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Geofísica – SBGf.

Geofísica é o estudo da Terra usando medidas físicas tomadas na sua


superfície. Nem sempre é fácil estabelecer uma fronteira entre Geologia e
Geofísica. A diferença fica, primariamente, no tipo de dados com os quais se
manipula.

A Geologia envolve o estudo da Terra através de observações diretas de


rochas que estão expostas na superfície ou de amostras retiradas de poços
perfurados com esta finalidade e a conseqüente dedução de sua estrutura,
composição e história geológica pela análise de tais observações.

A Geofísica, por outro lado, envolve o estudo daquelas partes profundas da


Terra que não podemos ver através de observações diretas, medindo suas
propriedades físicas com instrumentos sofisticados e apropriados, geralmente
colocados na superfície. Também inclui a interpretação dessas medidas para
se obter informações úteis sobre a estrutura e sobre a composição daquelas
zonas inacessíveis de grandes profundidades.

A distinção entre estas duas linhas de ciências da Terra não é muito bem
percebida. Perfis de Poços, por exemplo, são largamente usados em estudos
geológicos, embora eles apresentem resultados meramente obtidos em
observações instrumentais. O termo "Geofísica de Poço" geralmente é usado
para designar tais medições.

Earthquake Focus

De uma maneira geral, a Geofísica fornece as ferramentas para o estudo da


estrutura e composição do interior da Terra. Quase tudo o que conhecemos sobre
a Terra, abaixo de limitadas profundidades que os poços e as minas subterrâneas
atingem, provém de observações geofísicas. A existência e as propriedades da
crosta terrestre, do manto e do núcleo foram basicamente determinadas através
de observações das ondas sísmicas geradas por terremotos (figura ao lado),
assim como por medições das propriedades gravitacionais, magnéticas e térmicas
da Terra.

Muitas das ferramentas e técnicas desenvolvidas para tais estudos têm sido
usadas na exploração de hidrocarbonetos e de minérios. Ao mesmo tempo, os
métodos geofísicos usados nas aplicações de prospecção têm sido aplicados em
pesquisas mais acadêmicas sobre a natureza do interior da Terra.

Dentre os diversos métodos geofísicos usados para prospecção e pesquisa, os


principais são:

1. Gravitacional

Mede as variações do campo gravitacional terrestre provocadas por corpos


rochosos dentro da crosta até poucos quilômetros de profundidade. Estas
variações são influenciadas pelas diferentes densidades das rochas, tendo as
mais densas, maior influência no campo gravitacional. A figura abaixo serve para
ilustrar a variação deste campo gravitacional: um mesmo corpo (massa
constante) mostrará pesos diferentes para diferentes locais, se as rochas
subjacentes tiverem densidades diferentes, o que normalmente acontecerá.
Entretanto, estas variações são de uma magnitude muito pequena, podendo
apenas ser quantificadas por aparelhos especiais, denominados gravímetros.

Fig. 02 – Método Gravitacional

2. Magnético
Este método mede as variações do campo magnético da Terra, atribuídas a
variações na estrutura da crosta ou na susceptibilidade magnética, de certas
rochas, próximo à superfície. Emprega-se este método na prospecção de
materiais magnéticos, como minérios de ferro, principalmente a magnetita.

3. Elétricos

Os métodos elétricos fazem uso de uma grande variedade de técnicas, cada uma
baseada nas diferentes propriedades elétricas e características dos materiais que
compõem a crosta terrestre.

3.1. Resistividade

Este método fornece informações sobre corpos rochosos que tenham


condutividade elétrica anômala. É empregado pela engenharia para estudos de
salinidade de lençóis de água subterrânea.

Fig. 03 – Resistividade

3.2. Potencial Espontâneo


É usado para detectar a presença de certos minerais que reagem com eletrólitos
na subsuperfície de maneira a gerar potenciais eletroquímicos. Um corpo de
sulfeto oxidado mais no seu topo do que na sua base dará origem a tais
correntes elétricas, que são detectadas na superfície com o auxilio de eletrodos
e galvanômetros.

