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Sistema Financeiro Nacional I

Conceitos gerais
Sistema Financeiro Nacional (SFN) é o conjunto de instituições e instru-
mentos financeiros que possibilitam a transferência de recursos dos ofertantes
finais (poupadores) para os tomadores finais (investidores), além de criar con-
dições para que títulos e valores mobiliários tenham liquidez no mercado.

A intermediação financeira e a aplicação de recursos financeiros pró-


prios e de terceiros são as principais atividades das instituições financeiras,
as quais possibilitam aproximar os superavitários dos deficitários, agregar
recursos para grandes projetos e diminuir o custo e o risco financeiro das
empresas tomadoras de recursos.

SUPERAVITÁRIOS DEFICITÁRIOS

Poupadores Intermediários Tomadores

 Poupadores: agentes econômicos superavitários dispostos a transfor-


mar suas disponibilidades monetárias em ativos financeiros. São os cria-
dores de fundos para o financiamento do crescimento econômico.

 Tomadores: agentes econômicos deficitários, que demandam recur-


sos e estão dispostos a financiar seu défice a custo de mercado. São
aqueles que, necessitando de dinheiro além de suas disponibilidades,
dispõem-se a pagar por esses recursos.

Tipos de instituições financeiras


Instituições financeiras bancárias
São as instituições capazes de criar moeda escritural: bancos comerciais,
bancos múltiplos com carteira comercial, cooperativas de crédito, Banco do
Brasil e Caixa Econômica Federal.
A moeda escritural consiste nos depósitos à vista existentes nos bancos
ou outras instituições creditícias, normalmente movimentados por inter-
médio de cheques, representando estes um instrumento de circulação da
moeda bancária.
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Com os depósitos à vista, as instituições financeiras emprestam uma parte


desse dinheiro depositado para os clientes tomadores. Parte desse dinheiro
é depositado novamente nas instituições financeiras, dando-se, então, o fe-
nômeno da criação da moeda escritural.

Instituições financeiras não bancárias


São as instituições que não podem criar moeda escritural: bancos de in-
vestimento, bancos de desenvolvimento, financeiras, Sociedades de Arrenda-
mento Mercantil (Leasing) e Associações de Poupança e Empréstimos (APE).

Estrutura e funções do
Sistema Financeiro Nacional (SFN)
A composição do Sistema Financeiro Nacional, conforme o Banco Central
do Brasil (Bacen), é a seguinte:

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Conselho Monetário Nacional (CMN)


O Conselho Monetário Nacional (CMN) foi instituído pela Lei 4.595/64, e é
o órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento
do SFN. Integram o CMN o ministro da Fazenda (presidente do conselho),
o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o presidente do Banco
Central do Brasil. Entre suas funções estão:

 adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da


economia;

 regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço


de pagamentos;

 orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras;

 propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos fi-


nanceiros;

 zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;

 coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida


pública interna e externa.

Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito


(Comoc), composta pelo presidente do Bacen, na qualidade de coordenador,
pelo presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelo Secretário
executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, pelo Secretário exe-
cutivo do Ministério da Fazenda, pelo Secretário de Política Econômica do
Ministério da Fazenda, pelo secretário do Tesouro Nacional do Ministério da
Fazenda e por quatro diretores do Bacen, indicados por seu presidente.

Está previsto também o funcionamento, junto ao CMN, de comissões con-


sultivas de normas e organização do sistema financeiro, de mercado de valo-
res mobiliários e de futuros, de crédito rural, de crédito industrial, de crédito
habitacional e para saneamento e infraestrutura urbana, de endividamento
público e de política monetária e cambial. Os seus membros reúnem-se uma
vez por mês para deliberarem sobre assuntos relacionados com as compe-
tências do CMN.

Em casos extraordinários pode acontecer mais de uma reunião por mês.


