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REVISÃO DE LITERATURA

Estimulação magnética transcraniana na depressão


Moacyr Alexandro Rosa1
Marco Antônio Marcolin 1
Saxby Pridmore2

Recebido: 20/9/2001 Aceito: 21/11/2001

RESUMO
A estimulação magnética transcraniana (TMS) é uma nova tecnologia que promete ser um tratamento para transtornos
psiquiátricos. Ela foi aplicada de uma forma experimental em uma vasta gama de condições. A evidência atual sugere um
efeito antidepressivo importante. Neste artigo são revistos e comentados os principais estudos nos quais foi utilizada a
TMS para depressão. Um grande número de estudos em animais e estudos clínicos introdutórios sugere que a TMS de
repetição com alta freqüência (FF-rTMS) tem uma ação antidepressiva. Houve oito estudos cegos controlados com
simulação. Dois destes estudos não mostraram evidência de efeito antidepressivo. Em um deles, poucos pulsos podem
ter sido fornecidos, de tal forma que o estímulo ativo eventualmente foi inadequado. Em outro, a estimulação simulada
possivelmente foi ativa. Todos os outros seis estudos demonstraram uma ação antidepressiva para o tratamento ativo.
Houve duas comparações cegas entre FF-rTMS e eletroconvulsoterapia (ECT). Em uma delas, a FF-rTMS demonstrou
ter um efeito antidepressivo próximo ao da ECT. Em outra, apesar de ser o resultado derivado de uma subanálise, a FF-
rTMS teve um efeito antidepressivo igual àquele da ECT, para depressão maior não-delirante.
Unitermos: Estimulação magnética transcraniana; Depressão; Tratamento.

ABSTRACT
Transcranial magnetic stimulation in depression
Transcranial magnetic stimulation (TMS) is a new technology which holds promise as a treatment of psychiatric
disorders. It has been applied on an experimental basis in range conditions. Current evidence reveals an important
antidepressant effect. This paper reviews and comments the main publications where TMS was used for depression. A
large number of animal studies and introductory clinical studies suggests that fast frequency repetitive TMS (FF-rTMS)
has an antidepressant action. There have been eight blind sham controlled studies. In one too few pulses may have been
provided, such that the active stimulus may have been inadequate. In another, the sham may have been active. All of the
remaining six studies showed a significant antidepressant action for the active treatment. There have been two blind
comparisons of FF-rTMS and electroconvulsive therapy (ECT). In one, FF-rTMS was shown to have an antidepressant
effect approaching that of ECT. In the other, in non-delusional major depression, although a sub analysis result, FF-
rTMS had an antidepressant effect the same at that of ECT.
Keywords: Transcranial magnetic stimulation; Depression; Treatment.

As bases da estimulação magnética elétricas, é um fenômeno familiar conhecido por todos


por meio da física do colégio. A sua contrapartida, a
O eletromagnetismo, que consiste na produção de indução de correntes elétricas através da variação de
campos magnéticos através da movimentação de cargas campos magnéticos, é somente um pouco menos

1
Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.
2
Director, Department of Psychological Medicine, Royal Hobart Hospital – University of Tasmania, Hobart, Australia.
Endereço para correspondência:
Moacyr Alexandro Rosa
Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP – Serviço de Tratamento Biológico – ECT
Rua Dr. Ovídio Pires de Campos, s/n – São Paulo, SP – CEP 05403-010
Telefax: (0xx11) 3069-6525
E-mail: moarosa@altavista.com