Fig.04 – Potencial Espontâneo

3.3. Polarização Induzida

Fornece leituras diagnósticas onde existem trocas iônicas na superfície de grãos


metálicos, tal como acontece em sulfitos.
Fig. 05 – Reflexão

3.4. Magnetotelúrico

Usa correntes naturais no interior da Terra e as anomalias são procuradas


quando da passagem destas correntes através dos materiais. É bastante
empregado na Rússia no mapeamento de bacias sedimentares no início de uma
prospecção para petróleo.

3.5. Eletromagnético

Como o nome sugere, este método baseia-se na propagação de campos


eletromagnéticos de baixas freqüências que variam ao longo do tempo, de dentro
para fora e de fora para dentro da Terra. Este método é mais comumente usado
na prospecção mineral
.

4. Sísmicos
São os métodos que baseiam-se na emissão de ondas sísmicas artificiais em
sub-superfície ou no mar (geradas por explosivos, ar comprimido, queda de pesos
ou vibradores), captando-se os seus "ecos" depois de percorrerem determinada
distância para o interior da crosta terrestre, serem refletidas e refratadas nas suas
descontinuidades e então retornando à superfície. Distinguimos dois tipos de
métodos sísmicos:

Reflexão:

Neste método, observa-se o comportamento das ondas sísmicas, após


penetrarem na crosta, serem refletidas em contatos de duas camadas de
diferentes propriedades elásticas e retornarem à superfície, sendo, então,
detectadas por sensores (geofones ou hidrofones). É o principal método usado na
prospecção de hidocarbonetos (petróleo e gás) por fornecerem detalhes da
estrutura da crosta, bem como de propriedades físicas das camadas que a
compõem.

Refração:

Aqui as ondas sísmicas propagam-se em sub-superfície e viajam a grandes


distâncias, sendo após captadas por sensores (geofones). As informações
obtidas por este método geralmente são de áreas em grande escala, trazendo
informações pouco detalhadas das regiões abaixo da superfície, situadas entre o
ponto de detonação e o ponto de captação.

Radioativo

Este método baseia-se nas propriedades radioativas de certos minérios


(minerais de urânio são bons exemplos). Através de aparelhos especiais
(contadores geiger e cintilômetros) estes minérios podem ser detectados a partir
da superfície da Terra.
Perfilagem de Poços

Os perfis de poços são usados principalmente na prospecção de petróleo e de


água subterrânea. Eles têm sempre como objetivo principal, a determinação da
profundidade e a estimativa do volume da jazida de hidrocarboneto ou do
aquífero. Para fazer uma perfilagem em um poço, são usadas diversas
ferramentas (sensores) acopladas a sofisticados aparelhos eletrônicos. Estes
sensores são introduzidos poço adentro, registrando, a cada profundidade, as
diversas informações relativas às características físicas das rochas e dos fluidos
em seus insterstícios (poros). As ferramentas utilizam diversas características e
propriedades das rochas, que podem ser elétricas, nucleares ou acústicas. Com
os sensores elétricos, detecta-se, por exemplo, a resistividade das rochas e a
identificação das mesmas se dá através de comparações dos valores obtidos na
perfilagem com os valores das resistividades de diversas rochas conhecidas e
determinadas em testes de laboratório. Com os sensores nucleares, detecta-se a
intensidade de radioatividade das rochas e dos fluidos em seus poros, podendo-
se inferir a composição mineralógica das mesmas. Com as ferramentas acústicas,
ultra-sons são emitidos em uma ponta da ferramenta a intervalos regulares e
detectados em sensores na outra ponta. O tempo que o sinal sonoro levou para
percorrer esta distância fixa e conhecida (chamado de tempo de trânsito) através
da parede do poço (ou seja, pela rocha) é medido e gravado no perfil. O
geofísico, mais tarde, compara estes tempos de trânsito com os tempos
determinados em laboratório para rochas de composições conhecidas, inferindo,
desta maneira, as composições mineralógicas das rochas atravessadas pelo poço
e determinando suas profundidades.
FIGURAS

Fig. 02 – Método Gravitacional


Fig. 03 – Resistividade
Fig.04 – Potencial Espontâneo

Fig. 05 – Reflexão
Fig. 06 – Refração

Fig. 07 – Radioativo
Fig.08 – Perfilagem de Poços

Geoquímica

É o ramo da ciência geológica que estuda a química do planeta. A geoquímica


aplica os princípios químicos aos processos que governam a abundância e
distribuição dos elementos nas diversas partes da Terra e nos corpos celestes
(cosmoquímica). A geoquímica procura entender as leis que governam a
distribuição dos elementos químicos nos diversos materiais que compõem o
interior e a superfície da Terra: magmas, rochas, minerais, minérios, água, etc.

