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NÍTIDOS E VISÍVEIS: trajetórias históricas de homens e mulheres

negros

João Pessoa - PB
2018

THIAGO BRANDÃO DA SILVA


Projeto apresentado ao Governo do
Estado da Paraíba por intermédio da
Secretaria do Estado da Educação
como critério de avaliação do Prêmio
Mestres da Educação 2018

João Pessoa-PB
2018
SUMÁRIO

Introdução.....................................................................................................................
Problematização............................................................................................................
Justificação.....................................................................................................................
Objetivos........................................................................................................................
Procedimentos Metodológicos.......................................................................................
Cronograma de atividades..............................................................................................
Referências bibliográficas ..............................................................................................
INTRODUÇÃO

às vezes faço questão; de não me ver;e


entupido com a visão deles; me sinto
com a visão deles; me sinto a miséria;
concebida como um; eterno começo;
fecho-me o cerco; fendo o gesto que
me nego;[...] as vezes.”Trecho
do poema Quebranto Luiz Silva (CUTI)

O presente projeto visa contemplar socioeducandos que cumprem medidas


em regime fechado no Centro Educacional do Jovem (CEJ) e que frequentam a
Escola Estadual Cidadã de Ensino Integral Almirante Saldanha, sendo este
apresentado pelo referido autor ao Governo do Estado da Paraíba por intermédio da
Secretaria de Educação, e se faz concorrente ao Prêmio MESTRES DA
EDUCAÇÃO (2018), nos termos da Lei 9.879, de 13 de setembro de 2012. O autor
do projeto está lotado na referida escola e atua enquanto professor de História.

Os educandos atendidos na escola estão salvaguardados pelo Estatuto da


Criança e do Adolescente – ECA, Lei 8.069/90 e que tem como marcador as
diretrizes e orientações definidas pelo SINASE - Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (2006), por isso mesmo a atuação da escola nas vidas dos mesmos
é de natureza indispensável. Além disso, existe a preocupação para essa parcela da
juventude, por direcionamentos pedagógicos que forneçam subsídios cognitivos,
psíquicos e sociais e assim possibilitem a ressocialização.
Todavia, o esforço quer seja dos educandos, bem como do corpo docente da
escola, para que os mesmos consigam o reencontro consigo, e assim possam
refletir sobre as consequências de uma ação, atitude de outrora não é uma tarefa de
fácil manejo. É neste sentido que aponta o estudioso da pedagogia da presença em
unidades escolares que atendem socioeducandos, Antônio Carlos Gomes da Costa,
autor do livro Por uma Pedagogia da Presença (1991), diz que o primeiro passo
rumo à ressocialização é o reconhecimento das especificidades de cada um, em
que cada trajetória de vida seja entendida como um caso à parte e não algo
homogêneo.
O projeto, Nítidos e Visíveis: trajetórias históricas e homens mulheres
negros pretende orientar os educandos à busca por uma consciência histórica
sob o re-conhecimento de trajetórias de homens e mulheres negros tais como :
(paraibanos/as Tomás Santa Rosa Jr.) Zumbi dos Palmares, Luiza Nahim,
Aleijadinho, Luiz Gama, Cruz e Souza, João Cândido, André Rebouças, Teodoro
Sampaio, José Correia Leite, Solano Trindade, Antonieta de Barros, Edison
Carneiro, Lélia Gonzáles, Beatriz Nascimento, Milton Santos, Guerreiro Ramos,
Clóvis Moura, Abdias do Nascimento, Henrique Antunes Cunha, Tereza Santos,
Emmanuel Araújo, Cuti, Alzira Rufino, Inaicyra Falcão dos Santos. rainha Nzinga,
Toussaint-L’Ouverture, Martin Luther King, Malcom X, Marcus Garvey, Aimé
Cesaire, Léopold Senghor, Mariama Bâ, Amílcar Cabral, Cheik Anta Diop, Steve
Biko, Nelson Mandela, Aminata Traoré, Christiane Taubira. Personalidades negras
que atravessaram épocas e enfrentaram as adversidades da vida, quer seja
econômica, social e política, mas que lograram êxito naquilo que se determinaram,
na busca de projetos de vidas cheios de dificuldades, atropelos, barreiras sociais e,
principalmente raciais. Falaremos sobre médicos, religiosos, políticos, artistas,
profissionais liberais, ativistas políticos que entraram nos palcos teatrais da História
da Paraíba, do Brasil e do mundo.
Temos por objetivo o ensino do conhecimento da história enquanto
ferramenta para o fortalecimento de referenciais positivas da identidade
etnicorracial, regional, social e política propiciando uma conscientização histórica,
de contextos, épocas e lugares; do ponto de vista psíquico social, buscar-se-á
consolidar a autoestima, autoconfiança, vendo no outro a possibilidade “do
encontro consigo”, da valorização e fortalecimento de identidades

