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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS – PUC GOIÁS

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA – PROPE


COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU – CPGLS
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO – SOCIOLINGUÍSTICA E LETRAMENTO
DISCIPLINA PESQUISA ETNOGRÁFICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
PROFESSORA MS SALETE FLÔRES CASTANHEIRA
ACADÊMICA GIOVANA BARRETO NOGUEIRA SCAVASSA

Protocolo de Leitura e Interpretação de Texto

Giovana Barreto Nogueira Scavassa


Dezembro/2010
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Mediação e compreensão leitora - apresentação do protocolo

O presente trabalho apresenta uma atividade de mediação de 40 minutos e 40 segundos, intitulado


Leitura e mediação pedagógica, onde a professora pesquisadora e uma aluna de 6 anos, que cursa o 1º
Ano do Ensino Fundamental (1ª fase), fazem a leitura de um conto, “O soldadinho de chumbo”, e de um
poema com o mesmo título, além de realizarem a interpretação desses textos com produções de
respostas e pequenos textos.
Esse protocolo foi elaborado para fins de pesquisa etnográfica e apresentação de trabalho de
conclusão do curso de Sociolinguística e Letramento da Pontifícia Universidade Católica de Goiás –
PUC.
O planejamento da atividade foi elaborado pela pesquisadora Giovana Scavassa, aplicado e
acompanhado pela mesma sob a orientação da Professora Mestra Salete Flôres Castanheira e as
sequências lidas encontram-se entre aspas.
O protocolo apresentado a seguir foi elaborado a partir de um projeto de contos realizado na
escola da criança colaboradora, intitulado – “Entrou por uma porta, saiu por outra, quem quiser que
conte outra!”. (a pesquisadora optou por elaborar as atividades dentro do projeto devido ao
envolvimento da criança com o mesmo e para aproveitar seus conhecimentos prévios).
O trabalho se deu com uma criança de escola particular de classe média alta em Goiânia, situada
no setor Bueno. Uma sala de aula com 26 alunos com faixa etária de 6 anos.
No decorrer do desenvolvimento do protocolo a interação entre professora e aluna é bastante
tranquila pelo fato de ter sido escolhida uma atividade dentro de um tema que a criança já conhecia e, de
certo modo, já dominava. Um dos procedimentos utilizados pela pesquisadora foi a adoção de
estratégias de leitura a partir do reconhecimento de dois gêneros textuais com o mesmo título – sendo
um conto e um poema.
Segundo Bruno Bettelheim (1980) “... Hoje, como no passado, a tarefa mais importante e
também mais difícil na criação de uma criança é ajudá-la a encontrar significado na vida... Quando as
crianças são novas, é a literatura que canaliza melhor este tipo de informação.” Portanto, faz-se
necessário que, especialmente nessa fase de descoberta do gosto pela leitura, o professor auxilie,
estimule e oriente seus alunos na busca dos livros como fonte de conhecimento e prazer. “Tudo pode
ganhar sentido (e às vezes brilho) através da língua: um conto de fadas, o enunciado de um exercício
de matemática, uma pintura clássica, um verbete de dicionário, uma explicação sobre o que é o
tempo.” Sendo assim, a escola tem a tarefa institucional de garantir que os seus estudantes se tornem
usuários efetivamente hábeis do sistema de representação escrita, pois saber ler e escrever é condição
indispensável ao exercício pleno da cidadania.
A ideia principal do protocolo é apresentar aos colegas professores, diferentes possibilidades de
procedimentos de leitura e escrita, indicando caminhos para o estreitamento da relação da criança com a
leitura e escrita, através da interpretação de diferentes textos e retomando estratégias diversas de
intervenção durante a realização da atividade proposta.
Vale ressaltar que durante o acompanhamento da aluna, a professora vai dando o suporte
necessário para sua construção, ou seja, ela propõe andaimes conceituais para que a criança vá
construindo, sozinha, o significado das informações recebidas. Nesse caso o aprendiz dá sentido e
significado à informação que recebe; extrai alguma regra, algum princípio, ou alguma estrutura
associada à informação; contribui com experiências prévias, aprendizagens anteriores e assim, recria e
gera nova informação. E, conforme coloca Bortoni, “Andaime é um conceito metafórico que se refere a
um auxílio visível ou audível que um membro mais experiente de uma cultura pode dar a um aprendiz.”
No protocolo que apresentaremos a seguir, todos os investimentos e intervenções realizados
durante o acompanhamento que segue, proporcionaram a aluna, maior autonomia, autoconfiança e o
desejo da mesma para a conclusão da proposta. E toda a transcrição foi feita a partir da mediação da
professora, que interage o tempo todo durante o evento de letramento. A análise feita foi toda pautada na
transcrição, na íntegra, da gravação em áudio e vídeo do episódio complet
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Protocolo de leitura, escrita e interpretação de texto.


(legenda: P – professora e A – aluna)
Leitura e mediação pedagógica – Oportunizando ações responsivas durante a leitura e
interpretação de textos e consignas na alfabetização.

Protocolo com aluna: Isabella* - 1º Ano – Escola Interamérica.


