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ANAIS
Organização
Idilva Maria Pires Germano
Veriana de Fátima Rodrigues Colaço
Identidade Visual
Chico Neto
Apoio
Ana Paula Sthel Caiado
Celecina de Maria Vera Sales
Ianara Ferreira Freitas
Jacqueline Cunha da Serra Freire
Laisa Forte Cavalcante
Lilith Feitosa Acioly
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S621a Simpósio Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA (8 : 2017 : Fortaleza, CE)
Anais do VII Simpósio Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA /
organizadoras: Idilva Maria Pires Germano e Veriana de Fátima Rodrigues Colaço. –
Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017.
8302 p.
ISBN: 978-85-420-1163-0
CDD 155.532
Elaborada por:
Juliana Soares Lima
CRB-3/1120
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Biblioteca de Ciências Humanas
Comissão organizadora
COMISSÃO NACIONAL
Presidência
Lúcia Rabello de Castro (UFRJ)
Coordenação Geral
Alexandre Almeida Barbalho (UECE)
Andréa Pinheiro Paiva Cavalcante (UFC)
Celecina de Maria Vera Sales (UFC)
Daniely Ildegardes Brito Tatmatsu (UFC)
Elcimar Simão Martins (UNILAB)
Idilva Maria Pires Germano (UFC)
Inês Vitorino Sampaio (UFC)
Jacqueline Cunha da Serra Freire (UNILAB)
João Paulo Pereira Barros (UFC)
Leila Maria Passos de Souza Bezerra (UECE)
Luciana Lobo Miranda (UFC)
Luciana Maria Maia Viana (Unifor)
Nara Maria Forte Diogo Rocha (UFC)
Raquel Nascimento Coelho (UFC)
Comissão Científica
Coordenação: Idilva Maria Pires Germano (UFC)/ Celecina de Maria Vera Sales (UFC)
Ana Paula Sthel Caiado (UNILAB)
Deisimer Gorczevski (UFC)
Jacqueline Cunha da Serra Freire (UNILAB)
Raquel Alencar Barreira Rolim (UFC)
Comissão de Comunicação
Coordenação: Inês Vitorino Sampaio (UFC)/ Andréa Pinheiro Paiva Cavalcante (UFC)
Ana Cesaltina Barbosa (UFC)
Dawton Valentin (UFC)
Jéssica de Souza Carneiro (UFC)
Rayana Vasconcelos da Costa (Publicitária)
Comissão de Infraestrutura
Coordenação: Raquel Nascimento Coelho (UFC)
Cláudia Maria Inácio Costa (UFC)
Diana Montenegro Ribeiro (UFC)
Jorge Luís Maia Morais (UFC)
Luara da Costa França (UFC)
Luciana Queiroz Fontenele (UFC)
Kamila Costa de Sousa (UFC)
Mônica Dantas de Carvalho (UFC)
Pedro Henrique Alves da Silva (UFC)
Comissão de Cultura
Coordenação: Luciana Lobo Miranda (UFC) e Jaileila de Araújo Menezes (UFPE)
Alexandrino Moreira Lopes (UNILAB)
Brena Karla Girão Marques (Produtora Cultural)
Denise Costa Rodrigues (UFC)
Lilian Mendonça Gomes (UFC)
Steferson Dias Sampaio (Estácio)
Valdilane Santos Alexandre (UNILAB)
Comissão de Apoio
Coordenação: João Paulo Pereira Barros (UFC)
Filipe Augusto Alencar (UFC)
Jéssica Silva Rodrigues (UFC)
José Alves de Souza Filho (UFC)
Kevin Samuel Alves Batista (UFC)
Larissa Ferreira Nunes (UFC)
Lilith Feitosa Acioly (UFC)
Luiz Fernando de Souza Benício (UFC)
Comissão de Secretaria
Coordenação: Daniely Ildegardes Brito Tatimatsu (UFC)
Andrea Carla Filgueiras Cordeiro (UFC)
Laisa Forte Cavalcante (UFC)
Roseline Dantas de Souza (Psicóloga)
Sandinelly dos Santos Nascimento (Psicóloga)
Comissão Regional
Coordenação: Nara Maria Forte Diogo Rocha (UFC)
Alison Eric Vasconcelos Matos (UFC)
Ana Mirele Rodrigues Sena (UFC)
Andrea Abreu Astigarraga (UVA)
Anna Karla Rodrigues Dino (UFC)
Benedito Gomes Rodrigues (IFCE - Tianguá)
Cirliany Fernandes Albuquerque (Teias da Juventude)
Deysilane dos Santos Gonçalves (UFC)
Érica Atem Golçalves de Araujo Costa (UFC)
Fernanda Maria Matias Sousa (UVA)
Francisca Bruna Pereira Farias (UFC)
Francisco Gilmario Rebouças Júnior (Psicólogo)
Gênesis Anjos Nunes (Psicólogo)
Heloisa Oliveira do Nascimento (UFC)
José Rogers de Sabóia Nascimento (Nome Social)/Rogena de Sabóia Nascimento (Pedagogo)
Maria da Glória dos Santos Ribeiro (Psicóloga)
Maria Isabel Silva Bezerra Linhares (UVA)
Paulo Roberto Mendes Junior (Psicólogo)
Rodrigo Chaves de Mello Rodrigues de Carvalho (UVA)
Savanya Shell de Oliveira Sousa (Psicóloga)
Articulação política
Ana Paula Sthel Caiado (UNILAB)
Ângela de Alencar Araripe Pinheiro (UFC)
Nara Maria Forte Diogo Rocha (UFC)
Steferson Dias Sampaio (Estácio)
Resumo Geral:
Esta mesa redonda objetiva discutir aspectos da diversidade das realidades e das demandas das
juventudes indígenas, com foco nas discussões sobre expressões socioculturais das juventudes
indígenas; vivências sociais; migrações internas e internacionais; construções identitárias;
relações intergeracionais; demandas políticas; mobilizações sociais; interculturalidade;
políticas públicas; e, direitos humanos. Trata-se de assumir a categoria juventudes indígenas
desde a ótica da pluralidade das expressões sócio-político-cultural, com diferenças e
similaridades locais que o diálogo intercultural e interdisciplinar pode dar visibilidade e foco
de atenção/problematização, de modo a instituir não apenas um campo de estudo acadêmico,
mas, acima de tudo, de articulação de sujeitos para discutir realidades, demandas e ações
sociais com as juventudes e os povos indígenas, pensando o enfoque brasileiro em conexão
com outros cenários latino-americanos, sobretudo o México. Tal espaço conta com a presença
de participantes indígenas e não-indígenas que discutem, desde a perspectiva intercultural
e interdisciplinar, questões relacionadas às realidades, dilemas e desafios das diferentes
juventudes indígenas existentes nos referidos países, procurando fomentar a reflexão sobre as
construções identitárias e mobilizações sociais no plano local, regional, nacional e internacional
das juventudes indígenas, assim como as demandas internas aos povos/movimentos indígenas
e as reivindicações por direitos humanos e políticas públicas que reconheçam os recortes de
especificidades de geração, gênero, sexualidade, raça/etnia e territorialidade. Busca, também,
problematizar as relações, conexões e conflitos entre as categorias juventude e povos indígenas,
assumindo tratar-se de construções históricas que exigem pensar como o étnico reconstrói a
categoria “moderna” de juventude, tanto quanto como esta categoria geracional influencia
nas transformações e permanências das dinâmicas culturais, numa interação dialógica e/
ou conflitiva que repercute diretamente no modo como as juventudes indígenas (no plural!)
reivindicam reconhecimento identitário e participação social em seus grupos étnicos e para
a sociedade não-indígena. Em suma, delineia-se um vasto campo de abordagens e reflexões –
contextualizadas em práticas sociais e/ou investigações acadêmicas – que possibilitem ampliar
a visibilidade e a importância dos sujeitos e da temática tanto no âmbito acadêmico quanto
sociopolítico, fomentando também a formulação de proposições e críticas que contribuam
para a adequação das políticas públicas, dos direitos humanos e do enfrentamento às barreiras
sociais e institucionais que o racismo, o adultocentrismo e outras formas de discriminação
social impõem aos jovens indígenas e aos povos indígenas.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
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México: “Jóvenes indígenas”, flujos étnicos contemporáneos y giros epistémicos
Autores(as):: Maritza Alida Urteaga Castro Pozo (Escuela Nacional de Antropología e Historia)
Resumo:
En los últimos años muchas investigaciones han puesto en evidencia que la juventud es una
posición desde y a través de la cual se experimenta el cambio cultural y social. Entender el
empoderamiento y desplazamiento reciente de las juventudes étnicas en la actualidad - en
las oleadas migratorias, en su ingreso en universidades, en la producción cultural, en las
pandillas, en el consumo, en los nuevos movimientos étnicos y sociales-, es una pregunta por
las estructuras y los procesos que en la actualidad condicionan las actuaciones de estos sujetos
jóvenes, así como por sus prácticas y encuentros con la experiencia múltiple, fragmentaria,
efímera y precaria de lo moderno. Es desplazarse más allá de las fronteras teóricas del siglo
XX, implica emplazarse en las franjas contemporáneas movedizas siguiendo a actores que
son jóvenes, indígenas, estudiantes, migrantes, trabajadores, músicos, consumidores, hip
hoperos (y quien sabe qué más) en los nuevos espacios rural – étnicos y urbanos abiertos por
el proceso de globalización en curso, donde un nuevo régimen modifica el espacio y el tiempo,
produciendo nuevos y muy diferentes parámetros en la producción de la juventud, lo étnico y
la cultura contemporánea. La ponencia propone una revisión teórico-empírica y metodológica
del sujeto “jóvenes indígenas” en México, el cual ha cobrado relevancia académica y
social constituyéndose en un campo de investigación fresco y fértil en las ciencias sociales.
Parto de exponer los antecedentes fundamentales del mismo y su devenir investigativo,
marcando núcleos temáticos distinguibles entre sí a partir de las orientaciones analíticas, los
planteamientos metodológicos y las preguntas de investigación. Bajo esos tres ángulos de mira,
se hará hincapié en las últimas investigaciones sobre las juventudes contemporáneas, las cuales
identifican múltiples instancias de inscripción juvenil que fungen de referentes actuales en la
(re)estructuración identitaria juvenil: algunos más novedosos, como los derechos indígenas,
los espacios de las tecnologías digitales y los espacios que ocupan en la educación superior
(convencional e intercultural); otros más tradicionales, como el empleo (dentro y fuera del país)
y la educación de la primera modernidad; y, otros más tradicionales como los mojones étnicos.
El ultimo momento investigativo en este campo tiene como ejes conceptuales una serie de
articulaciones de las juventudes y la étnicidad con los flujos migratorios, las ciudades a las
que arriban, su acceso a la educación superior y el consumo de bienes materiales y simbólicos,
revelando una gran diversidad de modos juveniles de dotar de sentido a su experiencia
fragmentaria de la modernidad en su día a día. La pregunta central que guía esta exposición es
¿por dónde pasan hoy las agencias juveniles, la elaboración y articulación de afirmaciones en
torno al “yo joven” y el “yo indígena”, entre los contextos de origen cada vez más precarizados
y desinstitucionalizados y las experiencias radicalmente nuevas que experimentan dentro de
las migraciones sociales, los flujos de mercancías y su ingreso reciente al mercado y los flujos
tecno informacionales?
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
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Participação Política de Jovens Indígenas no Rio Negro, Amazonas
Autores(as): Assis da Costa Oliveira (UFPA/UnB) e Claudina Azevedo Maximiano (IFAM)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
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Comissão Nacional de Juventude Indígena e seus desafios para a mobilização da juventude
indígena
Autores(as): Alana Keline Costa Silva Manchineri (UFAC/CNJI/Povo Manchineri) e Danieide
Silva Cândido (CNJI/Povo Potiguara)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
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Juventude Indígena e Afetos: Diálogos transdisciplinares, campos de possibilidades e superação
de vulnerabilidades
Coordenador(a): Debora Linhares da Silva (LOCUS)
Resumo Geral:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
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Juventude Indígena e a Política Pública de Educação: Diálogos necessários para uma realidade
potencializadora
Autores(as):: Maria Zelfa de Souza Feitosa (UFC/Faculdade de Tecnologia Intensiva)
Resumo:
Este trabalho aborda inquietações relacionadas à educação escolar indígena, surgidas quando da
inserção na aldeia Pitaguary no Ceará, para a construção da pesquisa de doutorado da autora e
realização de atividades do Laboratório de Pesquisa em Psicologia Ambiental (LOCUS-UFC). Desde
a chegada dos colonizadores, os povos originários engendram forte movimento de resistência
à dominação e violências sofridas cotidianamente, que vão desde o roubo de suas terras até a
tentativa de aniquilar sua cultura. A ridicularização e a promoção do sentimento de vergonha de
ser indígena são alguns dos artifícios utilizados pela cultura dominante para entristecer e aprisionar
essas populações em modelos hegemônicos. Estas questões repercutem nos modos de ser e se
reconhecer indígena, principalmente da população jovem, de modo que historicamente estão
associadas à desafiliação em relação à etnia, ao uso abusivo de álcool e outras drogas e ao suicídio.
Neste cenário, a escola indígena, destinada por lei a ofertar uma educação diferenciada, deve ser
o espaço de valorização e fortalecimento dessa identidade, ao mesmo tempo que comporta uma
multiplicidade de tensionamentos, por agregar aspectos da cultura indígena e não-indígena, que
se interrelacionam dentro e fora da escola. Destarte, objetivamos discutir, por meio da afetividade,
a educação escolar indígena como espaço de transmissão, preservação e produção da cultura e do
reconhecimento da juventude indígena. Nossa base teórica é a Psicologia Social de base histórico-
cultural que, seguindo a filosofia espinosana, compreende a afetividade como tudo o que aumenta
ou diminui a potência de agir do corpo. Metodologicamente, adotamos a pesquisa etnográfica, as
vivências foram registradas no diário de campo e o submetemos à análise de conteúdo categorial.
Os resultados preliminares apontam como principais preocupações da aldeia em relação aos
jovens: a transmissão e preservação da cultura indígena; o uso abusivo de álcool e outras drogas;
a atratividade das novas tecnologias, vistas como concorrentes à aprendizagem dos saberes
tradicionais. Em relação à escola: é um espaço apropriado e construído pelos indígenas e que
também acolhe não-indígenas; é reconhecida como lugar onde a cultura é preservada, transmitida
e produzida; enfrenta dificuldades em transmitir a cultura, dada a proximidade da cultura não-
indígena e ao sentimento de vergonha que ela impõe e que é identificado em alguns jovens; é o
lugar onde o indígena pode assumir sua identidade (alguns jovens relatam ter sofrido humilhação
em escolas não-indígenas), mas ainda se vivem restrições, dados os descompassos entre o que se
preconiza na política pública e o que é possível na realidade. Consideramos que a educação escolar
indígena gera afetos potencializadores ao promover o respeito às expressões das identidades, ao
mesmo tempo em que afetos despotencializadores são identificados nas situações de contradições
geradas pelas distâncias entre a política pública e a realidade local. É imperativo, portanto, que
haja cada vez mais o diálogo e a participação dos indígenas, numa perspectiva intergeracional.
Agradecimentos à CAPES.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
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Promovendo Saúde através do Teatro do Oprimido: experiência com jovens indígenas Amanayé
Autores(as): Álvaro Pinto Palha Júnior (DSEI GUATOC/SESAI/MS)
Resumo
O Distrito Sanitário Especial Indígena Guamá Tocantins – DSEI GUATOC tem dedicado especial
atenção à construção de ações que consigam prevenir agravos e promover saúde entre os povos
indígenas do seu território de atuação. Tarefa complexa e sob o risco de consequências imprevisíveis
que podem ser geradas por interferências bruscas na organização social, práticas de expressão
cultural, acesso à terra e recursos naturais ou mesmo práticas de cuidado em saúde, educação e/
ou qualquer outra política pública que não considerem as particularidades destes povos. Neste
sentido, os trabalhadores deste DSEI têm sido desafiados pela crescente ocorrência de violências
e uso abusivo de álcool e outras drogas nas aldeias de seu território, necessitando construir junto a
estas comunidades estratégias que respondam a estes agravos contemporâneos de saúde. Contexto
em que apresento a experiência de construção e execução de estratégia na aldeia Barreirinha
do povo indígena Amanayé, no estado do Pará. Nesta aldeia apresentavam-se relatos de uso
abusivo de álcool e ocorrência de violências diversas, contexto que pode provocar a fragilização
dos sentimentos de pertencimento ao grupo e dos vínculos de solidariedade entre os integrantes
da comunidade, diminuindo o poder de resposta dos mesmos a estes novos agravos, gerando a
necessidade de construir coletivamente respostas sustentáveis. Em diálogo com a comunidade, o
DSEI GUATOC identificou a necessidade de ação direcionada aos jovens e então construiu articulação
com a Fundação Cultural do Pará para realização de oficina de teatro para este público alvo, na
perspectiva do Teatro do Oprimido de Augusto Boal e discussões sobre intervenções de saúde de
Félix Guattari. Proposta que objetivou provocar os diversos projetos de vida e expectativas sociais a
tornarem-se ato criativo e projetos comunitários de futuro, promovendo autonomia e protagonismo
destes povos para fortalecimento de soluções locais aos entraves sociais cotidianos. A oficina
ocorreu com jovens da aldeia, seguindo fases de preparação de atores de Augusto Boal. Construiu-
se, no processo da oficina, proposta de trabalho com prioridade para cenas de teatro fórum, sendo
levantados como temas: Conflito de Terras; Álcool; Drogas; Violência Contra a Mulher; Preconceito
e Violência Sexual contra criança. Foi decidido coletivamente que seriam construídas três cenas
para o trabalho com a comunidade: cena de Abuso sexual infantil; cena bêbado bate na mulher
e na filha; e cena overdose de drogas na festa. A oficina promoveu grande encontro na aldeia, em
que foram apresentadas cenas de problemas cotidianos da comunidade para, então, estabelecer
diálogo entre todos sobre possíveis soluções para cada caso. Deste ensaio de protagonismo, as
cenas foram reconstruídas a partir das intervenções dos “expect’atores”. Momento potente que
mobilizou diversos sujeitos da aldeia e promoveu diálogos singulares sobre acontecimentos
invisibilizados pelo cotidiano local. Todos envolvidos avaliaram a intervenção como exitosa e o
grupo de teatro dos jovens segue ativo, participando e promovendo momentos de diálogos entre a
comunidade Amanayé, da aldeia Barreirinha, no Estado do Pará.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
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Jovens Indígenas e Suicídio: (Re)Pensando Fazeres na Proteção Social Básica
Autores(as):: Debora Linhares da Silva (LOCUS)
Resumo:
Partindo da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, as Orientações
Técnicas para o Trabalho Social com Famílias Indígenas (Proteção Social Básica do Sistema Único
de Assistência Social) trazem seu Artigo 21 - inciso 2: “[...] Particular atenção será prestada aos
direitos e às necessidades especiais de idosos, mulheres, jovens, crianças e portadores de deficiência
indígenas Destes, nosso foco são os jovens indígenas pois, conforme revelam dados do Mapa da
Violência 2014 Jovens do Brasil, alguns municípios que aparecem nos primeiros lugares nas listas
de mortalidade suicida são locais de assentamento de comunidades indígenas. Dos 475 suicídios
indígenas registrados no período de 2008 a 2012, 289 eram jovens na faixa de 15 a 29 anos de
idade, isto é, 60,9% do total de suicídios indígenas, mais que o dobro da expectativa. O suicídio entre
indígenas, no entanto, não é novidade. Juntamente com o uso abusivo de álcool e outras drogas,
este tem sido um dos aspectos de riscos e vulnerabilidades enfatizado pelos profissionais atuantes
na saúde indígena. A discriminação social e cultural e o não reconhecimento dos seus territórios
e formas próprias de territorialidade-identidade caracterizam-se como manifestações das
constantes violências físicas e psicológicas vividas por estas comunidades. A literatura pertinente
traz ainda a sensação de deslocamento provocada por fatores como desarticulação familiar, falta
de perspectivas de futuro, condições precárias de saneamento e habitação vivenciada na periferia
da cidade, dificuldades para inserir-se no mercado de trabalho, falta de alternativas construtivas de
lazer, entre outros, como aspectos relevantes à análise das condições vivenciadas por estes jovens.
Nosso objetivo é, então, identificar as principais questões que suscitam sofrimento psíquico a estes
jovens e tentar, a partir de um olhar multidisciplinar, pensar estratégias de atuação para o psicólogo
atuante na PSB, que sejam potencializadoras de autonomia e libertação. Aqui, a Teoria dos Afetos
de Espinosa e a Psicologia Histórico-Cultural de Vygotsky estarão entrelaçadas à necessidade de
superação do sofrimento ético-político e, também, como forma de abrir campos de possibilidades
às transformações sociais que, juntamente à Psicologia Ambiental, embasam-nos para analisar as
vulnerabilidades socioambientais, estima de lugar, identidade e os projetos de vida destes jovens.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa e cuja natureza é a pesquisa de análise documental em forma
de revisões bibliográficas. Atualmente há 545 CRAS no país atendendo povos indígenas, sendo que
19 estão instalados dentro das comunidades. Porém, há um distanciamento entre as demandas
das comunidades e os serviços oferecidos. A necessidade de respeito às suas especificidades
culturais, defesa de direitos e fortalecimento das suas iniciativas coletivas de autonomia étnica
são prementes. No tangente aos jovens, o conceito de bem viver pode ser potencializador e talvez
supra a constante preocupação dos mais velhos sobre como e o que fazer para aproximar os jovens
e manter seus patrimônios étnico-culturais.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
25
Juventudes indígenas: processos educacionais e espaços urbanos
Coordenador(a): Elcimar Simão Martins (UNILAB)
Resumo Geral:
Esta mesa redonda objetiva discutir aspectos relacionados aos processos educacionais (indígenas
e não-indígenas) em que se inserem os/as jovens indígenas e os desafios aos povos indígenas nos
espaços urbanos, assim como protagonismo estudantil indígena, o papel sociocultural dos museus
indígenas, os dilemas e experimentações de interculturalidade nos espaços escolares e universitários,
mobilizações sociais, disputas pelo direito à educação diferenciada e políticas públicas para povos
indígenas nos espaços urbanos. Com isso, busca-se ampliar as discussões ligadas às políticas
públicas de educação, inserção educacional dos e das jovens indígenas, a relação com as práticas
tradicionais de produção e transmissão de conhecimentos e valores culturais, as contribuições (e
os dilemas) das escolas, universidades e museus indígenas na formação das identidades culturais
e na preservação das memórias das tradições indígenas, as boas (e más) experiências de ações
afirmativas e o protagonismo dos estudantes indígenas no processo de construir uma escola e
uma universidade mais intercultural e adequada ao diálogo das diferenças. São questões que não
abdicam de uma problematização permanente sobre o papel histórico da escola e da universidade,
e do saber científico de maneira mais ampla, e como pode ser apropriado e disputado pelos povos
indígenas, especialmente os/as jovens indígenas, que são o público preferencial de ingresso nesses
espaços. A educação em múltiplos processos e espaços sociais, não ignorando o racismo institucional
e as dificuldades de materialização da interculturalidade. Além disso, permeia-se o debate com a
identificação de demandas das juventudes e povos indígenas relacionados à vivência nas cidades,
discutindo as pautas urbanas dos direitos indígenas e a participação da juventude na construção
e execução destes direitos. Trata-se de assumir a categoria juventudes indígenas desde a ótica
da pluralidade das expressões sócio-político-cultural, com diferenças e similaridades locais que o
diálogo intercultural e interdisciplinar pode dar visibilidade e foco de atenção/problematização, de
modo a instituir não apenas um campo de estudo acadêmico, mas, acima de tudo, de articulação de
sujeitos para discutir realidades, demandas e ações sociais com as juventudes e os povos indígenas,
pensando o enfoque brasileiro em conexão com outros cenários latino-americanos. Em suma,
delineia-se um vasto campo de abordagens e reflexões – contextualizadas em práticas sociais e/ou
investigações acadêmicas – que possibilitem ampliar a visibilidade e a importância dos sujeitos e
da temática tanto no âmbito acadêmico quanto sociopolítico, fomentando também a formulação
de proposições e críticas que contribuam para a adequação das políticas públicas, dos direitos
humanos e do enfrentamento às barreiras sociais e institucionais que o racismo, o adultocentrismo
e outras formas de discriminação social impõem aos/às jovens indígenas e aos povos indígenas.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
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Da aldeia à universidade: processos educacionais e museológicos na formação da juventude
indígena no Ceará
Autores(as): Antônia Da Silva Santos (UFRB/Povo Kanindé), Elcimar Simão Martins (UNILAB), José
Benício Silva Nascimento (UFC/Povo Pitaguari)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
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Juventudes indígenas na metrópole
Autores(as):: Lucia Helena Vitalli Rangel (PUC-SP)
Resumo:
Espaços urbanos, historicamente, sempre foram lócus de invisibilidade para a população indígena
na realidade brasileira. No entanto, desde as últimas décadas do século XX, quando ocorrem uma
série de transformações no cenário político, a emergência da democracia tem sido o fator mais
favorável ao rompimento da invisibilidade dos povos indígenas, em âmbito nacional. O movimento
indígena que tomou corpo na década de 1970, explode nos anos 1980 protagonizando os capítulos
referentes aos direitos indígenas, inéditos até então. As lideranças formadas a partir dessa forma
de participação, criam modos de articulação investidas em associações e diversos formatos de
ação política. A partir daí a presença indígena transforma as cidades em local de afirmação de
direitos indígenas, seja porque as sedes das associações passam a possuir endereço urbano, seja
porque as manifestações coletivas realizam-se nas capitais, incluindo a capital federal, ou nos
centros urbanos regionais. Por outro lado, os antigos e mais recentes moradores indígenas das
cidades, antes escondidos e invisíveis, passam a participar dessas ações políticas e criam suas
próprias articulações. Constroem uma pauta urbana para os direitos indígenas, cujas principais
reivindicações são: moradia, educação, saúde, trabalho e geração de renda. Nas principais capitais
do Brasil e em muitas outras cidades os sujeitos políticos indígenas têm ampliado conquistas efetivas
que merecem uma análise detida, como será feita neste trabalho. A participação dos jovens nesse
processo trilha um caminho rico e diversificado. São os jovens que possuem mais facilidade para
aprender ler e escrever, tornando-se assim o braço direito dos líderes mais velhos na luta política
e no domínio dos interstícios da burocracia estatal. Passaram a ocupar os cargos nas associações
e se apropriaram das gestões que os desafiaram: gestão de recursos financeiros, ambientais,
educacionais, de saúde, de estatutos, enfim tudo o que implica a participação política e a conquista
de direitos. Em contexto urbano vão, aos poucos, mostrando autoconfiança para sair do seu bairro
e galgar posições nos movimentos políticos, nas universidades e nos empregos onde possam auto
declarar-se indígenas. Isto, por certo, num enfrentamento permanente às discriminações sociais
da população não-indígena que reproduz o imaginário social do “indígena ideal” nas diferentes
formas de excluir ou prejudicar o acesso dos/das jovens indígenas aos bens e serviços existentes
na cidade. Por certo, a cidade tornou-se um lugar de redesenho das fronteiras étnico-culturais que,
no caso dos povos indígenas, também possibilita diferentes estratégias de visibilidade identitária e
reivindicação por direitos diferenciados, em que o papel e a participação da juventude indígena é
crucial para o processo de interculturalização da cidade.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
28
Os desafios do protagonismo estudantil indígena na luta pela universidade plural
Autores(as): Maicon Santos Soares (UFRB/MUPOIBA/Povo Pataxó) e Rutian do Rosário Santos
(UFBA/Povo Pataxó)
Resumo:
Nessa exposição, queremos discutir os desafios colocados aos estudantes indígenas para construção
de um espaço universitário que seja mais adequado e respeitoso das diferenças culturais, de uma
ciência que compreenda e dialogue com os conhecimentos tradicionais, de uma democratização
do acesso ao conhecimento científico que também signifique a transformação dele com base em
nossos conhecimentos ancestrais e epistemologias indígenas. Avançamos também na discussão
sobre o protagonismo estudantil indígena, refletindo sobre a importância da organização e
mobilização entorno do Seminário Nacional dos Estudantes Indígenas, este ano em sua quinta
edição, a ser realizada na Universidade Federa da Bahia. Quais as implicações entre educação
universitária e as lutas pelos direitos dos povos indígenas? Quais as condições de transformação
intercultural da universidade, pensando as experiências em curso e o que pode ser projetado?
Como compreender os limites e as possibilidades do acesso e da permanência dos estudantes
indígenas no espaço universitário? E como tornar-se um profissional pode ajudar os movimentos
indígenas e a organização da juventude indígena? São algumas perguntas que pretendo abordar,
assim como expor, a partir de minha própria trajetória, as lições e os ensinamentos que possam
se conectar com outros cenários vividos pelos estudantes indígenas nas universidades brasileiras.
Com isso, busca fomentar o debate sobre as diferentes formas de inserção das juventudes indígenas
nos espaços educacionais, sobretudo o universitário e os museus indígenas, refletindo sobre os
dilemas e desafios da articulação com a educação tradicional, o acesso e a permanência, além de
problematizar a interseção com as demandas por outras políticas públicas, como de transporte e
trabalho. Trata-se de assumir a categoria juventudes indígenas desde a ótica da pluralidade das
expressões sócio-político-cultural, com diferenças e similaridades locais que o diálogo intercultural
e interdisciplinar pode dar visibilidade e foco de atenção/problematização, de modo a instituir
não apenas um campo de estudo acadêmico, mas, acima de tudo, de articulação de sujeitos para
discutir realidades, demandas e ações sociais com as juventudes e os povos indígenas, pensando
o enfoque brasileiro. Tal espaço conta com a presença de participantes indígenas e não-indígenas
que discutem, desde a perspectiva intercultural e interdisciplinar, questões relacionadas às
realidades, dilemas e desafios das diferentes juventudes indígenas existentes nos referidos países,
procurando fomentar a reflexão sobre as construções identitárias e mobilizações sociais no plano
local, regional, nacional e internacional das juventudes indígenas, assim como as demandas de
acesso e permanência aos serviços de educação escolar/universitária, de valorização dos sistemas
de educação tradicional e dos desafios para o fomento a interculturalidade no plano educacional
e social.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
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EIXO 2: Juventudes, VIOLÊNCIA E CONFLITO
Resumo Geral:
O tema da violência urbana está presente em todas as esferas sociais: no cotidiano de conversas
informais, em debates de políticos, de governantes, de juristas e de setores envolvidos com a
segurança pública e privada; aparece como objeto de estudos acadêmico-científicos em várias
áreas do conhecimento; como pauta de planejamento de ações institucionais; e em outros
campos de discussão que envolvem as relações sociais. Em todos esses debates, direta ou
indiretamente a questão das ações violentas cometidas por adolescentes e jovens é abordada,
embora raramente seja tratada a violência de que são vítimas. Sendo este Simpósio um espaço
em que o tema estará em foco, esta mesa redonda pretende pôr em relevo uma reflexão
sobre a outra face da relação entre violência e juventude, considerando especificamente a
posição do adolescente a quem se atribui cometimento de atos infracionais e as ações de
violação de direitos que expressam violência do Estado e da sociedade a ele dirigidas. O
primeiro trabalho abordará o que dispõem os documentos legais ECA e SINASE e a sua não
efetivação. A autora discutirá a violação de direitos cometida no âmbito da ampliação das
Medidas Socieoducativas, trazendo a realidade do Rio Grande do Norte. Neste contexto, tratará
tanto dos processos de intervenção aos centros educacionais do estado, por setores ligados à
defesa de direitos humanos, quanto dos esforços que vêm sendo empreendidos pela Fundação
Estadual da Criança e do Adolescente (Fundac) na perspectiva de mudança dessa realidade.
O segundo propõe fazer uma reflexão sobre para quem se dirige a ação do Estado nos casos
de atos infracionais e a contradição que se coloca com a perspectiva de direito universal do
ECA. Analisará a condição oposta em que se situa o adolescente das classes economicamente
favorecidas, que têm assegurados seus direitos e, do outro lado, os adolescentes pobres, negros
e da periferia, que são alvo das ações punitivas e pouco educativas, apesar do que prescreve
o ECA e o SINASE. E o terceiro fará uma discussão sobre a relação entre a ação sancionatória
e a ação educativa das medidas socioeducativas, ou seja, relacionando o papel da ação
socioeducativa enquanto sanção e promoção, e como o sistema jurídico se posiciona em
relação a isso, na prática. Com esse intuito, explorará um conjunto de pesquisas e intervenções
que problematizam essa relação, tomando por base experiências em diferentes unidades e
programas de atendimento ao adolescente do sistema socioeducativo do Distrito Federal. Os
três trabalhos, com diferentes enfoques, partem da compreensão de que o que vem ocorrendo,
de forma generalizada no Brasil, em termos de violação de direitos de adolescentes em
conflito com a lei, apesar de aparentar posições equivocadas, que resultam na ineficiência do
Estado na aplicação das medidas socioeducativas, se analisado com maior aprofundamento,
revelam ações intencionais e pautadas pela prática de um Estado excludente e seletivo. Assim,
propõem uma reflexão que possa também apontar caminhos e alternativas de enfrentamento
a esta realidade.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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Sistema Socioeducativo Potiguar: contradições e possibilidades de concretização do SINASE
Autores(as):: Ilana Lemos de Paiva (UFRN)
Resumo:
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31
Quem é o adolescente em conflito com a lei? A proposta de universalização do ECA e o alvo
das medidas socioeducativas.
Autores(as):: Veriana de Fátima Rodrigues Colaço (UFC)
Resumo:
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Ação socioeducativa entre a sanção e a responsabilização: lições a partir de pesquisas empíricas.
Autores(as):: Maria Cláudia Santos Lopes de Oliveira (UNB)
Resumo:
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Cada vida importa: olhares sobre homicídios na adolescência em Fortaleza
Coordenador(a): Thiago de Holanda Altamirano (Comitê Cearense pela Prevenção de Homicí-
dio na Adolescência)
Resumo Geral:
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Violência armada e conflitos territoriais: dinâmicas da violência letal contra adolescentes
Autores(as): Thiago de Holanda Altamirano (Comitê Cearense de Prevenção de Homicídios na
Adolescência)
Resumo:
O processo de evolução da violência letal é crescente nas cidades da região Nordeste do Brasil,
sobretudo na última década, e o público mais vulnerável são os adolescentes e jovens negros do
sexo masculino. Fortaleza chegou a atingir, em 2013, um coeficiente de 141,1 homicídios para
100.000 adolescentes, enquanto o da população geral ficou em torno de 83,7 homicídios por
100.000 habitantes. A pesquisa realizada pelo Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios
na Adolescência teve um caráter sócio antropológico, almejando conhecer aspectos dos
modos de vida dos adolescentes mortos em 2015, a partir das narrativas das suas famílias. Foi
utilizado o método quanti-quali por trazer elementos que se complementam, corroborando
para uma interpretação mais abrangente da realidade posta. Durante 03 meses (de março
a junho de 2016), 24 pesquisadores estiveram em Fortaleza e em mais (seis) 6 cidades com
os maiores números absolutos de assassinatos de adolescentes no estado. Nessa discussão,
priorizaremos os dados relativos a Fortaleza. Utilizamos um questionário com questões
fechadas que compreendessem a vida dos adolescentes em quatro dimensões: individual,
familiar, comunitária e institucional. Foram aplicados 146 questionários em Fortaleza, referente
a casos de adolescentes assassinados na faixa etária de 12 a 18 anos. Utilizamos ainda diários
de campo, para que os pesquisadores relatassem o cotidiano de trabalho da pesquisa, que
incluiu aspectos relacionados aos cenários de observação dos lugares, as relações entre as
pessoas e os modos de vida em se encontravam os adolescentes. Nessa dinâmica conflituosa,
alguns resultados apontaram que a perda de pessoas do círculo de familiares e amigos é algo
bastante presente no cotidiano dos adolescentes que foram vítimas de homicídio. O percentual
de adolescentes mortos que tiveram algum membro da família assassinado chega a 45,89%.
Quando a pergunta se estende para o círculo de amizade é possível perceber maior incidência
da violência letal em seus cotidianos, 64,38% dos adolescentes tiveram amigos assassinados,
indicando certa horizontalidade no processo de vitimização letal. No Ceará, a arma de fogo
é o principal meio utilizado para o cometimento de homicídios, somente no ano de 2015, a
polícia apreendeu 6.615 armas de fogo em todo o Estado do Ceará, número equivalente a
uma média de 18 apreensões diárias. Os familiares ouvidos, na capital, revelam que 42,47%
das vítimas conviviam com amigos que possuíam acesso a armas de fogo. Para 29,45% dos
entrevistados, as vítimas não conviviam com pessoas que detinham acesso a armamentos.
O grau de desconhecimento do assunto, contudo, é elevado: 21,23% dos entrevistados não
souberam responder à questão. Embora a dinâmica do tráfico de entorpecentes costume ser
apontada como um dos principais fatores para o cometimento de homicídios, é preciso pôr em
relevo o comércio ilegal de armas de fogo nessa equação. Além de ser o principal instrumento
usado nas execuções, a posse da arma de fogo traz consigo um valor simbólico de distinção
e poder, sendo apontada como uma importante causa para o aumento da violência e dos
homicídios, mesmo diante do seu caráter multicausal.
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Fragilidade e a precariedade do acesso: narrativas sobre a trajetória de adolescentes vitimas
de homicídios nas políticas pública
Autores(as): Rui Rodrigues Aguiar (UFC)
Resumo:
As políticas públicas devem dar respostas aos problemas que atingem a sociedade enquanto um
sistema. No entanto, uma certa ordem social tem sido constantemente recriada sob a justificativa
da proteção, mas o que nos parece é uma nova roupagem de propostas criminológicas e
positivistas. Contra a marginalidade são formadas políticas que produzem subjetividades
em torno do extermínio e da exclusão de parcela da população, dessa forma são propostas
como a redução da maioridade penal, remoções de habitações populares, encarceramentos,
guerra contras as drogas e, com isso, o aumento da vinculação da criminalidade à pobreza.
Essa escrita tem como objetivo discutir, a partir dos dados levantados pelo Comitê Cearense
pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, o acesso às políticas públicas nas trajetórias
de vida dos adolescentes vítimas de homicídios no Ceará. A pesquisa realizada adotou a
metodologia quanti-quali. Foram ouvidas 146 famílias, a partir da aplicação de um questionário
com questões fechadas, de um total de 312 casos de adolescentes (12 a 18 anos) vítimas de
homicídio, em 2015, em Fortaleza. Também foi utilizado a produção de diários de campo,
na medida em que trabalham um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos
fenômenos. Para apontamentos breves dos resultados, ficou-se aparente a necessidade de
garantir a permanência desses adolescentes na escola, uma vez que 73,29% não frequentavam
a instituição há pelo menos 6 meses, que no modelo atual imprime alto desinteresse por
parte desses adolescentes. Nessa tônica, os serviços de saúde demonstram pouco interesse
em atentar para esses indivíduos na adolescência, de forma que 72,60% acessavam o serviço
somente quando estavam doentes, demonstrando que essa fase específica do desenvolvimento
humano é carente de uma atenção focalizada, principalmente no eixo da prevenção. Soma-
se a isso o trabalho irregular e precarizado, onde somente 5,31% tiveram acesso a emprego
com carteira assinada e a ínfima cifra de 2,05% tiveram experiência como jovem aprendiz.
Esse processo gera diversas problemáticas em que uma rede de apoio e proteção deveria
precisamente intervir. Porém, há novamente a pouca presença de instituições de apoio
psicossocial e jurídicas, onde somente 7,53% das famílias recorreram a essas instituições em
situações de conflitos familiares, em Fortaleza. Nas incertezas encontradas no cotidiano da
vida nos territórios urbanos em que moravam esses adolescentes, atividades informais, ilegais
e ilícitas se interligam e entremeiam especialmente no cenário em que indivíduos buscam
a garantia da sobrevivência cotidianamente. Isso pode resultar em um processo cujo o final
seja a aproximação de situações de conflito que, por sua vez, potencializam o risco desses
adolescentes serem vítimas de homicídios. Assim, percebe-se a pouca consolidação das
mínimas condições de cidadania para crianças e adolescentes, fruto das desigualdades e das
vulnerabilidades que limitam o desenvolvimento de uma adolescência plena, onde deveria
haver, por meio das políticas públicas, o contato com aprendizagens múltiplas para uma
construção saudável da autonomia e identidade.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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Homicídios na adolescência como um fenômeno processual, multicausal e seletivo.
Autores(as): Renato Roseno de Oliveira (Assembleia Legislativa do Estado do Ceará)
Resumo:
É sabido que o Brasil vive uma crise oriunda do projeto de hiperencarceramento (hoje somos
a 4ª população carcerária do planeta). Há, contudo, uma percepção de que muitas vidas são
descartáveis e que seu assassinato é tolerado pela gestão da política criminal, já que os esforços
de responsabilização são tímidos. As 13 mil vagas do sistema penal cearense são ocupadas
por 23 mil presos. Dois terços da massa carcerária responde a crimes contra o patrimônio
ou tráfico de drogas. Portanto, uma porta de entrada larga, onde passam jovens (quase 50%
entre 18 e 28 anos), negros, pobres, de baixa escolaridade. Por outro lado, os crimes contra a
vida, sobretudo de jovens das periferias, já que são esses as principais vítimas, seguem com
baixíssima resolução. O Comitê Cearense pela Prevenção dos Homicídios na Adolescência, em
parceria com o Tribunal de Justiça - CE, realizou levantamento na Comarca de Fortaleza de 1524
processos de homicídios de adolescentes protocolados no Sistema de Justiça, entre os anos de
2011 e de 2016. Até o final do ano passado, chegaram à responsabilização dos agressores, em
primeira instância, apenas 2,8% dos casos. Sendo que 82% se encontram em fase de inquérito
policial, 10,5% em estágio de ação penal e 4,8% foram arquivados por autoria desconhecida
ou morte do acusado. Ressalte-se que a responsabilização deve ser compreendida para além
da exclusiva resposta no campo penal, mas a restituição (ou afirmação) da dignidade da vítima
e suas redes familiares. Os álibis socialmente aceitos e consolidados pela mídia policialesca
é quase sempre de atribuir, mesmo antes de quaisquer investigações, os assassinatos de
jovens a “acerto de contas” ou conflitos de grupos criminosos. Sendo assim, esse trabalho tem
como objetivo discutir alguns resultados da pesquisa do Comitê no que se refere a cadeia de
seletividade socioespacial e estigmatização racial e geracional, demonstrada em territórios com
elevada conflitualidade e sem acesso substantivo aos direitos básicos de cidadania; ausência
de processos oficiais de mediação de conflitos; sujeitos que habitam o lugar social de “classe
perigosa” que passam a ser administrados pela força dos dispositivos penais; elevada presença
de armas de fogo; conformação da representação social de “matáveis”, ou seja, aqueles os quais
se espera a morte. Esse ciclo perverso que gera altas taxas de populações de jovens privados de
liberdade, altos índices de assassinatos de jovens e baixa responsabilização não é contraditório.
É complementar e se retroalimenta. Os que matam, morrem e são presos ocupam um mesmo
lugar de subalternidade. A dinâmica que se institui é que há um indivíduo que, por sua cor,
classe, geração, lugar de vida, tem como possíveis lugares sociais: a precarização, a prisão ou o
cemitério e que em todas essas alternativas, não haveria responsabilização do próprio estado
por suas ausências. O trabalho do Comitê demonstra a permanência de estruturas seletivas
em toda a dinâmica de vida desses jovens. Suas mortes são fruto de processos multicausais
identificáveis e a ausência de resposta estatal a seus assassinatos faz parte do processo de
“naturalização” dessa vergonhosa taxa de morticínio.
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37
A juventude criminalizada e os desafios para as políticas públicas no Brasil
Coordenador(a): Pedro Paulo Gastalho de Bicalho (CFP)
Resumo Geral:
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38
Entre estatutos, conflitos e leis: uma análise da convivência de adolescentes em privação de
liberdade
Autores(as):: Flávia de Abreu Lisboa (Departamento Geral de Ações Socioeducativas do Estado
do Rio de Janeiro)
Resumo:
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Incriminação e criminalização nas políticas brasileiras sobre drogas
Autores(as):: Roberta Brasilino Barbosa (UFRJ)
Resumo:
O contato com forças moventes da tramitação do projeto de lei que visa introduzir modificações
na lei de drogas brasileira, assim como do julgamento pelo Superior Tribunal Federal do
recurso de número 635.659, permite afirmações acerca da existência de uma imbricação entre
processos de incriminação e processos de criminalização nas políticas sobre drogas do país. Tais
processos constituem-se de mecanismos de regulação da existência humana, seja por meio de
normas afirmadas em dispositivos legais (incriminação), seja com base em maneiras corretas
de ser e estar no mundo, difundidas a partir dos meios sociais, culturais, históricos, políticos
e econômicos (criminalização). Os processos de incriminação são aqueles relacionados às
esferas da prevenção, investigação, julgamento e execução, sempre baseados em leis penais;
já os processos de criminalização abrangem aspectos de normatização, normalização,
estigmatização e correção de sujeitos, não necessariamente positivados em leis. Já no momento
de construção legal está pressuposta uma margem de autores das práticas descritas em lei
como crime que a normativa não busca alcançá-los. Os processos de seletividade penal deixam
claro que, para além do que está positivado, existe uma gama de maneiras ‘corretas’ de ser e
estar no mundo, produzidas e difundidas pelos meios sociais, culturais, históricos, políticos e
econômicos. Foucault, a partir do conceito de enforcement of law, reforça essa imbricação,
ressaltando o quanto a regulação de existências (baseada em produção de subjetividades) se
opera com base em processos que afirmam normas em dispositivos legais e em outros cuja
afirmação não está positivada em leis. Por meio do enforcement, desse que se apresenta na
forma de um conjunto de instrumentos necessários a aplicação da lei, a lei ganha força, tendo
em vista que esses instrumentos são postos em prática para dar ao ato de interdição realidade
social e política. Uma análise dos argumentos apresentados tanto a partir da tramitação do
PL 7663/10 na Câmara dos Deputados e posteriormente do PLC 037-2013 no Senado Federal,
quanto do julgamento da inconstitucionalidade do artigo 28 da lei de drogas pelos ministros
do STF trazem mostras claras de relações de saber-poder atuantes na produção de normas,
transgressões e castigos no campo das políticas sobre drogas. Num universo próprio dos
processos de incriminação, imperam mecanismos criminalizantes responsáveis, por exemplo,
por vitimizar usuários de drogas ao mesmo tempo em que culpabiliza ‘traficantes’ e assim
pouco se discute acerca do papel da própria proibição. Alguns esforços são empreendidos no
sentido de repensar as punições impetradas tendo em vista os impactos por elas gerados, mas
por diversas vezes retorna-se o argumento para avaliação individual do sujeito desviante. A
ideologia da defesa social, ao ser empregada pelo Direito Penal especificamente nos assuntos
envolvendo ‘drogas’, necessita de uma noção de sujeito enquanto indivíduo, o que se opera
pela via da criminalização, em que se foca no sujeito e não no desvio por ele cometido.
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A crítica criminológica na formação de psicólogos: políticas de enfrentamento ao processo de
criminalização da juventude
Autores(as): Pedro Paulo Gastalho de Bicalho (CFP)
Resumo:
A presença das discussões acerca dos saberes criminológicos nos cursos de Psicologia,
quando existem (como parte das disciplinas de Psicologia Jurídica), ainda são marcadas
pela abordagem positivista que reduz o trabalho do psicólogo à participação nas Comissões
Técnicas de Classificação e na aplicação do então chamado exame criminológico no sistema
penitenciário brasileiro, cuja lógica é também atribuída à intervenção deste profissional no
sistema socioeducativo. Ou, ainda, na produção de referências técnicas para confecção de
laudos e pareceres que subsidiem a decisão de magistrados nos Tribunais de Justiça, ou na
construção de escutas capazes de restabelecer a verdade dos inquéritos, produzindo provas
para judicializações, condenações e penalizações, sempre marcados por um discurso que
atravessa um determinado recorte de juventude criminalizada ao estatuto de periculosidade.
Deste modo, a intervenção psicológica surge como prática capaz de desvelar subjetividades e,
a partir de diagnósticos, a Psicologia passa a interferir na execução da pena (ou das medidas
socioeducativa e de segurança), sem no entanto, colocar em questão a suposta natureza e a
construção histórica dos significados políticos de lei, transgressão e pena, produzindo verdades
assépticas em torno de conceitos como crime e criminoso, imputabilidade e inimputabilidade.
Que efeitos têm sido produzidos em nosso cotidiano? Que sujeitos, saberes e objetos – os quais
não existem em si - estamos o tempo todo produzindo? É preciso colocar em análise nossas
práticas, discutindo que psicólogos estamos produzindo e que saberes estamos perpetuando
como professores. Habitualmente, intervir como psicólogo pressupõe analisar um território
individual, interiorizado ou, no máximo, circunscrito a relações interpessoais, transferindo as
produções políticas, sociais e econômicas ao campo de estudos de um ‘outro especialista’.
‘São exteriores à realidade psíquica’, talvez seja esse o argumento. O que significa atravessar a
formação em psicologia com discussões sobre criminologia, violação de direitos e a emergência
das ‘classes perigosas’? Que efeitos são produzidos quando colocamos em análise a ideia
de crime, através de sua proveniência, saberes, diferentes confrontos e produções? O que
significa apresentar a perspectiva positivista ao mesmo tempo em que se discute a genealogia
foucaultiana com suas produções de saberes, poderes e as relações de força que constroem
um determinado modo de fazer criminologia? Com que ética estamos articulados e quais
subjetividades estamos produzindo? Quais epistemologias são asseguradas com tais medidas?
É preciso adquirir a clareza de que nosso trabalho profissional é também um trabalho político,
nunca isento nem neutro. Nossa prática profissional envolve uma concepção de mundo,
de sociedade, de homem, de humano, exigindo um posicionamento sobre a finalidade da
intervenção que fazemos, a qual envolve a certeza de que nossas práticas têm sempre efeitos,
exigindo que tomemos, portanto, posições. Posições epistemológicas que, por serem políticas,
mantêm ou transformam a ordem social em que apoiamos nossos saberes, articulados a
poderes.
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Extermínio de uma juventude negra brasileira: entre políticas de drogas, políticas de extermínio
e políticas raciais
Coordenador(a): Roberta Brasilino Barbosa (UFRJ)
Resumo Geral:
Esta mesa tem como proposta estabelecer-se como disparadora de um debate acerca do
extermínio da juventude negra no Brasil e algumas políticas que atravessam e possibilitam
que o número de jovens negros que morrem no país cotidianamente seja alarmante. Parte-se
da contribuição de três diferentes pesquisas que analisam temáticas e vetores relevantes para
fazer essa análise. A primeira delas, cujo recorte aqui foi intitulado de “Vidas indignas de serem
vividas? Uma análise das políticas de extermínio do jovem negro no Brasil, surge do trabalho
junto a adolescentes em privação e restrição de liberdade, no sistema socioeducativo no Rio de
Janeiro e da relação vida e morte desses adolescentes no que diz respeito às suas perspectivas
de futuro. Para isso, faz se uma discussão acerca das estatísticas alarmantes envolvendo a
morte de jovens negros e alguns discursos, ferramentas jurídicas e conceitos simbólicos que
sustentam, produzem e legitimam uma política de extermínio ou uma política criminal com
derramamento de sangue. Articulado a essa discussão, a segunda pesquisa vem contribuindo
ao propor uma análise acerca do discurso de enfrentamento às drogas e das políticas sobre
drogas no Brasil que são engendrados a partir da atuação policial nas favelas do Rio de Janeiro.
Sob a justificativa de se tratar de um grave problema de segurança pública, ações beligerantes
são executadas constantemente nas favelas e periferias do Grande Rio. Ainda que o comércio
de psicoativos ilícitos ocorra de maneiras distintas e em diferentes espaços da cidade, seus
praticantes não estão presentes de forma igual no dia a dia das delegacias de polícia e nas
estatísticas de mortes por armas de fogo. Ao pensar na relação com as drogas, tema tão
polêmico e tão presente nas juventudes, “Juventudes marcadas: políticas sobre drogas como
estratégia para supressão de direitos” se propõe a articular como o discurso de combate as
drogas têm contribuído para extermínios desses jovens a partir de uma política de cor, em
que a idade e o território são critérios igualmente relevantes na distinção entre o usuário e o
traficante, bem como a forma de tratamento para cada um. A terceira pesquisa propõe uma
análise de fundamental importância ao pensar nas mortes desses jovens que é a questão racial.
Não é possível pensar em juventude sem pensar o grande número de jovens que morrem por
dia atualmente no Brasil. E não é possível pensar nas políticas de juventude sem pensar o
racismo que perpassa as políticas brasileiras, as políticas de drogas bem como tais políticas de
extermínio. No entanto, este último trabalho, “Branquitude e juventude: privilégios do jovem
branco, marginalização do jovem negro”, traz como proposta pensar as desigualdades raciais
a partir da noção de branquitude, enquanto a identidade racial do homem branco, provocando
uma análise do papel do branco dentro das relações de poder e privilégios, e principalmente,
qual o efeito disso na vida da juventude negra e nas estatísticas das mortes da juventude negra.
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42
Vidas indignas de serem vividas? Uma análise das políticas de extermínio do jovem negro no
Brasil
Autores(as):: Flávia de Abreu Lisboa (Departamento Geral de Ações Socioeducativas do Estado
do Rio de Janeiro)
Resumo:
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43
Juventudes marcadas: políticas sobre drogas como estratégia para supressão de direitos.
Autores(as):: Roberta Brasilino Barbosa (UFRJ)
Resumo:
Tendo em vista uma perspectiva vigente de enfrentamento para a temática ‘droga’, perspectiva
a qual frequentemente alija um debate sobre o assunto em diferentes esferas, lança-se luz para
alguns efeitos de políticas sobre drogas no Brasil que são engendrados a partir da atuação
policial nas favelas do Rio de Janeiro. Sob a justificativa de se tratar de um grave problema de
segurança pública, ações beligerantes são executadas constantemente nas favelas e periferias
do Grande Rio, promovendo criminalizações e mortes entre os envolvidos mais diretamente. E,
no processo que legitima essas práticas, observa-se a presença de uma lógica dicotomizante
que não só captura sob identidades únicas e estáticas formas diferenciadas de existência,
como também as coloca em pólos opostos, frequentemente identificadas como ‘inimigos’,
promovendo bloqueios na discussão. Neste trabalho serão apresentadas algumas formas de
atenção no âmbito da segurança pública que são destinadas a certas áreas da cidade tidas como
diferenciadas. Legitimando-se a partir da necessidade de combate ao comércio de psicoativos
ilícitos, as favelas e seus moradores são palco de diferentes tipos de ocupações, executadas
por agentes públicos de segurança fortemente armados, majoritariamente militares. Ainda
que o comércio de psicoativos ilícitos ocorra de maneiras distintas, seus praticantes não estão
presentes de forma igual no dia a dia das delegacias de polícia. Segundo o Fundo Monetário
Internacional, 500 bilhões de dólares são gerados pelo ‘narcotráfico’, mas a população
carcerária que responde por esse crime no Brasil é formada quase exclusivamente por pessoas
não brancas, extremamente pobres e com baixa escolaridade, detidas com drogas e sem armas,
na maioria das vezes. Retirando a cifra negra (delitos cometidos, mas desconhecidos pelas
autoridades, e delitos investigados, porém sem resultarem em processo penal), chegamos à
relação que existe hoje entre favelas e combate ao comércio de psicoativos ilícitos, incompatível
com a criminalidade real envolvendo comércio e produção de drogas e totalmente marcada
pela visibilidade da infração, adequação do autor ao estereótipo do criminoso construído pela
ideologia prevalente, incapacidade do agente em beneficiar-se da corrupção ou prevaricação
e vulnerabilidade à violência. A cidade enquanto negócio necessita de um tipo de investimento
que é atrapalhado por aqueles habitantes de inserção falha na lógica de consumo. Por esse
motivo então, esses citadinos precisam ser gestados, papel exercido brilhantemente pelas
políticas sobre drogas que respaldam certo tipo de política de segurança pública (pautada
na negação do direito à segurança) para favelas e periferias do Rio de Janeiro. A discussão
proposta também se preocupa em ressaltar os principais efeitos decorrentes dessa política
de segurança: as prisões e as mortes de diferentes atores (e atrizes) que compõe esse cenário,
ainda que sejam quase todos identificados univocamente por ‘traficantes’.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
44
Branquitude e juventude: privilégios do jovem branco, marginalização do jovem negro
Autores(as):: Luciana Maciel Henriques (UERJ)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
45
Juventude, Violência e Sistema Socioeducativo: Pesquisas e Intervenções no Campo da Justiça
Juvenil
Coordenador(a): João Paulo Pereira Barros (UFC)
Resumo Geral:
A ideia de que a produção do fenômeno da violência tem sido protagonizada pela juventude é
um tema que será problematizado nesta mesa. Historicamente, assistimos ao nascimento e à
falência de alguns olhares e modos de intervenção com adolescentes a quem se atribui autoria
de infrações. Atualmente, a justiça juvenil brasileira se baseia nas diretrizes constitucionais
de proteção integral à infância e adolescência, assim como nos procedimentos dispostos no
estatuto da criança e do adolescente e na lei do sinase. Por tais legislações, a resposta ao
ato infracional praticado por adolescentes deve seguir trâmite jurídico distinto do que está
regulamentado para os adultos. Embora inimputáveis frente ao direito penal comum, os
adolescentes são responsabilizáveis diante de lei especial. A estes está prevista a aplicação
de seis tipos de “medidas socioeducativas”, as quais se diferenciam das penas determinadas na
justiça comum, pela natureza jurídica e finalidade, já que as alternativas de responsabilização
propostas aos adolescentes, por serem socioeducativas, devem desempenhar uma função
pedagógica, com inúmeras peculiaridades em seu processo de aplicação e execução.
Conforme a lei do SINASE, as medidas socioeducativas devem se pautar em objetivos como
a integração social e a garantia de direitos individuais e sociais do adolescente, bem como
na promoção de seu processo de responsabilização quanto ao ato infracional praticado.
Considera-se a internação como a ação de responsabilização mais gravosa a ser aplicada a um
adolescente. Por tal motivo, o sistema de justiça juvenil adota como princípios norteadores a
ideia da excepcionalidade e da brevidade da aplicação dessa medida. Quando se assinala que
a responsabilização pela prática delituosa deve ser promovida primordialmente por outros
meios, distintos do cárcere, temos aí uma peculiaridade da justiça juvenil, distanciando-a,
em princípio, da lógica encarceradora verificada na justiça comum. Ao se pensar em outras
estratégias de responsabilização, traz-se ao debate o desafio de práticas que promovam, para
além da sanção jurídico-estatal, os encaminhamentos objetivos ao sistema de garantia de
direitos, cumulados com momentos de ressignificações e aprendizados para os jovens a quem
se atribui autoria de infração. Assim, a proposta desta mesa redonda prioriza três objetivos
principais: (a) problematizar o fenômeno da violência e as elaborações discursivas que, na
contemporaneidade, produzem a figura do jovem “infrator”, “perigoso”, “vicioso” e descartável,
por meio da apresentação de um conjunto de pesquisas e intervenções vinculadas ao grupo
vieses-UFC; (b) traçar um panorama da situação da execução de medidas socioeducativas no
Ceará, por meio da apresentação dos resultados parciais da pesquisa de monitoramento da
política de atendimento socioeducativo, realizada pelo fórum DCA desde 2006; (c) discutir sobre
os resultados de uma pesquisa-intervenção com adolescentes em cumprimento da medida
de psc em uma região administrativa de Brasília-DF, que se interessou pelas especificidades
do trabalho grupal, propondo reflexões e ressignificações para as práticas de atendimento
socioeducativo.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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46
Juventudes, Violências e Modos de Subjetivaçrâneos: Reflexões a partir de Pesquisas e
Intervenções do VIESES-UFC
Autores(as): João Paulo Pereira Barros (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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47
Grupo como dispositivo socioeducativo-dialógico: Reflexões a partir de uma pesqusia-
intervenção com adolescentes em cumprimento de PSC
Autores(as):: Dayane Silva Rodrigues - Secretaria da Criança e do Adolescente do Distrito
Federal
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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48
Fórum de Direitos da Criança e do Adolescente: Experiências de monitoramento de Medidas
Socioeducativas
Autores(as):: Francimara Carneiro Araújo (CEDECA Ceará)
Resumo:
O Fórum Permanente de ONG’s em Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes – Fórum
DCA Ceará, realiza desde 2006 o monitoramento das medidas socioeducativas destinadas a
adolescentes a quem se atribui autoria de ato infracional. Esse tipo de ação vai ao encontro da
concepção do sistema de garantias de direitos – SGD, no qual o controle social das políticas
públicas é fundamental para efetivação dos direitos infanto-juvenis. A política de atendimento
socioeducativo do estado do ceará passa por um gravíssimo contexto de violações de direitos
humanos. Tal cenário ensejou, inclusive, o protocolo de uma petição com pedido de medidas
cautelares no sistema interamericano de direitos humanos em março de 2015. Nos primeiros
seis meses do ano de 2016, contabilizou-se mais de 400 fugas e 75 episódios conflituosos nas
unidades de internação masculina do ceará, o que expressa uma escalada crescente do número
e da gravidade dos conflitos. Esta crise no sistema socioeducativo cearense tem manifestado
suas consequências em diversas denúncias de tortura, maus tratos, agressões, superlotação,
restrição ao acesso à água, à alimentação e ao convívio familiar, além da ausência de atividades
de escolarização, de lazer e profissionalizantes. Como principal resposta do governo do estado
do ceará, foi criado, por força da lei estadual 16.040/2016, promulgada em junho de 2016,
a superintendência estadual de atendimento socioeducativo do ceará (SEAS), órgãos com
autonomia administrativa e orçamentária para gerir o atendimento socioeducativo de meio
fechado do estado do ceará. Como forma de mensurar os impactos que a mudança da gestão
da política tem provocado, o fórum dca iniciou no segundo semestre de 2016, as visitas para
a produção do 4° relatório de monitoramento do fórum DCA, abrangendo os nove maiores
municípios do ceará, em termos de internação de adolescentes, incluindo a cidade de fortaleza
e sua região metropolitana. Tal monitoramento consiste na aplicação de questionários semi-
estruturados com os principais atores do atendimento socieducativo e com os adolescentes.
Outra ação desenvolvida é a vista in loco aos principais equipamentos. Dentre os meses de agosto
e novembro de 2016, privilegiou-se a visita aos municípios do interior e da região metropolitana
de fortaleza. Em cada visita, garantiu-se o monitoramento dos creas, que executam as medidas
socioeducativas de meio aberto; das unidades de internação e de semiliberdade; das delegacias
da polícia civil e de atores do sistema de justiça juvenil. Além disso, também no segundo
semestre de 2016, foram realizadas visitas não-agendadas a unidades da cidade de fortaleza,
por conta de denúncias de tortura e maus-tratos dos familiares dos internos. A inspeção a
locais de privação de liberdade, é uma estratégia preventiva da prática de tortura e tem têm
sido utilizada pela organizações da sociedade civil como uma das táticas mais eficazes na
defesa dos adolescentes vítimas de violência e como espaço de incidência sobre os órgãos
encarregados da responsabilização dos agressores. Todas essas ações contribuem para a
conclusão do 4° relatório de monitoramento, que será lançado em abril de 2017.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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49
Juvenicídio no Brasil: Juventudes, violências, vulnerabilidades e preconceitos
Coordenador(a): Marisa Feffermann (IS-SP)
Resumo Geral:
A realidade política, econômica e social que se expressa hoje, com a derrocada do “estado
de bem estar social”, aponta para o declínio do modelo de proteção social, e explicita cada
vez mais a violência estrutural com a falta de oferta de trabalho e os seus processos de
desregulação do trabalho. A conseqüência é o recrudescimento da tendência totalitária em
virtude do acirramento da contradição do desenvolvimento tecnológico atrelado à reprodução
da miséria e das desigualdades sociais e uma crescente política de criminalização das parcelas
mais pobres da população brasileira, em especial os negros e indígenas em especial e os jovens.
O contingente de jovens existentes na América Latina vivendo em situação de vulnerabilidade,
aliada às turbulentas condições socioeconômicas de muitos países dessa região provoca
grande tensão entre os jovens que agrava diretamente os processos de integração social
e, em algumas situações, fomenta o aumento da violência e da criminalidade. Esta ordem
dominante tem ampliado condições de precariedade e de vulnerabilidade dos jovens, a partir
de perspectivas classistas, racistas, homofóbicas e de ordem proibicionista, que com o pretexto
de combater o crime organizado, têm funcionado como estratégia de limitação dos espaços
sociais de liberdade. A sociedade, por meio de mecanismos ideológicos, ataca todos os que
possam representar a falha do sistema. E desta forma, observa-se a exigência da sociedade
- aterrorizada - por um rigor punitivo traduzido em penas severas para os transgressores e a
criminalização generalizada de condutas. Este cenário é pouco promissor para jovens que
fazem parte dos segmentos da população mais afetados pela desigualdade social, pelas
políticas de ajuste econômico neoliberais e pela falta de efetividade das políticas sociais,
portanto, os efeitos da violência agudizam-se, capturando-os. Nesse contexto, pesquisadores da
América Latina têm buscado compreender o processo que implica em condições precarizadas
e persistentes que têm custado a vida de centenas de milhares de jovens não só na América
como, também, na Europa, com base no conceito de Juvenicídio.Com essa mesa propomos
discutir diferentes modos de expressão desse estado na América Latina, com particular atenção
para situações de violência ocorrida contra jovens no Brasil e no México.O primeiro trabalho
a apresenta parte dos resultado de uma pesquisa sobre os jovens das do Rio de Janeiro que
vivem a realidade que os oprime, de um lado os agentes do estado ( UPP - Unidade de Polícia
Pacificadora) e o Comando Vermelho ( em Rio de Janeiro).O segundo trabalho realizará uma
discussão do caso dos 43 desaparecidos de Ayotzinapa, amplamente divulgado, será por nós
aqui apresentado, para problematizar os modos como os governos, em especial o mexicano,
tratam seus jovens. O terceiro trabalho apresentará os resultados de uma pesquisa, trazendo as
informações concretas que levam os agentes dos órgãos dos Sistemas de Segurança Pública a
indiciarem por ato infracional equiparado a tráfico os adolescentes apreendidos em flagrante
portando substancias psicoativas proibidas em Londrina e região.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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50
Adolescentes e jovens: o tráfico de drogas em territórios com UPPS, tempos vividos, percepções
e expectativas
Autores(as):: Marisa Feffermann (IS-SP)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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51
Foi o Estado!: violências contra jovens no México
Autores(as):: Lila Cristina Xavier Luz (UFPI)
Resumo:
Nas ultimas décadas muito se discutiu e se afirmado acerca da despolitização das juventudes.
Frases como: “não querem nada com a vida”, “são individualistas”, “só pensam em futilidades”,
“são alienados”, ecoavam pelos quatro cantos até bem pouco tempo. Essas afirmativas eram
recorrentemente utilizadas como referência a uma ação política vinculada à presença massiva
de pessoas nas ruas das grandes cidades, em geral pessoas jovens, durante as décadas de 1980
e 1990. Realidade empírica que, em geral, serve de base para as análises sobre as práticas
políticas de jovens na América Latina. Assim, as diferentes e recentes formas de contestações
juvenis são desconsideradas, desrespeitadas e anuladas, fato que tem resultado em violência
física contra jovens que protestam em espaços distantes dos holofotes urbanos. Um exemplo
recente da crueldade das instituições em responder a formas de protesto de jovens em espaços
rurais é o caso do desaparecimento dos 43 estudantes do Estado de Guerrero no México. Os
desaparecidos eram alunos da escola rural “Isidro Burgos” de Ayotzinapa, apreendidos pela
polícia local na noite de 26 setembro de 2014. Em seguida, narrativas diversas nos meios
de comunicações, no senso comum, de representantes de instituições de defesa de direitos
humanos, dos familiares dos jovens, evidenciam que os mesmos foram entregues a uma
quadrilha de traficantes de drogas. Até a presente data esses jovens continuam desaparecidos
e pouco se sabe, efetivamente, sobre o ocorrido. Todavia, há um consenso social de que o
estado mexicano é o responsável pelo ocorrido; pela violência que toma conta do país desde
que o governo declarou “guerra” ao narcotráfico. São comuns os acontecimentos violentos
no México. A maioria deles resulta em desaparecimento forçado de mulheres, crianças, em
especial, jovens pertencentes a populações originárias residentes em zonas distantes dos
centros urbanos, ou localizadas em áreas de conflitos resultantes de disputa por terras.
Segundo Lorusso (2016), mais de oitenta mil mortos e cerca de dezesseis mil os desaparecidos
nos seis anos a partir de quando o ex-presidente Felipe Calderón declarou “guerra” ao tráfico
de drogas, período de 2006 a 2012. Nos últimos anos esses números cresceram ainda mais.
Fontes oficiais falam de uma tragédia humanitária ainda maior. A sociedade mexicana vive em
meio à militarização dos territórios, a propagação do medo e constantes ações de desrespeito
aos direitos humanos. A principal intenção dessa comunicação é ampliar o debate e fomentar
reflexões acerca das violências contra jovens na América Latina, tendo por referência o México,
um país marcado por extrema desigualdade social e violência. O caso dos 43 desaparecidos
de Ayotzinapa, amplamente divulgado, será por nós aqui apresentado, para problematizar os
modos como os governos, em especial o mexicano, tratam seus jovens. Esse trabalho é parte de
minha experiência no percurso do estágio de pós- doutorado, realizado na UNAM-Universidade
Nacional Autônoma do México, de 2014 a 2015, realizado com o apoio da CAPES-Coordenação
de Apoio ao Pessoal de Ensino Superior.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
52
Guerra contra juventude pobre: apreensões de adolescentes por tráfico de drogas
Autores(as):: Andréa Pires Rocha (UEL)
Resumo:
O resumo traz parte dos resultados do projeto de pesquisa “Adolescentes flagrados com porte
de drogas proibidas em Londrina e região: consumidores de drogas e/ou trabalhadores do
tráfico?” vinculado ao departamento de Serviço Social da Universidade Estadual de Londrina.
O objetivo geral foi conhecer as informações concretas que levam os agentes dos órgãos
dos Sistemas de Segurança Pública a indiciarem por ato infracional equiparado a tráfico
os adolescentes apreendidos em flagrante portando substancias psicoativas proibidas em
Londrina e região. Nos pautamos em discussões críticas acerca do Estado Penal, criminalização
da pobreza e controle da juventude pobre. Além disso, nos fundamentamos teoricamente na
tradição marxista, compreendendo as drogas como mercadorias que dependem de processos de
trabalho e exploram mais valia. Neste sentido vemos que o proibicionismo e a guerra às drogas
são elementos essenciais para o controle da juventude pobre. Os instrumentos metodológicos
foram a revisão bibliográfica e, principalmente, a pesquisa documental na qual obtivemos
fontes primárias que foram sistematizadas e refletidas a partir de analises qualitativas.
Analisamos Boletins de Ocorrência da Delegacia do Adolescente de Londrina/PR do período
de Janeiro a Dezembro de 2014, que totalizou 1.149, destes, 461 situações estavam vinculadas
diretamente a questão das drogas, sendo 340 referentes a tráfico de drogas e 121 referentes
a posse de drogas. Constatamos que a atribuição de ato infracional equiparado a tráfico de
drogas leva a internação provisória em quase totalidade dos casos. Dos 378 adolescentes
que lhes foram atribuídos ato infracional equiparado a tráfico de drogas, 351 foram levados
a internação provisória, ou seja, quase a totalidade dos adolescentes permaneceu privada de
liberdade, mesmo que por pouco tempo. Já dos 160 adolescentes apreendidos por posse de
drogas, 14 foram para internação provisória.
Estes dados ;anunciam a materialização da ideologia proibicionista, pois se a maioria dos
adolescentes apreendidos por tráfico portava no máximo 100 gramas de drogas, a internação
provisória poderia não ter sido aplicada. Outra preocupação revelada é em relação as
internações por porte, pois a lei 11.343/2006 coloca que a privação de liberdade não pode ser
medida aplicada no caso de porte, ou seja, nenhum adolescente poderia ter sido internado por
estar portando alguma substância proibida.
Consideramos que a pesquisa em questão demonstrou o quanto o ato infracional equiparado
a tráfico de drogas é recorrente em Londrina. Dentre as análises desenvolvidas a constatação
que merece destaque é o excesso de internações provisórias que os adolescentes apreendidos
com drogas são submetidos, comprovando, desta forma, o quanto a ideologia proibicionista
interfere na decisão dos órgãos de segurança. Privações de liberdade que demonstram o
quanto a guerra as drogas é uma guerra contra a juventude pobre.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
53
EIXO 3: Juventudes e seus territórios (Campo e Cidade)
Afetos, ambiente e cultura: A juventude rumo a uma transição ecológica para a superação de
vulnerabilidades
Coordenador(a): Zulmira Áurea Cruz Bomfim (UFC)
Resumo Geral:
A mesa-redonda “Afetos, ambiente e cultura: A juventude rumo a uma transição ecológica para
a superação de vulnerabilidades” tem como objetivo apresentar experiências e investigações
do Brasil e Espanha que contemplam um olhar sobre o enfrentamento das vulnerabilidades,
apontando caminhos que trazem resultados tanto nos aspectos subjetivos como objetivos. A
diminuição de vulnerabilidades ambientais e sociais para a juventude deve ser pensada nesta
proposta considerando os aspectos estruturais e ambientais, as dimensões simbólicas, afetivas e
culturais, dentre outras. Isto quer dizer que se deve investir em questões consideradas objetivas
como geração de emprego e renda, politicas publicas para criação de oportunidades para os
jovens, mas também aquelas que podem contribuir para a construção de significados com o
ambiente, com a natureza, com arte e cultura. Os eixos teóricos Juventudes e seus territórios
(Campo e Cidade) e Juventudes, artes e cultura se aproximam do conteúdo a ser abordado
pela mesa. A primeira fala vai apontar o lugar como um papel protetor dos jovens como
extensão das subjetividades em seu aspecto afetivo, principalmente em relação ao sentimento
de pertencimento ao lugar. Pesquisa desenvolvida entre grupos de pesquisas do programa
de pós-graduação em psicologia da UFC e do programa de pós-graduação em psicologia do
desenvolvimento da UFRGS, vinculado ao Cnpq, demonstrou que a criação de simbolismos e
significações do jovem com o bairro e a comunidade pelo pertencimento ao lugar pode ser
um caminho para a diminuição de vulnerabilidades sociais e ambientais. A Estima de lugar é
investigada como uma categoria teórica construída a partir dos mapas afetivos, instrumento
este, que se configura como uma ferramenta de conhecimento dos afetos em relação aos
lugares. A segunda fala aponta a importância da contribuição ativa da juventude no Brasil e
Espanha para a transição ecológica por intermédio de um projeto inovador que objetiva analisar
normas, valores e atitudes das pessoas jovens em diferentes culturas, tendo em conta gênero,
religião, etnia e economia, a partir da cooperação e da solidariedade. Este trabalho aponta a
importância da educação ambiental na juventude, com continuidade, para que seja efetiva
a ação ambiental em contextos comunitários, associada também aos estudos da dimensão
psicológica espacial dos problemas ambientais globais. E o terceiro resumo apresenta uma
proposta de desenvolvimento humano e comunitário que visa por meio das artes, educação,
permacultura, Biodança e ações ambientais, trabalhar a consciência do cidadão jovem com
autonomia, buscando o fortalecimento da identidade, ao mesmo tempo em que busca preservar
o seu lugar de origem, mostrando e buscando possibilidades socioeconômicas para se viver
bem integrado com a natureza. As três apresentações pretendem mostrar inovações quanto à
forma de trabalhar as vulnerabilidades na juventude envolvendo aspectos simbólicos, afetivos
e culturais tendo como base o lugar, a natureza e a sustentabilidade.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
54
A comunidade e o bairro como dimensão afetiva de proteção subjetiva do jovem de Escola
pública em Fortaleza
Autores(as):: Zulmira Aurea Cruz Bomfim (UFC)
Resumo:
Os estudos dos aspectos protetores subjetivos sobre jovens no contexto Brasileiro tem priorizado
as dimensões da autoestima, auto eficácia e perspectiva de futuro (Koller, 2009), porém poucos
estudos têm sido observados sobre os aspectos ambientais e do lugar como proteção subjetiva.
A estrutura física e o contexto de vulnerabilidades sociais têm sido considerados em seus
aspectos objetivos, como exemplo, a inclusão do meio ambiente e da sustentabilidade nas
Conferências Nacionais de Juventude, ou mesmo a previsão de participação da população
entre 15 e 29 anos como estratégica para o desenvolvimento sustentável na Agenda 21. A
dimensão afetiva relacionada ao lugar em nossos aportes baseado em pesquisas com alunos
de Escolas publicas de Fortaleza vão demostrar que a autoestima do jovem se correlaciona
positivamente com a comunidade e o bairro (Bomfim, et all 2013) em seus aspectos simbólicos.
O lugar exerce um papel protetor como extensão da subjetividade dos jovens em seu aspecto
afetivo, principalmente em relação ao sentimento de pertencimento. A pesquisa (Colaço, et all
2013) desenvolvida entre grupos de pesquisas do programa de pós-graduação em psicologia da
UFC e do programa de pós-graduação em psicologia do desenvolvimento da UFRGS, vinculado
ao Cnpq, demonstrou que a criação de simbolismos e significações do jovem com o bairro
e a comunidade pelo pertencimento ao lugar pode ser um caminho para a diminuição de
vulnerabilidades sociais e ambientais. A Estima de lugar (Bomfim, 2013) é investigada como uma
categoria teórica, a partir do Instrumento Gerador dos Mapas Afetivos (IGMA), que se configura
como uma ferramenta de conhecimento dos afetos em relação aos lugares, visto que estes são
muitas vezes intangíveis. O método consistiu em os jovens de escolas publicas externalizarem
imagens, em relação ao ambiente, de Pertencimento, Agradabilidade, Insegurança, Destruição
ou Contrastes, as quais foi possível qualificar o apreço ao lugar como potencializador e, ou
ao contrario a insegurança e destruição como despotencializadoras. Estas imagens têm sido
identificadas em diversas pesquisas (ALENCAR, 2010; BERTINI, 2006; BOMFIM, 2003; BOMFIM et
al., 2013; FEITOSA, 2014), levando ao aprimoramento e aprofundamento em torno de categorias
teóricas que envolvem a psicologia ambiental e social e áreas interdisciplinares que estudam
o ambiente. A partir do levantamento dos indicadores afetivos foram feitas intervenções em
uma escola publica no bairro de umas das cinco regionais de Fortaleza buscando priorizar
as atividades de trilhas urbanas, oficinas de fotografias, elaboração de fanzines e circulo de
cultura, visando potencializar a estima de lugar e autoestima dos jovens. Muitos deles não
conheciam o bairro a partir de uma percepção experiencial e sensível, proporcionando as
potencialidades para estes, de cuidado e de reponsabilidade ambiental. Nossas conclusões
apontam que Estimar os jovens é estimar a escola, o bairro e a comunidade.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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55
Envolvimento da juventude na transição ecológica
Autores(as): Ricardo Antonio Garcia Mira (Universidade da Coruña)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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56
Coral e Banda Semente das Artes: uma integração cultural e ecológica na comunidade
Autores(as): Jofran Fonteles Borges (ONG Semente das artes)
Resumo:
O coral e banda Semente das Artes faz parte de uma proposta de desenvolvimento humano
e comunitário do Instituto Semente das Artes e seus parceiros, Associação Comunitária Sônia
Maria, Portal Vida, Inec, entre outros, que vem por meio das artes, educação, permacultura,
biodança e ações ambientais trabalhar a consciência do cidadão jovem com autonomia,
buscando um fortalecimento da identidade, e, com isso, preservando seu lugar de origem,
mostrando e buscando possibilidades socioeconômicas para se viver bem e feliz integrado
com a natureza. O Instituto existe a mais de dez anos e atua por todo estado, já realizando
ações pelo Brasil e em outros países como: Espanha, Argentina, Colômbia, Peru e Cabo Verde.
Tem 3 sedes; Fortaleza, Taíba e em São Vicente – Meruoca, local de onde está o coral e banda
Semente das Artes. O projeto do coral e banda foi criado em abril de 2014, após a implantação
do NAE – Núcleo de Artes, Educação e Eventos, que aconteceu em janeiro do mesmo ano, que
é uma tecnologia social de desenvolvimento humano e socioeconômico por meio de ações
culturais, ambientais e criativas. É formado por moradores da comunidade de São Vicente,
principalmente jovens, na serra da Meruoca, que não tinha conhecimento e nem habilidades
musicais, que foram adquirindo na participação das aulas, ensaios e vivências. Além dos jovens
há uma integração intergeracional com donas de casa, estudantes, agricultores e profissionais
de várias áreas. A base de intervenção das atividades esta pautada no principio biocentrico (Toro,
1992) que tem a vida como concepção primeira de compreensão e intervenção do mundo e por
isso todas atividades estão voltadas para a preservação da vida, a arte e a sustentabilidade.
Como resultado das intervenções feitas nestes três anos estão: as apresentações do grupo no
Festival de Arte e Ecologia de São Vicente (I,II, III); no Encontro Nordestino de Educação e
Cidadania ( V, VI e VII); no XII Festival de Música da Ibiapaba; na Cantata de Natal da Meruoca;
eventos das comunidades de Santo Elias, Anil, Meruoca e Massapê; Sesc Sobral; abertura da
apresentação da Orquestra da Croácia (I, II e III) e dos cursos de Formação de Facilitadores em
Desenvolvimento Comunitário; Intercâmbio com Norteamericanos na praia da Taíba em São
Gonçalo do Amarante; Festa da Cidade de Meruoca, Encontro Anual do Crediamigo; abertura do
show da banda The Good Gardem; Feira do Empreendedorismo da Região Norte; apresentação
nos eventos das escolas e igrejas de Meruoca, além de outros eventos. O repertório é bastante
eclético, mas basicamente trabalha-se músicas com mensagens de paz, amor, fraternidade,
alegria, natureza e encontro consigo mesmo. Os temas de valorização regionais também
são abordados. Para o natal o repertório apresenta além de canções de domínio público,
composições próprias, em latim e de grandes compositores como Beethoven e Luiz Gonzaga.
O trabalho é todo voluntário e realizado com apoio institucional da Associação Sônia Maria e
Portal Vida. A regência, produção e concepção musical é do produtor, professor e arte-educador
Jofran Fonteles Borges que também é presidente do Instituto Semente das Artes
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
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Juventudes de territórios populares na afirmação de suas diferenças socioculturais
Coordenador(a): Jorge Luiz Barbosa (UFF)
Resumo Geral:
As juventudes das periferias urbanas são geralmente definidas como carentes, miseráveis e
violentas. Portanto, não são consideradas em suas potências de superação das condições
materiais e imateriais das desigualdades sociais. Predominam estereótipos e estigmas que
marcam negativamente as experiências de relações sociais e culturais. Não é sem surpresa
que o senso comum considera que “falta cultura” aos jovens das periferias urbanas. A questão
principal é que suas práticas não são reconhecidas como relevantes para sociedade como
um todo. E, não raras vezes, são tornadas invisíveis na cidade. Compreender potências e atos
socioculturais dos jovens na cidade requer a superação de representações hegemônicas que os
discriminam e os desconsideram como sujeitos do pensar e do agir em sociedade. Este caminho
nos permite não só enfrentar criticamente as representações discricionárias, mas também criar
uma aproximação da multiplicidade da experiência urbana de ser jovem. Em outras palavras,
precisamos considerar a criatividade, os desejos e as sociabilidades cotidianas que informam
sobre o mundo da vida dos jovens na cidade contemporânea. Os jovens não estão apenas
esperando a idade adulta ou consumindo objetos e sensações com avidez. Eles estão criando
modos de se constituírem como sujeitos em sociedade, expressando-os nas multiplicidades
de se apresentar e de viver com os outros. Invenções de si no cotidiano cruzam as vivências
de classe, raça, etnia e gênero, por isso é preciso falar do jovem no plural. Entendendo a
pluralidade, não como a composição de tipologias, mas enquanto princípio de diferenciação
constante de si por práticas e discursos. Pensamos os jovens a partir de três categorias que se
impõem em seu cotidiano e em suas experiências socialmente construídas: a desigualdade, a
pluralidade e a diferença. A desigualdade surge nas condições reais de existência, presente
em suas condições socioeconômicas, na distinção de direitos dos bairros onde habitam
e nos cerceamentos de sua mobilidade na cidade. A pluralidade remete para as variadas
formas de ser jovem; hábitos, gostos e modos de ser, que muito além das tipologias indicam
possibilidades de viver na relação com outros. Por fim, temos a diferença como experimentos
de si, um processo permanente de invenção em narrativas e práticas que apresentam os
jovens e os afirmam como sujeitos autônomos e coletivos na cidade. O jovem plural, desigual
e diferente cria para si, na relação com os muitos outros, as suas possibilidades de viver e de
ser na cidade. Criando outras narrativas de si e de suas espacialidades nas expressões culturais
por eles protagonizadas, afirmando-se enquanto sujeitos da diferença: questionadores das
representações homogeneizantes e autores de outros modos de ser na cidade. Colocar em
debate as questões acima enunciadas na mesa proposta com título Juventudes de territórios
populares na afirmação de suas diferenças socioculturais.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
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Território populares e juventudes na cena da cultura urbana.
Autores(as): Jorge Luiz Barbosa (UFF)
Resumo:
O território é produto de enlaces sociais das condições de nossa existência, bem como dos
investimentos simbólicos que nos fazem representar nossa experimentação corpórea do
mundo. No território estão presentes as cristalizações de símbolos, memórias e valores, que
encarnam o sentido primordial da cultura. Porém, ele mesmo não pode ser interpretado como
uma demarcação rígida e intransponível. O território também representa uma fronteira de
comunicação de culturas, reclamando a presença do Outro como possibilidade de realização
renovada dos modos de vida. A cultura é muito mais do que um conceito normativo empregado
para definir distinções entre práticas sociais, ou mesmo de produção/consumo de bens estéticos.
Ela diz respeito às vivências concretas dos sujeitos no ato de conceber e conhecer o mundo, a
partir das semelhanças e diferenças que são construídas em suas histórias de existência. Pode-se
afirmar, então, que a cultura é produto do encontro de saberes e fazeres na pluralidade da vida
social. Portanto, devemos considerar que a cultura se constrói do movimento próprio das relações
dos indivíduos entre si com a experiência de realização da vida, promovendo a significação do
ser-no-mundo. A cultura e o território possuem relações mais do que próximas, uma vez que
se realizam mutuamente. Entretanto, quando vivemos em cidades globalizadas pelo mercado
de produção e consumo cultural, começamos a indagar qual é o papel dos sujeitos sociais e
territórios urbanos no campo da criação e fruição estética. Desta interrogação primeira é que
nosso trabalho se propõe a trazer os territórios populares para a cena cultural, identificando
experiências estéticas das juventudes que possibilitam o devir da cidade. Apesar dos estigmas
da pobreza e da criminalização que ainda marcam os jovens de territórios populares, a riqueza
de suas expressões estéticas e de seus modos de afirmar a sua pluralidade cultural é admirável.
Os repertórios culturais dos jovens geram redes de sociabilidade que inventam, integram e
renovam experiências estéticas urbanas. As linguagens, costumes e práticas das juventudes
na cidade são significativas para entender a cultura que pulsa no território. Os jovens de
territórios populares lutam teimosamente para demonstrar a pluralidade da cultura em suas
múltiplas possibilidades de inventar sociabilidades. Estes jovens colocam o debate da cultura
na cidade em um campo mais complexo, que supera a condição hegemônica de bem, serviços
e/ou práticas culturais que tem se prestado à mercantilização da vida pública. Os jovens em
suas múltiplas ações apresentam a cidade como expressão da pluralidade de experiências
afetivas, existenciais e estéticas. É com esta pegada que colocamos em destaque a riqueza
cultural dos jovens de territórios populares no espaço urbano contemporâneo.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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59
Jovens Umbandistas: Sujeitos estéticos criando territórios na cidade
Autores(as):: Ilaina Damasceno Pereira (UERJ)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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60
Dos espaços de identidade aos espaços de visibilidade.
Autores(as): Mário Pires Simão (UERJ)
Resumo:
Esta apresentação propõe um recorte sobre os jovens residentes em favelas no Rio de Janeiro,
destacando como a representação hegemônica atribuída a estes pode colaborar com a
invisibilidade destes como sujeitos políticos na cidade. Ao pensar a categoria juventude pela
ótica da diferença, se propõe a discutir estratégias de visibilidade dos jovens de origem popular
que passam por uma politicidade do corpo, do seu território de origem e pela cultura digital.
Juventude é uma categoria em disputa política. Partimos da premissa de que as arquiteturas
conceituais de juventude podem gerar uma certa invisibilidade de parcelas significativas de
jovens que não se enquadram em seus parâmetros. Caminhamos para pensar os jovens a partir
da desigualdade e da diferença, tentando superar os esquemas modulares centrados no que
chamamos de uma biocronologia da juventude. Os jovens vivem realidades suficientemente
desiguais a partir da origem, da classe social, da condição de gênero, do local de moradia,
entre outros. Embora a realidade da desigualdade não se restrinja aos jovens e, também, não
se localiza apenas em favelas, cabe reconhecer que estes territórios e seus moradores vivem
condições restritas em termos de acesso a direitos. Contudo, a desigualdade não se expressa
apenas por uma paisagem urbana de ausência ou escassez de recursos materiais, mas também,
pela produção de uma subjetividade extremamente cruel e promotora de estereotipias e
discriminações, que pode gerar distanciamentos que comprometem o sentido da cidade
como lugar do encontro, como nos aponta Henri Lefebvre. Distâncias físicas e simbólicas,
construídas ao longo do século XX, vão produzindo e difundindo a ideia de que as favelas
e, conseqüentemente, seus moradores, não pertencem à cidade, não compartilham do modo
civilizado de morar na cidade. Desigualdade não atua somente em sua condição de ter acesso
a produtos, mas na sua condição de pertencimento à cidade. A distinção territorial de direitos
opera na construção de um indivíduo que encontra dificuldades para se relacionar com a
cidade no conjunto de possibilidades que ela poderia lhe proporcionar. Criam-se, desta forma,
interditos e constrangimentos, o que pode afastar, silenciar, particularizar a existência de
muitos jovens, impactando sua mobilidade social e territorial. Este trabalho é desdobramento
de tese de doutorado concluída na Universidade Federal Fluminense em 2013, produção que
foi resultado da análise de entrevistas e material de grupo focal realizado com jovens de seis
espaços populares da metrópole carioca. Nele buscamos os sujeitos nos seus contextos de
vida e tentamos apresentar como as tipologias de juventude tendem a invisibilizar os jovens
oriundos de espaços populares. Assim tentamos discutir a partir de suas narrativas, como
enfrentam tais tipologias, como reconhecem a si, ao outro e como parte da cidade. As narrativas,
então, nos levaram a identificação de algumas estratégias de visibilidade acionados por estes
sujeitos, isto é, dos espaços de identidade aos espaços de visibilidade como sujeitos político,
que estabelece novas relações com a cidade.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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61
Juventude e psicologia comunitária: possibilidades de intervenções psicossociais
Coordenador(a): Márcia Kelma de Alencar (URCA)
Resumo Geral:
Esta mesa redonda se propõe a discutir possibilidades de intervenção com jovens a partir do
referencial teórico-metodológico da Psicologia Comunitária. Consideramos a importância
desta discussão devido ao potencial de contribuição desse campo do saber para as
intervenções em políticas públicas, já que o foco é situado na juventude que vivencia contextos
de pobreza. A Psicologia comunitária visa o desenvolvimento do sujeito comunitário, este atua
coletivamente em seu contexto social de forma consciente, crítica e transformadora. Para
tanto, utiliza o método dialógico-vivencial como base e o compromisso ético-político com
a transformação das condições sociais injustas e opressoras como norte. Assim, posiciona-
se em favor dos povos oprimidos social e culturalmente no contexto latino-americano.
Coerentemente com este posicionamento, utiliza técnicas e instrumentais que possibilitem o
fortalecimento e desenvolvimento dos potenciais dos jovens, buscando responder aos desafios
atuais da juventude urbana e rural, a partir do respeito às suas diversidades e possibilidades
de transformação de si e do entorno social em que vivem. Sendo assim, a proposta desta mesa
vincula-se ao eixo 3, Juventudes e seus territórios (Campo e Cidade), pois consiste em apresentar
três trabalhos acerca dessas reflexões, compreendendo e situando a complexidade desta
questão já que as técnicas de intervenção precisam estar vinculadas ao compromisso ético-
político, às especificidades da juventude e à potencialidade de desenvolvimento psicossocial
dos jovens. O primeiro situa a problemática da juventude e suas diversidades, apontando as
possibilidades de intervenções com jovens no âmbito da Psicologia Comunitária. Aponta ainda
o desafio em pensar e desenvolver estratégias de atuação com esses jovens, considerando o
contexto de pobreza em que vivem, constituindo-se esta condição como propulsora de limites e
potencialidades do existir. O segundo elege o círculo de cultura como uma das técnicas a serem
utilizadas na intervenção com grupos de jovens, dada as suas características de simplicidade
na aplicação, flexibilidade ao contexto e possibilidade de utilizar diversas linguagens para
motivar a juventude na busca da conscientização e transformação das situações adversas por
ela enfrentadas. Para tanto, descreve as etapas desta técnica, o papel do facilitador e suas
especificidades no trabalho com jovens. O terceiro trabalho visa relatar uma proposta de
intervenção a ser realizada com um grupo de jovens em uma comunidade rural no sertão
do Ceará através da atuação de um projeto de extensão em Psicologia Comunitária que tem
como foco os jovens da comunidade de Canafístula, município de Apuiarés, sertão do Ceará,
apresentando a possibilidade de uma intervenção em Psicologia Comunitária no contexto
da juventude rural. Os três estudos visam caracterizar a contextualização da temática, o
embasamento teórico-metodológico da intervenção e suas possibilidades de concretização.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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62
Juventude(s) e diversidades: entre as possibilidades de ser e intervir
Autores(as):s: Alexsandra Maria Sousa Silva (UFC) e Fernanda Maria Matias Sousa (UVA)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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63
Projeto de intervenção com juventude rural: potencialidades e fortalecimento de jovens no
sertão do Ceará
Autores(as):s: Maria Natália Bizerra Pimentel Monteiro (UFC) e Verônica Morais Ximenes (UFC)
Resumo:
Faz- se necessário pensar a juventude de forma que seja atravessada pela ruralidade, levando
em conta os progressos e desenvolvimento da zona rural, não sendo mais vista como lugar de
atrasos, mas detentora de potenciais e elementos que fazem com que alguns jovens queiram
ficar em suas comunidades, não mais saindo de sua cidade de origem para buscarem outras
oportunidades nas grandes cidades. Diante de tais mudanças no cenário rural, se faz necessário
um foco mais voltado ao desenvolvimento das potencialidades de jovens em zonas rurais, haja
vista que ainda é pouco o incentivo para que eles permaneçam em seu lugar de origem, podendo
desenvolver e construir atividades junto às suas comunidades, bem como fortalecer seu vínculo
com os demais sujeitos comunitários no contexto em que estão inseridos. No contexto rural,
marcado pela pobreza e dificuldades de acesso às políticas públicas, os potenciais dos jovens
precisam ser descobertos, trabalhados e usados para que eles possam atuar como sujeitos
ativos em suas comunidades a fim de que haja um fortalecimento e resistência aos problemas
que se colocam em suas vivências como juventude, e, para além disso, juventude rural, que é
atravessada por um histórico de opressões, descaso e esquecimento. Nessa perspectiva, esse
trabalho tem como objetivo trazer aspectos de um projeto de intervenção a ser realizado
em campo, através de um projeto de extensão em Psicologia Comunitária que tem como
foco os jovens da comunidade de Canafístula, município de Apuiarés, interior do Ceará. Esta
demanda foi identificada a partir da intervenção comunitária realizada com um grupo de
mulheres da comunidade. A metodologia proposta é a participativa, onde há a construção
horizontal de conhecimento, visando a troca de experiências nas quais os jovens poderão se
reconhecer como sujeitos transformadores da realidade onde estão inseridos. Tendo como
base a participação direta do grupo alvo e a criação de vínculos com os extensionistas do
projeto, a inserção comunitária se faz necessária através de visitas domiciliares, o que
fortalecerá os vínculos entre participantes e facilitadores do grupo de jovens. As técnicas
utilizadas para a realização dos encontros terão como foco as construções coletivas, como
círculos de cultura, arte identidade, exercícios de biodança, jogos, dinâmicas e vivências
que permitam que a juventude da comunidade perceba e desenvolva suas potencialidades.
Conciliar aspectos comuns à juventude e trabalhar outras formas de vivenciar isso em um
contexto rural, torna-se desafiador e, ao mesmo tempo, estimulante para que um trabalho
seja realizado juntamente com a juventude no sertão do Ceará. Jovens conscientes de sua
realidade e capacidade de transformação da própria história são motores de ânimo e cheios
de potencial, capazes de causar impactos e mudanças nas comunidades em que vivem. Para
tanto, as intervenções devem considerar o papel ativo e criativo do jovem na sua comunidade,
utilizando metodologias dialógicas que possibilitem o aprofundamento da consciência de si e
do entorno social, possibilitando o desenvolvimento do protagonismo juvenil.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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64
Psicologia comunitária e juventude: a potencialidade do círculo de cultura como técnica de
intervenção
Autores(as):s: Márcia Kelma de Alencar Abreu (URCA) e Verônica Morais Ximenes (UFC)
Resumo:
Refletir sobre intervenções com jovens no âmbito das políticas públicas a partir do referencial
teórico da Psicologia Comunitária nos instiga a pensar sobre alguns aspectos, considerando
as especificidades da juventude que se constitui como público dessas políticas, os propósitos
éticos-políticos que as norteiam, assim como métodos e técnicas que possam fomentar esta
atuação. Consideramos que a maior parte da juventude alvejada pelos projetos sociais vivenciam
contextos de pobreza, enfrentam adversidades advindas da falta de acesso aos serviços públicos
e dos mecanismos ideológicos de exclusão social. Portanto, uma atuação comprometida
ético-politicamente com a juventude pobre deve ter como propósito o fortalecimento desses
sujeitos no âmbito social em que vivem para o enfrentamento dos desafios que a condição de
pobreza material e simbólica os impõe. O objetivo deste trabalho é apresentar o círculo de
cultura e suas potencialidades enquanto técnica de intervenção psicossocial em Psicologia
Comunitária para atuação com jovens que vivem em contexto de pobreza. O círculo de cultura
foi criado originalmente por Paulo Freire que o utilizou como instrumento de aprendizagem
individual e coletiva na Educação de Jovens e Adultos. É um instrumento que visa refletir
coletivamente sobre temáticas concernentes às problemáticas sociais vivenciadas pelos
grupos, facilitando a tomada de consciência das situações e instrumentalizando ações para
transforma-las, alvejando o desenvolvimento individual e coletivo. O diálogo e a troca de
saberes estão na base de sua constituição, facilitados por um animador, pode ser aplicado em
diversos grupos de jovens, esportivos, religiosos, escolares, comunitários, dada a possibilidade
de flexibilização da técnica e adaptação ao contexto grupal. O facilitador pode ser um agente
interno ou externo à comunidade e suas funções são motivar a reflexão, criar um clima de
espontaneidade, confiança e respeito entre os participantes. Nos grupos de jovens, o facilitador
tem um papel essencial para que o diálogo em grupo seja produtivo e prazeroso. As etapas de
facilitação são: levantamento do universo vocabular do grupo e escolha das palavras geradoras
ou temas geradores; diálogo em grupo; fechamento. Neste processo ocorre a codificação e
decodificação das situações existenciais, nas quais podem ser utilizadas diversas linguagens
atrativas para os jovens, como arte, poesia, colagem, dramatização, dança, etc. As palavras
ou temas geradores devem representar estas situações existenciais, de forma que sejam
representativas de problemáticas vivenciadas pela juventude, possibilitando um aclaramento
de consciência através do diálogo e construção coletiva, vislumbrando novas possibilidades
de enfrentamento e transformação das condições opressoras do viver. Portanto, afirmamos
a relevância dessa técnica, considerando que é potencialmente deflagradora dos processos
de conscientização, fortalecimento individual e grupal, constituindo-se como importante
instrumento a ser utilizado em intervenções com jovens nos meios urbano e rural.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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EIXO 5: Juventudes e sAÚDE
Resumo Geral:
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Políticas públicas de Saúde Mental no Brasil voltadas pro adolescente
Autores(as):: Karla Patrícia Holanda Martins (UFC)
Resumo:
As políticas públicas de saúde mental no Brasil nos últimos 25 anos refletem uma redefinição
das responsabilidades do Estado e de seu compromisso com a equidade e a universalidade
de direito expressos na Constituição Federal de 1988. Em relação à infância e adolescência,
essas políticas encontram-se amparadas em um amplo movimento de defesa do direitos da
criança e do adolescente a nível internacional. O presente trabalho tem por objetivo pensar as
políticas públicas de saúde mental no Brasil e suas práticas, no que se refere especialmente a
adolescência. Considera-se de fundamental importância considerar os avanços nos processos
de construção de redes de cuidado para a criança e o adolescente, a partir da implantação dos
Centros de Atenção Psicossocial Infantil e Juvenil (CAPSi) e do desenvolvimento de estratégias
para articulação intersetorial da saúde mental com setores historicamente envolvidos na
assistência à infância e adolescência, tais como a assistência social, a educação, a justiça e a
cultura. Todavia, familiares e profissionais testemunham dificuldades de diversas ordens nas
suas respectivas na inserções do adolescente nos dispositivos de saúde e na rede de educação.
Assistimos uma sobrecarga de responsabilização das famílias e o descumprimento do estado
de direitos dessas família e jovens. Na rede de saúde brasileira, no caso especial da cidade de
Fortaleza, temos ainda um reduzido número de trabalhos que consideram as especificidades
da adolescência na atualidade, suas formas de laco social e subjetivação. As especificidades
do trabalho com a adolescência, suas crises e urgências subjetivas serão discutidas neste
trabalho com vistas a contribuir com a organização de novos diapositivos no campo da saúde
mental frente aos seus atuais desafios. O estudo conta com a base de dados de uma pesquisa
anteriormente realizada sobre o Estado de Conhecimento das publicações em psicanálise,
saúde e adolescência. A pesquisa buscou identificar e discutir o estado da arte das atuais
políticas de saúde mental para tratamento e atuações junto aos jovens. Trata-se de pensar e
contribuir com a formação e ampliação da atuação, estimulando a parceria entre as equipes
que estão em campo e a universidade enquanto agentes de mudanças nas práticas de cuidado,
fortalecendo, assim os processo de atuação. É de grande relevância a discussão sobre como
funciona e se articula a rede de saúde nas práticas com os jovens usuários dos dispositivos que
atuam com a prevenção e promoção da saúde psíquica. Os dados expostos servirão também de
indicadores para abordarmos os modos possíveis de operacionalizar o trabalho em rede tendo
a experiência de atuação como elemento central do debate. O trabalho de supervisão clínica
de alunos que realizaram estágios em vários dispositivos do SUS aponta a importância de se
debater sobre as Políticas Públicas de Saúde Mental para Jovens.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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67
Percalços de uma trajetória até um atendimento em Hospital Psiquiátrico
Autores(as):: Lavinia Gaspar Loiola (Estácio/FIC)
Resumo:
Apesar dos meios de comunicações transmitir varias informações sobre saúde mental,
existe um grande tabu quando se trata de um caso próximo de amigo, familiar ou vizinho. O
preconceito e a falta de conhecimento sobre como lidar com o sofrimento psíquico traz ainda
mais desamparo ao jovem que precisaria de acolhimento e atendimento. Tive a oportunidade
de ter a experiência de acompanhar um adolescente de 15 anos, e perceber os grandes
desafios enfrentados por muitos usuários da rede pública no acesso ao tratamento psicológico
e psiquiátrico. No início fomos á procura de ajuda em um CAPS do bairro em que moramos, este
não oferecia atendimento para crianças e adolescentes, indicaram portanto um CAPS infantil
que recebiam crianças e adolescente em outro bairro. Como já sabia que existe muita espera
nas redes de atendimento, solicitei um encaminhamento para ele ser acompanhado em uma
clínica escola. Eu o inscrevi em duas clínicas de universidade particular. Ambas me deram um
retorno com poucos dias, mais a primeira foi no NAMI. Ele iniciou seu tratamento e na segunda
sessão a psicóloga explicou a necessidade de associar a psicologia a um acompanhamento
psiquiátrico também, mais não teria vaga na mesma instituição. Por não ser daqui, pois sou
de uma cidade do interior, o único lugar que pensei em procurar ajudar e que não era tão
difícil o acesso de onde estávamos hospedados foi o Hospital Professor Frota Pinto. No mesmo
dia em que recebi o encaminhamento não perdi tempo e fomos ao hospital pela primeira
vez. A espera na emergência para ser atendido, foi bastante difícil. Cenas bastante fortes de
pacientes de todas as faixa etária, chegando acompanhados pelo SAMU, alguns sem tomar
banho, alterados, gritando, agressivos etc. Passamos pela triagem primeiramente com uma
enfermeira sendo repassados todas as informações pessoais e do que estava acontecendo
resumidamente com o adolescente que eu acompanhava. No início a profissional não achou
pertinente ele ser acompanhado pelo hospital devido a grande demanda de casos mais difíceis.
Recomendou que fossemos procurar um CAPS. Só que fui esclarecendo toda a história de
vida desse adolescente que já tinha passado, para que pudesse ajudar a gente. Por sorte, a
profissional disse que esperássemos para ser atendido pelo psiquiatra de lá mesmo. Então
fomos atendidos pela psiquiatra que estou atentamente o caso e compreendeu a situação.
Ele foi então inscrito no serviço ambulatorial do NAIA. O que é uma doença mental? Como
ela surge na adolescência? Tivemos que ir aprendendo tudo isso aos poucos. Éramos dois
jovens tendo que descobrir tudo isso, pois nossos familiares teriam ainda menos condições de
compreender todo esse percurso. Será relatado a realidade desse adolescente do interior do
Ceará que começou a apresentar dificuldades aos 14 anos, mas não sabia identificar a origem
e nem como tratar. O relato dessa história será uma forma de pensarmos juntos como este
acesso poderia ser simplificado, e pensar na prevenção desse tipo de situação que muitas
famílias passam quando um jovem apresenta problemas psicológicos e psiquiátricos só na
adolescência.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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A especificidade do trabalho com o adolescente no setor secundário e terciário de saúde
Autores(as):s: Lílian Maria Aves (UFC/ Hospital de Saúde Mental PFP) e Raquel Alencar Barreira
Rolim (UFC)
Resumo:
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O acesso das juventudes ao Sistema Único de Saúde (SUS): uma discussão a partir da efetivação
de políticas públicas como estratégia de enfrentamento às discriminações
Coordenador(a): Jeane Felix da Silva (UFPB)
Resumo Geral:
Esta mesa redonda tem a finalidade de debater experiências de políticas públicas direci-
onadas para as populações de jovens negros/negras, pobres e LGBT como estratégia de
enfrentamento as discriminações. Objetiva-se promover discussões em torno do acesso aos
diferentes segmentos de jovens ao Sistema Único de Saúde (SUS), apontando articulações
teóricos-práticas em torno do debate acerca das juventudes e de sua relação com a saúde
nas diferentes expressões de classe, raça e gênero. As exposições problematizarão alguns
marcadores que se configuram como determinantes sociais em saúde para essas populações,
ilustrando aspectos que perpassam a garantia de direitos no âmbito das políticas públicas
de saúde para esses segmentos, vinculando-se, especificadamente, ao eixo juventudes e
saúde. O Brasil é um país marcado por uma história patriarcal e escravagista. Por mais de três
séculos, jovens mulheres negras e jovens homens negros foram escravizados e tiveram suas
existências negadas em um processo político, cultural, social e econômico, legitimado pelo
estado brasileiro. A população preta sempre serviu (e ainda serve) de mão de obra barata para
a manutenção dos privilégios de pequenos grupos populacionais. As jovens mulheres ainda
ocupam os lugares mais desprestigiados, recebendo os menores salários e sofrendo violências
de gênero nas diversas instituições. A discriminação no Brasil ainda é velada, e, por isso, o
acesso a determinados direitos se configuram como um dos maiores desafios para essa parcela
da população. A população negra ainda ocupa os piores lugares nos números oficiais: são as
mulheres negras que sofrem mais com a violência de gênero; os/as jovens negros/as e LGBT
são os/as que mais morrem e menos estudam; os homens negros ocupam a maior parte do
mercado informal e o primeiro lugar no número de encarcerados no país. Ao mesmo tempo,
no cenário atual, tem se culpabilizado e criminalizado a juventude negra, pobre e da periferia
pelo aumento da violência, o que se verifica pelo fato desse ser o perfil dos jovens que estão
sendo mortos e que têm ingressado no sistema socioeducativo. Diante desses desafios, que
consistem determinantes sociais que codicionam o processo de saúde-doença das juventudes,
apresentaremos três exposições. O primeiro trabalho tem o objetivo de discutir as implicações
das políticas de equidade no acesso das juventudes ao SUS a partir de um relato de experiência
de uma atuação profissional no âmbito do Departamento de Apoio a Gestão Participativa e
Controle Social – Ministério da Saúde. O segundo trabalho apresentará cartografias de práticas
do cotidiano de algumas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) em torno da problemática
da violência contra jovens nos seus territórios de atuação de um bairro da cidade de Fortaleza
e, consequentemente, do acesso desses jovens ao SUS por meio da ESF. E, por último, o terceiro
trabalho abordará a generificação dos serviços de saúde, as vulnerabilidades das mulheres e
homens jovens no tocante à saúde, particularmente saúde sexual e reprodutiva, e à educação,
refletindo sobre os desafios de implementar políticas públicas intersetoriais com o recorte de
juventudes.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
70
Juventudes, gênero, saúde sexual e saúde reprodutiva: desafios e potencialidades teórico-
práticas
Autores(as):: Jeane Felix da Silva (UFPB)
Resumo:
Esta exposição pretende abordar a generificação dos serviços de saúde, como foco nas
vulnerabilidades das mulheres e homens jovens no acesso aos serviços de saúde, do SUS. A
generificação ocorre desde a formulação e implementação de políticas voltadas para mulheres
e homens: onde a saúde reprodutiva se destina a elas e a saúde sexual a eles, até os horários
e tratamentos diferenciados. Nos interessa refletir sobre os desafios de implementar políticas
públicas intersetoriais (especialmente saúde e educação) com o recorte de juventude e pensar
estratégias teórico-práticas para enfrentar os contextos de vulnerabilidade enfrentados
pelas e pelos jovens, destacando aspectos como raça, sexualidade, local de moradia, nível
de escolaridade/formação, condição socioeconômica etc. Esta exposição pretende abordar a
generificação dos serviços de saúde, como foco nas vulnerabilidades das mulheres e homens
jovens no acesso aos serviços de saúde, do SUS. A generificação ocorre desde a formulação e
implementação de políticas voltadas para mulheres e homens: onde a saúde reprodutiva se
destina a elas e a saúde sexual a eles, até os horários e tratamentos diferenciados. Nos interessa
refletir sobre os desafios de implementar políticas públicas intersetoriais (especialmente saúde
e educação) com o recorte de juventude e pensar estratégias teórico-práticas para enfrentar os
contextos de vulnerabilidade enfrentados pelas e pelos jovens, destacando aspectos como raça,
se-xualidade, local de moradia, nível de escolaridade/formação, condição socioeconômica etc.
Partimos do pressuposto de que há diferenças na compreensão de direitos sexuais e direitos
reprodutivos quando estes são direcionados a mulheres e homens jovens, com-preendemos
que a sexualidade de jovens é recorrentemente abordada na mídia e em ou-tras pedagogias
culturais – e, diante disso, nos perguntamos: e os serviços de saúde e escola, como têm
abordado tais questões? Compreendemos que há, em nossa cultura, pouco reconhecimento
de direitos sexuais e reprodutivos de adolescentes e jovens e que há nos serviços de saúde
e escolas muitos estigmas e preconceitos geracionais atraves-sados por questões de gênero,
sexualidade, raça, viver com HIV/Aids, entre outros. Trata-se de uma apresentação baseada
em um conjunto de reflexões teórico-práticas produzidas pela inserção atual da participante
como docente e formadora de professores(as) e profissionais da saúde em uma instituição de
ensino superior (IES) e de suas atuações anteriores como trabalhadora da gestão pública em
âmbito federal. As reflexões apresentadas articulam aspectos teóricos com reflexões concretas
sobre os desafios de implementação de políticas intersetoriais com recorte de juventude em
uma sociedade adultocêntrica, machista, racista, heteronormativa e classista.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
71
As implicações das políticas de equidade no acesso das juventudes ao Sistema Único de Saúde
Autores(as): Andrey Roosewelt Chagas Lemos (Ministério da Saúde)
Resumo:
A proposta desta exposição consiste em uma discussão dos planos operativos de saúde, seus
eixos e ações articuladas que foram planejadas e executadas. Objetiva-se, por meio de um
relato de experiência, problematizar como essas políticas tem contribuindo com a promoção
da saúde das populações de jovens negros/negras, pobres e LGBT no âmbito do Sistema Único
de Saúde (SUS). Trata-se de um relato de experiência de uma atuação profissional no âmbito
do Departamento de Apoio a Gestão Participativa e Controle Social (DAGEP) – Ministério da
Saúde. A atuação do DAGEP se dá no apoio à gestão, movimentos sociais e os conselhos de
saúde na prática do controle social das políticas e ações de saúde, em especial, as políticas
de promoção da equidade, de educação popular em saúde e, ainda, na mobilização social
em defesa dos direitos à saúde. Assim, existe uma compreensão de que questões de ordem
discriminatória interverem no acesso das populações aos serviços de saúde, pois, ainda,
atualizam-se práticas oriundas da violên-cia patriarcal e escravagista. Os elementos históricos
revelam que jovens negras e negros foram submetidas/os a um processo de violações, sendo
marcadas/os por questões políticas, culturais e sociais ao longo de cada época, legitimando,
um quadro de desi-gualdades frente a população branca. Percebe-se que, nos dias atuais, os
jovens ne-gros/negras ocupam os piores lugares na pirâmide social. Existe, ainda, nos serviços
pú-blicos uma cultura racista e machista institucionalizada. A população negra, dentro
de indicadores sociais, ocupa os piores lugares: 1) são as mulheres negras que sofrem mais
com a violência de gênero; 2) as juventudes negra e LGBT são as que mais morrem no nosso
país, sendo, infelizmente, a população que menos estudam 3) os homens negros ocupam a
maior parte do mercado informal; 4) a população LGBT continua sendo alvo da violação de
direitos (sexualidades vivenciadas na clandestinidade, possibilitando uma forte prevalência
das infecções sexualmente transmissíveis) e 5) jovens transexuais não acessam à educação,
a formação profissional e o mercado de trabalho. A saúde, por meio do SUS e suas políticas
de promoção de equidade (Política Nacional de Saúde Integral da População Negra; Política
Nacional de saúde dos Povos do campo, da Floresta e das Águas; Política Nacional de Saúde
Integral de Lésbicas, gays, Bissexuais, travestis e Transexuais e Política Nacional de Educação
Popular em Saúde), vêm contribuindo para o enfrentamento dos racismos e das lgbtfobias,
considerando os marcadores descritos anteriormente. Dessa forma, por meio de alguns
resultados dos planos operativos, pretende-se apresentar a efetivação dessas políticas, seus
desafios de implementação e avaliação, e, sobretudo, como tem se dado a participação da
juventudes enquanto sociedade civil na sua elaboração e monitoramento, articulando-se nas
diferentes esferas de gestão para a garantia da integralidade do cuidado dessa população.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
72
Estratégia Saúde da Família, violência urbana e juventudes: abordagens e práticas sociais em
questão
Autores(as): Luis Fernando de Souza Benicio (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
73
Os ‘vetin’ tão ligado: políticas estatais de tutela da juventude, encarceramento e redução de
danos em meio a usos de substâncias psicoativas
Coordenador(a): Carolina dos Reis (UFC)
Resumo Geral:
A suposição de que jovens são pessoas que tem um apreço pelo perigo ou risco tem sido
difundida no Ocidente, especialmente a partir na última metade do século XX. Nesse
contexto, certas juventudes são descritas por discursos ligados à irresponsabilidade, violência
e desordens sociais, sobretudo quando se tratam de jovens negrxs, moradores de periferias.
Quando articulados à temática das drogas, esses discursos servem como fundamento para
a promoção de políticas de criminalização e aprisionamento. Mesmo dentro do campo
da saúde, a internação compulsória vem como uma estratégia de recolhimento dos jovens
das ruas, revestida pela justificativa de garantia de cuidado em saúde. Essa mesa tem por
objetivo problematizar os discursos que se inscrevem sobre a relação: juventude e uso de
drogas, evidenciando o uso das políticas de segurança e de saúde como mecanismos de
enclausuramento desta juventude, estigmatizada por fatores socioeconômicos e raça/cor.
Por fim, trazemos as ações de Redução de Danos como uma abordagem que permite pautar
o cuidado em saúde em princípios de responsabilidade e autonomia, abrindo espaço para
outros modos de compreender a juventude e sua relação com o uso de drogas. Desta forma, o
primeiro trabalho parte da diferenciação presente na Lei 11.343/2006 entre usuário de drogas e
traficante para problematizar essas definições e a forma como o sistema de justiça e segurança
pública vai identificar quem deve ser entendido como um consumidor, configurando-se como
um caso de doença (a ser encaminhado aos serviços de saúde ou a cursos educativos acerca
dos malefícios das drogas) ou como um traficante, configurando-se como um caso de polícia
(a ser encaminhado por um conjunto de penalidades, incluindo a privação de liberdade). O
segundo trabalho, parte de processos judiciais de internação compulsória de jovens por uso
de drogas para problematizar a forma como essa modalidade de atenção em saúde vai ser
utilizada como ferramenta de aprisionamento de jovens sem que haja ato infracional, por uma
suposta periculosidade vinculada ao uso de drogas. A partir dos casos estudados, evidencia-se
como essas práticas acabam operando o aumento da vulnerabilidade social desses jovens. Por
fim, o terceiro trabalho, toma como foco as práticas de Redução de Danos desenvolvidas em
um Centro de Cultura, Esporte, Artes e Lazer na periferia da cidade de Fortaleza, evidenciando
a forma como essa estratégia de saúde permite a promoção de um cuidado articulado ao
território em que os jovens habitam. Fundada em uma lógica de liberdade e respeito pela
autonomia dos sujeitos, a Redução de Danos constitui-se de estratégias de proteção, cuidado e
auto-cuidado, possibilitando mudança de atitude frente às situações de vulnerabilidade. Além
disso, ela provoca rupturas na própria lógica proibicionista e de criminalização presente nas
redes de atenção em saúde, assistência social, educação, segurança pública e justiça.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
74
Jovens, drogas ilícitas e legislação: punição e estigmatização sempre?
Autores(as): Luara da Costa França (UNIFOR), Ricardo Pimentel Méllo (UFC)
Resumo:
Esse trabalho tem como problemática as drogas ilícitas e a adolescência em sua interface
com o campo jurídico, objetivando compreender os tensionamentos advindos da relação
adolescência, drogas e medidas socioeducativas. No Brasil jovens, geralmente do gênero
masculino, negros e moradores de periferias empobrecidas, são assassinados ou internados
(aprisionados), sob alegação de envolvimento com o tráfico de drogas. Operadores do direito
(delegados, juízes e promotores) tecem julgamentos sobre o porte de drogas e apreensão
de adolescentes baseados juridicamente no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e
em itens amplos da Lei 11.343/2006. A lei, foi promulgada para ser usada em situações que
envolvem adultos, indicando penalidades diferentes, indivíduos que fazem uso de drogas para
consumo pessoal (usuário) e aqueles que fazem o comércio ou (traficante). A lei exige que se
levem em conta a natureza e quantidade de substância apreendida, local e condições em que
se desenvolvia a ação com a droga, circunstâncias sociais e pessoais do sujeito, bem como seus
antecedentes. Utilizando como referenciais teóricos e metodológicos principais Michel Foucault
e Mary Jane Spink, em especial, o conceito de “práticas discursivas”, problematizaremos os
posicionamentos discursivos advindos de termos como: “jovem”, “adolescente”, “consumidores”,
“usuários”, “traficantes” relacionados a drogas ilícitas. Operamos com os termos adolescente ou
adolescência e jovem ou juventude pois gostaríamos de visibilizar um tensionamento teórico-
político que os atravessam. A adolescência é uma invenção e um efeito de certos exercícios de
saber–poder que constituirão o sujeito-adolescente-usuário e o sujeito-adolescente-traficante.
Para isso, analisaremos documentos normativos (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA,
Lei 11.343/2006), entendo que estabelecem regimes de verdade com efeitos importantes na
ação de julgar o envolvimento de jovens com drogas ilícitas. Também levamos em conta a
produção das políticas conhecidas como “guerra às drogas”, que permitiu a articulação e
criação de legislações que buscam governar vidas. A proibição das drogas, configura-se como
uma invenção advinda de um conjunto de transformações históricas, inclusive a artificialidade
da distinção entre drogas lícitas e ilícitas. Concluímos que o ECA e a Lei 11.343/2006, vem sendo
aplicados, quando a situação envolve jovens flagrados com alguma droga ilícita sempre de
modo estigmatizante: quando consumidor, configura-se como caso de doença (que deverá ser
encaminhado aos serviços de saúde ou a cursos educativos); quando traficante, configura-se
como caso de polícia (e poderá sofrer penalidades, incluindo a privação de liberdade). Assim,
os operadores do direito parecem só se valer de ações punitivas e estigmatizantes em suas
práticas.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
75
Internação compulsória: a proteção como controle e normatização
Autores(as):: Carolina dos Reis (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
76
Negociação/proposição, observação participante e princípio de análises sobre práticas e
discursos em estratégias de redução de danos entre jovens no Jangurussu-Fortaleza.
Autores(as):: Jaína Linhares Alcantara (UFBA)
Resumo:
A suposição de que jovens são pessoas com apreço pelo perigo ou risco tem sido difundida no
Ocidente, especialmente a partir na última metade do século XX. Trabalhos nos mostraram como
certas juventudes são descritas por discursos de estigmatização ligados à irresponsabilidade,
violência e desordens sociais (COHEN, 1972; YOUNG, 1972; THOMPSON, 1998). Enquanto
outras estão apenas se formando, subvencionadas e com direito ao lazer saudável. Discursos
se acentuam de modo desqualificador quando se trata de moradores de periferias, o peso
da diferença de classe é um fator importante, e se forem negrxs, radicalizam-se atributos
pejorativos. Marcadores sociais da diferença devem ser observados nesse contexto para que
possamos refletir sobre as distinções etárias, de gênero, sexo, raça/cor e socioeconômicas.
Junto a esses pontos está o uso de substâncias psicoativas lícitas e ilícitas em variadas
frequências e quantidades como uma prática que perfaz o cotidiano de vários dos jovens.
Portanto, tratarei neste trabalho de descrever como a experiência das estratégias de redução
de danos desenvolvidas entre jovens que frequentavam um Centro de Cultura, Esporte, Artes
e Lazer (CUCA – Jangurussu), potencializada pelo Núcleo de Estudos sobre Drogas (NUCED
– Departamento de Psicologia – UFC) foram provocadas por educadores sociais (CUCA),
estudantes e pesquisadoras de psicologia (UFC) e redutores de danos temporários do CUCA
junto aos jovens. Além disso, principio uma análise sobre como foram compreendidas tais
práticas pelas pessoas envolvidas. Interessa mostrar as interações sociais (GOFFMAN, 2011)
em meio a agenciamentos de diversos níveis envolvendo jovens, moradores locais, agentes
do estado, pesquisadoras e ativistas. Apresentarei dados coletados entre os anos de 2015 e
2016 durante a observação participante em reuniões, conversas, planejamentos, momentos
em sala de aula, ou na cozinha do CUCA, além de entrevistas possíveis, no desenvolvimento de
ações nas imediações do CUCA, centrais para a análise etnográfica. Foi possível verificar certa
adesões por parte do público jovem que circulava pelo CUCA à algumas estratégias propostas
pelos educadores sociais, com a presença e participação ativa nas Rodas das 16:20 – Chá e Café.
Já na formação (40h/a) que trabalhou “políticas sobre drogas e redução de danos” proposta
pelo NUCED, percebeu-se intermitência na permanência de alguns jovens em sala de aula por
períodos mais prolongados, ainda que com críticas, houve interesse e participação. Dois meses
após a formação, redutores de danos – jovens inicialmente atendidos pelo CUCA e moradores
da região – propuseram uma oficina de adesivos, estêncil e lambe-lambe durante a Roda das
16:20 - Chá e Café, onde acompanhei a ação e as informações produzidas e afixadas sobre
suas compreensões no que se refere à mensagens relacionadas a redução de danos. Também
foi possível verificar querelas envolvendo ações de ocupação do espaço público contíguo
ao CUCA entendidas pelos jovens organizadores como “resistência” em termos de lazer na
periferia (ex. Cuca Roots) e as instituições do estado designadas a gerenciar o espaço e as que
devem garantir segurança.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
77
Políticas, famílias e universidade: contextos e propostas para a promoção da saúde psíquica na
adultez emergente
Coordenador(a): Edna Lúcia Tinoco Ponciano (UERJ)
Resumo Geral:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
78
Políticas públicas para jovens diante do prolongamento da transição para a vida adulta: Novas
demandas sociais e desenvolvimentais
Autores(as):: Luciana Dutra-Thomé (UFBA)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
79
Solidariedade intergeracional familiar de jovens adultos: considerações sobre variáveis
demográficas
Autores(as):: Vanessa Barbosa Romera Leme (UERJ)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
80
Desafios emocionais e relacionais na adolescência e na adultez emergente (DERA): um projeto
psicoeducativo
Autores(as):: Edna Lúcia Tinoco Ponciano (UERJ)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
81
Suicídio entre jovens: podemos falar sobre isso?
Coordenador(a): Raquel Alencar Barreira Rolim (UFC)
Resumo Geral:
A relevância do debate sobre o Suicídio entre os jovens deve-se, entre outras questões, a
espantosa escassez de ações para tratar o assunto, considerando o grande número de mortes
por esse motivo. De acordo com os dados apresentados no Manual de Prevenção ao suicídio
destinados aos profissionais de Saúde Mental publicado pelo Ministério da Saúde, o suicídio está
entre as três principais causas de morte para faixa etária entre 15 e 35 anos. Verificamos que,
entre 1980 e 2012, as taxas de suicídio tinham crescido de 62,5%, aumentando o ritmo a partir
da virada de século, tanto para o conjunto da população quanto para a faixa jovem. Apesar
da gravidade desses fenômenos, que deveriam provocar diversas discussões nos mais variados
âmbitos, é perceptível que assunto não tem sua merecida repercussão. Esta mesa se propõe
abordar o assunto sobre três perspectivas: Expor a problemática da vulnerabilidade dos jovens
quanto a essa questão; compreender as Políticas Nacionais de Prevenção ao Suicídio e evocar
os motivos destas políticas não conseguirem atingir as ações estatais; relatar experiências
e ações feitas pela rede do SUS nem município do Ceará e por jovens de uma escola desse
município. As três falas da mesa se complementam e trazem contrapontos importantes para
avançar no debate. A exposição da pesquisa sobre as “Concepções de juventude e políticas
de Prevenção ao suicídio no brasil” traz a importância de conhecer as Políticas Públicas de
prevenção do suicídio, ponderando sobre as concepções de juventude e sobre as propostas
de cuidado que são construídas diante das referidas políticas. Já a apresentação “Estratégias
de prevenção do suicídio de jovens na cidade de Paracuru/Ceará” aponta para a relevância
do desenvolvimento de meios e estratégias que favoreçam a participação dos próprios jovens
na elaboração, execução e apreciação das políticas públicas, inclusive sobre ações públicas
diante do suicídio. Esta mesa contará com o depoimento de um jovem que após ter feito uma
tentativa de suicídio, quis mobilizar uma ação de prevenção na sua escola. De fato, os registros
oficiais sobre tentativas de suicídio são mais escassos e menos confiáveis do que os de suicídio.
Estima-se que o número de tentativas de suicídio supere o número de suicídios em pelo menos
dez vezes. O debate contará, portanto, com a presença da supervisora de ações da Secretaria
de Saúde do Estado do Ceará, de um pesquisador que está escrevendo sua dissertação de
mestrado sobre o tema do suicídio entre jovens e de um profissional que atua na rede SUS com
um projeto de prevenção, juntamente com um jovem que trará seu testemunho como forma
de divulgar uma ação pensada e executada por estudantes de uma escola pública do Ceará.
Acreditamos que o debate aberto e consistente é um importante passo para superar o pudor e
omissão que costumam acompanhar o tema em questão.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
82
Concepções de juventude e políticas de prevenção ao suicídio no Brasil
Autores(as): Hamilton Almeida Peixoto (UFC) e Raquel Alencar Barreira Rolim (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
83
Estratégias de prevenção do suicídio de jovens na cidade de Paracuru/Ceará
Autores(as):: Ariadyne Barros Luz (Secretaria de Saúde de Paracuru)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
84
A Secretaria de Saúde do Ceará e as Políticas Públicas de prevenção ao suicídio de jovens
Autores(as): Aline Teles de Andrade (Secretaria da Saúde do Estado do Ceará) e Vicente Emanuel
Ribeiro Macêdo Alves (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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85
EIXO 6: Juventudes e MOVIMENTOS SOCIAIS
Resumo Geral:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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86
Quando a experiência da/na infância interpela os jovens: artistagens nos caminhos da formação
na universidade
Autores(as):: Érica Atem Gonçalves de Araújo Costa (UFC)
Resumo:
Este trabalho busca refletir sobre a possibilidade de espaços formativos, que se efetivam pela
experiência de pensar os processos de produção da diferença de forma que a reflexão seja vista
como um momento de criação. A noção de diferença é um balizador social, a partir do qual se
define o outro de quem se fala e a quem se destina uma prática. O confronto de elementos
desta genealogia com dispositivos artísticos ou experimentações estéticas possibilita aos
jovens em formação reformularem, repetirem, desgastarem, espantarem-se com suas questões
em torno da diferença? Tem-se como interlocutores a filosofia da diferença e a psicologia
institucional, assim como autores que se dedicam às temáticas intergeracionais. As práticas
extensionistas realizadas com e por jovens universitários passadas em análise neste trabalho
tem um intercessor privilegiado que alinhava os processos de criação, a saber, a infância e a
juventude tidas como experiência. A criança e o jovem como sujeitos deixam o lugar daquele
a quem se destina um olhar teórico, apenas, e passam a condição de sujeitos que interpelam
e desconstroem classificações prévias e universais. Esse tipo de metodologia possibilita dar
um contorno a questões para as quais a formação não necessariamente trará respostas
concluídas, sendo importante saber lidar com o que está por vir ou precisa ser inventado. A
criança e o jovem, sujeito de direitos, mesmo em situação de vulnerabilidade e invisibilidade
social, podem negociar os sentidos que o discurso dos direitos humanos põe em circulação
sobre eles mesmos. A arte (artistagens) tem sido uma opção ética nessa formação em que
as experiências são meio de autotematização pelo jovem no encontro intergeracional. Esses
encontros com a criança ou tendo a infância e a juventude como categorias a compreender
tem possibilitado entender e definir o que seriam os dispositivos de escuta das crianças e
jovens hoje (dispositivo de escuta). Questão que está no eixo de muitas políticas públicas
e intervenções no campo dos direitos humanos e em outras áreas também. Entende-se a
partir, destes trabalhos, que dispositivos de escuta são ações e práticas que contam com a
agência da criança (ou do jovem) e que os constituem como sujeitos, fazendo problema as
teias normativas da imaturidade e da ingenuidade. Estes espaços formativos, iniciados desde
2010, com a criação do projeto de extensão Grupo Maquinarias: pesquisa e intervenção em
educação e infâncias no curso de Psicologia da UFC/Sobral se desdobraram hoje em outros
novos projetos e incluem desde a sala de aula universitária como também intervenções em
escolas públicas em intercessão com os Centros de Referencia da Assistência Social (CRAS)
na cidade de Sobral. As análises destes trabalhos mostram como uma atuação micropolítica
pode deslocar o outro da posição de objeto de poder-saber dos discursos científicos e levá-lo
a uma região de afeto e estranhamento. A problemática da diferença produz-se no corpo dos
jovens, inscrita nas suas trajetórias de formação, onde poderão desenvolver de forma singular
seus percursos de resistência à normatização e à menorização dos atores sociais, incluindo a
si mesmos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
87
Arte, cultura e juventudes: desenhando caminhos para um devir cidade
Autores(as): Savanya Shell de Oliveira Sousa (Prefeitura Municipal de Sobral) e Gênesis Anjos
Nunes (Coordenadoria dos Direitos Humanos do Município de Sobral-CE)
Resumo:
A arte, entendida como potente dispositivo, em contato com a pulsação jovem suscita diversos
desdobramentos transformadores, assim como proporciona experimentações criativas. Uma
vez que essa lig-ação se faz presente, a pessoa jovem vem a experienciar o mundo a partir das
juventudes intrínsecas e a conexão direta se manifesta nas delicadezas produzidas pela célula
revolucionária. Cultivar a criatividade dos jovens é dilatar horizontes e entender que suas
expressões requerem Direitos. Este trabalho manifesta caminhos de idealização do I Fórum
dos Direitos Humanos - desafios e perspectivas para efetivação dos Direitos Humanos em
Sobral/CE – percebido como agenciamento para a construção coletiva dos direitos de jovens
no município de Sobral, tendo como cenário a interseccionalidade com outros grupos sociais.
O Fórum oferece delineamentos da configuração da Coordenadoria dos Direitos Humanos,
do mesmo modo que oportuniza, a equipe, posicionar-se diante da cidade e demarca a arte-
cultura, enquanto importantes linguagens-lugares de expressões, bem como aponta novas
possibilidades de atuação que desenhem e se façam perceptíveis políticas públicas próximas à
realidade dos sujeitos. Entende-se que a arte minimiza o calor das diferenças, alegra os passos da
concretização de Direitos do mesmo modo que conduz mudanças efetivas-afetivas. Alicerçado
a criação, os jovens reinventam formas e elementos da realidade vivida, a interpretação de
seus acontecimentos realizam a combinação entre o singular e coletivo. Assim, pretende-
se metodologicamente, proporcionar espaços problematizadores sobre o tema Direitos
Humanos desenvolvendo, a partir de traços particulares da arte, debates e construções com
pessoas jovens, da terceira idade, com algum tipo de deficiência, diversidade sexual e diversas
etnias inseridas em movimentos sociais, conselhos de direitos e demais políticas do município.
Mecanismos enriquecedores da arte e cultura serão potencializados por meio de metodologias
ativas, uma vez que estas apresentam características progressivas de aprendizados em busca
de despertar críticas acerca da proposta. Para tal, a arte e a cultura também foram pensadas
enquanto ferramentas de mediação e estratégias de aproximação com as pessoas envolvidas
em busca da garantia de direitos, pois como criar situações dentro das políticas públicas que
possam lidar com o indefinido, em que haja tempo para a insurgência dos atores, sem prendê-
los a modos de participação esperados por uma sociedade administrada? Compreende-se
que a realização artística se dá num encadeamento de comunicação, deste modo a mediação
através da arte se faz necessário pois possibilita processos criadores em que as divisões são
despotencializadas abrindo espaços-tempos para a horizontalidade nas relações, falas, ações
e gestos. Assim sendo, tenciona-se que o Fórum contagie, provoque movimentos de implicação,
consiga expandir o campo de produção de sentidos dos sujeitos ativos no processo, tal como
desperte processos germinativos transformadores no território das emoções da equipe e
deslocamentos ético-estético-político na maneira de atuação.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
88
Confetos de educar em direitos humanos de professores para pensar a vida de crianças e jovens
na educação básica
Autores(as):s: Maria do Socorro Borges da Silva (UFPI) e Shara Jane Holanda Costa Adad (UFPI)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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89
Gênero, tecnologias digitais e ativismo: quando jovens mulheres abrem a boca na rede
Coordenador(a): Idilva Maria Pires Germano (UFC)
Resumo Geral:
Esta mesa reúne estudos que examinam o vínculo entre tecnologias digitais, movimentos de
mulheres e ativismo feminista e suas implicações para a população jovem no país. Em especial,
discute como a internet vem se constituindo ferramenta indispensável para mulheres de todas
as idades contestarem as cotidianas formas de inequidade de gênero. Na era digital, o ativismo
de gênero reconhece que a internet é espaço privilegiado para a maior visibilidade das
mulheres, para a produção, circulação e consumo de conteúdos que defendem seus direitos
e para o combate coletivo às representações e práticas sexistas (Maffía, 2013; Natansohn,
2013; Tomazetti & Brignol, 2009). Com efeito, há pouco mais de duas décadas reconheceu-
se o acesso das mulheres à comunicação como direito humano básico e as tecnologias de
informação e comunicação (TICs) como importantes estratégias de empoderamento feminino
(Boix & de Miguel, 2013). Desse momento inaugural para cá, sujeitos femininos historicamente
silenciados (Perrot, 2003) se fazem ouvir, conectam-se, teorizam e agem em busca de relações
de gênero menos assimétricas. Na internet, coletivos feministas no país vem se multiplicando
e produzindo conteúdos que veiculam as demandas das mulheres, convocam sua organização
e participação política e mantém uma rede de comunicação ativa, solidária e heterogênea
de grupos e comunidades. Esta mesa busca trazer elementos para entender o alcance, as
dificuldades e os desafios transgeracionais do ativismo de gênero. O primeiro trabalho traz
à discussão princípios gerais e diretrizes políticas para uma internet alinhada às demandas
dos feminismos, a partir da experiência de uma oficina sobre internet e gênero dirigida à
comunidade universitária. O estudo pretende colaborar para a transformação da internet
com base nas pistas oferecidas por perspectivas críticas que levam ao questionamento dos
aspectos androcêntricos que fundam a ciência e a tecnologia e das barreiras de gênero
que explicam o acesso diferenciado de homens e mulheres às TICs e aos seus beneficios.
O segundo trabalho problematiza o conceito de “empoderamento” no âmbito do feminismo
negro, com base na análise de dois grupos do Facebook que reúnem mulheres negras, na
maioria jovens, em fase de “assumir” o cabelo natural, deixando de recorrer a alisamentos.
Observando as trocas de informações sobre produtos para cabelos crespos (“low/no poo”) e
juízos sobre afro-descendência nesses grupos, os autores levantam questões sobre as políticas
de identidade aí favorecidas e o alcance efetivo de tais políticas para o empoderamento de
jovens e mulheres negras. O terceiro trabalho aborda a campanha #PrimeiroAssédio (2015)
no Twitter e Facebook, promovida pelo coletivo feminista Think Olga, que, em poucos dias,
recebeu milhares de relatos contudentes de violencias sofridas por mulheres quando criancas,
adolescentes e jovens. As autoras discutem como os sites de redes sociais configuram espaço
favorável à revelação pública de práticas sexistas e violentas contra as mulheres, à sororidade
e ao ativismo de gênero. Os três trabalhos finalizam discutindo os caminhos do ativismo de
mulheres na internet entre segmentos jovens.
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90
#LigadasNaInternet! O que é internet feminista?
Autores(as):: Graciela Natansohn (UFBA)
Resumo:
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91
Assumi meu cabelo, e agora? Empoderamento e feminismo negro na rede
Autores(as): Aluísio Ferreira de Lima (UFC), Idilva Maria Pires Germano (UFC), Jéssica de Souza
Carneiro (UFC)
Resumo:
Os sites de redes sociais têm servido como importante plataforma onde pessoas e coletividades
cada vez mais reivindicam direitos, mobilizam-se e conscientizam-se politicamente. A
politização nas plataformas digitais de comunicação refere-se a mecanismos de resistência
aos dispositivos de poder, principalmente no que concerne àqueles de reiteração do racismo
e da opressão de gênero. Percebe-se nesses espaços a crescente emergência de grupos e de
indivíduos que defendem pautas ativistas e de lutas sociais, no sentido de manifestarem-se
contra enunciados e práticas de opressão e exclusão a grupos específicos. Assim, este trabalho
discute as diferentes faces do movimento feminista negro nos sites de redes sociais, tomando
como ponto central a problematização da categoria conceitual “empoderamento” presente nos
discursos desses grupos. Pretende-se compreender os novos contornos das opressões ligadas
à etnia, ao gênero e à geração na internet, analisando as formas como os movimentos de
ciberativismo disparados pelos SRS, sobretudo o Facebook, produzem narrativas de identidade
que impulsionam as lutas e disputas discursivas de resistência e empoderamento negro.
Levanta-se a hipótese de que o afastamento do feminismo negro de uma luta militante, ou seja,
da militância voltada para a crítica aos regimes de poder e à estrutura sistêmica da sociedade
que marcou as primeiras ondas feministas, alinha-se ao projeto neoliberal contemporâneo
no sentido de fortalecer políticas de identidade (FRASER, 2006; 2009), em vez de possibilitar
identidades políticas, além de constituir-se como mais um dispositivo reiterativo das relações
de poder vigentes e das opressões relacionadas à etnia e ao gênero. A partir disso, suspeita-se
que as relações de consumo que atravessam certas pautas feministas negras, as quais à primeira
vista podem parecer fortalecer e empoderar essas mulheres, agem na direção da despolitização
e da descoletivização do combate às relações de exclusão e opressão de mulheres negras,
com efeitos especialmente importantes sobre as jovens negras. Neste trabalho, discutimos as
postagens de dois grupos do Facebook- “No e Low Poo Iniciantes” e “No/Low Poo: cabelos
crespos” – que reúnem pessoas em processo de transição da química de alisamento aos fios
naturais crespos. Trata-se de grupos que não apenas discutem sobre a qualidade capilar e
técnicas de manuseio do cabelo, mas também travam debates étnicos sobre afro-descendência.
