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OS ROMANOS NA PENÍNSULA IBÉRICA

No século III a. C. os exércitos romanos, vindos de Roma, invadem a Península Ibérica.

Quais as razões?

Por razões económicas (metais).


Para Controlar o Mar Mediterrâneo.
Para dominar o comércio do Mediterrâneo.

Os Lusitanos que tinham por chefe Viriato, resistiram durante muitos anos aos Romanos. E
mesmo depois do assassínio de Viriato, a resistência ainda durou quase dois séculos.
Viriato Lusitanos

Os Romanos tinham um forte exército, muito organizado, disciplinado e bem armado o que
lhes permitiu conquistar um vasto império, isto é, um conjunto de territórios habitado por vários
povos mas sujeitos ao poder de um mesmo chefe - o imperador. Roma era a capital do Império.

Os Romanos depois de dominarem a Península Ibérica ficam senhores da zona Mediterrânica


constituindo o Império Romano e com o controlo do Mar Mediterrâneo (Maré
Nostrum – nosso mar).

Ocupam estes territórios durante 6 ou 7 séculos.


Durante o período de paz, a vida dos povos peninsulares sofreu grandes
transformações.
À transformação da cultura peninsular pela cultura romana chamamos:
Romanização.

Ex.
Novas culturas (trigo, vinha, oliveira, árvores de fruto)
Pontes, estradas, telha,
Numeração romana, latim.
Criaram-se indústrias (salga do peixe, olaria, tecelagem).

A OCUPAÇÃO MUÇULMANA

No século VIII (ano 711), os Árabes, vindos da Península Arábica, chegam à Península Ibérica.

Por razões económicas/ melhorar as suas condições de vida.


Para expandir o Islamismo ( Maomé = Profeta; Alá = Deus; Corão = Livro
sagrado).

Os Árabes são comandados por Tariq.


Encontram grande resistência, mas dominam-na quase na totalidade, com excepção de
uma pequena zona a Norte, as ASTÚRIAS (em poder dos cristãos).

Os Árabes também conhecidos por Mouros / Muçulmanos deixaram grandes vestígios


da sua cultura.

O Islamismo
Actualmente, os Muçulmanos são mais de 800 milhões, distribuídos principalmente pela Ásia
e pela África.
Em Portugal vivem cerca de 16 000 muçulmanos.
Os 5 preceitos do Corão: Religião Religião
reconhecer Alá como Deus único e Maomet como Cristã Islâmica
seu profeta;
Deus Deus Alá
rezar 5 vezes por dia, de preferência na mesquita e
virados para Meca; Profeta Jesus Cristo Maomet
jejuar no mês do Ramadão (o nono mês do
Templo Igreja Mesquita
calendário muçulmano);
dar esmola aos mais pobres; Livro
ir em peregrinação a Meca pelo menos uma vez na Bíblia Corão
vida. sagrado

O Corão também obriga os Muçulmanos a combaterem pela sua religião: "Guerra Santa".
Mesquita de Detalhe do Maomet Muçulmana
Peregrinação a Meca Córdova Corão com Corão
A HERANÇA MUÇULMANA
Os Muçulmanos tinham uma civilização muito desenvolvida. Por isso, trouxeram muitos
conhecimentos para os povos peninsulares, sobretudo, na agricultura, ciências, técnicas, arte,
música, literatura...
Novas culturas: cana-de-açúcar,
algodão, arroz, citrinos,
Agricultura tâmaras, amendoeiras, figueiras,
produtos hortícolas como a
alface, a abóbora e o pepino... laranjeira amendoeira nora e picota
Técnicas de Noras, açudes, picotas ou
rega cegonhas...
Preparação de cabedais,
Técnicas
tecelagem de sedas, ...
Química, Astronomia,
Ciências Medicina, Matemática,
Geografia... azulejo
Construção de mesquitas, tapete
Arte fabrico e decoração de azulejos, porta de
tapeçaria, vasos de cerâmica... mesquita
Introduziram instrumentos de
Música
corda como o alaúde.

Mil e Uma
escrita árabe alaúde astrolábio
Noites

Os vestígios árabes surgem-nos principalmente no Sul da Península Ibérica.


Ex.
Numeração em algarismos e palavras de origem árabe como azeite, laranja,
Algarve, algarismo;
As suas técnicas de irrigação: Nora, picota, açude;
Novas culturas: laranjeira, figueira, amendoeira;
Arte: azulejos;
Os seus conhecimentos científicos foram muito divulgados;
Construíram bibliotecas em Toledo e Córdova.

