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PRODUÇÃO E SISTEMAS
AGROINDUSTRIAIS
PÓS-graduação
mba. em agronegócio
MARINGÁ-pr
2012
Reitor: Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração: Wilson de Matos Silva Filho
Presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação
a distância:
C397 Produção e sistemas agroindustriais/ Thays J. Perassoli
Boiko - Maringá - PR, 2012.
75 p.
“As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir dos sites PHOTOS.COM e SHUTTERSTOCK.COM”.
Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimação - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maringá - Paraná - www.cesumar.br
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PRODUÇÃO E SISTEMAS
AGROINDUSTRIAIS
Professora Me. Thays Josyane Perassoli Boiko
APRESENTAÇÃO DO REITOR
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por
tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e solução de
problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará
grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Cesumar – Centro Universitário de Maringá – assume o compromisso de democratizar
o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento,
formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e
solidária” –, o Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com as demandas institucionais
e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consciência
social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração
com a sociedade.
Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição universitária de referência regional
e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos
ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão
acadêmica e administrativa; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com
o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos,
incentivando a educação continuada.
Professor Wilson de Matos Silva
Reitor
Todas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender o seu processo
de formação e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduação, determinadas pelo
Ministério da Educação (MEC). Desta forma, buscando atender essas necessidades, dispomos de uma
equipe de profissionais multidisciplinares para que, independente da distância geográfica que você esteja,
possamos interagir e, assim, fazer-se presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento.
Neste sentido, por meio de um modelo pedagógico interativo, possibilitamos que, efetivamente, você
construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade será vivenciada especialmente no
ambiente virtual de aprendizagem – AVA – no qual disponibilizamos, além do material produzido em
linguagem dialógica, aulas sobre os conteúdos abordados, atividades de estudo, enfim, um mundo de
linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas para a sua aprendizagem. Assim sendo, todas
as atividades de ensino, disponibilizadas para o seu processo de formação, têm por intuito possibilitar o
desenvolvimento de novas competências necessárias para que você se aproprie do conhecimento de
forma colaborativa.
Portanto, recomendo que durante a realização de seu curso, você procure interagir com os textos, fazer
anotações, responder às atividades de autoestudo, participar ativamente dos fóruns, ver as indicações
de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, pois tais atividades lhe possibilitarão
organizar o seu processo educativo e, assim, superar os desafios na construção de conhecimentos.
Para finalizar essa mensagem de boas-vindas, lhe estendo o convite para que caminhe conosco na
Comunidade do Conhecimento e vivencie a oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de
aprendizagem e membro de uma comunidade mais universal e igualitária.
Sou a Professora Me. Thays J. Perassoli Boiko, Engenheira de Produção Agroindustrial e Mestre em
Engenharia de Produção, e é com muito prazer que te apresento o livro que fará parte desta disciplina.
Neste livro, que preparei com muito carinho, apresento os principais conceitos e definições relacionados
a Agronegócios e aos Sistemas Agroindustriais. Veremos as duas principais correntes metodológicas
que norteiam os estudos e/ou a gestão dos Sistemas Agroindustriais, bem como quando, onde e quais
contextos surgiram.
Veremos também quais os níveis de análise em estudos e/ou em Gestão de Sistemas Agroindustriais,
os agentes que os compõem e como se dá a coordenação desses Sistemas. Você irá perceber que
dependendo dos propósitos do(a) pesquisador(a) e/ou do gestor(a) em Agronegócio, um nível de análise
é considerado. É muito provável que você, querido(a) aluno(a), se identifique como um dos agentes
que compõem os Sistemas Agroindustriais. A dinâmica de relacionamento entre os diversos agentes
que compõem os Sistemas Agroindustriais determina a dinâmica de funcionamento desses Sistemas.
Como os Sistemas Agroindustriais estão inseridos em mercados cada vez mais competitivos, complexos,
dinâmicos e globalizados, é frequente que mudanças tecnológicas, de legislação, das exigências dos
consumidores e de concorrência ocorram. Essas mudanças alteram a dinâmica de relacionamento entre
os agentes e isto exige que os Sistemas Agroindustriais sejam constantemente coordenados, por parte
de seus pesquisadores e/ou gestores, para garantir sua organização, eficiência, produtividade, qualidade,
eficácia na agregação de valor e, consequentemente, sua competitividade.
Por fim, iremos discutir a competitividade nos Sistemas Agroindustriais. Inicio esta discussão apresentando
as definições de competitividade e concorrência. Em seguida, veremos que a competitividade do
Agronegócio brasileiro se dá nos mercados interno e externo e quais os pontos que mais afetam esta
competitividade. Depois, apresento a você as estratégicas competitivas utilizadas no Agronegócio,
quais são as capacidades competitivas em Sistemas Agroindustriais, a importância da agregação de
valor aos produtos das cadeias de produção agroindustrial, os setores de apoio às cadeias de produção
Assim, este livro está dividido em três unidades. Na primeira, trato de Sistemas Agroindustriais, na segunda,
de Cadeias de Produção Agroindustrial e, na última, de Competitividade nos Sistemas Agroindustriais.
Meu objetivo ao escrever este livro não foi adotar conceitos e definições, mas sim mostrar os pontos de
vista dos principais autores utilizados no Brasil, exemplos e aplicações, de tal maneira que você, aluno(a)
do Curso de MBA em Agronegócios, se sinta capacitado(a) a utilizar esses conceitos e definições de
maneira prática em seu dia a dia profissional.
Tive como objetivo também, fazer você pensar sobre a complexidade e a competitividade nos Sistemas
Agroindustriais e como coordenar e competir nestes Sistemas.
Para iniciar nossos estudos, quero apresentar sites que são ricas fontes de pesquisa sobre Agronegócio
e Sistemas Agroindustriais e que provavelmente vão ajudar muito você, em suas atividades profissionais.
Bem, agora vamos iniciar nossos estudos! Espero contribuir para o seu conhecimento!
UNIDADE I
SISTEMAS AGROINDUSTRIAIS
DEFINIÇÕES DE AGRONEGÓCIO 16
PRODUÇÃO PRIMÁRIA 24
AGROINDÚSTRIAS 25
UNIDADE II
CONCLUSÕES 71
REFERÊNCIAS 72
UNIDADE I
SISTEMAS AGROINDUSTRIAIS
Professora Me. Thays Josyane Perassoli Boiko
Objetivos de Aprendizagem
• Discutir as duas principais correntes metodológicas que definem os estudos dos Sistemas Agroin-
dustriais: as noções de commodity system approach (CSA) e agribusiness e de analyse de filière (ou
cadeias de produção).
• Apresentar as definições de: agronegócio, sistemas agroindustriais, commodity, cadeia de produção
agroindustrial e complexo agroindustrial.
• Apresentar os níveis de análise em estudos e/ou gestão dos Sistemas Agroindustriais.
• Estudar os agentes que compõem os Sistemas Agroindustriais.
• Analisar a dinâmica de coordenação dos Sistemas Agroindustriais.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Definições de Agronegócio
• Definições e Correntes Metodológicas de Sistemas Agroindustriais
• Níveis de Análise em Estudos e/ou Em Gestão de Sistemas Agroindustriais
• Os Agentes que compõem os Sistemas Agroindustriais
• Produção Primária
• Agroindústrias
• Distribuição Agrícola e Agroalimentar
• O Varejo
• O Atacado
• Coordenação dos Sistemas Agroindustriais
• A Importância da Coordenação dos Sistemas Agroindustriais
• Definições de Coordenação dos Sistemas Agroindustriais
• Dinâmica de Coordenação dos Sistemas Agroindustriais e Mecanismos de Governança
INTRODUÇÃO
Estamos começando nosso estudo e, inicialmente, é preciso que você entenda, estude e compreenda as
definições relacionadas aos Sistemas Agroindustriais, as correntes metodológicas utilizadas e os níveis
de análise em estudos e/ou gestão dos Sistemas Agroindustriais.
Neste contexto, são abordados os seguintes conceitos e definições: agronegócio, commodity, sistemas
agroindustriais, cadeia de produção agroindustrial e complexo agroindustrial.
Exemplos destes conceitos e definições são apresentados, bem como um breve relato da evolução
histórica do conceito de Sistemas Agroindustriais.
Em seguida, o foco de estudo concentra-se nos agentes dos Sistemas Agroindustriais e, por fim, na
dinâmica de coordenação dos Sistemas Agroindustriais, envolvendo estes agentes.