A análise qualitativa apoiou-se na netnografia e na análise do discurso no âmbito de teoria
feminista crítica. Entre alguns resultados, observa-se que os sites analisados configuram-se
espaços de visibilização de discursos de resistência no que tange às disputas identitárias e aos
movimentos de empoderamento negro, contudo, também sinalizam as tensões do ativismo
produzidas pelo foco no consumo de “produtos étnicos”, que podem limitar o alcance dos novos
engendramentos éticos, estéticos e políticos no campo do feminismo negro. Essas tensões nos
levam a refletir sobre os desafios do feminismo na internet sobre o empoderamento de jovens
e adultas negras.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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92
Quebrando o silêncio: revelação, sororidade e ativismo de gênero na campanha #PrimeiroAssedio
Autores(as):s: Ana Cesaltina Barbosa Marques (UFC), Idilva Maria Pires Germano (UFC)
Resumo:
Bandeiras de igualdade de gênero e luta por direitos vêm sendo frequentemente levantadas
no Brasil, tanto nas ruas quanto nos meios de comunicação, especialmente desde o segundo
semestre de 2015, quando uma série de manifestações teve alcance nacional a ponto de o
momento ser batizado como “primavera das mulheres no Brasil” (Grillo, Oliveira & Buscato,
2015). Nesse contexto, os sites de redes sociais têm tido papel preponderante na difusão de
campanhas, obtendo o engajamento de milhares de pessoas, por meio de seus perfis pessoais,
em plataformas como Facebook e Twitter. A campanha #PrimeiroAssédio (2015) é um exemplo.
Foi promovida pelo coletivo feminista Think Olga (cuja misão é “empoderar mulheres por
meio da informação”) em reação ao assédio praticado nas redes à imagem de uma menina
participante de um reality show nacional. Na postagem que disparou a campanha, divulgada
no Twitter e partilhada também no perfil do coletivo no Facebook, a Coordenador(a): do projeto
convidou pessoas a partilharem memórias sobre suas primeiras experiências de assédio. Em
quatro dias, somente no Twitter, foram mais de 82 mil mensagens marcadas pela hashtag.
Usuários majoritariamente femininos apresentaram relatos de violências sofridas quando
crianças, adolescents e jovens, cometidas principalmente por amigos, vizinhos ou parentes.
Este trabalho analisa a conversação em rede (Recuero, 2012) gerada em torno da hashtag
#PrimeiroAssedio, buscando compreender como as respostas das mulheres revelam formas de
enfrentamento do silêncio imposto às mulheres no curso da vida, considerando a enunciação
como uma dimensão do exercício de dominação e, também, de resistência à dominação. Uma
seleção dos relatos foi estudada mediante análise temática das narrativas (Riessman, 1993)
e análise do discurso, ambas fundadas em molduras críticas da psicologia social discursiva
(Billig,1991,1996; Wetherell, 1998, 2001; Weatherall, 2012) e dos estudos de gênero e da
teoria feminista (Scott, 1994; Haraway, 1995). As observações empíricas assinalam que: 1. Os
episódios de assédio sexual começam muito cedo nas histórias das mulheres, levando meninas
e jovens a adotar majoritariamente estratégias de silenciamento e de esquiva dos agentes
de agressão; 2. O silenciamento das agressões pelas narradoras (frequentemente com sua
auto-culpabilização) envolve dilemas ideológicos (Billig, 1991; Towns & Adams, 2009) entre
discursos de matiz “individualista” (que poderiam levar a mulher a “cuidar de si”, denunciando
o agressor para reparar seu direito individual violado) e de matiz “coletivista” (levando-a a
silenciar em nome da paz familiar, por exemplo); 3. A campanha sinaliza no âmbito dos sites
de redes sociais um coletivismo favorável à revelação pública das violações, à sororidade e ao
ativismo de gênero. Como conclusão, o estudo sublinha a transgeracionalidade do sexismo nas
histórias contadas e as possibilidades de agência feminina fornecidas pelo ambiente digital às
mulheres de todas as idades, em especial, a de se “quebrar o silêncio” em torno do assédio e de
compreende-lo como prática de violência.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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93
“Já estou implicado até a alma!”: modos, expressões e desafios de subjetivação política juvenil
Coordenador(a): Érika de Sousa Mendonça (UFRPE)
Resumo Geral:
A participação política, tal como a compreendemos, envolve ações produzidas por um sujeito
político com fins de afirmação dos posicionamentos individuais e/ou coletivos. Passa pela
experienciação do convívio com as diferenças e inclui a tomada de reflexões e atitudes na
luta ou defesa de pautas coletivas. Trata, enfim, da reinvenção de si e dos espaços públicos.
Tal perspectiva estabelece um contraponto a noções tradicionais de participação política,
associadas ao engajamento político partidário ou à vinculação a sindicatos e movimentos
sociais (no caso dos jovens, destaca-se principalmente o movimento estudantil). É, pois, a partir
de uma perspectiva ampliada que compreendemos as pequenas intervenções cotidianas no
espaço público, na relação com o outro, com o contexto sócio-político, como também indicativas
de um posicionamento de participação, a que viemos chamando de modos e expressões de
subjetivação política. Para tanto, estabelecemos tessituras teóricas com autores de referência
das Ciências Sociais, da Psicologia e da Filosofia. Tomamos de Michel Foucault a noção de
resistência ao instituído. Inspiramo-nos em Chantal Mouffe para pensar o/a político/a a partir de
sua proposição de um modelo agonístico de democracia. De Jacques Rancière, adotamos uma
concepção de política baseada na ressignificação de identidades anteriormente construídas.
De Lucia Rabello de Castro e Jaileila de Araújo Menezes, adotamos o reconhecimento do
sujeito acerca da existência das diferenças, com o consequente envolvimento em situações
de negociação, bem como sua implicação cotidiana numa perspectiva emancipatória da vida
coletiva.Entendendo-se, enfim, que a subjetivação política perpassa movimentos de resistência,
posicionamento crítico, reinvenção de si, habilidades de negociação e práticas cotidianas que
saem da exclusiva perspectiva do si-mesmo na direção do outro, buscamos, como objetivo
desta Mesa Redonda, discutir possibilidades e expressões de subjetivação política em jovens,
nos mais diversos contextos, considerando que, deste modo, contribuímos com a produção de
conhecimentos do Eixo Temático do Jubra, intitulado “Juventudes e movimentos sociais”, uma
vez que refletimos todo o tempo sobre possibilidades e expressões do jovem como sujeito
político. Propomo-nos a interrelacionar reflexões a partir de três olhares distintos, frutos de
pesquisas empíricas realizadas, a saber:
1) Discutir possibilidade dos jovens se reconhecerem e atuarem como sujeitos políticos no
contexto da militância institucionalizada desenvolvida no âmbito das Redes e Movimentos
Sociais;
2) Refletir sobre a participação de jovens em redes sociais na internet e a ressignificação de
identidades anteriormente construídas, a partir da emergência e expressão de subjetivações
políticas em contextos informatizados;
3) Entre o reconhecimento da força da juventude e os receios de abertura para novas visões
de mundo, refletir sobre os impasses para ampliação dos processos associativos em favelas a
partir da experiência do Comitê Comunitário e da Agência Cidade de Deus de Desenvolvimento
local.
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94
Desafios para a ampliação da participação de jovens no âmbito dos processos políticos e de
desenvolvimento local
Autores(as):: Tatiane Alves Baptista (UERJ)
Resumo:
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95
Entre políticas de adesão e políticas de transformação: construções e expressões de subjetivação
política em jovens militantes
Autores(as):: Érika de Sousa Mendonça (UFRPE)
Resumo:
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96
Transformações de si mesmo em direção ao outro nas redes sociais e suas interfaces
educacionais: cognição e subjetivação política no Ensino Médio
Autores(as):: Flavia Mendes de Andrade e Peres (UFRPE)
Resumo:
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97
EIXO 7: Juventudes, GÊNERO E SEXUALIDADE
Resumo Geral:
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98
Ações comunitárias junto às juventudes LGBT em Fortaleza
Autores(as): Dediane de Souza (AGBLT)
Resumo :
Pesquisa realizada em Fortaleza/CE pelo Grupo de Resistência Asa Branca – GRAB, em 2007,
“Juventudes homossexuais e sexualidade: comportamentos e práticas” (2008), investigou
as necessidades de jovens gays e outros Homens que fazem Sexo com Homens - HSH - 15
a 29 anos - das periferias de Fortaleza. Entre outras conclusões, identificou que todos os
sujeitos entrevistados revelaram já ter sofrido algum tipo de discriminação devido a sua
orientação sexual. Os 35% afirmaram que os locais públicos são os principais espaços onde
ocorrem as agressões em decorrência da orientação sexual, seguido da escola 28,20% e
da casa 21,40%. Dos entrevistados, 23,3% afirmaram ter sido excluídos ou marginalizados
em ambiente religioso. As principais agressões são: ameaça, agressões físicas, chantagem
e extorsão e violência sexual. Esses dados indicam que os jovens LGBT enfrentam em eu
cotidiano violências diversas, respaldadas, sobretudo, pela cultura hegemônica de gênero,
sob a lógica binária e heteronormativa. Evidencia-se também, que as questões de gênero
estão associadas diretamente a determinantes étnicos e de classe. A violação de direitos
fundamentais como o direito à cidade e a vivência da sexualidade e da crença está presente
na realidade desses jovens. Nesse sentido, o GRAB, organização da sociedade civil que há
28 anos vem desenvolvendo diversas ações no campo dos direitos humanos da população
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) e na defesa dos direitos das pessoas
vivendo com HIV/AIDS no estado do Ceará, vem desenvolvendo um conjunto de metodologias
para realização de trabalhos comunitários junto às juventudes LGBT da cidade de Fortaleza.
Partindo dados acima, o GRAB realiza diversas ações de base comunitária visando combater
as violências institucionais, individuais e sociais sofrida pelo(a)s jovens LGBT. As atividades
compreendem a uma diversidade de ações, respaldadas em metodologias comunitárias como
a abordagem corpo-a-corpo (entre pares), campanhas de prevenção e cidadania; atividades
com mobilização coletiva e de massa (a exemplo, as Paradas pela Diversidade), apresentações
culturais, com ênfase no enfrentamento das vulnerabilidades programáticas e oportunas.
As metodologias aplicadas compreendem a educação entre pares e a utilização do quadro
das vulnerabilidades e dos direitos humanos; Nessa direção, aborda aspectos das dimensões
individuais, sociais e programáticas das vulnerabilidades; utiliza da capacidade de mobilização
de pares; qualificação profissional junto a (e com) jovens; formação de jovens ativistas para
atuar na elaboração e no controle social das políticas públicas para a juventude. A premissa de
que reconhecimento e a valorização de suas identidades e/ou identificações - sexuais, religiosas
e políticas - o(a)s potencializam para a superação das vulnerabilidades sofridas e ocupação
dos espaços sociais. Assim, as ações comunitárias, tem sem apresentado como importantes
mecanismos de formação política e social do(a)s jovens LGBT, na medida que contribui para a
autoafirmação como sujeitos de direitos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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Jovem que Velho Respeita: as experiências e saberes da juventude camdomblecista
Autores(as):: Silvia Maria Vieira dos Santos (Faculdade Latino Americana de Educação)
Resumo :
A presente pesquisa objetiva entender como os(as) jovens candomblecistas vivem suas
condições juvenis, compreendendo o que é ser jovem para o candomblé, como ocorre o ingresso
deles(as) na religião bem como conhecer suas aprendizagens tecidas no terreiro. A metodologia
utilizada de base qualitativa foi a etnografia, a qual me levou ao mundo cotidiano do terreiro
Ilê Asé Iya Omi Arin Ma Sun e, posteriormente, ao Ilê Asé Olojudolá. Com a colaboração de
20 jovens foram realizadas observações, entrevistas individuais, registros fotográficos e em
diário de campo num período de outubro de 2012 a junho de 2014. Além desses instrumentos
acrescentei uma discussão em grupo que denominei grupo de produção de saberes. Dessa
forma problematizo categorias importantes como juventude, geração, candomblé, hierarquia,
gênero e sexualidade. Ao realizar esta investigação entendi que a religião se constitui numa
dimensão significativa na vida dos(as) jovens, contribuindo na construção de suas identidades
bem como suas cosmovisões de mundo e sociedade. O Candomblé se apresenta como religião
ancestral que acolhe as mais diversas pessoas, valorizando a experiência religiosa do(a) mais
velho(a). Há que se salientar que o tornar-se mais velho(a) se configura pelo tempo de iniciação
na religião e não pela idade cronológica do indivíduo. Dessa forma alguns(mas) jovens desta
pesquisa são ao mesmo tempo velhos(as) para a religião, essa condição gera funções/cargos,
obrigações, responsabilidades, poder hierárquico, conflitos. Os(As) jovens evidenciaram uma
diversidade de maneiras de aproximação da religião, relataram suas motivações para a
iniciação e os saberes que aprendem no dia-a-dia da roça. Para eles(as) o candomblé ensina
saberes que podem ser utilizados dentro e fora dos terreiros, aprendizados para vida. Esses
relatos demostraram também que esta religião foi um meio de mudança de vida para esses(as)
jovens e proporciona para os que praticam durante muito tempo privilégios, independente
da idade. Outro aspecto determinante nesta pesquisa foi a relação existente entre os(as)
participantes da pesquisa e as dimensões do corpo-gênero e sexualidade. Constatei que os(as)
jovens indistintamente da identidade de gênero e orientação sexual podem ser filhos(as)
de orixás femininos e/ou masculinos, e que existe uma parcela considerável desses sujeitos
- homossexuais que atribuem comportamentos de gênero/sexuais à atributos operados por
suas divindades. Contudo esses trânsitos de gênero/sexuais dos corpos sejam dos(as) jovens
candomblecistas, sejam de seus orixás e a sua relação acontecem de forma cambiante, fluida e
conflitiva, pois o terreiro está inserido nesta sociedade carregada de estigmas e preconceitos e
a oposição binária masculinidade e feminilidade permeia a distribuição hierárquica de papéis
e atividades rituais. Portanto perceber que dentro de nossa realidade social existem territórios,
como o terreiro de candomblé, onde os(as) jovens vivem de forma diferenciada, mas que
também refletem a contradição desta sociedade foi o diferencial nesta investigação.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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100
Levados por Anjos: modos de vida, gênero e sexualidades juvenis
Autores(as): Alexandre Martins Joca (UFCG)
Resumo :
“Levados por anjos” é a expressão que nos remete, metaforicamente, a construções socioculturais
de estigmas atribuídos aos modos de vida juvenis não convencionais e a imaginários simbólicos
acerca das categorias de análise principais dessa pesquisa: juventudes, gênero e sexualidades.
Isso porque, por diversas vezes, nesta pesquisa, os demônios foram mencionados. “Se eu vou
pra PP, dizem que eu sou gay! Se eu tô na PP, dizem que eu sou do demônio!”, diz o jovem
Ângelo (19 anos), um dos colaboradores deste trabalho. O estigma de “demoníaco” atribuído
ao(à)s jovens pesquisado(a)s decorre tanto da construção sociocultural sobre seus modos de
vida quanto das suas práticas afetivo/sexuais. Esta pesquisa objetiva conhecer os percursos
e interações juvenis em Fortaleza/CE, a partir das experiências de ocupações de espaços
públicos, procurando compreender como essas sociabilidades mobilizam-se por marcadores
(dispositivos) de gênero e sexualidades. Os espaços/tempos da pesquisa trazem, também, os
referenciais científicos empreendidos nos estudos das categorias “juventudes”, “sexualidades”
e “educação”, campo de interseção teórica no qual se situa. Quanto aos estudos sobre
juventude, traz como referenciais as culturas juvenis, adotando uma perspectiva de juventude
como categoria social, compreendida como plural, múltipla, histórica e social. Os métodos,
técnicas e instrumentos de investigação estão amparados por estudos da etnografia urbana
e foram realizados por meio de observação participante, grupos de discussão e entrevistas
individuais, diário de campo e registro fotográfico, contando com a colaboração de um
grupo de referência composto de 26 jovens interlocutores. O resultado da pesquisa aponta
que as relações juvenis entre pares, longe do alcance institucional, lançam pistas de como
os jovens negociam e mobilizam saberes e práticas sobre gênero e sexualidades. Os circuitos
e as culturas juvenis pela (e na) Cidade revelam os modos como articulam relações afetivo/
sexuais em negociações com os demais processos de identificações e modos de vida juvenis.
Os “tempos de misturas”, sob uma diversidade de estilos e orientações sexuais, mobilizam-se,
especialmente, tomando como referência a produção de estéticas e/ou performances corporais,
demarcadoras de aproximações e distanciamentos nas relações afetivo/sexuais. Estão situados
em um campo de tensões paradoxais no qual, apesar de subverterem normas hegemônicas
de gênero e orientação sexual, ainda elaboram dinâmicas de interações respaldadas por
dispositivos heteronormativos e sexistas. A sociabilidade e grupalidade juvenil se mostram
diversas, empreendidas pela busca de semelhanças, mas também por significativas diferenças
juvenis, mostrando-se, eminentemente, educativos. Assim, os modos de vida e sexualidades
se complementam, e moldam-se num jogo afetivo/sexual marcado pela multiplicidade de
identificações juvenis em meio a descobertas, escolhas e experimentações de prazeres e
desejos tão fluidos e instáveis quanto o espaço/tempo da sociabilidade da rua.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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Projeto “E aí?!”: em busca de sexualidades sadias e prazerosas em adolescentes e jovens
Coordenador(a): Angelina Martins Baruffi (SENAC)
Resumo Geral:
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Conversando sobre Sexualidade com Estudantes do Ensino Médio
Autores(as):s: Heloisa Hernandes Lemo (UNESP), Larissa de Souza Lombardi (UNESP) e Luciana
Aparecida Nogueira da Cruz (UNESP)
Resumo :
Falar sobre sexualidade com crianças e adolescentes para muitos pais e professores ainda
não é uma tarefa fácil. Muitos buscam informações nas mídias impressas ou eletrônicas ou até
mesmo com profissionais (psicólogos, sexólogos ou hebiatras), outros se orientam pela própria
experiência de vida. É fato que a adolescência é uma fase em que o tema da sexualidade
emerge tanto na família quanto na escola. Discutindo ou não sobre o assunto, as práticas
sexuais entre os adolescentes estão ocorrendo ou irão ocorrer mais cedo ou mais tarde. Nesta
perspectiva o projeto “Equipe de Apoio do Ibilce/Unesp, E ai!?”, um projeto de extensão da
Universidade Estadual Paulista – UNESP, campus de São José do Rio Preto, que desenvolve
estudos e intervenções entre estudantes universitários, propôs discutir de forma reflexiva o
desenvolvimento da sexualidade e as práticas sexuais com estudantes do ensino médio de
duas escolas públicas e formar alunos para serem agentes multiplicadores entre seus pares na
escola. Esta iniciativa se deve a constatação que a média de idade da primeira relação sexual em
nosso país ser de 14,5 anos e a diferença entre rapazes e moças não é significativa. A equipe foi
composta por professores e estudantes da UNESP e do ensino médio. Assim, nasceram as equipe
do E aí, Justino?! (2013 a 2015) e do E aí, Jamil?! (2015 até o momento). O primeiro passo foi a
realização de uma pesquisa anônima para saber-se o número de alunos sexualmente ativos, que
mostrou que são em torno de 20% nos anos finais do Ensino Fundamental para alcançar cerca
de 85% no Ensino Médio. São realizados encontros semanais no decorrer do ano letivo em que
se discutem temas oriundos das dúvidas que emergem entre os estudantes da equipe e demais
estudantes da escola. Diversas atividades são desenvolvidas no intuito de informar e prevenir
práticas sexuais de risco: Para a sensibilização dos estudantes são realizadas atividades como:
a) oficinas de prevenção e sexo seguro; b) oficinas de sensações; c) apresentações de vídeos
temáticos; d) reuniões para discussão de temas atuais em relação a sexualidade. No início
de 2015 os participantes da equipe do E aí, Jamil?! responderam algumas questões a fim de
avaliarmos se o projeto contribui para a construção de conhecimentos voltados para práticas
sexuais saudáveis. Comparando as repostas do primeiro encontro e do último encontro do ano
de 2015, notamos significativas mudanças nas concepções e informações dos adolescentes
multiplicadores. O projeto vem alcançando resultados positivos segundo o relato dos próprios
alunos do ensino médio participantes da equipe, por exemplo, aqueles que eram tímidos,
superaram sua timidez e falam com naturalidade sobre assuntos relacionados à Sexualidade,
e todos eles conseguiram trabalhar com os colegas os conhecimentos que passaram a ter em
função da participação na equipe.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
103
Equipe de Apoio do Ibilce/Unesp “E ai?!”: atuação de universitários entre seus pares para a
vivência de uma sexualidade sadia, prazerosa e sem preconceitos
Autores(as):s: Ayane Tolfo Lima (UNESP) e Thais Emilia de Campos (UNESP)
Resumo :
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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104
Equipe de Apoio do SENAC
Autores(as):s: Angelina Martins Baruffi (SENAC), Georgia Padiar Peres (SENAC SP) e Ieda Alves
Lulio (UNESP-IBILCE)
Resumo:
O adolescente vivencia afetos e relações que, do seu ponto de vista, não remetem a prejuízos à
sua saúde ou à sua condição atual, de adolescente. O desejo de experimentar os beijos, as carícias
e o prazer sexual é tão fascinante que uma palestra sobre infecções transmitidas sexualmente
(IST), por exemplo, não faz sentido para ele. O sentimento de onipotência característico deste
período lhe remete que jamais será afetado por tal mal. Além das diversas ISTs, o número de
adolescentes portadores de HIV aumenta a cada ano. Interessante notar que a única faixa
etária em que o número de casos é maior entre as meninas do que entre os meninos é de 13 a
19 anos. Desde 1998 este número se inverteu. Embora os adolescentes e jovens tenham cada
vez mais informações referente às ISTs e Aids/HIV, há elevado crescimento de transmissão do
HIV pelo ato sexual. Desde o início da epidemia na década de 80, até junho de 2012, foram
registrados 656.701 casos de Aids no Brasil, de acordo com o último Boletim Epidemiológico.
Somente em 2011, foram notificados 38.776 casos da doença e a taxa de incidência foi de
20,2 casos por 100 mil habitantes (BRASIL, 2013). As estimativas consideram que existam no
mundo, aproximadamente 34,2 milhões de pessoas vivendo com HIV/AIDS, sendo 30,7 milhões
de adultos, 16,7 milhões de mulheres e 3,4 milhões de menores de 15 anos de idade, segundo
o relatório anual do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS, divulgado em
julho de 2012 (UNAIDS, 2012). Esses números comprovam a força da epidemia e preocupa
a sociedade brasileira. Por essa razão, nos últimos 30 anos o tema da sexualidade passou a
ser discutido com maior frequência em toda a sociedade, já que o sexo é uma das formas de
contágio do vírus HIV, responsável pela Aids. Preocupados com esta questão, por ter atualmente
entre seus alunos muitos adolescentes e jovens, procurou apoio da Secretaria de Saúde, via
Programa Municipal IST/Aids, e do campus local da UNESP, por saberem dos projetos voltados
para alunos do ensino médio e universitário. O professor responsável pelo projeto na UNESP
colaborou para a organização de uma equipe de multiplicadores, que recebeu treinamento
e começaram com Semana de Prevenção, que teve as seguintes atividades: a) Exposição de
projetos desenvolvidos em sala de aula pelos alunos, que abordam assuntos relacionados a
Semana de Prevenção; b) Cine debate sobre os filmes: Unidos pelo Sangue, Kids e Cazuza; c)
Roda de Conversa sobre Sexualidade, álcool e drogas; d) Dinâmica: Caixa de sensações: de
uma forma lúdica, as pessoas poderão experimentar as sensações com o uso do preservativo;
e) Orientação sobre uso de preservativos masculinos e femininos; f) Dinâmica: O que você sabe
sobre a Sexualidade?; g) Atividades para abordar e orientar sobre a sexualidade de uma forma
ampla, enfatizando o uso dos preservativos e a prevenção às ISTs e hepatites; h) Instalação de
caixas para disponibilização de preservativos nos banheiros e áreas de maior afluência dos
alunos. Está prevista a realização de avaliação ao final do semestre, mas a participação inicial
dos alunos está mostrando que o projeto foi muito bem recebido.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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105
Controles e resistências nas práticas de saúde sexual de/para mulheres jovens
Coordenador(a): Juliana da Silva Pinho (UFC)
Resumo Geral:
Objetivo desta mesa é analisar as práticas do campo da saúde que instituem padrões de modos
de existir para as mulheres jovens a partir do controle dos seus corpos e da sua sexualidade.
Propomos, ainda, discutir as linhas de fuga e as resistências produzidas pelas mulheres nesse
campo de forças. As pesquisas da mesa se alinham com o referêncial teórico-metodológico dos
estudos de Michel Foucault e do Feminismo Interseccional, tendo como base os conceitos de
modos de subjetivação, governamentalidade e interseccionalidade. Tais estudos são relevantes,
na medida em que na nossa sociedade, a forma como as pessoas exercem sua sexualidade
não é uma questão apenas do âmbito privado, mas um interesse do Estado. Por meio de
diferentes estratégias, que inclui desde a distribuição de preservativos, ao incentivo do uso
de anticoncepcionais de base hormonal para mulheres a partir da menarca, há uma tentativa
de controle dos corpos de forma individual, bem como, do controle da população através das
taxas de natalidade e contração de doenças sexualmente transmissíveis. Tendo em vista que
a principal função da mulher na sociedade ainda é associada à sua atividade reprodutiva,
podemos perceber que tal processo foi investido de padrões normativos que orientam quando,
como, com quem, quantas vezes as mulheres devem exercer a sua sexualidade. Tais regras
estão associadas principalmente a raça, idade, renda e estado civil das mulheres. Nesse sentido
apresentamos brevemente o objetivo dos trabalhos que compõem a mesa: 1) a primeira
pesquisa “Interseccionalizando olhares e práticas em saúde com mulheres trabalhadoras do
sexo” analisa as problemáticas que atravessam as práticas de saúde destinadas às mulheres
trabalhadoras do sexo na Barra do Ceará (Fortaleza/CE), versando sobre as interfaces da
prostituição feminina com o campo da saúde coletiva, tendo como referencial teórico-
metodológico o Feminismo Interseccional. 2) O segundo trabalho “Extensão universitária
desenvolvida pelo NUCED/UFC junto a trabalhadoras do sexo: práticas de cuidado em saúde”
é um relato de experiência do Núcleo de Estudos sobre Drogas da Universidade Federal do
Ceará que descreve e analisa experiências voltadas para práticas de cuidado em saúde com
mulheres trabalhadoras do sexo. As práticas de Redução de Danos com esse público surgem
após a análise do território e a percepção de que esta população não era assistida pela rede de
saúde de modo integral, como preconiza as diretrizes do SUS. 3) O terceiro estudo “Hormônios
agenciando controle e liberdade sexual na juventude” analisa as controvérsias envolvidas no
uso de hormônios, como contraceptivo por jovens, que possibilitam o agenciamento de controle
da mulher sobre sua vida reprodutiva, como também a coloca como a única responsável pela
gravidez. O corpus empírico foi constituído a partir de seleção de vídeos disponibilizados on-
line pela indústria farmacêutica Bayer, totalizando 34 vídeos. Esses trabalhos comprometem-
se com a anti-essencialização das mulheres e de suas experiências, reconhece a diferença e a
diversidade entre estas para garantir a integralidade das práticas em saúde.
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106
Extensão universitária desenvolvida pelo NUCED/UFC junto a trabalhadoras do sexo: práticas
de cuidado em saúde
Autores(as):: Juliana da Silva Pinho (UFC)
Resumo:
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107
Hormônios agenciando controle e liberdade sexual na juventude
Autores(as):: Juliana Vieira Sampaio (UECE)
Resumo:
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108
Interseccionalizando olhares e práticas em saúde com mulheres trabalhadoras do sexo
Autores(as):: Lorena Brito da Silva ( FAMETRO)
Resumo:
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109
EIXO 8: Juventudes, ARTES E CULTURA
Resumo Geral:
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110
Coletivos: experiências micropolíticas de organização juvenil
Autores(as): João Bittencourt (ICS-UFAL)
Resumo:
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111
Bandas, redes e bandos: notas musicais para uma etnocartografia dos afetos ‘rockoletivos’ de
Fortaleza-CE
Autores(as): Márcio Fonseca Benevides (UFC/UNI7)
Resumo:
Eis algumas reflexões de um pesquisador/músico que tece nexos sociológicos entre afetos
urbanos, música rock, culturas jovens e redes sociais digitais. Fornecem resultados preliminares
de uma tese que investiga, pela etnocartografia, como o rock devém um vetor micropolítico
que afeta a sociedade localmente e nisto produz subjetividades, coletividades e gera práticas
colaborativas entre certos actantes juvenis em Fortaleza-CE, no biênio de 2015 a 2017. Da
década de 1980 ao presente, a paixão musical dos afinados com o rock engendra redes de
sociabilidades e estilos de vida enquanto agencia afetos e artefatos em uma cena cultural
autodeclarada independente. Tal polifonia é composta por mediações que rearranjam
paisagens metropolitanas, sonoras e ciberespaciais, bem como incidem na economia da
cultura fortalezense. Para os roqueiros (quem aprecia/ouve/toca/consome), o rock “rola”
além da estética: é uma atitude – forma de sentir, pensar, falar, vestir, de interagir - que quase
independe de faixas etárias (com efeito, juventude é também devir); é uma ética underground,
alternativa ao mainstream e seus produtos massivos; simultaneamente é ontologia, lazer e
trabalho; ao articular sons, discursos e atos, inspira novas subjetividades e coletividades; é
uma potência contagiante que inspira crenças, desejos e que mobiliza ações (individuais e
coletivas), intervenções urbanas, políticas públicas, investimentos privados, relações laborais
e transações comerciais. Neste campo repleto de encontros, as bandas originais (que tocam
som próprio, autoral) estreitam laços, colaboram umas com as outras, unem-se a produtores
(sobretudo organizadores de shows) e se metamorfoseiam em bandos unidos pelo amor
comum ao rock e pela vontade de fazê-lo reverberar. Neste contexto “associartivista” (de
associação+arte+ativismo), emergem coletivos de produção cultural com metas (políticas,
comerciais e lúdicas) e métodos (de organização, promoção e negociação) singulares, os quais
denomino “rockoletivos” - associações/parcerias de músicos e produtores mais ou menos
conhecidos na cena fortalezense, que encaram o rock como ação coletiva. Inspirados pelo mote
punk “faça você mesmo”, os rockoletivos criam, nas redes online e nas ruas, práticas, amizades,
plateias, eventos etc. Rastreio 3 deles, que se destacam pela intensidade e pela relevância de
suas atuações: Associação Cultural Cearense do Rock (ACR), Musicoletiva e Fortaleza Marginal.
Fomentando um diálogo entre a cartografia de Deleuze & Guattari, a sociologia das mediações
de Hennion, a teoria ator-rede de Latour e as interfaces com a (etno) musicologia propostas
por Becker, tenciona-se cá ensaiar notas não para uma sociologia da música rock, mas para
uma sociologia musical, baseada em questões afetivas, culturais e políticas.
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112
Práticas de sociabilidades e resistências: B-boys em João Pessoa
Autores(as): Marco Aurélio Paz Tella - UFBA
Resumo:
As cidades constituem espaços de construção de redes de relações, que possibilita trocas gerais
e diversificadas, materiais e simbólicas. Pretende-se para esta mesa apresentar análises sobre
formas de resistências e estratégias artísticas juvenis, que estão alicerçados nas práticas e
redes de sociabilidades. Nesses processos, jovens apreendem e aprendem meios que garantam
que a arte manifestada pela música e, principalmente, pelo corpo ganhem visibilidade estética
e política (Axel Honneth, 2003; Michel Agier, 2011). O objetivo da proposta é problematizar
práticas de sociabilidades na cidade de João Pessoa a partir de 6 grupos – crews – de jovens,
de um estilo de dança de rua, o breaking, uma das artes da cultura hip-hop. Com o propósito de
“satisfazer seus interesses” (Georg Simmel, 1983), os b-boys (break-boys) utilizam espaços da
cidade para ensaiar, treinar, batalhar (enfrentamento entre crews através da dança), aprender
ou ensinar novas coreografias, divulgar as performances e obter recursos financeiros, através de
coreografias em sinais de trânsito e calçadão da praia. As práticas e estratégias das crews, faz
com que b-boys circulem pela cidade, experimentem contatos e desfrutem do que a cidade pode
ou não oferecer (Janice Caiafa, 2002; Michel Agier, 2011). Em outra perspectiva, além de usufruir
da cidade, as práticas de sociabilidade desses b-boys tecem novas formas de citadinidade, que
é definida, segundo Agier (2011), a partir da relação entre os b-boys e, posteriormente, deles
com a cidade. Ao observar “de perto e de dentro” (José Guilherme Magnani, 2002) – observação
dos treinos, batalhas, apresentação de coreografias em espaços públicos e festivais, encontros
com b-boys em espaços diversos, conversas e entrevistas –, pode-se perceber três formas
distintas de apropriação do espaço: 1. espaços negociados com gestores públicos para os
ensaios/treinos das crews; 2. os espaços abertos, sem negociação com gestores, como praças
e calçadão da praia (o objetivo é divulgar a crew e para obter ajuda financeira, para auxiliar
no custeio de viagens para competições e inscrições de batalhas); 3. os locais de eventos,
batalhas, festivais são negociados com gestores públicos, empresários. Assim, na contramão
do esvaziamento dos espaços públicos, em decorrência do discurso do medo e insegurança,
os b-boys experenciam a cidade como espaço de ação política e da invenção e intervenção
cultural (Agier, 2011). Na etnografia, percebo formas de sociação apresentadas por Simmel,
como um processo de estabelecimento das trocas e das relações entre esses dançarinos e com
dançarinos de outros estilos. O conflitos fazem parte das reciprocidades e não do isolamento,
da separação. Há conflitos internos e, principalmente com outros citadinos e gestores públicos,
que ainda desqualificam e discriminam essa prática artística. As necessidades, os desejos e
turbulências (José Machado Pais, 2003) possibilitam que esses jovens solicitem, negociem,
busquem reconhecimento (Honneth) e pressionem junto a gestores públicos, estratégias de
intervir, (re)ocupar e usufruir de espaços públicos e equipamentos sociais.
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113
Arte, atalho e labirinto: juventudes, experiência e políticas do sensível
Coordenador(a): Shara Jane Holanda Costa Adad (UFPI)
Resumo Geral:
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114
A sociopoética na emergência de atalhos sensíveis no labirinto da pesquisa entre jovens no
contemporâneo
Autores(as):: Shara Jane Holanda Costa Adad (UFPI)
Resumo:
Com esta palestra na mesa redonda Arte, atalho e labirinto: juventudes, experiência e políticas
do sensível pretende-se apresentar a experiência da pesquisadora e orientadora de pesquisas
sociopoéticas entre jovens, quando em 2010 torna-se Coordenador(a): do Observatório das
Juventudes, Cultura de Paz e Violências nas escolas – OBJUVE, inserido no Departamento de
Fundamentos da Educação – DEFE, no Programa de Pós-graduação em Educação - PPGEd, do
Centro de Ciências da Educação, na Universidade Federal do Piauí – UFPI. Intenta-se apresentar
os princípios da Sociopoética como a emergência de atalhos sensíveis no labirinto da pesquisa
qualitativa contemporânea. Mas, o que é a Sociopoética? Como fazer pesquisas entre jovens
com essa abordagem? Fugindo dos modos de se fazer pesquisa, instituídos e padronizados pela
visão moderna de ciência que muitas vezes apregoa verdades intransigentes, a sociopoética
é uma prática filosófica que descobre os problemas que não consciente mobilizam os grupos
sociais; promove a criação de novos problemas ou de novas maneiras de problematizar a vida;
favorece a criação de confetos (mistura de conceitos + afetos), contextualizados no afeto e na
razão, na sensualidade e na intuição, na gestualidade, na imaginação e possibilita a criação
de conceitos desterritorializados, que entram em diálogo com os conceitos dos filósofos
profissionais. O confeto é neologismo criado entre conceito e afeto no plano de imanência das
experimentações estéticas, em meio aos temas e os problemas que atravessam e mobilizam
o pensamento de grupos juvenis e vão ganhando consistência, mostrando que os afetos não
só existem como é o próprio motor da criação das produções juvenis no campo das práticas
culturais e políticas em que atuam. Apresentar-se-á em especial os princípios que dizem
respeito aos dispositivos de pesquisar com a arte, em grupo e com o corpo todo, descrevendo-
se, sobretudo, algumas das técnicas artísticas com diferentes linguagens utilizadas nestas
pesquisas e alguns dos confetos produzidos pelos corpos juvenis ao pensar de outros modos os
problemas e as práticas colonizadoras presentes nos conceitos e ideias prontas da educação
e do fazer políticas, na atualidade. A pretensão é expor a importância deste método para o
campo das investigações das juventudes contemporâneas, pois além da razão se faz necessário
utilizar dispositivos artísticos, o corpo todo e em grupo, tornando as pesquisas e mesmo o
ensino-aprendizagem algo arriscado porque promove a capacidade de criação, de invenção
no ato de conhecer que ocorre coletivamente por meio do sensível. Pois para essa prática
quando se conhece e pesquisa é preciso envolver-se por inteiro, de corpo todo, de modo
inventivo e em grupo, aproximando-se dos elementos próprios das práticas culturais juvenis. A
Sociopoética se encontra no entre da ciência, da arte e da filosofia, pois o que se faz é um furo
entre estas três fronteiras, transversalisando-as num tecer juntos, onde se cruzam os saberes
num conhecimento vivo, inovador.
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115
Arte, psicologia e experiência: operando uma produção do sensível nos entrelugares do
cotidiano dos jovens
Autores(as):: Thamila Cristina dos Santos da silva (Organização Educacional Farias Brito)
Resumo:
A mesa redonda Arte, atalho e labirinto: juventudes, experiência e políticas do sensível abre
passagem para uma conexão de vozes e desejos múltiplos sobre o que pode a arte no/do
encontro com as juventudes. Para essa costura de afetos e mapas, cada interlocutor parte de
um lugar no mapa. E dessa posição vislumbram-se intervenções, projetos, conceitos, afetos
e modos de operar, pensar, fazer e sentir a conexão com as juventudes contemporâneas.
Como psicóloga que atua no campo da educação e artista visual/fotógrafa parto deste lugar
fronteiriço que habito na cidade de Sobral, no Ceará, para pensar a incômoda e incessante
questão sobre as possibilidades cotidianas da arte/criação no campo de atuação da Psicologia
em conexão com crianças e jovens. Pretendo mediar uma reflexão que problematize os lugares
contemporâneos da Psicologia na atuação com as juventudes e pensar como essas intervenções
podem operar modos de saber/fazer mais sensíveis, críticos, conectados com outras linguagens
que transversalizem com a arte, a literatura, a poesia e possibilitem experiências e existências
mais potentes. Interessa-me pensar como esses entrelugares podem possibilitar intervenções
que instiguem às juventudes um caminho de criação e autoria com sua própria existência e
com os tantos mundos que as cercam, através da fronteira entre Arte e Psicologia. Elaborar,
imaginar, fabular, inventar, diferir, incorporar; escolher andar na companhia desses verbos-
abismos para rasurar as paisagens e criar (outros/mesmos/outros) mundos possíveis e potentes
para existir e resistir através dos agenciamentos da imagem. Portanto, pretendo apresentar
nesta mesa a experiência enquanto artista de investigação e elaboração das oficinas-inventivas
com grupos e narrar as potências da arte em agenciar afetos, desvios e produzir imagens-corpo/
imagens-som/imagens-palavra/imagens-diferença/imagens-percurso. Desejo problematizar,
sob o lugar ambíguo de artista e psicóloga, os perigos e as potências desses entrelugares e
os efeitos disso para pensar/fazer Psicologia entre jovens na contemporaneidade. Para isso,
conecto-me com alguns interlocutores para pensar uma política da criação que seja sensível,
inventiva e incômoda. Conjugo conexões possíveis entre a filosofia, psicologia e arte; aproximo-
me de Deleuze, Nietzsche, Rancière, Larrosa, Virgínia Kastrup, Manoel de Barros, Mia Couto,
Eduardo Galeano, Ítalo Calvino. Autores e escritores que instigam imagens de descolonização
do pensamento e maquinam uma política do sensível - da existência como obra de arte.
Portanto, esse trabalho tece-se pela multiplicidade de vozes, pelos agenciamentos de vetores
que extrapolam o campo da Psicologia e que retornam a esse saber não para dizer a verdade
sobre os sujeitos juvenis, mas, em outra posição, para instigar outras formas de pensar com a
juventude na contemporaneidade.
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Juventudes, arte e cidade: ocupações e afetos na política do sensível
Autores(as): Romualdo da Silva Teixeira (Coletivo Ocuparte)
Resumo:
Neste relato de experiência Juventudes, Arte e Cidade: Ocupação, Afetos e Políticas do Sensível,
da mesa redonda Arte, atalho e labirinto: juventudes, experiência e políticas do sensível, realçam-
se as novas insurgências juvenis pautadas na arte, na cultura e na educação, operando como
vetores de participação política e exercício da cidadania, trazendo, sobretudo, a experiência
do Coletivo Ocuparte. Pretende-se ainda provocar e problematizar acerca da ausência do
Estado na construção de Politicas Públicas que garantam subsídios para os anseios, desejos e
fazeres juvenis nos espaços citadinos. Esta participação dos jovens na cidade é vista ainda no
sentido da garantia de direitos e do relacionamento no cotidiano da cidade. Pergunta-se: O que
podem as juventudes? De que se ocupam na cidade? Busca-se trazer experiências vividas pelo
Coletivo Ocuparte em Sobral/CE, formado principalmente por jovens ligados ao fazer artístico,
cultural e educativo através da formação de novos agentes culturais, tendo em vista que este
grupo atua com projetos voltados à juventude por meio de uma produção cultural pautada
na perspectiva colaborativa e associativista dos agentes, bem como na articulação de uma
política cultural e de garantia de direitos. O Gestor deste Coletivo contribui nesta mesa por
meio da experiência de articulador e produtor cultural ao abordar a contribuição do Coletivo
Ocuparte na teia de fluxos culturais, que tem a juventudes sobralenses como protagonistas de
um processo de ocupação dos espaços públicos e ressignificação dos mesmos, contribuindo
para os processos de afetividade com a cidade. Enquanto Conselheiro de Juventude e de Política
Cultural no município de Sobral, provoca-se e se problematiza ainda acerca da ausência do
Estado na construção de políticas públicas que garantam subsídios para os anseios, desejos e
fazeres juvenis na cidade. O relato dos efeitos e impactos destas atividades é alvo de análise
neste trabalho desenhando uma cartografia das possíveis reinvenções das juventudes na cena
pública e comum. O relato constrói referências entre jovens que não por representação política.
O corpo, os afetos, as intensidades vão criando outras rotas e interferindo na paisagem de
encontros e desencontros característicos da vida urbana e cena de atuação dos atores jovens.
O agenciamento com as artes e as experiências de partilha e problematização em torno de
temáticas pertinentes a vida de jovens em lugares públicos e por meio de atividades culturais
e de inserção nos espaços da cidade promovem transformações nem sempre fáceis de prever.
O que é próprio destas ações é a abertura a confabulações e encontros com e diante do outro.
Assim, no contexto da mesa redonda, o relato compartilha, pelo agenciamento com as artes, a
problematização em torno de temáticas pertinentes a vida de jovens em espaços formativos
destinados a sua educação, com destaque aos lugares públicos por meio de atividades culturais
e de inserção nos espaços da cidade.
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117
Juventudes e estetização: agências políticas, formas de trabalho e práticas de sociabilidade
Coordenador(a): Frank Nilton Marcon (DCS-UFS)
Resumo Geral:
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A Arte Teatral e os Desafios dos Jovens Artistas na Sociedade Contemporânea
Autores(as): Jefferson Dantas Santos (UNICAMP)
Resumo:
A literatura aponta que os artistas são majoritariamente jovens e estão nas regiões metropolitanas.
As artes cênicas, a música e o cinema compõem os principais domínios laborais, que congregam
grande contingente de artistas e revelam uma lógica constante, a intermitência do trabalho, ou
seja, trabalhos por projeto, informal, precário e inseguro. Os artistas que dialogam comigo nesta
pesquisa, sobretudo os mais jovens, se relacionam com a arte não só como uma experiência de
tempo livre, mas também como exercício de uma profissão. Indivíduos que constroem planos
de inserção no meio artístico, não raro, se indagando como poderão viver de arte. Ou seja, um
duplo movimento que compõe o seu estilo de vida. O Estado é a instituição que mais investe
em arte no Brasil, por meio de editais, por meio de instituições e da renúncia fiscal, que atrai
grandes empresas. O mecenato foi regulamentado pela lei 8.813/91, conhecida como lei Rouanet
e, segundo o Ministério da Cultura, mobilizou o montante de R$ 1.153.534.433,70 de reais no
ano de 2016, contudo o gerenciamento dos recursos é feito pela iniciativa privada, que decide
as manifestações artísticas que serão contempladas, fato que contribuiu para concentração de
recursos em algumas regiões. Outro efeito da lei é a obstáculo à participação dos artistas mais
jovens, pouco conhecidos, experimentais ou críticos, já que as empresas optam por artistas já
consolidados, pois elas capitalizam o investimento através do marketing cultural. Ao mesmo
tempo, esta política exige a formalização dos artistas para a obtenção do recurso e enseja práticas
empreendedoras, implicando na constituição de personalidade jurídica, microempreendedor
individual, dentre outras e o contínuo aperfeiçoamento de suas habilidades e competências,
afinal, segundo o mantra dominante, os novos artistas precisam entender que “the art is your
business”. Em Salvador, o Bando de Teatro Olodum, o CRIA, o Projeto Axé e o Balé Folclórico têm
sido instituições-chave na qualificação de adolescentes e jovens para as artes cênicas. Portanto, a
cidade de Salvador não está alheia ao cenário nacional. Quer seja na lei municipal Viva Cultura de
2016, quer na lei estadual de 2011, ambas reproduzem os sentidos da Lei Rouanet. O movimento
de artistas, Cultura na U.T.I, realizado na capital baiana, em 2009, evidenciou as dificuldades
provocadas pelo crescente processo de burocratização, apontando para o aperfeiçoamento
de políticas mais sensíveis às necessidades dos artistas. Proponho apresentar o resultado das
pesquisas de campo sobre esta realidade na cidade de Salvador/BA, a partir de um inventario de
estratégias das resistências individuais e ou coletivas de jovens artistas soteropolitanos em busca
do reconhecimento profissional num cenário redefinido pelas políticas neoliberais. A análise
está ainda atenta às desigualdades e hierarquias que marcadores sociais como raça, gênero e
geração informam.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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119
Cultura, Movimento e Trabalho: Questões Sobre Juventudes e Hip Hop na Cidade
Autores(as): Sérgio da Silva Santos - UNB
Resumo:
As disputas pelos espaços públicos têm norteado debates acadêmicos e possibilitado a produção
de pesquisas sobre territorialidade, apropriação e direito à cidade. Nesse contexto, destacam-se
os usos feitos pelos praticantes do Hip Hop e suas próprias manifestações estéticas e políticas
nos centros urbanos. Em Maceió os processos de sociabilidades em torno do Hip Hop partem dos
inúmeros coletivos que produzem cotidianamente elementos simbólicos e discursivos em torno
desta cultura, produzindo estratégias de inserção nos espaços e possibilitando a visibilidade
tanto dos seus grupos quanto dos símbolos de sua cultura. No hip hop, os discursos e práticas
são orientados pela dimensão do espaço e são construídos a partir das experiências sociais dos
jovens nas diversas inserções no cotidiano urbano, ou seja, o lugar de fala é marcadamente
importante nos acionamentos em torno dos processos de significação dos espaços praticados
por jovens ligados ao Hip Hop. Os processos intersubjetivos produzidos pelas dinâmicas da vida
urbana produzem representações que são fundamentalmente significativas na construção dos
marcadores sociais das disputas pelos espaços públicos. As práticas sociais e culturais acionadas
pelo Hip Hop têm como um dos elementos centrais a busca por visibilidade. Os praticantes do
Hip Hop buscam se mostrar nas cidades, buscam reconhecimento e apropriação do espaço
urbano. O uso de determinado estilo de se vestir, estilo de linguagem específica e utilização
simbólica do corpo são estratégias utilizadas pelos seus praticantes para fazerem-se notar,
delimitados por uma identidade de grupo. Os grupos juvenis que estão articulados às práticas
sociais e culturais do Hip Hop acionam redes de solidariedade locais, nacionais e internacionais
a partir dos dispositivos disponíveis na internet. É importante ressaltar que, ao produzir eventos
na cidade e utilizar as tecnologias e as redes sociais para divulgar seus eventos, a cidade entra
no circuito cultural do Hip Hop. Os eventos que têm por objetivo a visibilidade e a ocupação
dos espaços públicos torna pública a cidade, como também estabelece diálogos em busca de
legitimidade diante dos seus pares e dos moradores da cidade. A relação entre Hip Hop e os
processos de significação dos espaços públicos é íntima e os jovens que interagem com o Hip
Hop contribuem significativamente com estes processos, seja expondo os corpos, os grafites, as
músicas e os discursos políticos, estes atores orientam suas lutas pela cidade, atuando como
movimento social, expressando sua linguagem estética e utilizando sua arte como meio de
vida. Como resultado da pesquisa de campo realizada em Maceió/AL proponho apresentar uma
análise sobre como a repercussão das práticas sociais e culturais do Hip Hop nas periferias das
cidades se torna um mecanismo importante de agência e de identidade social, como também
tem produzido símbolos positivos em relação às periferias, aos jovens e suas práticas.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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120
Juventude e “Música de Festa”: uma Expressão de Identidade, Estética e Poder na Diáspora
Africana
Autores(as): Frank Nilton Marcon (UFSE)
Resumo:
OBS: Não houve Mesa-redonda no Eixo Temático 09- Juventudes, espiritualidade e religiosidade.
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121
EIXO 10: Juventudes e TRAbalho
Resumo Geral:
Com a crise vivenciada no último quarto do século passado (Antunes, 2004, Lima, 2008, Barros,
2010), vivenciamos transformações significativas nos modelos econômico e social. Tais crises têm
promovido a desestabilização constante de dimensões laborais, levando a vivenciarmos uma
complexificação do mundo do trabalho e do perfil dos trabalhadores. Nessa realidade, os jovens
são muito afetados pelas transformações do mundo do trabalho, experimentando formas de
emprego precárias e instáveis, demorando em se consolidar no mercado e conseguir um trabalho
estável. De forma geral, os processos atuais de inserção laboral juvenil estão cada vez mais
caracterizados pelo desemprego ou por trajetórias individualizadas, descontínuas, flexíveis, com
uma característica de reciclagem laboral e formativa constante, dificultando os planos a meio
e longo prazo (Monteiro, 2011; Moreno, 2008). Diversas são as estratégias criadas na tentativa
de preparar os jovens para lidar com as dificuldades que enfrentarão na busca pela inserção no
mercado de trabalho ou por melhores oportunidades laborais. Entre elas, destacamos aquelas
que se aproximam da perspectiva empreendedora, à medida que individualizam o trabalho desse
jovem e o colocam como único responsável por seu sucesso no mundo laboral. A perspectiva
empreendedora – que será trazida como um dos temas deste trabalho através do projeto “Meu
Carrinho Empreendedor” – tem se difundido no Brasil nas últimas décadas como o caminho para
quem busca desenvolvimento e sucesso profissional. O conceito de empreendedorismo é de
certa forma exaltado por governos, entidades de classe e organizações como a principal base/
alternativa para o crescimento econômico e para a geração de emprego e renda na atualidade
(BARROS; PEREIRA, 2008). Assim, boa parcela dos brasileiros, inclusive jovens, tem se deslocado
para trabalhos por conta própria, mais voláteis e imprevisíveis. Somando-se a isso, a doutrina
neoliberal exige que todos se apresentem socialmente como empreendedores (COSTA; BARROS;
CARVALHO; 2011, p. 189). Outra estratégia a ser destacada no presente trabalho buscará discutir
propostas que buscam investir na excelência da qualificação dos jovens nas áreas de ciência e
tecnologia e nas experiências de internacionalização que se justificam na demanda do mercado
atual por jovens trabalhadores com tal perfil. Neste caso específico, será abordado o projeto
“Ciência sem Fronteiras” como estratégia do Estado brasileiro na adaptação do jovem às novas
demandas do mercado de trabalho. Projeto este que caminha em um sentido que se aproxima
da estratégia do estímulo ao empreendedorismo, já que também é uma forma de individualizar
as trajetórias juvenis e de responsabilizar o jovem pelo seu êxito de inserção laboral. Por fim,
refletiremos criticamente sobre as atuais tendências na prática de Orientação Profissional,
acreditando que esta, consoante com a Psicologia Social do Trabalho, possa ser uma ferramenta
para espaço de problematização do mundo laboral em suas diversas dimensões, escapando das
prescrições individualistas e determinantes, empoderando criticamente o sujeito, e fortalecendo
ações mais coletivizadas de enfrentamento.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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122
Entre o Empreendedorismo e a Precarização Laboral: a experiência de pipoqueiros no projeto
“Meu Carrinho Empreendedor”
Autores(as):: Eveline Nogueira Pinheiro de Oliveira (UFC)
Resumo:
A perspectiva empreendedora tem se difundido no Brasil nas últimas décadas como o caminho
para quem busca desenvolvimento e sucesso profissional. O conceito de empreendedorismo
é de certa forma exaltado por governos, entidades de classe e organizações como a principal
base para o crescimento econômico e para a geração de emprego e renda na atualidade
(BARROS; PEREIRA, 2008). Assim, boa parcela dos brasileiros, inclusive muitos jovens, tem se
deslocado para trabalhos por conta própria, mais voláteis e imprevisíveis. Somando-se a isso,
a doutrina neoliberal exige que todos se apresentem socialmente como empreendedores
(COSTA; BARROS; CARVALHO; 2011, p. 189), sendo inclusas nessa lógica as perspectivas
educacionais nesse sentido, assim talvez seja mais compreensível assistir à crescente onda
de pessoas que pensam em montar um negócio próprio, principalmente de médio e pequeno
porte. A presente comunicação parte de uma investigação em curso realizada no âmbito do
Mestrado em Psicologia da Universidade Federal do Ceará -UFC financiada pela Coordenadoria
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES. O objetivo é analisar o discurso de
Microempreendedores Individuais envolvidos no Projeto “Meu Carrinho Empreendedor” sobre
possíveis relações entre a atividade empreendedora e os processos de precarização laboral.
O interesse de investigar essas relações veio de pesquisas anteriores realizadas durante a
Graduação em Psicologia na UFC. Como fruto dessas pesquisas de cunho bibliográfico, foram
encontradas discussões de autores da área que relacionam o trabalho do empreendedor à
perspectiva de trabalho precarizado. Daí a relevância dessa investigação ir a campo, no
sentido de compreender essas relações sob a perspectiva do próprio trabalhador. O papel do
empreendedor como impulsionador do crescimento econômico acaba sendo relacionado com
o desenvolvimento social e garantia de melhores condições de vida. Essa lógica impulsiona
uma responsabilização do sujeito, já que o mercado não tem como garantir oportunidades
para todos, e o trabalhador se sente responsável por seu sucesso ou insucesso. Tal como é visto
pela Psicologia Social do Trabalho, o trabalho aqui ocupa posição privilegiada na construção
da subjetividade (AQUINO, 2008), sendo norteador na formação de sentidos e significados
e guiando a noção do tempo e da realidade. Coloca-se aqui a necessidade de estudos que
procurem entender a vivência dos empreendedores, sob a perspectiva dos próprios sujeitos
que se lançam em um mundo de trabalho cada vez mais imprevisível. Podemos encontrar
na figura do microempreendedor o elo frágil e vulnerável de uma cadeia de processos mais
complexos. A teia que o envolve na vulnerabilidade social engloba processos como a baixa
escolaridade, a exclusão frente ao mercado formal de trabalho e a insegurança social, pautado
numa lógica de intensificação e exploração de trabalho, desprotegido de uma teia social e
profundamente responsabilizado, já que o axioma principal é que o pobre é responsável por
sua pobreza (BARBOSA, 2011, p. 135).
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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123
O impacto da experiência de internacionalização nas perspectivas de inserção laboral de
jovens: programa “Ciência sem Fronteiras” na UFC
Autores(as):: Raquel Nascimento Coelho (UFC)
Resumo:
Uma das principais características de nosso contexto sócio laboral está na intensificação do
processo de globalização marcado pela internacionalização das estratégias de mercado,
aumento da difusão de tecnologia e conhecimento mundial e acirramento da competitividade
nacional e internacional. Como consequência, modificam-se exigências aos trabalhadores
que buscam inserir-se nessa realidade e se torna cada vez mais difícil para eles conseguir
oportunidades laborais e a sua própria permanência no mercado. Além disso, diante da
exigência de maior flexibilidade laboral para adaptar-se às demandas de competitividade, a
incerteza e a instabilidade passam a ser constantes no dia a dia dos trabalhadores e daqueles
que buscam inserir-se no mercado laboral. Nessa realidade, os jovens são muito afetados
pelas transformações do mundo do trabalho, experimentando formas de emprego precárias e
instáveis, demorando em se consolidar no mercado e conseguir um trabalho estável. De forma
geral, os processos atuais de inserção laboral juvenil estão cada vez mais caracterizados pelo
desemprego ou por trajetórias individualizadas, descontínuas, flexíveis, com uma característica
de reciclagem laboral e formativa constante, dificultando os planos a meio e longo prazo
(Monteiro, 2011; Moreno, 2008). Diversas são as estratégias criadas na tentativa de preparar
os jovens para o enfrentamento das dificuldades que enfrentarão na busca pela inserção no
mercado de trabalho ou por melhores oportunidades laborais. Entre elas, destacamos aquelas
que buscam investir na excelência da qualificação dos jovens nas áreas de ciência e tecnologia
e nas experiências de internacionalização que se justificam na demanda do mercado atual por
jovens trabalhadores com tal perfil. É também para esse grupo que as pressões do mercado
laboral por experiências de internacionalização, conhecimento de diferentes línguas e
capacidade de adaptação a distintos ambientes culturais são mais fortes. E tais pressões têm
conduzido a que cada vez mais estudantes busquem, através da participação em programas
de internacionalização, conquistar tais habilidades. A presente comunicação parte de uma
investigação em curso financiada pelo Programa Institucional de bolsas de iniciação Científica
– Pibic/UFC cujo objetivo é analisar os impactos da participação no programa “Ciência sem
Fronteiras” nos processos de inserção laboral dos estudantes egressos da UFC. Este programa
tem investido na formação de pessoal altamente qualificado nas competências e habilidades
necessárias para o avanço da sociedade do conhecimento. Competências estas diretamente
vinculadas a um perfil que despertaria interesse nas empresas ao reunir qualidades importantes
para o mercado: capacidade, experiência no exterior e educação de ponta (Brasil, 2011). Parece-
nos importante não somente avaliar a efetividade dessas estratégias, contrastando a demanda
do mercado por esse novo perfil de trabalhador e as reais oportunidades de inserção laboral
encontradas pelos participantes, além de analisar como tais estratégias do Estado terminam
depositando nos sujeitos individualmente a responsabilidade pelo êxito em seus processos de
inserção laboral.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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124
Orientação profissional em um cenário de mudanças e incertezas, que caminho a Psicologia
Social do trabalho pode seguir?
Autores(as): Ítalo Emanuel Pinheiro de Lima (UNILEÂO)
Resumo:
O mundo do trabalho mudou (Antunes, 2004, Lima, 2008, Barros, 2010) e, com ele, as relações
estabelecidas pelo sujeito na construção de seu percurso no mundo do trabalho, tornando
necessária uma reflexão crítica acerca do papel exercido pela Psicologia como elemento
facilitador deste processo. Nascida da necessidade de ordem prática vivenciada pela sociedade
industrial, a Orientação Profissional despontou como prática solucionando o problema gerado
pela demanda de incorporação de mão de obra pela indústria e a necessidade do sujeito
de se adequar a uma sociedade pautada no trabalho e no progresso (Lassance e Sparta,
2003). A sociedade industrial, como ficou conhecida, orientava todas as ações do sujeito
para a manutenção de um status quo, com a participação de instituições como a Igreja e a
família, modelando pensamentos, discursos e comportamentos, criando um tipo padrão de
inserção, um modelo de trabalhador a ser seguido e um modelo de organização da sociedade,
o que não ocorre hoje de forma homogênea. Com a crise vivenciada no último quarto do
século passado, vivenciamos diversas transformações, mobilizadas por crises no modelo
econômico e social. Tais crises promovem a desestabilização cada vez mais constante de
dimensões laborais, levando a vivenciarmos uma complexificação do mundo do trabalho e do
trabalhador. A presente comunicação parte de uma investigação bibliográfica e de reflexões
teórico-práticas da disciplina de orientação profissional do curso de Psicologia da UNILeão
e tem como objetivo promover um debate acerca da prática de orientação profissional,
em particular do trabalho da Psicologia neste campo, e o atual contexto laboral brasileiro.
Neste cenário complexo e de rápidas transformações ainda observamos na Psicologia uma
predominância de um modelo clínico individual quando se analisa a prática de orientação
profissional, parecendo esquecer o caráter pedagógico/informacional e frequentemente
tratando o tema como um fenômeno interno ao sujeito. Em um outro viés, a Psicologia Social
do Trabalho como propõe Sena e Silva (2004), pode representar uma outra via teórico-prática
de abordagem do tema por não compreender esta relação de forma dicotômica, entendendo
a atividade laboral como elemento constituinte do sujeito e meio pelo qual este se expressa e
se significa em seu mundo. Este posicionamento nos parece ser mais coerente quando se pensa
em um cenário de diversas possibilidades, entretanto acreditamos haver uma resistência a este
posicionamento por conta do seu viés crítico, levando espaços institucionais como a escola a
evitar esta proposta de debate, o que parece estar referenciado por uma tentativa de manter
a docilidade do trabalhador e a manutenção de relações de poder que vêm se perpetuando.
Por fim, acreditamos na necessidade de ampliar o diálogo acerca do trabalho e investir em
práticas que fortaleçam uma apropriação do mundo do trabalho por parte do sujeito, caso
contrário nos distanciaremos de nosso compromisso ético-profissional com a transformação
da sociedade.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
125
EIXO 11: Juventudes e EDUCAÇÃO
Resumo Geral:
Nas últimas décadas a mobilidade estudantil internacional (MEI) passou a ser considerada de
grande importância na formação de jovens estudantes. Por um lado, cooperações e projetos
de pesquisa internacionais, bem como, programas de intercâmbio discente e docente são
características tradicionais das instituições de ensino superior (IES). Por outro, há o avanço das
políticas neoliberais nas universidades, juntamente com as transformações engendradas pelos
processos de globalização. Em uma análise macro do cenário, a MEI passou a ser vista como
uma estratégia eficiente de criação e consolidação de redes de pesquisa internacionais e de
promoção da circulação do conhecimento e transferência de tecnologias. Para as IES, o envio
de estudantes ao exterior, bem como o recebimento de estudantes internacionais passou a ser
considerado um critério importante para um bom posicionamento nos rankings internacionais.
E, a partir de uma perspectiva individual, a MEI configura-se como uma experiência que,
para além dos ganhos intelectuais – aprendizado de uma nova língua, novas abordagens
metodológicas e teóricas, internacionalização do currículo – contribui para o desenvolvimento
de habilidades interculturais, autoconfiança, empoderamento. Trata-se, portanto, de um
fenômeno complexo e multifacetado, que se dá em diferentes escalas, envolve distintos atores
e é atravessado por interesses políticos, sociais e econômicos. No caso do Brasil, desde os anos
1960 programas de MEI estão presentes no cotidiano das IES. Programas de intercâmbios com a
Alemanha, através do CAPES/DAAD, com a França via CAPES/Cofecub ou com os Estados Unidos
da América em parcerias da CAPES com a Fundação Fullbright ilustram essa tradição. Mais
recentemente, em 2011, o programa Ciência sem Fronteiras (CsF) deu um impulso significativo
para o envio de estudantes brasileiros/as a instituições no exterior, visando contribuir de forma
ativa para a internacionalização da ciência no país. A partir da apresentação de três pesquisas
distintas, esta mesa redonda objetiva discutir as dinâmicas de mobilidade estudantil para o
Brasil. De forma mais específica, busca traçar um perfil de quem são os/as jovens brasileiros/
as que tem podido participar desses programas de MEI, considerando que a intersecção de
distintos marcadores de diferença (gênero, classe social, idade, raça e região de origem)
resultam em oportunidades e experiências diferenciadas. Para além disso, pretende identificar
as motivações e constrangimentos que levam os/as estudantes a se interessarem ou não por
participar em programa de MEI. E, por fim, almeja refletir acerca do impacto da experiência
de MEI no processo de desenvolvimento intelectual, individual e cidadão dos/as jovens. Tal
discussão mostra-se relevante, posto que os investimentos feitos pelo governo brasileiro
para estimular a MEI tem crescido e as pressões do mercado de trabalho por experiências
de internacionalização, conhecimento de diferentes línguas e capacidade de adaptação a
distintos ambientes culturais tem conduzido a que cada vez mais estudantes busquem, através
da participação em programas de MEI, conquistar essas habilidades.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
126
A mobilidade acadêmica como experiência de cidadania: a participação de estudantes
brasileir@s na Universidade de Coimbra na campanha contra o racismo e xenofobia
Autores(as):: Thais França da Silva ( CIES-IUL)
Resumo:
Desde 2012, os/as brasileiros/as figuraram como o maior grupo de estudantes internacionais
em Portugal e a Universidade de Coimbra como a instituição que mais abriga esses estudantes.
Contudo, esse novo fluxo estabeleceu-se em cima de um imaginário colonial estereotipado e
estigmatizado sobre os imigrantes brasileiros/as como sendo sujeitos inferiores, subalternos
e ignorantes e no caso específico das mulheres como hiperssexualizadas. Os estudos sobre a
mobilidade estudantil internacional (MEI) tem vindo ressaltar sua importância tanto no que
diz respeito ao crescimento pessoal dos/as estudantes como ao desenvolvimento. A partir
de uma reflexão sobre o engajamento de estudantes brasileir@s na campanha contra todas
as formas de discriminação e xenofobia na universidade de Coimbra em 2014, o presente
estudo tem como objetivo discutir o potencial da MEI como possibilidade de experiência de
atuação política e de cidadania, nesse caso específico no enfrentamento à discriminação em
espaços institucionalizados, como por exemplo a Universidade. Metodologicamente, recorre
a uma análise qualitativa, com base nas teorias da análise crítica do discurso, do material
produzido pelos estudantes e veiculado na plataforma da campanha em uma página do
Facebook. Ademais, a partir de uma perspectiva feminista crítica, esse trabalho recorre a
autorreflexividade como uma chave de leitura acerca da minha própria experiência de MEI na
universidade de Coimbra, durante meu mestrado. Ainda que haja uma tentativa da literatura
sobre MEI em categorizá-la separada dos movimento migratórios, o fato é que na prática o sujeito
“estudante internacional” e “imigrante” não se diferenciam de forma marcante, as situações de
preconceito, discriminação e exclusão fazem parte do cotidiano de ambos. No caso de muitos/
as dos/as estudantes brasileiros/as inscritos na Universidade de Coimbra, foi apenas ali que se
depararam pela primeira vez com os estereótipos e imagens sobre os/as brasileiros/as como
sendo inferiores, subalternos, ignorantes e no caso das mulheres como corpos sexualizados.
Assim, embora muitos/as desses/as estudantes tenham ido para Portugal abrigados por visto
estudantil ou programas de intercâmbio internacional, ainda assim vivenciaram experiências
discriminatórias e excludentes. Porém, uma vez que o meio acadêmico tende a ser um ambiente
politizado, embora não isento de dinâmicas de exclusão, marginalização e segmentação, e no
caso específico da universidade de Coimbra tradicionalmente atravessado pela importância
do movimento estudantil, os/as estudantes brasileiros/as encontraram aí terreno fértil para
engajarem-se politicamente e denunciarem as opressões que vivenciavam. Ademais, o capital
social e intelectual desses/as estudantes, resultantes de sua classe social, formação acadêmica,
redes sociais e pessoais, também contribuiu para que pudessem se organizar contra essas formas
de opressão. Pode-se dizer, portanto, que neste caso específico, a experiência de participação
em um programa de MEI fomentou para além de um crescimento pessoal e profissional uma
experiência de cidadania e de aprendizado político.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
127
Jovens em Movimento: a experiência de universitários brasileiros na Europa
Autores(as): Isaurora Cláudia Martins de Freitas (UVA)
Resumo:
O Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) foi criado pelo governo brasileiro em 2011 tendo como
objetivo promover a internacionalização da ciência, da tecnologia e da inovação por meio
da mobilidade acadêmica internacional. Até janeiro de 2016 foram concedidas 92.880 bolsas,
sendo 73.353 destinadas a estudantes de graduação. Tomando como objeto o CsF, realizei,
entre agosto de 2014 e julho de 2015, uma pesquisa que analisou a experiência de jovens
estudantes de graduação de universidades cearenses que, incentivados pelo CsF, realizaram
parte dos seus estudos na Europa. A hipótese que ancorou o estudo foi a de que dentre as muitas
formas de ser universitário, a que inclui a ida ao exterior afeta o exercício da própria juventude,
pois, além de agregar valor ao currículo acadêmico, acrescenta elementos socioculturais e
subjetivos que, com certeza, marcarão as trajetórias de cada um. O objetivo da pesquisa,
portanto, foi analisar as especificidades da vivência universitária em contextos de mobilidade
internacional, tentando compreender os significados que essa experiência assume para os que
dela participam. Juventude e mobilidade são categorias teóricas fundamentais no estudo que
dialogou com referencial interdisciplinar, aliando elementos da sociologia da juventude aos
estudos sobre mobilidade realizados por sociólogos, antropólogos e geógrafos. Nesse sentido,
a juventude é pensada como construção social e histórica caracterizada pela heterogeneidade
e pela diversidade nos modos de ser jovem (Bourdieu, 1983; Galland, 1991; Margulis, Urresti,
1996; Pais, 2003) e a mobilidade como fenômeno que, para além da dimensão física, possui
uma dimensão social, cultural e subjetiva (Caiafa, 2002; Cresswell, 2006; Urry, 2007) que produz
transformações de diversas ordens naqueles que a vivenciam. A pesquisa foi realizada a partir
de uma abordagem qualitativa que utilizou como técnicas a observação in loco dos contextos
vivenciais onde os jovens estavam inseridos ao longo do intercâmbio, a observação de perfis
e grupos criados pelos intercambistas na rede social Facebook e entrevistas semiestruturadas
com 12 jovens que fizeram intercâmbio em duas cidades da Espanha (Madri e Valência) e
duas cidades da França (Paris e Nantes). Embora os objetivos do CsF estejam circunscritos
apenas ao que ele pode gerar em termos de ganhos à qualificação profissional dos que dele
participam, considero que um dos principais ativos do Programa é o que ele gerou em termos
de experiência cultural, social e subjetiva. Os doze estudantes que acompanhei possuíam
em comum o fato de serem jovens e de nunca terem morado longe dos pais. Quatro deles já
tinham viajado ao exterior, os demais nunca tinham saído do país e três nunca tinham saído do
Ceará. Tendo experimentado sensações e vivências diversas e desenvolvido práticas distintas
daquelas do lugar de origem ao longo do tempo vivido no exterior, os jovens destacam em suas
falas, sobretudo, os acréscimos culturais e pessoais gerados pelo intercâmbio que, para eles,
significou crescimento e amadurecimento pessoal, cultural e acadêmico que, com certeza, vai
fazer diferença no futuro profissional de cada um deles.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
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Percepção dos alunos usuários do Programa Ciência sem Fronteira sobre a internacionalização
na sua formação acadêmica
Autores(as): Cássio Adriano Braz de Aquino (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
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Juventudes e políticas educacionais para o ensino médio: projetos, percepções e expectativas
Coordenador(a): Miriam Fábia Alves (UFG)
Resumo Geral:
Nas últimas décadas a mobilidade estudantil internacional (MEI) passou a ser considerada de
grande importância na formação de jovens estudantes. Por um lado, cooperações e projetos
de pesquisa internacionais, bem como, programas de intercâmbio discente e docente são
características tradicionais das instituições de ensino superior (IES). Por outro, há o avanço das
políticas neoliberais nas universidades, juntamente com as transformações engendradas pelos
processos de globalização. Em uma análise macro do cenário, a MEI passou a ser vista como
uma estratégia eficiente de criação e consolidação de redes de pesquisa internacionais e de
promoção da circulação do conhecimento e transferência de tecnologias. Para as IES, o envio
de estudantes ao exterior, bem como o recebimento de estudantes internacionais passou a ser
considerado um critério importante para um bom posicionamento nos rankings internacionais.
E, a partir de uma perspectiva individual, a MEI configura-se como uma experiência que,
para além dos ganhos intelectuais – aprendizado de uma nova língua, novas abordagens
metodológicas e teóricas, internacionalização do currículo – contribui para o desenvolvimento
de habilidades interculturais, autoconfiança, empoderamento. Trata-se, portanto, de um
fenômeno complexo e multifacetado, que se dá em diferentes escalas, envolve distintos atores
e é atravessado por interesses políticos, sociais e econômicos. No caso do Brasil, desde os anos
1960 programas de MEI estão presentes no cotidiano das IES. Programas de intercâmbios com a
Alemanha, através do CAPES/DAAD, com a França via CAPES/Cofecub ou com os Estados Unidos
da América em parcerias da CAPES com a Fundação Fullbright ilustram essa tradição. Mais
recentemente, em 2011, o programa Ciência sem Fronteiras (CsF) deu um impulso significativo
para o envio de estudantes brasileiros/as a instituições no exterior, visando contribuir de forma
ativa para a internacionalização da ciência no país. A partir da apresentação de três pesquisas
distintas, esta mesa redonda objetiva discutir as dinâmicas de mobilidade estudantil para o
Brasil. De forma mais específica, busca traçar um perfil de quem são os/as jovens brasileiros/
as que tem podido participar desses programas de MEI, considerando que a intersecção de
distintos marcadores de diferença (gênero, classe social, idade, raça e região de origem)
resultam em oportunidades e experiências diferenciadas. Para além disso, pretende identificar
as motivações e constrangimentos que levam os/as estudantes a se interessarem ou não por
participar em programa de MEI. E, por fim, almeja refletir acerca do impacto da experiência
de MEI no processo de desenvolvimento intelectual, individual e cidadão dos/as jovens. Tal
discussão mostra-se relevante, posto que os investimentos feitos pelo governo brasileiro
para estimular a MEI tem crescido e as pressões do mercado de trabalho por experiências
de internacionalização, conhecimento de diferentes línguas e capacidade de adaptação a
distintos ambientes culturais tem conduzido a que cada vez mais estudantes busquem, através
da participação em programas de MEI, conquistar essas habilidades.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
130
Juventude e ensino médio: existe crise?
Autores(as): Gabriel Carvalho Bungenstab (UFG)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
131
Os jovens brasileiros nas políticas educacionais para o ensino médio: projetos em disputa
Autores(as):: Valdirene Alves de Oliveira (UEG-Campus Inhumas)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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132
Os jovens do ensino médio público e suas narrativas sobre a escola
Autores(as): Miriam Fábia Alves (UFG)
Resumo:
Os jovens não tem interesse no ensino médio? Não se interessam por essa etapa da educação
básica? A flexibilização do ensino médio é a resposta para reformar o ensino médio? Essas
questões aliadas à reforma do ensino médio em curso no Brasil me motivaram a propor tal
comunicação, pois estamos em meio a realização de uma reforma do ensino médio, proposta
pelo governo federal, por meio da Medida Provisória n. 746/2016, que foi aprovada utilizando
como uma argumentação central a “falta de interesse” dos jovens no ensino médio. Nesse
sentido, objetivo debater o tema Juventudes e Ensino Médio, com o recorte nas narrativas
dos jovens estudantes do ensino médio de escolas públicas. A temática será abordada a partir
dos dados levantados pela pesquisa “Juventude em Goiás: vivências em rodas de conversa
com jovens em escolas públicas das cidades mais violentas no Estado — possibilidades de
intervenção”, realizada entre os anos de 2013 a 2016, pelo grupo denominado Condição Juvenil
em Goiás. A pesquisa foi realizada com os jovens do 3o ano do ensino médio de quatro escolas
públicas das cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Luziânia e Rio Verde. A coleta de dados
resultou da adoção de dois procedimentos: aplicação de questionários e realização de rodas de
conversas que foram guiadas por músicas e vídeos, como forma de estimular o debate por meio
de um clima mais dinâmico, de modo que os jovens pudessem se expressar livremente sobre os
temas propostos e a interferência que estes exercem em suas vidas. Pretendo problematizar,
a partir do material coletado nas rodas de conversa, as narrativas que os jovens apresentam
sobre as mudanças no ensino médio. A pesquisa identificou que os jovens reiteram um discurso
de necessidade de mudanças na escola, mas não informam que haja falta de interesse pela
escola, ao contrário, compreendem a escola como um espaço privilegiado para melhoria de
sua condição de vida, e por isso mesmo, necessária para a continuidade dos estudos e dos
sonhos que alimentam de sair da condição de vida atual. Os jovens, mesmo reconhecendo os
limites da escola pública, valorizam o ensino médio e a escola, e reforçam sua importância nas
suas trajetórias de vida. Por fim a narrativa dos jovens indicam que a escola representa uma
dupla possibilidade: melhoria das condições de vida atuais e mobilidade social. No entanto,
outras pesquisas sobre o ensino médio têm indicado que o ensino médio é apenas uma das
exigências para a inserção no mercado de trabalho. dos dados coletados indicam que os jovens
atribuem um papel contraditório para a escola, pois se por um lado eles reconhecem seu papel
redentor, por outro, compreendem os limites da educação na resolução dos seus problemas
mais imediatos. Esse é um desafio a ser enfrentado e problematizado por todos os que estão
envolvidos com o ensino médio.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
133
Diálogos sobre educação e políticas públicas no campo dos direitos humanos: articulações
teóricas e experimentações
Coordenador(a): Nara Maria Forte Diogo Rocha (UFC)
Resumo Geral:
A presente mesa articula três contribuições pertinentes para o debate sobre a participação das
juventudes na construção das políticas públicas no campo dos direitos humanos. As reflexões
aqui apresentadas tratam de processos educativos que transbordam a escolarização formal,
assim como as trajetórias e histórias de vida dos jovens que habitam as escolas e as ruas.
Consideramos que a construção de políticas públicas que ultrapassem as gestões governamentais
precisam estar enraizadas nas preocupações e interesses daqueles a quem se destinam. Para
isso, levar em conta suas vivências como jovens e também como negros e negras, mulheres,
homens, transexuais, pessoas com deficiência, moradores da periferia de cidades interioranas,
estudantes, pobres. Ora vistos como vítimas, ora como algozes, sujeitos politizados ou apenas
reprodutores da cultura massificada do consumo, os (as) jovens transitam e constróem fluxos
dialógicos criativos e interativos que provocam educadores a problematizar os desafios de
nossa sociedade, desafios que marcam seus corpos, seus sonhos, sua realidade presente
e seu futuro. As contribuições aqui elencadas vão tensionar estas questões - dos múltiplos
pertencimentos, dos processos educativos na escola formal e na participação em movimentos
sociais e na construção de políticas públicas - pela via teórica e pela via da experimentação.
Na primeira delas, a autora, que é docente em um curso de Gestão de Políticas Públicas,
articula importantes contribuições no encontro interdisciplinar entre sociologia e educação
para fundamentar a importância do sujeito nos processos de participação. Sugere, portanto
uma reorientação da escola para o aluno como alguém constituído nas suas trajetórias de
vida e possibilidades contextualizadas histórica e socialmente. O segundo trabalho apresenta
a construção da Coordenadoria de Direitos Humanos da Prefeitura Municipal de Sobral em
suas interfaces com as Juventudes. Os jovens são considerados como sujeitos complexos que
compõem uma realidade atravessada pelas temáticas que organizam a coordenadoria: gênero,
deficiência, diversidade sexual e raça/etnia. O terceiro trabalho explicita como o trabalho no
curso de Psicologia articula os eixos da extensão e da docência para dar conta de uma formação
do psicólogo que se faça atravessar pela problematização das temáticas interseccionais que
dizem respeito aos jovens, sobretudo os jovens da periferia de um centro urbano do interior do
Ceará. Concluímos que os paradoxos com relação aos jovens se atualizam e se aprofundam nas
vivências de seus múltiplos pertencimentos, que complexificam suas realidades, exigindo dos
processos educativos que ocorrem dentro e fora das escolas e universidades abordagens mais
dialógicas, horizontais e provocadoras. Entendemos que os transitos entre rua, movimentos
sociais, universidade, gestão municipal e escola são marcados por lugares sociais hierarquizados
e que sua problematização é atravessada por processos educativos complexos, envolvendo
jovens, professores e profissionais em um contínuo aprendizado sobre possibilidades de
construção coletiva. As propostas alinhavam as reflexões derivadas destes percursos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
134
Jovens na articulação das discussões sobre gênero e diversidade sexual, raça/etnia e deficiências:
políticas públicas e direitos humanos em diálogo com a UFC/Campus Sobral
Autores(as):: Nara Maria Forte Diogo Rocha (UFC- Campus Sobral)
Resumo:
Este trabalho visa expor e discutir os resultados apontados pela linha de trabalho que vem
sendo atravessada pela reflexão sobre as juventudes no curso de Psicologia do campus
de Sobral da Universidade Federal do Ceará através da: 1) extensão universitária com o
projeto Diz Juventudes: trajetos e trajetórias de jovens do Norte do Ceará (DIZ); 2) docência
com as disciplinas de Psicologia Aplicada aos Portadores de Necessidades Especiais e
Psicologia do Desenvolvimento e Relações étnico-raciais. O DIZ, articulado ao Laboratório
de Pesquisas e Práticas em Psicologia e Educação (Lappsie), nasce das provocações sobre
a interiorização da construção do VII Simpósio da Juventude Brasileira (JUBRA). A partir da
fundamentação no conceito de interseccionalidade, advindo das epistemologias feministas,
o DIZ metodologicamente se orienta para a intervenção cartográfica e rizomática, testando
suas possibilidades em um campo que se reconfigura a cada imersão. Diversos movimentos
sociais articulando juventudes emergiram na zona periférica de Sobral-CE, movimentos estes
que tematizavam a vivência de jovens nestes contextos a partir do gênero e classe. Funcionar
sem um campo fixo, permitiu a orientação pelos fluxos dos jovens na cidade entremeados
com a participação na constituição de políticas públicas. Quanto à docência e pesquisa, as
trocas com espaços extra campus foi a estratégia metodológica para uma problematização
dos atravessamentos interseccionais, sobretudo no que diz respeito às juventudes. Como
resultados tivemos que a convivência com estes grupos teve como efeito na universidade e na
cidade o fortalecimento da luta pelos direitos humanos. Percebemos que para muitos jovens
da periferia a universidade não era um lugar possível e a convivência com as extensionistas e
pesquisadoras em formação já faz este espaço ser visibilizado como um direito. O projeto DIZ
deu origem a outras iniciativas que tornam mais porosas essas fronteiras. Destacamos aqui: 1)
o projeto Travessias tematiza dentro do curso de psicologia a questão das transexualidades,
e acompanha os jovens que lutam pela constituição de uma política de atendimento para a
população transexual, juntamente com a faculdade de medicina que está a frente com o projeto
Transversar. 2) o coletivo Kilomba, que surge da disciplina de Psicologia do Desenvolvimento
e Relações étnico-raciais, formado por estudantes de Psicologia que desejam problematizar
as questões relativas às mulheres negras. 3) a parceria do Lappsie com a Coordenadoria de
Direitos Humanos da Prefeitura de Sobral, na colaboração com o Fórum de Direitos Humanos
e 4) a constituição da Comissão Regional do JUBRA, articulando ONG’s, Prefeitura, Instituições
de ensino públicas e particulares do ensino superior no fomento ao estudo e pesquisa das
Juventudes Periféricas de Sobral.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
135
Juventude, políticas públicas e participação: discutindo possibilidades dialógicas a partir da
vivência na educação
Autores(as):: Verônica Salgueiro do Nascimento (UFC)
Resumo :
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
136
Juventudes, Políticas Públicas e Direitos Humanos na Região Norte do Ceará
Autores(as):: Maria da Gloria dos Santos Ribeiro (Coordenadoria de Direitos Humanos de
Sobral/CE)
Resumo :
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
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Políticas públicas para a juventude: desafios e perspectivas na luta pela democratização dos
espaços educacionais e no acesso pleno a cidadania
Coordenador(a): Alberto Jose da Costa Tornaghi (PUC-RJ)
Resumo Geral:
A luta por melhores condições de vida para a juventude brasileira agregou na última década
inegáveis avanços no que diz respeito ao acesso à educação, programas de geração de
renda e perspectivas de futuro. Do ensino básico ao ensino superior verificamos uma série
de transformações que de uma forma ou de outra operou no combate às desigualdades
educacionais, propiciando melhor acesso a cidadania à população jovem. Tais conquistas só
foram possíveis mediante a um conjunto de políticas públicas que supriu diversas demandas por
parte da juventude permitindo, por exemplo, uma maior entrada nas Universidades Públicas
e uma maior inserção em programas de capacitação profissional. Nessa perspectiva, ações
como a política de cotas sociais / raciais, programas de financiamento universitário, “programa
universidade para todos” – PROUNI – e programas de assistência à juventude como o PROJEM
- foram primordiais para a consolidação desses avanços no âmbito nacional. É importante
também ressaltar que as referidas políticas públicas para juventude só foram possíveis muito
por conta das expressivas mobilizações da sociedade civil e movimentos sociais que pautaram,
em suas lutas, uma melhor qualidade de vida para a população mais jovem, sobretudo, aquela
que historicamente foi alijada dos processos de inclusão social, como a juventude pobre, negra,
trabalhadora, residente em espaços de favelas e periferias. A proposta de discussão para esta
mesa redonda se insere justamente no esforço de compreender as ações desses movimentos
sociais, verificando as suas potencialidades e o real alcance de suas ações na luta pelas políticas
para a juventude. Especificamente, no caso da cidade do Rio de Janeiro nos interessa debater
as ações dos movimentos sociais diretamente engajados na luta pela democratização dos
espaços educacionais e no acesso pleno a cidadania, por meio de propostas outras, que vão
de encontro às perspectivas tradicionais de educação, dentre elas, a educação popular. Soma-
se a isso a compreensão das trajetórias de jovens estudantes trabalhadores do ensino básico
e a luta dessa mesma juventude para ingressar nos espaços de educação pública do ensino
superior, majoritariamente ocupados por grupos privilegiados. A discussão proposta para esta
mesa redonda também se vincula aos eixos temáticos “Juventude e Movimentos Sociais”, na
medida em que se propõe a entender as trajetórias sociais desses jovens; as violências físicas
e simbólicas que sofrem cotidianamente; a precarização do trabalho a que são submetidos; e
as lutas que travam para superar os diversos obstáculos. Trataremos, por fim, sobre as diversas
formas de mobilização social dessa juventude em torno das políticas públicas, seja por melhores
condições de vida no trabalho, escola, universidade, seja na ampliação das perspectivas de
futuro. Buscaremos discutir, nesse sentido, as diferentes maneiras de engajamento dos jovens
por seus direitos a cidadania, tanto em movimentos coletivos com pautas bem definidas, quanto
em estratégias individuais postas em prática diariamente em espaços formais, informais e não-
formais de educação.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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138
“É nóis que tá, então é nóis que sabe!” Os sujeitos jovens da EJA e seu ensino mambembe:
relações entre escola, trabalho, direitos e cidadania
Autores(as):: Noelia Rodrigues Pereira Rego (PUC-RJ)
Resumo:
Um grande leque se abre quando tomamos para nós o desafio de estudar as juventudes.
Isso porque além de ser uma categoria relativamente nova, em plena “desmistificação” e
“desromantização”, é uma categoria caleidoscópica e, para tanto, com várias nuanças de
classe, cor, idade, gênero e localização geográfica. Em se tratando de juventudes populares,
estudantes da educação de jovens e adultos, a EJA, é ainda mais instigante e desafiador,
dadas suas histórias de vida e trajetórias mambembes. Assim que, durante dois anos nossa
pesquisa etnográfica acompanhou essas juventudes matriculadas no ensino noturno de uma
escola estadual localizada aos pés de um dos mais tradicionais morros da zona norte do
Rio de Janeiro. Diante dos muitos temas que surgiram ao longo das investigações, questões
sobre meritocracia, políticas públicas, qualidade da EJA, currículo, possibilidades de futuro e
mobilidades, direitos e cidadania, foram os assuntos que recortamos e tratamos de analisar
na pesquisa. Pensar numa educação para a cidadania, portanto popular e mais ancorada nas
diversas realidades presentes dentro e fora da sala de aula é entender, e não negar, as inúmeras
violências simbólicas (e mesmo físicas) a que enormes contingentes populacionais juvenis são
submetidos cotidianamente. Promover mudanças em torno do caráter político da educação
significa também atentarmos para as condições materiais das classes trabalhadoras, desse
jovem trabalhador, identificando essas condições na exploração que sofrem diuturnamente,
na falta de acessos e recursos, nas exclusões e discriminações constantes, dentre tantas
outras perversas variáveis que se somam nessa caminhada. É no terreno das incertezas que
essas juventudes irão se aventurar em suas trajetórias de múltiplas e alinhavadas realidades
construídas diariamente na busca constante por sobrevivência. É por meio de seus modos de se
fazer existir que muita das vezes essas juventudes se territorializam e afirmam suas identidades,
contracultura e resistência, por meio de suas culturas próprias e processos de elaboração de
realidades e saberes. Movimentos que trarão o protagonismo e, sobretudo, o entender-se
enquanto sujeito de sua própria história, procurando reivindicar direitos e fomentar políticas
públicas a partir de suas demandas e anseios. Por fim, para gestar um novo processo político-
pedagógico, bem como políticas públicas de juventudes reside emergencial a questão da
troca de uma educação para cidadania a uma educação por cidadania, com o objetivo de
trocar saberes e descolonizar pensamentos e práticas, preparando sim para o futuro, mas sem
visões românticas de um passado de concepções veladas, naturalizadas e esvaziadas. E nesse
processo a educação popular tem muito a somar tanto em espaços formais como em espaços
informais e não-formais de educação.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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139
A luta pela democratização do ensino público superior: o caso estudantes do pré-vestibular
comunitário do centro de estudos e ações solidárias da Maré Rio de Janeiro
Autores(as): Humberto Salustriano da Silva ( Prefeitura Municipal de Quissamã)
Resumo:
É inegável que os primeiros quinze anos do século atual tenha registrado uma série de avanços
no que se refere às políticas públicas de combate à desigualdade educacional no Brasil. As
políticas de cotas raciais e sociais, por exemplo, são exemplos significativos desse período de
mudanças, e a crescente diversificação social em muitos cursos de graduação das universidades
públicas tem sido a prova mais evidente de todo esse processo. Entretanto, ainda não é possível
constatar que alcançamos um grau desejável de democratização dos espaços educacionais
no país, visto o elevado número de jovens pobres e negros que ainda são alijados do direito
pleno à educação. A educação pública do ensino básico ainda é extremamente precarizado; os
jovens estudantes de menor poder aquisitivo são obrigados a ingressar cedo num mercado de
trabalho do subemprego, e os próprios obstáculos de políticas públicas ineficientes impedem
que a juventude concretize sonhos e perspectivas de futuro. Diante desse quadro, diversos
movimentos sociais no campo da educação tem tido um expressivo protagonismo no combate às
desigualdades e na luta pela democratização de espaços públicos historicamente privilegiados.
Especificamente, os pré-vestibulares comunitários tem exercido um papel importante nesse
campo de luta. Tem contribuído para o ingresso de jovens pobres nas universidades públicas
e, na prática, tem gestado em suas salas de aula, um modelo de educação crítica baseado na
desconstrução do eurocentrismo, amplamente amparado nos pressupostos da autonomia do
pensamento. Interessa-nos discutir neste trabalho a experiência particular de estudantes de
um desses pré-vestibulares comunitários, localizados no maior conjunto de favelas do Rio de
janeiro, e que já atua no espaço local há quase 20 anos no campo da educação. Trata-se do
Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM), organização não governamental fundada
e organizada por moradores locais e que já contribuiu para o ingresso de centenas de jovens
das favelas da região, nas mais diversas universidades públicas da cidade. As trajetórias desses
jovens estudantes do CPV-Maré são marcadas por uma série de lacunas educacionais, e por
diversos obstáculos cotidianos que interferiram diretamente em suas biografias. Diante desse
cenário, pretendemos compreender e debater sobre as diversas estratégias estabelecidas por
essa juventude para superar os desafios que lhes são impostos diariamente. Nessa perspectiva,
pretendemos ainda entender as diversas formas de criminalização dos estudantes do CPV-
Maré; a segregação urbana que configura as experiências de cada um deles e as estratégias de
resistências que são construídas ao longo do curso popular. Além disso, também nos interessa
verificar nesse processo, as contradições pedagógicas ao longo do ano letivo no pré-vestibular
comunitário, observando os embates de visões de mundo entre as bagagens de uma educação
tradicional e as propostas de educação popular apresentadas aos estudantes.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
140
Uma escola de arte e tecnologia para o povo
Autores(as): Alberto Jose da Costa Tornaghi (PUC-RJ)
Resumo:
Que escola é essa? Vamos apresentar uma escola de arte e tecnologia que funcionou no Rio de Janeiro
no período de 2009 a 2016. Sua criação foi proposta por um instituto de responsabilidade social
ligado a empresa de telefonia. O instituto criou e apoiou quatro escolas co-irmãs que tinham, cada
uma delas, uma ONG como parceira responsável. Estas atuavam em áreas ligadas ao fortalecimento
da cidadania por meio da comunicação e da educação popular. O objetivo manifesto do instituto é
“utilizar a educação e a cultura como meios para solucionar questões sociais em nosso país”.
As escolas funcionavam em 4 cidades diferentes, todas pólos importantes de disseminação de cultura
e serviços em suas regiões. Essas escolas eram regidas pelo mesmos princípios fundamentais, mas
tinham conformações e projetos de ação definidos localmente. Em todas elas o público-alvo eram
jovens com renda familiar na linha da pobreza ou abaixo dela. Vamos falar aqui da escola que funcionou
no Rio de Janeiro. Os alunos da escola: buscamos constituir uma escola cuja atuação impactasse
em um universo significativamente maior do que a vida pessoal dos alunos que a frequentassem. A
perspectiva era que o trabalho lá desenvolvido impactasse, também, os espaços por onde viviam e
circulavam. Os alunos da escola foram selecionados, por edital público divulgado diretamente em
rádios comunitárias e associações de moradores, seguindo os seguintes critérios: idade entre 15 e
21 anos; morador em comunidade de baixa renda com atuação em grupos comunitários (de grupos
de teatro a igrejas e associações de moradores); renda familiar “per capita” abaixo de um salário
mínimo; cursando ou tendo cursado o ensino médio em escola pública ou comunitária; interesse por
arte e/ou comunicação e tecnologia; conhecimentos básicos de uso de tecnologias digitais. Parte do
processo de seleção era uma oficina da qual participavam um número de candidatos que era quatro
vezes o número de vagas. Isso permitia a candidatos e professores tomar a decisão pelo ingresso ou
não na escola apoiado em vivência real. Áreas foco do trabalho: a escola, originalmente, oferecia
formação em cinco áreas profissionais: Fotografia, Web-design, Animação, Design gráfico e Vídeo.
A partir de 2011, por questões orçamentárias, deixamos de oferecer o curso de webdesign e este
tema passou a fazer parte, como tema transversal, da formação de todos os alunos. A partir de 2012
inserimos no currículo oficina que chamamos de arte digital na qual ampliamos e aprofundamos o
estudo e a produções que envolvem aspectos de automação, projeção mapeada e afins. Além de
aulas dedicadas à aprendizagem dos temas centrais de cada área, havia ainda oficinas nas seguintes
áreas: oficina da palavra, história da arte e da tecnologia, design sonoro e desenvolvimento pessoal
e social - DPS. Resultados: O acompanhamento da vida profissional dos egressos revelou que mais
de 50% deles, em cada turma, dois anos depois de formados, estavam trabalhando na área e com
remuneração muito superior às expectativas que se apresentavam quando do ingresso na escola.
Muitos egressos montaram espaços de atuação em suas comunidades.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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141
EIXO 12: Juventudes, CONSUMO E NOVAS MÍDIAS
Resumo Geral:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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142
Estética da vigilância e novos contextos de governo da juventude no contemporâneo
Autores(as):: Monalisa Pontes Xavier (UFPI)
Resumo:
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Usos e Apropriações da Internet por parte dos Jovens na rede: Estudo de caso Mídia NINJA
Autores(as):: Moema Mesquita da Silva Braga (UNI7)
Resumo:
Entre os anos de 2009 e 2011 foi realizada uma pesquisa de mestrado com o objetivo de
identificar os usos e apropriações da internet por parte dos jovens dos setores populares de
Fortaleza. Para dar conta dos objetivos desta pesquisa, foi necessário olhar com cuidado para
o contexto em que estes jovens estavam inseridos, ou seja, o bairro em que viviam e os lugares
coletivos que acessavam à internet na época – Casa Brasil ( programa de Inclusão) e a LAN
house. Esses contextos foram identificados como importantes mediadores para compreender
a relação entre usuário – jovens – e meio de comunicação. Durante esta pesquisa, pôde-se
perceber o quanto o discurso dos jovens sobre si estava em consonância com os discursos
construídos pelos programas governamentais que fomentavam o acesso à internet, sempre
vinculando o uso da rede a maiores possibilidades de oportunidades e empregabilidade. Com
o passar dos anos, a forma de acessar a internet por parte dos jovens da periferia mudou,
atualmente 47% dos brasileiros possuem smartphones com acesso à internet e o crescimento
maior se deu entre as camadas populares. Os usos dos dispositivos móveis permitem maior
possibilidade de produção de conteúdo na rede. No entanto, mesmo com muitas possibilidades,
os jovens ainda buscam sites e páginas de referência tanto para acessar informações, quanto
para servirem de suportes midiáticos para replicarem seus conteúdos. Assim, surgem na rede
diversas páginas, grupos e coletivos organizados e alimentados por jovens. Uma página de
muita evidencia atualmente é a Mídia NINJA (Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação),
uma página que nasceu no ano de 2013, e que produz notícias de forma colaborativa, tendo
como produtores muitos jovens de vários lugares diferentes. É uma página alimentada
essencialmente por jovens, que de forma independente produzem conteúdos de cunho
político buscando romper com antigos modelos comunicacionais do tipo de um para muitos.
Nesta pesquisa busca-se compreender o funcionamento do coletivo Mídia NINJA, assim como
traçar os discursos construídos pelo coletivo e colocados em circulação na página do grupo.
A análise será realizada a sob a luz de autores como Recuero e Primo, que refletem sobre
as novas formas de comunicação em rede, assim como por Sibilia e Deluze, para discutir os
agenciamentos e a construção de subjetividades por parte dos jovens produtores de conteúdo.
Por meio do método de Netnografia são analisadas as postagens de maior engajamento no
intuito de discutir o papel da juventude na produção de conteúdos colaborativos e quais os
discursos são construídos em torno da mesma. Esse espaço de produção de narrativas de
jovens, por jovens e sobre jovens é concebido como lugar de resistência, frente aos discursos
hegemônicos em ampla circulação.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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144
Vigilância e Resistência na relação Juventude, Dispositivos Midiáticos e Território Escolar
Autores(as): Luciana Lobo Miranda (UFC) e Mauro Michel El Khouri (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
145
Juventude e cultura digital: novos sujeitos, seus afetos e seus laços
Coordenador(a): Vanina Costa Dias (UEMG)
Resumo Geral:
A temática desta mesa tem como objetivo aprofundar o debate sobre a inserção definitiva
da cultura digital na sociedade contemporânea. No tocante às mudanças percebidas na
subjetividade, a juventude certamente constitui o terreno mais fértil para esta assimilação,
o que implica a necessidade de se refletir sobre este processo, particularmente em relação
ao adolescente. Esta constatação justifica-se, de modo especial, por alguns atributos
característicos deste período da vida: uma busca apaixonada por uma identidade que permita
ao adolescente ser reconhecido pelo outro; sua urgência em extrapolar a esfera familiar, com
consequente adesão ao convívio em grupos; uma notável permeabilidade e intensa admiração
pelo novo. Todos esses elementos, somados à curiosidade – que o tornam ávido por novas
descobertas –, põem o jovem na esquadra de frente da navegação na internet. Diante desses e
de diversos outros questionamentos, muitas pesquisas têm sido desenvolvidas com o objetivo
de aprofundar essa discussão. Nessa mesa serão apresentadas pesquisas que tiveram como
referência a inclusão da cultura digital na relação dos adolescentes nas redes sociais, seus
modos de socialização, seus relacionamentos afetivos e sua relação com o saber. Assim, a Profª
Drª Márcia Stengel, do Programa de Pós-graduação de Psicologia da PUC Minas, apresentará
sua pesquisa que teve como objetivo analisar como se estabelecem as relações amorosas dos
adolescentes com o advento da internet. Também pretende investigar se a internet introduz
novas formas de relacionamento afetivo entre adolescentes; compreender os motivos que os
levam a buscarem parceiros amorosos na internet; e, analisar se a internet introduz uma nova
forma de amar ou reproduz as já existentes. A Profª Drª Nádia Laguárdia de Lima e o doutorando
Márcio Rimet Nobre, do Programa de Pós-graduação de Psicologia da UFMG, debaterão sobre
sua pesquisa que investiga as relações dos sujeitos com o saber no contexto das tecnologias
digitais. Esta proposta surge a partir de questionamentos como a forma que a virtualidade dos
meios técnicos interfere nas relações do sujeito com o saber; como se dá a transmissão do saber
na cultura virtual; o modo como as tecnologias digitais interferem na relação professor-aluno e
o lugar da escola hoje. E, finalmente, a Profª Drª Vanina Costa Dias, da Faculdade de Educação
da UEMG, apresentará a pesquisa na qual, a partir da categoria de gênero proposta por Scott
(1990), conceito que revela os sentidos socialmente construídos para as diferenças entre os
sexos, analisou qualitativamente os dados quantitativos produzidos e disponibilizados pelo TIC
Kids Online Brasil (2012 a 2015), questionando se as diferenças convertidas em desigualdades
produzem relações assimétricas de poder, reservando às meninas posição de subalternidade e
aos meninos de dominação também nas relações estabelecidas no espaço virtual.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
146
Adolescentes na rede: inovações e reproduções das relações de gênero
Autores(as):: Vanina Costa Dias (UEMG)
Resumo:
A cultura digital ou a cibercultura é uma complexa realidade que inclui todos os artefatos,
produtos, comportamentos individuais ou coletivos, conceitos e ideologias que surgiram
diretamente da implementação dessas novas tecnologias (Tápias, 2003). Está claro para
todos que a participação em comunidades virtuais é comum entre adolescentes de todo
mundo e principalmente entre os brasileiros. Além de possibilitar a comunicação entre eles,
o ciberespaço cria uma teia de relações que permite o compartilhamento de emoções e
experiências de aprendizagens. Esses dispositivos possibilitam aos adolescentes articularem-
se, desenvolver reflexões, que geram mudanças de percepção sobre cotidiano e as relações de
gênero. Assim, as redes sociais configuram-se como um importante elemento na constituição
da subjetividade desses adolescentes. A partir da categoria de gênero proposta por Scott
(1990), conceito esse que revela os sentidos socialmente construídos para as diferenças
entre os sexos, pretende-se analisar qualitativamente os dados quantitativos produzidos e
disponibilizados pelo TIC Kids Online Brasil (2012 2013 e 2014). Tais diferenças convertidas
em desigualdades produzem relações assimétricas de poder reservando às mulheres posição
de subalternidade e aos homens de dominação. Embora as redes sociais sejam espaços de
inovações, também reproduzem as estereotipias tradicionais de gênero. Em relação aos usos,
percebe-se que as meninas conectam-se com mais frequência para compartilhar experiências
afetivas, fotos de festas ou viagens com as amigas virtuais. Quanto aos meninos, o uso mais
frequente é o de acessar jogos e filmes com conteúdo de lutas e disputas. Diante dessas
diferenças já confirmadas, é possível questionar em que sentido meninas e meninos estarão
mais sujeitos aos riscos possibilitados pela internet em seus modos de acesso, e ainda de que
forma constituiriam um saber para lidar com os perigos possibilitados pela virtualidade. Indo
em outra direção, e pensando a relação de gênero no sentido da diversidade, carregando a
valorização das diferenças e das identidades em seu sentido mais amplo (raça, classe, opção
sexual, grupos etc.) é possível refletir sobre essa diversidade e desconstruir significados que
foram socialmente construídos para dar visibilidade às diferenças que também aparecem na
virtualidade? Para responder essas questões, além da análise dos dados trazidos pela pesquisa
TIC Kids, foram desenvolvidas entrevistas/ rodas de conversa com adolescentes usuários de
internet que foram convidados a partir de contato em escolas publicas e particulares, e a para
realizar uma leitura desse material, foi utilizado o referencial teórico da Psicologia Social em
diálogo com autores da teoria de gênero e das ciências sociais que analisam a cultura digital.
Palavras-chave: Adolescência; Relações de Gênero; Virtualidade.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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As relações amorosas: adolescentes e a virtualidade
Autores(as):: Márcia Stengel (PUC-Minas)
Resumo:
A pesquisa teve como objetivo analisar como se estabelecem as relações amorosas dos
adolescentes com o advento da internet. Também investigou se a internet introduz novas
formas de relacionamento afetivo entre adolescentes; compreender os motivos que os levam
a buscarem parceiros amorosos na internet; e, analisar se a internet introduz uma nova forma
de amar ou reproduz as já existentes. A adolescência pode ser definida como um tempo
(psíquico e sociocultural da puberdade) e um trabalho (essencialmente psíquico de integração
dos novos dados da puberdade na história do sujeito), em que o indivíduo vive suas primeiras
experiências afetivo-sexuais, que participam na organização de sua vida e construção subjetiva.
Atualmente, a liquefação dos laços sociais determina fluidez e superficialidade que afeta os
relacionamentos humanos, desvalorizando os sentimentos e incentivando a experimentação
sexual livre e descompromissada. Os adolescentes estão nesta lógica e usam a internet como
base de experimentação de suas identidades, vivenciando novas formas de sociabilidade,
incluindo a busca por relacionamentos afetivos. A presença da virtualidade introduz uma
nova forma de presença, que tem efeitos sobre a subjetividade. A complexidade das relações
entre o virtual e o presencial nos levou a interrogar a natureza dos relacionamentos que se
constituem na realidade virtual, suas motivações, especificidades e efeitos sobre os sujeitos.
Essa pesquisa se pautou pela metodologia qualitativa, em que foram realizadas 10 entrevistas
semiestruturadas presenciais com jovens de ambos os sexos de 18 anos de uma universidade
particular de Belo Horizonte, abrangendo cursos de distintas áreas e turnos para que houvesse
maior diversidade de sujeitos. A análise dos dados foi realizada a partir da análise de conteúdo
e da análise de discurso. As redes sociais são percebidas pelos adolescentes como um meio
para aproximar as pessoas. No que tange os relacionamentos amorosos, eles afirmaram que
elas auxiliam nas relações na medida em que possibilitam as conversas, trocas de mensagens e
fotos. Por outro lado, ela dificulta na medida em que as pessoas podem enganar e ser enganadas.
Não houve um consenso entre os entrevistados quanto à traição, à exceção da percepção de
que a internet a facilita a traição, pois traz um número maior de possibilidades de conhecer e
encontrar pessoas. No que diz respeito às relações amorosas, os entrevistados, em sua maioria,
estabeleceram uma fronteira entre os mundos público e privado. Eles afirmam que não se deve
postar coisas íntimas na internet para que não haja muita exposição e porque acreditam que
aquilo que é da intimidade não é para ser compartilhado com qualquer pessoa. Percebemos
que valores às vezes divergentes, como a lógica do amor romântico e do amor líquido, se
fazem presentes no cotidiano dos adolescentes. Concluindo, a internet é uma ferramenta
amplamente usada pelos adolescentes, que varia o tipo de uso e a quantidade entre eles, mas
não é descartada por nenhum como algo primordial em suas vidas, especialmente para suas
relações sociais, incluindo aí os relacionamentos amorosos.
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Saber e transmissão na cultura digital
Autores(as): Márcio Rimet Nobre (UFMG) e Nádia Laguárdia de Lima (UFMG)
Resumo:
A cultura digital é uma complexa realidade que surgiu da implementação de novas tecnologias
de informação e comunicação. A revolução tecnológica no campo da comunicação transforma
todo dado em informação e a informação generalizada é a nova forma de saber absoluto.
O objetivo central desta pesquisa é investigar as relações de adolescentes com o saber no
contexto das tecnologias digitais. A proposta surge de diversos questionamentos que se
impuseram a partir da constatação dos efeitos das tecnologias da informação e comunicação
no universo escolar. Na investigação que daí se originou, vem sendo utilizada como principal
recurso metodológico a conversação em grupos, em que os adolescentes, alunos de escolas
públicas de Belo Horizonte são convidados a falar livremente sobre sua relação com a
internet e também com o contexto escolar. Na leitura desse material, o referencial teórico da
psicanálise é utilizado em diálogo com autores da comunicação, da educação, da antropologia
e das ciências sociais que analisam a cultura digital. Este tema é extremamente relevante
em função da sua atualidade e da escassez de pesquisas publicadas sobre o tema. Vivemos
na cultura digital, entretanto, o espaço escolar tem funcionado completamente à parte da
sociedade informacional, mesmo quando utiliza alguns aparelhos tecnológicos em sala de aula.
A crise da instituição escolar foi agravada com o desenvolvimento tecnológico, que reforçou
o declínio da autoridade do educador e o desinteresse dos jovens pelo saber acadêmico. Os
campos pedagógico e virtual se mostram incomunicáveis e os professores se sentem cada vez
mais ameaçados pela forte sedução que a virtualidade exerce sobre os jovens. O desinteresse
pelas atividades acadêmicas contrasta com o vivo interesse dos jovens pela invasão imagética
ou pela leitura e escrita no universo virtual (Lima, 2014). Mas, se a escola é hoje desvalorizada
como instituição social de transmissão do saber, ela continua exercendo importante função de
socialização para os jovens. Como aliar a função de socialização com a transmissão pedagógica
no espaço escolar? Como recuperar a função educativa da escola? É possível recuperar o desejo
de transmitir do professor, que se encontra tão desencantado pela prática educativa? Educar
no contexto da virtualidade requer, fundamentalmente, considerar as possibilidades e formas
atuais de pensamento dos alunos, com a tecnologia que eles manejam (Bloj, 2011). O capital
cultural não pode ser diluído pela mídia ou monopolizado pelo mercado. O saber é patrimônio
de todos. Em épocas de globalização os conhecimentos não podem ser expropriados, mas
devem, mais do que nunca, ser apropriados para serem compartilhados. O direito à educação
pode ser ampliado com as tecnologias digitais. Considerando que a dimensão da virtualidade,
introduzida pelas tecnologias digitais, acrescenta grande complexidade aos processos de
ensino-aprendizagem ao modificar radicalmente as formas tradicionais de aquisição de
conhecimento, o projeto busca investigar a relação dos adolescentes com o saber na cultura
digital, propiciando que os próprios adolescentes possam refletir sobre este uso.
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149
Crianças e jovens youtubers: desafios da participação na sociedade do consumo
Coordenador(a): Inês Silvia Vitorino Sampaio (UFC)
Resumo Geral:
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150
Crianças, Adolescentes e Jovens Youtubers: quem fala?
Autores(as):: Ines Silvia Vitorino Sampaio (UFC)
Resumo:
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151
Infância e publicidade na internet: modos de anunciar em canais e youtubers crianças
Autores(as):: Pâmela Saunders Uchôa Craveiro - UFF
Resumo:
Nas sociedades contemporâneas, os sentidos culturais têm se organizado cada vez mais a partir
das mídias que, como parte da cultura, mediam a relação entre os sujeitos e a cultura mais
ampla, promovendo, dessa forma, modificações nas interações coletivas (FANTIN, 2006). Essas
modificações mediadas pelas mídias têm exercido influência também na vida cotidiana das
crianças, ocorrendo o que Buckingham (2002) denomina infância midiática. Para o autor, cada
vez mais parece que as experiências cotidianas das crianças são preenchidas por histórias,
imagens e objetos produzidos por gigantescas empresas midiáticas de atuação global. Essas
instituições comerciais tornaram-se os “professores” do novo milênio, na perspectiva de que
oferecem às crianças valores, padrões e modelos de comportamento (STEINBERG e KINCHELOE,
2001). Desse modo, ao pensarmos sobre a experiência da infância contemporânea, temos que
considerar a relação da criança com o ambiente midiático e suas implicações decorrentes da
lógica comercial que a estrutura e se materializa na publicidade (SAMPAIO, 2006). Em meio
ao cenário atual do crescimento do acesso infantil à internet (TIC KIDS ONLINE BRASIL, 2014,
2015) e do aprimoramento das tecnologias, novas possibilidades de estratégias publicitárias no
ambiente on-line surgem a todo momento e contribuem para tornar mais complexa a relação
entre infância e publicidade. Esta proposta de apresentação se propõe a exibir e discutir dados
de uma investigação em curso acerca das estratégias publicitárias presentes nos canais de
youtubers mirins. Esse termo é usado para denominar as crianças que mantém canais no site
YouTube e produzem vídeos com temáticas variadas. Algumas dessas crianças possuem grande
popularidade, são seguidas por milhares de fãs e seus vídeos possuem milhões de visualizações,
o que as tornam relevantes para o mercado publicitário. É comum visualizar, nos canais dos
principais jovens youtubers, vídeos com relatos de suas experiências com produtos “doados” a
eles por marcas específicas, além de relatos de viagens e passeios patrocinados por empresas.
Dados preliminares, levantados por meio de análise de conteúdo (BARDIN, 1975) aplicada aos
canais dos principais youtubers mirins do Brasil, indicam que, nesses espaços, a comunicação
publicitária se apresenta de forma contextualizada ao conteúdo dos vídeos. Nesse cenário,
percebe-se um processo comunicativo mais penetrante, que prioriza a participação ativa da
criança como consumidora e promove um embaçamento das fronteiras entre o que é e o que
não é publicidade. Além de dificultar a identificação do conteúdo publicitário por parte do
público infantil, esse modelo de comunicação publicitária, que oferece conteúdo midiático
sem um apelo evidenciado ao consumo do produto ou marca que o patrocina, dificulta a
identificação da intensão persuasiva por trás daquele conteúdo narrativo. Em um país em que
a comunicação mercadológica dirigida à criança é considerada abusiva, precisamos discutir a
respeito das dimensões éticas dessas estratégias publicitárias veiculadas em espaços on-line
reconhecidos socialmente como para crianças.
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152
Youtubers mirins: publicidade dirigida à criança na rede
Autores(as):: Livia Cattaruzzi Gerasimczuk (Instituto Alana)
Resumo:
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GRUPOS DE TRABALHO
COMUNICAÇÕES ORAIS
Obs: os trabalhos do GT 20 foram realocados para outros grupos.
GT 01 - A dimensão coletiva das práticas culturais juvenis
Coordenadores: José de Souza Muniz Jr. (UECE), Lucas Amaral de Oliveira (USP),
Maria Carolina de Vasconcelos e Oliveira (CEBRAP)
Resumo Geral:
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155
Interculturalidade e as práticas de educabilidades no movimento hip hop (Crato-CE)
Autores(as): Laelba Silva Batista (UFC), Joselina da Silva (UFRRJ), Luiz Carlos Carvalho Siqueira
(URCA)
Resumo:
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156
Relato sobre o estudo dos Direitos Universais da Criança com adolescentes de uma escola
pública: o RAP como representação artística
Autores(as): Carla Renata Braga de Souza Martinez (Faculdade Maurício de Nassau - Fortaleza),
Alysson da Silva Lopes (Faculdade Maurício de Nassau), Camila de Fátima Barros Dias (Faculdade
Maurício de Nassau), João Lucas Lima Façanha (Faculdade Maurício de Nassau), Luciana Mara
Barros de Sousa (Faculdade Maurício de Nassau)
Resumo:
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(Re)Inventar e (re)imaginar: O ‘’Território Encantado’’
Autores(as): José Eduardo Gama Noronha (Centro Camará de Pesquisa e Apoio à Infância
e Adolescência), Daniela Yone Uechi (Centro Camará de Pesquisa e Apoio à Infância e
a Adolescência), Valéria Alves da Silva (Centro Camará de Pesquisa e Apoio à Infância e
Adolescência)
Resumo:
“Oi, Tudo bem? Como vocês estão? Sou uma Agnoma! Por que Agnoma? Porque não sou tão
grande quanto um humano nem tão pequena quanto um gnomo. Eu estava dormindo já faz um
bom tempo! É porque ninguém vem me visitar, caramba! Onde vocês estavam? Oi você, qual
seu nome? E você, opa, eu conheço esse rosto! E esse, esse, esse, esse não, esse aqui acho que
sim, hã, esse, não ou sim, nem sei! Meu nome é Estrela Construtora, alguém lembra por que eu
vim pra cá? - Porque você sentiu o cheiro daqui e veio ajudar a construir o Território Encantado!
– disse um dos pequeninos seres.- ISSO! - gritou a Agnoma”. O Território Encantado é uma
experiência que nasce da construção conjunta entre crianças, adolescentes e educadores do
projeto “Nossa escola é em todo Lugar”, iniciado em 2016 e executado pelo Centro Camará de
Pesquisa e Apoio à Infância e Adolescência, na cidade de São Vicente/SP, ONG com missão de
contribuir para a construção de uma sociedade equânime por meio da defesa e promoção dos
direitos humanos de crianças e adolescentes. O projeto, a partir do referencial da pedagogia
e psicologia social e o conceito de transdisciplinaridade, entende o corpo como o instrumento
principal para uma alfabetização integral, portador de uma potencia de criação e capaz de
abrir fissuras para as multiplicidades e manter uma postura crítica em relação às violências
institucionais, violências estas que são cotidianas nas vidas dos jovens moradores dos bairros
Vila Margarida e Jardim Dolores, territórios de alta vulnerabilidade social na cidade de São
Vicente. Um andar inteiro não utilizado, alguns panos coloridos, objetos diversos e, sobretudo,
a imaginação. A produção deste espaço-tempo encantado partiu dos desejos dos jovens de
construírem um lugar de criação de histórias e de transformação em personagens de contos
de fadas e filmes: rainhas, bruxas com poder de congelar ou controlar sonhos, em médicos e
detetives, mas também de invenção criaturas e seres novos, quimeras de gênero, etnia, espécie,
planeta, seres sem nome nem forma definida: devir-pássaro, devir-bruxa, devir-agnoma,
devir-mulher, devir-criança. Com o pouco que ali se encontra, são reproduzidos conflitos,
estereótipos, mecanismos de sujeição, escancara-se a vida-nua de que fala Agamben, mas
também inventa(m)-se a si e um mundo. O Território Encantado objetiva a experimentação
de novos modos de conviver e de se relacionar com o corpo, com as identidades, com o outro
e com os territórios, desestruturando formas cristalizadas, a partir da arte do imaginar e da
potência do brincar. A cada semana, a cada encontro, a cada novo membro deste lugar que
nasceu em um andar de salas inabitadas, o Território é performado e se transforma conforme
as necessidades, os desejos e a precariedade, se espraia, multiplica-se em outros Territórios a
cada troca com outros coletivos. O território e suas criaturas viajam sem cessar, nem que seja
no mesmo lugar. Ainda hoje e agora, o Território está lá, a espera de quem vá (re)imaginá-lo,
(re)inventá-lo, com um(a) Agnoma a espera de novos camaradas.
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158
Desenho, arte e criatividade: projeto pedagógico em território juvenil de experiências coletivas
Autores(as): Leidy Dayane Paiva de Abreu (AJIR), Aretha Feitosa de Araújo (UECE), Germana
Maria da Silveira, Raimundo Augusto Martins Torres (UECE)
Resumo:
As juventudes vêm ocupando diversos espaços, como no caso das associações comunitárias
juvenis. Esses cenários são relevantes pelas crescentes mobilizações das juventudes nos
coletivos jovens, e também pela amplitude de suas expressões na arte, na cultura, na leitura
de mundo e na construção de novas formas de sociabilidade nas áreas da cultura popular.
O objetivo do trabalho é descrever as experiências práticas e coletivas de desenho, arte e
criatividade do projeto pedagógico em território juvenil da Associação dos Jovens do Irajá/
AJIR. O GT de Juventudes, artes e cultural tem relação clara com a proposta pedagógica que
apresenta a experiência de um coletivo jovem por meio de expressões artísticas e culturais
como desenhos e redações na AJIR/ Biblioteca 21 de Abril, com a participação ativa enfermeira,
representante da AJIR, com acompanhamento pedagógico e logístico das ações junto a 25
jovens, com faixa etária de 10 a 25 anos. As atividades acontecem semanalmente aos sábado de
8h ás 12h na Biblioteca 21 de Abril, Irajá, distrito de Hidrolândia/CE. A escolha pelo termo jovem
se expressa no sentido de que estes sujeitos estão imersos em contextos culturais diversos,
portanto, produzindo arte e cultura mediadas pelos cotidianos de suas experimentações e
vivências em grupos em território de produção de vida. O espaço de Educação Popular foi
construído com o desejo dos jovens de implantarem uma biblioteca comunitária no distrito de
Hidrolândia, nos anos 80, logo a juventude fez a ocupação permanente do espaço doado pela
Prefeitura e fundam a Biblioteca 21 de Abril, denominada assim, por ser criada nesta mesma
data em que realizam a sua reforma e organização do espaço a qual passa a se tornar sede
da Associação. As juventudes apresentaram suas redações e desenhos, além de apresentação
teatral de palhaços sobre a semana do natal, dezembro de 2016. As atividades culturais
permitiram uma rica discussão sobre o significado do natal. A liberdade dos diálogos no grupo
e das expressões artísticas das juventudes proporcionaram resultados satisfatórios, com
estabelecimento de vínculos e troca de saberes acerca do tema, com diálogos e apresentações,
em que foi visto que o natal simboliza para esses atores sociais sonhos, realizações pessoas
e profissionais, a importância da família, amigos, da AJIR e as lembranças de suas histórias.
A educação popular por meio da arte e cultura proporcionou a apresentação de significados
que os jovens constroem em suas vivências, promovendo o solidaríssimo comunitário e troca
de experiência na reflexão com ação, pois as manifestações culturais se colocam como um
caminho pelo quais as pessoas ganham significação enquanto sujeitos e conquistam o mundo
para a sua libertação. A experiência favoreceu incentivou e estímulo à utilização e à expressão
de diferentes formas de linguagem e representação da realidade das juventudes.
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159
Picadeiro pedagógico: práticas educativas com arte, aprendizagens e afetos
Autores(as): Maria Dilma Andrade Vieira dos Santos (UFPI), Shara Jane Holanda Costa Adad
(UFPI)
Resumo:
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Consumo, Cultura e Subjetividades: experiência da juventude no consumo de bens culturais
Autores(as): Julia Remigio Marques (UFPE)
Resumo:
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161
Comunicação, consumo e memória: da cena cosplay a outras teatralidades juvenis
Autores(as): Mônica Rebecca Ferrari Nunes (ESPM/SP)
Resumo:
Este relato refere-se à pesquisa Comunicação, consumo e memória: da cena cosplay a outras
teatralidades juvenis, com apoio do CNPq (Edital Chamada Ciências Humanas, Sociais,
Sociais Aplicadas/MCTI/CNPq/MEC/CAPES n. 22/2014). O trabalho foi coordenado por esta
pesquisadora e levado a cabo pelo grupo de pesquisa em Memória, comunicação e consumo,
junto ao PPGCOM-ESPM, São Paulo. A pesquisa, já um desdobramento de trabalho anteriormente
realizado também com financiamento do CNPq sobre a cena cosplay, objetiva investigar as
relações estabelecidas entre a cena cosplay e as cenas medievalista, steampunk e revivalista,
coletivos juvenis que frequentam a cena cosplay e também fazem uso da performance e
conferem à cidade certa teatralidade pública graças ao consumo e à circulação de formas
estéticas. Pergunta-se, sob a forma do problema: como as teatralidades das cenas medievalista,
steampunk e revivalista podem ser constituídas? Quais características podem ser igualadas às
da cena cosplay anteriormente cartografada? Quais são diferentes? Como, nestas cenas, estão
acionados os nexos entre consumo midiático-material e a memória cultural, tendo em vista
que todas as cenas constroem temporalidades e espacialidades voltadas ao passado por meio
da representação de um “outro”? Quais as dimensões desta memória? Quais seus operadores?
Como objetivo geral, a pesquisa quer verificar lógicas e estratégias da produção das cenas
medievalista, steampunk e revivalista na cidade de São Paulo e em outros centros urbanos
como Belo Horizonte e Rio de Janeiro, comparando-as com as lógicas e estratégias da cena
cosplay já cartografadas em pesquisa citada. Segundo ementa do GT 01, quer-se “entender
as formas de conexão intersubjetiva (grupo, agrupamento, coletivo, coletividade, turma,
fração, geração etc.) e os espaços objetivos nos quais tais práticas se desenvolvem (tribo,
subcultura, cena, circuito, rede, mundo, campo etc.). Nessa medida, pretende-se fomentar (...)
a discussão sobre as condições de possibilidade dessas práticas no contexto contemporâneo”,
o que se liga diretamente ao propósito desta pesquisa que se volta à compreensão das cenas
e teatralidades desenvolvidas por coletivos jovens empenhados na rememoração de épocas
passadas por meio de criações estéticas e ficcionais, isto é, artísticas e culturais, vertentes do
Eixo Temático 8. A orientação teórica tem como fundamento a Teoria Semiótica da Cultura
de Tártu-Moscou. O trabalho é multimetodológico, conta com a flâneurie para as capturas de
relatos coletados no campo que ocorrem em treze eventos de animes e específicos e, também
com pesquisa bibliográfica sobre consumo, memória e juventudes. Podemos apontar como
alguns dos resultados e conclusões o fato de que estas cenas são sintomas das culturas da
memória e do consumo. As razões para acionar textos culturais emocionalmente competentes
no continuum da semiosfera são muitas, à medida que o presente e seus imperativos de ordem
social, econômica, política, estética, cultural podem gerar o desejo deste passado indefinido
(re)inventado por signos atuais.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
162
Cenas de intolerância: Nada disso é com você!
Autores(as): Monique Dias de Oliveira (IFRN-Campus São Paulo do Potengi), Isabelle Araújo da
Silva (IFRN-Campus São Paulo do Potengi)
Resumo:
O presente relato de experiência estética e vivências coletivas tem por objeto o Projeto
Experimental de Teatro intitulado “Nada disso é com você!” que foi produzido no ano de
2015, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, no
Campus São Paulo do Potengi, com jovens adolescentes, estudantes dos cursos Técnicos de
Nível Médio. Apresenta-se, sucintamente, os procedimentos artísticos para construção da
encenação e as repercussões desse processo para os jovens atuantes envolvidos. A encenação
surgiu ao constatar que temas polêmicos, tais como a intolerância religiosa e étnica, a
homofobia e o abuso sexual infantil eram assuntos que estavam “viralizando” entre os jovens,
adquirindo uma dimensão simbólica diante dos “casos da vida real” que eram divulgados, e
compartilhados nas mídias sociais. A dificuldade de abordagem desses temas nas disciplinas
da área de humanas, dentre outros fatores ocorrem, devido a currículos que não dialogam com
o contexto contemporâneo dos jovens e nesse sentido a abordagem pela via da linguagem
teatral abre possibilidades de reflexões e discussões interdisciplinares. Os desafios eram, além
da complexidade da temática, iniciar um experimento com estudantes que desconheciam
a metodologia de trabalho da professora recém-chegada ao campus, vinda de um contexto
urbano distante da realidade cotidiana dos estudantes daquela cidade do interior potiguar.
Formado o grupo de atuantes, partiu-se para o processo de encenação, orientada pela
metodologia do “modelo de ação”, proposta pelo encenador Bertolt Brecht, para o exercício
de peças didáticas. A metodologia visa estruturar o trânsito entre a apropriação crítica do
texto e sua relação com a cena. O trabalho coletivo utilizou como “modelos de ação”: notícias
de jornal, pequenos textos e imagens de publicações da web, experienciando o jogo teatral
para apropriação crítica do texto e sua exploração em ações físicas até a construção da
cena. A proposta inicial era trabalhar todos os casos com cinco atuantes, para que todos se
apropriassem dos textos sem focalizar em uma única personagem, ampliando a visão crítica
e a experiência estética dos participantes. Tínhamos um grupo composto por sete jovens, e ao
longo do processo, todos foram conquistando seu lugar na encenação, criando uma trajetória
“work in progress”, um procedimento que desconstrói paradigmas de construção da narrativa
e aponta para uma estética contemporânea. A construção incluiu todos os atuantes e cada
apresentação era um novo processo de descobertas. Em cena: 4 repórteres, 1 telespectador e 1
internauta indiferentes e 1 telespectador crítico, posicionados diante de uma “tela imaginaria”,
formada pela plateia. Os casos jornalísticos eram narrados de forma a romper com a linearidade
do texto, apresentando visões críticas sobre casos de intolerância. Ao final, eram projetadas
imagens e manchetes reais que provocavam o público, identificando-os como indiferentes,
pois nada daquilo era com eles. As repercussões para os envolvidos no experimento foram
positivas, pois possibilitarem trocas diferenciadas com os diversos públicos, apresentando
reações inesperadas quanto à recepção.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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163
“‘Tamo’ junto o ano inteiro” Sociabilidades juvenis e quadrilha junina na cidade
Autores(as): Ricardo Cruz Macedo (UFPB)
Resumo:
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164
Projeto Salve Rainha: insistência, resistência e existência da arte e da cultura na cidade de
Teresina
Autores(as): Renata Fortes Monte Franklin (FAR), Camila Fortes Monte Franklin (UFPI)
Resumo:
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165
“Meu corpo grita rima”: uma etnografia do Slam da quentura de Sobral-CE
Autores(as): Maria Aline Sabino Nascimento (UVA)
Resumo:
O presente trabalho visa investigar uma experiência relacionada à poesia de rua e juventudes
desenvolvida na cidade de Sobral-Ce. Nesse sentido, o poetry slam, ou apenas slam, nasceu
nos Estados Unidos, na cidade de Chicago. É uma competição de poesia, realizada na rua e
traz a característica da junção de poesia falada e performance. Em Sobral-CE, o grupo recebeu
o nome de Slam da quentura, em homenagem ao clima quente da cidade. Sendo pioneiro no
Estado do Ceará, sua primeira apresentação aconteceu no dia 18 de março de 2017. O evento
é organizado por um núcleo orgânico de cinco pessoas e envolve jovens da periferia, negros/
as e LGBT’s, que se apresentam na Praça Quirino Rodrigues, ou praça do FB como é conhecida.
O Slam da quentura é realizado duas vezes ao mês e a competição funciona da seguinte
forma: cada pessoa recita uma poesia autoral, com um tempo máximo de três minutos e é
julgado por um júri popular. Os poetas são chamados de slammer e os jurados são pessoas da
plateia, escolhidas aleatoriamente pelo slam máster (apresentador). Esse trabalho objetiva
compreender como ocorrem as construções de corpos-memória, bem como sua relação com a
arte verbal e a performance no contexto do Slam da quentura. A metodologia empregada para a
construção dos dados da pesquisa foi de base etnográfica, considerando as reflexões acerca do
envolvimento e da presença da pesquisadora entre as/os sujeitas/os envolvidas/os no evento.
A etnografia teve início em março de 2017, e para este trabalho considerei os dados recolhidos
até abril. Além do método etnográfico, também fiz uso de entrevistas semiestruturadas com os
participantes. Alguns questionamentos que me surgiram enquanto pesquisadora foi como eu
iria manter a premissa da imparcialidade e distância mínima entre pesquisador/a e seu objeto
de estudo, dada a minha condição êmica (nativa)? Como iria eu analisar corpo e poemas que
também eram meus? Procurei, como disserta Da Matta (1974), tornar o familiar em exótico.
Com base na pesquisa desenvolvida, constatei que três marcadores sociais da diferença se
articulam para a efetivação das experiências dos/as poetas que participam do slam: raça,
classe e gênero. O que é apresentado através das palavras rimadas é uma realidade social que
perpassa os corpos e poemas de cada slammer. Os/as slammer rimam situações sociais que
fazem parte de suas vidas, tais como a vida na periferia, o racismo, o machismo e a LGBTfobia.
Em outras palavras, cada poeta fala daquilo que lhe afeta. O Slam da quentura mostra em suas
interfaces corpos e poesias construídos e transpassados por uma realidade social e um rede
de poder, discursos e papéis. Ao trabalhar autores como Deleuze e Guatarri, Foucault, Paola
Berenstein Jacques, cheguei à conclusão que esses poetas de rua são e representam um corpo-
político e um corpo-memória, que ocupa lugares da cidade onde eles são estranhos.
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166
Reconfiguração dos campos de participação juvenil: Ação coletiva na ocupação Casa Amarela
Quilombo Afroguarany
Autores(as): Daniela do Nascimento Rodrigues (Secretaria Municipal de Educação de São Paulo)
Resumo:
Essa pesquisa trata do tema da juventude e participação cultural na Cidade de São Paulo.
Como objeto de estudo, a pesquisa se debruçou em conhecer e analisar as ações culturais de
artistas e coletivos juvenis que ocupam o Quilombo Afroguarany Casa Amarela. A intenção é
partir da análise macro da conjuntura das mobilizações que ocorreram na cidade em 2013
que tinha como objetivo a concretização do passe livre estudantil. A partir daí adentramos o
processo de organização interna que os coletivos juvenis construíram para existir e resistir na
ocupação da Casa Amarela, objeto deste estudo. De início é importante contextualizar que a
cidade de São Paulo é campo de disputa urbana entre os movimentos sociais e organizações
empresariais que fomentam a especulação imobiliária. Partimos da cartografia São Paulo
Ocupada - Cartografia das Juventudes Insurgentes na Cidade de São Paulo, coordenada por
Aluízio Marino. Observando atentamente a cartografia, damos conta que a cultura e a arte
estão na centralidade de muitas lutas dessa juventude urbana. Nesse sentido, observamos nos
processos internos de articulação desses/as novas formas de ressignificação da participação
juvenil neste contexto. O interessante na análise dessas ações é poder identificar o que
permanece e o que é (re)inventado nos modos de mobilização dos/as jovens. Tomando como
ponto de análise a organização de uma das ocupações culturais identificadas na cartografia
como Casa Amarela Quilombo Afroguarany, trataremos da singularidade de uma juventude
localizada num determinado território central urbano, que elabora processos de participação
democrática interna a partir de suas impressões como sujeito social, que lida e ressignifica o
que a sociedade lhe impõe como condição juvenil. Nesse sentido, identificamos características
no processo de ocupação, como a autogestão e organização dos espaços, o fato de ser um
movimento apartidário e, de agregarem várias bandeiras sociais. O objetivo principal era
compreender e descrever como se dá o processo de gestão da ocupação, bem como os espaços
de participação democrática nos momentos de decisão. Neste sentido, optou-se em conhecer
os coletivos que integram a gestão da ocupação, compreender e analisar como se dá o processo
de participação cultural desses/as jovens e o diálogo, o processo de planejamento conjunto e
o papel da cultura como campo privilegiado para a sociabilidade e visibilidade juvenil. Temas
como a socialização e a sociabilidade juvenil, o entendimento de direito à cidade, a cidadania
cultural, cultura periférica, participação cultural, cidadania ativa, resistência e empoderamento
são apontados neste estudo com as colaborações das fontes bibliográficas de autores/as como
David Harvey, Helena Abramo, Paulo Carrano, Juarez Dayrell, Luiz Antônio Groppo, Marilena
Chauí.
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167
OcupARTHE - Práticas Artísticas e de Ocupação de Coletivos Juvenis em Teresina-PI
Autores(as): Luciana de Lima Lopes Leite (UFPI), Francisca Verônica Cavalcante (UFPI)
Resumo:
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168
Salve Rainha e alternatividade em Teresina: diferença e singularidade
Autores(as): Caio Bruno Silva do Carmo (UFPI)
Resumo:
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169
Cinema e juventude: indústria cinematográfica e a produção de paradigmas identitários.
Autores(as): Elói Beltrami Doltrário (Deeper Produções)
Resumo:
A partir da segunda metade do século XX, a indústria cinematográfica voltou-se com particular
atenção para os jovens, o público mais assíduo das salas de cinema desde então. Buscando nas
vivências juvenis por referenciais temáticos que possibilitem produções de maior aceitação e
lucratividade, os filmes ocupam até hoje um papel importantíssimo na própria construção dos
paradigmas identitários que influenciam os jovens espectadores espalhados por todo o mundo.
A presente pesquisa analisou quatro blockbusters do início dos anos 2000 com o objetivo de
mapear os principais conceitos sobre juventude expressos por meio de suas narrativas. Foram
eles: Crepúsculo e Meu Nome Não É Johnny, lançados em 2008, e O Espetacular Homem-
Aranha e Jogos Vorazes, lançados em 2012. A seleção dos filmes foi feita com base em seus
personagens principais e nos resultados comerciais que obtiveram: são títulos protagonizados
por jovens e que ficaram entre as maiores bilheterias dos respectivos anos. A análise realizada
teve como objeto de estudo quatro obras audiovisuais produzidas inicialmente para o cinema,
mas construiu-se a partir de um método que pode ser aplicado a diversas peças, inclusive
as que são veiculadas por meio das chamadas novas mídias. Este método orientou-se pelos
fundamentos da Análise do Discurso, partindo das principais enunciações sobre juventude
presentes nos filmes estudados e buscando relacionar a estruturação dos textos aos lugares
sociais que os tornam possíveis e que eles próprios possibilitam. É também um trabalho que
remeteu a diversos conceitos de identidade presentes nas obras de Anthony Giddens, Stuart
Hall, Benedict Ander son e, sobretudo, Zygmunt Bauman. Buscou relacionar o processo de
construção da identidade – que não finda, mas é comumente associado às vivências adolescentes
e juvenis –, aos paradigmas propagados meio da indústria cultural. Os fragmentos extraídos
foram transcritos e agrupados segundo seis categorias que refletem algumas das principais
temáticas presentes na literatura sobre juventude: conflitos geracionais, transgressão,
notoriedade, emprego e renda, identidade e efemeridade. Estes conceitos e enunciados estão
em constante disputa e os discursos concorrentes estão fundados em relações de poder
bastante assimétricas. A grande mídia é responsável por uma circulação de informações
sem precedentes na história humana, colocando em contato trajetórias que há algumas
décadas jamais se cruzariam, nutrindo sonhos por vidas que outrora não seriam possíveis ou
imagináveis, mas é também mecanismo de padronização de pensamentos e condutas, que, em
última instância, servem aos interesses mercadológicos da indústria cultural. Ajudados pela
fragilidade das instituições tradicionais de educação, os discursos difundidos massivamente
desempenham uma significativa função socializadora e os trechos fílmicos analisados por esta
pesquisa se prestam a alguma elucidação deste processo.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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170
Arte e Amizade na produção coletiva do Alumbramento
Autores(as): Antônio Elionardo da Silva Saraiva (UECE), Alexandre Barbalho (UECE)
Resumo:
Este trabalho propõe uma reflexão sobre os processos de produção artística do coletivo
Alumbramento, criado em 2006 a partir de alguns jovens atuantes na cidade de Fortaleza.
Até hoje, o coletivo produziu mais de 50 filmes, assim como trabalhos de intervenção urbana
e de cineclube. Inicialmente, a produção coletiva do Alumbramento era atravessada por
diversas linguagens artísticas (cinema, artes visuais, performance), geralmente com uma
hibridização entre os integrantes para as funções de seus trabalhos - característica muito
presente na própria formação de alguns dos realizadores a partir de espaços como a ONG
Alpendre e a Escola de Audiovisual da Vila das Artes, onde se encontraram para a criação do
coletivo.Como situam Martha Marín e Germán Muñoz, para que um grupo de jovens constitua
uma cultura juvenil é preciso que se expresse através da dimensão da criação, que “trata de
múltiplos e diversos ‘agenciamentos coletivos de nossa época’”. Procedimentos de criação
e de produção de conhecimento que possibilitam a transformação de si e a constituição de
subjetividades coletivas. Esse modo de criação é entendido não só no campo das linguagens
artísticas, mas também na transformação da vida em arte. Nesse sentido, interessa-nos pensar
como o Alumbramento consegue criar as suas próprias condições de produção, realização e
exibição para os seus trabalhos, tencionando outros modos de produção industriais. Pensamos
com Cezar Migliorin, que os coletivos operam numa lógica pós-industrial, na qual as funções
são mais colaborativas, agindo por uma política dos afetos, das amizades e do desejo de
criação coletiva. Nesse sentido, mais do que uma objetivação profissional, característica do
modo industrial de produção capitalístico, o que percebemos na atuação dessas jovens, que
integram o coletivo Alumbramento, é uma afirmação da condição amadora, a qual possibilita
uma maior liberdade de criação, independente de recursos de fomento estatais. No entanto,
pensamos que é por uma partilha de sensibilidades, em diálogo direto com Jacques Rancière,
que podemos entender como uma prática artística coletiva atua politicamente, ou seja, como a
criação estética do coletivo Alumbramento é agenciada por posicionamentos éticos, estéticos
e políticos que são potencializadas por micropolíticas da amizade. Por estas entendemos, a
partir de uma perspectiva cartográfica de Félix Guattari e Suely Rolnik, os modos moleculares
de produção de subjetividade que desterritorializam as linhas molares de uma lógica industrial,
individual e capitalística, ainda operantes na criação artística do cinema e do audiovisual. Com
Agamben, Derrida e Foucault, compreendemos a amizade como uma imanência e um modo
de dessubjetivação, ou seja, como políticas que emergem da própria co-divisão da existência
entre os jovens que atuam coletivamente com a arte.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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171
Gestos coletivos e luminosos: intervenções audiovisuais urbanas em Fortaleza
Autores(as): Aline Mourão de Albuquerque (UFC), Deisimer Gorczevski (UFC), Bruno Ribeiro
Pinto (ifce), Maria Fabiola Gomes (UFC), Priscilla Alves de Sousa, Sabrina Késia de Araújo
Soares (FaC)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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172
Juventude, Trabalho e Produção: Sabores da Amazônia
Autores(as): Francisco Barbosa Malheiros (UNIFAP), Débora Mate Mendes (UFPA), Marlo dos
Reis (UNIFAP), Zenaide Teles de Oliveira (UNIFAP)
Resumo:
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173
Vidas, Cores e Sons pela Juventude da Amazônia
Autores(as): Zenaide Teles de Oliveira (UNIFAP), Débora Mate Mendes (UFPA), Francisco
Barbosa Malheiros (UNIFAP), Marlo dos Reis (UNIFAP)
Resumo:
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174
Produção audiovisual de jovens em escolas públicas do Rio de Janeiro
Autores(as): Mirna Juliana Santos Fonseca (PUC-Rio)
Resumo:
A maior parte das pesquisas até então realizadas sobre audiovisual na escola estão voltadas
para a análise do papel motivador que os filmes e sua produção estabelecem no cotidiano
da escola, saindo um pouco da rotina, promovendo outra relação entre professor e alunos
para a produção de filmes. De acordo com Toledo (2014), as atividades que saem do
modelo estabelecido de quadro e giz conseguem alcançar os alunos que apresentam baixo
rendimento escolar, problemas de indisciplina, absenteísmo, problemas de relacionamento
com colegas e professores entre outros comportamentos que dificultam sua aprendizagem.
