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Ano 1 - Nº 1
O precursor da globalização
A língua em foco
Sons da língua
portuguesa: nosso
convite à construção
colaborativa
Estudos Interculturais
Vozes da África: uma
experiência solidária
em Moçambique
Tecnologias
Educacionais
Ensino de PLE
ESCUELA NORMAL SUPERIOR EN LENGUAS VIVAS
“Sofía Broquen de Spangenberg”
Juncal 3201, C1425AYQ, Ciudad Autónoma de Buenos
Aiires
AUTORIDADES INSTITUCIONAIS
Prof. Liliana García Domínguez (Reitora)
Prof. Cynthia Fridman (Regente de Nível Superior)
ORGANIZAÇÃO
Prof. Carla Panto
Prof. Ignacio Spina
Prof. Graciela Vidal
Revista LuSofia
Ano 1, Nº 1
Outubro, 2016
Ao leitor
LICENCIAMENTO
A revista LuSofia é um projeto construído
com a colaboração da comunidade de
estudantes e professores de PLE.
FALE CONOSCO
Para entrar em contato com a equipe de
organização, por favor, escreva para:
• revistalusofia@gmail.com
Sumário
Outubro de 2016
Ano 1 - Nº 1
História e Literatura
Pág. 23
Institucional
LuSofia em palavras Pág. 6
A língua em foco
Estudos interculturais
Vozes da África:
uma experiência solidária em Moçambique
Entrevista de Graciela Vidal a Brenda Dalton, uma mulher que
viajou a Moçambique para ajudar pessoas portadoras de VIH.
Pág. 33
Pág. 8
Uma doce armadilha Formação docente
Alzira Probo - Licenciada em História (UFP) e Professora em PLE (ENS LV
"Sofía Spangenberg”) conta sua experiência estudando sua língua materna, o português,
de um ponto de vista diferente: como língua estrangeira.
Tecnologias
Pág. 19
Educacionais
Innovación tecnológica para el diálogo intercultural en la clase
de portugués lengua extranjera
Liliana Roxana Rubín e Geruza Queiroz - professoras da cidade de Salta
compartilham reflexões sobre o emprego de recursos digitais para a promoção
das competências interculturais no ensino de português língua estrangeira.
E
l mayor propósito del nivel terciario de la ocasiones atrapados por un sistema que nos exige
ENS en Lenguas Vivas “Sofía E. Broquen cada vez más. Es aquí donde el rol del equipo de
de Spangenberg” es construir una visión de trabajo proactivo como el de nuestros
institución educativa como organización que enseña coordinadores de Lusofia juega un papel
y aprende mediante la creación de espacios para fundamental al empoderarnos a alumnos y docentes
analizar hechos, situaciones problemáticas y por igual con el ejemplo de un proceso creativo
propuestas de cambio. exitoso y de gran calidad en contextos que distan
Este cambio, generado desde el corazón mucho de la perfección.
institucional, pretende encaminar a todos sus Como miembros de un equipo de conducción
miembros hacia distintos trayectos de crecimiento y que busca involucrar a todos los actores
desarrollo, y crear un clima institucionales de forma real
institucional que abra nuevas y desarrollar una escucha
vías de diálogo para detallada de cada situación
encauzar nuestras carreras. problemática, estamos
Es en este contexto que llega convencidas de que la
la propuesta de LuSofia, la mejora sostenida es posible y
revista institucional de los se construye día a día,
Profesorados de Portugués teniendo siempre presente
que tenemos el orgullo de esa pasión que nos alentó a
presentar hoy. recorrer el maravilloso
Con su trabajo, los profesores Ignacio Spina, camino de enseñar y aprender, sobre todo en los
Carla Panto y Graciela Vidal - los coordinadores de momentos más difíciles.
nuestra revista- contagian la pasión necesaria para Solo nos resta volver a felicitar a nuestros
motivar a los actuales y futuros profesores a docentes por este proyecto que hoy ve la luz, y
convertirse en líderes multiplicadores y gestores de festejar la concreción de un nuevo sueño, en un
un trabajo profesional de calidad, capaces momento en que vamos rumbo a cumplir 60 años
de empoderarse de este nuevo concepto para – a brindando educación pública de calidad.
