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A rtigo

Produção Agrícola Biológica (Orgânica) em


Portugal: Evolução, Paradoxos e Desafios*
Cristóvão, Artur** 1992 apenas representavam 1%. A procura dos
Koehnen, Timothy** consumidores também tem vindo a crescer e
Strecht, António*** o mercado a organizar-se. Apesar de tudo, essa
forma de produção ainda enfrenta muitos obs-
Resumo: táculos, nomeadamente em áreas como a or-
O desenvolvimento de sistemas de agricul- ganização da produção e da distribuição, a
tura sustentados, como a agricultura biológi- investigação, o ensino, a formação e a exten-
ca, protetores do ambiente e com potencial são. Esse trabalho é uma contribuição para
para ajudar a fortalecer a economia rural, é avaliar o estado da agricultura biológica em
um desafio importante às escalas européia e Portugal. Para além de apresentar uma pers-
global. Se, 10 ou 15 anos atrás, a produção pectiva de evolução desde 1985 até ao final
agrícola biológica era praticamente ignorada de 1999, discute alguns paradoxos e desafios
pelas autoridades públicas e os decisores po- relativos ao desenvolvimento deste tipo de
líticos, hoje é considerada uma alternativa de agricultura.
valor à agricultura convencional e uma área
importante de intervenção. Em suma, a agri- Palavras-chave: Portugal; desenvolvimento
cultura biológica saiu da marginalidade e pro- agrícola; agricultura biológica (orgânica)
gride em todo o mundo. Na União Européia o
apoio à agricultura biológica cresceu conti- 1 Um terreno fértil para o
nuamente nos últimos cinco anos e os resul- desenvolvimento da
tados são bem visíveis. A área de produção agricultura biológica
biológica mais do que dobrou desde 1992 e
espera-se que continue a crescer. Em 1999, A segurança alimentar é hoje questão de
tal área correspondia a 2,2% da SAU e envol- debate público e aguda preocupação em nível
via 1,45 % das explorações. Os produtos bioló- político. Na União Européia (UE), dois Comis-
gicos representam já cerca de 3% dos produ- sários, Franz Fischler e David Byrne, promo-
tos alimentares vendidos na UE, enquanto em veram recentemente uma mesa-redonda de
alto nível, com representantes do sector agro-
alimentar, da distribuição, dos consumidores
*Trabalho preparado no quadro de um Projecto
financiado pela União Europeia através do Centro para e dos meios científicos, tendo em vista defi-
o Desenvolvimento da Formação Profissional nir uma nova orientação para produção e po-
(CEDEFOP). Uma versão mais completa e desenvol- lítica alimentares em termos de seguran-
vida foi apresentada no IV Colóquio Hispano-Portugês ça, qualidade e custos. Nela "foram discutidos
de Estudos Rurais, Santiago de Compostela, 7 e 8 de os sistemas de produção, a evolução das atitu-
Junho de 2001. (Texto em português de Portugal). des quanto à relação qualidade-custos, o
**Professores da Universidade de Trás-os-Montes e defasamento entre a procura de qualidade e a
Alto Douro, Portugal. oferta do mercado, a sensibilidade crescente aos
E-mails: acristov@utad.pt e tkoehnen@utad.pt aspectos de respeito pelo ambiente, bem-estar
***Consultor Técnico e Formador em Agricultura
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dos animais e responsabilidade social, a trans-
Biológica. Email: antoniostrechtc@netc.pt parência necessária ao longo de todo o ciclo de
Agroecol.e Desenv.Rur.Sustent.,Porto Alegre, v.2, n.4, out./dez.2001
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produção e o papel da futura Autoridade Alimen-
tar Européia na restauração da confiança dos
consumidores" (Comissão Européia - DGA,
2001).