Isso é especialmente válido quando se trata de produção audiovisual. Nessa perspectiva, nossa
proposta pesquisa tem por objetivo descrever o processo de aprendizagem da linguagem
audiovisual na escola e compreender sua contribuição para a relação dos alunos com a escola
e com os conteúdos escolares. Sendo assim, buscamos compreender: fazer filmes na escola
contribui para a aprendizagem escolar? Na relação com a imagem, o sujeito se apropria de
conceitos importantes para essa aprendizagem? A produção de filmes pelos alunos interfere
na relação que eles estabelecem com a escola? Para tanto, estamos observando duas turmas
de alunos de 8º e 9º anos do ensino fundamental que fazem oficina de cinema em uma escola
da rede municipal do Rio de Janeiro. As visitas são semanais e pretendemos observar as
atividades desses grupos durante um ano, numa pesquisa de cunho qualitativo. Como Migliorin
(2014), compreendemos que o cinema entra na escola como uma possibilidade de ver o mundo
pelos olhos do outro. A partir do olhar de Bergala (2008), entendemos o audiovisual na escola
como propulsor de mudanças no modo de ver e de relacionar-se com o mundo, ou uma
outra maneira de interagir com a arte cinematográfica. De acordo com Fresquet (2013, p. 26),
defendemos essa proposta ao entender que: “A relação com o mundo atravessada pela câmera
produz uma determinada vivência para o aprendente/espectador criador, que é fortemente
transformadora.”
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175
Programa Conexões Periféricas: as práticas comunicacionais vivenciadas pelos jovens do Cuca
Mondumbim
Autores(as): José Augustiano Xavier dos Santos (UFC), Catarina Tereza Farias de Oliveira (UFC)
Resumo:
O presente artigo tem como proposta realizar uma análise sobre as práticas comunicacionais
presentes nos processos de produção do programa “Conexões Periféricas”. O programa é
realizado por jovens alunos do Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca) do
bairro Mondubim, em Fortaleza, desenvolvido pela Prefeitura de Fortaleza e a TV Ceará. O
objetivo do artigo é verificar em que medida os jovens participantes do Cuca Mondubim são
ativos nos processos de criação, produção e finalização do programa “Conexões Periféricas”.
Nossa intenção é compreender de que modo os jovens estão preparados, tanto para cumprir
funções técnicas como: produção, apresentação e edição dos programas, quanto desenvolver
os temas que são propostos nas pautas do mesmo. Entendemos que a pesquisa dialoga com a
proposta do GT, a partir do eixo: “a dimensão coletiva das práticas culturais juvenis”. Essa relação
ocorre porque a investigação proposta elabora uma reflexão sobre práticas comunicacionais
vivenciadas por um grupo de jovens produtores de um programa de TV no espaço do Cuca
Mondubim, refletindo sobre os limites e perspectivas presentes nessas práticas em curso
em um espaço ligado ao poder público. As reflexões são construídas por meio da análise de
conteúdo de 12 programas produzidos entre agosto e dezembro de 2016. Para compreender
o sentido das ações dos jovens no Cuca, utilizamos o método etnográfico. Desse modo, foram
realizadas entrevistas com os jovens participantes da ação e acompanhamento etnográfico de
reuniões de pautas e das gravações para a composição dos programas. É importante ressaltar
que, o envolvimento e a presença constantes nas atividades em curso nos espaços do Cuca
Monduim, foram fundamentais para descobrirmos um campo mais complexo e diversificado,
que jamais poderia ser encontrado se não compreendêssemos a importância de estarmos
inseridos, de forma permanente, nos processos vividos pelos jovens. Em termos teóricos,
trabalhamos com as categorias de comunicação popular, comunicação pública e apropriação
para problematizarmos como os jovens vivem suas produções no contexto institucional do
CUCA. Com base nas reflexões teóricas e metodológicas, concluímos que há um envolvimento
expressivo dos jovens participantes nas práticas do processo de produção do programa. Ou seja,
os jovens dominam os processos técnicos, mas ainda há certa fragilidade no que diz repeito
ao domínio das temáticas abordadas nos programas analisados. Isso pode ser compreendido
pelo pouco espaço destinado para formação, discussão e reflexão de temas ligados a questões
sociais e culturais. Desse modo, entendemos que o Cuca Mundubim necessita criar mais espaços
voltados para a formação e discussão de temáticas sociais com os jovens envolvidos. Uma
reflexão mais geral defende que a formação dos jovens para trabalhar com comunicação
envolve processos de educação em profundidade nas dimensões: humana, cultural, artística
e não somente técnica.
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176
GT 02 - Artes, medo e resistências juvenis em territórios de violências
Coordenadores: Ricardo Moura Braga Cavalcante (UFC), Francisco Rômulo do Nascimento Silva
(UECE) e Geovani Javó de Freitas (UECE)
Resumo Geral:
Nos bairros socialmente estigmatizados, adolescentes e jovens são assassinados com uma
constância que já não mais causa surpresa aos demais moradores. São mortos que já eram
considerados mortos no plano das hierarquizações simbólicas da gramática moral que orienta
os habitantes da cidade. Tal situação encontra-se mais presente em territórios que podem ser
compreendidos como “campos”, na terminologia de Agamben, onde se é permitido eliminar
os seres indesejáveis, onde o Estado cumpre de maneira indolente seu papel de garantir a
segurança de todas as vidas e não somente das pessoas consideradas “cidadãs”. São áreas em
que o Estado nem sempre mata, mas deixa morrer. Tal situação se faz presente nas ocupações,
nas áreas de risco, nos interstícios urbanos que se criam às margens de largas avenidas e
grandes prédios. Todos esses espaços são loci de circulação/reprodução de gerações inteiras
cuja existência podem ser percebidas como “vidas nuas” habitando espaços que propomos
definir teoricamente como territórios de exceção. No entanto, é em meio a esse mesmo
cenário de conflito conflagrado que adolescentes e jovens resistem e constroem sociabilidades
que buscam sedimentar uma trilha que vá além do ingresso no mundo do crime ou da mera
assimilação passiva do papel social que lhes é imposto como moradores de periferia. Os
veículos para que isso ocorra são os mais diversos: oficinas de arte, grupos culturais, associações
esportivas, comunicação comunitária, entre outras agências. Denominamos frouxamente
de “artes” todas essas manifestações a fim de ampliar o escopo de atividades desenvolvidas
pelas juventudes em contextos de violência. Entendemos que a arte também é uma forma
de resistência. Criar é resistir efetivamente, como dizia Deleuze. Mais que reforçar oposições
ou perpetuar concepções estigmatizantes dos jovens e de seus espaços de atuação, nos
interessa a produção de multiplicidades mobilizadoras de afetos. Pal Pelbart enfatiza o caráter
diagonal, híbrido e flutuante dos posicionamentos sociais na pós-modernidade, dissolvendo
assim os modelos identitários estanques e a cartografia naturalizada dos centros/periferias.
Mapear essas micropolíticas de resistência, registrar trajetórias juvenis e abrir espaço para
as reflexões teóricas que emergem dessas vozes é o objetivo deste GT. Para tanto, estamos
recebendo trabalhos que se insiram na proposta de uma antropologia da resistência, situada
em um contexto social de medo e violência disseminados, mas que compreenda a arte e a
comunicação como ferramentas de inclusão social, de denúncia e da constituição de lutas
subjetivas. A intenção é, seguindo Sherry Ortner, não só compreender os meios criativos com os
quais os agentes desafiam o modo como a ordem existente pode ser construída, mas esboçar
as visões alternativas de futuro incorporadas em tais movimentos. Trata-se, portanto, de fazer
crítica ao modelo vigente e, ao mesmo tempo, propor estudos que deem relevo às alternativas
criadas para a superação dessa realidade tendo como foco os jovens como protagonistas e
portadores de possibilidades.
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A mobilidade urbana de jovens pobres: entre o caos e a fruição, que caminho percorrer?
Autores(as): Sabrina Dal Ongaro Savegnago (UFRJ), Lucia Rabello de Castro (UFRJ)
Resumo:
A cidade é o espaço onde o encontro dos jovens com os diferentes parece decisivo para a
re-descoberta de si mesmo e de seu pertencimento ao mundo. No entanto, é através dos
caminhos percorridos no espaço urbano que o imprevisível e o incontrolável do convívio entre
os diferentes são passíveis de ser vividos e experimentados. Neste trabalho, pretendemos
analisar as mobilidades de jovens pobres cariocas na cidade, tendo em vista as experiências,
as percepções, os sentimentos e as construções de sentidos referidos pelos próprios jovens
em relação aos seus deslocamentos no espaço urbano, tendo como referência principal os
percursos realizados no ir e vir da escola. A escola se constitui em um contexto particular e
relevante para a investigação empírica destas questões, uma vez que pode ser considerada um
dos principais pontos de partida e chegada de deslocamentos e experiências juvenis. Foram
realizados grupos de discussão com 48 jovens, com idades entre 14 e 16 anos, estudantes de 9º
ano de escolas públicas municipais do Rio de Janeiro. Nos grupos de discussão, que ocorreram
no formato de oficinas, foi proposta a criação de desenhos e histórias sobre os trajetos “de
casa para a escola”, “de escola para casa” e “de casa para outros lugares” de personagens, que
fossem “jovens como eles”. A presente investigação encontra-se em andamento, em fase de
análise das informações. Os resultados parciais nos permitem observar que a mobilidade pela
cidade parece possibilitar aos(às) jovens o contato com as contradições da vida nas ruas, onde
são apresentadas vividamente relações de poder e desigualdades sociais. Em seus percursos e a
partir do encontro com o outro, os(as) jovens são confrontados com o pior da cidade - a pobreza,
o egoísmo, o desrespeito e a violência - elementos estes que compõe o que eles chamam de
“caos”. Segundo os(as) jovens, estar na rua significa estar à mercê de acontecimentos repentinos,
tais como tiroteios, assaltos e atropelamentos, o que provoca uma sensação de insegurança, ou
até mesmo a restrição de suas mobilidades. Todas estas experiências podem levá-los a mover-
se de um lugar para outro de forma defensiva, circulando de forma rápida e com cautela.
Os(as) jovens também apontam a vivência de diversos constrangimentos ao seu deslocamento
no espaço urbano, onde barreiras reais e simbólicas se impõem. O local de moradia, a raça, o
gênero, a classe social, a aparência e a forma de vestir parecem se constituir em fatores que se
tornam fonte de estigmas e preconceitos e, desse modo, contribuem para a restrição de suas
mobilidades na cidade. Para além do “caos” e das restrições ao deslocamento, a mobilidade
pela cidade oferece aos(às) jovens possibilidades de desfrute, entretenimento e convívio com
os pares. Nestes caminhos, é possível encontrar os pares para conversar, namorar, lanchar,
“zoar” e até “fazer nada”. Desse modo, a mobilidade destes(as) jovens no espaço urbano é
marcada por um tensionamento entre, de um lado, as possibilidades de fruição e convívio
com os pares, e de outro lado, o caos da cidade e todos os constrangimentos que podem ser
vivenciados durante seus deslocamentos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
178
Análises sobre a realidade de jovens pobres que vivem na periferia de Sobral-Ce: Entre modos
de ser e modos de (vi)ver
Autores(as): Eliana Silva Pinheiro (FLF), Alexsandra Maria Sousa Silva (FLF)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
179
Convivência, Sociabilidade Juvenil e Participação: possibilidades a partir da ação técnica
Autores(as): Marina Jorge da Silva (UFSCar)
Resumo:
A literatura e o cotidiano de trabalho têm demonstrado que as praças são de grande relevância
no espaço urbano, permitindo encontros, experiências e práticas coletivas entre distintos
grupos e gerações. Entretanto, é sabido que o acesso e circulação nesses espaços se modificam
frente às desigualdades inerentes às relações sociais. Configurando padrões diferenciados
de produção e ocupação do espaço urbano, a questão social incide fortes marcas sobre
possibilidades, vivências e modos de vida de diferentes grupos geracionais, destacando-se a
juventude. Pelo relato de experiência, busca-se refletir sobre a ação técnica para promoção
de espaços de convivência e sociabilidade a partir da ocupação de praças. Em uma praça
de um bairro periférico de uma cidade de médio porte do interior de São Paulo, território
caracterizado como de vulnerabilidade social, tem se empreendido ações de ensino, pesquisa
e extensão pela equipe do Laboratório METUIA do núcleo da Universidade Federal de São
Carlos. Partindo dos pressupostos teórico-metodológicos da terapia ocupacional social, são
realizadas semanalmente oficinas de atividades, dinâmicas e projetos, buscando problematizar
as conexões dos jovens com os espaços públicos, e as relações que estabelecem a partir
daqueles espaços, e ainda, potencializar suas possibilidades de participação e circulação
em seu bairro, e na cidade, de forma mais ampla. A busca pelo reconhecimento e oferta de
atividades de interesse daqueles jovens tem sido recurso estratégico para aproximação, e para
fazer frente ao estigma que os marcadores sociais de vulnerabilidade social daquele território
produzem sobre os jovens, extrapolando aquela localidade para o imaginário social de toda
a cidade. Entre os meninos, há aqueles envolvidos com o comércio ilícito de drogas, o que
frequentemente resulta na restrição de sua circulação e sociabilidade, em função da alta
exigência de dedicação do trabalho. Entre as meninas, a limitação dos espaços de circulação
e acesso a equipamentos públicos de convivência parecem reduzidos em face da reprodução
de modelos culturais machistas que as impossibilita de livre vivência naquele território. Desta
forma, o fomento à partilha de espaços de convivência tem sido o primeiro passo no estímulo
a trocas e construções conjuntas, tendo resultado em discussões sobre as liberdades em torno
das diferenças. Nesse processo, destacam-se relatos de frequentadores das oficinas sobre
aumento da circulação de diversos jovens naquele espaço durante o período em que se dão os
encontros. Embora muito ainda tenha que se avançar nos estudos sobre o tema, parece haver
indícios que a intervenção sobre espaços públicos pode ser entendida também como estratégia
de abordagem à restrição da cidadania dos indivíduos vulneráveis e invisíveis socialmente, pois,
igualdade e respeito à pluralidade, pressupostos à sociabilidade, são construções que podem
existir somente na esfera pública da vida. Defende-se a ação técnica como instrumento para
fortalecer a apropriação daquela praça pelos jovens, como espaço público, de convivência
com a diversidade, fomentando um lócus de efetiva participação.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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180
CUCA-Barra: que público o frequenta?
Autores(as): Luciene Ribeiro de Sousa (UFC), Catarina Tereza Farias de Oliveira (UFC)
Resumo:
Esta pesquisa pretende discutir a proposta do CUCA (Centro Urbano de Arte, Cultura,
Ciência, Esporte e Lazer), localizado na Barra do Ceará, denominado CUCA Che Guevara,
enquanto política pública para as Juventudes, no entanto problematizamos se na periferia
das metrópoles é possível criar um espaço delimitado aos jovens e como esse se constitui
em seu uso cotidiano para outros seguimentos que o procuram. O CUCA é um equipamento
cultural criado em setembro de 2009 na gestão da Prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins do
PT – Partido dos trabalhadores. A pesquisa busca entender como os frequentadores do CUCA
se apropriam deste bem cultural, bem como perceber se e como a questão desses usos se
estende para seguimentos além das juventudes. Nossa preocupação com essa problemática
se inicia quando passamos a acompanhar a frequência da Sala de cinema do Cuca da Barra.
Entendemos que o acesso a espaços de formação e exibição cultural por parte das classes
populares tem sido tema de discussões no que se refere à busca por uma maior igualdade
de condições para acesso à cultura, inserindo-as no contexto contemporâneo de partícipe da
esfera cultural. Assim, esse artigo se propõe a discutir como as políticas públicas vêm agindo
para inserir essa população neste âmbito, a partir de um equipamento cultural público, o
CUCA The Guevara, que tem uma proposta voltada essencialmente para as juventudes. O
eixo temático escolhido é Juventudes, artes e cultura, por abordar as políticas públicas que
fomentam práticas culturais feitas para e com as juventudes. Sendo o CUCA um equipamento
público, pretendemos neste estudo refletir sobre essa proposta e apresentar como ela ocorre
na pratica do cotidiano deste espaço cultural. Apesar do CUCA ofertar várias atividades
culturais, o lugar de onde pesquisamos foi delimitado a observar a sala de exibição de cinema
do Cuca Che Guevara e procurar entender seu uso pelas juventudes, bem como outros grupos
que venham a frequentar esse espaço. Para as reflexões teóricas nos fundamentamos com as
discussões sobre o acesso a bens culturais suas raízes históricas e processos de aculturação
trazidos por autores dos Estudos Culturais Latinos Americanos. Discutimos ainda os modos
de ver cinema e televisão das diversas classes, bem como o espaço que esse meio ocupa no
cotidiano das pessoas. Os autores mais presentes em nosso debate teórico são Martin-Barbero
e Garcia Canclini. Na metodologia para esta pesquisa, seguimos o método etnográfico, se
utilizando de observação participante, da entrevista aberta e compreensiva com o público de
cinema, bem como do vivenciar estar no grupo de espectadores de filmes na sala de cinema do
Cuca, da análise de documentos da proposta cultural do CUCA e de aplicação de questionários
para um conhecimento mais quantitativo do público que vai ao CUCA Barra em Fortaleza. O
acompanhamento da frequência às atividades do CUCA vem demonstrando a necessidade de
uma política pública com uma abrangência maior em termos de faixa etária, uma vez que
existe na periferia crianças e pessoas já adultas que também procuram usufruir do universo
cultural deste equipamento.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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181
Homicídios Juvenis: O Sentido dos Jovens do CUCA Jangurussu
Autores(as): Ana Jéssica de Lima Cavalcante (UFC), Veriana de Fátima Rodrigues Colaço (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
182
Jovens em trajetórias ativas: o caso dos/as articuladores/as territoriais no Programa Caminho
Melhor Jovem
Autores(as): Mônica Pereira do Sacramento (PENESB/UFF)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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183
Juventude e território: uma nova afirmação da vida
Autores(as): Camilla Fernandes Marques (UCDB), Anita Guazzelli Bernardes (UCDB), Priscilla
Lorenzini Fernandes Oliveira (UCDB)
Resumo:
Esta discussão emerge de uma pesquisa de doutorado em psicologia que objetiva analisar de
que modos se forjam vidas possíveis a partir das práticas de governamentalidade, no que tange
as políticas públicas da assistência social. Os operadores teórico-metodológicos são autores
da perspectiva pós-estruturalista, tais como, Michel Foucault, Gilles Deleuze, entre outros. A
cartografia é o dispositivo metodológico utilizado que permite ao pesquisador implicar-se no
campo social, rastrear processos, acionar níveis sensitivos de afetação em diversos planos de
intensidade. Relaciona-se, assim, ao eixo temático 3. Juventude e seus territórios. A juventude,
nesta pesquisa, se conecta às práticas de governamentalidade, a partir do encontro com uma
jovem de 19 anos cuja ocupação/profissão de artista de rua fez com que fosse acionado o
Serviço Especializado de Abordagem Social – SEAS, ligado a Proteção Social Especial dentro da
Secretaria Municipal Assistência Social. O SEAS tem por finalidade identificar por meio de busca
ativa no território a não incidência de violações de direitos, de modo a assegurar o trabalho
social por meio de ações programadas e continuadas, promovendo o acesso à rede de serviços
socioassistenciais e outras políticas públicas na possibilidade da garantia dos direitos. A
captura da vida dessa jovem não se deu simplesmente por estar na rua exercendo sua atividade
laborativa, mas por encontrar-se com seu filho de 7 meses no carrinho, embaixo de uma grande
árvore em uma das principais avenidas de cidade. A jovem foi encaminhada posteriormente ao
Centro de Referência de Assistência Social – CRAS, a ação se constitui pautado em um saber
legitimado em materialidades, como nos documentos oficiais, que enquadram certas práticas
em normativas para determinadas categorias da população. Entende-se que esta captura se
dá por meio do contato com o poder, por meio de práticas no território onde a população se
encontra, tornando-o o espaço mediante o qual a vida passa a ser regulada. Mas, ao mesmo
tempo, a partir deste contato se ilumina a vida desta jovem tornando possível visibilizar um
exercício cotidiano de afirmação de uma nova modalidade existência, no que diz respeito a
jovem se identificar como mochileira [viajante independente], artista e artesã de rua, e nesta
trajetória colocar os cuidados que tem com seu filho em primeiro lugar, quando menciona “a
fralda do meu filho em primeiro lugar,” “mínimo que eu tiro é R$40,00 por dia”, “eu só trabalho
de manhã, porque de tarde o sol é muito quente para ficar andando com meu filho, só levo ele
junto porque não tem vaga no CEINF” e “se não for arrumar para ele agora não vai adiantar,
porque daqui uns 3 ou 4 meses eu já vou para outra cidade”, “eu não fui embora com o pai dele,
porque ele ainda era muito pequeno para viajar”. Essas enunciações e as formas de captura
indicam a relação que a jovem cria com o espaço e modos possíveis de cuidado com o filho que
se constituem no território, a partir de jogos de negociações e resistência, possibilitando que
a juventude seja pensada como uma nova afirmação de vida, reconfigurada a partir de uma
relação singular com o território.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
184
Juventudes, resistências e modos de habitar a cidade: “Cuca Roots” como analisador
Autores(as): Carlos Alberto Ferreira Gomes Neto (UFC), Jéssica Silva Rodrigues (UFC), João
Paulo Pereira Barros (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
185
Juventudes, violência e resistência na Santa Maria da Codipi, em Teresina-PI
Autores(as): Yasmin Feitosa Carvalho de Moraes (UFPI), Lila Cristina Xavier Luz (UFPI)
Resumo:
O Brasil possui uma das maiores taxas de mortalidade juvenil do mundo provocada, em grande
parte, por causas externas (homicídios-principalmente por armas de fogo-, acidentes de trânsito
e suicídio). Além disso, os jovens são os sujeitos que mais sofrem com outros tipos de violência
como a simbólica, estrutural, institucional, cultural e midiática, violências não tão “visíveis”
como a interpessoal e autoinfligida, mais que revelam os mecanismos de negação de cidadania
e de criminalização das juventudes. Nessa perspectiva, a juventude é a categoria social que
mais sofre com a violência urbana no Brasil, especialmente, os jovens oriundos das classes
populares que em diversas situações são comumente associados à violência e à criminalidade.
Dessa forma, a respeito dessa realidade foi realizada uma pesquisa qualitativa e exploratória
com jovens moradores do bairro Santa Maria da Codipi, em Teresina-PI, um lugar marcado
pelo estigma de “perigoso e violento” e apontado por um estudo realizado pela Polícia Civil
do Piauí como o bairro da capital onde ocorreram mais homicídios contra jovens durante o
ano de 2013. Nesse sentido, face as diversas formas de violência contra os jovens objetivou-se
analisar como as juventudes na Santa Maria da Codipi enfrentam/ resistem a esse fenômeno
sócio-.histórico tão complexo. Para tanto, foram realizadas reflexões teóricas, entrevistas com
jovens do sexo masculino e feminino, e observações às atividades de cultura e lazer por eles
desenvolvidas, numa perspectiva “de perto e de dentro” como forma de conhecer o lócus
de pesquisa, e, assim, romper possíveis preconceitos e estereótipos relacionados ao bairro e
aos seus moradores. Dessa maneira, as narrativas revelaram que além da problemática dos
homicídios os jovens sofrem outros diversos tipos de violência como a estrutural, institucional,
cultural, etc. e revelam que cultura e lazer devem ser utilizadas como formas de enfrentamento
à violência por entenderem que atividades do tipo ajudam a ocupar o tempo livre de crianças
e jovens da comunidade tendo, portanto, a capacidade de evitar o envolvimento desses
sujeitos com a criminalidade. Diante disso, há indícios de que algumas atividades de lazer e
cultura desenvolvidas por alguns jovens na Santa Maria da Codipi funcionam, para além do
seu caráter lúdico, como formas de resistência às violências sofridas, posto que tais dimensões
da vida contribuem de forma direta e/ou indireta para a reflexão e conscientização sobre a
realidade social, facilitando assim a discussão de determinadas problemáticas vivenciadas
pelos moradores do bairro. Entretanto, apesar das “boas intenções” do discurso que defende
cultura e lazer como formas de enfrentamento à violência, é preciso levar em consideração que
essas dimensões não devem ser vistas apenas como “válvulas de escape” para esse fenômeno
que demanda, sobretudo, investimento em políticas públicas. Desse modo, cabe lembrar que
cultura e lazer são direitos garantidos pelo Estatuto da Juventude e devem ser experimentados
por todos os jovens como dimensões de forte potencialidade humana inerentes à vida,
independentemente dos “motivos” que lhes são dados para seu acesso.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
186
Narrativas Urbanas: o rap como arte de resistência da juventude em territórios de exceção
Autores(as): Antônio Fábio Macedo de Sousa (UECE), Antônio Franklin Pereira de Sousa
(FATENE), Fabiana Moreno de Lima (UECE)
Resumo:
O Rap é uma linguagem artística oriunda da cultura hip hop que traduz discursivamente a
realidade de seus agentes sociais, a partir do som vibrante combinado com rimas e poesias.
As narrativas produzidas no Rap nos permitem verificar representações e práticas sociais
cotidianas da juventude que vive nos bairros socialmente estigmatizados. Nessa perspectiva,
o objetivo do trabalho é analisar as percepções sobre a juventude em territórios de exceção
(AGAMBEN, 2004) nas letras do grupo de Rap Ruptura Capital. A fim de alcançar tal intuito,
lançamos as seguintes questões norteadoras da pesquisa: Qual a narrativa que o Rap constrói
sobre juventude da periferia? Como as letras de Rap descrevem a realidade do bairro e as
práticas juvenis urbanas? Nas letras do Rap qual a perspectiva de vida dessa juventude em
territórios de violências? Nossa reflexão teórica segue a perspectiva de Pierre Bourdieu (1983)
que compreende as diferentes e diversas (re)construções de experiências sociais de juventude.
Portanto, entendemos as culturas juvenis da periferia como culturas de resistência. Nesse
sentido, para colher dados que subsidiem a pesquisa, utilizamos referencial bibliográfico
constituído por autores das Ciências Sociais e Humanas que trabalham com os conceitos de
juventude (DIÓGENES, 1996) e narrativa (BENJAMIN, 1985). A metodologia da pesquisa é de
natureza qualitativa, na qual procedemos mediante a análise de conteúdo (BARDIN, 1977). Assim,
destacamos o seguinte fragmento da letra de rap do grupo Ruptura Capital: “Sou personagem
nessa vida (...) esquecido e cada morte é fatal e cada tiro tem um destino, é as paredes de tijolo,
é a cabeça do menino. É uma vida uma bala dita perdida de quem protege a burguesia e ofende
a periferia”. No verso supracitado verificamos que as percepções sobre a juventude, construídas
por esses atores sociais expressam situações elementares (AGIER, 2011) da realidade dessa
juventude urbana. Bem como, a linguagem que remete as manifestações da questão social, que
segundo Iamamoto (2012) se traduzem no antagonismo de classes e contradições de gênero,
raciais, regionais, de fragilização e tensionamento do parco acesso as políticas públicas e
sociais, síntese nevrálgica do extermínio da juventude pobre, negra, das periferias cearenses,
criminalizada cotidianamente na mídia corporativista burguesa. Dessa forma, mediante o
contexto de violências (materiais e simbólicas), o rap traduz lugares, situações e movimentos
de luta e resistências da juventude para manter-se viva nos assentamentos urbanos. Em outra
música – “Tempo sobre o tempo” – analisamos a narrativa político-poética do rap afirma que
a juventude da periferia pode superar essa realidade: “Sei que não estamos sós, somos vários,
a nossa força está no abraço. Servidão não é obediência, eles inventam realidade, nós criamos
resistência”. Por fim, observamos nesse último fragmento que a construção linguística do Rap
também representa a reflexão de que, os conflitos urbanos vivenciados pelos jovens só podem
ser vencidos na coletividade e no pertencimento a “quebrada” na resistência e luta contra ao
opressor e as facetas do modo de produção capitalista.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
187
O Autoconhecimento e o Reconhecimento do Território como propostas para (re)educação do
Sujeito
Autores(as): Aldenise Barreto de Albuquerque Silva (Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
188
Pluralidades juvenis e processos de subjetivação em territorios “sem Estado”
Autores(as): Roseane Amorim da Silva (UFPE), Emília Bezerra de Miranda (UFPE), Jaileila de
Araujo Menezes (UFPE)
Resumo:
O presente estudo buscou realizar reflexões sobre jovens de diferentes territórios, moradores/
as da periferia do município de Garanhuns, interior de Pernambuco, e moradores/as da Região
Metropolitana do Recife, a partir de duas pesquisas que estão sendo desenvolvidas nessas
localidades. As pesquisas são qualitativas. Na primeira está sendo realizada observação e
oficinas com os/as jovens, em que tem sido trabalhado com diferentes temáticas, a exemplo
de usos de álcool e sexualidade. Na segunda busca-se, através de entrevistas narrativas,
compreender as experiências de amizade em uma região de crescimento econômico. As
pesquisadoras observaram questões comuns entre os/as jovens em ambas os trabalhos: situações
e desigualdades sociais em decorrência da maioria serem pobres, negros/as e habitarem
espaços que têm pouco a oferecer aos/às mesmos/as, no que se refere a oportunidades de
trabalho, cuidados com a saúde, práticas de lazer, entre outras. Vimos como esses/as jovens são
criminalizados/as, assassinados/as e controlados/as socialmente. Considerados/as em maior
ou menor grau, um perigo à sociedade. A esses/as é permitido que circulem em alguns espaços
da cidade e em outros não. São destinados aos/as mesmos/as os lugares marginalizados e
excluídos, seja pela falta de renda para acessar alguns lugares, seja através do preconceito e
discriminação que sofrem quando estão em alguns espaços. Concordamos com o pensamento
de Foucault sobre Racismo de Estado, e observamos que para esses/as jovens, a morte e o
morrer se fazem presentes. Uma morte não necessariamente física, mas de privação de
direitos. Vimos que são muitos os assassinatos “indiretos” previstos pelas tecnologias racistas
de regulamentação: a morte política, a exclusão, a rejeição, entre outras (Foucault, 2010). Essa
é a realidade que constitui tais juventudes. Percebe-se que os sistemas de segurança existentes
são criados para atender às necessidades das classes média e alta. E como ficam os/as jovens
nesses territórios “sem Estado”? Chamamos atenção, portanto, para o modo como o Racismo
de Estado produz efeitos nos processos de subjetivação desses/as jovens. Nessa direção, nos
apoiamos em Foucault, que entende que os modos de subjetivação podem tomar as mais
diferentes configurações, sendo que estas cooperam para produzir formas de vida e formas de
organização social distintas. Assim, temos buscado observar também nas pesquisas como os/
as jovens têm enfrentado as situações de desigualdades sociais, e o que têm feito para viver
nesses territórios. Compreendemos que as políticas para juventude precisam considerar essa
realidade tão presente na vida de muitos/as, a fim de garantir uma vida digna para jovens
homens e mulheres moradores/as dos diversos territórios brasileiros. Entendemos que este
trabalho relaciona-se à discussão proposta pelo GT, ao pensar a multiplicidade das juventudes
em territórios diversos, os contextos de restrição e resistência encontrados pelos/as jovens.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
189
Práticas culturais juvenis contra o extermínio da juventude: linguagem, paz e resistência no
Programa Viva Palavra
Autores(as): Claudiana Nogueira de Alencar (UECE)
Resumo:
Este trabalho apresenta uma cartografia dos fluxos e processos da construção coletiva do
Programa Viva a Palavra, uma proposta de pesquisa -intervenção co-construída por jovens
dos coletivos culturais e movimentos populares da Serrinha em Fortaleza (Movimento Político
Cultural Ensaio Rock, Movimento Fundição Sonora e Poética Flor de Cactus, Enquadro Rap,
AmorBase- Associação de Moradores do Bairro da Serrinha, HGO) e por pesquisadoras- militantes
da Universidade Estadual do Ceará. O programa (PROEXT-MEC/SESU 2015) pretende atuar na
prevenção da violência e promoção de direitos da juventude, na luta contra o extermínio da
juventude pobre e negra da periferia de Fortaleza, considerando que as grandes metrópoles
urbanas têm sido palco da vulnerabilidade social e criminalização que vitimizam a juventude
(Waiselfisz, 2012) principalmente a juventude negra, uma vez que o racismo funciona como
elemento chave da colonialidade do poder, que segrega e exclui socialmente os nossos
jovens. Não esquecendo as questões de identidade, de busca acentuada pelo poder e pelo
reconhecimento (Damico e Meyer, 2010; Honneth, 2003), a pesquisa procurou investigar em que
medida novas formas de sociabilidades e práticas culturais juvenis vivenciadas pelos coletivos
envolvidos podem oferecer uma contra-palavra (Voloshinov/Bakhtin, 1969), da juventude que
vivencia a violência em seu cotidiano às práticas sociais hipervalorizadas pelo chamado crime-
negócio (Zaluar,1990, 1993, 2012), constituindo novas formas de vida (Wittgenstein, 1989). Para
isso, utilizamos como aparato metodológico a pesquisa cartográfica como forma de intervenção
(Passos; Barros, 2009) e como ação participativa e inclusiva (Kastrup; Barros, 2014). Nessa
cartografia, para a construção arcabouço teórico, foram articulados os conceitos de “palavra
mundo”, de Paulo Freire, e linguagens como formas de vida, de Wittgenstein, para sugerir
um desenho metodológico para a pragmática cultural, proposta de pesquisa linguística que
procura “atravessar a rua” que separa a academia das práticas e saberes culturais e populares.
Os resultados indicam que para além da conquista da palavra pelos jovens e adolescentes,
outros aspectos, como a infraestrutura econômico-social, a distribuição das riquezas, a
diminuição da diferença remuneratória entre o trabalho intelectual e o trabalho técnico, as
relações psicológicas pessoais e familiares, devem ser considerados no enfrentamento da
violência contra a juventude. Essas questões estruturais que mostram a complexidade da
violência apresentam-se desafiadoras para Viva Palavra. No entanto, as diversas vozes juvenis
sugerem que a tomada da palavra pelos jovens é mais um passo para o enfrentamento dessas
questões. A vivência nos círculos de cultura juvenis na comunidade e a cartografia das diversas
gramáticas de resistência da juventude da periferia de Fortaleza, possibilitaram, para além do
desenho metodológico, uma reflexão sobre uma perspectiva de pesquisa interventora, que
considere o caráter terapêutico e crítico da linguagem na construção umas práxis dialógica,
acadêmica e popular, de enfrentamento ao extermínio da juventude pobre e negra no Brasil.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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190
Processos Educativos Com Jovens: Uma Experiência na Ocupação Dandara em Belo Horizonte
Autores(as): Júlia Elisa Rodrigues dos Santos (UFMG), Luisa Cristina Nonato (UFMG)
Resumo:
O projeto “Processos educativos com jovens” tem como objetivo promover o encontro,
a socialização e a formação entre jovens que moram em periferias urbanas da Região
Metropolitana de Belo Horizonte. Tal ação dá continuidade a uma iniciativa do Fórum das
Juventudes da Grande BH, que em 2015 desenvolveu encontros formativos com jovens de três
coletivos juvenis: Mafiossos (grupo de hip hop de Santa Luzia), Nosso Sarau (coletivo de poesia
de Sarzedo) e jovens da Ocupação Dandara (BH). Compreendemos que as experiências das/
os jovens estão enredadas por práticas e saberes de resistência nas dimensões social, coletiva,
individual e subjetiva, além de demandas específicas, negligenciadas, na maioria das vezes,
pelos poderes e órgãos institucionais. Considerando que toda prática social é educativa, isto
é, proporciona a construção de valores pelos sujeitos que a vivenciam, procuramos com esse
projeto o encontro compartilhado de múltiplas experiências e saberes juvenis, como também
contribuir para a atuação dos coletivos juvenis em seus territórios. Esse projeto de extensão
busca potencializar ações já desenvolvidas pelo Programa Observatório da Juventude da
UFMG. Em 2016, iniciamos o projeto com a realização do “Encontrão das Juventudes” na
UFMG, envolvendo cerca de 45 jovens. Para a maioria, foi a primeira oportunidade de estar na
universidade. O encontro tinha como finalidade a construção de um diagnóstico das juventudes
sobre seus territórios tendo como pergunta norteadora: “o que pega na sua quebrada?” As
respostas das/os jovens da Ocupação Dandara sinalizaram a precariedade do acesso ao
lazer, cultura, esporte e saneamento básico, além das vivências de racismo e preconceito que
sofrem por morarem no território. Muitas dessas violências acontecem devido à ineficiência de
políticas públicas na cidade em relação à moradia, somado às diversas negações de direitos.
Tendo em vista tais relatos, nós, bolsistas de extensão, sugerimos uma oficina de fotografia que
teve como foco a valorização das identidades juvenis e o pertencimento racial e territorial.
Juntamente com uma educadora social, trabalhamos com a criação de postais a partir de uma
oficina em que as/os jovens fotografaram partes de seus corpos respondendo à pergunta: “o
que eu gosto em mim?” e desse percurso relatando suas histórias de vida com o coletivo. O
grupo era muito heterogêneo, com idades entre 12 e 34 anos, mas a maioria era de meninas/
mulheres negras. Muitas levavam filhas ou crianças que cuidavam no horário da formação.
As/os jovens tiveram também oficina de estêncil, e, no final, sessão de fotografia com várias
pessoas de suas famílias. Este processo educativo foi importante não apenas por proporcionar
o conhecimento sobre as particularidades de vivências desses sujeitos, mas, sobretudo, pela
possibilidade de construção de um espaço significativo de formação no contexto de ações
extensionistas universitárias.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
191
Rap, Resistências e Territorialidades: Reflexões sobre a música Rap em Maceió
Autores(as): Sérgio da Silva Santos (UnB), Geysson dos Santos Pereira (UFAL)
Resumo:
A narrativa mais difundida sobre a constituição do Hip Hop é elaborada a partir da sua
contraposição à violência. Desta forma, é importante compreender que as produções musicais
e poéticas do Rap, um dos elementos que constitui o Hip Hop, são orientadas muitas vezes
por estas informações em torno das violências. É comum ouvirmos uma música Rap que esteja
narrando determinado cotidiano que exponha a violência como foco, ou que represente algum
tipo de imaginário em relação às interações sociais entre jovens e policiais militares. Essas
músicas são os objetos da reflexão que estamos propondo, tendo como recorte os Raps e os
Rappers de Maceió/AL. Propomo-nos a trazer uma reflexão sobre a representação da violência
com base na música rap, produzida por cinco rappers de Alagoas. Dessa maneira, temos o
objetivo de interpretar as dimensões simbólicas e de resistência que estão em jogo nessas
letras de rap, produzidas por esses artistas. Fizemos a escolha por letras de músicas que
possuem eixos comuns, ou seja, violência, polícia e espaços públicos, para então compreender
os aspectos das representações e das resistências que as músicas produzem. Além das
análises referentes às músicas, nós realizamos entrevistas com os Rappers. Apesar morarem
em bairros diferentes da cidade, eles apresentaram nas entrevistas algumas ideias comuns
sobre violência, como também, ideias semelhantes sobre a periferia. As entrevistas trouxeram
importantes dados em torno das percepções dos rappers sobre a violência, principalmente,
donde partem seus imaginários em torno do fenômeno e como se colocam diante dele no
cotidiano. Nas entrevistas, alguns citaram dados sobre violência em Alagoas e atentaram para
inúmeras formas de violência localizada em bairros específicos e tipos específicos de violência,
principalmente homicídios e tendo como vítimas jovens negros. As letras de rap e as entrevistas
que realizamos com os rappers trazem elementos importantes em torno das questões
relacionadas às representações, como também, elementos de protagonismo e resistências. É
através da música Rap que estes artistas apresentam suas maneiras de resistir ao cotidiano,
apontando as estratégias de luta diante contra os estigmas e rótulos impostos, principalmente
pela polícia. A Polícia é um ator muito presente nas músicas Rap e nos discursos dos Rappers.
As músicas que analisamos trazem rimas que apontam os aspectos das representações em
torno da polícia. As rimas apontam para um caráter “fascista” das UPP’s no Rio de Janeiro, como
também, afirmam o caráter violento e racista. As representações da violência nas letras de rap
é um importante instrumento dos atores sociais ligados ao Hip Hop, é uma ferramenta para
a produção de arte, resistência e denuncia. São as músicas que “estalam” nos becos e vielas
das periferias de Maceió que possibilitam uma educação resistente as opressões da polícia e
denunciam o ordenamento social vigente, como por exemplo, os estigmas e o racismo.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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192
Re-tratos das juventudes da cidade de Fortaleza: relatos de experiências
Autores(as): Camila dos Santos Leonardo (UFC), Aldemar Ferreira da Costa (UFC), Dagualberto
Barboza da Silva (UFC), João Paulo Pereira Barros (UFC), Luís Fernando de Souza Benicio (UFC),
Pedro Henrique Capaverde (UFC), Vanessa Amarante de Souza (UFC)
Resumo:
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193
“Alegria, motivo e razão onde dizem que não”: Juventudes, periferia e trabalho
Autores(as): Jorge André Paulino da Silva (UFAL), Lila Cristina Xavier Luz (UFPI)
Resumo:
Este estudo trata de jovens de periferia e trabalho. O trabalho oferece certa visibilidade
às juventudes do bairro Santa Maria, uma periferia da cidade de Teresina, capital do Piauí.
Entendemos o tornar visível como evidenciar suas narrativas a respeito de experiências
vividas a partir de seu bairro. Pretendemos ampliar os olhares sobre esses sujeitos, em geral
visibilizados pela dimensão da criminalidade ou envolvimento com práticas criminosas, pois
entendermos a pluralidade presente nas manifestações de jovens, em particular os de periferia.
Objetivamos compreender a condição juvenil do bairro Santa Maria a partir de narrativas de
jovens. Para tanto, pretendemos apreender a configuração do bairro e analisar as estratégias
de jovens contra as segregações vividas nesse espaço urbano. Para fundamentar nossas
reflexões, recorremos a autores como Portelli (2000), Khoury (2001), Lima (2004; 2005; 2010;
2013), Sousa (2012), Pais (1993), Abramo (1994), Oliveira (2014), Luz (2013), Silva (2005), Castro
(2005), Reis (2004), Costa (2011), entre outros. Para aproximação com os jovens e construção das
narrativas, valemo-nos de imersão a campo e a realização de oficinas, conforme a proposta de
Luz (2013). Assim, a partir das histórias de “Andarilho”, “Provocador”, “Poeta”, “Instigado”, “Bota
Fé”, “Cabreiro”, “Correria”, “Confiança”, “Igualitária”, “Glória” e “Poderosa”, descobrimos que,
diante da ausência de políticas públicas, jovens moradores do bairro resolveram mobilizar-
se na busca de melhorias da comunidade, buscando se distanciar do estereótipo do bairro
como lugar violento, e se valem da cultura/lazer para transformar essas realidades e assim
construir possibilidades de trabalho a partir da cultura. O que os jovens do Santa Maria buscam
é serem reconhecidos como cidadãos, como sujeitos de direitos, moradores de um lugar mais
valorizado, com moradia e condições de trabalho dignas, além de um policiamento que de
fato lhes ofereça segurança diante da violência no bairro e entornos e não temor, bem como a
diversidade de espaços de cultura/lazer, com incentivo às produções da comunidade. Mais do
que um contato fugidio, estabelecemos vínculos com o Santa Maria nesta pesquisa. Após várias
idas e vindas ao bairro, o conhecimento cotidiano adquirido a partir das narrativas sobre as
experiências dos jovens, aquela multiplicidade de realidades que aconteciam no Santa Maria,
saímos de nossa temática inicial, que trataria sobre como os jovens entendiam o policiamento
militar no próprio bairro, para algo mais amplo. Assim, destacamos a importância e o ganho
teórico que o presente estudo pode oferecer sobre as sociabilidades de jovens desse bairro da
periferia de Teresina. Esperamos contribuir para as reflexões daqueles que elaboram políticas
públicas no Estado do Piauí, para a Sociologia, e, especialmente, para os jovens daquele bairro.
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194
GT 03 - Comportamento humano em organizações e jovens trabalhadores
Coordenadores: Kely Cesar Martins de Paiva (UFMG), Alice Gerlane Cardoso da Silva (UFMG) e
Milka Alves Correia Barbosa (UFAL)
Resumo Geral:
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195
Comprometimento Organizacional e Percepções Temporais: Um Estudo Sobre Jovens
Trabalhadores
Autores(as): Jane Kelly Dantas Barbosa (UFMG), Letícia Rocha Guimarães (UFMG), Michelle de
Souza Rocha (UFMG), Willey Max de Pinho Costa (UFMG)
Resumo:
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196
Conexões entre tempo, prazer e sofrimento no ofício de jovens prostitutas
Autores(as): Kely Cesar Martins de Paiva (UFMG), Jane Kelly Dantas Barbosa, Jefferson Rodrigues
Pereira (Centro Universitário Unihorizontes), Letícia Rocha Guimarães (UFMG)
Resumo:
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197
Empresas Multinacionais e Direitos Humanos: em busca de um novo paradigma para resguardar
a dignidade do trabalhador
Autores(as): Laura Germano Matos (UFC)
Resumo:
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198
Estudo sobre a (in)visibilidade e as consequências do assédio sexual para jovens trabalhadores
Autores(as): Alice de Freitas Oleto (FGV/EAESP), Jane Kelly Dantas Barbosa (UFMG), José Vitor
Palhares dos Santos (UFMG), Letícia Rocha Guimarães (UFMG)
Resumo:
Falar de assédio sexual nas organizações faz-se pertinente por levantar questionamentos
sobre consentimento, submissão e liberdade dos indivíduos. O assédio sexual é uma forma
de violência psicológica, em que a vítima é perseguida no ambiente de trabalho, ou mesmo
fora dele, com uma série de investidas de conotação sexual. A vítima recebe, repetidamente
e sem seu consentimento, galanteios, olhares libidinosos, propostas, entre outras investidas.
Nesse contexto, a ocorrência de assédio sexual no cotidiano laboral de jovens trabalhadores,
grupo que revela idiossincrasias e transita entre a leveza da infância e as responsabilidades
da vida adulta, deve ser alvo de reflexão considerando o contexto de trabalho precário em
que usualmente se inserem. Assim, o objetivo desta pesquisa foi analisar como são percebidas
situações de assédio sexual vivenciadas por jovens trabalhadores sob a perspectiva de
profissionais da Associação Alfa. Ressalta-se que a pesquisa tinha como objetivo inicialmente
entrevistar os jovens trabalhadores da associação, mas ela vetou qualquer tipo de contato
com os jovens e pediu sigilo quanto à sua identificação. Trata-se de uma Associação nacional,
que atua na inclusão de jovens em situação de vulnerabilidade social no mercado de trabalho.
Para fins da pesquisa, foi considerada a filial da cidade de Belo Horizonte, devido ao critério de
acessibilidade. Realizou-se um estudo de caso, de natureza descritiva e abordagem qualitativa.
A coleta de dados se deu através de entrevistas com roteiro semiestruturado com 21 profissionais
da Associação Alfa e os dados coletados foram tratados por meio de análise de conteúdo. Os
entrevistados demonstraram não entender os conceitos de assédio moral e assédio sexual,
dificuldade que afirmaram ser comum também entre os jovens, o que revela o quanto o assunto
não é discutido. Quanto à realidade do assédio sexual, foram narrados 5 casos, sendo que todos
envolviam predominantemente jovens do gênero feminino. Percebeu-se que a Associação Alfa
faz acompanhamento desses casos, entretanto, trata o tema com ressalvas, não incluindo-o
nas discussões com os jovens. A respeito da forma com que os casos são tratados na Associação
Alfa, percebeu-se através dos relatos que, quando chegam ao conhecimento dos profissionais
da instituição, geralmente há transferência ou desligamento do jovem da empresa, recaindo
sobre as vítimas possíveis consequências do assédio, uma vez que não foram relatadas ações
relacionadas à organização. Um fato preocupante é a inversão da culpabilidade do assédio
sexual do assediador para o assediado (vítima), como evidenciado nas falas de profissionais
que afirmam caber ao jovem se prevenir do assédio, evitando comportamentos de maior
intimidade com os colegas de trabalho e uso de roupas inadequadas. Assim, destaca-se a
importância de tratar do assunto de forma que os trabalhadores compreendam do que se trata,
desnaturalizem essa prática nas relações de trabalho e desconstruam a noção de que a vítima
é culpada por ter sofrido a agressão para que experiências dessa natureza não comprometam
a formação e o desenvolvimento desses profissionais.
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199
Participar do Movimento das Empresas Juniores: uma possibilidade de aprendizagem
cooperativa
Autores(as): Adriana Ventola Marra (UFV), Ana Carolina Silva Ferreira (UFV), Leticia Barbosa
Santos Morais (UFV)
Resumo:
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200
“Penso, logo, existo”: o encarceramento simbólico de jovens com parentes detentos
Autores(as): Jonaza Glória dos Santos (Governo do Estado de Sergipe), Najó Glória dos Santos
(UFS), Suanam Glória Fontany (DeVry/Faculdade Martha Falcão)
Resumo:
Esta pesquisa tomou como objeto jovens que tem um parente detento pela indissociabilidade
do estigma do encarceramento e seus reflexos na construção das suas sociabilidades. Acontece
em um espaço marcado pelo estigma social de violência e perigo por ter se edificado em torno
de uma penitenciária, hoje desativada como prisão, mas ainda vinculada à segurança pública
e manter viva sua memória. Esses aspectos impõem a esses jovens a convivência cotidiana
com os estigmas individuais e sociais que suas histórias carregam. O objetivo do trabalho foi
investigar o processo de socialização e aprendizagem dos jovens que tem um ente detento.
Sabendo-se que o estigma do encarceramento do detento recai de forma auto-infligida ou
pelo olhar do outro sobre seus familiares alterando suas construções identitárias e relações
sociais. O que se encaixa confortavelmente com o GT e eixo temático escolhido. Orientação
teórica: Toma como fio condutor as percepções teóricas de Irving Goffman na abordagem do
estigma individual que explica a delicada convivência do estigmatizado consigo e com o outro.
Pelas lentes de Norbert Elias na construção do conceito de estigma coletivo, visto esses jovens
estarem inseridos em um espaço/lugar diferenciado – bairro América, zona oeste de Aracaju,
marcado pela presença da 1ª penitenciária de Sergipe e toda sua urbanização ter sido edificada
a partir daí, o que os insere na teoria dos estabelecidos e outsiders. Aborda ainda, a relação
entre estigma e desvio através das teorias de Howard Becker que preceitua a necessidade
de se redefinir os conceitos sociológicos em torno do estigma ligado ao desvio. Através de
pesquisa qualitativa – exploratória com inspiração histórico – dialética e pesquisa de campo,
pudemos conhecer as estratégias desenvolvidas pelas juventudes locais para a convivência
e superação com o duplo estigma – individual e social, nos seus processos de socialização. A
reconfiguração do sentido de estigma alterou a percepção dos jovens em torno do estigma
do encarceramento, esse, não se constituindo mais uma impossibilidade de inaceitação
social. As novas composições familiares, neste caso, predominantemente monoparentais
femininas, também foram identificadas e descritas confortavelmente ante a ausência paterna.
A condição juvenil de superação deu-lhes a possibilidade de não aceitarem socialmente as
restrições impostas pelo estigma, o que não impede a desconfortável convivência individual
com o mesmo. Breve consideração do locus:A pesquisa foi realizada com jovens que tem um
ente detento moradores do bairro América em Aracaju-Sergipe, espaço/lugar marcado pelo
estigma de violência e perigo dada a presença da penitenciária e o histórico político, social
e econômico perverso do sistema penitenciário brasileiro. Desativada em 2007, mas ainda
presente simbolicamente.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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201
Primeiro emprego e competências comportamentais: Um desafio para os jovens
Autores(as): Adriana Ventola Marra (UFV), Ana Carolina Silva Ferreira (UFV), Áurea Fideles
Teixeira (UFV/Campus Florestal), Dara Heleno da Silva (UFV), Leticia Barbosa Santos Morais
(UFV)
Resumo:
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202
A escola como espaço de transição para o mundo do trabalho
Autores(as): Magno Geraldo de Aquino (UFMG); Alice Gerlane Cardoso da Silva (UFMG)
Resumo:
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203
GT 04 - CULTURAS JUVENIS CATÓLICAS
Coordenadores: Flávio Munhoz Sofiati (UFG)
Resumo Geral:
O Censo de 2010 aponta que houve pela primeira vez no Brasil a diminuição no número
absoluto de fiéis católicos, passando de 125 milhões para 123 milhões de adeptos. O declínio
católico ocorre em vista dos processos modernos de liberdade de escolha. Todavia, uma visão
sócio-histórica evidencia que o catolicismo deixou de ser a “religião dos brasileiros”, mas
é ainda a “religião da maioria dos brasileiros”. Os números também mostram que mais de
90% da população brasileira adere a um credo religioso em um universo de multiplicidade
de ofertas e liberdade de escolha. Há o esvaziamento das instituições religiosas tradicionais
em um processo de “desinstitucionalização” das religiões e, no caso brasileiro, até mesmo um
processo de “mutação sociocultural”. Com o advento da liberdade religiosa no espaço público
moderno, o catolicismo perde em números mas ganha em participação ativa, principalmente
com as vertentes da teologia da libertação e da renovação carismática. Isso pelo fato de
haver no atual contexto a intensificação de uma “adesão pessoal” em que a tradição pode
ser acionada, mas não é determinante no momento da escolha. Com o fim do monopólio
católico e a expansão do que temos denominado pluralização da vida social, ocorre no
Brasil a diversificação do próprio modo de ser católico. O catolicismo tem um potencial de
incorporar a diversidade, porém ela não é nova no contexto nacional, sendo constitutiva do
próprio catolicismo. A novidade está no grau de diversificação “dentro de uma única igreja sob
uma única liderança”, isto é, o novo é a dimensão da diversidade no contexto contemporâneo.
Mais recentemente os pronunciamentos do papa Franciso e a midiatização das Jornadas da
Juventude contribuem no processo de revisão institucional com impactos para as formas de
adesão a esta tradição milenar. O segmento juvenil tem ganho destaque no campo católico
seja por representar potencialmente o futuro da instituição; seja pela expansão das diferentes
correntes de inspiração carismática que têm na juventude seu público alvo. Diante do exposto,
este Grupo de Trabalho tem como proposta o diálogo em torno das culturas juvenis vivenciadas
no interior da Igreja Católica. O objetivo é estabelecer um espaço de análise dos diferentes
contextos de atuação da juventude e as transformações formuladas pelas novas gerações a essa
instituição bem como o seu processo de recepção. Pergunta-se: como se estabelece o processo
de rejeição, adaptação e inovação que os jovens realizam frente a seus pares? Que tipos de
mediações institucionais são realizadas pelos jovens que se identificam com o catolicismo? A
juventude que atualmente participa do catolicismo tem alterado a dinâmica institucional? De
que modo? Convidamos a todos a proporem comunicações que problematizem o papel juvenil
no processo de atualização ou reformulação do catolicismo na sociedade brasileira marcada
pela expansão das ofertas religiosas.
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204
“Distante de Deus”? Apropriação Juvenil em espaço ritual na Missa da Misericórdia
Autores(as): Ricardo Justino dos Santos (URCA), Francisco Jamerson Alves de Lima (URCA),
Renata Marinho Paz (URCA)
Resumo:
O objetivo deste trabalho é analisar os diferentes usos e apropriações por parte das juventudes
em relação à Missa da Misericórdia, promovida pela Comunidade Católica Filhos Amados do
Céu (FAC) em Juazeiro do Norte (CE). Esta celebração é realizada semanalmente no estádio
Romeirão, atraindo milhares de fiéis em busca de bens e serviços religiosos como a cura e
a libertação, além de atendimentos que são realizados antes da celebração, promovendo
forte acolhida aos fieis pelos membros da comunidade, e pelo despertar de reavivamentos
através da ênfase nas emoções, e promovendo a “satisfação espiritual” (SOFIATI, 2009).
Dentro do mesmo espaço de realização litúrgica são oferecidas outras atividades como a
comercialização de bens e serviços religiosos, materiais e simbólicos. Este trabalho vem sendo
desenvolvido a partir da realização de observação participante nas missas, e de entrevistas
semiestruturadas com frequentadores da celebração e membros da comunidade FAC. Conforme
Fernandes (2009), Rodrigues (2007) entre outros, consideramos que as juventudes podem
possuir diferentes perfis, resultantes de pertencimentos sociais diversificados. Sendo assim,
não homogeneizaremos as juventudes, sendo a análise neste trabalho desenvolvida a partir
desse aspecto plural das agências. Pretendemos mostrar que os trânsitos juvenis (“distantes” e
engajados), podem revelar “agências de projetos” (ORTNER, 2007) dentro do espaço da Missa.
A partir das observações realizadas, um dos aspectos que tem chamado a nossa atenção são
os significados dessas múltiplas inserções dos jovens que traçam “trajetórias indeterminadas”
(CERTAU, 1998) no mesmo terreno. De um lado observamos os jovens “distantes”, que transitam
em grupos, dando a impressão muitas vezes de estarem alheios à celebração, ou que “não são
coerentes com o espaço construído” (CERTAU, 1998), mas que, em determinados momentos, se
deixam envolver. Contrastivamente encontramos também uma forte atuação juvenil no palco/
altar, nas atividades musicais e religiosas, e no entorno nos serviços de oferta, de acolhimento
e oração, compondo maciçamente a equipe da Comunidade FAC, e auxiliando na dinâmica
e logística ritual da missa. Diante deste cenário, observamos que os jovens ocupam espaços
como protagonistas na celebração (muitos deles sendo membros da Comunidade FAC),
sendo os responsáveis em boa medida pela organização do espaço, pela musicalidade da
missa, pelo engajamento nas atividades do ofertório e adoração, mas também se encontram
nas margens do evento, desenvolvendo formas de sociabilidade aparentemente alheias às
praticas religiosas realizadas naquele espaço, o que reforça o discurso de que “Os jovens estão
se afastando de Deus”, recorrente na narrativa de entrevistados (membros da comunidade)
e do padre Monteiro, responsável pela celebração. Neste aspecto, podemos observar uma
identidade religiosa não apartada de outras experiências do cotidiano juvenil (MANDARINO,
2012), como a sociabilidade entre esses jovens “afastados” e seus grupos no espaço da missa.
O que aparece no campo observado são essas posições plurais, que oscilam do engajamento
religioso à relativa marginalidade naquele espaço ritual.
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205
A Pastoral da Juventude nas conferências nacionais de Juventude
Autores(as): Rodrigo Crivelaro (Instituto Federal de São Paulo)
Resumo:
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206
Culturas juvenis católicas na Jornada Mundial da Juventude: expressividades e performances
no espaço religioso
Autores(as): Flávio Munhoz Sofiati (UFG)
Resumo:
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207
Evangelização na contemporaneidade: os novos movimentos eclesiais como caminho de
evangelização
Autores(as): Maria Eduarda Freitas Silva (UNILAB)
Resumo:
A necessidade de se reinventar e de chegar mais próximo dos leigos fez com que a igreja
católica no Brasil abrisse espaço para o nascimento de novas comunidades orgânicas ligadas
ao pentecostalismo católico. Pe. Abimael do Nascimento explica que essas comunidades
são agrupamentos de leigos, marcados por uma nova linguagem ligada especialmente aos
jovens. Atuando dentro da comunidade com atendimento social, grupos de oração e eventos.
Entre essas comunidades, advindas da Renovação carismática Católica (RCC), as mais
conhecidas nacionalmente estão à comunidade Shalom, Canção Nova e Toca de Assis. Esses
movimentos buscam resgatar práticas como a castidade, a reza do terço mariano, a vivência
dos sacramentos como o da confissão e da comunhão e a adoração e benção do santíssimo,
acreditando que dessa forma o cristianismo seja vivenciado de forma plena e carismática.
Este carisma pregado por estas comunidades é um carisma comunitário e benevolente, onde a
preocupação com o outro é explícita em práticas sociais. Alguns vão a busca de resgatar jovens
drogados, mendigos abandonados, casamentos e famílias destruídas. Outros ainda, se dedicam
a evangelização nas paróquias através dos grupos de oração ou usando meios midiáticos.
Carismáticos e sacerdotes usam redes sociais para aconselhar e evangelizar. Programas de
radio e TV transmitem diariamente mensagens, missas, programas e shows de grandes nomes
da musica católica do país. Grandes eventos anuais são produzidos como o Halleluya que
chega a ter um público de até 1 milhão de pessoas durante os cinco dias de evento. O grande
número de jovens que aderem a estes movimentos trás um novo revigoramento para a igreja,
que passa de um lugar antes tido como conservador e excludente, a um lugar renovador e
acolhedor. Pensar em formas de evangelizar condizentes com os dias atuais, sem perder a
espiritualidade cristã e sem deixar de lado os dogmas da igreja, é uma das missões dessas
novas comunidades eclesiais. Missão às vezes difícil, tendo em conta a opinião contraria de
alguns bispos, padres e leigos com características mais conservadoras, que acreditam faltar
prudência de alguns carismáticos ao difundir certas práticas. Pe. Paulo Ricardo, em seu canal
do youtube alerta que praticas como o dom de línguas e o repouso no espírito santo devem
ser contidos. Acredita que os afetos instigados no inicio da conversão cristã é bem vinda, mas
que isso não pode ser uma pratica apelativa, tendo em vista, o processo de evolução que o
cristão terá que passar, processo esse que não é todo o tempo saboroso. O testemunho de
quem vivência o carisma é sempre de derramamento de graça, de profundo encontro com
o espírito santo e de sentimento de misericórdia. E apesar de opiniões contrarias os grupos
ligados a renovação carismática atrai pessoas à igreja e resgatam os que um dia se afastaram,
através da restauração do sentimento do amor de cristo e da difusão da misericórdia divina,
cumprindo a graça da missão da igreja de pregar o evangelho e a busca pela santidade. E é
esta graça que perpetua o movimento em seus mais de 50 anos de existência.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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208
Participação de jovens e de mulheres na Igreja Católica: uma discussão a partir da V Assembleia
do Povo de Deus na Arquidiocese de Belo Horizonte
Autores(as): Laísa Silva Campos (Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais)
Resumo:
O presente artigo discute a presença de jovens e de mulheres nos espaços de participação das
comunidades paroquiais da Igreja Católica, problematizando questões referentes às relações
inter-geracionais e de gênero, tomando como recorte a V Assembleia do Povo de Deus da
Arquidiocese de Belo Horizonte, que compreende 28 municípios. O artigo busca traçar paralelos
entre a presença das mulheres na Igreja Católica, nos municípios que compõe a Arquidiocese,
bem como a presença de jovens e de mulheres na Assembleia das Juventudes, que tirou propostas
e delegados para a Assembleia Geral, e, por fim, os destaques de gênero e juventude deliberados
como texto final, fruto deste processo e levanta questionamentos sobre a presença de jovens e
de mulheres na Igreja Católica e sua participação em espaços representativos e de tomada de
decisão da Igreja. Para a escrita do artigo foi realizada pesquisa de campo, tomando por base
a V Assembleia do Povo de Deus, processo que ocorre na referida Arquidiocese a cada quatro
anos visando abarcar, de forma representativa, as pessoas que fazem parte destes segmentos
da sociedade. Ainda, para a composição do texto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica
com recortes temáticos assim descritos: a) participação das mulheres na Igreja e na sociedade;
b) estudos sobre a juventude; c) concepções teóricas que abordam e definem os modos de
interação desses públicos nos espaços eclesiais. Foram utilizados para a discussão proposta
dados da pesquisa “Valores e religião na região metropolitana de Belo Horizonte”, realizada em
2012, pelo instituto Vertex, coordenada pelo Prof. Dr. Malco Camargos. Para tal pesquisa foram
entrevistadas 2.826 pessoas de 28 cidades da região metropolitana de Belo Horizonte; sua
margem de erro é de 1,8% e o intervalo de confiança de 95%. Através dos dados pode-se traçar
um perfil religioso, nos municípios em questão. Apresenta-se a partir dos dados disponíveis,
os percentuais em cada município dos que se afirmam católicos e a presença de mulheres
e de jovens que residem nesta Igreja local. Através de documentos e diretrizes produzidos
pela Arquidiocese de Belo Horizonte, apresenta-se as diretrizes elaboradas para as chamadas
Assembleias do Povo de Deus - que estabelecem um momento de escuta e formulação das
prioridades para a elaboração do Plano Pastoral do quadriênio 2017-2020 - salientando quais
são as pessoas que participam do processo e os meios para esta participação. Ao final do artigo
são apresentados os destaques textuais de gênero e juventude que aparecem no documento
intitulado “Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra: Diretrizes da Ação Evangelizadora
2017-2020”, fruto do processo, levantando questões que possibilitam uma reflexão acerca das
relações de inter-geracionalidade e gênero, apontando como essas categorias podem refletir
na vida e na construção subjetiva de jovens mulheres participantes da Igreja Católica.
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209
PJ Natal e Resistência pelo Processo na (trans)formação da Juventude Católica
Autores(as): Francisco Geovani dos Santos (UFRN)
Resumo: A Pastoral da Juventude (PJ) é uma organização destinada ao trabalho com jovens
no âmbito da Igreja Católica do Brasil e tem sua história iniciada ainda na década de 1970,
fruto das experiências da Ação Católica Especializada e das Comunidades Eclesiais de Base
(CEBs), e tendo sua identidade inspirada nos princípios da Teologia da Libertação. Ao longo do
tempo, a PJ tem fortalecido e reafirmado a sua missão no sentido de despertar os jovens para
o projeto de Jesus, a partir de um processo de formação integral baseado na fé, provocando a
conscientização e atuação transformadora dos jovens na Igreja e na sociedade. Na Arquidiocese
de Natal – Rio Grande do Norte (RN), a PJ iniciou sua articulação no começo dos anos 2000,
num esforço das lideranças da época para organizar e fortalecer o trabalho que já era
realizado de forma autônoma por diversos grupos e paróquias da Arquidiocese. Atualmente a
PJ Natal, como é chamada, vive um momento de rearticulação junto as suas bases, buscando
assegurar o acompanhamento e a formação das lideranças juvenis. Em termos organizativos,
a PJ Natal articula suas ações a partir dos 3 Vicariatos, que são subdivisões administrativas
adotadas pela Arquidiocese, e que, por sua vez, agrupam os Zonais em que estão distribuídas
as paróquias. A responsabilidade por dinamizar as ações arquidiocesanas é partilhada entre
as equipes de: Coordenação; Assessoria; Equipe Técnica; e, Animadores dos Zonais. Contudo,
no atual cenário de intensa proliferação de experiências neopentecostais, dos movimentos
de encontro e eventos de massa voltados à juventude católica, a PJ Natal ocupa um lugar de
resistência a esse modelo de evangelização. É precisamente neste campo conflituoso que se
situa o presente relato, objetivando demonstrar como a experiência da PJ Natal tem assumido
a opção pedagógica fundamental pelo processo na (trans)formação da juventude, de modo
a contribuir com o resgate e desenvolvimento de uma cultura católica juvenil fundada no
verdadeiro projeto de Jesus e da Igreja enquanto comunidade/povo de Deus. Rompendo com
a lógica de promoção de grandes eventos e atividades isoladas, a PJ Natal prioriza, desde
2015, a realização processual de Encontros de Coordenadores por Vicariato, de modo a: (1)
descentralizar a ação da PJ, alcançando o maior número possível de grupos; (2) promover
a formação contínua de suas lideranças; (3) promover acompanhamento efetivo aos grupos
e paróquias da Arquidiocese. Esta experiência tem resultado numa gradativa articulação e
comunhão entre os diversos grupos da PJ, possibilitando a estes o aprofundamento acerca da
identidade e missão da Pastoral da Juventude, e despertando-lhes ao compromisso radical
com o Reino de amor e justiça anunciado por Jesus. Neste sentido, a PJ segue na contramão
das tendências hegemônicas atuais, enfrentando a resistência de alguns setores da Igreja
que, por vezes, estão seduzidos pela facilidade de uma experiência mais cômoda, baseada
numa vivência espiritualista e individualista da fé. Ao assumir a opção pelo processo, a PJ
Natal defende um modo ser jovem católico em permanente (trans)formação, vislumbrando um
horizonte claro – a Civilização do Amor.
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210
GT 05 - Debates em educação e saúde na perspectiva de direitos sexuais e
direitos reprodutivos
Coordenadores: Patricia Castro de Oliveira e Silva (UFRJ), Daiana Roberta Silva Gomes (CIEDS)
e Wendell Ferrari Silveira Rosa (UFRJ-NIPIAC)
Resumo Geral:
Ainda que tenhamos vivido avanços no campo da sexualidade e dos direitos sexuais e
reprodutivos, vivemos em uma sociedade onde a intolerância e resistência quanto ao
reconhecimento e valorização das diferentes expressões em sexualidades e gênero são
observadas cotidianamente. A questão se revela ainda mais pungente em relação às juventudes
pois, neste caso, temos a intersecção com geração onde à heteronormatividade e desigualdade
de gênero vigentes se somam contradições que permeiam as relações geracionais, relações
desiguais de poder entre adultos/as e jovens com vistas à dominação e exploração, e ainda a
desvalorização e marginalização das juventudes. Ademais, é preciso observar tais questões em
perspectiva com a desigualdade social em que se constituem e vivem nossos/as jovens, onde
classe socioeconômica, raça/etnia, dentre outros, ampliam vulnerabilidades. A presente proposta
se vincula ao eixo temático Juventudes, Sexualidades e Gênero e se justifica, especialmente,
levando-se em conta um panorama atual que parece caminhar em direção a retrocessos em
Direitos Humanos, onde se ampliam cenários de homofobia, lesbofobia, transfobia, violência
de gênero, recrudescimento de políticas e ações punitivas que tem reverberado em uma série
de violações de direitos de adolescentes e jovens. Faz-se necessário pensar tais questões
dentro de uma perspectiva de direitos sexuais e direitos reprodutivos como Direitos Humanos,
estabelecendo uma rede de pesquisas e experiências realizadas no âmbito de esferas onde
as juventudes se fazem (ou deveriam se fazer) especialmente presentes, tais como instâncias
de educação e saúde. É importante o reconhecimento de que os processos discriminatórios e
de violência contra expressôes diversas em sexualidades e gêneros tem lugar, muitas vezes,
em espaços onde os/as jovens deveriam se sentir acolhidos/as e respeitados/as tais como
escolas, universidades ou serviços da rede de saúde. A vivência de tais processos resulta em
agravos como sofrimento psíquico, vulnerabilidade ao uso abusivo de álcool e outras drogas;
e também se reflete na desqualificação da atenção dispensada a essa população. Neste
Grupo de Trabalho, pretendemos promover a troca de experiências entre pesquisadores/as e
profissionais que atuam em temas das juventudes, sexualidades e gêneros, em sua interface com
educação, saúde e direitos sexuais e direitos reprodutivos, recebendo pesquisas e relatos de
experiência de trabalhos em desenvolvimento ou concluídos para apresentação na modalidade
Comunicação Oral. Particularmente, desejamos debater trabalhos que abordem a gravidez
não planejada, aborto, violência sexual, diversidade sexual e uso de álcool e outras drogas
em interelação com sexualidade, gênero e direitos, identificando as principais perspectivas
teóricas, metodológicas e intervenções realizadas. E ainda, potencialidades e desafios com
relação a esses temas, especialmente em espaços educacionais como escolas, universidades,
unidades do sistema socioeducativo, movimentos de juventude e coletivos e/ou em serviços da
rede pública de saúde, dentre outros.
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211
Os direitos sexuais de crianças e adolescentes e a defasagem do Estado de garantia de direitos
Autores(as): Ana Paula Cruz Penante Nunes (UERJ)
Resumo:
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212
Educação Sexual e a abordagem sociológica no ensino fundamental
Autores(as): Fernanda Naiara da Frota Lobato (UFC)
Resumo:
A política pública de educação básica cearense apresenta inúmeros desafios, os quais convocam
o desenvolvimento de saberes plurais. Neste contexto o PIBID (Programa Institucional de Bolsa
de Iniciação à Docência) de Sociologia surge como uma ferramenta importante, reverberando
em questões acerca do currículo, da ética e da formação, atravessadas pelo cenário político-
social. O presente relato de experiência tem como objetivo refletir sobre a educação sexual e
seus efeitos no alunado, sobretudo nas meninas. Bem como visa pensar a transversalidade e
interdisciplinaridade do tema no currículo escolar de uma escola de Fortaleza, repensando o
modelo de ensino teórico e metodológico. A metodologia se deu a partir do método de observação
participante, acompanhamento de aulas e realização de atividade em uma turma do 9º ano do
ensino fundamental. O PIBID de Sociologia atuante na Escola de Ensino Fundamental e Médio
Dr. César Cals elaborou uma atividade sobre educação sexual, sexualidade e gênero, a partir
do pedido de alunas. Para realizar a atividade foi produzida uma caixa intitulada de “Faça aqui
sua pergunta sem (tanta) vergonha.” que recebeu durante duas semanas perguntas anônimas
vindas dos alunos e que depois foram recolhidas. A primeira aula-intervenção construída
objetivou apresentar as DST’s (Doenças Sexualmente Transmissíveis), a prevenção das mesmas
e da gravidez, levando uma abordagem de cunho feminista para a sala de aula, uma vez que se
incentivou o conhecimento do corpo das meninas por elas mesmas, assim como foi debatido o
termo “Direitos Reprodutivos” como parte dos direitos humanos. Além disso, a abordagem se
deu em concomitância com a explanação da história de resistência da sexualidade feminina
e suas consequentes conquistas sociais. A segunda aula teve como objetivo discutir gênero
e identidade de gênero, e responder as perguntas feitas na caixa. Em suma, essa atividade
trouxe à tona questões de violências sexuais, machismo, heteronormatividade e identidade
de gênero, pois através das reações de estranhamento, das argumentações e depoimentos
o senso comum transparecia, assim como os valores conservadores nos discursos dos e das
estudantes que recebem e reproduzem diariamente as marcas e as expressões do sistema
patriarcal no qual vivemos. Mas, apesar disso as meninas demonstravam interesse pela saúde
sexual e saúde reprodutiva, sendo na atividade concebido como um interesse também social,
tendo sido discutidas questões como o uso de drogas e as práticas sexuais. Assim, percebe-se
a necessidade de incluir o debate e a informação sobre educação sexual e gênero no currículo
escolar, principalmente transversalizando o tema através das ciências humanas, como a
sociologia, que nesse caso em específico foi dispositivo de esclarecimento. Para perspectiva
teórica a fim de embasar e fomentar o debate foi utilizado o texto “Direitos Reprodutivos no
Brasil”, de Miriam Ventura.
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213
Família: vivência de direitos sexuais e reprodutivos por jovens da região SUAPE
Autores(as): Beatriz de Brito Coelho (UFPE), Jaileila de Araujo Menezes (UFPE)
Resumo:
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214
Educação em saúde e sexualidade: relato de experiência de promoção de cuidado em um
Centro Educacional
Autores(as): Natália Silva Almeida do Nascimento (Fanor), Larissa Ferreira Nunes (Fanor)
Resumo:
Este relato de experiência ocorre no Centro Educacional Aldaci Barbosa Mota, única unidade
socioeducativa feminina no Estado do Ceará. Os centros educacionais estão regulamentas
na Lei 12.594/12 que institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase),
anteriormente a esta data, a palavra socioeducação como política especial de média
complexidade à adolescentes que cometeram algum ato infracional foi mencionada pela
primeira vez no Estatuto da Criando e do Adolescente (ECA) na Lei 8.069/90. A adolescência
dentro de uma visão desenvolvimentista é reconhecida como uma fase peculiar e com algumas
características: mudanças sociais, busca da identidade e do reconhecimento grupal, mudanças
biológicas, início da puberdade e muitas vezes da vida sexual. Neste último ponto, percebemos
que o início da vida sexual vem ocorrendo de forma precoce, inclusive cresce o número de
gravidez na adolescência e casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Por isso,
este relato de experiência de encaixa no Gt – 5 – Juventude e saúde, ao trabalhar fatores de
risco e proteção para o adoecimento entre jovens. Objetivou-se trabalhar a sexualidade com
adolescentes em conflitos com a lei em meio fechado a fim de entender e contextualizar ações
pertinentes ao seu universo. Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência,
de acadêmicos de enfermagem da Faculdades Nordeste (FANOR), do nono período, durante o
desenvolvimento de uma atividade da disciplina de Educação em Saúde tendo como público
alvo adolescentes de um Centro Socioeducacional na cidade de Fortaleza-CE, no mês de
Maio de 2016. A ação foi direcionada a sexualidade, diversidade sexual e prevenção das DST/
AIDS de forma participativa junto a dinâmica “Árvore do Prazer”, pensando nisso entregou-se
cartelas para serem expostas na árvore do prazer para que, em seguida, as discussões fossem
bem exploradas pelas adolescentes. Essa dinâmica se encontra disponível em uma Cartilha
promovida pelo Ministério da Saúde. As condições observadas foram expressas pelas respostas
das adolescentes frente ao que lhes dava prazer, a maioria definia atitudes/atos prazerosos
aqueles ligados a sua liberdade. Percebeu-se que o conhecimento adquirido por elas “quebrou”
diversos mitos e tabus populares levando conhecimento e possibilitando a elas a realização
do autocuidado. A experiência dentro de uma instituição socioeducativa nos aproximou da
realidade violadora de direitos dos jovens em conflito com a lei e evidenciou a ineficácia das
medidas socioeducativas como ressocializadoras e promotoras de cidadania. A atividade
instigou a curiosidade de como são construídos os significados e noções de sexualidade e
autocuidado por essas jovens diante as experiências que vivem de suas realidades e de suas
singularidades. Portanto, esse assunto, que ainda é um tabu, precisa ser melhor explorado pelos
profissionais de saúde reconhecendo o adolescente em sua peculariedade e individualidade.
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Metodologias participativas como mobilizadoras do diálogo na rede de garantia de direitos
Autores(as): Íris Vieira de França (UFCG), Aleff Silva Aleixo (UFCG), Alyne Alvarez Silva
(Universidade Federal de Campina Grande), Camilla de Melo Silva (Universidade Federal de
Campina Grande), Maristela de Melo Moraes (UFCG)
Resumo:
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A Escola no Enfrentamento da Violência Sexual Contra Adolescentes
Autores(as): Ana Carolina da Silva Bitencourt (UFPA), Genylton Odilon Rego da Rocha (UFPA),
Raphael Augusto Ferreira dos Santos (UFPA)
Resumo:
A escola assume um papel importante na luta contra a violência sexual contra adolescentes,
pois essa instituição e os atores sociais que a compõem necessitam conhecer essa realidade
para poder enfrentá-la, tendo em vista que os adolescentes ao sofrerem esse tipo de violação,
geralmente “contam” através do seu comportamento a agressão sofrida. Conforme esses
pressupostos, o presente resumo é resultante do Projeto, em andamento, “Empoderando
Comunidades Escolares para o Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e
Adolescentes”, esse está vinculado ao Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Currículo e Formação
de Professores na Perspectiva da Inclusão-INCLUDERE, assim o Projeto possui como lócus de
intervenção as Escolas Públicas localizadas na Região Metropolitana de Belém-PA, e como
objetivo pretende empoderar, por meio de ações de extensão, a comunidade escolar para o
enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. Com isso, a relação com o
Grupo de Trabalho Juventudes, Violência e Conflito Escolares e com o Eixo Temático Violência
contra, entre e por populações juvenis com a discussão proposta se refere à prevenção da
violação contra os adolescentes, pois o Disque 100, nos últimos dois anos, recebeu cerca de
37 mil denúncias sobre violência sexual e exploração sexual contra esse público. Para realizar
a discussão sobre este assunto utilizamos como referência o Guia Escolar: Identificação de
sinais de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes (2011), Estatuto da Criança
e Adolescentes-ECA (1990), bem como artigos, dissertações e teses referentes ao tema. A
metodologia a ser utilizada é a sistematização do tema, a partir de revisão bibliográfica; a
realização do levantamento sobre o conhecimento da tematica junto às Escolas Públicas da
Região Metropolitana de Belém-PA,; ações de formação, por meio de palestras e oficinas, nas
escolas públicas localizadas na Região Metropolitana de Belém-PA; a realização de um evento
que objetiva mobilizar e sensibilizar a sociedade para o enfrentamento da violência sexual
contra crianças e adolescentes. Os resultados iniciais foram à realização do levantamento
bibliográfico acerca da temática, por meio de sessões de estudos e a realização do III Seminário
Empoderamento para o Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes
e o III Simpósio Educação como Possibilidade de resistência a Violência contra Pessoas
LGBT, que contou com a participação de 120 pessoas, no dia 19 de maio, durante o evento a
discussão sobre as temáticas. Dessa forma, com as atividades em andamento, desenvolvidas
por este Projeto, revelam a extrema relevância em discutir e desenvolver estratégias para o
enfrentamento desse problema, observando que através do dialogo com esses sujeitos e com
a comunidade escolar podemos erradicar esse tipo de fenômeno.
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O Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes: Ações do grupo de
estudos e pesquisas INCLUDERE/UFPA
Autores(as): Raphael Augusto Ferreira dos Santos (UFPA), Ana Carolina da Silva Bitencourt
(UFPA), Fernanda Larissa Oliveira Tenorio (UFPA)
Resumo:
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Juventude e o combate à violência sexual contra meninos.
Autores(as): Matheus Ricardo da Silva Lima (UFPA)
Resumo:
Este artigo é resultado de pesquisa e tem como objetivo a discussão acerca da violência
sexual contra meninos, que frente aos levantamentos efetuados demonstrou-se um déficit
de estudos no Brasil, no que diz respeito à realidade de meninos vítimas desta violência. De
tal forma, a relação com eixo temático “Juventudes, violência e conflito” faz-se interligada,
uma vez que um percentual da juventude masculina vem sofrendo com esta violência onde o
processo de ocorrência da mesma é dificultado devido a padrões de masculinidade baseados
na independência e no estoicismo (SANDERSON, 2005; WEISS, 2010) e devido à ausência de
garantia de direitos que amparem este público. O método tratou-se da abordagem realizada
com base no materialismo histórico dialético, indo além do aparente e apreendendo de forma
crítica os determinantes desta realidade, somado a estudos de Jean Von Hohendorff. Sendo
assim, abordar tal assunto vem a ser um passo em direção para que pesquisadores venham
a estudar e combater assuntos relacionados a este público e a esta problemática. Diante da
escassez de estudos nacionais sobre a VS masculina, a atuação profissional torna-se um desafio
(HOHENDORFF; HABIGZANG; KOLLER, 2012), necessitando assim que se evidenciem mais
estudiosos na área, solidificando um conhecimento teórico-prático como base. Estimativas
indicam que uma em cada quatro meninas e um em cada seis meninos experimentou de
alguma forma de violência sexual na infância ou adolescência (SANDERSON, 2005, apud
HOHENDORFF; HABIGZANG; KOLLER, 2012), à vista disso, por mais que os índices de abusos
sexuais no sexo feminino sejam maiores que o masculino, não podemos excluir a realidade
de que o sexo masculino vem sofrendo com esta violência e demanda-se estudos voltados a
analisar e intervir nesta realidade. Nota-se um silêncio advindo das vítimas masculinas de VS,
isto repercute pelo fato de que a dinâmica da violência sexual, especialmente a intrafamiliar,
seja contra meninas ou meninos, tende a ser complexa devido a diferentes fatores que podem
estar envolvidos em sua manutenção (HOHENDORFF; HABIGZANG; KOLLER, 2012). Uma vez
ocasionada esta violência, as percepções sociais acerca de meninos e homens vítimas de VS
foram inclusas no modelo de Spiegel (2003 apud HOHENDORFF; SANTOS; DELL’AGLIO, 2015),
onde tal violência ocorreria por meio de seis categorias, sendo estas: sujeição, interações
sexuais, encobrimento, invalidações, reconciliação e desenvolvimento do “self compensatório”,
sendo esta teoria importante para análise da realidade destas vítimas e suas repercussões,
desde físicas (trauma, DST’s), emocionais (medo, ansiedade, depressão), comportamentais
(retraimento social, comportamento sexual inadequado) e alterações cognitivas. Parte
essencial neste processo se dá acerca da garantia de direitos dessas vítimas, aonde os centros
de acolhimento vem a ser porta de entrada no trato da realidade vivenciada pelas vítimas,
desta forma requer-se estruturas de proteção especializada a estas famílias e vítimas. Assim
sendo, revela-se a importância de estudos que alertem a sociedade para esta realidade e do
desenvolvimento de políticas, junto à justiça, de amparo a estes.
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219
As relações amorosas do adolescentes com histórico de violência intrafamiliar
Autores(as): Thais Afonso Andrade (UNICAP), Albenise de Oliveira Lima (UNICAP)
Resumo:
Entende-se por violência intrafamiliar qualquer ato ou omissão que prejudique a integridade
física e psicológica e o pleno desenvolvimento de um membro da família. As relações familiares
violentas resultam em várias consequências entre elas, as emocionais para os adolescentes
que convivem nesse contexto disfuncional. É importante destacar que é no período da
adolescência que as relações de amizade e de namoro ganham maior importância, a família
vai cedendo espaço para a construção de outros relacionamentos e interações. Como objetivo
buscamos compreender como o adolescente com histórico de violência intrafamiliar se vincula
afetivamente nas suas relações amorosas pré-matrimoniais. O presente estudo apresenta
relação com o Grupo de Trabalho (GT) “Juventude, Criminalização e Políticas Públicas: impasses e
enfrentamentos”, do eixo temático 02, “Juventudes, violência e conflito”, por fomentar discussões
acerca da juventude que convive com uma série de vulnerabilidades, entre elas, a falta de
referência familiar. O trabalho foi desenvolvido com base na teoria da transgeracionalidade,
numa perspectiva sistêmica, o qual aponta que é no contexto familiar que se estabelece as
primeiras relações. Com isso, o adolescente que é vítima de atos de violência no âmbito da
família poderá reproduzir este comportamento nas suas relações íntimas e perpetuá-los nas
próximas gerações. Estar inserido em um cenário permeado por violência é, ainda, considerado
como um preditor para a violência no namoro. A violência no namoro entre adolescentes refere-
se a violência física, sexual, psicológica ou emocional e a perseguição em um relacionamento
amoroso. A vivência de um namoro violento pode desencadear sintomas como depressão,
ansiedade, abuso de álcool e drogas, comportamentos antissociais e ideação suicida. Trata-
se de uma pesquisa de natureza qualitativa da qual participaram adolescentes entre 15 a 18
anos, de ambos os sexos, que foram vítima de violência intrafamiliar e que tenham namorado
ou ficado, independentemente do tempo de duração da relação. A técnica utilizada foi a da
bola de neve e o instrumento foi uma entrevista semiestruturada construída com questões que
atenderam aos objetivos propostos. O presente estudo está em fase de análise dos resultados,
entretanto, percebe-se que a violência vivenciada pelos adolescentes no contexto das suas
relações amorosas pré-matrimoniais pode ser vista como uma continuação da violência sofrida
no ambiente familiar. Neste sentido, a violência entre casais de namorados adolescentes é
apontada como uma forma prematura da violência conjugal. Pode-se inferir também que é
um paradoxo para tais adolescentes vivenciarem situações violentas perpetradas por pais ou
responsáveis que deveriam zelar pela proteção e promoção do seu desenvolvimento saudável.
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220
Estigma, preconceito e (não)cuidado em um CAPS AD III
Autores(as): Aleff Silva Aleixo (UFCG), Alyne Alvarez Silva (UFCG), Camilla de Melo Silva (UFCG),
Íris Vieira de França (UFCG), Maristela de Melo Moraes (UFCG)
Resumo:
Conforme é discutido por Michel Foucault, sempre houve um movimento e um esforço hercúleo
para manter as pessoas consideradas “indesejáveis” enclausuradas em determinados espaços
e/ou padrões. Falamos do pobre, do negro, e, mais especificamente, do jovem que reúna as
duas últimas características conjuradas. A reforma psiquiátrica emergiu com o objetivo de
ofertar práticas de cuidado mais humanas e rompendo com as posturas antidemocráticas e
tiranas presentes na lógica manicomial/hospitalocêntrica. No que diz respeito às crianças e
adolescentes usuárias de drogas, são criados aparelhos específicos: os Centros de Atenção
Psicossocial Álcool e outras Drogas III (CAPS AD III). A partir de experiências vivenciadas por
estudantes e integrantes do Núcleo de Pesquisa e Extensão sobre Drogas (NUD), na Rede de
Atenção Psicossocial (RAPS) de um município do estado da Paraíba, foram percebidas questões
peculiares e que serão ressaltadas no presente relato. A atividade de extensão atendeu a um
público de profissionais e usuários dos serviços. Adotamos metodologias participativas, uma
vez que as compreendemos como sendo propiciadoras do processo de construção coletiva
do conhecimento. Neste relato, voltamos o nosso olhar para as ações realizadas no CAPS AD
III. Foram realizadas visitas para a observação do funcionamento, reuniões dos profissionais,
familiares e usuários, com vistas ao conhecimento do espaço, a população atendida e suas
demandas. Realizamos a primeira assembleia de usuários e profissionais, momento ímpar
na história do serviço, onde usuários e profissionais puderam expressar seus pontos de vista
acerca do dispositivo, numa relação dialógica, abrindo margens para possíveis mudanças. A
partir do que foi construído para (e com) o serviço e do modo como as atividades aconteceram,
inferimos que embora os dispositivos frutos da reforma psiquiátrica objetivem adotar uma
perspectiva de cuidado democrática, centrada na pessoa e sua autonomia, nos deparamos
com profissionais com discursos e práticas manicomiais que entram em dissonância com a
política proposta. Percebemos que o estigma atribuído ao jovem usuário de drogas adentra
o dispositivo via profissionais, que os reproduzem e os reforçam a partir de práticas de (não)
cuidado. Tal conjuntura reverbera nos modos de subjetivação dos adolescentes, agregando a
si elementos provenientes do discurso que é força motriz do estigma. Encontramos, pois, um
serviço substitutivo que traz em suas práticas o reflexo daquele que deveria substituir, uma
vez que o estigma e o preconceito agem como balizadores do cuidado – refletindo na sua
ausência, na negligência e na negação de direitos. Diante disso, percebemos a urgência de
uma formação profissional voltada para uma prática que está longe de ser fácil, mas que é de
grande valia. Há muito o que ser feito e o desafio está em sabermos aproveitar e potencializar
toda e qualquer chama que remete às possibilidades de (re)inventar o viver.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
221
Uso de drogas e gênero: trajetórias de uso de drogas de jovens pertencentes as camadas médias
cariocas analisadas partir do gênero
Autores(as): Patricia Castro de Oliveira e Silva (UERJ)
Resumo:
O uso de drogas ainda é pouco estudado sob a perspectiva de gênero, apesar de ser mundialmente
reconhecido como “problema de saúde pública”. As trajetórias de uso são engendradas e como
tal devem ser compreendidas, a partir da utilização do gênero como categoria de análise. Estudos
tem apontado que nos processos de experimentação e manutenção do uso, as mulheres sofrem
maior influencia do companheiro e da família enquanto os homens são mais influenciados pelos
amigos. Ademais, o uso de drogas também está relacionado a situações de violência de gênero,
onde as mulheres usuárias de drogas costumam sofrer violência do companheiro (usuário de
drogas ou não) e de vendedores de drogas (MORAES; CASTRO; PETUGO, 2011; FERNANDEZ,
2007). Ainda que dados epidemiológicos venham demonstrando uma aproximação crescente
nas taxas de uso e abuso de drogas das mulheres em relação aos homens (CHENG et al,
2016, MALBERGIER et al, 2012), o uso de drogas, na cultura moderna ocidental, ainda é uma
prática percebida como associada ao universo masculino por dizer respeito à transgressão,
ao espaço público, chegando a ser uma ação afirmativa de masculinidade (LIMA, 2012). Assim,
as mulheres que se drogam, são tomadas como desviantes da identidade de gênero feminina
hegemônica, e, portanto, tomadas como mais transgressoras, doentes, mais perigosas, sendo
mais estigmatizadas e marginalizadas socialmente, pela família, parceiros amorosos e por
outros homens usuários de drogas. Nesta pesquisa entendemos o uso de drogas como o uso
de substancias psicoativas, alteradoras do sistema nervoso central, englobando assim o uso de
álcool, tabaco, das chamadas drogas ilícitas e de medicamentos de uso controlado disponíveis
à venda em farmácias mediante receita médica, mas também obtidos de maneira ilegal
(MORAES; CASTRO; PETUGO, 2011). Este estudo apresenta resultados da tese “Outras Drogas
da Vida:abuso emocional e codependência nas trajetórias de vida de jovens usuários de drogas,
pertencentes as camadas médias no Rio de Janeiro”. Foi realizada uma etnografia em locais
de sociabilidade juvenil da zona sul e Centro (Lapa) do Rio de Janeiro; coletadas histórias de
vida de jovens com idades entre 18 e 29 anos pertencentes às camadas médias cariocas e
usuários de algum tipo de droga. Os resultados indicam que a iniciação ao uso de drogas pelas
mulheres pesquisadas, se dá a partir da família e/ou companheiro, onde tal uso pode sugerir
rompimento com a expectativa tradicional do gênero feminino, mas em verdade é feito dentro
de uma estereotipia de gênero num contexto de agradar o outro e objetivando a manutenção
da relação afetiva com o parceiro. Argumentamos assim que as relações desiguais de gênero
e os modelos tradicionais normativos e hegemônicos de feminilidade e masculinidade são
reproduzidos no uso de drogas, implicando trajetórias de uso e abuso distintas, bem como
danos sociais e à saúde também distintos entre homens e mulheres. O que deve ser observado
pois, demandam estrategias preventivas e de intervenção direcionadas. As relações desiguais
de gênero também se refletem na violência de gênero e maior estigmatização social que
acomete as mulheres usuárias de drogas.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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222
Juventudes e os discursos produzidos sobre violências, direitos sexuais e direitos reprodutivos
Autores(as): Adriana Melo Cavalcanti de Almeida (UFPE), Karla Galvão Adrião (UFPE), Marisa
Dantas do Rego Barros (UFPE)
Resumo:
Dentro do contexto dos Direitos Sexuais (DS) e dos Direitos Reprodutivos (DR) pautados na
ótica que intersecciona os marcadores sociais – de gênero, socioeconômicos, de geração,
religião e território – esse trabalho tem como objetivo refletir sobre os discursos das/dos
jovens acerca dos DS/DR a partir das suas trajetórias na interface com os sentidos produzidos
sobre violência, gênero e sexualidade. Esta pesquisa deriva do projeto Ação Juvenil, parte do
Programa Diálogos para o Desenvolvimento Social de Suape, uma pesquisa-intervenção em
saúde realizada pelo departamento de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE) entre 2012 e 2015 em dois municípios da Região Metropolitana do Recife diretamente
afetados pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal. Foram
analisadas as entrevistas de 04 jovens, realizadas em 2014 que abordaram também questões
sobre condição de vida, escolaridade, projeto de vida, práticas de lazer e sociabilidade, levando
em conta o impacto do vertiginoso crescimento econômico da região. Esse trabalho situa-se no
campo feminista pós-estrutural (BUTLER, 2004; HARAWAY, 1995), e trabalha com a categoria
analítica da interseccionalidade (PISCITELLI, 2008). Entendendo os marcadores sociais
entrelaçados, aqui enlaçamos as questões de gênero, de religião, de geração, de sexualidade e
de território avaliando-os em conjunto por sua importância relacional. Em contraponto à visão
tradicional dos direitos sexuais e reprodutivos analisados pelo viés da saúde e risco, refletimos
também os aspectos de erotismo, desejo, prazer e autonomia do exercício da sexualidade.
Este estudo considera o/a jovem dentro de seus contextos, relações e suas várias formas
de expressão. Assim, problematizamos e compreendemos que esta categoria é construída
dentro de um momento histórico e social, rompendo com a ideia de juventude cristalizada.
Uma importante experiência que atravessou todas as entrevistas diz respeito às mudanças
que a construção do estaleiro de SUAPE, na Região Metropolitana do Recife, teve sobre suas
realidades. Isso se deu devido às novas possibilidades em relação ao trabalho, modos de vida e
vivências sexuais mas agravou problemáticas sociais no local. Os discursos produzidos pelos/
pelas jovens mostram como a constante reiteração das normas de sexualidade e de gênero
naturalizam algumas violências importantes na subjetivação sexual deles/delas. Reitera-se a
realidade de que as mulheres jovens não conhecem seu próprio corpo, e não fazem uso da
masturbação, por exemplo, enquanto que os homens permanecem com o discurso de que as
jovens podem ter liberdade sexual “mas não muita”. A partir da perspectiva interseccional,
podemos problematizar a autonomia dessas/desses jovens no tocante ao livre exercício de
seus direitos sexuais e direitos reprodutivos. A religião cristã atua em relação com as questões
de gênero e sexualidade e geração, reproduzindo ações cotidianas de pouca autonomia e
gestão dos próprios prazeres, sendo estes colocados em função dos tempos sócio-culturais das
normas religiosas e dos adultos sobre como gerir o próprio desejo e como performar enquanto
mulher ou homem jovem.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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223
Diversidade Sexual e Gênero: análise sobre a homofobia na escola Ayres de Sousa (Sobral-CE)
Autores(as): Terezinha Iva Linhares Silva (UVA)
Resumo:
Diante dos múltiplos conflitos vivenciados pela sociedade, podemos perceber diferentes formas
de preconceito, uma delas é a homofobia, comumente utilizada para designar “uma estrutura
dominante heteronormativa que subverte a liberdade de uma minoria vista como estranha”,
Borrilo (2015). É assim, estabelecida para designar os diferentes campos de oposição/luta entre
os grupos existentes. A pesquisa em questão se realiza na escola pública de ensino médio Ayres
de Sousa, localizada no distrito de Jaibaras/Sobral-CE. Pois, ao ter em mente a multiplicidade
de discursos que implícita ou explicitamente são silenciados ou reproduzidos na relação dos
estudantes, podemos notar como estes interpretam ou não as definições de Gênero e sexualidade
e se isso inserido em suas vivências deduz ou não a práticas consideradas homofóbicas. Tem
como objetivo perceber através das discussões sobre Gênero e Sexualidade quais as ideias dos
discentes da escola Ayres de Sousa sobre a homofobia e se isso molda ou não as suas relações
com o outro. Neste sentido, ao ter por base as relações pessoais ou interpessoais dos discentes,
se faz necessário uma análise mais profunda sobre como suas considerações sobre a homofobia
podem ou não alterar suas relações com outro visto como estranho. Assim, o grupo focal em
conjunto com as entrevistas revelaram o quanto o preconceito perpassa por áreas implícitas
do poder que se reproduzem na escola e se consolidam em outros espaços de interação.
Para Guacira, os discursos da linguagem, a conotação de um binarismo masculino/feminino
ou mesmo homossexual/ heterossexual são exemplos de como a realidade é reproduzida,
instituída e naturalizada nas diferenças. E o espaço escolar é fonte dessas construções, como
contesta Guacira: “A escola delimita espaços. Servindo-se de símbolos e códigos, ela afirma o
que cada um pode (ou não pode) fazer, ela separa e institui”. (LOURO, 2014, p.62). A partir dos
encontros no grupo focal constatou-se o quanto a temática ainda é algo repleto de apreensões
e contestações entre os discentes. E nisto, percebemos o quanto a legitimação de discursos, a
polarização de ideias sobre a homofobia revela o quanto a reflexão sobre o binômio Gênero e
sexualidade se torna necessária. Discutir sobre a homofobia gera um conflito inevitável, neste
caso, perceber se existe interação da escola com a temática e ao mesmo tempo avaliar como
os estudantes interpretam este tema. Assim, a sensibilização para as questões de Educação,
Gênero e Sexualidade na escola podem alterar a forma como o preconceito é visto ou sentido.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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224
Juventude e Gênero: Percepções de estudantes quintanistas de psicologia
Autores(as): Sonia Maria Ferreira Koehler (Centro Universitário Salesiano de São paulo),
Alessandra Maria Cardoso da Silva (Centro Universitário Salesiano de São Paulo), Jéssica de
Sousa Villela (USP)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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225
Adolescência e Sexualidade: uma intervenção em uma escola pública de Roraima
Autores(as): Halaine Cristina Pessoa Bento (UFRR), Aléxya Cristal Brandão Lima (UFPE), Talitha
Lúcia Macêdo da Silva (UFRR), Vicente Cícero Gerônimo Júnior (UFRR)
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226
Sapa Racha: Saúde das meninas no futebol
Autores(as): Leidiana do Nascimento Pinto (Instituto Agropolos)
Resumo:
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227
Educação sexual: de que tratam as escolas?
Autores(as): Jacqueline Cavalcanti Chaves (UFRJ)
Resumo:
Nas ações e pesquisas com/sobre jovens, o tema da sexualidade se faz presente a partir de
diversas questões, tais como: mudanças biológicas e corporais dos adolescentes, iniciação
sexual, relacionamentos amorosos, gravidez na adolescência, métodos contraceptivos,
violência/abuso sexual, DSTs/Aids, diversidade sexual e de gênero, e afetos, emoções e
sentimentos que atravessam e marcam estas experiências juvenis. Os estudos e trabalhos
relacionados à sexualidade de adolescentes e jovens têm sido desenvolvidos por diferentes
áreas do conhecimento, como Psicologia, Educação, Biologia, História, Filosofia, Medicina e
Enfermagem. No campo educacional, a sexualidade é objeto de (pre)ocupação desde o século
XVIII, tendo uma pluralidade de discursos e práticas que vão desde o intuito de disciplinar
e controlar os corpos de crianças e jovens, buscando normalizar os comportamentos destes
sujeitos, até a tentativa de propiciar a eles a construção de uma vida afetiva-sexual mais
autônoma e prazerosa. Desde então, a educação sexual escolar tem sido mais ou menos
sistematizada e organizada por políticas públicas específicas para este fim. No Brasil, um
dos marcos da sistematização da educação sexual na escola é os Parâmetros Curriculares
Nacionais, no qual a “orientação sexual” é posta como tema transversal que deve ser abordado
nas diferentes disciplinas. De acordo com os PCNs, além de contribuir para a superação
de tabus e preconceitos, a inclusão de trabalhos sobre a sexualidade na escola pretende
intervir no crescimento da chamada “gravidez indesejada na adolescência” e do risco de
infecção pelo vírus da Aids. O debate sobre a educação sexual escolar coloca em exame a
sua pertinência na escola, os conteúdos que devem ser trabalhados, o público alvo, as idades
deste público, os modelos e práticas pedagógicas que devem ser utilizadas e a formação dos
docentes responsáveis por ela. Esse debate tem sido tenso e, muitas vezes, coloca em lados
opostos a escola e a família. Nos últimos anos, no Brasil, em um cenário de recrudescimento
do pensamento conservador, na esfera do Poder Público, as tensões e controvérsias têm se
intensificado com a apresentação de Projetos de Lei como o Programa Escola Sem Partido que,
dentre suas diretrizes e bases para a educação nacional, adota uma perspectiva essencialista e
desenvolvimentista do sujeito, entendendo, por exemplo, a identidade sexual e de gênero como
“identidade biológica de sexo”. É no contexto das questões acima mencionadas que se inscreve
o trabalho desta comunicação oral. Trata-se de uma pesquisa em andamento que tem como
objetivo investigar discursos e práticas escolares acerca da educação sexual de adolescentes
e jovens, a partir da análise de artigos sobre o referido problema, publicados nos últimos dez
anos, em revistas científicas de diversas áreas do conhecimento. O levantamento dos artigos
foi feito na biblioteca eletrônica SciELO Brasil e teve como índice de pesquisa as palavras
educação sexual e sexualidade. Em uma análise preliminar, avalia-se que o tema da prevenção
tem sido priorizado nas ações escolares, as quais parecem estar distantes das inquietações,
experimentações e ansiedades dos alunos.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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228
Gravidez na Adolescência: os sentidos da maternidade para jovens roraimenses
Autores(as): Halaine Cristina Pessoa Bento (UFRR), Aléxya Cristal Brandão Lima (UFPE), Talitha
Lúcia Macêdo da Silva (UFRR)
Resumo:
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229
Gravidez na Adolescência: um olhar sobre a identidade da jovem mãe
Autores(as): Aléxya Cristal Brandão Lima (UFPE), Halaine Cristina Pessoa Bento (UFRR), Talitha
Lúcia Macêdo da Silva (UFRR)
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230
Um olhar sobre a gravidez na adolescência em situação de vulnerabilidade social.
Autores(as): Letícia Carvalho Monteiro Leite (UNIFOR), Beatriz Mendonça de Oliveira (UNIFOR),
Terezinha Façanha Elias (UNIFOR)
Resumo:
O presente estudo foi realizado em uma organização social religiosa do Terceiro Setor
localizada em um bairro periférico de Fortaleza – Ceará, que trabalha com jovens grávidas
em situação de vulnerabilidade social. O objetivo foi compreender os múltiplos aspectos que
perpassam a vida destas adolescentes, considerando também a contribuição oferecida pela
organização social da qual fazem parte. Buscou-se analisar a adolescência na perspectiva
sócio-histórica, levando-se em conta que as condições sociais e econômicas afetam e
constroem essa juventude. Trabalhou-se também com o conceito de Identidade, visto que há
significativas mudanças que ocorrem por ocasião da maternidade na adolescência. Mediante
uma abordagem qualitativa e através do Método Etnográfico se buscou compreender esta
realidade, coletando-se os dados por meio de entrevistas individuais com profissionais e
adolescentes grávidas, observações participantes e pesquisa documental. A partir dos dados
foi possível identificar questões importantes referentes à experiência gestacional das jovens,
tais como a dificuldade na utilização de métodos contraceptivos e a prática do aborto em
decorrência do desamparo. As jovens revelaram ainda a falta de apoio familiar e dificuldades
em estabelecer vínculos mais estáveis com os pais dos seus filhos. Foi possível perceber
também a influência do contexto socioeconômico, perpassado por questões como: violência
física, psicológica e sexual, vulnerabilidade social e inacessibilidade a cuidados com a saúde e
a segurança. Ressaltamos o apoio oferecido às jovens pela organização pesquisada, na medida
em que dispõe, no âmbito da própria comunidade, de acompanhamento médico pré-natal
gratuito, além de atividades educacionais e ocupacionais, capazes de proporcionar um melhor
bem-estar e aprendizagens significativas às jovens mães, como também colaboram para a
inserção no mercado de trabalho. Neste ambiente foi identificada a ausência de psicólogos que
trabalhem com as demandas das adolescentes grávidas e dos profissionais, sobrecarregados
emocionalmente por estarem imersos numa problemática social muito abrangente. Por fim
destacamos que este estudo se constituiu num trabalho acadêmico de grande relevância,
por permitir compreender melhor a experiência da maternidade no segmento pobre da
juventude, desvelando o processo de construção social da identidade de mães e bebês, de
forma a perceber que os fatores que perpassam a experiência gestacional são intensificados
pelo contexto socioeconômico em que as jovens estão inseridas. Este trabalho proporcionou
também aprendizagens importantes quanto ao uso do Método Etnográfico, tendo em vista
o valor deste método para futura atuação como psicólogas. Destacamos ainda a relevância
do profissional de Psicologia em organizações sociais do Terceiro Setor, uma vez que estas
instituições se dedicam, em geral, a problemáticas sociais de grande complexidade, buscando
uma atuação efetiva, transformadora e de impacto na comunidade.
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231
A escolha dos métodos contraceptivos entre universitários
Autores(as): Jomara Oliveira Costa (CESJF), Adriana Sperandio Ventura Pereira de Castro
(CESJF), Crystal Faria Valle (CESJF)
Resumo:
Nos tempos mais antigos, quando o homem começa a associar relação sexual com gestação,
esse homem começa a ter ideias sobre a contracepção. Desde a Antiguidade já se tinham ideias
sobre como se prevenir de uma gravidez. O fisiologista Ludwuig Haberlandt, após vários estudos
com animais em 1919, tem seu nome associado a primeiro método de contracepção hormonal.
Marco para o começo do desenvolvimento dos métodos contraceptivos existentes hoje. Além
disso, também existem registros de 1300 A.C, que contemplavam o uso da camisinha (condon)
como método de proteção de doenças e também prevenindo uma possível gestação. Nos anos
60, tem-se então o começo da ingestão da pílula anticoncepcional. Marco também importante
para a mulher, pois o método traria, em um primeiro momento, uma liberdade sexual e o
controle sobre seu corpo e da reprodução. A pílula então passa a ter uma grande aceitabilidade
social e o número de usuárias cresce alarmantemente. As notícias sobre o novo contraceptivo
— considerado mais eficaz que os anteriores — vieram acompanhadas, no Brasil, de dados
alarmantes sobre o perigo de superpopulação no mundo. Assim, em abril de 1960, a revista
Seleções, num artigo intitulado “Gente Demais! Que Fazer?”, informava que dali a 40 anos,
ou seja, no ano 2000, o mundo teria 8 bilhões de pessoas e, dessas, 70% seriam afro-asiáticas.
Em 1962, o Brasil já comercializava a pílula anticoncepcional e sua maior adesão foi entre as
mulheres de camadas médias. Nessa época também já se distribuía a pílula gratuitamente
para as camadas mais pobres. Além da pílula, a camisinha também foi um instrumento muito
eficaz para as relações sexuais, principalmente com a grande epidemia do vírus da AIDS. A
camisinha passa então a prevenir gestações e doenças sexualmente transmissíveis. Hoje
através das muitas pesquisas realizadas, sabe-se que o uso da pílula cresce bastante e pode
estar muito ligada a uma prevenção da gravidez, dando a mulher, liberdade sexual sem
preocupação. Porém a escolha do método contraceptivo nem sempre é a escolha feita pela
mulher ou pelo casal. Muitas vezes as mulheres usam a pílula “contra sua vontade” por saber
que o parceiro se recusa a usar a camisinha durante a relação sexual. Outro ponto também é
a influência da escolha sobre qual método usar. O casal, ou a mulher, precisa conhecer todos
os métodos e ver qual melhor adapta ao seu corpo para ser feita a escolha. A pílula passa
a ser o método mais usado dentre as mulheres, que por muitas vezes deixam de lado até a
camisinha (condon), apesar de terem consciência que o uso apenas da pílula restringe os riscos
de gravidez, não de contrair doenças sexualmente transmissíveis. Portanto surge a questão até
de uma má formulação do termo ‘anticonceptivo’ por se associar apenas a concepção, ou seja
a gravidez, colocando em segundo plano o que deveria ser seu verdadeiro foco, a segurança e
saúde do individuo. Desta forma, o presente estudo se faz relevante por pesquisar os diversos
fatores que determinam a escolha de métodos contraceptivos que traz subjacente a discussão
em relação às questões de gênero, sexualidade e liberdade perpassando pelos âmbitos de
promoção e prevenção de saúde.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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232
Roda de conversa como mediação na educação em saúde com as juventudes escolares: Um
relato de experiência
Autores(as): Aretha Feitosa de Araújo (UECE), Leidy Dayane Paiva de Abreu (AJIR), Raimundo
Augusto Martins Torres (UECE)
Resumo:
A roda de conversa proposta por Paulo Freire como um dispositivo de liberdade e autonomia
do jovem no processo de aprendizagem, vem se mostrando cada vez mais promissora no
ambiente escolar, uma vez que possibilita ao jovem a capacidade de diálogo e expressão
para com os ouros e si mesmo, ainda estimula a problematização baseada no seu cotidiano,
condizente com a realidade o qual está inserido e estimula reflexão-ação. Discutir educação
em saúde no contexto escolar, é permitir de forma promissora prevenção, promoção e
autonomia em saúde, tornando essas essas jovens responsáveis e com discernimento sobres
sus ações, diante de seus anseios e inquietações. Objetivou-se com esse estudo descrever a
ação docente e discente, através do método dialógico de Paulo Freire, como dispositivo da
construção do saber com as juventudes escolares. Trata-se de um relato de experiência de
natureza descritiva e observacional, baseado na transversalidade das aulas de educação em
saúde em uma escola Estadual de Educação Profissional no interior do Ceará no período de
agosto a dezembro de 2016. A experiência se deu através do método dialógico proposto por
Paulo Freire através de rodas de conversa com os jovens do primeiro ano do ensino médio do
curso profissionalizante em enfermagem, mediado pela professora da disciplina de educação
em saúde, onde se discutiam sobre sexualidade e autocuidado. Nesse estudo foram realizadas
rodas de conversas com jovens escolares semanalmente nas aulas de educação em saúde
sobre sexualidade e autocuidado, como proposta de uma pedagogia autônoma e libertadora
da aprendizagem. Foram convidados 35 alunos para o diálogo. Durante o ciclo da roda de
conversa pautada no método dialógico de Paulo Freire, utilizamos a concepção de educação
problematizadora e conseguimos destacar alguns pontos durante as rodas de conversa: 1. A
Libertação dos jovens escolar em iniciar o diálogo e envolver temas de suas necessidades, 2. A
dialógica pela roda de conversas, onde tinham perguntas e respostas através da relação aluno-
professor, 3. Estimulação e Reflexão ativa através dos questionamentos dos adolescentes
escolares, 4. Autonomia para criação de novos conceitos em sexualidade e saúde reprodutiva
e autocuidado Durante a discussão as questões mais elencadas pelas falas dos adolescentes
dividiram-se em duas categorias sendo a Primeira: Sexualidade e reprodução trazendo os termos:
Medo de engravidar, violência doméstica, gênero e sexualidade, relação sexual, desejo sexual,
Infecções sexualmente transmissíveis, puberdade, menstruação e masturbação. A segunda
categoria: Higiene e autocuidado trazendo os termos: Banho, pele, roupas intimas, higiene
bucal, doenças da boca, obesidade, alimentação e hábitos de vida em geral. Diante desses
resultados, acreditamos que seja necessário discutir e estimular os métodos de aprendizagem
pautados na libertação e crítica reflexiva na juventude escolar afim de integrar os jovens a
práticas saudáveis e autônomas nos seus modos de viver. A roda de conversa proposta por
Freire, permite a interação entre aluno-professor na permeabilidade entre esses dois sujeitos
gerando uma boa convivência com a juventude escolar.
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233
GT 06 - EJA, juventude e direito à educação
Coordenadores: Elisangela André da Silva Costa (UNILAB), Clarice Gomes Costa (PMF/Fórum EJA) e
Maria das Dores Alves Souza (SINDIUECE)
Resumo Geral:
A Educação de Jovens e Adultos (EJA), reconhecida como direito pela Constituição de 1988
(BRASIL, 1988) e como modalidade de ensino pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDB n 9394/96 (BRASIL, 1996), se apresenta, ao longo de sua constituição histórica,
como espaço de luta pelos direitos sociais dos jovens e adultos que não tiveram, em decorrência
das mais diversas situações, oportunidade de ingressar na escola, ou de concluir seus estudos.
Ao longo das últimas décadas, a educação foi apresentada, em âmbito internacional, como
peça fundamental para a solução dos problemas sociais e econômicos existentes, passando
a ter papel estratégico na inserção de países periféricos em lugar de destaque no cenário
econômico internacional e inclusão nos blocos hegemônicos internacionais. Assim, os diferentes
compromissos assumidos entre países induziram o desenvolvimento de políticas educacionais
que dessem materialidade às propostas apresentadas em documentos como a Declaração
Mundial sobre Educação para Todos (JOMTIEN,1990); e Declaração de Dakar – Educação
para Todos (DAKAR, 2000) e mais recentemente Declaração de Incheon e Marco da Educação:
Rumo a uma educação de qualidade inclusiva e equitativa e à educação ao longo da vida para
todos (INCHEON, 2015). São inegáveis os avanços da democratização do acesso da população
brasileira à educação nas últimas décadas. No entanto, o pouco progresso no processo de
redução do analfabetismo, a queda vertiginosa das matrículas de EJA e a juvenilização de seu
público precisam se problematizadas e discutidas, de modo que seja possível compreender
os limites e as possibilidades das experiências educativas vivenciadas nesta modalidade de
ensino e avançar, coletivamente, na garantia do direito à educação. É necessário compreender
a dinâmica de inclusão / exclusão dos jovens e adultos nos processos de escolarização. Para
tanto, é imprescindível o movimento de valorização e reconhecimento da identidade dos
sujeitos da Educação de Jovens e Adultos, marcadas por processos de exclusão diversos e
que os impedem de Ser Mais (FREIRE, 1987), de desenvolverem criticamente seus potenciais
e participarem de maneira mais ativa da construção de sua própria história (ARROYO, 2005).
Dentro deste contexto, o presente GT pretende constituir-se como um círculo de cultura que
possibilite diálogos, trocas de saberes e experiências sobre EJA, juventude e direito a educação,
alinhado com a proposta do Eixo Temático juventudes e educação. O GT se constitui, portanto,
como espaço dialógico de construção coletiva de conhecimentos acerca da temática proposta e,
também de mobilização de sujeitos e instituições em torno da defesa da educação como direito
humano e das diversidades como expressões autênticas das diferentes culturas e vivências que
se apresentam no contexto da EJA e fazem desta modalidade de ensino uma oportunidade
de fortalecimento da identidade e da autonomia dos sujeitos, visando a ampliação de suas
possibilidades de emancipação.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
234
A Implantação da EJA com Qualificação Profissional nas regionais 1 e 3 de Fortaleza
Autores(as): Antonio Marlon Coutinho Barros (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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235
A Juventude Atendidas pela EJA: Dilemas e Esperanças
Autores(as): Maria Rongirlene Oliveira do Nascimento (UVA)
Resumo:
Falar de juventude é algo sempre muito complexo especialmente quando esses jovens foram
obrigados a romper com seu ciclo natural de vida com os estudos antes do tempo, seja por
problemas pessoais, de ordem financeira ou por desmotivação. Este estudo propõe revelar os
dilemas e esperanças de jovens atendidos pela Educação de Jovens e Adultos-EJA. O estudo
é de natureza qualitativa com abordagem descritiva realizado em setembro de 2015, em uma
escola de ensino público que insere a modalidade de EJA - Ensino Fundamental localizada em
Taperuaba, Distrito de Sobral, distante 70 um da sede que fica a 220 km da capital Fortaleza
CE. Participaram três estudantes os dados são apresentados de forma descritiva e refletido
a luz de alguns autores como, Paulo Freire (1989,2010,2013) e Vanilda Paiva(1987), que tem
conhecimento profundo sobre a temática. Os dados revelam os dilemas e a esperança da
juventude nesta modalidade de ensino. Identificaram ainda fatores como a baixa autoestima
dos alunos que apesar de está reinseridos no mundo letrado, poucos acreditam em seu próprio
potencial. Por outro lado, o ensino da EJA, assim como a escola de ensino regular, têm a
possibilidade de contribuir e desenvolver nessa juventude a reflexão e competência necessárias
para realizar seus desejos e o enfrentamento de seus dilemas, relacionado a questão do
desenvolvimento educacional com as do mercado de trabalho e formação cidadã, até mesmo
a não perder de vista a esperança e acreditarem em si mesmos. Sendo assim, a juventude
atendida pela EJA traz consigo além dos seus dilemas, a esperança como maior significado
tanto para aqueles que os veem sem perspectiva quanto para os próprios jovens que estão
com sua auto estima abalada, por conta dos que não acreditam que a EJA poderá trazer a tona
os sonhos e mudar de fato a trajetória de suas vidas. Vale ressaltar que a EJA poderá ser talvez
a única oportunidade para a juventude que não puderam concluir seus estudos no tempo ou na
idade certa, e reforçar que a esperança que esses jovens carregam será o feedback para que
possam vencer na vida e ser sempre necessária a busca pela concretização dos seus próprios
sonhos que as vezes mostram-se confusos, mas com significados importantes e relevantes, que
os levam a concluir não só o ensino fundamental ou médio, mas de chegar até mesmo ao
ensino superior acreditando sempre que são capazes de vencer na vida através do estudo,
mesmo que tenha sido tarde e contra vontade pelos os mesmos fatores mencionados no início
deste estudo.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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236
Da EJA que temos à EJA que precisamos: Reflexões de Educadores de Jovens e Adultos do
Maciço de Baturité
Autores(as): Amanda Arcelino da Silva Cavalcante (UNILAB), Anne Larisse Pereira Rodrigues
(UNILAB), Bruno Miranda Freitas (UNILAB), Elisangela Andre da Silva Costa (UNILAB), Janiele
Lima da Silva (UNILAB), Luana Mateus de Sousa (UNILAB), Maria Angerlane Sampaio (UNILAB),
Matias Neto Alves Ferreira (UNILAB)
Resumo:
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino destinada a pessoas que
não tiveram acesso a educação na idade apropriada ou tiveram sua vida escolar interrompida,
trazendo consigo marcas da desigualdade social que tornam desafiadora a ação educativa
dos professores. O presente texto busca discutir os limites e possibilidades da EJA como
um direito. Metodologicamente a pesquisa orientou-se pela abordagem qualitativa, com
aplicação de questionário junto a educadores de jovens e adultos do Maciço de Baturité. A
orientação teórica considera os estudos de Freire (1987, 1996), Arroyo (2005) e Costa (2014). A
problemática estudada e o diálogo com os referenciais teóricos que versam sobre a EJA como
um direito, relacionam este relato de pesquisa com o GT “EJA. Juventude. Direito a Educação”
e com o Eixo Juventude e Educação. Considerando os limites e as possibilidades da EJA no
contexto atual, indagamos no questionário direcionado aos educadores que mudanças eles
implementariam na EJA. Suas respostas nos indicaram a necessidade de desenvolvimento desta
modalidade de ensino em três grandes blocos: a) valorização dos estudantes; b) valorização dos
educadores e c) valorização da modalidade de ensino. Considerando a Juventude como foco
do JUBRA, serão destacadas as propostas dos educadores que dizem respeito à valorização
dos estudantes: direito à igualdade e respeito às diferenças; e ampliação das oportunidades
de acesso e permanência. No que se refere ao direito à igualdade e respeito às diferenças,
o olhar e as proposições dos professores indicam a necessidade de reconhecimento das
marcas históricas dos sujeitos como parte do processo educativo (ARROYO, 2005). Um olhar
mais voltado para a condição humana de cada um se constitui como o primeiro passo para
a elaboração de propostas comprometidas com a emancipação e a humanização desses
sujeitos. Já a ampliação das oportunidades de acesso e permanência, segundo os professores,
relaciona-se de maneira direta àquilo que a escola dispõe como recursos ou estratégias
para estimular a presença e a implicação dos estudantes no processo ensino-aprendizagem
(COSTA, 2014). Destacam que a boa vontade dos sujeitos é fundamental, mas não suficiente
para a permanência dos estudantes na escola. Foram relatadas limitações físicas, dificuldades
de aprendizagem, problemas relativos às condições materiais de existência precisam ser
considerados nos programas ou projetos de apoio aos estudantes. A existência destas ações
não pode, no entanto, ser compreendida como dádivas, mas como direito que cada estudante
tem de ser apoiado de diferentes formas para continuar aprendendo (FREIRE, 1987). A partir
dos posicionamentos dos professores, foi possível apreender a condição de subalternidade
posta à EJA no contexto investigado, indicando a necessidade de tratamento igualitário entre
a EJA e o ensino regular, reconhecendo o direito à educação não só em termos de leis, mas no
cotidiano das instituições de ensino. São necessários recursos e projetos direcionados a este
público, considerando sua identidade e necessidades.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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237
Escola Sem Partido: Implicações de sua aplicação na prática de um Ensino na perspectiva
Histórico Cultural
Autores(as): Janaína Farias de Melo (UFC), Fábio Pinheiro Pacheco (UFC), Zulmira Aurea Cruz
Bomfim (UFC)
Resumo:
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Espaços para a Juventude do Município de Aracoiaba-CE: Uma reflexão sobre o papel do Poder
Público
Autores(as): Maria Olga Almeida Lima Caracas (UNILAB), Ana Lúcia Nobre da Silveira (UNILAB),
Francisco Gilvan de Oliveira (UNILAB), Glícia Maria Araújo Lima Torres (Secretaria de Educação
do Ceará)
Resumo:
A compreensão acerca dos espaços públicos voltados para a juventude demanda de nós o
reconhecimento do jovem como um sujeito de direitos e como protagonista em seus contextos
de socialização. O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei nº 8.060/90) introduziu um
novo paradigma na legislação, trazendo uma nova compreensão sobre crianças e adolescentes
a partir da Doutrina de Proteção Integral, em que crianças e adolescentes são sujeitos de
direitos humanos fundamentais e especiais. Embora a criança e o adolescente tenham sido
reconhecidos como sujeitos de direitos no texto constitucional brasileiro de 1988 até a década
de 1990 as discussões relacionadas à juventude ainda não ocupava o centro das preocupações
do governo brasileiro (SPOSITO; CORROCHANO, 2005). Assim, verificamos que os debates
sobre a questão de juventude, bem como a institucionalização de Políticas Públicas a ela
destinadas, são fenômenos recentes e relevantes no atual cenário político, econômico e social
brasileiro. A interação entre grupos ligados a diferentes movimentos voltados à discussão
dos desafios vividos pela juventude nos mais diferentes espaços relacionados à educação,
ingresso no mercado de trabalho, vulnerabilidade, violência, sexualidade, drogas, entre outros,
nos mostram a relevância dos achados, dentre os quais se destaca o uso indiscriminado de
drogas lícitas, como álcool e cigarros, além de outras situações que expunham crianças e
adolescentes a situações de risco, como exploração sexual. Este estudo objetivou analisar
como o poder público se posiciona em relação aos espaços públicos de expressão para a
juventude, considerando o lugar que o protagonismo juvenil ocupa neste contexto e a gestão
das políticas públicas voltadas para a implantação, gestão e mutação dos espaços para a
juventude do município de Aracoiaba/Ceará. Metodologicamente optamos pela abordagem
qualitativa de pesquisa, considerando o universo de significados presentes em cada um dos
sujeitos participantes da pesquisa (MINAYO, 2004), fazendo uso do levantamento documental,
pesquisa de campo e do grupo focal, através de um estudo de caso da atual gestão municipal
nos espaços públicos de lazer e de expressão cultural como ambientes capazes de influenciar
na construção da identidade dos jovens de Aracoiaba, partindo do entendimento de que existe
uma conexão entre a função social da cidade, a oferta dos espaços públicos de lazer e cultura
com a formação das identidades juvenis. Contou com a realização de entrevistas concedidas
pelos representantes do público jovem e do poder público municipal. Os resultados apontam
para a necessidade urgente de mobilização social direcionada a promoção dos direitos da
juventude em todos os espaços da cidade. Que nossas reflexões tenham eco e que se constituam
como uma forma de contribuição para possíveis avanços políticos e sociais, promovendo a
compreensão da cidade como um espaço que também educa.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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239
Experiencias, Potencialidades e Criações de Professoras nos modos de Educar em Direitos
Humanos Crianças e Adolescentes
Autores(as): Maria do Socorro Borges da Silva (UFPI), Shara Jane Holanda Costa Adad (UFPI)
Resumo:
Este trabalho trata-se de uma pesquisa de doutoramento tendo como objeto as experiências,
potencialidades e criações de professoras no modo de pensar e educar em direitos humanos
de crianças e adolescentes da educação básica, destacando seus saberes experienciais na
vida escolar. Partindo dos problemas que mobilizam as professoras na prática de educar em
direitos humanos, objetiva-se analisar as experiências docentes, seus modos de pensar e de
educar em direitos humanos crianças e adolescentes, potencializando as dimensões criadoras
de professoras, identificando os problemas que mobilizam as professoras na sua prática de
educar em direitos humanos e perceber outros modos de pensar de professoras sobre educar
em direitos humanos frente as suas experiências de formação e de vivências com crianças
e adolescentes na vida escolar. Metodologicamente, é feito uso de pesquisa-intervenção,
destacando nas duas etapas da pesquisa, os métodos: a Cartografia para a demarcação
do território de pesquisa e dos copesquisadores que participam do grupo-pesquisador da
pesquisa; a Sociopoética, utilizado para as práticas de criação de confetos e problemas sobre
educar em Direitos Humanos. A tese estrutura-se em quatro partes: a primeira, denominada de
“Mapas” trata-se de uma cartografia dos afetos das implicações da pesquisadora nas práticas
de educação em direitos humanos. A segunda parte, “Palavras”, refere-se à problematização
em torno das invenções discursivas sobre direitos humanos e crianças e adolescentes como
sujeitos de direitos, bem como, o processo formativo docente e seus saberes experienciais. Na
terceira parte, intitulada “Poiesis” situa o território de pesquisa, Comunidade Escolar “Mãos
Dadas” da Associação Daniel Comboni, no Parque Alvorada, em Timon-MA. Destacam-se as
razões de escolha do território; descrição da Oficina de negociação, formação do grupo co-
pesquisador, produção e análise dos dados, tendo como dispositivo artístico a técnica “Capulana:
O tecido que fala”, inspiração na cultura africana. A quarta parte, “Rizomas”, momento da
descrição da contra-análise e transversalização do pensamento do grupo pesquisador com
outros fundamentos teóricos que alicerçam a educação em direitos humanos, apontando que
o educar em direitos humanos tem a escola como lugar de invenção dessa modalidade, a partir
dos saberes experienciais, rompendo com uma perspectiva colonizadora e normativa dessa
perspectiva educacional. Os principais teóricos que orientaram esta produção são Foucault
(1992, 1984, 2003, 2011, 2013, 2014); Deleuze e Guatarri (1985; 1995; 2010 e 2013); Arendt (1989;
2001); Agamben (2010); Certeau (1999); Gauthier (2012); Larrosa Bondia (2010; 2011); Panikkar
(2004); Corazza (2004) dentre outros que se orientam por essa vertente.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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240
Formação Docente em Direitos Humanos: Caminhos para garantia de direitos e enfrentamento
da vulnerabilidade social na rede pública estadual de ensino.
Autores(as): Raimunda de Nazaré Fernandes Corrêa (Secretaria de Estado de Educação)
Resumo:
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241
Jovens no ensino técnico e profissionalizante brasileiro e suas habilidades
Autores(as): Claudiane Figueiredo Ribeiro (UFF), Lucia de Mello e Souza Lehmann (UFF)
Resumo:
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242
Juventude(s) e escolarização: algumas questões diante das medidas socioeducativas
Autores(as): Patricia Elaine Pereira dos Santos (UERJ/FFP)
Resumo:
O texto sinaliza as condições de ser jovem na relação com a escolarização diante da privação
de liberdade. Mais precisamente, trago juventude- escolarização- medidas socioeducativas
diante do projeto de negação e ausência que os aproximam nas acepções sociais destinados
a cada uma delas. Se faz necessário questionar os mecanismos e estratégias dos discursos
sobre juventude, reconhecendo que os mesmos afetam as ações pedagógicas nos espaços
educativos. Essa afirmação traduz maior relevância ao identificar os discursos sobre educação
nos documentos voltados para a juventude pautados na inclusão via o atributo violência
associado a esses sujeitos. Que aproximações e distanciamentos podem ser feitos para pensar
os impactos desses modelos educativos na vida do jovem? E o que se oferece é importante
para as estratégias desses jovem nas suas vivências? O diálogo com autores do campo da
juventude (DAYRELL; REIS,2007; SPOSITO,2007, 2000) são primordiais para construção do
discurso em constante disputa (FAIRCLOUGH, 2001), pois o olhar para esses jovens são
como sujeitos posicionados e que se posicionam potencialmente. Ao contextualizar essa (s)
juventude(s) no quadro da educação escolar, a construção de estereótipos como “esse menino
não aprende”, “ela não quer nada, não presta atenção”, se torna mais complexo ao cenário da
socioeducação, tendo em vista que as marcas de sua condição – jovens em conflito com a lei –
são indicativos que reforçam nos quadros escolares as situações problemas. Ainda no debate
da institucionalização dos jovens está diretamente associada à modelos de projetos\políticas
que possam garantir alguma segurança diante de atividades que os retirem de modelos
ilícitos – fora da realidade do jovem - e que sustenta iniciativas que encaram a juventude
como risco e, por isso mesmo, precisa ser tutelada. Também se postula a lógica do século XX
de “salvar as crianças”, na construção do direito fundada no binômio carência/ delinquência,
que consolidou a judicialização da infância, trazendo a terminologia “menor”, que traduzia a
infância desvalida, nas ruas, abandonada, perigosa. Busco com Souza (2006) as narrativas e
depoimentos produzidos sobre e com os jovens nos relatórios e atendimentos ocorrido sobre
escolarização e seu reflexo para futuro no cumprimento de medida no Rio de Janeiro. Desse
modo, algumas questões iniciais considero relevante: as vivências escolares em privação de
liberdade evidenciam que se valorizam as relações e convivência no ambiente escolar, mas o
conteúdo formal carece de sentido para os jovens que não conseguem avaliar a importância
na vida cotidiana; mesmo que os jovens declarem que a escola contribui para “ser alguém na
vida” e “conseguir um futuro melhor”, há práticas de resistência ao ensino formal como evasão,
desinteresse e faltas constantes. Não tenho pretensão em trazer denúncias diante de uma
realidade proposta, mas considerar que o trabalho desenvolvido com jovens em cumprimento
de medida reconhece ditos que precisam ser elucidados sem a pretensão de abalizar uma
resposta, mas apontar questões que envolvam sentidos em disputa de jovens, escolarização e
medidas socioeducativas.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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243
Juventude e Conflitos: Uma Realidade no CEJA de Baturité
Autores(as): Ana Lúcia Nobre da Silveira (UNILAB), Antônio Roberto Xavier (UNILAB), Elcimar
Simão Martins (UNILAB), Francisco Gilvan de Oliveira (UNILAB)
Resumo:
A educação é fundamental na formação do ser humano para o seu exercício como cidadão
consciente e atuante na sociedade em que vive, além de ser um direito garantido na Constituição
Federal de 1998, na Emenda Constitucional nº14/96 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional - LDBEN nº 9394/96, que asseguram o ensino como um direito de todos. Considerando
o cenário escolar como palco para o desenvolvimento do processo educacional sistematizado,
apresentando-se como base e referência crucial na compreensão e mediação dos conflitos
e enigmas na vivência estudantil dos adolescentes matriculados no Centro de educação de
Jovens e Adultos Donaninha Arruda (CEJA de Baturité), este estudo tem por objetivo identificar
os principais fatores que interferem e muitas vezes excluem os jovens do ambiente educacional,
impossibilitando sua permanência e êxito no processo de ensino e aprendizagem. Tal realidade
exige do professor uma postura perceptiva da realidade de cada um, direcionando os jovens
para reintegração social na construção do aprender a conviver, contribuindo para a formação de
cidadãos atuantes e transformadores da sociedade em que vivem, como explicita a concepção
freiriana, que somente quando o homem possui a compreensão de sua realidade, ele é capaz
de superar os desafios e transformar sua vida. Compreendendo que a educação, nas últimas
décadas, favoreceu o processo da construção de uma sociedade mais justa e consciente de seus
direitos e deveres, diante de uma perspectiva democrática e moderna, que possa contemplar a
todos os cidadãos brasileiros com oportunidades de ascensão pessoal, intelectual e profissional
por igual, no contexto do CEJA, refletimos sobre a vulnerabilidade dos jovens educandos,
destacando seus problemas reais, relacionando com o crescente índice de jovens que se sentem
excluídos do meio escolar, familiar e social, agravando expressivamente os problemas sociais.
Sposito e Carrano (2003) consideram a necessidade de um olhar diferenciado através do acesso
a oportunidades aos jovens, visto que tal preocupação só ocorre quando os mesmos se tornam
uma ameaça social. Nesse sentido, a EJA oportuniza o início e/ou retorno aos estudos, capaz
de revelar uma diversidade dos sujeitos, pois cada um possui sua história de vida, desafios
e necessidades pessoais. A pesquisa de abordagem qualitativa, contou com a aplicação de
questionários com educandos da EJA dos anos iniciais e finais do fundamental. Os resultados
revelam que a indisciplina dos jovens da EJA ocorre por diversos fatores, desde a deficiência
da aprendizagem, causando o desinteresse e a baixa autoestima, e por sentirem-se excluídos
do meio social, incidindo nas relações interpessoais, no ambiente escolar, culminando com a
existência de conflitos e violência como reflexo do seu cotidiano. Conclui-se pela importância
do diálogo, o papel da família e as ações significativas da gestão escolar, com a garantia de
acesso, permanência com qualidade e ações específicas para o público da EJA juvenil.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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244
Lei 10639/03 e Currículo: aplicabilidade no CEJA Baturité-CE
Autores(as): Francisco Gilvan de Oliveira (UNILAB), Ana Lúcia Nobre da Silveira (UNILAB),
Antônio Roberto Xavier (UNILAB), Elcimar Simão Martins (UNILAB), Glícia Maria Araújo Lima
Torres (Secretaria de Educação do Ceará), Maria Elanny Damasceno Silva (UNILAB), Maria Olga
Almeida Lima Caracas
Resumo:
Por meio de olhar crítico para sociedade brasileira, onde a presença da herança africana salta
aos olhos, constata-se facilmente discrepâncias sociais assolando os povos afrodescendentes,
tornando-os vulneráveis e vitimas de ataques racistas, permutando com problemas financeiros,
profissionais, familiares e tantos outros, alavancando assim, preocupações com a situação
do negro no país. É fato que o surgimento de conflitos provenientes do diálogo sobre a
heterogeneidade cultural advém desde os primórdios da existência humana, sendo o mesmo
necessário para a aceitação e compreensão das peculiaridades entre cada povo no sentindo da
busca de um ponto de convergência e instalação de um elo de aproximação entre as mesmas,
o que significa dizer uma integração cultural por meio do surgimento de um entrelaço dos
pontos extremos que aproximam e ou distanciam ações próprias de cada cultura. Sendo assim,
por mais que seja laborioso esse processo de integração cultural não significa dizer que seja
impossível. Para tanto, consciente do papel da educação na contribuição para a formação
plena do exercício da cidadania, numa perspectiva de superação de situações conflituosas,
buscou-se inserir por meio da obrigatoriedade nas instituições de ensino básico das escolas
brasileiras públicas e particulares o ensino da História através da contemplação da cultura
africana e afro-brasileira, amparada pela lei 10.639 de 9 de Janeiro de 2003 (BRASIL), uma vez
que PEREIRA (2007) afirma que “ nesse cenário, a escola se torna, inevitavelmente, um lugar
privilegiado que reflete, através de diferentes perspectivas, o rico e desafiador enredo das
relações sociais”. A pesquisa de punho qualitativa, desenvolvida através de análise empírica e
com aplicação de questionário aos educandos e docentes do Centro de Educação de Jovens e
Adultos Donaninha Arruda, localizado na cidade de Baturité/CE, que atende jovens e adultos
de toda a região do Maciço, tem como objetivo verificar a aplicabilidade da referida lei no
ensino de História e da cultura Afro-brasileira no desenvolvimento de práticas pedagógicas,
identificando quais metodologias estão sendo utilizadas para abordar este tema, e se tais
ações estão despertando mudanças significativas de pensamento e de atitudes nos educandos.
Assim a abordagem desta temática é fundamental para combater o racismo, pois este tipo de
atitude discriminatória é consequência de uma história mal contada que precisa urgentemente
ser recontada, porém, de forma positiva. O mesmo tem como base a análise do currículo
e abordagens realizadas no cotidiano escolar, através do “ Projeto Raízes Afrodescendentes”.
Pensando a prática de ensino em um contexto cultural e amplo, reconhecemos a relevância
da aplicabilidade da lei 10639/2003 e no CEJA/Baturité. Os resultados apontam para sua
contemplação na proposta pedagógica de modo interdisciplinar, valorizando e reconhecendo
a importância das discussões sobre a diversidade de praticas culturais afro-brasileiras. Conclui-
se que as vivencias de costume e de integração cultural na EJA contribuem para promover o
respeito pela diversidade e pelas diferenças culturais entre os povos.
