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Fundamentos do

Clima
Universidade Federal de Pernambuco
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Departamento de Arqueologia
Geoarqueologia I
Prof. Bruno Tavares
Clima e Tempo
• Acumulação de conhecimentos práticos sobre tempo e
clima – observação de fenômenos meteorológicos e
suas consequências, buscando relação entre fenômenos
e estabelecendo leis.

• Popularização de temas que envolvem tempo e clima


decorrente da difusão do tema aquecimento global na
mídia.
COMPREENSÃO DA
CLIMATOLOGIA

FATORES ASTRONÔMICOS
CONTROLES FÍSICOS +
DO CLIMA FATORES TERRESTRES

DIFERENTES CLIMAS NA VARIAÇÃO DA QUANTIDADE


TERRA DE ENERGIA QUE CHEGA NA
SUPERFÍCIE DA TERRA.
Climatologia e Meteorologia
• METEOROLOGIA: ciência da atmosfera relacionada com
seu estado físico e com o estudo dos fenômenos
atmosféricos, sobretudo para previsão do tempo.

• CLIMATOLOGIA: subdivisão da Geografia física,


preocupa-se em estudar a evolução dos fenômenos
atmosféricos e sua espacialização.
Clima e Tempo
• TEMPO: Estado médio da atmosfera numa dada porção
de tempo num dado lugar.

• CLIMA: Síntese do tempo num dado lugar durante um


período de 30-35 anos. O clima, portanto, refere-se às
características da atmosfera, inferidas de observações
contínuas durante um longo período.
CLIMA E TEMPO

O clima apresenta uma generalização, enquanto


o tempo lida com eventos específicos.
Tempo Meteorológico
• Condição de curto prazo, do dia a dia da atmosfera;
• Contrasta com o clima  média a longo prazo;
• Elementos do tempo: temperatura, pressão
atmosférica, umidade relativa, velocidade e direção do
vento e fatores sazonais;

• CPTEC;
• INPE;
• WMO (World Meteorological Organization).
CLIMATOLOGIA
A ANÁLISE RÍTMICA EM
CLIMATOLOGIA
• Clima como um fenômeno geográfico;

 Contraposição à concepção abstrata e irreal do clima


como um estado médio da atmosfera;

 Investigação do mecanismo sequencial dos diferentes


tipos de tempo e explicar o principal fato proposto
pela teoria: o ritmo climático atual;
CLIMATOLOGIA
A ANÁLISE RÍTMICA EM
CLIMATOLOGIA
• Destacam-se as peculiares irregularidades, agressividades e
os extremos do clima, que longe de serem exceções, se
constituem em eventos de imensa importância aos
processos de interação geográfica, uma vez que são esses
que repercutem mais sensivelmente nas atividades
humanas (TAVARES e MENDONÇA, 2010);

• Desprezo pelas médias do clima e observação mais


minuciosa das variações dos elementos do clima (TORRES e
MACHADO, 2011);
CLIMATOLOGIA
A ANÁLISE RÍTMICA EM
CLIMATOLOGIA
• No Brasil: Carlos Augusto Figueiredo Monteiro

“A análise rítmica consiste na representação do


ritmo climático através de gráficos que são longas
faixas de representação diária concomitante de
todos os atributos atmosféricos mensuráveis sobre
um lugar, acompanhados de da informação sobre o
sistema meteorológico atuante em cada dia”
(MONTEIRO, 1972, p. 30).

Gráfico de Análise Rítmica. Fonte: Ferreira, 2012.


ATMOSFERA
• Vital à vida terrestre a atmosfera envolve em uma
espessura de apenas 1% do raio do planeta;
• Evolução de pelo menos 400 milhões de anos;
• Seu estudo envolve observações e teorias, e, desde a
década de 1960, modelagem numérica;
• Invenção de instrumentos  Termômetro e
barômetro, demonstração da compressão do ar.
ATMOSFERA
• Aquecimento solar diferencial de latitudes baixas e
altas é o mecanismo que move as circulações
atmosféricas e oceânicas de grande escala na Terra;

• Maior parte da energia que vem do sol atinge a


superfície da Terra;

• A atmosfera e a superfície da Terra, juntas, irradiam


radiação solar de volta ao espaço;
Energia Absorvida
ATMOSFERA

• Aquecimento solar diferencial nas regiões


tropicais e nas altas latitudes;
• Latitudes de 35° ao equador, existe um
excesso de energia solar incidente em relação
à energia de ondas longas que deixa a Terra;
• Após as latitudes de 35° até os polos, a perde
de ondas longas excede o influxo solar;
ENERGIA SOLAR
• Equilíbrio radiativo;