O conteúdo apresentando nesta unidade servirá de base para o entendimento das unidades seguintes.
Bom estudo!
DEFINIÇÕES DE AGRONEGÓCIO
Na literatura encontram-se muitas definições de Agronegócio (em inglês Agribusiness), tais como:
ii) O Agronegócio é um conjunto de empresas que produzem insumos agrícolas, as propriedades rurais,
as empresas de processamento e toda a distribuição (CALLADO, 2006).
De acordo com essas definições e conforme afirmam Batalha e Souza Filho (apud BATALHA; SOUZA
FILHO, 2009), o Agronegócio compreende as atividades e empresas agropecuárias e agroflorestais e
aquelas ligadas aos insumos agropecuários e agroflorestais (defensivos animais e vegetais, adubos,
máquinas, equipamentos etc.), à agroindústria de processamento e aos sistemas de distribuição.
Desta forma, é possível perceber que o Agronegócio engloba, como detalham Araújo, Wedekin e Pinazza
(1990), todos os envolvidos na geração e no fluxo dos produtos agropecuários e agroflorestais até o
consumidor final. Sendo esses envolvidos:
iv) transformadores;
v) distribuidores.
Araújo, Wedekin e Pinazza (1990) complementam dizendo que também participam do Agronegócio os
agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos, tais como:
i) o governo;
ii) os mercados;
v) as entidades de serviços.
Na definição de Castro (2000), você pode perceber que o Agronegócio é entendido como um sistema,
formado por sistemas menores ou subsistemas, os chamados Sistemas Agroindustriais.
Os estudos e/ou gestão dos Sistemas Agroindustriais seguem duas principais correntes metodológicas,
que surgiram em tempos, locais e contextos diferentes, segundo Zylbersztajn (apud ZYLBERSZTAJN;
NEVES, 2000) e Batalha e Silva (apud BATALHA, 2001):
i. Agribusiness e Commodity System Approach (CSA, do inglês para o português, Enfoque de Sistema
de Commodities).
Estas duas correntes metodológicas, também entendidas como enfoques teóricos, Zylbersztajn (apud
ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000) e vertentes metodológicas Batalha e Silva (apud BATALHA, 2001)
representam uma evolução histórica do conceito de Sistemas Agroindustriais Zylbersztajn (apud
ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000).
Além disso, estas duas correntes metodológicas são utilizadas para “[...] fundamentar as discussões sobre
a utilização de novas ferramentas gerenciais e conceituais aplicadas ao entendimento da dinâmica de
funcionamento e a busca da eficiência [...]” (BATALHA; SILVA apud BATALHA, 2001, não paginado).
A primeira corrente teve origem nos Estados Unidos, na Universidade de Harvard, nos trabalhos de Davis
e Goldberg, com a criação do conceito de agribusiness, tendo como foco inicial uma análise histórica e
evolutiva do caso particular do agribusiness americano e depois no trabalho de Goldberg com a primeira
Durante os anos de 1960, na França, foi desenvolvido o conceito de Analyse de Filière. O conceito, que
inicialmente não foi desenvolvido para estudar as questões agroindustriais, teve entre os economistas
agrícolas e pesquisadores dos setores rurais e agroindustriais seus principais defensores.
No Quadro 1 apresenta-se um resumo da origem e dos conceitos principais destas duas correntes
metodológicas.
Correntes Metodológicas
RESUMO AGRIBUSINESS E COMMODITY ANALYSE DE FILIÈRE (OU CA-
SYSTEM APPROACH (CSA) DEIAS DE PRODUÇÃO)
Origem EUA – Universidade de Harvard França – Escola Industrial
Francesa
Autores/Ano x Conceito i) Davis; Goldberg (1957) – con- Anos 1960 – diferentes definições
ceito de agribusiness; de Cadeias de Produção
ii) Goldberg (1968) – CSA.
Foco Inicial do Estudo i) Davis; Goldberg (1957) – Problemática industrial
caso particular do agribusiness
americano;
ii) Goldberg (1968) – estudo do
comportamento dos sistemas de
produção de laranja, trigo e soja
nos EUA.
Ponto de Partida da Análise Matéria-prima de base e uma Produto agroindustrial final
limitação geográfica
Fonte: Elaborado a partir de Zylbersztajn (apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000) e Batalha e Silva (apud BATALHA,
2001)
Estas duas correntes metodológicas apresentam muitas semelhanças, como apresentam Batalha e Silva
(apud BATALHA, 2001):
i. Ambas, para estudar a lógica de funcionamento do Sistema Agroindustrial, realizam cortes verticais
no sistema econômico, ou a partir de determinado produto final, ou a partir de uma matéria-prima de
base.
ii. Ambas deixam a divisão do sistema em três setores: agricultura, indústria e serviços.
iii. Ambas veem a agricultura dentro de um sistema mais amplo que é composto também pelos produtores
de insumos, pelas agroindústrias e pela distribuição/comercialização.
iv. Ambas utilizam, em suas análises, a noção de etapas sucessivas de produção, desde a produção de
insumos até o produto acabado.
A principal diferença entre as duas correntes metodológicas “reside na importância dada ao consumidor
final como agente dinamizador [...]” (BATALHA; SILVA apud BATALHA, 2001, p. 36):
ii) Na corrente Analyse de Filière, o ponto de partida para a análise é sempre um produto acabado, ou
seja, o mercado final, em direção à matéria-prima de base que lhe deu origem.
No trabalho realizado por Davis e Goldberg (1957), agribusiness era assim definido: “a soma das
operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades
agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a
partir deles” (DAVIS; GOLDBERG, 1957 apud BATALHA); (SILVA apud BATALHA, 2001, p. 27).
Do trabalho de Goldberg (1968), o termo commodity é atualmente utilizado para se referir aos produtos
de origem primária, ou seja, em estado bruto, ou com baixo grau de industrialização que são produzidos
em grandes volumes por uma diversidade de produtores e que podem ser estocados por um determinado
período sem perda de qualidade.
O café, o trigo, a soja, são exemplos de commodities agrícolas. A água, o ouro e o petróleo são exemplos
de commodities não agrícolas.
Embora Filière (ou Cadeias de Produção) sejam divergentes em vários aspectos, existem dois pontos
comuns entre elas (ZYLBERSZTAJN apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000); (BATALHA; SILVA apud
BATALHA, 2001):
i) “[...] a percepção de que as relações verticais de produção ao longo das cadeias produtivas devem servir
de balizador para a formulação de estratégias empresariais e políticas públicas” (ZYLBERSZTAJN apud
ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000, p. 2).
A partir destes dois pontos comuns, um Sistema Agroindustrial pode ser definido como
... o conjunto de atividades que concorrem para a produção de produtos agroindustriais, desde a
produção dos insumos (sementes, adubos, máquinas agrícolas etc.) até a chegada do produto final
(queijo, biscoitos, massas etc.) ao consumidor. Ele não está associado a nenhuma matéria-prima
agropecuária ou produto final específico (BATALHA; SILVA apud BATALHA, 2001, p. 30).
O Sistema Agroindustrial, quando assim definido, apresenta-se como de pouca utilidade como ferramenta
de gestão e de apoio à tomada de decisão, como bem afirmam Batalha e Silva (apud BATALHA, 2001).
Em estudos e/ou em gestão de Sistemas Agroindustriais, deve ser estabelecido um nível de análise, ou
dimensão.
Três níveis de análise são apresentados por Batalha e Silva (apud BATALHA, 2001). Estes níveis estão
resumidos no Quadro 2.
Como você pôde visualizar no Quadro 2, o estabelecimento do nível de análise em estudos e/ou em
gestão de Sistemas Agroindustriais depende do objeto do pesquisador e/ou gestor.
O ponto de partida para o conceito de Complexo Agroindustrial é uma matéria-prima de base. Ou seja,
se o pesquisador e/ou o gestor de Sistemas Agroindustriais tiver como objeto de pesquisa e/ou de gestão
uma matéria-prima específica, a análise se dará em termos do complexo agroindustrial desta matéria-
-prima.
Assim, pode-se falar em complexo agroindustrial da soja, do leite, do milho e do café, por exemplo.
No caso, por exemplo, do complexo agroindustrial do leite, podem ser identificadas a cadeia de produção
do leite UHT, do requeijão, do iogurte, da margarina entre outros.