su vez- liderar cada uno su tarea específica en pos “Para construir una cultura en la que el pasado
de continuar desarrollando y defendiendo una sea útil y no coactivo, tenemos que ubicar el futuro
mejora sostenida de la educación. entre nosotros, como algo que está aquí listo para
Hugo Assmann considera que “la educación es que lo ayudemos y lo protejamos antes de que
hoy la más avanzada tarea social liberadora”. Sin nazca, porque de lo contrario será demasiado
embargo, muchos educadores nos sentimos en tarde.” Margaret Mead.
J
á reparou quantos sons definem a
língua portuguesa? Com o objeto
de desenvolver uma contribuição à
comunidade de profissionais e
estudantes de português, a revista LuSofia
convida a colaborar na construção do mapa
de sotaques e dialetos a partir de materiais
audiovisuais livres disponíveis na web.
Formulário: https://goo.gl/EER43n
E
m 1980, decidi estudar Licenciatura em onde formei minha família como tantas
História porque desejava compreender a correligionárias. Estas mudanças me levaram a
evolução do povo brasileiro, e apoiar aos repensar a vida profissional e fazer uma nova
movimentos que lutavam contra o regime militar carreira: o curso de formação de professores de
instalado no Brasil desde 1964. Pensava fazer português. Assim, em 2010, ingressei na ENS
algo através da docência ou no campo da Sofia Spangenberg com a firme intenção de
pesquisa. exercer a docência para “ensinar meu idioma e
divulgar a cultura do meu país”. Nem por um
A democracia chegou em 1983, priorizei novas segundo imaginei que essa decisão me conduzia
reivindicações, e embarquei para a Argentina a uma doce armadilha.
A preparação para a docência de Português como
Língua Estrangeira (PLE) foi uma experiência Pensei que seria um processo muito simples e
renovadora em todos os sentidos. Apesar de que fácil. No entanto, constituiu-se em uma
não me propus, originalmente, em várias ocasiões aprendizagem que superou minhas expectativas
deixei a condição de aluna para inserir-me a este como estudante, transformou-me pessoalmente e
mesmo espaço como uma observadora foi um verdadeiro campo de observação para
das dúvidas, dos desafios e das perspectivas dos minha profissão já que podia ver nas dificuldades
meus colegas hispanofalantes, e mais ainda, para dos colegas e nas estratégias dos professores
compreender as estratégias usadas pelos meu futuro campo de ação.
professores, na sua maioria argentinos, ao
explicar algo que para um brasileiro é natural.
Estava desvendando minha pró- ao ver como nos foi imposta a tipo de escola queria trabalhar,
pria língua, num verdadeiro labo- língua, a cultura, a religião como que abordagem queria exercer
ratório de emoções que me levou ao assistir o filme: “A mis- como futura professora de PLE, e
a resignificar o Português. Essa são”. Deixei atrás o orgulho pela que a bancarização é autoritária e
mania de falar tão diferente da língua com o que ingressei ao Pro- antidemocrática. E estes também
escrita, que produz tanta dor de fessorado e descobri novas razões foram momentos de profunda
cabeça aos brasileiros e mais para compreender minha identi- significatividade para minha
ainda aos estrangeiros, neste dade. Aprendi a escutar a análise formação profissional.
âmbito reflexivo me fez criar da Historia Brasileira feita por ter-
novos sentidos em vários aspec- ceiros, e nessas circunstâncias, Experimentei a educação como
tos junto aos meus colegas e aprendi a ver o idioma como uma uma ponte para minha trans-
professores. expressão estrangeira ao territó- formação pessoal. Reciclei,
rio, atualmente, chamado Brasil. lentamente, minhas antigas
No marco teórico da intenções revolucionárias.
