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DIREITO CIVIL (13)

TEORIA DA RESPONSABILIDADE CIVIL

1 CONCEITO

O direito impõe o dever jurídico primário de não causar dano a outrem. A


violação desse dever jurídico primário faz surgir um segundo dever jurídico,
que é o dever de reparar o dano = responsabilidade civil.

Portanto, a responsabilidade civil é o dever jurídico secundário de


reparar o dano decorrente da violação do dever jurídico primário de não lesar.

Clássico – responsabilidade civil é a obrigação de reparar o dano


causado ao patrimônio de outrem, por ato próprio culposo.

Contemporâneo – é preciso reconhecer que há novas modalidades de


dano e que o direito civil foi repersonalizado devido às garantias e direitos
fundamentais, que devem ser incorporadas ao conceito de responsabilidade
civil. Exemplos: dano ambiental, dano por perda da chance, não são abarcados
pelo conceito clássico de responsabilidade civil.

O Direito Civil brasileiro apresenta um sistema binário de


responsabilidade civil contratual e extracontratual. O CC traz a
responsabilidade civil negocial e extracontratual (aquiliana).

2 SISTEMA BINÁRIO

Na legislação civil a responsabilidade civil é contratual ou


extracontratual. A contratual pressupõe a existência de um contrato e é
solucionada pela técnica do inadimplemento contratual. Já na extracontratual
não há contrato, aplicando-se os arts. 927 e seguintes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.

Há doutrinadores que defendem que o sistema binário agride a


operabilidade do CC, que deveria apresentar um regramento unificado para as
duas hipóteses de responsabilização civil. Independentemente disso, o CC
adotou o sistema binário.

3 DISTINÇÃO ENTRE ATO ILÍCITO E RESPONSABILIDADE CIVIL

Há uma evolução conceitual entre ilicitude sem responsabilidade civil e


responsabilidade civil sem ilícito. Anteriormente o ato ilícito implicava
necessariamente o dever de indenizar.

3.1 Ato Ilícito

Pode ser subjetivo (estado de consciência, art. 186) ou objetivo (regra de


conduta, art. 187). O ato ilícito por si só não impõe a responsabilidade civil,
porque a transgressão ao direito não gera necessariamente dano indenizável
(fumar maconha).

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes.

3.2 Atos Lícitos e o Dever de Indenizar


Art. 188. Não constituem atos ilícitos:

I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito


reconhecido;

II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de


remover perigo iminente.

Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites
do indispensável para a remoção do perigo.

Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art.


188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do
prejuízo que sofreram.

5 A NOVA TÁBUA AXIOLÓGICA. A CRFB/88. NOVOS DANOS.


TENDÊNCIAS

A CRFB repersonalizou o Direito Civil, que passou a ser visto à luz da


pessoa humana (dano estético, dano ao nome, imagem, perda de uma chance,
dano in re ipsa).

As consequências para o Direito Civil foram:

(1) Aumento das hipóteses de responsabilidade objetiva;

(2) Flexibilização do nexo de causalidade;

(3) Reconhecimento de novas categorias de danos indenizáveis.

Conceito contemporâneo da responsabilidade civil. Os pressupostos


clássicos da responsabilidade civil e a erosão dos filtros tradicionais (mitigação
dos conceitos clássicos de dano e de nexo causal). Conduta, culpa, dano e
nexo de causalidade.

É o conjunto de medidas, preventivas e/ou reparatórias, tendentes a


evitar ou reparar um prejuízo causado a outrem, patrimonial ou
extrapatrimonial, por ato próprio, fato de coisa que pertença ao devedor ou fato
de um terceiro, com base na culpa ou no risco da atividade exercida.

Conjunto de medidas para garantir a efetiva reparação de danos morais


e materiais causados por conduta própria, fato de terceiro ou fato da coisa. A
tutela preventiva e a tutela reparatória (ressarcitória) dos danos.

5.1 Responsabilidade Civil do Incapaz

Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por
ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo (condicional) ou não
dispuserem de meios suficientes. (subsidiária)

Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa,
não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele
dependem.