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familiar. Estes princípios são o ponto central da estimu- Quando a estimulação é aplicada com freqüência
lação magnética transcraniana (TMS, em inglês: trans- de 1 Hz ou mais lenta, o termo baixa freqüência (SF-
cranial magnetic stimulation), uma nova e promissora rTMS, em inglês: slow frequency rTMS) pode ser
técnica para o tratamento de transtornos psiquiátricos. aplicado. Acima de 1 Hz, o termo alta freqüência (FF-
Campos magnéticos alternados são facilmente rTMS, em inglês: fast frequency rTMS) tem sido utilizado
produzidos através de uma corrente elétrica variável, (Menkes et al., 1999).
sendo a bobina primária de um transformador um bom Estimulação com FF-rTMS aumenta a atividade
exemplo. A corrente primária na bobina induz uma do tecido cortical (Pascual-Leone et al., 1994a),
corrente secundária no meio que atinge. Esta corrente enquanto LF-rTMS diminui a atividade cortical (Chen
secundária é paralela, mas oposta à primária. O grau de et al., 1997). Assim, a TMS pode ser capaz de permitir
indução vai depender da taxa de alternância do campo e estimulação de diferentes partes do córtex e talvez até
das propriedades elétricas do meio secundário. Os do cerebelo, com efeitos tanto facilitatórios como
campos magnéticos passam facilmente através de inibitórios. Existe a possibilidade de, no futuro, adequar
isoladores como, por exemplo, os ossos, de tal forma os tratamentos psiquiátricos de acordo com os
que a corrente induzida dentro do crânio por um resultados dos estudos de imagem.
eletromagneto pode ser restringida a uma pequena área. A determinação da carga apropriada para estimular
Esta possibilidade contrasta com a estimulação global um indivíduo é um pouco arbitrária até o presente. O
induzida pela eletroconvulsoterapia (ECT), que possui nível de referência geralmente empregado é o limiar
efeitos colaterais que surgem principalmente pela motor (LM, em inglês: motor threshold – MT). Uma
dificuldade de induzir uma corrente dentro do crânio bobina é colocada sobre o córtex motor e são aplicados
através de eletrodos cutâneos. A técnica da indução de estímulos em porcentagens crescentes da carga do
pequenas correntes corticais utilizando um eletromagneto aparelho, até que um movimento contralateral dos dedos
de pulso é chamada de TMS. ou do polegar seja detectado (Pridmore et al., 1998). A
A TMS é implementada passando-se uma corrente bobina é movida para encontrar a posição na qual a
elétrica variável no tempo através de uma bobina mantida menor carga possível de estímulo produza movimento:
em contato com a cabeça. O campo magnético a menor carga do aparelho que produz movimento é
resultante passa através do crânio e induz uma pequena denominada limiar motor. Estimulações subseqüentes
corrente secundária no córtex, que pode despolarizar podem ser feitas em outros locais, tais como o córtex
os neurônios corticais (dependendo da força da corrente pré-frontal dorsolateral, em alguma proporção do LM,
induzida) (Barker et al., 1985). A forma da bobina em geral na faixa de 80%-110% do LM. O quanto o
determina as características do campo magnético, que limiar do córtex em outros locais corresponde ao limiar
influencia a distribuição da corrente secundária. Uma do córtex motor está ainda por ser determinado.
corrente cortical amplamente distribuída é produzida Além da freqüência (medida em Hertz), da carga
por uma bobina plana; um foco mais localizado pode (medida em porcentagem do limiar motor) e da
ser conseguido com uma bobina em forma de oito localização anatômica do estímulo, outros parâmetros
(Cohen et al., 1990). A estimulação utilizando os são importantes e variam de estudo para estudo. Esses
equipamentos atualmente disponíveis causa uma parâmetros incluem o número de estímulos na mesma
despolarização entre 19 e 23 mm abaixo da face da sessão, a duração de cada estímulo e os intervalos entre
bobina, na junção da matéria branca com a matéria os eles. Também são variáveis o número total de dias
cinzenta do cérebro (Epstein et al., 1990). de tratamento (em geral, os estudos utilizam 10 a 20
dias).
Além da proximidade da bobina e do tipo de tecido
envolvido, a corrente secundária depende da taxa de
alternância da corrente primária, que é limitada pelos Perspectivas celulares nos transtornos mentais e
componentes utilizados em um dado estimulador. O nos tratamentos
tempo requerido para acumular uma carga suficiente
limitava a taxa dos primeiros aparelhos a menos de 1 Os transtornos mentais são cada vez mais des-
Hz. Os aparelhos mais recentes de estimulação magnética critos em termos de disfunções nos níveis celular ou
de repetição com alta freqüência (rTMS, em inglês: molecular (Hyman e Nestler, 1993); os tratamentos oca-
repetitive TMS) têm sistemas de suprimento com maior sionam alterações na estrutura, na fisiologia e no com-
poder que permitem freqüências de até 50 Hz, portamento, a longo prazo, dos neurônios. Tradicional-
produzindo diferenças qualitativas nos efeitos que podem mente, os psiquiatras utilizaram técnicas incluindo
ser obtidos. psicoterapia, medicações, fototerapia e ECT, com a