História e da Cultura fui E só então percebi que
reassumindo este idioma
“Estava desvendando minha própria tinha sido vítima de uma
também como resultado língua, num verdadeiro laboratório doce armadilha da vida.
de uma construção Ao decidir fazer esta
política-cultural e socio- de emoções que me levou carreira para “ensinar
econômica. Refleti como minha língua e cultura”,
poderia haver sido
a resignificar o Português.” jamais imaginei que me
diferente. Que em lugar esperava também
de Português, hoje, poderíamos Ao compartilhar biografias escola- participar de um processo que
falar a Língua Geral, o Guarani, res, em uma das Oficinas de práti- implicou aprender a sentir, a ouvir,
algum dos dialetos de uma das cas pedagógicas, observei que a escutar, a olhar, toda minha
tantas nações africanas, por muitos dos meus colegas argenti- história de forma distinta. Ainda
exemplo o Iorubá dos Malês, ou - nos estudaram os ciclos anteriores há muito para aprender, e mais
porque não, crioulo como em em plena Ditadura Militar. Compa- ainda por construir. Contudo estu-
outras nações. rei os processos vividos aqui e lá; dar foi uma decisão da que não
os destinos atravessados, uma vez só não me arrependo, como tam-
Revisei conceitos estruturados mais, pelas potências estrangei- bém tem sido motivo de cresci-
desde minha infância, com ras e as consequências nas práti- mento, ressignificação e novos
momentos de profunda angústia cas escolares. Refleti sobre que compromissos em minha vida.
*Alves, Rubem. Ostra Feliz não faz pérola. São Paulo. Editora Planeta do Brasil. 2008. p. 105.
Tendo em vista que alguns pedagogos consideram que avaliar é “Avaliar é identificar
identificar necessidades para a melhora continua, com o propósito de
obter um processo de ensino-aprendizagem de sucesso, por que não necessidades para a
conseguirmos que os alunos sintam frente a tal situação uma sensação melhora contínua
de confiança, possibilidade, melhora, enriquecimento, evolução?
com o propósito de
Conforme Cipriano Carlos Luckesi, reconhecido pedagogo brasileiro,
especializado em avaliação de aprendizagem, “provas e exames são
obter um processo de
apenas instrumentos de classificação e seleção, que não contribuem ensino-aprendizagem
para a qualidade do aprendizado nem para o acesso de todos ao
sistema de ensino”. Evidentemente, o tema dá para o debate e é
de sucesso.”
controvertido demais.
E
u iniciei os estudos em um professorado No artigo N°3 da lei 23.468 estabelece que: “A
de português, com muito entusiamo e proposta curricular para o ensino de idioma
sabendo, com certeza, que íamos português será de caráter optativo para os
conseguir trabalho após concluído o estudantes”. Estou convencida que os alunos em
período de estudos. Porém, já com anos percorridos sua maioria escolherão o inglês. Conclusão baseada
e com a maioria das disciplinas aprovadas, estou em minha experiência em sala de aula com alunos
com mais dúvidas do que certezas de que a lei seja adolescentes e que surgem das conversações que
implementada nas escolas e assim os docentes mantenho com eles.
possam trabalhar com plenitude. Será que foi Compreendo então que professores de português
esquecida a lei 26.468 de ensino de idioma não serão precisados, por conseguinte não serão
português para todas as escolas argentinas? chamados.
No estabelecimento educativo onde ainda sou Também se estabelece que será progressiva a
aluna, eu já tinha perguntado a alguns professores inclusão do ensino do idioma. Percebo a esta altura
se possuem novidades a respeito de colégios que dos fatos que, não temos nenhuma parte da lei que
precisem professores de português, más não está sendo aplicada.
consegui respostas favoráveis. Ninguém sabe nada Estou vendo também que no estabelecimento
do assunto. Procurei em internet, fui a muitos educativo, onde ainda sou aluna, ano a ano desce a
colégios de província procurando estabelecimentos matrícula de alunos que iniciam seus estudos de
e ainda ninguém sabe com certeza quando português. Aliás, alguns outros já desistiram de
incorporarão essa disciplina. Algumas o ensinam estudar por possuir outras obrigações ou
mas, muitas delas não precisam incorporar mais simplesmente, desiludidos começam outra carreira.
professores.