É condicional, subsidiária e equitativa. No CC/16 o absolutamente


incapaz era irresponsável civilmente. Já o CC/02 reconhece a responsabilidade
civil do incapaz, que foi ainda ampliada pelo EPD.

Exemplo de hipótese em que o responsável não possui obrigação de


reparar o dano: (1) ECA, art. 116, medida socioeducativa de reparar o dano – é
intuito personae. (2) Responsável também se encontra incapaz (em coma).

Possibilidade do absolutamente incapaz sofrer dano moral. O


absolutamente incapaz, ainda quando impassível de detrimento anímico, pode
sofrer dano moral. STJ.

Súmula 492. STF. É indenizável o acidente que causa a morte de filho menor,
ainda que não exerça trabalho remunerado.
6 INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS CIVIL E PENAL

A inimputabilidade penal não implica irresponsabilidade civil, como visto


no tópico anterior. Ausência de relação de prejudicialidade.

Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo


questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor,
quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. (exceção)

Excepcionalmente, se no juízo criminal se afirmar que pela existência do


fato, assim também deve ser decidido no cível (relação de prejudicialidade). Do
mesmo modo ocorre com a autoria, a declaração de autoria no juízo criminal
implica a prejudicialidade da matéria no cível.

Sentença penal condenatória e sentença cível que reconhece a


ocorrência de culpa recíproca. Diante de sentença penal condenatória
que tenha reconhecido a prática de homicídio culposo, o juízo cível, ao
apurar responsabilidade civil decorrente do delito, não pode, com
fundamento na concorrência de culpas, afastar a obrigação de reparar,
embora possa se valer da existência de culpa concorrente da vítima para
fixar o valor da indenização. (Informativo 572. STJ. 2015).

7 ELEMENTOS DA RESPONSABILIDAE CIVIL

7.1 Elementos Gerais

Conduta positiva ou negativa;

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue,
pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.

Dano injusto (teoria alemã da diferença);

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa


e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.

Nexo de causalidade. Art. 403. Causalidade direta e imediata.

Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e


danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela
direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.

O dano deve ser injusto, pois o dano justo não gera o dever de indenizar
(negativação devida nos órgãos de proteção ao crédito; cumprimento de ordem
judicial).

Responsabilidade civil objetiva – é necessária a demonstração apenas


dos elementos gerais (conduta, dano, nexo de causalidade).

Pela letra da lei, para se pedir perdas e danos o autor da pretensão deve
demonstrar um nexo direto e imediato entre o ato ilícito e o prejuízo
experimentado.

Teorias explicativas do nexo de causalidade no Direito Civil:

(1) Antecedentes causais – teoria mais criticada – todo e qualquer


evento antecedente que tenha de alguma forma influído no resultado danoso
configura nexo causal (aplicando essa teoria, o fabricante de armas, por
exemplo, restaria responsável pelo homicídio);

(2) Causalidade direta e imediata – muitos doutrinadores afirmam que o


CC adota essa teoria por causa do art. 403. Apenas a ação que direta e
imediatamente gerou o dano é que configura nexo causal. Qualquer outra ação
lateral que não tenha direta ou imediatamente repercurtido no evento deve ser
afastada, por quebra de causalidade.
(3) Causalidade adequada – segundo essa teoria, o intérprete deve-se
perguntar em nível abstrato se determinado evento deve ser reprovado. Em
caso afirmativo, há nexo de causalidade.

Qual a teoria adotada pelo Código Civil?

Corrente 1: A doutrina e a jurisprudência não são uníssonas em relação


ao tema. Respeitada parcela da doutrina, citando por todos Sérgio Cavalieri
defende ser a teoria aplicada no Brasil a da causalidade adequada. Afirmam
seu posicionamento com base na redação dos artigos 944 e 945 do CC, bem
como do Enunciado 47 CJF, segundo o qual o Código Civil não exclui a teoria
da causalidade adequada.

Corrente 2: Carlos Roberto Gonçalves defende a aplicação da teoria da


causalidade direta e imediata, exigindo uma causalidade necessária. Os
defensores da causalidade necessária mencionam como embasamento
codificado para tanto a redação do artigo 403 do CC.