Palavras de origem árabe


Há na Língua Portuguesa cerca de 600 palavras de origem árabe. Algumas são fáceis de
identificar porque começam por al- (artigo definido árabe). Eis algumas:

vestuário pesca pesos e técnica construção alimentação


medidas hidráulica naval
cachucho almude (25 l) açude arsenal açorda
albornoz cherne alqueire (15 l) alcatruz terracena aletria
camisa chicharro arrátel (meio azenha xaveco gaspacho
ceroulas quilo) nora
arroba (15 kg)

administração criação de comércio agricultura objectos terras


gado
Albufeira (a
lagoa)
Alcácer (o
abóbora
castelo)
alcaide aduana açafrão
Alcântara (a
alferes alazão albarda alcachofra alcatifa
ponte)
almotacé alfafa alfândega alecrim alcofa
Alfama (a
almoxarife almargem almocreve alface almofada
fonte)
alvazil lameiro armazém alfarroba almotolia
Algarve (o
atalaia maioral azêmola azeite tapete
ocidente)
oficial bazar azeitona
Almada (a
damasco
mina)
Alvalade (a
planície)
Alverca (o
lago)

O Calendário Muçulmano
O calendário muçulmano começou no ano 622 d. C., o ano da Hégira, a fuga de Maomé de
Meca para Medina. Em termos muçulmanos, estamos agora no século XV. Cada ano está
dividido em 12 meses de 29 ou 30 dias cada, por isso o ano só tem 354 ou, ocasionalmente, 355
dias. Daí resulta que, embora os peregrinos entrem sempre em Meca no último mês do ano
muçulmano, isso não acontece sempre na mesma estação - se a peregrinação num ano é a meio
do Inverno, daí a 16 anos será a meio do Verão.

CRISTÃOS E MUÇULMANOS NO PERÍODO DA


RECONQUISTA

s Muçulmanos não conseguiram dominar a totalidade da P. Ibérica.


AS ASTÚRIAS:

Ficaram em poder dos Cristãos.


Região montanhosa e fria a norte da P. Ibérica
Os Cristãos chefiados por PELÁGIO vão tentar reaver o território perdido e a 1ª
grande vitória dos Cristãos é a da BATALHA DE COVADONGA no séc. VIII.

Vão surgindo a nordeste outros núcleos de resistência cristã = Reino das Astúrias +
núcleo a nordeste que iniciam um movimento que procurava voltar a conquistar as terras
perdidas em favor dos Muçulmanos = RECONQUISTA CRISTÃ.

O CONDADO PORTUCALENSE

A Reconquista Cristã foi um processo lento e difícil, mas lentamente a zona pertencente
aos Cristãos foi-se alargando, formando-se vários reinos:
Reino de Leão
Reino de Castela
Reino de Navarra
Reino de Aragão
Condado da Catalunha

Nestas lutas, os reis cristãos recebem por vezes a ajuda de cruzados a quem davam terras
como recompensa dos serviços prestados. Destacaram-se: D. Henrique de Borgonha e D.
Raimundo seu primo.

Em recompensa recebem de D. Afonso VI de Leão, o privilégio de casar com as filhas do


rei: D. Raimundo com D. Urraca e D. Henrique com D. Teresa, este recebe também o
Condado Portucalense com as seguintes condições:

servir o rei Afonso VI


conquistar mais terras aos Mouros para aumentar o seu condado
D. Henrique e D. Teresa

Do casamento de D. Henrique com D. Teresa nasce D. Afonso Henriques.

D. AFONSO HENRIQUES
EA
LUTA PELA INDEPENDÊNCIA

O Conde D. Henrique morre em 1112 sem conseguir tornar o condado independente


apesar de ter alargado o seu território. Ficou D. Teresa a governar o Condado Portucalense
deixando que os grandes senhores da Galiza tivessem cada vez mais domínio no condado.
D. Afonso Henriques apoiado pelos nobres revolta-se contra a mãe.
Em 1128 D. Afonso Henriques, no campo de S. Mamede perto de Guimarães, derrota a sua mãe
e o partido galego na Batalha de S. Mamede.

D. Afonso Henriques passou a governar o Condado Portucalense dedicando-se a duas tarefas:

Aumentar os territórios (luta contra os Mouros).