O ponto de partida para o conceito de Cadeia de Produção Agroindustrial é um produto final ou família/
Cadeia de Produção Agroindustrial pode ser definida, a partir da definição de Cadeia de Produção de
Parent (1979 apud BATALHA; SILVA, 2001, p. 41), como a soma de todas as operações de produção e de
comercialização que foram necessárias para passar de uma ou várias matérias-primas agroindustriais de
base a um produto agroindustrial final.
Pode-se citar como exemplos, a cadeia de produção agroindustrial dos cortes de carne bovina, da farinha
de trigo, dos molhos de tomate.
No caso do conceito de Agronegócio, quando transcrito para o português, deve apresentar um ou dois
complementos delimitadores, dependendo do(s) foco(s) de estudo e/ou gestão. Assim, o conceito pode
partir de uma limitação geográfica, de uma matéria-prima de base e/ou de um produto final ou uma
família/linha de produtos finais.
Por exemplo, se o foco de estudo e/ou gestão do Sistema Agroindustrial fosse o Brasil, ou o Estado do
Paraná, a análise seria, então, do agronegócio brasileiro ou agronegócio paranaense. O complemento
delimitador nestes casos são limitações geográficas.
Fonte: shutterstock.com
Já se o foco de estudo ou gestão fosse a soja ou o milho, por exemplo, a análise seria, então, do
agronegócio da soja ou agronegócio do milho. Nestes casos, o complemento delimitador são matérias-
primas de base.
Caso fosse, por exemplo, o etanol, ou a farinha de trigo, a análise seria do agronegócio do etanol ou
agronegócio da farinha de trigo. Aqui o complemento delimitador são produtos finais.
Fonte: shutterstock.com
E, se os focos fossem, por exemplo, o leite e o Estado de Minas Gerais, a análise seria do agronegócio
do leite em Minas Gerais. Neste caso, os complementos delimitadores são uma matéria-prima de base e
a limitação geográfica.
Fonte: shutterstock.com
Como você pôde perceber, estes diferentes níveis de análise em estudos e/ou em gestão de Sistemas
Agroindustriais, embora tratem do mesmo problema, “[...] representam espaços de análise diferentes e
prestam-se a diferentes objetivos”. (BATALHA; SILVA apud BATALHA, 2001, p. 32).
Os agentes, como denomina Zylbersztajn (apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000), ou atores, como
denominam Batalha e Silva (apud BATALHA, 2001), que compõem os Sistemas Agroindustriais podem
ser separados em seis conjuntos:
i) produção primária: formada pelos agentes atuantes na geração de matéria-prima para as agroindústrias,
sendo subdividida nos seguintes setores e respectivos agentes (normalmente denominados “produtores”):
b) pecuária – bovinocultura (criação de bois de corte e/ou de leite), suinocultura (criação de suínos),
ovinocultura (criação de ovelhas de corte, leite e/ou extração de lã), caprinocultura (criação de cabras),
ranicultura (criação de rãs), avicultura (criação de aves de corte e/ou ovos), apicultura (criação de abelhas),
sericultura (criação de bicho da seda) - cujo agente é denominado pecuarista. Como existem diversos
tipos de gados, os diferentes pecuaristas recebem diversas denominações, como bovinocultor (quem
exerce a bovinocultura), suinocultor (quem exerce a suinocultura), avicultor (quem exerce a avicultura), por
exemplo;
ii) agroindústrias – formadas pelos agentes que atuam na transformação dos produtos da produção
primária, naturais ou manufaturados, para a sua utilização intermediária ou final (LAUSCHNER, 1995):
b) indústrias não alimentares: exploração florestal, indústrias de fumo, couros e peles (roupas, sapatos,
objetos em geral), têxtil, móveis, papel e papelão, biodiesel, óleos não comestíveis.
iii) distribuição agrícola e agroalimentar: formada pelos agentes que possuem por função distribuir os
produtos dos Sistemas Agroindustriais, assim subdivididos:
a) varejo, tanto de venda física quanto digital: formado por grandes cadeias transnacionais, cadeias
nacionais e locais de distribuição;
c) restaurantes, bares;
d) hotéis etc.
v) consumidor: ponto final para onde converge o fluxo dos produtos do Sistema Agroindustrial.
vi) indústrias e serviços de apoio: formados pelos agentes que fornecem produtos e serviços que apoiam
a produção primária, as agroindústrias e/ou a distribuição:
a) transporte;
b) combustíveis;
c) indústria química;
c) indústria mecânica;
d) indústria eletrodoméstica;
e) embalagens;
f) outros serviços.
Alguns destes agentes merecem ser detalhadamente analisados, tendo algumas de suas características
identificadas e tratadas, pois a análise dos Sistemas Agroindustriais “[...] passa necessariamente pelo
PRODUÇÃO PRIMÁRIA
Alguns motivos apresentados por Zylbersztajn (apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000), podem justificar
os conflitos e a complexidade dos agentes que atuam na produção primária:
A heterogeneidade dos agentes da produção primária se dá, principalmente, porque estes podem ser
divididos em dois tipos, conforme a extensão de terra em que produzem e os recursos financeiros que
dispõem:
i) minifundiários: produtores que contam com áreas pequenas de terra e poucos recursos financeiros são
os micros e pequenos produtores, normalmente dedicados à agricultura familiar;
ii) latifundiários: produtores proprietários ou arrendatários de grandes extensões de terra e muitos recursos
financeiros.
A complexidade da produção primária faz com que os seus agentes tenham que lidar com aspectos
técnicos, mercadológicos, de recursos humanos e recursos ambientais.
AGROINDÚSTRIAS
As agroindústrias compostas pelas indústrias alimentares e de bebidas pelas indústrias não alimentares,
“trata-se de um conjunto de atividades exercidas por empresas de portes variados, desde empresas
familiares até grandes conglomerados internacionais [...]” (ZYLBERSZTAJN apud ZYLBERSZTAJN;
NEVES, 2000, p. 18).
ii) agroindústrias de segunda transformação: quando o produto sofre uma transformação física;
A extração da polpa e do suco concentrado, assim como o processamento mínimo desta fruta - lavagem,
processamento (descasque, corte, fatiamento), sanitização, embalagem entre outros, a depender do
produto, conforme Oliveira, Srur e Vacari (2003), são exemplos de agroindústrias de primeira transformação.
A produção de sucos prontos para consumo, doces, geleias e frutas em compota ou em calda, são
exemplos de agroindústrias de segunda transformação.
Já como exemplos de agroindústrias de terceira transformação, podem-se citar os bolos recheados com
doces, geleias e frutas em compota ou em calda.
A distribuição agrícola e agroalimentar “[...] passou a ser altamente especializada e realizada por agentes
com diferentes características” (ZYLBERSZTAJN apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000, p. 17), que
podem ser subdivididos em: varejo; atacado, restaurantes, bares e hotéis.
No caso da ligação entre a agroindústria e o consumidor final, têm-se tanto as grandes cadeias
transnacionais, quanto cadeias nacionais e locais de distribuição. Além disso, esta distribuição ocorre
tanto por meio da venda física quanto da digital.
O Varejo
O varejo agroalimentar é formado por diversos agentes e caracterizado por intensa competição entre as
empresas.
Pode-se citar como exemplos desses agentes os hipermercados, supermercados, padarias, panificadoras,
mercearias, açougues, adegas, feiras do produtor, empórios, lojas de conveniência e postos de combustível
entre outros.
A importância do varejo no Sistema Agroindustrial reside no fato de que este agente tem grande contato
O Atacado
Nos últimos anos, o agente atacadista tem sofrido algumas transformações (ZYLBERSZTAJN apud
ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000, p. 18):
Estas duas últimas mudanças indicam uma diminuição do atacado na distribuição agroalimentar, enquanto
que a primeira mudança indica uma redução das centrais públicas. Quanto às centrais de distribuição
especializada em produtos, essas passam a ter maior eficiência quando comparadas com as centrais de
distribuição multiprodutos.
Na medida em que as relações entre os agentes que compõem os Sistemas Agroindustriais mudam,
seja por intervenções externas, seja por mudanças tecnológicas, de legislação, por exigências dos
consumidores ou devido à concorrência, os Sistemas Agroindustriais mudam. As mudanças constantes
nos Sistemas Agroindustriais exigem que estes sejam constantemente coordenados, por parte de seus
pesquisadores e/ou gestores, para garantir sua organização, eficiência, produtividade, qualidade, eficácia
O consumidor é o ponto para onde convergem os produtos dos Sistemas Agroindustriais. Esse adquire
os produtos finais para atender suas necessidades, “[...] que variam de acordo com a renda, preferências,
faixa etária e expectativa entre outros aspectos [...]” (ZYLBERSZTAJN apud ZYLBERSZTAJN; NEVES,
2000, p. 16).