Professora Mediadora: Giovana Scavassa

A aluna Isabella é estudante do 1º Ano, matutino, da Escola Interamérica, onde estuda com 25
outros colegas, tendo uma rotina que
P – Então hoje eu escolhi pra gente trabalhar “O soldadinho de chumbo”, que foi a última
historinha que vocês trabalharam. Então, eu vou fazer a leitura pra você (...) do texto, e eu quero que
você preste bastante atenção, combinado! [Inicialmente a professora explica à criança o que será
feito, fala da sua proposta de trabalho e estabelece combinados.]
A – Huhummm!!
P – Vou ler uma das versões! Porque, como você sabe, existem várias versões, né!? Então, vamos
lá! Vou ler uma delas!
[Nesse momento será feita a leitura compartilhada do texto para “I”, que ficará atenta ao
conteúdo]

O soldadinho de chumbo

Era uma vez um quarto de um menino que tinha muitos brinquedos, e entre eles um
soldadinho de chumbo muito valente. Mas o soldadinho não tinha uma perna, pois faltou chumbo
para acabar o boneco.
Num belo dia, ao se juntar com os outros brinquedos, o soldadinho conheceu uma linda
bailarina e ficou apaixonado com tanta beleza e doçura.
Certa vez o menino levou seus brinquedos para brincar na rua. Ao voltar para casa, ele se
distraiu e esqueceu o soldadinho. O bonequinho ficou triste e começou a chorar, pensando que
nunca mais iria ver sua bailarina.
Mas um outro menino achou o soldadinho na rua, fez um barco de papel para brincar e
colocou o soldadinho dentro. Pouco antes de pôr o barco para navegar, um ratinho que estava
assistindo a tudo correu para dentro do barco para salvar o soldadinho.
Navegaram por muitas e muitas horas, sem o menor rumo ou direção, e sem saberem ao
menos onde poderiam parar. E o soldadinho só pensava em sua amada bailarina: o que
aconteceria com ela sem ele por lá? Mas o soldadinho se viu perdido e levado pela correnteza.
Quando pensou que sua aventura tinha chegado ao fim, de repente, apareceu um peixe
enorme e engoliu o soldadinho.
O peixe acabou sendo pescado e levado à feira. E vejam só que coincidência: quem
comprou o peixe foi o antigo dono do soldadinho. Quando a cozinheira foi abrir a barriga do
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peixe, levou um susto ao encontrar o soldadinho. Ela o limpou bem direitinho e levou-o novamente
para o quarto, junto com os outros brinquedos.
O soldadinho e a bailarina ficaram muito felizes por estarem juntos de novo e continuaram
assim por muitos e muitos anos.

P – Esse texto foi tirado de um livro chamado “Contos Mágicos”. Combinado! (...) Isabella,..., aí, eu
tenho outro texto de soldadinho de chumbo que eu vou ler pra você e depois nós vamos conversar sobre
isso. Presta atenção!
[Após ter apresentado o gênero “conto”, outro tipo de texto é apresentado: “um poema”!]

O SOLDADINHO DE CHUMBO

VINTE E CINCO SOLDADINHOS,


RESPEITÁVEL BATALHÃO,
TINHAM PORTE TÃO GALANTE
QUE CHAMAVAM A ATENÇÃO.

DE ESPINGARDA E UNIFORME,
SEMPRE ATENTOS AOS PERIGOS,
OS VALENTES SOLDADINHOS
MAIS QUE IRMÃOS ERAM AMIGOS.

PARECIAM IGUAIZINHOS,
MAS NÃO ERAM, REALMENTE.
SOBRE A MESA DE BRINQUEDOS
SE NOTAVA UM DIFERENTE.

É QUE O CHUMBO, PARA O ÚLTIMO,


DEU PRA UMA PERNA SÓ.
MAS SEU JEITO TÃO DISTINTO
NÃO INSPIRAVA A MENOR DÓ.

ENCANTADO COM O PRESENTE,


O MENINO NEM LIGOU.
E AO LADO DO CASTELO
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SEUS SOLDADINHOS ALINHOU.