Este ano, no período de a estudantes que chegam com falta de limpeza nos salões de
inscrições, só quatro alunos muitas dúvidas para seu futuro aula, ou nos banheiros, por
foram cadastrados. É uma profissional. exemplo, ou pela falta de
situação triste para a instituição cadeiras, mesas e todas a
educativa se a taxa de alunos Para acrescentar mais uma ferramentas necessárias para dar
registrados continua descendo. Informação, quando estava aula de maneira certa?
Em conversa com muitas de criando esta coluna de opinião
minhas colegas, elas também fiquei surpresa quando li uma Ou, pior ainda, habituar-me à
concordam com o que acabo de notícia da província de Misiones, “eterna” falta de orçamento na
expor. onde alguns professores de educação? Além disso, por que é
português reclamavam, na praça que os alunos tendo a
Eu sei perfeitamente que os principal, a implementação da lei possibilidade de conhecer uma
porquês de tais decisões de 23.468 e a consequente criação outra cultura, muito próxima,
desistimento são pessoais, e que de trabalho. decidem continuar escolhendo o
existem outras razões na qual idioma inglês para se formar?
uma pessoa deixa seus estudos. Sem dúvidas, a colocação em Por que é que se continua
Infelizmente a situação do motivando o ensino do
país não ajuda, estamos idioma inglês em
envolvidos numa detrimento de um outro
problemática social difícil e idioma igualmente
que sem dúvidas acabam enriquecedor? E por último,
atingindo todos os degraus por que é que na
de nossa engrenagem atualidade não existe
social e a educação é incentivos para atrair, por
sempre a primeira em ser um lado e reter por outro
prejudicada. os estudantes ou possíveis
estudantes de português?
Também não vejo maior
preocupação de parte de Considero que todo o que
ninguém para que a lei 24.468 vigência da lei citada aqui exprimo é apenas a ponta
seja colocada em ação. possibilitaria a ocupação de de um iceberg que deveria ser
professores, que na atualidade analisado, porque acho que
Além disso, percebo com mais não conseguem trabalho fixo. todos têm a ver com minha
preocupação, que são cada vez Estou me perguntando, aliás de primeira interrogação.
menos os alunos de português minha ladainha, por que é que,
que desistem sem acabar os nesse país não conseguimos Considero, então, que não é só
estudos e que ninguém ofereça solucionar jamais os problemas suficiente a simples elaboração
uma ajuda sequer para reter relacionados a questões de uma lei, também é preciso
esses quase professores, pelo educativas? Será que devemos colocá-la em prática nos prazos
contrário vejo às vezes muitas pensar então, que nem precisem estabelecidos. Ou será então,
pedras no caminho. consideração a nível que vai ficar só no meu desejo e
São muitas as perguntas, e as governamental? Devo pensar a lei, mais próxima ao
respostas oferecidas são em me acostumar de maneira tal esquecimento?
incapazes de dar soluções certas como também fui acostumada à
Outubro 2016 | Revista LuSofia | 13
Ensino de PLE
Do livro à televisão:
Relatos de uma experiência didática
com o romance “Uólace e João Victor”
Maria Castro Azevedo e Mariel Tronca
O presente artigo tem o intuito de compartilhar com os leitores da Revista o percurso teórico, a
proposta metodológica e algumas considerações surgidas no contexto educativo do Curso de
Formação de Professores de Português de Ensino Médio e Superior na Oficina de Redação
Acadêmica da Escola Normal de Lenguas Vivas Sofía B. de Spangerberg, do GCBA.
O nome do nosso projeto é: “A interface entre heterogênea (de 14 a 31 anos). A duração deste
texto escrito e texto oral do livro Uólace e João trabalho foi de três meses, as abordagens
Victor”, da autora Rosa Amanda Strausz, o qual utilizadas foram: abordagem comunicativa e
consiste na descrição de uma aula de PLE no interação social. Além do livro assistimos um
contexto de um instituto particular situado na episódio da primeira temporada da série “Cidade
cidade de San Antonio de Padua, na Grande dos Homens”, exibido pela Rede TV Globo no ano
Buenos Aires, para uma turma de 10 (dez) alunos 2002, intitulado “Uólace e João Vitor”, baseada no
que cursam o segundo nível de português B2, que livro homônimo, que é um material que representa
corresponde ao Marco Comum Europeu de a história do mesmo, integrando o estímulo visual
Referência para línguas. A faixa etária da turma é ao auditivo.