Conseguir a independência do condado ( luta contra o primo Afonso VII).

D. Afonso Henriques vence D. Afonso VII em Cerneja (Galiza) e Arcos de Valdevez (


Minho). É então assinado o TRATADO / CONFERÊNCIA DE ZAMORA em 1143.

D. Afonso VII concede a independência ao Condado que passa a chamar-se Reino de


Portugal e o seu 1º Rei é D. Afonso Henriques.
D. Afonso Henriques conquista:

Santarém (15 de Março de 1147)


Lisboa (23 de Outubro de 1147)
Regiões além-Tejo

Em 1179 Portugal, pela confirmação do Papa Alexandre III, através da "Bula Manifestis
Probatum" era finalmente independente e livre.

O REINO DE PORTUGAL E DO ALGARVE

O alargamento do território foi uma preocupação constante não só de D. Afonso


Henriques, como também dos outros reis seus sucessores.
Tivemos ao longo dos anos um movimento de conquista e reconquista.
As conquistas fizeram-se por etapas e, quase sempre, de um modo progressivo.
Os limites do território português não ficaram totalmente definidos com a conquista do
Algarve por D. Afonso III (1249).
D. Afonso III

As fronteiras de Portugal só ficaram definidas e os conflitos resolvidos em 1297, pelo Tratado


de Alcanizes feito entre D. Dinis, rei de Portugal e D. Fernando rei de Leão e Castela.
A linha de fronteira portuguesa sofreu somente um pequeno desvio em 1801, pela ocupação de
Olivença pela Espanha.
Fronteiras negociadas em 1297
Fronteira natural: quando é demarcada por rios, montanhas e vales profundos.
Fronteira convencional: quando é demarcada por marcos de pedra.

Marco territorial com armas reais, assinala a fronteira entre o condado de Ourém e os
territórios do Convento de Cristo.
AS ACTIVIDADES ECONÓMICAS

A maior parte da população no século XIII dedicava-se à agricultura / pastorícia.


Nos terrenos aráveis praticava-se a agricultura, mas havia poucos terrenos aráveis,
grande parte eram terrenos bravios, nos quais se praticava a pastorícia.

Nos matagais e florestas ia-se buscar: lenha, madeira, frutos silvestres, mel, cera,
cortiça, caça variada.
A agricultura e a pastorícia forneciam os produtos básicos da alimentação.
O trabalho era manual e os instrumentos rudimentares.
A terra produzia pouco e a falta de cereais era frequente ( anos de fome e epidemias).
A apicultura era também uma actividade muito desenvolvida.

Temos ainda o aproveitamento do mar e dos rios através da pesca (marítima e fluvial) e
do comércio marítimo e ainda o sal (produto indispensável para a conservação dos alimentos e
curtumes), com a salicultura.

Os pastores, agricultores e pescadores desenvolviam também actividades artesanais, fabricando


os objectos de que necessitavam no seu dia-a-dia.
Desenvolve-se uma produção artesanal.

Esta actividade era mais variada nas cidades e vilas e os artesãos ( ferreiros,
carpinteiros, oleiros, tanoeiros, pedreiros, sapateiros, alfaiates, ourives…) tinham as suas lojas
onde vendiam os seus produtos.

O COMÉRCIO INTERNO E EXTERNO


No século XIII, terminada a Reconquista, aumentam o comércio e a circulação de moeda.

Comércio Interno:

Comércio realizado dentro do país.


O almocreve era importante. Abastecia as populações e levava as mensagens,
encomendas e informações.

Almocreve

Temos também: mercados; feiras (criadas pela carta de feira (documento onde estão
escritos os direitos e obrigações dos feirantes)); feiras francas (criadas por D. Dinis,
isentas de portagens e outros impostos, para incentivar o comércio em zonas mais
desfavorecidas).

feiras
Comércio Externo:

Comércio feito com outros países.


Rotas do comércio
externo
Importações (o que Portugal compra): cereais, tecidos metais, armas , objectos de
adorno…
Exportações (o que Portugal vende): vinho, mel / cera, sal, azeite, frutos,
couros…
Portugal fazia comércio com: Itália, Inglaterra, Espanha, Flandres, França,
Alemanha.
Mercador em Bruges
OS GRUPOS SOCIAIS NO SÉCULO XIII
NOBREZA / CLERO / POVO

A população portuguesa no século XIII, era constituída por:


3 grupos sociais:

Nobreza: defendia o território


Clero: serviço religioso
Povo: trabalhava para ele e para os outros grupos sociais.
Clero e Nobreza são grupos privilegiados:

Não pagavam impostos ao rei.