Na comunicação social escrita portugue-
sa, tem sido crescente o número de artigos
que abordam estas questões. No Notícias Ma-
gazine de 8 de abril deste ano, uma entrevis-
ta com o Prof. Armando Louzã, Catedrático de
Saúde Pública da Faculdade de Medicina Ve-
terinária de Lisboa, explorava os múltiplos e global. Se há 10 ou 15 anos atrás, a produ-
riscos atuais para a segurança alimentar, ção agrícola biológica era praticamente igno-
nomeadamente os decorrentes da cada vez rada pelas autoridades públicas e os decisores
maior intensificação e artificialização da pro- políticos, hoje é considerada como uma alter-
dução de alimentos (uso de antibióticos, nativa de valor à agricultura convencional e
hormonas e estelerizantes, por exemplo), da uma área importante de intervenção. Em
ganância de lucro de produtores, industriais suma, a agricultura biológica parece ter saí-
e comerciantes, e da homogeneização de há- do definitivamente da marginalidade e não
bitos alimentares ("fast food"). Em a Grande restam dúvidas de que progride em todo o
Reportagem de Março de 2001, em artigo as- mundo.
sinado por Luís Rebelo intitulado "Comer é Na UE o apoio à agricultura biológica cres-
perigoso", desenvolvem-se algumas destas ceu continuamente nos últimos cinco anos e
questões e analisam-se outras, com recurso os seus resultados são já bem visíveis. A área
a sobejos exemplos. O artigo começa (e aca- de produção biológica mais do que dobrou des-
ba) em tom alarmante: "Carne com químicos de 1992 e espera-se que continue a crescer.
ilegais que envenenam, vegetais com pesti- Em 1999, tal área correspondia a 2,2% da SAU
cidas em excesso, águas contaminadas, ali- e envolvia 1,45 % das explorações (Chambre
mentos vários com detritos de fezes e bacté- d'Agriculture du Pays de la Loire, 2000: 4-5).
rias que provocam intoxicações alimentares Os produtos biológicos representam já cerca
em série, peixe poluído por metais pesados, de 3% dos produtos alimentares vendidos na
transgênicos por toda parte, sem que nin- UE, contra 1% em 1992 (CE, 2000: 22). A pro-
guém saiba até que ponto são prejudiciais para cura tem também vindo a crescer e o merca-
a saúde. É difícil não perder o apetite - a emen- do a organizar-se, sendo a Europa o primeiro
ta do país está podre". Seguem-se os porme- consumidor mundial. Também noutras áre-
nores de casos diversos que têm sido alvo de as do globo, por exemplo nos Estados Unidos
estudo por equipes técnicas e científicas li- da América, o mercado dos produtos biológi-
gadas a organismos de saúde pública, defesa cos é o mais dinâmico da indústria alimen-
do consumidor, investigação veterinária e tar, registrando, na última década, um cres-
proteção do ambiente. cimento de 20% ao ano, em comparação com
É nesse contexto que o desenvolvimento de os cerca de 2% do setor em geral (Lane and
sistemas de agricultura sustentados, como a Shortridge, 2001:210).
agricultura biológica (orgânica), protetores do Apesar de tudo, essa forma de produção ain-
ambiente e com potencial para ajudar a for- da enfrenta muitos obstáculos, nomeadamen-
talecer a economia rural, se constitui como te em áreas como a organização da produção
38 um desafio importante, às escalas européia e da distribuição, a investigação, o ensino e a
Agroecol.e Desenv.Rur.Sustent.,Porto Alegre, v.2, n.4, out./dez.2001
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formação e a extensão. Esse trabalho é uma era, claramente, a atividade mais importan-
contribuição para avaliar o estado da agricul- te.
tura biológica em Portugal. Para além de apre- As principais mudanças ocorreram em
sentar uma perspectiva de evolução desde 1996 e, desde aí, o número de agricultores e
1985 até ao final de 1999, levanta um con- a superfície ocupada cresceram substancial-
junto de questões para reflexão, sob a forma mente, como visto no quadro 1. As Medidas
de paradoxos e desafios. Agroambientais da UE, especialmente atra-
vés dos subsídios ao rendimento, encorajaram
2 A agricultura biológica a emergência de novos operadores, sobretudo
em Portugal: das origens produtores, em particular no Alentejo, Beira
à rápida expansão1 Interior e Trás-os-Montes, onde as formas de
produção extensiva são predominantes. Tal
A agricultura biológica não é uma ativida- fato explica o crescimento rápido das áreas
de nova em Portugal. De acordo com Silva de olival, pastagens e outras culturas
(2000, 22), as primeiras iniciativas remon- arvenses. A área apoiada por essas medidas
tam a 1976 e em 1985 foi constituída a Asso- passou de 910 ha, em 1995, para 9.938 ha,
ciação Portuguesa de Agricultura Biológica em 1997, e o número de explorações apoia-
(AGROBIO). Até muito recentemente, esta das evoluiu de 166 para 226. Tal represen-
Associação foi, na verdade, a principal insti- tou, contudo, uma pequena percentagem dos
tuição responsável pela difusão da idéia e pela compromissos Agroambientais: 1,82% da área
promoção da produção, sobretudo através da e 0,17 dos acordos em 1997 (Forest e Lampkin,
experimentação, do estímulo à troca de expe- 1999: 18-27).
