classificados em:
• motores de engrenagens;
• motores de palhetas; e
• motores de pistão.
192
Tabela 40- Simbologia hidráulica
Denominação Característica Símbolo
linha de pressão
linha piloto
linha de dreno
linha flexível
união de linhas
linhas cruzadas
direção do fluxo
linha para o
reservatório
deslocamento fixo
bomba simples
deslocamento variável
193
Tabela 40- Simbologia hidráulica (continuação)
Denominação Característica Símbolo
deslocamento fixo
motor hidráulico
rotativo deslocamento variável
motor oscilante
Aberto
reservatório
Fechado
por mola
Acumulador
por gás
Filtro
194
Tabela 40- Simbologia hidráulica (continuação)
Denominação Característica Símbolo
trocador de calor
Aquecedor
simples ação
dupla ação
Cilindros
Diferencial
195
5.5 Circuitos hidráulicos e eletrohidráulicos
5.5.1 circuito hidráulico com comando direto para cilindro de dupla ação
A figura 172 mostra um exemplo de circuito hidráulico com acionamento
direto.
196
• quando o conjunto motor-bomba for acionado,
começa o carregamento do acumulador até que o
mesmo alcance seu valor de pressão máxima
ajustado na válvula interruptora de pressão;
• quando a válvula interruptora de pressão for
acionada, ocorrerá sua abertura e o fluxo da
bomba será desviado para o tanque;
• à medida que o sistema hidráulico for consumindo
a energia armazenada o acumulador será
descarregado e a válvula interruptora voltará a
sua posição inicial, liberando a passagem do
fluido da bomba para o acumulador;
• quando a pressão máxima no acumulador for
atingida novamente, a válvula interruptora de
pressão abre novamente e um novo ciclo de
descarga e carga do acumulador será reiniciado,
Figura 173- Circuito hidráulico de recomeçado.
descarga da bomba hidráulica por
válvula interruptora de pressão
197
Figura 174- Circuito hidráulico com acumulador utilizado como eliminador de pulsações
198
Figura 175 Circuito hidráulico com filtros.
199
Figura 176- Circuito hidráulico sequencial com comando mecânico
200
Figura 177- Circuito hidráulico sequencial com disparo por pressostatos
201
6 SISTEMAS SUPERVISÓRIOS
6.1 Introdução
Toda máquina ou processo industrial necessita de meios que permitam ao
operador ou ao pessoal técnico responsável pela sua manutenção supervisionar e
alterar parâmetros. Para isso é necessário que exista sempre um painel de
instrumentos ou um sistema informatizado (sistema de supervisão).
Há basicamente três maneiras de monitorar ou operar as plantas ou
processos industriais: por meio de painel com botoeiras e lâmpadas de sinalização,
por meio de interface-homem-máquina (IHM) ou por meio de sistemas supervisórios
ou sistemas de supervisão.
202
6.2.2 interface-homem-máquina ou IHM
Muitas vezes, centralizam-se as diversas variáveis de processos e os diversos
parâmetros de ajuste do processo em um painel digital denominado de interface-
homem-máquina. Este dispositivo é normalmente interligado a um controlador lógico
programável.
Sua função é controlar e permitir a comunicação do usuário com a planta ou
processo industrial. Também permite que operadores, técnicos, engenheiros, etc
verifiquem (visualizem) ou interfiram (alterem) os valores de preset’s (set point’s) nas
malhas de controle industriais.
Há uma grande variedade de IHM’s atualmente no mercado; as mais simples
são formadas por um teclado formado apenas por teclas de navegação e um display;
há também IHM’s que possuem um teclado numérico e um display; as IHM’s mais
modernas utilizam um sistema de toque no próprio display (IHM’s touch-screen).
Estas últimas possuem display monocromático ou colorido e possibilitam a utilização
de animações, gráficos, botões, geração de histórico de alarmes e eventos etc.
As figuras a seguir mostram alguns modelos de IHM’s
203
6.2.3 sistemas supervisórios (IHM virtual)
Faz-se necessário o uso de um sistema informatizado para centralizar as
informações referentes às operações das plantas ou processos industriais quando
estes possuem vários níveis de produção. Portanto, nestes casos, é necessário
desenvolver um ambiente gráfico que mostre a dinâmica do processo a fim de que
se tenha a nítida impressão de que se está diante da máquina ou processo
industrial.