Possuíam grandes terras.
Tinham vários poderes, como: aplicar a justiça e receber os impostos dentro dos
seus domínios. Podiam recrutar homens para formar o seu exército.

O Povo era o grupo mais desfavorecido e numeroso.

A VIDA NAS TERRAS SENHORIAIS

As terras que pertenciam ao rei eram os: reguengos.


As terras doadas à nobreza chamavam-se: honras.
As terras doadas ao clero chamavam-se: coutos.

No senhorio vivia o nobre e a sua família, mas a maioria dos habitantes era gente do povo
(servidores domésticos e camponeses) que:
Trabalhava na agricultura/ pastorícia.

Ia à guerra.
Ajudava o senhor nas caçadas, na construção e obras do castelo…
Tinham uma vida difícil:

- Trabalhavam 6 dias por semana e de sol a sol.


- Tinham de prestar muitos serviços e pagar pesadas rendas e impostos ao nobre
a quem o senhorio pertencia.
O nobre dentro do seu senhorio tinha:

Muitos poderes e privilégios.


Obrigação de proteger as pessoas que estavam na sua dependência.

A ocupação da nobreza

* A sua principal função era combater em tempo de guerra e em tempo de paz,


dedicavam-se a actividades que lhes permitiam uma boa preparação para a guerra:

caça
torneios / justas
xadrez
Outras actividades: banquetes, assistir a espectáculos de jograis e trovadores.
A VIDA NOS MOSTEIROS

mosteiro
Pertenciam ao clero todos os membros da Igreja e a sua principal função era a actividade
religiosa.

Temos o :

Clero regular: constituído por ordens religiosas e vivia dentro dos mosteiros
/conventos em comunidades e com regras próprias.
Clero secular: era constituído por padres e bispos. Viviam nas aldeias/cidades,
junto da população. Possuíam grandes extensões de terras e gozavam de grandes
privilégios:

- não pagavam impostos.


- podiam exigir rendas e impostos aos homens do povo que viviam
e trabalhavam nas suas terras.

As actividades do mosteiro
Além do serviço religioso, os monges tinham outras actividades ligadas:

Ao ensino (o clero era o grupo social mais instruído, sabia ler, escrever, contar).
À assistência a doentes, peregrinos e mendigos.
Tínhamos também monges copistas que escreviam à mão documentos e livros, feitos
em pergaminho, que decoravam por vezes com ilustrações de cores vivas e ouro:
iluminuras.
Foi também importante o seu papel no desbravamento e aproveitamento de terrenos
incultos.

A VIDA NOS CONCELHOS

Um Concelho era uma povoação que tinha recebido foral ou carta de foral:
Documento escrito onde ficavam registados os direitos / deveres dos seus
moradores para com o senhor que lhes tinha atribuído a carta: reis, grandes senhores da
nobreza e do clero.

Concessão de Carta de Foral Carta de Foral


Os moradores destes concelhos (chamados vizinhos) tinham mais regalias e maior
autonomia (judicial e administrativa). O pelourinho /picota era um símbolo da autonomia do
concelho.

pelourinho

Os concelhos dispunham de uma “assembleia de homens-bons” para resolver os


principais problemas da comunidade.
O alcaide era o chefe militar e representava o rei no concelho.
Os concelhos urbanos.

O desenvolvimento do comércio externo, a partir de meados do século XIII, contribuiu


para o crescimento das cidades (burgos) à volta dos rios e situadas no litoral.
Nestas cidades viviam alguns “burgueses” (mercadores e artesãos enriquecidos com o
comércio externo).
Frequentavam escolas para se instruírem /saber ler, escrever, fazer contas e contratos
comerciais…
Os burgueses, distinguiam-se do resto do povo e com o tempo formaram um novo grupo
social chamado burguesia.
Domus Municipalis de Bragança
DESENVOLVIMENTO POLÍTICO E CULTURAL

AS CORTES E O REI

Portugal era uma monarquia.


O rei era a autoridade suprema do país e o mais rico:

Fazia as leis gerais.


