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ARTIGO
Para começar a discutir a questão do gênero, é preciso compreender que estamos diante de uma
“agenda” política internacional e não de um movimento espontâneo ou da defesa de classes,
como costumamos ouvir e ler.
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05/03/2018 O que há por trás da ideologia de gênero | Gazeta do Povo
O conceito de “gênero” foi usado pela primeira vez no fim dos anos 60 pelo dr. John Money,
psicólogo neozelandês e professor da John Hopkins University, de Baltimore, que manteve o
termo restrito à área da psicologia. O dr. Money sustentou que a percepção que as pessoas têm
de sua própria sexualidade, a qual denominou “identidade de gênero”, dependeria
simplesmente da educação recebida e poderia ser diferente do sexo. Essa teoria veio abaixo
quando o dr. Money usou como cobaia dois gêmeos canadenses, um deles educado como
menina e o outro, como menino. O gêmeo criado como menina passou a vida sentindo-se
diferente e não se encaixava neste papel. O fim da história? O suicídio (o documentário Dr. Money
e o menino sem pênis conta essa história na íntegra).
Sequencialmente, entre os anos 60 e 80, o termo ganhou contornos de agenda política de grupos
de estudos feministas, patrocinados por grandes fundações, nas maiores universidades
americanas. Destacam-se duas autoras deste período, ambas apontando que, para a revolução
ser completa, era necessário “abolir a família”. Kate Millet (no livro The Sexual Politics) expõe que
seria por meio de uma sexualidade “polimorficamente perversa”. E Shulamith Firestone, em seu
livro The Dialectic of Sex, que avança mais no pensamento revolucionário, afirma que “as
mulheres e as crianças deveriam ser libertadas para usar sua sexualidade como quiserem” e
complementa: “Devemos incluir a opressão das crianças em qualquer programa feminista
revolucionário (...) Nossa etapa final deve ser a eliminação das próprias condições da
feminilidade e da infância. O tabu do incesto hoje é necessário somente para preservar a família;
então, se nós nos desfizermos da família, iremos de fato desfazer-nos das repressões que
moldam a sexualidade em formas específicas”. Essa retórica foi baseada no pensamento de
Friedrich Engels e Karl Marx, no livro A Origem da Família, a Propriedade Privada e o Estado, que
define a família “patriarcal” como a primeira de todas as opressões de classe.
A partir dos anos 90 surge a maior expoente desta ideologia: Judith Butler, professora do
Departamento de Retórica e Literatura Comparada da Universidade da Califórnia em Berkeley.
No seu livro Gender Trouble – Feminism and the Subversion of Identity, ela apresenta as
ferramentas para a abolição da família através da desconstrução da heteronormatividade, como
podemos ver: “Faremos [no terceiro e último capítulo do livro] um esforço para subverter as
noções naturalizadas do gênero que dão suporte à hegemonia masculina e ao poder
heterossexual, para criar problemas de gênero por meio da confusão subversiva daquelas
categorias que buscam manter o gênero como ilusões fundadoras da identidade”.
Portanto, pode-se concluir por que esse ideário é chamado “ideologia de gênero”: trata-se de um
conceito unicamente formado por retórica, agindo por meio de convencimento e persuasão,
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05/03/2018 O que há por trás da ideologia de gênero | Gazeta do Povo
gênero e que, portanto, não se justifica aplicá-la na educação; isso seria fazer de nossas escolas
laboratórios e de nossas crianças, cobaias.
Mas por que tanta pressão em aprovar e implementar na legislação nacional uma ideologia que
comprovadamente não tem fundamentação cientifica? Para responder a esta pergunta, é
necessário resgatar o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) da Secretaria Especial dos
Direitos Humanos da Presidência da República, no seu Decreto 7.037, de 21 de dezembro de
2009, em que se proclama o “Objetivo Estratégico V” (pagina 98, item d): “Reconhecer e incluir
nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas
por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), com base na desconstrução da
heteronormatividade”.
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