Os consumidores têm apresentando algumas mudanças nos seus hábitos e padrões de consumo nos
últimos anos, tais como as apontadas por Zylbersztajn (apud ZYLBERSZTAJN; NEVES 2000):
• valorização do tempo;
• preocupação ambiental, tanto com a embalagem do produto quanto com sua tecnologia de produção;
Assim, qualidade, aspectos de saúde, questões ambientais, de tecnologia, de criação e abate animal,
trabalho infantil e questões de responsabilidade social passam a fazer parte do processo de compra por
parte do consumidor.
As mudanças nos hábitos e padrões de consumo fazem com que os atributos que os consumidores
valorizam nos produtos, para decidir a comprar, se alterem. Essas mudanças também levam a uma maior
exigência por informação por parte do consumidor.
Isto tudo, aliado ao fato de que os consumidores normalmente estão distantes da etapa de produção,
demanda grande coordenação entre os agentes dos Sistemas Agroindustriais e o estabelecimento de
relações bastante complexas entre eles (ZYLBERSZTAJN apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000).
A coordenação dos agentes dos Sistemas Agroindustriais está diretamente relacionada à competitividade
dos Sistemas, pois permite receber, processar, difundir e utilizar informações sobre o Sistema e seus
agentes, de modo a definir e viabilizar estratégias competitivas, reagir a mudanças no meio ambiente e
aproveitar oportunidades de mercado (CORRÊA; SILVA, 2006).
Quando o nível de análise dos Sistemas Agroindustriais se der em termos de Cadeias de Produção
Agroindustriais, a coordenação do Sistema Agroindustrial (ou coordenação da Cadeia de Produção
Agroindustrial) pode ser entendida como:
A partir destas definições, é possível perceber que a eficácia em promover as normas dos relacionamentos
entre os agentes e em transmitir este fluxo de estímulos, informações e controles garante a harmonia
entre os agentes envolvidos, ou seja, garante a eficácia da coordenação.
Os mecanismos de coordenação dos Sistemas Agroindustriais, como afirmam Corrêa e Silva (2006), são
usados por todos os agentes da Cadeia para definir suas estratégias competitivas, podendo ser usados
também para sustentar cooperações interorganizacionais.
O processo de coordenação pode ser alcançado pela aplicação de mecanismos de governança, usados
nas interações entre todos os agentes de um Sistema Agroindustrial (CORRÊA; SILVA, 2006).
Os mecanismos de governança são utilizados para regular as transações entre os agentes e têm por
função os custos de transação (assunto que iremos ver detalhadamente na unidade III do nosso Livro)
(AZEVEDO, 1999).
Os mecanismos de governança podem ser divididos em cinco categorias, adaptadas das categorias de
coordenação vertical propostas por Peterson e Wysocki (1997):
i) relações mercado spot – mercado em que a realização de transações multilaterais se dá por meio
de leilão eletrônico de contratos padronizados de curto prazo, para compra e venda de produtos e de
capacidade de transportes destes produtos;
v) integração vertical.
• das características de curto ou longo prazo das relações entre os agentes envolvidos;
• da disponibilidade de informações;
Quanto mais bem definida for a Coordenação dos Sistemas Agroindustriais, mais organizados, eficientes,
produtivos e de qualidade os Sistemas serão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Encerramos esta unidade, que teve como um dos seus objetivos apresentar as definições utilizadas em
estudos e/ou na gestão dos Sistemas Agroindustriais. No Quadro 3, por mim elaborado, relembramos
essas definições.
Estudamos, também, as correntes metodológicas utilizadas em estudos e/ou na gestão dos Sistemas
Agroindustriais. Foi possível perceber que essas correntes metodológicas estabelecem as origens
históricas dos estudos dos Sistemas Agroindustriais e remetem às definições e conceitos utilizados no dia
a dia dos profissionais do Agronegócio.
Nesta unidade, você pôde entender a dinâmica de coordenação dos Sistemas Agroindustriais e as relações
entre os agentes envolvidos. Entender esta dinâmica e essas relações é extremamente importante para o
Sinopse: Os dois volumes desta obra apresentam uma abordagem sistêmica dos estudos e/ou gestão dos Sis-
temas Agroindustriais, o que é uma tendência em estudos e/ou gestão do agronegócio. No Volume I, são ini-
cialmente apresentadas as principais defi nições e correntes mercadológicas ligadas ao estudo dos Sistemas
Agroindustriais. Depois, os nove capítulos seguintes tratam da gestão do Sistema Agroindustrial, discutindo os
principais aspectos desta gestão, apresentando, conceitos, defi nições, atividades e operações de gestão, bem
como técnicos, ferramentas e métodos aplicados ao estudo e/ou gestão dos Sistemas Agroindustriais: comer-
cialização de produtos agroindustriais; marketing estratégico aplicado ao agronegócio; logística agroindustrial;
gestão estratégica do comércio varejista de alimentos; planejamento e controle da produção; sistemas de apu-
ração de custos; gestão da qualidade na agroindústria; projeto de produtos agroindustriais; gestão da produção
rural no agronegócio. Além disso, no Volume I trata-se, em capítulos, de desenvolvimento agrícola sustentável,
agronegócio cooperativo, fi nalizando com um capítulo sobre as concepções sobre o desenvolvimento da agri-
cultura brasileira.
ZYLBERSZTAJN, Décio; NEVES, Marcos Fava (Org.) Economia e Gestão dos Negócios Agroalimentares.
São Paulo: Pioneira, 2000.
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
Para melhor fixação e aprendizagem do conteúdo, conceitos e definições desta unidade, responda as
questões a seguir.
1) Quais as duas principais correntes metodológicas que definem os estudos dos Sistemas Agroindustriais?
3) Quais são os níveis de análise em estudos e/ou em gestão de Sistemas Agroindustriais? Quais os
pontos de partida para os conceitos relacionados a estes níveis de análise?
Objetivos de Aprendizagem
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
O conceito de Cadeia de Produção Agroindustrial parte da identificação de um produto final, por isto é
bastante usado nos estudos e/ou na gestão do Agronegócio.
Por isso, nesta unidade o seu estudo estará focado nos conceitos e definições de Cadeia de Produção
Agroindustrial, nas aplicações desses conceitos, nos mercados típicos identificados em uma Cadeia, nos
setores, nos seus ambientes e nos aspectos das Cadeias, que influenciam diretamente em sua gestão.
Vamos iniciar esta unidade vendo um breve histórico da utilização do termo Cadeia de Produção
Agroindustrial no Brasil.
O conceito de Cadeia de Produção Agroindustrial foi utilizado pela primeira vez no Brasil nos Anos de
1990, no processo de planejamento estratégico da Embrapa.
Neste momento, segundo Castro, Lima e Cristo (2002), a Embrapa buscava um foco conceitual para
lidar com o ambiente externo e determinar o seu planejamento estratégico, buscando uma mudança
institucional.
O objetivo central era rever quem eram os seus clientes, para incluir novos agentes.
O conceito de agribusiness do trabalho de Davis e Goldberg (1957) foi utilizado e, nos anos seguintes,
introduzido no Brasil com as seguintes denominações: complexo agroindustrial, negócio agrícola e
agronegócio.
Assim, o conceito de Agronegócio passou a ser definido no Brasil em relação ao que ocorre em todos os
processos interligados que propiciam a oferta dos produtos da agricultura e não apenas em relação ao
que ocorre dentro dos limites da propriedade rural.
Neste Livro adota-se o termo Cadeia de Produção, que pode ser definido como:
“a soma de todas as operações de produção e de comercialização que foram necessárias para passar de
uma ou várias matérias-primas de base a um produto final, isto é, até que o produto chegue às mãos de
seu usuário (seja ele um particular ou uma organização)” (PARENT, 1979 apud BATALHA; SILVA, 2001,
p. 41).
“[...] uma sucessão linear de operações técnicas de produção” (BATALHA; SILVA apud BATALHA, 2001,
p. 41).
A partir dessas definições, você pode perceber que as Cadeias de Produção podem ser entendidas como
um conjunto de componentes interativos, que incluem sistema de produção, fornecedores de insumos e
serviços, indústrias de processamento e transformação, agentes de distribuição e comercialização.