Aplicava a justiça em crimes graves.
Decidia da paz e da guerra.
Protegia a Igreja
Vivia na corte. A corte era um local onde o rei vivia com a sua família, conselheiros
e altos funcionários.
Todos deviam ao rei fidelidade, obediência e auxílio.
Era auxiliado no governo por altos funcionários.
Reunia as Cortes (Assembleias consultivas) para resolver questões importantes para a
vida do Reino.

De entre os reis que governaram no século XIII, destacou-se D. Dinis (o Lavrador).

Desenvolveu Portugal tomando várias medidas:

Na agricultura: mandou plantar o pinhal de Leiria…


No comércio: aprovou a criação da Bolsa dos Mercadores (espécie de seguro para
os comerciantes)…
Na pesca: criou povoas marítimas e fluviais.
No desenvolvimento da cultura:
- Criou em Lisboa o Estudo Geral ou Universidade.
- O Português torna-se língua oficial.
- Desenvolve-se a poesia (ele próprio era chamado o rei poeta).
No paço real faziam-se banquetes e saraus, animados por jograis que cantavam os
poemas compostos pelos trovadores.

Sarau na Corte

A ARTE ROMÂNICA

Os castelos e as igrejas dessa época tinham aspecto de fortalezas, servindo de refúgio e


defesa para as populações.

Características da Arte Românica :


Construções de paredes grossas
Com poucas aberturas para o exterior
Com o interior mal iluminado

Ex. Sé de Coimbra, de Lisboa, Castelo de Leiria

Sé de Coimbra Sé de Lisboa

1383-1385
UM TEMPO DE REVOLUÇÃO
A MORTE DE D. FERNANDO
E O PROBLEMA DE SUCESSÃO

O reinado de D. Fernando foi marcado por maus anos agrícolas que provocaram fomes.
A peste negra provocou a diminuição da população.

Enterrando os mortos

A produção foi menor e os rendimentos do clero e da nobreza baixaram.


Para tentar resolver a crise agrícola, D. Fernando publica a Lei das Sesmarias (1375)(
obrigava os camponeses a trabalhar as terras abandonadas). Mas esta lei não resolveu a crise
agrícola.
As guerras com Castela agravaram a situação.

Em 1383, com a morte de D. Fernando, surge um grave problema de sucessão.

Pelo Tratado de Salvaterra de Magos, D. Leonor Teles ficaria regente. Esta mandou
aclamar D. Beatriz rainha de Portugal.
A maior parte da Nobreza e Clero aceitou D. Beatriz como rainha, mas o Povo, a
Burguesia e um pequeno número de elementos da Nobreza revoltaram-se.
Posição dos grupos sociais na Revolução de 1383/1385
Clero / Nobreza : apoiavam D. Beatriz e o rei de Castela.
Burguesia / Povo: “ D. João Mestre de Avis (Regedor e Defensor do
Reino).

PORTUGAL NOS SÉCULOS XV E XVI

No reinado de D. João I, Portugal era independente e vivia em paz.

Problemas que se faziam sentir na sociedade Portuguesa.

Falta de cereais e de ouro;


Necessidade de alargar a área de pescas;
Desejo da Nobreza de realizar feitos guerreiros;
Desejo da Burguesia de expandir o comércio;
Desejo do Clero de espalhar a fé cristã;

A necessidade de encontrar noutras terras a riqueza que faltava a Portugal, levou os


Portugueses à Expansão Marítima.
Com a conquista de Ceuta em 1415 no Norte de África, inicia-se a expansão.

Fortaleza de Ceuta
Esta conquista não resolveu os problemas do Reino.
Os Mouros desviaram as rotas comerciais do ouro e das especiarias para outras cidades.
A Conquista de Ceuta foi um insucesso económico.

O DESENVOLVIMENTO NÁUTICO

A DESCOBERTA DA COSTA AFRICANA

Depois da conquista de Ceuta, o Infante D. Henrique, foi o organizador das primeiras


viagens de descoberta. Conhecido também pelo “Navegador”. Até 1460, os Portugueses
“descobriram”, os arquipélagos da Madeira (1419 – João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz
Teixeira e Bartolomeu Perestrelo), dos Açores (1427 – Diogo de Silves) e a Costa africana até
à Serra Leoa. Em 1434, Gil Eanes dobra o Cabo Bojador.
Infante D. Henrique

A navegação em mares desconhecidos fez surgir:

* Novos barcos: a caravela que pode bolinar (navegar com ventos contrários), passa a
substituir a barca;
Barca Caravela
Interior de uma caravela
* Novos processos de orientação (navegação astronómica);
Cartas e Mapas mais rigorosos.