• A existência dessas diferenças de calor entre as


latitudes é evidência direta de que deve haver uma
transferência geral de energia das latitudes menores
para as maiores, por meio das circulações
atmosféricas e oceânicas;

• O influxo solar dá razão ao gradiente térmico


enquanto que as circulações trabalham na
diminuição desses gradientes;
CIRCULAÇÃO GERAL

• Transporte atmosférico;
• Circulação de Hadley em latitudes menores e ciclones
e anticiclones nas latitudes maiores;
• Três células da circulação atmosférica hemisférica 
mecanismo para a produção de alta pressão nos
subtrópicos;
• No equador, as células de Hadley dominam os ventos
alísios;
Circulação Atmosférica
PALEOCLIMAS E O
QUATERNÁRIO
• Paleoclimatologia década de 1960;
• Eras glaciais;
• Quaternário;
• Mudanças climáticas globais nos últimos 2 Ma;
• Testemunhos na Groenlândia e Antártica, revelaram
mudanças bruscas ao longo do Quaternário;
• Mantos de gelo, anéis de árvores, sedimentos em lagos
e pântanos, camadas sedimentares continentais são
alguns dos registros que remontam a história recente
do clima da Terra.
CARACTERÍSTICAS DO
QUATERNÁRIO
Grandes oscilações climáticas
Mudanças climáticas de alta magnitude e freqüência
geológica, em relação ao esfriamento homogêneo do
Terciário.
QUESTÕES SOBRE O
QUATERNÁRIO
Evidências?
• Quais evidencias foram utilizadas para verificar
“padrões” de mudanças climáticas pretéritas ?
Grande flutuação da temperatura
• Temperaturas médias podem ter flutuado em até
15 Celsius, com variações similares na precipitação;
Controle Orbital
• A maior parte dos cientistas concorda que as
flutuações climáticas ao longo do Quaternário são,
em grande parte, controladas pelas diversas formas
pelas quais a órbita da Terra ao redor do Sol varia
(Mecanismos de Millankovitch).
SISTEMA CLIMÁTICO GLOBAL

• Interação atmosfera x oceano;


• Esses sistemas armazenam e transportam
grandes quantidades de energia, agindo como
um regulador para mudanças atmosféricas
mais rápidas;
• Sistema climático  marcado pelas
variabilidades de escalas temporais e espaciais;
• Elemento humano dentro do sistema climático;
• Responsável por mudanças??
SISTEMA CLIMÁTICO GLOBAL
• Interação atmosfera x oceano;
• Esses sistemas armazenam e transportam
grandes quantidades de energia, agindo como
um regulador para mudanças atmosféricas
mais rápidas;
• Sistema climático  marcado pelas
variabilidades de escalas temporais e espaciais;
• Elemento humano dentro do sistema climático;
• Responsável por mudanças??
CIRCULAÇÃO GERAL
CÉLULA DE HADLEY
 Célula de Hadley: direção norte-sul.
 A ZCIT está localizada no ramo ascendente da
célula de Hadley  um dos sistemas
meteorológicos mais importantes que atuam
nos trópicos;
 As altas subtropicais estão localizadas no
ramo descendente da célula de Hadley;
 Parte integrante da circulação de grande
escala da atmosfera.
CÉLULA DE HADLEY

Circulação geral da atmosfera. Imagem do Satélite GOES-10. Fonte:


Fonte: http://www.geology.um.maine.edu/ges121/lectures/20-
monsoons/hadley.jpg
CÉLULA DE WALKER

 Célula de Walker: direção leste-oeste.


 Um dos sistemas meteorológicos mais
importantes que atuam nos trópicos.
 Parte da variabilidade climática é
impulsionada pelas variações dessas
circulações (Hadley-Walker) em várias escalas
de tempo (ex. escala interanual – ENOS).
Circulação de Walker.
Fonte: http://www.climate.gov/news-features/blogs/enso/walker-circulation-ensos-
atmospheric-buddy
TSM NO OCEANO PACÍFICO
TROPICAL: EL NIÑO
• O ENSO descreve variações ano a ano no oceano e
na atmosfera do Oceano Pacífico tropical.
• Temperaturas da superfície do mar no centro e
leste do Pacífico equatorial ficam abaixo ou acima
da média.
• El Niño  Oceano Pacífico (central/leste) está mais
aquecido que o normal;
• La Niña  Oceano Pacífico central e leste está mais
aquecido que o normal;
Um evento de La Niña usualmente segue um evento de El
Niño
Anomalias de TSM do Pacífico central/leste. Fonte:
https://www.climate.gov/
QUAIS SÃO AS CONDIÇÕES
NORMAIS?
• Durante anos normais (ou na média) 
pressões atmosféricas são menores no oeste
do oceano Pacífico (Darwin), e relativamente
mais alta no centro/leste Pacífico (Tahiti);