Sequência Didática
Ler a novela.
Questionário (compreensão do texto).
Assistir o episódio da minissérie homônima.
Debate de forma grupal e individual.
Elaborar quadro comparativo de semelhanças e diferenças dos dois personagens principais.
Comentar que coisas apareceram na novela que não apareceram na minissérie e vice-versa.
Elaboração do resumo.
Responder perguntas com respostas pessoais.
Transformar a narrativa em diálogos.
O livro está dividido em 12 partes e cada parte da história foi resumida em forma de desenho.
Gravaram os diálogos onde interpretaram os personagens principais e secundários.
Macroregras de compreensão: “são aquelas que Queremos deixar em claro que esta sequência
permitem elaborar a macroestrutura de um texto didática funcionou no caso do idioma português,
escrito, tirando do mesmo as informações mais por ser uma língua transparente com o espanhol.
importantes”. (VAN DIJK, citado AUGUSTO, 2012,. 3).
Referências bibliográficas
AUGUSTO, CESAR, Teoria de Van Dijk, 28 de maio de 2012, MACIEL, Katharine Dunham; HARTL, Ingeborg, Métodos e
disponível em: http://pt.slideshare.net/cesarahdz/exposicion- abordagens de ensino de línguas estrangeiras e processos de
canchola Data de consulta: 18/09/15, 8:20 horas. ensino / aprendizagem - (UFRJ) FD7 (2003), dis em:
www.apario.com.br/forumdeutsch/revistas/.../ForumDeutschtodo
AUSTIN, John L., How to do Things with words, New York: s.pdf Data de acesso: 25/09/15, 15:37 horas.
Oxford University Press, 1965.
SITE da Resenha do livro disponível em:
KRASHEN, D. Stephen, Principles and Practice in second language http://informalrj.blogspot.com.ar/2010/10/resenha-do-episodio-
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2009. disponível em:
http://www.sdkrashen.com/content/books/principles_and_practic SITE YouTube.br, vídeo da série “Uólace e João Victor”, disp. em:
e.pdf Data de consulta: 19/06/16, 14:30 horas. https://www.youtube.com/watch?v=8YKODqXtHBk Data de
consulta: 10/09/15, 15:00 horas.
KRASHEN, D. Stephen, Principles and Practice in second language
acquisition, University of Southern California (Internet Edition), SOUCHON, M., La lecture-compréhension de textes: aspects
2009, pág.10. théoriques et didactiques, in Revue de la SAPFESU Número
Especial, Bs.As, 1997, citado por PASQUALE et al., Leer en lengua
LOPES MESSIAS, Rosana; BRAGA NORTE, Mariângela; et al., extranjera: estrategias lectoras y situaciones de lectura, 2004).
Língua Inglesa Coleção, temas de formação volume 4, UNESP -
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, disponível em: STRAUSZ, Rosa Amanda, Uólace e João Victor, Editora:
http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream/unesp/179739/3/un OBJETIVA, Edição: 1, São Paulo, 2003. Documento disponível em
esp-nead meio eletrônico.
redefor_ebook_coltemasform_linguainglesa_v4_audiodesc_20141
113.pdf Data de consulta: 30/10/15.
(Artigo em espanhol)
A modo de conclusión…
Las TIC favorecen positivamente la propuesta de de su utilización. Las TIC solicitan flexibilidad en sus
guion abierto y articulado para las clases de usos, pero permiten potenciar el diálogo entre los
enseñanza de LE. Al tratar lo intercultural, las TIC actores del proceso de enseñanza aprendizaje,
se muestran como un recurso propulsor del debate, todos los que aprenden, incluso docentes. En un clic
y eso es una apuesta que va en contra de la idea conocemos, debatimos y reflexionamos. La
generalizada que las tecnologías nos deshumanizan. virtualidad nos ayuda a llegar a la aceptación de la
En verdad es el diálogo que nos humaniza y la diferencia. Y nos ayuda también a rever, reforzar y
utilización de las TIC en pro del diálogo es perfeccionar “métodos tradicionales” de enseñanza-
bienvenida. Un abanico de experiencias se ofrece al aprendizaje. Es parte del juego de aceptación
docente y un planeamiento rígido juega en contra mutua.