Assim, a partir da definição de Cadeia de Produção, pode-se definir Cadeia de Produção Agroindustrial
como a soma de todas as operações de produção e de comercialização que foram necessárias para
passar de uma ou várias matérias-primas agroindustriais de base a um produto agroindustrial final.
Na Figura 1, apresenta-se uma ilustração de uma Cadeia de Produção Agroindustrial típica e genérica.
MERCADOS ENTRE OS
PRODUTORES DE SETOR
FORNECEDORES E INSUMOS E
INSUMOS E SERVIÇOS ANTES DA
SERVIÇOS DE APOIO
DE APOIO E OS PORTEIRA
PRODUTORES RURAIS
SETOR
PRODUTORES RURAIS DENTRO DA
Sistemas de produção 1, 2, ..., n. PORTEIRA
MERCADOS ENTRE OS
PRODUTORES RURAIS AGROINDÚSTRIAS
E AS AGROINDÚTRIAS
MERCADOS ENTRE OS
DISTRIBUIDORES E OS CONSUMIDOR
CONSUMIDORES FINAIS
Batalha e Silva (apud BATALHA, 2001), baseando-se em Morvan (1988), afirmam que a literatura aponta
cinco principais utilizações para o conceito de Cadeia de Produção. Assim, eles listam e detalham as
seguintes aplicações:
iii) Cadeias de Produção Agroindustriais como fóruns e câmaras de negociação entre elos das
cadeias produtivas.
Após analisar as aplicações do conceito de Cadeia de Produção Agroindustrial, podemos perceber que
estas podem ser resumidas em três grupos de aplicações:
Além de ser importante estudar Cadeias de Produção Agroindustrial, devido às várias aplicações
deste conceito, é importante também estudá-las, pois este estudo, como afirma Souza et al. (2003),
leva à compreensão da estrutura, do funcionamento, dos mercados e agentes das Cadeias, bem como
compreender a interação entre estes agentes.
Em uma Cadeia de Produção Agroindustrial típica podem, segundo Batalha e Silva (apud BATALHA,
2001), ser identificados, no mínimo, quatro mercados com diferentes características:
Atualmente, é bastante comum as empresas distribuírem seus produtos diretamente aos consumidores,
por meio de lojas e venda próprias, o que caracterizaria um quinto mercado: v) um mercado entre
agroindústrias e consumidores finais.
As atividades das Cadeias de Produção Agroindustrial podem ser agrupadas em setores ou seguimentos,
quando o foco de estudo for a produção rural.
i) antes da porteira: se caracteriza pelos insumos e serviços indispensáveis à produção rural, tais como
própria pesquisa científica, a extensão rural, os fertilizantes, defensivos, os corretivos, as sementes, as
máquinas e equipamentos, o crédito e o seguro rural;
ii) dentro da porteira: engloba o conjunto de atividades desenvolvidas dentro das propriedades rurais, é
a produção rural propriamente dita, envolvendo preparo e manejo de solos, tratos culturais, irrigações,
colheitas, criações etc;
iii) depois da porteira: contém o transporte da produção, sua armazenagem, a industrialização, embalagem,
distribuição e comércio interno ou externo.
Sendo que a jusante é o ponto para onde convergem os produtos de uma Cadeia de Produção
Agroindustrial, ou seja, o consumidor. Enquanto que a montante é o ponto em que inicia uma ou mais
Para realizar uma análise de Cadeias de Produção Agroindustriais, deve-se considerar a existência de
seus ambientes.
Os ambientes institucional, organizacional e empresarial são descritos por Souza et al. (2003) como
sendo das Cadeias de Produção Agroindustriais. Na Figura 2 esses ambientes estão representados.
Ambiente institucional
Órgão de
Universidades e Instituições governamentais
normalização
escolas técnicas (Três poderes)
e fiscalização
Ambiente empresarial
Instituições de CADEIA PRODUTIVA
Comunidade e
fomento e
Pequenas, médias e grandes mercado local
investidores
empresas
Economia informal
Centro de Associações,
pesquisa e Organizações não-
cooperativas e
tecnologia governamentais
sindicatos
Ambiente organizacional
O Ambiente Institucional compõe-se dos fatores que diferenciam a sociedade, tais como leis federais,
estaduais e municipais, políticas setoriais, além dos costumes, cultura, etnia e tradições. O Ambiente
Institucional envolve o Ambiente Organizacional.
O Ambiente Organizacional é constituído das estruturas criadas para dar suporte/apoio às Cadeias
de Produção Agroindustriais, tais como universidades, órgãos de pesquisa, de normalização e de
fiscalização, associações, cooperativas, sindicatos e as próprias empresas. Estas estruturas atuam de
forma coordenada, em grupo e coletiva, discutindo seus interesses no âmbito do Ambiente Institucional.
Entender a dinâmica entre esses ambientes é importante, pois “nesses ambientes encontram-se as
oportunidades e ameaças a serem aproveitadas ou neutralizadas pelos agentes da cadeia produtiva”
(SOUZA et al., 2003, não paginado).
Castro (2001), Batalha e Souza Filho (apud BATALHA; SOUZA FILHO, 2009) destacam como principais
aspectos das Cadeias de Produção Agroindustriais:
1. aspectos climáticos;
2. aspectos de fornecimento;
3. aspectos ambientais;
5. aspectos de qualidade;
6. aspectos de rastreabilidade;
As principais implicações destes aspectos para a Gestão do Agronegócio são descritas a seguir.
1) Aspectos climáticos
Um dos aspectos que mais afetam a gestão da produção em Cadeias de Produção Agroindustriais é a
dependência da produção rural em relação aos fatores climáticos.
ii) fatores ou eventos climáticos imprevisíveis, ou seja, que ocorrem por causa de eventos aleatórios, como
tempestades e períodos de seca, por exemplo. Esses fatores aumentam os custos de transações entre
os agentes dos Sistemas Agroindustriais, pois envolvem questões de risco e incertezas nas relações
contratuais.
• variações de preços: mais elevados na entressafra e mais baixos nos períodos de safra;
2) Aspectos de Fornecimento
As implicações dos aspetos climáticos da produção rural, juntamente com os aspectos ambientais, de
armazenagem e transporte, de qualidade, de identificação e rastreabilidade afetam o fornecimento de
insumos e produtos ao longo das Cadeias de Produção Agroindustrial.
3) Aspectos ambientais
Um dos aspectos das Cadeias de Produção Agroindustrial que passaram a ser uma das grandes
prioridades são os aspectos ambientais, devido a exigências do mercado, regulamentações nacionais e
internacionais e possibilidade de esgotamento de alguns recursos.
Isto exigirá o que Giordano (apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000) denomina de Sistema de Gerenciamento
Ambiental.
O Sistema de Gerenciamento Ambiental é o item geral da administração que se refere aos impactos
que os produtos, serviços e operações têm sobre o meio ambiente a curto e longo prazo, envolvendo o
comportamento dos seguintes agentes:
• consumidores;
• o marketing verde: “[...] atividades de marketing que reconhecem o cuidado ambiental como uma
responsabilidade no desenvolvimento dos negócios e como uma oportunidade de crescimento nesses
negócios” (GIORDANO apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000, p. 267);
• a produção rural;
O Sistema de Gerenciamento Ambiental pode ser composto de três módulos (GIORDANO apud
ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000):
iii) Monitoramento: aferição dos resultados obtidos, controle dos padrões de qualidade alcançados e
atendimento das agências de controle ambiental.
Os aspectos de armazenagem e transporte estão relacionados à disponibilidade e aos custos dos insumos
e produtos das Cadeias de Produção Agroindustrial, afetando diretamente a competitividade em Sistemas
Agroindustriais, como afirmam Batalha e Souza Filho (apud BATALHA; SOUZA FILHO, 2009).
5) Aspectos de qualidade
A qualidade em Cadeias de Produção pode ser definida como o conjunto de “propriedades e características
de um produto, serviço ou processo, que contribuem para satisfazer necessidades explícitas ou implícitas
dos clientes intermediários e finais de uma cadeia produtiva e seus componentes” (CASTRO, 2000, não
paginado).
Essas propriedades e padrões são traduzidos, normalmente, em normas e padrões a serem atingidos
pelos produtos e serviços das Cadeias, pelas entradas e saídas dos sistemas de produção e pelas
entradas e saídas dos processos administrativos ao longo das Cadeias.