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finalidade de alterar indiretamente os padrões de artefato acústico da descarga da bobina do aparelho


expressão genética (Hyman e Nestler, 1996) para Cadwell MES-10. Contudo, Pascual-Leone et al. (1992)
alcançar este fim. A rTMS oferece um novo caminho não encontraram tais déficits em seres humanos.
para influenciar de forma não-invasiva a atividade de Matsumiya et al. (1992) relataram alterações microva-
regiões corticais, o que pode torná-la clinicamente útil. cuolares na região cortical em metade dos 24 animais
A habilidade da TMS de modificar a expressão genética expostos a mais de 100 estímulos de alta intensidade.
em tecidos neuronais (Ji et al., 1998) e tecidos da glia Todavia, Gates et al. (1992) não encontraram lesões
(Fujiki et al., 1997) foi demonstrada em roedores. orgânicas em nível microscópico no tecido cerebral de
dois indivíduos que receberam mais de 2.000 estímulos
antes da lobectomia ântero-temporal para epilepsia, e
Comparação com ECT as alterações descritas no estudo de animais são atual-
mente consideradas artefatos.
Alguns pontos de comparação com a eletroconvul-
soterapia (ECT) merecem menção. A ECT tem uma Menos de um terço das pessoas tratadas com TMS
imagem negativa diante do público, induz convulsões e ou rTMS desenvolve cefaléia transitória, que usualmente
pode estar associada com dificuldades mnêmicas não requer tratamento. Um analgésico comum é
temporárias, rigidez muscular e cefaléias. Além disso, suficiente para a maioria. A questão mais preocupante
necessita de anestesia, pessoal para recuperação e espaço tem sido se a rTMS vai resultar em uma convulsão. Em
físico. Essas características derivam do fato de o crânio um encontro internacional em 1996, foram dados
ser altamente resistente à passagem da eletricidade detalhes de sete convulsões que pensava-se terem sido
(Lorimer et al., 1949). Por este motivo, a carga não induzidas pela TMS ou rTMS (Wassermann, 1998).
pode ser acuradamente focalizada através de eletrodos Naquele encontro foi promulgado um guia de parâ-
colocados externamente (Hayes, 1950). Acredita-se que, metros de tratamento. Não houve relatos de convulsões
para que a ECT produza um efeito antidepressivo, seja nos anos subseqüentes.
necessária uma convulsão generalizada (Ottosson, Contudo, ainda é cedo para saber acuradamente
1960). Contudo, uma outra possibilidade é que a convul- todos os possíveis efeitos colaterais e os limites de
são tenha que acompanhar uma ECT efetiva porque a uma exposição segura. Efeitos cognitivos, por exemplo,
estimulação suficiente de estruturas cerebrais críticas foram observados, e alterações a longo prazo na função
requer altas doses de eletricidade, que se tornam difusas cerebral são teoricamente possíveis (Wasserman,
e fazem com que uma convulsão generalizada seja 2000).
inevitável (George e Wassermann, 1994).
As correntes elétricas resultantes da TMS podem
Aplicação clínica
ser localizadas. Um alfinete colocado em uma mesa de
madeira pode ser movido com precisão por um magneto A TMS tem sido amplamente utilizada como uma
segurado sob a mesa. Isto mostra que os campos mag- ferramenta de investigação na neurofisiologia clínica.
néticos passam diretamente através de materiais não- Também é utilizada como uma sonda para exploração
condutores de eletricidade e que eles são mais fortes no da fisiologia e psicologia normais. Para uma revisão da
espaço imediatamente adjacente ao magneto. Estas utilização da TMS no estudo da função cerebral normal,
características permitem que pequenas correntes secun- ver Cracco et al. (1999); e para uma revisão da TMS
dárias possam ser aplicadas com precisão no córtex. na modulação da aprendizagem e memória, ver Grafman
Assim, o eletromagnetismo permite um salto através e Wassermann (1999).
do crânio. (Uma bobina em forma de oito, que se com- Estudos iniciais sugeriram que a TMS poderia
põe de duas bobinas circulares separadas, colocadas ter um lugar no tratamento de uma gama de condições,
lado a lado, aumenta ainda mais a habilidade de localizar incluindo a doença de Parkinson (Pascual-Leone et
o estímulo; ao redor do ponto onde as bobinas se juntam, al., 1994b; Mallory e Stone, 1998), câimbra do
a força do campo magnético é duplicada). escrivão (Siebner et al., 1999) e a epilepsia (Tergau
et al., 1999).
Efeitos adversos Também há estudos sugerindo que a TMS possa
ter um lugar no tratamento de vários transtornos psi-
Nos primeiros anos de pesquisa com TMS havia quiátricos, incluindo transtorno obsessivo-compulsivo
muita preocupação a respeito dos potenciais efeitos (Greenberg et al., 1997), transtorno do estresse pós-
adversos. Counter et al. (1990) relataram uma alteração traumático (McCann et al., 1998) e mania (Grisaru et
permanente do limiar de audição em animais devido ao al., 1998). Contudo, é ainda muito cedo para que se