Bibliografía
Duque de la Torre, A y col. La creación de materiales para la - Buenos Aires: Santillana, 2010. Consultado en
enseñanza de lenguas extranjeras en Internet. ASELE. Actas XII http://www.unsam.edu.ar/escuelas/humanidades/actividades/la
(2001) Consultado en: tapi/docs/Dussel-Quevedo.pdf
http://cvc.cervantes.es/ensenanza/biblioteca_ele/asele/pdf/12/
12_0459.pdf [2] Duque de la Torre, A y col. LA CREACIÓN DE MATERIALES
PARA LA ENSEÑANZA DE LENGUAS EXTRANJERAS EN
Dussel, Inés VI Foro Latinoamericano de Educación; Educación INTERNET. ASELE. Actas XII (2001) Consultado en:
y nuevas tecnologías: los desafíos pedagógicos ante el mundo http://cvc.cervantes.es/ensenanza/biblioteca_ele/asele/pdf/12/
digital / Inés Dussel y Luis Alberto Quevedo. - 1a ed. - Buenos 12_0459.pdf
Aires: Santillana, 2010. Consultado en:
http://www.unsam.edu.ar/escuelas/humanidades/actividades/la [3] Especialista en la disciplina y como experto en el dominio
tapi/docs/Dussel-Quevedo.pdf del área, su función principal consiste en la selección de los
contenidos, recursos y actividades que incluirá el material que
Júdice, N. O ensino da língua e da cultura do Brasil para escriba y no siempre coincide con la figura del tutor, con quien
estrangeiros: pesquisas e ações. Niterói: Intertexto, 2005 trabaja, para transformar una suma de recursos en un
pensamiento entramado en pro del aprendizaje.
[1] Dussel, Inés VI Foro Latinoamericano de Educación;
Educación y nuevas tecnologías: los desafíos pedagógicos ante [4] Júdice, N. O ensino da língua e da cultura do Brasil para
el mundo digital / Inés Dussel y Luis Alberto Quevedo. - 1a ed. estrangeiros: pesquisas e ações. Niterói: Intertexto, 2005.
A
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
nalisar o fenómeno da globalização, nos novos tempos
Deus quis que a terra fosse toda uma,
históricos, tornou-se uma questão essencial para a Que o mar unisse, já não separasse.
construçã o e para a interpretação das identidades individuais, Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
colectivas, nacionais, regionais, etc. O sujeito moderno vai
confrontando-se no contacto permanente com variadas formas e E a orla branca foi de ilha em continente,
práticas culturais. Essas práticas ligadas, inicialmente a um Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
tempo e a um espaço, sofreram transformações, deslocamentos E viu-se a terra inteira, de repente,
e renovações. Os fluxos culturais que as novas formas de Surgir, redonda, do azul profundo [1].
comunicação e as imagens da mídia apresentam, são de uma
incontestabilidade e de um impacto nas nossas identidades, que permanentemente promovem debates.
Espaço e tempo colocam-se como variáveis e dimensões relativas, e essa relatividade arrasta com eles, as
identidades fortemente ligadas a um território e a uma narrativa histórica.