• propriedades nutricionais;
• estabilidade do produto;
Os aspectos de segurança e qualidade dos alimentos passaram a ser uma constante preocupação por
parte dos consumidores. Essa preocupação teve sua origem na “doença da vaca louca” (Bovine Spongiform
Encephalopathy - BSE), na Europa, na polêmica sobre os organismos geneticamente modificados, nos
riscos de proliferação da Influenza Aviária (H5N1) e demais problemas de contaminação de alimentos
(LEONELLI; TOLEDO, 2006).
Esta constante preocupação com a segurança e qualidade dos alimentos tem estimulado a adoção
de mecanismo de identificação e rastreabilidade nas Cadeias de Produção Agroindsutrial (JANK apud
ZYLBERSTAJN, 2003).
A definição mais utilizada nos trabalhos, que de alguma forma tratam de rastreabilidade, é a da International
Organization for Standardization (ISO) (apud VILHOLIS; AZEVEDO, 2002, não paginado), que define
rastreabilidade como a “capacidade de recuperação do histórico, da aplicação ou da localização de uma
atividade, ou um processo, ou um produto ou uma organização, por meio de identificações registradas”.
A seguinte tipologia, descrita por Leonelli e Toledo (2006), dos sistemas de identificação e rastreabilidade,
constituem um sistema integrado de rastreabilidade para as Cadeias de Produção Agroindustrial:
b) Rastreabilidade de processo: cujo objetivo é identificar o tipo e a sequência de atividades pelas quais o
produto percorreu, incluindo as etapas da produção primária, descrevendo o que foi feito, quando e onde.
c) Rastreabilidade genética: cujo objetivo é determinar a constituição genética do produto, seja de origem
vegetal ou animal.
f) Rastreabilidade de medidas: cujo objetivo é averiguar o resultado de medidas individuais, aceitas como
referência-padrão.
Este sistema integrado de identificação e rastreabilidade, seja ele informatizado ou não, possibilita,
segundo Vinholis e Azevedo (2000), seguir e rastrear diferentes tipos de informações (referentes ao
processo, produto, recursos humanos e/ou serviços), a jusante e/ou a montante de um elo da Cadeia ou
Os aspectos de tecnologia e de inovações são, segundo Batalha e Souza Filho (apud BATALHA; SOUZA
FILHO 2009) e Waack (apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000), fatores cruciais para a competitividade em
Cadeias de Produção Agroindustrial.
As seguintes mudanças nos padrões de conhecimento científicos e tecnológicos são apontadas por Reis
e Viégas 2009) como as que mais têm afetado a gestão do Agronegócio nos últimos anos:
i) biotecnologia;
ii) nanotecnologia;
vi) bioenergia;
Existem ainda as tecnologias que afetam os padrões de consumo por parte dos consumidores, como a
tecnologia de informação que permite a compra on line via acesso à internet.
• fatores de sazonalidade da demanda, como quando a demanda aumenta em datas específicas, como
páscoa, natal ou reveillon, ou de acordo com variações climáticas nas estações do ano (alternância
de períodos de seca ou chuva). O impacto dessas variações de demanda compromete diretamente a
gestão do Sistema Agroindustrial, afetando o abastecimento dos produtos para o varejo e o atacado.
A Gestão do Agronegócio envolve o conhecimento e a gestão dos aspectos das Cadeias de Produção
Agroindustrial. Esses aspectos afetam a coordenação dos Sistemas Agroindustriais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, nosso estudo focou-se no conceito de Cadeia de Produção Agroindustrial. Vimos várias
definições que são utilizadas em estudos e/ou gestão de Cadeias de Produção Agroindustrial. No Quadro
4, por mim elaborado, podemos relembrar estas definições.
Vimos também, nesta unidade um breve histórico que mostra como este conceito passou a ser utilizado
no Brasil.
Podemos perceber ao fim desta unidade que o entendimento destes pontos possibilita a você compreender
e determinar os fatores ou elementos-chave a serem gerenciados nas Cadeias de Produção Agroindustriais,
elaborando alternativas estratégicas para o alcance da organização, eficiência, produtividade, da qualidade
e da eficácia da agregação de valor em cada segmento das Cadeias, de forma coordenada.
Sinopse: obra que reúne textos dos pesquisadores do Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroin-
dustrial (Pensa) da Universidade de São Paulo (USP). Na obra explora-se as novas dimensões de coordenação
dos agronegócios em busca da qualidade, enfatizando a atuação dos agentes do sistema agroindustrial. Desta
forma, os seguintes temas são discutidos: gestão da qualidade no agronegócio, padronização em sistemas
agroindustriais, certifi cação no agronegócio, rastreabilidade no agronegócio, segurança do alimento, o papel do
Estado. Nos seis primeiros capítulos, de total de 11, são apresentados conceitos, defi nições, funções, custos, o
papel do estado, do setor público e privado, dimensões, padrões, sistemas e exemplos relacionados aos temas
discutidos na obra. Nos 5 últimos capítulos, cases relacionados à qualidade no agronegócio são apresentados.
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
Para melhor fixação e aprendizagem do conteúdo, conceitos e definições desta unidade, responda as
questões a seguir.
1. Defina: Cadeia de Produção, Cadeia de Produção Agroindustrial, Sistema de produção e cada um dos
ambientes das Cadeias de Produção Agroindustriais.
2. Quais os mercados que podem ser identificados em uma Cadeia de Produção Agroindustrial típica?
3. De onde parte a definição de Cadeias de Produção Agroindustriais e qual o ponto de partida para a
análise de Cadeias de Produção Agroindustriais?
Objetivos de Aprendizagem
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
Até o momento nós estudamos sobre Sistemas Agroindustriais, na unidade I, e sobre Cadeia de Produção
Agroindustrial, na unidade II.
Os Agronegócios estão cada vez mais competitivos, devido às constantes mudanças nas relações entre
os agentes que compõem os Sistemas Agroindustriais, com destaque para as constantes mudanças
nas exigências dos consumidores, e devido aos aspectos que afetam a dinâmica de funcionamento das
Cadeias de Produção Agroindustrial.
Este contexto, de alta competitividade, exige dos agentes inseridos nos Agronegócios a constante busca
por vantagem competitiva.
Desta forma, o profissional do Agronegócio precisa ser capaz de estudar e/ou formular estratégias de
estudo e/ou de gestão da competitividade nos Sistemas Agroindustriais.
Assim, vamos iniciar esta unidade vendo a definição de competitividade e concorrência, para, então,
estudarmos sobre a Competitividade nos Sistemas Agroindustriais, tanto nos mercados internos quanto
externos, as estratégias competitivas utilizadas no Agronegócio e os blocos de capacidades competitivas
em Sistemas Agroindustriais.
Como a competitividade nos Sistemas Agroindustriais passa pela agregação de valor aos produtos das
Cadeias de Produção Agroindustrial, pela gestão do relacionamento com os setores de apoio às Cadeias,
gestão dos custos de transação e pela gestão das relações contratuais no Agronegócio, vamos estudar,
também, estes assuntos.
Bom estudo!!!
Fonte: shutterstock.com
a) Competitividade: “[...] capacidade de uma empresa crescer e sobreviver de modo sustentável, sendo,
portanto, a característica de um agente (na empresa)” (AZEVEDO apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000,
p.62) e “... de preferência crescer nos mercados concorrentes ou em novos mercados” (JANK; NASSAR
apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000, p.141).
b) Concorrência: “[...] é essencialmente uma característica dos mercados, sendo uma referência à disputa
pelas empresas pela renda limitada dos consumidores ou pelo acesso aos insumos” (AZEVEDO apud
ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000, p.62).
A concorrência fornece estímulos para que as empresas reduzam seus custos, aumentem sua qualidade e
procurem, constantemente, desenvolvimentos tecnológicos. A competitividade então, “[...] é a capacidade
de concorrer de modo sustentável” (AZEVEDO apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000, p.62).
Nos anos de 1980, com a abertura do mercado, o Agronegócio brasileiro passou a concorrer em âmbito
internacional.
iii) fim da intervenção direta do Estado sobre as estratégias empresariais, como a determinação de preços
e estoques reguladores;
iv) fim da regulamentação do Estado, por meio das antigas agências de regulamentação, em diversos
sistemas, como o do leite, café e trigo;
Mercados abertos são mercados globalizados. Neste contexto, buscando competitividade para não dei-
xar-se vencer pela concorrência, as empresas foram levadas à adoção de estratégias de competitividade,
perpassando as fronteiras nacionais. Este padrão de concorrência exige competências e vantagem com-
petitiva em termos de custos, qualidade dos produtos e estratégias de mercado.