Como se pronunciou o Superior Tribunal de Justiça?

(1) Adotando a causalidade adequada: Responsabilidade civil. Descarga


elétrica. Ausência de corte das árvores. Contato com fios de alta-tensão. Nexo
de causalidade reconhecido. Culpa exclusiva da vítima. Inocorrência. Em
nenhum momento a decisão agravada cogitou da falta de prequestionamento
dos artigos apontados como violados, ressentindo-se de plausibilidade a
alegação nesse sentido. O ato ilícito praticado pela concessionária,
consubstanciado na ausência de corte das árvores localizadas junto aos fios de
alta-tensão, possui a capacidade em abstrato de causar danos aos
consumidores, restando configurado o nexo de causalidade ainda que adotada
a teoria da causalidade adequada. O acolhimento da tese de culpa exclusiva
da vítima só seria viável em concreto fático diverso do analisado. Agravo
regimental desprovido.

(2) Adotando a causalidade direta e imediata: Responsabilidade civil do


Estado. Decisão condenatória transitada em julgado. Liquidação. Extensão dos
danos. Pretensão de revisão das provas. Impossibilidade. Súmula 7. STJ.
Critério da razoabilidade da indenização. 1. Hipótese em que o cidadão (vítima)
em 07.07.1984 foi arbitrariamente detido por oficiais da Marinha do Brasil em
razão de simples colisão de seu veículo com outro conduzido por aspirante
daquela Arma. Após colidir, a vítima sofreu agressão física e verbal e foi
ilegalmente presa por seis dias em cela da Marinha. Ficou incomunicável e
sem cuidados médicos comprovadamente diante do acórdão transitado em
julgado no processo de cognição plena. O fato resultou em danos físicos e
morais, e causou-lhe a deterioração da saúde. Devido ao desenvolvimento de
isquemia e diabetes, teve, inclusive, os dedos dos pés amputados. 2. Ato ilícito,
nexo direto e imediato, bem como danos comprovados e ratificados na
instância ordinária.

Nem doutrina nem jurisprudência pacificaram o assunto.

Atenção! Concausalidade – lesão é provocada por mais de uma causa


simultaneamente. O juiz deverá fixar proporcionalmente a reparação civil de
acordo com cada causa.

Art. 944. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade


da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.

7.2 Específicos ou Subjetivos

No Direito Civil a culpa pode ser empregada em dois sentidos. No


sentido amplo, bifurcada em dolo ou culpa, sendo essa última a culpa em
sentido estrito. A culpa em sentido estrito remete a questão do descuido
(omissão = negligência, ação = imprudência, técnico = imperícia).

Responsabilidade civil subjetiva é a regra, sendo a objetiva a exceção.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo. (regra; intuito personae)

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de


culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem. (exceções)
A responsabilidade civil objetiva pode ser imposta por força de lei (art.
37, §6º CRFB – responsabilidade civil do Estado pelos atos praticados por seus
prepostos; CDC; Lei Ambiental; DPVAT) ou por atividade de risco (que será
determinada pelo juiz da causa). Atualmente se entende que o risco é o
profissional (paraquedismo).

Outra hipótese de responsabilidade civil objetiva é a das empresas.

Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários


individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos
danos causados pelos produtos postos em circulação.

Na época em que esse artigo entrou em vigor ainda não havia o CDC.

8 RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO DE TERCEIRO

Também chamada de responsabilidade civil complexa.


Responsabilidade civil objetiva.

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:

I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua
companhia;

II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas


mesmas condições;

III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos,


no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;

IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se


albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes,
moradores e educandos;

V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a


concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda
que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos
terceiros ali referidos.

Sobre o direito de regresso dispõe o art. 934:

Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que
houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.

Princípio da proteção integral, art. 226 CRFB; blindagem absoluta;


melhor interesse do menor incapaz; proteção do EPD.

9 CUMULAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL

A cumulabilidade entre danos morais e materiais. A questão da lesão


estética (violação da integridade física). Admissibilidade de cumulação. STJ

Súmula 37. STJ. São cumuláveis as indenizações por dano material e dano
moral oriundos do mesmo fato.