riências e da disseminação de informação Quadro 1. Taxas de crescimento do nº de
entre agricultores e consumidores. Como nou- operadores biológicos e da área de produ-
tros países, as origens estão sobretudo liga- ção (1996 -1999)
das a movimentos de contestação do
modelo dominante de agricultura e à Nº de Taxa de Área (ha) Taxa de
busca de formas alternativas de pro- Operadores Cresc. (%) Cresc. (%)
dução, respeitadoras do ambiente e 1996 240 – 9.188 –
defensoras da saúde dos consumido- 1997 278 15,8 12.193 32,7
res. 1998 564 102,8 29.622 142,9
O número de produtores cresceu 1999 750 24,8 47.974 61,9
muito lentamente até 1990. Desde 96-99 – 212,5 – 389,4
então a taxa de crescimento come- Fonte: Com base nos dados do Guia dos Produtos de Qualidade 2000.
çou a aumentar. Em 1993, a agricul-
tura biológica representava cerca de 2.790 ha, No final de 1999, a situação era a seguin-
sendo Trás-os-Montes (Norte do país) a prin- te 2: a agricultura biológica representava
cipal área de produção, tendo em conta o nú- 47.974 ha, ou seja, cerca de 1% da área culti-
mero de explorações (23). Cerca de 50% des- vada no país; o número de operadores, na
sa área era ocupada por olivais, seguida por grande maioria produtores, era de 750; o
cultura arvenses (30%), árvores de fruto, vi- Alentejo (Sul do país) tornou-se a principal
nhas e culturas hortícolas. Em geral, os tipos região de produção biológica, em termos de
de culturas produzidas em cada região ou zona área (22.917 ha) e de operadores (382), Trás-
reflectiam o sistema dominante de agricul- os-Montes era a terceira região, com 5.840
tura. No caso de Trás-os-Montes, a olivicultura ha e 144 operadores certificados;e a produção 39
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É hoje pacífico afirmar e
olivícola era dominante, representado 40% da reconhecer que a agricultura
área, seguida pelas pastagens, que correspon-
diam a 24% da área. Cereais, frutas, plantas
biológica saiu da marginalidade
aromáticas e produtos hortícolas vinham a
seguir na escala de importância.
Apesar do crescimento rápido observado, a
agricultura biológica ainda tem uma expres-
são reduzida no país, como se pode verificar 3.1 Do discurso político às
no quadro 2. As comparações com a agricul- práticas institucionais
tura convencional são difíceis, mas, de acor- É hoje pacífico afirmar e reconhecer que a
do com os números disponíveis, e consideran- agricultura biológica saiu da marginalidade.
do as áreas de produção, esta nova forma de Face ao decréscimo contínuo dos preços dos
agricultura representava, em 1999, apenas produtos agrícolas convencionais e conse-
6% do olival, 1,5% das pastagens, 0,7% dos qüente depressão dos rendimentos dos agri-
pomares e 0,4% das vinhas. cultores, perante a ameaça de ruptura de
Quadro 2. Área de produção de agricultu- muitas áreas rurais e tendo em conta as cres-
ra convencional e biológica por culturas centes preocupações ambientais e de segu-
seleccionadas (ha) rança alimentar dos consumidores, os gover-
nos cederam um pouco. Os movimentos
de agricultores, ambientalistas e consu-
Convencional* Biológica** midores têm aumentado o tom das suas
Nª % reivindicações e marcado as decisões
Frutos frescos 94.385 693 0,72 nessa matéria. Cada vez mais, na Euro-
Olival 330.336 19.415 5,93 pa em outras áreas do mundo, se fala da
Vinha 239.720 883 0,37 necessidade de uma nova agricultura,
Pastagens 736.521 11.339 1,54 "amiga do ambiente", "sustentável", "ver-
de".