RECONTADO POR CRISTINA PORTO

P – Que tipo de texto que é esse aqui, Isabela, que eu acabei de ler pra você? Tem diferença entre eles?
A – Tem!
P – E qual é a diferença?
A – Esse daqui é rima (...) e esse não!
[Apresentados os dois gêneros, é preciso distinguí-los. A criança faz a diferenciação utilizando suas
próprias palavras. Notem que “I” tem a noção da construção de um poema. Ela já sabe que existem
rimas num poema.]
P – E esse não! E a rima, que tipo de texto é? Análise...
A – É assim:
P – Qual o gênero desse texto?
A – É assim: quando você lê é...a mesma vogal.
P – Humm, ele faz uma rima entre algumas palavras, né!
A – É...
P – Então, esse aqui é um conto e esse aqui é um...
A – Te... é um título...um texto..
P – Um po...
A – Um poema chamado... soldadinho
P – Um poema com o mesmo título, então ele conta a mesma história, só que em forma de rima, de
poema, não é?
A – É.
P – Então você tem aqui um texto que é um poema e você tem um texto que é um conto, certo?
A – Ahammm!
[Mostrar para a criança que existem diferentes tipos de textos e que estes podem contar a mesma
história de várias formas, desperta a curiosidade e alimenta as expectativas leitoras.]
P – Dentro desses textos, Isabela, eu separei algumas palavras pra gente pensar sobre elas, né, sobre a
escrita. Então uma delas foi..., você pode ler pra mim?
A – Ahamm...
P – Lê pra mim, por favor!
A – Soldadinho – bailarina – ba...bri...que-dos – peixe – fundo - barco – queto
[ Trabalhar com “Banco de palavras” é uma excelente estratégia de se promover a escrita correta das
palavras. É mais um recurso que o professos dispõe e que pode ser apresentado ou elencado com os
próprios alunos.]
P – Quarto!
A – Ra-ti-nho...
P – Muito bem!
A – Agora, Isabela, nós vamos fazer uma atividade sobre isso, tá bom!? Nós vamos fazer uma
atividade primeiro sobre o conto, depois sobre o poema... eu peguei uma parte desse conto e coloquei
aqui nessa atividade... ERA UMA VEZ UM QUARTO DE UM MENINO QUE TINHA MUITOS
BRINQUEDOS, E ENTRE ELES UM SOLDADINHO DE CHUMBO MUITO VALENTE. MAS
O SOLDADINHO NÃO TINHA UMA PERNA, POIS FALTOU CHUMBO PARA ACABAR O
BONECO.
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P - Bom, enfim, essa história eu já li pra você e você já sabe. Eu repeti as palavras que estavam no banco
de palavras aqui, certo, olha só: QUARTO – MENINO – BRINQUEDO – SOLDADINHO - CHUMBO
E BAILARINA... E agora, eu quero que você me diga: qual é o título deste conto?
A – O soldadinho de chumbo.
P – Você pode escrever pra mim, por favor?
A – Cursiva?
P – Não, pode ser letrinha de bastão mesmo! Só pra gente ir mais rápido... O...quer usar essa daqui?
A – Quero!
P – Vamos lá! ... O... pode aproveitar aqui “ó”...sol...dadinho...dadi...nho...de...chum-bo... (tempo)
ótimo! Isabela, eu vou deixar esse banco de palavras aqui, pra ajudar a gente na hora de responder as
questões, tudo bem?
A – Tudo!
P – Vamos ler essa questão aqui? Você pode ler pra mim?
A – Hum, posso! Mais...
P – Qua...
A- Qual,
P – Quais...
A – Quais são as...pe-guntas...
P – Per...
A – Sonagens
P – Prin...
A – principal,
P – principais,
A – do conto meu, em, tu-do...
P – Então, quais são os personagens principais dessa história?
A – Ã... soldadinho de chumbo, bailarina, rato...
P – É... então vamos escrever aqui? Soldadinho...você pode aproveitar o banco de palavras, tá, pra te
ajudar.
A – Tá!
P – Soldadinho, pesquisa lá, (...) o soldadinho, o sol-dadinho... levanta a cabecinha! Isso! Sol-da- (...)
isso! Dinho. Fica direitinho pra você escrever..., isso! Dinho.
A – Opa!
[Notem que “I” recorre ao banco de palavras durante a escrita.]
P – Isso! Quem mais?
A – A bailarina...
P – Vamos separar essas palavrinhas? Põe uma vírgula, ou um traço..
A – O...
P – E, a bailarina!
A – A... bai...
P – ba-i
A – Bai.... la
P – Bai... la....”i” ...la-rina!! Levanta a cabecinha pra você escrever... baila-ri, bailarí...na... isso! Pra ficar
bem bonita! Ótimo! Então os personagens principais são esses, né! Porque que o soldadinho de chumbo
começou a chorar?
[É importante que o professor esteja atento à postura de seu aluno durante a leitura e a escrita, pois
esta interfere diretamente no resultado do trabalho da criança.]
A – Porque ele achava que ele nunca mais, porque o menino foi brincar na rua aí ele achava que ele
nunca mais ia ver a bailarina...
P – Ah, porque ele foi e caiu né, na verdade o menininho não foi brincar na rua. Ele caiu lá e, não foi
isso o que aconteceu!?
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A – Foi!
P – Então, mas porque que ele, porque ele... vamos resumir a história? (...) bom, então Isabela, você me
disse que o soldadinho de chumbo começou a chorar porque ele achava que nunca mais ia ver quem?
A – A sua linda bailarina!
P – Então agora, nós estávamos registrando né, então você escreveu aqui...o que que você escreveu
aqui?
A – Por...
P – Por...
A – Que...ele achava que nunca,...
P – Leia de novo essa palavra pra mim...
A – Munca, muca...
P – Lê pra mim! Não... leia aqui, olha só...
A – Nu...
P – Nun...
A – Nu – ca
P – Nuca, não é isso aqui!?
A – É...(risos)...
P – O que que está faltando então pra ficar nunca?
A – Nu...
P – Ca...
A – c com a?
P – o c com o a você já colocou aqui, olha! Nu, olha aqui, Isabela, olha aqui! Nu – ca... precisa ter
alguma coisinha aqui no meio? Pra ficar NUN-CA. Olha aqui no meu nariz...um sonzinho nasal. Olha,
nunnnnca... taaaaanto,
[Ao perceber que “I” não tinha o domínio do “N” no meio da palavra “NUNCA”, a professora
recorre ao recurso da fonologia e posteriormente, para a escrita, faz intervenção com uso da letra
bastão. Observe:]
A – Hummm, tá!
P – Que será, que letrinha é essa?
A – Hum?
P - Que isso? Nut – ca? Não. Eu quero nunnnn – ca, então existe uma letrinha aqui..., eu posso fazer
aqui ó..., eu vou te mostrar, ó! Você escreveu isso aqui, ó! (a professora escreve...) NU – CA! Tem uma
letrinha aqui no meio, que vai fazer esse sonzinho pra emendar essas, essas silabas. Vai ficar: nun-ca!
A – Ahnnnn, tá, então já sei!
P – Qual letrinha?
A – Aqui não tem um u?
P – Nun..., nun...
A – C com a
P – C com a já está aqui! Olha pra mim...nunnnnnnn....faz esse sonzinho que você vai descobrir a
letrinha...
A – Hum, tá, o n...
P – O n,... muito bem Isabela, então arruma aqui!
A – Aqui...cê colocou assim ó, olha ele aqui, o n!
P – Exatamente, isso menina! Muito bem, garota! Vamos lá, então eu vou apagar aqui pra você e aí você
arruma pra mim, tá bom?! Então você vai escrever nun-ca! Ótimo Isabela! Parabéns! Muito bem!
A – Eu vou fazer...
P – Então, porque ele achava que nunca mais...
A – O “iiiii”!!
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P – Aqui também... humhummmm, peraí, deixa eu arrumar pra você...ma-is – o i e depois o s. Isso
mesmo! Tô gostando de ver! Nunca mais ia VER... aqui você escreveu, olha só, ver...olha como que
você escreveu... (a professora escreve para mostrar onde faltam letras). Que que falta pra fazer VER?
A - ....hahahaha...
P – Dois rrs?
A – Isso é b...
P – A palavra é ver!!
A – Ah, bom, já sei!
P – Aqui tá certo, era r mesmo. Hum, e o que que vai ser aí?
A – Eu vou apagar essa palavra aqui (sussurrando)
P – Hum, que letrinha?
A – Aqui ó, VEERRR (Isabela enfatiza a palavra ao falar)
P – Isabela, olha só! Pra escrever a palavra ver, eu tenho aqui, olha só, o v, alguma letrinha, alguma
vogalzinha aqui e o r. VER. Se eu colocar a letra a fica como?
A – VAR.
P – VAR. E eu quero escrever o que?
A – Ver.
P – Então que letrinha vai aqui?
A – Ah, bom! VEEER...o i...
P – O i, será? Vamos ler agora, como é que fica?
A – Vira...
P – Vir...eu quero escrever, ver...será que é... o i não é, o a não é, que letrinha que é...?
A – Não é!!
P – É uma vogal...Você já tentou o a fica var. Não é. Você já tentou o i fica vir também, e não é...Eu
quero o veeeeerrr, olha o sonzinho...
A – Ahhhh bom!
P – E qual é a letrinha?
A – VEÉÉÉRRRR...é com dois erres.
P – Não. Não é disso que eu estou falando. Olha só: ahmm, vamos pensar aqui, ver. Eu vou fazer várias
formas aqui pra você ó.... Se eu colocar aqui antes do r a letrinha a, fica var, se eu colocar a letrinha e
fica como?
A – Ver!
P – Humm, então era isso o que eu queria! Muito bem! Então, ver, faltou um ezinho aqui...ó...bem aqui
no meiozinho. Isso! Porque ele achava que nunca mais ia ver quem?
A – Sua linda bailarina.
P - Sua linda bailarina! Muito bem, então vamos lá! Sua...
A – C – U...
P – C – U, fica...
A – SU...
P – Sua, olha o som Isabela, antes de você escrever, ó...não, olha só...
A – sss...
P – Ahhh, muito bem! Deixa eu apagar pra você. Ssss, suuuuaa...presta atenção no som da letrinha,
porque aí você consegue perceber a palavra. SU – A, LINDA...Agora outra palavrinha. Li, l-i.
A – L – i...da
P – Presta atenção... linnnn – da... tá agora eu vou escrever aqui pra ver como que você fez, “óh”. Na
letrinha bastão a gente consegue perceber mais quando falta uma letrinha, não é? Então eu vou passar
para a letrinha bastão pra te ajudar, olha só. Você escreveu assim: li – da, lê pra mim como é que você
escreveu: li-da. Eu quero escrever – linnnn...que letrinha? Põe pra mim aqui...
[Mais uma vez a professora recorre à fonologia para retomar com “I” o uso do “N” no meio da
palavra – desta vez “LINDA” e usa novamente a letra bastão.]
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A – dadadadada...
P – Muito bem, a letrinha, n, então agora vou ter que apagar aqui pra te ajudar, pra ficar mais bonitinho
né...
A – Depois vai mostrar lá na frente? Aiiii...
P – Todo mundo vai ver como a sua letra é linda... sua cursiva é muito bonita...LIN-DA. A-GORA, tem
uma coisa pra te ajudar: no nosso banco de palavras eu tenho a palavra bailarina, encontra ela pra mim,
por favor.
[O reforço positivo ajuda a criança a ter auto-confiança e não ter medo de errar (ela passa a arriscar
mais). Observem a preocupação de “I” em aparecer para outras pessoas em sua atividade. Grande
estímulo!]
A – Aqui!
P – Ótimo, muito bem, então escreve ela pra mim!”
A – Bababa...
P – Porque ele achava que nunca mais ia ver sua linda bailarina.
A – Barbalina!
P – Barbalina? ... bailarina! Você já achou aqui no banco de palavras, aproveita ela! Aqui!
[Mostrar para a criança que ela pode se apoiar em outros materiais impressos é uma estratégia sutil
para a aquisição da escrita.]
A – Nossa, aproveitei a linha toda!
P – Claro e sua letra ficou linda, ficou num espaço bom, num tamanho bom..., não ficou?! Bai-la-ri-na!
Na! Presta atenção aq ui!
[Com um toque nas costas, “I” já compreende o sinal da professora e melhora a postura
exageradamente para mostrar que entendeu o recado. (muito bonitinho)]
A – To prestanto aqui na máquina!
P – Não, aqui na sua atividade! Ó, agora Isabela, eu já li o conto pra vc não foi!
A – Foi!
P – Então eu não preciso ler de novo, preciso!? Você já sabe a história, você já leu ela várias vezes...
A – Só que eu esqueci!!
P - Você já ouviu várias versões, então vamos ver se você esqueceu mesmo? Eu acho que não!
A – Esqueci!
P – Então vamos ver!
[É normal nessa fase a criança “jogar um charminho” para ter mais atenção da professora, mesmo
sabendo que é única naquele momento...]
P - Você vai retirar do texto pra mim – vou pegar o texto aqui pra vc...
A – Agora!
P – Pode ler!
A – Agora, re-ti-re do conto, mais, uma palavra que feeee, reeee, represente..
P – Represente um lugar onde se dorme!
A – Cama!
P – Olha, só, vou ler aqui pra vc o comecinho, porque tem que retirar do texto!... Era uma vez um quarto
de um menino que tinha muitos brinquedos... um lugar onde se dorme!”
[Veja que “I” tenta responder, de imediato, a pergunta, sem ao menos esperar a professora concluí-
la, tentando adivinhar a resposta. (usa um mecanismo de antecipação da resposta refletindo no
contexto em questão.]
A – Cama! Quarrrrrrrrr, quarto!
P – Então escreve pra mim, quarto!
A – Deixa eu escrever quarto!
P – Procura aqui no texto! Era uma vez um quarto de um menino que tinha muitos brinquedos. Acha a
palavra quarto e circula pra mim no texto! Aqui, era...uma vez, ..., isso, muito bem, então, um lugar onde
se dorme, o quarto, pode escrever pra mim! Quar-to!
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A – Aí a gente vai ficar lá “naonde” sentado? Na frente de todo mundo!