Não há consenso entre os diversos autores quanto ao período da história que


se pode designar como o início da geoquímica. Alguns sugerem que os
trabalhos de George Bauer (Agrícola), conhecido como pai da Mineralogia, no
século 16, podem ser considerados como o início desse ramo da geologia.
Bauer nasceu na cidade mineira de Freiberg (Saxônia), na Alemanha.
Trabalhou como químico no laboratório da mina. Observando as minas, sugeriu
que as rochas eram decompostas na superfície da Terra pela água da chuva.
Posteriormente, a circulação da água subterrânea formava novas rochas em
grandes cavernas subterrâneas. Bauer não tentou quantificar as reações
químicas envolvidas, mas observou que a solução e deposição por fluidos
circulantes tinham um papel fundamental na formação do minério. Seus
trabalhos estão documentados no primeiro livro-texto de geologia e mineração:
De Re Metallica.

Os trabalhos de James Hutton (1726-1797), pai da Geologia, e Abraham


Werner (1750-1817) baseavam-se fortemente no conhecimento de química que
ambos possuíam. Hutton defendia a tese da formação de todas as rochas por
processos magmáticos – cristalização, a partir de um fundido seco
(plutonismo), enquanto Werner acreditava que todas as rochas eram formadas
pela precipitação de material dissolvido na água do mar (netunismo).

Na primeira metade do século 20, entretanto, é que a geoquímica ganha


destaque como um ramo da geologia, principalmente com os trabalhos de N. L.
Bowen, V. M. Goldschmidt e S. S. Goldich. Bowen era um cientista respeitado
e trabalhou no Carnegie Geophysical Laboratory, em Washingotn, D. C. (1910-
1930). Apesar do nome, boa parte dos trabalhos realizados no laboratório
tratava da geoquímica de altas temperaturas. Bowen realizou o primeiro
experimento sistemático de laboratório sobre a cristalização das rochas ígneas
e desenvolveu importantes diagramas de fase geológicos. Goldschmidt é
lembrado como o pai da Geoquímica Quantitativa. Ele publicou o primeiro
estudo geoquímico dos elementos e o primeiro livro-texto abrangente de
geoquímica quantitativa (1920-1945). Goldich, (1930-1940), publicou
numerosos artigos sobre a geoquímica das reações de intemperismo e estudos
sobre equilíbrio mineral em baixa temperatura.

Na segunda metade do século 20 importantes trabalhos de diversos cientistas


alargaram o campo da geoquímica, valendo citar, entre os principais: H.L.
Barnes - Geoquímica dos Depósitos Hidrotermais: H.C. Helgeson - Geoquímica
das Soluções Aquosas de Baixa Temperatura; H.D. Holland -- Geoquímica da
Água do Mar; F.D. Bloss - Cristaloquímica; Konrad Krauskopf - Termodinâmica
Geoquímica; Brian Mason -- Cristaloquímica; e R.M. Garrels and C. Christ –
Geoquímica das Soluções Aquosas.

Nascida como um ramo da geologia, a partir do casamento desta com a


química, a geoquímica hoje pode, por sua vez, ser dividida em diversas
subdisciplinas: Cristaloquímica, Geoquímica de Alta Temperatura, Geoquímica
de Baixa Temperatura (geoquímica dos processos exógenos), Geoquímica
Oceânica, Geoquímica Orgânica, Geoquímica dos Isótopos, Geoquímica
Ambiental e Geoquímica de Exploração Mineral ou Prospecção Geoquímica
(1).