As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de resoluções, norma-
tivo de caráter público, sempre divulgado no Diário Oficial da União e na

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página de normativos do Banco Central do Brasil. O Banco Central do Brasil é


a secretaria executiva do CMN e da Comoc. Compete ao Banco Central orga-
nizar e assessorar as sessões deliberativas (preparar, assessorar e dar suporte
durante as reuniões, elaborar as atas e manter seu arquivo histórico). As de-
cisões serão tomadas pela maioria simples dos votos.

Banco Central do Brasil (Bacen)


O Banco Central do Brasil (Bacen) é uma autarquia vinculada ao Ministério
da Fazenda, que também foi criada pela Lei 4.595/64.

É o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e


responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por
objetivos:

 zelar pela adequada liquidez da economia;

 manter as reservas internacionais em nível adequado;

 estimular a formação de poupança;

 zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do


sistema financeiro.

Entre suas atribuições estão:

 emitir papel-moeda e moeda metálica;

 executar os serviços do meio circulante;

 receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições fi-


nanceiras e bancárias;

 realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições finan-


ceiras;

 regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros


papéis;

 efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;

 exercer o controle de crédito;

 exercer a fiscalização das instituições financeiras;

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 autorizar o funcionamento das instituições financeiras;

 estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de dire-


ção nas instituições financeiras;

 vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e


de capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país.

Sua sede fica em Brasília, capital do país, e tem representações nas ca-
pitais dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro,
Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará.

Liquidez da economia: dinheiro emitido pelo Bacen em circulação no país.

Executar os serviços do meio circulante: distribuir dinheiro aos bancos, recolher cédulas
dilaceradas etc.

Conselho de Recursos do Sistema Financeiro


Nacional (CRSFN)
1
Órgão colegiado judicante1 de segundo grau, integrante da estrutura Aquele que julga, que
exerce as funções de juiz.
do Ministério da Fazenda, criado pelo Decreto 9.152/85, com sede em
Brasília (DF).

Suas instalações estão localizadas no Banco Central do Brasil, que ficará


encarregado dos recursos técnicos, humanos e materiais para o funciona-
mento da secretaria executiva do CRSFN.

Atribuições
Julgar, em segunda e última instância administrativa, os recursos inter-
postos das decisões relativas às penalidades administrativas aplicadas pelo
Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários, pela Secretaria
do Comércio Exterior e pela Secretaria da Receita Federal nas infrações pre-
vistas na legislação.

O Conselho tem ainda como finalidade julgar os recursos de ofício inter-


postos pelos órgãos de primeira instância, das decisões que concluírem pela
não aplicação das penalidades previstas no item anterior.

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Estrutura
São oito conselheiros possuidores de conhecimentos especializados em
assuntos relativos aos mercados financeiros, de câmbio, de capitais e de cré-
dito rural e industrial, observando-se a seguinte composição:

 um representante do Ministério da Fazenda;

 um representante do Banco Central do Brasil (Bacen);

 um representante da Secretaria de Comércio Exterior;

 um representante da Comissão de Valores Mobiliários (CVM);

 quatro representantes das entidades de classe dos mercados afins, por


estas indicados em lista tríplice.

As entidades de classe que integram o CRSFN são as seguintes:

 Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas);

 Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento);

 CNBV (Comissão Nacional de Bolsas de Valores);

 Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos);

 Abel (Associação Brasileira das Empresas de Leasing);

 Adeval (Associação das Empresas Distribuidoras de Valores);

 AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil).

Os representantes das quatro primeiras entidades têm assento no Conse-


lho como membros titulares e os demais, como suplentes.

Tanto os Conselheiros Titulares, como os seus respectivos suplentes, são


nomeados pelo ministro da Fazenda, com mandatos de dois anos, podendo
ser reconduzidos uma única vez.

