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18/03/2018 ConJur - Luíza Richter: A vitimização e o desejo de punição a todo custo

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15 de março de 2018, 6h31 Imprimir Enviar 40 0 0


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ficam em segundo plano, têm-se decisões baseadas no querer do senso dos mais vendidos na Folha e na Veja
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comum, tomando-se medidas de forma imediata sem a mínima preocupação
com as suas causas e efeitos em relação à ordem constitucional e jurídica.
Porém, não irei abordar as consequências de tais medidas, mas, sim, me
debruçarei no porquê de toda essa onda punitivista. O que ocorreu com a
sociedade que anseia por punição a todo custo, que desconsidera os meios
com que tais condenações são conseguidas?

Tal postura é determinada por Silva Sánchez como um dos fenômenos LEIA TAMBÉM
provocados pela expansão do Direito Penal. Assim, diferentemente do ACADEMIA DE POLÍCIA
defendido no modelo penal garantista, que prega pelo liberalismo político, Buscamos contraditório ou ampla
estimando como uma de suas principais tarefas proteger o cidadão, defesa na investigação criminal?
delinquente ou não, dos abusos do Estado, no modelo expansionista tem-se a
OPINIÃO
ampliação do poder estatal sobre os cidadãos[1]. Assim, o que se tem é uma
Yarochewsky: A presunção de
sociedade formada por sujeitos passivos, dominada por “vítimas”. Afirma-se
inocência na voz do decano do
isso, pois se parte do pressuposto que sempre existe um terceiro, que é o
Supremo
responsável pelos acontecimentos. As pessoas, então, simplesmente se
eximem da culpa e passam a imputar o fato e as suas consequências, tanto OPINIÃO
patrimoniais como penais, para o outro, autointitulando-se vítimas[2]. João Francisco: Dois pesos e duas
medidas para a prisão antecipada
Essa assunção faz com que haja uma identificação social geral com o sujeito
passivo da relação, o que, aliado à configuração das sociedades atuais OPINIÃO
(classificação geral em classes passivas: pensionistas, desempregados, Luíza Richter: Midiatização do medo
consumidores), gera uma sociedade denominada como “sujeitos do bem- torna Direito Penal mercadoria
estar”[3], os quais foram acostumados a esperar das instâncias públicas todo
DIÁRIO DE CLASSE
tipo de solução. Para esses sujeitos, as leis penais (leia-se: as garantias) são
Só o Estado de Direito pode aplacar
vistas como um verdadeiro obstáculo para a punição, como se fossem
os demônios da natureza humana
garantias do “delinquente”[4].
OPINIÃO
Esta plausível atenção aos interesses das vítimas adquiriu inclinações
Mariz: Cultura punitiva — desprezo
completamente inovadoras, pois são as demandas das vítimas reais,
pela defesa e pela verdade
potenciais ou arquetípicas (sem existência real nem possível) que passaram
a guiar os interesses políticos-criminais, pressupondo-se que qualquer

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18/03/2018 ConJur - Luíza Richter: A vitimização e o desejo de punição a todo custo

avanço ou melhora na atenção da vítima deva refletir em uma deterioração


das condições existenciais do delinquente[5]. A título de exemplo, pode-se Facebook Twitter
citar o HC 126.292 do STF, que determinou o cumprimento antecipado da
pena após julgamento em 2ª instância. Embora a lei seja cristalina quanto à Linkedin RSS Feed
sua possibilidade apenas após o trânsito em julgado da condenação penal, o
acórdão restou reiterado pelo STJ na última semana, o qual se utilizou dos
mesmos argumentos simbólicos proferidos no julgamento do Supremo. E
simbólicos, entende-se por não possuir nenhum efeito prático ou funcional,
nenhuma consequência, de fato, benéfica para a atual situação, senão um
mero sintoma de crise de vitimização em massa. Veja-se:

“Em terceiro lugar, o novo entendimento contribuiu significativamente


para agravar o descrédito do sistema de justiça penal junto à sociedade.
A necessidade de aguardar o trânsito em julgado do REsp e do RE para
iniciar a execução da pena tem conduzido massivamente à prescrição
da pretensão punitiva ou ao enorme distanciamento temporal entre a
prática do delito e a punição definitiva. Em ambos os casos, produz-se
deletéria sensação de impunidade, o que compromete, ainda, os
objetivos da pena, de prevenção especial e geral. Um sistema de justiça
desmoralizado não serve ao Judiciário, à sociedade, aos réus e
tampouco aos advogados”[6].

A identificação, então, com a vítima por parte da sociedade torna-se algo tão
grandioso que é considerado como um verdadeiro fenômeno, que acaba por
conduzir para a compreensão de que a própria instituição da pena seja mais
um instituto de superação por parte da vítima do trauma gerado pelo
delito do que um modo de punição para o autor do fato. A pena passa a
servir para demonstrar à vítima a solidariedade do grupo social com ela,
deixando de fora o autor do fato e a reintegrando no quadro social[7]. Dessa
forma, perde-se a principal função da pena — a ressocialização, que apesar
de ter suporte constitucional, é deixada de lado (assim como a presunção de
inocência), perdendo o apoio social necessário para se constituir como
objetivo a ser atingido, de modo que qualquer flexibilização da execução
penal é vista, novamente, como conjunto de favores aos delinquentes[8].

Com todas as fichas postas ao Direito Penal, surge a generalizada ideia de


que é necessário renunciar às cautelas existentes encarregadas de prevenir
os abusos dos poderes públicos contra os direitos individuais em troca de
maior efetividade destes perante os ditos “criminosos”. Em outras palavras,
os cidadãos — autointitulados como não delinquentes — não mais temem o
poder público e seus possíveis abusos, pois não se sentem afetados a
eventuais funções repressivas que estes venham a exercer, assim como não
estão preocupados pelos excessos que possam ser cometidos[9].