• Esta diferença na pressão movimenta o ar


equatorial (ventos alísios), da costa oeste da
América do Sul para o oeste do Oceano
Pacífico.
QUAIS SÃO AS CONDIÇÕES
NORMAIS?
• Ventos alísios empurram a água superficial de
leste para oeste no Pacífico;
• A água fria das regiões profundas do oceano
emerge para compensar a superfície de água
empurrada para oeste  ressurgência 
condições neutras;
QUAIS SÃO AS CONDIÇÕES
NORMAIS?
• Quando a água superficial chega ao Pacífico
oeste, as massas continentais ela se empilha,
fazendo com que o nível do mar suba
aproximadamente 50cm em torno da
Indonésia do que é na costa do Equador. A
água se acumula e fica parada, continuando
aquecida;
QUAIS SÃO AS CONDIÇÕES
NORMAIS?
• Ventos alísios  TSM mais elevadas no
oeste (Austrália e Indonésia) e mais baixas
no leste (costa oeste da América do Sul) 
ventos alísios;
• Gradiente da TSM do Pacífico  reforça os
ventos alísios  feedback positivo;
• Sistema acoplado oceano-atmosfera.
TSM NO OCEANO PACÍFICO
TROPICAL: EL NIÑO
• Durante o El Niño o ciclo frequentemente
começa com ventos alísios enfraquecidos  a
fonte deste enfraquecimento não é aparente;

• Os ventos alísios enfraquecidos reduzem a


quantidade de água superficial que é
empurrada para oeste e a água superficial
permanece aquecida.
TSM NO OCEANO PACÍFICO
TROPICAL: EL NIÑO
• As águas mais aquecidas diminuem a pressão
através do Pacífico central e leste,
enfraquecendo o gradiente de pressão que
normalmente forçaria o os alísios entre o Tahiti
para Darwin  enfraquecimento dos alísios;

• Feedback positivo que pode sustentar tais


condições por mais de um ano;
TSM NO OCEANO PACÍFICO
TROPICAL: EL NIÑO
• Deslocamento da Célula de Walker;

Circulação de Walker normal e em condições de El Niño.


Fonte: http://www.climate.gov/news-features/blogs/enso/walker-circulation-ensos-atmospheric-buddy
TSM NO OCEANO PACÍFICO
TROPICAL: EL NIÑO
 O ramo descendente da célula de Walker se desloca
para a região sobre a Amazônia Central inibindo a
convecção;
 Os ventos alísios de nordeste estão mais fracos,
diminuindo o fluxo de umidade vinda dos oceanos
que penetra na região Amazônica.
 Ventos alísios de nordeste enfraquecidos  ZCIT
posicionada mais ao norte em relação à posição
climatológica  anos secos na região Norte e
Nordeste do Brasil.
 Em anos de El Niño, a Região Nordeste do
Brasil fica localizada na região
preferencialmente de subsidência (ao sul da
ZCIT) que inibe a precipitação.
TSM NO OCEANO PACÍFICO
TROPICAL: EL NIÑO
 http://enos.cptec.inpe.br/anima/el_nino.html

NORMAL: EL NIÑO:
Anomalia de TSM: La
Niña 1988-89 e El Niño
1997-98.
Fonte: Amaro e Molion,
2008.

Desvios de precipitação
em cm/mês: La Niña
1988-89 e El Niño 1997-
98.
Fonte: Amaro e Molion,
2008.
CLIMA DA REGIÃO
NORDESTE
Precipitação – variável mais importante para os
trópicos

• Acentuada variabilidade interanual, sobretudo na


precipitação;
• Anos muito secos x anos muito chuvosos;

“A variabilidade interanual da distribuição de chuvas no NEB


está intimamente relacionada com as mudanças nas
configurações de circulação atmosférica de grande escala e
interações oceano-atmosfera no Pacífico e Atlântico” (Molion
& Bernardo, 2002, p. 1334).
ZCIT E O CLIMA NO
NORDESTE
• Posicionada entre 10º a 14ºN entre agosto
e setembro e a 4ºS entre março e abril (em
anos chuvosos se posiciona em 5ºS);
• Molion & Nobre (1998)  associação entre
a ZCIT e anomalias de chuva no NEB;
• ZCIT e penetração de sistemas frontais:
chuva sobre o NEB;
Precipitação vinculada à presença da ZCIT sobre a América do
ZCIT E O CLIMA NO
NORDESTE
• A TSM é um dos fatores determinantes na posição e intensidade da
ZCIT: geralmente está situada sobre ou próximo às altas TSMs.