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245
O currículo na EJA: espaço de encontro e formação dos sujeitos educandos e educadores no
território de Abrantes
Autores(as): Roberto Fernandes Sousa (UNEB)
Resumo:
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246
O Ensino de Teatro Voltado a Educação de Jovens e Adultos
Autores(as): Victor Matheus Gonçalves de Figueiredo (UECE), Catarina Tereza Farias de Oliveira
(UFC)
Resumo:
A prática no ensino de jovens e adultos possui uma realidade diferente das escolas comuns,
tanto por ter uma dinâmica distinta, quanto por ter alunos de perfis e idades diversas. Quando
ocorre de uma forma padrão, o ensino do EJA na escola é feito de forma continuada, os alunos
estudam a matéria sozinho, seja nas dependências da escola ou em casa, e tem à disposição
professores, na instituição para tirar dúvidas. É nessa realidade que as aulas ministradas pelo
professor Gutembergue de Sousa são desenvolvidas através de oficinas de teatro. As oficinas
ocorrem uma vez por semana e parecem marcar um modo mais particular dos processos de
educação no EJA. Nesse sentido, essa pesquisa tem como objetivo relatar as experiência de
observação das aulas de teatro em uma escola de ensino de jovens e adultos. O relato tem
como foco a metodologia abordada pelo professor e o modo como os alunos/as entendem as
aulas de teatro dentro do contexto do EJA. O eixo temático escolhido é: educação e juventude,
mais especificamente no GT: EJA, juventudes, direitos e educação. A escolha ocorre por ser um
relato que pretende discutir a dinâmica da pedagogia do EJA e a relação dessa modalidade
de ensino com as artes. As abordagens teóricas utilizadas nessa pesquisa trazem reflexões
sobre educação problematizadas por correntes distintas que pensaram a escola e o processo
educativo. Trazemos os autores clássicos da sociologia. Essa dimensão clássica funcionalista
defende que a educação é o meio pelo qual são passados os valores socais e morais de uma
dada sociedade. Através dessa corrente de pensamento foi possível compreendermos a
dinâmica educacional mais tradicional vivenciada no EJA. Por outro lado, tomamos a corrente
marxista por abordar os conflitos na educação para a classe trabalhadora. Esse paradigma
foi relevante por abordar temáticas como a busca de emprego e condições sociais presentes
nas falas dos/as estudantes que frequentam o EJA. Entretanto, foi no pensamento teórico
brasileiro de educação libertadora que encontramos uma relação maior para entendermos
a prática de educação vivida nas oficinas de teatro. A pesquisa teve como metodologia o uso
de técnicas etnográficas em observação participante. A comunidade escolar passou a ser
uma das novas áreas na qual a etnografia passou a ser aplicada, por mais que a educação
nunca tenha sido um tema central para os adeptos desse método. Na pesquisa desenvolvida
foi utilizada também o uso de entrevistas abertas e de história de vida. A entrevista aberta foi
usada com os/as estudantes, mas com o educador adotamos o relato de vida. Por sugestão do
professor, acompanhamos as aulas de teatro como aluno. Esse processo possibilitou uma maior
aproximação com o grupo e, conseguintemente, uma maior percepção do que estava sendo
debatido nas aulas. Nossas conclusões foram que: as oficinas de teatro são fundamentais para
estabelecer relações não apenas com o aprendizado da disciplina de português ministrada.
Essas aulas distintas possibilitam troca de saberes e vivencias entre os alunos e o educador,
que proporcionam uma relação com a frequência mais prazerosa na escola e expressões
emocionadas por parte dos/as alunos/as.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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247
O Jovem talentoso das camadas populares: dupla exclusão
Autores(as): Paula Teresa Pessoa Cavalcanti (UFF), Lucia de Mello e Souza Lehmann (UFF)
Resumo:
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248
O Potencial Humanizador da Arte na Educação de Jovens e Adultos
Autores(as): Bruno Miranda Freitas (UNILAB), Amanda Arcelino da Silva Cavalcante (UNILAB),
Anne Larisse Pereira Rodrigues (UNILAB), Elisangela Andre da Silva Costa (UNILAB), Maria
Angerlane Sampaio (UNILAB), Matias Neto Alves Ferreira (UNILAB), Valdilane Santos Alexandre
(UNILAB)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
249
Permanência escolar de jovens mulheres: a experiência das Salas de Acolhimento
Autores(as): Rosilaine Gonçalves da Fonseca (UNIRIO)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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250
Políticas Públicas de Educação Inclusiva nas Escolas Municipais do Bom Jardim
Autores(as): Luana Adriano Araújo (UFC), Marília Carolina Veras Pedrosa (UFC), Thaynah Barros
de Araujo (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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251
Práticas de Leitura: Concepções dos Estudantes do CEJA de Baturité
Autores(as): Glícia Maria Araújo Lima Torres (Secretaria de Educação do Ceará), Ana Lúcia
Nobre da Silveira (UNILAB), Elcimar Simão Martins (UNILAB), Francisco Gilvan de Oliveira
(UNILAB), Maria Elanny Damasceno Silva (UNILAB), Maria Olga Almeida Lima Caracas
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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252
Rádio Educativa da Universidade da Amazônia (UNAMA): Contribuição Do Programa Educação
em Movimento para a (In)Formação de Jovens e Adultos
Autores(as): Nathália Amanda Siqueira dos Santos (UNAMA), Ival Rabêlo Barbosa Junior
(UNAMA)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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253
Revitalização da Praça do Salgado: Espaços de vivências e Afetos
Autores(as): Antônia Luzirene Ferreira (Prefeitura Municipal de Baturité), Ana Lúcia Nobre da
Silveira (UNILAB), Glícia Maria Araújo Lima Torres (Secretaria de Educação do Ceará), Maria
Olga Almeida Lima Caracas
Resumo:
As praças públicas, entendidas como espaços propícios para integração social e compartilhamento
das vivências afetivas e manifestações culturais que integram a identidade sociocultural das
comunidades, estão lançadas ao descaso ficando a população desprovida de espaços de lazer
e socialização. Constituem locais importantes de integração e fortalecimento das relações
afetivas e socioculturais da comunidade, que deve exercitar ações cidadãs relacionadas à
sustentabilidade ambiental destes espaços públicos. Nesse contexto, identificamos a Praça
do Salgado, em Baturité, que necessita de ações urgentes para sua revitalização, visto que
se encontra com estrutura inadequada para uso comunitário. Possui um canal a céu aberto
acumulando lixo e propiciando a proliferação de doenças, tornando-se um problema de saúde
pública. Diante dessa problemática, os estudantes de ensino médio do CEJA Baturité - Ceará
desenvolveram ações em parceria com a comunidade e organizações governamentais e não
governamentais para revitalização da praça, integrando a defesa da sustentabilidade do meio
ambiente e o fortalecimento da identidade sociocultural do bairro Putiú. Além disso, visou a
possibilidade da população recuperar esse espaço público de lazer como também a ampliação
de sua função social na comunidade como lócus de extensão de atividades pedagógicas da
escola. Este trabalho objetiva sensibilizar a comunidade e o poder público para importância
da revitalização da Praça do Salgado em seus aspectos socioculturais e ambientais. A ação do
estudo concebe o ambiente como projeto de vida, tendo como caminhos necessários ao seu
alcance a educação ambiental, entendida como educação política, no sentido de que reivindica
e prepara os cidadãos para exigirem justiça social, cidadania nacional e planetária, autogestão
e ética nas relações sociais com a natureza (REIGOTA, 1998). A metodologia usada no trabalho
é exploratória de caráter qualitativo em que são analisadas as ações desenvolvidas que se
constituíram de oficinas pedagógicas; mobilizações na comunidade – Dia da Consciência
Verde, doação de mudas da flora local, caminhada ecológica, apresentações culturais;
publicidade na mídia local; nas instâncias públicas como a participação na pauta da sessão da
Câmara de Vereadores. Constatamos que a realização deste trabalho motivou e sensibilizou os
estudantes e a comunidade a uma mudança de postura com relação aos problemas detectados
nos espaços públicos, passando a valorizar a importância da sustentabilidade ambiental. No
caso da Praça do Salgado o estudo permitiu a transformação de hábitos e oportunizou diversas
formas de participação dos estudantes na sociedade, exercitando a cidadania nas instâncias
públicas para a melhoria de sua estrutura, oportunizando a qualidade de vida dos integrantes
da comunidade.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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254
Trajetórias escolares de jovens em uma periferia urbana do Rio de Janeiro: Pedagogia da
Margem e escolarização na linha de fogo
Autores(as): Elaine Ferreira Rezende de Oliveira (UERJ)
Resumo:
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255
Um estudo sobre as práticas excludentes que levam jovens das classes populares cada vez
mais cedo para a Educação de Jovens e Adultos no município de Duque de Caxias.
Autores(as): Marriete de Sousa Cantalejo (UNIRIO)
Resumo:
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256
Uma experiência de monitora para tutoriar e autorizar jovens aprendizes
Autores(as): Taís de Andrade Lopes (UNIFOR), Juçara Rocha Soares Mapurunga (UNIFOR)
Resumo:
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257
GT 07 - Expressividades juvenis e suas relações com a música
Coordenadores: João Bittencourt (ICS-UFAL), Amaudson Ximenes Veras Mendonça (ACR) e
Marco Aurélio Paz Tella (UFPB)
Resumo Geral:
A presente proposta tem como objetivo reunir atividades que tenham como eixo discursivo a
interface entre juventude e música. A preocupação em torno dessa relação ganhou força a partir
da segunda metade do século XX, com o desenvolvimento dos chamados estudos culturais,
pesquisas desenvolvidas no Centre for Contemporary Cultural Studies, da Universidade de
Birminghan, Inglaterra. Pesquisadores/as como Stuart Hall, Paul Willys e Ângela McRobie, são
alguns dos nomes que contribuíram de maneira significativa para a visibilidade das práticas
culturais juvenis, onde a música e a performance assumiram papel decisivo. Naquele momento
as chamadas subculturas eram percebidas como expressões estilizadas de um pertencimento
de classe, ou seja, a gramática linguística e corporal dos jovens punks, rockers e skinheads era
devedora direta de uma posição ocupada por estes na estrutura social mais ampla. A partir
dos anos 90, essa abordagem passou a receber inúmeras críticas, tais como a supervalorização
do indicador classe social em detrimento dos demais – como gênero e raça – demasiada
“politização” das práticas subculturais sem a devida contextualização histórica e a opção por
modelos teóricos generalizantes, sem uma compreensão dos sentidos articulados pelos próprios
jovens a partir dos seus diversos pertencimentos. Com intuito de superar essas limitações,
surge uma outra vertente inspirada por pressupostos teóricos advindos da Sociologia do gosto
de Pierre Bourdieu, da teoria da performatividade de Judith Butler e do conceito de tribalismo
desenvolvido por Michel Maffesoli; empreendimento que acabou se tornando conhecido como
estudos pós-subculturais. Pesquisadores/as ligados a essa vertente defendem que é preciso
buscar uma reavaliação da relação entre juventude, música, identidade e estilo de vida em
um contexto social histórico marcado pela tensão entre o global e o local. Independente da
guerra de argumentações travada entre os partidários de ambas as vertentes, concordamos
que na contemporaneidade a música passou a ter um papel decisivo na constituição do
ser jovem, fazendo parte do cotidiano de garotos e garotas das diversas partes do país, das
diferentes classes, territórios, gêneros e estilos de vida. A música, mais do que um elemento
constitutivo do lazer vivenciado por indivíduos jovens, assume um papel crucial na vida
cotidiana e na produção das subjetividades juvenis, fomentando gostos, escolhas profissionais e
posicionamentos políticos. Nesse grupo de trabalho serão acolhidas comunicações orais – que
resultem de pesquisas concluídas ou em andamento, como também relatos de experiência ou
produção artístico-cultural – que abordem questões como: o papel da música nas formações
identitárias e na produção de sociabilidades, a música como fio condutor dos novos horizontes
profissionais da juventude, a música como expressão de resistência cultural, entre outros.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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258
A experiência da juventude em Juiz de Fora e Viçosa: alguns apontamentos sobre o gosto
musical eclético
Autores(as): Elisabeth Murilho da Silva (UFJF)
Resumo:
Palavras-chave: Cultura Juvenil; Gostos Musicais; Estilos de Vida; Gosto Eclético; Jovens do
Ensino Médio.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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259
As juventudes negras em uma comunidade açoriana de Florianópolis/SC: formas de
sociabilidade, música e construção de identidades
Autores(as): Camila Da Silva Santana (UFSC)
Resumo:
Este presente trabalho propõe colocar o foco na relação das juventudes negras com as suas
manifestações culturais. Para isso, a pesquisa é construída a partir de uma breve análise das
músicas que o grupo pesquisado sugeriu – no caso, jovens negros em espaço de sociabilidade
e lazer no Ribeirão da Ilha em Florianópolis - Santa Catarina. Sabemos que a linguagem é um
dos elementos fundamentais para compreender as diferentes culturas, por isso, esta pesquisa,
que se encontra no âmbito da educação, não pode ignorar esta faceta. Sendo assim, a pesquisa
aborda as juventudes negras, seus traços culturais e seus percursos de vida em uma comunidade
açoriana, o bairro Ribeirão da Ilha, partindo do princípio de que não definimos apenas uma
juventude – considerada pelo Estatuto da Juventude entre 15 e 29 anos –, mas sim, consideramos
que há uma pluralidade. Os jovens abordados na pesquisa frequentam espaços em comum no
bairro pesquisado, delineando traços culturais que não têm espaço para emergir na escola,
mas se manifestam durante o tempo livre de convívio social destas juventudes negras. Desta
maneira, pretendo analisar os estilos musicais que os jovens estão escutando, observando as
expressões linguísticas e as experiências de vida dos jovens negros. A identidade negra não é
algo fácil de ser construído: desde muito cedo os jovens se deparam com a complexidade de ser
negro e ser tomado como estereótipo na sociedade brasileira. A identidade se constrói ao longo
do tempo, marcada pelas escolhas, situações, representatividade, condições cotidianas, entre
outros fatores. Compreende-se que a música é um dos grandes mobilizadores de suas vidas. Se
pensarmos em uma escola, ou mesmo no espaço urbano da rua, podemos perceber que muitos
jovens estão com seus fones de ouvido e cantando. Há uma relação que os jovens apontam
entre a identidade e suas expressões musicais prediletas. Compreender as condições juvenis é
fundamental para estudar todas estas relações sociais. Foram priorizados como procedimentos
de pesquisa a observação participante e as entrevistas. Dialogou-se prioritariamente com os
seguintes autores: Nilma Lino Gomes (2005), Juarez Dayrell (2003) e Helena Abramoway (2005).
Ser jovem negro na sociedade brasileira tem muitas implicações, por isso, dando importância
ao recorte racial, reconhecemos estas juventudes negras e a relevância dessa discussão no
âmbito da educação, na sociedade brasileira. Torna-se necessário conhecer as experiências
destes jovens negros, as suas dúvidas acerca do mundo em que vivem, respeitando as suas
singularidades. A música é um dos caminhos para conhecer as realidades de tantos jovens
negros em nosso país, mesmo que cada recorte tenha uma singularidade – aqui a pesquisa
aborda uma comunidade com traços de colonização açoriana, o que traz características muitos
peculiares para estes jovens negros. Compreender estes estilos musicais é essencial para
pensar nas modalidades de convívio em grupo e formas de sociabilidade onde estes jovens
negros estão inseridos. Percebemos a necessidade de trabalhar e debater essa temática nas
instituições escolares, nas universidades e na sociedade como um todo.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
260
Beber, cair e levantar: liminaridades da juventude e do forró eletrônico
Autores(as): Roberto Marques (URCA)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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261
Cultura e resistência na comunidade da Serrinha: o Movimento Ensaio Rock
Autores(as): Maria Messianne de Sousa Vieira (UECE)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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262
Gostos e preferências musicais no IFRN/SPP
Autores(as): Ana Claudia Silva Morais (IFRN), Louisy Alicia Campos Cruz (IFRN)
Resumo:
A música está presente no cotidiano das pessoas, sobretudo no dia-a-dia dos jovens em idade
escolar. É comum observarmos a utilização de fones de ouvido em objetos eletrônicos portáteis,
como os celulares, o manuseio de aplicativos de música com seleções e playlists, entre outros
recursos que favorecem o contato com a música. Neste cenário, no Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Campus São Paulo do Potengi (SPP), um
grupo de jovens do Ensino Médio participam de uma pesquisa de Iniciação Científica (Edital
nº 08/2016 PIBIC-EM/CNPq), a qual objetiva discutir e conhecer os gostos e as preferências
musicais dos estudantes dos cursos integrados do IFRN/SPP, em suas relações com os diferentes
habitus adquiridos em suas trajetórias sociais pregressas. Para isso, os jovens do primeiro ao
quarto ano do Ensino Médio, turnos matutino e vespertino, foram questionados buscando
compreender como essas escolhas são construídas ao se relacionarem com determinadas
atmosferas societárias. A perspectiva sociocultural da Educação Musical entende que música
e educação são construções sociohistóricas e os sujeitos estão imersos em teias de significado.
Em concordância com autores dessa área, compreende-se que a diversidade do ser jovem é
recorrente nos estudos sobre a juventude e implica interação desses sujeitos com mundos
musicais distintos. Nesse sentido, a diversidade do ser jovem indica que, se as músicas estão
significativamente presentes nessa fase da vida, as interações entre jovens e músicas tanto são
variadas e aceleradamente recriadas, tanto como são inovadas. No que se refere ao caráter
social dos gostos e das preferências, estudos apontam que é preciso entender que o gosto
musical, assim como outros tipos de preferências artísticas, está vinculada à internalização de
certos habitus referentes à origem social dos indivíduos. Os estudantes envolvidos na condução
deste trabalho elaboraram, coletivamente, um questionário o qual foi divulgado através de
formulário online. Este contemplou três aspectos: 1. Caracterização; 2. Gostos e preferências
musicais; 3. Trajetórias sociais e interações musicais dos alunos do IFRN/SPP. Cada estudante
pesquisador foi responsável por comunicar a comunidade escolar com a intenção de divulgar a
pesquisa e seu objetivo para que os alunos participassem voluntariamente. A pesquisa está em
andamento e até o momento, percebe-se que o gosto musical dos respondentes não se efetiva
apenas por predisposições autônomas do sujeito, tampouco como macro determinações das
estruturas sociais, mas, sim, por uma linha tênue entre o indivíduo e os produtos criados pela
sociedade, da qual os jovens fazem parte. Espera-se que os resultados deste projeto contribuam
para um entendimento mais acurado sobre os gostos e preferências musicais, origens sociais
e heranças culturais. Almeja-se, também, que os resultados oportunizem novas discussões
e que o conhecimento construído possibilite a ampliação dos horizontes intelectuais dos
pesquisadores, participantes da pesquisa e de todas as pessoas que venham a ter acesso a este
trabalho.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
263
Interculturalidade e subjetivação política: experiências musicais de jovens negros em Cali –
Colômbia
Autores(as): Gober Mauricio Gómez Llanos (UFMG)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
264
Juventudes e manifestações culturais: a arte musical como forma de resistência
Autores(as): Luiz Gomes da Silva Neto (UFC), Francisca Denise Silva do Nascimento (UFC), Ilana
Santos Alves (UFC-Campus Sobral)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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265
O Enquadro Rap conversa com a periferia: a arte musical como fonte de resistência política
das juventudes na Serrinha
Autores(as): Maria Messianne de Sousa Vieira (UECE), Maria Aparecida dos Santos (UFC)
Resumo:
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266
O habitus de Bourdieu nas relações de construção de si pelos DJs de Música Eletrônica.
Autores(as): Rafael Silveira de Aguiar (UFC)
Resumo:
Tal trabalho é fruto de reflexões acerca da construção dissertativa sobre o entendimento das
relações de consagração e legitimação. Assim, tomando o DJ como um sujeito que possui um
acúmulo de conhecimento específico á aquela determinação atividade, como posso visualizar
o capital musical dentro do contexto dos DJs de Música Eletrônica de Fortaleza? Utilizando
o habutus como ferramenta analítica desenvolvida por Pierre Bourdieu, no seu livro O Poder
Simbólico (1989), como se dão os processos de incorporação das ações destes sujeitos na sua
trajetória? Empregárei-la como ferramenta analítica que me ajudaram ler o que se assenta como
real, sobretudo nas dinâmicas existentes no campo dos DJs de música eletrônica autointitulados
undergrounds ou alternativos na cidade. Desta forma, o entrelaçamento das percepções já
alcançadas no meu campo de pesquisa, mostram-me também como posso contextualizar
tal contexto, especialmente quando identificado o habitus envolvido na classe artística e
seus investimentos na carreira. Nesse passo, o autor traz luz ao que pretendo timidamente
construir contornos do meu campo de investigação, que se detêm em clarear os processos
de construção do DJ de Música Eletrônica na cidade de Fortaleza, Ceará. Especificamente, as
relações de construção do sujeito artista pertencente ao campo musical, através do release
(um tipo de material textual com resumo, uma biografia, com dados específicos e a trajetória
mais importantes elencadas pelo próprio DJ) de um sujeito atuantes no chamado alternativo
ou até underground da cidade. A partir da coleta do material do Rodrigo Lobbão, posso pinçar
elementos específicos do texto para dialogar com a ferramenta analítica proposta. Bourdieu
expõe que nos campos de atuação (sejam eles no social, científico, político ou musical) os
sujeitos operam no compartilhamento de ideias e significância do jogo que se joga (ser DJ),
mesmo que eles estejam em posições opostas (entre os alternativos e os comerciais), mas
havendo um entendimento que o jogo vale a pena ser jogado. Em seu release, Lobbão conta sua
trajetória, pontuando estrategicamente momentos específicos que, para ele, são importantes
para sua carreira, sobretudo nas suas influências musicais de seu repertório. Logo no início
da descrição, o DJ expõe seus caminhos até chegar na cidade de Fortaleza, já que Brasília
é sua terra natal. Chama atenção a forma como o texto foi escrito em terceira pessoa, no
qual põe sua referência no vanguardismo da “cultura do DJ” o estímulo enquanto tal. Ele se
constitui como um sujeito com posição estratégica, proporcionado pela sua história, possuidor
do capital musical necessário para ter autorização pela cena. Portanto, podemos compreender
diante dos elementos ampliados aqui, que há processos simbólicos constitutivos de sujeitos que
podem internalizar certas estruturas sociais simbólicas, especialmente em contextos históricos
de incorporação e reprodução de práticas. Mas, ao mesmo tempo essa estrutura não pode ser
compreendida nem analisada de forma totalizante.
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267
Os Fanfarreiros no contexto do desfile cívico de Rio Tinto-PB
Autores(as): Caio Nobre Lisboa (UFPB), Geraldo de França Alves Júnior (UFPB)
Resumo:
No Município de Rio Tinto, Litoral Norte da Paraíba, dentre os meses de julho a setembro se
forma uma cena musical composta por bandas marciais, fanfarras e bandas de música, por
ocasião dos desfiles cívicos da semana da pátria. Nesse trabalho falamos de uma fanfarra
em particular, a Fanfarra Antônia Luna Lisboa, pertencente à escola de mesmo nome da rede
municipal de ensino, conhecida por ter sido a primeira fanfarra a ser formada na cidade, e que
reúne cerca de setenta jovens e crianças organizadas em grupos de instrumentistas, balizas e
balizadores, carregadores de estandartes e bandeiras, uma comissão de frente e uma comissão
das bandeiras. A música que é tocada inclui tanto dobrados militares, como músicas populares
escolhidas pelos integrantes, que podem ter relação ou não com o tema mais amplo do desfile
de cada ano, especialmente as que estão fazendo sucesso no momento. E esse ponto é de
grande importância, constituindo o problema dessa pesquisa, uma vez que em diálogo com
DaMatta notou-se que essa mescla específica entre músicas, danças, coreografias e mesmo
suas fardas, remetem ao Carnaval, em um processo que chamamos de “carnavalização”, e que
resulta em uma atmosfera não tão formal como nas paradas militares. Assim sendo, os objetivos
foram tentar expandir a percepção da música e daqueles nela envolvidos como expressão de
âmbitos tanto individuais como socioculturais, sobre o que significam e transmitem da e para
a sociedade, os espaços que se utilizam e as mudanças que se operam e anunciam por elas,
identificando e comparando as semelhanças e diferenças da fanfarra em diversas situações de
performances, tendo como mote principal entender o que vem a ser essa “carnavalização” na
Fanfarra Antônia Luna Lisboa, e esclarecendo quais são as críticas negativas que recebem em
resposta de parte da comunidade. Portanto, o presente trabalho disserta sobre as controvérsias
que surgem da busca desses jovens em expressarem a si mesmos, de se fazerem ver e ouvir
a partir de seus gostos musicais, fardas, performances e corporalidades, no contexto de uma
cena musical relativamente mais contida. Resulta de uma pesquisa interdisciplinar, desde a
antropologia visual, via antropologia fílmica de Claudine de France, passando pelos estudos
de rituais e performances de Victor Turner e Richard Schechner, até uma análise sociológica
da música e dos músicos, segundo Norbert Elias e Luís Melo Campos, às quais se interligaram
os estudos de história de vida, os estudos de memória, e a metodologia de gravação no
contexto, discutida na etnomusicologia. A pesquisa foi então realizada em diferentes espaços
de performance: na própria escola, e nas ruas de Rio Tinto, durante os ensaios e os desfiles
cívicos em si. Para isso, utilizaram-se gravadores de áudio, camcorders, câmeras fotográficas,
tripé, notebook e caderno de campo. Desse modo, observou-se a importância desses conjuntos
não só para a elaboração dentre esses jovens de uma noção de pertença com a comunidade,
como também ao aprimoramento, por um lado, de suas habilidades musicais e/ou de danças,
e por outro, da colaboração enquanto equipe, frente às muitas negociações e rivalidades que
enfrentam.
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268
Teatralizações Performáticas Juvenis a Partir de Um Show de Rock
Autores(as): Itamerson Macell de Oliveira Costa da Silva (UFCG)
Resumo:
O Rock surgiu em meados da década de 1950 nos Estados Unidos. O mesmo propagou-se por
meio da juventude da época local e posteriormente para diversos países. Porém, não há apenas
um tipo homogêneo de rock. Esse gênero musical pluralizou-se ao longo da década de 1960,
o que permitiu surgir subgêneros tais como o Heavy Metal, Punk Rock, Indie Rock, Hard Rock,
dentre outros. São diversas as informações recebidas pelos jovens na contemporaneidade. O
ato de ouvir música é uma forma de identificação em torno de cosmovisões que indivíduos
jovens incorporam, vivenciam e interpretam seu cotidiano. Como a mesma é apropriada de
diferentes formas por distintos grupos sociais ela pode ser incorporada pelos jovens como um
demarcador de distinções sociais, resultando na criação de laços afetivos, sentidos de pertença
e modos de vida condutores que alicerçam a vida social dos sujeitos. Essa expressividade que
os jovens constroem por meio da música possibilita aos mesmos formarem bandas musicais
que expressam suas condutas de vidas e formas de interpretação da vida social. O desempenho
deles na formação de tais grupos surge como elemento ímpar para a manutenção e propagação
de culturas juvenis que estão articuladas com uma ideia de ser jovem. Então, a partir desse
processo de produção e consumo do rock pelo público jovem, esse gênero musical pode ser um
elemento simbólico incorporado pelo jovem de forma norteadora a fim de que se construa um
modo de vida em torno dele. Diante desse cenário, o objetivo desse trabalho é problematizar
os elementos simbólicos presentes nas performances dos indivíduos jovens a partir de um show
de rock realizado na cidade de Crato-Ce em 2016, do ponto de vista tanto da banda como do
público. Denomino juventude indivíduos situados na coorte de 15 a 30 anos de idade, sendo
o mesmo um recorte do IBGE 2013 e de alguns autores das ciências humanas. Sendo assim,
analiso por meio de observação participante as atuações juvenis no âmbito do show a fim
de vislumbrar elementos presentes nas representações sociais dos sujeitos, tais como: modos
de vida, sociabilidades, sentidos de pertença social, dentre outros. O percurso metodológico
que me aproprio se dá através da imersão etnográfica no campo de pesquisa por meio da
observação participante a fim de perceber as pluralizações das relações desenvolvidas pelos
indivíduos. Para isso, lanço mão de algumas discussões sobre performance, rock e sociabilidade
juvenil à luz de autores como Richard Schechner, Marcel Mauss, Paulo Chacon, Victor Turner,
Goffman, José Machado Pais, dentre outros. Os resultados apontados no estudo indicam que
as performances desempenhadas por indivíduos jovens proporcionam reflexões aos mesmos
em torno do protagonismo juvenil em criar suas próprias expressões plurais a partir de suas
práticas sociais possibilitando a construção de modos de vida e sociabilidades por meio da
música rock.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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269
“Banzeiro”: a música e instrumentos musicais como expressão de resistência cultural
Autores(as): José Adailton Marques Martins (UEPA)
Resumo:
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270
GT 08 - Gênero, sexualidades e corpo: desigualdades, (pre)conceitos
e transgressões juvenis
Coordenadores: Alexandre Martins Joca (UFCG), Dediane Souza (ABGLT), Elias Ferreira Veras (UECE) e
Juliana Vieira Sampaio (UECE)
Resumo Geral:
No Brasil, somente nos últimos 15 anos, tem-se realizado esforços em apreender os elementos
implicados nos processos sócio educacionais de formação da juventude com foco nas temáticas
de gênero e orientação sexual, de modo que, nas últimas décadas, estudos e pesquisas sobre
juventudes, gênero e sexualidades tem revelado os modos – singulares e plurais – como esses
sujeitos vivenciam e (res)significam, na contemporaneidade, as questões de gênero e sexualidades.
Historicamente, a família, a escola e a igreja acionam dispositivos de gênero e sexualidade a
partir de uma perspectiva essencialista, centradas na dimensão reprodutiva e biológica. No
entanto, os estudos sobre sexualidades juvenis tem observado que o(a)s jovens experienciam
ou aproximam-se de experiências afetivo/sexuais que rompem com a conduta heteronormativa
e ressignificam identidades sexuais. Os arranjos afetivo/sexuais juvenis constituídos a partir de
contextos situacionais e relacionais, mesmo quando recorrem às amarras normativas hegemônicas,
incitam e interpelam suas prerrogativas. Dessa maneira, os diversos conflitos, contradições e
enfrentamentos socioculturais contemporâneos em torno de experiências afetivo/sexuais juvenis,
oriundos da vivência e experimentações de orientações sexuais diversas, para além da norma
heteronormativa, evidenciam a relevância da temática aqui proposta. Na perspectiva de fomentar
o debate acadêmico sobre tais questões, este grupo de trabalho pretende reunir estudos e pesquisas
(teóricos e/ou empíricos, finalizados e/ou em realização) sobre (e com) jovens com ênfase nas
questões de gêneros, sexualidade e corpo. Os marcadores corporais juvenis tomam, nesse campo,
singular relevância, pois, os jovens se utilizam, entre outros, do artifício da imagem corporal para a
anunciação de sua existência, em meio a múltiplas identificações e experimentações de si. Assim,
os processos de produção da estética corporal juvenil, ou as formas de marcação do corpo, são
elaborados pelos jovens, considerando, entre outros elementos, negociações com marcadores
de gênero e sexualidades. Tomaremos como referência teórica as epistemologias elaboradas
no âmbito da sociologia da juventude e dos estudos sobre sexualidade e gênero, especialmente,
os saberes acerca dos processos de ressignificação, modificação e reconstrução do corpo
empreendidos pelo(a)s jovens em seus processos formativos, sejam aqueles vividos nos espaços de
institucionais (família, escola, igreja), nas relações não pares, sejam os empreendidos nos demais
espaços de sociabilidades juvenis, entre pares. Desse modo, as desigualdades, os (pre)conceitos e
as transgressões das fronteiras sexuais e de gênero, frente a diversidade sexual e às sexualidades de
lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT’s), são questões estruturantes desse campo
de estudo. A consistência teórica, a relevância dos temas e seu caráter inovador serão os critérios
de avaliação dos trabalhos submetidos.
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271
Corpos femininos na escola: transgressões e resistências entre jovens mulheres no ensino médio
Autores(as): Lucélia de Moraes Braga Bassalo (UEPA), Hamanda Maiara Nascimento Pontes
(UEPA)
Resumo:
A condição juvenil feminina nem sempre é vivida em sua totalidade na escola. As jovens mulheres
convivem com uma rotina escolar organizada por normas que visam, dentre tantos propósitos,
homogeneizar as práticas e ações dos sujeitos que transitam por seus espaços. Contudo, as
meninas expressam uma lógica própria de se relacionar com o território da escola. Seja em sala
de aula ou corredores, as estudantes se encontram e atribuem novos sentidos a esses lugares
que passam a se tornar o palco de suas interações simbólicas ou até mesmo o cenário para
a expressão estética que elaboram. As estudantes manifestam um vasto conjunto de roupas,
tatuagens e piercings, elementos que não atuam somente como componentes estilísticos, mas
como emblemas que possibilitam processos de identificação entre iguais e distinção frente aos
outros. Por mais que através de seus estilos as jovens elaborem um processo de reconhecimento
dentro da escola, ainda percebem a manifesta incompreensão dos adultos, já que os modelos
instituídos socialmente para a mulher incidirão no que será permitido ou negado as garotas na
escola.Compreender o significado das experiências estéticas e visuais vivenciadas por jovens
mulheres no espaço escolar. Teoricamente norteiam a pesquisa os conceitos de Cultura Juvenil
e Estilo, desenvolvidos, dentre outros, por Carles Feixa e Rossana Reguillo (2000); o conceito
de Geração formulado por Karl Mannheim (1993) e os estudos sobre Corporalidade Juvenil
de Manuel Roberto Escobar Cajamarca. De cunho qualitativo, utiliza a Entrevista Narrativa
como instrumento de coleta de dados e o Método Documentário de Interpretação na análise
das experiências estéticas e visuais de 7 jovens estudantes do Ensino Médio, com idades entre
15 e 19 anos. As narrativas das jovens indicaram que no meio escolar ocorrem processos que
marginalizam suas manifestações e formas de elaboração estética. Para algumas meninas,
a imposição de um fardamento obrigatório nega e inibe a subjetividade juvenil. Além disso,
vigora uma normatividade institucional que prescreve condutas específicas que se pautam em
estereótipos que interpretam o corpo da mulher como uma ameaça a ordem quando não está
sendo vigiado, algo visível nas proibições de vestuário; restrições que integram processos mais
amplos de sujeição e dominação do corpo da mulher. Na escola existem forças disciplinares
que atuam sobre os corpos e preferências estéticas das jovens, objetivando a produção de
subjetividades adaptativas. Contudo, as jovens não são meramente depositárias passivas
das normas escolares, emergem tendências criativas que se desvinculam dos imperativos
e modelos estabelecidos pela escola. Desse modo, as reivindicações de expressão estética,
críticas à escola assim como as demandas de protagonismo são deslocados para as inscrições
corporais que se manifestam por meio de estilos; indumentária que quando posta em cena
reflete um conjunto de significados particulares de suas culturas juvenis.
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272
E aí, Jamil?! Concepções e expectativas de estudantes do ensino médio sobre sexualidade
Autores(as): Luciana Aparecida Nogueira da Cruz (UNESP), Larissa de Souza Lombardi (UNESP),
Emily Beatriz Amaro Custódio (Escola Estadual Professor Jamil Khauan), Felipe Henrique Verri
Bordon (Escola Estadual Professor Jamil Khauan), Larissa de Souza Lombardi (UNESP), Raul
Aragão Martins (UNESP), Thais Emilia de Campos (UNESP)
Resumo:
Campanhas de prevenção são lançadas todos os anos para incentivar os jovens a práticas
sexuais seguras. Mesmo assim, o número de jovens infectados pelo HIV tem aumentado. Dados
do último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2016, apontam que de 2006 a 2015
a taxa de detecção de casos de AIDS entre jovens do sexo masculino com 15 a 19 anos quase
triplicou (de 2,4 para 6,9 casos por 100 mil habitantes) e entre os jovens de 20 a 24 anos, a taxa
mais do que dobrou (de 15,9 para 33,1 casos por 100 mil habitantes). Preocupados com este fato
o presente projeto desenvolve ações de prevenção entre estudantes do ensino médio público.
Em 2015 o projeto E aí?! fez parceria com uma escola pública estadual de tempo integral,
que visa o protagonismo juvenil e projetos de vida. Oito estudantes foram selecionados como
bolsistas do CNPq/PIBIC – Ensino Médio. Eles compõem a equipe de agentes multiplicadores
sobre sexualidade saudável na própria escola e desenvolve ações com os demais estudantes.
Para conhecer algumas concepções e as expectativas dos oitos multiplicadores sobre o
tema sexualidade e sobre o projeto E aí?! foi realizada uma entrevista com onze questões. A
entrevista investigou o motivo pelo qual estes adolescentes se interessaram em participar do
projeto E aí?!; quais as expectativas em relação ao projeto e o que pensavam sobre temas como
virgindade, homossexualidade, anticonceptivos, DSTs, preliminares e fisiologia/anatomia do
corpo do homem e da mulher. Esta entrevista foi respondida no primeiro encontro da equipe.
Quanto ao motivo por ter se interessado em fazer parte da equipe do E aí, Jamil?! todos se
responderam que foi pelo tema do projeto e para aprender mais. Como mostra a resposta de
uma das alunas “Pois é um projeto que chamou minha atenção, pelo fato de ser um assunto que
quase ninguém quer falar” (M, Fem, 15 anos).As questões sobre virgindade, homossexualidade,
masturbação, preservativos, fisiologia/anatomia do corpo, primeira relação sexual e DSTs
geraram muitas dúvidas com várias respostas “não sei”.A última questão sobre o que tinham
curiosidade de aprender e discutir junto à equipe, as respostas variaram desde DSTs e gravidez
não planejada até mitos, tabus e preconceitos. Entre todos esses aspectos, o mais importante é
que por meio dessas ações educativas de prevenção, os jovens estão se empoderando das suas
vivências sexuais e ficando mais atentos às epidemias de DST/Aids e a gravidez não planejada,
sabendo conscientemente o que devem fazer para se prevenir, tornando-se mais autônomos
sobre suas ações e cuidando de sua saúde para que possam viver uma sexualidade sadia, sem
medos e culpas. Finalizando, consideramos importante frisar que o uso do preservativo deve ser
maciçamente incentivado, para que os índices de jovens que deixam de se prevenir diminuam,
almejando um dia, que todos independente de faixa etária, saibam cuidar e respeitar seu corpo
e o corpo do seu parceiro.
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273
Escola, gênero e sexualidade: uma construção sutil do sexismo
Autores(as):: Ivandiely Pessoa Pinto de Menezes (UFPA)
Resumo:
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274
Feminismo na sala de aula: intervenção feminista junto às jovens estudantes de ensino médio
Autores(as):: Ana Carla Tavares Franco (Secretaria de Educação do Estado do Pará)
Resumo:
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275
Gênero e sexualidade na Internet: como e porque estudantes LGBT de Fortaleza aprendem na web
sobre o que a escola nem sempre ensina?
Autores(as): Jefferson Cavalcante de Oliveira (UFC), Eduardo Santos Junqueira Rodrigues (UFC)
Resumo:
Gênero e sexualidade ainda são, por motivos diversos, temas considerados tabus para o debate
no espaço escolar formal. Apesar de alguns avanços no marco legal obtidos nos últimos anos,
as instituições de ensino, bem como suas diretrizes curriculares, livros didáticos e afins, estão
envolvidas num projeto político e social de Estado que, na atual conjuntura, tem recebido fortes
pressões de uma emergente maioria conservadora que busca articular-se nacionalmente a fim
de fazer prevalecer seus interesses. Isso tem transparecido particularmente no que se refere às
relações de gênero e sexualidade, imbricadas em relações culturais e de poder que regulam,
normatizam, censuram e, muitas vezes, buscam silenciar essas discussões no espaço escolar,
particularmente para as minorias LGBT (FOUCAULT, 1997, 1999; LOIOLA, 2011; LOURO, 2013). Isso
não significa que as temáticas do gênero e da sexualidade não sejam trabalhadas de forma alguma
pelas escolas, afinal, em contextos específicos esses temas surgem seja de forma transversal, como
é proposto pelo Ministério da Educação (MEC) nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), em
algumas disciplinas ou quando se pretende fazer alguma formação preventiva sobre gravidez ou
doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo. Porém, mesmo nesse contexto, essas questões
aparecem de maneira superficial, empirista, biologista, informativa ou diretiva (NUNES, 1987). Se o
preconceito se reproduz de maneira simbólica no cotidiano da escola, nos discursos, no currículo
ou nas práticas docentes, todavia, não se deve imaginar que os estudantes permaneçam como
meros espectadores neste cenário. A presença cada vez maior dos jovens na internet, em particular
nos sites de redes sociais, tensiona a relação alunos-gênero-escola e traz outras potencialidades
de relacionamentos e aprendizagens. A disponibilidade de produção e acesso de conteúdos
relacionados a essas temáticas e suas próprias vivências juvenis amplia os espaços de protagonismo
e autonomia dos alunos, visto que buscam compreender, por conta própria, questões pertencentes
à sua subjetividade que nem sempre a escola aborda ou consegue responder. As conexões em
rede possibilitam um espaço de produção e intercâmbio de significados onde os sujeitos podem
compartilhar informações, experiências, vivências e outros conteúdos que contribuam para o
empoderamento de outros LGBT e para uma desconstrução de preconceitos dos que não integram
essa comunidade. Entende-se, então, que essas trocas realizadas em rede atuam como pedagogias
que não se restringem ao espaço escolar, mas que auxiliam na formação dos indivíduos. Assim, essa
pesquisa busca compreender as razões que levam os estudantes LGBT de uma escola de Fortaleza
(CE) a aprenderem sobre questões de gênero e sexualidade na internet e através de quais fluxos
comunicacionais se dão esses processos de aprendizagem.
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276
Ideias e confetos dos jovens da ilha: descolonizando a sexualidade na escola
Autores(as):: Romario Rawlyson Pereira do Nascimento (UESPI)
Resumo:
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277
Articulando gênero e raça na educação técnica de nível médio: o caso das estudantes egressas do IFPE-
Campus Ipojuca
Autores(as):: Danielle de Farias Tavares Ferreira (IFPE)
Resumo:
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278
As jovens capoeiristas e a escola: fronteiras de uma prática educativa
Autores(as); Vicelma Maria de Paula Barbosa Sousa (UFPI-Campus Amílcar Ferreira Sobral), Shara
Jane Holanda Costa Adad (UFPI)
Resumo:
Dentre tantas possibilidades, o objetivo é socializar uma proposta de estudo a nível de doutoramento
em curso (2017) no Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGEd/UFPI. Outra possibilidade,
é contar como esse encontro me levou aos lugares de pesquisa. A capoeira como espaço-tempo
de práticas educativas em processos de desobediência epistêmica, apresentam muitas entradas.
Inicio pelas fases da minha vida, desde a infância até o meu tornar-se pedagoga e professora
universitária. Desde as minhas fugidas na infância para as rodas de capoeira, até querer saber
mais em pesquisas sobre os espaços-tempos das práticas culturais juvenis nas cidades. Enquanto
professora, orientei dois trabalhos de graduação em Pedagogia: um, intitulado “A estética do
corpo na capoeira: vivências da Associação Cultural Escravos Brancos – ACCEB em Piripiri” (2016)
, outro, intitulado, “Sai, sai Catarina/saia do mar venha ver Idalina”: produção de saber-poder pelo
corpo-mulher na capoeira – corpo, gênero e hierarquias em jogo” (2017) . Destarte, esta proposta
problematizará a roda de capoeira e a escola como contextos onde emergem relações de poder,
em que aquela pode ser pensada a partir de uma prática educativa com o corpo jovem-capoeirista-
afrodescendente, perspectivando a formação estética/ética da docência (LOPONTE, 2017). Dialogará
com a abordagem sociopoética e o diário de campo, como registro coletivo de imagens-ações-
narrativas-movimentos proporcionada pela imersão em plano comum. A mesma será realizada
com juventudes capoeiristas de uma escola municipal na zona sul da cidade de Teresina-PI. Nessa
perspectiva, escrever notas sobre a capoeira e a escola, faz-se pensar sobre as Leis nº 10.639/2003
e a nº 11.645/2008. Debate que enseja um convite à desobediência epistêmica (MIGNOLO, 2007,
p. 278) numa possibilidade fronteiriça de provocar um movimento necessário de pensamento e
ação no sentido de romper as grades da moderna teoria política (na Europa desde Maquiavel),
que é – mesmo que não se perceba – racista e patriarcal por negar o agenciamento epistêmico
às pessoas classificadas como inferiores (em termos de gênero, raça, sexualidade etc). [...] essas
pessoas, consideradas inferiores, tiveram negado o agenciamento epistêmico pela mesma razão.
Para Mignolo (baseado em Gloria Anzaldúa sobre pensamento de fronteira), somente é possível
pensar esse movimento de pensamento e ação, quando essa desobediência epistêmica acontecer
ao mesmo tempo que a desobediência civil. Frantz Fanon (1968) colabora, em “Os Condenados
da Terra” quando diz que é preciso uma descolonização que se proponha mudar a ordem do
mundo, que se proponha um “programa de desordem absoluta” (p. 26) para que deixemos de ser
maniqueístas.. Em 2007 a capoeira passa à dimensão de patrimônio imaterial cultural brasileiro. O
estudo será construído, num território de saber-poder(capoeira-escola), visualizando o corpo (LE
BRETON, 2013) jovem (ADAD, 2011; PAIS; GROPPO, 2000) da mulher afrodescendente (AZERÊDO,
2011; BOAKARI, 2015; BUTLER) como fronteiras de uma prática educativa em desobediência
epistêmica, a qual possibilita uma formação estética na docência (LOPONTE, 2017).
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279
Para além da representação: a LGBTfobia e o currículo heteronormativo no ambiente escolar
Autores(as): Samara Layse da Rocha Costa (UFPI), Shara Jane Holanda Costa Adad (UFPI)
Resumo:
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280
Pedagogia trans: dispositivo téorico-metodológico para pensar a educação de jovens na
contemporaneidade
Autores(as): Lucivando Ribeiro Martins (UFPI), Shara Jane Holanda Costa Adad (UFPI)
Resumo:
O presente escrito opera como uma dobra da pesquisa intitulada “Entre ocós, truques e atraques: a
produção de confetos sobre as experiências de educadoras Trans do projeto TRANS FORMA AÇÃO”
vinculada ao mestrado em educação da Universidade Federal do Piauí, ao Núcleo de Pesquisas
em “Gênero, Educação e Cidadania – NEPEGECI e ao Observatório das Juventudes e Violências na
Escola – OBJUVE. Pretende-se discutir, a partir desta dobra, a Pedagogia Trans enquanto dispositivo
teórico – metodológico para pensar a educação de Jovens no contemporâneo. Desta forma, utiliza-
se de suas contribuições para problematizar a construção da educação das/pelas/nas diferenças
produzidas nos territórios juvenis, principalmente no que diz respeito ao gênero e à sexualidade.
A Pedagogia Trans, enquanto dispositivo teórico-metodológico foi produzida junto às discussões
teóricas pós-estruturalistas quais sejam: Michel Foucaul, Gilles Deleuze e Feliz Guattari, Beatriz
Preciado, Guacira Lopes Louro, Richard Miscolci, Berenice Bento, dentre outrxs autorxs que
potencializam a discussão das diferenças sobretudo na ótica do gênero e da sexualidade. A
construção do pensamento em questão, foi possível, mediante o uso do método de pesquisa
sociopoético que norteia-se por cinco princípios: pesquisar entre as pessoas de um grupo; pesquisar
com as culturas de resistência, das categorias e dos conceitos que produzem; pesquisar com o
corpo todo; pesquisar utilizando técnicas artísticas; importância da responsabilidade ética, noética
e espiritual do grupo-pesquisador no momento do processo de pesquisa. A produção coletiva de
dados deu vazão a conceitos permeados de afetos acerca do tema-gerador: O educar na relação
com o gênero. A produção em questão aconteceu por meio de duas técnicas artísticas: Estandarte
do educar na relação com o gênero e o Corpo do Educar na Relação com o gênero. Após as análises
dos dados e de posse dos confetos chega-se à linha de pensamento Pedagogia Trans: tipos de
educadora, táticas e dispositivos, lugares de atuação. Esta Pedagogia problematiza o educar na
relação com o gênero. Esta linha de pensamento se expressa por meio dos seguintes confetos,
Educadora corpo trans saia de chita, Educadora trans calçada de sorte, Corpo Educação Travesti,
Educar saia de chita para a diversidade na relação de gênero, Educar travesti na relação com o
gênero, Educar Dérika calçado de sorte na relação com o gênero. Estes confetos mostram que
as questões trabalhadas pelas educadoras Trans problematizam as concepções instituídas de
gênero para que se pense em outros formas de existir na educação. E também operam modos de
educar que estão ligados às suas práticas cotidianas frente à heteronormatividade. Portanto, a
Pedagogia Trans, produz saberes e experiências educativas que mobilizam pensar outros modos
de educar para/com as Juventudes na contemporaneidade ao inserir um aprendizado para/com/
pelas diferenças.
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281
Sexo e sexualidade: discursos e escutas entre jovens estudantes
Autores (as): Clara da Silva Soares (UECE), Ana Paula de Holanda Silva (UECE), Preciliana Barreto de
Morais (UECE), Yara Marques Lima (UECE)
Resumo:
As formas dos jovens discutirem sexo e sexualidade na escola instiga investigações de pesquisa ou
trabalhos de extensão interessados em reconhecer a dinâmica desse ambiente. A relevância dar-
se também pelo binômio (sexo/sexualidade) estar ligado à prevenção de doenças sexualmente
transmissíveis, gravidez indesejada e abortos clandestinos que põem em risco a saúde dos mesmos.
A dominação (quase) hegemônica de saberes construídos no Ocidente sobre as práticas sexuais e
o corpo; a classificação das diferenças/diferentes; as dificuldades das instituições sociais lidarem
com a diversidade de condutas sexuais também devem ser analisadas como relevantes na história
do sexo/sexualidade. Nesse sentido, o presente trabalho objetiva analisar como os jovens se
comportam quando estão falando sobre sexo e ouvindo informações referentes às práticas sexuais
ou o exercício da sexualidade e como essas formas de comportamento influenciam nos processos
de orientações básicas sobre vida sexual. A metodologia baseia-se em experiências de oficinas
ministradas nos anos de 2014-2015 para estudantes do ensino fundamental, por intermédio de
um projeto de extensão do Laboratório de Ciências Sociais em Saúde (LESSAU/UECE), na Escola
Municipal Projeto Nascente, localizada no Bairro ITAPERI na cidade de Fortaleza – CE. Conta-
se a isso os estudos de teóricos que fundamentam nossas discussões: Michel Foucault (1990);
(2008); (2012); (2014), Janine Pierret (1998), M. A. Loyola (1998) e P. A. Pagni (2011). Percebemos
que em pleno século XXI, marcado por tecnologias globalizadas que nos dão acesso contínuo às
informações, dentre elas sobre a sexualidade, o falar/ouvir sobre o sexo ainda causam olhares
de inquietação que se cruzam e de reprovação dos jovens, evidenciando uma total “vergonha”
diante dessas situações. Aliás, as reações – caracterizadas por sussurros ou o famoso “huuuuum”
– são representativas de tal sentimento ao ouvirem palavras como vagina, pênis, ânus etc. Para
Foucault, essa forma dos estudantes lidarem com informações implícitas /explícitas acerca do sexo
não resulta de uma hipótese repressiva, mas uma vontade de saber sobre o sexo, mesmo que de
forma infundada. Os estudantes querem saber sobre sexo, mas de forma controversa, se defendem
por meio de artifícios como o silêncio ou as brincadeiras inapropriadas. Conclui-se que na tentativa
de fazer com que os estudantes das nossas oficinas ministradas refletissem sobre as questões
que envolvem o binômio sexo /sexualidade, estávamos empenhados para que eles deixassem de
ver o sexo como dado natural e passassem a enxergá-lo como um fenômeno histórico, cultural
e valorativo. Diante disso observou-se a necessidade da continuidade do trabalho, promovendo
um novo olhar sobre tal, de forma que os ajudassem a escolher, por meio de leituras, discussões
e ações efetivas, suas formas de vivenciar este campo e terem atitudes afirmativas no cuidado de
si e nas relações com os outros. Nesse sentido, orientamos como “formas de comportamento”, o
exercício de uma consciência crítica e responsabilidade permanentes, principalmente, diante dos
flagelos epidêmicos que ainda nos rodeiam, como às DSTs, o vírus HIV e a AIDS.
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282
Nas trilhas do mapa da LGBTfobia na escola: uma inspiração sociopoética
Autores(as):: Samara Layse da Rocha Costa (UFPI)
Resumo:
Este é um relato de uma pesquisa realizada em 2016, para a construção do meu trabalho de
conclusão de curso (TCC), sob orientação da Profa. Dra. Shara Jane Holanda Costa Adad, o qual
gerou o meu projeto de mestrado. A pesquisa tinha como objetivo geral investigar as concepções de
LGBTfobia e suas práticas de enfrentamento no ambiente escolar para discentes do último período
de Pedagogia da UFPI. A análise dos dados sobre este tema-gerador possibilitou a observação de
vários aspectos obtidos por intermédio dos objetivos específicos de identificação dos conceitos
de LGBTfobia construídos pelos discentes, do impacto da graduação na construção de práticas de
enfrentamento, bem como a identificação de ações pedagógicas de enfrentamento a homofobia
no ambiente escolar desenvolvidas pelos mesmos durante a graduação. Foram referências para
a construção dessa pesquisa Abramovay (2004), Adad (2014), Fry (1985), Petit (2014), Rios (2009),
Spargo (2006), dentre outros. A produção dos dados aconteceu por meio da formação do grupo-
pesquisador e com a realização de oficina com uso de técnica artística “Mapas da LGBTfobia
no corpo” para a construção do conhecimento coletivo tendo em vista o tema-gerador como
enfrentar a LGBTfobia na escola. Estes procedimentos foram inspirados na Sociopoética que é um
método de construção coletiva do conhecimento que tem como pressupostos básicos que todos
os saberes são iguais em direito e que é possível fazer da pesquisa um acontecimento poético
(PETIT, 2014). No percurso foram utilizadas dinâmicas em dupla e em grupo para o acolhimento e
sensibilização dos/as copesquisadores/as. O grupo-pesquisador foi formado por mim, a facilitadora
e por 5 (cinco) jovens, copesquisadores, discentes do último período do curso de Licenciatura em
Pedagogia da Universidade Federal do Piauí - UFPI. A análise dos dados trouxe 4 dimensões do
pensamento do grupo, a saber: os sentimentos dos graduandos acerca da LGBTfobia na escola;
os conceitos/confetos de LGBTfobia para os graduandos; as críticas aos processos educativos e
as estratégias de enfrentamento da LGBTfobia e os sentimentos da pessoa que sofre LGBTfobia
na escola. Estas dimensões evidenciaram que a homofobia é um sentimento que existe em todos
nós; é um bicho criado no cotidiano que se alimenta das pretensões e dos sonhos das crianças e
jovens; a universidade não nos prepara para trabalhar essas questões em sala de aula e a escola
silencia diante de tal questão perpetuando-a, quando deveria usar a diversidade para expulsar
o monstro da homofobia de dentro da escola e trabalhar o incentivo as diferenças, ao respeito,
diálogo e convivência com outro. Dessa forma, a pesquisa trouxe como resultado dados repletos
de subjetividade e expressividade sobre a LGBTfobia e suas práticas de enfrentamento no ambiente
escolar.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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283
O parangolé do gênero: dançando com jovens do curso de pedagogia
Autores(as): Maria Dolores dos Santos Vieira (UFPI), Shara Jane Holanda Costa Adad (UFPI)
Resumo:
Este trabalho nos afeta em três questões, a primeira por que problematiza a quase ausência da
inclusão da discussão sobre a diversidade de gênero na formação de jovens discentes do curso
de Pedagogia. A segunda, quando afirma que no contexto da educação brasileira essa discussão
tem sido e continua sendo um grande desafio e a terceira, por não ter sido incorporado, em sua
totalidade, o princípio do gênero e nem a inclusão desse diálogo nos espaços formativos (CARVALHO,
2010; LOURO, 2014). Ajuizamos a essas questões, o nosso entendimento de que uma formação que
pretenda ser humanizadora e cidadã, não pode abster-se desse diálogo, particularmente, quando
forma pessoas para formar pessoas. Com o desejo de investigar o que podem jovens discentes
do curso de Pedagogia, em meio a cenários de silenciamento e opressão, realizamos uma Roda
de Cultura Sociopoética com o objetivo de refletir sobre as experiências produzidas por essas
juventudes do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Piauí e da Universidade Estadual do
Piauí acerca do gênero, que são linhas de fuga, rachaduras existenciais através das quais constroem
outros modos de ser, de agir e de viver na universidade. Foi negociado o tema gerador: O que é
gênero? Utilizamo-nos da abordagem Sociopoética (Gauthier, 1999) e trabalhamos com a técnica
artística “o parangolé” para a produção dos dados. Respaldamos a nossa escolha em Adad (2004)
quando a autora nos convida a viver a pesquisa com o corpo todo. Neste tipo de pesquisa, as/
os partícipes são chamadas/os de copesquisadoras/es e produzem confetos (conceitos+afetos).
O Grupo-pesquisador, que é a centralidade desse método (Gauthier, 1999), escolheu retalhos de
tecido e tinta para confeccionar e depois pintar a roupa feita para dançar, que era o parangolé do
gênero. Na sequência, o Grupo-pesquisador falou da experiência de fazer o parangolé do gênero,
vestiu-se dele e dançou na e com a Educação. O Grupo-pesquisador produziu os confetos gênero-
diálogo, gênero-justiça-social, gênero-liberdade, gênero-igualdade, gênero-multiculturalismo,
gênero-homem-mulher, gênero-homossexual, gênero-humano. O gênero-diálogo conversa com
todos os gêneros. O gênero-justiça-social reconhece que as pessoas são diferentes, mas iguais em
direitos. O gênero-liberdade deixa livre cada pessoa para ser feliz do seu jeito. O gênero-igualdade
não é bom, padroniza as pessoas. O gênero-multiculturalismo é desapego de padrões. O gênero-
homem-mulher é uma garrafa térmica, só conserva. O gênero-homossexual é o que não se reflete
no espelho, mas a pessoa sente. O gênero-humano é um caldeirão em que todas as pessoas se
misturam. Os confetos produzidos pela/os jovens copesquisadores/as estão atravessados da
urgência e da necessidade de inclusão viva do tema gênero no currículo do Curso de Pedagogia,
nos diversos espaços acadêmicos, pois só através do diálogo frequente, das experiências com
temas convergentes para o campo da diversidade, a educação, especialmente, a superior será
transformadora e alcançará um dos seus objetivos macros, que é ser para todas e para todos.
Esses confetos rizomas do gênero são movimentos juvenis que precisam ser enxergados em suas
pluralidades.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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284
Juventudes e masculinidades: (des) construindo relações de gênero na escola
Autores(as): Neide Pinto dos Santos (UEFS), Mirela Figueiredo Santos Iriart (UEFS)
Resumo:
Meu estudo pretende discutir sobre as relações entre juventudes e masculinidades, na perspectiva
de (des) construções de relações de gênero na escola. Gênero neste trabalho é compreendido
como categoria analítica e como conceito socialmente e historicamente construído. A partir da
atual conjuntura de resistências ao debate sobre questões de gênero, demarcadas por relações
de poder, e da observação de que os estudos relacionados à relação juventudes-gênero ainda
são recentes, e, em sua maioria relacionados à mulher, é que pretendo ampliar o debate sobre
as formas cotidianas de produção das masculinidades na escola. Este trabalho objetiva analisar
formas de (des) construção de masculinidades entre os jovens em uma escola pública de Feira
de Santana – BA, por meio de grupos de diálogos. As análises contemporâneas sobre gênero
destacam que mesmo os estudos priorizando as mulheres como centro de suas análises, mais
recentemente, os homens tornam-se mais presentes, assim como a discussão sobre a produção
social das masculinidades (LOURO, 2013; SCOTT, 2012). Sposito (2010) Dayrell (2007); Novaes (2005);
Abramo (1997) defendem a importância do olhar dos jovens sobre suas próprias vivências sociais
e condições juvenis, em detrimento de concepções generalizadas que tentam definir e demarcar
as juventudes. O estudo caracteriza-se como uma Pesquisa Intervenção, por aprofundar e romper
com enfoques tradicionais de pesquisa, bem como, “amplia as bases teórico-metodológicas das
pesquisas participativas, enquanto proposta de atuação transformadora da realidade sócio-
política, já que propõe uma intervenção de ordem micropolítica na experiência social”. (ROCHA,
2003, p.67). Nesse sentido, pretendo desenvolver a pesquisa através de grupos de discussão, que
como “método de pesquisa, passaram a ser utilizados a partir da década de 1980, sobretudo nas
pesquisas sobre juventude”. (WELLER, 2006, p. 252). O exercício de desnaturalização de modos
hegemônicos de pensar relações de gênero implica compreender como se constroem essas formas
de masculinidade, ou seja, como processos de socialização familiar, escolar, religiosa participam
dessas construções. A ausência de problematização destas questões de gênero dentro da escola
sugere pensar as razões que ainda fundamentam tal silenciamento, mesmo diante de expressões
juvenis acerca das relações de gênero, seja na perspectiva de desconstrução ou de reforço de
modelos hegemônicos de ser homem ou mulher. Tais questões dizem respeito também a relações
de poder e violências embasadas em funções sociais cristalizadas e naturalizadas. Padrões de
masculinidades podem ser reforçados nas relações tecidas entre os próprios jovens, como também
por práticas educativas, desde o controle de posturas corporais classificadas como masculinas
ou femininas a atitudes vinculadas com relações de poder, que subordinam o que é feminino ao
masculino. Uma das contribuições que aqui se pretende é a de (re)pensar a função social da escola
na promoção de reflexões sobre relações de gênero, e como esta, enquanto lugar de construção
e desconstrução de conhecimentos, de regras, normas, padrões culturais se coloca neste debate.
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285
Juventudes vulnerabilizadas: gênero e sexualidades em uma instituição socioeducativa
Autores(as):: Jonas Alves da Silva Junior (USP)
Resumo:
Este trabalho tem como principal objetivo conhecer como se configura o exercício da sexualidade
por parte de adolescentes privados de liberdade. Como referência, buscou-se um posicionamento
teórico abalizado por autores/as pós-estruturalistas dos Estudos de Gênero e Culturais. A
metodologia foi pautada em pesquisa qualitativa de caráter exploratório-descritiva, realizada
em uma unidade de internação masculina provisória do Novo DEGASE (RJ). Como instrumento de
coleta de dados, foram utilizadas entrevistas e questionários semiestruturados. Os participantes
foram socioeducadores/as das áreas da segurança, psicossocial e pedagógico. Esta pesquisa busca
refletir sobre as condições construídas que podem estabelecer e manter práticas sexistas e homo/
transfóbicas em ambientes onde a proposta pedagógica deveria agenciar uma educação que
aquilatasse os princípios básicos dos Direitos Humanos. Ressalta-se que a produção de conhecimento
na área socioeducativa em sistema de restrição de liberdade demanda uma cautela sobre duas
das principais preocupações das obras foucaultianas: o dispositivo disciplinar e o dispositivo da
sexualidade. O dispositivo disciplinar, apresentado por Foucault no livro “Vigiar e punir”, discorre
sobre o surgimento da prisão e as táticas de poder, controle social e, consequentemente, da
subalternização dos sujeitos no nexo da fabricação política de corpos docilizados pelas relações de
poder em uma sociedade disciplinar. Já sobre o dispositivo da sexualidade, Foucault debruça-se no
alargamento dos estudos sobre o controle das sexualidades através da fabricação de subjetividades
normatizadas. Essas concepções viabilizam “fotografar” relações discursivas que atravessam uma
instituição socioeducativa, onde jovens ora são representados como algozes, ora são vitimizados;
mas, sobretudo, são artífices de contextos favoráveis à geração de vulnerabilidades sociais. Desta
forma, presume-se que os adolescentes brasileiros, em especial aqueles oriundos das classes sociais
populares (que também se articula a categorias de raça/etnia, gênero, sexualidade, entre outros
vetores que produzem a estigmatização), apresentam-se em conjunturas de vulnerabilidades
sociais, podendo a arquitetura dessas condições propiciar a implicação com alguma forma de
prática infracional. As vulnerabilidades têm relação com a falta de acesso a recursos que impedem
o proveito de oportunidades proporcionadas pela sociedade, como, por exemplo, a permanência
escolar e a ausência de assistência médica de qualidade que concretizem programas de cuidados
específicos para a adolescência, o que inibe a superação dos obstáculos impostos socialmente.Sob
esta ótica, sinalizamos que neste ambiente as vulnerabilidades podem ser intensificadas quando
articuladas à orientação sexual e identidade de gênero, ou seja, objetivam práticas discursivas
referendadas pela cultura heterossexual e machista que determinam ao sujeito uma única forma
de construção da(s) masculinidade(s). A presença (ou pressuposição) de sujeitos não-heterossexuais
em instituições de privação de liberdade impulsiona subjetividades normativas reproduzidas por
práticas de intolerância, medo e violências.
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286
Jovens e professores: educação em sexualidade nas licenciaturas como prevenção da homofobia
Autores(as): Marcilene Rodrigues Pereira Bueno (UNISAL), André Luiz Monteiro de Souza Netto
(UNISAL), Jéssica de Sousa Villela (USP), Sonia Maria Ferreira Koehler (UNISAL)
Resumo:
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287
Diferente mas não desigual: uma compreensão da sexualidade do jovem com deficiência
Mafalda Luzia Coelho Madeira da Cruz (CES/JF); Flavia Alvine Carvalho (CES/JF)
Resumo:
A priori se faz necessário uma breve apresentação de nosso percurso até a formulação deste texto.
Sendo importante contextualizar nossa faculdade afiliada, Centro de Ensino Superior de Juiz de
Fora, na cidade de Juiz de fora, na zona da mata mineira.
A presente proposta de trabalho é resultado de uma grande elaboração de estudos e práticas na
clínica de psicologia. Em primeira instancia temos o grupo de estudo denominado Intervenção
essencial. Nesse grupo os participantes se propõem a debruçar sobre textos psicanalíticos e discutir
sobre seus conceitos e aplicações. A partir do aglomerado de conhecimento desse grupo nasceu o
livro Crianças com necessidades especiais. Importância da
Intervenção Essencial para o desenvolvimento Emocional e Afetivo, nesse volume abarca-se todo
um compilado da proposta do grupo e suas respectivas ressalvas sobre esse mundo da clínica
especial. Fazemos uso do livro produzido outrora para a busca de conteúdo e conhecimento,
por esse motivo o livro citado acima está relacionado nas referências como uma das indicações
bibliográficas de nossa pesquisa.
Há ainda na instituição a qual somos afiliadas temos o Projeto de Extensão Promovendo
Potencialidades e Inclusão, que tem como proposta o atendimento de qualquer pessoas com
necessidades especiais que chegam a clínica escola do CES-JF e do abrigo de pessoas com
deficiências, independentemente do tipo de deficiência, grau de comprometimento. Essas pessoas
são atendidas preferencialmente duas vezes na semana e não pagam nada por isso.
Ambos os programas citados acima são geridos pela Professora Mestre Mafalda Luzia Coelho
Madeira da Cruz, a qual supervisiona as alunas dos projetos a sempre dar voz ao paciente e
promover dignidade aos mesmos.
Em suma esses projetos vão além de serem atividades extracurriculares, é um aprendizado diário
sobre como fazer e o que fazer para ajudar o paciente com deficiência. Possibilitando nem que
seja o mínimo a esses indivíduos, muitas vezes calados pela sua condição e idade (a maioria dos
pacientes da clínica nessa modalidade são jovens). Trabalhando desde minucias do dia a dia como
a execução de tarefas, passando pelo o aumento de auto estima e chegando até até as demandas
mais difíceis e complexas.
Com a abertura do eixo temático Juventude, gênero e sexualidade vimos uma boa oportunidade
de diálogo entre a sexualidade do jovem com deficiência e suas diversidades. Considerando que
mesmo havendo a mesma debilidade cada um lida com seu corpo e sua psique de um jeito ímpar.
Conforme foi apresentado será discutido um caso clinico dentro dessa descoberta da sexualidade
em um jovem de 31 anos e como a psicologia com viés psicanalítico tem uma boa resposta a esse
tipo de demanda do paciente na clinica de necessidades especiais.
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288
Produção de sentidos sobre diversidade sexual por jovens rurais
Autores(as): Izabelle Cristina de Medeiros Primo (UFRN), Candida Maria Bezerra Dantas (UFRN),
Jáder Ferreira Leite (UFRN)
Resumo:
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289
A relação de mulheres negras e seus cabelos na cidade de Belém
Autores(as):: Maira Ningrithy Martins Nery (UFPA)
Resumo:
Este trabalho apresenta parte dos resultados de iniciação científica, realizada entre agosto de
216 e agosto de 2017 em Belém do Pará. Trata-se de uma investigação sobre o impacto simbólico
do cabelo de mulheres negras em distintos espaços de sociabilidade na cidade de Belém. O
objetivo é analisar a simbologia do cabelo das mulheres negras belenenses bem como, Entender
a racialização dos espaços de sociabilidade de Belém e suas economias simbólicas. Este estudo
procura, através do método etnográfico, compreender o impacto do cabelo de mulheres negras
nos espaços de sociabilidade nos quais estão inseridas levando em consideração a perspectiva
de cada interlocutora acerca deste processo, ressaltando a história de vida de cada uma. Como
referencial para as nossas análises, temos como aporte teórico o Feminismo Negro (ANGELA
DAVES 2016; LINO GOMES, 2008 e NEUZA SANTOS, 1983 e Feminismo Decolonial (OCHY CIRIEL,
2017; CLAUDIA COSTA, 2014 e LUGONES, 2014). A Amazônia historicamente foi vista como “terra
de índio” e isto encobriu a presença africana tão essencial na formação da sociedade paraense
(SALLES, 2004 e 2008) e que, apesar de menor em relação àquela que se deu no Nordeste, deixou
profundas marcas na composição étnica, cultural, identitária e fenotípica da região (VERGOLINO-
HENRY e FIGUEIREDO, 1990). Nesse sentido, o cabelo faz um registro da história de vida da pessoa
negra, marcado em seu corpo, definido por seu território, existe uma estreita relação entre o/a
negro (a), cabelo e a identidade, como bem define Amador de Deus (2011, p.2): “é um corpo que
fala”. Um corpo rotulado pelo racismo que fala sobre o nosso estar no mundo, a nossa identificação
na sociedade, espaço ou lugar. Uma de nossas primeiras constatações é que a relação que cada
mulher negra tem com o seu cabelo (o fato de saber lidar ou não com ele crespo) está diretamente
ligada ao convívio social: familiar, escolar, amigos ou colegas de trabalho, os quais exercem algum
tipo de controle sobre as escolhas das mulheres negras em relação aos seus cabelos. Um outro
ponte verificado em campo foi a naturalização das ações racistas no decorrer de sua socialização,
isso ocorre com inúmeras mulheres e homens negros, devido ao ideal de democracia racial como
mito fundador de nação, no Brasil o racismo é hegemônico e naturalizado, não precisando de um
discurso racista para se manter, pelo contrário, justamente pela falta desse discurso que as práticas
racistas tornam-se muito mais opressoras e tiram a legitimidade de qualquer contra-discurso, fato
é reiterado por (GUIMARÃES Alfredo, 1995). Nessa perspectiva, apontamos que o cabelo, desde a
escravidão tem sido usado como elemento definidor do lugar da população negra dentro do sistema
de classificação racial brasileiro, assim, o mesmo é extremamente significativo na luta contra o
racismo. Destacamos que a relação da mulher negra com o cabelo está diretamente interligada ao
social, em determinadas situação, influenciando o uso ou a manipulação capilar.
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290
Direito à saúde e autonomia de jovens transexuais
Autores(as):: Juliana Vieira Sampaio (UECE)
Resumo:
O objetivo deste trabalho é analisar as mudanças nas Portarias do Ministério da Saúde sobre o
Processo Transexualizador, no que se refere, especificamente, sobre o atendimento de menores de
idade nos serviços. A transexualidade foi incluída como disforia de gênero no Código Internacional
de Doenças (CID), pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1980 e três anos depois passa
a ser categorizada como doença mental pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais (DSM). É importante ressaltar que o processo de patologização da transexualidade, nesse
período, tinha como uma das suas propostas, fazer com que as cirurgias de “transgenitalização”
deixassem o campo da ilegalidade em alguns países e, com isso, promover a assistência dos
sujeitos transexuais pelos serviços de saúde, tanto público, como privado. No Brasil, o Conselho
Federal de Medicina (CFM) só passou a regulamentar e autorizar a cirurgia de transgenitalização
em 1997, enquanto o Ministério da Saúde (MS) formalizou as diretrizes técnicas e éticas para a
atenção ao Processo Transexualizador no Sistema Único de Saúde (SUS) mais de dez anos, em
2008. Tais regulamentações tanto do CFM como do MS foram revogadas e outras forma colocadas
em vigor no seu lugar. Nos interessa particularmente a análise da Portaria n° 859, publicada em 30
de julho de 2013, e sua suspensão no dia seguinte pelo MS. A perspectiva teórico-metodológica que
foi utilizada para orientar o enfoque desta pesquisa se alinha aos estudos de Michel Foucault, pois
compreendemos que os documentos são uma ação humana, situada, produtora de determinados
modos de viver, bem como, de formas de governar a vida. A Portaria analisada indicava que o SUS
passaria a oferecer o atendimento clínico e a hormonioterapia para jovens com idade mínima de
16 anos, enquanto a cirurgia de redesignação sexual, poderia ser realizada a partir dos 18 anos, isto
é, dois anos a menos que na diretriz anterior e na atual. O Ministério da Saúde justifica a suspensão
da Portaria, argumentando que seria necessário avaliar melhor os critérios que justificavam
o atendimento de adolescentes travestis e transexuais, além supor que seria um problema a
obtenção da autorização dos pais e responsáveis, e o acompanhamento destes. A suspensão desta
Portaria produz como efeito a exclusão de jovens transexuais do Processo Transexualizador, tendo,
assim os seus direitos à saúde negados, na medida em que se compreende que estes não teriam
autonomia para decidir sobre mudanças em seus próprios corpos. Benedetti, Pelúcio, Sampaio e
outros pesquisadores afirmam que travestis e transexuais iniciam intervenções em seus corpos,
geralmente, na puberdade e por não terem acompanhamento de profissionais da saúde, acabam
fazendo auto administração de hormônios, injeção de silicone industrial, entre outras intervenções,
mesmo com risco à saúde. Concluímos que a autonomia de jovens transexuais é dificultada não só
pela patologização da transexualidade, como também é agravado pelo marcador etário. Na nossa
sociedade, de lógica desenvolvimentista, compreende-se que jovens devem ser tutelados, pois não
possuem maturidade para decidir sobre si e nem sobre seus corpos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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291
E aí, Jamil?! Formação de jovens multiplicadores para sexualidades saudáveis
Autores(as): Felipe Henrique Verri Bordon (Escola Estadual Professor Jamil Khauan), Larissa de Souza
Lombardi (UNESP), Luciana Aparecida Nogueira da Cruz (UNESP), Raul Aragão Martins (UNESP)
Resumo:
O tema da sexualidade ainda não é tratado com a devida importância na escola ou na família,
o que aumenta a vulnerabilidade dos adolescentes a doenças sexualmente transmissíveis, HIV e
gravidezes não planejadas. Muitos pais transferem tal responsabilidade para a escola e quando ela
aborda o tema, se restringe a aspectos fisiológicos da reprodução humana, o que acaba reforçando
mitos e tabus que envolvem o tema da sexualidade humana. Isto se dá pelo fato de muitas pessoas
acharem que a educação sexual poderia estimular os adolescentes a iniciarem a vida sexual mais
precocemente. Não há resultados científicos que comprovem essa hipótese, o que as pesquisas e
projetos de educação sexual vêm confirmando é exatamente o contrário, ou seja, ter conhecimento
e informações relevantes sobre sexualidade tende a adiar a iniciação sexual e quando ela acontece
tende a ser de forma mais segura.Percebendo a necessidade de tratar o tema com foco na saúde e no
prazer, pesquisadores da Universidade Estadual Paulista - UNESP de São José do Rio Preto criaram
o projeto “E aí?!” em 2006, com o intuito de formar um grupo de agentes multiplicadores entre
os estudantes universitários. Este grupo estuda assuntos relacionados a sexualidade e desenvolve
ações entre os pares na Universidade. Em 2013 o projeto se estendeu para uma escola pública com o
projeto “E aí, Justino?!” e em 2015 para a segunda escola pública intitulado “E aí, Jamil?!”.O objetivo
dos grupos do E aí?! é formar equipes de alunos para atuarem como multiplicadores entre seus pares
sobre o tema “Sexualidade prazerosa e saudável”. Tal formação visa promover o protagonismo
juvenil e o desenvolvimento da autonomia moral (relações de respeito mútuo e valores morais,
principalmente o valor à vida). As ações educativas realizadas pelos multiplicadores buscam a
prevenção de DSTs/HIV, de gravidez não planejada e desmistificação de mitos, preconceitos e
tabus referente a sexualidade humana.O projeto acontece em parceria com o Programa Municipal
DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde, que disponibiliza preservativos masculino e feminino,
gel lubrificante, panfletos informativos e o caminhão de testagem de HIV.O projeto tem alcançado
êxito em todas as suas ações, tanto alunos quanto pais e professores notam que os multiplicadores
desenvolvem habilidades para comunicarem-se com seus pares sobre sexualidade, dessa forma
compartilham seus conhecimentos.Concluímos que um projeto desenvolvido por um grupo de
alunos estimula o protagonismo juvenil e potencializa experiências mais saudáveis tanto entre os
membros das equipes como também entre seus pares, pois o conhecimento adquirido no grupo
é compartilhado com os colegas. Portanto, este tipo de projeto é mais eficaz na prevenção de
condutas de risco entre adolescentes e, além disso, favorece a desconstrução de preconceitos e
desenvolve a autonomia dos alunos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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292
Fazer-se um corpo no funk
Autores(as): Adilson Pereira dos Santos (PUC-Minas), Márcia Stengel (PUC-Minas)
Resumo:
Esse trabalho apresenta os resultados parciais de uma pesquisa de mestrado que tem como tema a
utilização do Funk enquanto modo de subjetivação na contemporaneidade. Orienta nosso trabalho
o interesse em saber como o corpo é apresentado no Funk. Originário dos subúrbios dos Estados
Unidos, o Funk chegou ao Brasil na década de 1970 e ganhou expressão nos bailes promovidos
nas periferias da cidade do Rio de Janeiro. Há alguns anos, entretanto, o Funk deixa de ser um
gênero musical exclusivo das favelas cariocas, e tomou proporções nacionais, sendo consumido
por diferentes camadas sociais. O que vemos nos dias atuais é a transformação do funk em artigo
de luxo, com a ostentação de objetos caros e marcas famosas. O Funk é marcado por determinados
“jeitos” de dançar, vestir e se comportar que são facilmente identificáveis. Esse gênero musical
tem se destacado na rede social Youtube pelo grande número de visualizações, sendo o meio
preferencial de divulgação adotado por alguns MC’s, que, por meio de enredos presentes nos
videoclipes, sugerem um modo de vida a ser seguido. Compreendemos que o Funk é muito utilizado
por adolescentes e jovens como veículo de divulgação de práticas de si corporificadas. No Funk,
o corpo ganha contorno de um objeto a ser consumido, saboreado. Partimos da hipótese de que
há na contemporaneidade uma ostentação do corpo, também presente nos videoclipes e letras
desse gênero musical. Utilizando os autores da Filosofia e Sociologia do Corpo, consideramos que
o corpo é constituído pelos encontros que o compõem e pelo seu poder em afetar e ser afetado.
E, nesse sentido, ainda que existam modos dominantes de agenciamentos dos corpos, pode-
se identificar modos de existir que extrapolam a gerência da vida. Trata-se de uma pesquisa de
caráter qualitativo, em que serão identificados vídeos sobre Funk postados na rede social Youtube
com maior número de acessos, no período compreendido entre janeiro a dezembro de 2017.
Analisaremos os vídeos das músicas, suas letras e seus comentários. O método de coleta e análise
dos dados será a cartografia, a fim de traçarmos o mapa do que há de comum sobre o corpo no
Funk. Cartografar é percorrer os “entres” de um processo que nem sempre está dado a priori, e sim
se apresenta enquanto superfície ao longo do caminho. O mapa aponta multiplicidades passíveis
de conexão. Desconstrói determinações e faz emergir as interações. A discussão dos dados se
fundamentará nas aproximações possíveis entre a filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari e a
Sociologia do Corpo de David le Breton. Nossa leitura inicial sugere que há variações do Funk que
atendem à lógica de produção capitalista, que captura o corpo enquanto bem de consumo. Ao
mesmo tempo, existem outras vertentes do ritmo que não ganham destaque nas principais redes
sociais da internet, em função das letras e conteúdo de caráter pornográficos, embora significativas
desse universo.
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293
Juventudes e maternidade no Brasil contemporâneo
Autores(as): Bruna Lidicy Façanha Lima, Luciana Senarga Martins (UFC)
Resumo:
Compreendendo a juventude como uma categoria social e os diversos dilemas que esta categoria
enfrenta, e observando o número significativo de jovens que o Brasil possui, este trabalho tem
como foco uma abordagem centrada na maternidade juvenil. Almejamos, então, contribuir para
as análises à respeito do tema em questão, visto que as pesquisas direcionadas às juventudes, em
todos os seus aspectos, ainda são recentes. O presente trabalho busca inferir sobre a maternidade
juvenil contemporânea e constitui-se enquanto uma pesquisa bibliográfica e documental. O
arcabouço teórico ao qual embasamos a pesquisa constitui-se a partir das reflexões dos autores
que abordam os temas juventude e maternidade, fazendo uma relação ao gênero e classe social,
destacando o cenário brasileiro. Para tais reflexões, utilizamos o pensamento de Badinter (1985)
sobre maternidade, procuramos defender o que a autora expõe, visto que pensamos na figura da
mulher enquanto um ser que deve escolher seu projeto de vida, sendo a maternidade apenas uma
possibilidade e não “dever ser”. Ser mãe na sociedade possui uma gama de significados complexos,
contudo inferimos que existe uma relação entre tais significados que se intercruzam, muitos são
um elo, como mulher e procriação, e feminino e maternidade. A concepção de um filho ainda é
muito valorizada nas camadas populares, seus significados estão atrelados à possibilidade de
formação de uma família, aos cuidados com o marido, lar e o filhos, uma realidade que tipifica a
sociedade patriarcal. Por fim, buscando compreender a heterogeneidade da juventude, tomamos a
posição de Groppo (2000), que compreende e discute a juventude enquanto uma categoria social
heterogênea, inferimos que tal heterogeneidade vai muito além do que a indústria do consumo
explicita, percebendo aspectos relacionados ao gênero, etnia, classe social, etc. O público jovem
merece destaque no cenário das políticas públicas, tendo em vista os aspectos relacionados à
violência, gravidez precoce e instabilidade profissional e educacional, uma realidade que perpassa
o contexto cotidiano de diversos jovens brasileiros. São tantas as questões que vão definir que
sujeito o jovem vai ser na sociedade, além dos grupos que ele está inserido, dos movimentos sociais
aos quais faz parte, a questão financeira, a perspectiva de vida, traços da personalidade, enfim,
não há como enquadrar os indivíduos desta sociedade tão desigual e heterogênea numa teoria
única e absoluta. Assim, percebemos que são diversos os fatores que implicam o “ser mãe jovem”,
destacando o estrato social no qual a jovem está inserida, como um fator preponderante na análise
da maternidade nesse período da vida. Corroboramos, portanto, com o pensamento de que as jovens
devem ter oportunidades que possam proporcioná-las uma forma de construir sua identidade além
da maternidade e para que tal fato ocorra são necessários diversos espaços e atores sociais, dando
destaque ao poder público e o papel da educação escolar e educação em saúde.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
294
Gravidez precoce na adolescência: o que pensam essas jovens?
Autores(as): Késia Silva da Costa Amaral (UFPA), Suelem Siqueira Vilhena (UFPA)
Resumo:
A relevância do referido trabalho reside no fato da UFPA através do curso de Pedagogia mais
precisamente na disciplina Bases Biológicas para o Desenvolvimento Humano proporcionar que
como graduandas tivéssemos acesso a jovens grávidas, pois a gravidez precoce na adolescência
é uma das problemática que podemos encontrar nas escolas. A presente pesquisa tem como
objetivo geral identificar em qual idade ocorre com frequência casos de gravidez na Unidade de
Referência Especializada Materno Infantil (UREMIA) localizada na Avenida Alcindo Cacela, nº 142,
no Bairro Umarizal, em Belém do Pará, assim como as mudanças que se sucederam na rotina de
vida dos pais adolescentes. E como objetivos específicos identificar as principais causas, sintomas e
consequências da gravidez na adolescência, levantar informações sobre o grau de conhecimento
a respeito da orientação sexual. A pesquisa realizada foi de cunho exploratório com menor rigidez
de planejamento, mas que possibilitou desenvolver, esclarecer e modificar nossos conceito e ideias.
Corrêa e Ferriani (2006), Monteiro e col. (2007), Silva e Tonete (2006), Altmann (2007), destacam-se
como os principais teóricos que fundamentaram essa pesquisa. Utilizou-se o método da observação
simples, na qual o pesquisador observou de maneiras espontâneas os fatos que ali ocorreram, sendo
mais um expectador que um ator. A técnica de investigação utilizada foi o questionário composto
por 13 questões, sendo 11 objetivas e 02 discursivas apresentada por escrito às adolescentes,
tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, sentimentos, interesses, expectativas e situações
vivenciadas, que possibilitou a garantia do anonimato das respostas, não expondo os pesquisados
a influências das opiniões dos pesquisadores. Constatou-se que 64,28% dos casos de gravidez na
adolescência ocorreram com adolescentes de idades entre 15 e 16 anos; 57,14% das jovens disseram
que as suas maiores dificuldades e dúvidas durante a gestação é contar aos pais e/ou responsáveis;
92,57% pensaram, quando descobriram que estavam grávidas, em criar a criança apesar das
dificuldades que teriam que passar; 71,42% das jovens iniciaram a vida sexual entre 12 e 15 anos;
54,14% das jovens conheciam os métodos contraceptivos antes da gravidez; 28,57% apontaram
que a dificuldade em conciliar a maternidade e a vida escolar é não ter com quem deixar a criança;
64,28% receberam apoio dos pais, ou familiares e/ou companheiro; 42,85% afirmaram que seus
companheiros tinham acima de 18 anos; 78,57% responderam que o companheiro deu total apoio
assumindo as responsabilidades; sobre a mudanças que se sucederam na vida do companheiro
28,57% das jovens responderam que eles continuaram a estudar e começaram a trabalhar para
ajudar com as despesas e em igual número responderam que o companheiro mudou sua rotina
de vida e passaram a se dedicar às crianças. Nossa pesquisa nos permitiu concluir que para um
acadêmico se tornar um bom professor, ele precisa tornar-se um pesquisador desde a graduação,
para poder entender a realidade e depois tentar transformá-la e umas das realidades é a gravidez
precoce de jovens nas escolas.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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295
Movimento Debandada: a potência afetiva de corpos-arte-luta em Fortaleza
Autores(as): Levi Mota Muniz (UFC), Luana Adriano Araújo (UFC), Matheus dos Santos Melo (FATE)
Resumo:
Meu corpo LGBTT+ - é uma guerra: carrega consigo a potência de ser quem se é e de afetar. Corpo
afetivo. Na perspectiva Deleuziana e Espinosista, o corpo constitui-se pela sua possibilidade de
afetar outros corpos. O corpo LGBTT+ por si só já é um espaço de afetação na sociedade. O (des)afeto
social que esse corpo tem é perceptível em qualquer espaço urbano, é um corpo instantaneamente
vibratilizado (ROLNIK).A Debandada nasceu em 2016 em combate ao alto nível de opressão
e invisibilização LGBTT+ em Fortaleza. Constituído de estudantes de diversas Universidades,
o movimento opera nas artes visuais e na moda por meio do corpo-arte, visando a debater as
estratégias de quebra das estruturas sociais que nos isolam e violam. Nossa proposta é funcionar
enquanto estrutura de visibilização e criação de espaços afetivos para o nosso segmento, sejam
esses espaços físicos ou virtuais. Operamos para mudar a nossa própria situação social, política,
afetiva e cultural.Nas artes visuais, desenvolvemos ensaios fotográficos com rodas de conversa
em nosso espaço, visando a novas possibilidades de registro-expressão do corpo. O corpo-arte
funciona enquanto plataforma e objetivo. Plataforma enquanto instrumento das obras dos ensaios.
O tão falado corpo proibido, corpo ˜transviado˜, enquanto invenção artística. Nessa perspectiva
pensamos no público externo, que pode ser atingido/afetado por meio das nossas estratégias
virtuais de atuação, além de outras possibilidades de divulgação dos materiais (lambe-lambes,
exposições de vídeos, entre outras).A outra perspectiva - do corpo enquanto objetivo - considera
a vivência dos que participam dos ensaios enquanto potência principal: os ensaios são um espaço
de estranhamento e reconhecimento do próprio corpo. A vivência de um ensaio fotográfico com o
foco de debater o próprio corpo e o nosso corpo num contexto sociopolítico é uma experiência de
atravessamento. Como diz Jorge Larrosa, as experiências que NOS atravessam tem um profundo
poder pedagógico e educacional. Nossa ação na moda nasce a partir da demanda de vestir-se do
LGBTT+ em face a um mercado que o invisibiliza/ignora. A padronização de uma maneira certa de
se vestir e a opressão a quem não se adequa à essa maneira é um fato em nossa sociedade. O vestir
enquanto espaço de segmentação social. Por outro lado, mais do que cair sobre o nosso corpo,
a vestimenta é uma ferramenta de expressão de nós mesmos. O vestir-se enquanto aparelho de
pensar o próprio corpo em contato com o mundo.Nossa intervenção com o corpo é sempre presente.
Seja por meio de nosso discurso, de nosso vestir, de nossa imagem, de nosso intervir, estamos de
corpo aberto na cidade e espaços virtuais. Entendemos que a força de expressar-se pluralmente
é a maior potência de nossa afetação. Lygia propôs a quebra das fronteiras e a vivência na zona
fronteiriça entre a arte plástica e a clínica, nós propomos a corpo em zona fronteiriça com nossa
luta e nossa arte. Enfim, há um sem fim de forças que tentam nos fazer cair, mas um tripé nos ergue:
nosso corpo, nossa luta, nossa arte.Corpo-luta-arte.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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296
Narrativas do corpo: infância e juventude no contemporâneo
Ariane da Silva (UFMG) e Carmem Lúcia Sussel Mariano(UFMT)
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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297
Juventude(s) e paternidade nas margens: reflexões preliminares
Autores(as): Naiane Zilma da Silva (UECE), Ingrid Lorena da Silva Leite (UECE), Leila Maria Passos
de Souza Bezerra (UFC)
Resumo:
Em cada sociedade, a existência ou não da(s) juventude(s) com todas as suas definições e
características é, necessariamente, condicionada por uma série de aspectos econômicos, políticos,
culturais e sociais, os quais determinaram o reconhecimento da inclusão ou não das novas gerações.
Deste modo, este trabalho visa refletir acerca das categorias de juventudes e paternidade, com vistas
a desnaturalizar a dicotomia e o reforço da preservação da hierarquia entre os sexos, que tende a
privilegiar o debate sobre a gravidez como um fenômeno que traz rebatimentos essencialmente
na vida da jovem mulher e mãe. De fato, a discussão acerca do conjunto de ordenações sócio-
históricas e político-culturais que foram/são construídos na sociedade capitalista brasileira parece
privilegiar as pertinentes discussões sobre machismo e patriarcado evidenciados no controle da
sexualidade e, por conseguinte, na capacidade reprodutiva feminina (PORTO, 2011). Compreende-
se, no entanto, a necessidade de ampliar o campo de estudos sobre o gênero masculino, com foco
nas significações e experiências da paternidade juvenil para jovens moradores das margens de
Fortaleza-CE. De fato, as informações fornecidas pelos diferentes institutos e sistemas brasileiros
responsáveis pela catalogação de dados são esparsas sobre esta temática. O presente estudo, de
natureza qualitativa, é produto de pesquisas bibliográfica e documental, que subsidiam a pesquisa em
pauta sobre as vivências juvenis da paternidade para jovens pais das margens de Fortaleza. Pode-se
inferir que a paternidade vem, lentamente, ganhando espaço no debate brasileiro contemporâneo
a partir das produções de Lyra (1997), Dias da Silva (1986) e Romanelli (1995), que discutem, em
especial, esta arena do cuidado paterno. Trata-se de aspecto significativo para compreensão das
experiências da masculinidade durante a juventude, a considerar suas múltiplas representações
simbólicas e situações sociais. Neste trabalho, adota-se a perspectiva das juventudes no plural, de
maneira a apreender as heterogêneas vivências da condição juvenil nos e pelos diferentes recortes
socioculturais, conforme enunciam Abramo (1997), Melucci (1996), Groppo (2000), Matos (2001),
Pais (2003), Dayrel (2005), dentre outros. Juventudes situadas nas margens urbanas, nas quais, por
um lado, articulam-se a precariedade da infraestrutura urbana, a vulnerabilidade socioeconômica
e as dinâmicas da violência urbana; e por outro, constituem-se formas diversas de resistência e
(re)invenções dos modos de ser jovem e do viver a paternidade nesta fase do ciclo de vida em
territórios estigmatizados desta metrópole. De certo, o processo de produção e reprodução da vida
é tecido a partir das nossas relações sociais, que se materializam em diferentes lugares sociais. Por
isso, não é fácil compreender o que acontece ou se estabelece nas margens urbanas, que antes de
serem espaços físicos, constituem-se em espaços de socialização e (re)significação do viver. Este
debate parte da reivindicação de relações mais igualitárias entre os gêneros, principalmente, na
divisão das responsabilidades familiares.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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298
Oficina sobre corpo, gênero e sexualidade para crianças e adolescentes em abrigo institucional: um
relato de experiência
Autores(as): Andressa Lília Sousa dos Santos (Clinica Viver), Dayanne Batista Sampaio (UFPI), Jader
José Sales Montenegro (UFPI), Lidyane Costa Feitosa (FLATED)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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299
Organização da I Oficina Construindo Equidade no SUS: sexualidade na adolescência e na juventude
Autores(as):: Luciana Camila dos Santos Brandão (Instituto Compartilhar)
Resumo:
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300
Saúde e emoções: reflexões sobre os jovens com albinismo
Autores(as):: Hualafy Rafael Barbosa Santos]
Resumo:
O albinismo é um fenômeno universal, essa condição genética acarreta aos indivíduos que a possuem,
diversas dificuldades a serem transpostas desde o nascimento. O presente artigo se apresenta
como uma proposta de estudo sobre as pessoas com albinismo, tendo como ênfase os indivíduos
que se encaixam na categoria denominada juventude. A alvura das pessoas com albinismo causa
fascínio, repulsa e temor. As pessoas com albinismo despertam olhares por onde passam, provocam
comentários, entretanto, são invisibilizados em termos de direitos sociais. Nesse sentido, se faz
candente evidenciar que paira silêncio inquietante sobre essa minoria. Se faz salutar a questão
de autoestima e auto aceitação das pessoas com albinismo, ressalto que uma das necessidades
elementares do ser humano é ser reconhecido, ser “visível” por outros indivíduos, além do mais,
ser conhecido e ser aceito. Dado o exposto, não é diferente para os jovens com albinismo, que
são observados por muitos, mas, realmente “vistos” por poucos. Os jovens que possuem albinismo
enfrentam muitos percalços oriundos da sua condição genética, vistos que os mesmos possuem uma
grande probabilidade de adquirirem problemas graves na pele. Outro fator importante se atrela
aos obstáculos para sua inserção no mercado de trabalho, também resultante da sua condição
genética. Através de páginas em redes sociais, as pessoas com albinismo estão se mobilizando e
se agrupando com o intuito de reivindicar inclusão social e acesso de políticas públicas específicas
de saúde, como por exemplo, a entrega gratuita de filtro solar e exames oftalmológicos para as
pessoas com albinismo de baixa renda. Portanto, esses passos referentes ao estudo das pessoas com
albinismo, tenta contribuir com reflexões consistentes, e que as pessoas com albinismo nas aulas
de biologia deixem de ser apenas um “a” minúsculo dos genes recessivos, indo para além disso, que
no âmbito acadêmico as pessoas com albinismo passem a ser alvos de pesquisas científicas cada
vez mais crescentes. Um dos aspectos que estão atrelados ao ser jovem se configura no tocante às
questões de emoções, deste modo, um dos fatores primordiais para o desdobramento desta pesquisa
ancora-se em estudos sobre Antropologia das Emoções e teorias sobre a Juventude. Esse aspecto
emocional nos jovens que possuem a condição genética denominada albinismo, condiciona a estes
indivíduos um sentimento de isolamento social, oriundo dos estigmas que os mesmos sofrem no
decorrer do seu curso da vida. Diante do exposto, os objetivos para essa pesquisa se enquadra na
intenção de compreender como os jovens com albinismo estão se mobilizando para o crescimento
de sua visibilidade social e reivindicando pela adoção de políticas públicas específicas de saúde,
assim como, descrever analiticamente as dificuldades enfrentadas provenientes da sua condição
genética e perceber o impacto que ausência de políticas públicas acarretam em suas vidas.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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301
Atuação dos profissionais da saúde da família na Unidade Básica de Saúde frente ao acolhimento
às adolescentes grávidas
Autores(as): Luiza de Abreu França, Márcia Stengel (PUC-MINAS), Natália Katielle Oliveira Ferreira
(PUC-MINAS), Patrícia Pinto de Paula (PUC-MINAS)
Resumo:
A estratégia de saúde da família como organizador da Atenção Primária é uma diretriz potente e
em franco desenvolvimento com números crescentes de novas Unidades Básicas de Saúde (UBS),
onde se alocam as equipes de Saúde da Família e nas quais os profissionais da saúde da família
trabalham junto à população. Dentre os encargos destes profissionais tem-se a atenção integral à
saúde do adolescente e jovem. Esta pesquisa tem como objetivo principal buscar compreender a
atuação dos profissionais da Saúde da Família na Unidade Básica de Saúde frente ao acolhimento
às adolescentes grávidas. Os profissionais da Saúde da Família atuam realizando uma escuta
qualificada e atenta, tanto nos casos gerais e principalmente com as adolescentes gestantes,
considerando ser a adolescência uma fase com diversos atravessamentos. Foi realizado um estudo
exploratório e qualitativo, utilizando a observação de campo e a entrevista semiestruturada
como métodos de coleta dos dados. Observamos as reuniões de equipe de saúde da família e
entrevistamos os profissionais que realizam o acolhimento a jovens grávidas. As equipes da Saúde
da Família se reúnem semanalmente para discussão dos casos apresentados, de modo que toda a
equipe se responsabilize com os cuidados dos pacientes.Através de um movimento dialético entre
observações, informações compartilhadas nas observações e entrevistas com a fundamentação
teórica espera-se como resultados: mapeamento das práticas de acolhimento à adolescente
grávida e a concepção dos profissionais da saúde da família acerca desse evento na vida das mães
jovens. A pesquisa encontra-se em andamento, e é possível notar o acolhimento e cuidado dos
profissionais às adolescentes grávidas, preocupando-se também em realizar os procedimentos de
prevenção e promoção à saúde, mesmo diante da alta demanda para os atendimentos de urgência
que o serviço exige. Nota-se ainda os desafios voltados ao público adolescente e jovem, tal como a
dificuldade de adesão aos serviços propostos, dirigindo-se aos serviços pontualmente. O trabalho
com adolescentes é desafiador e é fundamental que seja realizado de modo interdisciplinar. O apoio
de profissionais de distintas áreas possibilita um melhor atendimento e acolhida à jovem grávida,
englobando suas diversas necessidades,o que é de extrema importância. No decorrer da pesquisa
é possível notar ser necessário maiores investimentos em capacitações e na preparação desses
profissionais para lidar com esse público, com o objetivo de potencializar o trabalho, promovendo
um melhor acolhimento, visto que a adolescência é permeada por múltiplas experiências, o que
demanda do profissional um atendimento específico, tal como se referem as Diretrizes Nacionais
para a Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e de Jovens na Promoção, Proteção e Recuperação
da Saúde.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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302
Coletivos juvenis e as diversidades no bairro Benfica
Autores(as): Gabriela Thays Silva Pontes (UECE), Cláudia Maria Inácio Costa (UECE), Vanessa Bezerra
Nunes (UECE), Yasmin Rodrigues (UECE)
Resumo:
As sociabilidades juvenis podem ser vivenciadas a partir de diversos marcadores, dentre eles, os da
diversidade sexual e de gênero, que atravessam as construções identitárias, os espaços territoriais
e as redes de vínculos que alguns coletivos juvenis estabelecem. Diante dessa realidade, nos
desafiamos a pesquisar os coletivos de jovens do bairro Benfica, cujo título da pesquisa é “Práticas
Culturais e Representações de Gênero nos Coletivos Juvenis Urbanos: Construções e Expressões da
Diversidade no Bairro Benfica” em que os objetivos foram investigar as causas que levam os jovens
a frequentarem o espaço do bairro Benfica, também pesquisar como se dão as sociabilidades entre
eles através de suas representações e identidades sexuais e de gênero e analisar, sob suas óticas
e discursos, se eles percebem manifestações de lgbtfobia e demais reproduções preconceituosas
desta natureza no espaço citado, considerando as dinâmicas sociais permeadas por relações de
poder na sociedade. Deste modo, esta pesquisa busca trazer discussões acerca das sexualidades,
gêneros e os preconceitos vivenciados nas trajetórias juvenis dos frequentadores do bairro Benfica,
considerando, além da espacialidade do bairro, os atores que ali estão e se agrupam através de
identificações, representações, estilos de vida e ideias em comum em torno de suas diversidades. As
juventudes foram compreendidas através das práticas culturais e seus significados para os grupos
que se auto identificam jovens como aponta PAIS (1993), GROPPO (2010) e MAGNANI (2005), bem
como os gêneros e sexualidades a partir das construções sociais e históricas destes segmentos, como
aponta BUTLER (2003), SCOTT (1995) e PRAUN (2011) e como se permeiam as sociabilidades destes
jovens no Benfica em meio às reproduções de padrões heteronormativos presentes na sociedade,
estabelecendo relações desiguais de poder BOURDIEU (2002), mas também ressignificações e
sociabilidade “entre iguais” BECKER (2008). Metodologicamente, a pesquisa possuiu natureza
qualitativa e utilizou os meios de pesquisa bibliográfica e exploração do campo, cujo instrumento
de coleta de dados se deu pela aplicação de entrevista semiestruturada em profundidade com seis
jovens, e posteriormente, a análise correlacionada com os autores estudados. Assim, os resultados
parciais desta pesquisa (que está em processo de finalização), são apresentados aqui pelas
análises das entrevistas no tocante ao que eles relatam sobre suas trajetórias de vida marcadas por
discriminação familiar e nos territórios urbanos em que residem, também pelas formas de vivenciar
suas sexualidades e algumas por serem mulher, mas também as redes de vínculos e coletivos que
estabelecem a partir desses pontos em comum com outros jovens, que socializam e criam formas
de resistência a estas problemáticas.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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303
Corpo e gênero na capoeira: entre fronteiras
Autores(as): Maria Dayane Pereira (UFPI), Vicelma Maria de Paula Barbosa Sousa (UFPI-Campus
Amílcar Ferreira Sobral)
Resumo:
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304
Corpo, mídia e juventude: pensando autoimagem no contemporâneo
Autores(as): Evelyn Cristina de Sousa Penas (UFC), Gabrielle Lima Feitosa (UFC), Jurema Barros
Dantas (UFC)
Resumo:
Este trabalho pretende elucidar algumas considerações acerca de uma pesquisa em curso,
desenvolvida na clínica-escola da UFC, que visa compreender como se estabelecem as relações
do sujeito com o corpo na hipermodernidade, especialmente as relações mediadas pela mídia,
campo de forte influência para esse corpo. Tendo imagens e desempenhos físicos simbolicamente
correlacionados e atribuídos a uma faixa etária, principalmente pelas mídias, a condição corporal
constitui-se como possibilidade de identificação da juventude enquanto categoria social. Utilizando
a noção de “corpo cultural”, ou seja, um corpo não apenas biológico, mas perpassado por questões
históricas, políticas, sociais e econômicas, atrelada à ideia de hipermodernidade, para Lipovetsky
(2007), marcada por uma sociedade do excesso, da velocidade e da aceleração absoluta, entende-
se que a mídia como o meio propagador do apelo a um corpo que deixa de ser possível e passa a ser
um corpo ideal, quiçá inatingível. Tais discursos são amparados sob a égide do discurso biomédico
que reafirma práticas que cultuam o corpo jovem, belo, magro, de tal maneira que a sociedade vai
esquecendo o caráter histórico e temporal do corpo e o transformando cada vez mais em objeto de
consumo. Destaca-se também neste contexto contemporâneo, a sociedade do espetáculo, na qual
este consiste em uma relação social entre pessoas mediatizada por imagens. Koiti Anzai (2000)
afirma ainda que a indústria cultural se relaciona diretamente com a mídia, responsabilizando-
se pela transformação do corpo em objeto de consumo, dentro de uma lógica mercadológica na
qual se criam tecnologias o tempo todo voltadas para a adequação dos corpos ao padrão estético
estabelecido socialmente. Segundo o autor supracitado, surge através dos recursos midiáticos um
sentimento de culpa por parte dos indivíduos que não estão dentro dos padrões para alimentar
uma indústria que se beneficia com isso. Observamos a clareza da nossa temática com o GT
escolhido visto que a ditadura da estética corporal, principalmente atrelada as mídias, constrói
diferentes modos de subjetivação e como tais relações podem gerar sofrimento psíquico para os
jovens imersos nela. Sobre o conceito de auto-imagem, Roland Barthes (1982) afirma que o corpo
de um indivíduo é, para ele, a imagem que ele acredita que o outro tem deste corpo. De acordo
com Joana Novaes e Junia Vilhena (2016), a modelagem da boa aparência considerada banal é
tomada de grande carga ideológica e, dessa forma, todos os investimentos estéticos são permeados
pela lógica do consumo. A reflexão suscitada por este trabalho gira em torno da ideia de que ao
estabelecer-se um padrão midiático único que se torna ideal, emergem as chamadas distorções da
auto-imagem. O corpo passa a ser palco de paradoxos e conflitos, pois o mesmo corpo que busca
sua singularidade é o que tenta negar a diferença e a alteridade, fazendo com que a obsessão
atual pela construção da aparência apresenta-se como resposta à instabilidade, fragmentação e
efemeridade, o que justifica a centralidade que o culto ao corpo ocupa na cultura contemporânea.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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305
Lugar de menina: reflexões sobre espaços de/para sociabilidade juvenil feminina
Autores(as):: Marina Jorge da Silva (UFSCar)
Resumo:
A compreensão sociológica das juventudes, no plural, ressalta que a vivência juvenil é experimentada
de forma distinta de acordo com a realidade histórica, social e cultural de cada grupo. Além
das relevantes abordagens de etnia e classe, o gênero deve ser destacado. Ser jovem menina é
diferente de ser jovem menino. Em se tratando de juventude feminina periférica, as diferenças
e fragilidades são ainda mais acentuadas e complexas. A partir das experiências construídas
através das ações desenvolvidas pela equipe do Laboratório METUIA da Universidade Federal
de São Carlos, desde 2005, em um bairro periférico de uma cidade de médio porte do interior
de São Paulo, são desenvolvidas análises sobre a participação de meninas naquele território. As
intervenções no nível de ações de extensão, integradas ao ensino e pesquisa, promovidas tanto
nos espaços de lazer e cultura – um Centro da Juventude e espaços abertos no próprio território –
quanto nos espaços institucionais de educação – uma escola pública – deflagram um fenômeno em
comum: onde estão as meninas do bairro? Com exceção do espaço escolar, tem se notado a baixa
movimentação das meninas jovens, que pouco circulam pelos espaços institucionais locais e pelas
ruas do bairro. Em um trabalho de aproximação com as jovens meninas, buscando compreender
o fenômeno, foram relatadas desde condutas controladoras da família e/ou parceiros, seja pelo
discurso de que determinados lugares não são apropriados às meninas ou pela necessidade de
desempenhar atividades tradicionalmente atribuídas às mulheres, como o cuidado da casa e/ou
de outros membros da família; até a baixa (ou inexistente) oferta de atividades que contemplassem
os seus desejos e interesses. Entendendo a sociabilidade como uma dimensão central na vida dos
jovens, a partir dos pressupostos teórico-metodológicos da terapia ocupacional social, propôs-
se, em 2016, a realização semanal de Oficinas de Atividades, Dinâmicas e Projetos no Centro da
Juventude local, em uma proposta de acolhimento das demandas daquelas jovens meninas, com
o intuito de promover maior circulação pelos espaços públicos. Tem-se trabalhado com temáticas
relacionadas à experiência e vivência de ser jovem menina, naquele bairro, em particular, e na
sociedade, de uma forma geral; estratégias de enfrentamento a situações de violência e opressão;
e o reconhecimento dos direitos, especialmente de circulação e participação sociais. Desde então
tem se identificado um aumento no número de jovens meninas frequentando o espaço público
do Centro da Juventude, inclusive em momentos que extrapolam à Oficina. Compreende-se como
necessária a problematização do papel social desempenhado por jovens meninas, principalmente
nas periferias urbanas, e a responsabilidade de políticas e espaços públicos, especialmente aqueles
voltados para a juventude, na ampliação de ofertas de atividades em propostas que contemplem a
diversidade das juventudes, sendo o recorte de gênero um aspecto essencial.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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306
A criança e o adolescente vítimas de violência: atendimento na assistência social
Autores(as): Juliana Hilario Maranhão (UFC), Joyce Hilario Maranhão (UFC)
Resumo:
A violência tem sido um tema de debate atual, podendo ocorrer de diversas formas: física,
institucional, psicológica, sexual. O reconhecimento desse fenômeno depende da conjuntura social,
valores morais, éticos, jurídicos e políticos de cada sociedade. No Brasil, a criança e o adolescente
têm sido as principais vítimas, principalmente em situações de vulnerabilidade social e risco. A
Assistência Social, política pública não contributiva, é uma das políticas públicas que integra o
sistema de garantia de direitos de crianças e adolescentes e que oferece atendimento psicossocial,
a fim de garantir a proteção integral a esse público. O presente artigo tem como objetivo debater
acerca do atendimento psicossocial junto a crianças e adolescentes vítimas de violência na
Política Nacional de Assistência Social e tem relações com o eixo gênero, sexualidades e corpo. A
perspectiva Histórico Cultural traz a concepção do homem como um ser social, inserido em uma
determinada cultura, que se individualiza a partir dos sentidos que atribui à interação com o outro e
com o ambiente, numa relação dialética e semiótica. A concepção de construção social e histórica
da violência é relevante para compreender como é possível a ressignificação dessa vivência,
superando contextos de risco e vulnerabilidade social a partir da mediação com fatores protetivos,
do qual se aposta que o atendimento qualificado no âmbito da proteção social especial de média
complexidade da Assistência Social é capaz de promover. Parte-se da teoria Histórico Cultural para
compreender o fenômeno da violência contra crianças e adolescentes e problematizar os serviços
de atendimento oferecidos a esse público. Assim, traz-se uma revisão bibliográfica e as experiências
profissionais das autoras para construção deste trabalho. Na assistência social as concepções de
risco e vulnerabilidade vão permear o lócus de atendimento a crianças e adolescentes vítimas
de violência. Essa política é dividida em proteção social básica e especial, no qual a referência
para atendimentos de vítimas de violência é a proteção social especial de média complexidade
que se operacionaliza no Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS.
Tal equipamento deve conter em seu corpo profissional de um profissional de psicologia e de
serviço social para atender até 50 pessoas ou dois profissionais de Serviço Social e de Psicologia
para atender até 80 pessoas (NOB SUAS RH, 2006). Entendemos que, o profissional quando bem
capacitado torna-se um mediador no processo de ressignificação da violência, por meio da escuta
qualificada. E, pode ser promotor de direitos no contexto de trabalho da Assistência Social, a partir
do momento que integra a rede proteção à criança e ao adolescente. Deste modo, a violência
e o modo como as crianças e adolescentes superam tal fenômeno tem sido relevante pela sua
expressão crescente na sociedade brasileira, sendo difícil definir as consequências que a violência
pode ocasionar a curto e longo prazo na história de vida da criança e do adolescente. A partir de
um atendimento qualificado é ampliado às possibilidades de resiliência diante da violência.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
307
A criminalização da homofobia no âmbito nacional brasileiro à luz do Projeto de Lei da Câmara nº
122 de 2006
Autores(as):: Alberto Magalhães Pires (FAFIRE)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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308
A morte de Dandara foi chorada? Discussões sobre violências e lógica de enquadramentos
Autores(as): Beatriz Oliveira Santos (UFC), Kevin Samuel Alves Batista (UFC)
Resumo:
Travesti, Dandara dos Santos, 42 anos, foi espancada até a morte no Bairro Bom Jardim, em
Fortaleza, estado do Ceará. O crime ocorreu no dia 15 de fevereiro de 2017 e ganhou repercussão
nas redes sociais após o compartilhamento do vídeo que mostrava Dandara sendo agredida por
um grupo de homens no meio da rua. Três homens, como mostrado no vídeo, chutam e batem
nela com um chinelo. Ela possuía marcas de sangue pelo corpo e não conseguia reagir. O grupo
de jovens ordenou que ela subisse em um carrinho de mão. Machucada, não conseguia levantar
e caiu novamente ao chão, enquanto dois dos agressores chutavam-na sem parar. Durante toda
a gravação, ela foi vítima de gritos e ofensas. Outros dois rapazes apareceram nas suas costas,
agrediram-na com um pedaço de madeira, davam chutes em sua cabeça. O vídeo finaliza quando
eles colocam a vítima no carrinho de mão e descem a rua. Segundo depoimento da polícia, depois
dessa gravação, esse grupo espancou a travesti até a morte. Esse terrível vídeo tem um pouco mais
de um minuto. A morte de Dandara teve a repercussão suficiente para, passados poucos meses, já
ter sido esquecida. Diante desse cenário, perguntamo-nos, assim como Butler (2015), como temos
produzido as vidas que são ou não dignas de serem choradas? Quando e quais delas são passíveis
de luto? Como a comoção é produzida dentro das estruturas que enquadram os sujeitos? Nesse
sentido, esse trabalho se associa as questões presentes no Eixo Juventudes, Gêneros e sexualidade,
focando na violência, nas tentativas de anular, exterminar as vidas que julgamos não serem
merecedoras de viver, as vidas “indignas de serem vividas” (AGAMBEN, 2010). Para desenvolver tais
reflexões, ancoram-nos nas discussões teóricas propostas por autores contemporâneos, tendo como
cenário e exemplo o caso da morte de Dandara dos Santos, um dos vários exemplos de violência
cometidos por jovens e que envolve, em alguma medida, as questões de gênero. Ressaltamos o
fato de que esse caso brutal tomou repercussão das grandes mídias devido a circulação nas redes
sociais, mas que seu conhecimento amplo pela sociedade não foi suficiente para garantir que essa
temática ganhasse novos espaços, que mudanças mais efetivas fossem tomadas. Refletimos sobre
o fato de que precisamos (re)pensar a produção das juventudes e sua relação com as ações que
envolvem violência por uma perspectiva mais ampla e estrutural. Não iniciamos esse texto com
a palavra “Travesti” despretensiosamente. Tomando como base as relações sociais que temos
estabelecido, esse significante carrega uma série de enquadramentos, como discute Butler (2015),
que estabelecerá quais sujeitos serão imputados violências e precariedades, em última análise,
quais sujeitos devem viver ou não-viver. Portanto, nossas discussões, tomando como foco a morte de
Dandara, problematizam o estabelecimento de normas que tornam alguns sujeitos “reconhecíveis”
e outros, decididamente, mais difíceis de serem reconhecidos (BUTLER, 2015). Dandara foi, sem
dúvida, um desses sujeitos. Mas, afinal, quantas “Dandaras” morrerão até percebermos que nossa
lógica de enquadramentos está falida?
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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309
Abuso sexual intrafamiliar: estudo de caso sobre narrativas de adolescentes de Fortaleza-CE
Autores(as):: Juliana Hilario Maranhão (FATE/UNIP)
Resumo:
Neste trabalho apresentaremos um recorte da pesquisa dissertativa apresentada pela autora, no ano
de 2014, ao mestrado em Psicologia da Universidade Federal do Ceará acerca do significados do abuso
sexual para adolescentes que sofreram abuso sexual intrafamiliar. Propomos-nos a compreender a
função mediadora da narrativa sobre si nas interações de adolescentes que vivenciaram situações
de abuso sexual intrafamiliar, a partir da análise comparativa de narrativas construídas nos anos
de 2011 (monografia) e 2013 (dissertação) de duas adolescentes da cidade de Fortaleza, que
chamaremos de Dália e Rosa. Este trabalho tem relações com o eixo gênero, sexualidades e corpo.
Parte-se da teoria Histórico Cultural para compreender o fenômeno da violência contra crianças
e adolescentes. A perspectiva Histórico Cultural tem como base a concepção do homem como
um ser social, inserido em uma determinada cultura, que se individualiza a partir dos sentidos que
atribui à interação com o outro e com o ambiente, numa relação dialética e semiótica. No caso
do abuso sexual intrafamiliar percebemos que, na condição de tabu que envolve tanto o incesto,
relação proibida juridicamente e moralmente, quanto conceitos em constante transformação como
a sexualidade e a família, sua compreensão pela maior parte da população torna-se prejudicada
devido aos significados paralelos e muitas vezes contraditórios que rodeiam esse fenômeno social.
Realizamos uma pesquisa de cunho qualitativo, e as participantes da pesquisa foram escolhidas
por meio da participação das mesmas no trabalho de conclusão de curso da autora no ano de 2011,
sendo que as mesmas eram acompanhadas pelo Centro de Referência Especializado de Assistência
Social – CREAS. Foram realizados dois encontros com cada adolescente, no primeiro comecei com
um diálogo informal, sondando como elas estavam, o que elas achavam dessa nova entrevista e fiz
uma entrevista com uma pergunta gerativa. Já para o segundo encontro foi utilizada uma entrevista
semiestruturada com vinte perguntas, baseada na entrevista do primeiro encontro. Para a análise
de dados foi realizada a análise de dados de conteúdo. Ao analisarmos as narrativas de si de Rosa e
de Dália, percebemos que as mediações que envolvem suas construções narrativas são o histórico
de violência intrafamiliar, no qual permeia a violência psicológica, a violência física e a violência
sexual. Apesar de ambas sentirem-se vulneráveis diante da situação, percebemos que Rosa tem
uma postura ativa em relação à violência que sofria buscando resgatar as violências sofridas para
lidar melhor com elas, sempre permanecendo com um posicionamento otimista diante da vida.
Já Dália apresenta-se enredada em suas experiências traumáticas, sem que possamos perceber,
no decorrer desse intervalo de dois anos, mudanças mais consistentes para lidar com a violência
sofrida. A partir de um olhar da Teoria Histórico Cultural, entendemos que, as construções narrativas
são mediadas por significados presentes na cultura e que estes significados articulados ao contexto
social possibilitam que os mesmos dêem sentido às suas vivências, superando ou não as situações
adversas e (res) significando-as.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
310
Adolescência e situação de rua: caracterização dos eventos estressores, comportamento sexual de
risco e violência sexual
Autores(as): Rebeca Fernandes Ferreira Lima (UNIFOR), Normanda Araujo de Morais (UNIFOR),
Sara Guerra Carvalho de Almeida (UNIFOR)
Resumo:
Os jovens em situação de rua vivenciam adversidades nas famílias que os impulsionam a buscar
nas ruas melhores condições. Porém, nas ruas, os jovens continuam a enfrentar uma série de riscos,
apresentando os piores indicadores de saúde relacionados ao suicídio, uso de drogas e risco sexual.
Neste estudo, destaca-se a violência sexual, compreendida como uma das formas mais extremas de
violação dos direitos e uma das piores formas de trabalho infanto-juvenil. Assim, este estudo buscou
investigar a violência sexual (VS) e o comportamento sexual de risco (CSR) vivenciados por jovens
em situação de rua. Utilizou-se um checklist de 22 eventos negativos (e.g., “foi vítima de violência
física?”, “foi ameaçado de morte?” e “parou de estudar?”) e avaliou-se o impacto dos que ocorreram
em uma escala Likert (5 pontos) que variou de “nada estressante” a “muitíssimo estressante”; a
soma de três itens para compor o índice de VS (sofreu VS na família, sofreu VS por não-membro
da família e teve relação sexual para sobrevivência), variando de 0 – “nenhuma violência” a 3 –
“presença de todas as violências”; além do índice de risco sexual composto pela soma de quatro
indicadores (já fez sexo, relações sexuais antes dos 13 anos, dois ou mais parceiros nos últimos 6
meses, sem preservativo na última relação sexual). Os valores variaram de 0 – “nenhum risco” a
4 – “presença de todos os riscos”. A aplicação foi individual conduzida por auxiliares de pesquisa
devidamente treinados. Realizou-se análise descritiva e correlação de Pearson para todas as
variáveis investigadas. Participaram do estudo 113 jovens, de 09 a 18 anos (M = 14,22 anos; DP = 2,4)
e a maioria (82%) do sexo masculino. Verificou-se que 49,1% dos jovens foram vítimas de VS; 69,4%
apresentaram CSR e vivenciaram EE (número: M = 9,28; DP = 4,14 e impacto: M = 2,93; DP = 0,83).
As meninas foram mais vítimas de VS e avaliaram os eventos como mais estressantes. Os jovens de
mais idade sofreram mais VS, CSR e EE. Aqueles que mais sofreram VS mais apresentaram CSR e
os que mais vivenciaram EE sofreram mais VS e CSR. Evidencia-se que a VS não foi uma violência
isolada, sendo simultânea a outras violências (física, psicológica, etc.) e eventos negativos, tais como,
pobreza, dificuldades escolares e privação da convivência familiar e comunitária. Compreende-
se, portanto, que estes são fenômenos sociais resultantes de falhas estruturais e que afetam o
desenvolvimento dos jovens. A alta média de eventos estressores, bem como de comportamentos
sexuais de risco e violência sexual corrobora estudos anteriores acerca da maior vulnerabilidade
do grupo de adolescentes em situação de rua quando comparados a adolescentes que vivem com
suas famílias. Enfatiza-se a necessidade de políticas públicas com enfoque nos jovens em situação
de rua, que tem suas especificidades em relação à etapa de desenvolvimento (e.g., início da vida
sexual, definição da orientação sexual, etc.) e contexto em que vivem (e.g., pobreza, moradia na rua,
uso de drogas, etc.). Estratégias de prevenção, como a educação sexual, que considerem questões
de gênero e o contexto de vulnerabilidade são medidas adequadas para promoção de saúde dos
jovens.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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311
Comportamento sexual de risco, violência sexual e rede de apoio em jovens em situação de rua
Autores(as): Sara Guerra Carvalho de Almeida (UNIFOR), Normanda Araujo de Morais (UNIFOR),
Rebeca Fernandes Ferreira Lima (UNIFOR)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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312
Dizemos, enquanto outros se calam, não à cultura do estupro!
Autores(as): Kevin Samuel Alves Batista (UFC), Beatriz Oliveira Santos (UFC), Ingrid Sampaio de Sousa
(UFC)
Resumo:
Manchetes, murais, postagens e manifestações. Estas foram algumas reações ao estupro coletivo contra
uma jovem de dezesseis anos no Rio de Janeiro em maio de 2016. Sete homens foram indiciados. Desta
vez, a opinião pública voltou os olhos para o acontecido e, por dias, nossas conversas do cotidiano
se ocuparam com a pauta “violência de gênero”. Imagens gravadas pelos agressores se alastraram
pelas redes sociais e impulsionaram discussões. As plataformas midiáticas destacaram manchetes
sobre o “Estupro coletivo no Rio” e veicularam edições do vídeo gravado no momento do estupro. As
opiniões expressas nas redes sociais foram as mais diversas. Desde o forte repúdio ao ocorrido até a
relativização da nomeação “estupro”, chegando facilmente à culpabilização da garota, como exposto
pelo Jornal da Globo no dia 26 de maio de 2016, “Amassaram a mina, entendeu ou não entendeu? kkk”.
As manifestações de indignação contra a vítima foram corriqueiras, até mesmo em nossas timelines.
Um ano depois, os olhos da mídia se voltaram para uma outra cena, em um contexto muito semelhante,
contudo, dessa vez, quatro jovens foram identificados como os agressores. A vítima, 12 anos, não era
mãe, não foi apresentada pela mídia como usuária de drogas e teve seu nome mantido em sigilo. O
que, de todo modo, não a eximiu de sofrer ataques nas redes sociais. Na matéria do Jornal Estadão no
dia 7 de maio de 2017, apresenta-se depoimentos tais como “tempestade em copo d’água”, “Agora os
garotos se ferram... Ela tinha que chegar na mãe e na delegada, em quem for, e assumir que ela quis”.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) na Nota Técnica “Estupro no Brasil:
uma radiografia segundo os dados da Saúde” (2014, p. 6), estima-se que a cada ano no Brasil 0,26% da
população sofre violência sexual, o que indica que haja anualmente 527 mil tentativas ou casos de
estupros consumados no país, dos quais 10% são reportados à polícia. Diante das informações expostas,
entende-se que os recortes trazidos pela mídia, além de ideológicos, não dão conta da complexidade dos
casos de estupros nas diversas regiões do Brasil. A sociedade brasileira insiste em negar o problema do
estupro, seja ele coletivo ou não, como um problema estrutural, social e cultural do machismo. Ao invés
disso, tem tratado essa temática por uma via isolada, localizada em determinados contextos, portanto,
estigmatizante, estereotipando agressores e vítimas. Questionamos, inspirados em Angela Davis (2016)
o que continua mantendo no nosso País a “licença para estuprar” e a perpetuação de mitos em torno de
certas vítimas e agressores? A que interesses serve a banalização das violências de gênero diariamente
perpetradas nos âmbitos intra e extrafamiliar? (SAFFIOTI, 1987). Que lógicas de enquadramento levam
à comoção, ou não, de determinados casos de violência? Como pergunta Butler (2016). Por que tanta
relutância acerca das discussões de gênero e prevenção de violências com as juventudes nas escolas?
Com base nessas inquietações, buscamos expressar nosso repúdio à cultura do estupro e compartilhar
reflexões que impliquem em olhares críticos na luta contra a violência de gênero no Brasil.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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313
Violência sexual contra adolescentes: características das vítimas, do contexto e da rede de proteção
Autores(as): Mykaella Cristina Antunes Nunes (UNIFOR), Normanda Araujo de Morais (UNIFOR)
Resumo:
A Violência Sexual (VS) pode atingir crianças e adolescentes em todas as faixas etárias, dentro (abuso
sexual intrafamiliar ou incestuoso) e fora (abuso sexual extrafamiliar) do ambiente familiar, contudo
estima-se que a incidência maior dos casos de abuso sexual dê-se em meninas. Também pode
acarretar diferentes problemas (de ordem psicológica, física, sócio-comportamental e sexual) às
crianças e adolescentes, demandando para isso políticas públicas das várias áreas de atenção (saúde,
assistência social, jurídica, entre outras) para a amenização dos danos causados pela VS. Considerando
a relevância da discussão do tema da violência sexual, de sua prevalência no público infanto-juvenil
(principalmente feminino) e da importância do trabalho da Rede de Proteção no atendimento a esses
casos é que este estudo tem como objetivo descrever características das vítimas, do contexto de
ocorrência da VS e dos encaminhamentos realizados à Rede de Proteção em adolescentes atendidas
num hospital da rede pública de Fortaleza-Ce. A coleta dos dados abrangeu o período de 2010-2013,
tendo sido feita a partir de Formulário específico de Investigação. Foram preenchidos 112 formulários,
dos quais 51 pertenciam às vítimas adolescentes, ênfase deste estudo. Os dados foram analisados por
meio de estatísticas descritivas no Statistical Package for Social Science - SPSS (versão 19). O estudo
recebeu aprovação do Comitê de Ética da Universidade a qual suas autoras estão filiadas, bem como
do hospital onde foi realizado. Constatou-se que as vítimas adolescentes (12-17 anos) representaram
(n = 51; 46,4%) do total de mulheres vitimadas, sendo quase metade do público atingido. Quanto às
características sociodemográficas das vítimas, averiguou-se que eram em sua maioria de raça/cor
parda, heterossexuais, solteiras, estudantes (com ensino fundamental incompleto) e com religião
predominantemente católica. A violência que predominou foi a do tipo intrafamiliar, tendo aparecido
como principal perpetrador da violência “pessoa conhecida e/ou íntima” da vítima. O estupro foi a VS
mais praticada, tendo como consequência a gravidez em (n=12, 23,5%) dos casos e nestes a gestação
foi levada adiante (n=4), interrompida (n=2) ou não foi possível identificar o desfecho (n=6). Acerca dos
encaminhamentos das vítimas a serviços externos ao hospital, verificou-se grande volume de ausência
de informações, apesar de terem sido identificados encaminhamentos para o conselho tutelar e
delegacia de proteção da criança e do adolescente. O tema da VS exige esforço coletivo de todas as
políticas públicas (da saúde, assistência social, entre outras), principalmente se tratando de situações
de abuso em crianças e adolescentes que por estarem em desenvolvimento físico, emocional e sexual
podem ter as consequências agravadas. Contudo, os dados ainda não demonstram a real magnitude
do problema da VS, seja porque nem todas as vítimas (adolescentes) chegam aos serviços; seja porque
ainda persistem fragilidades no preenchimento das fichas de atendimento, dificultando uma maior
compreensão da magnitude do problema.
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314
Violências travestidas: relações amorosas entre jovens
Autores(as): Paula Land Curi (UFF), Júlia Gonçalves Barreto Baptista (UFF)
Resumo:
A violência contra a mulher é um tema que vem ganhando destaque em nossa sociedade, especialmente
pela visibilidade que lhe é dada hoje, através de vários coletivos/grupo de mulheres, nas redes sociais.
Apesar de tomarmos as mulheres como integrantes de um grupo homogêneo, sabemos que elas não
o são. Dentre elas, especificidades, assimetrias e vulnerabilidades diversas. Segundo os Sistemas de
Informações, as jovens mulheres destacam-se como alvo de inúmeros tipos de violências. Contudo, só
chegam a comporem estes sistemas aquelas que se percebem, de alguma forma, violentadas e partem
para buscar ajuda. Várias, como sabemos, vivem a violência em silêncio. Outras ainda, nem sequer
conseguem compreender que vivenciam cotidianamente situações de violência - violências simbólicas
-, especialmente quando imersas em suas relações amorosas. Não conseguem perceber que, apesar de
terem podido recriar novas formas de se relacionarem com seus parceiros, ainda repetem (e reproduzem)
alguns modelos tradicionais de subjugação, que instituem formas violentas de relações, pautadas na
visão arcaica, mas ainda bastante presente, da mulher como objeto de dominação/poder masculino.
Por isto, objetivo deste trabalho é mostrar como as relações amorosas dos jovens ainda se encontram
arraigadas aos fundamentos de uma sociedade sexista. Pretende também dar relevo ao amor, muitas
vezes utilizado para justificar as violentas formas de relação. O projeto extensionista “Por que ainda
temos que falar de violência?”, da Universidade Federal Fluminense, pautado por uma perspectiva sócio
histórica de gênero, foi convidado a palestrar e debater com alunos do ensino médio de uma escola
privada, que pretendeu fazer frente ao movimento de retrocesso do governo municipal – proibição
da discussão de gênero nas escolas -, sobre Gênero, Identidade e Violência. Entendendo a pertinência
destas temáticas para suas vidas, especialmente porque já estão imersos no contexto sexualidade e
das relações amorosas, por vezes violentas, o trabalho se pautou em evidenciar, através das tirinhas e
figurinhas do álbum Amar é..., febre nos anos 70 e 80, como pouca coisa mudou quando falamos das
relações de gênero e relações amorosas em nossa sociedade. A ação revelou a necessidade de se
discutir mais sobre gênero e violência simbólica nas relações amorosas entre jovens, pois, evidenciou
que o amor romântico, expresso pelos dizeres sobre que é amor, ainda se fazem presentes e legitimam
a submissão da mulher ao homem e à relação. Marcas identitárias de gênero, no modelo hegemônico
masculino, tendem ainda a operar no eixo dominação/submissão, o que culmina na banalização de
alguns atos que, ao invés de serem percebidos como violentos, são legitimados como intrínsecos às
relações. Para finalizar, vale ressaltar que as jovens que participaram da ação disseram conhecer
alguém que vive uma relação amorosa violenta/abusiva. Mas, quando esta pergunta voltou a si próprias,
o silêncio imperou, o que nos leva a presumir que a violência simbólica, nas suas sutilezas, se faz mesmo
invisível e insensível, sendo incorporadas sem que sejam percebidas.
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315
Exploração sexual das adolescentes em Boa Vista-RR: uma questão Brasil x Venezuela: caracterização
dos fatores socioeconômicos e psicológicos
Autores(as):: Silvana Rodrigues Mota (Estácio)
Resumo:
A feira do passarão, localizada na avenida Ataíde Teive, periferia de Boa Vista, sempre foi conhecida
como local de prostituição de adolescentes de origem brasileira. Esta realidade tornou-se ainda mais
agravada com a crise política e econômica da Venezuela (país que tem fronteira com o Brasil), muitos
venezuelanos migraram para o Brasil, especificamente para o estado de Roraima, em busca de
trabalho e melhores condições para se viver. Atualmente, neste local (feira do Passarão), encontram-se
inúmeras adolescentes venezuelanas (com idades predominantes entre 15 à 20 anos), que utilizam a
prostituição como meio de sobrevivência. O presente trabalho tem por objetivo caracterizar os fatores
econômicos, sociais e psicológicos determinantes da exploração sexual em adolescentes brasileiras
e venezuelanas em Boa Vista, Roraima. Assim, de acordo com Moscovici, 2005, as principais causas
da prostituição juvenil são: Pobreza, miséria, desestruturação familiar, conflitos com os pais, conflitos
existenciais, falta de orientação dos pais, apelo erotizado da mídia, influência das amigas e abandono
dos estudos para ajudar a família. Assim, Para Souza e Souza (2009) a exploração sexual expressa
diferentes níveis de violência, seja de ordem econômica, seja de caráter social, seja de cunho cultural.
Contudo, a violência sexual apresenta-se como a principal delas. Portanto, além do preconceito e todo
o estigma social carregado por elas, os principais transtornos de ordem psicológica que estas jovens
adquiriram após iniciar esta prática são: baixa autoestima (devido ao preconceito e estigma social),
depressão, ansiedade, transtorno de pânico, atos autolesivos e ideias suicidas.A violência doméstica
sofrida pela mulher, está inserida na sociedade como um fenômeno cultural, muitas vezes, tal ato de
violação ainda é silenciado pela mulher, que sofre este tipo de humilhação em segredo por não ter
coragem ou condições de procurar o amparo da lei. Pode-se definir violência contra mulher como:
qualquer ato, conduta, ou manifestação com base no gênero que cause danos, sofrimento físico, sexual
ou psicológico à mulher. Tal ato muitas vezes visa à desestruturação da vítima, que na grande maioria
dos casos, tem vergonha ou medo de denunciar o seu agressor. Neste sentido, este trabalho teve como
objetivo analisar as causas da violência doméstica sofrida pela mulher. Este trabalho resultou de uma
pesquisa de revisão bibliográfica, deste modo, conclui-se que a violência doméstica atinge a saúde
física e emocional da mulher, o bem-estar de seus filhos e até a conjuntura econômica e social da vida
da vítima, seja imediatamente ou à longo prazo. Dentre os quadros orgânicos resultantes, encontram-
se lesões, obesidade, síndrome de dor crônica, distúrbios gastrintestinais, fibromialgia, fumo, invalidez,
distúrbios ginecológicos, aborto espontâneo, morte.
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316
Quebrando tabus: o entendimento da juventude belenense sobre sexualidade
Autores(as): Marília Oliveira da Silva (UNAMA), Gustavo da Silva Lima (UNAMA)
Resumo:
A Sexualidade vêm sendo, desde muito tempo, um tema de grandes discussões, em especial quando se
refere a iniciação sexual cedo que vêm contribuindo muitas vezes de forma negativa entre os jovens
pois em determinados casos sem informação de prevenção esta iniciação chega com uma gravidez
indesejada ou uma DST.Diante de todo o contexto que nos foi apresentado, entendemos que a sexualidade
não pode ocorrer isolado do contexto sociocultural que modela as relações sociais nas quais os jovens
estão inseridos.Para Freud, o corpo é fonte de prazer, e sentimos este, não só através do sexo. Os jovens
fazem uma clara relação entre fonte de prazer e curtição. Pois segundo eles a maioria das vezes as
relações sexuais ocorrem casualmente após baladas, através das redes sociais e etc . Usar a gíria “FICAR”
para eles tornou-se algo comum. Na praça em Belém onde foi feita nossa pesquisa por exemplo, o
que mais se observou eram jovens “ficando” meninas e meninos em meio a abraços, beijos e trocas de
carinho, sem se preocupar com o meio ao redor. Como os jovens trabalham a sua sexualidade? Com o
objetivo de esclarecer esses Tabus que fizemos esta pesquisa. Os jovens de hoje começam a realizar as
suas descobertas mais cedo, assim como os namoros, o sexo e etc. quando se fala de relações sexuais
entre eles, destacamos o exercício da sexualidade que busca autonomia exercida de forma singular e
com urgência própria desta geração.No ano de 2002, A OMS fez uma pesquisa onde relatou que, uma
pessoa para ter uma boa qualidade de vida, precisa ter quatro pontos andando em equilíbrio, dentre
eles o sexo.Ao abordarmos os jovens foram feitas perguntas sobre sexualidade, namoro, sexo, como
iniciavam sua vida sexual, duração dos relacionamentos, e como discutiam isso entre seus familiares.Os
relacionamentos atuais andam complicados, devido as inúmeras possibilidades que surgiram e a maior
vontade dos jovens de aproveitarem a vida ao máximo sem precisar dar satisfação ou ter compromisso
com alguém. Talvez por isso tenha sido cada vez mais difícil encontrar jovens que queiram namorar
com alguém.Ultimamente temos presenciado uma liberdade relativa de muitos conceitos de moral e
ética que distorcem a mentalidade principalmente de jovens na área afetiva e sexual. Assim surgiu o
“Ficar”, comportamento de quem namora sem assumir a essência de um relacionamento. No discurso
dos jovens da pesquisa o “ficar” configura-se de certa forma como uma interação afetiva sexual, onde
se pode lidar com as demandas referentes às relações de namoro, consideradas mais rígidas. Neste
sentido o “ficar” aparece como uma forma alternativa, pois namorar requer confiança. Segundo Parker
(2000), rapazes e moças se referem à infidelidade como um problema a ser enfrentado nas relações de
namoro atualmente, dilema este ausente no “ficar”. Depois de discorrermos sobre o tema cujo a fala
dos jovens e o início da vida sexual dos mesmos tivemos o entendimento que ao falarmos com eles
sobre sexualidade também estamos falando sobre relacionamentos e que apesar de toda a evolução
os pais ainda se sentem retraídos segundo eles de falarem sobre sexo ocasionando deste modo a
desinformação familiar.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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317
Jovens discutindo gênero, sexualidade e violência contra a mulher: relato de um projeto de extensão
Autores(as): Emily Thayse dos Santos (Estácio), Evilânia da Rocha Santos (Estácio), Jose Jonathan de
Oliveira Barros (Estácio)
Resumo:
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318
GT 09 - Identidades negras: memórias, posicionamentos e práticas educativas
Coordenadores: Maria de Fátima Vasconcelos da Costa (UFC), Eliane Lima do Nascimento (Quilombo
Barro Branco) e Marcelle Arruda Cabral Costa (UFC)Jandson Ferreira da Silva (UFPE)
Resumo Geral:
Considera-se que nas atuais circunstâncias históricas em que se debate a sociedade brasileira,
face ao desmonte de políticas públicas em prol do combate à desigualdade de direitos entre
os diferentes grupos étnicos que constituem a nacionalidade, se impõe o aprofundamento da
discussão do tema proposto pelo alcance dos seus desdobramentos e seu impacto nas populações
mais jovens. Temos, como ponto de partida, o trabalho seminal de Frantz Fanon, para quem
as formas imaginárias de representação do outro, entre negros e não-negros, precisam ser
compreendidas como efeito congênito do projeto colonial. Para isso, necessário se faz, por um
lado, identificar os dispositivos que contribuem para a obliteração da memória do povo negro
e para as desiguais condições de acesso aos bens coletivamente produzidos e para o exercício
de direitos, em especial o direito à educação. Por outro lado, descerrar o véu que invisibiliza a
rica contribuição da cultura negra para a formação social brasileira, bem como a épica jornada
das populações afro-brasileiras e africanas na desconstrução do racismo. Desde o final dos anos
70, assiste-se a uma intensificação da mobilização da militância negra, reivindicando do estado
políticas compensatórias das desigualdades históricas e o reconhecimento público do negro como
sujeito de direitos, inclusive nos contextos de suas tradições. Tal discurso começa a se consolidar
como política de estado, com a Constituição de 1988, quando finalmente se reconhece o direito à
terra às populações quilombolas e, com amparo num recente marco legal/institucional, aos poucos,
se implementam políticas de ação afirmativa para os grupos historicamente excluídos do gozo de
direitos. A questão quilombola nasce umbilicalmente ligada à questão fundiária, num contexto de
invisibilização das tradições da cultura negra, de ausência nos levantamentos estatísticos oficiais, de
sub-representação nas instâncias de decisão política e de dificuldade de acesso ao trabalho digno e
à educação. Por sua vez, no meio urbano, assiste-se a alarmantes práticas de controle e extermínio
da juventude negra e polêmicas disputas de espaços de visibilidade social desses grupos. Nesse
sentido, fazer valer a voz desses atores sociais tem implicações importantes tanto do ponto de vista
da micro quanto da macro política. O GT se propõe a dinamizar o debate em torno das relações
etnorraciais, acolhendo: resultados de pesquisas afinadas com a temática do GT, desenvolvidas
por pesquisadores e estudantes de pós-graduação, cujas pesquisas ainda estejam em andamento;
relatos de experiências e produções artístico-culturais alinhadas com as diretrizes do Estatuto da
Igualdade Racial, de modo a contemplar a pluralidade de contextos experienciais (grupos urbanas
e comunidades quilombolas, de educação formal ou informal), diferentes linguagens e abordagens
metodológicas, bem como diferentes recortes etários, em particular, aquele delimitado pelo
segmento jovem.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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319
A percepção de alunos negros do ensino médio público de Fortaleza acerca do sistema de cotas
para ingresso no ensino superior
Autores(as): Lívia Lima Gurgel (UFC), Gisele Menezes Dutra (UFC), Veriana de Fátima Rodrigues
Colaço (UFC)
Resumo:
O presente trabalho apresenta como temática a juventude negra e o sistema de cotas para ingresso
no ensino superior. A partir de 2013, a Universidade Federal do Ceará inaugurou essa política de cotas
no Estado. A partir desse novo contexto, foi realizada a pesquisa intitulada “Expectativas de futuro
de jovens negros do ensino médio de escolas públicas de fortaleza: implicações da implantação
do sistema de cotas no ceará”, partindo do questionamento sobre se e como essa mudança na
abertura de oportunidade para ingresso no ensino superior repercute na percepção dos alunos
negros das escolas públicas de Fortaleza sobre suas possibilidades de entrada na universidade.