A constante ideia de vitimização por parte da população, que em diferentes


meios clama que o Direito Penal responda aos seus ideais pessoais, faz com
que muitos setores, antes avessos ao Direito Penal, passem a acolher esta
nova política criminal expansiva e intervencionista como uma espécie de
reação. Desse modo, o ativismo judicial aflora-se como uma espécie de
“salvador da pátria”, defensor dos direitos do cidadão.

[1] DÍEZ RIPOLLÉS. José Luis. A Política Criminal na Encruzilhada. Trad.


André Luís Callegari. Editora Livraria do Advogado. Porto Alegre: 2015. p.
17.
[2] SILVA SÁNCHÉZ. Jesús-María. A Expansão do Direito Penal: aspectos da
política criminal nas sociedades pós-industriais. Trad. Luiz Otavio de Oliveira
Rocha. 3 Ed. Editora Revista dos Tribunais. São Paulo: 2013. p. 57-59.
[3] SILVA SÁNCHÉZ. Jesús-María. A Expansão do Direito Penal: aspectos da

https://www.conjur.com.br/2018-mar-15/luiza-richter-vitimizacao-desejo-punicao-todo-custo 2/5
18/03/2018 ConJur - Luíza Richter: A vitimização e o desejo de punição a todo custo

política criminal nas sociedades pós-industriais. Trad. Luiz Otavio de Oliveira


Rocha. 3 Ed. Editora Revista dos Tribunais. São Paulo: 2013. p. 64.
[4] DÍEZ RIPOLLÉS. José Luis. A Política Criminal na Encruzilhada. Trad.
André Luís Callegari. Editora Livraria do Advogado. Porto Alegre: 2015. p.
25.
[5] DÍEZ RIPOLLÉS. José Luis. A Política Criminal na Encruzilhada. Trad.
André Luís Callegari. Editora Livraria do Advogado. Porto Alegre: 2015. p.
25.
[6] Trecho do voto do ministro Luís Roberto Barroso no HC 126.292/SP,
página 34.
[7] SILVA SÁNCHÉZ. Jesús-María. A Expansão do Direito Penal: aspectos da
política criminal nas sociedades pós-industriais. Trad. Luiz Otavio de Oliveira
Rocha. 3 Ed. Editora Revista dos Tribunais. São Paulo: 2013. p. 68.
[8] DÍEZ RIPOLLÉS. José Luis. A Política Criminal na Encruzilhada. Trad.
André Luís Callegari. Editora Livraria do Advogado. Porto Alegre: 2015. p.
29.
[9] DÍEZ RIPOLLÉS. José Luis. A Política Criminal na Encruzilhada. Trad.
André Luís Callegari. Editora Livraria do Advogado. Porto Alegre: 2015. p.
34.

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Luíza Richter é advogada e pós-graduanda em Ciências Penais na PUC-RS.

Revista Consultor Jurídico, 15 de março de 2018, 6h31

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COMENTÁRIOS DE LEITORES
5 comentários

O DIREITO OPACO
O IDEÓLOGO (Outros)
15 de março de 2018, 17h32

No direito opaco apenas a percepção sensível, porém enganosa é captada pelo indivíduo.
A Carta Política de 1988 permitiu isso.
Os direitos assumiram dimensão especial em detrimento dos deveres. Instalou-se na
comunidade de pensadores do Direito e Processo Penal uma incessante busca na
proteção dos infelizes violadores da lei. Estes, que não são ingênuos, passaram a atuar
em confronto com as normas penais, ampliando, de forma exponencial, os crimes em
"terrae brasilis", com o beneplácito dos intérpretes das normas positivadas.

https://www.conjur.com.br/2018-mar-15/luiza-richter-vitimizacao-desejo-punicao-todo-custo 4/5
18/03/2018 ConJur - Luíza Richter: A vitimização e o desejo de punição a todo custo
Os intelectuais, inebriados com os Direitos Humanos, e defensores do "Garantismo
Penal", apoiados no estudioso italiano Luigi Ferrajolli, reduzem o poder de repressão do
Estado aos ilícitos criminais, conquistando o apoio censurável dos "rebeldes primitivos",
expressão emprestada do notável historiador britânico Erick Hobsbawn, e adaptada à
realidade brasileira. Os membros das comunidades das grandes cidades, acossados pelo
terror dos referidos revoltosos, defendem a aplicação de sanções penais draconianas,
amparados no pensamento do germânico Gunther Jakobs, expresso na obra "Direito
Penal do Inimigo".
O atrito entre o pensamento do intelectual, restrito ao mundo abstrato e a dura realidade
dos despossuídos, abala a Democracia, permitindo que estes, diante da redução,
paulatina, da força do Estado provocada por meditações destoantes da realidade,
ocasione o retorno de comportamento autorizado em priscas eras, consistente na adoção
da vingança privada. A sensação é mais importante que a inspiração.

PIADA
acsgomes (Outros)
15 de março de 2018, 14h25

Com a impunidade correndo solta e a criminalidade aumentando exponencialmente a


olhos vistos, só há uma explicação para o autor do artigo dissertar sobre "vitimização e o
desejo da sociedade de punição a todo custo": Ele está querendo concorrer ao prêmio de
"Piada do Ano".

NÃO É PUNIR A TODO CUSTO


Ade Vogado (Advogado Autônomo - Tributária)
15 de março de 2018, 14h00

Não se trata de punir a todo custo, mas fazer valer a lei e sua verdadeira intenção.
Lei punitiva vem para punir o ato, quando não pune ou a punição não parece razoável, a
lei perde seu sentido, lei sem sentido só gera efeitos negativos.

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