* MADRP, 1998: p. 17, baseado no RGA/89 and Inquérito Podemos, contudo, questionar a consistên-
às Estruturas Agrárias/1995
** Guia dos Produtos de Qualidade 2000 cia entre o discurso político e as práticas ins-
titucionais, nomeadamente na UE e em Por-
tugal. Efetivamente, para onde vai atualmente
3 Paradoxos e desafios urgentes
o grosso do orçamento agrícola? E com base
A análise da evolução da agricultura bioló- em que critérios é atribuída a maior fatia de
gica em Portugal nos últimos anos, cruzada subsídios? Que percentagem cabe às medidas
de apoio a uma agricultura amiga do ambien-
com o conhecimento do modelo institucional
te e da saúde dos consumidores? Essas são,
do setor e de outros aspectos de funcionamen-
por exemplo, questões que importa investigar
to do mesmo, geram todo um conjunto de ob-
e documentar claramente. No caso das Medi-
servações e interrogações, que aqui expri-
das Agroambientais em Portugal, a verdade é
mimos. De uma forma geral, estamos na pre-
que apenas uma pequena percentagem foi ca-
sença de um conjunto de paradoxos e desafi-
nalizada para a agricultura biológica, como já
os que não são exclusivos de Portugal e que
referimos neste trabalho.
merecem reflexão mais aprofundada por par- Por outro lado, face ao discurso a favor de
te da comunidade científica dos atores soci- uma "agricultura verde", como se tem equi-
40 ais mais ligados a essa problemática. pado tecnicamente o Estado? A nossa obser-
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vação, nomeadamente no que se relaciona temente médias a grandes e estritamente li-
com a agricultura biológica, leva-nos a con- gadas ao mercado.
cluir que há, no momento presente, uma qua-
se total falta de técnicos qualificados, quer em Perfil dos produtores biológicos
nível central, quer em nível regional e local. portugueses e das suas explorações*
Na generalidade dos serviços, seguramente,
(1) Predominantemente jovens, com idade sobretudo com-
o "bio" não saiu da marginalidade.
preendida entre os 40 e os 49 anos;
O mesmo podemos afirmar quanto à quase
(2) Nível de escolaridade acima da média, tendo cerca de
totalidade das instituições de ensino superi-
40% um curso superior;
or e investigação agrária, incluindo o Insti-
(3) A quase totalidade freqüentou um Curso de Formação
tuto Nacional de Investigação Agrária. Os do-
Profissional de Introdução à Agricultura Biológica;
centes e investigadores que trabalham nes-
(4) A grande maioria pratica a agricultura biológica há relati-
se domínio são poucos, estão isolados, contam
vamente pouco tempo, menos de 6 anos;
com reduzido ou nulo apoio institucional. A
(5) As principais motivações relacionam-se com a produção
maioria dos dirigentes e técnicos olha com
de produtos saudáveis e a preservação dos solos e do ambien-
desconfiança para esse tipo de métodos de pro-
te em geral;
dução e está mal informada sobre a sua apli-
(6) A maioria das explorações pratica a policultura, sendo
cação, em nível da produção, da transforma-
importante a produção animal;
ção, da certificação e da comercialização dos
(7) A área das explorações é muito variável, sendo dominan-
produtos.
tes as médias e grandes;
Os principais apoios institucionais aos o-
(8) Mais de metade dos produtores dedica-se também a ou-
peradores provêm do movimento associativo,
tras atividades ligadas ao setor, como a comercialização de pro-
nomeadamente da AGROBIO, das Associações
dutos e/ou fatores de produção, a transformação, a sensibiliza-
Regionais e de Associações de Desenvolvi-
ção dos consumidores, a divulgação e marketing, a formação e
mento Local que encorajam iniciativas ino-
outras.
vadoras que possam constituir uma base para
a revitalização dos seus territórios de inter- * Adaptado de Carvalho, 2000: 65-70.
venção.