O trabalho aqui apresentado constitui-se como um recorte da primeira etapa da pesquisa acima
citada. Objetivou-se analisar a compreensão dos estudantes negros de escolas públicas de ensino
médio de Fortaleza acerca das implicações do sistema de cotas para eles próprios e para os
cursos universitários. Salienta-se a relação do estudo com o eixo temático e com o GT escolhidos,
uma vez que o trabalho dialoga com questões que perpassam a juventude negra e as políticas
compensatórias de desigualdades sociais, como a política de cotas. Utilizou-se como marco teórico
a Teoria Histórico-Cultural desenvolvida por Lev Vygotsky, que compreende o homem como um
ser biológico e cultural e considerando que a constituição subjetiva desses sujeitos ocorre a partir
do meio sócio-histórico do qual faz parte. A amostra se caracterizou por 464 participantes, sendo a
maioria do sexo feminino, com idade entre 14 e 16 anos e que se autodeclararam pardos ou pretos. Os
procedimentos metodológicos do estudo que foi desenvolvido tiveram uma abordagem qualitativa,
centrando especificamente na análise de conteúdo das justificativas dadas aos itens 09, 12 e 13 do
questionário utilizado na supracitada pesquisa. Esses itens se referem às expectativas dos estudantes
para entrar no ensino superior após tomar conhecimento sobre a política de cotas (item 09); à
compreensão dos alunos com relação ao aumento do acesso de estudantes negros às universidades
(item 12) e a possíveis mudanças que acreditam poderem ocorrer nos cursos universitários após a
implantação do sistema de cotas (item 13). Os resultados indicam que, após a implementação do
sistema de cotas, os estudantes estão considerando que há maiores possibilidades de ingresso no
ensino superior. Foi percebida uma maior dificuldade dos participantes em considerar mudanças
para os cursos universitários após a implementação dessa política. Também foi observado que
ainda existem muitas opiniões contraditórias acerca desse sistema. Atenta-se para o fato de se
configurar como importante que sejam realizadas problematizações, nos diversos âmbitos sociais,
acerca da identidade étnico-racial dos negros, para o fortalecimento desses indivíduos. Salienta-se
a necessidade de maiores elucidações sobre essa política afirmativa, principalmente nos espaços
escolares, visando o esclarecimento de elementos históricos relacionados a ela. Também se
apresenta como essencial que sejam realizadas discussões acerca do lugar privilegiado do branco
na sociedade.
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320
Relações étnico-raciais no cotidiano escolar: avanços e desafios na prática docente a partir da lei
10.639/03
Autores(as):: Ana Amélia Melo de Oliveira (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
- Lisboa)
Resumo:
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321
Juventudes negras e suas expectativas de ingresso no ensino superior com a implantação do
sistema de cotas
Autores(as): Gisele Menezes Dutra (UFC), Lívia Lima Gurgel (UFC), Veriana de Fátima Rodrigues
Colaço (UFC)
Resumo:
Com a implantação da política de cotas na UFC em 2013, surge um novo cenário para estudantes
de escolas públicas, abrindo oportunidades para o seu ingresso no ensino superior. Este trabalho
apresenta os resultados da pesquisa Expectativas de Futuro de Jovens Negros do Ensino Médio
de Escolas Públicas de Fortaleza: implicações da implantação do sistema de cotas no Ceará,
que se originou da indagação acerca do conhecimento sobre essa nova política por parte dos
estudantes, tendo como contraponto os resultados de um estudo anterior sobre o perfil do jovem
de escolas públicas, em que o ingresso à universidade não era vislumbrado. Nossa hipótese era
que as mudanças com a implantação do Sistema de Cotas no Ceará trariam repercussões positivas
nas aspirações desses jovens, gerando maior investimento na continuidade dos seus estudos.
Visávamos compreender possíveis alterações nas expectativas de futuro desses jovens, frente a
esse novo contexto, buscando identificar os conhecimentos que dispunham sobre o sistema de
cotas, seus posicionamentos a respeito e se o vinculavam à abertura de oportunidades. Também
tínhamos a preocupação de saber como percebiam as repercussões para os cursos universitários
com o ingresso de estudantes de escolas públicas e em particular de negros, analisando as posições
a respeito das cotas sociais e raciais. À luz da concepção histórica e cultural do processo de
constituição subjetiva e identitária, entendemos que a discriminação e exclusão social de negros
no Brasil produzem marcas no plano subjetivo, muitas vezes tornando obscura a percepção de
oportunidades, com implicações no modo como assumem sua identidade étnico-racial. A fim de
contemplar os objetivos da pesquisa, optamos por uma metodologia realizada em duas etapas. A
primeira, exploratório-descritiva, com aplicação de questionário em 479 estudantes de 12 escolas
públicas estaduais das seis Regionais da cidade. A segunda etapa, qualitativa e interventiva, foi
desenvolvida em uma das escolas da fase anterior, com a realização de oficina temática com
estudantes interessados em participar. A oficina abordou o papel da escola em suas trajetórias de
vida, às expectativas de futuro, e questões ligadas à autodeclaração, à identidade étnico-racial,
ao racismo e sobre seus conhecimentos da política de Ações Afirmativas e do Sistema de Cotas.
Nosso foco neste trabalho são as análises da segunda etapa, que em síntese revelaram os impasses
sobre a autodeclaração racial, em que a dificuldade com o tema gerou a estratégia de consulta
ao colega sobre sua identidade. Por outro lado, o engajamento no movimento negro, possibilitou
o sentimento de pertença ao grupo e fortaleceu a autodeclaração. Sobre preconceitos e Racismo,
os estudantes desviavam do tema, referindo-se a vários tipos de preconceitos mais fáceis de serem
abordados. Com relação à compreensão sobre Sistema de Cotas, percebemos pouco ou nenhum
conhecimento e foi necessária a desmistificação de muitas ideias equivocadas. Atravessando os
encontros, a questão da escola pública foi ressaltada como um lugar de fomento à cultura e à
diversidade.
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322
O papel da juventude na preservação dos saberes tradicionais dos povos do campo: análise da
comunidade quilombola
Autores(as): Laercio Farias da Costa (UFPA), Gerlane da Silva Ferreira (UFPA), José Wilker Machado
Quaresma (UFPA-Campus de Abaetetuba)
Resumo:
Esta proposta de pesquisa busca analisar o papel da juventude nas formas de proteção dos
conhecimentos tradicionais da comunidade quilombola do Baixo Itacuruçá e em que medida
esses saberes têm sido transmitidos de geração em geração através da memória coletiva e das
histórias orais dos guardiões da memória da comunidade, os anciões. Assim, para realizarmos esse
empreendimento de investigação, optamos por trabalhar com a abordagem qualitativa visando
destacar o cotidiano dos sujeitos entrevistados. O estudo mostra-se com o intuito de analisar as
formas de proteção dos conhecimentos tradicionais da comunidade quilombola do Baixo Itacuruçá,
e em que medida esses saberes tem sido transmitido à juventude, através da memória coletiva e
das histórias orais dos guardiões da memória da comunidade. Como aporte teórico utilizamos Bosi
(2003), Minayo (2001) e Diegues (2001), a partir da metodologia da história oral, visando manter a
veracidade das falas das pessoas entrevistadas no processo de pesquisa de campo, dessa forma,
fazendo a transposição da forma oral para a escrita, pois falar próximo as pessoas as coloca num
campo de significados. O relato de experiência das memórias dessas pessoas, os guardiões e
guardiãs da memória coletiva da comunidade, constitui-se fator importante para nossa pesquisa,
são histórias construídas ao longo da vida, a partir de um cotidiano muitas vezes corriqueiro, mas
sempre relevante. Optou-se pelo trabalho de campo, pois se apresenta como uma possibilidade
de conseguimos não só uma aproximação com aquilo que desejamos conhecer e estudar, mas
também de criar um conhecimento, partindo da realidade presente no campo. Portanto ao
discutirmos as questões relacionadas a proteção da floresta e dos conhecimentos tradicionais dos
povos do campo, faz-se necessário problematizar as condições desses povos. Também, considerar
a memória coletiva os conhecimentos ou saberes tradicionais associados à biodiversidade, os
conhecimentos locais, as práticas artesanais que os quilombolas utilizam a partir da biodiversidade
local. A maioria dessas populações está intrinsicamente ligada à luta pela terra, porém, ainda
estão submetidos às exigências e aos critérios de inclusão de dispositivos legais impostos pela
esfera do estado, que de muitas formas criam estratégias controladoras das lutas camponesas,
com o objetivo de esvaziarem os conteúdos próprios de suas práticas culturais tradicionais de suas
trajetórias históricas na região amazônica. A ocupação do território e a garantia de modos de vidas
e da preservação do conhecimento tradicional reflete profundamente na forma de organização das
populações camponesas, que tem na terra sua forma de produzir e reproduzir suas relações sociais
e econômicas. Dessa forma, essas populações buscam estratégias de sobrevivência e de inclusão
no processo de modernidade proposta pelo desenvolvimento capitalista. Porém, apresentando
modelos de resistência as formas de organização produtiva do capitalismo, em que os jovens
assumem importante papel de preservação cultural, buscando uma relação diferenciada com o
trabalho e a produção da vida.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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323
Um dia de vivencia no quilombo: o reconhecimento da identidade quilombola
Autores(as):: Jennifer Maria Gonçalves Pereira (UFPI)
Resumo:
Observamos que quilombolas, indígenas, ribeirinhos e outras comunidades que estão à margem
da sociedade, sofrem diariamente com a falta de recursos financeiros, violência, direitos burlados,
perseguições e preconceitos. As políticas sociais são falhas e dificilmente conseguem colocar
na pratica as suas teorias fazendo, assim, com que todos esses problemas permaneçam. O que
se tem por objetivo, é descrever a juventude quilombola ativa e engajada nas lutas sociais por
um reconhecimento de sua identidade e território. Foi através de uma experiência de viagem
proporcionada pelo Projeto Bolsa de Incentivo às Atividades Multiculturais Acadêmicas – BIAMA,
(tem como pauta racismo ambiental). Com o intuito de fazer com que os bolsistas do programa
conhecessem a comunidade quilombola de Esperantina localizada no Piauí, no dia em que o
quilombo estava celebrando a consciência negra, comemorada no dia 20 de novembro. Que se pôde
observar que, neste quilombo, a juventude é bem organizada e ativa nas lutas por reconhecimento
de sua identidade. O que é diferente de outros quilombos espalhados pelo Brasil, que sofrem
constantemente com violências – simbólica e física – por lutarem por seus direitos e identidade.
Visto que este (de Esperantina) já conseguiu o reconhecimento da terra e da identidade quilombola.
Isso porque os jovens de lá se reconhecem como quilombolas e procuram ajudar comunidades
vizinhas a se autorreconhecerem e lutarem por seus direitos. Analisando essa questão sobre
reconhecimento o autor Gustavo Pereira, em seu trabalho sobre as capacidades como métricas
de justiça e reconhecimento faz uma autorrelação pratica entre: o autorrespeito, autoestima e a
autoconfiança. Juntas elas formam a estrutura motivacional do agente, onde políticas de justiça
social e igualdades iriam proporcionar condições necessárias para que um indivíduo possa agir como
um cidadão de direitos e viver socialmente. Essa teoria é fundamental para o autorreconhecimento
de quilombolas para afirmação de suas identidades afro descendentes e, dessa forma, serem
reconhecidos como sujeitos portadores de direitos e pertencentes ao movimento social e de
luta constante. Michael Pollak descreve essa construção da identidade, como uma imagem que
é adquirida ao longo da vida, que referente a própria pessoa, é uma imagem que é construída
para ela própria e apresentada para os outros com a finalidade de que se pode acreditar na sua
própria representação e também percebê-la da maneira com que quer que seja percebida pelos
outros. Portanto, para que se reforce esse autorreconhecimento de suas identidades quilombolas, o
papel da música, da arte e do esporte são necessários para que haja a coesão dos jovens dentro da
comunidade quilombola. Tanto para a comunidade Esperantina como para outras comunidades
que estão na luta pela garantia de seus direitos e reconhecimento de suas identidades.
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324
A umbanda e o candomblé no cenário nacional: alguns desafios
Autores(as):: Francisco Rangel dos Santos Sá Lima (UNILAB)
Resumo:
A pesquisa realizada tem o objetivo de discutir a respeito das práticas de intolerância contra as
principais religiões afro-brasileiras, a saber: Umbanda e Candomblé, erroneamente vinculadas
à origem africana e à suposta superioridade cristã/europeia. A intolerância religiosa verificada
no Brasil desvela uma enorme contradição no que tange a sua essência como país democrático,
que, em tese, assume o estatuto jurídico da liberdade religiosa, de consciência e de expressão,
como assegura a Constituição de 1988. Tal intolerância religiosa acarreta forte estigmatização
dos praticantes de cultos afro-brasileiros, influenciando na sua autoestima, na assunção da sua
identidade étnica, bem como do seu pertencimento religioso, por conta do medo de serem vítimas
de preconceito. A intolerância religiosa provoca traumas emocionais profundos nos indivíduos de
que são vítimas, sendo ‘‘desumanizadora para o indivíduo que a sofre, como o é para quem a pratica’’
(ROCHA, 2001, p.4). Embora o Brasil muito deva aos africanos que aqui chegaram e fizeram parte
da formação de nosso país, a assunção da identidade negra ainda enfrenta enormes obstáculos,
principalmente no que tange à religião (ORO; BEM, 2008, p.315). A intolerância religiosa, na verdade,
é também ‘‘reflexo da marginalização e discriminação reservada ao negro em nossa sociedade’’,
haja vista que a demonização das religiões dos orixás ocorrem, sobretudo, por serem de origem
africana, como podemos ver no discurso do pastor fluminense Samuel Gonçalves, da Assembleia
de Deus, divulgado em um dos maiores jornais do Brasil, no ano de 2002, no qual afirmou , em apoio
ao candidato Antony Garotinho à presidência, que “uma das ‘três maldições’ do Brasil é a religião
africana’’ (PRANDI, 2003, p.23-24). Essa intolerância reflete nos dados levantados pelos censos do
IBGE. O do ano 2000 atestou que as religiões de matrizes africanas representavam 0,3% da população
brasileira, ou seja, cerca de 571.329 pessoas. No entanto, o que Prandi (2003) e Rocha (2011) dizem
é justamente a possibilidade desses dados não poderem ser totalmente confiáveis, considerando
que, sob rótulos de espíritas ou católicas, na verdade, há adeptos de religiões de matrizes africanas.
Isso se deve ao fato de que se declarar como fiel de determinada religião afrodescendente é
‘‘colocar-se numa esfera de não reconhecimento e aceitabilidade social’’ (ROCHA, 2011, p.7). Para
desvelarmos as razões pelas quais vigora esta intolerância, embasamo-nos, principalmente, em
estudos que se debruçam sobre a religiosidade afro-brasileira, que nortearam nosso olhar nessa
discussão preliminar. Para configurar nossa revisão bibliográfica, desse modo, nos valemos de
Regiane A. Mattos (2007), Ari Pedro Oro & Daniel F. de Bem (2008), Reginaldo Prandi (2003,2004) e
de José G. Rocha (2011). Os resultados da nossa pesquisa indicam que ainda são grandes os desafios
a serem enfrentados pelos praticantes de religiões afro-brasileiras no que concerne à liberdade
religiosa, considerando que, no caso das religiões afro-brasileiras, a discriminação/demonização
tem razão racial.
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325
Temporalidades vividas: tornar-se negra e tipicalidade de experiências como evento
Autores(as): Tainara Lúcia Pinheiro (UFPA), Jorge Augusto Santos das Mercês (UFPA)
Resumo:
Ser negra enquanto afirmação política de um corpo não é algo inato para quem vive a experiência
de ser vista como tal, mas um processo de identificação revestido de intencionalidade que objetiva
uma existência não subordinada. Não sendo inato – mas um projeto, como afirma Neuza Santos –
como tornar-se negra constitui uma experiência específica no fluxo da vida de discentes militantes
da Rede de Mulheres Negras (RMN) na Universidade Federal do Pará (UFPA)? Esta pesquisa objetiva
compreender de que forma este processo de identificação instaura temporalidades distintas na
experiência vivida e narrada, constituindo-se, desta forma, no que Françoise Dastur conceitua como
event, visto que, a partir do momento que estas mulheres militantes da RMN leem-se negras, os
significados das experiências passam a ser revestidos de novas tipicalidades. Para compreendermos
a hermenêutica do event estruturada a partir da identificação como negras realizamos uma
etnografia entre 11/2015 e 07/2016 com uma abordagem interpretativa dos discursos verbais e
não verbais gravados e não gravados em entrevistas agendadas e encontros espontâneos, além
da participação em diversos espaços públicos de diálogo. Todas as nossas interlocutoras integram
a RMN, sendo ela um grupo de mulheres negras que nasce na UFPA, mas não se restringe aos
muros da universidade. Elas, usando a linguagem do parentesco para o trato entre iguais – “manas”,
“irmãs” –, se fortalecem por meio de trocas de textos, ideias e afeto, auxiliando umas às outras no
enfrentamento cotidiano às opressões experienciadas. Fazendo parte deste grupo e tornando-se
negras, elas já viveram o event e tem, em suas narrativas, o encontro com o se tornar negra como
momento a partir do qual se desvela um mundo racista no qual habitam. Os apelidos racializados na
infância, o preterimento nas relações afetivas, a necessidade sempre urgente de “domar” o cabelo e
os olhares direcionados ao corpo que posteriormente, somados a outras tantas violências, geraram
sentimentos de inferioridade, a partir do event são compreendidos em outra estrutura significativa.
Essa nova forma de compreender as experiências reveste a temporalidade do pós event de um
conteúdo político a partir no qual os “antes eu não via assim” ou “não percebia, mas...” marca,
nas narrativas, uma fronteira. Desta forma, com a ocorrência do event, as experiências pretéritas
passam a ser re-lidas pela memória a partir do conteúdo racista que às constitui desvelado nessa
nova temporalidade, bem como, nela, as antecipações passam a ser estruturadas pelas constrições
possíveis do racismo. Embora a ruptura de temporalidade ocorra de forma variada, única para cada
interlocutora, ela constitui o discurso intersubjetivo da identificação e do engajamento político
em função da superação do racismo. Portanto um event que rompe temporalidades tal como o
tornar-se negra de nossas interlocutoras e engaja a antecipação em um projeto político consciente
de sua intencionalidade, tem como objetivo a chegada em outro event da experiência, no qual
este mundo de significados que se abre com a “descoberta” venha a se desfazer com a luta na qual
passam a estarem engajadas.
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Entre muros: a gíria como resistência à marginalização da juventude negra
Autores(as):: Camila Moreira e Crespo (UFRJ)
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Condição juvenil e relações étnico-raciais nas margens de Fortaleza-Ce: trajetórias de jovens
negros(as) no Jangurussu
Autores(as): Leila Maria Passos de Souza Bezerra (UFC), Francisco Marcio Almeida Maciel (UECE),
Francisco Rafael de Castro Chaves (UECE), Ingrid Lorena da Silva Leite (UECE), Maria Messianne de
Sousa Vieira (UECE), Naiane Zilma da Silva (UECE), Paulo Junior Barbosa da Silva (UECE), Pedro Igor
Araújo da Silva (UECE)
Resumo:
Este artigo aborda os achados da pesquisa de iniciação científica, intitulada Juventudes e relações
étnico-raciais nas margens urbanas: modos de vida e trajetórias de jovens negros em situação de
pobreza, com foco nas significações e experiências juvenis nas margens de Fortaleza-Ce. Realizou-
se esta pesquisa junto a jovens negros (as) do Grupo Meninos de Deus, projeto social desenvolvido
no Conselho Nova Vida (Convida), com apoio da organização da sociedade civil (OSC) Visão Mundial,
que atua, desde 2001, no bairro Jangurussu. Os (as) jovens participantes são, em sua maioria,
negros (as), em situação de vulnerabilidades socioeconômica e civil, e com trajetórias atravessadas
pelo mundo do crime (FELTRAN, 2011). Neste grupo, mostram-se dispostos a vivenciar processos
coletivos de reflexões e debates sobre suas trajetórias e de reinvenção de sua situação juvenil.
Nesta pesquisa qualitativa realizou-se observação participante e entrevistas. Problematiza-se as
juventudes nas margens urbanas, cujas trajetórias encontram-se marcadas por múltiplas violências
(BEZERRA, 2015, TELLES, 2010), a trazer os jovens como suas vítimas e autores principais. Identificou-
se que estes interlocutores estão, conforme enuncia Kowarick (2003), mais expostos às situações de
violências expressas em contexto de violação de direitos no Brasil. Não raras as vezes em que jovens
negros moradores das margens são associados às situações de violência e criminalidade, tornados
alvos do Estado penal-punitivo (WACQUANT, 2006) vigente nas margens de Fortaleza-CE. Contudo,
destaca-se que viver nestes territórios estigmatizados (WACQUANT, 2006), onde o mundo do crime
afeta modos de vida, dinâmicas territoriais e vínculos sociais, constituem-se formas e espaços de
resistências. Percebe-se que, além de carregar consigo os estigmas de ser jovem, “ser pobre e ser das
margens”, estes agentes carregam as marcas da desigualdade racial imposta à população negra
no Brasil. O jovem negro das/nas margens tem sido projetado nas figurações públicas negativadas
como “suspeito”, um “marginal a priori, submetido a processos de sujeição criminal (MISSE, 1999). Ao
realizar práticas ilegais e ilícitas, torna-se o espelho do não cidadão, no senso comum nomeado de
“bandido/vagabundo”, parecendo autorizar e até requisitar o encrudecimento das ações repressivo-
punitivas do Estado, dirigidas àqueles destituídos de dinheiro, de poder e de direitos. São estes que
vivenciam, no dizer de Agamben (2002), a vida nua, isto é, a vida matável e sacrificável do homo
sacer (BEZERRA, 2015), por vezes direcionada à figura do “jovem negro, pobre e das periferias”,
estigmatizado como símbolo da periculosidade contemporânea. Dados de pesquisa apontam a
tendência de vitimização três vezes maior de jovens negros em relação aos brancos, sobretudo,
nestas margens urbanas. As desigualdades sociais e racial enraízam-se nas dinâmicas vivenciais
destes jovens moradores do Jangurussu. O complexo jogo de agenciamentos de forças de gestão
da ordem tenciona as práticas fundadas na classificação de raça-etnia, classe social e território,
elementos estruturantes na constituição das trajetórias juvenis destes “Meninos de Deus”.
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Juventude e violência pelo olhar do jovem negro
Autores(as): Veriana de Fátima Rodrigues Colaço (UFC), Aldemar Ferreira da Costa (UFC), Gisele
Menezes Dutra (UFC), Raquel Nascimento Sousa
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SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
329
Escolhas negras: uma análise dos processos de escolhas das juventudes negras do Rio de Janeiro
Autores(as): Camila Moreira e Crespo (UFRJ), Cássio Gomes Rodrigues dos Santos (UFRJ), Patrick
Silva Botelho (UFRJ), Raquel dos Santos Guimarães (UFRJ), Patrick Silva Botelho (UFRJ)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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330
Trajetória dos jovens negros estudantes: o território, sentidos e significados
Autores(as):: Nilton de Souza Bispo (UFSCar)
Resumo:
De acordo com dados do IBGE, em 2010 a Cidade de Embu das Artes, possuía 245 mil habitantes,
considerando a faixa etária de 15 a 29 anos têm 67 mil jovens compreendendo a 27% de toda
a população da cidade. Conforme avaliação da Fundação Seade em 2010, a cidade mesmo
apresentando nível de riqueza elevado, ainda não apresentávamos bons indicadores sociais, o
segmento juvenil é um dos mais atingidos, seja pela escassez de políticas públicas específicas nas
áreas de saúde, cultura, lazer, seja na dificuldade de inserção no mercado de trabalho. Pesquisa
insere-se na necessidade de compreensão acerca da relação de sentidos e significados da escola
para os jovens negros. Insere-se na busca da escola compreender os sujeitos jovens que vivem no
seu interior e nesse sentido dar significado ao projeto de vida de muitos. A escolha do meu tema
parte da minha história como educador e minha visão e inquietação sobre a articulação politicas
de juventude e politicas de educação. Ao propormos uma pesquisa vinculada às relações raciais no
cotidiano escolar dos jovens estudantes do Ensino Médio, remetemo-nos a um entendimento que
confirma a existência de diferentes grupos raciais neste cenário. A juventude é caracterizada como
uma das etapas de preparação do individuo para a vida adulta, em outros momentos ela é marcada
como um período de descobertas, inquietações e vivências cheias de significados. Cada sociedade
constrói um referencial de comportamentos e de expectativas para esse período. O projeto de
vida, seu futuro profissional, namorar, casar, sexo, afeto, violência, família, escola, comunidade são
questões em que o jovem se deparar sem saber onde estar e buscar apoio para suas reflexões e
inquietações. Como são para os jovens negros essa questões, onde ele se insere? Quais os espaços
são construídos na escola para que ele se veja e se perceba. O genocídio da juventude negra e
sua invisibilidade dentro dos discursos escolares, a implantação da Lei 10.639/2003 e a ausência
da reflexão é fator de risco para os jovens negros? Acompanhar a trajetória dos jovens negros
na escola e nos seus grupos, para a percepção da sua atuação com a questão racial, tanto na sua
vivência grupal quanto na sua vivência escolar. Investigar como a escola atua na temática das
relações raciais por meio dos depoimentos de 5 jovens estudantes do ensino médio. Perceber como
os jovens analisam atuação da escola frente a temática da lei 10.639/2003; A juventude negra
encontra-se em maior situação de vulnerabilidade, devido a um sistema de poder perverso que cria
ideologias que historicamente há inferiorizam, as altas taxas do homicídio com bases em dados
do Mapa da Violência 2014 das 56.337 pessoas vitimas de homicídio no país em 2012, 30.072 eram
jovens de 15 a 29 anos. Desse total 23.160 (77%) eram negros. Além de negadas as oportunidades
o racismo no Brasil mata. O mito da democracia racial, que se consolidou ao longo dos anos de
maneira hipócrita e visando a manutenção deste sistema étnico-ideológico vigente, afirma haver
um convívio harmonioso entre as raças, supondo igualdade. Há, no entanto, dados que nos revelam
o contrário.
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331
Protagonismo feminino e educação intercultural de matriz africana no Cariri cearense
Autores(as): Cicera Nunes (URCA), Luiz Carlos Carvalho Siqueira (URCA)
Resumo:
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332
Cores femininas: resistência artística no enfrentamento às desigualdades de gênero e raça
Autores(as): Emanuele Cristina Santos do Nascimento (UFRPE/FUNDAJ), Vanessa Maria Gomes
Barboza (UFRPE/FUNDAJ), Waneska Andressa Viana de Oliveira (UFRPE/FUNDAJ)
Resumo:
O hip hop é um estilo cultural juvenil que surgiu nos Estados Unidos nos anos 60, ele chega ao Brasil
nos anos 80, dando continuidade aos chamados “bailes Black Power”. Em um país que vivia imerso no
regime militar e há um século da abolição da escravidão, sem políticas de reparação que ajudassem
a população negra, o hip hop convidou os jovens negros a repensar a sua raça e ressignificá-la como
um orgulho. Nas últimas décadas do século XX, o avanço nos estudos feministas e em específico
sobre as realidades das mulheres negras e dos países de Terceiro Mundo, dialoga e levanta novas
reflexões sobre os feminismos e as desigualdades de gênero nos diferentes contextos. É nesse
cenário que o Movimento Social e Cultural Cores do Amanhã iniciou suas atividades, em 2009,
verificando a realidade da comunidade do Totó-Recife, bairro onde está localizado um complexo
penitenciário composto por três presídios. Diante desse quadro, identificou-se a necessidade de
atendimentos ligados as ações sociais e educativas, pois faz parte da realidade local o aliciamento
infanto-juvenil para realização de práticas criminosas, principalmente ligadas ao tráfico de drogas.
Um grupo de jovens grafiteiros que já atuavam na região em ações coletivas e individuais, propõem
o fortalecimento no atendimento às crianças e jovens de uma forma mais inclusiva e ocupacional
através das artes de rua. Essa é uma associação sem fins lucrativos, formada por educadores (as),
grafiteiros (as), b-boys, b-girls, mc´s, dj´s, músicos (as) e artistas de diversas áreas que buscam
levar cultura e cidadania através da arte e do hip hop no estado de Pernambuco. Dentro desse
contexto nasce também o grupo “Cores Femininas” vinculado ao trabalho do “Cores do Amanhã”,
iniciativa que busca fortalecer as mulheres, inseridas no movimento hip hop pernambucano, que
em sua maioria são negras. Assim, mulheres de várias crews (grupos) e de várias partes do estado
se unem em ações que pretendem visibilizar a arte feminina. Uma forma coletiva, onde ocorre a
troca de ideias, experiências, produção de eventos, encontros e oficinas ligadas às questões de
gênero, buscando sempre combater toda forma de discriminação/desigualdade contra a mulher. O
grupo trabalha buscando o incentivo à produção cultural e a valorização profissional e pessoal das
mulheres do movimento hip hop. A proposta desse relato é apresentar os resultados da formação
realizada para esse grupo em 2015, que teve como objetivo promover o empoderamento das
participantes sobre as temáticas de raça e gênero e fortalecer a articulação das mulheres negras
enquanto agentes de direitos. Essa foi uma iniciativa apoiada pela CESE e SOS Corpo, através da
Chamada pública “Mulheres negras e populares: traçando caminhos e construindo direitos”. A ação
foi realizada tendo em vista que fortalecer essas mulheres implica em resultados nas suas atuações
dentro do movimento hip hop e nos outros espaços que estas participam. A discussão da questão
racial e de gênero com essas mulheres se faz importante inclusive para que estas compreendam a
realidade que estão inseridas e pensar em formas de intervenção com vistas ao enfrentamento às
desigualdades que elas passam.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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333
Empodera! Cabelo como representatividade da mulher afro-brasileira
Autores(as): Ana Lenise Melo Júlio (Faculdade Luciano Feijão), Amanda Bezerra Lopes (Faculdade
Luciano Feijão), Layze Barbosa Martins Farias (Faculdade Luciano Feijão), Samillya Tomás dos
Santos (Faculdade Luciano Feijão)
Resumo:
Historicamente o cabelo crespo/cacheado é alvo de críticas, assim, diversas são as jovens que
passaram e ainda passam por processos químicos para se adequar as imposições sociais. Esses
processos estão vinculados a condição do “ser mulher”, em que os padrões de beleza se voltam às
características da mulher branca. Buscamos compreender as estratégias de empoderamento de
jovens e adolescentes crespas/cacheadas, nos questionando sobre o lugar do feminismo frente a isso
e a contribuição desse empoderamento para o resgaste e a valorização da cultura afro-brasileira. O
objetivo do trabalho é discutir sobre a importância do feminismo para o empoderamento de jovens
e adolescentes que possuem os cabelos crespos/cacheados, a fim do reconhecimento da identidade
negra, afrodescendente. Dialogamos com o Eixo 1 (Juventudes e relações étnico-raciais) e com o GT
Identidades negras: memórias, posicionamentos e práticas educativas, na medida que colocamos
o cabelo crespo/cacheado como condição identificante e identificador de grupos populacionais
afro-brasileiros, alvo de preconceito e indicador de desigualdade racial do país. Percebe-se que
a mulher afro-brasileira de cabelo crespo/cacheado, dentro de duas categorias inferiorizadas,
mulher e afrodescendente, sofre essa “dupla-descriminação”. Essa desvalorização faz com que
muitas mulheres, em sua maioria jovens, optem por modificar quimicamente o cabelo, deixando-
os lisos. As décadas de 60, 70 e 80 foram marcos para o Movimento Negro e para a afirmação da
beleza do cabelo crespo. Assim, o feminismo como um movimento político que trazemos como
uma ferramenta de empoderamento de jovens de cabelo crespo/cacheado assumirem seus
cabelos naturais (transição capilar), pois se trata de uma luta a favor de minimizar desigualdades
entre gêneros, e gerar autonomia para essas mulheres. Portanto, esse tipo de cabelo, que é fruto da
ancestralidade africana, expõe uma função social de resgate e valorização dessa cultura, de força e
resistência ao sistema racista e opressor que ainda vivemos. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica
e documental, produzida a partir de artigos brasileiros na base de dados Scielo, assim como recorte
de artigos produzidos nos últimos anos (2000 até o ano atual), estes que fizessem referência ao
empoderamento, identidade. Devido a historicidade opressora da mulher afro-brasileira em
relação ao seu cabelo, associar as temáticas de feminismo e transição capilar foi necessário para
possibilitar meios de empoderamento através dos ideais feministas de autonomia e controle de
seu próprio corpo e da transição capilar como forma de libertação de padrões impostos, podendo
gerar uma maior valorização da cultura e identidade negra. Na contemporaneidade, o feminismo
vem criando força e autonomia às mulheres, influenciando-as no processo de empoderamento
capilar, sendo o cabelo como forma de o sujeito externar sua personalidade. Transformar esse
cabelo crespo/cacheado através da transição capilar renova essas mulheres em sua identificação
consigo mesmas, formando e reafirmando a cultura afrodescendente e a identidade negra.
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334
Cabelo afro e identidade negra: um estudo com adolescentes em Sobral-CE
Autores(as): Layres da Conceição Loiola Soares (UFC), Nara Maria Forte Diogo Rocha (UFC)
Resumo:
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335
Youtubers negras e descolonização do conhecimento
Autores(as): Tatiana Paz Longo (UFC), Eduardo Santos Junqueira Rodrigues (UFC)
Resumo:
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336
Denegrindo o whatsapp”: uma análise sobre a (re)apropriação da identidade cultural do grupo
juventude negra kalunga pelo uso do aplicativo
Autores(as):: Luizete Vicente da Silva (UFC)
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo analisar a produção sociopolítica do ativismo digital negro
por meio da observação do uso do aplicativo whatsapp pelo grupo “juventude negra Kalunga”,
grupo de jovens negros que tem o intuito de promover a igualdade racial, dando ênfase ao
empoderamento juvenil, e, a identidade da juventude negra, no período de sua entrada nesse
aplicativo. Buscando analisar os discursos utilizados pelo grupo no whatsapp que proporcionam
a produção informações sobre as relações raciais e a interação entre os participantes, a partir da
observação das formas, imagens e linguagens apresentadas que caracterizam esses sujeitos sociais,
e, como o grupo interage com outros temas, os impactos que este ambiente virtual desenvolve
nas relações presenciais e a construção de espaços de discussão para o exercício da cidadania
da juventude negra. Tentando compreender os discursos que os sujeitos realizam neste espaço
como seus padrões e comportamento para emissão da mensagem e, entender que ideologia e
interesses o grupo tem para compor esse meio como local de produção cultural, social e política.
Percebemos, atualmente, que as relações não podem ser medidas apenas pelo presencial, pois
com a globalização, o acesso aos meios de comunicação e a produção da informação mudaram.
Hoje, o receptor não é um mero expectador da notícia. Ele é produtor de conteúdo e compartilha
a informação. São sujeitos que adquirem uma nova forma de transmissão e que podem criar, por
meio das mídias sociais, espaços de resistência para a afirmação de discursos referentes às questões
sociais, raciais, ambientais, cidadania, entre outros temas. Pautas que estão fora do circuito dos
grandes meios de comunicação de massa. Compreende-se, portanto, a necessidade de analisar a
criação de novas ferramentas que proporcionam, por meio de grupo, coletivos e/ou movimentos,
como pratica do ativismo digital. Isso ocorre com a explosão tecnológica que tem aumentado as
possibilidades de conexão entre sujeitos, através do crescimento dos usuários, das inovações dos
aparelhos eletrônicos e do acesso em diversos segmentos. É possível encontrar movimentos, grupos
e/ou coletivos produzindo e compartilhando informações, mesmo que em menor proporção,
se comparado ao gigantesco universo midiático, a intervenção política dos movimentos sociais,
por meio das mídias sociais tem aumentado e tornado possível a interação entre “a rua” com “a
tela de um celular” potencializando agentes que pensem estratégias de formação, organização
e mobilização entre compartilhamentos, curtidas e comentários. Por fim, espero refletir sobre
essas manifestações e articulações, como um possível avanço para a participação ativa, e, tentar
compreender essas novas tecnologias como espaço que podem ser aliados no ativismo social
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337
(Ser) negro e (ser) africano: reflexões sobre raça, racismo e identidade
Autores(as): Márcia Maria de Albuquerque (UNILAB), Paulo Cesar Alves Garcia (UNILAB)
Resumo:
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338
A mitologia dos Orixás na literatura infantil
Autores(as):: Dandara Silva Dudley Sampaio (UFF)
Resumo:
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339
Juventude e o afroempoderamento na comunidade Chico Gomes em Crato-CE
Autores(as): Cicera Nunes (URCA), Luiz Carlos Carvalho Siqueira (URCA), Laelba Silva Batista (UFC)
Resumo:
Estudos com enfoque na afrodescendência têm se consolidado cada vez mais nos espaços
acadêmicos e vêm sinalizado diferentes demandas de ações afirmativas voltadas para superação
das desigualdades e discriminações raciais vivenciadas pelas pessoas negras. Cunha Jr. (2011,
p. 126) afirma em “Cultura Afrocearense” que a compreensão da produção e das origens dos
conhecimentos do que é produzido polos grupos e comunidades negras permite o “desvendar das
africanidades cearenses e o reconhecimento da diversidade estrutural na formação econômica e
social do Estado” ao passo que “permite uma renovação sobre o enfoque da identidade cultural
da população do Ceará, possibilitando a redução de estereótipos, preconceitos, racimos ou
omissão de informações sobre a base cultural material e imaterial africana”. Essa perspectiva
revela o caráter de desenvolvimento social da afrodescendência sob a ótica de empoderamento.
O empoderamento enquanto um processo de compreensão e transformação das relações de
desigualdades em suas múltiplas dimensões se estabelece como elemento central do presente
trabalho. Horochovski (2006, p.1) em “Empoderamento: definições e aplicações” aponta que o
termo é “quase sinônimo de autonomia” e que tem como referência “à capacidade de os indivíduos
e grupos poderem decidir sobre as questões que lhes dizem respeito” e de processos de ações
alternativas “em múltiplas esferas – política, econômica, cultural, psicológica”. Sendo, portanto, “um
processo pelo qual se aufere poder” para mudanças sociais. A pesquisa financiada pelo CNPq/URCA
intitulada Africanidades e educação escolar no Cariri cearense: estudo da cultura de base africana
na Comunidade Chico Gome - Crato/CE, que investigou as práticas culturais de matriz africana
presentes nesse espaço, tencionou o termo empoderamento a partir das experiências e vivencias
local e culminou numa releitura conceitual e definição do afroempoderamento. Essa releitura
parte da compreensão das experiências e história da população negra, em especial sua juventude,
que organizada coletivamente tem mobilizado e realizado ações de reversão dos preconceitos
e estigmas que cercam suas identidades e localidades a partir do reconhecimento e valorização
cultural de matriz africana presentes. Objetiva-se aqui, evidenciar as estratégias educacionais em
afroempoderamento que os jovens da comunidade Chico Gomes têm desenvolvido e o que delas
possibilita entrever do seu contexto. A metodologia utilizada é de abordagem analítica bibliográfica
e observacional do contexto comunitário, bem como, entrevistas semiestruturadas individuais e
coletivas. Percebeu-se que o Grupo Urucongo de Artes, formado por jovens, evidencia o legado
ancestral de base africana na medida em que constroem o repertório de suas apresentações
culturais. É na escolha dos trajes, dos passos, das cores, dos objetos que os elementos culturais
de matriz africana são trazidos à tona, apresentados, explicados e ressignificados de forma a
positivar suas vivências, experiências culturais de comunidade afrodescendente e da população
negra no Ceará. Assim, o grupo se constitui como um importante representante para estudos sobre
afroempoderamento.
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340
Facilitação de um grupo de jovens sobre igualdade racial: relato de experiência
Autores(as): Guy Bravos Monteiro Neto (UNIFOR), Iara Andrade de Oliveira (UNIFOR), Paula Autran
Nunes (Unichristus)
Resumo:
A população negra corresponde a mais da metade do povo brasileiro, apesar disso, esse grupo ainda
é excluído em diferentes contextos sociais. O racismo no Brasil caracteriza-se por uma polidez
superficial e os comportamentos discriminatórios aparecem disfarçados de piadas, ditos populares
e brincadeiras, chamado “racismo cordial”. Diante desse contexto, o presente trabalho tem como
objetivo apresentar o relato de experiência de atividades desenvolvidas com um grupo de jovens
sobre o tema igualdade racial, tendo como aporte teórico os estudos de Psicologia Social. As
atividades tiveram início em Fevereiro de 2017 e são desenvolvidas por uma organização informal
chamada “Projeto de Vida”, composta por duas psicólogas e um estudante de Psicologia. O local de
atuação é a Escola Beneficente de Surf Titanzinho (EBST), localizada no bairro Serviluz em Fortaleza
- CE. Os participantes são jovens com idades entre 10 e 16 anos, a maioria do sexo masculino.
Os encontros são semanais com duração de uma hora e meia. A proposta é a construção de um
processo de educação não-formal em grupo, que visa discutir a influência afro-brasileira na cultura
cotidiana, preconceito, discriminação, exclusão social, lutas e conquistas da população negra,
estimulando a ampliação de consciência crítica sobre essa temática com os jovens. As discussões
são realizadas em roda de conversa e por meio de atividades de colagens, músicas, vídeos, filmes,
notícias, palestras e oficinas. Com o objetivo de conhecer as percepções dos integrantes do grupo
sobre a temática, antes de iniciar as atividades práticas, foram realizadas entrevistas individuais e
a aplicação da Escala de Racismo Moderno, adaptada. Assim, foi possível perceber que os jovens
tinham discursos anti-preconceito, porém na escala apresentaram médias altas tanto no fator
de negação ao preconceito, quanto no de afirmação das diferenças, sendo o segundo, maior que
o primeiro. Na realização das atividades práticas, foi identificado a aproximação do grupo com
elementos da cultura negra como capoeira, danças e instrumentos musicais, porém o preconceito
em relação as religiões de matriz africana ficou explícito, temática que mereceu maior enfoque
dos facilitadores. Para compreender como os integrantes do grupo percebiam sua cor, foi realizada
a aplicação de uma escala com várias cores de pele, solicitando que os jovens marcassem onde
se identificavam, apesar das marcações coerentes de acordo com suas cores de pele, muitos dos
integrantes relataram que eram negros devido ao sol e essa negação da cor foi tema de discussão
em roda de conversa. Quando discutido o tema discriminação, o grupo conseguia exemplificar
com vivências pessoais, apesar de apresentarem preconceito com brincadeiras racistas entre
si. Sendo assim, foi possível perceber a existência de racismo mesmo entre jovens negros, além
disso, a importância da discussão da temática com o objetivo de ampliar a consciência histórica da
influência da cultura africana no nosso país e valorizara população negra
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341
Por acaso sou negro(a)? branqueamento e construção da identidade do jovem negro
Autores(as): Carina Felix Bezerra (UFPE), Nathália Roberta Salvador de Oliveira (UFPE)
Resumo:
No século XIX, pensadores europeus tentavam explicar a sociedade humana através das raças
e provar a inferioridade da raça negra. No Brasil essas teorias foram amplamente aceitas pelas
elites e para conter a ideia de que a sociedade brasileira manteria seu status de “inferioridade”, foi
formulada a teoria do branqueamento. Sua origem provem da convicção de que o sangue “branco”
purificaria o sangue primitivo, “africano” (OLIVEIRA, 2008) Assim, foram formuladas estratégias
para o branqueamento nacional, como o incentivo à vinda de imigrantes europeus para o país e a
tentativa de apagar a origem negra da História. O objetivo do trabalho é contribuir para a discussão
do processo de construção da identidade racial do jovem negro. A formação do Brasil é marcada por
um regime escravocrata que reflete-se nas relações interpessoais até os dias atuais. Uma vez que,
após a assinatura da Lei 3.353 responsável por extinguir no âmbito legal a escravidão, não houve a
criação de políticas que integrasse os negros a na sociedade. Ao invés disso, segundo Palliser (2015)
o governo brasileiro incentivou a vinda dos europeus para o país, com o intuito de internalizar
seus modos, causando a desafricanização. Assim, apoiados na ideia de que a miscigenação seria
a solução para tornar a sociedade mais clara e próxima ao ideário da raça ariana, considerada a
superior, os intelectuais brasileiros tornaram-se defensores do mito da democracia racial que por
sua vez contribui para dificultar o auto reconhecimento enquanto pessoa negra. A pesar disso,
Geraldo (2015) afirma que a juventude negra atualmente vem ganhando espaço nos estudos que
buscam conhecer sua condição na sociedade e a construção de sua identidade. Assim, os vídeos
trazidos nessa pesquisa, abordam as complexidades e particularidades desses jovens. A pesquisa
segue o método qualitativo exploratório e parte de uma análise histórica dialética. Nesse sentido,
realizamos pesquisa bibliográfica e pesquisas através das mídias digitais, mais especificamente
através do Youtube, e por se tratar se um espaço de coleta virtual, utilizamos a netnografia e a
perspectiva de análise do discurso. A partir das análises realizadas, evidenciou-se a importância em
fortalecer a discussão da identidade do jovem negro, explicitando quais são suas particularidades,
complexidades e desafios no contexto social brasileiro. Com o intuito de contribuir para negar o
mito da democracia racial bem como o eurocentrismo no qual está estruturado a nossa sociedade.
Percebe-se que a ideologia do branqueamento está profundamente presente na sociedade
brasileira e nas relações sociais como estratégia da ideologia dominante, pois a partir do momento
que o negro não se identifica enquanto pertencente a uma raça, torna-se cada vez mais difícil
construir uma identidade política coletiva e desencadear um processo de mobilização política do
povo negro.
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342
Historia de vida: reflexões sobre as diversidades sociais e culturais
Autores(as): Marcelo Luis Monteiro (UNILAB), Abrão Beneditus José Irénia Marques (Instituto De
Ciência e Matemática), Ider Borges da Veiga (ICENS), Janiely Maria Monteiro Teixeira Bessa (Seduc
Ceará), Márcia Barbosa de Sousa (UNILAB), Nayuca Alberto Bampoky (UNILAB)
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343
São Francisco do Conde- Bahia: teatro, corpo, educação para a cidadania
Autores(as):: Joane Macieira dos Santos (UFBA)
Resumo:
Neste relato, proponho uma reflexão a partir de uma experiência teatral realizada com
adolescentes e jovens das comunidades da cidade de São Francisco do Conde, na Bahia, e com
estudantes africanos, estudantes da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-
brasileiro- UNILAB, no dia 15 de fevereiro de 2017, no evento Movimenta. O evento é um conjunto
de atividades que propõe revelar e fomentar a integração da universidade com a comunidade e
estimular a integração e construção de laços com os estudantes africanos por meio de atividades
artísticas e cientificas. A experiência se deu no formato de oficina com carga horária de três horas,
com a participação de quinze participantes, público discente e público externo, ambos oriundos
de diferentes cidades e/ou nações, tornando a experiências diversa e plural, abarcando costumes
e culturas diferentes. Então, mas qual a relação com a oficina de Teatro? Como discutir juventude,
diversidade, cidadania e direitos humanos numa atividade artística? Desde 2014, quando chegou a
primeira turma de africanos guineenses para estudar na UNILAB, foram recebidos com estranheza,
com rejeição, sendo violentados constantemente por uma parcela da comunidade franciscana.
Embora o poder público tenha desenvolvidos ações que aproximassem as nações africanas ao povo
franciscano, nota-se que há muito que fazer, considerando que toda a ação que rompa barreiras,
rompa o silêncio e debata questões como estas serão válidas e de grande contribuição para a
cidadania, uma vez que, eu não imagino falar de direitos humanos sem falar de igualdade, equidade,
diversidade, discriminação. Com os exercícios e jogos dramáticos e teatrais possibilitaram a
integração e o envolvimento dos participantes, rompendo barreiras preestabelecidas pelos valores
e preconceitos. Os jogos estimulam a mobilidade, a dinâmica, a agilidade, a desinibição, provocando
um clima lúdico, que é indispensável para a liberação do potencial criativo na experiência teatral.
O processo teatral esteve imbricado às questões de cidadania e direitos humanos, evocando a
memória coletiva, escuta ativa e reflexão sobre o universo cultural de cada participante, somando
as diferenças e as semelhanças, numa convergência em prol da construção de um conhecimento
que valorize o respeito e o amor pelo outro, independente de gênero, religião, orientação
sexual, origem etc. A experiência contribuiu sobremaneira para a sensibilização e construção de
conhecimento, pois, enfatiza uma cidadania coletiva, privilegia os atores sociais comprometidos
com a transformação social e permite o empoderamento e a consequente ascensão dos grupos
sociais menos favorecidos, em especial a juventude negra marginalizada. Os principais autores que
dialogaram as práticas e as reflexões: Augusto Boal, Jogos para atores e não atores (2004); Vera
Candau, em A Configuração de uma Educação em Direitos Humanos. In. Educação em Direitos
Humanos: fundamentos teóricos metodológicos. Rosa Maria Godoy Silveira (2007); Riccardo Cappi
em Mediação e Prevenção da Violência. (2009); Paulo Dourado e Maria Eugenia Milet, em Manual
de Criatividades. (1998).
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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344
GT 10 - Jovens e saúde: desigualdades, diferenças, possibilidades
Coordenadores: Breitner Luiz Tavares (UNB) e Mônica Franch (UFPB)
Resumo Geral:
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345
Há lugar para as Juventudes nas práticas e serviços de saúde? Reflexões a partir da Residência
Integrada em Saúde
Autores(as): Jéssica Silva Rodrigues (UFC), Maria Juliana Vieira Lima
Resumo:
As juventudes compõem um grupo heterogêneo que deve ser considerado em suas particularidades.
Realizar ações e políticas voltadas a esse público é um grande desafio para os profissionais, pois
exige desprendimento, inventividade, empatia, respeito por seus universos, e, principalmente,
valorização e fomento da autonomia destes. No Sistema Único de Saúde (SUS), o lugar da juventude
nas práticas de saúde deve ser pensado a partir das diretrizes e princípios da universalidade,
integralidade, equidade, autonomia e participação social. Considera-se que as práticas de
saúde podem transformar ou reproduzir padrões sociais de opressão e dominação. Em relação
à juventude, existem muitos tabus e concepções morais que criam uma forte barreira entre esse
público e os serviços de saúde. Deste modo, o presente trabalho objetiva relatar a experiência
de práticas de saúde voltadas às juventudes a partir da vivência de residentes de psicologia da
Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS/ESP–CE), nos âmbitos
da saúde mental e hospitalar. Pretende-se refletir sobre os modos de produzir saúde junto a esse
público, indicando seus possíveis lugares de inserção nos serviços e contribuindo para a discussão
acerca dos processos de emancipação das juventudes. A RIS/ESP-CE tem como objetivo qualificar
profissionais para a Rede de Saúde embasada nos princípios do SUS. A atuação em Saúde Mental
deu-se no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas, referência na assistência a jovens
que faziam uso de drogas. Pode-se perceber que este equipamento se mantinha alinhado ao
modelo manicomial devido à ocorrência frequente de práticas baseadas na vigilância e punição
dos jovens usuários de drogas. Fato contraditório à Política de Redução de Danos que prioriza
a liberdade e participação do usuário na elaboração do seu plano de Cuidado. Também se
percebeu associação das condições socioeconômicas à periculosidade que toma o jovem pobre
pelo estereótipo do “bandido” e define para quais jovens serão direcionados cuidados e quais
serão encaminhados para a justiça. Já a experiência no âmbito hospitalar deu-se no maior e mais
importante hospital pediátrico do Estado. Neste percebeu-se que os profissionais de saúde tinham
poucas habilidades para lidar com o público adolescente, reproduzindo discursos não empáticos
e normativos que não partiam de uma interação e escuta acerca das reais necessidades destes e
desconsideravam suas possibilidades de participar efetivamente do seu processo de saúde-doença.
Ademais, percebia-se que os adolescentes sentiam-se inadequados e não à vontade no serviço.
Das vivências relatadas, considera-se ser de crucial importância que os profissionais de saúde
atuem de maneiras transformadoras e emancipatórias a fim de que consigam vinculações sólidas
e potencializadoras com os jovens, os tomando como sujeitos autônomos e participativos. Nesse
ponto, os programas de residência apresentam-se enquanto espaço potente de formação desses
profissionais possibilitando a reflexão acerca das implicações políticas, sociais e culturais nos
processos de saúde-doença das juventudes e contribuindo para seus processos de emancipação.
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346
Saúde Mental e Juventude: uso de álcool, gênero e relações étnico-raciais
Autores (as): Maria Emanuelly Rodrigues Martins (UFRN), Anderson de Andrade Silva, Candida Maria
Bezerra Dantas (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), Jáder Ferreira Leite (UFRN), Magda
Dimenstein (UFRN), Victor Hugo Belarmino Lima (UFRN)
Resumo:
O presente trabalho é fruto de uma pesquisa ainda em andamento intitulada “Saúde Mental e
Suporte Psicossocial em Comunidades Quilombolas no Rio Grande do Norte”, que visa investigar
as condições de vida e de saúde mental de moradores da comunidade quilombola Grossos (Bom
Jesus/RN), bem como identificar as estratégias de cuidado ofertadas pela rede de atenção primária
e psicossocial e aquelas desenvolvidas pela própria comunidade. Considerando sua trajetória
ainda em curso, este trabalho tem por objetivo discutir o estado da arte, do ponto de vista teórico
e conceitual, acerca das publicações em torno da temática saúde mental, tomando a categoria
juventude como elemento articulador, portanto alinha-se ao eixo 5 do evento - Juventudes e saúde.
A presente pesquisa está atravessada por diversos campos de saberes como a Psicologia Social
Comunitária, a Análise Institucional e o campo da Políticas Públicas. Dessa forma, foi realizada uma
revisão narrativa da literatura nos diversos bancos de dados e fontes, sendo os principais: Scielo,
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), BVSPSI e documentos oficiais, interseccionando
os descritores Saúde/Saúde Mental, Condições de vida, Álcool, Juventude, Negros, Quilombolas e
Relações Étnico-Raciais. Construiu-se um banco de dados estruturado em torno de 5 blocos temáticos,
sendo um deles o de saúde/saúde mental e condições de vida. A partir deste bloco intersecciona-se
a temática juventude à questão da saúde mental. Mapeou-se, até o primeiro semestre de 2016, 148
títulos. Deste total, 84 títulos se enquadram no eixo saúde e condições de vida, porém apenas cinco
trabalhos tratavam acerca da saúde mental, dos quais apenas dois abordavam este recorte para
jovens negros e focaram na problemática do uso do álcool. Estes estudos revelaram uma série de
desigualdades históricas que afetam jovens negros quilombolas, evidenciados através das poucas
atividades de lazer e dificuldade de acesso a equipamentos e serviços. Evidenciaram também
problemas referentes às relações de gênero e ao preconceito racial, situações que se articulam
complexamente ao uso do álcool. Em geral, o uso de álcool é apontado como instrumento de
socialização ou mesmo como mecanismo de enfrentamento às variadas adversidades cotidianas.
Contudo, essa realidade mostra-se diversa entre homens e mulheres, sendo menos aceito e
problemático para as últimas. Assiste-se à naturalização/banalização do uso do álcool, sem que
sejam questionados os determinantes e efeitos desse processo, sobretudo se compreendido sob o
prisma de gênero (Silva & Menezes, 2014, 2016). Quanto ao consumo abusivo, aponta-se a escassez
de trabalhos na perspectiva da redução de danos nas comunidades quilombolas ou de intervenções
que contribuam para a reflexão dessa problemática entre os jovens quilombolas. Considerando a
escassez de estudos encontrados que articulam saúde mental à juventude negra é imprescindível
a realização de investigações mais amplas, visando subsidiar ações de intervenção precoce para
superação de práticas de atenção à saúde mental cristalizadas e culturalmente pouco sensíveis à
realidade psicossocial das populações quilombolas.
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347
Em busca da felicidade química: uso de psicotrópicos entre estudantes de graduação da UFPE
Autores(as): Artur Perrusi (UFPE)
Resumo:
O conjunto de problemas de nossa pesquisa gira em torno dos seguintes temas: felicidade ou bem-
estar subjetivo, saúde, uso de psicotrópicos e juventude universitária. A articulação conceitual e
empírica de tais temas foi realizada pela noção de felicidade, tendo como contrapartida analítica
a noção de sofrimento psíquico, pois tomamos como hipótese de trabalho a relação entre busca
pela felicidade e a produção de sofrimento psíquico. Nosso objetivo geral foi o de verificar as
relações entre uso de psicotrópicos, busca de bem-estar, saúde e também desempenho acadêmico
(competição e concorrência no ambiente universitário). Quisemos assim averiguar os vínculos entre
tais relações e o uso de psicotrópicos. O uso de psicotrópicos teria um papel mediador na busca pela
felicidade no mundo contemporâneo. Seria sinalização das lógicas complexas de socialização, talvez
engendradas por algumas características de sociedades dominadas pelo individualismo de massa:
adaptação permanente a mudanças constantes, peso da responsabilidade individual, avaliação
sempiterna do desempenho, valorização da autonomia. A exigência normativa de autonomia e de
adaptação, por exemplo, necessita de intervenções rápidas e sintomáticas. O uso de psicotrópico
é uma das técnicas mais bem adequadas à satisfação dessa necessidade, principalmente (e tal
afirmação é uma hipótese) entre os jovens, em particular o jovem universitário. O psicofármaco
é extremamente útil, porque atua na “dimensão mecânica e energética” da individualidade. Além
do seu papel terapêutico, o psicotrópico pode cumprir um papel na “energização” do desempenho
acadêmico do jovem universitário (o uso da Ritalina, por exemplo), bem como na aquisição de um
bem-estar corporal e emocional, uma espécie de “felicidade química”, tão necessária à existência
de cidadãos e consumidores no mundo contemporâneo. O psicotrópico não seria apenas artefato
técnico, pois cumpre funções sociais mais amplas. Em torno dele, gira uma rede de atores e de lógicas
de ação que ultrapassam sua apreensão somente como um produto tecnológico – está presente na
saúde, na economia, na política, na vida social em geral. Faz parte de um dispositivo que garante a
perspectiva de um corpo saudável, apto ao trabalho e adequado aos imperativos do desempenho
individual na sociedade moderna -- a universidade seria vista como reprodutora de lógicas de
adequação para a inserção no mercado de trabalho e no mundo profissional. E, igualmente, o
seu uso pode habilitar o indivíduo ao prazer, ao inscrevê-lo nas lógicas do gozo e do consumo no
mercado capitalista. O uso terapêutico, hedonista ou performático do psicotrópico serve, afinal,
para combater o sofrimento, visto como desnecessário e sem sentido -- como antítese da felicidade
e também como seu contrário dialético. Na pesquisa, tentamos apreender o uso do psicotrópico
segundo quatro modalidades de uso, por ordem de importância: a) uso por desempenho; b) uso
por bem-estar subjetivo; c) uso recreativo e d) uso terapêutico. A pesquisa articulou metodologia
quantitativa (questionários e mensuração de dados) e qualitativa (entrevistas semi-diretas).
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348
Questões e angústias da entrada na vida adulta de estudantes universitários: uma abordagem
psicoeducacional
Autores(as): Edna Lúcia Tinoco Ponciano (UERJ), Amanda Porto Padilha (UERJ)
Resumo:
A Adultez Emergente surge como uma nova fase da adolescência para a vida adulta, na qual o
jovem tem um número maior de experiências sem que assuma as responsabilidades esperadas
de um adulto. O surgimento da adultez emergente modifica as relações entre pais e filhos(as)
impactando a vida familiar: ocorrem mudanças emocionais e relacionais, que demandam
adaptações e crescentes responsabilidades, com a intensificação das experiências vividas. Em
um contexto universitário, como preparar os jovens para responder aos desafios relacionais e
emocionais, vividos nessa fase do desenvolvimento? Como estabelecer um ambiente de caráter
terapêutico para abarcar as questões e as demandas da entrada na vida adulta? No intuito de levar
informação aos jovens, o projeto DERA (Desafios Emocionais e Relacionais na Adolescência e Adultez
Emergente) é desenvolvido para oferecer acesso a informações atuais, baseadas em pesquisas na
área da Psicologia do Desenvolvimento e da Saúde Mental, visando à orientação e ao manejo das
experiências emocionais e relacionais, vividas por estudantes universitários, entre 18 e 29 anos, na
UERJ. Nesse sentido, em uma abordagem psicoeducacional trabalha-se a autonomia emocional na
relação, o que pode ter efeitos para a Saúde Mental, gerando demanda por espaços terapêuticos.
Propomos duas etapas principais: trazer informações e criar espaços terapêuticos. Nosso objetivo
é apresentar os principais conceitos, acima mencionados, e a forma como estamos oferecendo
informações aos jovens, levando a observar quais são as demandas, a partir das discussões
surgidas. Há cerca de um ano, desenvolvemos palestras com temas relevantes ao contexto atual e
à experiência dos jovens, tais como política, raiva, humor, estresse e relaxamento, força de vontade,
dentre outros. Nas palestras, discutimos a relação entre emoções e suas respostas fisiológicas, além
de exercícios que auxiliam a percepção da própria experiência, gerando autoconhecimento. A partir
dos encontros, observamos interesse por parte dos jovens, levando-nos à criação de pequenos
grupos psicoeducativos. Esperamos que, de acordo com os problemas evidenciados, os encontros,
com foco na promoção de saúde emocional e relacional, facilitem a construção de soluções com
as informações trazidas e tenham resultados terapêuticos. Nas palestras, pelo feedback obtido
dos jovens, observa-se uma demanda a ser trabalhada. Os grupos acolhem jovens universitários
da UERJ que, vivendo momentos de estresse e de sofrimento psíquico, encontram um espaço de
acolhimento, onde o trabalho realizado pode evidenciar os recursos que possuem, ademais podem
ser identificadas questões específicas que suscitam a criação de novos espaços terapêuticos e/ou
o encaminhamento para serviços especializados, tais como os oferecidos no SPA da própria UERJ.
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349
Adolescência e saúde mental: relato de experiência de um centro educacional feminino
Autores(as): Larissa Ferreira Nunes (Fanor), Isadora Dias Gomes (UFC)
Resumo:
Este trabalho é fruto da participação da primeira autora como estagiária de Psicologia no Centro
Educacional Aldaci Barbosa Mota (CEABM), único centro socioeducativo feminino do Estado do
Ceará. Nosso objetivo é refletir sobre o cuidado à saúde mental das socioeducandas, a partir
de um estudo de caso. Tanto o SINASE quanto o ECA fazem referência aos cuidados à saúde
dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, mencionando a necessidade de
garantir o cuidado ao adolescente vendo-o de forma integral, sendo que a assistência à saúde deve
ocorrer de acordo com a legislação do Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive no tocante à casos
psiquiátricos. Percebemos que historicamente os discursos psiquiátricos estão relacionados às
práticas de controle e segurança social, e subsidiam políticas repressoras e violentas, especialmente
voltadas para a juventude negra e pobre. A metodologia desse trabalho se deu pela observação
participante no cotidiano do centro, entre os meses de fevereiro de 2016 a janeiro de 2017 e
acesso aos prontuários: de enfermagem e técnico, sendo feita uma leitura detalhada e análise
interpretativa. O Aldaci Barbosa, na ocasião, possuía 32 adolescentes internadas, destas, em média,
onze faziam uso de mais de um tipo de medicação continuada, sendo que mais da metade passou
a fazer uso durante a internação na unidade. Para análise desse suposto cuidado, traremos um
estudo de caso da socioeducanda A. que se encontrava internada há quase um ano, mesmo período
em que a autora acompanhou sua rotina na unidade e fez atendimentos pelo setor de Psicologia.
Ao iniciar o cumprimento da medida, A. apresentou dificuldades de adaptação com a rotina da
casa. Desde suas primeiras semanas, ainda em medida provisória, apresentou insônia, pesadelos,
agressividade e regressão emocional. Logo após a sentença de internação definitiva, A. apresentou
diversas vezes alguns comportamentos incomuns à rotina do centro, afirmava atuação espiritual
e não recordava de suas atitudes e falas durante essa experiência. A adolescente, então, passou
a ser acompanhada a cada 3/4 meses por uma psiquiatra, enquanto a equipe multidisciplinar do
Centro continuou o acompanhamento regular. Sua mãe informou uso passado de psicotrópicos
por A., negou a relação familiar com religiões espíritas e trouxe informações familiares e sociais
divergentes do informado pela adolescente. Alguns profissionais do setor técnico compreendiam
a experiência de A. como uma farsa, outros tentavam impor sua visão religiosa diante da situação.
O setor de psicologia se colocou como um espaço de escuta para o sofrimento da socioeducanda,
bem como procurava mediar a tutela e o respeito quanto a religião da jovem, mas era nítido a
soberania biomédica pelo viés patológico na situação da socioeducanda. Essa experiência permitiu
às autoras refletirem sobre a camuflagem da tutela a partir da linha do cuidado existente na Lei,
pois, apesar dela assegurar o cuidado à saúde, o respeito ao adolescente e sua percepção como
sujeito integral, não orienta claramente como deve ser feito esse cuidado.
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Anatomia de uma dor: análise de um discurso pré-suicida
Autores(as): Éverton de Lima Silva (UFPB), Mónica Franch (UFPB)
Resumo:
O título desta apresentação é uma corruptela do livro “A Anatomia de uma dor” de C. S. Lewis.
Naquele livro o autor faz uma espécie de diário do luto pela morte de sua esposa. A observação que
aqui se apresenta, desenvolvida no marco de minha dissertação de mestrado sobre automutilação,
é a de uma garota que foi acossada, chantageada, praticou automutilação e, por fim, cometeu
suicídio. Poderia ser uma história entre tantas outras, não fosse a visibilidade que o caso alcançou
graças a sua divulgação na internet. Com apenas 15 anos de idade, Amanda Todd, conseguiu com
sua morte despertar a atenção para os fenômenos do bullying e da automutilação mundo afora,
pondo em destaque aspectos pouco visíveis da experiência de ser adolescente, especialmente
a articulação entre corpo, gênero e idade e como isso influencia na possibilidade (no caso, na
impossibilidade) de controlar a narrativa de si. Em 10 de outubro de 2012, a adolescente canadense
Amanda Todd publicou um vídeo intitulado My History: Struggling, Bullying, Suicide, Self Harm.
Sua história mostra um prisma que aparentemente não condiz com a realidade das biografias da
maior parte das pessoas que se cortam, por conta de seu desfecho trágico. Entretanto, a análise
permite identificar elementos da anatomia da dor que Amanda denúncia, e que são recorrentes
também nos relatos de adolescentes que se cortam. Questões como a administração e perda do
controle da imagem do seu corpo, que foi exposto nas redes sociais sem seu consentimento; a
dupla moralidade manifesta no linchamento moral pelo fato de ter ficado com um rapaz que já
tinha namorada; as agressões públicas de que foi vítima como parte do processo de bullying; as
tentativas de suicídio, as mudanças de cidade na expectativa de “zerar” sua história, a reclusão
em casa e, por fim, seu suicídio são todos dados biográficos que são experimentados no corpo.
Ainda que ela tenha buscado retomar e refazer sua narrativa de si por meio de diversas estratégias,
prevaleceu a biografia que faziam dela. O julgamento social se impôs sobre a agência individual. O
que se dizia sobre ela foi mais forte do que aquilo que tinha a dizer sobre si. Nesse sentido, o vídeo
My History pode ser entendido como a última página numa arena contestada de representações
sobre quem era Amanda Todd. Ao gravar o vídeo e posteriormente cometer suicídio, Amanda
encerrou a possibilidade de ter sua imagem novamente contestada e denegrida, recuperando assim
a autoria de sua biografia. O sucesso do vídeo de Amanda entre adolescentes e jovens que praticam
automutilação no mundo todo, e também no Brasil, é digno de reflexão. Embora ser adolescente
possa ter significados diversos a depender do contexto, a “anatomia da dor” expressa nesse vídeo
parece comunicar-se com experiências comuns ou, no mínimo, comunicáveis a esta geração de
adolescentes que vivem seus corpos em tensão permanente entre o estímulo às experiências
diversas, o controle social diferenciado por gênero, e as formas de exposição desse mesmo corpo
hoje multiplicadas pelas redes sociais.
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351
Violência autoinfligida na Adolescência, à Luz da Análise da Série 13 Reasons Why’
Autores(as): Ubiracelma Carneiro da Cunha (UNICAP), Albenise de Oliveira Lima (UNICAP), Helga
Costa Carvalho rodrigues (UNICAP), Thais Afonso Andrade (UNICAP)
Resumo:
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352
Relação da obesidade no ensino da dança nas escolas de Fortaleza-CE
Autores(as): Patrícia Ribeiro Feitosa Lima (IFCE), Julia Rocha Ribeiro, Raul Aragão Martins (UNESP)
Resumo:
A problemática da obesidade nos jovens escolares sempre esteve presente e é uma ameaça para a
saúde pública no Brasil. Uma das formas de intervenção em saúde na escola é o ensino da Educação
Física nas linguagens do esporte, da dança, da luta, do jogo ou da ginástica. Na perspectiva de
analisar a saúde em educação, o objetivo desse estudo é observar a relação da obesidade e o
sobrepeso em crianças e adolescentes praticantes de dança, numa escola municipal da cidade
de Fortaleza-Ceará. O ensino da dança na escola se constitui diariamente por um cenário plural
de corpos e comportamentos, mas também adverso, vivenciado por indivíduos que anseiam,
interagem, criam, recriam, conhecem, estranham, excluem, descobrem, aconchegam, desejam,
cooperam, aperfeiçoam, conciliam, harmonizam, buscam e desprezam, mas, sobretudo, movem-
se e dançam. Esses comportamentos não se sucedem necessariamente na ordem apresentada,
mas usualmente são revelados no cotidiano das aulas. A dança na escola é um meio de educação
para o corpo, por meio dos corpos. Tem características peculiares que envolvem arte, corpo, ritmo,
música, técnica, expressão e criatividade. O movimento é o fio condutor para o aprendizado e o
professor faz a organização das aulas, mas estas podem ser elaboradas juntamente aos alunos e
suas experiências motoras que são exploradas pelo docente. Este estudo caracteriza-se por uma
pesquisa qualitativa. Observamos 21 escolares no ensino da dança educativa, entre 06 e 17 anos
de idade. Sendo 07 crianças, 02 delas obesas e 14 adolescentes, 03 deles, obesos. Todos, estudantes
de uma escola da Secretaria Municipal de Educação - SME de Fortaleza que praticavam dança
no Programa Mais Educação. Nesse meio multicultural, em que o corpo se expressa ou se inibe,
alunos com habilidade corporal limitada, são, muitas vezes, segregados por seus colegas e até
mesmo por certos professores. Assim, entendemos que a segregação e a vulnerabilidade social
acometem também aqueles que supostamente estão protegidos pelas instituições escolares. O
ensino da dança foi experimentado como instrumento de acolhimento e despertamento para a
autoaceitação, consequentemente recurso favorável à promoção da saúde, ao combate ou ao
abrandamento da obesidade. Verificamos a sensação de prazer ao dançar tanto nas crianças quanto
nos adolescentes; a timidez por parte dos alunos com sobrepeso e obesos, e a sutil revelação do
preconceito social aliado à prática da dança para homens e para pessoas obesas; manifestações de
empoderamento na saúde dos obesos. Concluímos que a obesidade é um fator influente e quase
limitante na aprendizagem da dança. Porém, consideramos a dança como importante recurso
educativo para a promoção da saúde do obeso, especialmente, pela função de elevar a autoestima
dos seus praticantes, além de propiciar benesses nos aspectos da flexibilidade e da postura corporal.
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353
Juventude e sofrimento psíquico: uma discussão a partir da realidade do Plantão Psicológico na
Clínica Escola da UFC
Autores(as): Isadora Luciana Furtado Borges (UFC), Jurema Barros Dantas (UFC), Liliana de Sousa
Brito (UFC)
Resumo:
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354
Plantão Psicológico na Clínica Escola da UFC: uma discussão sobre possibilidade de atendimento
ao público jovem com risco de suicídio
Autores(as):Marcos Paulo dos Santos Alexandrino (Faculdade Maurício de Nassau), Evelyn Cristina
de Sousa Penas (UFC), Jurema Barros Dantas (UFC)
Resumo:
Este trabalho pretende relatar a experiência de atendimento ao público jovem que tem procurado,
frequentemente, o plantão psicológico da Clínica-Escola de Psicologia da Universidade Federal
do Ceará (UFC). Busca-se problematizar criticamente o crescimento, bastante significativo, do
fenômeno da ideação e/ou tentativa do suicídio explicitado no discurso expresso dos atendimentos
realizados ao público jovem de modo geral. O Plantão Psicológico é um projeto de extensão
vinculado ao Laboratório de Estudos em Psicoterapia, Fenomenologia e Sociedade (LAPFES) da
UFC, que começou a funcionar no segundo semestre de 2015 sendo ofertado, prioritariamente,
por extensionistas e estagiários, sob a supervisão de uma professora da instituição provedora do
serviço. O Plantão Psicológico consiste em uma modalidade de atendimento clínico reconhecida
pelo CFP, que incorpora a perspectiva de clínica ampliada, preocupada com o campo da ética
e com o contexto sócio histórico do indivíduo, divergindo assim, dos modelos tradicionais das
psicoterapias, devido ao seu caráter focal em emergências e urgências psíquicas. O serviço destina-
se a comunidade em geral, promovendo um espaço de escuta e acolhimento no exato momento
da crise, prestando atendimento para as mais variadas demandas, podendo ser desde uma
simples orientação até o atendimento de pessoas com transtornos mentais graves. Um fenômeno
recorrente nos atendimentos desde 2016 é o suicídio, um fenômeno complexo, multifacetado e
atualmente, constitui a terceira principal causa de morte entre os jovens, com idades entre 10
e 24 anos, superando significativamente a taxa de adultos com idades entre 35 a 54 no mundo.
Estima-se que 4 milhões de adolescentes tentam suicídio a cada ano no mundo, e cerca de 100
mil morrem. Segundo o Mapa da Violência do Ministério da Saúde, houve um aumento de 40%
nas taxas de suicídio entre 2002 e 2012 entre adolescentes com idades entre 10 e 14 anos e um
crescimento de 33.5% entre 15 e 19 anos. Os atendimentos evidenciaram um aumento significativo
do público jovem com demandas relacionadas ao suicídio, encaminhadas por outros serviços e
também por demanda espontânea. A literatura especializada, sugere que é possível prevenir a
maior parte dos casos de suicídio. Justifica-se dessa forma, um serviço de apoio à crise, aos moldes
do plantão psicológico, inserido em uma perspectiva interdisciplinar e multiprofissional. Torna-se
importante um olhar mais crítico e voltado para uma ação emergencial a esse público, já que esta
temática ainda é perpassada por muitos preconceitos e tabus e até profissionais de saúde tem certo
desconhecimento sobre o manejo de tais casos. Ressalta-se a importância de discutir estratégias
a nível local para abranger um número maior de pessoas, além de articular políticas públicas de
prevenção do suicídio, principalmente com o público jovem, o que poderia ser realizado nas escolas
e universidades, já que é no ambiente escolar e acadêmico que os jovens passam a maior parte do
tempo e tecem suas relações. Concluímos que os serviços existentes na cidade de Fortaleza são
insuficientes para dar conta desta problemática e promover a prevenção do fenômeno.
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355
Uma adolescente sob suspeita: a patologização de um estilo singular
Autores(as): Cristiana Carneiro (UFRJ), Luciana Gageiro Coutinho (UFF)
Resumo:
O presente trabalho discute o caso de uma adolescente que fez parte da pesquisa Infância,
adolescência e mal-estar na escolarização: estudo de casos em psicanálise e educação que foi
realizada no ambulatório infanto juvenil do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (IPUB-UFRJ), através de uma parceria entre a Faculdade de Educação da UFRJ , a Faculdade
de Educação da UFF e o NIPIAC. Tal pesquisa realizou estudo de casos múltiplos aliado à pesquisa-
intervenção. Partiu da constatação que as condições sociais que sustentam o laço educativo e a
transmissão têm sofrido grandes transformações nas últimas décadas, trazendo questionamentos
em diversas sociedades ocidentais – no Brasil, com suas questões sociais particulares. É bastante
comum a queixa dos educadores sobre o “fracasso” de seus alunos que é identificado muito
comumente como expressão de uma disfunção (TDAH, dislexia, déficits cognitivos, etc), o que é
corroborado no âmbito médico e/ou psicológico pela tendência atual à medicalização, mas muito
raramente leva-se em conta a singularidade dos sujeitos e a situação social/institucional em que
se apresentam os problemas.A tarefa do educar na contemporaneidade traz diversos desafios,
tanto aos pais quanto à escola. A cultura contemporânea do sucesso é atravessada por diversas
construções ideais de como devem agir os seres humanos para estarem adaptados aos anseios
de um discurso onde a produtividade aparece como fundamental. Muitas vezes, a busca pela
normatização oferecida pela saúde mental alia-se a uma performance mantida pelo medicamento.
Neste trabalho, mais especificamente, discutiremos o caso Ana, encaminhado à saúde mental
pela escola com a queixa de TOD (Transtorno Opositivo Desafiador) e que pudemos acompanhar
durante dois anos na pesquisa intervenção. O material foi construído a partir de reuniões com os
pais da adolescente, a própria adolescente, sua escola e os médicos especialistas que a atenderam
no Instituo de Psiquiatria, a partir de áudios gravados e de transcrições das falas, o prontuário e as
observações das pesquisadoras durante as intervenções. A partir da análise foi possível constatar
que um estilo próprio da adolescente – ser questionadora, usar preto e não rosa, ler literatura de
terror e não romance, enfrentar as autoridades – foi patologizado num transtorno, indicado pela
escola e ratificado pela saúde mental.O que foi possível de ser constatado a partir desta análise
e que corrobora a literatura pesquisada, é que quanto mais um comportamento é patologizado,
menos ele é compreendido como relacional, fazendo parte de um contexto histórico e social.
Esta simplificação e objetificação de um fenômeno mais complexo acaba, muitas vezes calando
o sujeito que, não raro, fica reduzido ao seu organismo. Neste sentido, em seu viés interventivo, a
pesquisa intentou dar voz à Ana enquanto uma usuária do serviço de saúde mental.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
356
A vacinação contra o HPV: rupturas adolescentes a partir de O Despertar da Primavera
Autores(as): Ana Luísa Lana Pinto Fialho (PUC-Minas)
Resumo:
O presente artigo tem como tema a questão das rupturas da adolescência, principalmente no que
diz respeito à separação dos pais e às transformações no campo da sexualidade, que envolvem
a chamada “mais delicada das transições. Toma como ponto de referência a peça O Despertar
da Primavera, focando na personagem Wendla. Faz uma leitura psicanalítica da peça, através de
dois textos principais: O Prefácio a O Despertar da Primavera, de Lacan e Os Três Ensaios sobre a
Teoria da Sexualidade de Freud. Problematiza os conflitos na relação mãe e filha provocados pelo
texto da peça, embasando o caminho teórico para uma pesquisa acadêmica acerca do discurso
das mães sobre a vacinação contra o HPV em pré-adolescentes. A pesquisa em psicanálise dialoga
com a pesquisa em ciências sociais à medida que aborda os fenômenos sociais,sem perder de vista
as perspectivas da clínica do sujeito e da investigação do inconsciente.No início da campanha de
vacinação contra o HPV no Brasil, em 2014, foram geradas várias polêmicas a partir do momento
em que muitas meninas tiveram supostas reações à vacina, as quais consideramos como uma
Histeria Pós Vacina. Logo após, iniciaram se nas redes sociais manifestações de mães, religiosos, a
imprensa no debate sobre estes efeitos da vacina. Grupos de debate no Facebook e blogs contrários
à vacinação foram criados.O objetivo do trabalho é verificar como o momento da vacinação,
que tem como público alvo pré - adolescentes de 9 a 13 anos, configura-se como um momento
delicado na vida destas jovens e na relação com suas mães. É um período em que acontecem várias
transformações, físicas e psíquicas, que incidem sobre a relação mãe e filha neste momento de
forma contundente, à medida em que reflete um tema que para muitos ainda é tabu: a sexualidade
dos jovens.O texto estabelece relação com o eixo temático número 5 – juventudes e saúde – e
como GT 10 - jovens e saúde: desigualdade, diferenças e possibilidades. Esta relação acontece na
medida em que a vacinação contra o HPV se dá na idade de 9 a 13 anos e previne contra quatro
tipos de câncer de colo do útero. A vacina deve ser aplicada em jovens preferencialmente antes
da iniciação sexual. A outra forma de prevenção, que é o exame de Papanicolau só começa a ser
ofertada na rede pública de saúde aos 18 anos. Então a vacina é a melhor prevenção a este que
é o segundo motivo de morte por câncer em mulheres no Brasil, vindo somente após o câncer de
mama.Trazer esta problematização é uma forma de sensibilizar os gestores públicos, as mães, e
os trabalhadores de saúde para a delicadeza do momento vivido pelas jovens e como a vacinação
toca na sexualidade delas e de suas mães. Possibilita assim, a criação de estratégias mais eficazes
para a adesão à vacinação sem temor de que isto signifique o início da vida sexual das meninas
necessariamente, o que é um mito que foi criado entre as mães e alguns setores da população.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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357
Amizade na juventude: repercussões para o campo dos direitos sexuais e reprodutivos
Autores(as): Victoria Feijó Canales (UFPE), Jaileila de Araujo Menezes (UFPE)
Resumo:
A relação entre amizade e sexualidade é tema central da presente pesquisa. Adotamos nela as
noções de crescimento e desenvolvimento econômico de Souza, Lima, Paz e Oliveira (2015), as
reflexões sobre amizade e sexualidade de Franch (2010) e Rezende (2002) e a discussão sobre
direitos sexuais e direitos reprodutivos produzida por Corrêa e Petchesky (1996). Compreendemos
juventude como um momento do ciclo vital, mas que não se reduz a uma passagem, assumindo
uma importância em si mesma através de suas diversas experiências de participação social.
A vivência da juventude é influenciada pelo meio social concreto e pela qualidade das trocas
que este proporciona, fazendo com que os/as jovens construam diversos modos de ser e existir
(Carrano, 2000). A centralidade das relações de amizade na juventude tem relação com as práticas
de sociabilidade e situações de aprendizagem mediadas pelo Outro/amigo/a, sendo uma delas as
relações afetivo-sexuais. Desenvolvemos a pesquisa a partir da análise de oito entrevistas realizadas
com jovens homens e mulheres residentes de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, municípios
que compõem a região do Complexo Industrial Portuário de Suape. O crescimento econômico
da região deu-se sem desenvolvimento estrutural, o que deixou seus residentes, cada vez mais
numerosos, em situação precária e de vulnerabilidade. Em situações como esta, o pleno exercício
de direitos humanos, sobretudo os direitos sexuais e reprodutivos, fica ainda mais comprometido. A
pesquisa teve como objetivos: analisar os significados das relações de amizade e sua influência nas
vivências sexuais de jovens homens e mulheres; identificar interferência das relações de amizade
nos posicionamentos adotados pelos/pelas jovens sobre direitos sexuais e direitos reprodutivos.
Os resultados indicam que os círculos de amizade são, de fato, essenciais para a vivência sexual
dos jovens, pois é nessa instância socializadora que ocorre a troca de informações sobre práticas
sexuais. Apesar disso, métodos contraceptivos e de prevenção não são assunto de conversa entre
amigos. Essas informações, bem como os próprios métodos contraceptivos e de prevenção, como
pudemos concluir, são quase inacessíveis para as jovens. A vivência de diversas formas de controle
social foi destacada pelas jovens participantes e o medo de exposição é razão central para que
elas não busquem preservativo ou instrução em postos de saúde. Os jovens homens também
têm sua sexualidade sob vigilância, mas a intersecção entre gênero e geração colabora para o
entendimento de que eles têm mais oportunidade de acessar preservativo do que as jovens, pois
conseguem com familiares e algumas vezes no próprio posto de saúde, embora prefiram comprar
na farmácia como forma de afirmar status social. Analisando esses dados, encontramos ecos de
nossas reflexões no grupo de trabalho “Jovens e saúde: desigualdades, diferenças, possibilidades”,
tendo em vista a proposta de discutir questões de saúde sexual e reprodutiva (gravidez, aborto,
contracepção, HIV/Aids) à luz da desigualdade de gênero, presente, acima de tudo, em regiões
onde injustiças sexuais e de gênero compromete a vida de jovens.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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358
Direitos sexuais e reprodutivos: significados e práticas da saúde de Jovens em Pernambuco
Autores(as): Laís de Souza Monteiro (UFPE), Jaileila de Araujo Menezes (UFPE), Karla Galvão Adrião
(UFPE)
Resumo:
O presente trabalho integra uma pesquisa denominada Significados e práticas sobre os Campos
dos Direitos Sexuais e dos Direitos Reprodutivos: uma análise interseccional com mulheres e
homens jovens e suas redes de convívio em território de desenvolvimento econômico. Pernambuco
tem ampliado o Complexo Industrial Portuário de Suape com a construção de novas indústrias e
ocasionado profundas transformações políticas, socioeconômicas e culturais, gerando injustiças
e repercutindo negativamente sobre territórios, em especial ao que se refere o pleno exercício
dos direitos humanos e dos direitos sexuais e reprodutivos (Santos, 2016). Fundamentamos nossa
proposta no debate feminista pós-estrutural sobre o uso do gênero e de outras categorias de
desigualdade, a partir da noção de interseccionalidade e de subalternidade. Assim consideramos
os Direitos sexuais e direitos reprodutivos numa perspectiva construcionista de ampliação do olhar
para diversos contextos em relação às experiências sexuais, que questiona a heteronormatividade,
a discriminação sexual e a subordinação da mulher com especial atenção para as situações de
desigualdade e violação de direitos. Nesse contexto, tivemos como objetivo compreender os
significados e práticas de trabalhadores de 04 unidades de saúde nos municípios de Cabo de Santo
Agostinho e Ipojuca sobre os direitos sexuais e direitos reprodutivos de Jovens da região. Para
análise das informações construídas utilizamos a análise temática de conteúdo buscando, à luz
da teoria feminista interseccional, problematizar questões de gênero, orientação sexual, território,
geração e classe social e os relacionando com os referentes políticos de autonomia, igualdade,
integridade corporal e diversidade dentro dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos. Observou-
se a dificuldade de relação entre os serviços de saúde e os/as jovens e entraves de acesso destes
em buscar o serviço como instrumento de cuidado. Na maioria das unidades básicas de saúde
pesquisadas não existe um trabalho específico para atender aos/as jovens e suas demandas. Ao que
parece a preocupação com a gravidez ainda é o foco principal no cuidado, ficando invisibilizados
outros aspectos relativos à saúde. Não há um programa efetivo de educação para o cuidado de si,
do corpo, das questões relacionadas ao prazer, aos afetos, valores e crenças que circulam em uma
dada cultura, pautando os sentidos das práticas sexuais e das relações de gênero. Diante disso,
entendemos que nossas reflexões encontram-se no campo de discussão do grupo de trabalho:
“Jovens e saúde: desigualdades, diferenças e possibilidades” do eixo 5 uma vez que entre suas
propostas está a perspectiva dos jovens quanto à saúde e aos processos sociais referentes ao acesso
aos serviços de saúde e assistência social no âmbito do SUS e das políticas públicas orientadas
nesse sentido.
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359
Prevenção às drogas: comparando as políticas do Brasil e dos Estados Unidos
Autores(as): Daniely Ildegardes Brito Tatmatsu (UFC)
Resumo:
As políticas públicas elaboradas para a juventude no Brasil ainda estão fortemente baseadas em
uma concepção de jovem intrinsicamente relacionada a problemas, ao risco e à transgressão, tanto
no pensamento científico como na opinião pública. Há uma percepção social de que a este grupo
devem ser destinadas ações baseadas no controle repressivo para evitar os desvios do processo
de socialização, pressupostos comuns a políticas públicas historicamente destinadas à juventude.
Na esteira destes pressupostos se estabelece também o debate sobre o chamado “fenômeno das
drogas” entre os jovens. A Guerra às Drogas, instituída pelos Estados Unidos na década de 70,
tornou-se um meio de controle social a partir de práticas de poder e violência, fomentadas pela
economia bélica e a lógica de consumo. A pequena produção científica brasileira sobre prevenção
ao abuso de drogas gera a importação de modelos de intervenção elaborados em outros contextos
que reproduzem estas práticas. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi discutir o modelo de
políticas públicas de prevenção ao abuso de drogas destinadas aos jovens no Brasil e nos Estados
Unidos, em função da hegemonia do último na determinação das políticas sobre drogas nos países
dependentes. Trata-se de um estudo teórico de análise das leis antidrogas brasileira e estadunidense
com base na Teoria da Dependência. A despeito das significativas diferenças entre as políticas de
controle às drogas adotadas pelos EUA e pelo Brasil, o paradigma repressor se impõe por meio da
transferência de tecnologia em função da dominação político-econômica estadunidense. Mantém-
se o modelo proibicionista apenas deslocando o enfoque dos programas de amedrontamento para
os de persuasão. Além disso, a formulação da política de prevenção ao abuso de drogas no Brasil
tem se estabelecido a partir de programas que são questionados internacionalmente em termos
epistemológicos, teóricos e metodológicos. Programas de prevenção são definidos não só pelo
seu referencial teórico-metodológico, mas também pelos seus pressupostos ideológicos. Portanto,
cabe buscar autonomia em relação aos modelos de ações preventivas importados dos EUA, por
meio de um debate mais amplo entre pesquisadores e o protagonismo de políticas mais adequadas
ao Brasil, visando a construção de programas educativos que permitam a crianças e adolescentes
brasileiros escolhas mais autênticas e que minimizem as suas condições de vulnerabilidade.
Conclui-se que a construção de políticas sociais na América Latina permanece atravessada pela
manutenção da dependência dos países centrais com impacto direto sobre as discussões da área
de prevenção, atualmente em ascensão no Brasil. Este estudo visa contribuir com o Eixo Temático
Juventudes e Saúde, por meio do GT Jovens e saúde: desigualdades, diferenças e possibilidades, na
medida em que objetiva discutir o pano de fundo que embasa a elaboração de políticas públicas de
prevenção ao abuso de drogas destinadas aos adolescentes brasileiros, em termos da legislação,
financiamento e avaliação da política.
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360
Adolescentes e substâncias psicoativas: relato de experiência através da residência em saúde
Autores(as): Bárbara Braz Moreira, Andrea Pinheiro Paiva Cavalcante (UFC), Thaynah Barros de
Araujo (UFC)
Resumo:
Trata-se de uma discussão acerca da política de substâncias psicoativas para adolescentes. Assunto
esse, o qual tem sido abordado pela sociedade e pelas políticas públicas de forma bastante
conservadora e moralista, gerando consequências deletérias à parte socioeconomicamente
vulnerável do tecido social, historicamente estigmatizada e cerceada de direitos elementares,
como a saúde. Configura-se um relato de experiência em um Centro de Atenção Psicossocial
Infanto-Juvenil (CAPS-i) da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), fruto de um Trabalho de
Conclusão de Residência (TCR) em saúde mental através da Escola de Saúde Pública do Ceará
(ESP-CE). Ao analisar as estratégias de cuidado, surgiam algumas inquietações, uma vez que
práticas manicomiais ainda são recorrentes, bem como diálogos em torno da Redução de Danos
são negligenciados, percebendo que a discussão sobre o uso de substâncias psicoativas ainda é
um tabu. Nesse contexto, algumas indagações foram geradas: que tipo de cuidado é oferecido
às pessoas que fazem uso de substâncias psicoativas, especificamente a adolescentes? Como se
estabelece essa Política para esse público? Como se dá sua efetivação no cotidiano? Seus direitos
são respeitados? Onde se pode ter acesso a tratamento? Ao longo do período de atuação no CAPS-i,
fui observando uma série de violações de direitos no que concerne a esse público, desde a política
de segurança, educação, saúde, assistência social até mesmo a políticas culturais. Existia um forte
estigma dos profissionais em lidar com esta temática. Presenciei abrigos que não queriam acolher o
adolescente pelo fato de ele relatar uma história pregressa de uso de venda de substâncias ilícitas.
Dialoguei com escolas que não aceitavam o aluno pelo fato de encontrá-lo portando cannabis.
Acompanhei uma série de encaminhamento indiscriminados do Conselho Tutelar, solicitando
ao CAPS-i internamento em Comunidades Terapêuticas para adolescentes que estavam fazendo
uso esporádico de substâncias psicoativas, mas no entanto estava “dando trabalho em casa.” As
internações eram uma forma de se livrar dos problemas que o adolescente estava causando,
a questão do uso era na maioria das vezes irrelevante. Presenciei ainda mães de adolescentes
tentando suicídio pois não sabia mais como lidar com o filho, que por sua vez, foi espancado pela
polícia dentro da própria casa.Dessa forma, visualizei assim, uma política pública paradoxal: o ECA,
por exemplo, como garantidor e promotor de direitos; e a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS),
com o advento das Comunidades Terapêuticas, sendo alvo de gravíssimas denúncias de violação
de direitos humanos, um verdadeiro retrocesso. Percebo ainda o CAPS-i como o único equipamento
que trabalha a questão do uso de substâncias psicoativas a crianças e adolescentes, uma vez que
não foi encontrado em nenhum outro atividades de prevenção, promoção e atenção, apenas sim
de violações, o que vai de encontro ao princípio de cuidado integral desses sujeitos.
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361
Inalantes e redução de danos: construindo práticas de cuidado com jovens
Autores(as): Amanda Araujo Mendes (UFC), Antonia Jessica Araújo Brito (UFC), Jaína Linhares
Alcantara (UFBA), Juliana Vieira Sampaio (UECE), Ricardo Pimentel Méllo (UFC), Thamyllis dos
Santos Lima (UFC)
Resumo:
O objetivo deste trabalho é apresentar a experiência de Redução de Danos (RD) desenvolvida pelo
Núcleo de Estudos Sobre Drogas (NUCED), da Universidade Federal do Ceará (UFC) com jovens
que utilizam drogas inalantes na periferia da cidade de Fortaleza. RD são práticas que visam
reduzir riscos e danos associados ao uso de drogas por pessoas que não podem ou não desejam
parar de usá-las, pautada no compromisso com a saúde pública e os direitos humanos, buscando
promover o autocuidado e o cuidado com o outro. As ações de RD foram realizadas em parceria
com as equipes dos Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (CUCA), equipamentos
da Prefeitura de Fortaleza, que atendem jovens em áreas de alta vulnerabilidade social. Há três
CUCAs na cidade, desta forma, iniciamos nossas ações conhecendo os equipamentos e seus
profissionais, estes nos mostraram o funcionamento da Rede, seus espaços, eventos e públicos.
Uma das demandas dos profissionais do CUCA foi o frequente consumo de solvente entre os jovens
do território. Essa substância, também chamada de “lorena” é o antirrespingo de solda, solvente
utilizado por metalúrgicos para evitar a aderência de respingos de solda em peças metálicas,
sendo comercializado de forma legal para estes fins. A partir dessa demanda, desenvolvemos
intervenções em RD, como o “Varal da Redução”, estrutura móvel de barbante, onde penduramos
objetos e cartazes com estratégias de RD. Este é montado nas festas, como um ponto de apoio
para distribuição de preservativos, lubrificantes e água. As informações utilizadas para montar o
“Varal” de antirrespingo foram obtidas em artigos científicos, livros, cartilhas, um documento sobre
danos ocupacionais causados pela substância, além dos relatos dos próprios jovens que usavam
o inalante e com suas observações dos efeitos de seu uso. Ressaltamos que há poucos estudos e
informações sobre efeitos da “lorena” a longo prazo, tendo em vista que é recente o seu uso como
substância recreativa. Informações do “Varal” serviram para a elaboração de outras estratégias
de RD, como os spots produzidos com os jovens na Rádio Cuca, e fanzines. Todo material buscou
atender às particularidades do público jovem, desde os elementos gráficos à linguagem utilizada.
Segundo os educadores sociais o “Varal” teve uma boa recepção entre os jovens, ajudando a
fomentar discussões sobre RD no uso do antirrespingo, que até então, era uma incógnita para os
profissionais. Identificamos com essa experiência que os frequentadores dos equipamentos da
Rede CUCA convivem com diversos riscos e têm vários de seus direitos básicos constantemente
negados, sendo importante perceber tais fatores para não moralizar o uso de drogas e pensar em
estratégias de RD e cuidado efetivas. Concluímos que os espaços dos CUCAs são potentes para a
criação de práticas de cuidado, possibilitadas pela aproximação com os jovens e compreensão de
seus modos de vida. Ao desenvolver uma nova estratégia, pensada a partir das particularidades
dos territórios, pudemos criar subsídios, a partir das nossas pesquisas, para repensar formas de
cuidado, que dialoguem numa linguagem que está em consonância com a juventude com quem
trabalhamos.
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362
Intervenção breve para adolescentes usuários excessivos de bebidas alcoólicas
Autores(as): Raul Aragão Martins (UNESP), Izabella Alvarenga (UNESP)
Resumo:
Pesquisas mostram que a droga mais consumida por adolescentes e jovens adultos é o álcool, com
o seu consumo começando em torno dos 14 anos de idade. Embora seja uma droga legal para as
pessoas a partir dos 18 anos de idade, adolescentes e crianças o usam em festas familiares, muitas
vezes sob o olhar complacente dos pais. A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2015, realizada
entre estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental, mostra que 55% deles já experimentaram
bebidas alcoólicas em algum momento da vida; 23,8% utilizaram nos últimos 30 dias anteriores
à realização da pesquisa e 21,4% relataram já terem ficado embriagados pelo menos uma vez na
vida. Esta pesquisa corrobora estudos anteriores, como o padrão de consumo de bebidas alcoólicas
nas maiores cidades brasileiras, na qual é mostrado que cerca de 5% dos adolescentes preenchem
critério de dependência de álcool. Lembrando que para alcançar-se este diagnóstico é necessário
o uso excessivo de álcool por pelo menos cinco anos consecutivos. Este uso está associado ao
fato desta droga ser vendida em qualquer estabelecimento comercial, inclusive nos postos de
combustível para carros, e também por haver forte apelo promocional para o seu consumo, com
propagandas bem elaboradas veiculadas nas redes de televisão para todo o país. O fato da venda
de bebidas alcoólicas ser proibida para pessoas com menos de 18 anos de idade não inibe o seu
consumo entre os adolescentes, como mostram as pesquisas, pois eles têm bebidas a seu dispor
em suas residências e ou festas familiares. O objetivo deste trabalho foi adaptar uma intervenção
breve desenvolvida para estudantes universitários (adultos jovens) para adolescentes que estão
cursando os anos finais do ensino fundamental e ou o ensino médio. A intervenção desenvolvida
consta de quatro etapas. A primeira, a identificação do padrão de beber dos alunos (Screening)
com a utilização do Teste para Identificação de Desordens devido ao uso de Álcool (AUDIT). A
segunda, a entrevista, na qual os alunos identificados como usuários de risco de bebidas alcoólicas
respondem a dois questionários, o Perfil Breve do Bebedor e o Padrão Esporádico de Uso de Bebidas
Alcoólicas, para detalhamento do consumo. A terceira etapa é a aplicação da intervenção breve, de
cunho cognitivo comportamental, na perspectiva da abordagem de redução de danos, e baseada
na Entrevista Motivacional e Prevenção de Recaída. A última etapa consta da manutenção das
orientações junto aos alunos e checagens de avaliação da intervenção aplicada. Esta abordagem foi
testada diretamente pelos autores deste trabalho em alunos de ensino médio de escolas públicas
do interior do estado de São Paulo, com resultados satisfatórios, e via professores, que receberam
capacitação em serviço para a sua aplicação, também em alunos do ensino médio, também com
bons resultados. Estes resultados mostram a necessidade de terem-se intervenções para jovens que
bebem pesadamente, mas ainda não são dependentes de álcool.
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363
Mobilidade urbana de jovens com deficiência: narrativas sobre enfrentamento, resistência e
empoderamento
Autores(as): Karla Patrícia Martins Ferreira (UNIFOR), Henrique Sérgio Beltrão de Castro (UFC),
Sylvia Cavalcante (UNIFOR)
Resumo:
Apresentamos os resultados preliminares de uma pesquisa que tem por objetivo estudar as
histórias de vida de Pessoas com Deficiência (PcD) na sua relação com a cidade, focando em
seus deslocamentos como forma de apropriação do espaço urbano. Entre os entrevistados oito
eram jovens com idades entre 17 e 25 anos e serão estes relatos que enfocaremos. A pesquisa
foi realizada em dois momentos: na primeira etapa, através do programa “Todos os Sentidos” da
Rádio Universitária da Universidade Federal do Ceará (UFC), foram realizadas entrevistas com
alguns participantes cegos e também cadeirantes sobre a mobilidade da pessoa com deficiência
na cidade de Fortaleza. Posteriormente, com um intuito de aprofundar o nosso conhecimento
sobre a experiência de se deslocar na cidade sendo uma pessoa com deficiência, realizamos
entrevistas narrativas individuais através das quais os participantes relataram suas experiências,
suas dificuldades e estratégias de enfrentamento e resistência. além de darem sugestões para
melhorar a condição de mobilidade em Fortaleza. Os dados foram analisados através de análise
de conteúdo. Os resultados mostraram que a cidade é sentida como um verdadeiro arquipélago,
formado de ilhas de acessibilidade, cercadas por entornos não acessíveis. As narrativas nos trazem
histórias de lutas e superações e de enfrentamento cotidiano com diversos obstáculos tanto
material como imaterial. Além dos aspectos estruturais da cidade, foram citadas também barreiras
atitudinais geradas, principalmente pela falta de conscientização, preconceito e indiferença por
parte da população. Há uma imagem de enfrentamento em relação à cidade e a sensação de
sentirem-se repelidos, rejeitados pela mesma. Tal percepção influencia seu desejo de circular ou
não pelo espaço urbano, de conhecê-lo e, consequentemente, sua apropriação e identificação dos
espaços da cidade e de sua atuação cidadã na mesma. Diante do descumprimento da legislação e
da falta de fiscalização observada, que denota a invisibilidade das PcD, os entrevistados destacaram
a necessidade de instigar a população e o poder público a considerarem seu direito à mobilidade
urbana e à participação na vida pública. Apontaram também uma série de sugestões para o
planejamento da cidade para uma relação mais amigável com a cidade. Compreendemos que o
ato, aparentemente simples, de se deslocar pela cidade se torna um fator importante que colabora
para a apropriação do espaço público, influenciando a construção da percepção ambiental, da
relação afetiva Com o entorno e, consequentemente, no compromisso dos indivíduos com a cidade.
Assim, destacamos que a relação entre mobilidade, espaço físico e construção da subjetividade é
inegável. Esperamos que este estudo traga informações importantes sobre jovens com deficiência
e suas necessidades, sobre a mobilidade de PcD na cidade, de forma que o conhecimento que será
construído a partir desta pesquisa possa contribuir com a ampliação e fortalecimento do debate
sobre o direito de ir e vir e de todas as pessoas terem direito à cidade, como cidadãos plenos.
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364
Apontamentos sobre mulheres jovens em situação de rua e cuidados em saúde
Autores(as): Alana de Oliveira Lima (UFC), Ricardo Pimentel Méllo (UFC)
Resumo:
Nos últimos quinze anos, ampliou-se a criação e implementação de políticas públicas no Brasil,
em vários campos, como por exemplo: assistência social, saúde e educação. Destacamos no
campo da saúde a chamada “Reforma Psiquiátrica”, aprovada em 2001, direcionada às pessoas
institucionalizadas em hospitais psiquiátricos, a qual preconiza o cuidado em liberdade. Contudo,
no que diz respeito às pessoas que vivem nas ruas, algumas classificadas com “sofrimento psíquico”,
não houve o mesmo interesse em relação às políticas de saúde a elas direcionadas. Somente, em
meados da década de 1980, é que se criam políticas no âmbito da assistência social para esse
público, pois, anteriormente, na década de 1970, a assistência era dada pela Pastoral do povo de
rua, ligada à Igreja Católica e outras instituições filantrópicas. Já no campo da saúde, a exceção
foi a criação, em 1999, do Projeto “Consultório de Rua”, ligado a UFBA, na cidade de Salvador-BA
que, posteriormente, foi adotado em 2011, pelo Ministério da Saúde como política nacional, com
o nome de “Consultório na Rua”, ligado a Política Nacional de Atenção Básica. Se já não bastasse
raras políticas, notamos que, não poucas vezes, ao finalizar a gestão de um governo e passar para
outro, muitas das ações da gestão anterior são desmontadas e quem mais sofre com isso são as
pessoas que necessitam diretamente das políticas, como por exemplo as pessoas em “situação
de rua”. No que se refere às jovens mulheres que vivem nas ruas, a situação não é simples, tendo
em vista que, como os homens nesta situação estão em maioria, as políticas são articuladas para
eles, mesmo que sirvam para elas também em algum momento. Bem sabemos em função de
violência de gênero, as mulheres são envolvidas em diversas circunstâncias de risco, peculiares,
além de passarem por gravidez e/ou aborto difíceis de serem acolhidas, de modo geral, quando
são empobrecidas, imagine-se em situação de rua em que práticas machistas e discriminatórias
também são evidentes. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é dar visibilidade aos aspectos
singulares à saúde de jovens mulheres que vivem nas ruas. Tais reflexões, constitui de pesquisa em
andamento que se sustenta em produções advindas do campo do Serviço Social (Izalene Tiene),
Antropologia (Simone Frangella) e Saúde Coletiva (Anderson Rosa), por meio de Estudo de Caso,
que vem sendo desenvolvido mediante observações e conversas no cotidiano da rua de algumas
mulheres e de serviços da assistência social. Como principais resultados, esperamos que a pesquisa
contribua para: a) compreensão e análise das práticas de cuidado produzidas por mulheres em
situação de rua; b) colaborar com o aprimoramento da política de atenção integral à saúde de
mulheres e da política nacional para a população em situação de rua.
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365
Homicídios juvenis em Fortaleza: experiência do GT sobre Drogas, Violência e Juventude
Autores(as): Vanessa Amarante de Souza (UFC), João Paulo Pereira Barros (UFC), Luis Fernando de
Souza Benicio (UFC), Pedro Henrique Capaverde (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
366
O Processo Histórico da Violência Intrafamiliar e suas Repercussões na Adolescência
Autores(as): Thais Afonso Andrade (UNICAP), Albenise de Oliveira Lima (UNICAP), Helga Costa
Carvalho rodrigues (UNICAP), Ubiracelma Carneiro da Cunha (UNICAP)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
367
Perigo, cuidado e risco, segundo adolescentes residentes na favela da Maré
Autores(as): Marcia Lisboa (Fundação Oswaldo Cruz)
Resumo:
Este relato propõe-se a discutir os sentidos atribuídos por adolescentes residentes na favela da Maré,
na cidade do Rio de Janeiro, às noções de perigo, cuidado e risco. Origina-se de uma investigação
qualitativa, na interface da comunicação com a saúde, acerca das formas de apropriação, por esses
adolescentes, de produtos jornalísticos sobre cuidado e risco à saúde.A análise construiu-se com
base em reflexões focalizadas em dois aspectos: a perspectiva epidemiológica de enquadramento
dos indivíduos dessa faixa etária na categoria grupo de risco - gestada em um ambiente riscofóbico,
conforme define Castiel -; e a centralidade midiática contemporânea, que potencializa a circulação
de informações a respeito da temática. Particularmente provocativa para a pesquisa foi a percepção
desse duplo traço – a cultura do risco, problematizada por autores como Giddens e Beck; e a
midiatização social, no sentido tomado por Sodré – no cotidiano de adolescentes de classes populares
que convivem com situações discriminatórias pelo fato de residirem em uma favela, tal qual elabora
Novaes. A investigação buscou fugir de rótulos comportamentais, seguindo o percurso de escuta dos
adolescentes, por meio da interação em grupo, para observar a construção de sentidos dos temas.
Os participantes foram tomados como sujeitos políticos em um território de múltiplas mediações,
no qual diferentes atores sociais concorrem na disputa discursiva. A pesquisa mais ampla combinou
técnicas de observação direta e indireta: discussões em grupo, descrição densa dos contextos do
campo de investigação, aplicação de questionário e produção de diagramas pelos participantes
dos grupos. Para atender ao objetivo desta comunicação foram privilegiados os resultados obtidos
no trabalho em grupo, inspirado no instrumento de grupos de discussão. Participaram do estudo 33
adolescentes, entre 14 e 16 anos. As atividades ocorreram entre novembro de 2012 e junho de 2013,
com três grupos, sendo um deles composto por estudantes de uma escola pública municipal e os
outros por integrantes de projetos de duas organizações sociais. As dinâmicas permitiram registrar
a circulação de discursos concorrentes da cultura do risco: tanto a demanda introjetada de cuidar
permanentemente de si, por mecanismos de autocontrole, quanto os argumentos de prevenção ao
risco inscritos nas próprias construções que enquadram os adolescentes como grupos de risco, a
exemplo da justificativa de “curiosidade do adolescente” para justificar a submissão a alguns riscos.
O resultado reflete a contradição contida nos alertas ao cuidado de si. A pesquisa apontou ainda
uma forte interlocução dos participantes da investigação com as famílias, em especial com as
mães, e a percepção de que esta mediação traz também, leituras e interpretações desses sujeitos
a partir do acesso que fazem dos meios, ou seja, discursos igualmente atravessados pelo processo
de midiatização. Paralelamente, revelaram-se acionamentos das tradições culturais desses atores
sociais e do contexto de violência no cotidiano dos participantes.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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368
GT 11 - Juventude e escola: o que o racismo tem a ver com isso? Identidades étnico-
raciais nas instituições educacionais, no currículo e nos livros didáticos
Coordenadores: Maria Cristina Giorgi (CEFET-RJ), Isabela Bastos de Carvalho (IFF-Maricá) e Natasha Fernandes
Mendes Brasil (Colégio Pedro II)
Resumo Geral:
Apesar dos avanços significativos em relação à educação para as relações étnico-raciais, mediante
a promulgação de leis que influenciam não só no processo de elaboração do currículo como
na inserção dos povos indígenas, negros, quilombolas através da política de cotas, ainda nos
deparamos com o silenciamento do tema do ponto de vista institucional. Em tempos em que o papel
do professor vem sendo questionado e, de forma arbitrária, redefinido pela política, é essencial
que as escolas tenham como objetivo contribuir para a formação cidadã do discente mediante
o efetivo conhecimento e desenvolvimento de suas habilidades. Essas instituições de ensino –
fundamentais para a construção de subjetividades, e, ao mesmo tempo, marcadas e atravessadas
pela configuração social – devem desenvolver uma ação pedagógica que contribua para o processo
de aprendizagem de cada aluno, visando, por meio do acesso aos conhecimentos científicos,
diminuir preconceitos, em especial o racismo. Desse modo, nos alinhamos a Kabengele Munanga
(2005) quando afirma que a educação possibilita a jovens e adultos processos de questionamentos
e desconstrução dos mitos que hierarquizam os diversos grupos humanos, frutos da sociedade
racista a qual pertencemos. Entendemos, pois, que a mudança de pensamento da sociedade
começa nos bancos escolares, e é comum que muitos pais deleguem toda a educação como função
da escola. Nesse espaço, portanto, é que ocorrerão as trocas, a construção do conhecimento e o
reconhecimento da identidade, uma vez que a escola deve ser o principal local de manifestação
democrática e cidadã. Levando em consideração que a juventude passa grande parte da vida nas
instituições de ensino, é preciso discutir também sobre o tipo de currículo a que ela está submetida,
e, de acordo com Tomaz Tadeu da Silva (1999), este precisa se renovar, para que se possa respeitar
todas as identidades sociais. No currículo, inserem-se também os livros didáticos, implantados
no Brasil inicialmente no contexto da ditadura militar, e que ainda hoje exercem forte influência
na educação. Cabem as indagações: esses livros invisibilizam ou valorizam a população negra e
indígena, bem como outras identidades de raça? Como a escola pode contribuir nesse aspecto?
Assim, é importante destacar que reconhecemos a fluidez das identidades, não fechadas em si
mesmas, dentro de uma visão bakhtiniana sobre os conceitos (principalmente sobre raça), que não
devem ser essencializados. Este GT, portanto, pretende discutir quais ações estão sendo realizadas
nos diversos níveis educacionais, da educação infantil à pós-graduação, para contemplar a temática
étnico-racial nas ementas dos componentes curriculares, na organização do trabalho escolar e
nos livros didáticos, de forma a garantir uma formação plena, respeitando as identidades étnicas
dos indivíduos. Receberemos trabalhos oriundos de experiências, estudos e pesquisas que versem
sobre o impacto da educação para as relações étnico-raciais na construção de identidades, no
combate do racismo e da discriminação, além de pesquisas sobre o resultado das políticas públicas
de ação afirmativa, nas formas de relatos de pesquisa e/ou de experiência.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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A escola como cenário de narrativas da adolescência
Autores(as): Lorena da Silva Lopes (Unifor), Leônia Cavalcante Teixeira (Unifor)
Resumo:
Este estudo tem como objetivo discutir a adolescência sob uma perspectiva psicanalítica, e como as
narrativas do processo do adolescer aparecem na escola. Situamos a adolescência passando pela
concepção de sujeito, constituição psíquica e processo de desidealização das figuras parentais.
Lançando luz sobre a questão da adolescência sob uma abordagem psicanalítica, utilizamos como
metodologia entrevistas não dirigidas com cinco adolescentes do sexo feminino que praticaram
a automutilação e o espaço escolar parecia ser o ambiente em que seria possível verbalizar suas
angústias. Diante dos atendimentos realizados com as adolescentes, percebemos que a escola
pode ser um espaço possível de escuta e expressão subjetiva, possibilitando que as experiências
corporais, sobretudo as convocadas pelo adolescer e que produzem a automutilação sejam, de
algum modo, articuladas à palavra como fonte de produção de um saber sobre si. Como resultado
do estudo compreendemos que o corpo adolescente surge demarcado pela via dos cortes, como
um pedido possível de subjetivação e de enunciação daquilo que está encoberto, procurando
significado e ancoramento no corpo, e que a escola pode ser o lugar possível de oferta da escuta
que o adolescente possa promover um saber sobre e si e sobre o que lhe ocorre. Desprender-se do
universo familiar é tarefa que compete ao jovem, mas este recorre aos recursos que a sociedade
lhe oferece, de acordo com seus ditames. O processo de subjetivação do adolescente, ao realizar
esse desprendimento dos pais, se concretiza como uma forma de se colocar como sujeito singular,
capaz de viver ao seu modo, utilizando recursos que lhes são satisfatórios, para então conquistar a
sua maneira de atuar no mundo, atravessado por condutas e valores que lhe condiz. Sabemos que
a educação é a ferramenta necessária para a construção do sujeito para conviver como ser social.
É através dela que o sujeito começará a se moldar para habitar nos espaços sócio-culturais, esse
“molde” começa na família e chega até a escola, onde as crianças/ adolescentes, por exemplo,
aprenderão as regras de convivências, respeitar os tempos que são normatizados pela instituição,
e aprender que não podem invadir o espaço do outro, dito de outro modo, é na escola que a
criança/adolescente aprenderá a conviver em grupo e em diversidade, porque a escola é o lugar
de pluralidade. A escola, então, é o lugar de encontro com o Outro, que é ao mesmo tempo é
semelhante e diferente de mim. As práticas pedagógicas muitas vezes, são pensadas de modo a
serem executadas de maneira semelhante para um conjunto de alunos, no entanto, quando se pensa
na singularidade, e se entende que nem todos aprendem da mesma forma, nem tampouco, pensam
igual é possível entender que cada sujeito tem seu ritmo, correm conforme o seu compasso. Por
isso, que é preciso compreender (diretores, coordenadores, psicólogos, professores) que as práticas
educativas podem ser a todo o momento reinventadas, reconstruídas e reelaboradas, conforme a
realidade escolar e o contexto onde se vive.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
370
Juventude e ambiente escolar: um olhar a partir da relação pessoa-ambiente
Autores(as): Juliana de Souza Ferreira Vieira (Unifor), José Airton Nascimento Diógenes Baquit
(Unifor), Karla Patrícia Martins Ferreira, Lisa Naira Rodrigues de Sousa (Unifor), Sylvia Cavalcante
(Unifor)
Resumo:
A instituição de educação formal faz parte de um dos principais agentes socializadores, onde
as crianças e os jovens dão início ao seu processo de interação social e aquisição de novos
conhecimentos, interagindo neste lugar - tanto com pessoas quanto com os espaços naturais e
arquitetados, momento fundamental para o estabelecimento de vínculos com o ambiente e com
as pessoas. Pensando na escola enquanto lugar de convivência, ensino e aprendizagem é que este
trabalho objetiva discutir sobre a relação da juventude e o ambiente escolar. Neste sentido, a escola
exerce preciosa influência sobre o adolescente em relação às ideologias, escolhas profissionais e
formação de valores morais, isto é, o meio físico e o clima relacional da escola atuam de modo
não-verbal sobre os estudantes (Rodrigues e Miranda, 2013; Elali, 2003). Portanto, a escola tem
impacto direto e simbólico sobre os ocupantes, facilitando e/ou inibindo comportamentos. Essa
observação aponta que os direcionamentos dados pela escola aos seus estudantes passam, muitas
vezes, despercebidos por eles. Para a reflexão aqui proposta a metodologia utilizada foi a partir de
releituras bibliográficas dos principais estudos relativos à área educacional e ambiental. Para Elali
(2003), por exemplo, os comportamentos aprendidos na escola, conscientemente ou não, serão
levados em consideração pelos alunos, seja na conduta, nas relações ou na própria individualidade.
Torales (2012) ressalta ainda que a influência da escola na vida de crianças e adolescentes é
tamanha a ponto de condicionar a dinâmica familiar e o tempo que é gasto fora deste espaço, pois,
cada vez mais, o tempo tem sido dedicado à escola. O tempo vivido dos jovens alunos é direcionado
pela escola, lançando sobre eles suas exigências produtivistas e de acumulação de informações e
conhecimentos externos. É através da escola enquanto lugar de afeto, construção de identidade e
portadora de sentido, que esta reflexão tenta associar o espaço escolar com a Psicologia Ambiental,
campo que destaca a vinculação das pessoas com os seus espaços, existindo processos que
enfatizam os laços afetivos em relação aos lugares, bem como os vínculos estabelecidos com os
mesmos (Valera, 1996; Cavalcante e Elali, 2011; Rivlin, 2007; Pinheiro, 2010; Günther, 2012; e Tuan,
1987). Portanto, através desses pressupostos e proximidades entre as áreas de estudo, percebe-se
que a escola precisa se aproximar cada vez mais do contexto social para ser mais atrativa aos jovens,
levando em consideração não apenas os conteúdos curriculares ou profissionalizantes, mas também
a realidade social em que se encontram. Diante desse contexto mencionado, os estudantes podem
perder a vontade de frequentar o ambiente escolar por perceberem determinadas discrepâncias
entre a realidade da comunidade e a realidade social que encontram na sala de aula, pois o lugar
pode ser percebido, de acordo com as nossas experiências, como um local de afeto ou de repulsa.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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371
Práticas Pedagógicas das Equipes Gestoras da Educação Básica Juventude e o Racismo em Macaé:
uma análise dialógica
Autores(as): Sandra Cristina Brandão (CEFET-RJ), Alexandre de Carvalho Castro (CEFET-RJ)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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372
Visibilidade na Escola: representações negras nos cordéis usados nas aulas de Sociologia
Autores(as): Diego Ramon Souza Pereira (Secretaria de Educação do Estado da Bahia)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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373
Quais soluções os alunos do 8º ano encontram para o preconceito racial?
Autores(as): Marcia Linhares Rodrigues (Prefeitura de Fortaleza), Karla Priscila Alves Eleutério
(Fateci)
Resumo:
A escrita traz diversas consequências sociais, culturais, políticas, econômicas, cognitivas e linguísticas.
Assim, segundo Soares (2006), ao adquirir a habilidade do ler e escrever e ao envolver-se nas práticas
sociais de leitura e escrita, o indivíduo passa a sofrer consequências, alterações de diferentes ordens
no seu estado ou condição. Nesse ínterim, a produção de textos, torna-se uma prática social e não
uma mera atividade mecânica, como menciona Dolz, Cagnon e Decândio (2010). Além da escrita, a
música é um elemento transformador, como exemplo, temos o rap que, em referência a Scandiucci
(2006), com os elementos centrais, pode ser interpretado como reelaborações de práticas culturais
de origens africanas, ligadas à tradição oral e à música. Assim, o rap atinge parte considerável da
população jovem, sobretudo a que mais sofre com o processo de exclusão social, isto é: a negro-
descendente das periferias. Nesse contexto, aparecem diferentes formas de preconceito, entre eles
o racial e o social, em que o racismo aberto, como coloca Dalal (2002), é mais fácil de lidar, porque é
“autoconfesso” e, portanto, visível a todos, do que lidar com o racismo encoberto. Mas, diante dessas
discussões, o que os alunos de classe social abastada, majoritariamente brancos, pensam sobre o
racismo? Portanto, partindo do eixo temático “Juventudes e relações étnico-raciais” com viés no
preconceito racial e social, este trabalho objetiva analisar as produções de texto dos alunos do 8º
ano de uma escola particular no município de Fortaleza - CE com a intenção de perceber o que os
discentes pensam sobre questões sociais. Como metodologia, na aula de Produção Textual, houve
apresentação de textos verbais/não verbais e multimodais (vídeos no Youtube) acerca da temática
e uma discussão relevante o que forneceram o objeto de análise desta pesquisa: as produções
textuais dos discentes com ênfase nas propostas de intervenção. Com o resultado da pesquisa, sob
um viés psicossocial, mencionando Santos, Gouveia, Navas, Pimentel e Gusmão (2006), foi possível
perceber que os alunos utilizaram a escrita, mesmo que esta proposta seja uma simulação da vida
real, como uma arma para transformação social. Além disso, por terem solucionado o problema do
preconceito racial e social, foi possível perceber que eles vislumbraram uma questão controversa.
Diante disso, como reflexão, percebemos o quanto há uma relação muito significativa entre
linguística e psicologia, uma vez que, na prática, diferentes perspectivas psicológicas apoiam a
forma como abordamos e compreendemos os fenômenos linguísticos. Além do mais, essa língua
escrita advém da concepção de que a linguagem ocorre no processo de interação verbal entre
sujeitos, ou seja, nela há o implícito que, muitas vezes, o leitor percebe na voz do escritor.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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374
As relações étnico-raciais na escola: uma dinâmica envolvendo histórias de vida
Autores(as): Luis Campili Pereira (UNILAB), Janiely Maria Monteiro Teixeira Bessa (Seduc Ceará),
Márcia Barbosa de Sousa (UNILAB), Rudilson Manuel Ié (UNILAB)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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375
Rupturas do silêncio numa escola da Rede Federal: posicionamentos do sujeito-professor junto à
construção de uma educação antirracista no ambiente escolar
Autores(as): Carlos Fabiano de Souza (UFF)
Resumo:
Esta comunicação busca apresentar alguns resultados parciais de parte de um projeto de pesquisa,
em desenvolvimento no Instituto Federal Fluminense campus Cabo Frio, junto ao Núcleo de
Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) dessa instituição, que visa a investigar o racismo no
ambiente escolar. O intuito é criar possibilidades de reflexão sobre práticas racistas invisibilizadas
e, por conseguinte, promover a sensibilização dos estudantes, docentes e demais servidores ante as
questões étnico-raciais. Atualmente, os NEABIs encontram-se presentes, ou em fase de implantação,
em vários Institutos Federais e Universidades brasileiras, consolidando-se como espaços de
interlocução entre professores, estudantes e pesquisadores de diversas áreas interessados em
estudos que valorizem e respeitem o nosso mosaico multicultural, cuja base é o índio, o negro e o
branco. Nessa perspectiva, as pesquisas desenvolvidas no NEABI campus Cabo Frio surgem como
forma de: (a) buscar maneiras de contribuir para a superação do racismo em nossa sociedade;
(b) fomentar propostas de intervenção pedagógica em nossas escolas, com vistas à formação
integral dos nossos jovens, a partir de uma política educacional que reconheça a formação étnica
do nosso país, valorizando, assim, os padrões culturais das etnias; (c) criar caminhos favoráveis
para desconstruir, ressignificar e reconstruir conceitos e conteúdos necessários aos conhecimentos
históricos e culturais do povo negro e indígena em nosso país. Tendo em vista essas questões, a
proposta aqui apresentada está ancorada no dispositivo de pesquisa elaborado por Rocha (2006),
aplicado a um grupo de professores de diferentes componentes curriculares do nosso campus,
que atuam junto à educação profissional de nível técnico. Esse instrumento de análise se dedica
a investigar que tipo de educação se prioriza na escola: etnocêntrica ou antirracista? Ressalta-se
que optamos por mobilizar esse dispositivo a partir do enfoque enunciativo, entendendo-o como
uma materialidade discursiva que produz sentidos, ancorado no dialogismo bakhtiniano e na AD
de base enunciativa. Em face dessa explicitação, nossa lente de observação está pactuada no
papel desempenhado pelo professor como vetor de práticas significativas que cooperem para a
construção de uma educação antirracista, influenciando sobremaneira na formação integral da
juventude contemporânea em instituições pluricurriculares, multicampi, com uma multiplicidade de
itinerários formativos. Ademais, como forma de interlocução, utilizou-se também o instrumento de
pesquisa entrevista à luz dos escritos de Daher (1998), objetivando analisar nessa interdiscursividade
se os enunciados produzidos nesse evento reforçam ou mascaram os aspectos apresentados no
dispositivo supracitado. Em tempos cada vez mais permeados por uma efervescência de enunciados
racistas publicados em mídia virtual, os resultados sinalizam para a relevância desses instrumentos
no que toca a viabilizar espaços de construção e divulgação de conhecimento que colaborem
para a construção de uma educação antirracista no ambiente escolar, influenciando, sobretudo, na
formação humana de nossos jovens.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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376
SARAVÁ: a implementação da Lei 10.639 numa escola militar do Rio de Janeiro
Autores(as): Andréa da Silva Aguiar (Colégio Brigadeiro Newton Braga), Janete Santos Ribeiro (ISERJ)
Resumo:
Esse relato de experiência refere-se a um Projeto Pedagógico intitulado “Saravá” e que tem como
objetivo a implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08 no espaço escolar. O referido projeto
realiza-se em várias etapas e tem sua culminância no dia 13 de maio. Não se trata de um dia festivo
ou de eventos para os estudantes, o Saravá pretende-se um momento que integra, ao mesmo
tempo, formação, informação e troca de experiências que envolve os vários setores da escola:
gestores, coordenadores de disciplinas, Serviço de orientação escolar, inspetores, responsáveis,
professores e estudantes que em diversos momentos participam de oficinas, mesas redondas, rodas
de conversas, envolvendo diversas linguagens como dança, teatro, cinema e artes plásticas que
contam com a dinamização de profissionais externos e membros de movimentos sociais, bem como
de professores da própria escola. Nos dias em que se processam as atividades do Saravá, há uma
modificação, por completo, da dinâmica do colégio, no que concerne aos horários, à disposição das
salas de aula, das turmas. Nesses dias, os estudantes escolhem a atividade da qual querem fazer
parte sem que esta esteja atrelada a uma turma específica. Também os horários não são rígidos, há
atividades de maior duração que outras. Dentre as atividades do Saravá, incluem-se os momento
de preparação do evento em que os estudantes participam da confecção de “mimos” a serem
entregue aos convidados, da ornamentação da escola, da arrumação das salas e de toda a logística
do dia. Cabe ressaltar que o Saravá é reconhecido por boa parte dos professores civis da instituição,
que também mantém em seu quadro professores militares, como um momento de transgressão
aos rígidos padrões disciplinares que essa instituição impõe. Estando em sua terceira edição, o
Projeto Saravá trouxe como questão central a discussão do Racismo Institucional tendo em vista
os acontecimentos que estruturam o cotidiano dos estudantes, tais como a obrigatoriedade de um
uniforme que não se adéqua às características físicas do povo brasileiro e que ao fazê-lo produz
falas e gestos que se caracterizam como racistas. Outra demonstração de racismo institucional
revela-se na adoção de um livro de Língua Portuguesa que desqualifica a Literatura de Carolina
Maria de Jesus, também a questão religiosa que frequentemente impõem o desafio de pensar o
quão a escola pode ser discriminadora de religiões que não se enquadrem no rol das religiões
hegemônicas. O que então nos motivou a abordar as diversos manifestações de Racismo presente
em nosso cotidiano e traçar estratégias de combate a ele. O Projeto representa um esforço coletivo,
voluntarioso e com uma intensa mobilização escolar, ainda que não encontre respaldo junto
a alguns segmentos da escola muito em função do nome adotado: Saravá mas que com muita
criatividade tem despertado muito interesse nos estudantes.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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Questões Étnico-Raciais no Curso de Pedagogia da UVA
Autores(as): Déborah de Sousa Avelino (UVA), Andrea Abreu Astigarraga (UVA)
Resumo:
Introdução: A Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA não adotou políticas de ação afirmativa
– cotas raciais. Portanto, todos (as) estudantes ingressaram através do vestibular. Este, adota
critério de classificação e configura-se uma estrutura hierárquica que visa o mérito, reforçando a
discriminação e exclusão racial especificamente na área educacional em cursos de menor prestígio
social. O objetivo principal desta pesquisa foi analisar os estudantes de etnia negra do curso de
Pedagogia da UVA e analisar os componentes curriculares que abordam as questões étnicas-raciais
na matriz curricular. Relação com o GT e eixo temático: Quais as ações curriculares realizadas
no curso para contemplar a temática étnico-racial nas ementas dos componentes curriculares
de forma a garantir uma formação étnica plena? Orientação teórica: A inferioridade de uma
pessoa ou de um grupo é produto de uma complexa construção social, feita em torno de certas
diferenças o (estigma) e da perpetuação que essa construção tem na sociedade. A metodologia
utilizada foi qualitativa e os procedimentos metodológicos foram questionário semiestruturado,
análise de documentos da instituição e levantamento estatístico. A identificação étnico-racial dos
sujeitos foi feita através de autoidentificação. Os resultados apontam que os sujeitos pesquisados
são majoritariamente mulheres negras (91,67%). Destas, 87,5% identificam-se como negras e
pardas. A investigação apontou que 68,96% das pessoas investigadas afirmam que há racismo na
universidade. O que mais chamou atenção na pesquisa é que os jovens (as) negros (as) universitários
(as) que se autoidentificaram com a etnia negra, posteriormente, tiveram reações adversas, tais
como, alegar que o questionário aplicado não abordava questões sobre sua verdadeira etnia e
de não serem a favor das cotas raciais. Em relação à análise da matriz curricular, constatamos
que existe uma disciplina cujo nome é: Gênero, Etnia e Educação. Conclusão: Um componente
curricular único que envolve outra temática importante e complexa, tal como gênero, na ementa
de uma única disciplina onde as temáticas não são interseccionais, talvez contribua para as
ambiguidades de formação identitária no grupo de jovens universitários do curso que, além de não
ter muitos componentes curriculares para estudos, pesquisas e formação, também não apresentam
engajamento no movimento estudantil universitário, em movimentos sociais e políticos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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Experiências juvenis com racismo institucional em Fortaleza: Relatos sobre Escola, Polícia e
Universidade
Autores(as): Larissa Jucá de Moraes Sales (UFC), Andrija Oliveira Almeida (UFBA), João Miguel
Diógenes de Araújo Lima (Pótere Social)
Resumo:
Esta comunicação aborda diferentes formas de experiência social com racismo institucional,
vivenciadas e narradas por jovens negros de 15 a 29 anos em Fortaleza (CE). A problematização é
parte do projeto de pesquisa “Juventude negra no Nordeste do Brasil: violência, racismo institucional
e proteção social” (CNPq/MS/SCTIE/DECIT/SGEP/DAGEP nº 21/2014), desenvolvido nas cidades de
Fortaleza, Recife e Salvador, sob a coordenação da Universidade Federal da Bahia. Partiremos de
nossos materiais de pesquisa acumulados, construídos a partir de três entrevistas e três grupos
focais realizados em Fortaleza nos anos de 2015 e 2016. Os grupos focais foram formados por
jovens que se autodeclaram negros e brancos, com o intuito de fomentar debates. O objetivo foi
compreender as visões que tinham de si, como pensam as situações de racismo e violência que
testemunham e/ou vivenciam, e como percebem a oferta de equipamentos e serviços públicos para
as juventudes nas cidades da Região Metropolitana de Fortaleza. Nesse sentido, foram mobilizados
estudantes de ensino médio, universitários, trabalhadores e desempregados. A partir das perguntas
“O que é ser jovem? Como você se vê? Como os outros o veem?”, os participantes partilharam suas
experiências, atravessadas por família, orientação sexual e pressões para entrada no mundo do
trabalho, bem como as influências de marcadores como “cor/raça”, bairro/território e condição
financeira. Outro método de pesquisa foi o da entrevista semiestruturada. Para esta finalidade
foram selecionados, dos grupos focais, três jovens autodeclarados negros, para que pudéssemos
aprofundar temáticas que nos pareceram importantes após a realização dos grupos focais. A
polícia apareceu como agente de racismo institucional nos relatos dos jovens, evidenciando uma
predileção por um “perfil suspeito” composto por raça e vestimenta, assim como o território, que
influencia nas abordagens e “baculejos” de policiais, prática recorrente nas periferias. Ressalta-se
que a escola foi apontada com uma relevância imprevista nas experiências de racismo e preconceito
vividas pelos jovens negros envolvidos no processo da pesquisa. Instituições de educação formal,
como a escola e a universidade, são espaços em que colegas de classe, professores, funcionários
e agentes de segurança reforçam o racismo em interações cotidianas. Entendido como espaço de
reprodução do arbitrário cultural, os relatos denunciaram a reprodução do racismo na escola, a
incutir a depreciação do corpo negro e sua estética, em um direcionamento particular às mulheres
negras, e o preconceito religioso. Quanto às universidades, destacaram uma ambiguidade: por um
lado, a prática de suspeição racista e reprodução de mecanismos que tornam difícil a permanência
dos mais pobres; e, de outro, um espaço do “tornar-se” negro, na interação com estudantes ativistas
e movimentos negros. Nesse sentido, a pesquisa compreende que as instituições educacionais
se configuram como espaços privilegiados para a identificação dos mecanismos do racismo
institucional e, também, como espaços potenciais para a introdução de iniciativas não racistas.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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379
GT 12 - Juventude, arte urbana e formas de cidadania insurgente
Coordenadores: Hildon Oliveira Santiago Carade (IFbaiano) e
Roselene Cassia de Alencar Silva (UFBA)
Resumo geral:
Artes urbanas tais como o grafite, a pichação, o break, o funk e o rap nos remetem a uma
interlocução com o conceito de juventude ou juventudes. Estas expressões artísticas tornam
visíveis maneiras peculiares de comunicação juvenil, bem como se apresentam enquanto
formas de protesto de grupos subalternos e plataformas para estabelecimento de status e
notoriedade grupal. Quase sempre estas expressões são oriundas das periferias urbanas,
locais onde a degradação e a criatividade se irmanam, configurando-se, assim, como o locus
privilegiado da inovação nas grandes metrópoles. Não têm sido poucas as reflexões nos
âmbitos político, artístico, jurídico e educacional que objetivam a compreensão das causas e
motivações para esses fenômenos, não raro com o intuito de reprimir ou controlar essas ações.
Entretanto, a relevância destas expressões tem sido afiançada a partir do seguinte debate:
se elas podem ser consideradas ou não como arte. Por si só, tal polêmica já baliza nossa
justificativa para a confecção deste GT, articulando-o ao oitavo eixo temático “Juventudes,
artes e cultura”. Porém, nosso objetivo, ao já colocar no título o termo “arte urbana”, é não
apenas tomar uma posição neste quiproquó, em sustentando o lugar da cultura da periferia no
universo artístico, mas também reafirmar o seu potencial político. Se, por um lado, pela mirada
acadêmica, ficaria difícil postular um espaço para estas ações na etiqueta das belas artes, por
outro, uma vez que elas possuem autores, uma escrita e uma poética, bem como um público-
alvo, não há como lhes negar o seu potencial de produção simbólica, o que nos coloca mais
uma vez no terreno do debate entre cultura erudita versus cultura popular. Do ponto de vista
dos jovens, podemos afirmar que estas manifestações articulam questões acerca de qual tipo
de cidade queremos ter. Tal questionamento, por seu turno, não pode estar dissociado de saber
qual tipo de vínculo social, de relacionamentos com a natureza, com os equipamentos urbanos
e com o patrimônio público, valores estéticos e tecnologias nós desejamos, o que seria, nos
termos de Harvey (2012), a demanda de um direito à cidade. De acordo com ele, tal direito é
muito mais que a liberdade de ter acesso a determinados recursos urbanos; é um direito de
mudar a nós mesmos, a partir de mudanças na cidade. Assim, observamos na pichação, no
grafite, no rap, no funk, no break, dentre outros, a emergência de uma cidadania insurgente
(Holston, 2008) que tem as grandes cidades como locus e objeto de apropriação, espaços onde
irrompem lutas que demandam o acesso a direitos, que questionam privilégios historicamente
dados a certos estratos sociais, bem como reconfiguram as noções de público e privado. Assim,
fará parte deste GT todos os trabalhos que façam esta articulação entre cultura da periferia e
formas de cidadania insurgente, destacando a componente de resistência política imanente a
estas manifestações. Tais trabalhos devem ser empiricamente embasados, a partir de diversas
metodologias qualitativas (estudos de caso, etnografias, biografias, entrevistas, dentre outras),
podendo estar tanto em estágio inicial, quanto mais avançado, de pesquisa.
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380
É nós, os dedos sujos da cidade”: sociabilidade, lazer e territorialidades entre pixadores em
Recife-PE
Autores(as): Daniela Sales de Souza Leão (UFPB)
Resumo:
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381
A arte como instrumento de mobilização social e afetiva
Autores(as): Millena Raianny Xavier da Silva (UNILEÃO), Daniele Alves Leite (UNILEÃO), Diana
Pereira Lopes (UNILEÃO), Lorrana Caliope Castelo Branco Mourão (UFC), Tadeu Lucas de Lavor
Filho (UNILEÃO)
Resumo:
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382
A arte das quadrilhas juninas
Autores(as): Isa Mairy Tomé Oliveira Palmeira (IFBA), Rosangela Patrícia de Sousa Moreira
(IFBA)
Resumo:
Esta investigativa mergulha no universo magnífico das quadrilhas juninas que trazem também
momentos de luta para manter sua tradição. Como fruto amadurecido no Projeto A Rádio da
Escola na Escola da Rádio, desenvolvido no IFBA – Campus Valença desde 2013, através de
uma parceria com o Grupo de Pesquisa em Geotecnologias Educação e Contemporaneidade
– GEOTEC da Universidade do Estado da Bahia - UNEB, este projeto de pesquisa teve como
principal objetivo identificar o que mantém vivo o espírito junino dentro dos jovens integrantes
da quadrilha Girassol, enaltecendo a importância desta manifestação cultural no município
de Valença, além de compreender qual a sua importância dentro da formação sociocultural
dos jovens valencianos. Não conseguimos precisar quando, mas se tornou comum notarmos a
falta de aspectos da festa junina habitual, a qual deixou de ser um ápice de união com amigos,
familiares, conhecidos e desconhecidos em volta de uma fogueira, tornando-se uma festa
próxima de um espetáculo, que atrai pessoas de vários lugares para ver shows de grandes
artistas que nem sempre estão ligados à tradição junina. Na contramão deste movimento, o
grupo cultural Quadrilha Girassol, atualmente formado por 54 bailarinos entre 14 e 25 anos
de idade, exerce um papel fundamental na cidade de Valença: expor a Quadrilha Junina como
uma arte, um movimento cultural que atravessa gerações, trazendo novas perspectivas de arte
e cultura. Durante as entrevistas com os integrantes, percebemos que o grupo enfrenta grandes
dificuldades, sobretudo, financeiras. Mas que não os impedem permanecer unidos com o
objetivo de manter uma essência cultural na cidade, ensaiando incessantemente durante meses
para transmitir através de suas coreografias o sentimento de pertença para com a atividade.
Paralelo aos ensaios, os integrantes saem em busca de patrocínios com os comerciantes da
cidade, fazem rifas, pedágios, e outras ações, buscando arrecadar fundos para os custos com o
grupo, pois a cidade não dispõe de projetos de incentivo/apoio financeiro a tais manifestações
culturais. Todavia, entrevistas revelaram que a própria sociedade desconhece o trabalho ou
a própria existência do grupo cultural e todo o esforço realizado por seus integrantes. Esses
dados evidenciam o quanto os jovens se encontram afastados de uma manifestação que age
durante meses, reunindo pessoas de diferentes bairros, despertando emoções ao longo de
suas apresentações e exercendo sua cidadania, pois enquanto reconhecem a necessidade
da manifestação, não medem esforços para mantê-la viva. Nossa investigativa reforça que
a cultura atravessa gerações, não possui prazo de validade, ela acompanha a formação do
cidadão, fortalecendo a essência de uma sociedade. O espírito junino vivo no grupo Quadrilha
Girassol exalta a sensação de pertencer ao lugar e o desejo de sua valorização cultural,
refletindo em esforços sem medidas para que o público se emocione a cada apresentação.