Interação da ZCIT com a TSM para um ano Interação da ZCIT com a TSM para um ano
chuvoso no NNE. Fonte: Nobre e Molion, 1986. seco no NNE. Fonte: Nobre e Molion, 1986.
LITORAL DO NORDESTE

• Máximos pluviométricos no primeiro


semestre do ano;
• ZCIT  sistema atmosférico mais importante
no que diz respeito à precipitação;
• Atuação máxima no verão e no outono () 
período chuvoso da região;
LITORAL ORIENTAL DO
NORDESTE
• Entre 13 e 22 de julho de 1975  sistema frontal
cruzou o equador e dissipou-se no Golfo do
México, a cerca de 20ºN;

Cheias no Recife em julho de 1975.


SERTÃO
• Baixos totais pluviométricos, déficit hídrico;
• Precipitação concentrada entre verão e
outono  ZCIT posicionada mais ao sul;
• No inverno  ZCIT mais ao norte;
• Movimentos descendentes da atividade
convectiva que ocorre oeste-noroeste da
Amazônia;
• Pode sofrer influência de VCANs, ondas de
leste ou frentes frias;
SERTÃO
• Ventos alísios de leste: influenciam o litoral
do nordeste mas não o sertão;
• Relevo  Planalto da Borborema 
sombra pluvial;

NO ENTANTO, ACREDITA-SE QUE A CAUSA DOS BAIXOS


TOTAIS PLUVIOMÉTRICOS DA REGIÃO ESTEJA MAIS
ASSOCIADO A MECANISMOS DINÂMICOS DE GRANDE
ESCALA DO QUE COM A TOPOGRAFIA.
SECA
 Esquemas de classificação das zonas
climáticas  disponibilidade de umidade,
através do balanço entre o suprimento
(precipitação) e as perdas
(evapotranspiração).

As terras secas são portanto aquelas em


que a evapotranspiração excede a
precipitação.
SECA
A classificação mais usada é a da ONU, UNEP
(1992), que aplica o índice de aridez IA;
IA = P/PET.
Onde P é a precipitação anual e PET a
evapotranspiração potencial, calculada a partir
de dados meteorológicos.
IA Categoria
< 0.05 Hiper-árido
0.05 - 0.2 Árido
0.2 - 0.5 Semi-árido
0.5 - 0.65 Sub-úmido Seco
SECA
 Demanda de recurso hídrico em
relação à falta d’água;
 Precipitação, temperatura, volume de
umidade, crescimento das culturas;
 Seca meteorológica;
 Seca hidrológica;
 Seca socioeconômica;
CABACEIRAS -
PB
Distúrbios Ondulatórios
de Leste
• Os DOL’s se formam na área de influência dos
Ventos Alísios e ocorrem na área próxima à Linha
do Equador, na Zona de Convergência
Intertropical. Deslocam-se de Leste para Oeste,
ou seja, da costa africana à costa brasileira, onde
provocam chuvas (principalmente na Zona da
Mata nordestina, que se estende do Recôncavo
Baiano ao litoral Rio Grande do Norte, podendo
também ocasioná-las no Ceará).
Distúrbios Ondulatórios
de Leste
• As perturbações são propagadas desde o oeste
africano até o Atlântico tropical, com atividade
máxima no inverno austral;
• Essas perturbações são importantes por que
modulam convecção, e consequentemente, a
precipitação no oeste da África;
• Quando essas ondas atravessam o Atlântico,
podem evoluir para tempestades tropicais.
Distúrbios Ondulatórios
de Leste
• Atuação de 3 a 5 dias e uma propagação para oeste
com uma velocidade de 8 m/s;

• No nordeste do Brasil os DOLs tem uma ação


fundamental na convecção em grande parte dos
eventos de escala mesossinótica provenientes do
oceano;
DOLs - Chuvas de 2010

• Ondas de Leste;
• Temperatura elevada do Oceano Atlântico
Tropical;
• Dupla frente fria;
• Maceió  350 mm em três dias;
• Recife  acumulado de 465 mm em três dias;
Agravantes de ordem
topográfica e fluvial

• Eixos do rio Ipojuca, Uma, Tracunhaém, e


Mundaú possuem grande declividade;
• A alta declividade do curso dos rios aumenta a
força cinética do fluxo dos canais;

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