3.2 De elite para elite Por outro lado, se olharmos para os (pou-
cos) dados existentes sobre o mercado, verifi-
Na situação atual, que não se modificará ca-se que os consumidores "bio" correspon-
substancialmente no curto ou médio prazo, a dem a um nicho ainda restrito, constituído
produção biológica é, fundamentalmente, ba- por elementos com maior poder de compra,
seada numa elite de produtores, como se tem mais informados e com mais consciência em
demonstrado em vários estudos e ilustrado no matéria de saúde humana e ambiente. Mar-
quadro seguinte, com base em trabalho re- ques e Teixeira (1998), em trabalho sobre o
cente, coordenado por Carvalho (2000), que consumo de azeites em Portugal, traçam o
confirma e pormenoriza as conclusões de an- perfil do potencial consumidor de azeites bio-
teriores estudos (Cristóvão e Pereira, 1995; lógicos, que se caracteriza pela origem urba-
Silva, 2000). Como vemos, o produtor biológi- no, um mínimo de 11 anos de escolaridade e
co médio apresenta traços bem distintos do preferência pela compra em hiper e super-
produtor agrícola nacional médio, em termos mercados. No quadro do estudo que realiza-
de idade, nível de escolaridade e formação pro- mos recentemente (Cristóvão et al., 2000: 67-
fissional, sendo as suas explorações dominan- 68) entrevistamos três comerciantes especi- 41
Agroecol.e Desenv.Rur.Sustent.,Porto Alegre, v.2, n.4, out./dez.2001
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alizados e certificados, 3.3 A Heterogeneidade
com importância sig- de Motivações dos
nificativa em termos Produtores
do volume de vendas.
Todos sublinharam As motivações dos
que a procura está a produtores "bio" têm
crescer e o mercado a evoluído substancial-
mudar. Todos defini- mente nos últimos
ram os clientes atuais anos. Assim, se há
como pessoas bem in- uma, duas ou mais dé-
formadas, com rendi- cadas o desenvolvi-
mentos acima da mé- mento da agricultura
dia e criteriosos na biológica era sobretudo
escolha dos alimentos. movido por razões ide-
A quebra deste ciclo ológicas, hoje parece
"de elite para elite" ser particularmente
passará por mudanças dominado por razões
a vários níveis, em par- econômicas. Há aqui,
ticular: (1) um substancial aumento do nú- certamente, matéria de interesse para refle-
mero de produtores, associada a uma cres- xão, da qual se podem tirar interessantes li-
cente heterogeneidade das suas caracterís- ções em vários domínios.
ticas; (2) um substancial aumento e diversi- No caso das motivações ideológicas, é cla-
ficação da oferta; (3) a diminuição dos preços ra a presença de um quadro de valores que
ao consumidor; e (4) um crescimento signifi- questiona as bases da agricultura convencio-
cativo do número de consumidores e altera- nal e do próprio modelo de desenvolvimento
ção do seu perfil. Daqui decorrem algumas agrícola e rural. Estamos a falar de um seg-
questões críticas como: Quando o ciclo se que- mento de agricultores que possui uma visão
brar, i. e., com muitos mais produtores, con- alternativa sobre a prática da agricultura e a
sumo alargado e poucos (ou nenhum) apoios sua relação com o ambiente e a sociedade.
comunitários, até que ponto continuará a Poderíamos até, em muitos casos, falar de
haver vantagens econômicas para os produ- uma visão diferente do mundo. Estamos, na
tores? Que impacto terá uma previsível alte- verdade, perante agricultores que colocaram
ração deste quadro de vantagens? em causa o paradigma dominante e que, in-
A experiência da Áustria, referida por Gra- dividual ou coletivamente, passaram a uma
ça e Carvalho (1999, 9), mostra que, enquan- ação inovadora e de ruptura, recusando a
to se manteve o ciclo "de elite para elite", ou estandartização das técnicas e a homogenei-
o equilíbrio entre uma minoria de produtores zação dos produtos e indo contra a corrente
"verdes" e uma minoria de consumidores "ver- da industrialização da agricultura, movida
des", os produtos biológicos tinham preços bem pelos interesses das grandes agroindústrias
superiores aos dos produtos da agricultura e do grande comércio. Pode dizer-se que com-
convencional. preenderam (cedo) o desafio da sustentabili-
Porém, "quando o equilíbrio se rompeu, os dade da agricultura e remaram contra a maré
preços dos produtos biológicos desceram apro- dos sistemas estabelecidos de formação, ex-
ximando-se ou igualando aos preços dos pro- tensão e investigação, criando redes infor-
42 dutos não-biológicos". mais de aprendizagem e desenvolvendo a sua

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própria experimentação. vação sobretudo econômica, que são hoje mui-
Na base da sua evolução estão, certamen- to provavelmente a grande maioria, teremos
te, complexos processos de aprendizagem so- de equacionar o uso de outras abordagens, que
cial, que resultaram não só no desenvolvi- facilitem "mudanças de segunda ordem". A
mento de novos saberes, mas também na questão crítica, porém, é que a maioria dos
construção de uma nova ética agronômica técnicos e investigadores, apesar de usarem
(Ison et al. , 2000: 38). Teremos, porventura, um discurso de desenvolvimento agrícola sus-
agricultores que passaram por um processo tentado, agem ainda encerrados na lógica do-
que alguns autores, como Ison et al. (2000, minante de uma agricultura produtivista. Há
46), designam por "mudança de segunda or- aqui, pensamos, um desafio claro para uma
dem", isto é, saíram do sistema e passaram a aprendizagem conjunta, que envolva agricul-
vê-lo de outra perspectiva e outro nível, que tores, técnicos, cientistas, consumidores e
se baseiam numa racionalidade distinta. É outros grupos de interesse, na busca de no-
esse o tipo de mudança, no fundo, que encer- vos quadros de valores, de uma nova ética, e
ra as possibilidades de mudança do próprio sis- na construção de alternativas tecnológicas
tema. apropriadas (Hubert et al., 2000:15).
