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Camila Caixeta Campos, ARU8BD

Projeto de Urbanismo I, Deborah Garcia Resende Simoes


Análise e resenha:
O desafio do espaço público nas cidades do século XXI
Fabiano Dias

A cidade a partir do século XX ganhou mais espaços voltados para si e menos para a cidade
como um todo, devido ao caos urbano que estende desde grandes cidades como para pequenas
cidades. A hierarquia do automóvel no espaço urbano fez com que as pessoas fugissem
procurando abrigo em lugares fechados que as propulsionassem tranquilidade e conforto.
Segundo o autor, a crise do espaço urbano se encontra maior em países onde a prioridade
investir no atendimento às necessidades básicas e de infra-estrutura do que em países como os
da Europa que esses problemas já foram resolvidos onde a preocupação é agora com a
qualidade e as novas atribuições do espaço público urbano.
Estas cidades europeias como Berlim, Paris e Barcelona entre outros investem muito na
adequação do espaço urbano e se tornam cidades espetáculo onde o espaço que antes não era
valorizado deu lugar a novos projetos urbanísticos que qualificaram estas grandes
urbanizações e inseriram a Europa no panorama cultural mundial, porém apesar de todo este
investimento em espaços públicos voltados a arte, lazer e a cultura não abrangem todas as
classes sociais que se limita até onde o poder financeiro consegue enxergar.
Cidades como Hong Kong e Xangai na China, Tóquio e Kobe no Japão, e Seul na Coréia do
Sul são exemplos de cidades do “capitalismo tardio” com suas taxas de crescimento
populacional e urbano assustadores para qualquer metrópole ocidental. São exemplos vivos e
em constante mutação do poder do capital transformando o espaço urbano. Hong Kong na
última década do século XX viu passar por grandes transformações urbanas, calcada em
“megaconstruções” de infra-estrutura urbana. Com sérios problemas urbanos de infra-
estrutura a serem ainda resolvidos, as cidades asiáticas tiveram nestas últimas décadas que
correr contra o tempo e o atraso em suas cidades que cresciam de forma assustadora e
descontrolada. Novas cidades são planejadas para habitar populações na casa dos milhões e
cidades antigas são deixadas de lado e totalmente abandonadas sem nenhum remorso, em prol
do avanço econômico e social traduzido em grandes hidrelétricas, estradas e obras de cidades
inteiras construídas do zero e pautadas nas mais avançadas técnicas construtivas.
As “mutações” asiáticas estão em uma escala e conceito muito diferentes das cidades
européias, as quais se utilizaram de espaços residuais existentes em seu tecido urbano, sendo
que no caso asiático o espaço, ainda mais “residual”, lhes é muito caro. O arquiteto Kenzo
Tange e Montaner, dentre outros são grandes pensadores de intervenções asiáticas,
antecipadas ou não pelas propostas visionárias dos metabolistas, ou do grupo Archigram, são
exemplos deste novo urbano que não possui limites para crescer e nem teme (ou respeite) os
obstáculos da natureza. Mas o drama das cidades asiáticas fica na interface entre estas novas
obras e o antigo e tradicional tecido e sua arquitetura milenar. Sob o signo dos últimos
avanços tecnológicos, estas cidades cresceram de forma acelerada e caótica, com muitas de
suas tradições culturais trocadas por símbolos ocidentais ou arremedos historicistas.
Na América Latina, em especial no Brasil, se torna mais evidente as formas como as cidades
sob influência das situações econômicas e políticas do país convivem com problemas que se
arrastam por séculos. A influência cultural e tecnológica do “primeiro mundo” ainda se faz
presente e mesmo necessária, enquanto problemas terceiro-mundistas ficam sem solução; na
globalização, ninguém pode ficar para trás, independente de quanto isso custe. As políticas
públicas pouco valorizam a construção e criação de espaços públicos, voltando seus esforços
e incentivo à criação de espaços mais rentáveis economicamente, principalmente para o
entretenimento semi-público ou privado. Infelizmente, nossas cidades brasileiras carecem de
vontades políticas e econômicas para empreenderem espaços mais democráticos, sejam
através de novas obras ou mesmo nas tão faladas “revitalizações” dos centros urbanos, que
também acompanham o processo mundial de desvalorização destas áreas centrais.
Os grandes projetos urbanísticos como Brasília, Palmas e para as intervenções em Curitiba e o
Rio-Cidade nos mostram modelos urbanos em escalas diferentes que de uma forma ou de
outra buscam em seus projetos a integração de sua população aos espaços da cidade; ora seja
na escala de toda a cidade como o plano modernista de Brasília, ora como lugares específicos
e pontuais como em Curitiba. A contradição é a marca das cidades brasileiras, bem como das
cidades da América Latina. Aqui, as diferenças se sobressaem com maior vigor quando são
confrontadas no plano do urbano. De um lado, a pobreza que vive em condições precárias em
morros ou bairros afastados sem espaços adequados e infra-estrutura necessária, e do outro
lado da cidade, toda a infra-estrutura seja pública ou privada que atende os de maior posse,
onde as facilidades gravitam em sua volta.

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