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possa tirar conclusões sobre o uso da TMS no manejo quando a bobina é colocada sobre o córtex pré-frontal
desses transtornos. (Zheng, 2000); isto também é encorajador, pois o rCBF
reduzido no cingulado e nas estruturas límbicas asso-
ciadas é uma característica da depressão.
TMS na depressão
A TMS em intensidades maiores que o limiar motor
Estudos em animais elevou o hormônio estimulante da tiróide (TSH) em
homens saudáveis em um ensaio controlado com
Uma vasta gama de estudos em animais,
placebo (Cohrs et al., 2001). Isto é importante, pois o
relevantes para o tratamento da depressão, tem sido
TSH é elevado pela privação do sono que, por sua vez,
realizada. Fleischmann et al.(1995) compararam os
tem um efeito antidepressivo. Mais recentemente, em
efeitos da TMS e do choque eletroconvulsivo (em
um estudo controlado com placebo em pacientes com
inglês: electroconvulsive shock – ECS) em modelos
depressão maior, uma única sessão de TMS produziu
animais de depressão em camundongos, incluindo o
aumento significativo de TSH e melhora do humor
teste de natação de Porsolt. Este teste mede a flutuação
(Szuba et al., 2001).
e o comportamento ativo de ratos colocados em uma
piscina. A redução da imobilidade sugere efeito Evidência de uma ação antidepressiva para FF-
desinibitório e atividade do tipo antidepressiva rTMS vem de um número considerável de estudos
abertos (Figiel et al., 1998; Lyndon, 2001). Houve relatos
(Bruhwyler et al., 1995). Eles encontraram que a TMS
de casos de excelentes melhoras de indivíduos (Avery
e o ECS tinham efeitos similares. Outros estudos em
et al., 1999). Existe a possibilidade de que a TMS possa
roedores produziram efeitos similares nas monoaminas
induzir mania (Dolberg et al., 2001). A habilidade da
cerebrais, em receptores beta-adrenérgicos e no AMP
TMS de normalizar os resultados alterados do teste de
cíclico. A TMS também mostrou-se capaz de
supressão da dexametasona, uma medida objetiva de
influenciar os receptores de serotonina e N-metil-D-
remissão clínica, foi demonstrada (Pridmore, 1999).
aspartato (NMDA). Para revisões, ver Belmaker e
Em outro estudo, as aplicações de TMS foram substi-
Grisaru (1998) e Lisanby e Belmaker (2000).
tuídas por aplicações de ECT, sem perda dos efeitos
Recentemente, um grupo alemão (Post et al., antidepressivos (Pridmore, 2000).
1999) demonstrou que a TMS mediava um efeito
Em uma pesquisa sobre a experiência e as atitudes
neuroprotetor contra a morte neuronal oxidativa em
de 48 pacientes que receberam FF-rTMS para depres-
camundongos. Eles demonstraram que a TMS
são maior, tanto como uma opção de tratamento quanto
aumentava o fator neurotrófico derivado do cérebro
como um assunto de estudo, 63% acreditavam que a
e o RNA mensageiro (Muller et al., 2000). Mais recen- TMS tinha sido útil, 87% estariam dispostos a reco-
temente, eles demonstraram que a TMS produzia mu- mendá-la para um membro da família, e 90% afirmavam
danças comportamentais e neuroendócrinas em uma que a TMS era preferível, quando comparada a possibi-
linhagem de camundongos cultivada para comporta- lidade de tratamento com ECT (Walter et al., 2001).
mento altamente relacionado com ansiedade, que são
comparáveis àquelas induzidas pelo tratamento com
drogas antidepressivas (Keck et al., 2001). Assim, Estudos cegos controlados com simulação
os estudos com animais indicam que a TMS tem a
capacidade de influenciar o comportamento e a bio- Estudos duplo-cegos, controlados, com alocação
química, incluindo a regulação da expressão genética, aleatória são o principal modo de se comprovar a
de uma forma similar àquela do ECS e de medicações eficácia de um tratamento em psiquiatria. George et
antidepressivas. al. (1995) relataram o primeiro uso de FF-rTMS no
tratamento da depressão em seres humanos. Este foi
um estudo aberto não-controlado. Contudo, foi um
Estudos clínicos preliminares artigo considerado ponto de referência e estabeleceu
algumas características metodológicas. Uma bobina
A TMS atrasa o início do sono REM em sujeitos em forma de oito foi utilizada. Quase todos os estudos
normais (Cohrs et al., 1998); isto é encorajador, pois a subseqüentes de FF-rTMS utilizaram este tipo de
redução da latência do sono REM é um dos mais bobina. Eles aplicaram o estímulo no córtex pré-frontal
robustos marcadores da depressão. A TMS aumenta esquerdo. Isto foi baseado em três observações: 1)
significativamente o fluxo sangüíneo cerebral regional que a FF-rTMS aumenta a excitabilidade dos neurônios;
(rCBF, em inglês: regional cerebral blood flow) do giro 2) que a depressão maior está freqüentemente associada
cingulado anterior esquerdo em indivíduos deprimidos, com uma diminuição da atividade do córtex pré-frontal