No caso das motivações predominante-
mente econômicas, que parecem se sobres- 3.4 Para mais exigência técnica…
sair na fase regulamentada da produção bio- menos apoio!
lógica, temos um vasto conjunto de produto-
res que, na essência, continuam a operar no Este é mais um paradoxo revelado pelo es-
quadro do paradigma dominante. Ou seja, são tudo recente do caso português e que, certa-
hoje produtores biológicos porque, no contex- mente, se verifica em outros países. Na ver-
to presente, daí retiram algumas vantagens dade, a prática dos métodos de produção bioló-
econômicas, nomeadamente subsídios não gica, tal como acontece com outras formas de
desprezíveis. Não questionaram o modelo que agricultura sustentada (protecção integrada,
impera, nem estará nas suas intenções produção integrada, agricultura com baixo
mudá-lo, apenas aproveitaram as vantagens nível de "inputs" etc.) exige consideráveis ca-
que o mesmo oferece nessa fase. Trata-se, pacidades técnicas.
por comparação com o caso anterior, de um O produtor "bio" tem de ser um observador
processo de inovação no quadro do mesmo pa- bem treinado, nomeadamente no que toca às
radigma tecnológico e no âmbito do sistema condições de solo, clima e desenvolvimento
dominante de produção e desenvolvimento. da cultura (ou produção) e possíveis riscos, em
Parece claro que, se pensarmos nas políti- especial em termos de doenças e pragas. O
cas em geral e nas intervenções nos domíni- produtor tem, naturalmente, de ter bons co-
os da formação, extensão e investigação, mes- nhecimentos dos possíveis itinerários técni-
mo no âmbito do controle e certificação, esta- cos e respectivas práticas e uma boa capaci-
mos na presença de grupos com interesses, dade para tomar decisões atempadamente. O
necessidades e capacidades diferentes. En- produtor não pode ignorar as questões do mer-
tre os primeiros, com motivação dominante- cado e tem de construir ou procurar circuitos
mente ideológica, encontraremos, porventu- vantajosos de distribuição e venda. Talvez
ra, fortes aliados, quiçá elementos já envol- mais do que tudo isto, o produtor "bio" tem de
vidos em iniciativas de formação, em redes ter uma visão "holística" ou sistêmica da sua
de experimentação, em círculos de troca de atividade e um bom domínio de saberes agrí-
idéias. Relativamente aos outros, com moti- colas locais ou populares, por exemplo, sobre 43
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A rtigo O produtor "bio" tem de ter
uma visão "holística" ou sistémica
os usos da flora e da fauna, os solos, os ciclos
culturais, ou as pragas e doenças mais co- da sua actividade e um bom
muns e as formas de as combater.
domínio de saberes agrícolas
Na essência, o produtor tem de aprender
continuamente, num quadro de trabalho que locais ou populares
é relativamente novo, muito exigente e su-
jeito a um sistema de controle e certificação.
