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COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Meus prezados e distintos amigos leitores, estamos em reta final: bem-vindos
ao 11º comentário das lições deste trimestre. Desta feita nos debruçaremos a
“respeito da fé que gera confiança em Deus”. Veremos que a fé nos capacita ao
impossível, dando-nos virtudes espirituais frente ao inimigo feroz. Logo, através dos
exemplos de grandes personagens bíblicos, nos fortaleceremos, para continuar
avançando, em nossa carreira espiritual, rumo à Nova Canaã Celestial. Mas por que
os personagens arrolados nesta lição foram exemplos de fé? É o que nós
descobriremos agora. Boa leitura!!
1
I – A FÉ QUE GERA CONFIANÇA EM DEUS
1. O sacrifício de Abel.
Eis que surge uma pergunta: quem foi Abel? O seu nome significa, em
hebraico: sopro de vida; vapor, vaidade (no sentido que passa rápido) e ainda filho.1
Segundo as Sagradas Escrituras, tudo o que sabemos deste herói da fé, é que ele
era filho de Adão e Eva; tinha como labor o ser pastor de ovelhas; apresentou um
sacrifício agradável a Deus e teve de forma cruel sua vida interrompida, pasmem os
leitores, pelo seu próprio irmão consanguíneo, o enciumado – Caim.
É interessante destacar, que a Bíblia não mencionada de forma direta por que
Deus se agradou ou atentou (Gn 4. 4 – ARC) para o sacrifício de Abel em detrimento
ao de seu irmão Caim (Gn 4.5 – ARC). Sabemos, porém, que ambos os irmão
conheciam a vontade de Deus, pois os dois ofereceram sacrifício (oferta) para o
Senhor. Destarte, podemos depreender da carta aos Hebreus capítulo 11 e versículo
4, que a oferta de Abel foi aceita porque esta foi maior ( ou “melhor “ conforme se
traduz da palavra grega, Pléiona).
1
Livro: Os nomes bíblicos e seus significados, p. 5, Ed. Getsêmani, escrito pelo Pr. Gorge
Linhares.
2
A Carta aos Hebreus, Introdução e Comentário. GUTHRIE, Donald. Editora Mundo Cristão, p. 214.
2
Portanto, por toda a história da humanidade, Abel será lembrado por sua
obediência e fé (Hb 11.4), e por seu caráter justo (Mt 23.35). Por conseguinte, a
exemplo deste herói da fé, devemos obedecer a todo custo e confiar em Deus para
fazer as coisas corretas.
2. O testemunho de Enoque.
O relato bíblico em Gênesis é: “Andou Enoque com Deus e já não era, porque
Deus o tomou para si” (Gn 5.24 - ARA). É destacável que no hebraico, a expressão
andou com Deus foi traduzida para a Septuaginta como foi agradável a Deus.
Enoque, portanto, representou o caminho da fé (no hebraico) e a vida da fé (no
grego). Corroborando com Wiley, a ênfase primacial deste texto é que Enoque, pela
fé, escapou à morte mediante a trasladação. Fazendo uma comparação, temos que
Abel, homem justo, sofreu morte cruenta nas mãos de seu irmão enciumado;
destarte, Cristo sofreu morte violenta nas mãos do Seu povo. Enoque, por sua
trasladação, representou a ascensão de Cristo à glória celeste. Deste modo, os dois
primeiros testemunhos de que temos notícia, da fé (Abel e Enoqque), simbolizam
todo o escopo da obra redentora de Cristo. Logo, Wiley, escreve:
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3. A confiança de Noé.
O nome Noé significa, em hebraico, “repouso, consolo” (Gn 5.32), e tem certa
semelhança com o verbo hebraico que significa “nos consolará”. A versão grega do
AT chamada Septuaginta (LXX), traz: “nos dará repouso”.
Em Hebreus 11.7 (ARA), assim está escrito: “Pela fé, Noé, divinamente
instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus,
aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se
tomou herdeiro da justiça que vem da fé.”
Pois bem, segundo Wiley, o autor da Epístola aos Hebreus faz duas
observações sobre a fé de Noé:
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Semelhantemente, nós, em tempos hodiernos, pela responsabilidade e
seriedade de nossa missão, condenemos a frieza e a idolatria do mundo presente;
também pela urgência no cumprimento da Grande Comissão, condenemos a falta de
fé e de perdão inerentes a nó seres humanos, e, pelas advertências incessantes,
condenemos a insensibilidade das pessoas à verdade. Deste modo,
indubitavelmente, nos tornaremos herdeiros da justiça que vem da fé.
1. A obediência de Abraão.
Foi um pai cuidadoso não apenas para a sua família, pois praticou a
hospitalidade para com outras pessoas.
Algumas outras coisas podem ser ditas de Abraão, mas uma é de grande
destaque: “E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça” (Gn 15.6), o que
concorda com este outro texto: “Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça
a Abraão” (Rm 4. 9). Destarte, o autor desta missiva escreve assim, no capítulo 11 e
versículo 8:; e saiu, “Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar
que havia de receber por herança sem saber para onde ia.” (ARA). Segundo Wiley,
temos:
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Em Hebreus 11.8, o verbo traduzido como chamado, no particípio presente,
kaloumenos, salienta o caráter imediato da obediência de Abraão, que
“obedeceu ao chamado enquanto (por assim dizer) este ainda lhe soava
aos ouvidos” (Westcott). Mas, com este chamado, havia duas promessas:
(1) de bênçãos temporais — uma descendência numerosa e uma terra em
que esta habitaria; e (2) bênçãos espirituais — mediante ele, viria a
prometida Semente da mulher (Gn 3.15), Aquele em quem seriam benditas
todas as nações da terra (Gn 12.3). O chamado de Deus para Abraão
significava completo rompimento com a antiga vida e o abandono de toda
confiança própria, para que o patriarca aprendesse a lição da confiança
plena no Senhor somente.