Alguns teóricos argumentam que o efeito geral desses processos globais tem sido o de enfraquecer ou
solapar formas nacionais de identidade cultural. Eles argumentam que existem evidências de um
afrouxamento de fortes identificações com a cultura nacional e um reforçamento de outros laços e
lealdades culturais (Hall, 2000, p.73)
Para um certo número de historiadores, a história A clara subordinação ao Brasil, fez com que a África
moderna começaria entre os séculos XV e XVI vivesse séculos de exploração e sumição. É evidente
quando europeus e mais particularmente os que a colónia americana era o centro do esquema
portugueses, começaram a aventurar-se no colonial português, baseado no latifúndio, na
Atlântico, perdendo a costa de vista, afrontando o
monocultura e na produção para o mercado
mar livre enfim das barreiras terrestres. (Castro
externo, o trabalho escravo completava essa
Henriques, 2004, p.107)
tetralogia inabalável. Dessa maneira, o homem
torna-se um bem semovente fundamental e a mais
Assim, o mar conforma, simbolicamente, o palco da
importante “mercadoria” que a África fornecia. A
modernidade pelo seu papel de viabilizador-veículo
complementaridade entre as colónias era de
de contacto de culturas longínquas, diferenciadas e
carácter, marcadamente, desigual, como assinala
desconhecidas. Nesse contexto, surge a escravidão
Luiz Felipe de Alencastro (2000).
como componente estrutural de toda a empresa
colonizadora que inaugurou o mundo moderno no
séc. XV e o Atlântico é o mar não só das viagens e Nessa era global, surgiu uma maciça miscigenação
intercontinental entre a América, a África, a Europa
das descobertas, mas sim do tráfico, das trocas e
e a Ásia. Contudo, é o continente americano o
da criação de sociedades diferenciadas com
paradigmas diferentes aos conhecidos. Nessa maior berço desse processo universal único, e
construção, o oceano Atlântico funcionou como nomeadamente, o Brasil é o exemplo de criação
espaço aglutinante-difusor-derivador dum mundo duma humanidade nova. Para Boaventura de Sousa
Santos, a indecidibilidade do colonialismo português
novo que transferia homens, animais, plantas,
costumes, crenças, etc. a escala mundial. reflecte a presença de infinitas manifestações de
interacção e da existência de um regime de
A primeira experiência colonial, no início da interindentidades (Cf. 2006, p.238). Este autor
detalha os processos de cafrealização, assimilação,
expansão marítima, praticada pelos portugueses no
oceano Índico, de carácter pontual e mercantil, i.e., miscigenação que são claramente “manifestações
da porosidade dos regimes identitários dos
fundamentalmente económica, transladou-se, mais
tarde, para o oceano Atlântico de maneira portugueses” (Santos. 2006, p. 236)
aprofundada, diversa e persistente, reforçando os
Referências
[1]
Duas estrofes do terceiro poema, “O Infante” da Segunda Parte Mar Portuguêz da obra épica de Fernando
Pessoa, MENSAGEM. O infante D. Henrique representa a figura chave na expansão ultramarina, como iniciador
e sonhador de um Império, o único imperador que tem deveras/ o globo mundo em sua mão.
[2]
Os conceitos de este artigo são elaborados a partir dos trabalhos realizados no Curso à distância do IC:
Estudos Pós-coloniais: Atlânticos Sul, 1.ª edição- 2008- 2009
Bibliografia
Bhabha, Homi K., El lugar de la Cultura, Buenos Pessoa, Fernando, Mensagem- Poemas Esotéricos,
Aires, Ed. Manantial, 2002 Ed, Crítica, José Augusto Seabra, coord. 2° ed.,
Madrid, 1996.
Cuche, Denys, A Noção da Cultura nas Ciências
Sociais, Bauru-SP, EDUSC, 1999 Santos, Boaventura de Sousa, “Entre Próspero e
Caliban: colonialismo, pós colonialismo e inter-
Hall, Stuart, A Identidade Cultural na Pós- identidade” in Boaventura de Sousa Santos, A
Modernidade, Rio de Janeiro, DP&A Editora, 2009 Gramática do tempo: Para uma nova cultura
política, Vol. 4, Porto, Ed. Afrontamento, 2006
Henriques, Isabel Castro, os pilares da diferença-
relações portugal-áfrica, Casal de Cambra,
Caleidoscópio Ed., 2004
Introdução
O
seguinte trabalho visa oferecer uma português outorga a determinadas figuras e
reflexão sobre o período histórico evocações enquanto construtoras do sentido de
decorrente entre a revolução de 25 de identidade do povo e do sentimento nacional.
abril de 1974 e a atualidade da sociedade “Levantai hoje de novo o esplendor de Portugal!”