Não é de estranhar, assim, o que revelam dutores, técnicos e consumidores, represen-
estudos como o de Buck (2000, 157), sobre as tando vários interesses, portanto.
razões para os agricultores, nesse caso ho- Essa associação realiza uma atividade
landeses, mudarem ou não para práticas con- multifacetada, que inclui: o apoio técnico aos
sideradas sustentáveis: têm medo de não ser produtores e outros operadores (mais no pas-
capazes de aprender, sendo essa uma das jus- sado, nos primeiros tempos, do que hoje); a
tificações para não mudarem para os chama- formação, sobretudo de agricultores; a inves-
dos "sistemas agrários integrados" e, especi- tigação, em parceria com universidades e ou-
almente, para a agricultura biológica. tras instituições; a instalação de campos de
O que é paradoxal é que os contributos para demonstração; a promoção dos produtos bioló-
esta aprendizagem são ainda muito escassos, gicos junto dos consumidores; a educação
nomeadamente entre nós, mas não exclusi- ambiental de jovens; e a edição e difusão de
vamente. Isto é, a uma maior exigência téc- informação técnica. Até 1993 a AGROBIO fez
nica não corresponde um esforço acrescido de também o trabalho de certificação e controlo.
apoio técnico, muito pelo contrário. O estudo Em nível regional, existem atualmente
do caso português revela que o "sistema de seis associações, todas criadas depois de 1995,
conhecimentos e informação" associado à a maioria mesmo depois de 1997. No seu con-
agricultura biológica é ainda muito frágil, junto cobrem praticamente todo o território
muito desarticulado, sendo escassas as opor- nacional, incluindo as regiões autónomas dos
tunidades de aprendizagem contínua. Mostra, Açores e Madeira. Todas elas visam a promo-
em particular: o baixo empenhamento das ver a agricultura biológica através de infor-
instituições de ensino superior nessa área, mação, formação, assistência técnica e apo-
apesar dos progressos recentes e dos projetos io a atividades de experimentação. Algumas
no papel; a acentuada falta de investigação e intervêm também no domínio da comerciali-
experimentação; a ausência de extensão pú- zação dos produtos, nomeadamente as Asso-
blica; a muito limitada capacidade de apoio ciações dos Açores (NATURA) e do sul do con-
técnico do próprio tecido associativo; a falta tinente (SALVA). O seu grau de dinamismo é
de formadores qualificados, apesar da cres- muito variável.
cente oferta de formação para agricultores. Uma questão que se coloca diz respeito ao
caráter da intervenção de todas estas associ-
3.5 Do agricultor para o território ações e à possibilidade de ampliarem ou di-
versificarem a sua base de ação, passando dos
As intervenções de promoção da agricultu- agricultores, tomados individualmente, para
ra biológica têm sido escassas e sobretudo da grupos mais alargados e para os seus territó-
responsabilidade das Associações do sector. rios, numa perspectiva de valorização inte-
Até recentemente, a AGROBIO era a única grada de recursos. Na verdade, poderá residir
Associação com carácter nacional. Foi criada numa intervenção menos setorializada e
44 em 1985 e os seus 2,3 mil associados são pro- mais territorializada, em que a agricultura

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biológica se articule com outras iniciativas, dução biológica, em benefício dos agriculto-
como o turismo rural e o ecoturismo, a chave res, dos consumidores e da sociedade no seu
para a revitalização de muitos espaços rurais. conjunto.
É nessa lógica que têm trabalhado algumas O envolvimento e comprometimento das
Associações de Agricultores Biológicos na Itá- autoridades públicas é ainda muito incipien-
lia, nomeadamente articulando esforços com te, estando longe do desejável e em contradi-
autarquias locais e Associações de Desenvol- ção com o discurso político oficial. Porém, o
vimento Local e criando "Pactos Territoriais aumento da densidade do tecido institucional
de Desenvolvimento", geradores de dinamis- ligado à agricultura biológica é um elemento
mo e de sinergias entre ações, visando a um promissor. Passo a passo, agricultores, con-
desenvolvimento assente na qualidade e na sumidores, agentes de desenvolvimento e
sustentabilidade 3. Na Áustria, país em que a outros atores têm constituído um quadro de
agricultura biológica ocupa já cerca de 10% referência de apoio à agricultura biológica.