Fazem parte ainda do CRSFN dois procuradores da Fazenda Nacional, de-


signados pelo procurador geral da Fazenda Nacional, com a atribuição de
zelar pela fiel observância da legislação aplicável, e um secretário executivo,
nomeado pelo Ministério da Fazenda, responsável pela execução e coorde-
nação dos trabalhos administrativos. Para tanto, o Banco Central do Brasil, a
Comissão de Valores Mobiliários e a Secretaria de Comércio Exterior propor-
cionam o respectivo apoio técnico e administrativo.

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O representante do Ministério da Fazenda é o presidente do Conselho e o


vice-presidente é o representante designado pelo Ministério da Fazenda entre
os quatro representantes das entidades de classe que integram o Conselho.

Instituições financeiras captadoras


de depósitos à vista (monetárias)
Bancos múltiplos
Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que
realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições
financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investi-
mento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento
mercantil e de crédito, financiamento e investimento.

Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamenta-


res aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras. A
carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco públi-
co. O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras,
sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser or-
ganizado sob a forma de sociedade anônima. As instituições com carteira
comercial podem captar depósitos à vista. Na sua denominação social deve
constar a expressão “Banco” (Resolução CMN 2.099/94).

Bancos comerciais
Os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou públicas
que têm como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos ne-
cessários para financiar, a curto e a médio prazo, o comércio, a indústria, as
empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. A
captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica
do banco comercial, o qual pode também captar depósitos a prazo. Deve ser
constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social
deve constar a expressão “Banco” (Resolução CMN 2.099/94).

Os bancos comerciais são classificados como instituições monetárias por


terem o poder de criação de moeda escritural. Sucintamente, os bancos co-
merciais são intermediários financeiros que têm como objetivo captar re-
cursos e distribuí-los de forma seletiva, criando moeda através de seu efeito
multiplicador.

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Principais operações dos bancos comerciais:

Ativas:

 desconto de títulos;

 crédito rural;

 empréstimo em conta-corrente;

 repasse de recursos;

 crédito pessoal;

 operações de câmbio.

passivas:

 depósitos à vista;

 depósitos a prazo;

 recursos do Bacen (redesconto, repasse);

 recursos de instituições financeiras oficiais e do exterior;

 operações de câmbio.

Banco do Brasil S.A.


O Banco do Brasil – Sociedade Anônima de economia mista – exercia até
1986 uma função típica de autoridade monetária, quando perdeu a conta
movimento, por decisão do Conselho Monetário Nacional. Essa conta colo-
cava o Banco do Brasil na posição privilegiada de banco corresponsável pela
emissão de moeda.

Atualmente é um conglomerado ajustado à estrutura de um banco múl-


tiplo, embora ainda opere, em muitos casos, como agente financeiro do go-
verno federal. É o principal executor da política oficial de crédito rural.

Suas principais atribuições, como parceiro principal do governo federal,


já que este é o maior acionista, são:

 administrar a Câmara de Compensação de cheques e outros papéis


(executante);

 efetuar os pagamentos e suprimentos necessários à execução o Orça-


mento Geral da União;
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 a aquisição e o financiamento dos estoques de produção exportável;

 agenciamento dos pagamentos e recebimentos fora do país;

 a operação dos fundos de investimento setorial como pesca e reflores-


tamento;

 a captação de depósitos de poupança direcionados ao crédito rural e a


operação do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO);

 a execução da política de preços mínimos dos produtos agropastoris;

 a execução do serviço da dívida pública consolidada;

 a realização, por conta própria, de operações de compra e venda de


moeda estrangeira e, por conta do Banco Central, nas condições esta-
belecidas pelo CMN;

 o recebimento, a crédito do Tesouro Nacional, das importâncias prove-


nientes da arrecadação de tributos ou rendas federais;

 como principal executor dos serviços bancários de interesse do go-


verno federal, inclusive de suas autarquias, receber em depósito, com
exclusividade, as disponibilidades de quaisquer entidades federais,
compreendendo repartições de todos os ministérios civis e militares,
instituições de previdência e outras autarquias, comissões, departa-
mentos, entidades em regime especial de administração e quaisquer
pessoas físicas responsáveis por adiantamentos.