P – Se você quiser ir pras pessoas te conhecerem...
[Como sabia desde o início que estava ajudando a professora numa pesquisa, “I”, em um dado
momento, ficou preocupada em ter que estar no local também.]
P - Então olha só, um tipo de brinquedo, que falou aqui no texto? Quer que eu leia?
A – Quero!
P – Num belo dia, ao se juntar com os outros brinquedos, o soldadinho conheceu uma linda bailarina e
ficou apaixonado com tanta beleza e doçura. Certa vez o menino levou seus brinquedos para brincar na
rua. Ao voltar para casa ele se distraiu esquecendo o soldadinho. O bonequinho ficou triste e começou a
chorar, pensando que nunca mais iria ver sua bailarina.
[É importante que o professor esteja atento aos movimentos da criança, pois até mesmo os materiais podem se
tornar brinquedos e tirar a atenção (retirar esse “brinquedo” deve ser natural).]
P - Atenção, Isabella! Na rua, fez um barco de papel para brincar com o soldadinho...
A – Já sei... é...é porque tem dois, eu posso escrever os dois ou um só!?
P – Quais dois?
A –É..., tem um...
P – Agora Isabella eu queria que você tirasse do texto, um... tem algum animal? Fala de algum animal
aqui no texto?
A – Assim, algum animal, não fala nenhum.
P – Não! Nesse aqui? Tem certeza?
A – Aliás, fala!
P – Humm... de qual?
A – Hum, num sei lê direito!
P – Lembra da história! Você já sabe essa história!
A – É porque eu esqueci da história!
P – Olha, você naõ esqueceu...tenho certeza... você me contou a história, já! Qual foi o animal que
engoliu o, o, o, o soldadinho?
A – Ah, bom, quem engoliu foi a baleia que passou, ele tava navegando e veio uma baleia...e “nhau”,
comeu ele!
P – A baleia o que?
A – A baleia...
P – Que animal que é a baleia?
A – A baleia, ela é um...peixinho que fica dentro da água.
[Fazer questionamentos sobre os conhecimentos prévios do aluno é uma excelente estratégia para
perceber sua compreensão em relação ao texto e o que ela pode saber além do texto. (esse
conhecimento pode ser explorado).]
P – E ela vive, e tem baleia aqui no Araguaia?
A – Tem!
P – Tem! No Araguaia tem baleia?
A – Tem, mas quando eu fui com meu pai, lá tinha um montão de baleia.
P – Não, deixa eu te falar! Baleia só tem em água salgada. Então, só tem no mar. Tá bom?!
A – Legaaaaaaaaaaaallll!!!
P – Então tá bom! A baleia é um animal muito grande. É o maior animal que tem dentro do mar, tá
bom?! Então vamos escrever aqui, baleia! Ba, b – a, baleia!
A – Cum é, lé – l,
P – Bale – ia – beleia – ia...lê...isso
A – I – a. Baleia.
P – Isso, pinga o i.... agora, um meio de transporte aquático, apareceu aqui? O que que é transporte
aquático?
A – Sei lá!
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P – É transporte que anda aonde, no ar?