A Geoquímica de Exploração Mineral, ou Prospecção Geoquímica, utiliza os


princípios da distribuição dos elementos na natureza na busca de indicações
para a localização de depósitos minerais de valor econômico. Seu uso
intensificou-se na década de 1940, com o emprego de técnicas
crescentemente sofisticadas nos trabalhos de exploração mineral. A
descoberta, em 1955, por Sir Alan Walsh, da Austrália, da possibilidade de se
usar o fenômeno da absorção atômica para a medição do teor de elementos
químicos nos materiais analisados, levou à criação do espectrômetro de
absorção atômica, permitindo a realização de análises químicas de minerais e
rochas a baixo custo e com grande rapidez. O desenvolvimento de modelos
portáteis, para uso no campo, levou a um incremento muito rápido da
prospecção geoquímica, principalmente na Austrália, Estados Unidos, Canadá,
na antiga União Soviética, Países Escandinavos e África do Sul.

No Brasil, na década de 1970, ocorreu um intenso movimento de exploração


mineral com a criação de uma empresa federal de pesquisa mineral, a CPRM,
diversas empresas estaduais, entre elas a CBPM, e a chegada de diversas
empresas multinacionais. Todas as regiões do país foram palco de trabalhos
de exploração mineral que envolvia mapeamento geológico, prospecção
geofísica e prospecção geoquímica.

A grande diversificação e ampliação do espectro de abrangência da


geoquímica nos dias atuais fizeram desta disciplina uma ferramenta de escolha
não só nos vários campos da pesquisa científica, como também na solução de
problemas em diversas áreas das atividades humanas.

No campo da pesquisa científica básica a geoquímica é fundamental nos


estudo da gênese e evolução das rochas ígneas, metamórficas e
sedimentares; no estudo da distribuição e migração dos elementos e seus
isótopos entre as diversas partes que compõem o planeta, assim como na
gênese e distribuição dos depósitos minerais na crosta terrestre.

No âmbito das aplicações da geoquímica como disciplina auxiliar no


atendimento das diferentes necessidades da sociedade contemporânea
destacam-se a prospecção geoquímica e a geoquímica ambiental.

A prospecção geoquímica, utilizada principalmente na busca de recursos


minerais, tem desempenhado um grande papel na descoberta de importantes
jazidas minerais nos últimos 50 anos, em todo o mundo. Nesse aspecto, seus
grandes usuários têm sido os serviços geológicos nacionais e estaduais em
diversos países do mundo, assim como as grandes empresas de mineração
multinacionais. Além da exploração mineral voltada para os depósitos de
minérios metálicos, a prospecção geoquímica também tem sido utilizada na
procura por minerais radioativos e combustíveis fósseis. Dados geoquímicos
são úteis no estudo dos ambientes deposicionais, e a geoquímica de superfície
pode ajudar a determinar a probabilidade de se encontrar óleo ou gás em
profundidade.

A geoquímica ambiental tem uma história mais recente, porém de grande


desenvolvimento nas últimas décadas. Seu campo é vasto, abrangendo o
estudo da química dos oceanos, desde o fluxo de poluentes nas zonas
costeiras, aos efeitos hidrotermais nas zonas profundas; o estudo da
distribuição do dióxido de carbono e outras substâncias na atmosfera, como,
por exemplo, as emissões industriais que provocam as chuvas ácidas; o estudo
das águas superficiais de lagos e rios e das águas subterrâneas, importante na
determinação da qualidade das águas para consumo humano; e o estudo dos
efeitos nocivos à saúde humana dos resíduos urbanos e dos defensivos
agrícolas. Técnicas geoquímicas de amostragem, análise e estatística de
águas e sedimentos superficiais permitem separar anomalias geoquímicas
naturais de anomalias oriundas de atividades humanas e assim auxiliar na
prevenção ou remediação de danos ecológicos. Como um instrumento de
diagnóstico e monitoramento do meio ambiente, a geoquímica também inclui
entre seus grandes usuários os governos nacionais, estaduais e municipais, as
organizações não-governamentais com preocupações ecológicas e empresas
privadas com grandes projetos industriais, que necessitam avaliar os impactos
negativos que suas atividades podem causar ao meio ambiente.

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