Conforme o Edital 021/2004 do Banco Central do Brasil foram acrescenta-


das as seguintes atribuições, pertencentes anteriormente ao Bacen:
Art. 8.º Constituem atribuições inerentes ao Custodiante:

I - deter custódia de numerário não monetizado à ordem do Bacen, com a finalidade


de acolher depósitos e pagar saques de numerário às instituições financeiras bancárias,
realizando os correspondentes lançamentos, por intermédio do Sistema de Pagamentos
Brasileiro – SPB;
II - administrar a custódia de numerário à ordem do Bacen de acordo com as disposições
deste Regulamento e com os normativos que vierem a ser editados sobre a matéria pela
autoridade monetária;
III - sanear o numerário recebido da rede bancária;
IV - suprir a oferta de troco;
V - encaminhar ao Bacen numerário não utilizável, na forma deste Regulamento;
VI - distribuir moedas metálicas;
VII - recolher numerário, seguindo instruções do Bacen; e
VIII - cumprir as políticas de meio circulante definidas pelo Bacen.
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Caixa Econômica Federal


A Caixa Econômica Federal foi criada em 1861 e está regulada pelo Decre-
to-Lei 759/69 como empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda.

Trata-se de uma instituição assemelhada aos bancos comerciais, poden-


do captar depósitos à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação de
serviços. Uma característica distintiva da Caixa é que ela prioriza a concessão
de empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de assis-
tência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esporte. Pode
operar com crédito direto ao consumidor, financiando bens de consumo du-
ráveis, emprestar sob garantia de penhor industrial e caução de títulos, bem
como tem o monopólio do empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob
consignação e tem o monopólio da venda de bilhetes de loteria federal.

Além de centralizar o recolhimento e posterior aplicação de todos os re-


cursos oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), integra o
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro
da Habitação (SFH).

Cooperativas de crédito
As cooperativas de crédito observam, além da legislação e normas do
sistema financeiro, a Lei 5.764/71, que define a política nacional de coope-
rativismo e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas. Atuando
tanto no setor rural quanto no urbano, as cooperativas de crédito podem se
originar da associação de funcionários de uma mesma empresa ou grupo
de empresas, de profissionais de determinado segmento, de empresários ou
mesmo adotar a livre admissão de associados em uma área determinada de
atuação, sob certas condições. Os eventuais lucros auferidos com suas ope-
rações – prestação de serviços e oferecimento de crédito aos cooperados –
são repartidos entre os associados.

As cooperativas de crédito devem adotar, obrigatoriamente, em sua de-


nominação social, a expressão “Cooperativa”, vedada a utilização da palavra
“Banco”. Devem possuir o número mínimo de 20 cooperados e adequar sua
área de ação às possibilidades de reunião, controle, operações e prestações
de serviços. Estão autorizadas a realizar operações de captação por meio de
depósitos à vista e a prazo somente de associados, de empréstimos, repasses
e refinanciamentos de outras entidades financeiras, e de doações.

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Conforme o determinado pela Resolução Bacen 2.771/2000, os depósitos


realizados nas cooperativa de crédito não são amparados pelo Fundo Garan-
tidor de Crédito, sendo obrigatório informar o cooperado quando do depó-
sito. Podem conceder crédito, somente a associados, por meio de desconto
de títulos, empréstimos, financiamentos, e realizar aplicação de recursos no
mercado financeiro (Resolução CMN 3.106/2003).
As cooperativas rurais, na prática, atuam basicamente no setor primário
da economia, tendo como objetivo viabilizar financeiramente o escoamento
das safras agrícolas bem como criar um mecanismo de melhor comercializa-
ção desses produtos.