A- quático, vem do que? A-qua! Então aquático é um transporte que anda na água. Fala de algum ani, de
algum transporte que anda na água aqui? Eu não me lembro, vamos olhar?! Qual o meio de transporte?
A – É assim, porque quando o, ele, o menininho, o soldadinho de chumbo achou, que ele ia, que ele ia
nunca mais ver sua linda bailarina, aí, ele viu um menino parecido o soldadinho de chumbo, foi lá e
pegou ele, o soldadinho de chumbo, pegou ele assim, aí colocou ele no mar, aí veio o ratinho e salvou
ele.
[Para dar a resposta “I” retoma a história. Essa é uma estratégia de memória muito interessante a
qual a criança pode recorrer e deve ser estimulada.]
P – Como é que o ratinho salvou ele?
A – Ele veio pelo cantinho, subiu em cima do barco...
P – Nessa versão aqui do texto fala de algum meio de transporte que tinha lá?
A – Fala.
P - Qual é o meio de transporte?
A – É, é a água!
P – Não. Meio de transporte!
A – Não, não fala.
P – Não fala nesse aqui né. Tem alguma versão que fala?
[Nesse caso “I” já tinha lido outras versões com a professora.]
A – Tem!
P – Qual? Fala de qual meio de transporte? Carro, trem, avião??? Esse aí, foi encontrado no mar, na
boca de uma baleia né!
A – Aí...
P – Qual foi o transporte?
A – O transporte foi o barquinho.
P – Ah, o barco. Então vamos colocar aqui, bar-co!
A – Ba – b – a
P – Barrr – co. Bar...
A – R...
P – Isso.
A – Co...
P – C com ó. Muito bem! E agora, lugar onde se compra verduras e frutas. Apareceu isso aqui? Onde foi
que o soldadinho foi encontrado?
A – Ele foi encontrado lááááá... no mar...
P – Tá, não, depois que o pescador pegou, levou ele, tudo, o peixinho, que ele pegou o peixe...que ele ia
vender e tudo mais. Onde foi que ele foi vender esse peixe? O pescador... no mercado?
A – Não, ele não vendeu!
P – Ah, não. Mas a cozinheira do menininho lá do soldadinho de chumbo não foi comprar o peixe e
quando ela abriu não tava lá dentro do peixe? Como é que ela conseguiu esse peixe?
A – Não, não foi assim...é, foi assim: ele saiu de lá né, ele saiu de lá.
P – Ou o peixe que saiu correndo assim.
A - Foi por causa que quando ele foi, ele foi lá, tentou sair varrendo, aí no que ele varreu, daí o menino
foi lá e cortou a ba, a baleia...
P – A bailarina que cortou a baleia?
A – Ahan, cortou e viu, e saiu...
P – Mas não foi a cozinheira?
A – Não. Não foi.
[Reparem a imaginação de “I” no momento em que “temporariamente” esquece da história, ela
busca recursos para responder criando outra possibilidade para o evento. (isso pode ser proposto
para uma produção de nova versão.)]
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P – Vamos ler aqui! Olha só. O peixe acabou sendo pescado e levado à feira. E vejam só que
coincidência. Quem comprou o peixe foi o antigo dono do soldadinho. Quando a cozinheira foi abrir a
barriga do peixe, levou um susto ao encontrar o soldadinho. Então, onde foi que ele foi vendido?
A – Na feira!
P – Na feira! Fe – fe – feira, ra. Feira, muito bem! Isabella, posso virar agora a folha? Pra gente concluir.
Já estamos acabando. Olha que bacana! Olha o tanto de coisa que você já fez! Com uma letra linda!
Ótimo, então vamos lá. Agora nós vamos brincar de rimar. Você falou pra mim que neste texto aqui, que
era um poema, que ele era de rima né! Então aqui, é...
A – Mas deixa eu falar uma coisa. Aqui tá escrito assim, soldadinho (...)
P – Nós vamos descobrir juntas, eu e você (...)
A – (...) e eu vou ter que escrever com inho!!
P – Isso, muito bem menina inteligente.
[Vejam que “I” tira suas próprias conclusões sobre a atividade e define o que deve fazer com muita
propriedade. Esse é um evento de compreensão da consigna e do gênero textual.]
P - Então vamos lá! Agora nós temos que, só que nós temos que escrever três palavrinhas, com o mesmo
final de soldadinho. Vamos pensar. Tem uma coisa que tem em festa e que a gente come, o que que é,
que termina com nho.
A – Melhor olhar aqui...Hum...
P – Não, quero que você pense comigo...vamos pensar juntas... hoje vocês fizeram festa na sala, não
fizeram?
[Buscando estratégias de pesquisa – Isso é muito importante! A criança busca no texto um subsídio
para sua resposta.]
A – Não. Foi outro dia.
P – Foi outro dia, muito bem. E quando vocês fazem festa na sala, o que que vocês trazem para comer?
A – Lembrancinha!
P – Lembrancinha, dá! Não, fala uma outra coisa de comer.
A – Bolo!
P – Que termina com nho.
A – Docinho.
P – Docinho, muito bem menininha, ótimo, então escreve pra mim, docinho.
A – Dó, d – com, Hummm errei, hehehehe..
[Preocupação com a estética. (Na escola em que “I” estuda, o compromisso com o leitor é
fundamental e muito cobrado, ou seja, a criança deve escrever com legibilidade para que outras
pessoas possam ler.)]
P – Não, não errou não...ficou certo!
A – Ficou horrível
P – Ah, você não gostou da letra. Ótimo. Que bom que você esteja preocupada com isso. Do – cinho!
A – D com ó...
P – Ci..
A – C...
P- Deixa eu arrumar seu cabelinho aqui.
A - Docinho... n...
P – Ôpa, nnnnn..,..
A – Hurum...mais fácil com letra bastão.
P – Olha aqui, aproveita aqui, eu falei pra você. Pra não ter problema, quer apagar!? Quer que eu apague
pra você? Só porque apertou demais o lápis, vamos lá. Do...
A – D, d...
P – Ci...
A – Ci
P – nho
13

