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Desenvolvimento Humano
Material teórico
Linguagem, Pensamento e o Imaginário Infantil
Revisão Textual:
Profª. Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni
Linguagem, Pensamento e o Imaginário Infantil
• A Narrativa Infantil
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
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Unidade: Linguagem, Pensamento e o Imaginário Infantil
Contextualização
http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/desenvolvimento-e-
aprendizagem/pensamento-infantil-narrativa-crianca-489339.shtml
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As Primeiras Palavras e Pensamentos da Criança
Para Pensar
Como a criança pensa? É a resposta para essa e outras perguntas que iremos buscar nesta unidade.
Para tanto, investigaremos as relações entre o pensamento, a palavra, a narrativa e a ideologia.
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Unidade: Linguagem, Pensamento e o Imaginário Infantil
E continua.
O mundo que, aparentemente, era concreto e presencial, ganha uma nova dimensão: a
da representação. É um jogo, o jogo do faz-de-conta, por exemplo. Um jogo em que só é
possível entrar por meio da linguagem ou do pensamento.
Assim nascem as primeiras palavras, que têm um forte caráter imitativo e não têm um
significado fixo. De acordo com Fontana e Cruz (1997, p. 93), a criança pensa por imagens, e
são as imagens que marcam a significação que ela atribui às palavras.
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Quando brinca de faz-de-conta, a criança
utiliza a expressão gestual, a fala etc. para
externar seu imaginário. Todo o seu corpo
comunica a sua intenção.
Podemos, então, admitir que exista uma função simbólica mais ampla que a
linguagem, englobando, além do sistema de signos verbais, o do símbolo no
sentido estrito. Pode-se dizer, então, que a origem do pensamento deve ser
procurada na função simbólica. Mas também se pode, legitimamente,
sustentar que a função simbólica se explica pela formação das representações.
Piaget, (1999, p.79).
Essas primeiras palavras, que Piaget chama de primeiros esquemas verbais, têm
um forte caráter imitativo (elas são onomatopeias ou imitação de palavras
usadas na linguagem adulta) e não têm um significado fixo (seu significado
oscila, conforme as situações com que a criança defronta).
Tais características, segundo Piaget, são indicadores do tipo de pensamento
dominante na criança nesse período, o pensamento sincrético. [...].Fontana e
Cruz (1997, p. 91, grifo do original.).
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Unidade: Linguagem, Pensamento e o Imaginário Infantil
Sobre essa questão, Vygotsky argumenta que, para chegar ao conceito verdadeiro da
palavra, a criança precisa desenvolver várias funções intelectuais, como: a atenção deliberada,
abstração, memória lógica, capacidade de diferenciar e comparar.
Se você lesse a palavra “VATILA”, que significado ela teria para você? Certamente,
nenhum, pois é uma palavra que não existe. A palavra apenas tem relevância quando
acompanhada de seu significado. Para Vygotsky (1998), uma palavra sem significado é um
som vazio; o significado, portanto, é um critério da “palavra”, seu componente indispensável.
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A Narrativa Infantil
A narrativa é uma atividade sociocultural. Com ela, ordenamos nosso pensar. Sem
dúvida, ela é uma especificidade do ser humano. Através da narrativa, podemos contar algo
que já aconteceu ou que ainda está por vir. Com a narrativa, a criança desprende-se do aqui e
agora e lança-se na aventura do imaginário e da representação e, assim, fala de coisas que
não estão presentes.
Podemos narrar algo de forma oral ou por escrito, uma história real ou fictícia. A
narrativa é uma fala que conta fatos, acontecimentos passados, presentes ou, ainda, conta
fatos que apenas aconteceram na imaginação de alguém, como é o caso dos contos de fadas,
que se multiplicam na cabeça das crianças que leem ou ouvem suas histórias.
