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I NTRODUÇÃO
Este artigo, contudo, não tem a preten são de esgotar a reflexão sobre o
tema que, pela sua complexidade, exigiria uma revisão profu nda da literatura
específica para ser recolocada n uma dimensão maior de análise e crítica . Mas,
tenta mostrar algumas perspectivas e caminhos já trilhados por cientistas
feministas para desnudar a subordinação da mulher na sociedade fenômeno _
Ainda no que tange ao sexo , Acker, Ba rry e Esseva ld, citados por De Marco
et ái ( 1 993:3 1 ), confirmam que:
A TEORIA, O D ESAFIO
Teoristas femi nistas sugerem que a teoria fem i n ista seja caracterizada pela
u n ião e pelo relacionamento, orientação contextual e ênfase no subjetivo.
Scott, citada por Wuest ( 1 994), diz que "necessitamos de uma teoria que
quebrará a influência conceitua l pelo menos daquelas tradições antigas da
filosofia (ocidental) que constru íram sistemática e repetidamente o m u ndo de
forma h ierárq u ica em termos u n iversais masculinos e particu laridades feministas
". (p. 578)
Várias são as correntes existentes no femi n ismo (marxista , liberal, socialista ,
rad ical etc . . . ), entretanto , todas elas têm em comu m o fato de serem as
m u lheres o maior foco da pesqu isa e da teoria, de terem como meta a
visualização do m u ndo através dos olhos dos outros , de serem emancipatórias
e de refletirem a plura lidade e a diversidade das experiências h u manas.
Gergen ( 1 993), ao criticar o paradigma empirista , sugere elementos para
uma metateoria femi n ista e u ma metodolog ia auxiliar:
a) deve haver uma conexão harmon iosa entre as pessoas nos contextos
sociais que servirão de base para construção de métodos científicos e,
neste caso , pesq u isador(a) e objeto de pesqu isa são i nterdependentes;
b ) o objeto de pesqu isa depende do contexto para prover a sua
identidade, não sendo possível "descontextualizar" u m fenômeno sem
mod ificar a sua sign ificação;
c) não é possível ter-se uma ciência isenta de valores, o desafio proposto
pelo femi nismo é de que o(a) pesqu isador(a) deve articular os valores
e, com base neles , desenvolver novas teorias e formular novas práticas
de pesqu isa;
d) o que se transforma em fato estabelecido não reflete o m u ndo como ele
é , mas o m u ndo submetido à interpretação. "As interpretações são
necessárias para selecionar ou criar um vocabulário relevante e um
CONSIDERAÇÔES FINAIS
A teoria femin ista tem em si o desafio de ser uma ciência m u ito diferente da
que temos, pois esta se con stitui em bases de dominação sobre as mulheres, e
aquela se constrói a partir das experiências vividas pelas m u lheres e, portanto,
traz em si u ma reconceitua lização do conhecimento.
O desafio de ser um paradigma em ascensão faz com que esta teoria
enfrente problemas teóricos, conceituais e metodológicos que precisam de u m
esforço conju nto para serem aprofundados e resolvidos. Todavia , o
desenvolvimento desta teoria n ão depende apenas do m u ndo acadêmico, mas
está atrelado a mudanças na estrutura social , pois, de uma sociedade
igualitária , mais facilmente emergirá um con hecimento sem dominação de
gênero.
E ntretanto, como diz Gergen ( 1 993 : 1 25), ué necessário que as comunidades
de acadêmicas(os) e outras pessoas interessadas tomem a si o desafio de criar
em conjunto instâncias concretas de ideais abstratos" O desafio está lançado . . .
REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS
3. De MARCO, Rosana; CAM PBELL, Jacq uelyn ; WU EST, J ud ith . Femin ist
critique: searching for meaning in research . Adv. Nurs. Sci. , v. 1 6 , n .
2 , p . 26-38, 1 993;
7. H U B BARD , Ruth - Algu mas idéias sobre a masculin idade das ciências
naturais. I n : G E RG E N , Mary Mc Canney (ed . ). O pensamento
feminista e a estrutura do conhecimento. Tradução  ngela Melin.
Rio de Janeiro : Rosa dos Tempos; Brasília: Edunb, 1 993, p.2 1 -47, capo
um