A – nho...h...o
P – Muito bem, tem mais uma coisa que a gente come em festa de aniversário que termina com nho.
Uma coisinha salgada. Fala pra mim...
A – Hummmmm...
P – Vai fazer segredo, surpresa?? Então tá bom.Vamos ver a sua surpresa. Vamos lá. O que será que você
vai escrever...eu acho que é o que eu to pensando. Ai, não acredito! (...) eu sabia que era isso! Ótimo,
salgadinho. Só que nós vamos ler agora essa palavra, olha só.
A – So...
P – Sogadinho?
A – Não. Salgadiiiinho...
P – Saaaallllgadinho. Então vamos trazer um pouquinho pra cá... no lugar do a você vai usar o que?
SA...
A – S – A.
P – Aí fica sagadinho. Eu quero sal... gadinho.
A – É o R...
P – Sallll...
A – É o R...nossa eu tinha posto o r...
P – Então põe ele aqui pra mim ó... prá nós, aliás. Isso! Agora nós estamos terminando. E pra finalizar
com chave de ouro essa atividade, olha só! Em de... ah tem mais um...o que será agora hein!
Salgadinho...
A – Balãozinho...
P – Balãozinho, podemos! Então vamos lá, balãozinho é uma palavrona hein!
A – Hihi...
P – Então vamos lá, balãozinho, ba...
A – Mas tinha que ser com s...
P – Não. Ba...
A – Não consigo...
P – Tá certo... ah, você quer fazer sem ser cursiva...vai, ba...ba...lão, agora presta atenção pra gente
escrever...
A – L – A.
P – L – A. Muito bem...balão...
A – Uuhhh...
P – Balão, isso! Balão...
A – Hahaha...
P – É o u... balão!! Balão...
A – Cecedilha...
P – Olha só, preste atenção...Isabella. Ba – lão!
A – Apaga esse u meu...tava errado...
P – E vai por qual letrinha aí?
A – Agora pode ver...
P – Letrinha...?
A – Não fala!
P – Tudo bem!
A – Aquiiii!!
P – Ótimo! Ba-lã-o...olha aqui, ba...lanço!
A – Hahahaha...
P – O que você quer escrever? Não é balãozinho?
A – Balanço!
P – Ué, mas tem que rimar com soldadinho! Esqueceu?
A – Ahhhh!!!
14