Súmula 387. STJ é lícita a cumulação das indenizações de dano estético e


dano moral.

Súmula 562. STF. Na indenização de danos materiais decorrentes de ato ilícito


cabe a atualização de seu valor, utilizando-se, para esse fim, dentre outros
critérios, os índices de correção monetária.

Teoria da Restitutio In Integrum – teoria da reparação integral – a


reparação civil deve ser a mais ampla possível, sendo diretamente proporcional
ao dano experimentado. Para cada dano experimentado é possível
apresentar uma pretensão reparatória específica. Cumulação diretamente
proporcional à lesão sofrida.

Sobre a natureza da reparação civil, prepondera a regra geral de


proporcionar à vítima o retorno ao status quo ante. Há quem defenda que ao
lado dessa regra geral há uma finalidade acessória de punibilidade ou
desestimulação da conduta (punitive damage). Esse entendimento é
fundamentado na função social da responsabilidade civil.

Dano In Re Ipsa – esse dano é construção do STJ, não encontra-se


previsto em lei. Nas situações em que se observa dano in re ipsa, a parte não
precisa evidenciar dor, lesão, tristeza ou efetivo prejuízo, pois esse é
presumido. Exemplo: inscrição indevida no sistema de proteção de crédito.

Atenção! A jurisprudência e a doutrina afirmam ser possível a


constatação de um dano moral puro ou in re ipsa. Trata-se de dano que
dispensa dilação probatória, pois presumido. A lesão ao direito à personalidade
já basta para autorizar o pagamento de indenização extrapatrimonial,
independentemente do autor precisar comprovar que aquela lesão
efetivamente gerou prejuízo.

Tem como importante exemplo a Súmula 403 do STJ, segundo a qual


independe de prova do prejuízo indenização pela publicação não autorizada de
imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. Isso porque há um
dano presumido, haja vista a finalidade comercial e a ausência de autorização.

Há, até mesmo, julgamento deferindo indenização pela indevida


utilização, com fins comerciais, de imagens de Garrincha e Pelé.

Idem para a Súmula 385 do STJ: a anotação irregular em cadastro de


proteção ao crédito não ocasiona indenização por dano moral quando
preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito de cancelamento. Isso
porque não haverá o dano da restrição caso esta subsista, de forma legítima,
em função de ato anterior.

O Enunciado 446 da V Jornada de Direito Civil, de certa forma, afirma


isso. Ali se entendeu que a responsabilidade civil prevista na segunda parte do
parágrafo único do art. 927 do CC deve levar em consideração não apenas a
proteção da vítima e a atividade do ofensor, mas também a prevenção e o
interesse da sociedade.

10 PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO REPARATÓRIA POR DANOS MORAIS


Em regra, a pretensão de reparação civil prescreve.

CC. Art. 206. Prescreve:

§3º Em três anos:

V - a pretensão de reparação civil;

CDC. Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos
causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo,
iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua
autoria.

Em Direito Administrativo a pretensão reparatória também prescreve em


5 anos.

Exceção da indenização decorrente de tortura, racismo, estado de


exceção e depender de sentença penal (imprescritível). Entendimento do STJ.
A única consequência do largo decurso do tempo é o impacto no quantum
reparatório.

A imprescritibilidade da pretensão reparatória é a exceção.

Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo
criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.

Reparação civil da pessoa jurídica:

Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos
da personalidade.

Súmula 227. STJ. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

11 DANO MORAL PUNITIVO

Punitive damage – o caráter pedagógico – controvérsia doutrinária e


orientação jurisprudencial. Admissibilidade tímida: caso SBT e a praia de
naturistas. STJ.
O dano moral punitivo é aquele que tem por finalidade desestimular uma
prática considerada inadequada.

O STJ não admite, em regra, o dano moral punitivo. Contudo, o tribunal


se utiliza do instituto quando a conduta é reiterada.

Portanto, deve-se utilizar a teoria do dano moral punitivo sempre que


houver um comportamento do agente agressor que precisa ser objeto de
desestímulo. Nesse caso o quantum deve ser suficiente para provocar tal
efeito.