Demais instituições financeiras


Agências de fomento
As agências de fomento têm como objeto social a concessão de financia-
mento de capital fixo e de giro associado a projetos na Unidade da Federação
onde tenham sede. Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima
de capital fechado e estar sob o controle de Unidade da Federação, sendo que
cada Unidade só pode constituir uma agência. Tais entidades têm status de ins-
tituição financeira, mas não podem captar recursos junto ao público, recorrer
ao redesconto, ter conta de reserva no Banco Central, contratar depósitos in-
terfinanceiros na qualidade de depositante ou de depositária e nem ter partici-
pação societária em outras instituições financeiras. De sua denominação social
deve constar a expressão “Agência de Fomento” acrescida da indicação da
Unidade da Federação Controladora. É vedada a sua transformação em qual-
quer outro tipo de instituição integrante do Sistema Financeiro Nacional. As
agências de fomento devem constituir e manter, permanentemente, fundo de
liquidez equivalente, no mínimo, a 10% do valor de suas obrigações, a ser inte-
gralmente aplicado em títulos públicos federais (Resolução CMN 2.828/ 2001).

Associações de poupança e empréstimos


As associações de poupança e empréstimo são constituídas sob a forma
de sociedade civil, sendo de propriedade comum de seus associados. Suas
operações ativas são, basicamente, direcionadas ao mercado imobiliário e
ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH). As operações passivas são consti-
tuídas de emissão de letras e cédulas hipotecárias, depósitos de cadernetas
de poupança, depósitos interfinanceiros e empréstimos externos. Os depo-
sitantes dessas entidades são considerados acionistas da associação e, por
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isso, não recebem rendimentos, mas dividendos. Os recursos dos depositan-


tes são, assim, classificados no patrimônio líquido da associação e não no
passivo exigível.

Bancos de câmbio
Os bancos de câmbio são instituições financeiras autorizadas a realizar,
sem restrições, operações de câmbio e operações de crédito vinculadas às de
câmbio, como financiamentos à exportação e importação e adiantamentos
sobre contratos de câmbio, e ainda a receber depósitos em contas sem remu-
neração, não movimentáveis por cheque ou por meio eletrônico pelo titular,
cujos recursos sejam destinados à realização das operações acima citadas. Na
denominação dessas instituições deve constar a expressão “Banco de Câmbio”.

Bancos de desenvolvimento
Os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras controladas
pelos governos estaduais, e têm como objetivo precípuo proporcionar o su-
primento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamen-
to, a médio e a longo prazo, de programas e projetos que visem promover
o desenvolvimento econômico e social do respectivo estado. As operações
passivas são depósitos a prazo, empréstimos externos, emissão ou endosso
de cédulas hipotecárias, emissão de cédulas pignoratícias de debêntures e
de Títulos de Desenvolvimento Econômico. As operações ativas são emprés-
timos e financiamentos, dirigidos prioritariamente ao setor privado. Devem
ser constituídos sob a forma de sociedade anônima, com sede na capital do
estado que detiver seu controle acionário, devendo adotar, obrigatória e pri-
vativamente, em sua denominação social, a expressão “Banco de Desenvol-
vimento”, seguida do nome do estado em que tenha sede.

Bancos de investimento
Os bancos de investimento são instituições financeiras privadas especia-
lizadas em operações de participação societária de caráter temporário, de
financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de
giro e de administração de recursos de terceiros. Devem ser constituídos sob
a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua denomi-
nação social, a expressão “Banco de Investimento”. Não possuem contas- -cor-
rentes e captam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos externos,
internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles administrados.
As principais operações ativas são financiamento de capital de giro e capital
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fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos interfi-


nanceiros e repasses de empréstimos externos (Resolução CMN 2.624/99).

Principais operações:

Ativas:

 financiamento de capital fixo;

 repasses de recursos de instituições financeiras oficiais;

 subscrição à aquisição de títulos e valores mobiliários;

 financiamento à produção de bens exportáveis;

 repasses de empréstimos externos.

Passivas:

 depósitos a prazo fixo;

 captação de empréstimos externos;

 emissão ou endosso de cédulas hipotecárias;

 depósitos de valores mobiliários em garantia.

