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Conceitos Básicos
MEDICINA LEGAL
• É a parte normativa e não preventiva ou curativa da medicina,
que consiste basicamente no conhecimento médico e biológico
do homem em tudo que possa interessar à Justiça. Trata-se de
uma ciência, que tem, exatamente porque é uma ciência,
linguagem própria, tecnicamente correta em relação às ciências
e, ao mesmo tempo acessível aqueles que das informações tem
de servir-se para melhor elaborar as normas e bem aplicá-las,
visando a realização da justiça. Tem método próprio, que se
coaduna perfeitamente a um enfoque específico, diverso
daquele que caracteriza a Medicina curativa ou preventiva.
Cabe ao médico legista colher e interpretar dados relativos a
fenômenos que se passam com o ser humano, que são
freqüentemente os mesmos de que cuida a patologia humana
com o escopo de fornecer subsídios, esclarecimentos
adequados e pertinentes às solicitações formuladas pela
Justiça. ( Prof. Dr. Armando Canger Rodrigues ).
Psiquiatria Forense
• A) direta • B) indireta
A PERÍCIA PSIQUIÁTRICA
ABRANGE:
A) direito penal.
B) direito civil.
C) direito do trabalho.
A PERÍCIA PSIQUIÁTRICA
ABRANGE(Cont.):
D) direito administrativo.
E) direito militar.
F) direito canônico.
G) criminologia
Direito Penal
Verificação da capacidade de imputação nos incidentes de
insanidade mental.
.
Verificação da capacidade de imputação nos incidentes de
farmacodependência.
.
Exames de cessação de periculosidade nos sentenciados à
medida de segurança.
.
Avaliação de transtornos mentais em casos de lesões corporais
e crimes sexuais.
Direito Civil :
Avaliação da capacidade de reger sua pessoa e
administrar seus bens. Perícia nas ações de
interdição de direitos.
BIOPSICOLÓGICO
NOÇÕES DE IMPUTABILIDADE
PENAL
BIOLÓGICO
SIGNIFICA EXISTÊNCIA DE UM
TRANSTORNO MENTAL
NOÇÕES DE IMPUTABILIDADE
PENAL
PSICOLÓGICO
SIGNIFICA COMPROMETIMENTO
TOTAL OU PARCIAL DA
CAPACIDADE DE ENTENDIMENTO E/
OU DE DETERMINAÇÃO.
NOÇÕES DE IMPUTABILIDADE
PENAL
IMPORTANTE
A imputabilidade não significa
normalidade psíquica. O sujeito que
disponha da integridade dos próprios
poderes e esteja em condições de
avaliar seus próprios atos, apesar da
presença de uma alteração mental,
continua sendo imputável.
NOÇÕES DE IMPUTABILIDADE
PENAL
LEGISLAÇÃO PERTINENTE
CÓDIGO PENAL
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um terço a dois terços se,
por qualquer das circunstâncias previstas neste artigo, o agente não
possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.
NOÇÕES DE IMPUTABILIDADE
PENAL
As exigências da Lei Penal são, portanto:
• Doença Mental.
• Desenvolvimento Mental Incompleto.
• Desenvolvimento Mental Retardado.
• Perturbação da Saúde Mental.
NOÇÕES DE IMPUTABILIDADE
PENAL
Acrescentando-se também:
1. Dependência de drogas.
2. Estar sobe efeito de drogas que causam
dependência física e/ou psíquica proveniente de
caso fortuito ou de força maior.
3. Embriaguez por álcool ou substâncias de efeitos
análogos proveniente de caso fortuito ou de
força maior.
A PERICIA PSIQUIÁTRICA
DEVE FORNECER:
1 – Um diagnóstico psiquiátrico (critério biológico).
2 – Demonstrar que tal diagnóstico comprometia de
forma parcial ou total a capacidade de entendimento
e/ ou de determinação do examinado (critério
psicológico).
3 – O enquadramento jurídico deste diagnóstico nas
quatro formas previstas na lei: doença mental;
desenvolvimento mental incompleto;
desenvolvimento mental retardado ou perturbação da
saúde mental.
4 – Tudo ao tempo da ação (critério temporal).
DOENÇA MENTAL
• Sub-grupo I
• Segundo Francisco Campos “ ... o projeto teve em vista, aqui –
principalmente – os “fronteiriços” ( anormais psíquicos, psicopatas)”.
Mas observa: “ É conhecida a controvérsia que esses indivíduos
suscitam no campo da psiquiatria. Ora são declarados verdadeiros
loucos e, portanto irresponsáveis, ora se diz que são apenas semi-
loucos e reconhece-se sua imputabilidade restrita; e, finalmente, não
falta quem afirme, com indiscutível autoridade, a sua nenhuma
identidade com os insanos mentais.”