Os Portugueses desenvolveram a cartografia, astronomia e a matemática.


Política Africana de Afonso V

D. Afonso V

Depois da morte do Infante D. Henrique (1460), no reinado de D. Afonso V, um burguês


de Lisboa Fernão Gomes, ficou encarregado de continuar as descobertas na Costa africana,
detendo o monopólio comercial, que arrendou ao rei. O rei influenciado pela nobreza, preferiu
combater os Muçulmanos no Norte de África.
AS GRANDES VIAGENS DO SÉCULO XV

A POLÍTICA ULTRAMARINA DE D. JOÃO II

O grande impulsionador das descobertas foi o rei D. João II (filho de D. Afonso V), que
desejava chegar à Índia para obter o comércio das especiarias.

D. João II,
o Príncipe Perfeito
A D. João II, pertence um plano organizado no prosseguimento das descobertas:

 1º A exploração do Atlântico Sul, para procurar uma passagem para o Oriente e assim
atingir a Índia;
 2º O envio de dois emissários: Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva, pela rota do
Mediterrâneo, em busca de informações sobre o comércio das especiarias.

Pêro da Covilhã
Legenda: O caminho percorrido por Pêro da Covilhã (a ocre) separado de Afonso de Paiva (a
azul) depois da longa viagem juntos (a verde).

No plano externo e para a defesa dos interesses do Reino, D. João II:

 1º Manda colocar PADRÕES;

Padrão
 2º manda construir fortalezas;
 3º mantém um grande sigilo (segredo) em redor das suas iniciativas.
O desenvolvimento náutico e as viagens, permitem que em 1488, Bartolomeu Dias dobre o
Cabo da Boa Esperança (Cabo das Tormentas), abrindo a Portugal o caminho marítimo para a
Índia.

Bartolomeu Dias
A VIAGEM DE CRISTÓVÃO COLOMBO

O TRATADO DE TORDESILHAS

O facto de Cristóvão Colombo em 1492 ter descoberto algumas ilhas da América Central,
provoca um conflito entre Portugal e Espanha, resolvendo-se somente em 1494, com a
assinatura do Tratado de Tordesilhas entre D. Fernando e D. Isabel de Espanha e D. João II de
Portugal.
Por este Tratado, o mundo ficou dividido em duas partes, por um meridiano.
As terras a Oriente seriam para Portugal, as descobertas a Ocidente para a Espanha.
Tratado de
Tordesilhas

Divisão do Mundo segundo o Tratado de Tordesilhas


Cristóvão Colombo

Com este Tratado D. João II consegue:

 protecção dos seus barcos no Atlântico Sul;


 garantir a Portugal o caminho marítimo para a Índia;
 garantir uma parte do Brasil.
A CHEGADA À ÍNDIA E AO BRASIL

D. João II morre sem conseguir realizar o seu sonho (descobrir o caminho marítimo
para a Índia). Sem filho legítimo (Afonso seu filho, morre antes), sucedeu-lhe seu primo, D.
Manuel I.
D. Manuel I : - continua o empreendimento;
- utiliza outro tipo de embarcação, a nau.
Interior de uma nau
Vasco da Gama: - chega à Índia, a Calecute em 1498 (com as naus: S. Gabriel; S. Rafael;
Bério).

Vasco da Gama

A descoberta do caminho marítimo para a Índia abre uma nova etapa aos
descobrimentos portugueses: - o domínio do Índico e o comércio com o Oriente.
Para garantir o domínio português na Índia e transportar mercadorias, parte uma nova
armada comandada por Pedro Álvares Cabral (13 naus) em 1500.

Pedro Álvares Cabral

Esta armada ao desviar-se para Ocidente aportou a um novo território no Atlântico Sul:
Santa Cruz ou Terra de Vera Cruz, mais tarde, Brasil.
Rotas seguidas por Vasco da Gama Rotas seguidas por Pedro Álvares
Cabral

O IMPÉRIO PORTUGUÊS NO SÉCULO XVI


No século XVI, Portugal tinha um grande império que se estendia por três continentes:
África, Ásia e América.