Banco Nacional de Desenvolvimento


Econômico e Social (BNDES)
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
criado em 1952 como autarquia federal, foi enquadrado como uma empresa
pública federal, com personalidade jurídica de direito privado e patrimônio
próprio, pela Lei 5.662/71. O BNDES é um órgão vinculado ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e tem como objetivo apoiar
empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do país.

Suas linhas de apoio contemplam financiamentos de longo prazo e


custos competitivos, para o desenvolvimento de projetos de investimentos
e para a comercialização de máquinas e equipamentos novos, fabricados no
país, bem como para o incremento das exportações brasileiras. Contribui,
também, para o fortalecimento da estrutura de capital das empresas priva-
das e desenvolvimento do mercado de capitais.

A BNDESPAR, subsidiária integral, investe em empresas nacionais através


da subscrição de ações e debêntures conversíveis. O BNDES considera ser de
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fundamental importância, na execução de sua política de apoio, a observân-


cia de princípios ético-ambientais e assume o compromisso com os princí-
pios do desenvolvimento sustentável. As linhas de apoio financeiro e os pro-
gramas do BNDES atendem às necessidades de investimentos das empresas
de qualquer porte e setor, estabelecidas no país. A parceria com instituições
financeiras, com agências estabelecidas em todo o país, permite a dissemina-
ção do crédito, possibilitando um maior acesso aos recursos do BNDES.

Repasse
O BNDES opera direta ou indiretamente, nesse caso através da rede de
agentes financeiros e privados credenciados, que compreendem os bancos
de desenvolvimento, bancos de investimentos, bancos comerciais, financei-
ras e bancos múltiplos.

As solicitações de financiamentos ao BNDES devem ser iniciadas com uma


consulta prévia, na qual são especificadas as características básicas da em-
presa solicitante e do seu empreendimento, necessárias ao enquadramen-
to da operação nas Políticas Operacionais do BNDES. Essa consulta prévia
deve ser encaminhada diretamente ou por intermédio de um dos agentes
financeiros à Carteira Operacional de Enquadramento da Área de Crédito do
Sistema BNDES.

Para estimular os bancos credenciados a facilitarem o acesso ao crédi-


to às pequenas e microempresas o BNDES estabeleceu algumas medidas, a
saber:

 o Fundo de Garantia para a Promoção da Competitividade (FGPC) –


Fundo de Aval;

 o fim da exigência de garantias reais por parte dos agentes financeiros,


para créditos no valor de até R$500 mil;

 a “milhagem”, ou seja, para cada R$1 milhão que os agentes financeiros


disponibilizarem às micro e pequenas empresas, terão direito de rece-
ber 20% de acréscimo – R$200 mil – para repasse adicional nas regiões
Sul e Sudeste e 30% nas demais regiões do país.

Companhias hipotecárias
As companhias hipotecárias são instituições financeiras constituídas sob
a forma de sociedade anônima, que têm por objeto social conceder finan-

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ciamentos destinados à produção, reforma ou comercialização de imóveis


residenciais ou comerciais aos quais não se aplicam as normas do Sistema Fi-
nanceiro da Habitação (SFH). Suas principais operações passivas são: letras hi-
potecárias, debêntures, empréstimos e financiamentos no país e no exterior.

Suas principais operações ativas são: financiamentos imobiliários resi-


denciais ou comerciais, aquisição de créditos hipotecários, refinanciamentos
de créditos hipotecários e repasses de recursos para financiamentos imo-
biliários. Tais entidades têm como operações especiais a administração de
créditos hipotecários de terceiros e de fundos de investimento imobiliário
(Resolução CMN 2.122/94).

Cooperativas centrais de crédito


As cooperativas centrais de crédito, formadas por cooperativas singula-
res, organizam em maior escala as estruturas de administração e suporte de
interesse comum das cooperativas singulares filiadas, exercendo sobre elas,
entre outras funções, supervisão de funcionamento, capacitação de admi-
nistradores, gerentes e associados, e auditoria de demonstrações financeiras
(Resolução CMN 3.106/2003).