Eles creem na imortalidade de uma tradição que avança gerações, numa cidade que entenda
que toda manifestação cultural possui um papel na sociedade e que tudo começa no despertar
dos jovens para esse movimento.
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383
Cidade, cultura e identidade: direito à arte e Intervenção urbana
Autores(as): Harley Sousa de Carvalho (UNILAB), Levi Mota Muniz (UFC), Luana Adriano Araújo
(UFC)
Resumo:
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384
Corpo~Cordão: rizomatizando arte e educação
Autores(as): Francisco Roberto de Freitas (SEMEC-Teresina)
Resumo:
Essa pesquisa de mestrado teve como território de estudo o Corpo~Cordão, aqui entendido
como o coletivo de pessoas que compõem o Cordão Grupo de Dança, alunos/as da Escola
Municipal Porfírio Cordão, localizada na zona sudeste de Teresina - Piauí. Em seus 10 primeiros
anos de existência (2005-2015), com um trabalho atravessado por conexões que aliaram o
fazer artístico a objetivos educativos, crianças e jovens com idades entre 10 e 23 anos, com e
sem deficiência física, transitaram interdisciplinarmente por estudos/pesquisas/criações que
tiveram como principal fio condutor a dança contemporânea. Tais atividades acabaram por
interferir na própria composição de vida daqueles/as dançantes. Como então identificar tais
influências, a interferência da dança na composição de vida daqueles/as jovens dançantes?
Essa pesquisa objetivou cartografar caminhos trilhados pelo fazer-dizer (SETENTA, 2008)
do Corpo~Cordão, sua trajetória artístico-educativa, ressaltando conexões que levaram as
atividades desenvolvidas a influenciar a composição da própria vida dos/as dançantes que
delas participaram. A questão maior sempre foi imergir cada vez mais no universo da dança
produzida no e pelo Corpo~Cordão, no intuito de dar visibilidade às atitudes, ações e relações,
discursos que constituíram mapas de vidas, trajetórias próprias, dentre as possibilidades que
poderiam se apresentar. O caminho escolhido foi a cartografia, metodologia gerada a partir
do pensamento de Deleuze e Guattari (2014). Mais do que uma escolha, essa decisão compôs
um posicionamento ético, estético e político. Para além das diferentes maneiras de se lidar
com o corpo, e com as informações que dele emerge, e admitindo que “[...] linguagem é som,
é silêncio, é dispositivo, é discursividade, atravessadas por relações de saberes e poderes”
(PETRONÍLIO, 2015, p. 1), a dança constitui uma linguagem que engloba diversos signos, modos
de enunciação, modos de fazer com o corpo, um fazer da dança. O fazer da dança em seu
território, o corpo. Corpo-território é o termo utilizado por Cássia Navas para falar que o corpo
do bailarino é o primeiro território da dança, “que se estrutura em forma de arte” (2009, p.
1). Com a dança o corpo se desterritorializa e passa a se re/configurar, reterritorializando-se
em um novo corpo-território, constituído de saberes biológicos, culturais e de identidade. A
experiência vivenciada pelo Corpo~Cordão produziu resultados que ataram-se e desataram-
se em uma afetação mútua entre este e a sociedade, dançantes x comunidade. O grupo
produziu mais de 50 obras coreográficas, 05 grandes espetáculos; conquistou 52 prêmios, 04
de nível internacional, e com tais atravessamentos alterou a trajetória de suas vidas, criando
outras possibilidades, para além das que se apresentavam naquela comunidade. A arte de
viver por meio da dança pode ser a resultante de um corpo que se possa chamar de Cordão, o
Corpo~Cordão, que, a partir daqui procura não mais atar, no sentido de prender, e sim desatar,
provocar novos caminhos dançantes, em contraponto a um mundo cristalizado em formalismos
conservadores e ultrapassados.
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385
Culturas juvenis, globalização e segregação urbana
Autores(as): Elizabeth Borelli (PUC-SP)
Resumo:
Este artigo é produto parcial de uma pesquisa que parte do pressuposto que as culturas juvenis
estão relacionadas aos processos de globalização, da produção do imaginário e da circulação
da cultura. Esses vínculos serão exemplificados através da chamada cultura hip-hop, que se
distingue por ser uma “cultura de rua”, expressão de sociabilidade e mobilização política de
juventudes urbanas segregadas. Em função disso, pretende-se discutir como um conjunto
de práticas específicas que se globalizaram, tornando-se aparentemente homogêneas,
conseguem ir além da generalização, à luz dos conteúdos teóricos de Nestor Garcia Canclini
e Jesús Martín-Barbero. Como recorte territorial, a análise centra-se na inserção dos jovens
da periferia no contexto urbano de uma megalópole, a cidade de São Paulo, sendo, em sua
maioria, afrodescendentes, com baixa escolaridade e pequeno poder aquisitivo. No âmbito do
hip-hop, a periferia representa o lugar que agrega valores, vozes e o discurso insurgente como
forma de enfrentamento ao sistema dominador e excludente, trazendo para o espaço público,
temáticas recorrentes, como violência policial, criminalidade, desigualdade social, racismo,
religiosidade, através de constantes protestos e questionamentos. A pesquisa tem caráter
exploratório e bibliográfico, trabalhando com a análise de conteúdo documental e observação
participativa. Os sujeitos da pesquisa são jovens moradores da periferia de São Paulo e o objeto
é a vulnerabilidade juvenil, motivadora da associação em grupos culturais nas periferias.
Estes jovens juntam-se em grupos específicos, com produções musicais próprias, dentro do
movimento cultural hip-hop. A partir dessas constatações, adotadas como hipóteses iniciais
do trabalho, define-se o problema desta pesquisa: “como a exclusão social e a segregação
espacial a que estes jovens estão sujeitos se expressam em suas manifestações musicais?” A
questão da territorialidade é de crucial importância na construção do universo do hip-hop,
circunscrevendo a valorização das relações de sociabilidade, identidade e pertencimento, na
cena metropolitana. O discurso contra-hegemônico do rap reivindica visibilidade, em tom de
advertência e acusação, invertendo o olhar autoritário e superior que, historicamente, sempre
foi voltado ao negro, como herança do modelo colonial-escravocrata dos tempos da senzala.
Violência, pobreza e preconceito, na contemporaneidade, são reforçados pela globalização
neoliberal; os rappers procuram virar o jogo através da conscientização, a partir da mudança
de atitude. Violência policial, ambiente degradado, segregação, exclusão social e pobreza
compõem o quadro de alta vulnerabilidade a que estão sujeitos os moradores de periferias e
favelas. No contexto da zona sul de São Paulo, grupos de rap, como Racionais MC’s, Z’Africa
Brasil e outros expressam sua denúncia de forma contundente, com discurso pronunciado na
primeira pessoa e centrado no seu território; quem narra como é a vida no espaço urbano da
periferia é quem a conhece, de fato, construindo uma identidade a partir da vivência do seu
cotidiano.
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386
De Quebrada em Quebrada
Autores(as): Andrea Filipini Rodrigues Lauermann (Observatório Juventudes)
Resumo:
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387
HipHopologia: não é só ver e julgar: a cultura Hip Hop atuando como educação popular em
Juiz de Fora-MG
Autores(as): Christyanne Assis Barreiros (UFJF)
Resumo:
Chris Assis, 29, vulgo Tia, proponente desta proposta é pedagoga, mestranda em Movimentos
Sociais e Educação, moradora de periferia e grafiteira. Atua ativamente na cultura Hip Hop
há 6 anos. Criou o projeto Educarte – Hip Hop e Educação que levava os 5 elementos do Hip
Hop às escolas de periferia pela lei Murilo Mendes de incentivo municipal a arte e cultura.
Atualmente realiza o HipHopologia coletivo esse que também leva os 5 elementos do Hip Hop,
porém em espaços públicos, sendo bastante realizado na UFJF. A educação popular que muitas
vezes está ligada a educação não formal, ou seja, os meios educativos fora das instâncias de
ensino apontam para uma educação de protagonismo de sua cultura e sua história, com a
organização e fortalecimento das classes populares. Essas concepções educativas, portanto
estão muito ligadas aos movimentos sociais, é o que busca o essa proposta, fazer a associação
entre Hip Hop e Educação. A cultura Hip Hop vem atuando de maneira tal como um movimento
social de periferia, com caráter artístico, de luta, lazer. A voz da periferia que muito vem sendo
calada. Para os jovens militantes da cultura, o Hip Hop é voz ativa, protagonismo, visibilidade
e movimento de resistência. A cultura Hip Hop surgiu nas periferias nos Estados Unidos, mais
especificamente no Bronx na década de 70. O Bronx um bairro abandonado que foi ocupado
por imigrantes em sua grande maioria negros e latinos, marginalizados e excluídos, vivendo
com alto índice de violência no lugar, com a presença forte das gangues. O descaso e a exclusão
fizeram com que as pessoas, criassem sua própria arte, sua maneira de se vestir e falar, sua
própria cultura. Negros e latinos em sua maioria se organizavam a sua própria maneira,
trazendo aspectos culturais jamaicanos, porto-riquenhos, nova-iorquinos, dentre os outros,
uma mistura cultural provinda da marginalização. O que chamam de 4 principais elementos
da cultura Hip Hop, surgiam em meio a esta manifestação, como reparação a exclusão criavam
sua arte e seu lazer. Esses 4 elementos são: graffiti, breaking, DJ e MC. O RAP (Ritmo e Poesia
em português) é composto por dois elementos o DJ e o MC. O rap surge como estilo musical
dentro do Hip Hop, não sendo algo isolado. O 5º elemento da cultura Hip Hop é considerado
o conhecimento, ele surge concomitantemente ao caráter de movimento social da cultura hip
hop, conhecimento do que se está fazendo e de quem são, suas origens e causas.
Sendo assim a proposta é trazer a discussão para o JUBRA sobre como o Hip Hop vem atuando
com os jovens de Juiz de Fora, estabelecendo uma relação entre cultura de periferia, educação
popular, movimento social e expressão artística desses jovens. Além de apresentar o relato de
experiência podemos apresentar a cena do Hip Hop Juizforano aos presentes com recursos
audiovisuais.
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388
Juventude e resistência: Pichação e grafite como expressão da periferia nos centros urbanos
Nayane Raíssa Ramos de Lima (UFPE); Vanessa Rodrigues Santana (UFPE)
Resumo:
As juventudes das comunidades, que possuem capital escolar e cultural restritos, encontram
nas diversas formas de expressão artística sentido e significado, uma vez que através deste
contato, libertam-se e expressam-se sobre questões políticas, econômicas e de sua realidade
social. Neste sentido, a relação das juventudes com a arte é o que lhes proporciona uma
busca constante por estratégias de resistência dentro de espaços segregados e periféricos,
além de ser essencial para a construção das identidades desses jovens, possibilitando que eles
se reconheçam enquanto seres que possuem voz ativa e potencial influência dentro desses
espaços. Desta forma, este trabalho se propõe a entender as pichações e o grafite enquanto
instrumentos de luta e resistência dentro de regimes de subalternidade, encarando a condição
periférica como resultado de processos concomitantes da centralização das cidades e não
como processo de oposição ao centro. As pichações e o grafite se encaixam, assim, como o
meio que esses jovens periféricos encontram de serem vistos, ou melhor, de pertencerem aos
espaços urbanos aos quais são negados, como um grito de liberdade quanto à padronização
e a exclusão de juventudes periféricas. Procuramos entender este contato com a arte como
uma estratégia de resistência aos regimes de invisibilidades e visibilidades (Foucault, 1987)
criados pelos meios midiáticos dominantes os quais põem sempre estes jovens em locais de
marginalização, e levamos em conta as perspectivas pós-coloniais de alteridade, onde os
espaços tradicionalmente marginalizados são responsáveis pela criação de estratégias de
resistência que perpassam os limites centrais da cidade, abarcando assim numa perspectiva
de tomada da cidade a partir da arte urbana (Holston, 2008 e Harvey, 2012). Utilizando uma
metodologia qualitativa que procura aproximar teoria e prática, tendo como referências
autores como Michel Foucault, Stuart Hall e James Holston buscamos entender a forma
como a pichação e o grafite se propõem a ocupar os muros com a missão de trazer à tona
questões políticas e culturais que são ignoradas pelas grandes massas como resultado das
políticas governamentais que visam normatizar tanto o comportamento individual quanto o
comportamento coletivo. Além disso, através de análises de filmes e documentários, sejam
eles liberados por grupos na internet ou através de produções que visem propor o debate,
como o documentário “Pixo” (2010, João Wainer e Roberto T. Oliveira) podemos concluir que
os debates levantados por essas questões são de fundamental importância para que a arte
urbana que surge na periferia ocupe os grandes centros – como já vem fazendo – e continue
levantando a voz das periferias que precisam ser ouvidas de maneira a agir contra os padrões
atuantes nas sociedades atuais.
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389
Juventude, educação e cultura: o programa Mais Cultura nas Escolas em Duque de Caxias
Autores(as): Morgana Eneile Tavares de Almeida (UNIRIO)
Resumo:
Palavras-chave: Juventudes; Políticas Públicas; Cultura; Educação; Programa Mais Cultura nas
Escolas.
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390
Juventudes, periferias e comunicação: experiências no Cuca Barra
Autores(as): Samaisa dos Anjos Xavier Henrique (UFC)
Resumo:
Num contexto em que as narrativas sobre nossas experiências, vivências, locais e relações
ganham caminhos diversificados e capilaridades mais densas por meio das formas de
comunicação e expressão que são reinventadas para os encontros com as demandas de quem
narra pretendemos partilhar, por meio do relato de pesquisa, a busca pelas periferias presentes
nas narrativas compartilhadas pelos jovens comunicadores do Cuca Barra. Os Centros Urbanos
de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cucas) formam a Rede Cuca, em Fortaleza, que possui três
equipamentos voltados, principalmente, para as pessoas entre 15 e 29 anos. Os Cucas estão
em três bairros da capital cearense: Barra do Ceará, Jangurussu e Mondubim. Acompanhando
projetos e rotinas das atividades ligadas à comunicação no Cuca Barra, primeiro equipamento
a ser inaugurado, em 2009, buscamos atravessar as relações dos jovens com o equipamento,
os territórios e, especialmente, com o viver na periferia e produzir comunicação. Ao longo do
período de estar em campo, ao interagir, observar e criar, muitas das conversas, falas, corpos,
movimentos, organizações tinham a marca de ser “da periferia”, seja nos nomes escolhidos, nas
identificações geradas, nas geografias referenciadas, nas delimitações apresentadas. Assim,
a inquietação de ouvir mais sobre as periferias por eles narradas foi um ponto de recorte
neste trabalho, ao longo do qual dialogamos com Zanetti (2010), Hiernaux e Lindón (2004),
Reguillo (2000), Spink (2004), entre outros pesquisadores de diversas áreas do conhecimento.
Nosso percurso nos levou ao questionamento de como os jovens comunicadores do projeto
Conexões Periféricas, um programa de TV realizado em parceria com a TV Ceará, emissora
pública do estado, experenciavam as periferias e como narravam tais vivências no processo
de produção de comunicação. E, ao falarmos das produções que tomam espaço nas periferias
– e em equipamentos que estão “localizados em territórios estratégicos” e “atendem jovens
residentes em áreas de alta vulnerabilidade social”, como são definidos os Cucas no site
da Prefeitura de Fortaleza, temos que ressaltar a diversidade dos usos e ações de quem se
apropria do termo periferia, seja como espaço de habitar, atravessar, pesquisar, interagir.
A partir da observação participante e da partilha do processo de produção do programa
Conexões Periféricas pelo grupo de jovens comunicadores do Cuca Barra ao longo de cinco
meses, assim como das entrevistas realizadas individualmente com os jovens em momento
posterior ao projeto e o apoio do caderno de bordo tentamos alinhavar alguns pontos acerca
desse caminhar que apontou tantas possibilidades de comunicar, viver e questionar a cidade,
as periferias e as relações estabelecidas com as juventudes. Entre as linhas observadas, os
caminhos da institucionalidade na produção de comunicação, as potências dos encontros
entre juventudes e periferias em um processo de subjetividade e invenção e a diversidade de
vivências que é construída nestes encontros.
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391
Mobilidades, performances e encontros: a cidade como espaço de representação e criação
Autores(as): Lucas Amaral de Oliveira (USP)
Resumo:
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392
Música do RAP: a semiótica da produção musical urbana e marginalizado
Autores(as): Mário Henrique Serafim Mendes (Fanor), Daniel Azevedo de Brito (UECE), Maria
Eniana Araújo Gomes Pacheco (Unifor)
Resumo:
O Rhythm And Poetry, Ritmo e Poesia (RAP) é um movimento social crescente nos territórios
periféricos nos grandes centros urbanos, originário da cultura juvenil jamaicana, afro-americanas
e latinas da classe pobres da cidade de Nova York. Em suas origens o RAP teve como um de seus
pilares o movimento Hip-Hop com foco no processo reflexivo de representação da realidade,
denunciando condições de vulnerabilidade decorrentes da pobreza à margem periférica e
excludente da sociedade capitalista que a marginaliza por ser um movimento subversivo da
ordem dominante sendo minado por outro conjunto de ideias: a ideologia dominante (FARIAS,
I. R. 2003). O RAP tem uma linguagem cercada de símbolos e com representatividade codificada
por grupos diversos, em termos linguísticos. Nesse sentido a linguística abordada nas canções
do RAP é vernácula onde seus compositores se apropriam da linguística local que está em
constante movimento e evolução. Segundo Leite e Callou (2002), a variação linguística é um
retrato da vivencia social das pessoas em seus territórios, e a sua comunicação depende do
meio em que ela vive, isso torna a linguagem em constante evolução. As músicas deflagradas
com signos e significados são compostas pela representatividade da experiência diária dos
seus habitantes, os compositores constroem melodias com ritmos acelerados ou lentos. No
RAP as letras construídas têm como característica a utilização de linguagem de grupo, as
gírias. Uma linguagem especial, criada para atender ao desejo de originalidade, e em outros
momentos pode servir de código a ser entendido apenas por indivíduos de um grupo em seus
territórios. Dessa forma compreende-se que a gíria é um fenômeno que é construído por um
determinado grupo, que a utiliza como um signo de grupo afim de se destacar dos demais
membros da sociedade geral. (Silva, V. G. B. & Soares, C. B. 2004). Músicas melancólicas ou
cheias de entusiasmo que são recortes das ações vivenciadas por seus indivíduos dentro de seus
territórios transformando pobreza em arte, cultura, dança e música buscando a emancipação
humana dos indivíduos que vivem nesses territórios a fim de adquirir cidadania plena com
a participação social de valores culturais. O autor pretende fomentar a discussão frente às
produções musicais urbanas, que cheias de signos passam a denunciar toda e qualquer forma
de opressão a dignidade humana, como por exemplo a problemática do consumo de drogas na
contemporaneidade. Gerar conhecimento no contexto das músicas do RAP, através de estudos
e análises de signos, melodias e ritmos e significação dessas músicas a fim de disseminar uma
reflexão a pautada na vivência dos habitantes de territórios marginalizados e criminalizados,
diminuindo preconceitos e entender o que realmente os compositores querem transmitir.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
393
O espaço destinado à arte na escola de Ensino Médio de Irauçuba- Ceará
Autores(as): Helena Filomena Nogueira Chaves (UVA), Ivna de Holanda Pereira (UFF)
Resumo:
O objetivo é analisar o lugar que a arte ocupa no currículo dessa escola e sua importância para o
(a) s jovens. O tema surge das vivências em teatro e dança onde passamos a entender a arte como
fonte de proteção, vida para jovens em situações de risco, proteção das drogas e criminalidade.
A pesquisa se vincula ao Grupo de História e Memória Social da Educação e Cultura - MEDUC/
UVA. Nossas indagações: Espaço (s) ocupado (a) pela arte, na escola de Ensino Médio de Irauçuba-
Ceará? Percepções do (a) s jovens estudantes sobre o significado da arte para a formação,
para a vida? Foi nosso objetivo analisar em que perspectiva (s) o ensino da arte na Escola de
Ensino Médio de Irauçuba, é trabalhado, buscando compreender sua importância na proposta
curricular em curso e, especialmente, na formação dos jovens. METODOLOGIA- É histórico
social, crítica e processual sobre o lugar que a arte ocupa na sociedade e, especificamente,
nas Escolas de Ensino Médio. Nessa etapa, buscou-se compreender o significado de arte em
diferentes contextos. Observação e diálogos com o(a)s jovens e professores, para compreender
a dinâmica pedagógica empreendida, interfaces do ensino de arte na dinâmica formativa.
Usamos como referencial estudos sobre arte, importância para a formação humana, com base
em Jaeger (2001), com destaque Xenófanes, Platão, “o valor educativo da poesia” da “música
para a cultura dos “ ‘guardiões’ e dos “guerreiros” (p.978- 979). Inojosa (1974) reflete sobre
a necessidade da modernização da arte, sua grande função na sociedade. A LDB de 1996 e
recentes mudanças, o ensino da arte no ensino médio deixou de ser obrigatório, condição que
põe em destaque, a necessidade dessa pesquisa. Os jovens identificam que o ensino da arte
se dá quando o professor passa um texto e esse mesmo texto, pode ser trabalhado através de
peça de teatro. Refletimos sobre a riqueza de possibilidades: interações e troca de saberes;
autoestima, autonomia, criatividade, num processo de assimilação de conhecimentos de
maneira dialógica, participativa. A desmistificação da “sala de aula” quando enfatizam que “a
quadra” é usada para “montar as peças”, para discutir “a peça”, assim, o conhecimento através de
uma didática orientada, flui, se processe em outros espaços, interage e agrega conhecimentos.
As observações preliminares indicam uma preponderância pedagógica ainda presa aos livros
didáticos, com metodologias aparentemente sem reflexão. A arte é impossibilitada de cumprir
sua função, é desvinculada do sentido de vida. As reflexões sugerem pensar no potencial da
arte para o(a)s jovens. As conclusões preliminares, apontam para a importância atribuída à arte
pelos o(a)s jovens, sua potência enquanto ferramenta didático pedagógica, interdisciplinares,
integrante à formação humana.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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394
O grafite como um mecanismo de visibilidade feminina
Autores(as): Yêda Juliana Sousa Pinheiro (UFPI), João Victor Mendes Carvalho (UFPI)
Resumo:
Grafite é uma forma de arte urbana caracterizado por desenhos nos espaços públicos da cidade,
na qual se constrói uma nova linguagem da rua, que surgiu nos Estados Unidos na década de 1970
na cidade de Nova York. No Brasil, a inserção desta arte se expressa num momento histórico de
censura, na ditadura militar, em São Paulo, no final da década de 70. Esta se instaurou como um
veículo de informação que afirma a existência de outras vozes, corroborando como uma nova
forma de ocupação do espaço urbano e de percepção artística e estética, que tem como uma
das suas bases, a linguagem do movimento hip-hop. Destarte, buscamos problematizar como
se insere a participação feminina no grafite, evidenciando a invisibilidade desta nesta arte,
interligando como uma forma de construção e exercício da cidadania, assinalando a marca da
identidade e representatividade feminina no espaço público. O presente trabalho tem como
objetivo analisar a construção da identidade e representatividade feminina no grafite através
da reivindicação do direito à cidade e ocupação do espaço público, nos fazendo refletir sobre a
invisibilidade feminina neste cenário, destacando o papel de protesto político que garanta a voz
e a autoafirmação da grafiteira se constituindo num processo tenso e conflituoso, corroborando
para a transformação nos papéis e relações sociais, alargando as possibilidades de atuação na
sociedade. Utilizamos os conceitos de grafite de ARCE (1999), de identidade de HALL (2006),
do direito à cidade de LEFEBVRE (1968), abordando a participação feminina no grafite nos
trabalhos de MORENA (2009) e LEITE (2013). O estudo foi realizado mediante revisão de
literatura e entrevista semi-estruturada, com grafiteiras atuantes na arte em questão na cidade
de Teresina-PI. Assim, percebemos que a constituição dessa prática se operacionaliza como
uma rede de sociabilidade de empoderamento feminino, através de disputas interiorizadas
que proporcionam um debate sobre os direitos negados às mulheres. Mediante a isso, pode-
se inferir que o exercício dessa atividade está inserida como uma vertente da cultura do
movimento hip-hop, destacando-se como uma linguagem de protesto, fazendo uma reflexão
sobre questões sociais, políticas, inscritas na construção do grafite na, para e com a cidade.
Podemos compreender que a significação dessa prática para a construção da identidade da
grafiteira como o meio pelo qual se investe autonomia objetivando atingir visibilidade para
expressar suas reivindicações e o direito de ser mulher na sociedade através de desenhos e
poemas. Desta forma, provoca o papel ativo da mulher na construção da cidade que se almeja
como um ato de coragem e autorreconhecimento no espaço público, contribuindo para uma
cidadania insurgente corroborando numa sociedade mais democrática e igualitária.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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395
Oficina de arte-cultura com jovens no Complexo do Alemão: relato de Experiência
Autores(as): Camila Felix da Costa Bueno (UFRJ), Ana Caroline Marinho Costa Reis (IFRJ), Beatriz
Akemi Takeiti (UFRJ), Emily Nascimento de Abreu Barros (UFRJ), Monica Villaça Gonçalves
(UFSCar), Suellen Pataro Alves Santos de Oliveira (UFRJ), Tatiane da Silva Elisiario (UFRJ)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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396
Paisagens urbanas: juventude, graffiti e pixação
Autores(as): Paulo Victor Felix de Azevedo (UFRN)
Resumo:
Este trabalho procura investigar o fenômeno social da arte urbana, mais especificamente
sobre os gêneros do graffiti e da pixação na medida em que busca lançar entendimentos
sobre essas práticas que vem tomando cena no seio da sociedade contemporânea. Existe
uma noção preliminar, do senso comum, que o graffiti a pixação são movimentos opostos,
no sentido em que o graffiti pode ser considerado arte e o pixo é julgado crime, contudo no
âmbito jurídico ambas as práticas são rotuladas de crime ambiental em todas as situações em
que não haja autorização prévia. Portanto é bastante difícil delinear a fronteira que consiste
em separar o graffiti da pixação, e para tal efeito trabalharemos durante esse trabalho com a
ideia de que ambas as práticas compõem uma mesma matriz cultural embora compreendam
algumas diferenças estéticas. Para atribuições de um estudo sociológico podemos classificar
essas práticas como expressões em relação a noção de ‘’culturas juvenis’’ , no que se refere
a um conjunto de valores e modos de vida de certos grupos que se expressam e vivem na
cidade, tal qual faz Campos (2010:25). Esta noção ainda parece guardar em seu interior, a
ideia de existência de subculturas juvenis que se demarcam umas das outras, via processos
identificatórios; enquanto que para esse estudo, o essencial não está em definir quem são
esses jovens via aspectos identitários, mas sim, como que, a partir de um estilo artístico ou
gráfico, os jovens são capazes de se inscrever no próprio fluxo da vida urbana para participar
de sua transformação, a partir mesmo de suas experimentações sociais. Pensar a cidade é uma
questão emergente da sociologia e da ciência no século XXI; por essa única razão, o estudo
das expressões visuais que se inscrevem nas superfícies das cidades, por si só, é relevante para
pensar um diálogo entre juventude e urbanidade, trazendo a tona questões pontuais, a exemplo
da que indaga sobre: em que medida essas práticas são capazes de desafiar a arquitetura
da cidade e como os jovens podem participar neste desafio? Partindo da perspectiva da
experimentação social dos jovens, o autor dessa pesquisa também se coloca enquanto um
escritor, inserido no contexto da produção de graffiti e pixo; de tal modo esse relato se coloca
em uma intercessão de pesquisa, experiência e investigação visual. Geralmente, essa prática
da arte urbana é atribuída a juventude, ainda que os praticantes não se resumam a uma única
faixa etária. Campos (2008:4) observa, em sua pesquisa realizada em Portugal, que “esta é uma
atividade que apesar de poder ser executada por indivíduos de diferentes níveis etários, está
particularmente associada aos modos de vida juvenis, o que explica algumas singularidades
do graffiti enquanto contexto social e discursivo”. A intensificação da presença jovem, em suas
atuações artístico-culturais, trazem à tona, em suas produções, aspectos sociais e políticos
significativos. Quando nos referimos a determinados tipos de experimentações sociais jovens
na medida em que a atuação política, dá-se a partir das qualidades conectivas capazes de se
agenciarem em suas experimentações artístico-culturais.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
397
Redução infame
Autores(as):: Diana Patrícia Medina Pereira (UFC)
Resumo:
Trago um relato de experiência artística. « Redução infame » foi uma performance realizada
em Quixadá, com o intuito de provocar debates, inquietações e reflexões sobre nosso momento
político. Este trabalho foi elaborado contra a PEC 241 (Um projeto de lei que previa a redução
nos gastos da União, causando um impacto negativo nas áreas da saúde e educação) que estava
em votação no congresso nacional. Diante da inexistência dentro da comunidade acadêmica
de debates para um maior esclarecimento deste momento, eu lancei uma proposta artística
para abrir um diálogo com a comunidade em geral. A proximidade da performance e ao mesmo
tempo seu distanciamento do real consiste na sua maior potência. A subversão do cotidiano abre
novas possibilidades de reflexão e ação. No seu estudo « Spinoza et le problème de l’expression
» Gilles Deleuze nos aponta muitos caminhos de reflexão para o poder do corpo. O corpo em
si pode desencadear todo o trabalho artístico e a obra vem a ser mais reflexão do que fruição.
No dia 18 de outubro de 2016 às 17:00hs iniciei a performance « Redução infame ». O local
escolhido foi a estrada do Cedro, onde se localizam o campus de Quixadá da Universidade
Federal do Ceará e logo mais à frente, o campus do Instituto Federal do Ceará. Com a ajuda de
alguns dos meu alunos, me amarrei num poste com uma corda. Ao meu redor colocamos alguns
livros empilhados. Na corda haviam dois cartazes que diziam « contra a PEC 241». Os livros não
estavam ao meu alcance e a performance consistia em minhas tentativas de pegá-los. Sempre
que me aproximava a corda me limitava. Estas tentativas permaneceram por 35 minutos. Os
alunos que por ali passavam paravam e iam se aglomerando, muitos se perguntavam o que
estava acontecendo. O sol ainda estava presente o que causou ainda mais cansaço e suor no meu
corpo. O chão estava quente da tarde ensolarada, meus passos levantavam uma poeira quente.
Nas minhas tentativas, eu não tinha consciência da corda. Lutava para me aproximar dos livros
de qualquer maneira, me jogando no chão, me aproximando com os pés, com as mãos, mas era
inútil, pois havia de fato uma redução infame. Com a somatória de minhas tentativas fui me
enrolando cada vez mais no poste e por fim, finalizei o ato completamente amarrada e imóvel.
Em seguida os alunos ali presentes iniciaram uma série de gritos « Fora Temer !» e aplausos.
Com a ajuda dos meus alunos saí das cordas e iniciei uma fala com o público ali presente. O
tema principal foi o amor, a tolerância, a consciência, e alguns esclarecimentos sobre do que
tratava a PEC 241. Nos dias seguintes a performance continuou com sua divulgação nas redes
sociais. Fui vítima de pessoas enfurecidas e dispostas a críticas cruéis e irresponsáveis. Tudo
está salvo e disposto para exposição juntamente com as fotografias realizadas por meu aluno
Jair Tavares, as filmagens realizadas pelo prof. Carlos Filho. O objetivo foi alcançado. Falou-
se e ainda se fala sobre este ato performático, e sobre a acidez da arte na rua e sobre aquele
corpo que revelou com poucos elementos nosso estado de limitações acelerado.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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398
Das ruas para o mundo: o Abril Pro Hip Hop e a visibilidade da cultura hip hop na cidade de
Maceió-AL
Autores(as): Geysson dos Santos Pereira (UFAL), Sérgio da Silva Santos (UnB)
Resumo:
O Abril Pro Hip Hop é um evento organizado anualmente pela Companhia da Hip Hop de
Alagoas e se tornou o principal evento de Hip Hop do estado de Alagoas. A referência ao
lugar de morada tornou-se a base para que o grupo se organizasse e traçasse os objetivos
desse evento que tem uma forte identificação com o bairro que produziu além de visibilidade
para a cultura Hip Hop, colocou o bairro Village Campestre como lugar central das ações
vinculadas ao Evento.Por serem moradores do local, os jovens que organizam o Abril Pro
Hip Hop buscam criar estratégias que estimulem outros jovens do bairro a participarem das
atividades e se envolvem com os processos de resistências produzidas pelo evento.Desde o 1º
até o 10º Abril Pró Hip Hop a CIA utilizou a rua como espaço de visibilidade do Hip Hop e suas
demandas sociais, políticas e culturais. Os eventos são construídos com apoio dos moradores,
comerciantes e outros grupos culturais da cidade. O Abril Pró Hip Hop tem a característica de
expor um ponto de vista artístico e político da periferia e sobre a periferia, buscando promover
o deslocamento do significado construído pelos processos de estigmatização do bairro. Os
elementos simbólicos em torno da imagem negativa da periferia são temas centrais nos
debates realizados no evento. O Abril Pró Hip Hop tornou-se um evento esperado pelos jovens
que compartilham da cultura Hip Hop e também por aqueles que não participam ativamente
da cultura. O evento se tornou um espaço importante de visibilidade para grupos de RAP e MCs,
mas também um espaço de protagonismo político. O caráter dado ao evento, no processo de
divulgação, mostra duas facetas importantes, a primeira como um espaço de representação em
torno do Hip Hop e a segunda como um ambiente de debates, desconstrução e de resistência.
É um espaço em que as imagens, o cenário do Hip Hop estão postos. O Abril Pró Hip Hop
tornou-se então um evento que apresenta múltiplas dimensões: pode representar um espaço
de poder, e também ambiente de fortalecimento de identidades, mas principalmente, pode
ser um instrumento de visibilidade da cultura Hip Hop, no que diz respeito às organizações
políticas vinculadas às pautas do Hip Hop, grupos de rap, de break e grafiteiros. As composições
produzidas para a realização desse evento e os discursos utilizados durante o processo de
organização desse evento são elementos importantes para que possamos conceber que esse
tipo de evento é um espaço de debates e organização política. O décimo Abril Pro Hip Hop
realizado no último mês de abril combinou de forma muito engajada com as manifestações
de greve geral realizadas no País proporcionando debates e atividades de resistência durante
o evento. As experiências sociais dos jovens e adultos envolvidos na organização do Abril
Pro Hip Hop são importantes nos processos de engajamento e resistências para as periferias
de Maceió. É por meio da realização de eventos nas periferias da cidade de Maceió que os
jovens se organizam e disputam espaços e significados. Dessa maneira, é importante enfatizar
a existência de uma diversidade de pensamentos nos processos de construção dos eventos,
como também, a diversidade de atores envolvidos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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399
Meu nome vai ser eterno na cidade: uma etnografia sobre trajetórias e itinerários de pichadores
cariocas
Autores(as):: Vinícius Moraes de Azevedo (UFF)
Resumo:
A cidade do Rio de Janeiro pode ser entendida como um ambiente urbano multicomplexo, onde
indivíduos de diversas categorias sociais significam os mesmos espaços de formas distintas.
Através do estabelecimento de redes complexas de interações e afetos entre seus pares, a
cultura da pichação carioca sugere interpretações e usos dos espaços urbanos que, geralmente,
são considerados desviantes pela maioria dos cidadãos; gerando conflitos de poder de uso
desses espaços. Nesse contexto, desenvolvemos no âmbito do Programa de Pós-graduação em
Cultura e Territorialidades da Universidade Federal Fluminense (PPCULT/UFF), uma pesquisa
intitulada “Riscos e Rabiscos: uma etnografia sobre itinerários e trajetórias de pichadores
na cidade do Rio de Janeiro”. Através da observação participante dos interlocutores, dentro
de suas próprias redes, tempo e espaços e da realização de entrevistas em profundidade,
buscamos compreender como o processo de (des)envolvimento de uma trajetória no universo
da pichação afeta a percepção do indivíduo sobre o território que ocupa, vive e significa e como
isso altera sua subjetividade. Nossos interlocutores são pichadores cariocas, majoritariamente,
jovens, que moram em áreas periféricas da cidade do Rio de Janeiro. Através do pré-campo
e de uma pesquisa bibliográfica referente ao tema, chegamos a uma chave de análise que
permite compreender o (des)envolvimento do indivíduo na linguagem da pichação como uma
carreira desviante secreta. Essas carreiras se desenvolvem sequencialmente, marcadas por
etapas de transição que acompanham mudanças nas subjetividades e no modo de atuação
dos pichadores. Nossa hipótese é que a cultura da pichação carioca atua como uma prática
política e estética de territorialização, baseada na horizontalidade das relações sociais
construídas através da lógica dos saberes locais nos espaços urbanos que estes interlocutores
ocupam. Contudo, essa lógica gera conflitos de poder sobre o uso normativo do território na
cidade, que por sua vez, é definido através de uma lógica desterritorializadora, baseada na
verticalidade das relações sociais e nos interesses hegemônicos sobre território. Acreditamos
que nossa pesquisa tem afinidade com o eixo temático/GT escolhido, pois, compreendemos a
trajetória de nossos interlocutores na cultura da pichação carioca como forma de afirmação da
vida e de sua potencialidade. Através de uma abordagem antropológica, procuramos observar
como as trajetórias desses jovens pichadores representam, sobretudo, um ato de resistência
e enfrentamento perante seus atores sociais antagônicos e aparelho de segurança citadino.
Especificamente nesta comunicação, pretendemos compartilhar os dados já produzidos
durante o pré-campo, bem como as questões norteadoras que vem subsidiando nossa pesquisa.
O objetivo é, por um lado, dialogar com as reflexões propostas pelo eixo temático/GT, por
outro, qualificar o projeto de pesquisa, a partir da colaboração do público.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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400
GT 13 - Juventude, Contestação Social e Ativismo Político
no Mundo Contemporâneo
Coordenadores: Rodrigo Chaves Mello (URCA), João Vitor Dias da Silva (URCA) e
Marcos Paulo Campos Cavalcante de Mello (UFRJ)
Resumo Geral:
Dos processos revolucionários europeus eclodidos entre os séculos XVIII e XIX ao recente ciclo
de protestos globais testemunhados neste início do XXI, passando pelas barricadas estudantis
de 68, pela luta norte-americana em favor da efetivação dos direitos civis ou ainda pela
resistência aos regimes autoritários latino-americanos, não foram poucos os momentos em
que, ao longo da história recente, pudemos acompanhar o protagonismo dos setores juvenis
nos processos de contestação social e ativismo político. Tal protagonismo reservou à juventude
um local proeminente na construção dos sentidos que palmilharam os caminhos de nossa
atual marcha democrática, inaugurando horizontes e possibilidades para a fruição de uma
vida social experienciada sob os cânones da liberdade e da igualdade. Todavia, se por um lado,
conseguimos identificar a participação da juventude em movimentos sociais e políticos de
contestação como uma constante ao longo de nossa história, por outro, não podemos deixar
de observar as sensíveis mudanças operadas nas formas em que se definem os vínculos que
regem esta atuação. Em outras palavras, podemos nos perguntar: o que é, para um jovem
enraizado em um mundo global, ser um militante político hoje? A quais espaços vislumbra
para depositar a sua energia contestatória e a quais horizontes mira ao atuar como um agente
de transformação da realidade social? Neste sentido, face aos desafios representados pelas
configurações políticas contemporâneas, o presente grupo de trabalho tem por objetivo
albergar reflexões sobre as relações entre juventude, ativismo social e contestação política.
Com efeito, filiado ao eixo temático “Juventude e Movimentos Sociais”, propomos o presente
GT como um espaço para o debate acerca das diversas modalidades empenhadas pela
juventude contemporânea à efetivação de sua participação política nos processos hodiernos de
contestação social. Assim, serão bem-vindos à nossa sessão, trabalhos articulados em torno dos
temas: Juventude e novos espaços de participação política; Utilização dos ambientes virtuais
como catalisadores do protesto social; Hackerativismo e Ciberguerrilha; Juventude, movimento
estudantil, coletivos e partidos políticos; Juventude e o ativismo político em movimentos sociais
urbanos e rurais; A inserção da juventude em movimentos sociais globais e/ou altermundialista;
Juventude, Estado e esfera pública; Juventude e movimentos sociais identitários: raça, gênero
e sexualidade; Juventude, movimentos anticapitalistas e antissistêmicos; Juventude e cultura
política. Recepcionaremos três modalidades de comunicações orais, a saber: i) Relatos de
pesquisa desenvolvidos por pesquisadores, professores e estudantes; ii) Relatos de Experiências
sobre as formas de conexão entre juventude, contestação e ativismo político e, iii) Produções
artísticas/culturais familiares com a temática geral do GT, tais como exposições fotográficas,
documentários, intervenções e performances. A avaliação dos trabalhos propostos será
conduzida a partir da análise acerca de sua conexão com o tema proposto pelo Grupo de
Trabalho e da sua relevância e adequação a uma das modalidades de comunicação oral.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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401
A contradição na cena teatral: uma experiência com a juventude sem terra
Autores(as): Iarima Castro Alves Cardoso (UDESC)
Resumo:
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402
A importância da participação das juventudes nos movimentos sociais
Autores(as): Alina Caroline Silva dos Santos (UFPA)
Resumo:
Este artigo é resultado de pesquisa e objetiva discutir sobre a importância da participação das
juventudes nos movimentos sociais. Dessa maneira, torna-se necessário primeiramente fazer
uma breve conceituação do que são movimentos sociais e logo em seguida abordar sobre a
importância das juventudes nestas manifestações, atrelada a uma contextualização histórica.
A metodologia trata-se de uma abordagem realizada com base no materialismo histórico
dialético, o qual proporcionou analisar tais processos a partir de uma visão crítica da realidade
e proporcionar que os jovens se enxerguem enquanto protagonistas, por meio da participação
nos movimentos sociais, além de ser utilizada como subsídio a pesquisa bibliográfica e
exploratória. É importante mencionar, que movimentos sociais (SILVA,2013), são grupos que
se organizam para construir mudanças societárias, onde emergem da sociedade organizações
sociais, como atores coletivos, propondo lutas. Em contrapartida, por um longo período, os
jovens eram vistos como alienados e indisciplinados, logo, eram tidos como parte irrelevante
da sociedade e sem direito a voz. Porém, com o passar dos anos a juventude tem conquistado
seu espaço nos movimentos, com várias formas de lutas. O Estatuto da Juventude determina
como jovens, pessoas entre 15(quinze) e 24(vinte e quatro). A partir da década de 1980, no Brasil,
os jovens obtiveram destaque através dos veículos de comunicação na luta por democracia
e pelos direitos humanos. Foi somente em meio ao século XX com reivindicações de cunho
político, ideológico e social que as manifestações ganharam maior visibilidade e em meio a
esses movimentos, principalmente com o início das organizações do movimento estudantil.
Um pouco mais tarde, na ditadura militar os jovens sofreram repressões, por participarem de
guerrilhas e lutas armadas. Já no século XXI, os jovens passam por um momento delicado
no que se diz respeito a sua atuação em movimentos sociais (MAIOR, 2013). Tal situação,
ocorre devido ao excesso de informações circuladas nos meios de comunicação - em especial
nas redes sociais – impossibilitando classificar as informações como verdadeiras ou não. Em
contrapartida, houveram as reivindicações ocorridas em julho de 2013 que eclodiram com
“a revolução dos 20 centavos”, iniciando a partir de uma aprovação do Governo Federal,
solicitando a todos estados e municípios brasileiros que elevassem as tarifas dos transportes
públicos. A insatisfação popular foi tanta, a ponto de haver uma mobilização majoritariamente
impulsionada por jovens – os quais conseguiram mobilizar grande parte da população – obtendo
o que tanto almejaram. Nesse sentido, percebe-se o quanto essa participação dos jovens
possibilita a eles um melhor conhecimento de seus direitos e deveres para que os mesmos, por
meio dos movimentos sociais alcancem transformações e causem grandes impactos de forma
positiva na sociedade.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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403
A juventude nas estratégias de comunicação pública digital no Facebook
Autores(as): Kátia Viviane da Silva Vanzini (UNESP)
Resumo:
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404
A participação social e política dos jovens portugueses e brasileiros
Autores(as): Pedro Moura Ferreira (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa)
Resumo:
A comunicação tem por objetivo comparar a participação social e política entre jovens
brasileiros e portugueses. Estudos comparativos são comuns em muitos países, mas não
é escassa entre Portugal e o Brasil. A realização, no 1º trimestre de 2013, do 1º Encuesta
Iberoamericana de Juventudes sob coordenação da OIJ (Organização Ibero-americana de
Juventude), em colaboração com a Universidade Autônoma do México, constitui uma notável
exceção à escassez de dados quantitativos no domínio da participação social e política,
viabilizando o estudo comparativo entre as juventudes de Portugal e do Brasil. Embora os
dados permitam uma abordagem mais ampla, nesta comunicação centramo-nos apenas neste
dois países por consideramos que esta comparação é analiticamente vantajosa. O interesse
dos estudos comparativos radica na possibilidade de controlar os efeitos dos enquadramentos
macro, sejam, por exemplo, o tipo de regime político, o nível de desenvolvimento económico
ou as diferenças culturais, em ordem a apurar o seu provável impacto nos comportamentos
em estudo. Atendendo ao número de países envolvidos e às suas diferenças sociogeográficas
e históricas, múltiplas realidades comparativas poderiam ser consideradas. As raízes históricas
e culturais comuns entre Portugal e Brasil permitem reduzir e, controlar melhor os fatores
que poderão impactar nas diferenças que possam existir nos comportamentos das respectivas
juventudes, razão pela qual se justifica metodologicamente a escolha destes dois países. O
interesse deste estudo radica no facto de a participação poder ser vista como uma meio de
assegurar a socialização política e de reprodução do próprio sistema democrático. É certo que
a participação não é exclusivamente política, envolvendo os partidos, a ação direta ou ainda os
rituais da democracia, como o voto. Ela pode e deve ser considerada nos múltiplos domínios da
vida coletiva. Importa, no entanto, chamar a atenção para o facto de a participação organizada,
nas suas diversas manifestações — associações, partidos, grupos, clubes…—, ser privilegiada nos
estudos sociológicos sobre a participação juvenil, baseada em larga medida na crença de que
ela exerce uma função imprescindível de socialização cívica, política e cultural, contribuindo
para o aprofundamento da vida democrática. Este 1º Encuesta Iberoamericana de Juventudes
não é exceção e privilegia a participação organizada aos processos informais. No Encuesta,
ela é analisada através de três perguntas: a primeira indagando se o inquirido está envolvido
numa organização social; a segunda, no caso de resposta afirmativa à pergunta anterior, o
tipo de organização em que participa, admitindo-se que possa haver pertença múltipla; e, por
último, aos que não têm pertença organizativa, as razões dessa não participação. Atendendo
ao protagonismo que tem vindo a ganhar como meio de mobilização, considerou-se ainda o
indicador relativo à participação nas redes sociais através da Internet. A partir destes quatro
indicadores, as convergências e as divergências entre os dois países serão exploradas, tendo
em conta que as hipotéticas razões que conduzem a isso são as questões às quais se procurará
dar resposta.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
405
A universidade e a reprodução das violências estruturais e simbólicas
Autores(as): Paula Land Curi (UFF), Júlia Gonçalves Barreto Baptista (UFF)
Resumo:
Se hoje a mulher tem livre acesso ao ensino universitário e ocupa um enorme número de
vagas anuais nas universidades públicas e privadas do país, vale lembrar que nem sempre
foi assim. Para garantir seu ingresso e a sua formação superior, ela teve (e ainda tem) que
travar muitas lutas. No final do século XIX, D. Pedro II, então imperador do Brasil, concede às
mulheres brasileiras a possibilidades de frequentarem a Universidade. Contudo, foi somente a
partir do ano de 1970 que a mulheres começaram a se tornarem expressivas em seus bancos
e principalmente nos cursos denominados “femininos”. Este lapso de tempo, de quase um
século, mostra o quanto demorou para que a mulher acessasse este espaço, de homens - “da
ciência” - e para homens. Supostamente, a universidade seria neutra e racional, mas, a vivência
de mulheres nessa revela sua outra faceta: ela legitima e reproduz violências estruturais e
simbólicas contra as mulheres. Ou seja, oprime certo grupo de pessoas (mulheres), impondo
certo poder arbitrário que reproduz a cultura vigente. Tornando-as mais vulnerável, através
do reconhecimento tácito de sua autoridade, reitera a estrutura das relações de poder. Para
refletirmos sobre o tema proposto, lançamos mão das conclusões extraídas de uma roda de
conversa, realizada na Semana de Psicologia, cuja temática foi a violência contra a mulher
na universidade, e de algumas observações decorrentes das assembleias da Ocupação de
Estudante, ambas ocorridas no ano de 2016, na Universidade Federal Fluminense. Com a
presença de jovens universitárias, integrantes de diversos coletivos de mulheres, quer da
própria instituição, quer de outras, os debates deram visibilidade às violências estruturais e
simbólicas que atravessam a vida acadêmica das jovens mulheres universitárias, corroborando
os dados veiculados pela pesquisa do Instituto Avon/ Data Popular, “Violências contra a mulher
no ambiente universitário” (2015). O que se apresentou foi a persistência da violência contra
a mulher na universidade, nas suas variadas formas de expressão. Contudo, neste ambiente, o
que chama atenção é o fato das mulheres serem, inclusive, alvo de desqualificação intelectual
por parte dos docentes, simplesmente, por serem mulheres. A ideia presente no senso comum
é que a universidade é um lugar promotor de oportunidades e igualdades. Contudo, há de
nos perguntarmos, se realmente ela cumpre este seu suposto papel ou se mantém a ordem
do saber hegemônico, que é, por derivação, masculino. Embora a mulher tenha conquistado
alguns direitos, como o da educação superior, o acesso que tem as universidades não significa,
em absoluto, condições de igualdade com os homens. Manter-se nas universidades, instituições
consagradas de tradição e poder, sem vivenciar as várias violências de gênero, hoje, se faz um
desafio.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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406
Ahhh, levante-se!: juventude, protestos e participação política
Autores(as): Jaiane Araujo de Oliveira (UFC)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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407
Apresentação do pensamento de Herbert Marcuse: base para uma análise da sociedade na
contemporaneidade
Autores(as): Ramom Gomes Da Silva (UNILAB)
Resumo:
Herbert Marcuse Nasceu em agosto de 1898 na capital da Alemanha, Berlim, e morreu em 1979
em Frankfurt. Era de origem judaica e por conta disso, após a ascensão do governo nacional
socialista na Alemanha teve que se mudar em 1933 para Genebra e no ano seguinte para os
Estados Unidos. Estudou literatura e filosofia e fez parte da chamada Escola de Frankfurt com
Theodor W. Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin e Erich Fromm. Escreveu várias obras
ao longo da sua vida, livros que foram fundamentais para o desenvolvimento dos principais
movimentos sociais na década de 60. Sua crítica a sociedade do consumo, ao desenvolvimento
incontrolado da tecnologia fizeram com que fosse considerado o pai da nova esquerda (New
left) nesse período. Entre as suas principais obras se destacam, em ordem cronológica: Razão e
revolução: Hegel e advento da teoria social escrito (1941), Eros e civilização: uma interpretação
filosófica de Freud (1955), nestes livros vemos o esforço de Marcuse em demonstrar a
possibilidade de criar uma civilização com novas bases, uma Civilização não repressiva. Em
seguida escreveu A Ideologia da Sociedade industrial: o homem unidimensional em (1964),
neste temos uma posição mais amadurecida em relação ao Eros e civilização; na sequência, Um
Ensaio para a Libertação (1969); Contra-revolução e revolta escrito (1972); A dimensão Estética
(1977) e por último O Fim da Utopia (1980), este último uma publicação póstuma que traz os
registro dos debates de Marcuse com os estudantes em Berlim em 1967. Herbert Marcuse foi um
filósofo que apesar de sua grande notoriedade nesse período, inclusive vale destacar, que sua
fama chegou ao Brasil ainda na mesma década dos movimentos estudantis, na década de 60,
e, posteriormente a esse período, o filósofo da nova esquerda para alguns, ao longo do tempo
foi caindo no esquecimento. De acordo Wolfgang Leo Maar no na introdução livro Cultura e
Sociedade Vol.01, afirma que para uma grande parte dos leitores o nome de Marcuse ficou
vinculado apenas aos anos 60, e suas ideias já estaria muito ultrapassadas. No entanto, coaduno
com a ideia de Imaculada Kangussu no livro Leis para a Liberdade, de que suas ideias continuam
atual, isso se dá devido ao fato como pensou a realidade, em sua recusa em aceitar o mundo
real como pronto e acabado. Seu conceito de negatividade, seu modo de pensar negativo, um
dos temas central de sua obra, permite uma compreensão da realidade e dos conflitos internos
que dão ao seu pensamento uma atualidade ainda não superada. E por conta disso justifico o
empenho e a escolha desse autor como fundamento para esse trabalho. Herbert Marcuse faz
parte da chamada escola de Frankfurt e assim comunga dos principais ideias que nortearam o
então Instituto de Pesquisa Social criado em 1924. O contexto histórico pela qual é motivador
para reconhecer a necessidade de uma análise da sociedade contemporânea e baseado na
compreensão de um mundo desencantado. Sua maior preocupação é com o desenvolvimento
desenfreado da tecnologia, a racionalidade tecnológica presente na sociedade industrial
desenvolvida que gerou o aniquilamento da razão, e das formas de dominação da existência
humana.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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408
As influências sociopolíticas do IFBA-Campus Valença em seus estudantes
Autores(as): Luisa Mattos Nunes Costa (IFBA), Rosangela Patrícia de Sousa Moreira (IFBA)
Resumo:
Esta pesquisa foi desenvolvida por uma integrante do Projeto A Rádio da Escola na Escola
da Radio, vinculado ao GEOTEC – Grupo de Pesquisa em Geotecnologias, Educação e
Contemporaneidade, da Universidade do Estado da Bahia - UNEB em parceria com o Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia/Campus Valença. Procuramos identificar quais
aspectos tornam o IFBA/Campus Valença um espaço propício para o envolvimento de jovens
com movimentos sociais, tendo como referência o movimento estudantil de ocupação ocorrido
no período de outubro a dezembro de 2016. Foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas,
aplicadas em membros do corpo discente e docente do colégio, e leitura e revisão de textos
relacionados ao tema. A maioria dos estudantes entrevistados participou do movimento de
ocupação. Verificamos que a maior parte dos estudantes, se considera como apoiadores e
não como participantes de movimentos sociais, pois acreditam que deveriam ser ativos com
mais periodicidade para receberem este título, identificando a ocupação estudantil como uma
espécie de gatilho para esse envolvimento. Porém, todos apontaram o IFBA enquanto instituição
incentivadora da participação de estudantes em movimentos sociais, principalmente pela
possibilidade oferecida de entrar em contato com outros jovens participantes de movimentos
que os ajudam a assumir sua identidade, servindo como exemplo. Destacaram também
à qualidade dos professores, associada ao processo seletivo de ingresso, maior liberdade
curricular para o professor, à infraestrutura de qualidade, e à possibilidade de os estudantes
participarem de projetos extracurriculares de pesquisa e extensão. O agente citado fora do
meio escolar foi o uso das redes sociais, que os permitiu entrar em contato e aprender sobre
estes movimentos. Como obstáculos, foram mencionados: a falta de segurança da escola para
jovens integrantes de minorias, a repressão ocorrida durante o movimento de ocupação e a
carga horária curricular exaustiva, dificultando a participação do estudante em projetos de
pesquisa e extensão. Todavia, para os entrevistados, o colégio se destaca positivamente em
comparação a outros espaços educacionais, tanto da rede particular quanto pública. É possível
notar a influência que este espaço tem em seus estudantes que fizeram parte do movimento
de ocupação, quando estes alegam um desenvolvimento notável do pensamento crítico,
emancipação intelectual e política. Assim concluímos que, embora o IFBA/Valença ainda tenha
um grande caminho a percorrer para se tornar um espaço considerado totalmente seguro para
pessoas integrantes de minorias, toma uma posição de destaque no que se refere ao incentivo
à participação de jovens estudantes em movimentos sociais, podendo de fato ter um impacto
favorável nas suas vidas como um todo, tanto no presente quanto no futuro, ao ser um local
no qual jovens em processo de construção de sua identidade e em busca de seus direitos
encontram uma base sólida e um incentivo para seguirem em frente com esta luta.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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409
Atividades culturais das juventudes como expressão do direito à cidade em espaços públicos
de Fortaleza
Autores(as): Higor Pinto Rodrigues (UFC), Fábio Pinheiro Pacheco (UFC)
Resumo:
O ambiente urbano configura-se não somente como uma realidade espacial, mas ainda uma
construção histórica, social e cultural feita e refeita ao longo da história pelas diversas forças e
sujeitos que nela agem. Contudo, quando se trata da apropriação do resultado de tal construção,
verifica-se uma profunda desigualdade. Às classes despojadas do poder econômico e político
ficam relegados serviços públicos de pouca qualidade (ou até mesmo inexistentes), bem
como lhe é privado o usufruto das áreas públicas em igualdade de condições com os demais
habitantes. Em tal contexto de exclusão e ausência de oferta de oportunidades de vivência
da cidade, despontam formas alternativas de uso dos equipamentos e espaços urbanos por
aqueles continuamente excluídos de sua apropriação. Diante disso, este trabalho discute as
ocupações/apropriações culturais de praças de Fortaleza pela juventude como dispositivo de
resistência pelo direito à cidade e ressignificação dos espaços urbanos. O direito à cidade foi
inicialmente enunciado na obra de Henri Lefebvre, despontando como um exercício de (re)
apropriação do espaço urbano pelos seus cidadãos em confronto com a apropriação da cidade
por parte dos capitais que com ela lucram. Assim, no contexto urbano, as classes dominantes
possuem grande facilidade de moldar os rumos do desenvolvimento urbano na direção
de seus interesses de obtenção de lucros às custas dos interesses e necessidades daqueles
que vivem na cidade. Para o desenvolvimento do trabalho, pesquisou-se em redes sociais,
especificamente no Facebook, sobre eventos organizados espontaneamente (sem intermédio
de empresas ou do Poder Público) que objetivassem a ocupação cultural de algum espaço
público. Observando- se o caráter das atividades, escolheu-se para as análise aqueles eventos
cuja descrição revelasse formas alternativas de se relacionar na e com a cidade, atribuindo
usos aos lugares por meio de encontros, jogos e outras movimentações de lazer. Também foi
observado o perfil do público envolvido, por meio dos convites e confirmações de presença.
Foram encontradas movimentações na Praça da Gentilândia, no bairro Benfica; na Praça dos
Leões, no Centro; e no Farol do Mucuripe, no bairro Vicente Pinzón. Observou-se que, em sua
maioria, os eventos eram organizados por jovens, sendo estes também a maior parcela dos
presentes nas festas. Verificou-se, no caso das festas realizadas nas duas praças mencionadas,
uma movimentação da juventude – com forte caráter vinculado à cultura LGBT – no sentido
de moldar o uso dos mencionados espaços aplicando-lhe nova função como área de lazer e
convivência desses jovens, em resposta à ausência de áreas de lazer públicas voltadas para
esse público na cidade de Fortaleza. As ocupações configuram como formas espontâneas de
resistência e de politização do espaço urbano, resgatando seu significado enquanto espaço de
encontro, de troca entre os citadinos e de construção de novas vivências. Ocupar uma praça ou
outro espaço urbano pode significar atribuir-lhe novo significado, de acordo com os anseios e
necessidades daqueles que vivem a cidade, sendo, portanto, um exercício do direito à cidade.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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410
Ativismo internacional: a experiência da Universidade da Juventude e Desenvolvimento (UYD)
Autores(as): Camila Borges da Silva (UFRPE)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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411
Câmara juvenil de Macaé-RJ: qual é a pauta dos jovens vereadores?
Autores(as): Carlos Eduardo da Silva Moraes Cardozo (UNIRIO), Diógenes Pinheiro (UNIRIO)
Resumo:
O trabalho analisa o projeto da Câmara Juvenil de Macaé, município do Rio de Janeiro, que
outorga um mandato de dois anos a estudantes da educação básica da rede pública, entre 15
e 29 anos, para discutir as pautas de interesse da juventude e sua interface com as políticas
públicas locais. Os “jovens vereadores” surgem no ciclo de expansão de espaços de participação
da juventude brasileira, iniciado em 2005 com a criação da Secretaria Nacional de Juventude,
do Conselho Nacional de Juventude e de inúmeros projetos, programas e políticas que
estimularam a participação da juventude em seus diversos coletivos, construindo o paradigma
do jovem como “sujeito de direitos”, materializado com a promulgação do Estatuto da Juventude
em 2013, cujo primeiro e mais abrangente direito é o direito à participação. Visa entender as
tensões entre a lei e as práticas sociais, pois a conquista de uma certa institucionalidade não
garante, por si só, a conquista de direitos. Há uma grande distância entre a agenda federal
e seus impactos na dinâmica política local. Por isso, interessa saber de que modo ocorre a
participação juvenil em um município de porte médio, como Macaé, analisando as pautas
dos “jovens vereadores” e sua interlocução com a agenda local e nacional de participação
juvenil. Na etapa documental, foram analisados 239 tipos de trabalhos legislativos realizado
por esses sujeitos entre 2015 e 2016. Este material se divide em 3 categorias: indicações (199),
requerimento (39) e projeto de lei (1), que correspondem a etapas do processo legislativo de
levantar os problemas e demandas, coletar informações e sugestões e, finalmente, encaminhar
propostas de ações efetivas que incidam sobre as demandas juvenis. Os temas foram
categorizados e seguem as tendências apontadas em inúmeras pesquisas sobre demandas de
jovens no país, que mostram que Educação, Segurança e Infraestrutura/Mobilidade Urbana são
os principais impedimentos para a realização mais plena de sua condição juvenil e, portanto,
são os alvos prioritários de suas reivindicações. A segunda fase foi de observação dos trabalhos
no plenário e de entrevistas com os “jovens vereadores” em exercício. Esse material dialoga
com as grandes pesquisas nacionais sobre juventude que pensam o jovem como “sujeito de
direitos” mas, também, como “sujeito de experiência”, que podem e devem ter suas vozes
incorporadas na metodologia, a partir de uma escuta sensível de suas aspirações. Percebe-se
que a dinâmica política local influencia a orientação das pautas juvenis. Porém, certos temas
podem ganhar visibilidade, “ultrapassando” a ordem de prioridades, como foi o caso do projeto
de lei sobre direito da mulher. Ao mesmo tempo, há pouca informação municiando os debates,
levando a sugestões genéricas e baseadas em ideias do senso comum em áreas tão complexas
como educação e segurança pública, com baixa qualidade de propostas e pouca viabilidade
de integrar a agenda política. Por outro lado, a sua visibilidade junto à juventude local garante,
minimamente, que suas demandas integrem a agenda das políticas públicas e constitui um
espaço importante de formação cidadã da juventude.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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412
Cuca Roots no Jangurussu: juventudes protagonizando eventos em espaços públicos
Autores(as): Francisco Rômulo do Nascimento Silva (UECE), Francisco Daniel Lima (UFC), Jaína
Linhares Alcantara (UFBA), Luana Ingrid Apolinario de Melo (UECE)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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413
Direitos e deveres humanos: facilitação de grupo com jovens moradores do Titanzinho
Autores(as): Paula Autran Nunes (Unichristus), Guy Bravos Monteiro Neto (UNIFOR), Iara
Andrade de Oliveira (UNIFOR)
Resumo:
Logo após a segunda guerra mundial, com intuito de garantir direitos universais e iguais
para todos, a Organização das Nações Unidas elaborou a Declaração Universal dos Direitos
Humanos. Embasado nessa temática foi desenvolvido a atuação através do Projeto de Vida,
uma organização informal que atua com um grupo de jovens na Escola Beneficente de Surf
Titanzinho localizada no bairro Serviluz em Fortaleza – CE . A iniciativa foi motivada, pois o
Serviluz enfrenta problemas sociais graves, com o alto índice de violência e pobreza. O Índice
de Desenvolvimento Humano Municipal – por bairro (IDHM-B) da comunidade é de (0,499),
sendo considerado muito baixo. A metodologia utilizada na construção desse artigo foi de
relato de experiência, descrevendo a vivência por duas psicólogas e um estudante de Psicologia,
durante o período de janeiro a dezembro de 2016. O grupo do Projeto de Vida foi composto
por 12 jovens com faixa etária entre 12 e 15 anos. As experiências foram constituídas por meio
de facilitação de grupo, que envolveram atividades como: roda de conversa, apresentação de
informações, construções de conteúdos pelo grupo, apresentação de palestrantes convidados
e grupos de arte e dança. Foram realizadas juntamente com o grupo de jovens participantes
uma seleção de sub-temas que seriam abordados, tendo como embasamento das temáticas
a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Entre esses figuraram: privacidade pessoal,
liberdade de expressão, preconceito, gênero, , direito à educação, educação ambiental e
todos são iguais em direito perante a lei. As atividades foram praticadas de acordo com três
percepções diferentes: “eu comigo mesmo”, “eu com o outro” e “eu com o mundo”, tendo como
objetivo provocar reflexões críticas, discussões e ações a cerca dos direitos humanos e também
dos deveres. As principais linhas teóricas utilizadas foram: Identidade Social e Conscientização.
Percebemos as implicações da atuação desenvolvida através dos relatos de vivências realizados
pelo participantes que relacionavam com o subtema que estava sendo debatido. Diante das
reações dos participantes preconceito e gênero foram às temáticas com maior necessidade
de serem debatidas de forma mais extensa e profunda. Muitas manifestações de preconceito
eram justificadas pelos participantes por suas crenças religiosas como quando abordamos
religiões de matrizes africanas e ao falarmos sobre gênero momento em que alguns integrantes
não aceitaram igualdade de direitos entre homens e mulheres e a diversidade sexual. Com a
finalização das atividades foi possível perceber o conhecimento teórico e cognitivo dos jovens
sobre os temas. Apesar disso, as mudanças de atitude ainda não são tão claras, sendo possível
observar a exposição de opiniões contra outros integrantes do grupo colocando em questão
as vivências promovidas sobre igualdade e respeito às diferenças. Diante disso, reitera-se a
conscientização é um processo. Assim, a estimulação do pensamento crítico e a libertação, por
meio do diálogo, incentivo a atividades intersubjetivas nas quais os atores produzem partindo
de suas realidades vivenciadas devem seguir.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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414
Em que sentido a cidadania contribui para a compreensão da juventude?
Autores(as): Davi Mendes Caixeta (PUC-SP), Vanessa Aparecida Araújo Correia (Associação
Nóbrega de Educação e Assistência Social)
Resumo:
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415
Implicações ético-políticas de estudantes universitários em movimento de defesa do direito à
cidade
Autores(as): Fábio Pinheiro Pacheco (UFC), Zulmira Aurea Cruz Bomfim (UFC)
Resumo:
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416
Interseções entre juventude e formas tradicionais de organização: A juventude do movimento
sindical brasileiro hoje
Autores(as): Leise Helena Xavier Filgueiras (UFBA)
Resumo:
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417
Juventude e a importância do protagonismo para a garantia de direitos humanos
Autores(as): Alina Caroline Silva dos Santos (UFPA), Ana Paula Sousa Sampaio (UFPA)
Resumo:
Este artigo é resultado de pesquisa e objetiva discutir sobre a importância da participação das
juventudes nos movimentos sociais. Dessa maneira, torna-se necessário primeiramente fazer
uma breve conceituação do que são movimentos sociais e logo em seguida abordar sobre a
importância das juventudes nestas manifestações, atrelada a uma contextualização histórica.
A metodologia trata-se de uma abordagem realizada com base no materialismo histórico
dialético, o qual proporcionou analisar tais processos a partir de uma visão crítica da realidade
e proporcionar que os jovens se enxerguem enquanto protagonistas, por meio da participação
nos movimentos sociais, além de ser utilizada como subsídio à pesquisa bibliográfica e
exploratória. É importante mencionar, que movimentos sociais (SILVA,2013), são grupos que
se organizam para construir mudanças societárias, onde emergem da sociedade organizações
sociais, como atores coletivos, propondo lutas. Em contrapartida, por um longo período, os
jovens eram vistos como alienados e indisciplinados, logo, eram tidos como parte irrelevante
da sociedade e sem direito a voz. Porém, com o passar dos anos a juventude tem conquistado
seu espaço nos movimentos, com várias formas de lutas. O Estatuto da Juventude determina
como jovens, pessoas entre 15(quinze) e 24(vinte e quatro). A partir da década de 1980, no Brasil,
os jovens obtiveram destaque através dos veículos de comunicação na luta por democracia
e pelos direitos humanos. Foi somente em meio ao século XX com reivindicações de cunho
político, ideológico e social que as manifestações ganharam maior visibilidade e em meio a
esses movimentos, principalmente com o início das organizações do movimento estudantil.
Um pouco mais tarde, na ditadura militar os jovens sofreram repressões, por participarem de
guerrilhas e lutas armadas. Já no século XXI, os jovens passam por um momento delicado
no que se diz respeito a sua atuação em movimentos sociais (MAIOR, 2013). Tal situação,
ocorre devido ao excesso de informações circuladas nos meios de comunicação - em especial
nas redes sociais – impossibilitando classificar as informações como verdadeiras ou não. Em
contrapartida, houveram as reivindicações ocorridas em julho de 2013 que eclodiram com
“a revolução dos 20 centavos”, iniciando a partir de uma aprovação do Governo Federal,
solicitando a todos estados e municípios brasileiros que elevassem as tarifas dos transportes
públicos. A insatisfação popular foi tanta, a ponto de haver uma mobilização majoritariamente
impulsionada por jovens – os quais conseguiram mobilizar grande parte da população – obtendo
o que tanto almejaram. Nesse sentido, percebe-se o quanto essa participação dos jovens
possibilita a eles um melhor conhecimento de seus direitos e deveres para que os mesmos, por
meio dos movimentos sociais alcancem transformações e causem grandes impactos de forma
positiva na sociedade.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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418
Juventude e educação popular: espaços de construção coletiva e fortalecimento do movimento
estudantil
Autores(as): Adriana Reis Bezerra (UFCG), Natália Vasconcelos de Freitas (UFCG), Natália
Vasconcelos de Freitas (UFCG)
Resumo:
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419
Juventude e política: uma análise das vivências políticas dos jovens do Cuca da Barra do Ceará
Autores(as): Maiara Ferreira da Silva (UFC)
Resumo:
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420
Juventude, movimentos sociais e periferias urbanas na Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro
Autores(as): Artur Sérgio Lopes (UERJ)
Resumo:
Esta comunicação versa sobre investigação em andamento, com o intuito à produção de tese,
vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana, da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/PPFH). Com orientação do professor doutor
Floriano Godinho de Oliveira. Busca compreender as tensões entre os princípios e motivações
que orientam as ações e práticas em torno do ativismo juvenil, bem como a condição juvenil
no qual essas ações e práticas se realizam e se reproduzem. O jovem em questão é aquele
que milita no ativismo cultural, no movimento estudantil (secundarista e universitário), nas
questões concernentes aos direitos humanos, à cidade, às periferias urbanas, ao poder, à
violência, nas temáticas relativas ao gênero e ao étnico. Este jovem se faz representar a partir
de formatos sociopolíticos que traduzem identidades e resistências – os coletivos, as ocupações
– assumindo feições comportamentais, narrativas, políticas e ideológicas. O jovem em questão
igualmente experimenta a sua condição, a condição proletária, as condições de existência e o
futuro em questão. Este estudo privilegia as ações, eventos e mobilizações correspondentes ao
ativismo juvenil (e o seu campo de articulações sociopolíticas) na zona oeste da cidade do Rio
de Janeiro: regiões administrativas de Realengo (XXXIII RA), Bangu (XVII RA), Campo Grande
(XVIII RA) e Santa Cruz (XIX RA), mais especificamente os bairros de Bangu e Senador Camará,
com destaque para Vila Aliança – conjunto habitacional situado em Bangu. O percurso analítico
parte do reconhecimento da condição juvenil compreendida no âmbito da reprodução social
(e da vida) nas periferias urbanas, em sua correspondência com a ação militante diante e deste
jovem. Tal percurso articula escalas analíticas referentes às conexões entre o local e o global;
o lugar e o mundo. As ações e práticas do ativismo juvenil diante da reprodução da vida em
âmbito cotidiano conduzem a questionamentos que revelam processos em escala global,
no que se refere à constituição dessa condição juvenil e na significação política atribuída
à juventude. Nessa articulação, tempo e espaço se imbricam: refere-se às continuidades e
descontinuidades no tempo que revelam a emergência da temática juvenil como expressão
da temática urbana contemporânea. Da mesma, também se refere aos significados atribuídos
à juventude (o jovem como protagonista, o jovem como sujeito de direitos) – significados
que reportam a datações, conjunturas e inflexões. Dessa forma, a perspectiva analítica desta
pesquisa pauta-se pelas questões referentes à emergência da temática juvenil no presente, por
sua vez a problemática impõe a compreensão histórica do fenômeno. A pesquisa se embasa
em informações levantadas em documentos, dados estatísticos, depoimentos em áudio e vídeo,
comunicações diretas. Como também, identificações em campo e procedimentos relativos a
observação participante.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
421
Juventudes e artivismo: formas de resistências juvenis na ocupação do espaço urbano
Autores(as): Benedita Beatriz Elias Dias (UECE), Francisco Marcio Almeida Maciel (UECE),
Jamille Rodrigues Braga (UECE), Leila Maria Passos de Souza Bezerra (UFC)
Resumo:
O presente artigo explora a relação entre juventudes e artivismo nos territórios urbanos, a partir
dos achados iniciais do projeto de pesquisa intitulado: “Vulnerabilidades Juvenis e Práticas
de Resistência Político-Culturais nas Margens de Fortaleza-Ce: Narrativas e Experiências de
Jovens Negros em seus Percursos e Territórios no Bom Jardim.” Objetiva-se compreender como
essas resistências por meio da arte demarcam a atuação dos jovens nos coletivos em prol da
comunidade. Identificamos que a palavra resistência, como protoforma e incentivo da ação
juvenil, destacava-se no discurso dos interlocutores de um Coletivo do Grande Bom Jardim,
exposta nas suas mais diversas intervenções, no próprio modo de vivência e ocupação do espaço
urbano. Este coletivo juvenil surgiu em 2016, diante da necessidade de realizar eventos na Praça
do Canindezinho, espaço urbano que até então era deslembrado pelo poder público e pelos
próprios moradores. O bairro localizado no município de Fortaleza-CE, é um dos bairros que
compõem o Grande Bom Jardim, espaço demarcado pelo estigma de violência e criminalidade.
Os saraus desse coletivo são intervenções artísticas que contam com apresentações de rappers
independentes, peças teatrais, exibições de filmes no “cinefavelas” e apresentações de poesias.
O artivismo aqui abordado tem como ideia fundamental reconstruir as relações entre arte e
vida, criando a possibilidade de um espaço de discussão, onde o performer produz sua arte a
partir de suas convicções, com seu pensamento político plenamente associado à sua prática
artística. (BORDIN, 2015). Pois, a vida e a arte são indivisíveis. A arte e a política apoiam-se na
ocupação e reinvenção dos espaços urbanos. Artivistas adotam a arte como força para provocar
transformações sociais a partir de seus ideais. Mais do que mudar a política de maneira imediata,
objetiva-se modificar a forma como determinada situação é interpretada, trocando com o
público. E ao abrir um espaço de discussão, expõe-se diversas opiniões em um verdadeiro e
explícito diálogo entre interlocutores. O artivismo parte do individual para abranger o coletivo
ao realizar ações em espaços públicos, garantindo o acesso de todos a movimentos de cultura
e política. (RAPOSO, 2015). Esta forma de intervir determina uma politização do cotidiano e
do território, no qual o artístico e a política encontram-se e transformam o urbano até então
inviolado pela arte. (TIBOLA, SZANIECKI, MOREIRA, 2016). Assim, busca-se atuar em questões
de relevância na vida social, com o intuito de denúncia, almejando atos artísticos para sua
realização. Os coletivos juvenis, movimentos que surgem em meio a negligente forma de agir
do Estado, é expressão notória do artivismo. Sua capacidade de ocupar o espaço público da
praça e trazer à tona as problematizações dos jovens que convivem nas margens urbanas é
a explicitação do que é demarcar um espaço com formas de resistência, entregando à arte a
responsabilidade de exercer uma função sócio-política (CHAIA, 2007). As práticas desses jovens
reinventam e reinserem o bairro e os seus moradores no espaço que a eles pertencem, dando-
lhes lugar e visibilidade pública.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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422
Juventudes e engajamento político: o caso da “Primavera Carioca” das eleições de 2012
Autores(as): Ana Beatriz Pinheiro e Silva (UERJ)
Resumo:
Este trabalho tem por objetivo principal identificar e analisar o processo de engajamento de
jovens na campanha eleitoral do deputado estadual Marcelo Freixo (Partido Socialismo e
Liberdade – PSOL) a prefeito da cidade do Rio de Janeiro, em 2012. Essa campanha, divulgada
como Primavera Carioca, mobilizou diversos segmentos das juventudes, como estudantes
secundaristas, universitários, artistas e jovens ligados a movimentos ecológicos e culturais, em
torno de sua campanha, além de várias redes de apoio, principalmente através das ferramentas
da Internet, como Facebook e Youtube. O protagonismo e o engajamento de jovens durante
os meses da campanha eleitoral foram na contramão das teses – tão presentes no senso
comum, mas não somente – que afirmam que a juventude se interessa pouco pelas questões
políticas da nossa sociedade e não têm participado de processos políticos institucionais.
Nesse sentido, o envolvimento de jovens na Primavera Carioca nos trazem novos elementos
a serem considerados em análises que sustentam uma suposta “despolitização” e descrédito
desses sujeitos frente às formas de institucionalidade tradicionais. A pesquisa, que resultou
na minha dissertação de mestrado, foi desenvolvida adotando a perspectiva da investigação
qualitativa. Realizei observação participante durante e após a campanha, em espaços do
PSOL e de movimentos sociais, e entrevistas individuais semiestruturadas. Durante os quase
dois anos de trabalho de campo, pude acompanhar diferentes trajetórias iniciadas a partir
daquele pleito eleitoral. Os motivos apontados por eles para o engajamento na campanha
foram diversos. Tendo em vista essa multiplicidade de motivações apresentadas, levou-se em
conta para a análise que não foram apenas os fatores de âmbito individual que os levaram
a essa escolha, mas uma conjugação de fatores individuais e estruturais que foram decisivos
para o engajamento. Assim, podem-se relacionar os motivos apresentados nas narrativas
tanto às questões macrossociológicas, focada sobre as estruturas sociais e organizacionais,
como a grande mobilização, a conjuntura política e o projeto político do candidato; quanto às
microssociológicas, focada nas trajetórias, carreiras e disposições individuais, como a motivação
pessoal do momento em que estavam passando na vida, identificação com o ambiente e
com as pessoas (CARVALHO, 2013). Nessa perspectiva, observou-se ainda que a socialização
teve um papel protagonista na escolha do comportamento político (KUSCHNIR, 2007). Dessa
forma, o trabalho buscou analisar a motivação para o engajamento, as emoções e dificuldades
envolvidas durante o processo eleitoral e as trajetórias que foram se consolidando após as
eleições, bem como a relação do engajamento com outros aspectos da vida, como escola,
universidade, família e amigos, como forma de investigar a construção, por parte desses jovens,
de novos sentidos, repertórios e práticas de engajamento político.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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423
Juventudes e participação política: quem constrói as políticas públicas para os jovens?
Autores(as): Célio José dos Santos (UFBA), Munique Evelin Silva Batista (IFbaiano)
Resumo:
O referido trabalho trata-se de uma pesquisa em estágio inicial de Iniciação Científica Jr.
aprovada pela Pró-reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação – PROPES do Instituto Federal
Baiano – IFBAIANO e desenvolvida no âmbito da Campus Catu. A participação da juventude é
um direito assegurado pelo Estatuto da Juventude e reiterado no Plano Estadual de Juventude.
O Capítulo II, do Estatuto da juventude que dispõe a respeito dos direitos dos jovens, assegura
ao jovem o direito à participação social e política e na formulação, execução e avaliação das
políticas públicas de juventude. É com base no que concerne o Estatuto da Juventude sobre a
participação e o protagonismo juvenil que a presente pesquisa irá transitar, tendo como intuito
compreender como são concebidas as políticas públicas para as juventudes no município de
Catu e quem são os principais agentes na construção dessas políticas. Para isso serão utilizados
as técnicas da pesquisa qualitativa como: observação, entrevistas e aplicação de questionário
junto com os técnicos da prefeitura de Catu e com a juventude organizada local. Nos últimos
decênios muito tem se falado sobre a juventude e a emergência de políticas públicas para esta
parcela da população brasileira, principalmente nos últimos anos “A juventude é uma constante
preocupação das sociedades modernas e contemporâneas uma permanente questão pública”
(GROPPO, 2004, p. 10). É preciso esclarecer que essa não é uma preocupação recente do Estado
brasileiro, uma vez que alguns autores identificam políticas públicas destinadas à juventude
desde a segunda metade do século XIX, mesmo que de forma indireta, pois o termo juventude
aparecia de forma implícita nesses textos. Segundo Regina Magalhães de Souza (2009), as
políticas atuais de juventude devem ter como principal objetivo o poder de incrementar nos
jovens a capacidade de se comportarem como protagonistas sociais, sujeitos de direito e
deveres e agentes produtores de história. Tais políticas que despertem na juventude a prática
cotidiana da cidadania cultural-política enfatizando a participação democrática. É preciso
ressalta que “É do Estado o papel de legislar, administrar e implementar políticas públicas
em consonância com a sociedade civil” (CASTRO; ABRAMOVAY, 2002, p. 38). Ao falar sobre
juventude, é preciso entender o conceito como algo histórico, social, espacial e cultural, o que
permite perceber que a compreensão e as representações de juventude vêm sendo modificada
de acordo com o tempo e o espaço (DAYRELL, 2003 e 2005), dessa maneira, segundo o geógrafo
Jorge Barbosa, em virtude de a “pluralidade não ser inócua e abstrata, ela precisa ser tratada
a partir de uma tríade: desigualdade, diversidade e diferença. Portanto a juventude é diversa,
é desigual e é diferente” (BARBOSA, 2013, p.2). Proposta bem próxima à defendida por Clarisse
Cassab (2009), que considera a juventude como diferente, desigual e distinta.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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424
Os sentidos da participação e das conferências:capturas, resistências teimosia nas conferências
de Juventude em Santa Bárbara d’Oeste
Autores(as): Rodrigo Crivelaro (IFSP)
Resumo:
Esta comunicação oral é resultado da dissertação de mestrado intitulada: O que a rebeldia teima?
Capturas e resistências na conferências de juventude em Santa Bárbara d’Oeste apresentada no
programa de Mestrado em Mudança Social e Participação Política da Escola de Artes, Ciências
e Humanidades da Universidade de São Paulo. A partir do boom discursivo sobre juventude
e participação, esta pesquisa propõe-se a problematizar e conhecer os sentidos atribuídos
às conferências, ao ser jovem/juventude e à participação juvenil a partir das conferências de
juventude em Santa Bárbara d’Oeste. Nesta comunicação oral será problematizado os sentidos
atribuídos a participação e as conferências de juventude. Dentre o referencial teórico utilizado
estão estudos sobre conferência de juventude e participação, e obras de autores que dialogam
com a perspectiva pós estruturalistas como Michel Foucault, Gilles Deleuze e Félix Guattari. Foi
em 1941 que as conferências foram criadas, mas seu ápice foi a partir de 2003 onde ampliou-
se não apenas o número de conferências realizadas, mas também as temáticas envolvidas nos
debates. Das 143 conferências nacionais, 102 foram realizadas neste período. Além disso, em
2007 foi criada a Política Nacional de Participação Social (PNPS) que, ao instituir o Sistema
Nacional de Participação Social, prevê entre os seus mecanismos de participação a realização
de conferências nacionais, consideradas como espaços de diálogo entre a sociedade civil e o
poder público. Esse processo de realização de conferências não se restringe à esfera federal,
e acaba por desencadear em todo país uma série de etapas municipais, estaduais/distritais e
territoriais. A juventude, que tem sido território de diversas construções discursivas em toda
a sociedade perpassando pela academia, grupos/coletivos juvenis e estrutura de governo,
inclusive como foco de políticas públicas, passa a ser também tema das conferências nacionais.
Suas edições acontecem em 2008, 2011 e 2015. Em Santa Bárbara d’Oeste foi realizado etapas
preparatórias para a Conferência Nacional de Juventude, em 2008, 2011 e 2015. Utilizando da
cartografia como método de pesquisa, adotou-se três procedimentos metodológicos: entrevistas,
transcritas e analisadas a partir de mapas dialógicos; registro da experiência do pesquisador
como participantes e revisita aos relatórios finais das conferências de juventude. A partir daí
são feitos voos e pousos tendo como territórios as conferências de juventude e a participação,
o que possibilitou observar as capturas presentes nestes espaços de participação, onde as
tecnologias do eu atuam em processos de subjetivação, responsáveis por produzir discursos
sobre participação juvenil e sobre as conferências de juventude. Por fim, as considerações
finais ofertam a possibilidade de compreender, que em meio à captura e às relações de poder
nelas engendradas, os jovens, partindo da rebeldia e participação, produzem resistências e
encontram novas formas de subjetivar a juventude, rejeitando o rótulo de juventude problema,
ressignificam o espaço estriado das conferências e lançam novas perspectivas e possibilidades
de participação rizomática.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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425
Políticas públicas, fundo público e participação no Conselho Nacional de Juventude do Brasil
Autores(as): Denise Maria Reis (UFSCar), Roseli Esquerdo Lopes (UFSCar)
Resumo:
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426
Primavera Secundarista: juventudes ocupantes de escolas
Autores(as): Danielly da Costa Vila Real (UFES)
Resumo:
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427
Resistências feministas no ciberespaço: a juventude como protagonista nas discussões de
desigualdade de gênero
Autores(as): Ingrid Sampaio de Sousa (UFC), Jéssica de Souza Carneiro (UFC)
Resumo:
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428
Uma análise do movimento “Ocupa UFPI” organização, mídias e repercussões
Autores(as): Maria Clara Teresa Fernandes Silveira (UFPI), Karine de Jesus Silva (UFPI)
Resumo:
“Ocupa tudo” foi um movimento que teve início no Paraná (2016), composto por estudantes
secundaristas e foi ganhando força com adesão dos estudantes universitários. Centenas de
escolas e universidades em todo o país foram ocupadas por jovens militantes. O “Ocupa UFPI”
iniciou no dia 18 de outubro de 2016 e se deu por encerrado no dia 28 de dezembro do mesmo
ano, tinha como pauta de reivindicação principal o projeto de emenda constitucional 241 (PEC
241) que depois passou a se chamar PEC 55. Não contava apenas com o movimento estudantil
pois a pauta principal de reivindicação era comum a diversos Movimentos Sociais. A proposta
objetiva uma análise do movimento social “Ocupa UFPI” no campus universitário Ministro
Petrônio Portela (localizado na cidade de Teresina, no estado do Piauí), sob a ótica das novas
tendências organizacionais baseadas nas tecnologias de comunicação dos movimentos sociais,
o primeiro se caracterizando como uma expressão do movimento estudantil, em reação às atuais
políticas de caráter neoliberal, o sucateamento da educação pública no país, dentre outras
reivindicações. Para tal, é usado como aparato metodológico, revisão bibliográfica, entrevistas
com militantes, análises de notícias veiculadas a respeito de tal movimento e informações
tiradas da página oficial do movimento na rede social Facebook. Assim, fica clara a relação com
o eixo temático “Juventude, contestação social e ativismo político no mundo contemporâneo”,
visto que os participantes do movimento são jovens estudantes, militando por causas políticas
e sociais. Quanto à orientação teórica, de acordo com Viana (2012) no texto “O ativismo
político no espaço-tempo da virtualização em rede”, atualmente, os MS têm incorporado as
novas tecnologias informacionais e comunicacionais (NTIC) e essas são “imprescindíveis à
difusão dos objetivos, demandas e estratégias desses movimentos sociais e organizações e
primordiais para o alcance de resultados políticos” (VIANA, P. 59, 2012). Entendendo a mídia
como um poderoso recurso de disseminação de opiniões, essa facilita o acesso e a propagação
de grupos com ideologias contrárias, como é o caso do “Endireita livre”, um grupo composto
por uma juventude conservadora que ganhou visibilidade na UFPI após se posicionar contra as
ocupações. Após essa análise, fica claro que o “Ocupa UFPI” se caracterizou como um MS de
diversos grupos com interesses em comum, com forte participação das juventudes. Esse seguiu
uma pauta nacional e uma regional, obtendo maior sucesso com a última, afinal muitas das
reivindicações foram atendidas. As novas tecnologias informacionais foram de papel decisivo
na caracterização deste movimento, que se articulou, repercutiu e informou em meios digitais.
Muitas polêmicas no percurso, movimentos contrários, formação cultural e experiências de
luta. Um novo ápice no histórico do movimento estudantil de Teresina, que teve suas ações,
discutidas e questionadas, bem como conquistas e decepções.
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429
GT 14 - Juventude, Criminalização e Politicas Públicas: impasses e enfrentamentos
Coordenadores: Ilana Lemos de Paiva (UFRN), Assis da Costa Oliveira (UnB), Luana Isabelle Cabral dos Santos
(UFRN) e Leonardo Zenha Cordeiro (UFPA)
Resumo geral:
Há duas visões predominantes acerca da juventude, uma que a considera um problema social,
que requer ações de controle social do tempo livre e de repressão e outra que considera os
jovens uma esperança para o futuro, atores estratégicos do desenvolvimento. Segundo dados
do Mapa da Violência, a juventude é o grupo social mais afetado pelas distintas formas de
violência e, especificamente, pelos homicídios. Diuturnamente se culpabilizam e criminalizam
os jovens pobres, negros e residentes dos bairros mais periféricos das grandes cidades. Este é o
perfil dos adolescentes que se encontram no sistema socioeducativo, privados de liberdade, ou
vítimas de “mortes matadas”, configurando um verdadeiro quadro de extermínio da juventude
pauperizada no país. O perfil das mortes e homicídios segue inalterado nos últimos anos:
jovens homens (93,9%), negros, moradores das periferias urbanas. Assim, a partir dos dados que
se repetem, sem resolutividade por parte do Estado, no Brasil, a partir dos 15 anos de idade,
aumentam consideravelmente as possibilidades de jovens pobres morrerem assassinados
por arma de fogo. Além dos dados estarrecedores de homicídios envolvendo a juventude
pauperizada, temos, por outro lado, um sistema de justiça juvenil que atua implacavelmente
junto a um perfil específico de adolescentes que, no contexto da prática do ato infracional,
convive com uma série de vulnerabilidades, como defasagem escolar, falta de referências
familiares, uso de drogas, pobreza extrema. Um elemento complicador dessa situação é a
questão do endurecimento punitivo contra esses mesmos jovens, o que figura como mais uma
forma de violência – institucional, muitas vezes – que ameaça a sobrevivência de adolescentes e
jovens, como também prejudica seu bem-estar e perspectivas futuras, deixando sérias cicatrizes
físicas, emocionais e psicológicas. Dessa forma, o objetivo da presente proposta é discutir os
principais desafios para compreender e enfrentar a complexidade da questão da violência
e a relação com a juventude na atualidade. Os resumos dos trabalhos de comunicação oral
(CO) deverão ter relação com o eixo “juventudes, violência e conflito”, de forma mais ampla,
apresentando uma discussão dos temas de relevância no eixo, quais sejam: dados e discussões
mais gerais sobre acesso a direitos e políticas públicas juvenis, políticas de encarceramento
e consequências para a juventude, homicídios juvenis, sistema socioeducativo, genocídio ou
extermínio da juventude negra, mídia e juventude, políticas de enfrentamento à violência
contra a juventude, entre outros assuntos correlatos e de interesse do GT. Os resumos também
deverão ser originários de projetos de pesquisa finalizados/em andamento ou relatos de
experiência profissional e/ou extensão acadêmica. Serão avaliados os seguintes aspectos:
clareza na expressão de ideias; objetividade e coerência entre os aspectos abordados; análise
crítica do conteúdo abordado; contextualização do tema; se possui objetivos, método e
conclusão (quando for o caso). Trabalhos já apresentados em outros eventos não serão aceitos,
assim como, ensaios, entrevistas, resumos ou resenhas de textos/artigos/livros.
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430
Meu filho era inocente”: produções subjetivas na cobertura televisiva da Chacina da Messejana
Autores(as): Frida Tainá Popp Torres (UFC), João Paulo Pereira Barros (UFC)
Resumo:
O presente trabalho tem o objetivo de analisar as práticas discursivas veiculadas pelo telejornal
cearense CETV primeira edição sobre a chacina da Messejana, ocorrida no dia 12 de novembro
de 2015, conhecida por alguns como a maior chacina da história do Ceará. Além disso, se
propõe a refletir sobre o contexto social no qual se gestaram as narrativas telejornalísticas
sobre a Chacina; analisar como tais produções retratam as juventudes vitimadas e seus
territórios; e discutir implicações desta cobertura na reprodução social da cultura da violência,
compreendendo a violência também como um agenciamento narrativo. Questionar como
se articulam essas práticas discursivas é levar a cabo a perspectiva segundo a qual o modo
como operam os dispositivos midiáticos, entre eles a TV, mais especificamente as produções
discursivas sobre a violência envolvendo jovens nas margens urbanas, são pistas importantes
sobre como funciona o espaço-tempo presente e como nossa sociedade lida com as essas
vidas. Para isso, utilizamos o método da Análise do Discurso (AD) a partir da inspiração de
Michel Foucault, entendendo os enunciados não apenas como signos isolados, mas como
“práticas que formam sistematicamente os objetos de que falam” (FOUCAULT, 1986). Tal
qual defendia Foucault, acreditamos que falar é, também, fazer. Nesta pesquisa, de cunho
qualitativo, foram analisadas treze matérias audiovisuais, veiculadas entre 13 de novembro
de 2015 e 31 de abril de 2016. Escolhemos este período, por ter se dado em abril a entrega
de um relatório preliminar de investigações, da Controladoria Geral de Disciplina (CGD), à
Justiça, sobre o caso da Chacina. Foi a partir daí que ganhou força a linha de investigação que
apontava os policiais militares como autores do crime. Considerando a função pedagógica
da mídia (FISHER, 2010), o poder quase absoluto da comunicação (GIANOTTI, 2009), a
televisão como um lugar em si (BUCCI, 2004) e o jornalismo como um espaço privilegiado de
construção do “real”, podemos tomar a cobertura realizada como analisadora para pensar o
funcionamento de um racismo de estado (FOUCAULT, 2005) na mídia, o que podemos observar
com a quase inexistência de matérias sobre homicídios na adolescência nos principais veículos
de comunicação, mesmo que estas sejam as mais frequentes em nosso país. Outra reflexão é
de como, nas coberturas policiais – categoria na qual se insere a análise – se fortalece uma
individualização e naturalização da violência (FIGUEIRÓ, 2013) e como estas simbolizam “a
cara em negativo do nosso desgoverno” (BUCCI, 2004, p. 116) quando o assunto é segurança
pública. Conclui-se que as produções discursivas da cobertura telejornalística da chacina, por
meio de diversos mecanismos de agenciamento das discussões públicas (HOHLFELDT, 2001),
ajuda a construir a percepção que temos de nós mesmos, do outro e do tempo e espaço no qual
vivemos (THOMPSON, 2011) e, reproduzindo históricas associações entre violência e pobreza,
endossam a produção de subjetividades punitivo-penais, transformando em sujeitos matáveis -
como o Homo sacer, do qual fala Agamben (2007) – aqueles que habitam as margens urbanas,
campos de concentração contemporâneos.
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431
“Vi um pretinho e seu caderno era um fuzil”: Trajetória escolar de adolescentes e jovens negros
cumprindo medida socioeducativa no Distrito Federal
Autores(as): Aline Pereira da Costa (CEFET-RJ)
Resumo:
O Brasil possui atualmente um dos mais altos índices de homicídios entre a população jovem
do mundo e, em todas as unidades da federação, os jovens negros são as principais vítimas da
violência. No ano de 2016, o Atlas da Juventude apresentou à sociedade brasileira a (infeliz)
constatação de que passados dez anos desde o primeiro Mapa da Violência e a constatação do
aumento gradativo da mortalidade juvenil brasileira, nenhuma agenda pública havia dado conta
de frear o aumento da violência letal contra jovens, sobretudo negros e negras. Dentre várias
vulnerabilidades sociais, a baixa escolaridade parece ser uma constante para os envolvidos
nas situações de violência, tanto vítimas quanto perpetradores, pois como aponta Paulo
Rangel (2015) o perfil do preso no Brasil é em regra de analfabetos, alfabetizados funcionais
e de pessoas com o ensino médio incompleto. Rangel afirma ainda que em 2011 existiam no
Brasil 19,8 mil adolescentes internados em unidades de execução de medida socioeducativa
(sendo que cerca de um ano depois esse número havia aumentado 40 % passando para
27 mil). No mesmo estudo, o autor aponta que o perfil do adolescente “infrator” no Brasil:
jovens, desprovidos de toda e qualquer sorte de bens de consumo mínimos, sem escolaridade,
sem saúde sem educação, sem saneamento básico, sem esporte e lazer, totalizando 27 mil
adolescentes “infratores” sendo que 93,7 são do sexto masculino, 75% tem entre 16 e 18 anos,
60% são afrodescendentes e 52% cursaram entre o 5º e o 7º ano do ensino fundamental.
Pereira e Mestriner (2005) afirmam que no Brasil a quase totalidade dos adolescentes que
estão cumprindo alguma medida socioeducativa abandonou os estudos muito cedo, para tais
autoras, a evasão escolar deve-se à ineficácia dos métodos educacionais, por falhar em ensinar
as habilidades acadêmicas necessárias, e também à exclusão social por parte dos colegas
e professores da escola. Como aponta Martins (2011), a escola conta com mecanismos de
silenciamento que promovem a invisibilidade das práticas que não se encaixam nos cotidianos
escolares “institucionalizados” adotando assim uma cultura de padronização que torna-se
extremamente violenta e excludente para adolescentes e jovens negros e negras. Percebe-
se então que um adolescente negro/negra que esteja sujeito a uma medida socioeducativa
já traz em sua trajetória um quadro de exclusão e desigualdade social e um conjunto de
violações de direitos, muito por consequência dos desafios sobrepostos a sua vivência que
tendem a contribuir para colocá-lo nas situações de vulnerabilidade social e racial. Portanto
pretende-se analisar, as trajetórias de vida dos adolescentes e jovens negros de comunidades
de periferia do Distrito Federal que estejam cumprindo medida socioeducativas, refletindo,
sobre o impacto do racismo nas suas trajetórias de exclusão social e o (não)acesso à política
educacional, debatendo inclusive como essa curta trajetória escolar é marcada por exclusões,
uma vez que ela não é capaz de “dar conta” desses sujeitos contribuindo para empurrá-los para
a marginalidade e consequentemente para o cometimento de atos infracionais e o conflito
com a lei.
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432
11 famílias e uma rede de histórias: relatos sobre trajetórias de adolescentes vítimas de
homicídios narrada por seus familiares em Fortaleza
Autores(as): Benjamim Diego Lucas y Sousa (Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios
na Adolescência), Camila Holanda Marinho (UFC), Daniele Jesus Negreiros, Joaquim José
Correia de Araujo (Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência), Thiago
de Holanda Altamirano (Comitê Cearense de Prevenção de Homicídios na Adolescência)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
433
A expressão dos jovens sobre a maioridade penal pelo olhar da fotografia
Autores(as): Adriana Matos Rodrigues Pereira (UCB), Christina Pereira da Silva (UCB), Adriana
Matos Rodrigues Pereira (UCB), Alex Vidigal Rodrigues de Sousa (UCB), Katia Cristina Tarouquella
Rodrigues Brasil (UCB)
Resumo:
No mundo, são mais de 1,8 bilhão de adolescentes e jovens e, no Brasil, esse número ultrapassa
51 milhões. São imprescindíveis investimentos voltados para que esse grupo populacional,
sendo crucial que as leis e as políticas públicas nacionais estejam orientadas a fortalecer as
trajetórias juvenis e transitarem de forma segura e saudável da adolescência para a idade
adulta (ONU, 2015). As políticas para a juventude ganharam maior dimensão a partir dos
anos 80, estimuladas por organismos como a CEPAL (Comissão Econômica para a América
Latina, Caribe e algumas nações da Europa e Ásia) e ONU. Abramo (2011) pontua que só,
recentemente, observou-se a preocupação com a formulação de políticas governamentais para
os jovens no Brasil. Neste viés, o problema que trazemos diz respeito ao Projeto de Emenda
Constitucional – PEC 171/93, que visa alterar o art. 228 da Constituição Federal brasileira de
forma a estabelecer a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. A temática da redução
da Maioridade Penal traz um confronto de paradigmas. Quando um adolescente comete um
ato infracional, esse fato possui um grande apelo nos meios de comunicação de que menores
são autores da maior parte dos crimes cometidos no país. Entretanto, a Secretaria Nacional
de Segurança Pública - SENASP estima que os adolescentes de 16 a 18 anos são responsáveis
por apenas 0,9% do total dos crimes praticados e este percentual cai para 0,5%, considerando
apenas homicídios e tentativas de homicídio. A ONU posiciona-se de que a redução da
maioridade penal opera em sentido contrário à normativa internacional, representando um
retrocesso. Investigou-se a concepção dos jovens de Ensino Médio, integrantes do PIBIC-EM
(Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio) de uma escola
na periferia do Distrito Federal, sobre a redução da maioridade. Como método utilizou-se o
modo de expressão imagético da fotografia, recurso usado pelos jovens como mediador para
a expressão e reflexão sobre a temática. Apresentou-se uma proposição dialética do olhar
de cada estudante, segundo SATO (2009) garantindo a multiplicidade de sentidos. A pesquisa
realizou-se em três etapas (1ª discussão e construção de narrativas sobre Constituição Federal,
Declaração dos Direitos da Criança, ECA, Estatuto da Juventude, SINASE; 2ª realização de
imagens fotográficas em dupla e 3ª apresentação das fotos e narrativas no espaço grupal.
Os jovens constataram que as oportunidades não são equivalentes para os adolescentes da
periferia e fora dela. Questionaram direitos e deveres da população jovem de forma a refletir
sobre suas responsabilidades pelos atos cometidos. Entenderam que a redução da maioridade
penal por si só não resolve problemas da exclusão social e ato infracional, mas sim, mascara as
responsabilidades e ações que o Estado deveria ter para com a juventude da periferia. A pesquisa
está inserida no eixo 22, pois aborda questões relacionadas à discussão de políticas públicas de
combate à violência contra, entre e por populações juvenis. Orientação teórica:ABRAMO,2005;
SATO, 2009; RIVOLTELLA, 1998.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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434
A identidade adolescente em conflito com a lei: uma análise de adolescentes em cumprimento
de medida socioeducativa
Autores(as): Vanessa Feitosa Sampaio da Silva (UNIFOR), Cristina Maria Rodrigues Costa
(Tribunal de Justiça do Estado do Ceará), Luciana Queiroz Fontenele (UNIFOR)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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435
A importância da convivência familiar na socioeducação: uma análise do direito preconizado
em lei frente às contradições do real
Autores(as): Jéssica Larissa da Silva Carvalho (UFPA)
Resumo:
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436
A influência midiática sobre senso comum no tocante aos adolescentes em conflito com a lei
Autores(as): Jéssica Larissa da Silva Carvalho (UFPA), Flaviane de Morais Santos Borges (UFPA)
Resumo:
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437
A Lei Antidrogas como controle social da juventude negra periférica
Autores(as): Catharina Maia Caetano (Centro Universitário Adventista de São Paulo)
Resumo:
Denominada “Nova Lei de Drogas”, a Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006, entrou em vigor
em 08 de outubro de 2006 e veio a substituir a antiga Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976, e
a Lei n. 10.409, de 11 de janeiro de 2002, conhecidas outrora por “Lei de Entorpecentes”. A nova
lei em seu conteúdo, além de definir políticas públicas, traz regramento para punição, tanto de
usuários de drogas ilícitas quanto de traficantes, de forma mais branda para os usuários, visto
que a lei entende que estes são merecedores de um tratamento de reabilitação e não de uma
pena, como a prisão, enxergada como a maior e mais violenta de todas as punições penais,
porém aplicando esta aos enquadrados nos artigos que definem o indivíduo como traficante
ou associado ao tráfico. Apesar de tentar definir punições distintas para usuários e traficantes,
a Lei Antidrogas mostra-se deficiente ao não explicar quais os critérios para que um indivíduo
seja considerado como usuário (sem diferenciá-lo entre dependentes químicos) e os critérios
para ser considerado como traficante. No início do ano de 2017, Rafael Braga Vieira, jovem,
negro, periférico foi condenado a 11 anos de prisão enquadrado como traficante e associado
ao tráfico pela justiça do Rio de Janeiro, o caso chama atenção visto a contradição da aplicação
da lei que, em outros casos semelhantes ao de Rafael, julga o indivíduo como usuário. Desta
forma, objetiva-se analisar como a subjetividade da distinção entre usuários e traficantes na lei
tem sido usada como instrumento de controle social nas periferias principalmente, causando
um colapso no sistema penitenciário que, segundo dados estatísticos de organizações nacionais
e internacionais como o Instituto Terra, Trabalho e Cidadania – ITTC e o Human Rights Watch,
o Brasil tem aumentando de forma assombrosa o número de presos desde que a Lei Antidrogas
de 2006 entrou em vigor, com números relativamente maiores quando se trata de jovens
negros entre 15 e 29 anos de idade moradores de zonas periféricas brasileiras. Estes jovens
geralmente são condenados por tráfico de drogas como se este fosse um problema restrito às
regiões pobres do Brasil. Esta pesquisa se vale de um estudo descritivo elaborado por pesquisas
bibliográficas e documentais, além de uma análise à Lei n. 11.343/06 com embasamentos
estatísticos coletados por instituições nacionais e internacionais. Os principais resultados
obtidos indicam que a juventude negra tem sido alvo de uma conduta imprópria ao que se
refere a Lei Antidrogas, pois a cor atua como fator de discriminação na distribuição da justiça.
O estudo sinaliza que o racismo compromete a neutralidade dos julgamentos e a subjetividade
da Lei em análise também é utilizada como fator de discriminação, comprometendo a ideia
primordial da legislação de Políticas Públicas de Combate às Drogas.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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438
A narrativa como recurso para a construção dos sentidos de risco e proteção para adolescentes
ameaçados de morte
Autores(as): Daniele Jesus Negreiros (UFC), Veriana de Fátima Rodrigues Colaço (UFC)
Resumo:
O estudo, em fase de finalização das análises, busca conhecer que sentidos os adolescentes
ameaçados de morte dão a risco e proteção a partir das suas experiências de vida. Com
metodologia qualitativa, a pesquisa teve início com a inserção no Programa de Proteção a
Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte - PPCAAM para conhecer a configuração
contextual, definir os participantes e planejar a realização de entrevistas narrativas, apoiando-
nos nas proposições de Jerome Bruner. Esta perspectiva compreende a narrativa como um
modo de contar e reconstruir a história de vida, a partir da produção conjunta do narrador e do
espectador, de forma que os temas abordados devem ser vistos à luz dessas trocas. As entrevistas
narrativas ao se fazerem de modo aberto encorajam a produção de sentidos e significados por
meio do relato, em vez de respostas mais categóricas obtidas em entrevistas padronizadas.
Assim, neste trabalho pretendemos focar na realização da entrevista piloto com um jovem
com o perfil buscado, objetivando verificar a adequação dessa metodologia e posteriormente
analisar os sentidos de risco e proteção que foram gerados com o processo narrativo, tendo
o devido cuidado com o registro, o contexto da narração e a validação comunicativa. Na
entrevista, apenas solicitamos que o jovem falasse acerca de sua vida e como estava naquele
momento. Logo ao começar, ele demarcou as mudanças em sua trajetória, a partir das interações
estabelecidas com seus pares, levando-o a correr riscos graves em algumas situações, inclusive
com ameaças de morte. Por outro lado, a rede de amigos também apareceu como um fator de
proteção, levando-nos a compreender que a interpretação de uma situação de risco não pode
ser definida a priori; o risco, ao ser visto em processo e em movimento, muda seus sentidos
e significados a depender das circunstâncias e das interações estabelecidas. O ato de narrar
possibilita que fatos e momentos se inscrevam na vida de outro modo, revelando conexões que
não eram pensadas, abrindo espaço para reflexões e ressignificações das experiências. Diante
de situações de vulnerabilidade social, por exemplo, cada pessoa se organiza com os diferentes
suportes de que dispõe, tanto sociais como individuais. O caso analisado mostrou a potência
desse tipo de abordagem, quando se busca compreender a experiência do outro, ao mesmo
tempo em que é um recurso que promove ao narrador uma oportunidade de falar de si. Os
sentidos foram construídos a partir das considerações do próprio jovem sobre suas percepções
e de quais formas de existir e de se posicionar vão sendo assumidas por ele, surgindo daí os
significados e sentidos sobre risco e proteção. Este estudo piloto tratará ainda das discussões
sobre a violência e envolvimento de adolescentes com atos infracionais e que estão sendo
acompanhados pelo PPCAAM, que está previsto no Programa Nacional de Direitos Humanos
3 – PNDH3 e que visa assegurar o direito à proteção de adolescentes em casos de ameaças de
morte. Por este aspecto, a proposta se adequa ao GT indicado, considerando que abordará a
problemática da violência e as ações e políticas públicas destinadas a jovens em risco.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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439
A violência entre gangues de Juiz de Fora
Autores(as): José Otávio de Paula Nogueira (Secretaria de Estado de Defesa Social), Vera
Helena Barbosa Lima (CES-JF)
Resumo:
É um estudo investigativo sobre a violência praticada entre grupos rivais na cidade de Juiz de
Fora.Se deu aos noticiários diários sobre mortes ocorridas entre brigas de gangues.O objetivo
foi pesquisar a rivalidade entre gangues; o que tem desencadeado os atos de violência;e o que
motiva o sentimento de ódio entre eles.A violência tem feito parte do cotidiano das pessoas,
não se pode banalizar tais atos.O ódio se presentifica nas relações diárias.O ódio tem gerado
crime.Segundo Melman(1999)a violência é perfeitamente normal, para aqueles que não foram
reconhecidos simbolicamente, passam ao ato como forma de reconhecimento.O jovem busca
no grupo sua identidade, a socialização da culpa e a identificação com os pares.Os grupos e
as gangues se diferenciam.O grupo se assemelha pelo visual, pela uniformidade; nas atitudes
e nos comportamentos. As gangues seriam grupos mais agressivos, pois os pactos são feitos
de forma indissolúvel.Essas gangues tem disseminado o medo na sociedade, pois segundo
Altheide( 2003)não é só o medo do perigo e sim os desdobramentos desse medo.Muitos grupos
se unem pelo elo da violência e se mantêm em torno dela.Atos que exalam medo.Foi realizada
uma pesquisa bibliográfica sobre o tema.Projeto construído.Pesquisa exploratória.Todos os
dados quantificados pelo Programa SPSS.Foi elaborado um questionário com 23 perguntas
para ser aplicado em jovens entre 18 e 24 anos.Seguiu-se o mapeamento dos bairros feito pela
Polícia Civil.Quatorze bairros pesquisados.Os jovens não foram identificados.Amostragem foi
de 147 jovens, que fazem parte de “gangues”,nomeados por eles como“bondes”.Predominância
do sexo masculino, escolaridade Ensino Fundamental incompleto.59%passam a maior parte do
tempo na rua, à maioria reside com os avós.84,4%pertencem a um “bonde”.A rivalidade entre
os grupos foi confirmada em 87,5%.Ingressam no grupo a convite de amigos e dos próprios
irmãos.A prática de atos violentos foi de 60,5%.Há líderes dentro dos grupos.O sentimento
de ódio apareceu em 90,5%.83%conhecem os integrantes do grupo rival.Os confrontos são
motivados pela rivalidade nos bailes e entre os bairros com 24,4%.A disputa por espaço foi de
30,7%,a rivalidade em 18,3% e 16,5%motivada pelo ódio.Arma de fogo é adquirida em 72,8%,
76,2%as possuem através de amigos,26,2% adquirem por outros e 23,5%já possuem em casa.
Armas brancas 31,1% e 19,1%se referem a outros tipos de objetos.Transgressão da lei 85,7%.A
taxa de homicídio foi de 11,4%.O uso de drogas 89,8%.As drogas mais consumidas maconha e
cocaína com 22%.O álcool não foi considerado droga.24,4%temem a morte,19,9%temem serem
presos e 13,6%não sentem medo.Concluindo a rivalidade entre os “bondes”, é real. Os atos de
violência disputam espaço, e se sentem“empoderados”.Espaço físico e nos bailes.Entram nesses
“bondes” influenciados pelas pessoas que estão ao seu redor, e o ódio é a mola propulsora da
violência.Tem acesso a armas,são violentos e perigosos.Temem a morte.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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440
Adolescentes mulheres em conflito com a lei: aspectos históricos da UNIFEM
Autores(as): Élida Damasceno Braga (UFS)
Resumo:
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441
Adolescentes privados de liberdade no Rio de Janeiro escolarização, violência e vulnerabilidades
Autores(as): Iris Menezes de Jesus (UFF)
Resumo:
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442
As dinâmicas sociais e o mundo do crime numa favela de Fortaleza
Autores(as): Artur de Freitas Pires (UFC)
Resumo:
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443
As impressões de jovens sobre sua representação no Jornal Daqui
Autores(as): Gardene Leão de Castro (UFG)
Resumo:
O objetivo dessa pesquisa de doutorado é compreender as representações sociais de jovens
de diferentes extratos sociais de Goiânia (posição alta, média e baixa) sobre os discursos
midiáticos a respeito de si. Ao apresentar a capa do Jornal Daqui para os participantes dos
3 grupos focais (na média, com 8 integrantes cada), os jovens foram motivados a relatar
suas impressões. “Além de ser muito resumida, é tipo um deboche. Por que: “prejuízo para a
malandragem?”. A gente não quer dar prejuízo...Não é o correto.” Eduardo, Região Noroeste.
“Como muitos jornais no Brasil, eles só focam na violência e no esporte, para bitolar as pessoas,
manipulando a informação. O futebol é quase igual a um circo alegórico no Brasil.” Roberto,
Colégio Fractal. “É como se chamar todos de idiota, porque você tá vendendo uma coisa que
agride a intelectualidade das pessoas, porque você não é capaz de pensar mais do que isso,
não vai procurar mais do que isso.” Gustavo, Colégio Medicina. A crítica dos jovens dialoga
com os estudiosos do jornalismo sensacionalista, como Angrimani (1995) e Dias (1996). Para os
autores, a falta de aprofundamento e a banalização da violência são características inerentes
aos jornais sensacionalistas. Já os jovens da região noroeste (classe baixa), além de criticar
o Daqui e denunciar a violência policial, deram exemplos de casos reais que aconteceram
próximos a eles e que foram que deturpados nas notícias: “Eu acredito que todas as matérias
de violência eles distorcem. Muitos fatos que eu presenciei e vi, não saiu a história igual.”
Aparício, Região Noroeste. “Teve um caso de um assassinato que teve lá. Foram três pessoas. Aí
só uma tinha envolvimento. Aí eles colocaram como se todo mundo tivesse envolvimento com
drogas.” Aparício, Região Noroeste. “Teve também um amigo meu lá no finsocial que morreu.
Eles falaram que era tráfico de drogas pesado. Mas não era…” André, Região Noroeste. Na
sequência, os jovens da região noroeste denunciaram vários casos de abuso e de violência
policial: “Os polícia. Quando eles estão revoltados com sua cara, já era. Aí eles pegam e eles
mesmo falam, já: vou pegar você, vou dar um “pau” em você e ainda jogo as drogas em cima de
você.” Davi, Região Noroeste. “A primeira coisa, quando eles te abordam, é perguntar se tem
passagem, entendeu? Se você tem passagem, você já é vagabundo. Eduardo, Região Noroeste.
Geralmente, quando não tem muitas pessoas, sabe. Eles querem bater. Eles querem levar para
um lugar para saber das coisas.” André, Região Noroeste. Os relatos dos jovens moradores da
região noroeste demonstram que eles sofrem as consequências do processo de incriminação,
apontado por Misse (2008), que associa a transgressão como um atributo inato da juventude
das periferias. A objetivação desse imaginário produz consequências concretas na vida desses
sujeitos, como a demanda por medidas punitivas, como a redução da maioridade penal.
Esses jovens são os possíveis de serem mortos, os outsiders, pois fazem parte de mais uma
estatística da violência urbana, retratada pelos veículos de comunicação, como o Daqui, de
forma estigmatizada.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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444
As violências contra as juventudes: reflexões e suas relações com a hidrelétrica de Belo Monte
no contexto de Altamira
Autores(as): Fabiano de Oliveira Vitoriano Pereira (UFPA), Leonardo Zenha Cordeiro (UFPA)
Resumo:
Esse trabalho faz parte do projeto de pesquisa iniciado em 2016, cujo objetivo é investigar as
violências sobre as juventudes de Altamira no contexto da construção da Usina Hidrelétrica
de Belo Monte (UHE Belo Monte), ainda em caráter inconclusivo. O projeto de pesquisa tem
como problemática fundante os dados em relação ao número de homicídios, encarceramentos
e todas as formas de violência relacionadas aos jovens. O contexto de análise se insere nos
grandes projetos pensados para a Amazônia que se efetivam sempre no estabelecimento de
uma relação vertical entre Estado e/ou empresas e comunidades afetadas. Para isso traçamos
uma análise dos dados disponíveis no Mapa da Violência-2014 e no Índice de Vulnerabilidade
Juvenil 2014 e do SISP -Sistema Integrado de Segurança Pública- presentes em pesquisas
desenvolvidas na área. A pesquisa traz registros e mostram que parte dos conflitos, e homicídios
ocorridos em Altamira tem ligação direta ao crescente número de pessoas que migraram
para a região, e alteraram as relações sociais e consequentemente aumentou o número de
homicídios e o tráfico e consumo drogas. Nesse sentido o foco é o olhar sobre as juventudes
algo ainda pouco explorado nas políticas sociais e que constatamos, devido a falta de dados,
uma lacuna importante que precisa ser explorado em relação a região, quando se trata de Belo
Monte. Esse interesse também se justifica do ponto de vista macro sobre as juventudes pelo
alto índice de homicídios sendo sofridos e também cometidos pelos jovens entre 15 e 29 anos
constante no mapa da violência sobre os jovens.A exposição foi dividido da seguinte forma,
em primeiro ponto colocaremos a questão da violência em evidência; depois faremos uma
definição do que estamos chamando de juventudes, e de violências no contexto de Belo Monte.
O complexo cenário montado por consequência da UHE Belo Monte acentuou desigualdades
socioeconômicas, e os resultados disse afetou diretamente a vida das juventudes, principalmente
as pobres negras moradoras da periferia, e principalmente habitantes da áreas que seriam
remanejadas compulsoriamente por conta da formação do lago da hidrelétrica. Pois logo após
ao anúncio das áreas que seriam retiradas para os RUC’s, essas áreas ficaram desassistidas
pelo poder público no tocante ao básico para viver, inclusive água potável; e sem o serviço de
Segurança Pública, que passaram a entrar nos bairros apenas nas ações ostensivas.Assim outro
dado relevante a ser trazido à luz desse debate é o de homicídios de jovens negros, registrados
pelo Mapa da Violência, no período de 2010 à 2012 foram assassinados 92 jovens negros, e
12 jovens brancos. Como no Brasil as desigualdades sociais não inerentes à questão étnico-
racial, não surpreende encontrarmos números tão altos relacionados de violência sofridos
por essa população. Essa problematização se torna relevante tendo em vista que os estudos
de viabilidade socioeconômicos não fazem referência aos impactos sobre as juventudes.O
objetivo é compreender de que maneira a construção da usina hidrelétrica colocou os jovens
na frente desse fenômeno da violência e quais os impactos desse processo para as juventudes
locais.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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445
Chacina da Grande Messejana: memórias e narrativas sobre extermínio juvenil em Fortaleza
Autores(as): Camila dos Santos Leonardo (UFC), Dagualberto Barboza da Silva (UFC), João
Paulo Pereira Barros (UFC)
Resumo:
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446
Cotidianos de jovens em territórios violentos e a fragilidade das políticas de prevenção à
violência
Autores(as): Deinair Ferreira de Oliveira (Laboratório de Estudos da Violência (LEV/UFC)
Resumo:
Desde o primeiro Mapa da Violência, em 1998, os jovens aparecem como as principais vítimas
da violência, sobretudo na faixa etária dos 15 aos 29 anos de idade, sendo também entre os
jovens que se registra o maior número de mortes por homicídios. Dentre as cidades, Fortaleza
encontra-se no ranking das capitais brasileiras com a maior taxa de homicídios por arma de
fogo (HAF), passando da 19ª posição para o 1º lugar entre os anos de 2004 e 2014 (WAISELFISZ,
2016). Diante desse cenário os governos são levados a agir sobre as consequências da
violência, realizando altíssimos investimentos para reprimi-la. Nessa perspectiva, de acordo
com Rodrigues et al (2007), somente no ano de 2005, as despesas com Segurança Pública no
Brasil contabilizaram um valor de 28 bilhões, o que representava 1,45% do PIB. As despesas
com o sistema prisional, nesse mesmo ano, totalizaram 2,8 bilhões aos cofres públicos,
correspondendo a 0,15% do PIB, além dos elevados custos com o tratamento de vítimas de
causas externas. Para os autores, esses valores poderiam ser significativamente reduzidos se
houvesse investimentos em políticas preventivas à violência que culminariam na redução de
acidentes e ou violências causadoras de óbitos e lesões. Assim, neste trabalho objetivo refletir
sobre o cotidiano de jovens em territórios violentos e a atuação do Estado no desenvolvimento
de Políticas de Prevenção à Violência, mediante a experiência de um Projeto social situado
em um bairro da periferia de Fortaleza. Fruto da minha dissertação de Mestrado, desenvolvi a
pesquisa em um Projeto do Governo do Estado do Ceará, sediado em um bairro da periferia da
cidade que oferta atividades socioeducativas para pessoas em situação de risco. Os sujeitos da
pesquisa são jovens, femininos e masculinos, de idades entre 12 e 18 anos. Tendo em vista os
procedimentos metodológicos, realizei uma pesquisa qualitativa com inspiração etnográfica,
utilizando ferramentas como a observação direta, grupo focal e entrevistas. Durante a
pesquisa pude acompanhar, pelas falas dos jovens, um pouco das circunstâncias de violências
que marcavam seus contextos sociais. Os jovens reconheciam suas vivências em um território
perigoso com relação às influências ou mesmo a morte prematura, devido aos conflitos pelos
quais são marcados o convívio na rua, no bairro, na cidade. Assim, eles se consideravam sitiados
pela violência, tendo em vista o crime desenfreado, além da repressão policial. No entanto,
mesmo dentre todas as circunstâncias contrárias, eles apontavam a inserção no Projeto como
uma alternativa para quem escolheu viver, uma possibilidade para estar protegido do contato
com o cotidiano de violências. Embora os crescentes índices de violência e a comprovada
importância de políticas de prevenção, o referido Projeto vem sofrendo com várias restrições
e cortes de verbas ao longo dos anos, o que reduz o número de atendimento e impossibilita
contribuir de forma efetiva na redução dos índices de criminalidade.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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Dinâmicas relacionais percebidas por atendentes de reintegração socioeducativos em suas
atuações laborais
Autores(as): Aedra Sarah de Andrade (UnB), Maria Cláudia Santos Lopes de Oliveira (UnB)
Resumo:
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448
Excessividade das internações provisórias aplicadas aos adolescentes explorados pelo tráfico
de drogas
Autores(as): Andréa Pires Rocha (UEL)
Resumo:
O resumo traz parte dos resultados da pesquisa “Adolescentes flagrados com porte de drogas
proibidas em Londrina e região: consumidores de drogas e/ou trabalhadores do tráfico?”
vinculado ao departamento de Serviço Social da Universidade Estadual de Londrina. Dentre
os recortes reflexivos que os resultados da pesquisa nos propiciaram, abordaremos a questão
da tendência à violação da excepcionalidade da internação provisória em situações de
adolescentes apreendidos com drogas proibidas, mesmo em quantidades irrisórias. Situamos a
questão das drogas no contexto das contradições do proibicionismo, afirmando que a guerras
às drogas traz consigo inúmeras violações dos Direitos Humanos. No bojo dessas contradições
está a exploração da força de trabalho de adolescentes que têm no narcotráfico a possibilidade
de emprego precário e regido por normas violentas, situação reconhecida internacionalmente
pela Convenção 182 e a Recomendação 190 da OIT como uma das piores formas de exploração
do trabalho infantil. Entretanto, dentre os operadores do Sistema de Segurança e Justiça há uma
tendência de se aplicar medidas rigorosas, à exemplo da internação provisória, fortalecendo
o encarceramento em massa e o Estado Penal. A Lei 11.343/2003 (SISNAD, BRASIL, 2006) é
utilizada como parâmetro para apreensão de adolescentes, demonstrando, muitas vezes, a
seletividade penal. Portanto, a descrição empreendida pela autoridade policial é determinante,
por isso tivemos como fontes primárias Boletins de Ocorrência da Delegacia do Adolescente
de Londrina/PR, neste artigo apresentaremos os resultados da análise comparativa entre os
dados do primeiro trimestre dos anos 2013, 2014 e 2015 no que tange a questão das internações
provisórias. A análise nos permitiu observar que em Londrina, no recorte temporal estudado,
os atos infracionais vinculados a questão das drogas corresponderam a 41% das apreensões
em flagrante (81% equiparado a tráfico e 19% a porte/uso). Outros atos, como os referentes
a violação da propriedade privada 35%; Grave ameaça a vida e outras formas de violência
8%; Violência Subjetiva 3%; Crime sexual 3%; homicídio de fato 1%. As situações vinculadas
à questão das drogas recebem mais internações provisórias, correspondendo a 60% do total
das internações provisórias. Este dado nos leva a constatar que a ideologia proibicionista é
determinante na decisão de internar provisoriamente ou não um adolescente. Na apresentação
oral traremos informações mais detalhadas. A medida socioeducativa de internação provisória
deveria ser utilizada de maneira excepcional, todavia, nossos estudos comprovam que há
um excesso de aplicação, principalmente no que se refere ao ato infracional equiparado ao
tráfico de drogas. Este alto índice configura desproteção e violações dos Direitos Humanos em
diferentes esferas. Além disso, comprova que a “guerra às drogas” é utilizada para controle da
juventude pobre.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
449
Histórias desmedidas e (re)existências juvenis: experiências do 4º Monitoramento do Sistema
Socioeducativo do Ceará
Autores(as): Júlia Alves Dias Ribeiro (UFC), Francimara Carneiro Araújo (UFC), João Paulo
Pereira Barros (UFC)
Resumo:
O presente trabalho visa explanar uma das frentes de atuação do projeto de extensão “Histórias
Desmedidas: Trajetórias Juvenis e Outros Riscos”, cadastrado na Pró Reitoria de Extensão da
UFC no ano de 2016 e que integra as atividade do Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre
Violências e Produção de Subjetividades (VIESES), ligado ao Departamento de Psicologia
daquela Universidade. O Projeto se articula teoricamente com o campo da Psicologia Social,
estabelecendo interlocuções com Deleuze, Guattari e Agamben. Um dos objetivos do projeto
de extensão é compor processos de incidências técnico-políticas na defesa e efetivação de
direitos de juventudes, potencializando a atuação ético-política da psicologia no sistema
socioeducativo. Para operacionalizar esse objetivo, uma das ações do projeto entre o final de
2016 e início de 2017 foi a colaboração com o 4º Monitoramento do Sistema Socioeducativo
do Ceará, realizado sistematicamente pelo Fórum de Organizações Não Governamentais
em Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes do Ceará (Fórum DCA) e outros grupos
que se debruçam sobre a temática da violência e juventudes. Tal monitoramento visa
realizar o controle social de políticas públicas executadas pelo Estado. O eixo escolhido para
situar o presente trabalho foi o Eixo 2 “Juventudes, Violência e Conflito” e o GT “Juventude,
Criminalização e Políticas Públicas: impasses e enfrentamentos” por observar que, no processo
de visitas e grupos focais, o perfil de adolescente associado ao perigo - jovem, negro, pobre e
morador de periferia ou interior - e criminalizado por estar cumprindo medida socioeducativa,
é o mesmo que sofre violações de direitos por parte do Estado, assim como é o mesmo que
mais cresce a estatística de homicídios no Brasil. Metodologicamente, a atuação do projeto no
monitoramento se deu mediante participação de extensionistas e psicólogos colaboradores
em vistas a CREAS e Unidades de Privação de liberdade de Fortaleza, considerando os
procedimentos propostos pelo Fórum DCA para a operacionalização de monitoramento. As
visitas contaram com a aplicação de instrumentais com a equipe técnica dos serviços, com a
direção das unidades, com socioeducadores e 2 grupos focais com 5 adolescentes - totalizando
10 adolescentes ouvidos em cada unidade -, sendo os últimos realizados nas unidades de
internação. Como resultados, destaca-se que a equipe do projeto de extensão colaborou na
sistematização do relatório do monitoramento e na elaboração de recomendações advindas
dessa experiência, a partir de reuniões com a equipe responsável pelo monitoramento. Destaca-
se também atividades de discussão dessa experiência do monitoramento junto a estudantes da
graduação promovidas pelo VIESES. Como conclusão, importante destacar a pertinência desse
tipo de ação extensionista na articulação com movimentos sociais e sociedade civil. Destaca-
se também a importância de experiências como estas na formação em Psicologia, visando a
discussão e problematização da relação entre violência e juventude e a realidade do Sistema
Socioeducativo.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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450
Homicídios de jovens em Fortaleza: uma análise a partir de marcadores sociais
Autores(as): Luis Fernando de Souza Benicio (UFC), Ana Jéssica de Lima Cavalcante (UFC),
Damião Soares de Almeida Segundo (UFC), João Paulo Pereira Barros (UFC)
Resumo:
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451
Jovens autores de atos infracionais: dificuldades de acesso e/ou permanência na escola
Autores(as): Priscila Carla Cardoso (UNESP), Débora Cristina Fonseca (Departamento de
Educação/IB UNESP RIo Claro)
Resumo:
O presente trabalho irá apresentar e discutir em linhas gerais parte do resultado de uma
pesquisa em andamento que tem como objetivo compreender a trajetória escolar do jovem
autor de ato infracional. O enfoque a ser analisado é a dificuldade de acesso e/ou permanência
destes jovens na escola. Esse estudo é parte de uma pesquisa maior, intitulada “Trajetória de
Alunos Protagonistas de Violência”, realizada pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação,
Participação Democrática e Direitos Humanos – GEPEPDH. No presente trabalho foram
analisados os dados da terceira etapa dessa pesquisa resultante entrevistas individuais com
os jovens identificados nos processos judiciais com medida socioeducativa. Foram realizadas
13 entrevistas com jovens de duas das escolas pesquisadas, contemplando as duas cidades.
Todos os entrevistados foram do sexo masculino, na faixa etária entre 16 e 17 anos. Na ocasião
da realização das entrevistas 11 estavam evadidos da escola e apenas 02 estavam estudando.
Daqueles evadidos a maioria deixou de estudar entre 6ª e 7ª série. Com relação às medidas
socioeducativas as quais foram submetidos, cumpriram Internação; Liberdade assistida (LA);
Prestação de Serviços à Comunidade (PSC); Advertência; e internação provisória de 45 dias. A
partir dos dados coletados ficou evidente que os adolescentes entrevistados tiveram um percurso
escolar marcado por dificuldades de aprendizagem, defasagem ano-escola, reprovação e
evasão. Daqueles que cumpriram a medida de internação todos relataram dificuldades
de acesso e/ou permanência na escola após o cumprimento de medida socioeducativa. As
dificuldades vão desde a negação de vaga até a exclusão dentro do ambiente escolar, por
meio de estigmas e preconceitos. Isso demonstra que embora previsto no artigo 57 do ECA a
necessidade de propostas diferenciadas para inserção de crianças e adolescentes excluídas do
ensino fundamental obrigatório, na realidade, as escolas, de posse do poder de disponibilizar
ou não a vaga escolar, muitas vezes acabam por excluir estes alunos do seu quadro de alunos
e quando a situação se agrava e a vaga é determinada judicialmente a exclusão acontece
dentro do próprio ambiente escolar. O que se vê, muitas vezes, são atitudes arbitrárias de
gestores de escolares pautadas em preconceito e estigmas. Eis aí mais uma contradição:
violação de seus direitos acontece pelo próprio Estado, a quem compete garantir a educação
a crianças e adolescentes. Isso mostra que o direito à educação ainda não foi concretizado
em sua plenitude. Portanto, torna-se urgente uma discussão mais consistente no âmbito das
políticas públicas de educação no que se refere a criação de estratégias diferenciadas que
visem o acesso e a permanência de adolescentes com uma trajetória escolar marcado pela
exclusão do processo educativo. Para tanto se faz necessário à desconstrução de estigmas
e preconceitos com relação a este público, no sentido de compreender o fenômeno em sua
múltipla determinação.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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452
Jovens em situação de medidas protetivas sobre a égide da socioeducativa
Autores(as): Suyanne Nayara Dos Santos (UCDB), Andrea Cristina Coelho Scisleski (UCDB),
Bruna Soares Bruno (UCDB), Giovana Barbieri Galeano (UCDB), Luis Henrique da Silva Souza
(UCDB)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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453
Jovens negros na mira do Estado: violência policial na periferia de Salvador
Autores(as): Felipe da Silva Freitas (UnB), Hildete Emanuele Nogueira de Souza (Instituição
Eclesial de Ação Social)
Resumo:
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454
Jovens usuários de drogas e os sentidos da escolarização
Autores(as): Beatriz Silva Mourão (FAP), Dorysvanny Maria Alves da Silva (FAP), Joana Elisa
Röwer (UNILAB), Luznarina da Silva Pacheco (FAP), Vilandia Soares Da Silva (FAP)
Resumo:
A pesquisa tem como foco os jovens usuários de drogas e como objetivo compreender o que
é a juventude por parte de jovens usuários de drogas e como estas experiências ressignificam
o espaço escolar. Ou seja, como podemos olhar o jovem estudante usuário de drogas? Quais
os sentidos que este jovem atribui a sua situação de vida? Se a educação é formação para um
futuro, como é visualizada a própria ideia de futuro para jovens em situações limítrofes da sua
existência? Um componente das tensões da juventude se expressa na equação que opõe os
obstáculos ao crescimento aos anseios de liberdade. Essas tensões não se definem com base
na experiência isolada, pois o sujeito se constitui no social, e assim é necessário compreender
os elementos que constituem suas identidades coletivas com base na noção de representações
sociais, entendidas como manifestações de grupo ou como valores compartilhados e sempre
sujeitos à alteração, reestruturação e mudança. Em relação a metodologia a pesquisa de
campo foi desenvolvida, em duas etapas: (1) de tipo qualitativa com utilização de entrevistas
gravadas de jovens usuários de drogas, jovens que deixaram o vício e jovens que nunca usaram
drogas; e, (2) de tipo quantitativa com aplicação de 399 questionários com questões objetivas
para jovens do ensino médio em duas escolas públicas e duas escolas privadas da rede de
ensino. O campo de pesquisa se desenvolveu na cidade de Chapadinha/MA, durante o ano
de 2016. Os principais teóricos para pensar a condição juvenil foram Juarez Dayrell (2003) e
François Dubet (1994). Em vista da realidade pesquisada os dados quantitativos demonstraram
uma grande porcentagem de jovens tanto das escolas públicas como privadas nunca terem
experimentado ou usado drogas lícitas ou ilícitas, sendo os jovens das escolas privadas os
que mais declararam ter usado para experimentar, estando, porém a maior porcentagem
de estudantes que usam drogas lícitas ou ilícitas diariamente no espaço da escola pública.
Isso demonstra diferentes processos de socialização e significação em relação às drogas e a
construção e os processos de identificação juvenil. Em relação às entrevistas com os usuários
de drogas foi possível identificar em seus relatos aspectos de rejeição e temor ao futuro.
No espaço escolar a tensão entre perspectivas de futuro e sentidos do porquê aprender, ao
mesmo tempo em que a escola, dependendo do seu olhar, pode configurar-se como um meio
de transformação. Analisando os relatos dos que deixaram o vício, identificou-se o desejo de
mudança que tornou possível as transformações da imagem física e psicológica e dos sentidos
sobre os espaços de socialização. Contudo, o espaço escolar deve também ser problematizado
na relação com a heterogeneidade dos processos socializadores da juventude. Dessa forma,
o uso de drogas pelos jovens pode ser compreendido como um aspecto da sua socialização.
Assim, se a escola se realiza na relação com outros espaços de socialização, com outras redes
de apoio, na estrutura social-cultural-econômica-política, compreendemos a necessidade de
práticas que proporcionem a atribuição de sentidos por parte dos jovens.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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455
Juventude negra em conflito com a lei: expressão de racismo na internet
Autores(as): Jorge Wambaster Freitas Farias (UFC), Damião Soares de Almeida Segundo (UFC),
Quésia Fernandes Cataldo (UFC), Roger Silva Sousa (UFC)
Resumo:
O preconceito e o racismo ainda permanecem como graves problemas sociais mesmo após
as transformações políticas e sociais ocorridas nas últimas décadas, com a promulgação da
Declaração dos Direitos Humanos, a condenação da UNESCO às classificações raciais, as lutas
pela igualdade de direitos civis nos EUA e o fim do apartheid na África do Sul. Atualmente, um
dos meios de expressão do racismo é a internet. O Dossiê Intolerâncias Visíveis e Invisíveis
no Mundo Digital, por exemplo, verificou que, em uma amostra de 393.284 menções de
intolerância emitidas em redes sociais, 32.376 referem-se, especificamente, ao racismo; destes,
97,6% configuram-se como comentários negativos que expõem opressão, preconceito ou
discriminação. A literatura aponta que, no cenário virtual, é possível verificar que as questões
sobre raça e racismo persistem e se apresentam a partir de formas novas e exclusivas para a
internet. Ao comentar notícias online, nota-se uma transformação do discurso sobre o racismo.
Assim, considerando as modificações nas formas de expressão do preconceito e a necessidade
de se contar com outros métodos para a sua avaliação no contexto brasileiro, a presente
pesquisa objetivou avaliar o preconceito racial presente nas redes sociais e em portais de
notícias online contra jovens negros em conflito com lei. Para tanto, foram selecionadas três
notícias que retratam a apreensão de jovens negros, acusados ou considerados suspeitos de
terem cometido roubo. Em seguida foram analisados 879 comentários sobre essas notícias, os
quais constituíram o corpus. Através do IRAMUTEQ, realizou-se uma Classificação Hierárquica
Descendente (CHD) e uma Análise de Similitude a fim de encontrar similaridades nos
comentários analisados. A CHD reteve 83,32% dos segmentos de texto, satisfazendo o critério
mínimo apontado pela literatura de 75% de aproveitamento do corpus, e dividiu o corpus em
três classes. A análise dos dados permitiu observar os repertórios discursivos presentes nos
comentários postados online e investigar como se dá a lógica do julgamento social emitido na
internet sobre jovens negros em conflito com a lei, constituindo, assim, uma forma indireta de
avaliar o preconceito e a discriminação racial no Brasil. Os resultados encontrados corroboram
com achados de outros estudos realizados no cenário virtual, e indicaram a existência de um
intenso e evidente preconceito racial contra jovens negros em conflito com a lei, através
de discursos que estigmatizam e legitimam a morte da juventude negra, considerando-os
uma ameaça à ordem social. Além disso, os discursos responsabilizam a ausência dos pais,
a permissividade da lei e as pessoas envolvidas com a promoção de Direitos Humanos pela
situação que esses jovens se encontram. Diante disso, o preconceito e a discriminação racial
nos comentários avaliados, no geral, se apresentaram de forma flagrante e abertamente ativa,
ainda que coexistem com o preconceito sutil e velado apontado pela literatura.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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456
Juventude perdida: o autor de ato infracional e o debate de redução da idade penal na mídia
digital
Autores(as): Wene Carolina Mota Santos (UFPE), Agnes Carine da Silva (UFPE), Jessica Hellen
Santos Batista (UFPE)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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457
O controle social de políticas públicas para a juventude: relato de pesquisa sobre o
monitoramento do Fórum DCA da política de atendimento socioeducativo do Ceará
Autores(as): Acássio Pereira de Souza (UFC)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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458
O corpo do morto é negro: o agronegócio e o genocídio da juventude negra
Autores(as): Priscila de Oliveira Xavier Scudder (UFMT)
Resumo:
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459
O cotidiano e as violações de direitos de adolescente em cumprimento de Medida Socioeducativa
em Fortaleza-CE
Autores(as): Larissa Ferreira Nunes (Fanor), Isadora Dias Gomes (UFC)
Resumo:
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460
O Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte: as experiências do
Ceará e Minas Gerais
Autores(as): André Henriques Bueno (UECE), Eduardo Lopes Salatiel (UEMG)
Resumo:
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461
O Programa Diz Aí Juventude: enfrentamento ao extermínio
Autores(as): Roberto Fernandes Sousa (UEBA), Ana Amélia Melo de Oliveira (Universidade
Lusófona de Humanidades e Tecnologias-Lisboa)
Resumo:
Para além da compreensão de juventude como uma fase demarcada pelo fator etário, e das
características biológicas e psíquicas próprias desta fase, já avançamos na direção de ampliar os
conceitos e abordagens sobre a juventude, compreendo-a em sua relação com o território físico
e cultural, suas aspirações e seus traços identitários. Daí, já é consenso entre os estudiosos do
tema, inclusive para além das ciências sociais, de que é mais adequado falar-se em juventudes,
visto que o traço etário não configura suficiente linearidade de características capazes de
construir visões hegemônicas. A contemporaneidade, demanda o entendimento dos jovens
como sujeitos de direitos, históricos e atores sociais. Jovens como seres pluridimensionais,
dinâmicos quanto à sua constituição cognitiva, sexual, racial e territorial. Falamos em
juventudes, que estão inseridas em diferentes contextos socioculturais e econômicos, forjados
e constituídos na diversidade de identidades, culturas, religiosidades e territorialidades.