Desenvolver no educando a habilidades concernentes a sua construção


enquanto Ser social, histórico, é, sobretudo trafegar pelo acervo de memórias cuja
experiência vivida pelo jovem educando servirá de veredas na busca do “encontro
consigo”. Desta feita, o escopo do projeto é fortalecer nos jovens educandos do
ensino médio (ciclos V-VI) que estão sob a privação de liberdade em uma unidade
socioeducativa à conscientização histórica dos mesmos, por meio de histórias
vividas, exemplificando os caminhos que outros/as vivenciaram em contextos
históricos diversos e, assim, criar através destas histórias referenciais comuns.

Salientamos no debate sobre a educação em unidades que atendem jovens


em conflito com a lei, a apropriação da reflexão de historicidades por meio de
biografias como forma de aproximar os educandos do espaço-tempo que os
cercam. ou seja, a comparação histórica enquanto elemento pertinente quanto ao
atendimento socioeducativo de jovens apreendidos privados de liberdade. O
encontro com si é também, neste caso, o reconhecimento do protagonismo juvenil,
do reflexo expelido pela experiência do outro. Este protagonismo é potencializado
pelos seus eixos norteadores que buscam valorização da identidades encontradas.
PROBLEMATIZAÇÃO

Destarte, qual é o papel da biografia na História? De que modo biografias


históricas substância o processo da consciência histórica, o encontro consigo?

Para tentar responder a essas questões de tamanha pertinência, dialogarmos


com a propositura ensejada por Benito Bisso Schmidt (1988), Luz e papel, realidade
e imaginação: as biografias na História, no jornalismo, na literatura e no cinema por
onde elenca algumas tipologias do da biografia na História. Para isso ele buscou
refletir sobre o conhecimento das produções biográficas delineando as fronteiras
disciplinares, entre a biografia jornalística, cinematográfica e literária. Embora não
concordemos em totalidade com suas assertivas, percebemos que os critérios que
estão presentes nos campos dos conhecimentos citados: ficção e real perpassa
todas as linguagens acima citadas. No que concerne aos historiadores ele adverte
que os momentos de invenção precisam ser sempre sinalizados para o leitor através
da utilização de expressões como “provavelmente”, “certamente”, para não cairmos
nas predestinações.
Já Alexandre de Sá Avelar (2010) em A biografia como escrita da História:
possibilidades, limites e tensões busca apontar para o oficio do historiador
ressaltando a fabricação da escrita da História citando Carlo Ginzburg (1989) que
propõe uma nova abordagem social e uma nova modalidade de reconstrução do
vivido. O individual não é visto em oposição ao sistema social. Este, por sua vez, é
entendido como o resultado da ação de indivíduos em suas relações com outros
indivíduos (AVELAR, 2010, p.165).
JUSTIFICAÇÃO

A estrutura educacional em sua tessitura atual trás às conjecturas que discorrem


sobre a educação das relações étnicas raciais proponentes para a uma arena política de
embates1. Isso quer dizer que, não podemos perder de vista as sanções e decretos (atos do
Estado Brasileiro) estes que são de modo operante, conquistas dos movimentos sociais negros
que pleitearam no campo da batalha política as inserções inerentes ao fortalecimento e
valorização das relações étnicas raciais. Nesse sentido é indubitável que se trata também de
uma luta no campo cultural, ou seja:

Toda política curricular é uma política cultural, pois o currículo é fruto de uma
secção da cultura e é um campo de conflituoso de produção de cultura, de embates
entre sujeitos, concepções de conhecimento, formas de entender e construir o
mundo (LOPES, 2004, p. 111 apud GATINHO, 2008 p. 16).