Normalmente esse recurso é instalado remotamente ao local de instalação do
processo industrial e, dependendo da criatividade do programador ou da
necessidade da operação, são atribuídos recursos como animações, gráficos,
históricos, relatórios, mudança e visualização de parâmetros, geração de alarmes
etc.
A esse tipo de recurso tecnológico, dá-se o nome de sistema supervisório ou
sistema de supervisão. Pode-se definir um sistema de supervisão como softwares
(programas) que rodam num PC, comunicando-se com CLP’s, ou outros
equipamentos industriais (sensores e atuadores), através de uma interface serial
(em geral, RS232) ou através de um protocolo de comunicação digital (Fieldbus),
trocando informações com a planta ou processo e permitindo uma visualização
gráfica da mesma.
Através dos sistemas de supervisão é possível que, a partir de um
computador comum, o usuário (operador ou equipe técnica) possa acessar qualquer
parâmetro dentro de um sistema automatizado pelo CLP através do mouse ou do
teclado.
Além de possuírem basicamente as mesmas possibilidades e recursos de
uma interface-homem-máquina, os sistemas supervisórios podem, por exemplo,
gerar bancos de dados de registros para armazenar informações diversas a cerca do
funcionamento das plantas ou processos industriais.
Portanto, as interfaces-homem-máquina e os sistemas de supervisão podem
ser utilizados em sistemas de controle centralizado ou em sistemas de controle
distribuído.
Em muitas aplicações é possível haver IHM’s e sistemas de supervisão
trabalhando paralelamente, porém, a principal diferença entre eles está no fato de
que as interfaces-homem-máquina normalmente são instaladas no campo (junto à
máquina ou ao processo) e os sistemas de supervisão são instalados remotamente
(em uma sala de controle).
204
A tabela a seguir mostra um comparativo entre as IHM’s e os sistemas
supervisórios.
Tabela 41- Comparação das vantagens e desvantagens das IHM’s e sistemas supervisórios
IHM Supervisório
Possuem robustez para serem empregadas em Possuem estrutura delicada, e devem ser
ambientes hostis sujeitos a umidade, poeira, instalados em computadores (de preferência
ruídos de rede, etc. industriais) em sala especialmente preparada
(temperatura controlada) e sistemas de no-break.
Por não possuírem elementos mecânicos como Os elementos mecânicos como winchester estão
winchesters, não estão sujeitas aos erros de sujeitos a erros de leitura e interpretação dos
leitura e interpretação dos programas instalados. programas instalados.
Possuem dimensões físicas reduzidas, o que Exigem grande espaço físico na instalação (no
2
facilita sua instalação em painéis, puptos, etc. mínimo 2m ).
205
Figura 182- Sistema supervisório no passadiço
FONTE: <http://2.bp.blogspot.com> Acessado em: 27 de novembro de 2009.
6.4 Exemplos
As figuras a seguir mostram exemplos de sistemas supervisórios utilizados
em navios.
206
Figura 184- Exemplo de sistema supervisório na praça de máquinas
207
7 AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS EM NAVIOS
Tabela 42- Posições iniciais das válvulas e machos do sistema de ar de controle durante
a preparação do sistema de ar de controle da figura 186 (ou anexo 1)
Válvula Descrição Posição
28V001 Admissão do reservatório de ar de controle Aberta
28V002 Purgador de drenagem de água Aberta
28V003 Manômetro Aberta
28V004 Saída do reservatório de ar de controle Aberta
28V005 Desvio do secador de ar Fechada
28V006 Admissão do secador de ar Fechada
28V007 Saída do secador de ar Aberta
28V008 Drenagem do filtro de ar Fechada
28V009 Isoladora do alarme de pressão Aberta
28V010 Descarga para rede principal Aberta
28V011 Parada por velocidade em excesso dos geradores a diesel Aberta
28V014 Descarga para a rede principal Aberta
28V042 Resfriador de A.D. dos geradores a diesel Aberta
28V105 Desvio do reservatório de ar de controle Fechada
2
29V012 Admissão de ar à válvula redutora de 25 para 7kg/cm Aberta
29V013 Desvio da válvula redutora de ar Fechada
2
29V015 Saída de ar da válvula redutora de 25 para 7kg/cm Aberta
209
• aguardar a estabilização do sistema, para isso deve-se observar as
leituras do manômetro de aspiração (essa pressão é especificada no
manual do fabricante);
• colocar a máquina em automático através da abertura da válvula de
admissão (28V006); e
• colocar todos os outros sistemas de ar de controle em funcionamento
através da abertura de suas respectivas válvulas de intercepção.