Os arquipélagos da Madeira e dos Açores

No século XVI, Portugal possuía um grande império no qual era necessário fazer o seu
aproveitamento económico.

O Arquipélago da Madeira situado no Oceano Atlântico é constituído pelas ilhas:

 Madeira
 Porto Santo
 Desertas e Selvagens
O Arquipélago dos Açores situado no Oceano Atlântico é constituído por três grupos:

 Grupo Oriental ( Stª Maria, S. Miguel(a maior) e as Formigas)


 Grupo Central (Terceira, Graciosa, S. Jorge, Pico e Faial)
 Grupo Ocidental (Flores e Corvo (a mais pequena))

Ambos são de origem vulcânica, com relevo muito acidentado e montanhoso.


A maior elevação da Madeira: Pico Ruivo (1862 m)
“ “ Açores: Pico (2351 m)

COLONIZAÇÃO DA MADEIRA E DOS AÇORES

A colonização da Madeira e dos Açores foi semelhante.


SENHORIO FORMA DE POVOADORES PRODUÇÕES
POVOAMENTO

Cereais
Divisão em capitanias (3) Portugueses Açúcar
MADEIRA Infante Estrangeiros Vinho
D. Henrique Com (Colonos) Gado
Capitão- donatário Fruta

Infante Divisão em capitanias (5) Portugueses Gado


AÇORES D. Henrique Com Capitão- donatário Estrangeiros Trigo
D. Pedro (Colonos) Pastel
Urzela

O APROVEITAMENTO ECONÓMICO DA COSTA


OCIDENTAL AFRICANA

Os Portugueses colonizaram as ilhas dos arquipélagos de Cabo Verde e de S: Tomé e


Príncipe.
O continente africano apresentava-se :
 Povoado
 Existência: ouro, escravos, marfim, malagueta (estes produtos eram geralmente trazidos
por Árabes e indígenas junto à costa para se proceder a uma troca directa).
Escravos
Os Portugueses ofereciam: sal, trigo, bugigangas, tapetes, mantas, panos garridos, manilhas
de latão.

Para facilitar o comércio foram criadas feitorias, onde o comércio era mais intenso.
Assim as feitorias eram locais de comércio onde se construíram armazéns para:

 Facilitar a troca de produtos


 Guardar as mercadorias.

Ex.: Na costa ocidental: feitoria de Arguim, Mina protegidas por muralhas e castelos.
Feitoria de Arguim

Na costa oriental africana temos: Sofala e Moçambique.


Com os colonos e os mercadores partiram também os missionários, para pregar a
religião cristã.
A Rota do Cabo passa a ser a principal estrada comercial da época ( diminuindo a
importância da Rota do Mediterrâneo), já que permitia colocar as especiarias na Europa a
preços muito mais baixos.

Causas:

 As especiarias não passavam por portos intermediários;


 As naus transportavam maiores quantidades;
 Não havia portagens.

Comercializava-se: pimenta, gengibre, cânfora, perfumes, ébano, pedras preciosas, pérolas,


vasos de oiro e prata, panos de seda, oiro, algodão, porcelanas.

As principais feitorias no Oriente são: Sofala, Moçambique, Ormuz, Diu; Cochim,


Malaca e Macau.
Para vender as especiarias na Europa, Portugal cria feitorias em Flandres (Bruges e
Antuérpia).
D. Manuel tinha o monopólio do comércio com o Oriente e para controlar e administrar
esse comércio, o rei cria em Lisboa a Casa da Índia.

Para fortalecer e garantir boas relações de comércio e amizade, D. Manuel I nomeia um


Vice-Rei ou governador, sendo o mais famoso, Afonso de Albuquerque (que conquistou Ormuz,
Goa, Malaca) e o primeiro foi D. Francisco de Almeida.
Afonso de Albuquerque

O território e os recursos do Brasil


Em 1500 este território era habitado era habitado por povos que viviam em tribos
nómadas.
Inicialmente os poucos colonos que se lá fixaram, mandavam para Portugal apenas
animais exóticos e o pau-brasil.
Como se fez a colonização?

 Dividiu-se o Brasil em capitanias para se fazer um intensivo aproveitamento agrícola.


 Introdução do cultivo da cana-de-açúcar, cuja mão-de-obra era composta de escravos
africanos.

