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A existência de limitação explícita e implícita que controla o poder

constituinte derivado reformador é reconhecida pela doutrina, que salienta ser


implicitamente irreformável a norma constitucional que prevê as limitações
expressas (Constituição Federal, art. 60), pois, se diferente fosse, a proibição
expressa poderia desaparecer, para, só posteriormente, desaparecer, por
exemplo, as cláusulas pétreas. Além disso, observa-se a inalterabilidade do
titular do Poder Constituinte derivado-reformador, sob pena de também
afrontar a Separação dos Poderes da República.1

No entanto, é precisa a reflexão que Manoel Gonçalves Ferreira Filho faz acerca
do assunto:

Esse núcleo que está fora do alcance do poder de reforma pode ser implícito
ou explícito. No primeiro caso, a dificuldade está em identificar quais são os
componentes do núcleo fundamental. No segundo, esse problema desaparece,
mas em geral um outro o substitui. Trata-se da indagação se, no caso de uma
Constituição explicitar os pontos intocáveis, caber nela identificar "cláusulas
pétreas" implícitas. A lógica parece excluí-lo. Difícil é admitir que o
constituinte ao enunciar o núcleo intangível da Constituição o haja feito de
modo incompleto, deixando em silêncio uma parte dele, como que para
excitar a capacidade investigatória dos juristas.2

Destarte, apesar do longo debate que se poderia travar dentro deste assunto, resta
identificado que a vontade do poder constituinte originário em estabelecer um limite ao
exercício do poder constituinte reformador está posto. Neste ponto cabe o
enfrentamento da questão se o povo, soberano, detentor do poder constituinte
(originário e reformador), poderia, sem revolução ainda exercer tal poder. O que, em
decorrência lógica, poria em cheque alguns argumentos acima esposados.

1 MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada. 7ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007.
p. 1116.
2 FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Significação e alcance das cláusulas pétreas. Revista de
Direito Administrativo. n. 202. out-dez 1995. Rio de Janeiro: Renovar, 1995. p. 14.

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