Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Apoio
Capa Seções Colunistas Blogs Anuários Anuncie Apoio Cultural
Especial 20 anos Livraria Mais vendidos Boletim Jurídico Cursos Busca de livros
Tal postura é determinada por Silva Sánchez como um dos fenômenos LEIA TAMBÉM
provocados pela expansão do Direito Penal. Assim, diferentemente do ACADEMIA DE POLÍCIA
defendido no modelo penal garantista, que prega pelo liberalismo político, Buscamos contraditório ou ampla
estimando como uma de suas principais tarefas proteger o cidadão, defesa na investigação criminal?
delinquente ou não, dos abusos do Estado, no modelo expansionista tem-se a
OPINIÃO
ampliação do poder estatal sobre os cidadãos[1]. Assim, o que se tem é uma
Yarochewsky: A presunção de
sociedade formada por sujeitos passivos, dominada por “vítimas”. Afirma-se
inocência na voz do decano do
isso, pois se parte do pressuposto que sempre existe um terceiro, que é o
Supremo
responsável pelos acontecimentos. As pessoas, então, simplesmente se
eximem da culpa e passam a imputar o fato e as suas consequências, tanto OPINIÃO
patrimoniais como penais, para o outro, autointitulando-se vítimas[2]. João Francisco: Dois pesos e duas
medidas para a prisão antecipada
Essa assunção faz com que haja uma identificação social geral com o sujeito
passivo da relação, o que, aliado à configuração das sociedades atuais OPINIÃO
(classificação geral em classes passivas: pensionistas, desempregados, Luíza Richter: Midiatização do medo
consumidores), gera uma sociedade denominada como “sujeitos do bem- torna Direito Penal mercadoria
estar”[3], os quais foram acostumados a esperar das instâncias públicas todo
DIÁRIO DE CLASSE
tipo de solução. Para esses sujeitos, as leis penais (leia-se: as garantias) são
Só o Estado de Direito pode aplacar
vistas como um verdadeiro obstáculo para a punição, como se fossem
os demônios da natureza humana
garantias do “delinquente”[4].
OPINIÃO
Esta plausível atenção aos interesses das vítimas adquiriu inclinações
Mariz: Cultura punitiva — desprezo
completamente inovadoras, pois são as demandas das vítimas reais,
pela defesa e pela verdade
potenciais ou arquetípicas (sem existência real nem possível) que passaram
a guiar os interesses políticos-criminais, pressupondo-se que qualquer
https://www.conjur.com.br/2018-mar-15/luiza-richter-vitimizacao-desejo-punicao-todo-custo 1/5
18/03/2018 ConJur - Luíza Richter: A vitimização e o desejo de punição a todo custo
A identificação, então, com a vítima por parte da sociedade torna-se algo tão
grandioso que é considerado como um verdadeiro fenômeno, que acaba por
conduzir para a compreensão de que a própria instituição da pena seja mais
um instituto de superação por parte da vítima do trauma gerado pelo
delito do que um modo de punição para o autor do fato. A pena passa a
servir para demonstrar à vítima a solidariedade do grupo social com ela,
deixando de fora o autor do fato e a reintegrando no quadro social[7]. Dessa
forma, perde-se a principal função da pena — a ressocialização, que apesar
de ter suporte constitucional, é deixada de lado (assim como a presunção de
inocência), perdendo o apoio social necessário para se constituir como
objetivo a ser atingido, de modo que qualquer flexibilização da execução
penal é vista, novamente, como conjunto de favores aos delinquentes[8].
https://www.conjur.com.br/2018-mar-15/luiza-richter-vitimizacao-desejo-punicao-todo-custo 2/5
18/03/2018 ConJur - Luíza Richter: A vitimização e o desejo de punição a todo custo
https://www.conjur.com.br/2018-mar-15/luiza-richter-vitimizacao-desejo-punicao-todo-custo 3/5
18/03/2018 ConJur - Luíza Richter: A vitimização e o desejo de punição a todo custo
Com R$100 por mês a cada fatura você fica livre da anuidade.
Santander Free
Milionários estão desesperados para tirar este vídeo do ar porque muita gente
está lucrando
Negócio em 21 Dias
Mr. Kitsch, Iódice, Mariner e diversas marcas para escolher! 2 pares por apenas
R$ 199*, aproveite!
Dafiti
Respire fundo antes de ver como Olivia Newton-John está neste momento
Investment Guru
COMENTÁRIOS DE LEITORES
5 comentários
O DIREITO OPACO
O IDEÓLOGO (Outros)
15 de março de 2018, 17h32
No direito opaco apenas a percepção sensível, porém enganosa é captada pelo indivíduo.
A Carta Política de 1988 permitiu isso.
Os direitos assumiram dimensão especial em detrimento dos deveres. Instalou-se na
comunidade de pensadores do Direito e Processo Penal uma incessante busca na
proteção dos infelizes violadores da lei. Estes, que não são ingênuos, passaram a atuar
em confronto com as normas penais, ampliando, de forma exponencial, os crimes em
"terrae brasilis", com o beneplácito dos intérpretes das normas positivadas.
https://www.conjur.com.br/2018-mar-15/luiza-richter-vitimizacao-desejo-punicao-todo-custo 4/5
18/03/2018 ConJur - Luíza Richter: A vitimização e o desejo de punição a todo custo
Os intelectuais, inebriados com os Direitos Humanos, e defensores do "Garantismo
Penal", apoiados no estudioso italiano Luigi Ferrajolli, reduzem o poder de repressão do
Estado aos ilícitos criminais, conquistando o apoio censurável dos "rebeldes primitivos",
expressão emprestada do notável historiador britânico Erick Hobsbawn, e adaptada à
realidade brasileira. Os membros das comunidades das grandes cidades, acossados pelo
terror dos referidos revoltosos, defendem a aplicação de sanções penais draconianas,
amparados no pensamento do germânico Gunther Jakobs, expresso na obra "Direito
Penal do Inimigo".
O atrito entre o pensamento do intelectual, restrito ao mundo abstrato e a dura realidade
dos despossuídos, abala a Democracia, permitindo que estes, diante da redução,
paulatina, da força do Estado provocada por meditações destoantes da realidade,
ocasione o retorno de comportamento autorizado em priscas eras, consistente na adoção
da vingança privada. A sensação é mais importante que a inspiração.
PIADA
acsgomes (Outros)
15 de março de 2018, 14h25
Não se trata de punir a todo custo, mas fazer valer a lei e sua verdadeira intenção.
Lei punitiva vem para punir o ato, quando não pune ou a punição não parece razoável, a
lei perde seu sentido, lei sem sentido só gera efeitos negativos.
ÁREAS DO DIREITO
Administrativo Ambiental Comercial Consumidor Criminal Eleitoral Empresarial Família Financeiro Imprensa Internacional
Leis Previdência Propriedade Intelectual Responsabilidade Civil Tecnologia Trabalhista Tributário
COMUNIDADES
Advocacia Escritórios Judiciário Ministério Público Polícia Política
Consultor Jurídico
ISSN 1809-2829 www.conjur.com.br Política de uso Reprodução de notícias
https://www.conjur.com.br/2018-mar-15/luiza-richter-vitimizacao-desejo-punicao-todo-custo 5/5