P – Você falou pra mim balãozinho...


A – Você entendeu balãozinho?
P – Você falou balãozinho a primeira vez.
A – Balãozinho...
P – É! Quer pensar em outra coisa?
A – Ahhh...
P – Posso apagar? Eu acho que balãozinho aí fica legal, mas tudo bem! Tem docinho, tem salgadinho, o
que rima com nho...
[O professor deve respeitar a produção da criança. Pedir licença para apagar, ou alterar alguma coisa
estabelece um vínculo de confiança entre quem ensina e quem aprende.]
A – Colarzinho...
P – Colarzinho?
A – Brinquedinho...
P – Brinquedinho, legal! Brinquedinho. Vamos por brinquedinho!
A – Armarinho.
P – Armarinho então, que mais?
A – Bolsinha!
P – nha...
A – Bolsinha.,..
P – Me-nininho...
A – Menininha, não...
P – Menininho, vamos escrever então, menininho.
A – Reloginho...
P – Reloginho, quer escrever reloginho?
A – Não, brinquedinho!
P – Então, brinquedinho, vamos lá! Bri... como é que é o bri...
A – B – i...
P – Presta atenção! Bri... tem uma letrinha entre o b e o i...
[Ao recorrer ao banco de palavras, “I” descobre a palavra “BRINQUEDO” e conclui que basta
mudar o final. Nesse momento ela se apropria da escrita com naturalidade e não encontra
dificuldade em escrever.]
A – É que eu queria brinquedo...
P – Não, olha aí tem brinquedo...olha aqui...
A – então mas só que, aí na hora que eu vou colocar.
P – Aqui, olha aqui, olha aqui...
A – Brinquedo!
P – Só que é brinquedinho, então vamos lá!
A – Aí eu só concerto essa palavra aqui.
P – Só o finalzinho. oooolha que menina esperta...então vamos lá... aproveitando palavra do
texto...brinquedinho.
A – Ixi...
P – Brin...
A – Que letra horrível.
P – Não tá horrível. Tá linda sua letra. Que...
A – Eita é mais fácil...
P – Tá acabando já!
A – Hummm
P – Agora di-nho...como é que é o nho.... di, di, olha só, atenção. Di. É o N, pra fazer o di? Olha aqui
Isabella..
A – N...
15

P – Não, presta atenção! Calma aí...brin- que – di.... como é que é o nho. Agora sim, nho! Que é o
mesmo final do... soldadinho. Ótimo!
A – Nossa, olha aqui, quase...que não deu...
P – Pena que não coube...agora vamos ter que finalizar pra depois fazer um desenho bem bonito pra
gente levar. Isabella, olha só... não, preta atenção, olha aí... brin-que-di, como é que é o di...
A – o d e o i...
P – Agora sim, nho...que é o mesmo final do soldadinho... ótimo!
A – Nossa, olha aqui! Quase que não coube...
P – Agora então tá, agora nós vamos ter que finalizar, pra depois você fazer um desenho bem bonito pra
gente levar. Em determinado momento do conto, o soldadinho achou que jamais veria sua amada
bailarina...
A – Balei...
P – Escreva, Isabella, uma mensagem para o soldadinho, ajudando-o a acreditar que vai dar tudo certo.
Se você fosse falar um recado pra ele. Olha soldadinho... dá um recado pra ele se sentir mais feliz... é
pra ele perceber que vai dar tudo certo, pra ele saber que vai dar tudo certo. O que que você escreveria
pra ele? Se você fosse mandar uma mensagem pra ele?
A – Assim, soldadinho não fica triste... ela vai voltar!
P – Ótimo, então vamos lá! Soldadinho! Como você já tem essa palavra aqui, basta você aproveitar.
A – Só soldadinho? O soldadinho deixou...
P – Não, sem ser só o soldadinho... vamos lá... soldadinho, não fique triste...sol, dadinho... (sua letra tá
tão bonita, Isabella), dá...di –
A – Hihihihihi... não tem jeito de consertar...
P – Di – nho;
A – Nho... nho...ai o a, o ó...não...
P – Não, como é que é o não...
A – N, assim...
P – N, ahan...
A – A...
P – O... muito bem! Então vamos lá, então coloca! Não...humum, muito bem...fique...fi
A – F...i.
P – Ótimo, fi... olha aqui, vou fazer ele aqui...não minúsculo. Óh, assim ó...Posso te ajudar a apagar
aqui?
A – Eu não dou conta de apagar...
P – Fi, f...i, fi-que, isso isabella, o que e o e né, isso, faltou o u, o e, e o que no final. O u e o e, agora o
e... triste. Como é que é o tri...o mesmo do três...tri.... tri, aí fica ti...quero tri...
A – Ah, não, borracha!
P - Que que eu preciso pra por, vamos fazer na bastão só pra você ver... empresta aqui...
A – Ah, já sei, R.
P – Ah tá..ta vendo! Tri, viu como você sabe! Tri...
A – (não entendi o que a aluna falou)
A – Nossa a hora que eu acordei parecia que tinha quebrado.
P – Vamos lá, tri!
A – Trrrrrrrrrrrr...
P – R – i. Agora olha só tris... triste! Isso Isabella, corta o t... não meu anjo...tira aqui, tris – tue...triste,
só o e...
A – Iheheheheheh...ah não!
P – Já tá terminando tá... vamos lá, não fique triste e aí...
A – Só...?!
P – Não fique triste.
16