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esquerdo; e 3) estudos-piloto não publicados indicavam Padberg et al. (1999) conduziram uma compa-
que esta localização fornecia os melhores resultados. ração cega de SF-rTMS, FF-rTMS e estimulação si-
É provável que no futuro a freqüência e o lugar da mulada em 18 pacientes deprimidos que foram divi-
estimulação utilizados no tratamento da depressão didos em três grupos. Eles utilizaram 90% do LM e 250
sejam ajustados para cada indivíduo, com base nos estímulos por dia, por cinco dias. Não houve diferença
estudos de imagem. Até o presente, todos os estudos significativa nos efeitos da FF-rTMS e simulada. Con-
de FF-rTMS utilizaram a estimulação pré-frontal tudo, este estudo tem uma limitação metodológica. O
esquerda. Eles trataram pacientes refratários às número de estímulos em cada sessão (250) foi apenas
medicações; isto também se tornou uma característica 25% e 32% do estímulo diário fornecido pelos estudos
de todos os estudos subseqüentes com FF-rTMS. Eles prévios (Pascual-Leone et al., 1996; George et al., 1997)
estimularam o córtex pré-frontal com uma intensidade e tão pouco quanto 12,5% das estimulações diárias de
de estímulo de 80% do LM por cinco dias. Estudos alguns estudos subseqüentes (George et al., 2000). Em
subseqüentes variaram a intensidade e o número de resumo, não foi fornecida estimulação adequada e
dias de tratamento. George et al. (1995) trataram seis concordante com outros estudos.
pacientes e os escores de depressão para o grupo Loo et al. (1999) compararam a FF-rTMS e
melhoraram "significativamente", segundo os autores estimulação simulada em dois grupos de nove pacientes
(média de decréscimo de 23,8 para 17,5 na escala de sofrendo de depressão. Ambos os grupos melhoraram
depressão de Hamilton). Dois pacientes apresentaram significativamente (decréscimo de 23% nos escores),
uma melhora que chamaram de "robusta", dois mas não houve diferença significativa entre eles.
apresentaram uma melhora "leve" e dois não apre- Assim, a FF-rTMS não foi mais eficaz que a
sentaram nenhuma melhora. Estes resultados são enco- estimulação simulada. A melhora nos pacientes com
rajadores. Argumenta-se que este foi um estudo aberto estimulação simulada foi surpreendente, dado que
e estas podem ter sido respostas-placebo; contudo, todos sofriam de depressão refratária às medicações
deve-se registrar que estes pacientes sofriam de de- e tais condições não costumam responder ao placebo.
pressão refratária à medicação, que são relativamente Recentemente, Lisanby et al. (2001), utilizando pulsos