Por força da Resolução CMN 2.788/2000, as Cooperativas Centrais de Cré-


dito podem constituir Bancos Comerciais Cooperativos ou múltiplos com
carteira comercial, detendo 51% de suas ações e de capital fechado. Assim,
sua constituição e funcionamento são os mesmos dos bancos comerciais e
dos bancos múltiplos.

Sociedades de crédito, financiamento e investimento


As sociedades de crédito, financiamento e investimento, também co-
nhecidas por financeiras, foram instituídas pela Portaria do Ministério da Fa-
zenda 309/59. São instituições financeiras privadas que têm como objetivo
básico a realização de financiamento para a aquisição de bens, serviços e
capital de giro. Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima e
na sua denominação social deve constar a expressão “Crédito, Financiamen-
to e Investimento”.

Tais entidades captam recursos por meio de aceite e colocação de Letras


de Câmbio (Resolução CMN 45/66). Por força da Resolução Bacen 3.454/2007,
essas sociedades podem captar recursos através de Recibos de Depósito
Bancário (RDB).

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Principais operações:

Ativas:

 financiamento ao consumidor final de bens e serviços;

 financiamento de vendas à prestação;

 crédito pessoal.

Passivas:

 captação de recursos através da colocação de letras de câmbio;

 depósitos a prazo, exclusivamente RDB.

Sociedades de crédito imobiliário


As sociedades de crédito imobiliário são instituições financeiras criadas
pela Lei 4.380/64 para atuar no financiamento habitacional. Constituem ope-
rações passivas dessas instituições os depósitos de poupança, a emissão de
letras e cédulas hipotecárias e depósitos interfinanceiros. Suas operações
ativas são: financiamento para construção de habitações, abertura de crédi-
to para compra ou construção de casa própria, financiamento de capital de
giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de
construção. Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, ado-
tando, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão “Crédito
Imobiliário” (Resolução CMN 2.735/2000).

Sociedades de crédito ao microempreendedor


As sociedades de crédito ao microempreendedor, criadas pela Lei 10.194/
2001, são entidades que têm por objeto social exclusivo a concessão de fi-
nanciamentos e a prestação de garantias a pessoas físicas, bem como a pes-
soas jurídicas classificadas como microempresas, com vistas a viabilizar em-
preendimentos de natureza profissional, comercial ou industrial de pequeno
porte. São impedidas de captar, sob qualquer forma, recursos junto ao pú-
blico, bem como emitir títulos e valores mobiliários destinados à colocação
e oferta públicas. Devem se limitar a R$10.000,00 de créditos e prestações
de garantias por clientes. Devem ser constituídas sob a forma de companhia
fechada ou de sociedade por quotas de responsabilidade limitada, adotan-
do obrigatoriamente em sua denominação social a expressão “Sociedade de

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Sistema Financeiro Nacional I

Crédito ao Microempreendedor”, vedada a utilização da palavra “Banco” (Re-


solução CMN 2.874/ 2001).

Dica de estudo
 Saber como se efetua essa capacidade de criar moedas das instituições
financeiras bancárias.

Atividade
1. Indique se a frase está certa ou errada; se errada, justifique a resposta.

a) (BB-2009/001) São consideradas instituições financeiras as pes-


soas jurídicas, públicas ou privadas, que tenham como atividade
principal ou acessória a coleta, a intermediação ou a aplicação de
recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional
ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.

(( Certo.
(( Errado.

Gabarito
1.

a) Certo.

Referências
PORTAL DO BANCO CENTRAL DO BRASIL. Ministério da Fazenda. Disponível em:
<www.bcb.gov.br>. Acesso em: 10 mar. 2010.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Edital 021/2004. Disponível em: <www.bcb.gov.


br/?SISAUDPUB>. Acesso em: 12 mar. 2010.

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