A – Não fique triste, é assim, não fique triste soldadinho...não fique triste...aqui... não, soldadinho não
fique triste...tin..sua linda bailarina volta sim!
P – Vai voltar então, fica melhor! Então, não fique triste, sua bailarina, vai voltar. E aí acaba, aí você vai
fazer o desenho.
A – Ahhhh...
P – Então vamos lá .... seu não, su, su-a...bailarina...vamos aproveitar o banco de palavras?
A – Nossa minha letra é nova, não apaga por favor.
P - Vai, bailarina, aqui ó, você já circulou! Bailarina!
A – Esse b ficou mais bonito que esse feio...
P – Tá bonito! Porque você tá achando que tá feio? Tá tão bonitinha sua letra! E com o tempo você vai
só aperfeiçoar!
A – Mas tá horrível!
P – Não tá... Isabella, tá linda!
A – Tá sim...
P – Hummm, é só pra eu ficar falando que tá linda! ri – na.
A – Ah, não, apaga por favor!
P – Ah, não Isabellinha, tá linda...agora, va- i...voltar, e aí acabou...vai, como é que é o vá...
A – V com A...
P – O V com A...va-i...va...i...que letrinha que é aqui, o V e o...
[Incentivar a criança quando ela está cansada e oferecer ajuda é muito importante nessa fase, assim
ela não desiste da tarefa.]
A – Ahhhhnnn...
P – O V com...va-i...
A – Vai...hum tá certo...
P – Voltar...
A – V com O...
P – V com O...
A – Agora tem que caber o u só...
P – É outra palavrinha só, deixa eu te ajudar aqui..
A – Ai, tampou meu nariz...
P – Vai...vo...outra palavrinha...não pode ser emendado...esqueceu?
A – Ah, pode ser desligar...
P – Posso, estamos terminando...
A – Ah...
P – Não tem problema, vai, depois eu arrumo pra você. Aqui vai, vou por meu dedo pra você. Vo...
vol...o v e o...
A – Ó...
P – O v e o ó...vo... agora olha a minha língua – vol- tar...vol...
A – L....
P – L...muito bem! L ... que letra é essa aqui...o L...?
A – Não, é o a...
P – Ah, não Isabella, só falta essa palavra... vol... tar...
A – T com A...
P – T com A...voltarrr...
A – R...
P – Rrrrr...
A – Jáaaa... de novo!!
P – Manda um beijo pra todo mundo agora...
A – SMACK!!
17

[Aprender algo equivale a formar uma representação, um modelo próprio, daquilo que se apresenta
como objeto de aprendizagem; (...) também implica poder atribuir significado ao conteúdo em
questão, em um processo que leva a uma construção pessoal de algo que existe objetivamente...Esse
processo remete à possibilidade de relacionar de uma forma não-arbitrária e substantiva o que já se
sabe e o que se pretende aprender.” Isabel Solé]

ALÉM DE SITUAR O TRABALHO, DESCREVER O CONTEXTO, O CONTEÚDO. FAZER


ANÁLISES NAS DEGRAVAÇÕES NO DECORRER DO DIÁLOGO.
FALAR DO OBJETIVO DO TRABALHO;
GÊNERO TEXTUAL – EXPLICAR APROVEITANDO PARA ENFOCAR WALON – LIVRO
COM SALETE.
SEQUENCIA CRONOLÓGICA DO TEXTO.
FALAR SOBREA POSTURA DO PROFESSOR E DO ALUNO (AMBIENTE
ALFABETIZADOR);
ESCOLA – SALA DE AULA, CONTEXTO – SITUAR A ESCOLHA DA ATIVIDADE ATRAVÉS
DO PROJETO DA ESCOLA PARA APROVEITAR CONHECIMENTOS PRÉVIOS DO ALUNO
– ORDEM CRONOLÓGICA.
DESCREVER O QUE A PROFESSORA COMBINA, OU SEJA, “A PROFESSORA EXPLICA O
QUE...” A PROFESSORA, SUTILMENTE COBRA A POSTURA DA ALUNA ENFOCANDO A
IMPORTÂNCIA DA MESMA DURANTE A APRENDIZAGEM.
A PROFESSORA FAZ O ALUNO PENSAR AO TRAZER UM EXEMPLO – PISTA DE
CONTEXTUALIZAÇÃO, PERMITE O ALUNO PREDIZER, ESTRATÉGIA DE LEITURA.
CLIMA INTERACIONAL – PRAZEROSO

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