Estratégias de competitividade no Agronegócio são apresentadas por Silva e Batalha (apud BATALHA,
2001) e por Azevedo (apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000), que as dividem em dois grupos, de acordo
com horizontes do processo de concorrência:
a) que visam alterar as estruturas dos mercados, permitindo uma posição melhor na concorrência:
i) aquisições e fusões:
ii) diversificação: significa expandir a gama de bens ou serviços oferecidos, ou seja, significa investir em
outros mercados e outros produtos;
iii) integração vertical: um tipo de diversificação que significa adquirir para produzir em etapas anteriores
ou posteriores da cadeia de produção;
b) que visam uma posição mais favorável das empresas na disputa pelos consumidores:
iv) segmentação de mercado: significa produzir produtos voltados aos mais variados padrões de consumo.
v) diferenciação: uma estratégia de marketing que significa distinguir/diferenciar o produto de uma empresa
das demais marcas concorrentes, por meio da comparação de marcas e/ou por meio do conceito de
qualidade percebida pelo consumidor;
As estratégias de concorrência estão alinhadas com o conceito de vantagem competitiva de Porter (1997).
No caso de commodities, a estratégia mais usada é a custos baixos, enquanto que no caso de produtos
com valor agregado, a estratégia principal é a diferenciação (CASTRO, 2000).
De modo geral, a competitividade de um determinado Sistema Agroindustrial pode ser dividida em três
grandes blocos de capacidades competitivas, conforme Jank e Nassar (apud ZYLBERSZTAJN; NEVES,
2000):
ii) Capacidade de inovação: relacionada aos investimentos públicos ou privados em ciência e tecnologia
e em recursos humanos.
Em diferentes Cadeias de Produção Agroindustriais, as empresas têm buscado agregar valor aos seus
produtos, por meio da diversificação da oferta de produtos, segmentação do mercado e desenvolvimento
de novos produtos.
Valor, em termos competitivos, pode ser definido como o montante financeiro que o consumidor está
disposto a pagar pelos produtos (ARAÚJO, 2005).
Logo, o termo agregação de valor pode ser definido como a tentativa de aumentar o montante financeiro
que o consumidor está disposto a pagar pelos produtos (ARAÚJO, 2005).
Ao buscar a agregação de valor, as empresas objetivam conseguir fidelidade dos consumidores, a partir
do conhecimento de suas necessidades e exigência, para aumentar, assim, sua lucratividade.
A agregação de valor busca, como afirmam Perez, Rios e Bandeira (2002), atender mercados em que os
produtos são valorizados, pelas seguintes características:
i) disponibilidade;
Pode-se conseguir agregar valor, segundo Perez, Rios e Bandeira (2002), utilizando das seguintes opções:
vi) modificação na forma de distribuição, locais de oferta do produto e/ou dos serviços de entrega;
As duas formas principais de agregação de valor aos produtos são, conforme Perez, Rios e Bandeira
(2002):
i) Diferenciação:
a) pelos atributos: aparência visual, origem, sanidade, qualidade, sabor, teor de ingredientes e insumos,
desempenho, durabilidade, estilo, método de produção, livre de modificação genética;
b) pelos serviços de entrega: frequência de entrega (regularidade) ou formato de entrega (de uso específico,
limpo, embalado, pronto para exposição);
c) pela marca;
ii) diversificação: pela expansão da gama de bens ou serviços oferecidos, que se apresenta ao mercado
por meio do lançamento de novos produtos.
A agregação de valor aos produtos das Cadeias de Produção Agroindustriais está diretamente relacionada
à sua competitividade.
Em seguida, serão descritos os principais aspectos de atuação dos seguintes setores de apoio, no
que diz respeito à gestão da competitividade em Sistemas Agroindustriais: instituições de crédito rural;
cooperativas; instituições de pesquisa públicas e privadas; organizações não governamentais.
A Lei nº 4.829, de 5 de novembro de 1965 (BRASIL, 1965), trata do crédito rural no Brasil. Segundo
esta lei, considera-se como crédito rural o suprimento de recursos financeiros por entidades públicas
Fonte: PHOTOS.COM
Na Lei nº 4.829, de 5 de novembro de 1965 (BRASIL, 1965), foi criado o Sistema Nacional de Crédito
Rural (SNCR), constituído por:
- Bancos: Banco Central do Brasil, Banco do Brasil S/A; Banco da Amazônia S/A; Banco do Nordeste S/A.
- Órgãos vinculados: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), banco privados
e estaduais, caixas econômicas, cooperativas de crédito rural e sociedades de crédito, financiamento e
investimentos.
- pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedique a uma das seguintes atividades:
pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas; pesquisa ou produção de
sêmen para inseminação artificial; prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em
imóveis rurais, inclusive para a proteção do solo; prestação de serviços de inseminação artificial, em
imóveis rurais; e exploração de pesca, com fins comerciais.
Entender os aspectos do crédito rural, inclusive quanto aos seus aspectos jurídicos, é extremamente
importante de acordo com Martins (2010), pois o crédito rural tem implicações na coordenação dos
Sistemas Agroindustriais e consequentemente para sua competitividade.
2) Cooperativas
O papel das cooperativas no Agronegócio é indiscutível (BIALOSKORSKI NETO apud BATALHA, 2001);
(ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS – OCB, 2009).
As cooperativas podem ser definidas como “[...] sociedades de pessoas onde há a agregação inicial
do fator de produção de trabalho (nas assembléias gerais, cada associado tem direito a um único
voto), diferentemente das sociedades de capital, que são caracterizadas pela agregação inicial do
fator de produção capital (nas assembléias gerais, o voto é proporcional ao capital de cada investidor)”
(BIALOSKORSKI NETO apud BATALHA, 2001, não paginado).
Os principais papéis das cooperativas nos Sistemas Agroindustriais são, conforme Bialoskorski Neto
(apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000):
Nas cooperativas, o cooperado assume, segundo Bialoskorski Neto (apud ZYLBERSZTAJN; NEVES,
2000), ao mesmo tempo, as funções de usuário ou cliente dos serviços prestados e de seu proprietário
ou até mesmo de gestor. O cooperado transfere funções da sua economia individual para a cooperativa.
As instituições de pesquisa estão passando por um processo de mudança em seus aspectos internos e
externos, devido às mudanças no papel do Estado, às mudanças nos padrões de conhecimentos científicos
e tecnológicos e aos novos padrões de concorrências nos mercados globalizados (REIS; VIÉGAS, 2009).
O corte nas verbas para as instituições públicas de pesquisas, que ocasionam, principalmente, a redução
dos quadros dos pesquisadores e do número de pesquisadores interessados, tem atrasado, e em alguns
casos até impedido, o desenvolvimento de novas pesquisas técnico-científicas (REIS; VIÉGAS, 2009).
Para enfrentar o corte de verbas, muitas instituições de pesquisa têm vendido produtos, buscando
fontes alternativas ao recurso governamental, como faz a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(EMBRAPA).
A adequação a esse contexto é viabilizada por uma nova definição de políticas públicas no setor do
Agronegócio, em que o Estado, buscando continuar investindo em pesquisas agropecuárias, propõe novas
captações de recursos financeiros, como a parceria entre o setor público e o privado, no desenvolvimento
de pesquisas e tecnologia de interesse mútuo.
Nestas parceirias, o Estado contribuiria com recursos humanos e equipamentos de laboratórios, enquanto
o setor privado financiaria o custeio.
Nesse sentido, o Terceiro Setor, incluindo as associações e as fundações de amparo à pesquisa, contribui
para alavancar recursos financeiros no ramo da agropecuária (REIS; VIÉGAS, 2009).
v) desenvolvimento sustentável;
vi) biodiversidade;
Desta forma, as ONGs exercem um papel extremamente estratégico no Agronegócio, suprindo lacunas
que deveriam ser atendidas pelos órgãos governamentais.
No entanto, a atuação das ONGs pode, também, se tornar limitadora em algumas Cadeias de Produção
Agroindustrial.
Segundo Kilmer (apud KILMER; ARMBRUSTER, 1987), os custos de transações podem ser divididos em
duas categorias:
i) Custos associados à obtenção de informações sobre as condições de oferta e demanda por parte de
compradores e vendedores.