• Segundo Heitor Carrilho: “ Embora esta expressão possa permitir
confusões com doença mental, dado o conceito amplo de saúde mental
perturbada, pensamos que, dentro do espírito da Lei Penal, sobretudo
quatro hipóteses clínicas podem ocorrer, permitindo a limitação da
capacidade de entendimento e de autodeterminação”. São elas:
ARTIGO 26 – PARÁGRAFO ÚNICO
(Cont.)
“Distúrbios leves, ligados a fases iniciais ou preliminares de psicoses.
Aí se enquadram as esquizofrenias latentes ou as fases iniciais dessa
psicose, as manifestações prodrômicas da psicose maníaco
depressiva, as fases pré-clínicas da neurosífilis,etc.”.
“Perturbações residuais, integrantes das remissões francas de certas
psicoses funcionais, notadamente a esquizofrenia e a psicose
maníaco depressiva ou as que caracterizam as chamadas curas com
defeito e as curas sociais, verificadas sobretudo nos portadores de
psicoses endógenas”.
“Distúrbios iniciais ou seqüelas psíquicas das endo e heterotoxicoses”.
“Desvios expressivos das personalidades psicopáticas ( Transtornos da
Personalidade), notadamente os que caracterizam os psicopatas
hipertímicos, depressivos, inseguros, fanáticos, ostentadores,
inconstantes, explosivos, insensíveis, abúlicos, astênicos, da
classificação de Kurt Schneider.”
ARTIGO 26 – PARÁGRAFO ÚNICO
(Cont.)
Sub-grupo II
Desenvolvimento mental retardado. Segundo ainda
Heitor Carrilho: “ O perito indagará sobre se o
desenvolvimento mental do acusado deixou de atingir o
nível normal e se esta parada na evolução psíquica é de
grau a permitir a atenuação da capacidade de entendimento
e de autodeterminação. Uma única hipótese comporta essa
indagação: é a debilidade mental em grau leve”, ou seja o
primeiro grau atenuado das oligofrenias.
Desenvolvimento mental incompleto: os surdos-mudos e,
segundo alguns autores, os cegos.
DIFICULDADES RELACIONADAS
ÀS PERÍCIAS :
•
• 1 – Época de sua realização. Por tratar-se sempre de uma perícia
retroativa ( ao tempo da ação ou da omissão ) é de grande importância
que seja realizada o mais próximo possível à época do delito. Em nossa
experiência as perícias são realizadas, em média, um a dois anos após
o fato delitivo.
• 2 - Impossibilidade de uma avaliação psiquiátrica mais prolongada.
Geralmente temos de formular um diagnóstico e seu enquadramento
jurídico, em uma única entrevista que dura, em média, uma hora.
Razões de ordem diversa podem ser citadas: dificuldades de escolta,
excessivo número de agendamentos que impedem uma reconvocação,
entre outros.
• 3 - Demora no agendamento e dificuldades para realização de exames
complementares.
Como se faz um laudo psiquiátrico
• 1 - IDENTIFICAÇÃO.
• 2 - HISTÓRIA CRIMINAL: -
- Denúncia.
- Elementos colhidos nos Autos.
- Versão do acusado aos peritos.
Como se faz um laudo psiquiátrico
(cont.)
• 3 - ANAMNESE :
- Antecedentes Pessoais.
- Antecedentes Heredológicos.
- Antecedentes Psicossociais.
Como se faz um laudo psiquiátrico
(cont.)
• 4 - EXAME SOMÁTICO :
- Geral.
- Especializado
Como se faz um laudo psiquiátrico
(cont.)
• 5 - EXAMES COMPLEMENTARES
:
- Eletroencefalografia.
- Tomografia computadorizada.
- Laboratório - Análises Clínicas.
- Radiologia.
- Parecer Psicológico.
- Outros exames.
Como se faz um laudo psiquiátrico
(cont.)
• 6 - EXAME PSÍQUICO.
• 7 - DISCUSSÃO E CONCLUSÕES :
Considerações Psiquiátrico-forenses.
Diagnósticos.
Enquadramento jurídico.
8 – RESPOSTA AOS QUESITOS.
Código Penal
Das Medidas de Segurança
Espécies de medidas de segurança.
Artigo 96. As medidas de segurança são:
I – internação em hospital de
cústódia e tratamento psiquiátrico ou, à
falta, em outro estabelecimento adequado;
II – sujeição a tratamento
ambulatorial.
SUJEIÇÃO A TRATAMENTO
AMBULATORIAL
Artigo 96 – (continuação).
Parágrafo único. Extinta a
punibilidade, não se impõe
medida de segurança nem
subsiste a que tenha sido
imposta.
Imposição de Medida de Segurança para
o Inimputável
1 - Crime.