pouco prováveis de exibir uma resposta-placebo. simples e eletrodos colocados no córtex pré-frontal
Pascual-Leone et al.(1996) publicaram o primeiro de macacos Rhesus, demonstraram que a simulação
estudo cego com placebo de FF-rTMS em depressão. utilizada por Loo et al. cria uma voltagem ao redor
Este foi um estudo crossover. A estimulação foi feita dos locais de contato com 76% da estimulação ativa.
com 90% do LM. Dezessete pacientes receberam esti- Isto pode ter sido maior no estudo de Loo et al., pois
mulação ativa ou simulada sobre o córtex pré-frontal a estimulação foi aplicada a 20 Hz, e o somatório da
esquerdo e o direito. Todos os pacientes receberam resposta neuronal à FF-rTMS foi demonstrado
cada condição experimental por uma semana, seguida (Pascual-Leone et al., 1994b). Loo et al. utilizaram
por três semanas de observação, de tal forma que cada 110% do LM e George et al. (1997) demonstraram
paciente permanecia no estudo por cinco meses. A um efeito antidepressivo com 80% do LM. Assim, a
FF-rTMS ativa sobre o córtex pré-frontal esquerdo simulação utilizada por Loo et al. pode ter sido ativa,
(mas nenhuma outra condição de tratamento) resultou o que poderia explicar porque os seus pacientes
em uma redução significativa nos escores de depressão refratários às medicações tratados com estimulação
(45% na escala de Hamilton). Onze pacientes apre- "simulada" melhoraram.
sentaram melhora pronunciada, mas isto se desfez ao Berman et al. (2000) relataram uma comparação
longo de duas semanas. de FF-rTMS ativa e simulada em dois grupos de dez
George et al.(1997) conduziram um estudo duplo- pacientes. Estes pacientes haviam falhado em responder
cego crossover. Doze pacientes deprimidos receberam a uma média de quatro ensaios medicamentosos e
FF-rTMS ativa e simulada a 80% do LM por duas estavam sem medicação durante o estudo. A estimulação
semanas. Comparado com o tratamento simulado, o foi com 80% do LM, e dez sessões de tratamento eram
ativo melhorou significativamente os escores de fornecidas. O decréscimo nos escores de depressão
depressão. Contudo, em nível individual, o tratamento foi significativamente maior para o tratamento ativo
ativo levou à redução de 25% ou mais nos escores de comparado com a estimulação simulada. Quatro
depressão em apenas cinco pacientes. Estes resultados pacientes recebendo FF-rTMS e nenhum do grupo
indicam que a FF-rTMS poderia reduzir os sintomas simulado obtiveram reduções clinicamente úteis. Os
da depressão, mas levanta dúvidas sobre a sua utilidade autores descrevem esses resultados como "clinicamente
clínica. modestos" (redução de 34% nos escores). Contudo,