portuguesa, propondo como eixo de análise os ordena a pátria canção que evoca a voz daqueles
mitos redentores presentes no imaginário social egrégios avós fundadores, num “hoje” que
português e o reflexo destas produções sócio- desvenda um tempo sem tempo, um tempo 0, um
históricas na idiossincrasia do povo e no devir tempo mítico de esplendores, lutas e sucessos, que
histórico do país. Neste sentido, é importante investe diferentes figuras ou processos à maneira
salientar que o conceito escolhido como elemento dum verdadeiro imperativo de redenção.
norteador e articulador irá ser o proposto por
Febvre, a saber: a noção de mentalidade. Assim, pensa-se que o Sebastião de ontem se
Considera-se que este contributo vindo da escola encarna nas expectativas de todo um país diante
dos Annales é de muito valor para compreender os da força revolucionária e libertária daquele 25 de
fenômenos que vão além dos fatores materiais dos abril ou perante a adesão aos ditados da UE,
processos históricos, permitindo uma captação da evidenciando uma maneira particularíssima de agir,
configuração de ideias próprias de cada momento pensar e sentir que permite refletir as
em particular (Robertazzi, s/d; Duby, 1992). Neste singularidades dum Portugal que, ainda em tempos
sentido é que convém lançar mão da de Troika, anda errante à procura duma tal “Vila
preponderância das construções míticas em cada Morena” que ampare os “sonhos adiados” desses
cultura e, particularmente, no sentido que o povo filhos de Viriato[1] que compõe a pátria lusitana.
https://goo.gl/FhFEPk
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Outubro 2016 | Revista LuSofia | 31
As autoridades da Escuela Normal Superior en Para ensaios, relatórios ou artigos:
Lenguas Vivas “Sofía B. de Spangenberg” convida à Extensão máxima: 5000 palavras
submissão de artigos e materiais para a segunda Formato da bibliografia ABNT ou APA
edição da revista virtual LuSofia. Em todos os casos, sugerimos a incorporação
de vídeos, audios ou produções interativas
Podem participar da convocatória membros da atendendo ao caráter digital da revista.
comunidade científico-acadêmica de qualquer
instituição pública ou particular que desenvolva Para colunas de opinião, textos literários:
atividades relacionadas com o ensino de português Extensão máxima: 2000 palavras
como língua estrangeira, pesquisa ou outras
atividades vinculadas com o estudo da língua Para vídeos ou áudios:
portuguesa. Extensão máxima: 10 minutos.
Graciela Vidal
Karingana ua karingana* ou “era uma vez” - em língua ronga - uma mulher que viajou a
Moçambique para ajudar pessoas portadoras de VIH. Nesta entrevista, Brenda Dalton nos
conta como foi sua experiência e o encontro com a cultura e os costumes deste país, ex-colônia
portuguesa e atual membro da CPLP.
(Entrevista em espanhol)
*Karingana ua karingana es el título de la segunda obra del escritor mozambiqueño José Craveirinha, considerado uno de
los más importantes poetas de Mozambique, y quiere decir “Érase una vez” en lengua ronga, una de las originarias de
Mozambique.
Fotografía: Niños de las Escuelas de la Paz de la Comunidad de Sant'Egidio durante los festejos por el décimo aniversario
del acuerdo de paz.
Direção
Carla Panto
Ignacio Spina
Agradecimentos
Graciela Vidal Professores e estudantes do Curso de
Formação de Professores de Português,
pela participação nas diferentes etapas de
Autores elaboração da revista.
Alzira Probo
Analía Coria Professora Julia Campos da Gerencia de
Carla Panto Incorporación de Tecnologias do Ministerio
Cynthia Fridman de Educación de la Ciudad Autónoma de
Geruza Queiroz Coutinho Buenos Aires.
Graciela Vidal
Guillermo Vidal Professora Andrea Ayres do Centro Cultural
Ignacio Spina de Estudos Brasileiros de Buenos Aires pelo
Liliana García Domínguez espaço destinado à divulgação na I
Liliana Roxana Rubín Jornada de Professores de Português.
Luciana Ribeiro