12 CAUSAS EXCLUDENTES DA REPARAÇÃO CIVIL

(1) Estado de necessidade – a priori, exclui o direito de reparar o dano


porque é um ato lícito. Mas não vai necessariamente excluir, pois se a vítima
não for o causador do dano, terá direito a ser ressarcida.

(2) Legítima defesa – também exclui o dever de indenizar. Exemplo:


cadastro nor órgãos de proteção ao crédito.

(3) Exercício regular de direito e (estrito cumprimento do dever legal –


não está expressamente previsto no Direito Civil, mas no Direito Penal)

(4) Caso fortuito e força maior – art. 393 CC.

Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito
ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.

Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato


necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.

(5) Culpa exclusiva da vítima ou fato exclusivo da vítima. Exemplo:


suicídio.

(6) Fato de terceiro

(7) Cláusula de não-indenizar. Exemplos: (a) convenção de condomínio.


As partes em pé de igualdade ajustam que não irão ressarcir uns aos outros.
Furto acontecido dentro do condomínio não será ressarcido entre os
condôminos. (b) Cláusula que exclui a responsabilidade por evicção.

Há quem entenda que não é juridicamente possível a aplicação da


cláusula de não indenizar, tendo em vista que a reparação civil é direito
fundamental. Contudo, a autonomia privada também é direito fundamental.

Atenção! Há situações em que os tribunais não permitem a utilização da


cláusula de não indenizar, como nos casos de contrato de adesão.

Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a
renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.

13 OBSERVAÇÕES FINAIS

(1) Impossibilidade do dano moral de ofício. O princípio da inércia da


jurisdição impede que o magistrado conceda indenização por danos morais
sem que haja pedido nesse sentido.

No entanto, é possível a redução de ofício do valor, ainda que a parte


não pleiteie.

(2) Aspectos processuais na jurisprudência. Parâmetros jurisprudenciais


para a fixação o quantum reparatório: condição econômica da vítima e do
lesante; extensão do dano e repercussão social. A importância do transcurso
do tempo. STJ.

Em regra, o STJ não revisa valor de dano moral. O valor de dano moral
somente será passível de revisão pelo STJ quando for exorbitante ou ínfimo.
Valores exorbitantes e a admissibilidade de recurso especial,
excepcionalmente. Mitigação das Súmulas 5 e 7 do STJ.

Possibilidade de utilização de salário mínimo como referência. STF 490.


Inaplicabilidade da Súmula Vinculante 4 STF.
Súmula 490. STF. A pensão correspondente à indenização oriunda de
responsabilidade civil deve ser calculada com base no salário mínimo vigente
ao tempo da sentença ajustar-se-á às variações ulteriores.

É possível a interposição de recurso, caso o juiz conceda valor não


aceito pelo autor.

É possível a formulação de pedido genérico e estimativo. “Dano moral a


ser fixado ao prudente arbítrio de Vossa Excelência” – não é pedido inepto.

Não há sucumbência recíproca quando o juiz fixa valor inferior ao


pleiteado na inicial, sob pena da vítima, hipoteticamente, ter de pagar mais do
que receberá. STJ.

Ou seja, o autor continua sendo titular dos honorários advocatícios e o


valor do dano moral, sem ter que pagar honorários sucumbencial para o
advogado do réu.

Súmula 7. STJ. A pretensão de simples reexame de prova não enseja


recurso especial.

Liquidação do dano. Verbas acessórias cumuladas implicitamente: juros


(a polêmica do CC 406; STJ 54); correção monetária (STJ 43 e 362; CC 389 e
395); honorários advocatícios e custas processuais.

A garantia das prestações periódicas (CPC 475-Q): inadmissibilidade de


prisão civil, garantia do juízo; novidades do CPC. Súmula 313 STJ.

Súmula 54. STJ. Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso,


em caso de responsabilidade extracontratual.

Súmula 43. STJ. Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a
partir da dato do efetivo prejuízo.

Súmula 362. STJ. A correção monetária do valor da indenização do


dano moral incide desde a data do arbitramento.

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