Esses jovens desenvolvem-se, também, nas diferenças socioeconômicas, em meio a grandes
desigualdades, que resultam em exclusões, das mais variadas espécies, e morte violenta. Tendo
nas juventudes brasileiras parte expressiva do público que acessa a sua programação, o Canal
Futura exercita uma constante busca por expor na sua tela as questões que interessem e que
contribuam para complexificar a compreensão acerca das temáticas de juventudes no Brasil.
Com o objetivo de disseminar os pontos de vistas juvenis, estimulando as discussões a partir dos
eixos temáticos propostos pela I Conferência Nacional de Juventude, em 2008, o Canal Futura,
por meio da sua área de articulação e mobilização, produziu a primeira leva de programas da
série Diz Aí. Na oportunidade, juventudes de diferentes territórios compartilharam suas ideias
e perspectivas sobre temáticas variadas. As vozes foram captadas no bojo das conferências
livres, que foram encontros espontâneos, organizados por coletivos juvenis por todo o Brasil.
A intensa agenda de interlocução da área de Mobilização e Articulação do Canal Futura com
instituições, espaços e grupos juvenis do Brasil trouxeram à série Diz Aí a oportunidade de
discutir os cenários e contextos das juventudes, a partir de uma realidade, ao mesmo tempo,
alarmante e invisibilizada: a da morte violenta dos jovens, sobretudo negro, brasileiros. No
bojo de construção da Série “Diz Aí Juventude: Enfrentamento ao Extermínio”, o Canal Futura
realizou fóruns discursivos, com a participação de coletivos juvenis e movimentos diretamente
engajados no tema do enfrentamento à violência e ao extermínio. Nestas oportunidades, foram
analisados cenários de produção e reprodução de visões, conceitos e práticas que legitimam
as altas taxas de morte das juventudes, sobretudo, a juventude negra. Os fóruns legaram
propostas de abordagem ao tema, em perspectivas de formação, mobilização e enfrentamento
à esta realidade. Disso resultou a produção de 04 episódios, que analisem o contexto a partir
de diferentes abordagens temáticas.
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462
O que dizem as pesquisas sobre juventudes, vulnerabilidades e violências?
Autores(as): Beatriz Akemi Takeiti (UFRJ), Emily Nascimento de Abreu Barros (UFRJ), Monica
Villaça Gonçalves (UFRJ), Suellen Pataro Alves Santos de Oliveira (UFRJ), Tatiane da Silva
Elisiario (UFRJ)
Resumo:
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463
Obediência à polícia: entre o medo e o consentimento
Autores(as): Renan Theodoro de Oliveira (NEV/USP), Aline Mizutani Gomes (NEV/USP), Debora
Piccirillo Barbosa da Veiga (NEV/USP)
Resumo:
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464
Pesquisa com jovens em contexto de violência: ressonâncias na subjetividade do pesquisador
Autores(as): Joyce Hilario Maranhão (UFC)
Resumo:
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465
Protagonismo juvenil amazônico: empoderamento e autonomia na questão das drogas
Autores(as): Taynan de Moraes Rocha (UFPA), Amanda Ferreira de Lima (UFPA), Cintya da Silva
Aguiar (UFPA), Euda Rafaele Martins dos Santos (UFPA), Jessica Miranda de Sousa (UFPA), Maria
José Aviz do Rosário (UCB), Thiago Carneiro Pizon (UFPA)
Resumo:
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466
Reflexões sobre a interface entre as políticas proibicionistas de drogas e a criminalização da
juventude
Autores(as): Vivane Martins Cunha (UFMG)
Resumo:
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Trabalho de articulação da rede para a juventude no Complexo do Alemão
Autores(as): Monica Villaça Gonçalves (UFSCar), Ana Caroline Marinho Costa Reis (IFRJ), Beatriz
Akemi Takeiti (UFRJ), Camila Felix da Costa Bueno (UFRJ), Emily Nascimento de Abreu Barros
(UFRJ), Suellen Pataro Alves Santos de Oliveira (UFRJ), Tatiane da Silva Elisiario (UFRJ)
Resumo:
O projeto Juventude(s): intervenções urbanas de arte e cultura no Território faz parte das
ações desenvolvidas pelo Núcleo de Terapia Ocupacional Social do Departamento de
Terapia Ocupacional da UFRJ. O projeto iniciou-se em 2015, tendo a participação de diversos
estudantes neste período, tanto do curso de Terapia Ocupacional, quanto de outras áreas, como
História da Arte e Psicologia. O projeto propõe ações que pautam dois eixos distintos, porém
complementares: (1) Juventude, Território e Violência e (2) Juventude e Direitos Humanos. O
território onde se desenvolvem as ações é o do Complexo do Alemão, Bonsucesso e adjacências,
na cidade do Rio de Janeiro. O projeto conta com duas parcerias já oficiais: o Colégio Estadual
Olga Benário Prestes e o EDUCAP – Espaço Democrático de união, Convivência, Aprendizagem
e prevenção, uma organização não governamental local. Este trabalho busca refletir, a partir
de um reconhecimento territorial do Complexo do Alemão, a articulação da rede em torno da
juventude.Trata-se de um relato de experiência baseado nos relatórios do projeto e nos diários
de campo dos estudantes que participaram do mesmo e das docentes que o coordenaram.
através da parceria com o EDUCAP, pode-se iniciar um reconhecimento do território,
promovido pela coordenação desta instituição, moradora do território e articuladora de rede.
Assim, realizamos durante o ano de 2016, visitas a diversos equipamentos que atendem aos
jovens moradores daquela região: Conselho Tutelar, Clínica da Família, Programa Caminho
Melhor Jovem, Vila olímpica, CRJ – Centro de Referência da Juventude, Nave do Conhecimento,
Cine Alemão, Biblioteca Parque, Centro de Referência Especializado em Assistência Social,
Jornal Voz da Comunidade, Coletivo Noix que faz CPX. Nestas visitas, conhecemos atores
locais que têm um importante papel na representação dessa comunidade. Muitos são jovens,
que articulam e lutam pelos direitos de todos que vivem naquele espaço, ainda repleto de
violência e violações de direitos, por parte do tráfico e do Estado. Dessas visitas nasceu um
grupo de whatsapp, uma página do projeto no Facebook, e uma reportagem no Jornal Voz
da Comunidade apresentando o projeto ao longo de 2016. Estas primeiras relações, através
de redes sociais, tem-se mostrado um potente canal de comunicação entre esses diferentes
espaços e pessoas, promovendo a troca de informações sobre projetos, programas, políticas,
debates e eventos. Pensa-se que este é um primeiro passo para desenvolver uma forma mais
organizada de encontro e discussão entre os espaços para os jovens no Complexo do Alemão. O
projeto busca articular de forma mais estruturada um encontro entre estes dispositivos, através
de um “Fórum de discussão sobre Juventude”. Para isso, iremos contar com a participação ativa
de todos os parceiros para configurar a articulação da rede da juventude no Alemão.
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468
Vidas matáveis: a morte dos jovens de Fortaleza noticiadas na mídia
Autores(as): Amanda Karoline de Oliveira Ribeiro (UECE)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
469
Violência e juventude: relatos em uma Casa de Privação Provisória de Liberdade
Autores(as): Thaynah Barros de Araujo (UFC), Bárbara Braz Moreira, Carlos Américo Leite
Moreira (UFC)
Resumo:
A proposta investigativa em tela consiste em uma análise da relação entre juventude, violência
e consumismo na contemporaneidade, de modo a incitar novos estudos, pesquisas e debates
pertinente à temática. O campo empírico deste relato de experiência foi a Casa de Privação
Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL II), localizada em Itaitinga, no Estado
do Ceará, local em que foi realizado um estágio extracurricular. Assim como as demais Casas
de Privação Provisória de Liberdade, a CPPL II é designada a presos provisórios, que ainda
não foram julgados e tem como objetivo, em um primeiro momento, abrigar os presos que se
encontram em Delegacias de Polícia da Capital Fortaleza e da sua Região Metropolitana. O
objetivo geral deste estudo visou compreender a relação entre a violência - protagonizada por
jovens, entre a faixa etária de 19 a 29 anos, institucionalizados na CPPL II - e o consumismo. Os
objetivos específicos buscaram identificar o perfil social, econômico e cultural desses jovens;
analisar o que eles compreendem por violência; apreender quais as principais razões que os
motivaram a praticar atos de violência urbana; inferir o que os sujeitos da nossa pesquisa pensam
acerca dos apelos ao modo de vida consumista perpassado pelos instrumentos midiáticos;
compreender quais suas perspectivas para o futuro. Quanto aos aspectos metodológicos, a
pesquisa é de natureza qualitativa. Sua elaboração se deu por meio de um levantamento com
base na pesquisa bibliográfica em livros e periódicos sobre a problemática em tela. Foi realizada
pesquisa documental, pesquisa de campo, além da observação participante. Para coleta dos
dados, realizamos entrevistas semi-estruturadas com amostra por saturação de dados. Como
ferramenta de análise dos dados coletados, adotamos a análise de conteúdo. Os sujeitos da
pesquisa foram nove pessoas do sexo masculino, entre 19 a 29 anos, institucionalizados na
unidade prisional supracitada, em cumprimento de regime fechado, que respondem pelos
artigos 155 ou 157 do Código Penal Brasileiro ou pelo artigo 33 da Lei de Drogas. O estudo
problematiza ainda a atuação da mídia como possível difusora de padrões culturais à juventude,
além de uma breve análise acerca das políticas públicas destinadas aos jovens. Elencamos
elementos da configuração do cenário urbano brasileiro que propiciam sentimentos de medo
e insegurança nos dias atuais. Apreendemos, a partir dessa investigação, que a violência é
pluricausal, englobando, entre outros, aspectos culturais, econômicos, sociais e políticos;
relacionando-se à juventude em um cenário de fragilidade das políticas sociais, como as de
educação, de saúde e de habitação. Nesse contexto, esse segmento juvenil assiste, ainda, aos
apelos midiáticos de convite ao consumo. Como resultados centrais, obtidos nas entrevistas,
podemos apontar que a maioria dos sujeitos pesquisados acredita haver uma relação entre
juventude/violência/mídia/consumismo, que eles se consideram jovens, que compreendem a
juventude como algo positivo, que não se julgam violentos e que apresentam perspectivas e
planos para o futuro.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
470
Violência e passagem ao ato: o discurso dos adolescentes em conflito com a lei
Autores(as): Kleucielen Frota Ponte (UCB), Katia Cristina Tarouquella Rodrigues Brasil (UCB)
Resumo:
Essa pesquisa tem como objetivo analisar o lugar da violência, no funcionamento psíquico
dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, em uma Unidade de Internação no
Distrito Federal, investigando a função defensiva da passagem ao ato. A adolescência é um
período que apresenta mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais. Essas transformações
podem ser desestabilizadoras para alguns adolescentes. Como forma de defesa, o conflito
psíquico pode externalizar-se em ato e se constitui como uma estratégia defensiva para lidar
com o transbordamento pulsional. A adolescência coloca em perspectiva uma reorganização
da identidade corporal, psicológica e sexual, ao mesmo tempo em que também aponta para a
fragilidade narcísica que, nesse momento de remanejamento psíquico, pode levar o adolescente
a agir, para sair da sensação de ser agido, no sentido da intensidade das transformações. Vale
destacar que as questões pubertárias e adolescentes colocam o sujeito em maior dificuldade,
caso este esteja em situação de vulnerabilidade social. A relação entre violência, adolescência
e juventude, raça e classe social foi demonstrada no mapa da violência (2015), o qual aponta
que no Brasil do envolvimento dos jovens com a violência, tanto como promotores desta, como
vítimas. Contudo, apenas 0,1% dos adolescentes no Brasil de 12 a 18 anos estão cumprindo
alguma medida socioeducativa. O ato infracional é um resultado multifatorial, que consiste
desde problemas vivenciados no âmbito social, como também em elementos que permeiam no
funcionamento psíquico dos adolescentes transgressores. Esse trabalho está inserido no eixo
2 por discutir os aspectos que permeiam a violência e a juventude. A pesquisa foi realizada a
partir da intervenção de 2 grupos clínicos com 7 adolescentes, em cada, que estavam cumprindo
medida socioeducativa de internação. Os integrantes eram meninos na faixa etária de 16 a 19
anos incompletos. Os grupos 1 e 2 tiveram a duração de 6 e 4 encontros respectivamente.
Nesses espaços, privilegiou-se uma escuta clínica, com a utilização de dispositivos de mediação.
A análise apoiou-se em três eixos de discussão: 1.Violência atuada e vivida Adol.1: “Tinha um
moleque lá na escola, né. Que só andava com as coisas, que ele ganhava da mãe dele. - E
esse “tenizão” da feira. E eu falava, é desgraçado. Peguei uma máquina e pá roubei o tênis
dele. O outro me roubou que é da minha sala” 2.O desamparo parental. Adol.3“...porque que
não é só chegar aqui, tacar aqui dentro e falar que vai mudar não pô, não muda não, tem que
ter alguém pra te apoiar ali, não só a família pô, tem que ter alguém pra acreditar em tu”
3.Situação socioeconômica e inscrição na subjetividade. Adol.4 “Chega lá fora todo mundo que
tem a oportunidade, chega lá fora é só o crime. O brother vai chegar e vai falar aqui meu irmão
vende essa parada aqui. É a oportunidade que tem” No discurso dos adolescentes, compareceu
questões de que a violência é um elemento relacional e de garantia da identidade viril. Outro
elemento é o esvaziamento da função parental e do declínio do suporte dos adultos e o modo
como o contexto socioeconômico e de exclusão se inscreve da subjetividade desses jovens.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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471
Violências e produção de subjetividades: narrativas sobre “pacificação” na cidade de Fortaleza
Autores(as): Dagualberto Barboza da Silva (UFC), Camila dos Santos Leonardo (UFC), João
Paulo Pereira Barros (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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472
GT 15 - Juventude, Violência e Mediação de Conflitos Escolares
Coordenadores: Sinara Mota Neves de Almeida (UNILAB), Anne Larisse iPereira Rodrigues (UNILAB) e
Antonia Lima Sousa (MP-PA)
Resumo Geral:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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473
A crítica da modernidade líquida em Bauman e a violência escolar
Autores(as): Roberta Lima de Oliveira (Secretaria de Educação de Pernambuco)
Resumo:
Zygmunt Bauman ao expor seu pensamento sobre a modernidade líquida nos leva a reflexões
sobre vários aspectos da vida cotidiana, entre eles a violência. A percepção de qualquer
docente ou daqueles que fazem parte da complexidade do ambiente escolar transpassa
por este fenômeno que pode ser compreendido como um ato que implica uma brutalidade
física ou verbal a qual enfatiza o uso da força, do poder ou da dominação (Charlot, 2005).
Compreendemos que os aspectos da sociedade líquida descrita pelo sociólogo polonês, cujos
valores e expectativas norteiam as ações individuais e coletivas, possam trazer luz à explicação
do fenômeno da violência entre os jovens. Destarte, nosso objetivo consiste em apontar os
determinantes da violência escolar na teoria crítica de Bauman. Dessa forma, pretende-se
oferecer subsídios para a mediação dos conflitos e para a compreensão do fenômeno da
violência escolar. Trata-se de um estudo no campo sociológico o qual contempla o entorno
social e global do indivíduo, e que se afasta da concepção da criminalização da pobreza. Os
conceitos que nos guiam são os da dicotomia liquidez e solidez, e da “adiaforização”, ou seja, a
perda da sensibilidade no mundo líquido moderno. O método consiste em análise de conteúdo
bibliográfico da obra de Zygmunt Bauman (2010, 2011, 2012, 2013) e Bauman y Donskis (2014)
com abordagem qualitativa. Este estudo faz parte de tese de mestrado em educação pela
USAL com orientação da Profa. Dra. María Alejandra Silva. Como resultado, destacamos no
pensamento de Bauman: 1. a não sincronia da educação com a natureza errática e volátil
do mundo; 2. o transplante do modelo do padrão da relação consumidor-mercadoria para as
relações inter-humanas; 3. o conflito de gerações marcada pela falta de compreensão mútua,
pela desconfiança e pela mudança de padrão de vida, assim como a recíproca culpabilidade
por um mundo o qual ambos não estão satisfeitos; 4. a desigualdade social que considera o
caráter qualitativo do “ter” em que a ausência de certos objetos de desejo traz a humilhação, a
inveja e o rancor, assim como o impulso de destruição; 5. a cegueira moral e o individualismo,
ou seja, a dificuldade de conviver com as diferenças na busca das “relações puras”, e a prática
do “respeito” apenas como forma de se obter alguma vantagem ou recompensa. Concluímos
que as críticas de Bauman em relação à modernidade são essenciais para compreendermos
determinantes importantes do fenômeno complexo e multicausal da violência escolar.
Entendemos ser necessário refletir sobre o sentido da educação na contemporaneidade tendo
em vista as contingências humanas e a dinâmica do conhecimento e da sociedade. A escola
deve, além da formação humana, despertar a criticidade dos alunos sobre o mundo líquido
moderno como forma estratégica de prevenção e enfrentamento das diversas expressões de
violência.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
474
A formação de jovens professores no contexto da internacionalização da educação superior:
contribuições do Grupo de Pesquisa e Extensão Educação e Cooperação Sul-Sul da UNILAB
Autores(as): Elisangela Andre da Silva Costa (UNILAB); Elcimar Simão Martins (UNILAB);
Sinara Mota Neves de Almeida (UNILAB); Jacqueline Cunha da Serra Freire (UNILAB); Ailana
Linhares de Sousa Medeiros (UNILAB)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
475
A mediação de conflitos no ambiente escolar: estudo de caso de um modelo de política pública
para reduzir a violência escolar e promover a cultura da paz
Autores(as): Diana Elizabette Lima do Amaral (UECE), Maria de Castro Damázio Queiroz (UFC),
Vasti Capistrano de Sousa Taboza (Secretaria Estadual do Ceará)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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476
A Juventude em Experiência Formativa para a Construção da Cultura de Paz
Autores(as): Livia Maria Duarte de Castro (UFC), Ana Patrícia da Silva Mendes Paton Viegas
(UFC), Catarina da Graça Almeida Matos (UFC), Kelma Socorro Lopes de Matos (UFC)
Resumo:
O presente trabalho apresenta a relação Juventude e Cultura de paz tendo como ponto de
partida a experiência formativa realizada através de uma oficina no dia 08 de abril de 2017
numa escola municipal situada em Redenção - CE. Esta oficina fez parte de um conjunto
de ações que vem sendo desenvolvido pelo projeto de extensão (A mediação de conflitos
escolares como estratégia de prevenção da violência em duas escolas públicas municipais
de ensino fundamental de Acarape e Redenção) da Universidade da Integração Internacional
da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) que tem promovido ciclos de oficinas com diferentes
temáticas (Cultura de Paz, Mediação de Conflitos, Estatuto da Criança e do Adolescentes),
dentre outras a jovens que estão preparando-se para atuarem como futuros mediadores de
conflitos na escola. Assim, a partir da nossa participação ministrando a oficina que tinha como
tema Cultura de Paz enquanto membros do grupo de pesquisa Cultura de Paz, Juventudes
e Docentes da Universidade Federal do Ceará, desenvolvemos o trabalho no sentido de
proporcionar a esses jovens um conhecimento sobre o que é cultura de paz e como podemos
contribuir para que essa cultura seja estabelecida em nossas relações e nos espaços onde
atuamos, no caso desses jovens promovê-la dentro da escola onde serão mediadores. Uma
das possibilidades de se trabalhar a formação de jovens é através da facilitação de oficinas.
Estas proporcionam um aprendizado mais completo, pois disponibilizam espaços de diálogo
e vivências que contribuem com processos de criação e recriação dos saberes propostos. No
desenvolvimento da oficina, discutimos o conceito de Cultura de Paz que compreende a justiça
social, tendo o conflito como dimensão natural e pertencente às práticas e relações humanas,
o que nos leva, portanto, ao conceito positivo de paz. Durante as falas pudemos constatar que
a percepção dos jovens sobre o conceito de paz ainda está relacionada com a paz associada
à natureza, à passividade e o “estar em silêncio”, a partir disso, por acreditarmos que esse
conceito trazido não contribui com a construção de uma sociedade em que o diálogo é
fundamental para a vivência positiva dos conflitos nos espaços escolares, sugerimos atividades
que proporcionassem experiências de uma paz engajada, que fala, que se posiciona e que reage.
Finalizamos nossas atividades observando que estes jovens, ao se engajarem nessa proposta
de trabalho, já são agentes promotores de mudanças em seus espaços sociais, portanto, nossa
contribuição foi a de ampliar seus conhecimentos a respeito da temática da cultura paz para
que estes possam aperfeiçoar suas práticas como mediadores escolares, assim, destacamos
que as ações realizadas junto a esse público têm possibilitado a aprendizagem e disseminação
da cultura de paz na escola.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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477
A relevância da gestão democrática na mediação de conflitos escolares: estudo de caso na
escola municipal Zaíra Monteiro Gondim
Autores(as): Vasti Capistrano de Sousa Taboza (Secretaria Estadual do Ceará), Diana Elizabette
Lima do Amaral (UECE), Maria de Castro Damázio Queiroz (UECE)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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478
Bullying: Violência nas Escolas
Autores(as): Renata de Souza Silva (Secretaria Municipal de Itaguaí)
Resumo:
Bullying, palavra em inglês que pode ser traduzida como “intimidar” ou “amedrontar”, que
abrange todas as facetas de maneiras agressivas, propositais e contínuas, que ocorrem sem
motivação aparente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), ocasionando dor
e agonia, que são efetuadas dentro de uma relação díspar de domínio. O entendimento
do fenômeno do bulliyng, como prática de atos de violência física e psicológica, de modo
intencional e repetitivo, praticada por indivíduos ou grupos de indivíduos contra uma ou mais
pessoas, com o objetivo de agredir, intimidar, causar dor, angustia ou humilhação a vítima,
perpetrada principalmente em espaços educacionais, onde se exercem relações de disputa de
poder, é de suma importância para identificação de comportamento agressivo no fim da infância
e inicio da adolescência. A prática do bulliyng é uma problemática que aflige mundialmente
professores gestores, psicólogos e assistentes sociais, pois tem sido demonstrado impacto no
desenvolvimento dos jovens e adolescentes tanto em escolas públicas como privadas. Autores
como: Lopes Neto (2004), Saavedra (2004) e Constantinni (2004) afirmam que as instituições
de ensino ainda não conseguem admitir a ocorrência deste tipo de prática violenta entre
seus alunos, ou desconhecem o problema, ou se negam a enfrentá-lo. Em estudos recentes
desenvolvidos pela ABRAPIA (Associação Brasileira de Proteção à Infância e à Adolescência)
em 2002, tendo como amostragem o número de 5875 estudantes de 5a a 8a série, de onze
escolas locadas no município do Rio de Janeiro, expôs que 40,5% desses alunos admitiram
estarem diretamente envolvidos em atos de bullying, no ano da pesquisa, sendo 16,9% vítimas,
10,9% vítimas/algozes e 12,7% algozes de bullying. Recentes estudos sobre a temática do
bullying, realizados na Grã Bretanha, registraram que 37% dos alunos do primeiro grau e 10%
do segundo grau admitiram ter sofrido bullying, pelo menos, uma vez por semana. (ABRAPIA,
2002). O presente estudo baseado numa pesquisa de caráter qualitativo-quantitativo, teve por
objetivo caracterizar o bullying em escolas de ensino fundamental do sistema municipal de
ensino do Rio de Janeiro, localizadas na zona norte, especificamente na 5ª CRE, através da
ótica dos gestores educacionais. O trabalho se apoiou na aplicação de questionários semi-
estruturados junto aos gestores pedagógicos (diretores e coordenadores pedagógicos) quanto
ao: entendimento do fenômeno, a freqüência, seqüelas, opiniões dos participantes sobre o
enfrentamento da problemática e a efetividade da lei 5.089/2009. Os resultados permitiram
avaliar a efetividade da lei 5.089/2009 nas instituições de ensino do sistema municipal do Rio
de Janeiro e medir o nível de compreensão dos profissionais da educação acerca do fenômeno
do bullying, suas conseqüências para o alunado e propor políticas públicas educacionais mais
eficazes acerca do enfrentamento deste fenômeno.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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479
Cultura de paz: mediação de conflitos em escolas públicas do Ceará
Autores(as): Katury Rayane Rodrigues Ramos (UFRN)
Resumo:
A escola pública brasileira passa por processos significativos de mudança social que acarretam
questionamentos sobre o papel da escola em tempos de conflitos e violências exacerbadas.
Neste contexto, surgem ações de órgãos públicos e sujeitos diversos que visam a reconfigurar
a realidade conflituosa das escolas, no sentido de solucionar conflitos por meio de debates
e diálogos entre as partes envolvidas nas situações de violência. Uma das ações, sobretudo
as desenvolvidas no âmbito estatal, denomina-se mediação de conflitos, que é objeto de
análise desta pesquisa. Objetiva-se, então, compreender como a mediação de conflitos, está
sendo implementada em escolas públicas do estado do Ceará. As reflexões estão situadas em
torno da seguinte pergunta: Como se constitui a experiência de implantação da mediação
de conflitos em escolas públicas do Estado do Ceará? Neste sentido, questões pertinentes ao
cotidiano da escola e das referidas práticas fazem parte deste estudo. A compreensão sobre
o fenômeno da violência e a relação da escola com o seu entorno são de suma importância. A
mediação realiza-se na dimensão dos conflitos e das relações sociais e não da violência física
propriamente dita, porém entra em um determinado contexto da violência, na medida em que
esta é visualizada como uma das possíveis consequências dos conflitos interpessoais. Dados
de várias pesquisas apontam a capital do estado do Ceará, Fortaleza, com maiores índices de
violência protagonizada principalmente por significativa parcela da juventude. A escola Mar
é o campo de análise desta pesquisa. Localizada no bairro Mucuripe da cidade de Fortaleza-
CE é da rede municipal de ensino vinculada a Secretaria Municipal de Educação (SME) e do
distrito II de educação. A pesquisa é qualitativa com cunho exploratório descritivo, posto que
sua principal finalidade identificar como as escolas trabalham a mediação de conflito. Nesse
contexto, um olhar diferenciado sobre as relações sociais estabelecidas entre os sujeitos
escolares - professores, alunos, núcleo gestor, funcionários e comunidade escolar como um todo
- é relevante, pois a busca de uma compreensão real dos conflitos, no que se refere às causas
e seus desdobramentos nas relações cotidianas da escola, contribui para a construção de um
ambiente favorável e para a possibilidade de reverter quadros de violência. Esta pesquisa parte
da hipótese de que a cultura punitiva e as práticas educativas coercitivas que caracterizam
a maioria das práticas escolares ampliam os problemas relativos à violência e a conflitos
sociais no interior da escola. A construção de novos hábitos, por meio de ma ressignificação do
ambiente escolar, com a inserção da mediação de conflitos, propõe uma reconfiguração das
relações sociais e de um novo paradigma na escola com a vivência de valores como o diálogo
e justiça que se constituem como importantes bases para o respeito à vida.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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480
Oficinas Integrativas e o processo de mediação de conflitos na escola
Autores(as): Anne Larisse Pereira Rodrigues (UNILAB), Amanda Arcelino da Silva Cavalcante
(UNILAB), Antonia Lima Sousa (UECE), Bruno Miranda Freitas (UNILAB), Janiele Lima da Silva
(UNILAB), José Everlan Abreu de Sousa (Unilab), Luana Mateus de Sousa (Unilab), Sinara Mota
Neves de Almeida (UNILAB)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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481
Escola e Educação em Direitos Humanos: uma mediação para juventude de paz
Autores(as): Tullyo Robson Furtado Lobato (UNAMA), Maria Lucia Dias Gaspar Garcia (UNAMA)
Resumo:
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482
Fraternidade e Cultura: passes e impasses da juventude na atualidade
Autores(as): Claudia Braga de Andrade (UFOP)
Resumo:
Atualmente temos nos defrontado com uma marcante vulnerabilidade do público juvenil tendo
havido nas últimas décadas um expressivo aumento do índice de violência entre jovens. Outro
fato significativo se refere as representações do ‘sujeito jovem’ na contemporaneidade, pois
apontam para uma transformação do papel do jovem na sociedade tanto na ordem simbólica,
como econômica, social e cultural que vem afetando diretamente as formas de subjetivação
e a construção de laço social. Estudos no campo das Ciências Sociais apontam uma mudança
estrutural nas sociedades atuais, enfatizando a descontinuidade e a fragmentação, nas quais
as formas de sociabilidade não são identificadas por laços estáveis, mas por sua inconstância.
A falta de referentes simbólicos culturais produzidos na sociedade contemporânea
promove o sentimento de não-pertencimento, de não-filiação e a vertente principal desta
precariedade da construção subjetiva dos jovens aparece na identificação subjetiva com a
violência (Kehl, 2011). Este trabalho tem como objetivo apresentar os resultados da pesquisa
em desenvolvimento sobre as transformações na construção de laços sociais na juventude
articulado aos diferentes modos de formação de fatrias na atualidade. Temos como campo
de investigação as formas sociabilização nos grupos de jovens moradores de repúblicas
estudantis na cidade de Ouro Preto que apresentam características peculiares. Trata-se de
um dispositivo que oferece uma composição especifica, uma vez que dispõe de autonomia
administrativa em relação à Universidade, e, ao mesmo tempo, em seu sentido e função social
estão estreitamente vinculados ao estatuto de estudante universitário. Tal caso paradigmático
fornece indicações de uma formação ‘espontânea’ de um grupo social de jovens que estão
submetidos a uma estrutura, organização e dinâmica do grupo bastante singular com prática
de rituais e o uso símbolos identitários (nome da casa, bandeira, rezas), que se constitui-se
como uma espécie de nova organização social e uma nova forma de reconhecer o sujeito,
deixando explicita a referência a um lugar de pertencimento e um grupo social. Desta forma,
torna-se uma expressão da relação entre os sujeitos na cultura, destacando a especificidade da
construção de laços sociais no público juvenil, fornecendo um campo para analisar a função
da fraternidade no âmbito da reestruturação da figura do jovem na sociedade contemporânea.
Nossa investigação se direciona a discussão de como a função fraterna aparece na dinâmica
das relações dentro de um grupo social de jovens, quando os laços sociais não funcionam
como um fator de regulação da violência. O dispositivo remete a contextos onde a lei não é
normatizada, mas se apresenta como ponto de exceção. Neste caso, a lei se corporifica como
ponto de exceção, sem estar submetida à sua própria regulação, modo de funcionamento que
se apresenta como traço marcante contemporaneidade (Agamben, 2004).
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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483
Mediação de conflito escolar e os caminhos da pacificação social
Autores(as): Daniela Lucia Cavalcante Machado (Unifor), Normanda Araujo de Morais (UNIFOR)
Resumo:
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484
Mediação de conflitos: Plantando sementes para cultivar a cultura de paz
Autores(as): Clícia Danielly Barbosa Alcântara (UNAMA), Katiane Caitano Rodrigues (UNAMA),
Rafaela Tavares da Cruz (UNAMA)
Resumo:
O conflito faz parte de nosso cotidiano e está presente nas nossas relações uns com os outros,
pois cada um tem sua distinta maneira de agir e pensar, sendo resultado de suas experiências e
vivências ao longo da vida. Considerando que o adolescente está em processo de mudanças é
comum que o conflito se manifeste em vários aspectos de sua vida, isto reflete principalmente
no âmbito escolar onde há um encontro de diferentes personalidades e valores. Visando isto, o
projeto de extensão universitária “Grupo Vivenciais e Vida em Sociedade” da Universidade da
Amazônia – UNAMA, em parceria com a Escola Estadual de Ensino Médio Governador Alexandre
Zacharias de Assumpção localizada no bairro do Guamá em Belém do Pará, tem como objetivo
o empoderamento dos adolescentes através de informações de seus direitos e deveres dentro
da sociedade. Diante disso, é realizado na escola o Curso de Mediadores de Conflitos, que
visa levar os adolescentes a compreenderem o outro como um ser de direito, dando ênfase
no respeito e no diálogo para assim evitar e mediar conflitos. Este estudo tem como base a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), reconhecendo a educação como um
processo formativo abrangente para o desenvolvimento na vida familiar e na convivência
humana. Em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, visando o pleno
desenvolvimento da criança e do adolescente no âmbito da educação como preparo para
o exercício da cidadania. Na Declaração e Programa de Ação sobre uma cultura de paz da
Organização das Nações Unidas (ONU) documento que reconhece que a paz não é apenas a
ausência de conflito mas também requer um processo positivo, dinâmico e participativo em
que se promova o diálogo e se solucionem os conflitos dentro de um espírito de entendimento
e de cooperação mútuos. O método utilizado consiste na pesquisa-ação por ter um caráter
participativo, impulso democrático e contribuição á mudança social, cada atividade visa a
reafirmação das relações em busca da empatia, com objetivo de melhorar o relacionamento
escola-família-comunidade, e contribuir para o fortalecimento de uma cultura de paz no
ambiente escolar. O curso é desenvolvido com atividades lúdicas divididas em nove módulos
no período de três meses, com oficinas temáticas como direitos humanos, ECA, comunicação
não violenta, bullying, conflitos e princípios da mediação. Essas temáticas são debatidas
junto aos alunos para assim identificar de que forma se manifestam na realidade de cada um,
incentivamos com dinâmicas de grupos a reflexão de como exercitar a partir das informações
adquiridas. Entendemos a escola como um espaço complexo de infinitas possibilidades de
aprendizagens e inclusive tem tido resultados ainda parciais com os participantes do curso de
Mediação que já revelam comportamentos de mudanças em seus posicionamentos e na forma
de ser relacionar com os outros gerando desdobramentos para além da escola, alcançando
suas famílias. Portanto, estamos plantando sementes na escola para o cultivo de uma cultura
de paz, com ênfase no respeito e no diálogo nas relações dos adolescentes.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
485
Mediar é Preciso: Relato de Experiências em Mediação de Conflitos Escolares no Maciço de
Baturité
Autores(as): Janiele Lima da Silva (UNILAB), Amanda Arcelino da Silva Cavalcante (UNILAB),
Anne Larisse Pereira Rodrigues (UNILAB), Antonia Lima Sousa (UECE), José Everlan Abreu de
Sousa (UNILAB), Luana Mateus de Sousa (UNILAB), Maria Angerlane Sampaio (UNILAB), Matias
Neto Alves Ferreira (UNILAB), Sinara Mota Neves de Almeida (UNILAB)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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486
Educação e Sistema de Garantia de Direitos: uma contribuição do IFCE campus Umirim ao
debate
Autores(as): Jonas Torres Medeiros (IFCE), Maria Adellane Lopes Matias (IFCE), Rozana Rodrigues
Lemos (IFCE)
Resumo:
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487
O sentimento de insegurança e do (não) pertencimento da comunidade com a escola
Autores(as): Caroline Polido (UNESP)
Resumo:
Neste trabalho buscamos apresentar algumas análises da pesquisa que procurou intensificar
e aprofundar os estudos sobre as situações de conflito na escola, investigando e buscando
elementos potenciais para uma precaução da violência escolar. Tratou-se de pensar a
comunidade como parte integrante do âmbito educacional e colocar em prática reflexões e
ações que promovessem um clima escolar que contribuísse com a melhoria da qualidade do
aprendizado e das relações nas escolas. A pesquisa tinha como princípio apreender as práticas
de negociação e o envolvimento de todos da escola no processo, refletindo sobre como a
comunidade tem sido parte da escola, desta forma, não se buscava conhecer as formas de
eliminação do conflito, mas de resolução dessas situações consideradas como violência no
contexto escolar. A pesquisa se desenvolveu em duas escolas do Brasil e em uma escola da
Inglaterra, localizadas respectivamente na periferia de uma cidade do interior do Brasil e de uma
cidade do interior da Inglaterra, onde já é desenvolvido a prática de negociação de conflitos.
Neste texto focaremos apenas uma escola brasileira de ensino fundamental II. A análise de
sentimentos de insegurança e de pertencimento da comunidade na relação com a escola
foram analisadas por meio das imagens produzidas pelos alunos, utilizando a metodologia
visual voices. Na representação imagética ficou notório certo distanciamento da comunidade
com a escola, ao mesmo tempo em que esta comunidade parece reconhecer a instituição,
protegendo-a fisicamente, mas pouco presente em seu cotidiano. Os alunos frequentam a escola
mas não demonstram nas imagens qualquer forma de pertencimento. Ultrapassada a barreira
de acesso a vaga, os alunos não recebem nenhum estimulo para continuar ali. Identificamos
neste trabalho a importância da escola repensar o modo de se aproximar da família, visto
que é fundamental que ela possa ver a si mesma como parte integrante da comunidade e,
reciprocamente, dessa reconhecer a escola como uma instituição sua, da qual pode participar e
cuidar, resultando em uma experiência significativa e também refletindo este sentimento para
os alunos. A escola é um espaço privilegiado e potencializador para a efetivação de mudanças,
mas para isso acontecer deve incluir a família e a comunidade como um todo nas questões
educacionais. Encontrar o caminho para relações de parceria pode ser uma experiência
significativa, resultando em melhorias nas interações humanas, no ensino, no combate à
violência dentro e fora da escola. Aplica-se trabalhar com as famílias buscando, mas também
oferecendo parceria e apoio. Não se deve esperar que somente a família contribua para o bom
funcionamento da escola, pois isto só irá reproduzir um modelo de relação deficitária que está
sendo praticada ainda nos dias de hoje. A escola deve apontar caminhos para que essa família
colabore no processo ensino-aprendizagem e faça parte efetivamente da comunidade escolar.
Deve-se trazer para o ambiente educacional as necessidades e expectativas da comunidade e
assim torna-la o centro do processo. Desta forma, conseguiremos construir juntos uma escola
participativa e cidadã.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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488
Por uma concepção política do conflito escolar
Autores(as): Thiago Colmenero Cunha (UFRJ)
Resumo:
O presente trabalho faz parte da pesquisa de doutorado intitulada “O que pode a Psicologia
frente aos conflitos escolares”, que vem sendo realizada no Programa de Pós-Graduação
em Psicologia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGP/UFRJ). O recorte dessa fala
se encontra especificamente acerca do debate dos conceitos possíveis a cerca de conflito.
Tendo como território de pesquisa escolas públicas municipais e estaduais do Rio de Janeiro,
é possível observar o cotidiano escolar em sua multiplicidade e controvérsia. Dentro desse
cenário, emergem diariamente brigas, discussões, conflitos, polêmicas, dissensos, desacordos.
Em um espaço acostumado a cuidar para normatizar, para controlar e adestrar jovens para
se tornarem mão de obra qualificada no futuro, o desvio serve como ponto de partida para
definição da norma. O conflito pode ser entendido a partir de um olhar positivista sobre o
indivíduo, generalizante, individualista, intimista, representativo – aqui a Psicologia aparece
com força, na medida em que sua intervenção tenta se basear em uma prevenção diagnostica
de distúrbio e disfunções. É preciso desindividualizar as demandas que nos aparecem
como conflito escolar e trazer as tensões, as relações sociais, as convivências, a política das
relações das juventudes que habitam as escolas atuais. A partir das reflexões trazidas pela
Análise Institucional Francesa e a Criminologia Crítica, questionar as interpretações de vítima
e agressor – quem ocupa o lugar das pessoas que colocamos como agressores, culpados.
No conflito e tensões escolares, quem ameaça a ordem estabelecida? É preciso colocar em
análise as racionalidades políticas tensionadas pelos dissensos escolares, isto é, trazer a tona
vetores sociais como o preconceito, o racismo, o machismo. As brigas e discussões que a todo
tempo acontecem e tencionam a convivência escolar nos mostram como a escola ainda hoje
é pautada em uma ordem normatizadora, disciplinar, muitas vezes meritocrática, homofóbica,
misógina, racista, excludente. Frente a isso, é preciso construir possibilidades de intersecção de
relações mais dialógicas e menos truculentas, baseadas mais no consenso do que na disputa
ou do que no convencimento. Pretende-se assim contribuir para o desenvolvimento de debates
e melhores relações no espaço da escola. Pensar em uma educação emancipadora: menos
truculenta, embrutecedora e alienada. Tendo a função de não instruir a população, a psicologia
e a educação vêm anunciar que podem tudo o que pode qualquer homem, sem distinção de
classe, cor ou gênero. Despertar a compreensão do que pode uma inteligência quando se
considera como igual a qualquer outra. A partir de uma postura curiosa e aberta, provocar para
que se assumam enquanto sujeitos sócio-histórico-culturais do ato de conhecer e transformar
a sua realidade. Levantar discussões para que aos poucos a educação seja desalienada desses
processos de terceirização das relações, de judicialização. Produzir intensidade, diferença,
vida, não apaziguamento.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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489
PROA: na direção da garantia do direito à aprendizagem
Autores(as): Nelba Maria Teixeira Pisacco (UEPG), Kelen Priscila Pereira da Cunha (UEPG),
Vania Neves (UEPG), Maria Pisacco Cordeiro Ferreira (CEJUSC/PG), Eliziane Francielli Henrique
Hartmann (UEPG)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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490
Sociodrama da Amizade: estratégias vinculares da adolescência no contexto escolar
Autores(as): Alcione Melo Trindade do Nascimento (FAFIRE/ESUDA), Edvânia dos Santos Alves
(Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco/Secretaria de Saúde do Município de
Jaboatão dos Guararapes)
Resumo:
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491
Ressignificações de uma identidade estimatizada: projeto de intervenção com adolescentes
Autores(as): Priscila Carla Cardoso (Unesp)
Resumo:
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492
Valores morais na escola - a percepção do professor acerca do bullying entre crianças
Autores(as): Vitória Daisy Pereira de Freitas, Tania Vicente Viana (UFC)
Resumo:
Os conflitos existem em qualquer meio social, o que é válido também para as escolas. Diante
dessa situação, que está cada vez mais presente no âmbito escolar, é necessário discutir o
papel do professor e de sua atuação em circunstâncias que envolvem violência entre crianças.
A escola não pode ignorar ocorrências preocupantes como essas, que, por vezes, envolvem
toda uma turma e prejudicam a harmonia da sala, bem como dificultam o processo de ensino-
aprendizagem. Esses conflitos entre as crianças, muitas vezes, configuram-se como casos de
violência moral ou até mesmo física. Diante dessa situação, este trabalho visa abordar o tema
do bullying no ambiente escolar e refletir como a escola lida com esse fato no seu cotidiano.
Urge assim uma discussão mais ampla, na qual é possível abranger, dentre outros fatores, a
formação ética e moral na Educação Básica. Partindo desse pressuposto, surge o seguinte
questionamento: Qual a percepção do professor da Educação Básica acerca da violência entre
as crianças e quais são as atitudes tomadas para reverter tal situação? Estas questões são
consideradas pertinentes no atual panorama social e cultural que se vivencia no país. Afinal, é
notável a crescente influência do meio midiático na vida das crianças e jovens desta geração, e
isto pode contribuir significativamente no comportamento agressivo dessa população. Faz-se
necessário discutir questões que norteiam esse assunto, enfatizando a atuação do professor e da
escola ante essas situações, para tentar minorar esse problema. O referencial teórico adotado
para essa reflexão apoia-se em autores como Hirigoyen (2010), Silva (2010), Giménez e Rubio
(2011) e Lopes Neto (2011). O objetivo geral é investigar os fatores que promovem o bullying
entre crianças de 8 a 10 anos de idade, bem como a importância da formação em valores
humanos contra esse tipo de violência, a partir da perspectiva docente. Especificamente, visa:
i) analisar a percepção do professor acerca da violência entre as crianças; ii) conhecer quais
são as atitudes tomadas pela escola para reverter essa situação; iii) pesquisar a influência
da formação em valores morais para prevenir esse tipo de violência. Para esse propósito,
foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa, em uma escola da rede pública municipal de
Fortaleza-CE, pois abordagem permite estabelecer uma relação de mais proximidade com o
sujeito participante da pesquisa, devido a isto o estudo torna-se mais detalhado, contribuindo
de forma significativa para o enriquecimento da pesquisa. A referida pesquisa ocorreu na
forma de um estudo de caso, no primeiro semestre de 2017, entre os meses de fevereiro e
maio. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram a entrevista semiestruturada e
o diário de campo. Foi realizada uma análise de conteúdo dos dados coletados. A amostra foi
intencional e composta por 1 professora do 4 ano dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Os resultados revelaram a importância da escola como espaço de formação para a cidadania,
complementando a ação da família.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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493
Violência escolar: a voz dos estudantes e professores.
Autores(as): Roberta Lima de Oliveira (Secretaria de Educação de Pernambuco)
Resumo:
Este trabalho faz parte de uma pesquisa de mestrado em educação pela USAL com a orientação
da Profa. Dra. María Alejandra Silva sobre o tema da violência escolar. Pesquisas científicas nos
mostram que este tipo de violência favorece o esgotamento físico e mental de todos os atores
envolvidos, assim como prejudica o desenvolvimento escolar e psíquico dos estudantes. O
objetivo desse estudo é conhecer a voz dos envolvidos para desvendar as faces desse fenômeno
multicausal e complexo (OMS). E, dessa forma, contribuir para a discussão da violência escolar
e da mediação de conflito através da reflexão sobre o que professores e alunos têm a nos
dizer sobre o tema. A definição de violência não será considerada em um contexto biológico,
mas racional, em que além de possuir uma relação instrumental com o poder, considera a
raiva como algo que surge quando existem razões para se suspeitar que poderiam modificar
certas condições e não se modificam (Arendt, 2006). Os conceitos como “violência dura”
(transgressão da lei com o uso da força ou ameaça); “transgressão” (comportamento contrário
ao regulamento da escola); e “incivilidades” (comportamento que contradiz as regras da boa
convivência) guiam este estudo (Abramovay, 2009; Stelko-Pereira e Williams, 2010). Trata-se
de um estudo de caráter exploratório de natureza qualitativa. Foram aplicados questionários
semi-estruturados a dezessete estudantes e a treze professores em uma instituição educacional
na cidade de Jaboatão dos Guararapes, no estado de Pernambuco – Brasil além de análise
documental e bibliográfica. A cidade faz parte da área com maior índice de violência no
estado, como também se destaca negativamente no tocante às expressões de violência
escolar relatadas por diretores e professores no Censo Escolar (IBGE, 2015). Resultados: A
voz dos estudantes nos revela que: a violência é usada como forma de demonstrar poder
ou para consegui-lo; o uso das drogas, a índole, o entorno e condição sociais são apontados
como causas de comportamentos agressivos; além da agressão física, os alunos apontam o
bullying, o racismo e o preconceito como expressões da violência. A voz dos professores nos
mostra que: a falta de perspectiva, baixa autoestima, as drogas, a falta de uma orientação
religiosa e a condição social podem explicar comportamentos violentos; o ambiente escolar, a
ausência do diálogo e uma educação machista são também apontados como possíveis causas
da violência escolar; todos os professores já presenciaram expressões de violência dura em
seu ambiente de trabalho. Ambos professores e estudantes destacam o papel da família como
elemento essencial na vida dos jovens o que corrobora com outras pesquisas. Concluímos que
as vozes de ambos se complementam e se encontram. Professores e alunos estão fragilizados
e por estarem inseridos no mesmo cotidiano é necessário ações imediatas que propiciem o
diálogo com a família e mediações com outros profissionais. Porém, lembramos que deve ser
considerado de forma cautelosa as falas moralizadoras ou com base na criminalização da
pobreza visto a complexidade do fenômeno.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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494
GT 16 - Juventudes e circuitos culturais-midiáticos na era digital
Coordenadores: Ana Luiza Coiro Moraes (FCL), Adriana Medeiros Gonçalves de Araújo (Evcom), Mônica
Rebecca Ferrari Nunes (ESPM-SP) e Letícia de Sousa Campos Sento Sé (FCL)
Resumo Geral:
Dada a centralidade dos processos e produtos culturais veiculados via mídias e redes
sociais digitais nas práticas de lazer, de estudo, de trabalho e de sociabilidade da juventude
contemporânea, é objetivo deste GT inserir-se no debate acerca das formas de comunicação
e apropriações de fenômenos e artefatos midiáticos, que estabelecem novas relações de
consumo e de entretenimento entre os jovens, repercutindo na construção das subjetividades
contemporâneas. Trata-se de promover reflexões sobre os novos espaços de comunicação
e interação entre os jovens, que surgem de conexões tecnológicas e atuam sobre sua ideia
de pertencimento, de laços sociais e de identidade cultural. A atual profusão de telefones
celulares, smartphones, tablets etc. indicam um tipo de tecnologia de reprodutibilidade que
contemporaneamente se exacerba em redes de distribuição de conteúdos. As novas plataformas
digitais passam a permitir que virtualmente qualquer usuário possa ser, também, produtor de
conteúdos. O significado dessas mudanças de ordem tecnológica não pode ser subestimado na
esfera do consumo, eixo do circuito cultural-midiático onde se completa a produção de sentidos,
especialmente porque mais do que a incorporação de novas tecnologias, tais transformações
influenciaram as habilidades dos receptores, sobretudo os jovens, agora aptos para a criação
de conteúdos e capazes de transitar em diversas plataformas. Neste sentido, tendo em vista
as novas configurações das práticas comunicacionais e as possibilidades de convergência de
diversas mídias na ambiência digital, bem como a reflexão que tais práticas suscitam, tanto
no âmbito do mercado de comunicação, onde se inserem as novas relações de consumo e de
entretenimento dos jovens, quanto em ações de sociabilidade mediadas pela interconexão de
computadores, interessa a este GT debater pesquisas e experiências de produção, circulação
e consumo de conteúdos na era digital. a) produção de conteúdos e apropriações diversas
das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), bem como das redes sociais digitais, b)
produção de conteúdos veiculados por mídia on-line (redes de computadores), off-line (CD-
ROM, DVD) e/ou por dispositivos de comunicação sem fio, como celulares e outros gadgets,
que apontam para processos, formas, técnicas e experiências precursoras de comunicação
social; c) abordagens teóricas, metodológicas e empíricas na interseção dos fenômenos
comunicacionais com as mídias digitais; d) novas formas produção e recepção de conteúdos na
ambiência digital, que surgem das possibilidades de convergência tecnológica entre diferentes
plataformas (crossmedia, transmedia); e) processos subjetivos, cognitivos, materiais, estéticos,
bem como práticas artísticas e de entretenimento nas redes sociais digitais; f) produtos e
processos jornalísticos, publicitários, de serviços, entretenimento e de interesse público
desenvolvidos em diferentes plataformas digitais como TV e rádio digital, cinema digital,
celulares, games, Palms e/ou computadores; g) dinâmicas emergentes da presença das mídias
e redes digitais nos diversos âmbitos da cultura juvenil contemporânea.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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495
Uma leitura das representações de juventudes no cinema estadunidense
Autores(as): Marcela Tavares de Freitas Lima (UFMT-Campus de Rondonópolis)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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496
Jovens em contextos virtuais: plasticidades na privacidade e formação.
Autores(as): Lucia de Mello e Souza Lehmann (UFF), Beatriz de Souza Martins Ribeiro (UFF),
Beatriz Maria Camargo Leite da Silva (UFF), Mariana Ferreira Oliveira (UFF), Rebeca de Castro
(UFF), Sandra Butschkau (UFF), Sara Feitosa Soares (UFF)
Resumo:
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497
Amizade virtual e a (i)materialidade corporal
Autores(as): Samara Sousa Diniz Soares (PUC-Minas), Márcia Stengel (PUC-Minas)
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo discutir a sociabilidade contemporânea por meio do conceito
de amizade virtual e sua relação com o corpo a partir de comunidades do Facebook, bem como
apontar algumas repercussões destes imbricamentos. Para isso, compreende-se a amizade e o
corpo como construtos sociais que se transformam ao longo do tempo e do espaço mediante a
incorporação de práticas sociais vigentes, que, por sua vez, são construídas na interface com o
singular de cada sujeito e toma como referência o contexto social atual intensamente marcado
pelos avanços constantes das tecnologias de informação e comunicação (TIC’s). Lançando mão
da Netnografia, metodologia que adapta os procedimentos etnográficos comuns de observação
participante às contingências peculiares da interação social mediada por computador, foram
realizadas buscas no Facebook, entre os meses de novembro/2016 e janeiro/2017, sobre
comunidades que remetessem ao tema da amizade virtual. Como resultado, foram encontradas
64 comunidades e, para escrita deste artigo, foi realizado um recorte do material encontrado,
analisando-se somente as descrições contidas no campo “Sobre” de cada uma. Este campo é
destinado à explicitação de características relacionadas à comunidade, tais como objetivo,
data de criação, sites e blogs relacionados, que é preenchido pelo administrador/criador da
página. As relações amicais atuais, mediadas pela internet, aparecem como uma nova maneira
de estar junto, em que os sujeitos são afetados no registro da subjetividade, ou seja, ambos se
afetam mediante as trocas simbólicas que se dão no registro discursivo das conversas on-line
e mediante as novas experiências oferecidas com a virtualização dos corpos no ciberespaço
e não estritamente por meio do contato físico presencial. Nas relações amicais virtuais, o
corpo adquire um novo estatuto marcado pela virtualidade, transformação que não pode ser
reduzida a um processo de desaparecimento ou desmaterialização, mas sim como mudança
de identidade. O corpo físico/biológico não deixa de existir e nem de ter o seu papel, pois ainda
não se tornou completamente obsoleto, mas, no ciberespaço, ele é reinventado, reelaborado
de forma a superar obstáculos e limitações; ele é reencarnado nos inúmeros perfis que podem
ser criados a gosto, sendo condizentes ou não com o corpo que possui fora das telas; um corpo
que pode ser multiplicado se repartindo em “múltiplos eus”, possibilitando a não unicidade
e, que, por isso mesmo, pode ser propagado na imensidão do ciberespaço de forma quase
onipresente; um corpo que se torna um vetor, isto é, um ser vivo, que embora incorpóreo
fisicamente, abriga, transporta e transmite ideias. Na rede, há um hipercorpo reencarnado,
multiplicado, vetorizado, metamorfoseado e heterogêneo, que transcende barreiras espaço-
temporais, bem como adquire um status de quase ilimitação. Nesse sentido, as amizades
virtuais são marcadas não pela acorporeidade, visto que os corpos ainda continuam existindo,
embora sob outra forma que não passa pela organicidade, mas pela intercorporeidade e
hipercorporeidade virtuais.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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498
Práticas de estudo online de universitários: cognição e subjetivação de jovens professores
Autores(as): Denise Costa Rodrigues (UFC), Luciana Lobo Miranda (UFC)
Resumo:
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499
Bate e Volta entre Gerações
Autores(as): Milena Andrade da Rocha (UFPI)
Resumo:
A cidade de Santa Cruz dos Milagres está a aproximadamente a 180 km da capital Teresina,
com pouco mais de 3 mil habitantes, segundo o censo 2010, a cidade cheia de encantos é muito
movimentada por turismo religioso. Como a maioria das cidades do interior do Piauí possui
muitos ritos e a juventude faz parte das rotinas de uma cidade que passa por transformações
mediadas pelo advento tecnológico. Os jovens que possuem seu primeiro celular, as mudanças
nas relações, as brincadeiras no meio da rua, as relações com a cidade, ir a missa no sábado, passar
um tempo na calçada. Todos os hábitos e costumes que podem ser alterados por “novidades”.
O bate volta entre gerações é uma “brincadeira “, um evento que reuni gerações diversas para
conversar e Trocar experiências sobre temas pertinentes aos adolescentes e jovens. A intenção
do encontro que acontece na cidade de Santa Cruz dos milagres, é compartilhar as formas
de brincadeiras e como elas são ou foram vividas por gerações diferentes. Aconteceu em
agosto de 2016, reuniu crianças, jovens e adultos. Brincar de rodas, jogar peões, pular cordas,
cantará musiquinhas, fazer esportes, tomar banho no rio, correr na rua, doar brinquedos.
Surgiu do desejo de jovens, que deixaram a cidade para estudar na capital, porém continuam
com seus laços firmados por suas raízes em seu interior, que se deparam com um contexto
de realidades transformadas pelas mediações tecnológicas. Compartilhar vivências de jovens
sem julgamentos e quebrando tabus. Estimular a participação política dos jovens. Aproximar
os jovens das temáticas que pautam a cidade. Ajudar a entender os vários questionamentos
que passamos na juventude. Fortalecer laços com a comunidade, escola, juventude. Fortalecer
laços e refletir sobre quem somos. Aumentar a autoestima dos jovens. A metodologia utilizada
de base na participação coletiva, desde o pensar o evento, a seleção de brincadeiras, a
organização do espaço, tudo construímos coletivamente, com crianças, seus irmãos mais
velhos, e até seus pais. Oficinas, brincadeiras e roda de discussões. Métodos que permitiram
falar e escutar a todos. As temáticas trabalhadas nas oficinas são temáticas sugeridas pelos
próprios jovens durantes as vivências e experiências que tivemos com os mesmos. Onde estão
os jovens? Nos bares, nas praças, nas escolas, na lan house da cidade, perto das secretárias e
lugares que possuem wi-fi e aí fomos nós para conversar e tentar entender os contextos de
realidades sociais.
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500
Eu, adolescente, e o outro, diferente? Problematizando os discursos de adolescentes de uma
escola particular de Fortaleza sobre adolescência
Autores(as): Luciana Queiroz Fontenele (UNIFOR), Luciana Lobo Miranda (UFC)
Resumo:
Esta pesquisa teve como objetivo analisar e problematizar como um grupo de adolescentes
favorecidos socialmente é subjetivado e constrói discursivamente significados sobre ser
adolescente na contemporaneidade. A justificativa para tal estudo teve origem em trabalhos
anteriores desenvolvidos no contexto escolar com grupos semelhantes em que se percebeu
o quanto a experiência de tais estudantes era marcada pela relação com o consumo, a mídia
e as tecnologias, ao mesmo tempo em que estranhavam ou resistiam a pensar na existência
de outras formas de viver a adolescência que diferiam da sua. Quando convidados a pensar
em “outras adolescências”, as ideias eram associadas a estereótipos, como a marginalidade
ou a filantropia, como se a diferença implicasse, necessariamente, em uma depreciação da
experiência adolescente. Tomando como referência a articulação entre discurso e modos
de subjetivação em Foucault, buscou-se, por meio da pesquisa–intervenção, problematizar a
constituição dos sujeitos adolescentes a partir de como se posicionam no interior dos discursos
(aceitação–resistência–negociação) que enredam a(s) adolescência(s) no contexto atual.
Levaram-se em consideração as transformações contemporâneas, tais como a expansão da
tecnificação, do consumo em massa e a pouca circulação na cidade (em geral, alimentada
pela cultura do medo tão propagada hoje nas grandes metrópoles), aspectos que restringem
o contato destes estudantes socialmente favorecidos com outros adolescentes de classes
populares, bem como o fato de que são constantemente atravessados por vários discursos
sobre adolescência que se constituem a partir de lugares de saber e poder. Ou seja, a partir
de práticas discursivas e não discursivas, segundo Foucault, que estão na base da constituição
dos sujeitos. O lócus da pesquisa foi uma escola particular de Fortaleza e a ferramenta teórico-
metodológica foi o grupo de discussão, composto por quinze adolescentes entre 13 e 15 anos. A
análise dos discursos produzidos e veiculados no grupo teve como base os estudos de Foucault.
Nessa análise, foi possível perceber que as versões que os adolescentes constroem, sobre si e
sobre o outro adolescente, são atravessadas por discursos dos campos psicológico, biológico,
sociológico, midiático, jurídico e, sobretudo, por sua experiência, especialmente na medida em
que ela também é enredada por tais discursos. Embora não identifiquem quais desses campos
estão na base de suas próprias construções discursivas, mostram influência daqueles que
constroem diferentes significados sobre adolescência, tomando como critério sua condição
socioeconômica. A abertura para as mudanças e negociações em seus posicionamentos,
engendrada no grupo de discussão, promoveu deslocamentos discursivos, ampliando as
possibilidades de constituição subjetiva para estes adolescentes mais favorecidos socialmente.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
501
Em busca do ser ou do ter? Percepções sobre o consumo de entretenimento digital em
realidades juvenis distintas
Autores(as): Wesley Cristian Mercês Teixeira (Faculdade Jesuita de Filosofia e Teologia), Thiago
Eduardo Freitas Bicalho (Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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502
Juventude, Tecnologia e Internet na Era Digital
Autores(as): Antonia Zeneide Rodrigues (UFRN)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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503
Admirável Phone Novo: percepções de jovens em situação de pobreza sobre o consumo de
smartphones
Autores(as): Débora Cristina Vasconcelos Aguiar (UFC), Francisca Denise Silva do Nascimento
(UFC)
Resumo:
O presente trabalho trata de uma pesquisa de cunho qualitativo a respeito das percepções
de jovens em situação de pobreza sobre o consumo de smartphones. Tomando por base a
compreensão das sociedades atuais como sociedades do consumo e o fato de que o smartphone
se configura como um meio privilegiado de comunicação em nosso tempo, consideramos que o
(não) consumo desses dispositivos móveis tem diversas implicações para as pessoas em geral,
e para os alunos de uma escola de Ensino Médio da rede pública do município de Sobral - CE.
Deste modo, o objetivo que norteia este trabalho é conhecer as percepções desses jovens sobre
o consumo de smartphones. Também objetivamos: investigar se eles possuem smartphone,
como adquiriram e quais fatores influenciaram na escolha do produto; conhecer os usos que
os alunos fazem do smartphone e; compreender qual a importância deste dispositivo na vida
desses alunos. Partimos da hipótese de que o smartphone se tornou um bem comum para a
população, em especial para os jovens, que são instigados a consumir os últimos lançamentos
da tecnologia móvel, comportamento que pode ser comumente observado em jovens em
situação de pobreza. Para contextualizar o nosso objeto e fundamentar a nossa análise,
realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental sobre as categorias contempladas neste
trabalho, servindo-nos de autores como Bauman, Baudrillard, Campbell, Marx, Lipovetsky,
Adorno, Horkheimer, Thompson, Guareschi, Nascimento, Sawaia, Demo, Green, entre outros.
Também realizamos uma pesquisa de campo, sendo esta um elemento fundamental para
o nosso trabalho. Como instrumentos de obtenção de dados, utilizamo-nos da observação
participante e aplicamos um questionário aberto com duas turmas de terceiro ano do Ensino
Médio da Escola Carmosina, sendo uma do turno da manhã e outra da tarde, totalizando
quarenta e cinco participantes. Os dados do questionário foram categorizados por meio da
Análise Temática e analisados com base no referencial teórico utilizado. Como resultados
da pesquisa, observamos que a democratização hierárquica no acesso à tecnologia móvel,
atinge a esses jovens, promovendo uma gradação no acesso à tecnologia e diferentes modos
de compreensão da mesma a partir do contato que possuem com os smartphones. Percebemos
também que os participantes experienciam a juventude de formas distintas assim como são
distintamente afetados pela pobreza. Essa realidade faz com que esses jovens convivam com
diversas concepções acerca do smartphone, que ora se chocam, ora se reafirmam. A ideia de
que ninguém consegue imaginar o mundo sem celular convive com a exclusão do acesso a ele.
Os excluídos, por sua vez, negam essa ideia, tendo em vista a sua própria vivência de restrição e
a violência de tal afirmação, uma vez que a eles próprios foi negada a possibilidade de acesso a
esse dispositivo. O silêncio e o não saber convivem com a ânsia por demonstrar conhecimento,
com a insatisfação gerada pelo novo e com a ilusão de que a pobreza se trata de um aspecto
eminentemente econômico que pode mascarado pelo consumo.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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504
Novas tecnologias de Igrejas Neopentecostais: Uma análise teórico-crítica focada nos Jovens
Autores(as): Valdemir Pereira de Queiroz Neto (UFC)
Resumo:
Este estudo tem por preocupação central a inserção da Psicologia Social no debate
contemporâneo acerca das relações entre as igrejas neopentecostais e a juventude,
considerando a experiência dos jovens a partir do contato com os conteúdos encontrados nos
sites de redes sociais das igrejas e as novas tecnologias por elas produzidas. A escolha deste
recorte de análise e reflexão, Igrejas Neopentecostais brasileiras inseridas no Ciberespaço
pelas novas tecnologias, justifica-se pelos seguintes pressupostos: 1) o caráter publicitário da
comunicação contemporânea em geral, e, nesse recorte, especificamente; 2) a imaterialidade
do serviço e gratuidade da participação/adesão à religião; 3) o alto envolvimento emocional
entre os indivíduos e suas crenças determinantes de suas visões de mundo e homem; 4) a
centralidade da prosperidade nestas doutrinas e suas relações com o Culto da Performance
descrito por Ehrenberg (2010); e 5) a crescente força política de representantes dessas igrejas
nos poderes legislativos e executivos municipais, estaduais e federais Brasil afora. Parte-se
do referencial teórico da Escola de Frankfurt, apoiando-se no conceito de Indústria cultural
para pensar sobre a mercantilização da cultura religiosa, em que produtos são fabricados
para oferta aos fiéis, tendo em vista que a adesão ao consumo destes produtos, serviços e as
realizações de doações são estimulados com vistas a uma reprodução de indivíduos obedientes
e patrocinadores das obras da Igreja. Tem-se por objetivo articular e refletir acerca da ascensão
destas instituições enquanto empresas globais e midiáticas que difundem práticas de cooptação
dos indivíduos, transformando-os em acionistas e difusores de suas ideias dentro e fora dos
ambientes virtuais. Nossa hipótese é a de que o atual modelo dessas relações religiosas tende
a uma instrumentalização e midiatização, tornando-as uma modalidade de serviço religioso
mercantil e midiático. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa teórico-empírica, de
natureza qualitativa, cuja estratégia valeu-se da coleta e análise postagens de páginas de igrejas
para a sistematização em categorias de análise. Este material foi interpretado a partir de uma
análise teórico-crítica em articulação com o referencial teórico supracitado. Sistematizando
os dados encontrados, refletimos acerca de questões concernentes aos seguintes tópicos: 1)
exploração de outros segmentos da Indústria Cultural; 2) expansão geográfica, tecnológica
e ciberespacial; 3) lideranças e seguidores na rede; 4) juventude experimentada na rede e 5)
participações da juventude. Considera-se que refletir sobre o processo de mercantilização
dos relacionamentos dos indivíduos com religião e sobre as novas tecnologias na produção de
novas formas identitárias representa uma contribuição significativa para a compreensão das
subjetividades.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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505
Virtualidade e o acolhimento de jovens grávidas realizado pela equipe de saúde da família
Autores(as): Luiza de Abreu França (PUC MINAS), Márcia Stengel (PUC-Minas), Natália Katielle
Oliveira Ferreira (PUC-Minas), Patrícia Pinto de Paula (PUC-Minas)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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506
Juventude Comunic@Ação: relatos de experiência em educomunicação, protagonismo juvenil
e comunicação em rede
Autores(as): Renata Gomes da Silva (IFECT-SP), Amanda Trubano da Silva (Instituto Federal de
Hortolândia), Joyce Roberta Oliveira Dutra, Rodrigo Crivelaro (IFECT-SP), Thainara Barbosa da
Silva (IFECT-SP)
Resumo:
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507
Reconfigurações do conceito de notícia na recepção do jornalismo por crianças e adolescentes
brasileiros e portugueses
Autores(as): Juliana Doretto (Programa de Mestrado Profissional em Jornalismo - Fiam/Faam
Centro Universitário)
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo discutir possíveis reconfigurações da compreensão do que
é notícia por jovens brasileiros e portugueses, com as mudanças no consumo do jornalismo
geradas por novos canais de informação, trazidos pelas tecnologias digitais. Em nossa pesquisa
de doutorado, fizemos um estudo de recepção sobre o jornalismo infantojuvenil, envolvendo
crianças e adolescentes entre 9 e 16 anos, no Brasil e em Portugal (bolsa Capes 0860/13-1).
Como uma das conclusões do trabalho, notamos, nos discursos das crianças mais velhas e dos
adolescentes brasileiros e portugueses, a manifestação de um “conceito expandido de notícia”,
que surge, principalmente, no contato desses jovens com informações publicadas em redes
sociais ou divulgadas em aplicativos. Ser novo (e interessante) para eles torna-se o definidor da
notícia, e não se a origem do discurso é a produção jornalística. Ao contrário, por vezes a fonte
jornalística é rechaçada pelas crianças e adolescentes, por ser considerada manipuladora ou
com interesses para além da prestação de serviço relevante ao público: é o ineditismo, em
relação ao conhecimento de mundo desses jovens, que faz o texto ou o vídeo ser considerado
como algo da esfera do “jornalismo”, não o reconhecimento de que aquela fonte é jornalística
(na verdade, muitas vezes, o jovem leitor nem sabe dizer qual é a origem da informação. As
citações sobre o acesso à notícia dentro do que chamamos de “conceito expandido” ocorreram
quando os jovens falavam sobre seu acompanhamento de redes sociais e de aplicativos para
celular e tablet, o que nos leva a discussões mais profundas sobre esse tipo de agregador de
conteúdo. Essas plataformas provocam, em primeiro lugar, alterações na forma de consumir
produtos jornalísticos elaborados por empresas tradicionais de mídia, já que se esvai nessas
novas formas de divulgação a hierarquia noticiosa estruturada por editores em homepages
– que envolve, sobretudo, critérios de definição de relevância do tema para o público leitor.
Além disso, esses intermediários digitais têm cada vez mais espaço na “dieta” informativa da
sociedade de vários países, em detrimento dos sites originais dos veículos de comunicação.
Isso pode ser um obstáculo à pluralidade informativa, dado que os algoritmos usados por redes
sociais, por exemplo, tendem a concentrar o conteúdo oferecido ao usuário de acordo com
suas prévias visitas a outros perfis da mesma plataforma ou a consultas de páginas da Web.
Assim, caso o receptor não busque variar as suas fontes jornalísticas, driblando o caminho
indicado por esses intermediários, “poderemos estar perante aquilo a que se chama uma
‘ameaça’, sobretudo pelo que isso pode significar em termos de condicionamento da matéria
noticiosa e de pluralismo da informação” (CÁDIMA, 2013, p. 30).
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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508
Juventude Otaku: redes sociais na formação da cultura pop japonesa em Fortaleza
Autores(as): Alessandra Oliveira Araújo (UFC), Iago Fillipi Patrocínio Macedo (UNIFOR)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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509
Projeto de jovens para Jovens e o coletivo Youfc: comunicando UFC Quixadá
Autores(as): Valdemir Pereira de Queiroz Neto (UFC)
Resumo:
O YOUFC é um coletivo de estudantes nascido do uma ação extensionista “De Jovens para
jovens: comunicando a UFC Quixadá” que surgiu a fim de suprir a carência de um canal de
comunicação interna e externa no Campus da Universidade Federal do Ceará em Quixadá
que tem seis cursos tecnológicos de graduação. O projeto cria uma interação entre alunos e
comunidade, leva a conhecimento público o funcionamento das atividades internas da UFC
e surgiu com o propósito de divulgar o Campus para atrair e dar visibilidade aos seus cursos
de modo divertido.A equipe de produção de audiovisual é composta por alunos de diversas
áreas da TI, portanto não conta com conhecimento profissional da comunicação social. Trata-
se de um processo experimental no qual cooperativamente aprende-se a produzir vídeos. As
funções são divididas entre o grupo e muitas vezes conta-se com a participação de voluntários
e convidados. Até o momento, o coletivo produziu 42 vídeos em dois anos de projeto e tem 875
inscritos em seu canal com 42.565 visualizações no Youtube. No começo o Youtube era a única
plataforma usada pelo Youfc, por ser um local próprio para vídeos, mas ao longo do tempo
o projeto passou também a usar a Fanpage do Facebook para publicar vídeos, por ser uma
plataforma de fácil acesso. Atualmente são usadas ativamente as duas plataformas, porém o
Facebook atinge com mais facilidade um número maior de visualizações em comparação com
o Youtube. Para exemplificar os resultados conseguidos nas duas plataformas, apresentaremos
alguns dados referentes a um dos vídeos postados para que analisemos que comparativamente
e possamos refletir sobre as razões para tais diferenças. Escolhemos o vídeo “Professores-parte
II a revanche” como recorte para análise por este ter sido o vídeo que obteve o maior alcance
e aquele que provocou essa mudança significativa no projeto em que o Facebook passou a ser
utilizado para hospedar os vídeos e que, assim, pudesse ter seus conteúdos compartilhados mais
facilmente. O vídeo citado foi postado no Youtube no dia 23 de novembro de 2015 e hoje tem 12
mil visualizações. Naquela data, o vídeo não estava na page do Facebook, porém, com acesso
ao vídeo alguns internautas postaram o vídeo no facebook e possibilitaram o rastreamento de
4 postagens que geraram 2.023.636 de visualizações e 41.078 compartilhamentos. Atribuímos
essa diferença de uso das plataformas e grande diferença entres os números conseguidos
de pessoas atingidas de ambas plataformas, além disso percebemos que outros gêneros
audiovisuais são mais visualizados no Youtube e para melhor compreender, seria interessante
aprofundar a pesquisa sobre os usuários das duas plataformas e os usos que fazem delas. Esta
reflexão ajudou com processo de construção de identidade do coletivo. Buscando facilitar a
difusão dos conteúdos produzidos, seja em um ou outra plataforma, considerou-se interessante
a manutenção das duas plataformas como uma forma de atingir um maior número de pessoas
que tomem conhecimento do Campus da UFC em Quixadá. O Projeto está em seu terceiro ano
e conta com uma bolsa cedida pela pró-reitoria de extensão da Universidade Federal do Ceará.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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510
Homens-trans no Facebook: Visibilidade, Ativismo e Empoderamento entre Jovens
Autores(as): Saiane Silva Lins (UFC), Idilva Maria Pires Germano (UFC), Lygia Carneiro de Sousa
Amador
Resumo:
Nos últimos anos as ciências sociais e humanas têm se debruçado sobre a problemática das
identidades trans (transexuais e travestilidades) numa perspectiva de franca contestação dos
discursos biomédicos sobre a temática (Bento, 2006). Neste universo, cabe destacar que as
pesquisas sobre as trans-masculinidades ainda são limitadas no Brasil, em especial quando
comparado aos estudos sobre transexualidade feminina (Almeida, 2012; Ávila; Grossi, 2010;
Ávila; Grossi, 2013; Oliveira, 2013; Oliveira, 2015). De maneira específica, nos interessa a crescente
visibilidade dos homens transexuais no ambiente digital, especialmente entre jovens, atestada
por sua presença em sites de redes sociais e pela produção de conteúdos de matiz ativista e
voltados para o empoderamento desses segmentos. Tal visibilidade nos parece particularmente
impulsionada a partir de 2010, na esteira de conquistas importantes nas políticas públicas,
como a aprovação do parecer que facilitou o acesso de homens transexuais às intervenções
sobre as gônadas e caracteres sexuais secundários. Também se deve à exposição dos modos
de vida trans nos veículos de comunicação, incluindo a divulgação das histórias de homens
transexuais que passam a revelar sua identidade de gênero para o grande público (Amorim,
2016). Neste trabalho, apresentamos os dados obtidos em pesquisa exploratória, de inspiração
netnográfica, sobre a masculinidade trans num site de redes sociais, com o objetivo de investigar
o uso dos meios digitais por homens transexuais, todos jovens. Mais especificamente, nosso
estudo visa compreender a relação entre o ativismo digital e empoderamento dos indivíduos
e coletivos que propagam a masculinidade trans e defendem as pautas políticas da categoria,
mirando a despatologização da transexualidade. Para tanto, selecionamos três páginas da
rede social Facebook criadas e administradas por homens trans, entre 20 e 30 anos, buscando
identificar: a) os principais temas que ocupam as postagens (imagens e textos) dos usuários
e seus seguidores, b) as estratégias de reivindicação da identidade de gênero e busca de
reconhecimento no ambiente digital e c) como as práticas de afirmação on-line contribuem
para o empoderamento e resistência off-line entre esses usuários. Entre nossas observações
de tais páginas no Facebook, destacamos que essa plataforma tem sido empregada de forma
significativa para a auto-revelação, para a troca de informações sobre eventos de interesse
coletivo e para o estabelecimento de formas de solidariedade e apoio à causa da transexualidade.
Também observamos que a plataforma vem sendo utilizada particularmente por usuários mais
jovens no enfrentamento de certas contradições e dilemas que envolvem a (in)visibilidade
entre homens transexuais, isto é, tornar-se visível socialmente e lutar pelos direitos coletivos
ou permanecer invisível e passar despercebido pela sociedade. Sobremaneira essas e outras
observações são interpretadas à luz de molduras teóricas transdisciplinares alinhadas aos
estudos pós-estruturalistas e em diálogo com pesquisas empíricas sobre a experiência queer,
especialmente a masculinidade trans no Brasil.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
511
A Rádio Escolar em tempos de convergência: experiências juvenis de produção e consumo
Autores(as): Lilian Bartira Santos Silva (UFC)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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512
Juventudes, Memes e Construções de Identidades Coletivas
Autores(as): Raphael Alves da Silva (Prefeitura da Cidade do Recife)
Resumo:
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513
Snapchat e Adolescência: Influências da rede social na constituição psíquica dos adolescentes
Autores(as): Janny Hellen Cavalcante do Carmo (UniCatólica)
Resumo:
Este projeto tem como tema “Snapchat e adolescência: as influências da rede social na
constituição psíquica dos adolescentes” e objetiva investigar acerca das influências da rede
social Snapchat na constituição psíquica dos adolescentes, além de buscar compreender
acerca da constituição psíquica do adolescente a partir das formulações freudianas sobre o
narcisismo, Ideal de eu e o Eu ideal, descrever a relação do aplicativo Snapchat e a adolescência,
ressaltando suas relações com imagem corporal e identificar as novas referências virtuais
para os adolescentes e que tipo de mensagens são transmitidas através de suas publicações
no Snapchat. Em nossa sociedade contemporânea, os adolescentes dedicam algumas horas
do seu dia para acessarem as redes sociais, utilizando este tempo para a publicação, envio
de mensagens, fotos e vídeos durante o cumprimento de alguma tarefa da sua rotina diária.
Para o público jovem, as visualizações e comentários dos seus seguidores contabilizam
o alcance da sua popularidade, pois quanto maior o alcance da última publicação, mais o
adolescente sente-se motivado a divulgar sua imagem. Considerando a grande aceitação
e sua ampla divulgação o Snapchat ganha cada dia mais adeptos, entre eles, adolescentes
que o utilizam para o comum envio e recebimento de fotos de rosto ou corpo; Isto os leva a
busca de uma identidade corporal socialmente aceita, baseando-se nos modelos exibidos pela
mídia na atualidade. Questionamos então, como os adolescentes têm vivenciado as diversas
informações exibidas pela sociedade, através das mídias e como lidam diariamente como as
imposições feitas pelas redes sociais. A escolha do tema partiu do interesse em compreender
como as redes sociais, em especial o aplicativo em questão, torna-se, para o adolescente, um
mecanismo para constituir-se como sujeito social e integrar-se a sociedade por meio do mundo
virtual. A pesquisa realizar-se-á na instituição de ensino particular COLÉGIO SENSO, localizada
na cidade de Quixeramobim, no Sertão Central Cearense. O seu público alvo serão jovens,
alunos da escola supracitada, com idades entre 13 a 16 anos, usuários do aplicativo referido.
Utilizar-se-á a perspectiva metodológica de pesquisa quanti-quali, buscando integrá-la a um
viés objetivo e também subjetivo. Como instrumento teórico-prático, recorreremos ao método
de pesquisa elaborado pelo psicanalista francês Jacques-Alain Miller da Conversação em
Psicanálise e Educação, promovendo através do debate uma “associação livre coletivizada”.
O presente trabalho encontra-se em fase de pesquisa, devendo se concluído no mês de Junho
deste ano, o mesmo já foi submetido ao comitê de ética do Centro Universitário Católica de
Quixadá, por envolver pesquisa com seres humanos, e já recebeu sua aprovação. Esta proposta
não pretende apresentar uma visão definitiva sobre o assunto, mas levar-nos a uma reflexão e
discussão sobre o tema a partir do conteúdo a ser apresentado.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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514
Teclando na Escola: o uso de redes sociais por jovens do Ensino Médio.
Autores(as): Paula Cristina Barros Lopes (UFC)
Resumo:
Com o advento popular e instantâneo das Redes Sociais a Geração Z (também conhecida como
Centennial- nascidos entre a década de 90 e a de 2010) mais do que em qualquer outra época da
história, está construindo uma nova forma de consumo por meio da tecnologia, que envolve não
somente informação, mas também, bens culturais. As Redes Sociais Facebook-2004, WhatsApp
Messenger-2009 e Instagram-2010 estavam entre as cinco redes sociais mais acessadas
mundialmente em 2015, segundo o site de notícias Terra. No Brasil, conforme pesquisa sobre
mídia social, da empresa GlobalWebIndex, 47% dos brasileiros são usuários de redes sociais.
Estando o Facebook em primeiro lugar em acesso, com 25% de visitas; em segundo lugar o
WhatsApp, com 24%; enquanto que o Instagram aparece em sétimo lugar, com 10%. Com isso,
podemos pensar que esses jovens estão estabelecendo, sobretudo, um novo modo de vida, que
contempla o virtual diuturnamente. Este trabalho pretende pesquisar de que modo podemos
compreender a influência desse fenômeno tecnológico das redes sociais na vida da Geração
Z, a partir da experiência numa Escola Estadual de Ensino Profissionalizante de Fortaleza-CE.
Espera-se investigar como o fenômeno tecnológico influencia o modo de viver e as relações
sociais da geração que nasceu na virada do século, e por isso, também é chamada de Centennial.
A pesquisa busca apoio na interpretação da teoria do habitus de Pierre Bourdieu, na qual
este conceito é retratado como um instrumento conceitual que auxilia a pensar a relação, a
mediação entre os condicionamentos sociais exteriores e a subjetividade dos sujeitos. Trata-
se de conceber habitus como uma noção que ajuda, sobretudo, a refletir as características de
uma identidade social, isto é, de um sistema de orientação que se desenvolve na interação
entre o sujeito e a estrutura social. Entendo o habitus como um conjunto de propriedades
adquiridas a partir do uso das tecnologias e suas aplicações nas redes sociais, que criam novas
sociabilidades e processos sociais diversos. Tal discussão se torna ainda mais interessante
quando se considera que o capital cultural manejado por esses jovens, difere daqueles das
gerações anteriores (seus pais) e da própria escola. Esta instituição, como o próprio Bourdieu
estudou, é resistente às mudanças e, aparentemente, tem dificuldades em lidar com esse novo
capital no cotidiano. A pesquisa ainda usa como referenciais, os estudos sociológicos no campo
das redes sociais, como Pierre Lévy, Manuel Castells, dentre outros; e traz uma reflexão sobre
a juventude como categoria sociológica por meio de autores como José Machado Pais e Carles
Feixa. Esta pesquisa se utiliza da observação direta realizada na escola, bem como o uso de
questionários e a realização de entrevistas semiestruturadas com um número mais restrito de
jovens, selecionados a partir do trabalho de campo.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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515
Múltiplas Linguagens e Jovens de Periferia: O Multiletramento no Contexto da Cibercultura
Autores(as): Neila Rodrigues Santos (UFC), Eduardo Santos Junqueira Rodrigues (UFC)
Resumo:
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516
A criança na era digital
Autores(as): Marta Maria Azevedo Queiroz (UFPI)
Resumo:
O público infantil tem contato com as diversas mídias cada vez mais cedo. Além do acesso as
crianças às mídias, a publicidade tem investido na sua participação, comercializando a criança
e a vida infantil. Elas tornaram-se alvo principal das grandes corporações que movimentam
a economia capitalista, vista como um novo grupamento potencializador do consumo no
mercado globalizado (ANDI, 2009). Nessa perspectiva, objetivou-se analisar as composições de
peças publicitárias com participação de crianças para conquistar o consumidor e vender seu
produto. Os vídeos foram lançados pelo banco Itaú, em 2015, e acessados em 2016, utilizando
a hashtag #issomudaomundo, com crianças de quatro a oito anos de idade. A discussão aqui
apresentada é resultado da pesquisa realizada no programa de iniciação científica (PIBIC-
UFPI) em 2016. O público infantil é bombardeado diariamente com inúmeros comerciais, tanto
na busca por fazê-los consumidores diretos quanto indiretos, pois acabam por influenciar a
seleção de produtos a serem consumidos em suas famílias, enfatiza Martineli e Moína (2009).
Pode-se observar que esse tipo de publicidade não tem a pretensão de atingir o público
infantil, pois a criança não possui recursos financeiros próprios para tal nem tampouco possui
maturidade para compreender as implicações relativas a contratação de serviços bancários,
o que pode ser facilmente verificada sua função catalisadora do consumismo de terceiro, a
saber, familiares. No vídeo apresentado “dinheiro dá em árvore?”, o banco começa a fazer da
criança um futuro cliente. A imagem infantilizada da criança é preservada, porém o incentivo
ao investimento e o uso consciente do dinheiro relacionado ao banco para gerar lucro fica
bem explícito. Utilizando o aspecto frágil, imaginário, característicos da criança, o comercial
publicitário acaba “desarmando” o consumidor, tirando assim a resistência quanto a compra
da mercadoria ou serviço. Buckingham (2000) explicita que esse mercado publicitário acaba
tomando conhecimento do poder de persuasão que a criança tem sobre o adulto por conta do
seu poder de convencimento. A influência no consumo dos serviços do banco gira em torno
da preocupação de investimentos com o intuito de trazer melhorias futuras para as próximas
gerações, no caso as crianças, o público adulto acaba sendo comovido por tal proposta e compra
a ideia apresentada por tal publicidade. Observamos que o público infantil foi inserido numa
nova perspectiva mercadológica, principalmente pelo segmento publicitário que começou a
perceber grande percentual lucrativo com a utilização desse público infantil. Assim, podemos
perceber o quanto a sequência de vídeos postados pela rede de bancos Itaú utiliza da imagem
da criança, em específico infantilizada, para conquistar o público adulto, o alvo consumidor
da empresa. O banco tenta despertar nos pais (adultos) a necessidade que têm de ensinar os
filhos em relação ao dinheiro e buscar na empresa um investimento seguro, tanto para obtê-lo,
quanto conservá-lo e aumentá-lo.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
517
Vamos fazer um selfie?
Autores(as): Fernanda Carvalho de Almeida (UFC)
Resumo:
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518
Construção de software sobre contracepção para juventudes através de uma web rádio
Autores(as): Leidy Dayane Paiva de Abreu, Aretha Feitosa de Araújo (UECE), Raimundo Augusto
Martins Torres (UECE)
Resumo:
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519
Produção de vídeos por jovens no ensino médio: um paralelo entre 2009 e a realidade atual
Autores(as): Daniel Azevedo de Brito (UECE), Ana Carolina Recamonde Capelo (UNIFOR), José
Airton Nascimento Diógenes Baquit (UNIFOR), Maria Eniana Araújo Gomes Pacheco (UNIFOR),
Mário Henrique Serafim Mendes (FANOR)
Resumo:
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520
GT 17 - Juventudes e educação básica: o ensino médio em questão
Coordenadores: Miriam Fábia Alves (UFG), Valdirene Alves de Oliveira
(UEG), Claúdia Valente Cavalcante (PUC - Goiás), Gabriel Carvalho
Bungentab (UEG) e Maria Alda de Sousa Alves (UNILAB)
Resumo Geral:
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521
A contribuição do ensino médio para projetos de vida dos jovens
Autores(as): Ana Maria Klein (UNESP)
Resumo:
Damon, Menon e Bronk (2003) definem projetos de vida como um quadro estável que revela
a intenção do indivíduo de realizar algo cujo significado transcende os limites do self e se
relaciona, também, ao mundo. Ter um projeto vital envolve questões de orientação futura, como
metas e forças valorizadas pelos indivíduos e que os direcionam ao longo das suas vidas. Para
os autores, a construção e a identificação dessas metas pode se dar a partir da convivência e
da participação do indivíduo em diferentes locais, como: trabalho, família, comunidade, igreja,
escola, dentre outros. Pelo fato de a escola ser uma instituição na qual crianças e jovens passam
grande parte de suas vidas e que proporciona diferentes experiências aos(às) estudantes,
suspeitamos que ela potencialmente poderia favorecer a identificação e contribuir para a
consecução de projetos de vida. Os jovens encontram-se em uma etapa da vida associada ao
preparo para o ingresso na vida adulta. Este ingresso se dá mediante a assunção de papéis sociais
e suas respectivas responsabilidades, trazendo consigo a necessidade premente de vislumbrar
e planejar o futuro. As possibilidades, limitações e obrigações humanas são definidas a partir
de delimitações etárias que institucionalizam e definem o status dos indivíduos em relação à
sociedade, às instituições, aos grupos do qual fazem parte e em relação a si próprios. Há algumas
décadas, a idade na qual os(as) jovens assumiam as responsabilidades adultas era previsível;
nas sociedades contemporâneas estas delimitações têm se estendido, mediante uma realidade
marcada pela incerteza e imprevisibilidade. Trata-se de um novo contexto, sem precedentes
históricos, em que cada jovem se defronta com a necessidade de planejar o que quer ser, diante
de um cenário em constante mutação e, neste sentido, imprevisível. Entendemos que a adoção
de um projeto de vida concebido como um quadro estável e duradouro de metas futuras que
transcende o auto-interesse, apresenta-se como uma possibilidade de inserção na sociedade
adulta e satisfação pessoal, ante os novos desafios que a modernidade traz. A pesquisa teve
por objetivo identificar a percepção de estudantes do Ensino Médio sobre a contribuição que
as experiências escolares podem trazer aos seus projetos de vida. Tomou-se por referência os
conceitos de projeto do filósofo Ortega y Gasset e de purpose, formulado por Willian Damon.
Participaram do estudo 305estudantes do Ensino Médio da cidade de São Paulo. A abordagem
qualitativa (análise de conteúdo e formulação de categorias) respeitou as percepções dos
participantes. Os resultados demonstram que 81% dos estudantes consideram que a escola
contribui para seus projetos de vida, principalmente por meio das atividades desenvolvidas em
sala de aula. Para eles, a escola contribui com seus projetos de vida, sobretudo por meio de
aulas (as disciplinas com maior significado são inglês e língua portuguesa) e da participação
em atividades nas quais os jovens assumem o protagonismo, como projetos, grêmio e
apresentações culturais.
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522
A educação do ensino médio para a formação de jovens: o que esperar de perspectivas futuras?
Autores(as): Maria das Graças Costa Cordeiro (UVA), Ivna de Holanda Pereira (UFF)
Resumo:
O trabalho integra a pesquisa “Juventude rural e ensino médio: sentidos e perspectivas de vida,
presente e futura, tecidas na escola de tempo integral”, coordenada pela profa Dra. Ivna de
Holanda Pereira, GEPECJU, UVA, o qual integro na condição de bolsista. O objetivo da pesquisa
se fundamenta em indagações tecidas nas vivencias de ensino médio e em situações que, já
acadêmica de Pedagogia, transitam com intensidade na realidade do Município de Graça, Ceará,
onde resido. Algumas indagações embasaram e ainda embasar a pesquisa: Porque os jovens
estariam abandonando a escola de ensino médio? Que sentidos os jovens atribuem ao ensino
médio e que fatores os levam a abandonar os estudos? Haverá reflexão institucional capaz de se
debruçar sobre essa condição ou estamos diante de ações “paliativas”? Analisar a importância
atribuída ao Ensino Médio pelos jovens do Município de Graça, buscando compreender “razões”
de abandonos, atribuindo hipoteticamente que a necessidade de trabalho é um condicionante
forte, mas, ao mesmo tempo, referenciando-o para “escavacar” outros aspectos que possam
estar na superficialidade dessa situação e que ainda não foram devidamente tratados pelas
esferas de governo. A abordagem da pesquisa é de caráter etnográfico, reflexiva e compreensiva.
O campo é a Escola pública Raimundo da Cunha Brito, de Graça, onde estamos realizando
observações e entrevistas com jovens. Também, num trabalho de mapeamento/identificação
de jovens que deixaram a escola, para que nesse cruzamento de diálogos, possamos tecer
análises mais consistentes sobre o assunto. Agrega-se técnicas projetivas, com a utilização
de músicas, imagens e outros procedimentos para estimular o diálogo com os jovens. Estudos
organizados em 2014, por Dayrell; Carrano e Maia, “Juventude e Ensino Médio”, fundamentam
nossas reflexões iniciais e já na introdução diz: “a chamada crise atual do Ensino Médio não
é mais do que a explicação da ausência histórica dessa etapa educativa como possibilidade
de todos...”. A LDB, com destaque as modificações para o EM, também é fonte de análises na
pesquisa. O que se evidencia com base nos depoimentos é “a necessidade de trabalho”, que
os impulsionam deixar a escola, visto que a maioria são oriundos de famílias com baixa renda
e, por isso, “optam por trabalhar ao invés de se dedicarem aos estudos”. A visibilidade de tal
situação é fortemente esmaecida pelo poder público local e mesmo em se tratando da escola,
as reflexões são deixadas de lado, o que vale são os “indicadores de aprendizagem e sucesso”,
atribuído a cada jovem. A proposta curricular para o ensino médio recentemente aprovada,
aponta para qual direção e em que circunstâncias atende as expectativas de uma educação
formativa em sentido amplo?
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523
A juventude campesina e os dilemas da educação do campo
Autores(as): Gerlane da Silva Ferreira (UFPA), Ana Carla Vieira Pimentel (UFPA), José Wilker
Machado Quaresma (UFPA), Maria Rita Duarte de Oliveira (UFPA), Regina Cláudia Silva de
Sousa (UFPA), Valdinei Gomes e Gomes (UFPA)
Resumo:
O escopo deste trabalho visa lançar um olhar para a juventude amazônica, mais precisamente
para a juventude que se encontra inserida no campo. É sabido que essa categoria tem sido
bastante discutida, visto o processo histórico que concerne à educação e, por conseguinte, as
instituições escolares partem da premissa que os jovens estabelecem a partir do espaço onde
se encontram inseridos em suas práticas culturais, relações de socialização e sociabilidade
de forma homogênea. Essas instituições educativas esquecem-se da diversidade presente no
campo que se contrapõem com as práticas citadinas. Nessa perspectiva, o presente estudo
buscou compreender percepções dos (as) jovens sobre o lugar em que vivem a partir do
contexto escolar, analisando se a educação ofertada no campo contribui para afirmação
indenitária desses sujeitos. O campo é um espaço de socialização e sociabilidade e que cabe
à escola promover uma educação que dialogue com as práticas dos sujeitos residentes no
campo, considerando o chão onde se pisa como um lugar da ação e da reflexão desses jovens.
Ao se reportar ao processo histórico percebemos que a juventude do campo sempre foi
estereotipada, a partir de paradigma urbanocêntrico que tenta impor sua supremacia sobre o
campo, tentando assim, anular e aniquilar as especificidades que constituem o modus vivendis
campesino. Toda essa problemática instiga o jovem a migrar do campo para a cidade, pois esta
se mostra como protótipo de vida “ideal”. Nesse sentido, há certa invisibilidade em relação aos
jovens que vivem no meio campesino. O resumo inscreve-se no GT: Juventudes e educação
básica: o ensino médio em questão do eixo temático 3. Juventude e Educação. No proceder
teórico-metodológico desse estudo, nos ancoramos nas orientação teórico de Ramos(2004),
Calzdart (1986), Spósito (2003) e entre outros que foram relevantes para a consolidação desse
estudo, fizemos uso da abordagem qualitativa na perspectiva do estudo de caso a partir das
considerações de Yin(2004) e Godoy(2002), como instrumentos operacionalizastes definimos:
levantamento bibliográfico, questionário com perguntas semiestruturadas. Nosso lócus de
pesquisa foi uma escola inserida no campo pertencente ao município de Abaetetuba, no estado
do Pará. Além disso, realizamos 05 grupos de discussões com a juventude que se encontra
matriculados nas séries finais do ensino médio na escola supracitada. Concluímos partir do
diálogo e de todo delineamento e sistematização do estudo, a pesquisa mostra a necessidade
de uma reformulação de políticas públicas mais eficazes e que se articule e dialogue com
a escola do campo, reconhecendo que a juventude que se encontra nesse espaço produz e
reproduz suas relações culturais, econômicas e sociais e que o campo é o lugar de trabalho,
socialização e entretenimento. Percebemos que a educação não contempla a juventude em
todos seus aspectos educacionais, ainda acreditamos na educação básica como um mecanismo
de emancipação dos sujeitos. O Estado precisa cumprir com seu papel e com suas obrigações
de acordo com as legislações que asseguram os direitos dos cidadãos e principalmente fazer
valer o estatuto da juventude.
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524
A juventude que sonha: da escola rumo a um futuro profissional?
Autores(as): Rafaella Almeida Aragão (FLF), Alessandra Maria Sousa Silva (FLF), Fernanda Maria
Matias Sousa (UVA)
Resumo:
Este trabalho abordará a relação entre escola e escolhas profissionais na vida de jovens pobres,
ressaltando reflexões importantes, acerca das expectativas e sonhos dessa juventude. Fomentar
discussões acerca de sonhos nas trajetórias de vida pessoal e escolar das/dos estudantes de
uma escola pública, em Sobral-Ceará. Este trabalho está relacionado ao eixo 11. Juventude
e Educação, no qual relaciona no GT – 17, pois irá discutir sobre a relação entre juventude,
profissão e escola. Para isso, é preciso visibilizar os discursos desses jovens que estão ocupando
os bancos escolares, suas crenças, sonhos, planos profissionais, e problematizar de que modo
a escola está contribuindo com a expansão das potencialidades, sonhos e da capacidade de
realização desses sujeitos. A oficina foi realizada com 20 jovens de bairros periféricos, com
idades entre 15 a 17 anos, que cursavam 2º ano do Ensino Médio de uma escola pública, em
Sobral-Ce. A metodologia foi dialógica e vivencial, incluindo algumas dinâmicas, facilitadoras
da integração e expressão dos jovens. No primeiro momento facilitamos um debate geral
sobre juventude e sonhos, na direção de questioná-los: o que vocês, jovens, sonham? Depois
fizemos uma dinâmica chamada círculo de encontro, onde eles conversaram sobre o sonho
de cada um, a escolha profissional e o que estavam fazendo para realizar esse sonho. Em
seguida, socializamos a conversa e provocamos algumas discussões. Encerramos com uma
dinâmica onde cada um colocava dentro de um balão uma palavra que identificasse o que eles
podiam fazer para realizar esse sonho. Nesse debate as profissões mais citadas foram médico,
engenheiro civil, bombeiro, com destaque maior para a profissão de policial, para ambos os
sexos. Cerca de 25% da turma disse que pretendia ser policial, uns, mas especificamente citaram
a polícia federal, o outro citou o raio, que é um batalhão ronda de ações intensivas e ostensivas.
Dentre as justificativas, os jovens traziam o desejo de acabar com a violência e o preconceito
que existe, em relação as mulheres, para exercer a função que até então a sociedade acha que
só convém para homens. Além disso, eles compartilharam o modo de vida e as dificuldades
para quem vem de bairros pobres e periferias. Na dinâmica de encerramento, identificaram
algumas palavras que podiam fazer para realizar esse sonho: fé, esperança, estudo, motivação,
dedicação, etc. Foi perceptível o envolvimento e a integração dos jovens entre si, para com
o tema e para conosco. As falas e as expressões e dos alunos acerca das profissões nos traz
um campo fértil de reflexões sobre a relação da escola e escolhas profissionais, formação
dos alunos e de como pretendem se inserir no campo profissional, que ao mesmo tempo nos
traz algumas problematizações dessa relação escola e escolhas profissionais, as escolhas
profissionais e o território que esses jovens estão inseridos, e principalmente de como a escola
fomenta na construção desses estudantes de como sujeitos da sua história e de seus sonhos na
direção da emancipação individual e social.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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525
A não-neutralidade do Projeto de Lei Federal Escola sem Partido
Autores(as): Giovani do Carmo Júnior (UCDB), Andrea Cristina Coelho Scisleski (UCDB), Giovana
Barbieri Galeano (UCDB)
Resumo:
Esta escrita tem como objetivo analisar o princípio de neutralidade política e religiosa do
Estado e a relação de “vulnerabilidade” do aluno perante o professor proposto pelo Projeto de
Lei Federal Escola Sem Partido. A análise feita se fundamenta nos estudos de Michel Foucault
acerca do saber e do poder. Por trás do saber o que está em jogo é uma luta de poder. Diante
disso, o texto procura explicitar como lutas de poder estão subjacentes à noção de neutralidade
e constituem as condições de possibilidade de os jovens exercerem força no cenário político.
A neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado aparece como primeiro princípio do
projeto lei. A concepção de conhecimento de Sócrates, Platão e Aristóteles como busca pela
verdade fundamenta essa ideia de neutralidade. Para os pensadores modernos - que levaram
a concepção grega às suas últimas consequências - a natureza humana tem por essência a
busca da verdade dentro da estrutura do conhecimento: sujeito e objeto. Conhecer é crer que
há a verdade como essência a priori e que o ato de conhecer é descobrir a verdade sobre
o objeto. Então, o conhecimento produz o sujeito de conhecimento que deverá operar na
ordem da hermenêutica dos objetos, mas sem a interferência dos seus pré-julgamentos que
podem esconder a verdadeira face da verdade. Entretanto, onde está o jogo de lutas políticas?
O conhecimento visto na ordem da essência e da hermenêutica não deixa transparecer as
lutas subjacentes. Por isso, lançamos mão dos estudos de Michel Foucault que, a partir de
Nietzsche, pensará o conhecimento na ordem do acontecimento. O conhecimento neutro
é produzido historicamente pelo resultado de um jogo, de uma rede instituições e práticas
que o constituíram como saber da neutralidade. Assim, a neutralidade é a não neutralidade.
A não neutralidade que constitui o projeto como verdade acerca da educação é da ordem
do subentendido. Qual a família que possui direito sobre a educação dos filhos? O modelo
tradicional de família aprovado pelo Estado no estatuto da família sendo a união entre um
homem e uma mulher. Qual é o modelo educacional neutro? O modelo educacional no qual o
aluno não possui conhecimento e deve restringir-se a ser puramente receptor do conhecimento.
Portanto, os modelos familiar e educacional defendidos pelo projeto possuem pré-conceitos
políticos, educacionais e religiosos os quais demonstram a não neutralidade como face verídica
da verdade. Logo, as opções por um modelo familiar e educacional formatam um espaço
de produção de sujeitos que dificilmente conceberão a pluralidade religiosa, a diversidade
sexual e a possibilidade de tomarem posição política como verdades de um mundo possível.
Criminalizar as ocupações escolares de 2016 e categorizar o aluno como aquele que não sabe,
estigmatiza ações juvenis e anula possibilidades de exercer força no cenário político.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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526
A qualidade da escola pública na opinião dos jovens do ensino médio
Autores(as): Lucineide Inez da Silva Campos (UFPE)
Resumo:
As discussões que embasam este estudo entende as juventudes como parte de um processo
mais amplo de constituição de sujeitos, no qual todo processo é influenciado pelo meio social
concreto no qual se desenvolve e pela qualidade das trocas que este o proporciona. Deste modo,
apoiado autores que discutem juventude e educação, concordamos que é preciso relativizar a
máxima de que educação escolar “faz juventude” e que o reconhecimento dos jovens titulares
de direitos e a busca de interlocução com eles é absolutamente fundamental, especialmente
para aqueles que desejam ampliar os espaços democráticos e o desenvolvimento em nossa
sociedade, enfrentando os dilemas da qualidade da educação escolar pública no Brasil. Assim,
o estudo em questão busca responder as seguintes problemáticas: Como os jovens do ensino
médio avaliam a qualidade da escola em que eles estão inseridos ? Quais os seus pressupostos
sobre o que é uma escola de qualidade? Que soluções os jovens dariam para melhoria da
qualidade destas escolas? Assim sendo, o presente trabalho objetiva de forma geral analisar
avaliação que os jovens do ensino médio matriculados em escolas públicas fazem destas
escolas, assim como em sua especificidade buscou investigar a opinião dos jovens sobre o que
é uma escola de qualidade, identificar o que os jovens pensam sobre a qualidade da escola
em que estão inseridos e descrever o que estes jovens oferecem como soluções para melhoria
da qualidade destas escolas. A orientação teórica que fundamenta esta pesquisa divide em
basicamente três eixos: A relação dos jovens com a escola partindo de autores como: Pais
(1990),Kerbauy (2005), Sposito(2005), Carrano (2002), Dayrell (2007), Nakako e Almeida (2007)
Guimarães e Duarte ( 2007), Carrano e Dayrell (2014), Sacristán (2003), Dubet (2006), o ensino
médio baseado em Nosella (2011), Oliveira (2009), LDB 9394/1996, Lima (2011) e a qualidade
da educação e da escola pública por Gusmão (2013) e Silva (2008). A pesquisa é de natureza
qualitativa e a metodologia utilizada para coleta de dados consiste de questionários e entrevistas
semiestruturadas aplicadas com 20 jovens matriculados no ensino médio da cidade de Olinda/
PE. Na busca de identificar o que os jovens pensam da qualidade da escola em que encontram-
se inseridos, o estudo em questão depara-se com duas realidades, pois embora as duas escolas
pesquisadas apresentem certa homogeneidade na opinião dos jovens, uma apresenta maiores
dificuldades no seu funcionamento e esse aspecto se expressa claramente tanto na avaliação
que os estudantes fazem dela, quanto nos resultados das avaliações externas. Conclui-se que
para que haja uma mudança no cenário atual da escola pública é preciso que a gestão da
escola e as políticas públicas para o ensino médio estejam efetivamente comprometidas com
a qualidade pedagógica, com o financiamento adequado e com a transformação social, pois à
medida que os jovens encontram-se com limitados suportes institucionais e materiais, limita-se
também os suportes subjetivos em que os mesmos terão para vislumbrar possíveis caminhos
para seu futuro.
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527
Alunos em medidas socioeducativas: os desafios para a inclusão escolar
Autores(as): Maria de Castro Damázio Queiroz (UECE), Diana Elizabette Lima do Amaral (UECE),
Vasti Capistrano de Sousa Taboza (SEDUC/CE)
Resumo:
Esta pesquisa analisou o papel da escola dentro da rede de garantia de direitos pela perspectiva
dos alunos que estão em medidas socioeducativas – Liberdade Assistida e Prestação de Serviço
à Comunidade (PSC) e dos profissionais da escola de Ensino Médio Professor Jáder Moreira de
Carvalho, analisando por meio de pesquisa qualitativa de natureza descritiva e interpretativa,
visando compreender o papel dos sujeitos. O objetivo é, a partir da compreensão das atitudes
necessárias pela escola, a inclusão desses alunos. O desenvolvimento da pesquisa buscou
entender como os profissionais da escola e a família compreendem as medidas socioeducativas
em meio aberto, como os alunos em medidas socioeducativas em meio aberto compreendem
a escola e a família. A escola situa-se em um dos bairros com maiores índices de homicídio de
Fortaleza, o que influi diretamente nos problemas e desafios dos adolescentes matriculados e
da comunidade. Diante dessa realidade e sendo Fortaleza uma das capitais mais violentas do
Brasil, diversas iniciativas foram tomadas visando sanar esse problema, como o comitê pela
Prevenção de Homicídios na Adolescência, criado pela Assembleia Legislativa do Ceará, que
teve como objetivo mapear a violência contra o adolescente, chegando à conclusão de que,
em média, por ano, mais de 800 adolescentes sofreram mortes consideradas violentas. Diante
dessa realidade, faz-se necessário que o Estatuto da Criança e Adolescente – ECA (Lei Federal
nº 8069/90) –, que visa à proteção integral de crianças e adolescentes entre 12 e 18 anos, seja
efetivado para que haja garantias aos adolescentes antes que se envolvam na criminalidade
e percam a vida. A escola tem como objetivo formar sujeitos críticos que possam intervir na
realidade buscando a transformação social. A Lei de Diretrizes Bases (LDB), nº 9.394/96, diz que
a finalidade do Ensino Médio deve ser a formação e o aprimoramento do ser humano, incluindo
a formação ética e a autonomia intelectual. Porém, diante deste contexto surgem alguns
questionamentos: A escola e os profissionais estão preparados para receber esses alunos? Como
a escola se integra com os órgãos de garantias de direitos das crianças e adolescentes? O que
os profissionais da escola, pais, alunos conhecem sobre o Estatuto da Criança e Adolescente –
ECA, Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE, Centro de Defesa dos Direitos
da Criança e do Adolescente – CEDECA e Conselho Tutelar? Como o adolescente vê a escola?
Como a família percebe o adolescente e os profissionais da escola? Como os profissionais
percebem o adolescente e a família? Como os órgãos que aplicam e acompanham as medidas
socioeducativas têm interagido com a escola? Diante de tantos questionamentos e busca por
elucidações, surgiu a motivação para elaboração desta pesquisa, que investigou qual o papel
da escola dentro da rede de garantia de direitos com alunos em cumprimento de medidas
socioeducativas (LA) e Prestação de Serviço à Comunidade (PSC), levando em consideração
que o objetivo maior é a aprendizagem do educando e sua inclusão social, em especial dos
alunos que se encontram em medidas socioeducativas.
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528
As violências na escola e subjetividades: percepção de alunos do ensino médio
Autores(as): Maria Cecília Ribeiro Barbosa de Carvalho (ICV/UFPI), Rosa Maria de Almeida
Macedo (DEFE/UFPI)
Resumo:
Neste texto, apresentamos os resultados do estudo feito em uma escola pública de ensino
médio de Teresina-Pi, no período 2015-2017. O objetivo foi investigar os modos de produção
e expressão das subjetividades dos jovens em meio à violência, tendo em vista os efeitos que
esta produz em todas as dimensões do sujeito. Desse modo, o relato se insere na temática
do GT “Juventudes, Violência e Mediação de Conflitos Escolares”. Na metodologia, utilizamos
técnicas como, jogo de areia, rodas de conversa e oficinas, que funcionaram como espaços
para que os 34 jovens participantes se expressassem de modo livre sobre temas escolhidos por
eles: Violência, Bullying, Aborto, Racismo e Homofobia. Como apoio teórico, recorremos a Scoz
(2011), Macêdo (2012), Abramovay e Castro (2006). A análise dos dados mostrou que os jovens
têm a necessidade de manifestar seus pontos de vista, dúvidas e inquietações. Percebemos que
mais do que ouvir, desejam ser ouvidos. Em relação à violência, todos admitem sua existência
e admitem ter vivenciado situações de violência dentro e fora da escola. Conversando sobre
Bullying vimos que a maioria descreve como “certas” atitudes que se manifestam de modo
frequente na escola, como as brincadeiras de mal gosto e os apelidos, principalmente nos
intervalos das aulas. Para eles, o pior é que quanto mais a pessoa demonstra que não gosta
da brincadeira, mais ela se repete. Quando conversamos sobre o aborto vimos que a maioria
dos alunos se posicionou contrária à prática abortiva, com justificativas e argumentos muito
parecidos. Todos reconhecem o direito da criança à vida e reconhecem que, hoje, existem
informações sobre o assunto e métodos contraceptivos que permitem prevenir a gravidez.
Sobre o preconceito, muitos jovens afirmaram ter sido alvos de atitudes preconceituosas.
Um jovem relatou ter sido confundido com assaltante pelo fato de ser jovem, negro e andar
de moto! Segundo ele, há o sentimento de estranheza, desconforto e dúvida em relação as
rotulações e julgamentos precipitados. Porém, para a maioria, as formas mais comuns de
preconceito referem-se a orientação sexual, a condição social e cor da pele. Os resultados do
estudo mostraram a existência da violência e de conflitos no espaço escolar, que por não serem
tratados adequadamente, afetam profundamente as subjetividades dos jovens, produzindo os
sentimentos de impotência, desânimo, raiva e desestímulo em relação aos estudos. Verificamos
que na escola pesquisada não há proposta no sentido de enfrentar a violência o que colabora
para que esta se manifeste em frequência e formas assustadoras, reforçando a manutenção da
cultura de violência.
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Competência cívica em uma democracia desigual: analisando o impacto dos investimentos
educacionais na cultura política dos jovens do ensino médio em Porto Alegre entre 2002 e 2015
Autores(as): Ana Júlia Bonzanini Bernardi (UFRGS)
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Conexão de saberes no ensino médio: articulação entre comunidade e a universidade
Autores(as): Larissa da Silva Costa (UFPA), Camila Andrea Souza de Jesus (UFPA), Jesus de
Nazaré de Lima da Costa (UFPA), Maria José Alviz do Rosário (UFPA), Tamires da Silva Lima
(UFPA)
Resumo:
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531
Conhecendo a cultura consumida pelos estudantes na escola e os estudantes que consomem
a cultura
Autores(as): Bruno Duarte Nascimento (UFC)
Resumo:
Este trabalho versa a respeito de uma pesquisa sobre os produtos culturais (filmes, séries,
literatura e música) consumidos no contexto escolar. O público alvo foi estudantes do nível
médio da rede estadual pública de ensino da E.E.F.M Arquiteto Rogério Fróes, localizada no
bairro Cidade 2000, Fortaleza-Ce. A perspectiva teórica de análise baseou-se nas discussões
de Pierre Bourdieu (2007) acerca do sistema de produção e circulação de bens simbólicos, o
qual, segundo o autor, constitui-se como um sistema de relações objetivas entre as distintas
esferas responsáveis pelas etapas de produção, reprodução e difusão de bens simbólicos. Esse
sistema estrutura-se a partir de dois pares de produção antagônicos, com características e
funcionamento específicos: o campo de produção erudita e o campo da indústria cultural.
Nesse sentido, os sistemas escolares são instâncias que desempenham um papel importante
de reprodução e consagração daquilo que é digno de ser considerado como cultura, a partir de
seu reconhecimento social como uma instituição da vida coletiva responsável pela formação
dos indivíduos. Há, portanto, uma relação de dependência entre o sistema de produção
e circulação de bens simbólicos e os sistemas escolares, uma vez que esses cumprem uma
função relevante no processo de concessão da legitimidade cultural daquele. Principalmente,
ao que diz respeito às distinções que os sistemas escolares são capazes de operar ao designar
a cultura que deve ser transmitida e a que não deve ser; das obras culturais consideradas
legítimas e as que são consideradas ilegítimas e, simultaneamente, o modo como se deve e o
modo como não se deve abordar as obras culturais consideradas legítimas. (BOURDIEU, 2007).
Os procedimentos metodológicos adotados foram a aplicação de um questionário semiaberto
com três turmas de duas séries do nível médio, seguido de uma análise do repertório temático
dos produtos culturais que obtiveram destaque no tratamento dos dados. O estudo demonstrou
aspectos relacionados ao processo de socialização primária e secundária dos jovens do ensino
médio abordados na pesquisa, tais como as especificidades dos arranjos familiares e da escolha
ou não de uma crença religiosa. Revelou uma estreita relação entre a experiência social
desses jovens e os temas recorrentes nas narrativas fílmicas, literárias e nas letras das músicas.
Constatou-se o fato dos produtos culturais consumidos na escola estarem inscritos no campo
da produção ampliada, isto é, o campo de produção da indústria de massa (BOURDIEU, 2007).
Trata-se de filmes e séries do cinema mainstream, ou seja, de ampla circulação; obras literárias
voltadas para o público juvenil de grande “sucesso editorial”, verdadeiros best sellers; músicas
de gêneros considerados “não eruditos”, de grande difusão e adesão popular. O desafio posto
é como se apropriar desse conhecimento acerca das experiências individuais e coletivas do
jovem do ensino médio como referências para a elaboração de novas trilhas metodológicas
para a prática do ensino de Sociologia.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
532
Da comunidade quilombola para a universidade
Autores(as): Danilo Henrique Rodrigues Aragão (UFPA), Maria José Aviz do Rosário (UCB)
Resumo:
A cada ano o número de jovens e adultos que almejam cursar uma graduação tem aumentando,
muitos prestam vestibular mesmo não tendo nenhum tipo de preparação, outros realizam o
exame anos após concluírem os estudos, e estes casos, em sua maioria, refletem as realidades
das classes mais desfavorecidas. Nesta realidade encontram-se estudantes oriundos de
grupos remanescentes de quilombo que no processo de seleção se sentem desfavorecidos.
Assim, este trabalho pretende apresentar uma pesquisa com jovens oriundos de comunidades
remanescentes de quilombo, mais especificamente a comunidade do Alto Itacuruça, localizado
no município de Abaetetuba-Pa, ingressantes na Universidade Federal do Pará por meio do
processo seletivo especial (PSE),os quais encontram dificuldades para o ingresso levando
em consideração nível de instrução básica de alunos da região metropolitana de Belém
e os estudantes dessas comunidades, tornando a concorrência nas vagas muito grande,
entretanto desejam cursar o nível superior e sentindo em si a necessidade de retornar ao seu
grupo social para poder contribuir de algum modo,a partir de sua formação profissional, no
desenvolvimento da comunidade, tendo em vista que ainda temos em pensamento a noção de
que as comunidades quilombolas estão isoladas dentro das matas longe da “civilização”, um
conceito que guardamos mesmo sabendo que hoje essa não é mais a realidade dessas pessoas
(Larchert; Oliveira, 2013). Aqui será apresentado relatos desses estudantes que descreveram a
realidade vivenciada nas comunidades quilombolas políticas educacionais defeituosas no qual
o desempenho destes no ENEM acaba sendo desfavorável ou insuficiente, fazendo com que
eles recorram ao PSE como via para cursar uma graduação. Este trabalho visa ainda apresentar
a comunidade o grupo de estudantes da UFPA campus Belém que saíram de suas regiões de
origem quilombola, evidenciando as dificuldades que eles encontram para poder adentrar
a universidade como discente. Na construção do trabalho, optou-se em realizar entrevistas
com os alunos da comunidade do alto Itacuruçá, discentes da UFPA campus Belém, utilizando
recursos como; questionário, entrevistas e ainda pesquisa de campo na própria comunidade do
alto Itacuruçá que proporcionou uma visualização e conhecimento de parte das dificuldades
nas quais estes estudantes se deparavam continuamente, além de ter um contato com a
cultura da comunidade. Após a coleta de dados buscou-se analisá-los de modo que, a partir da
fala dos jovens estudantes e dos pais, pode-se perceber que muitos indivíduos da comunidade
desejam mudar de vida e alguns enxergam essa mudança por meio do acesso a uma faculdade.
As pessoas que participaram da coleta de dados e informações mencionaram a importância
dada aos jovens ao saírem da comunidade e buscarem uma formação de nível superior, trazem
grandes expectativas de desenvolvimento para aquela, e que mesmo com todas as dificuldades
encontradas, estes estudantes desejam voltar para a comunidade a fim de mudar a realidade
um dia vivenciada por eles.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
533
Do texto à trama social: juventudes e literatura na contemporaneidade
Autores(as): Josiara Gurgel Tavares (UNILAB)
Resumo:
A presença marcante dos jovens nas bienais do livro no Brasil, as relações estabelecidas por
estes nas redes sociais pelo mote da leitura de textos literários, as declarações feitas por
escritores brasileiros e estrangeiros do seguimento da literatura para jovens, de que “nunca
se leu tanto no Brasil” (Failla, 2014, p 76), leva-nos a acreditar que algo novo ocorre no mundo
literário juvenil. Essa disposição contradiz com as posturas dos alunos no espaço escolar,
onde a associação do prazer da prática leitora não é comumente percebida, contribuindo
para cristalizar no imaginário dos docentes uma visão de que “o jovem não lê”. Esse fato
revela um indício de distanciamento entre a escola e a realidade pluricultural dos seus alunos.
Considerando que as práticas de leitura presentes no quotidiano dos jovens são possibilidades
para a compreensão das juventudes que encontram-se nos espaços escolares, recorremos
ao literário, “supondo que ele tem muito a dizer das socialidades, numa outra linguagem, por
outras vias”(SILVA,2014). Nesse sentido, com o interesse em contribuir com a discussão sobre
juventude, apresentamos dados de uma pesquisa com jovens alunos do ensino médio de duas
escolas públicas de Fortaleza que leem literatura por iniciativa própria. Compreender os
significados assumidos pelas escolhas e práticas literárias juvenis se apresenta como objetivo
central desse estudo apoiado na perspectiva plural da sociologia compreensiva de Michel
Maffesoli, nos referenciais teóricos que fundamentam os temas Juventude, cultura juvenil
e educação apresentados por José Machado Pais, Paulo César Rodrigues Carrano e Juarez
Dayrell, e relativo às práticas de leitura, recorremos aos estudos de Roger Chartier. As “rodas
de conversa” e as ‘entrevistas narrativas”, concebidas em base dialógica, foram os suportes
metodológicos estruturantes dessa pesquisa que registrou aspectos relevantes do cotidiano
juvenil, entre eles: o apreço dos jovens pela literatura estrangeira, suas situações e incidentes,
signos e símbolos, figuras imaginárias, tipos que delineiam a esfera do indivíduo com suas
realidades e ilusões, encantos e desencantos; um distanciamento entre a escola e os interesses
e gostos literários dos seus jovens alunos, embora possua um potencial latente no campo da
leitura literária; uma pluralidade de existências nos suportes de leitura - o virtual é um deles,
que vem ampliando ou possibilitando o acesso ao campo literário pelos jovens das camadas
populares; uma pluralidade nas práticas de leitura - intensiva, solitária, socializada, oralizada.
O espaço da literatura se apresenta como componente da cultura juvenil que nos aproxima
das sociabilidades, das percepções de mundo e dos sentidos que os jovens conferem a vida e
ao mesmo tempo traz à tona questões sociais e elementos para a compreensão das juventudes
que ocupam as escolas e outros espaços sociais.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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534
Engajamento com a escola: o efeito do suporte social em estudantes do ensino médio
Autores(as): Clara Cela de Arruda Coelho (URGS)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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535
Ensino médio em tempo integral: narrativas de jovens-adolescentes
Autores(as): Adriana Gomes Silveira (UFES)
Resumo:
Palavras-chave: Ensino Médio em Tempo Integral; Ensino Médio Integrado em Tempo Integral;
Juventudes.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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536
Ensino médio em tempo integral: uma análise dos significados atribuídos pelos jovens
estudantes da escola Matias Beck à educação em tempo integral
Autores(as): Marcelo Rangel Pinheiro (UECE), Geovani Javó de Freitas (UECE)
Resumo:
Palavras-chave: Educação; Escola de Tempo Integral; Ensino Médio em Tempo Integral; Escola
Matias Beck; Juventude.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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537
Escola: espaço de (des)construção e fortalecimento de potencialidades de jovens
Autores(as): Jéssica Maria Dias Mont’Alverne (FLF), Alexsandra Maria Sousa Silva (FLF), Eliana
Silva Pinheiro (FLF), Maria Creusa de Assis Vasconcelos Silva (FLF)
Resumo:
Este trabalho consiste no relato das oficinas realizadas no projeto de pesquisa, em andamento,
intitulado “Juventude, Protagonismo e Educação: A Escola como Espaço de Desenvolvimento
dos Potenciais de Vida dos Jovens”, do curso de Psicologia, da Faculdade Luciano Feijão, em
Sobral-Ce. A pesquisa nasce diante da importância da Psicologia de questionar a realidade
dos jovens pobres, criticando a lógica individualizante, presente no sistema educacional, e
compreendendo-a a partir de uma relação dialética e histórico-cultural. As oficinas foram
realizadas na escola de Ensino Fundamental e Médio Professor Luís Felipe (EEFM), com três
turmas de alunos do 3º ano do ensino médio na faixa etária de 16 a 18 anos. A metodologia
é de caráter qualitativo, no qual podemos obter dados a partir do contato com os indivíduos
por meio de uma pesquisa-ação que envolve os estudantes como agentes participativos no
processo investigação, tendo como fundamentações teóricas a interface entre Psicologia
Social e Psicologia Educacional. Estão sendo realizadas três oficinas:1) “Juventude e Modos de
Vida”, onde criamos materiais que simulassem as redes sociais para promover a interação e a
apresentação do grupo, trabalhamos a música “Não é Sério” - Charlie Brown a fim de conduzir a
reflexões com os jovens sobre a sua identidade e a condição juvenil atual. A oficina 2)”Profissão
e Projeto de Vida”, ocorreu predominantemente por meio de discussões que ressaltassem as
diferentes escolhas profissionais dos jovens participantes e quem ou o que as influenciou,
tendo como base a exibição de parte do documentário “Questão de Oportunidade”. A fim de
falar sobre as diversas oportunidades, a turma foi dividida em grupos para discutir e inserir em
cartolinas as características das profissões escolhidas por eles.Por fim, a oficina 3) “A Escola
como Espaço para o Jovem e o Aluno: criatividade na escola”, a qual segue em planejamento
para a sua realização. Junto a isso, foram utilizados como suporte equipamentos de mídia,
materiais produzidos pelos alunos, fotos, gravações e diário de campo para que sejam
posteriormente analisados. Diante do que foi investigado até este momento, identificamos a
necessidade de compreender as demandas que se fazem presentes nos desejos destes jovens
e a representação simbólica da escola na formação pessoal e profissional. Esperamos criar
espaços de reflexões de Vida que possam ser transformadores da relação estabelecida com
a escola, entendendo esta como uma ferramenta de transformação do jovem na sociedade e
vice-versa. Além disso, esperamos contribuir com o fortalecimento da identidade desses jovens
fazendo-os reconhecer seus sentidos de futuro e ampliar as possibilidades de um modo de
vida melhor. Justificativa com o eixo: Este trabalho apresenta-se relacionado com o Eixo 11:
Juventudes e educação, partindo da realidade de vida dos alunos pesquisados e sua relação
interpessoal com a escola, assim, adequando ao GT Juventudes e educação básica: o ensino
médio em questão, apontando os desafios das relações estabelecidas entre escola e alunos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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538
Gênero e educação: discussões em grupo de adolescentes a partir do dispositivo de
fotolinguagem
Autores(as): Vânia Roseli de Alencar (UCB), Katia Cristina Tarouquella Rodrigues Brasil (UCB),
Kleucielen Frota Ponte (UCB)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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539
Indagações juvenis sobre Gestão Democrática na Escola Pública
Autores(as): João Paulo Mariano Domingues (UFMG)
Resumo:
Esta monografia é resultado de uma pesquisa realizada com jovens estudantes do ensino
médio de uma escola pública da cidade de Ribeirão das Neves, Minas Gerais - periferia da
Região Metropolitana de Belo Horizonte. O presente estudo buscou analisar as condições
do diálogo que possibilitam a construção de uma organização escolar democrática a partir
do ponto de vista dos jovens estudantes. Para isso, no plano metodológico, a partir de uma
abordagem qualitativa realizou-se a integração entre algumas estratégias metodológicas,
como: a observação, a realização de entrevistas e grupos focais. Do ponto de vista teórico,
a pesquisa buscou dialogar com estudos sobre educação popular e educação social,
democracia, diálogo e juventude. Esses estudos permitiram compreender e problematizar
sobre as possibilidades, limites e desafios da construção de relações dialógicas, democráticas
e participativas no espaço escolar, especificamente, no ensino médio de uma escola pública,
além disso, auxiliou a compreensão de como as experiências de diálogo se efetivavam
neste espaço com o objetivo de analisar se, realmente, as perspectivas de uma organização
coletiva eram materializadas junto aos jovens estudantes desta escola. A análise dos dados
possibilitou perceber que os jovens buscam participar como sujeitos ativos no processo de
construção de uma organização escolar democrática, todavia, nota-se que, apesar deles se
mobilizarem na direção de apresentar propostas para a modificação do ambiente escolar,
a dinâmica das relações entres os distintos sujeitos escolares, a partir do comprometimento
do diálogo, apresenta baixo nível de transformação. A hierarquia verificada entre diretoria,
professores e estudantes apresentou-se como um empecilho marcante para a promoção de
espaços coletivos de conversação. Além disso, o restrito tempo das aulas e do tempo livre
permeadas por ausências, deslocamentos, atrasos e resistências por parte dos jovens, também
sinalizou a impossibilidade de uma convivência mais próxima, comprometida e afetiva.
Por fim, este estudo pretendeu apresentar a partir dos diversos aspectos que limitam e/ou
possibilitam uma organização democrática, indicadores para a construção de uma prática
educativa libertadora. No contexto desta pesquisa, problematizo que essas tensões revelam
as contradições do projeto de sociedade atual que já prescreve onde e como esse jovem será
inserido nas diversos espaços de socialização e sociabilidade, como: escola, trabalho, cultura,
lazer, sem considerar a participação dos jovens e a indignação dessa população diante dessas
imposições. Com isso, a proposição de uma inserção passiva para um mercado, cada vez mais,
competitivo e individualista tornou-se fomentado pelo projeto neoliberal de uma sociedade
que enfatiza o privado em detrimento da vida pública e deteriorou as garantias de acesso aos
direitos sociais para o exercício da cidadania dos sujeitos. Sendo assim, esta pesquisa buscou
compreender e problematizar a relação entre juventude, organização escolar, diálogo e as
possíveis repercussões na construção de uma organização escolar alternativa, baseada em
princípios democráticos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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540
Juventude(s), projetos de vida e educação: um relato de experiência extensionista com jovens
do ensino médio do Recôncavo da Bahia
Autores(as): Luiz Paulo Oliveira (UFRB), Daniela Abreu Matos (UFRB), Diogo Linhares Fernandes
(UFRB), Edineia de Souza Oliveira (UFRB), Rarena Cerqueira da Silva (UFRB)
Resumo:
O presente relato tem como objetivo compartilhar os resultados das ações desenvolvidas no
âmbito do Projeto de Extensão “Juventude (s), educação e projetos de vida: diálogos com/de/para
jovens das escolas de ensino médio do Recôncavo da Bahia”, do Centro de Artes, Humanidades
e Letras, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (CAHL/UFRB), que contou com o
apoio do Programa Institucional de Bolsa Extensão Universitária (PIBEX/PROEXT/UFRB). As
ações desse projeto visaram promover e incentivar práticas educativas que possibilitassem
aos jovens estudantes do ensino médio vivenciarem e ampliarem a sua condição juvenil.
Objetivou-se ainda, promover atividades que possibilitasse a aproximação dos jovens do ensino
médio com a UFRB, de modo a estimular a continuidade dos estudos e o acesso à universidade
pública. O público alvo foram os jovens estudantes do Ensino Médio do Colégio Estadual Padre
Alexandre de Gusmão (CEPAG)–Vila de Belém da Cachoeira, zona rural, Cachoeira- Ba. Trata-
se de uma escola de pequeno porte, com aproximadamente 200 estudantes, na faixa etária de
15 a 18 anos, oriundos das comunidades rurais do seu entorno. A perspectiva metodológica se
orientou por uma “pedagogia da juventude” cujos eixos de ação foram construídos a partir de
atividades educativas que valorizaram os seguintes aspectos: a escuta, o protagonismo e as
expressividades juvenis. Optamos por trabalhar as atividades do projeto através de oficinas,
intituladas “Ponto de Encontro”, que foram planejadas a partir das demandas dos próprios
jovens estudantes referentes a temática “juventudes e projetos de vida”. Em linhas gerais, as
oficinas criaram espaços dinâmicos entre os jovens estudantes e abordaram diferentes temas
a cada semana. A temática central girou em torno da seguinte questão: “O que é ser jovem?”.
Foram realizados 04 encontros, a saber: 1) O que é ser jovem para você?; 2) Projeto de Vida;
3) Desafios na construção do Projeto de Vida; 4) Acesso e permanência no Ensino Superior. Na
última oficina, “Acesso e permanência no Ensino Superior”, os jovens estudantes conheceram as
instalações físicas da UFRB/CAHL- Campus Cachoeira e São Félix, e participaram de uma roda
de conversa com os jovens estudantes universitários sobre a referida temática. Essas ações
ocorreram entre os meses de julho a dezembro de 2016, e atingiram um público 100 estudantes
do ensino médio, 15 professores da educação básica e 30 jovens universitários, estudantes
dos cursos de graduação da UFRB. Por fim, concluímos que a experiência, ora relatada, se
configurou num laboratório experimental de articulação da indissociabilidade entre extensão,
ensino e pesquisa na medida em que buscou “inventar”, “testar” e “construir” com os jovens
estudantes do ensino médio estratégicas e ações de reconhecimento da condição juvenil no
espaço escolar e de aproximação com a universidade pública, enquanto horizonte e lugar
possível na construção dos projetos de vida das juventudes do Recôncavo da Bahia.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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541
Juventude e ensino médio de comunidades populares: escola Celso Malcher-PA
Autores(as): Jesus de Nazaré de Lima da Costa (UFPA), Maria José Aviz do Rosário (UCB), Thaís
Pimenta Pimentel (SEMED/SALVATERRA)
Resumo:
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542
Juventude e inclusão social: projeto Um Novo Tempo
Autores(as): Ana Patrícia da Silva Mendes Paton Viegas (UFC), Catarina da Graça Almeida Matos
(UFC), Kelma Socorro Lopes de Matos (Professor Associado IV), Livia Maria Duarte de Castro
(UFC)
Resumo:
Muitos meninos e meninas no Brasil são vítimas da violência estrutural, pois faltam recursos
básicos para a sobrevivência com dignidade. Embora saibamos que os motivos que determinam
o ingresso no abrigo não possam ser analisados de forma isolada, muitos responsáveis buscam
instituições governamentais ou filantrópicas para que seus filhos possam ter assegurados
os recursos necessários para a garantia dos seus direitos essenciais. Dentro deste contexto
temos o Centro Educacional da Juventude Padre João Piamarta, fundado em 1972 e localizado
em Fortaleza. O Centro Educacional é uma escola de educação formal e profissionalizante
que funciona em regime de turno, integral ou internato para crianças e adolescentes do sexo
masculino, órfãos, vítimas de famílias em vulnerabilidade social ou provenientes de lares que
não podem arcar com seus cuidados e sustento. Para as crianças e adolescentes que ficam
na instituição em regime de internato a instituição não é um espaço de passagem, mas de
moradia, lugar de referência na sua vida e no processo de construção da sua identidade. Neste
sentido, o período de conclusão do ensino médio, quando se dá o desligamento da instituição,
se apresenta com uma carga emocional ainda mais intensa. É o momento em que deixarão
a instituição, voltando a morar com seus familiares e buscarão um espaço no mundo do
trabalho. Diante da necessidade de colaborar para o empoderamento desses adolescentes,
na busca de tornar esse momento de transição uma oportunidade a mais de crescimento,
elaboramos o projeto “Um Novo Tempo. O projeto pretende ampliar a capacidade de análise
dos adolescentes com relação à inserção no mundo do trabalho, bem como desenvolver junto
com o projeto “Família que Ama Cuida”, atividades que esclareçam aos pais ou responsáveis a
maneira de interagir com seus filhos para estimular os vínculos afetivos tão importantes para
o êxito do processo de reinserção familiar. Nesta perspectiva, o objetivo principal do projeto
é fortalecer no adolescente a autoestima e o senso crítico, percebendo-se capaz de conduzir
sua vida, consciente de suas potencialidades e da situação de violência estrutural presente na
sociedade, de modo a facilitar sua inserção coletiva para que se torne sujeito da sua história e da
construção de uma sociedade mais justa. A metodologia utilizada é a participativa, priorizando
o modelo crítico- conflituoso- nãoviolento de educação para a paz. Ressaltamos que mediante
as avaliações realizadas e a observação do cotidiano escolar dos adolescentes percebemos
mudanças concretas em suas atitudes diante da vida e nas relações com as pessoas em seu
entorno. Percebemos através de seus depoimentos uma maior segurança no enfrentamento
dos desafios e clareza a respeito de si mesmo. Esta experiência tem nos confirmado que nossa
ação é sempre uma ação política levando-nos ao comprometimento com um modelo de
sociedade que privilegie a cultura de paz.
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543
Juventude e o processo de escolha profissional: um relato de experiência com alunos do ensino
médio
Autores(as): Talita de Jesus da Silva Martins (UFM)
Resumo:
A juventude é reconhecida como uma fase de transformação, que se caracteriza pela busca
de identidade, valores e ideias que se apoiam na expectativa da vida futura. E nesta fase, o
processo de escolha profissional trás consigo a necessidade de o jovem assumir compromissos
e colacar-se frente à vida adulta, momento marcado por indagações, dúvidas e inseguranças.
Nessa perspectiva, este artigo visa relatar a experiência de realização do projeto de intervenção
intitulado “Minha vocação: que profissão irei seguir?” realizado durante o Estágio em Gestão de
Sistemas Educacionais e Instituições de Ensino Médio no curso de Pedagogia da Universidade
Federal do Maranhão – UFMA no colégio Liceu Maranhense que é uma tradicional instituição
pública de ensino médio brasileira fundada em 1838 e que atende adolescentes das classes
populares em São Luís-MA. Reconhecendo a importância de se pensar o futuro profissional,
torna-se fundamental que o jovem saiba refletir sobre como preparar o seu projeto de vida,
assim, torna-se pertinente saber: os alunos do ensino médio fazem reflexões sobre o processo
de escolha profissional? Esse processo de escolha estabelece relação com o projeto de vida
elaborado pelo sujeito, assumindo uma relação com a sua identidade pessoal, pois esta escolha
perpassa por questionamentos sobre quem é, quem quer ser e do que gosto. Desse modo, tem-
se como objetivo refletir sobre o processo de escolha profissional dos jovens alunos do ensino
médio no Liceu Maranhense. Tal objetivo focaliza um olhar sobre as experiências no ensino
médio enquanto etapa de formação dos adolescentes e jovens no Brasil e a importância de se
fazer ponderações cautelosas sobre o futuro profissional que deve contar com a participação
da escola. Desenvolver projeto de orientação profissional a fim de motivar adolescentes e
jovens na escolha profissional e, consequentemente, na construção dos seus projetos de vida
se constitui como uma tarefa particularmente desafiadora dadas as condições sociais, culturais
e as características dos próprios alunos nessa faixa etária. Nesse sentido, são aprofundadas as
categorias juventudes, ensino médio e escolha profissional a partir de estudos fundamentados
em: Charlot (2000), Sarrieira (2001), Locatelli (2007) e Dayrell (2007). A metodologia utilizada
pauta-se numa perspectiva qualitativa, realizada através de uma exposição dialogada para
os alunos do ensino médio sobre a importância do processo de escolha profissional e os
mecanismos de ingresso nos cursos de ensino superior. Em seguida, foi realizada uma roda
de conversa na qual os jovens foram instigados a fazerem indagações e reflexões sobre suas
escolhas, despertando-os para novas visões de mundo e seu papel enquanto protagonista na
sua realidade social. Assim, nessa investigação constata-se que embora já estivessem no último
ano do ensino médio, muitos jovens ainda não tinham refletido sobre o seu futuro profissional,
o que evidencia que o processo de escolha profissional de jovens deve fazer parte dos temas
abordados na escola, pois se configura como um momento necessário de reflexões sobre a
vida futura.
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544
Juventudes e cotidianos: a expressão da cultura juvenil nas escolas de Ensino Medio da Rede
Pública de Altamira-Pará
Autores(as): Thamires Coelho Carneiro (UFPA), Leonardo Zenha Cordeiro (UFPA)
Resumo:
O projeto de ensino, pesquisa e extensão tem como objetivo potencializar e discutir as formas
de expressão da cultura juvenil nas escolas de Ensino médio Rede Pública de Altamira como
perspectiva de reconhecimento, valorização e empoderamento das juventudes no âmbito
local .Os caminhos para esse processo tem como dispositivos metodológicos as percepções
sobre o cotidiano desses jovens na escola e fora dela e as formas identitárias como se
constitui as diferentes formas de expressão das juventudes.Nesse processo metodológico
temos como referência Nilda Alves (2008) que enxerga o informal, o cotidiano e os fazeres
como uma abertura para pensar outras práticas – que antes não eram consideradas ou
percebidas pelos espaços escolares e pelos espaços de troca de conhecimento. As atividades
de pesquisa e extensão estão sendo realizadas através das múltiplas linguagens como cinema
, músicas,Tecnologias digitais da Informação e comunicação, Redes sociais digitais, debates
e discussões junto com as escolas, os alunos e toda comunidade escolar.A base teórica e
contextual se insere nas questões de exclusão de jovens de periferia e o quanto a escola
dialoga pouco com as juventudes. Temos como referência Dayrell(2003), que apresenta o
jovem como condição social e uma representação, ao mesmo tempo. Não existe uma juventude,
mas sim juventudes, no plural, enfatizando, assim, a diversidade de modos de ser jovem na
nossa sociedade. (DAYRELL, 2003 p.1) Nesse processo de pesquisa sobre a juventudes, os usos
das linguagens dos meios comunicativos, são parte integrante da constituição identitária
das juventudes. Percebo os deslocamentos daqueles que estavam à margem para centros de
difusão e apropriação de novas formas de fazer na cultura, nos meios de comunicação e em
outros espaços nos quais foram se tornando protagonistas. Pensar e colocar em evidência os
modos de ser das juventudes e como podemos, enquanto professores e toda a comunidade,
possibilitar o diálogo, que acreditamos ter um amplo espectro de oportunidades. Isso só é
possível a partir dessas vivências e do momento que se dá abertura para o compartilhamento
de ideias e ações, respeitando e assumindo o contexto de cada um. Outro ponto central no
projeto são os impactos ou as influências devido às tecnologias e o cotidiano no qual todos
estão envolvidos, sendo que a escola não pode desprezar esse processo em suas práticas, nem
em seus currículos, que exigem atenção e um grau de reflexão para não apenas como olhar
a instituição escolar, mas todo o contexto atual. As tecnologias são interpretadas à luz das
mudanças e suas reverberações no interior da escola e dos reflexos em seus vários aspectos,
como, por exemplo, nas suas práticas.No projeto ainda em caráter não conclusivo percebe que
a escola dialoga pouco com a cultura juvenil sendo necessário atividades que potencializem e
mostrem para escola, professores e toda a comunidade suas potencialidades.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
545
Juventudes e educação: (re)desenhando práticas educativas
Autores(as): Renata Paula dos Santos Moura (UFPE), Alice Miriam Happ Botler (UFPE)
Resumo:
Este estudo integra pesquisa (financiada pela CAPES) cujo objetivo é analisar a interface entre
as práticas educativas do grafite com os desafios contemporâneos postos à educação escolar de
jovens. Problematiza a relação das juventudes com a educação formal e os saberes da rua (não
formal), bem como os processos educativos que podem se (re)desenhar para estes/as jovens.