da SAU, tem também sido seguida uma políti- Urge ultrapassar o fosso existente entre as
ca global para o desenvolvimento da agricul- necessidade de aprendizagem inerentes a
tura de montanha, centrada na qualidade e uma actividade complexa como a produção
na opção biológica, em articulação com a ati- "bio" e a oferta efectiva de oportunidade de
vidade turística e a conservação da paisagem aprendizagem. São muitas, em suma, as
(Graça e Carvalho, 1999: 5). questões que merecem atenção cuidada:
aA agricultura biológica saiu da margina-
lidade, ganhou expressão política, traduzida
no seu reconhecimento e em apoios finan-
ceiros crescentes. Mas existe ainda um fran-
O envolvimento e o comprometi-
co desajustamento entre discurso e prática.
mento das autoridades públicas é Para a agricultura biológica e outras formas
de produção sustentada ficam as migalhas de
ainda muito incipiente, estando um grande bolo que alimenta uma agricultu-
longe do desejável e em ra européia predominantemente produtivis-
ta. No caso português, há um claro desajusta-
contradição com o discurso mento entre o discurso oficial e o compromis-
político oficial so institucional. Qual é, por exemplo, a real
capacidade técnica do Ministério da Agricul-
tura, nos níveis central, regional e local, para
4 Algumas conclusões e interrogações apoiar e supervisionar eficazmente a agricul-
tura biológica?
Esse trabalho apresenta uma visão global aA produção é ainda reduzida para a mai-
da evolução da agricultura biológica em Por- oria dos produtos, existindo um significativo
tugal. Mostra que este novo setor da agricul- potencial de crescimento. Mas como equili-
tura é ainda muito reduzido, representado um brar o desenvolvimento da produção, nomea-
número limitado de operadores e uma área damente reforçando as áreas da horticultura,
pequena. Mostra, igualmente, que os princi- fruticultura e o sector pecuário, cuja produ-
pais progressos se verificaram nos últimos ção intensiva é mais preocupante para o am-
anos, em especial a partir de meados da dé- biente e a saúde dos consumidores? E onde
está (ou como está) o imprescindível sistema
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cada de 90, e que existem condições favorá-
veis para promover o uso de métodos de pro- institucional de apoio à agricultura biológica,

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A rtigo
nomeadamente em termos de investigação, cola? Como facilitar "mudanças de segunda
experimentação, formação e extensão? ordem" - que permitam desenvolver a inova-
aA procura, apesar de reduzida, está a ção no quadro de outro paradigma de desen-
aumentar, como demonstram as importações volvimento -, ao nível dos investigadores, dos
diárias de produtos biológicos, em especial fru- técnicos e dos agricultores?
tos, produtos lácteos e cereais (em grão ou aO crescimento do número de produtores
transformados). Mas como quebrar o ciclo "de foi grande nos últimos 4 a 5 anos e deveu-
elite para elite" e que implicações isso pode- se, sobretudo, à implementação das medidas
rá ter para o setor? agroambientais. Não existiu qualquer estra-
aAs motivações dos produtores e outros tégia de intervenção concertada entre ato-
operadores são hoje mais diversificadas. Pas- res, para além de ações de formação de agri-
samos rapidamente de uma fase em que os cultores e técnicos ou de sensibilização de
produtores se moviam sobretudo por razões consumidores (em feiras, por exemplo). Como
ideológicas, para outra, em que predominam evoluir para um trabalho de base territorial, que
as de caráter econômico. Como desenvolver articule o desenvolvimento da agricultura bio-
a consciência ambiental da massa de produ- lógica com outras iniciativas de valorização dos
tores e criar uma nova ética da atividade agrí- recursos naturais e culturais? A

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Notas
1
Esta parte da comunicação segue de perto área semelhante à de 1999. No final de 2000
o artigo "Novas Agriculturas em Portugal: O a SOCERT-Portugal, uma das duas instituições
longo caminho para o desenvolvimento da de controlo e certificação, era responsável por
produção biológica", de A. Cristóvão, T. cerca de 44.000 ha no continente, 28,5 ha
Koehnen, A. Strecht e D. Vilas Boas, para nos Açores e 23,3 ha na Madeira.
Publicação pelo Centro de Estudos Geográficos
3
da Universidade de Lisboa. Comunicação de Fabio Piccioli, Vice-Presidente
da AGRIBIOMEDITERRANEO, ao Colóquio sobre
2
Dados fornecidos oralmente pelo "Agricultura Biológica e Desenvolvimento
Presidente da AGROBIO apontam para a Sustentável", promovido pela AGROBIO e realizado
existência actual de 800 operadores e de uma em Tavira no dia 28 de Abril de 2001.

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