A implementação da Lei 10 639/03 que trata de uma alteração nos artigos Art. 26-A-
Art. 79-B na LDB e que tem dado maior atenção a obrigatoriedade do ensino sobre História
e Cultura Afro-Brasileira nos conteúdos programados, ou seja, o estudo da História da África
e dos Africanos nos conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira será ministrado
no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de
Literatura e História Brasileiras. Em suma, a referida versa sobre a obrigatoriedade no
currículo escolar do ensino de História e Cultura Afro-brasileira, e, é o mecanismo
fundamental para o processo de desconstrução de estereótipos e estigmas, sobre a população
negra. Atendendo assim, a uma demanda histórica dos movimentos sociais negros. Para
contemplar outra sanção do Estado brasileiro sob a luz das leis que lidam com a seara das
relações raciais, foi aprovada em 20082.

2
Trata-se da Lei 11.645, de 10 de março de 2008, que altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura
Afro-Brasileira e Indígena.
Em 2004, houve a aprovação da Resolução 01/2004 que tratou do gerenciamento da
efetividade e do acompanhamento das referidas leis. As Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana e o Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares
Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura
Afro-brasileira. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico
Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana são implicações
concernente ao reconhecimento que se faz presente quanto ao direito por igualdade social,
cultural e econômica da população negra. Assim a valorização da diversidade e afirmação de
identidade dos afrodescendentes se dá a priori pelo reconhecimento desconstrução de um
discurso/mito da democracia racial na sociedade brasileira que ainda impera de forma
pujante. Com isso indicadores foram elaborados pelas diretrizes como eixos norteadores, são
eles: 1. Fortalecimento do marco legal; 2. Políticas de formação para gestores e profissionais
de educação; 3. Política de material didático e paradidático; 4. Gestão democrática e
mecanismos de participação social; 5. Avaliação e monitoramento; 6. Condições
institucionais. Além do que, exigisse que sejam feitas adoções para as políticas afirmativas e
elaboração de estratégias pedagógicas de valorização a diversidade, bem como, é necessário
que se exija e questionem relações étnico-raciais baseadas em preconceito, estereótipos e
estimas depreciativos. Pois, todavia, o reconhecimento dar-se por meio da
valorização/fortalecimento e divulgação dos processos históricos da resistência negra,
desencadeados por sujeitos históricos em diversos períodos da história brasileira. Portanto é
preciso buscar a valorização da Cultura e História dos afrodescendentes, para isso, torna-se
imprescindível a participação de professores qualificados e competentes no domínio do
conteúdo O objetivo central do Plano Nacional é “colaborar para que todos os sistemas de
ensino cumpram as determinações legais com vistas a enfrentar as diferentes formas de
preconceito racial, racismo e discriminação racial para garantir o direito de aprender a
equidade educacional a fim de promover uma sociedade justa e solidária” (BRASIL 2004,
pag. 19) Já os objetivos específicos; Cumprir e institucionalizar a implementação das
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana; Desenvolver ações estratégicas no
âmbito da política de formação de professores (as); Colaborar e construir com os sistemas de
ensino, conselhos de educação coordenação pedagógicas; Promover o desenvolvimento de
pesquisa e produção de materiais didáticos e paradidáticos que valorizem, nacional e
regionalmente local a cultura afro-brasileira e a diversidade; Colaborar na construção de
indicadores que permitam o acompanhamento, pelos poderes públicos e pela sociedade civil,
da efetiva implementação. (BRASIL, 2004; 2010).

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