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deve-se lembrar que estes pacientes tinham falhado em tanto para a FF-rTMS ativa como para a estimulação
responder a vários antidepressivos, e a resposta em qua- simulada. A estimulação simulada utilizada neste estudo
tro de dez pacientes não é algo que possa ser desprezado. pode ter sido ativa. Assim, todos os estudos com meto-
Eschweiler et al. (2000) relataram um estudo dologia adequada, controlados com estimulação simu-
cego, abrangente, do efeito da FF-rTMS e estimulação lada, até o momento, indicam uma ação antidepressiva
simulada no humor e na função hemodinâmica em doze para a FF-rTMS.
pacientes com depressão maior que estavam tomando
medicações antidepressivas. Eles encontraram que a
Comparações cegas com ECT
FF-rTMS resultava em redução significativa nos
escores de depressão. Além disso, eles definiram a Houve três comparações entre FF-rTMS e ECT.
resposta como uma redução de 30% nos escores de Grunhaus et al. (2000), em um estudo aberto, dividiram
depressão e, utilizando este critério, cinco de 12 randomicamente 40 pacientes em dois grupos e trataram
pacientes recebendo FF-rTMS, mas apenas um de dez um com ECT unilateral e o outro com FF-rTMS a 90%
recebendo a estimulação simulada, atingiram este do LM por até 20 sessões de tratamento. No geral, os
estado. pacientes responderam significativamente melhor à ECT.
George et al. (2000) relataram um estudo contro- Contudo, quando os pacientes foram divididos em
lado com placebo, duplo-cego, de FF-rTMS a 100% grupos de acordo com a presença ou ausência de psi-
do LM. O tratamento ativo foi a 5 Hz para a metade e cose, aqueles com psicose (19 pacientes) responderam
20 Hz para a outra metade do grupo, mas ambos serão significativamente melhor à ECT, mas aqueles sem
considerados juntos. A resposta foi definida como uma psicose (21 paciente) responderam igualmente à FF-
redução de 50% nos escores de depressão. A FF-rTMS rTMS.
resultou em um número significativamente maior de Pridmore et al. (2000) relataram um estudo cego
respondedores (9/20) que a estimulação simulada (0/ de 32 pacientes divididos randomicamente para receber
10). Considerando a mudança nas médias dos grupos, FF-rTMS ou ECT unilateral. A FF-rTMS era a 100%
comparado com o grupo simulado, o tratamento ativo do LM e foi continuada enquanto houvesse melhora.
resultou em uma redução significativamente maior no Aqueles que atingiram remissão receberam, em média,
Inventário de Depressão de Beck e na Escala de Hamilton 13,1 (DP = 3,1) tratamentos. Três medidas de
para Ansiedade, mas não na Escala de Depressão de depressão foram utilizadas e, no geral, a ECT
Hamilton. demonstrou uma vantagem significativa. Contudo, o
Garcia-Toro et al. (2001) relataram um ensaio número que atingiu a remissão (escores < 8 na Escala
de FF-rTMS e estimulação simulada em 40 pacientes de Depressão de Hamilton) foi o mesmo (11 de 16
sofrendo de depressão refratária às medicações. A pacientes). A média de melhora na Escala favoreceu a
estimulação era com 90% do LM, aplicada em 10 ECT, mas não foi significativamente diferente da FF-
dias. A FF-rTMS induziu uma diminuição significa- rTMS.
tivamente maior nos escores das escalas de depressão Grunhaus et al. (em estudo submetido para publi-
que a estimulação simulada. Cinco daqueles recebendo cação) relatam uma comparação cega entre FF-rTMS
FF-rTMS, mas apenas um dos que receberam e ECT no tratamento de depressão maior não-delirante.
estimulação simulada, apresentaram uma diminuição A FF-rTMS foi aplicada a 90% do LM e continuada por
de 50% nos escores de depressão. Em uma conti- 20 sessões. A resposta foi definida como uma diminuição
nuação aberta, nove pacientes que tinham recebido, de 50% nos escores de depressão, e a remissão foi
mas falharam em responder à FF-rTMS, aceitaram definida como um escore < 10 na Escala de Depressão
receber mais 10 sessões com 110% do LM, e três de Hamilton. A taxa de resposta não foi signi-
deles atingiram uma diminuição de 50% nos escores ficativamente diferente (12 para ECT; 11 para FF-rTMS)
de depressão. e a taxa de remissão foi a mesma (6 para ambos os
Estes estudos estão sumarizados na tabela 1. Houve grupos).
oito estudos cegos controlados com simulação. Seis Estes estudos cegos estão sumarizados na tabela
estudos, envolvendo 131 pacientes, mostraram que a 2. Em um estudo cego, a FF-rTMS demonstrou ter um
FF-rTMS tem uma ação antidepressiva. Um estudo não efeito antidepressivo que se aproximou do efeito da ECT.
demonstrou ação antidepressiva para a FF-rTMS e para Em outro estudo, em depressão maior não-delirante, a
a estimulação simulada, mas utilizou um número de FF-rTMS teve um efeito antidepressivo igual àquele da
estímulos muito pequeno e, por isso, deve ser des- ECT. Setenta e dois pacientes estavam envolvidos nestes
contado. O estudo final mostrou uma ação antidepressiva estudos.