210
7.2 Sistema de gás inerte
O sistema de gás inerte de um navio tem a função de substituir a carga e o
lastro bombeados para fora dos tanques, com gás inerte limpo, resfriado e com um
teor de oxigênio tão baixo quanto possível, a fim de evitar incêndio e explosão.
Quando corretamente utilizado, o sistema de gás inerte é capaz de manter um
ambiente inflamável nos tanques de carga durante todo o ciclo de operação, exceto
em casos especiais durante a liberação de gás, onde a mistura de óleo, gás, ar e
gás inerte pode atingir a faixa explosiva devido às condições transitórias do sistema.
O gás inerte é aspirado a partir dos condutos de fumaça das caldeiras,
resfriado e lavado na torre do agitador, de onde é descarregado, pelo seu ventilador,
através de um selo de água, ao convés.
O sistema de gás inerte é acionado e monitorado a partir da sala de controle
de carga, onde existe um painel com indicadores (digitais e/ou analógicos), alarmes,
botoeiras de partida/parada e um indicador de O2.
Antes da partida do sistema de gás inerte é necessário garantir o seguinte:
• o ar de controle deve estar disponível;
• o sistema de água doce proveniente do hidróforo deve estar em operação;
• as válvulas da bomba de água salgada do gás inerte devem estar abertas;
• o disjuntor relativo à bomba deve estar ligado; e
• todas as Válvulas de controle devem ser testadas antes do sistema entrar
em operação.
211
Figura 187- Exemplo de sistema de gás inerte
212
Figura 188- Diagramas esquemáticos dos locais de operação do MCP
214
deve-se mudar o controle de manobras da estação do passadiço para a estação do
CCM.
216
7.5 Sistemas de controle para tratamento de águas
O controle da água de alimentação da caldeira envolve o fluxo de vapor
proveniente da caldeira o nível de água na caldeira. Um sensor monitora o fluxo de
vapor. Essa informação é transmitida a um controlador, o qual calcula o sinal de
controle PID necessário para posicionar a válvula reguladora da água de
alimentação, de tal forma que o fluxo de entrada de água na caldeira seja igual ao
seu fluxo de saída de vapor.
Associado a esse controle de fluxo, existe um controle de nível de água.
Esse sistema é formado por um sensor diferencial de pressão, o qual transmite um
sinal pneumático (3-15psi) ao controlador de nível. Este por sua vez, compara o sinal
transmitido pelo sensor diferencial de nível com o valor desejado para o nível de
água, ajustado no controlador (set point). O resultado dessa comparação é
processado pela unidade de controle para produzir um segundo sinal de correção
que será transmitido pneumaticamente e aplicado à válvula controladora da água de
alimentação. Dessa forma, consegue-se assegurar que o nível de água na caldeira
volte a condições estáveis rapidamente de acordo com o fluxo de vapor solicitado.
Quanto à operação das caldeiras, por exemplo, as válvulas de controle
podem ser controladas das seguintes maneiras:
• remota e automaticamente (painel de controle das caldeiras);
• remota e manualmente (painel de controle das caldeiras); ou
• manualmente (local).
217
Figura 191- Sistema de controle de água de alimentação da caldeira
218
Figura 192- Sistema de controle de pressão na rede principal de vapor
219
REFERÊNCIAS
SAYAR, Eng. Alexandre Kurbam; FILHO, Eng. Alceste Comucci. Uso e Aplicação
de Termosensores. São Paulo: IOPE – Instrumentos de Precisão LTDA, 2001.
220
_______. Módulo Institucional de Introdução à Pneumática (Módulo 1:
Introdução). 2ª Edição. São Paulo: Festo Didatic, 1979.
221
METROVAL – CONTROLE DE FLUIDOS LTDA. Turbina Radial. Disponível em:
<http://www.metroval.com.br/downloads/Turbina_radial.pdf>. Acesso em: 23 de julho
de 2008.
222
ANEXO A - SISTEMA DE AR DE CONTROLE
223
ANEXO B - SISTEMA DE GÁS INERTE
224
ANEXO C - SISTEMA DE CONTROLE DO MCP
225