 Com o comércio dos escravos e dos produtos, surge uma nova via comercial: a rota
triangular que ligava :

Portugal África Brasil


 Á medida que o açúcar começa a dar algum lucro temos ataques de Franceses, Holandeses
e Ingleses e disputas entre os donos de várias capitanias.

D. João III resolve então criar um Governo Geral no Brasil com um Governador-Geral (o 1º
foi Tomé de Sousa).

* A expansão marítima deu origem a migrações, isto é, a movimentos das populações de


uns locais para outros. Os emigrantes tinham esperança de melhorar as suas condições de vida
fora do país. Mas entraram também imigrantes em Portugal.
* A acção dos missionários revelou-se muito importante (Jesuítas)

LISBOA QUINHENTISTA

O CRESCIMENTO DA CIDADE DE LISBOA

LISBOA, CIDADE COMERCIAL E DE CONTRASTES


Nos reinados de D. João II e de D. Manuel, e como consequência do aumento da
população, Lisboa teve um grande desenvolvimento.
Por ordem de D. Manuel I, Lisboa beneficiou de grandes obras de embelezamento.
A Rua Nova dos Mercadores foi calcetada e as suas casas elevadas a vários andares.
Para melhor observar e vigiar todo o movimento marítimo, D. Manuel I instala-se no
palácio do Paço da Ribeira.

No século XVI, Lisboa era uma das cidades mais importantes da Europa.
A Lisboa chegavam pessoas vindas de todos os países (imigrantes): Flamengos, Espanhóis,
Italianos, Franceses e Ingleses.
Chegavam também escravos que serviam as famílias abastadas.
Mas através da emigração, muitos Portugueses, procuravam as ilhas atlânticas, o Brasil
e o Oriente para melhorar a sua vida, abandonando o território.

Verificou-se ainda a migração interna (movimento de pessoas dentro do próprio país).


Lisboa Quinhentista era uma cidade de contrastes étnicos e de costumes.
AS ALTERAÇÕES ECONÓMICAS, SOCIAIS E CULTURAIS

Os descobrimentos provocaram alterações económicas, sociais e culturais.


O enorme número de riquezas que chega, é gasto em luxos e importações em vez de ser
aplicado na produção de novas riquezas.

As riquezas conseguidas com o comércio africano e oriental, só beneficiaram o rei, a


nobreza, o clero e a burguesia, continuando o povo a viver com dificuldades.

Os descobrimentos desenvolveram as ciências (astronomia, matemática, medicina…)


influenciaram a literatura e a arte do século XVI, com o estilo manuelino.

Os elementos decorativos utilizados neste período:


 Reflectem a experiência marítima: cordas, nós, redes, velas, âncoras, algas, plantas
exóticas, conchas, búzios…
 Reproduzem os símbolos régios: esfera armilar, cruz de Cristo, escudo de Portugal.

A nível da literatura, destacam-se: Gil Vicente (teatro), Luís de Camões (com “Os
Lusíadas"), Fernão Mendes Pinto.
 A nível dos historiadores “ : João de Barros, Garcia Resende.
 “ ciência : Pedro Nunes, Garcia de Orta.
 “ arte “ : Jerónimos, Torre de Belém, Janela do Convento de
Cristo(Tomar)..
DA UNIÃO IBÉRICA À RESTAURAÇÃO

Aos 14 anos, D. Sebastião ("O Desejado") assumiu o governo, depois da regência da


sua avó D. Catarina e, depois, de D. Henrique, seu tio-avô.
Em 1578 D. Sebastião morreu na batalha de Alcácer Quibir sem deixar descendentes.
Sucedeu-lhe seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique sem descendentes.
À sua morte são pretendentes ao trono:

 Filipe II de Espanha
 D. António, Prior do Crato
 D. Catarina, duquesa de Bragança.

Em 1581 D. Filipe II de Espanha é proclamado rei de Portugal nas Cortes de Tomar, com o
título de Filipe Iº de Portugal.
Inicia-se a Dinastia Filipina e Portugal perde a sua independência, tendo sido governado
por reis Espanhóis durante 60 anos.
Descontentes e saturados pelo não cumprimento das promessas feitas em Tomar, registam-se
vários motins populares.
Um grupo de nobres proclama a restauração da independência a 1 de Dezembro de 1640.
Mas só em 1668, é que termina a Guerra da Restauração.
Foi proclamado rei de Portugal o Duque de Bragança D. João IV e inicia-se a Dinastia de
Bragança.

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