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Tabela 1 Estudos cegos controlados de FF-rTMS para depressão maior


Estudo Tipo No de pacientes Resultados Comentários
Pascual-Leone Duplo-cego, controlado, 17 FF-rTMS no CPFDL Ação antidepressiva
et al., 1996 com simulação, associado com redução demonstrada
crossover múltiplo significativa dos escores
de depressão
George et al., 1997 Duplo-cego, controlado, 12 FF-rTMS Ação antidepressiva
com simulação, significativamente superior demonstrada
crossover à estimulação simulada
Padberg et al., 1999 Duplo-cego, 18 Sem mudança significativa, Apenas 250
3 correntes paralelas, com nenhuma condição, estímulos por dia.
com simulação, estimulação simulada, (Todos os outros
SF-rTMS, SF-rTMS ou utilizaram 800-2000
FF-rTMS FF-rTMS estímulos por dia)
Loo et al., 1999 Duplo-cego, controlado, 18 Tanto a estimulação simulada Estimulação simulada
com simulação, quanto a FF-rTMS mostraram pode ter sido ativa
crossover melhora significativa, sem (Lisanby et al., 2001)
diferença entre ambas
Berman et al., 2000 Duplo-cego, controlado, 20 FF-rTMS com redução Ação antidepressiva
com simulação, paralelo significativamente maior demonstrada
da média dos escores
redução de 40-45%;
FF-rTMS: 4/10;
simulada: 0/10
Eschweiler et al., Duplo-cego, controlado, 12 FF-rTMS, redução significativa Ação antidepressiva
2000 com simulação, crossover na média dos escores de demonstrada
depressão, estimulação
simulada, piora na média
dos escores, redução
de 30%, FF-rTMS: 4/10,
simulada: 1/10
George et al., 2000. Duplo-cego, controlado, 30: FF-rTMS, significativamente Ação antidepressiva
com simulação, paralelo (20: FF-rTMS, mais respondedores, demonstrada
10: sham) resposta = diminuição de
50% nos escores,
FF-rTMS: 9/20,
simulada: 0/10
Garcia-Toro Duplo-cego, controlado, 40 FF-rTMS, redução Ação antidepressiva
et al., 2001 com simulação significativa na média demonstrada
dos escores de depressão,
simulada, sem mudança,
redução de 50%, FF-rTMS:
5/17, simulada: 1/18

Conclusão estímulo e número de estímulos por dia) e um maior


número de sessões de tratamento deveriam ser inves-
Até o momento, os estudos sugerem um efeito tigados.
antidepressivo da FF-rTMS. Contudo, muitas questões Dentro do arsenal terapêutico moderno, a TMS
ficam ainda por responder. pode vir a ser uma opção para pacientes que não supor-
Devido ao fato de não ter sido comprovada a efi- tem os efeitos colaterais das medicações antidepressivas,
cácia da TMS em quadros depressivos psicóticos, pare- em regime de monoterapia ou em associação.
ce pouco provável que possa substituir, ao menos total- Outra questão que ainda não foi resolvida diz respeito
mente, a ECT. à continuação e à manutenção do tratamento. Não existem
Por outro lado, os parâmetros mais eficazes ainda trabalhos demonstrando a eficácia a longo prazo, nem a
estão pouco definidos e são necessários ainda muitos respeito da taxa de recaída após a resposta à TMS.
estudos para que haja um consenso a respeito disso. A Resolver essas questões e maximizar o efeito desta
evidência sugere que doses mais altas (intensidade do técnica é uma tarefa para o futuro.

Rosa, M.A.; Marcolin, M.A.; Pridmore, S. Rev. Psiq. Clín. 29 (2):90-98, 2002
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Tabela 2 Estudos comparativos cegos de FF-rTMS e ECT


Estudo Desenho No de pacientes Resultados Comentários
Pridmore et al., 2000 Cego, comparação 32 Significativa vantagem global Ação antidepressiva
paralela com ECT da ECT, sem diferença próxima à ECT na
significativa na média de redução depressão maior
na escala de Hamilton, remissão
em ambos os grupos: 11/16
Grunhaus et al., Cego, comparação 40 Resposta = redução de 50% Ação antidepressiva
(submetido para paralela com ECT nos escores de depressão, equivalente à ECT em
publicação) ECT: 12, FF-rTMS: 11, depressão maior não-
remissão: escore final na delirante
escala de Hamilton < 10:
6 para ambos os grupos

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