2. A fidelidade de José.
Em Hb 11. 22 (ARA), assim, está escrito: “Pela fé, José, próximo do seu fim,
fez menção do êxodo dos filhos de Israel, bem como deu ordens quanto aos seus
próprios ossos”. Segundo o pensamento de William Barclay3, o incidente da vida de
José provém de Gênesis 50. 22-26, “quando José estava próximo da morte fez os
israelitas jurarem que não deixariam seus ossos no Egito, mas sim que os levariam
consigo à terra prometida, promessa que cumpriram a seu devido tempo” (Êxodo
13.19; Josué 24.32). Ora, José tinha alcançado uma grande projeção no Egito, mas
mesmo assim era a grandeza de um estrangeiro em terra estranha. E, entretanto,
jamais duvidara que alguma vez a promessa teria cumprimento. Portanto,
certamente José morreu não desesperado, mas esperançado. Pela fé derrotou a
morte. Sim, morreu, de fato, mas a promessa de Deus não podia morrer jamais.
3
The Letter to The Hebrews, BARCLAY, William.
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3. A determinação de Moisés.
Este é o primeiro ato de que temos notícia sobre Moisés como homem
maduro, sendo que a fé que ele primeiro inspirou em seus pais agora se
manifestava como uma decisão de fé individual. Moisés sentiu o chamado
de Deus para devotar a vida à redenção do seu povo oprimido, escolhendo,
antes, ser maltratado com o povo de Deus. O vocábulo grego, traduzido
como maltratado, contém a raiz kakon, que significa humilhado ou
ignominioso. Mostra que Moisés se identificava com os que eram
escorraçados. E o motivo apresentado para esta escolha é que ele reputou
por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito;
porque tinha em vista a recompensa (Hb 11.26). A palavra traduzida como
recompensa (ARC) ou galardão (ARA), em grego, significa pesar em
balanças ou restituir todo o equivalente da paga. E assim, colocado em
balanças, o vitupério (ARC) ou opróbrio (ARA) de Cristo contrabalançava
infinitamente os tesouros transitórios do Egito. Moisés tinha conhecimento
de Cristo, pois a promessa do Messias estava implícita no que Deus
prometera a Abraão (Gn 12.3). Nosso Senhor disse que Moisés escreveu
sobre Ele (Jo 5.46), e Pedro, reproduzindo as palavras de Moisés, disse: O
Senhor, vosso Deus, levantará dentre vossos irmãos um profeta semelhante
a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser (At 3.22ss.). Estas palavras
também foram citadas por Estevão em sua pregação (At 7.37). Além disso,
Moisés era um tipo de Cristo, e sua decisão [de rejeitar as riquezas do
mundo] coaduna-se com a fé de Abraão, Isaque, Jacó e José.
Deste moldo, vemos o contraste entre as alternativas que Moisés tinha diante
dele é demonstrado vividamente — ser maltratado ou os prazeres transitórios do
pecado. Que sua fé escolheu as coisas do porvir ao invés das presentes demonstra
seu caráter de abnegação. Moisés tinha muitas coisas atraentes para perder,
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embora os prazeres sejam especificamente atribuídos ao pecado. A fé e o prazer
pecaminoso não caminham juntos.
1. A ousadia de Josué.
“Pela fé, caíram os muros de Jericó, sendo rodeados durante sete dias.” (Hb
11.30). Eis o que diz Orton H. Wiley, sobre este versículo:
Portanto, não devemos lutar contra os nossos inimigos espirituais com armas
carnais, não! Ousemos resisti-los com as nossas armas espirituais, deste modo,
seremos mais do que vencedores pela fé.
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2. A coragem de Raabe.
Hebreus 11.31, diz: “Pela fé, Raabe, a meretriz, não pereceu com os
incrédulos, acolhendo em paz os espias”. Mais uma vez corroboro com Orton Wiey,
quando escreve:
Raabe era uma mulher gentia dona de uma estalagem nas muralhas de
Jerico, como se evidencia pelo fato de que os espias encontraram
alojamento ali. Correndo o risco de ser considerada traidora, deu-lhes abrigo
e, enquanto todos os habitantes de Jericó foram condenados à destruição,
só ela se salvou, porque creu na palavra dos mensageiros de Deus e agiu
conforme a sua fé, pela qual foi a única habitante da cidade a sobreviver e
livrar sua casa. Não existe prova mais clara da salvação pela fé do que este
acontecimento, que assinala que esta salvação é para os gentios também.
Raabe posteriormente se casou com Salomão e deu à luz Boaz, que se
casou com Rute; o filho desta, Obede, foi o pai de Jessé, e Jessé foi o pai
do rei Davi (Mt 1.5,6).
Deste modo, ela demonstrou ter fé no propósito de Deus para com a nação
de Israel. Como recompensa de seus atos heroicos, movido pela fé, não apenas ela,
mas toda a sua família foram salvas naquele dia, quando Jericó foi completamente
destruída.
3. O heroísmo de Gideão.
Deste modo, Gideão não venceu com a maioria, mas ao contrário, com 300
homens, apenas. Como diz certo ditado: “A minoria com Deus é tudo”. Portanto, a
batalha da fé não se vence pela força da carne, mas pelo poder invencível da fé.
Louvado seja o nome de Jesus Cristo. Amém!!!
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CONCLUSÃO
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