Contar algo para alguém significa colocar nossa visão de mundo ao interlocutor; ao
relatarmos um acontecimento ou uma história, apresentamos uma interpretação própria dos
fatos. Narramos os fatos como os vemos e os entendemos; é nossa forma singular de estarmos
no mundo.
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Macedo e Sberp (2007), nas considerações finais de seu trabalho, colocam que o
intercâmbio de narrativas propicia a socialização e a troca de experiências entre os
interlocutores.
Para Pensar
A Casa
Vinicius de Moraes
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Para iniciarmos nosso estudo sobre o imaginário infantil, é preciso, em primeiro lugar,
falar sobre a cultura lúdica. A cultura lúdica não é um fenômeno isolado e está inserida na
cultura geral de uma determinada sociedade. Essa cultura é individual e compartilhada. De
forma geral, toda cultura refere-se ao que é compartilhado, permitindo que uma criança
brinque com outras crianças; todavia a criança brinca, também, sozinha.
Arraigada em uma determinada cultura lúdica, a criança e seu imaginário
desenvolvem-se no ato de brincar. Para melhor entendermos o que é uma cultura lúdica,
vamos nos apropriar das ideias de Gilles Brougère (1998, s/p):
Observamos, na citação acima, que o autor aponta para um estudo que abrange os
dois tipos de conceito. Fundamentalmente, estaremos estudando o processo de formação de
conceitos, levando em conta, também, os fatores internos e externos da criança que
desenvolve conceitos.
Vygotsky argumenta, ainda, que o aprendizado é uma fonte de formação de
conceitos para a criança em idade escolar, uma força que direciona o desenvolvimento de
conceitos. Nesse sentido, podemos concluir que a instituição escolar e o professor são os
grandes responsáveis pelo desenvolvimento de conceitos não-espontâneos ou científicos.
O autor fala, ainda, da importância do aprendizado escolar:
O aprendizado escolar induz o tipo de percepção generalizante,
desempenhando assim um papel decisivo na conscientização da criança dos
seus próprios processos mentais. Os conceitos científicos, com o seu sistema
hierárquico de inter-relações, parecem constituir o meio no qual a consciência
e o domínio se desenvolvem, sendo mais tarde transferidos a outros conceitos
e a outras áreas do pensamento. A consciência reflexiva chega à criança
através dos portais dos conhecimentos científicos. Vygotsky (1998, p. 115).
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É, sem dúvida, a escola a instituição que garantirá o desenvolvimento dos conceitos
científicos e a aprendizagem dos conceitos científicos por parte da criança. A escola é lugar
privilegiado para auxiliar a criança a fazer a passagem da aprendizagem espontânea para a
aprendizagem dos conceitos científicos e estabelecer uma ligação entre elas. A escola,
ampliando e modificando a percepção do aprendiz, poderá levá-lo à conscientização reflexiva
sobre o significado das coisas, sobre os conceitos.
Vygotsky lembra que os conceitos científicos que a criança aprende na escola são
mediados por outros conceitos já internalizados, o que nos remete à certeza de que, nos
processos de ensino aprendizagem, é fundamental considerar os conhecimentos prévios do
aluno, os conceitos aprendidos anteriormente pela criança, conhecimentos que a criança
construiu espontaneamente ou não.
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Material Complementar
Site: http://sites.cruzeirodosulvirtual.com.br/biblioteca/
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Anotações
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Unidade: Linguagem, Pensamento e o Imaginário Infantil
Referências
BROUGÈRE, Gilles. A criança e a cultura lúdica. Revista Fac. Educ. vol.24 n.2 São Paulo
July/Dec. 1998. Site: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
25551998000200007. Acesso em 05/01/2013.
FONTANA, Roseli; CRUZ, Maria Nazaré. Psicologia e trabalho pedagógico. São Paulo:
Atual, 1997.
PIAGET, Jean. Seis estudos de Psicologia, - Trad. Maria Alice M. D’Amorim e Paulo
Sérgio L. Silva, Rio de Janeiro, 24ª ed. editora Forense. 1999. E-book.
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