Assim, os custos de transação podem ser entendidos como os custos de negociar, redigir e garantir o
cumprimento de um contrato.
Em termos de Gestão do Agronegócio, a análise das relações contratuais permite, conforme Margarido,
Lima e Silva (2009):
i) compreender o modo como os agentes em uma Cadeia de Produção dividem o risco associado à
produção e à variabilidade de preço;
iii) assegurar a quantidade e a qualidade dos insumos utilizados em cada fase do processo de produção;
Os Sistemas Agroindustriais, sob o enfoque de relações contratuais, podem ser entendidos como um
nexo de contratos informais e formais cujo objetivo é fornecer estímulos e controles, além de agilizar o
fluxo de informação ao longo de todos os segmentos do Sistema (MARGARIDO; LIMA; SILVA, 2009).
O termo contrato pode significar desde um acordo informal até uma complexa definição que trata
essencialmente dos direitos de propriedade sobre os resultados de uma transação.
Pode definir contrato como “um acordo pelo qual os agentes se obrigam uns aos outros a ceder ou se
apropriar, tomando ou não certas decisões, ocorrendo trocas de direitos de propriedade” (NEVES, 1995,
p. 29).
As relações contratuais no Agronegócio, conforme afirma Neves (1995), envolvem inúmeros riscos e
incertezas, que estão associados ao reconhecimento de que as informações relevantes para elaboração
dos contratos são incompletas e assimétricas, devido à impossibilidade de previsão exata de eventos
futuros que possam afetar as transações em Sistemas Agroindustriais.
Desta forma, não é possível, no caso do Agronégocio, se estabelecer cláusulas contratuais que redistribuam
os resultados dos impactos externos. Isto adiciona custos às transações, pois os agentes que realizam os
contratos (em face à incerteza ou risco) se resguardam de distúrbios inesperados, fazendo salvaguardas
contratuais ou monitorando o cumprimento do contrato.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, você estudou sobre a competitividade nos Sistemas Agroindustriais. Este estudo envolveu
o conhecimento de diversos termos utilizados quando se trata de competitividade. No Quadro 5, por mim
elaborado, podemos relembrar as definições desses termos.
CONTRATO
Desde um acordo informal até uma complexa definição
------ que trata essencialmente dos direitos de propriedade
sobre os resultados de uma transação.
SISTEMAS AGROIN- Margarido, Lima e Sob o enfoque de relações contratuais, pode ser entendi-
DUSTRIAIS Silva (2009) do com como um nexo de contratos informais e formais.
Após o término desta unidade do nosso Livro, você pôde perceber que vários são os aspectos que
envolvem a competitividade nos Sistemas Agroindustriais e que todos esses aspectos estão diretamente
relacionados ao conceito de Cadeia de Produção Agroindustrial.
Você pôde perceber, também, que a formulação de estratégias de gestão da competitividade das empresas
está relacionada à gestão dos aspectos das Cadeias de Produção Agroindustrial, à coordenação das
relações entre os agentes que a compõem, à coordenação do relacionamento com os setores de apoio,
ou seja, à Coordenação dos Sistemas Agroindustriais e que esta coordenação pode ser feita por meio de
relações contratuais.
Também acesse o link: <http://mais.uol.com.br/view/12801806>. Neste link você poderá ver a entrevista do dire-
tor de commodities da BMF Bovespa, Ivan Wedekin ao Bandnews, durante a 11ª edição do Fórum “Perspectivas
para o Agribusiness em 2012 e 2013”, em São Paulo.
Nesta entrevista, ele fala das oportunidades do Agronegócio para o Brasil em tempos de crise internacional. Veja
como o Agronegócio é importante para a Economia do Brasil.
Sinopse: nesta obra os conceitos básicos e os princípios gerais relacionados ao entendimento do conceito de
agronegócios são apresentados. Os seguintes temas são abordados em sete capítulos: conceitos e dimensões
Sinopse: nesta obra, de 10 capítulos, um estudo sobre a competitividade das principais cadeias de produção
agroindustrial dos países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e da Bolívia e Chile é apresenta-
do. A competitividade é discutida em termos de sua dinâmica de funcionamento, potencialidades, informações
relacionadas à produção, consumo e fl uxos internacionais de comércio, dos principais problemas enfrentados,
principais pontos fortes e fracos e dos gargalos identifi cados. As seguintes cadeias de produção agroindustrial
são discutidas: açúcar, arroz, carne de aves, laranja, leite, maçã, milho, soja e trigo. Para cada país analisa-se a
competitividade das cadeias que apresentam maior relevância econômica e social. Diretrizes para a eliminação
dos gargalos identifi cados são apresentadas. Inicialmente, uma metodologia para a análise da competitividade
das cadeias de produção agroindustrial é proposta.
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
Para melhor fixação e aprendizagem do conteúdo, conceitos e definições desta unidade, responda as
questões a seguir.
i) Oferecer a você um referencial teórico, conceitual e técnico, apresentando conceitos, definições e termos
que são utilizados ao longo de todo o Curso e que são necessários ao desenvolvimento de atividades de
estudo e/ou gestão do Agronegócio.
O livro teve como foco o alcance da competitividade nos Sistemas Agroindustriais, por meio da organização,
eficiência, produtividade, qualidade e eficácia na agregação de valor nos Sistemas Agroindustriais.
Ao oferecer um referencial teórico, conceitual e técnico, não tive, como já ressaltei na introdução deste
Livro, a intenção de adotar conceitos e definições, mas tive sim a intenção de mostrar o ponto de vista dos
principais autores utilizados no Brasil. Assim, nas considerações finais de cada unidade, apresento um
quadro com as definições vistas naquela unidade. Os quadros podem servir como uma fonte de consulta
rápida aos termos e definições estudados.
Ao longo deste livro, tentei listar aplicações e apresentar exemplos dos conceitos e definições trabalhados.
No entanto, é importante que você busque seus próprios exemplos e que tente trazer os conceitos e
definições discutidos para o seu dia a dia profissional.
Foi pensando em contribuir com suas atividades profissionais, que apresentei, na introdução deste Livro,
sites que são ricas fontes de pesquisa sobre Agronegócio e Sistemas Agroindustriais.
Para alcançar todos os objetivos de aprendizagem, na unidade I, vimos sobre Sistemas Agroindustriais.
Na unidade II, vimos sobre Cadeias de Produção Agroindustrial, que é um dos níveis de análise mais
usados em estudos e/ou em Gestão de Sistemas Agroindustriais, pois tem seu conceito associado a um
produto final ou família/linha de produtos finais.
E por fim, na unidade III, discutimos sobre os vários aspectos da competitividade nos Sistemas
Agroindustriais.
Assim, querido(a) aluno(a), chegamos ao final do nosso Livro. E eu espero que as definições, conceitos,
exemplos e discussões propostas tenham contribuído para o seu conhecimento e para suas atividades
profissionais.
Sucesso!!
AZEVEDO, P. F. de. Concorrência no Agribusiness. In: ZYLBERSZTAJN, Décio; NEVES, Marcos Fava
(Org.) Economia e Gestão dos Negócios Agroalimentares. São Paulo: Pioneira, 2000.
BATALHA, Mário Otávio. (Coord.) Gestão Agroindustrial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 2v. v.1.
BATALHA, Mário Otávio. (Coord.) Gestão Agroindustrial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 2v. v.1. In: DAVIS,
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BATALHA, Mário Otávio; SOUZA FILHO, Hildo Meirelles de (Org.) Agronegócio no Mercosul: Uma
Agenda para o Desenvolvimento. São Paulo: Atlas, 2009.
BATALHA, Mário Otávio; SOUZA FILHO, Hildo Meirelles de. Analisando a Competitividade de Cadeias
Agroindustriais: Uma proposição Metodológica. In: BATALHA, Mário Otávio; SOUZA FILHO, Hildo Meirelles
de (Org.) Agronegócio no Mercosul: Uma Agenda para o Desenvolvimento. São Paulo: Atlas, 2009.
BATALHA, Mário Otávio; SILVA, Andrea Lago da. Gerenciamento de Sistemas Agroindustriais: Definições
e Correntes Metodológicas. In: BATALHA, Mário Otávio (Coord.) Gestão Agroindustrial. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 2001. 2v. v.1.
BIALOSKORSKI NETO, Sigismundo. Agronegócio Cooperativo. In: BATALHA, Mário Otávio (Coord.)
Gestão Agroindustrial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 2v. v.1.
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