A fase atual do pensamento jurídico é denominada de neoconstitucionalismo, isto é,

fase que a Constituição deixa de ser apenas uma carta de intenções, e passa a ter força
normativa. 1

Este movimento jurídico do século 20, possui 4 características principais:

reconhecimento da força normativa da Constituição, o desenvolvimento da teoria dos
princípios, a transformação da hermenêutica jurídica, e por fim, a expansão e consagração dos
direitos fundamentais.2

O reconhecimento da força normativa da Constituição instaura a concepção onde a

principal fonte normativa do sistema jurídico passa a ser a Carta Magna, com eficácia imediata
e independente; portanto, supera-se o Estado Legislativo, para um Estado Constitucional. 2

A teoria dos princípios permite a superação da concepção dos princípios como mera
técnica de integração e passa a encará-los como norma jurídica.2

A transformação da hermenêutica jurídica, que passa auxiliar na estipulação da norma

jurídica do caso concreto, e também, pela definição da norma geral que dos textos normativos
deve ser extraída e que deve ser aplicada para outros casos parecidos.2

A expansão e consagração dos direitos fundamentais que impõem ao direito um

conteúdo ético mínimo positivado na Constituição.2

Seguindo o caminho do neoconstitucionalismo, o direito processual também na

modernidade passa por um movimento de renovação, o neoprocessualismo, quarta fase;
lembrando que a primeira foi a fase praxismo ou sincretismo, a segunda, processualismo, e a
terceira, instrumentalismo.2

Na fase do praxismo não havia a distinção entre o processo e o direito material,

imperava apenas o aspecto prático, sem preocupações científicas; na fase do processualismo,
demarcam-se as fronteiras do que direito processual e material; enquanto na fase
instrumentalismo, o direito processual e material são autônomos, mas interdependentes, isto
é, um depende do outro.2

A fase neoprocessualismo é denominado por formalismo-valorativo, pois nesta fase o

direito processual prioriza “os valores constitucionalmente protegidos na pauta de direitos
fundamentais na construção e aplicação do formalismo processual”.2