O estudo de caso em uma escola pública (EC) e na instituição parceira (IP) que desenvolve
projetos na escola teve início a partir do muro externo todo grafitado da EC, que foi um convite
para adentrar e se aproximar do seu cotidiano. Neste contexto, tomamos os movimentos sociais
e suas práticas como sujeito educativo buscando uma aproximação sobre a contribuição do
hip hop no cotidiano escolar dessas juventudes. Na pesquisa de abordagem qualitativa e de
inspiração etnográfica, realizamos observações, registramos conversas informais (diário de
campo) e fizemos entrevistas semiestruturadas com os/as sujeitos escolares. Fundamenta-se
na ideia de que a juventude tem um papel significativo na constituição de um projeto de escola
pública mais participativa. Os jovens das classes populares, muitas vezes, chegam a uma escola
que, originariamente, não foi pensada, nem construída para eles (MELO; SOUZA; DAYRELL,
2012). Debates relacionados à educação das juventudes e a sua relação com a escola, tendem
a cair numa visão apocalíptica sobre o fracasso da instituição escolar (DAYRELL; CARRANO;
MAIA, 2014), nos instigando a questionar a crise da escola na sua relação com as juventudes em
que professores e jovens se perguntam a que ela se propõe? No processo de se constituir como
aluno, o jovem acaba deixando seu contexto fora dos muros da escola, já que esta não busca
dialogar com as experiências e a realidade que ele traz consigo, além de negar a condição
juvenil dos alunos, via regras e proibições. Dentre os resultados, observamos como as ações
advindas do hip hop – espaço de produção e de transmissão de saberes – dialogam com a
escola pesquisada e geram contribuições a partir dessa “abertura”. A prática do grafite aos
poucos foi conquistando a comunidade escolar e interagindo com projetos pedagógicos de
diferentes áreas do conhecimento. O objetivo do ato de formar precisa estar claro para os
professores; enfatiza um dos sujeitos, focalizando a necessidade de contextualizar temáticas
que são debatidas fora da escola e que por vezes são silenciadas. Concluímos que o diálogo dos
jovens com a EC possibilitou a construção de vínculos, atribuindo novo sentido à participação,
de forma que eles/as passaram a “ser vistos de maneira diferente” e a se “sentirem parte da
escola” (pertencimento), via processo de (re)aproximação, como uma inclusão que propiciou/a
o acesso de “novos sujeitos” à escola que assim deve se repensar cotidianamente diante desses
“novos alunos”.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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546
Juventudes e ensino médio: agrupamentos identitários e suas relações
Autores(as): Germana Nayara Lopes Lima (UFC), Irapuan Peixoto Lima Filho (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
547
Juventudes e escolarização: sentidos da formação e convivência escolar
Autores(as): Dorysvanny Maria Alves da Silva (FAP), Emanuely Cristina Vale de Sousa (FAP), Iara
Vieira Oliveira (FAP), Joana Elisa Röwer (UNILAB), Keylla Vieira da Cruz Muniz (FAP), Luznarina
da Silva Pacheco (FAP)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
548
Narrativas juvenis acerca das experiências em um Instituto Federal
Autores(as): Cristiane Elvira de Assis Oliveira (UFJF)
Resumo:
Este trabalho emergiu da minha atuação como Pedagoga em um Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia. No desenvolvimento das minhas práticas pedagógicas, tive o interesse
em estudar as juventudes e suas experiências temporais. Fui percebendo que o cotidiano de um
Instituto constitui-se um tempo e espaço de múltiplas experiências para a vida dos jovens. Por
conseguinte, realizei minha pesquisa de Doutoramento em Educação com os alunos de Cursos
Técnicos Integrados ao Ensino Médio. Fiz o convite a eles pautado no meu acompanhamento
pedagógico. Os jovens receberam bem o convite para serem os protagonistas na/da pesquisa.
Utilizei a Pesquisa Autobiográfica (ABRAHÃO, 2011). Esta permite um autoconhecimento
e compreensões das lógicas de pensar a vida. É uma abordagem formativa e reflexiva da
trajetória de vida do indivíduo. Ao seguir as narrativas juvenis sobre suas experiências
temporais, apresento neste trabalho as narrativas dos jovens alunos de Cursos Técnicos
Integrados ao Ensino Médio acerca de suas experiências no Instituto Federal, instituição onde
estudam desde o 1º ano, cujo ingresso acontece através de processo seletivo. Constituem
historicamente o principal agrupamento de instituições públicas brasileiras responsáveis pela
oferta de educação profissional e tecnológica no país, com diversas modalidades de ensino,
atendendo a jovens e adultos. Antes de se tornar Instituto Federal, a instituição era o Colégio
Técnico Universitário, vinculado a uma Universidade Federal, sendo uma das mais tradicionais
escolas da região. Os alunos destacaram em suas narrativas as experiências em relação aos
conhecimentos adquiridos, ao acompanhamento pedagógico e à formação para a vida: “O
Instituto foi e é muito importante para a minha construção, não só de conhecimento técnico,
de conhecimento das disciplinas, mas eu ganhei muita responsabilidade aqui também, me
tornei uma pessoa mais responsável, eu me sinto muito melhor hoje. Eu consigo me organizar
muito melhor, eu sei como organizar meu tempo, eu sei distribuir o meu tempo, isso eu aprendi
com os professores, com os orientadores, com as pedagogas, eu aprendi isso tudo e eu acho
que isso é muito importante” (aluno do 1º ano); “um lugar muito bom para se viver”; “é a escola
da vida” (alunas do 1º ano); “está dando para aprender muito, assim para o meu crescimento
de vida” (aluna do 2º ano). A produção do tempo escolar e a produção dos tempos da vida
são inseparáveis (ARROYO, 2011). Percebi que a pesquisa auxiliou os alunos a pensarem
suas experiências até chegar ao Instituto Federal. Eles conseguem perceber o quanto suas
experiências têm contribuído para os estudos, organização, objetivos e metas. O crescimento
intelectual, social, pessoal dos alunos cada vez mais se amplia. Portanto, realizar uma pesquisa
com as juventudes na relação com o processo educacional, ouvindo o que os jovens têm a
dizer de suas experiências possibilita pensar e planejar ações pedagógicas no processo ensino-
aprendizagem, contribuindo para a sua formação geral e profissional.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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549
Narrativas juvenis sobre os cursos técnicos integrados ao ensino médio
Autores(as): Cristiane Elvira de Assis Oliveira (UFJF)
Resumo:
Este trabalho busca refletir a partir das narrativas juvenis suas experiências nos Cursos
Técnicos Integrados ao Ensino Médio de um Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia. As narrativas emergiram de conversas que eu realizei com os alunos a respeito
de suas experiências temporais, constituindo minha pesquisa de Doutorado em Educação. Fiz
o convite a eles para participarem da pesquisa. Utilizei a Pesquisa Autobiográfica (ABRAHÃO,
2011) que possibilita pensar as experiências no tempo presente, ressignificando-as de modo
a compreender as lógicas temporais narradas. Para contextualizar os Institutos, um dos seus
objetivos é ministrar educação profissional técnica de nível médio, prioritariamente na forma
de cursos integrados, para os concluintes do Ensino Fundamental e para o público da educação
de jovens e adultos (BRASIL, 2016). Tem como uma de suas finalidades promover a integração
e a verticalização da educação básica à educação profissional e educação superior (BRASIL,
2014). Sobre isso um aluno disse: “pretendo fazer um curso superior, trabalhar como técnico
para adquirir uma experiência que eu acho muito bacana, também o trabalho do técnico
eu acho muito interessante, muito bonito o que a gente aprende aqui, trabalhar com isso é
muito interessante para mim” (aluno do 2º ano). Uma dessas experiências esteve relacionada
aos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio que cursavam. Os alunos narraram sobre a
proposta pedagógica da instituição, a formação geral e profissional. “A proposta do Ensino
Médio Integrado é interessante preparando para o mercado de trabalho e fornecendo um Ensino
Médio de qualidade também”; “uma proposta interessante de se investir no conhecimento”
(Aluno do 2º ano). “Eu vejo o Ensino Integrado como uma forma da gente aprender mais não
só a matéria do Ensino Médio, mas também a do técnico. Só que tem muita coisa boa também,
porque tem muito conteúdo do técnico que aplica no Médio” (aluna do 2º ano). A integração
pode ser entendida como uma oportunidade de se renovar e inovar o processo de ensino-
aprendizagem, com propostas pedagógicas comprometidas com articulação das dimensões
do fazer, pensar e sentir, desenvolvendo o olhar crítico e a arte de problematizar (MACHADO,
2006). Na pesquisa, percebi que os alunos valorizam sua formação no Curso Técnico Integrado
ao Ensino Médio. Os jovens concluem a educação básica e tem oportunidade de ingressar no
mercado de trabalho e no Ensino Superior, com aquisição de conhecimentos que favorecem a
inserção crítica na vida social, tecnológica. Assim, ser estudante dessa instituição permite a eles
ricas oportunidades de formação tanto acadêmica e profissional quanto pessoal. A construção
de saberes e fazeres nas mais diversas áreas de conhecimento enriquece a formação geral
e profissional. O Instituto apresenta muitas possibilidades de formação, contribuindo para
a socialização e posicionamento crítico dos jovens. No Curso Técnico Integrado ao Ensino
Médio é fundamental relacionar a vida, o conhecimento e o mundo do trabalho, praticando a
democracia e fortalecendo a identidade institucional.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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550
O “Clube de Atualidades” como espaço de escuta dos jovens do ensino médio
Autores(as): Domingos Alves da Cruz (UEVA), Maria Diana Sampaio Martins de Oliveira (UEVA),
Maria Leirislene de Sousa (UEVA), Maria Magna Gomes (UEVA)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
551
O que pensam os jovens sobre a escola? produções fotográficas como expressão crítica e
criativa
Autores(as): Elisângela Mara Zanelatto, Jaqueline Maria Conad (Centro Universitário Univates),
Suzana Feldens Schwertner (Univates)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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552
Ocupar e (re)existir: a experiência de litigância estratégica do CEDECA Ceará em apoio ao
movimento de ocupações das escolas públicas
Autores(as): Marina Araújo Braz (CEDECA Ceará)
Resumo:
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553
Oficina de debate sobre a reforma do ensino médio: relato de experiência
Autores(as): Ana Caroline Marinho Costa Reis (IFRJ), Beatriz Akemi Takeiti (UFRJ), Camila Felix
da Costa Bueno (UFRJ), Emily Nascimento de Abreu Barros (UFRJ), Monica Villaça Gonçalves
(UFSCAR), Roberson Gonçalves Maturano (UFRJ), Suellen Pataro Alves Santos de Oliveira
(UFRJ), Tatiane da Silva Elisiario (UFRJ)
Resumo:
A Medida Provisória n° 746/16 que propõe a reforma do ensino médio (BRASIL, 2016) tem
provocado um amplo debate sobre a reestruturação da base curricular vigente. Este trabalho
objetiva apresentar o relato de uma experiência realizada com jovens de um Colégio Estadual
do Ensino Médio no bairro de Bonsucesso, Rio de Janeiro, na qual estudam jovens moradores do
Complexo do Alemão, da Maré e adjacências. Tais ações fazem parte do projeto Juventude(s):
intervenções urbanas de arte e cultura no território que busca ampliar os repertórios
educacionais e sociais para a formação em cidadania e direitos humanos com jovens em
situação de vulnerabilidade social. Descrever e refletir a realização de uma oficina aberta
no pátio do Colégio Estadual Olga Benário Prestes através da confecção estética-artística de
painéis mediante o debate sobre a Medida Provisória que propõe a Reforma do Ensino Médio.
Foram confeccionados alguns cartazes como disparadores da discussão e colados nas paredes
da escola. A oficina aconteceu no espaço aberto do pátio e iniciou-se com uma roda de conversa.
Após apresentação da proposta da atividade, o professor de Sociologia da escola, parceiro no
projeto, fez uma síntese da Medida Provisória aos estudantes, pois embora tivessem tomado
conhecimento da medida, ainda não conheciam as mudanças efetivas que ela pretendia.
Outra professora do mesmo colégio, tomou a palavra para dizer da necessidade de pensarmos
os efeitos desta nova proposta para a vida de jovens pobres que, como ela, havia saído da
Baixada Fluminense e, com muito esforço e dedicação, havia conseguido chegar nos bancos
da Universidade Pública, o que, com esta reforma, poderia não ser mais possível. Durante a
oficina, percebemos que entre os jovens, não foi consenso a discussão sobre a medida. Para
alguns, a saída de disciplinas como Artes ou Educação Física funcionaria como um “favor”, pois
não viam necessidade de “perder” o tempo se debruçando sobre tais conteúdos. Entretanto,
para outros, viam a necessidade de mudanças, tornando o currículo mais flexível, onde o jovem
pudesse fazer escolhas sobre o que desejaria estudar. Quando indagados sobre “se o jovem
seria capaz de fazer tais escolhas”, há no discurso de todos a unanimidade em sinalizar que
o jovem de hoje não tem condições de escolher sobre quais disciplinas deveriam compor seu
próprio currículo. A oficina contou também com a participação de ex-aluna do colégio, hoje
estudante de história na UERJ. Diante da realidade de violência e violação de direitos vividos
pelos estudantes moradores dessas comunidades, debater sobre a medida provisória tornou-
se um dispositivo importante para se pensar de que forma os direitos em relação a educação
básica estão sendo garantidos. Proporcionar espaços de formação para o diálogo parece ser um
caminho possível para dar visibilidades às vozes que se apresentam silenciadas. Assim, utilizar
as criações estéticas, artísticas e culturais juvenis é uma forma de fortalecer estas potências da
escola, para que existam cada vez mais espaços de interlocução política, democrática e crítica.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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554
Os motivos do abandono escolar de jovens assistidos pelo Programa Bolsa Família
Autores(as): Edinilza Picanço Nunes (SEMGES-CRAS PINTOLANDIA), Ana Paula da Rosa Deon
(UFSC), Emerson Clayton Arantes (UFJF), Fernanda Ax Wilhelm (UFRR), Georgia Patricia da Silva
Ferko (UFRR), Jaqueline Silva da Rosa (UNISINOS)
Resumo:
Este estudo teve como objetivo descrever as causas do abandono escolar, de jovens assistidos
pelo Programa Bolsa Família, no município de Boa Vista, em Roraima. Por jovens, este trabalho
baseou-se na Lei 12.852, da Política Nacional da Juventude (2013), a qual indica a faixa etária
que defini a Juventude, entre 15 e 29 anos. A discussão apresentada encontra amparo no eixo
temático de Juventude e educação, a qual oferta um espaço de diálogo sobre o direito dos
jovens à educação. O Programa Bolsa Família-PBF foi criado pelo Governo Federal em 2003,
através da Lei 10.836; é um programa que transfere renda diretamente para as famílias pobres
como forma de garantir o direito humano à alimentação adequada, à educação e à saúde. O
foco desta pesquisa concentra-se na educação dos jovens assistidos pelo Programa, o qual
prerroga o cumprimento de condicionalidades pela família assistida, dentre elas garantir a
frequência escolar de pelo menos 85% das aulas para as crianças e adolescentes de 4 a 15
anos e de 75% para os jovens de 16 anos e 17 anos (Ministério do Desenvolvimento Social,
2015). Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa, descritiva, por meio do método
autoetnográfico, já que uma das pesquisadoras é entrevistadora social, do Centro de Referência
de Assistência Social (CRAS) em Boa Vista. A partir de 90 entrevistas realizadas às famílias
para cadastramento e atualização de informações no Cadastro único, no mês de novembro
de 2016, a entrevistadora coletou informações acerca dos motivos do abandono escolar de
jovens assistidos pelo PBF. Frisa-se que essa informação não é solicitada pelo Cadastro único;
portanto, fez-se os registros no diário de anotações. Das 90 entrevistas realizadas, percebeu-
se que 75% das famílias, tinham jovens em idade escolar, mas não estavam frequentando a
escola. Viu-se que os motivos mais recorrentes coletados nas entrevistas fazem menção há dois
aspectos: a) relacionados à situação familiar e b) relacionados à escola. Assim, respectivamente,
os motivos relacionam-se a: envolvimento com drogas, gravidez na adolescência, abusos e
violência contra os menores e ainda a necessidade de trabalhar e não poder estudar; já no
que se refere aos motivos que se relacionam à escola, tem-se: greve nas escolas (indicação
maior), insensibilidade e distanciamento na relação professor e aluno, frustração e pressão
diante de experiência de aprendizagem, ausência de relações de cooperação entre a família
e a escola. Os jovens que deveriam estar cursando o ensino médio abandonaram a escola no
primeiro ano de ensino. Esses resultados encaminham-se para algumas reflexões: a eficácia
dos resultados apresentados pelo Programa Bolsa família; já que este se dirige à manutenção
dos jovens na escola (direito à educação); a estrutura familiar em que os jovens estão inseridos,
a qualidade do ensino e do ambiente escolar, a quantidade de escolas ofertadas pelo poder
público e a qualidade profissional dos professores nas escolas. O programa ofertado pelo
governo acaba por ter um fim em si mesmo, pois se distancia do caráter primordial ao qual lhe
originou: manutenção dos jovens na escola.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
555
Os professores de nossos jovens: (des)formação docente em uma pesquisa-intervenção
Autores(as): Jose Alves de Souza Filho (UFC), Luciana Lobo Miranda (UFC), Priscila Sanches
Nery Oliveira (UFC), Suzana Kerzia Rocha Bezerra Sousa (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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556
Panos e Planos: o que é ser jovem?
Autores(as): Suzy de Castro Alves (Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina)
Resumo:
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557
Politizando: Educação Política nas Escolas
Autores(as): Maílson Rodrigues Oliveira (SALTHE Instituto de Educação Política e
Empreendedorismo Social), Catarine Elaine de Souza Amaral Guimarães (UEPI), Leonardo
Medeiros Silva (UFPI), Rodrigo Maxwel Saraiva de Santos Sousa (UFPI)
Resumo:
O Politizzando: Educação Política nas escolas é parte de uma série de Projetos de Intervenção
Social Interdisciplinar desenvolvida por um grupo de pesquisadores na área de Ciência
Política, Sociologia, Filosofia e Tecnologia da Informação. Assim, esse projeto é parte de um
eixo de ações que visam promover educação política, inclusão digital e empreendedorismo
social. O projeto Politizzando iniciou em Fevereiro de 2016 com o intuito de incentivar o
conhecimento político e práticas de cidadania ativa e consciente. As ações voltavam-se
principalmente para a aproximação dos adolescentes e jovens de temas centrais na sociedade
– e que não eram abordados no ensino regular - buscando incentivar a participação política
consciente, reforçando princípios de liderança, autonomia e comprometimento com valores
de solidariedade, cidadania e respeito, contribuindo, dessa forma, para uma proposta de
transformação social. O Politizzando: Educação Política nas Escolas está em consonância do
Eixo Juventude e Movimentos Sociais, pois, este projeto visa inserir nos jovens a ideia de serem
protagonistas da sua própria história. É através do conhecimento que os jovens compreenderão
a importância da política em todos os âmbitos de suas vidas, incluindo a vida pessoal e familiar.
Dentro dessa proposta, o jovem é considerado elemento central, não só de sua prática educativa,
mas este é responsável pela mudança e transformações sociais que ocorrem na comunidade
(COSTA, 2006). A Educação Política, suprapartidária, é absolutamente fundamental para que
os nossos cidadãos saibam como funciona o Estado, os poderes, as eleições, os direitos civis,
constitucionais. Um cidadão consciente é aquele que tem conhecimento das regras do jogo,
não é alheio aos temas políticos. Quando se fala em política na escola, refere-se à Política
vista como o conhecimento do bem comum, da coletividade e da vida em sociedade. O fato
de a democracia ainda ser muito recente no país, assim como o equívoco de reduzir o tema
apenas à questão partidária seriam alguns dos frequentes tropeços dados pelo Brasil no tema.
Como consequência, muitas vezes a escola acaba por afastar crianças e jovens do assunto –
distância que em vários casos se mantém por boa parte da vida adulta. Educar politicamente
para a cidadania é principalmente educar um sujeito participativo para ser um sujeito crítico,
no sentido de coparticipante da democracia. Essa é a proposta da educação para uma nova
cidadania, que é uma postura que precisa ser estimulada. O presente trabalho visa relatar a
experiência do Projeto Politizzando: Educação política nas escolas, desenvolvido no ano de
2016 junto à duas escolas na cidade de Teresina, Piauí. O Projeto teve como tema gerador a
Educação Política, visando promover e disseminar a importância do conhecimento político no
cotidiano dos jovens, ressaltando a importância do exercício da cidadania ativa e consciente.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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558
Por uma educação física crítica no ensino médio em Macapá-AP
Autores(as): Mayê Guedes Dantas (CEAP), Fatima Lucia Carrera Guedes Dantas (UFRN)
Resumo:
O tema do trabalho sugere debater uma espécie de caminho educacional possível e ação Por
uma Educação física Crítica no Ensino Médio em Macapá. Caminhos que, pelo teor crítico,
contraria a cultura midiática vigente. Buscou-se um breve histórico da Educação Física no Brasil
a partir do século XX e as influências e consequências acarretadas até hoje na atual Educação
Física – principalmente no Ensino Médio – que, por medidas tomadas no século passado, estão
repercutidas na realidade brasileira. Historicamente, a Educação Física foi baseada numa
concepção higienista e militarista espartana de adestramento de seres imperfeitos e, tal
legado influenciou os rumos da educação nessa área. Atualmente, a instituição do esporte, via
influência midiática, tenta sobrepor-se à educação escolar, mas esta a desafia e se contrapõe
propondo uma educação física sem práticas repetitivas ideologizadas no esporte e destituídas
de criticidade – e, ainda, instiga uma práxis docente comprometida com a realidade local. O
referido problema de pesquisa apresentado como proposta de investigação ocorreu a partir
da sondagem do ambiente e dos elementos que constituem o universo escolar, tais como
as escolas de Ensino Médio do município de Macapá, tendo como público alvo alunos do 3°
ano, na faixa etária de 16 a 19 anos. O estudo teve como objetivo responder o porquê da
desmotivação dos alunos nas aulas de Educação Física do Ensino Médio em Macapá. Finalizado,
o estudo apontou que o problema se fundamenta em questões históricas e ligadas ao sistema
educacional dentro de um contexto maior: a sociedade capitalista moderna com todo seu
aparato sistêmico. Constitui-se um estudo que mantêm relação direta com a Juventude e
Educação, pois diz respeito especifico aos problemas educacionais de aprendizagem no Ensino
Médio, tal como a ‘desmotivação nas aulas de Educação física’. Nesta perspectiva entendemos
ser esse um problema ligado muito mais ao teor acrítico dos conteúdos aplicados no Ensino
Médio e seus ambientes locais que a problemas metodológicos específicos. Considera-se que
aulas de Educação Física para esses adolescentes devem partir não só da prática de atividades
físicas (como anseia a cultura do esporte veiculada na mass media), mas fazê-los usar de
conhecimentos teóricos, tanto da área de Educação Física quanto àqueles relacionado aos
problemas sociais, desenvolvendo assim a capacidade de criticidade e debate de seus pontos
de vista de forma contextualizada. Metodologicamente, assentamos a reflexão nestas bases
teórico-conceituais e nos orientamos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e pela
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Os dados coletados foram submetidos
à análise estatística e analisados a luz da literatura especializada. Do trabalho de campo veio
a comprovação daquilo que inicialmente foi uma hipótese: as atividades ministradas eram
destituídas de conteúdos relacionais ao cotidiano social, tampouco explicitavam os objetivos
e as justificativas específicos da atividade, assim o estímulo ao conhecimento crítico ficava
comprometido. Com tal ausência de repertório vem o desinteresse dos alunos às aulas
propostas.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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559
Projeto de extensão no IFSP-HTO: contribuição para permanência e êxito
Autores(as): Tuani Heloísa Silva Gomes dos Santos (IFSP-Campus Hortolândia), Rodrigo
Crivelaro (IFSP)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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560
Projeto E-jovem e protagonismo juvenil em uma escola de Juazeiro do Norte
Autores(as): Tadeu Lucas de Lavor Filho (UNILEÃO), Daniele Alves Leite (UNILEÃO), Diana
Pereira Lopes (UNILEÃO), Lorrana Caliope Castelo Branco Mourão (UFC), Millena Raianny
Xavier da Silva (UNILEÃO)
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561
Projeto “A rádio da escola na escola da rádio”: juventude protagonizando a ciência
Autores(as): Katia Soane Santos Araujo (UNEB)
Resumo:
A Educação tem que zelar pela garantia da construção do conhecimento, permitindo que
o processo de ensino e aprendizagem seja contínuo, criativo e construtivo, oferecendo
condições plenas para que o ato de aprender esteja em consonância com a vivência. Essa
premissa nos remete a pensar sobre real objetivo da escola, se este não fosse à construção do
conhecimento? Obviamente, a escola tem como função clássica e primordial ensinar, entre
tensões e controvérsias, esse é o seu compromisso. Um olhar atento aos processos educacionais
formais indica o quanto isso vem sendo negligenciado, sobretudo diante da complexidade que
envolve a contemporaneidade, onde emergem infinitas formas de sociabilidade, em que os
sujeitos inauguram outros contextos e novas formas de ser e pensar, entretanto o modelo que
perdura é a assimilação e a reprodução, modelo este verticalizado e o saber circulado é o
hegemônico. Em contraponto a esse estigma educacional, destacamos uma proposta formativa
que tem como princípio a criatividade/construção, assinalando a educação através da pesquisa,
denominado por nós do Grupo de Pesquisa Geotecnologia Educação e Contemporaneidade –
GEOTEC de Educação Científica. Uma estratégia formativa que mobiliza e articula a produção
de conhecimentos, essa proposta está vinculada ao projeto “A rádio da escola na escola da
rádio”, uma intervenção que objetiva possibilitar aos jovens do Ensino fundamental II e Ensino
Médico o redimensionamento do entendimento do lugar, geotecnologias e das Tecnologias
da Informação e Comunicação – TIC - à compreensão da história, memória e manifestações
culturais, ao entendimento colaborativo de valorização dos espaços vividos, das narrativas,
mapeamento dos dados físicos, culturais e econômicos. Nessa intervenção podemos destacar
importantes conceitos no que se referem aos jovens na contemporaneidade tais como: relações
étnico-raciais, cultura e arte, territórios juvenis – guetos e transgressões, gêneros e sexualidade.
Sob esse sentido, destacamos a categoria Protagonismo Juvenil como propositiva do jovem
à produção da ciência, ainda na educação básica, sendo essa a estratégia de mobilização,
transformação e tomada de consciência associada aos registros materiais e/ou imateriais das
percepções. Nessa perspectiva os jovens da proposta tornam-se autores e atores de suas ações
investigativas, pois numa relação autônoma e ao mesmo tempo, imbricada, despertam outro
olhar sobre o lugar. Isso porque, o projeto enfatiza a importância desses sujeitos no contexto
social, nos seus modos de vida, nas suas relações com a política, cultura e com seu entorno,
um processo contínuo de (re)criação, (re)construção e (re)formulação. Ou seja, uma educação
que transcende e transborda o currículo e permite o reconhecimento do aluno como agente
partícipe e transformador dos espaços de vivência.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
562
Quando o campo é a escola: percurso metodológico de pesquisa com jovens do ensino médio
Autores(as): Maria Alda de Sousa Alves (UNILAB)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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563
Redes de sociabilidade no currículo do ensino técnico integrado ao ensino médio
Autores(as): Sylvana Cláudia de Figueiredo Melo (Universidade do Minho)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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564
Reflexões sobre a necessidade do autoconhecimento do jovem para uma qualidade de vida
adequada: relato de experiência do grupo Ser, Sentir e Viver
Autores(as): Gracy Jéssica Moura de Oliveira (FLF), Marlla Rúbya Ferreira Paiva Passos (FLF)
Resumo:
O presente trabalho tem por objetivo apresentar dados provenientes das ações de um projeto
de intervenção realizado em uma escola particular de Sobral (CE). Fomentar discussões
acerca da necessidade de se conhecer enquanto ser no mundo e sujeito de sonhos e desejos,
pensando em melhoria nas trajetórias de vida pessoal e escolar dos estudantes para uma
possível qualidade de vida. Este trabalho está relacionado ao eixo 11. Juventudes e Educação,
na qual se relaciona no GT- Juventudes e educação básica: o ensino médio em questão, pois
discutirá a relação entre possibilidades de uma saúde mental adequada na juventude visando
que o projeto se passa em uma escola no interior do Ceará e tem por objetivo contribuir para
a valorização da vida, divulgando, dialogando e educando sobre temas relativos ao viver e
formas de prevenção ao suicídio. A oficina foi realizada com duas turmas de 20 jovens de uma
escola de Sobral, com idades entre 15 a 17 anos, que cursavam 1º e 2º ano do Ensino Médio e
8º e 9º ano do ensino fundamental. A metodologia foi dialógica e vivencial, incluindo algumas
dinâmicas, facilitadoras da integração e expressão dos jovens e dinâmicas em relação ao
autoconhecimento. No primeiro momento facilitamos um debate geral sobre o que seria esse
autoconhecimento e em seguida aplicando uma dinâmica com espelho para reflexão sobre
a necessidade do autoconhecimento. Depois foi realizada a dinâmica chamada gosto ou não
gosto, onde eles tinham que escolher dentre as alternativas que eram ditas sobre atividades da
vida, por exemplo, desenhar, escrever poemas, brincar com crianças, etc., e era perguntado sobre
gostar ou não gostar das eventuais atividades, em seguida foi feita a atividade mais esperada
da noite que era sobre responder 4 perguntas, sobre o que gosta em si e o que não gosta; o que
é, mas gostaria de mudar e o que não é, mas gostaria de ser. Nessa atividade era questionada
sobre o conhecer a si mesmo e toda a pressão que eles sofrem na vida acadêmica e como se
manter tranquilo e com uma boa qualidade de vida. Foram realizadas duas atividades com os
grupos separadamente, visando à idade e o contexto acadêmico ao qual estavam inseridos.
Como resultado das discussões do grupo, percebemos que as expressões dos jovens quando
questionávamos sobre o autoconhecimento era de indagação e questionamento, sendo levados
a pensar o autoconhecimento como um processo e que Conhecer a si mesmo é ter a habilidade
de se conectar com os próprios desejos e sonhos, assim, o jovem quando está finalizando os
estudos, há pouco era uma criança, e, de repente se torna adulto, com novas responsabilidades
e cobranças da sociedade, como dito por Mantovani (2014). As falas e expressões dos alunos
sobre a temática nos faz perceber a importância da discussão sobre esses assuntos nas escolas,
percebendo que o projeto esta com objetivo claro de contribuir para a valorização da vida,
divulgando, dialogando e educando a comunidade sobre temas relativos ao viver e formas de
prevenção ao suicídio.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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565
Reforma do ensino médio: reafirmação de um modelo de educação voltado para atender as
necessidades do mercado de trabalho
Autores(as): Emanuella de Sousa Teixeira (UFPI), Ana Ingrid da Silva Magalhães (UFPI)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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566
Temas contemporâneos e interdisciplinaridade no âmbito escolar: a visão de jovens monitores
Autores(as): Giovanni Sampaio Palheta, Endell Menezes de Oliveira (UFPA), Lidia Brasil Seabra
(Coletivo Jovem de Meio Ambiente-PA)
Resumo:
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567
Uma proposta de reorganização curricular do ensino médio na rede pública estadual do Ceará
Autores(as): Aline Leitão Moreira (Secretaria de Educação do Estado do Ceará)
Resumo:
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568
Workshop de orientação profissional realizado em uma escola particular no Distrito Federal
Autores(as): Nina Vilas Boas de Souza Aguiar (UCB)
Resumo:
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569
“Eu sempre tive assim essa vontade de aprender...”: línguas estrangeiras no cotidiano dos jovens
de escolas públicas no Distrito Federal
Autores(as): Denise Gisele de Britto Damasco (Secretaria de Educação do Estado), Wivian
Weller (UnB)
Resumo:
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570
GT 18 - Juventudes e HIV/Aids: intersecções e (r)existência nas respostas à
Juvenilização da epidemia
Coordenadores: Degmar Francisco dos Anjos (UFPB), Maria Rita de Cássia Macêdo (ENSP-FIOCRUZ) e
Rafael Agostini Valença Barreto Gonçalves (FIOCRUZ)
Resumo Geral:
Desde o início da epidemia de HIV/Aids, a resposta brasileira foi marcada por protagonismo
de movimentos sociais na luta por direitos, conquistando a incorporação dos medicamentos
antirretrovirais no sistema de saúde pública. Porém, atualmente ativistas e pesquisadores têm
apontado que avanços biomédicos, no âmbito do tratamento ou da prevenção, não devem
mascarar as realidades regionais, imbricadas por determinantes culturais, sociais e políticos. O
aumento de novos casos de HIV em jovens acontece num cenário de transmissão sexual elevada
e da quase inexistência de programas e iniciativas direcionadas efetivamente para prevenção
e enfrentamento da vulnerabilidade concentrada entre os jovens. Destaque-se que o HIV/Aids
também traz consigo processos de discriminação que são limitadores dos esforços da prevenção
e tratamento. As pessoas que vivem com HIV tendem a sofrer uma dupla vitimização: pelas
consequências psicofisiológicas da doença e pelo preconceito e estigma que as marginalizam.
Se esse processo atinge pessoas vivendo com HIV, de um modo geral, ele é ainda mais cruel
àquelas afetadas pelos efeitos das hierarquias de classe, raça, gênero e orientação sexual.
Neste enquadramento, se impõe uma miríade de questões problematizadoras na busca de
respostas aos desafios que a epidemia tem colocado às políticas de saúde e educação. Aponta-
se também que a meta global de redução de níveis epidêmicos até 2030 não pode se afastar
de uma matriz de direitos humanos e precisa estar associada à participação da sociedade e à
prevenção como política pública intersetorial. Nesse pano de fundo, inspirados na proposta do
VII JUBRA, privilegiamos o diálogo com cenários atuais, que se coadunam ao tema “movimentos,
experiências, redes e afetos”. Destarte, atualmente são as redes de ativismo, relações e amizades
que têm sido apontadas pelos jovens como de maior liberdade e preferência para conversas
e aconselhamento sobre sexualidade. São elas também que se debruçam sobre cuidados e
afetos. Sendo tais redes os poucos locais que dão visibilidade às demandas da juventude sobre
a ausência de políticas intersetoriais como mecanismo inovador nos espaços de sociabilidade
e vivência juvenil, no qual sexualidade, gênero, orientação sexual, raça, violência e uso de
álcool, tabaco e outras drogas formam um conjunto de temáticas cruciais para as estratégias
de prevenção, mormente nos espaços de vivência juvenil. Nesse contexto, este GT se insere
no eixo temático “Juventudes e Saúde” e objetiva refletir com jovens, coletivos, profissionais
de saúde e/ou educação, ativistas e pesquisadores, acerca do papel das intersecções e das (r)
existências nas respostas à juvenilização da epidemia. São bem-vindos trabalhos e relatos de
experiências que se ocupem do papel dos movimentos sociais no enfrentamento ao HIV/Aids
e das vivências de jovens no contexto da epidemia – inclusive no âmbito da saúde mental,
álcool e drogas e múltiplas formas de violência. Também serão aceitas reflexões sobre gênero
e sexualidades, políticas de saúde, e outros que tenham no HIV/Aids, uma questão transversal.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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571
Abordagem de/na rua: um relato de experiência sobre o programa Ruanda
Autores(as): Camilla de Melo Silva (UFCG), Camilla Marques da Silva (UFCG), Danielle Gonçalves
Cabral (UFCG)
Resumo:
Os serviços que adotam a abordagem social de/na rua voltam o olhar para as pessoas que
se encontram em situações de vulnerabilidades – aqui pensadas no plural por entendermos
que as necessidades são múltiplas, assim como os sujeitos. São moradores (ou não) de rua
que têm suas vidas atravessadas por violências e desigualdades e se encontram em situações
de riscos que reverberam nos seus modos de serem e estarem no mundo. O Programa de
Abordagem de Crianças e Adolescentes em Situação de Rua (Ruanda) foi criado em 2001, pela
Secretaria Municipal de Assistência Social da cidade de Campina Grande/PB. Objetivando
assegurar os direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei 8069/90)
e em diálogo com a Política de Redução de Danos, o Ruanda tem uma proposta educativa e
interprofissional constituída com (e por) uma pedagogia autônoma, pela qual os educadores
sociais constroem possibilidades de intervenções com o público atendido. Compreendendo a
pertinência do programa e a partir de uma demanda da disciplina de Psicologia Educacional,
ministrada na Universidade Federal de Campina Grande, realizamos, durante um mês, uma
observação participante das ações do programa. Tal metodologia, de acordo com Bronislaw
Malinowski, transforma o pesquisador em ator a partir da utilização de instrumentos distintos,
se constituindo como uma técnica interventiva que é focada na interação pesquisador/
pesquisado. Diante disso, buscamos: a) quais os principais entraves identificados no Ruanda;
b) como se dá (ou não) a relação do programa com as instituições de educação formal; c) de
que maneira a proposta de interprofissionalidade é efetivada; e d) quais os reflexos sociais
que podem ser percebidos a partir da presença do programa no território. Identificamos que
um dos principais obstáculos enfrentados no programa é a postura de parte dos profissionais
– questões de cunho moral e religioso que muitas vezes geram discursos discriminatórios com
relação a práticas adotadas por usuários do serviço. Sobre o processo educativo, apreendemos
que a relação do Ruanda com as instituições de ensino formal é limitada, restringindo-se à
solicitação de relatórios que descrevam o comportamento e desempenho de estudantes que
estejam ligados a ambos. Esta realidade acaba limitando os trabalhos realizados nos dois
contextos, uma vez que não é possível pensar nas vivências de cada um de maneira integral. A
interprofissionalidade, por sua vez, aponta mais para um caráter multi, pois encontramos várias
possibilidades de atuação em um único serviço, mas sem um diálogo que venha a convergir
suas práticas – sendo outro aspecto que embarga as ações do programa. Por fim, cabe-nos
mencionar que apesar das limitações, o Ruanda reflete positivamente nos territórios por ele
atendidos, visto que consegue adentrar em espaços de pouca visibilidade, dando voz e vez
às crianças e adolescentes em situação de rua, de riscos sociais e/ou de vulnerabilidade. Sua
chegada nos espaços é recebida de braços abertos, o que nos leva a crer que os vínculos foram
estabelecidos e que resta ao serviço – e aos que lhe compõem – o foco num trabalho que
enxergue sujeitos e subjetividades.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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572
Ações de Redução de Danos em festas no Anfiteatro do Cuca Jangurussu
Antonia Jessica Araújo Brito (UFC), Amanda Araujo Mendes (UFC), Jaína Linhares Alcantara
(UFBA), Juliana da Silva Pinho (UFC), Ricardo Pimentel Méllo (UFC), Thamyllis dos Santos Lima
(UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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573
AIDS e Adolescência: possíveis práticas de cuidado para (e com o) outro
Autores(as): Danielle Gonçalves Cabral (UFCG), Betânia Maria Oliveira de Amorim (UFCG),
Camilla de Melo Silva (UFCG), Camilla Marques da Silva (UFCG)
Resumo:
De acordo com o Ministério da Saúde em 2016, o número de casos de AIDS aumentou na faixa
etária de 15 a 24 anos. Além disso, entre 2006 e 2015, o índice de detecção entre pessoas com
idades entre 15 e 19 quase triplicou. Estes dados são preocupantes e anunciam, entre outros,
que a discussão em torno do tema é urgente e sua pertinência é indiscutivelmente atual. Nesse
sentido, ressaltamos que, embora no Brasil os tratamentos contra a AIDS demonstrem inúmeros
avanços, quando comparados à época da epidemia dos anos 80, podemos inferir que os estigmas
em seu entorno ainda não foram superados. Sendo assim, é fundamental que reconheçamos
a necessidade de instituirmos ações que possibilitem refletir sobre a problemática da AIDS
tendo como protagonista o adolescente. Nesta perspectiva, apresentamos o relato de uma
intervenção realizada em uma escola pública, localizada na zona rural de Galante, distrito
de Campina Grande - PB. A amostra foi composta por 27 estudantes sendo 12 meninos e 15
meninas com idade média de 17 anos. A atividade realizada foi um dos requisitos de avaliação
da disciplina Educação em Saúde, ministrada no curso de Psicologia da Universidade Federal de
Campina Grande/UFCG. Realizamos uma ação psicoeducativa e/ou psicossocial com o objetivo
de promover reflexões que superassem aquelas frequentemente disseminadas por políticas
públicas de prevenção, com o intuito de ampliar as possibilidades do cuidado ético com as
pessoas. Em outras palavras, buscamos construir, a partir dos saberes dos adolescentes, assim
como de suas vivências, uma concepção coletiva sobre a AIDS na contemporaneidade, bem
como refletir sobre o modo como são representados os cuidados com as pessoas soropositivas.
Para tanto, utilizamos como suporte os estudos propostos por Kenneth Gergen. Para este autor,
os estudos sócio-construcionistas focam-se nos processos cotidianos, ou seja, como as pessoas
falam, percebem e experienciam o mundo em que vivem. A postura básica desta perspectiva é
ser crítica à naturalização dos fenômenos sociais. Para a realização da intervenção utilizamos os
princípios das metodologias participativas, cujo caráter democrático e libertador propõe uma
aprendizagem que preconiza o diálogo, a participação, o trabalho em grupo, o respeito mútuo
e apresentam importantes afinidades com a educação popular. As atividades ocorreram em
quatro momentos, a saber: 1) Técnica quebra-gelo; 2) Produção de material a partir da questão
disparadora: “O que vem à mente quando você escuta a palavra AIDS?”; 3) Círculo de Cultura;
4) Exibição de vídeos e avaliação da atividade. Os resultados apontam que, por intermédio de
diferentes metodologias participativas, podem ser construídos diálogos mais eficazes para a
mitigação do estigma do portador de HIV e ampliar as possibilidades de cuidado de si e do/com
o outro. Percebemos que discurso disseminado perante os portadores do vírus HIV influenciam
o imaginário social e exercem papel essencial na orientação de práticas cotidianas de cuidado.
No entanto, a intervenção realizada favoreceu o compartilhamento de saberes e alargou as
oportunidades de novas reflexões sobre a AIDS e os seus modos de cuidado.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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574
Articulação Programa Estadual de DST/Aids e Rede de Jovens São Paulo Positivo
Autores(as): Analice de Oliveira (CRT-DST/AIDS- Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo),
Derli de Oliveira Barros (CRT-DST/AIDS), Jean Carlos de Oliveira Dantas (CRT-DST/Aids)
Resumo:
Desde 2014 o Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, através do Centro de Referência e
Treinamento DST/Aids vem desenvolvendo a estratégia “Juntos na Prevenção” para melhorar
o acesso à informação e insumos de prevenção das IST/Aids junto aos adolescentes e jovens
no âmbito comunitário. Desde 2015 vem se aproximando do movimento social das juventudes
vivendo com HIV/Aids, em julho de 2016 o CRT-DST/Aids participou em conjunto com a Rede
de Jovens São Paulo Positivo (RJSP+), UNAIDS, UNICEF e Programa Municipal de DST/Aids-SP
da organização do I Curso “Participação Juvenil, Ativismo e Direitos Humanos em HIV/Aids
no estado de São Paulo” que ofereceu 50 vagas para jovens de todo o estado de São Paulo
assim como financiou sua realização, oferecendo estrutura física, hospedagens e alimentação.
O propósito do PE-DST/Aids-SP em financiar o curso foi ampliar a formação técnica e política
de jovens, aproximar-se das demandas juvenis para qualificação da assistência e prevenção
às IST/Aids e fortalecer a articulação entre o PE DST/Aids e as organizações da sociedade
civil (OSC) que atuam com jovens e a RJSP+. Um dos produtos do curso foi a construção de
uma agenda conjunta entre o PE DST/Aids-SP e RJSP+ para a implementação de ações de
prevenção e direitos humanos direcionadas aos grêmios estudantis no âmbito da estratégia
“Juntos na Prevenção” e aos jovens em privação de liberdade da Fundação CASA – Centro de
Atendimento Sócio Educativo ao Adolescente, além da criação , sob coordenação da Rede
de Jovens, do GT Transmissão vertical (formado por profissionais das áreas da Assistência,
Prevenção, Vigilância Epidemiológica e Apoio do PE DST/Aids, outros serviços especializados
que atendem jovens, OSC e a RJSP+) e o apoio para o mapeamento estadual de instituições que
realizam atendimento para jovens (ação também realizada pela RJSP+). A articulação entre o
conjunto destas instituições resultou na divulgação da RJSP+ dentro das escolas alcançadas
pelo “Juntos na Prevenção”, na construção com participação juvenil do roteiro das rodas de
conversa que estão sendo realizadas na Fundação CASA, na divulgação da RJSP+ junto aos
técnicos e jovens da Fundação CASA, na divulgação das ações da RJSP+ para os 145 municípios
qualificados na política para às IST/aids e os 200 serviços ambulatoriais especializados no estado
de São Paulo e na realização dos encontros bimestrais “Juventudes – Fortalecendo Nossos
Laços” organizados pelo PE-DST/Aids onde estão sendo traçadas estratégias conjuntas entre
governo, rede de jovens e OSC para melhoria da atenção integral aos jovens vivendo com HIV
na atualidade. É importante que a RJSP+ se faça presente em todo o território do estado de São
Paulo para potencializar ações junto aos jovens vivendo com HIV e a participação nos espaços
de controle social das políticas públicas, para isso é fundamental o apoio governamental para
a sustentabilidade da articulação entre a Rede e as OSC, gestões municipais, serviços de saúde
e outras instituições que atendem as juventudes.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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575
Jovens mulheres positivas e reprodução
Autores(as): Daniely Sciarotta de Araujo (IFF/FIOCRUZ)
Resumo:
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576
Juventudes, Incidência Política e HIV/Aids experiência de atuação dos movimentos sociais no
Rio de Janeiro
Autores(as): Daniely Sciarotta de Araujo (IFF/FIOCRUZ), Maria Rita de Cássia Macêdo (ENSP/
FIOCRUZ), Rafael Agostini Valença Barreto Gonçalves (IFF/Fiocruz)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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577
Oficina da Boa Viagem: experimentações em redução de danos com jovens calouros
Autores(as): Thamyllis dos Santos Lima (UFC), Amanda Araujo Mendes (UFC), Antonia Jessica
Araújo Brito (UFC), Jaína Linhares Alcantara (UFBA), Juliana da Silva Pinho (UFC), Juliana Vieira
Sampaio (Universidade Estadual do Ceará), Ricardo Pimentel Méllo (UFC)
Resumo:
O objetivo deste trabalho é relatar uma atividade de extensão universitária, voltada para
Redução de Danos (RD) com jovens, desenvolvida pelo Núcleo de Estudos sobre Drogas (NUCED)
da Universidade Federal do Ceará (UFC). Desde 2004 o NUCED realiza ações de cuidado na
perspectiva da RD, entendendo esta como práticas de cuidado que pretendem reduzir os riscos
e danos associados ao uso de substâncias psicoativas (SPA) por pessoas que não podem ou não
desejam parar de usá-las. Segundo dados da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas,
no Brasil, jovens universitários consomem SPA de modo mais intenso e frequente que outras
parcelas da população e tal uso também está relacionado ao maior risco de contaminação
por Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Tal problemática estimulou integrantes do
NUCED a planejarem a “Oficina da Boa Viagem”, objetivando refletir com jovens universitários
sobre os riscos relacionados à transmissão de ISTs e possíveis prejuízos à saúde advindos do
consumo compulsivo ou abusivo de SPA. Essa ação iniciou-se em 2016 com calouros e calouras
do curso de Psicologia a partir da observação e conversas sobre seus hábitos de consumo
de SPA. Todo início de semestre, três facilitadoras conduzem a atividade, duas integrantes do
NUCED e uma drag queen convidada, apostando no humor, em metodologias participativas
e na educação entre pares como estratégia de aproximação. A oficina é estruturada em três
etapas. Primeiramente, conversamos sobre riscos que podem advir ou não do uso de SPA e/ou
sexo, discutindo sobre três categorias que os englobam: “risco inocente”, “risco porra-loka” e
“risco calculado”. A identificação de prováveis riscos possibilita “calculá-los” e/ou buscar evitá-
los. Na segunda etapa, a partir de imagens e fanzines produzidos pelo NUCED, discutimos sobre
técnicas e mitos do uso de preservativos e estratégias de RD no consumo de SPA. A terceira
e última etapa é composta pelo feedback de participantes, que relatam sobre os seus novos
aprendizados, avaliam a forma política como os temas foram abordados e fazem sugestões e
críticas para levarmos em conta nas próximas oficinas. Atualmente, a ação compõe a semana
de recepção de calouros da Psicologia e, no início de 2017, também foi realizada com os
calouros de História e Comunicação Social. Alguns reflexos das ações já podem ser constatados
nas festas do curso de Psicologia chamadas de “calouradas”, durante as quais, ingressos no
semestre anterior são responsáveis por receber calouros. Desde o início das oficinas, em 2016,
parte da arrecadação da festa é revertida na compra de água, segundo eles, “em prol da RD”.
No início de 2017, esta atitude foi repetida com o acréscimo da compra de doces para distribuir
como “insumos”. Isso é importante porque nas ruas do entorno há venda de bebida alcóolica
e com essas ações se busca diminuir a probabilidade de abuso no uso. Concluímos que as
práticas de cuidado fomentadas a partir da oficina são agora disseminadas por pessoas que
dela participaram, incentivando o cuidado em seus meios de convivência e demonstrando ser
possível cuidar de si e das outras e, também, divertirem-se, a partir de princípios da RD.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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578
Participação social e política de jovens em rede e marcadores sociais de raça,classe e gênero
Autores(as: Jean Vinicius Costa de Oliveira (UNOPAR)
Resumo:
Considerando o cenário atual, chegamos à quarta década da epidemia da AIDS com iminentes
possibilidades de interferir em seu curso. As recentes descobertas de novas tecnologias de
prevenção têm sido fundamentais no enfrentamento ao HIV/AIDS. Entretanto, será que não
estamos vivendo uma era onde as respostas sociais e políticas estão sendo substituídas pelas
soluções biomédicas? Somos, de fato, uma geração que ficará livre da AIDS? Os marcadores
sociais como raça, classe e gênero têm sido um ponto chave no que se refere às dificuldades
de acesso à testagem, tratamento e métodos de prevenção. Assim, a epidemia de AIDS tem
se caracterizado historicamente por uma devasta afetação aos indivíduos já excluídos e
marginalizados na sociedade: pobres, minorias étnicas e raciais, gays, homens que fazem sexo
com homens, travestis, pessoas transexuais, usuários de drogas, mulheres e profissionais do sexo,
continuam sendo as populações mais afetadas pelas invisibilidades construídas pela sociedade
e, reproduzidas pela AIDS. Dentro deste cenário, a resposta comunitária ainda importa? Neste
sentido, o presente trabalho abordará a formação e funcionamento da Rede Jovem Rio + (RJR+),
que é uma iniciativa da sociedade civil, sem fins lucrativos, formada por jovens e que tem como
objetivo trabalhar as especificidades da juventude que vive com HIV/AIDS. A RJR+ dispõe de
dispositivos que possibilitam atuar em duas principais frentes: a saúde e a participação social e
política. No contexto da saúde, a RJR+ atua de forma biopsicossocial, por meio do acolhimento,
inserção nos serviços de saúde, fortalecimento da adesão ao tratamento, entre outras ações. Já
no âmbito da participação social e política, pauta a promoção do empoderamento político e
social e garantia da autonomia do jovem no que se refere ao exercício de sua cidadania. Uma
das principais ferramentas de participação social utilizadas pela Rede tem sido a ocupação de
espaços nos quais são deliberadas decisões pertinentes à saúde das pessoas que vivem com
HIV/AIDS, tais como os conselhos municipais, estaduais e federais de saúde e relativos à
temática jovem. Neste sentido, a proposta em questão se dedica, a partir de uma experiência
jovem, a problematizar os marcadores sociais que atravessam essa realidade, principalmente as
questões de raça, classe e gênero, que podem (im)possibilitar o acesso à saúde e a participação
política. A proposta é valorizar a voz da juventude, possibilitando compreender os impactos
dos marcadores sociais na experiência dos jovens que vivem com HIV, considerando que, a
negligência com relação a tais fatores certamente produzirá um intenso aprofundamento da
epidemia nas populações já afetadas. Compreende-se a necessidade de estratégias preventivas
para erradicar a AIDS que se preocupem com o acesso às opções terapêuticas existentes, mas
também pauta-se, a criação de mecanismos que tenham por finalidade combater o estigma,
preconceito e a discriminação acerca da doença.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
579
Uma Análise Sociológica da Manipulação e Ocultação do HIV/Aids entre Jovens
Autores(as): Kelma Lima Cardoso Leite (FaC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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580
GT 19 - Juventudes e e novas práticas de leitura: suportes, mídias e cidade
Coordenadores: Maria Isabel Mendes de Almeida (UCAM/PUC-RJ), Fernanda Deborah Barbosa Lima
(IFRJ) e Thaís Costa da Silva (UCAM)
Resumo Geral:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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581
A importância da Leitura na Escola Pública
Autores(as): Wanessa de Souza Neves (UFPA), João Diego da Silva Ferreira (ICED/UFPA), Maria José
Aviz do Rosário (UCB)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
582
Juventude e Práticas de Letramentos no Curso de Pedagogia UFPA
Autores(as): Elisa Patrícia Paiva de Alcãntara (UFPA), Daniele Borges Silva Azevedo (UFPA)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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583
O Futuro é Nosso: a voz da juventude estudantil de Humaitá–AM
Autores(as): André Jacó Schneider (IFAM), João Maciel de Araújo (UNESP), Aden Hercules Pinto de
Azevedo (IFAM), Harleson da Cruz Cândido (IFAM)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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584
O uso das tecnologias como ferramenta de ensino nas aulas de sociologia
Autores(as): Franciscana Luciara dos Santos Silva (UVA)
Resumo:
A presente pesquisa cujo tema é meu trabalho de conclusão de curso (TCC), que encontra-se
em andamento, vem abordar à cerca das novas tecnologias e como elas vem sendo utilizadas
pelos jovens, seja como forma de entretenimento ou como obtenção de conhecimentos, na qual
essa tem como objetivo analisar as novas tecnologias de informação e comunicação (NTIC’s) na
educação, como estas influenciam no contexto escolar e no processo de ensino-aprendizagem dos
alunos, e principalmente como os novos docentes se veem em relação a implementação delas
como ferramentas de ensino. Focando também o impacto em que as novas mídias digitais têm
sobre os alunos do Ensino Médio. As metodologias presentes ao longo desta pesquisa, serão tanto
no âmbito quantitativo como no qualitativo. As técnicas a serem aqui utilizadas serão: entrevistas
feitas com os novos docentes das ciências sociais, juntamente com questionários respondidos por
estes, e grupos focais para mostrar como se dá o uso de recursos tecnológicos em sala de aula,
como os utilizam e quais suas opiniões quanto a estas novas metodologias. Os dados qualitativos
e quantitativos, serão necessários para se obter uma maior explanação e objetividade quanto ao
uso de ferramentas que não estão inclusas no contexto escolar, e de forma estas auxiliam e/ou
prejudicam o aluno e o professor, ou apenas uma das partes. Autores como o Sociólogo Manuel
Castells e Pierre Levy são os principais nomes quando se fala sobre tecnologia, no qual ambos
tratam de como se deu o processo tecnológico até os dias atuais, e como isso afetou a era moderna
e a relação entre pessoas. Erving Goffman vem tratar sobre identidade, e nos dias atuais as mídias
sociais influenciam e modelam a identidade dos jovens. Juventudes, consumo e novas mídias é
o GT a qual esta pesquisa está inclusa, já que a mídia social deu as pessoas, principalmente aos
jovens nativos digitais a “oportunidade” de serem vistas, ou seja, no atual contexto da sociedade
em que estamos em que tudo acaba por se tornar grandioso ou ao mesmo tempo mínimo, e tudo
vira notícia, essa visibilidade seja ela boa ou ruim, traz consigo uma porcentagem menor de ser
excluído do meio social. Sabemos que atualmente o mercado tecnológico vem crescendo cada
vez mais devido a grande procura e consumo dos novos parelhos eletrônicos, e o efeito estes
têm em nossas vidas é desproporcional, graças principalmente ao fato de que tais mecanismos
tecnológicos se inovam e se atualizam sempre, fazendo com que o consumismo cresça de forma
incomum. Portanto, partindo dos conceitos de educação e NTIC’s, essa pesquisa mostra o quanto a
era digital transforma o contexto escolar, desde a inclusão de leis que proíbem o uso de aparelhos
eletrônicos, até o uso de ferramentas inovadoras pelo professor e pelos novos docentes, mostrando
assim o impacto a qual estas geram no âmbito escolar.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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585
Programa TVez: oficinas para construção de um jornal escolar
Autores(as): Calebe Rodrigues da Silva (UFC), Carolina Parente Barbalho (UFC), Francisco Faruk
Cardoso Gomes Segundo (UFC), Gabrielle Lima Feitosa (UFC), Ines Silvia Vitorino Sampaio (UFC),
Luciana Lobo Miranda (UFC)
Resumo:
No segundo semestre de 2016 o Programa TVez: Educação para o uso crítico da mídia, uma iniciativa
das professoras Luciana Lobo e Inês Vitorino, participou da criação do jornal escolar da EEFM [...]
de Fortaleza, como parte do projeto TVez: oficinas de comunicação para a cidadania. Nesta ação
foram realizadas diversas discussões e oficinas sobre fotografia, construção de texto e diagramação
para dar suporte aos alunos na construção do jornal e proporcionar um espaço para a reflexão do
jornal como mídia e seu papel na educação, comunicação e linguagem. O objetivo das oficinas foi
democratizar as ferramentas de comunicação e influenciar a produção por parte dos estudantes
como protagonistas na construção do jornal escolar, apoiando as iniciativas de caráter inclusivo
e participativo, ressaltando o contexto e a experiência vivenciada pelos jovens. A inclusão desse
relato de experiência no GT escolhido deve-se ao fato de como foi possível levantar discussões
necessárias para emancipação dos estudantes em relação à leitura e a escrita para a produção
de matérias autorais, que refletem a opiniões e vivências dos estudantes, visto que inicialmente,
os alunos pretendiam se utilizar de textos prontos provindos da internet. Na construção diária
do programa e planejamento das ações, o Tvez mostra-se contrário ao modelo de Educação
Bancária (Freire, 1980), que prevê transmissão de conhecimento do professor para o aluno, onde
é imposta uma relação de superioridade do docente em relação ao discente. Busca-se estimular o
protagonismo estudantil. Freinet (2004) acreditava que o jornal escolar era uma forma de romper
com uma pedagogia voltada a conhecimentos mecanicistas e com pretensões superficiais no
ensino básico dos alunos. Nas ações da escola em questão foi pensado o jornal escolar como um
meio democrático de comunicação que influencia na democratização das ferramentas utilizadas
nos meios de comunicação, investindo na capacidade de criação dos alunos e formando, segundo
Ismar Soares (2011), um ecossistema comunicativo, ou seja, espaços educativos que têm o objetivo
de melhorar o coeficiente educativo das ações comunicativas. Foram então realizadas oficinas de
fotografia, produção textual e diagramação. As atividades ocorreram em 3 semanas. As oficinas
consistiram em discussões sobre a experiência e conhecimentos prévios de cada um, apresentação
de slides e exercícios. No final da experiência os alunos criaram um jornal que contemplava suas
necessidades e pontos de vista sobre os assuntos escolhidos. Com o estímulo do debate sobre a
importância da apuração de notícias, da leitura e da busca por imparcialidade, os participantes
se sentiram motivados e instigados a produzir seus próprios textos. A partir dessas atividades,
foi observado que os alunos puderam desenvolver habilidades de escrita e leitura, além de um
pensamento crítico a respeito das mídias. A criação de um espaço de discussão, tanto fora como
dentro da sala de aula, que desenvolva esse debate e não a restrição, através de metodologias
clássicas de aprendizado, é necessário para o desenvolvimento crítico acerca da mídia.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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586
Educomunicação e Protagonismo Juvenil: Contribuições de uma Rádio Escolar
Autores(as): Edemilson Gomes de Souza (Centro Educacional Marista São José)
Resumo:
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587
As novas telas: a leitura e a escrita ressignificadas
Autores(as): Sérgio Luiz Alves da Rocha (IFRJ)
Resumo:
Este texto aborda um dos aspectos de uma pesquisa mais ampla cujo objetivo era discutir as diferentes
concepções sobre a leitura presentes em uma escola de ensino médio da rede pública do Estado
do Rio de Janeiro na sua relação com as novas mídias. Sabemos que a estruturação da instituição
escolar mantém profundas relações com a lógica do livro impresso, com a sua consequente
valorização da leitura e do escrito. Entretanto, as novas telas têm interpelado a instituição escolar
a partir de diferentes formas de comunicação, relacionadas às novas possibilidades de produção
do saber, produzindo novos descentramentos. Utilizando uma abordagem de cunho etnográfico,
objetivamos discutir com professores e alunos suas concepções sobre as relações entre a leitura e a
escrita em um momento em que o processo de comunicação é cada vez mais mediado pelas novas
tecnologias. Ao buscar um modo de chegar até os nossos sujeitos e, ao mesmo tempo, proporcionar-
lhes uma participação um pouco mais ativa, pedimos a eles que produzissem um conjunto de
imagens que de algum modo representassem suas ideias sobre os temas relacionados à pesquisa. A
partir das imagens produzidas foi estabelecido um conjunto de entrevistas para discutir a produção
dos sujeitos e discuti-las à luz das questões da pesquisa. A produção das imagens resultou em uma
discussão sobre as possibilidades do uso das imagens como recurso teórico metodológico. De
outro lado, um conjunto de trabalhos no campo da história cultura, foi fundamental para romper
com uma visão estreita da leitura e da escrita, valorizando outras possibilidades de sua produção
e de seu uso para além seu uso escolar. Por fim, o referencial dos estudos culturais, possibilitou
a valorização do papel ativo dos jovens e uma perspectiva mais analítica e menos moralizante
sobre as transformações que tem ocorrido no campo mais amplo da comunicação e que afetam
nossos jovens alunos, com a sua reverberação no interior do contexto da escolarização. Também
serviram para evitar uma postura que trata as “antigas” tecnologias e a “novas” tecnologias como
sendo opostas, chamando a atenção para as complexas relações que são estabelecidas entre elas,
mesmo levando-se em conta as suas especificidades e os processos desencadeados a partir de seu
uso. Por fim, estes estudos também possibilitam uma perspectiva de entender os novos meios de
comunicação não apenas como um dado da técnica, colocando em evidência seu papel na mudança
da sensibilidade. A escrita manuscrita e a escrita teclada, por exemplo, e também a escrita impressa,
são modos de estruturação de nosso pensamento, tecnologias do pensamento, não podendo ser
limitadas a rubrica de simples técnica. Apresentamos neste texto algumas das falas de alunos e
professores sobre estes temas. Entre os temas estão as mudanças cognitivas trazidas pelas novas
formas de comunicação e de que modo elas se apresentam no contexto escolar, as potencialidades
e os problemas que eles acreditam estar presentes nestes usos. Também analisaremos as falas
que versam sobre os modos de uso da escrita manuscrita no contexto escolar, relacionando-as a
questão de seu significado.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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588
O poder das garotas: literatura e internet na Revista Capitolina
Autores(as): Letícia Silveira Gomes (UFC)
Em 2015, a ONG ONG “Think Olga – Empoderamento feminino por meio da informação” em parceria
com a Agência Ideal realizou um estudo sobre a busca pelos termos “feminismo” e “empoderamento
feminino” no Google e seus usos em matérias publicadas online nos anos de 2014 e 2015. Citando
apenas o segundo exemplo, entre os anos pontuados o crescimento pela busca do termo foi de
354,5%, a produção de conteúdo com essa expressão na mídia tradicional e blogs aumentou
137%, sem falar das diversas campanhas que surgiram nos últimos tempos que incentivavam as
mulheres a dividirem e denunciarem seus casos de abuso e tinham um cunho educativo tanto para
mulheres e homens pontuar a importância dos debates acerca das questões de gênero. Crescendo
nos anos 2000, tive a oportunidade de ver o papel de protagonista que a internet exerce na vida da
minha geração, onde encontramos conteúdos que não servem apenas para o entretenimento, mas
também para a formação de visões de mundo, principalmente quando estão aliados a práticas que
são reinventadas pelo suporte, mas que são estimuladas pela escola, como é o caso da leitura. Desta
maneira, o objeto de estudo tratado nesse trabalho é a proposta editorial da Revista Capitolina,
uma revista feminina, independente, exclusivamente online e gratuita, escrita por mais de 100
colaboradas, publicada desde 2014 que tem como proposta editorial a criação de um conteúdo
considerado empoderador para garotas, falando de questões e angústias do seu dia a dia, bens
culturais, costumes e política. Para Botelho (2013), a literatura não deve ser estudada apenas como
um reflexo da sociedade do tempo em que é produzida, mas como um mecanismo que além de
refletir, também é capaz de criar modelos e categorias antes não pensadas que acabam sendo
incorporados por seus leitores. Segundo o historiador Roger Chartier (2001), a leitura não é uma
prática estimulada exclusivamente para a obtenção de conhecimento, mas por ser um mecanismo
de interiorização de um habitus (Bourdieu, 2007), isto é, um sistema de representações que
definirão as maneiras dos indivíduos de classificarem, falarem e atuarem. Pautada nessas duas
abordagens, construo um objeto que alia estudos de gênero com sociologia da literatura, buscando
compreender o papel da produção literária contemporânea na “ideia de mulher”, bem como a
reinvenção do suporte revista para o meio digital. O estudo ainda se encontra em fase inicial, mas
espera-se que até sua apresentação já tenha avançado com a construção detalhada do modo de
funcionamento da revista. Espero que o desenvolvimento dessa pesquisa ajude a compreender as
práticas de produção da literatura de e para jovens, bem como possa propiciar um breve panorama
sobre o movimento do feminismo e da representação e representatividade feminina na produção
de conteúdo na internet.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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589
O que os jovens pensam sobre leitura?
Autores(as): Maria da Conceição de Souza Santos (Secretaria de Educação do Estado do Piauí),
Shara Jane Holanda Costa Adad (UFPI)
Resumo::
A relação que se dá entre jovens e leitura é a temática deste trabalho que traz os resultados de uma
pesquisa de mestrado, realizada com nove alunos do 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual
Severiano Sousa, em Teresina-PI e dois ex-alunos, que continuam frequentando a biblioteca da
escola. A investigação teve como objetivo geral analisar as ideias e os conceitos que os jovens têm
sobre o que é leitura.. Foram referências da pesquisa: Larrosa (2009, 2010), Chartier (1999), Freire
(2009), Certeau (2011), Pennac (2008), Manguel (1997), Lajolo (2007) dentre outros, nos debates sobre
leitura; Diógenes (2010), Abramo (1999), nas questões que tratam de juventudes. Para a produção
dos dados, utilizou a metodologia Sociopoética, prática social de construção do conhecimento, à luz
da teoria de Gauthier (1999, 2003, 2013), Adad (2005, 2011, 2012), Petit (2012, 2013). A Sociopoética
é uma abordagem de pesquisa ou aprendizagem que destaca, simultaneamente, os seguintes
princípios: a importância do corpo como fonte do conhecimento; a importância das culturas
dominadas e de resistência, das categorias e dos conceitos que elas produzem; o papel dos sujeitos
pesquisados como corresponsáveis pelos conhecimentos produzidos, copesquisadores; o papel da
criatividade de tipo artístico no aprender, no conhecer e no pesquisar; A importância do sentido
espiritual, humano, das formas e dos conteúdos no processo de construção dos saberes (ADAD,
2011). De modo geral, as análises dos dados levaram a duas linhas ou dimensões do pensamento
do copesquisadores: tipos de leitura e de leitor; e cegueiras que atrapalham e/ou impedem a
leitura. Nas oficinas de produção de dados e de contra-análise foi possível identificar as ideias e
os conceitos dos jovens sobre o que é leitura. Eles criaram confetos como leitura cabeça de cuia,
que faz o leitor cabeça de cuia interagir com o texto, fazendo com que ele queira ler mais e mais
o texto, provocando reações em cadeia em forma de emoções das mais diversas, e que levam a
outros confetos potentes como a leitura livro aberto, leitor criatividade, leitura mundo diferente,
leitura coisa imaginária, leitor livro na mente. Os problemas que atravessam e que mobilizam
foram identificados como cegueiras, que são: a preguiça; a linguagem de difícil compreensão; a
ausência de obras contemporâneas nas bibliotecas – que não acompanham o mercado editorial
–; e o tratamento dado às capas, que devem ser atrativos e trazer sínteses cativantes. Quanto a
outras formas de pensar e/ou de problematizar sobre a leitura, os jovens surpreenderam ao não
colocarem o poder aquisitivo como dificuldade, ou mesmo o acesso a bibliotecas. Para eles, isso é
possível de resolver em alguns clicks: baixando da internet. Essa é uma das formas que responde
ao último objetivo específico da pesquisa, que é identificar o que os jovens podem frente aos
problemas enfrentados com a leitura: não se deixar levar pela impressão de repulsa de uma capa;
acatar as sugestões de leitura vinda dos seus pares; procurar buscar respostas para as curiosidades
que surjam no texto, como palavras desconhecidas ou ideias que levam a novas descobertas.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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590
Obs: os trabalhos do GT 20 foram realocados para outros grupos.
Resumo Geral:
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591
Afetividade e participação: Vivências religiosas de jovens indígenas
Autores(as): Maria Zelfa de Souza Feitosa (UFC), Zulmira Aurea Cruz Bomfim (UFC)
Resumo:
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592
Cultura alimentar, saúde e doença entre jovens da etnia Tremembé
Autores(as): Gerson Augusto de Oliveira Junior (UECE), Gabriele Gruska Benevides Prata (IFCE),
Marinina Gruska Benevides (UECE)
Resumo:
O presente trabalho analisa as mudanças na cultura alimentar dos índios Tremembé, tais
como refletidas no crescente consumo de alimentos industrializados. Entre os referidos
alimentos destacam-se carnes e frangos congelados, bebidas lácteas, biscoitos, bolachas,
enlatados, refrigerantes, doces etc. É facilmente observado que nas últimas décadas houve o
desenvolvimento de doenças entre os jovens e crianças, dentre as quais as mais comuns são:
hipertensão arterial, diabetes e obesidade. Averiguar em que medida o acesso a alimentos
industrializados representa de fato uma conquista do direito à Segurança Alimentar e Nutricional
(SAN) e em que medida revela flagrante desrespeito à cultura alimentar dos índios constituiu
o objetivo da pesquisa empreendida pelos autores. A questão que buscamos responder
neste estudo é: O acesso aos alimentos industrializados tem contribuído efetivamente para a
melhoria das condições de saúde e bem-estar, bem como para a reprodução física e cultural,
segundo usos, costumes e tradições do povo Tremembé? Para a realização do trabalho de
campo de base etnográfica, partimos do entendimento de que existe um conjunto de saberes
sobre os processos de produção, preparo e consumo de alimentos, inscritos no âmbito do
patrimônio material e imaterial dos índios. Procuramos vislumbrar o sentido atribuído pelos
jovens da etnia Tremembé de Almofala – Ce aos alimentos aos quais estavam tendo acesso
em função das políticas públicas de transferência de renda, notadamente o Programa Bolsa
Família. Buscamos, também, os sentidos atribuídos aos alimentos que tradicionalmente faziam
parte da dieta deles, às formas de preparo e de conservação dos mesmos, considerando sua
ligação a um aprendizado passado de geração em geração. Procuramos compreender como as
referidas políticas públicas exercem pressão no sentido de comprometer a saúde e a segurança
alimentar e nutricional dos jovens Tremembé. Os dados produzidos pela pesquisa, frutos de
observação participante e de registros sistemáticos em diário de campo, foram submetidos
à análise temática. As conclusões de nosso estudo apontam para uma maior abertura dos
jovens em incorporar mais rapidamente a dieta dos jovens não-índios e a abandonar práticas
tradicionais de cultivo, captura, preparo e conservação de alimentos. Os novos alimentos que
estão sendo incorporadas à dieta dos Tremembé tem exercido uma pressão muito forte no
sentido do abandono da cultura alimentar tradicional, sem que isso represente a conquista
de segurança alimentar e nutricional. As mudanças na cultura alimentar têm reflexos na
saúde dos índios de modo geral e dos jovens de modo específico. Várias doenças, inclusive as
que não se tinha registros, começaram a aparecer no aldeamento em sujeitos cada vez mais
jovens. Nesse sentido, torna-se imprescindível o debate sobre os impactos dos novos hábitos
alimentares sobre a cultura alimentar desse povo, com especial atenção aos valores e práticas
de alimentação de indivíduos mais jovens.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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593
Demandas de saúde mental e a promoção do Bem Viver Indígena
Autores(as): Álvaro Pinto Palha Júnior (DSEI GUATOC/SESAI/MS)
Resumo:
Os povos indígenas brasileiros têm sua atenção primária de saúde, com ações de prevenção
de agravos, promoção recuperação de saúde, orientada e executada através do Subsistema de
Atenção à Saúde Indígena, vinculado ao Sistema Único de Saúde – SASI/SUS. No que se refere
às demandas ditas de “saúde mental”, há neste SASI/SUS a “portaria MS/GM 2.759/2007” que
estabelece diretrizes gerais para a Política de Atenção Integral à Saúde Mental das Populações
Indígenas e o “Documento Orientador sobre a gestão da atenção psicossocial nos DSEIs”,
que determinam como demandas prioritárias para ações de atenção psicossocial: tentativa
e óbito por suicídio; uso abusivo de álcool e outras drogas; situações de violência; e uso
inadequado de medicações psicotrópicas. No contexto do Distrito Sanitário Especial Indígena
Guamá Tocantins – DSEI GUATOC, as ações de atenção psicossocial têm se estabelecido
como importante componente de atenção primária, com prioridade para ações preventivas
de agravos e de promoção de saúde. Acontecimento provocado pelo fato de as comunidades
indígenas apontarem como principais determinantes para os agravos de saúde aqueles
ligados a aspectos socioculturais. Surge então a necessidade das Equipes Multiprofissionais
de Saúde Indígena - EMSI ampliarem sua visão de saúde e flexibilizarem suas intervenções
para responder adequadamente a estas demandas diferenciadas. Saúde é compreendida neste
contexto, como diretamente proporcional aos níveis de autonomia e protagonismo dos sujeitos
e comunidades. Necessitando de planos terapêuticos comunitários ou singulares, construídos
em diálogo com sujeitos e comunidades, com propostas sustentáveis e capazes de resistir
inclusive a uma possível ausência de serviços de políticas públicas. A este direcionamento do
trabalho os indígenas usuários dos serviços de saúde do DSEI GUATOC, nomearam Programa
Bem Viver, substituindo Programa de Saúde Mental Indígena. Há surgimento de tensionamentos
entre os projetos de vida dos jovens, com aqueles pensados pelos mais velhos e lideranças
da comunidade. Destarte, como estratégia pensada para responder a estes novos agravos de
saúde, o DSEI GUATOC tem experimentado intervenções que utilizem, para além das práticas
terapêuticas comuns aos serviços tradicionais de saúde, recursos artísticos, em que sejam
criadas possibilidades de diálogo entre as diferentes faixas etárias da aldeia, com especial
atenção aos discursos dos jovens, que compreendemos como os principais acometidos por
estes agravos. Foram realizadas oficinas de Teatro na perspectiva do Teatro do Oprimido, nas
aldeias Mapuera e Barreirinha, com jovens Wai Wai e Amanayé, oficina produção de audiovisual
com dispositivos móveis na aldeia Djudjekô com jovens Xikrins. Destas primeiras experiências
julgamos o alcance de resultados positivos no fortalecimento do protagonismo e autonomia
da comunidade sob os processos de produção de saúde.
Palavras-chave: Saúde Indígena; Arte e Saúde; Atenção Primária; Psicologia e Povos Indígenas;
Saúde Mental.
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594
Desvelando afetos, atando laços: Experiências em Psicologia na aldeia Pitaguary
Autores(as): Maria Zelfa de Souza Feitosa (UFC), Zulmira Aurea Cruz Bomfim (UFC)
Resumo:
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595
Índios e a Cidade
Autores(as): Álvaro Pinto Palha Júnior (DSEI GUATOC/SESAI/MS)
Resumo:
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596
Juventude Indígena e Homossexualidade: desafios e tensionamentos em torno da identidade
indígena
Autores(as): Paulo de Tássio Borges da Silva (UERJ)
Resumo:
As pesquisas com as populações indígenas têm sido tensionadas pelas reflexões de gênero e
sexualidades, sendo a homossexualidade um dos motes desencadeados nesta discussão. Neste
contexto, os jovens indígenas que se assumem como homossexuais em suas comunidades
têm rompido e enunciado outras nuances neste campo. É a análise destas nuances que irei
perseguir neste texto, analisando as trajetórias de dois jovens indígenas que se nomeiam como
homossexuais, apresentando as possibilidades e desafios apresentados nestas trajetórias. Para
tanto, parto de minhas experiências etnográficas com alguns povos da região nordeste há mais
de uma década (Pataxó, Tupinambá e Pataxó Hã Hã Hãe), em particular com o Povo Pataxó,
bem como os povos Tupinikim e Guarani no Norte do Espírito Santo, buscando elucidar os
tensionamentos no diálogo entre homossexualidade e etnicidade. Vale dizer que esta análise
se insere em etnografias construídas com os povos citados acima a partir de 2006 até a presente
data, e em trabalhos como o texto “Notas sobre a Homossexualidade num ‘Regime de Índio’”,
publicado no dossiê “Diversidade Sexual e de Gênero em Áreas Rurais, Contextos Interioranos
e/ou Situações Etnicamente Diferenciadas: novos descentramentos em outras axialidades” da
ACENO- Revista de Antropologia do Centro – Oeste, em 2016, e o paper “O espectro das “perdas
culturais” em sexualidades indígenas indecidíveis” apresentado no Seminário “Foucault na
Amazônia? Sexualidades Indígenas”, organizado pelo NanSI/PPGAS-MN/UFRJ, NAIPE/PPGSA-
IFCH/UFRJ e CesTA/USP, em 2015. O estudo tem como aporte teórico as contribuições de
Fernandes (2015), Cariaga (2015), Tota (2013) e McCallum (2013). Ao analisar os estudos de
gênero e sexualidades com as populações indígenas, McCallum (2013) coloca que “a grande
maioria desses trabalhos aborda o gênero na perspectiva da heterossexualidade, sendo a
homossexualidade mencionada em alguns poucos casos” (MCCALLUM, 2013: p. 57). Desta
forma, como reflexões inconclusas a análise permite dizer que as trajetórias dos jovens
indígenas apresentadas no texto desafiam a normalização da identidade indígena pelo
dispositivo de sexualidade, bem como análises herméticas e neocoloniais que ainda trabalham
com referenciais que tem servido mais a contextos ocidentais, do que as sociedades indígenas.
Neste sentido, o estudo apresentado pode ser potente na construção de reflexões decoloniais
acerca da temática indígena.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
597
Juventude Indígena: A experiência da Comissão Nacional de Juventude Indígena- CNJI na luta
em prol da garantia dos direitos indígenas
Autores(as): Fernanda Rodrigues Machado Farias (UFC)
A Comissão Nacional de Juventude Indígena – CNJI foi criada para promover a mobilização e
organização da juventude indígena do Brasil, contribuindo com a luta pela garantia dos direitos
indígenas e pela valorização da identidade e a cultura desses povos. Este estudo foi realizado
durante os todos os anos de 2012 e 2013 a partir da pesquisa de campo presencial e virtual e o
acompanhamento das atividades, reuniões, encontros, vivências do cotidiano da CNJI. Teve por
objetivo identificar como se organiza a Comissão Nacional de Juventude – CNJI, a participação
enquanto movimento social que luta pela garantia de direitos específicos dos povos indígenas,
através do protagonismo de jovens indígenas, representantes da CNJI, buscando compreender
como se organizam e realizam o trabalho nas suas comunidades de origem, junto a outros.
A metodologia foi estruturada em pesquisa de campo, utilizando técnicas qualitativas como
observação participante, entrevistas e anotações em diários, analise (na esfera nacional) dos
documentos disponibilizados pela CNJI, participação de encontros e acompanhamento das
ações na internet (redes sociais e grupo de e-mails), do movimento de juventude indígena.
Analisa a participação desse novo movimento na luta pela garantia dos direitos indígenas,
destacando a sua especificidade e significado social na sociedade brasileira. Com este estudo,
estabeleci o diálogo entre os conhecimentos ancestrais e os conhecimentos acadêmicos
trazendo as reflexões da Juventude Indígena na produção acadêmica no campo da Educação;
mostrando que esses sujeitos em movimento podem ter a sua própria dinâmica educacional,
política, social e cultural; que eles estão além dos padrões estabelecidos pela sociedade de um
só sistema padrão de ensino. O movimento social, portanto, também é um espaço educativo e de
formação pessoal dos indivíduos. E o aprendizado em relação aos direitos tem a sua dimensão
na prática educativa e na teoria pedagógica. A frase de um jovem indígena na “Oficina de
Formação” de lideranças indígenas destaca isso: “A nossa luta não é mais com arco e flecha.
É com papel e caneta.”. Percebemos a importância da educação na vida desse jovem para a
luta pelos seus direitos e o do seu povo. A monografia está estruturada em três capítulos: no
primeiro, faço um detalhamento da metodologia que utilizei no estudo e como esse caminhar
se desenvolveu dentro da pesquisa; no segundo, faço breve histórico do movimento indígena
e como ele se constituiu no Brasil; no terceiro, relato a experiência da Comissão Nacional de
Juventude Indígena, trazendo os aspectos históricos da construção do movimento de juventude
indígena e a análise dos encontros de que participei; também analiso a contribuição da prática
pedagógica do Movimento Juventude Indígena como espaço de formação política dos jovens
indígenas e, por fim, exponho o encontro do movimento indígena com o de juventude indígena
na atuação pela luta dos direitos dos povos indígenas no Brasil.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
598
Juventude ou Juventudes Indígenas? Significados e Identificações dos Estudantes Sateré-Mawé
Autores(as): Marcos André Ferreira Estácio (UEA/UERJ/FAPEAM)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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599
Juventudes Indígenas em Movimento: Resistência Kanindé de Aratuba, Integração Internacional
e Interculturalidade na Unilab
Autores(as): Valdilane Santos Alexandre (UNILAB), Alexandrino Moreira Lopes (ICEN), Assis
Anderson Ribeiro da Silva (UNILAB), Elcimar Simão Martins (UNILAB), Jacqueline Cunha da
Serra Freire (UFPA)
Resumo:
Palavras-chave: Juventudes Indígenas; História de Vida; Rede JUBRA; Maciço de Baturité; UNILAB.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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600
Juventudes indígenas na interseção entre políticas indígenas/indigenistas e a afirmação do
sujeito de direitos “jovem indígena”
Autores(as): Assis da Costa Oliveira (UnB)
Resumo:
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601
Os guardiões da Memória e a juventude do Povo Kanindé de Aratuba-CE
Autores(as): Domingas da Silva (UNILAB)
Resumo:
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602
Visita a comunidade indígena Matões: Povo Anacé
Autores(as): Maria Eduarda Freitas Silva (UNILAB)
Resumo:
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603
A identidade juvenil entre os Pankararu na aldeia Brejo dos Padres
Autores(as): Flávia Guimarães de Carvalho Torres (UFPE)
Resumo;
O problema que busquei investigar nesse projeto foi como os Pankararu concebem juventude
na aldeia indígena Brejo dos Padres. Meu intuito foi realizar uma pesquisa etnográfica
através de trabalho de campo, observação participante e entrevistas semi estruturadas cujo
objetivo foi apreender o olhar juvenil sobre o que é “ser jovem”, buscando problematizar
essa categoria, introduzindo os sentidos atribuídos a ela pelos indígenas e investigando os
seus alargamentos. O debate sobre a categoria juventude ocorre sob muitas perspectivas e
dimensões. Entre elas, podemos pensar na idade cronológica dos indivíduos, nas experiências
vividas e as transições em curso. Parry Scott (2014) afirma que a plasticidade da identidade
de jovem tem destaque entre os estudos contemporâneos sobre juventude. Pensando na
pluralidade da categoria juventude citada por Scott, precisamos então nos perguntar: o que há
de comum entre a juventude Pankararu e outras juventudes? Segundo Elisa Guaraná de Souza
(2007), há entre os jovens questões e preocupações que apontam para uma posição no espaço
social. Essas questões unificam uma condição social, pois ocupam uma condição subalterna
na hierarquia social. Entre as questões e preocupações que apontam para a condição juvenil,
há entre os jovens Pankararu a preocupação com o acesso ao mercado de trabalho, com a
aceitação dos pais com a profissão escolhida, a sua condição financeira futura, o sonho de
mudar a realidade social, entre outros, questões que aproximam a sua realidade social de
diversos jovens, inclusive da autora desse projeto. Podemos falar na categoria “juventude
indígena” que vem sendo construída nas ciências sociais através de estudos sobre movimentos
de juventude indígena e o protagonismo do jovem nas suas comunidades ou redes online. Além
disso, através do acesso a educação (mais escasso nas gerações anteriores), os jovens assumem
postos de direção política e econômica nas suas aldeias. Tornam-se professores, agentes de
saúde, agentes ambientais, etc., e participam ativamente do movimento indígena. Pode-se dizer
que a escolaridade contribui para a construção da categoria jovem indígena, permitindo a
formação e especificação da mesma (NETO DO VALLE e RANGEL, 2008, p. 255.). A construção da
identidade de “jovem” na aldeia Brejo dos Padres em parte está relacionada com a atuação do
indivíduo frente ao contexto vivenciado por ele, ou seja, ao seu engajamento para transformar
a sua realidade social. Digo em parte, pois a experiência que tive com a juventude Pankararu
na construção dessa pesquisa foi justamente analisando a categoria juventude a partir dos
seus movimentos sociais. Nesse contexto a identidade de jovens inseridos nos movimentos
de juventude se constitui em relação a jovens que não fazem parte desses grupos. Vivenciar a
luta Pankararu é estar inserido nos movimentos e articulações indígenas, e no caso dos jovens,
aos movimentos de juventude indígena. Segundo interlocutores entrevistados, ser jovem, é
ser “guerreiro Pankararu”, é articular-se com jovens e lideranças, pois “não há idade para ser
jovem, o que faz o jovem é a luta”.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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604
GT 22 - Juventudes na Justiça: perspectivas de efetivação de direito
Coordenadores: Hebe Signorini Gonçalves (UFRJ), Andrea Cristina Coelho Scisleski (UCDB) e
Rafael Reis da Luz (Estácio/TJ-RJ)
Resumo Geral:
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605
(Re)Pensando a Socioeducação: Uma Experiencia de intervenção em um Centro de Privação
de Liberdade
Autores(as): Amanda Lívia de Lima Cavalcante (UFC), Ana Jéssica de Lima Cavalcante (UFC)
Resumo:
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606
A escuta de orientação psicanalítica ao adolescente em conflito com a lei
Autores(as): Rossana Viégas Sena (UNIFOR), Leônia Cavalcante Teixeira (UNIFOR), Wecia
Mualem Sousa de Moraes (Unifor)
Resumo:
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607
A experiência da justiça restaurativa cearense e o direito à participação
Autores(as): Maria Isabel Rocha Bezerra Sousa (UFC), Jéssica Araujo da Silva (Uniestácio),
Vanessa de Lima Marques Santiago (UFC)
Resumo:
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608
A Produção do “Jovem Infrator” na Contemporaneidade: O Governo de Juventudes Desiguais
Autores(as): Jéssica Pascoalino Pinheiro (UFC), João Paulo Pereira Barros (UFC)
Resumo:
A partir de uma perspectiva genealógica, pretende-se traçar linhas de saber-poder que atuam
na produção social da figura do sujeito infrator associada a determinadas juventudes no Brasil,
criminalizando-a. Serão realizados diálogos teóricos com estudos na área da Psicologia Social,
tomando as discussões foucaultianas para pensar os modos de subjetivação juvenis. Este
trabalho integra construções teóricas acerca do objetivo geral de um projeto de dissertação
que representa um dos desdobramentos da Pesquisa Guarda-chuva intitulada “Juventude
e Violência Urbana: cartografia de processos de subjetivação na cidade de Fortaleza -CE”,
desenvolvida pelo “Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violências e Produção de
Subjetividades” (VIESES), ligado ao Departamento de Psicologia da UFC. Contrapondo-se ao
atravessamento de uma subjetividade capitalística no modo de ser juvenil contemporâneo que
estabelece parâmetros que homogeneízam maneiras de ser e estar no mundo, enrijecendo
territórios existenciais juvenis, afirmam-se linhas de fuga que operam na multiplicidade e
na diferença, enfatizando processualidades em modos de subjetivação juvenis (COIMBRA;
BOCCO; NASCIMENTO, 2005). Destaca-se que a construção do duplo ético-moral do sujeito
jurídico na modernidade visa punir não especificamente o delito cometido, mas um modo de
ser específico (figura do “delinquente”) que remete ao desvio da norma vigente. Para tanto,
realizam-se discursos minuciosos acerca deste sujeito; um esquadrinhamento de sua história
de vida para identificar aspectos “desviantes” que legitimem a prática do ato infracional.
Salienta-se que as tecnologias de poder vigentes produzem modos de subjetivação; modos de
sociabilidade e produções territoriais que constituem a figura do “delinquente” (FOUCAULT,
1975). O controle social da juventude no Brasil contemporâneo, principalmente em relação
aos jovens que cometeram ato infracional, intensifica-se via processos de psiquiatrização e
criminalização destas juventudes. Tais práticas dificultam intervenções sociais que construam
mudanças efetivas e culminam em micropenalidades direcionadas a estes jovens; ao aumento
no índice de privação de liberdade, entrelaçada a uma cultura da institucionalização e ao próprio
extermínio de jovens negros e moradores da periferia. A predominância de saberes e práticas
psi que operam em torno de problematizações e conflitos da e na juventude caracterizam
os processos de psiquiatrização deste segmento populacional, lógica presente na gestão dos
riscos que a juventude “em conflito com a lei” representa ao campo social (VICENTIN, et. al,
2010). A operacionalização das medidas socioeducativas reforça, em muitos casos, construções
históricas que naturalizam a associação entre juventude pobre e periculosidade social -processo
de criminalização da pobreza- (COIMBRA, 2003), uma vez que o “jovem infrator” aparece em
evidência para a Lei a partir do momento em que viola um direito do Outro, relacionando-se
com o sistema judiciário e com a sociedade por meio da figura do “agressor” (SCISLESKI, et. al.,
2015).
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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609
Adolescências e juventudes: perspectivas de conselheiros (as) de direitos da sociedade civil
Autores(as): Ana Camila Ribeiro de Paula (UECE), Leila Maria Passos de Souza Bezerra (UFC)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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610
Adolescentes em conflito com a lei: saberes jurídicos e policiais
Autores(as): Julian Bruno Gonçalves Santos (URCA), Antonio dos Santos Pinheiro (URCA)
Resumo:
A presente pesquisa trata de uma abordagem discursiva acerca dos adolescentes em conflito
com a lei, buscando compreender as classificações jurídicas e os dispositivos disciplinares
aplicados aos jovens que cometeram algum tipo de ato classificado pelo sistema de justiça
como infracional. Apoiando-se nas contribuições teórico-empíricas de Michel Misse, Paiva &
Santo Sé e Michel Foucault, que trabalham temas como sujeição criminal, encarceramento,
classificações e saberes jurídicos, este trabalho discute a problemática da criminalidade e
violência juvenil, investigando como operam os saberes institucionalizados: se como fatores
de proteção ou de punição. Trata-se, pois, de tema pertinente ao eixo temático “Juventudes,
violência e conflito”, objetivando contribuir com a discussão. Os saberes jurídicos policiais,
quando aplicados aos adolescentes em conflito com a lei, buscam inscrevê-los como sujeitos
passíveis de punição. Tais saberes podem ser visualizados em peças acusatórias como
boletins de ocorrência e inquéritos. Essas peças, importantes na construção social, policial e
jurídica do infrator, devem respeitar o Princípio da proteção integral e do Superior interesse
do adolescente, dispondo de meios efetivos e específicos para garantir direitos. Mas de que
forma esses saberes concretizam direitos? Consta nas peças informações ao adolescente sobre
esses direitos? De que maneira acontece tal informação? Quais ações objetivam atender aos
princípios jurídicos de proteção? Considerando tais questionamentos, o objetivo da pesquisa
foi realizar uma análise das peças policiais, buscando identificar elementos que contribuem
para o respeito às garantias e direitos do adolescente. A metodologia procedeu da seleção dos
boletins de ocorrência e inquéritos, registrados e instaurados no ano de 2016, totalizando 165
peças. A pesquisa foi realizada na 19ª Delegacia Regional, na cidade de Crato, Ceará. Verificou-
se que a prática policial é padronizada e burocrática, que só alguns documentos citam o
ECA ou a Constituição, suscintamente, sem contextualizar com o caso e com a situação do
adolescente. Verificou-se também que muitos instrumentos não apresentam o ato infracional
como análogo ao previsto no código penal, não separando o sistema penal do adulto e do
adolescente, que nem todos os instrumentos trazem informações sobre reincidência, que nem
todos os boletins e inquéritos apresentam nota de ciência de garantias, e que os pedidos de
internação provisória acontecem para atos infracionais de baixa lesividade. A análise apontou
que os saberes policiais valorizam mais aspectos formais do atendimento, enfatizando pouco
os dispositivos legais de proteção. Pode-se inferir que se atende mais uma política de controle
da violência, em que o adolescente é sujeitado a cumprir um rito procedimental que pouco
o orienta sobre direitos, encontrando no sistema de proteção um obstáculo, em sua etapa
inicial, que dificulta o processo de ressocialização, pois não considera a possibilidade de
pensar algumas infrações como problema de saúde pública, política educacional ou mesmo
reparação social do dano, impossibilitando suas conquistas de cidadania.
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611
Adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas: de que ressocialização estamos
falando?
Autores(as): Laíza da Silva Sardinha (UFRJ), Pedro Paulo Gastalho de Bicalho (CFP)
Resumo:
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612
Atendimento interdisciplinar de um adolescente em conflito com a lei na Clínica de Direitos
Humanos da Devry|Fanor: relato de experiência
Autores(as): Antônio Rogério Paulo de Sousa (Devry/FANOR), Isadora Dias Gomes (UFC)
Resumo:
A Clínica de Direitos Humanos (CDH) da Devry|Fanor é uma clínica pioneira no Brasil, pois
integra tanto o atendimento psicológico como a assistência jurídica a pessoa ou família
que tiveram seus direitos violados. Apresentaremos um relato de experiência que destaca a
atuação interdisciplinar nas medidas socioeducativas (MSE) em Fortaleza. As MSE são medidas
aplicáveis a adolescentes que estão em conflito com a lei prevista no Sistema Nacional de
Atendimento socioeducativo (SINASE). As MSE, apesar de configurarem resposta à prática de
um delito, apresentam um caráter predominantemente educativo e não punitivo, porém o
sistema socioeducativo do estado do Ceará tem passado por uma realidade bastante complexa
e violenta. Temos por objetivo apresentar um recorte do atendimento de um adolescente em
cumprimento de MSE realizado na CDH do Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ) da Devry|Fanor.
O presente relato foi desenvolvido pelo discente de psicologia a partir das escutas individuais
e coletivos do adolescente, da genitora e dos diversos profissionais do Centro Referência
Especializados da Assistência Social – CREAS. A CDH do NPJ está sendo implantada desde o
ano de 2016 através da parceria do Coletivo de Estudos, Pesquisas e Intervenções em Direitos
Humanos e Justiça (CEPIDH-jus) vinculado ao curso de Psicologia, com o curso do Direito da
Faculdade, o Ministério Público, o Juizado da Infância e Juventude e o CREAS Mucuripe, com o
objetivo de atender qualquer pessoa ou família que tiveram seus direitos humanos violados. O
primeiro público alvo escolhido foram os adolescentes que estão cumprindo MSE em meio aberto
(Prestação de Serviço a Comunidade e Liberdade Assistida). No caso relatado o adolescente
estava prestando serviço em uma escola pública. Pedro (Nome fictício) tem quatorze anos,
morava com a mãe e era sua primeira MSE. Após as escutas psicológicas tanto individuais como
coletivas, foi percebido que o contexto social de Pedro é bastante complexo, perpassado por
diversos tipos de violência: a figura paterna é tida como “desgraça” (sic) devido ao abandono
sofrido, a genitora utiliza-se de métodos punitivos para educá-lo “Ela me prende em casa” (sic),
o adolescente não saía de casa devido às ameaças sofridas e não vinha frequentando a escola.
Ressaltamos que mesmo com pouco tempo de vínculo foram perceptíveis os benefícios do
atendimento para ambos – especialmente, na caracterização de uma relação de confiança –
o que refletiu positivamente no cumprimento da MSE durante certo tempo, porém devido ao
contexto de vulnerabilidade social, dos conflitos entre o Pedro e sua genitora os mesmos não
conseguiram dar continuidade aos atendimentos. Esperamos que, por intermédio da CDH, a
academia, enquanto parte da sociedade civil, possa ajudar colocar em prática o que o artigo
4º do Estatuto da Criança e do Adolescente prevê: “É dever da família, da comunidade, da
sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos
seus direitos fundamentais”, sendo uma possibilidade na diminuição da violência sofrida e
praticada pelos adolescentes que estão em conflito, com a lei e com diversas outras questões.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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613
Cartografando as Medidas Socioeducativas em Meio Aberto no Município de Fortaleza
Autores(as): Luara da Costa França (UFC), Luciana Lobo Miranda (UFC)
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo descrever e analisar as práticas que atravessam a
operacionalização das medidas socioeducativas em meio aberto (Liberdade Assistida-LA
e Prestação de Serviço à Comunidade-PSC) no Município de Fortaleza, a partir da analítica
foucaultiana. Metodologicamente, fizemos uma pesquisa intervenção baseada no método
cartográfico. Realizamos visitas aos espaços onde se operacionalizavam as medidas (Núcleos
e os Centros de Referências Especializados de Assistência Social-CREAS) nas regionais de
Fortaleza onde participamos de grupos de acolhidas de socioeducandos e de atendimento de
construção de Plano Individual de Atendimento (PIA). Buscou-se cartografar a aplicação da
Liberdade Assistida e da Prestação de Serviço à Comunidade através do uso de diários de bordo e
de entrevistas com técnicos, adolescentes e familiares. Fez-se necessário investigar o território
discursivo de construção da adolescência (em especial, da adolescência infratora, percebendo
a disputa dos termos “adolescência” e “juventude”), bem como o cenário histórico brasileiro,
entendendo-os como condição de possibilidade para a invenção das medidas socioeducativas.
Usamos das contribuições de Foucault acerca do biopoder, ao articular as práticas disciplinares
(que incidem sobre o socioeducando) e práticas biopolíticas que gerenciam a população da
adolescência pobre/infratora. Usamos como elementos de análises algumas cenas enunciativas
que se destacaram no processo de produção do campo que sistematizamos em os três A
(Acolher, Assinar e Aderir) e os três C (Cidadania, Confissão e Contestação da LA e da PSC),
oriundas de momentos informais (salas de espera, corredores, “cafezinhos”, telefonemas), bem
como entrevistas gravadas e transcritas, por exemplo. Analisamos o processo de “acolhimento”
do adolescente e da família pela equipe. A equipe de acompanhamento dos adolescentes em
cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto, composta por psicólogos, assistentes
sociais, pedagogos, advogados, entre outros acionam práticas de normalização, sejam a partir do
ritual da assinatura, sejam pela classificação do socioeducando em aquele que “adere” e o que
“não-adere”. Outro aspecto que nos chamou atenção é como a condição de cidadania aparece
ora atrelada a feitura da carteira de identidade ou mesmo possuir documentos identificatórios,
ora como lugar discursivo. Assim os adolescentes eram subjetivados pelos instituídos do “ser
cidadão” (como aquele obediente, bom menino) que se oporia ao “ser vagabundo” (aquele que
oferece risco a população e ao cidadão “de bem”). Descrevemos também práticas confessionais,
que eram reativadas na operacionalização das medidas. O encontro com os adolescentes,
familiares e a equipe produziram contestações e questionamentos acerca da LA e da PSC. Por
fim, analisa-se também a implicação do pesquisador no próprio pesquisar.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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614
Drogas e adolescência: critérios utilizados por alguns operadores do direito no julgamento de
porte de drogas ilícitas
Autores(as): Luara da Costa França (UFC), Ricardo Pimentel Méllo (UFC)
Resumo:
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em: <http://www.jubra2017.com.br>
615
Entre a cultura consumista e a privação de liberdade
Autores(as): Camylla Sales da Silva Santana (UFPE)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
616
Entre a escola e o mundo institucional de proteção à infância e à adolescência: os “menores”
depois do ECA
Autores(as): Sarah Laurindo Monteiro (PUC-RJ)
Resumo:
Este trabalho tem por objetivo entender o circuito de proteção à infância e adolescência, criado
a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), representado pelo recorte de duas
instituições: o Conselho Tutelar e o Sistema Socioeducativo. Isto por perceber tais entidades
como potenciais na efetivação especificamente do direito à educação escolar de crianças e
adolescentes que, por ventura, encontram-se no limiar do jogo escolar, focaremos no segundo
grupo etário. O circuito de proteção inicia-se pela família, escola e comunidade. E, quando
há violação de direitos, o Conselho Tutelar é acionado. Em outras situações, especificamente
quando se trata de adolescentes em conflito com a lei, o ECA prevê a atuação do Sistema
Socioeducativo. Em tese, todo adolescente se configura como sujeito de direitos e é protegido
pelas instituições. Sem dúvida, ter claro o papel social de aluno favorece o processo para que o
tratamento dispensado a tal grupo seja o previsto. Ao contrário, na medida em que se aproxima
das fronteiras dessa rede de proteção institucional, mais distante tal grupo de indivíduos fica
da representação ideal de sujeitos, por conseguinte, também de alunos e mais próximos da
antiga ideia de “menor”.Os que estão na berlinda do jogo escolar – os infrequentes – e aqueles
que já saíram – os “abandonantes” e os “evadidos” – ficam expostos a desenvolver trajetórias
não esperadas como o ingresso no mundo do trabalho ou a entrada no mundo do crime. Para
a primeira opção o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) propôs a criminalização e
para a segunda, a socioeducação aparece como alternativa. Busca-se então compreender o
percurso dos alunos que estão com um pé dentro da escola e com outro quase fora dela. Para
daí perceber em que medida as práticas sociais, influenciadas por diferentes representações
nutridas sobre a adolescência, aproximam-se e/ou se afastam da normatividade apontada pelo
ECA. O pressuposto é que estar fora ou quase fora da escola significa antes de mais nada, estar
longe da condição de sujeito, de ser visto como tal. Se é “mais” adolescente na medida em que
se constrói o papel social de aluno. Quando ocorre o contrário, mais uma vez nos aproximamos
do mundo do “menor”. Se o trabalho se torna a alternativa, mais cedo se chega à vida adulta, se
por ventura ocorre a entrada no mundo do crime, a vida adulta aparece com outros contornos,
no papel de “bandido”, “delinquente”. Uma das ambiguidades brasileiras é estar na vanguarda
do ordenamento jurídico da problemática infanto-juvenil, uma vez que o ECA, sem sombra de
dúvidas, é uma das leis mais avançadas do mundo. Mas, por outro lado, com a pertinência dos
problemas sociais, as mais precárias condições de vida se perpetuam especialmente entre o
público juvenil. Persiste o estereótipo do jovem pobre, um dos principais obstáculos para a
resolução dos problemas sociais no Brasil. E a este tipo pode ser acrescentado o conectivo
de raça: jovem pobre e negro. Fundamental, no entanto, para a passagem da mudança é dar
importância à escola, fortalecendo-a institucionalmente, na medida em que também são
valorizadas outras instituições do circuito de proteção.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
617
Identidade e Transgressões de Jovens Mulheres no Sistema Socioeducativo
Autores(as): Jordana Silva Duarte (CREAS), Anne Graça de Sousa Andrade (FLF)
Resumo:
O presente trabalho busco através de pesquisa traçar o perfil de jovens adolescentes do sexo
feminino que cumpriram medidas socioeducativas em meio aberto na cidade de sobral. A
busca sobre essa temática é relevância dos crescentes números de crimes envolvendo jovens.
Segundo o mapeamento do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção
do Delito e Tratamento do Delinquente (ILANUD, 2007), o Estado do Ceará aparece em 5º lugar
no país em relação quantidade de adolescente cumprindo medidas socioeducativas, com 1.800
adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto. Ao analisar o
crescente número de jovens que cumprem medidas socioeducativas ao longo dos anos, em
face da grande incidência de crianças e adolescentes na vida do crime, sobretudo na cidade de
Sobral, interior do Estado do Ceara, desenvolvi essa temática a partir de uma vivência prévia
em uma Instituição que realiza acompanhamentos com esses adolescentes, buscando um olhar
mais visível para o sexo feminino. O objetivo do trabalho foi conhecer as vivências da prática
de atos infracionais na vida de jovens adolescentes do sexo feminino, assim como traçar o
perfil sociodemografico dessas jovens, que estavam sendo acompanhadas no Creas em Sobral.
De acordo com Vergara (2004) as mulheres tem um histórico de violência sofrida, tanto no
âmbito familiar, como no âmbito social, podendo ser frequentemente vítimas de maus
tratos ou abuso de drogas. Para Coelho e Rosa (2013) este ciclo de violência e sofrimento,
iniciado no meio intrafamiliar, representa um elo sequencial de inúmeros acontecimentos,
desde a infância ao período atual, que acabam traçando a trajetória de um percentual da
população feminina. Entrevistamos jovens adolescentes do sexo feminino, na faixa etária de 13
a 17 anos, que cumprem medidas socioeducativas de liberdade assistida. As entrevistas foram
individuais.Cada adolescente respondeu ao questionário sociodemográfico e participaram de
uma entrevista semiestruturada. Como resultados pudemos traçar o perfil das adolescentes,
por questões metodológicas, dividimos em dois momentos: o primeiro conta de informações
colhidas do questionário sociodemografico aplicado; e o segundo refere-se a uma parte da
entrevista semiestruturada. O questionário sociodemográfico apresenta informações quanto
a idade, escolaridade, grupo de pessoas com a qual a adolescente reside, ato infracional,
estado civil, reincidência de ato infracional, uso de substâncias psicoativas, relação familiar,
dentre outros. No segundo momento traçamos as relações das socioeducandas envolvendo
temáticas como percepções do ato infracional, da instituição de acompanhamento, da medida
socioeducativa e sobre perspectivas futuras. Uma pesquisa objetivada como essa, realizada
sobre os aportes epistemológicos feministas e de gênero, podem ser um víeis de amplitude
para (re)pensar e (re)construir novos caminhos que possam melhor reconhecer essas meninas
que também são sujeitas de direitos, e que representando a categoria por mais que sejam
minoria no sistema socioeducativo.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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618
Jovens e Ato Infracional: trajetórias marcadas pela escola e pela justiça
Autores(as): Débora Cristina Fonseca (UNESP-RIo Claro), Claudia Regonha Suster (Unesp-Rio
Claro), Priscila Carla Cardoso (Unesp)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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619
Juventude, Criminalidade e Pobreza: (Des)Construções a Partir da Psicologia Social
Autores(as): Amanda Bezerra Lopes (FLF), Samillya Tomás dos Santos (FLF), Alexsandra Maria
Sousa Silva (FLF), Ana Lenise Melo Júlio (FLF)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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620
Juventude, Movimentos Sociais e a Construção de Direitos.
Autores(as): Vanessa Dias Pantoja (UFPA), Adrea Simone Canto Lopes (SEMEC), Ana Leticia da
Costa Praia (UFPA)
Resumo:
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621
Juventudes em Medidas Socioeducativas: Potencialidades juvenis frente aos limites éticos da
justiça
Autores(as): Alisson Tiago Gonçalves Vieira (UFAL)
Resumo:
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622
Práticas Discursivas e Efetivação de Direitos no Acolhimento Institucional de Crianças,
Adolescentes e Jovens
Autores(as): Júnia Aparecida Ferreira (PUC-Minas)
Resumo:
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623
Preparação de crianças e adolescentes para adoção: desafios para efetivação do direito à
convivência familiar
Autores(as): Jessica Hellen Santos Batista (UFPE), Jessie Normany da Fonseca Santana (UFPE)
Resumo:
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624
Rolezinho de uma vida que insiste: juventude e práticas de segurança
Autores(as): Giovana Barbieri Galeano (UCDB), Andrea Cristina Coelho Scisleski (UCDB), Giovani
do Carmo Júnior (UCDB)
Resumo:
Este trabalho emerge de uma pesquisa de mestrado que tem como objetivo pensar como as
práticas direcionadas à juventude produzem formas de governo da/na cidade. Tomamos como
orientadores teóricos os estudos de Michel Foucault, Giorgio Agamben e Walter Benjamin, pois
os autores possibilitam pensar as técnicas de gestão da vida e como se produzem práticas
de resistência que fazem a denúncia não apenas das violações de direitos, mas da época
que torna possível determinado tipo de intervenção. É importante ressaltar que por governo
compreendemos todo um conjunto estratégico de intervenção e implica a produção de saber
sobre a população. As políticas públicas são, por exemplo, uma dessas estratégias, pois se
direcionam a população de modo a, além de prescrever intervenções, produzir conhecimento
sobre a realidade na qual a determinada categorial populacional está inserida. No contexto
das práticas de governo direcionadas à juventude, o rolezinho é o elemento a partir do
qual problematizamos tanto o governo dessa população, quanto as práticas de resistência,
enquanto função política, da juventude. Entre 2013 e 2016 à reunião de jovens em shoppings
do país foi atribuído o nome de rolezinhos. Os eventos eram marcados através de redes sociais
pelas quais os jovens se comunicavam. “Dar um role”, gíria associada a uma atividade de
lazer que implica a reunião com outras pessoas interessadas em passear, fora transformado
em um problema quando deslocado para o rolezinho no shopping, espaço de comércio não
tão popular e com preços pouco acessíveis - se comparado às lojas comerciais dos centros
da cidade. Esses eventos foram caracterizados pela presença de adolescentes moradores das
periferias urbanas ao utilizarem os shoppings centers das cidades para passear. Ocorre que
o rolezinho fez com que os proprietários e demais frequentadores desse espaço solicitassem
judicialmente o impedimento da realização do evento, barrando, assim, o acesso desses jovens
em especifico. Aos rolezinhos foram associadas, assim, queixas de roubos, perturbação da
ordem pública e uso de drogas e o evento transformado em problema para/por uma parcela da
população que frequenta o estabelecimento e para/pelos lojistas, e recrutando as instituições
da justiça e da segurança. Dentre os equentadores do shopping, contudo, estão não apenas
jovens da periferia, mas aqueles de escolas particulares das imediações do estabelecimento
e que utilizam o espaço para se reunirem, não apenas aos finais de semana, mas durante a
semana; a esse público, contudo, não se aciona a polícia. O que se visibiliza são ações que, em
nome da segurança, produzem qualificações das vidas donde a algumas medidas punitivas são
operacionalizadas, mesmo que não tenham ocorrido infrações. Um dos efeitos desse tipo de
intervenção na parcela pobre da juventude são a marginalização e a expulsão de certos espaços
nos quais apenas determinados sujeitos teriam direito de circular, contudo, argumentamos que
os rolezinhos têm uma função política, visto que possibilita dar visibilidade a uma vida que
insiste, e resiste, mesmo diante da produção incessante de condições de impossibilidade e
violações de direitos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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625
Socialização legal: como se formam as percepções dos jovens sobre as leis
Autores(as): Debora Piccirillo Barbosa da Veiga (NEV/SP), Aline Mizutani Gomes (NEV/USP),
Renan Theodoro de Oliveira (NEV/SP)
Resumo:
Nos estudos da sociologia, psicologia social e criminologia costuma-se observar a relação dos
jovens com as autoridades a partir de duas perspectivas dominantes: o jovem em conflito com a
lei ou como vítima da violência. É possível elencar outra perspectiva, a do jovem como cidadão
em formação e como as relações com as autoridades moldam as atitudes e comportamentos
desses jovens. O campo da socialização legal busca compreender o papel que as experiências
com as autoridades legais têm na formação de expectativas e percepções dos jovens sobre
o sistema de justiça e os direitos. Mais especificamente, a teoria da justiça procedimental
ressalta que durante os contatos com as autoridades, os indivíduos recebem mensagens que
indicam como eles são vistos pela sociedade, o que é particularmente importante na infância
e adolescência (Tyler et al., 2014; Justice & Meares, 2014). Assim, quando um agente estatal age
de maneira injusta ou violenta ela indica que o indivíduo não é reconhecido pela sociedade e
pelo Estado como pertencente ao sistema de direitos. Ao contrário, quando há um tratamento
justo, igualitário, com procedimentos transparentes e que dá oportunidade do indivíduo se
expressar, a mensagem transmitida é de pertencimento a uma sociedade guiada por regras
e leis que são aplicadas por autoridades legítimas. Essa discussão é fundamental para um
Sistema de Garantia de Direitos. O tratamento dispensado pelas autoridades fomenta modelos
de socialização com consequências distintas para o futuro dos jovens. Um modelo coercitivo
de conduta estimula uma relação de obediência instrumental com as autoridades em que o
acesso aos direitos se dá pela via do clientelismo. Quando atua dentro de limites socialmente
reconhecidos, há um modelo consensual de exercício do poder que engendra o aprendizado dos
direitos e possibilita atitudes críticas frente as autoridades, abrindo espaço para a cooperação
com as instituições (Tyler e Trinkner, 2016). Nesse sentido, este trabalho tem o objetivo de
apresentar o campo de discussões da socialização legal, destacando as contribuições da teoria
da justiça procedimental e das abordagens coercitiva e consensual na análise das relações
entre jovens e autoridades. Foi realizado um levantamento bibliográfico acerca dos estudos
já realizados nessa área e observou-se que a maioria das pesquisas foram realizadas em
contexto anglo-saxão. Além disso, poucos estudos consideram cenários de vitimização de
jovens no processo de socialização legal, ou seja, como crenças e atitudes sobre regras, leis e
autoridades podem ser influenciadas pelas experiências de violência vivenciadas pelos jovens.
Desse modo, conclui-se pela necessidade de pesquisas que considerem as especificidades da
realidade da juventude no Brasil. A formação de jovens conscientes de seus direitos e de seu
papel transformador passa pela compreensão da relação entre jovens, autoridades e direitos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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626
Subjetividades e medida socioeducativa de Internação: Cartografia de práticas institucionais
em Fortaleza
Autores(as): Filipe Augusto Barbosa Alencar (UFC), João Paulo Pereira Barros (UFC)
Resumo:
O tema “segurança pública” tem recebido cada vez mais destaque na sociedade brasileira,
proliferando-se assuntos relacionados à “criminalidade”, que ganham destaque, inclusive,
em plataformas políticas de candidatos nas eleições, trazendo em seu rastro a questão das
penalizações direcionadas a pessoas que transgridem certas leis. Em se tratando de jovens
entre 12 e 17 anos de idade, pululam formações discursivas que apontam a ausência de
responsabilização de jovens a quem se atribui autoria de ato infracional (BRASIL, 2011), o
que proporcionaria um suposto incremento na criminalidade por conta da falta de punições
adequadas a tais sujeitos. O estado do Ceará tem chamado atenção por conta da má condução
das medidas socioeducativas de privação de liberdade, o que ensejou, no ano de 2015, denúncia
na Corte Interamericana de Direitos Humanos protocolada por entidades da sociedade civil.
O presente trabalho trata-se de relato de pesquisa realizada entre agosto de 2015 e julho
de 2016 em uma unidade de internação de jovens do sexo masculino “em conflito com a lei”,
em Fortaleza. Tomamos como objeto as práticas institucionais presentes no contexto daquele
território, cartografando-as e discutindo impasses da socioeducação no contexto cearense a
partir da análise de cenas cotidianas no referido estabelecimento, bem como problematizando
implicações de práticas psicológicas no contexto da operacionalização de medidas
socioeducativas de privação de liberdade. Trabalhamos com análises de registros em diário
de campo da inserção no cotidiano de uma unidade e de relatórios produzidos pela equipe
técnica lá presente. Este relato vai ao encontro da temática sugerida pelo Eixo 2: “Juventudes,
violência e conflito”, bem como coaduna-se à proposta colocada pelo GT “Juventudes na
Justiça: perspectivas de efetivação de direitos”, haja vista tratar da operacionalização da
política de atendimento socioeducativo, notadamente acerca das medidas socioeducativas de
privação de liberdade no contexto cearense. Além da cartografia como método de pesquisa-
intervenção, nossas análises valeram-se de debates a partir de autores em Psicologia Social
que dialogam com referenciais pós-estruturalistas ou da filosofia da diferença, como os
estudos de Michel Foucault, bem como da criminologia crítica, como os de Loïc Wacquant e
Vera Malaguti Batista. Pôde-se observar que, inseridos numa lógica penal-punitiva, processos
de estigmatização, discursos de “medo e segurança” e práticas punitivas atualizavam linhas
de saber-poder-subjetivação operadas em cenas de agressões e torturas. Tais linhas faziam-
se presentes, ainda, em práticas de exame nos relatórios “psi”, ao mesmo tempo em que os
convertia em estratégias de resistência na medida em que se valiam de estigmatizações para
justificar pareceres pelo término das medidas. Ainda, rebeliões e motins atualizavam linhas
de resistência no território. Mostrou-se necessário refletir acerca da participação dos atores
envolvidos no processo de operacionalização de medidas socioeducativas, bem como sobre
possibilidades de superação do viés penal-punitivo e das próprias práticas de encarceramento.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
627
Histórias Desmedidas: Grupo de Discussão sobre Juventudes e Direitos Humanos em Fortaleza.
Autores(as): Sarah Rabelo Cavalcante (UFC), Clara Oliveira Barreto Cavalcante (UNIFOR),
Jéssica Pascoalino Pinheiro (UFC), João Paulo Pereira Barros (UFC)
Resumo:
O Projeto “Histórias Desmedidas: Trajetórias Juvenis e Outros Riscos” é uma extensão vinculada
ao “Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violências e Produção de Subjetividades”
(VIESES), ligado ao Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Possui duas vertentes interventivas: Realizar grupos de discussão com jovens em cumprimento
de medida socioeducativa de meio aberto; Contribuir com o monitoramento do sistema
socioeducativo local realizado pelo Fórum de Organizações Não Governamentais em
Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes do Ceará (DCA). O presente trabalho enfoca
a primeira frente de intervenção do projeto, acompanhando jovens em cumprimento de
medida de Prestação de Serviços à Comunidade no CUCA da Barra do Ceará e colaborando
para o fortalecimento de formas de responsabilização juvenil em meio aberto. A Rede CUCA,
o principal dispositivo da política pública de juventude na cidade de Fortaleza, é composta
por três equipamentos localizados em áreas de maior vulnerabilidade social (Barra do Ceará,
Jangurussu e Mondubim). O presente trabalho dialoga com a proposta do GT “Juventudes na
Justiça: perspectivas de efetivação de direitos”, por explicitar intervenções com juventudes que
colocam em análise práticas de captura e resistência aos processos de sujeição criminal que
atravessam as histórias de vida de jovens ditos “infratores”. Nos anos de 2016 e 2017, foram
realizados dois ciclos dos grupos de discussão, cada um com cerca de 10 jovens. Os grupos de
discussão são operacionalizados mediante oficinas temáticas ligadas às condições juvenis na
contemporaneidade. As estratégias metodológicas usadas nas oficinas são definidas ao longo
dos encontros e se sustentam em quatro pilares: abertura do dispositivo-grupo para os jovens
compartilharem suas histórias de vida, enfocando especificidades e convergências entre si; as
temáticas, ligadas ao campo dos direitos humanos, são escolhidas pelos jovens; cada oficina
deve gerar um produto que reverbere no equipamento social e na comunidade; os recursos
metodológicos devem explorar potencialidades dos territórios existenciais juvenis, como por
exemplo, letras de músicas, oficina de rap, grafite, esquete teatral, produção de fanzines, etc.
Eis alguns temas até então trabalhados entre 2016 e 2017: Juventudes e ECA; Trajetórias Sócio-
comunitárias; Medidas Socioeducativas; Racismo; Violência Policial; Perspectivas de futuro.
Nos encontros sobressaem-se narrativas relacionadas à personificação do inimigo social
pelas juventudes negra e pobre (FOUCAULT, 2015); à perpetuação de dinâmicas sociais e
institucionais que reiteram a produção de sujeitos potencialmente perigosos (COIMBRA, 2006)
e à acentuação de jovens “infratores” como “vidas indignas” (AGAMBEN, 2007). Destacam-
se narrativas de histórias de vida atravessadas por múltiplas negações/violações de direito
e por estigmatizações territoriais. Porém, emergem narrativas que também esboçam riscar
novas históricas a partir da desnaturalização de assujeitamentos juvenis, o que endossa a
aposta ético-estético-política no dispositivo-grupal no trabalho com jovens a quem se atribui
o cometimento de ato infracional.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
628
GT 23 - Juventudes no ensino superior: sistemas de cotas, pobreza e Ruralidade
Coordenadores: Verônica Morais Ximenes (UFC), Alexsandra Maria Sousa Silva (UFC) e
Márcia Kelma de Alencar Abreu (URCA)
Resumo Geral:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
629
Novas configurações de acesso: discutindo a implementação do SiSU
Autores(as): Thainara Cristina de Castro Ariovaldo (UFMG)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
630
Fórum permanente de acompanhamento, discussão e avaliação das cotas na UFPA: realidade
e desafios
Autores(as): Alexandre Jorge Pimenta (UFPA), Maria José Aviz do Rosário (Universidade Católica
de Brasília), Wamphlys Carvalho de Almeida (UFPA)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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631
O perfil dos estudantes bolsistas da PUC-PR
Autores(as): Karoline Ferreira de Oliveira (PUC-PR)
Resumo:
A pesquisa “O perfil dos estudantes bolsistas da PUCPR” buscou conhecer quem são esses
alunos, sua inserção no ensino superior e as dificuldades por eles enfrentadas no cotidiano
de suas vivências universitárias. A partir de uma metodologia de pesquisa quantitativa, dos
6.791 estudantes bolsistas PROUNI e PUCPR, 3.917 bolsistas de todos os cursos de graduação
dos cinco campi da universidade, sendo estes Curitiba, São José dos Pinhais, Maringá, Londrina
e Toledo responderam a pesquisa. O questionário, contendo questões fechadas e abertas, foi
enviado por e-mail através da plataforma Qualtrics e os dados coletados foram posteriormente
analisados utilizando o software SPSS. Responderam ao questionário cerca de 57% da
população de bolsistas PROUNI da PUCPR. A partir da análise dos dados foi possível constatar
que 59% dos respondentes são do sexo feminino, 72% têm idade menor que 24 anos e 24% são
considerados negros (somatória entre pretos e pardos). Além da faixa etária, outros aspectos
do perfil dos entrevistados expressam a vivência de uma condição juvenil, como o fato de que
86% são solteiros, 90% não têm filhos e 69,3% moram com os pais ou familiares. Em relação à
renda familiar, 74% dos entrevistados disseram que a renda total da família é de 1 a 3 salários
mínimos. Foi possível identificar uma trajetória desses sujeitos com o mundo do trabalho
uma vez que 62% dos respondentes já trabalhavam antes de ingressarem na universidade,
e continuam trabalhando, uma vez que 58% dividem seu tempo entre estudos e trabalho.
Ainda sobre o perfil desses sujeitos é interessante constatar que 37,17% não trabalham e os
gastos são financiados pelos pais e que 48% deles são os primeiros da família a ingressar no
ensino superior. Os entrevistados também identificaram inúmeras dificuldades em relação
à continuidade de seus estudos – dentre os aspectos descritos pelos sujeitos de pesquisa as
maiores dificuldades foram tempo para estudar (25,64%), seguido de transporte (20,17%),
segurança (20,02%) alimentação (19,64%) e aquisição de materiais para o curso (17,45%). Como
considerações finais da pesquisa foi possível constatar que os programas de bolsa PROUNI e
PUCPR permitem um acesso ao ensino superior de parcelas da população jovem que até então
estava excluída desse segmento do ensino. Reconhecemos as dificuldades enfrentadas por esses
sujeitos relacionadas à falta de tempo em conciliar trabalho e estudos e também dificuldades
financeiras com os custos de alimentação, transporte e materiais. Percebemos que as análises
ainda precisam ser aprofundadas, de modo que, pretendemos lançar no segundo semestre de
2017 um e-book interativo, com os dados da pesquisa, afim de que eles subsidiem uma atuação
voltada à práticas institucionais de permanência destes estudantes na universidade.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
632
Observatório da Vida Estudantil/OBSERVE: reflexões geradas a partir de sua implementação
na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro Brasileira/UNILAB
Autores(as): Yanne Machado Lima
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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633
O impacto da implantação da UNILAB na política habitacional em Redenção-CE
Autores(as): Erlanio Ferreira Lima (UNILAB), Osvaldo Vaz Furtado (UNILAB)
Resumo:
Esta pesquisa tem sua relevância no que diz respeito ao impacto que uma Instituição Federal
de Ensino Superior (IFES) pode causar em uma cidade do interior. Sabe-se que em algumas
décadas atrás as IFES eram construídas prioritariamente nas capitais, monopolizando o
ensino superior nas grandes cidades, onde pouco se poderia perceber a presença de pessoas
de baixa renda no âmbito universitário. Com o Programa Expandir em 2005 e o Programa de
Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) em 2007
houve a possibilidade de interiorização das universidades públicas nos Estados mostrando a
preocupação do governo na busca pelo desenvolvimento, agora não apenas centralizado nas
metrópoles urbanas, mas também distribuindo esse desenvolvimento nas pequenas cidades
do interior. Uma IFES pode trazer diversos impactos para uma cidade, como no âmbito social,
econômico, cultural e educacional. Isso acontece devido ao processo natural de reformulação
da cidade/região devido ao acréscimo populacional que impactará nos padrões de vida local.
Deste modo, a pesquisa se objetiva em analisar os impactos da implantação da Universidade
da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) na cidade de Redenção-
CE, com a perspectiva no âmbito da política habitacional, visto que esta é muito afetada
com a entrada de estudantes universitários aumentando a demanda por imóveis na região
e consequentemente tendo um acréscimo no valor dos aluguéis. Sendo necessária uma ação
do governo para auxiliar os antigos e os novos moradores no incentivo a criação de novas
formas de entretenimento, no controle do valor dos aluguéis de imóveis, dentre outros. Deste
modo, o caminho metodológico utilizado foi uma abordagem qualitativa, sob um método do
estudo de caso e fazendo uso das técnicas de pesquisa documental, bibliográfica e entrevistas
ao Secretário de Infraestrutura, na busca por informações sobre como a cidade vem sendo
planejada e desenvolvida urbanisticamente e a alguns donos de imóveis na região, para termos
informações sobre a demanda das pessoas pelos imóveis e a variação ocorrida nos preços dos
aluguéis. Após a análise dos dados coletados se percebeu que depois de quase seis anos da
implantação da UNILAB a cidade de Redenção não possui estrutura adequada para receber
novos moradores oriundos da universidade. Nesta perspectiva, a iniciativa privada utiliza de
seu oportunismo e constrói vários imóveis para atender aos novos moradores, tanto brasileiros
quanto estrangeiros. Contudo, os aluguéis são cobrados com valores muito altos. Conclui-se
que o governo local não conseguiu criar um padrão de cidade universitária para Redenção
e que deveria ter feito isso juntamente com a iniciativa privada criando novas formas de
entretenimento, como cinema e teatro, e buscando resolver problemas básicos, como a falta
de saneamento básico adequado. Ou seja, faltou planejamento para fazer com que a cidade
pudesse atrair a todos os oriundos da universidade, pois muitos preferem ir e voltar todos
os dias para Fortaleza, por exemplo, do que morar em Redenção por ela ainda não fornecer
melhores condições de lazer e moradias.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
634
Oficinas de Psicologia para alunos de graduação da UFMA: possibilidades e desafios
Autores(as): Adauto de Vasconcelos Montenegro (UFMA), Geyza Carvalho Cantanhede Marques
(UFMA), Karoline Andrade pereira (UFMA)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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635
(Per)cursos e caminhos do VI Simpósio Internacional sobre a Juventude (JUBRA)
Damião Soares de Almeida Segundo (UFC), Jorge Wambaster Freitas Farias (UFC), Quésia
Fernandes Cataldo (UFC), Roger Silva Sousa (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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636
A Inclusão da Dimensão de Gênero na Educação Superior: Analisando Marcos Legais
Autores(as): Maria Dolores dos Santos Vieira (UFPI)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
637
Caminhos para a vida adulta de jovens da UFSCar
Autores(as): Flavia Ginzel (UFSCar)
Resumo:
Neste trabalho discute-se alguns achados da pesquisa intitulada “’É tempo de travessia: os
múltiplos caminhos de jovens universitários para a vida adulta”. Realizada nos anos de 2015
e 2016, teve como objetivo compreender os modos de transição para a vida adulta de jovens
universitários estudantes da UFSCar campus Sorocaba. O estudo focalizou os processos de
transição de dez jovens – cinco mocas e cinco rapazes - estudantes de diferentes cursos e
inserções sociais da UFSCar Sorocaba que já haviam cursado pelo menos a metade da
graduação. A escolha da referida universidade e desse campus em especial foi impulsionada
por se tratar de uma instituição nova – criada em 2006 - no contexto de expansão das políticas
de acesso e permanência das universidades públicas. No ano de 2008, a UFSCar Sorocaba
aderiu ao programa de Expansão e Reestruturação das Universidades federais (REUNI) e,
desde 2010, adota o Sistema de Seleção Unificada (SiSu) como sistema de seleção. A partir
de entrevistas compreensivas orientadas por um roteiro semidireto, buscou-se apreender um
conjunto de experiências e desafios - especialmente na universidade, no mundo do trabalho
e na vida familiar –que pudessem ser reveladores dos processos de transição para vida adulta
vividos pelas mocas e rapazes que participaram da pesquisa. Com o apoio teórico de autores
da Sociologia da Educação e da Juventude, como Casal, Pais, Foracchi, Sposito, Melucci, dentre
outros; bem como por meio do aporte fornecido pelas pesquisas realizadas nos últimos anos
sobre a expansão das políticas de acesso das universidades federais – especialmente as
produções de Zago e de Ristoff – a pesquisa teve como um de seus principais achados a
influência dessas novas políticas para uma maior diversidade de modos através dos quais
jovens de origem popular transitam para a vida adulta. A análise das narrativas se deu
pela perspectiva da Sociologia do Indivíduo, mais especificamente pelos estudos de Danilo
Martuccelli. De forma resumida, o autor faz uso da noção de “provas” ou “desafios” como
operador analítico para explicar a sociedade contemporânea. Para o autor, os indivíduos
estariam sendo constantemente submetidos a provas; como o tempo, o trabalho e o mérito, e
seriam os únicos responsáveis pelos seus fracassos e sucessos diante destes desafios. Assim, a
partir da identificação de desafios comuns, foram formados quatro grupos, dos quais é destacado,
neste trabalho, o grupo intitulado “Mais formação e possibilidades experimentação”. O grupo
é composto por quatro rapazes de diferentes origens sociais, sendo dois rapazes de classe
média - um negro e um branco - e dois de origem popular - ambos brancos – os quais têm como
desafios concluir a graduação, realizar cursos extracurriculares e aproveitar a vida universitária.
O fato de rapazes de diferentes origens sociais estarem nesse mesmo grupo e apresentarem
padrões semelhantes de transição é reflexo das políticas de acesso e permanência, as quais
têm permitido que jovens de origem popular possam dedicar-se exclusivamente aos estudos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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638
Os Desafios da Educação dos Jovens no contexto de retrocesso das Políticas Públicas
Autores(as): Tainara Alexandre Lopes (Uece), Yohana Tôrres Monteiro (Uece), Natan dos Santos
Rodrigues Junior (UFC), Tainara Alexandre Lopes (Uece)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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639
Futuro (Im)possível: Atitude de estudantes do ensino médio frente ao Ensino Superior
Autores(as): Erick da Silva Vieira (UFRJ)
Resumo:
Muitas políticas públicas têm sido implementadas no Brasil a fim de ampliar o acesso de
jovens de camadas sociais populares à universidade, formando o processo conhecido como
democratização do Ensino Superior – nomenclatura permeada por diversas críticas. Contudo,
a realidade desses jovens é atravessada por diversas outras questões que afetam diretamente
a concepção destes acerca dessa formação, o que faz com que muitos não a considerem como
válida ou possível. Tendo estabelecido tais premissas, este estudo objetiva avaliar a atitude de
estudantes de Ensino Médio, oriundos de escolas públicas e privadas da Zona Oeste da cidade
do Rio de Janeiro, frente ao Ensino Superior. Utilizando-se da Teoria Tripartite da Atitude,
criou-se um instrumento constituído por 20 itens, respondidos em uma escala tipo Likert de
cinco pontos. Além disso, foram inseridos dois outros instrumentos já validados: necessidade
de conhecimento e necessidade de desenvolvimento pessoal, compostos por 5 e 6 itens,
respectivamente, respondidos em uma escala tipo Likert de seis pontos. Participaram do estudo
uma amostra de 231 sujeitos, sendo 132 (57,14%) alunos de escolas estaduais e 99 (42,86%) de
colégios privados; quanto ao gênero, 115 (49,78%) eram do gênero feminino e 116 (50,22%) do
masculino; já em relação à série, 96 (41,56%) cursavam o primeiro ano, 57 (24,67%) o segundo
ano e 78 (33,77%) cursavam o terceiro ano. O questionário foi aplicado individualmente, em
horário concedido pela direção de cada escola; os estudantes eram orientados quanto à
origem da pesquisa e convidados a participar. Após a assinatura do termo de consentimento
livre e esclarecido, iniciavam o preenchimento do instrumento, tendo garantido o anonimato
para suas respostas. Foram realizados testes t de Student para avaliar diferenças nos níveis de
necessidade de desenvolvimento pessoal e de conhecimento, além da atitude em relação ao
Ensino Superior entre homens e mulheres e entre estudantes de escolas públicas e privadas. Os
resultados demonstraram que, quanto ao gênero, as jovens apresentaram maior necessidade
de conhecimento (t(229) = 2,698, p < 0,01) e atitude mais positiva frente ao Ensino Superior
(t(229) = 2,888, p < 0,01), ao passo que em relação à espécie da instituição escolar, os
estudantes de escola pública apresentaram maior necessidade de desenvolvimento pessoal
(t(229) = -2,203, p < 0,03) e atitudes mais positivas (t(229) = -2,038, p < 0,05). Entende-se que
alunos de instituições públicas valorizam o terceiro grau em maiores dimensões em razão da
relação deste com a inserção no mercado de trabalho formal e a ascensão social subsequente.
Já em relação à diferença quanto ao gênero, é possível compreendê-la por uma crescente
autonomia nos projetos de futuro das jovens – nos quais as representações sociais acerca da
mulher como voltada exclusivamente ao lar e à família têm sido fortemente questionadas,
possibilitando um maior protagonismo em seus processos de escolhas –, além da prioridade
que os jovens atribuem ao trabalho e à independência financeira.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
640
Juventude e Educação: a escola como espaço de fortalecimento do jovem que sonha com a
universidade
Autores(as): Lidimara Martins Abreu (FLF), Alexsandra Maria Sousa Silva (FLF)
Resumo:
Este trabalho abordará um recorte de uma pesquisa maior (em andamento), cujo título
é “Juventude, Protagonismo e Educação: A escola como espaço de desenvolvimento dos
Potenciais de Vida dos jovens”, cujo foco será a relação do jovem na escola e seus sonhos de
acesso à Universidade. A escola é vista como um espaço de troca de experiências, socialização
e desenvolvimento do jovem, porém pouco se discute o quanto isso inclui seu projeto de
vida e sonhos profissionais. Como a escola pode potencializar o projeto de vida do jovem
que sonha com o ensino superior? O objetivo desta pesquisa é analisar a relação entre a
dialética juventude e escola, considerando a realidade do jovem que deseja acessar ensino
superior. A pesquisa se deu em três salas do terceiro ano do Ensino Médio, turnos manhã e
tarde. De base qualitativa, realizamos uma pesquisa-intervenção, através da aplicação duas
oficinas, visando futuramente uma terceira, a depender da agenda semestral da escola. As
primeiras foram intituladas: “Juventude e os Modos de Vida” e “Projeto de Vida e profissão”.
Na primeira oficina apresentamos a proposta da intervenção, esclarecemos dúvidas acerca
dos procedimentos metodológicos e éticos. Para esta, facilitamos uma dinâmica que envolvia
criar seu perfil do Facebook, de modo metafórico, numa folha de papel, aonde cada um iria
se apresentar. Essa ferramenta trouxe o debate sobre o que seria ser jovem, a relação entre
juventude e política, relações sociais e familiares e perspectivas de futuro e sonhos profissionais.
A segunda oficina foi pensada considerando as especificidades e perfil de cada turma. Nesta
apresentamos um documentário “Questão de Oportunidade”, filmado por jovens que viviam
em condições de pobreza rural e conseguiram chegar à Universidade. Esse documentário
instigou discussões, questões e curiosidades dos jovens sobre o ingresso na Universidade,
desafios de conciliar trabalho com estudo e as condições inerentes à vivência universitária.
Nos resultados preliminares das duas oficinas, vemos que o perfil e a realidade do jovem hoje
diferem do jovem de alguns anos atrás, os desejos, objetivos, as dificuldades e facilidades,
a diversidade juvenil nos desafiam enquanto profissionais e pesquisadores de Psicologia no
campo da juventude. Portanto, esse trabalho está relacionado ao “GT Juventude e Educação”,
ressaltando a construção da identidade do jovem a partir da escola para seu protagonismo
pessoal e social. Está situado no eixo “Juventudes no Ensino Superior com os sistemas de cotas,
pobreza e ruralidade”, por trazer a realidade de jovens pobres, seus desejos e curiosidades
referentes a vivencia universitária. Os dados preliminares nos fazem ver que é importante
trazer essas discussões sobre ensino superior para dentro da escola, indo para além de aulas
sobre a disputa do ENEM, é preciso discutir sobre projeto de vida e profissões, de modo a
aproximar esses jovens pobres da possibilidade de sonhar com a Universidade. Diante disso,
a escola tem um papel fundamental, pois é um espaço que contribui com o fortalecimento do
jovem e desenvolvimento de seus potenciais e sonhos de Vida.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
641
Juventudes do campo: no espaço da universidade pública e o ensino de matemática
Autores(as): Ana Carla Vieira Pimentel, Gerlane da Silva Ferreira (ufpa), Regina Cláudia Silva de
Sousa (UFPA), Valdinei Gomes e Gomes (UFPA)
Resumo:
Existe na Universidade Federal do Pará (UFPA) vários grupos de estudantes com uma diversidade
de cultura, raça, classe social, de território do campo e da cidade, vindos de escola pública ou
não, de diferentes idades, etc.; sendo que a realidade desses que ingressam em curso superior
muitas vezes é marcada por inúmeras dificuldades para permanecer com sucesso no curso. Essa
realidade se agrava ainda mais em relação ao jovem do campo que muitas vezes procura no
ensino superior a oportunidade de melhoria na qualidade de vida e de ascensão social. Alguns
tem obstáculos de manter-se na universidade, por saírem de suas comunidades sem mínimas
condições de permanecer na cidade para estudar, sendo desvalorizados, sem emprego, fatores
esses que acabam por influenciar na vida acadêmica desses estudantes oriundos do campo
no seu percurso universitário. O interesse em pesquisar a relação da juventude camponesa e
a universidade surge a partir de nossas experiências pessoais como estudantes e por sermos
jovens do campo. Assim, o referido estudo tem como principal objetivo analisar as relações
existentes entre os jovens camponeses que ingressaram na UFPA/Campus Universitário de
Abaetetuba, relacionando à vivência dos estudantes do campo durante o percurso universitário
na licenciatura em Matemática. Destacam-se entre os objetivos conhecer as dificuldades
enfrentadas por esses estudantes, bem como sobre a valorização da cultura, dos saberes, o
que pensam sobre o curso de graduação e a universidade. O resumo inscreve-se no GT 23:
Juventudes no ensino superior: sistemas de cotas, pobreza e ruralidade do ET 12: Juventude e
Educação considerando-se que a importância da valorização do jovem do campo no espaço da
universidade pública, sua valorização e importância para a ressignificação de ser camponês.
A orientação teórica do relato de experiência está ancorada em estudos de Chauí (2003),
D’ambrosio (1986), Godoy (1995), Spósito, (2003) entre outros. A pesquisa recorreu à abordagem
qualitativa, especificamente o estudo de caso, com utilização de questionário com foco sobre
cultura, juventude, políticas públicas, universidade e o processo de ensino aprendizado;
recorrendo-se ainda ao estudo bibliográfico. Motivados pela necessidade de compreender
a juventude universitária do campo no decorrer do curso de graduação de Licenciatura em
Matemática acerca das dificuldades na afirmação de um ser social que precisa ser valorizado
dentro dos espaços de sistematização do conhecimento. Sendo que os jovens do campo
precisam ser também estudados dentro do espaço público, assim ressaltamos a importância
de pesquisar a juventude camponesa no espaço da universidade pública. Os resultados do
estudo apontam que os estudantes camponeses da turma de Matemática 2009 não sentem
seus saberes, sua cultura valorizada dentro da Universidade, a qual deveria sistematizar o
conhecimento acumulado por esses jovens, cumprindo a função social de diálogo de saberes.
Acreditamos que compreender a importância da trajetória na Universidade possibilita
compreender os caminhos percorridos por esse jovem do campo na Universidade e como esse
vivenciou a Universidade e seu projeto de futuro.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
642
Ingresso de jovens negros na universidade mediante sistema de cotas: entre desafios e sentidos
diversos
Autores(as): Andrea Bayerl Mongim (UFES), Luana Ribeiro da Trindade (UFES)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
643
Juventude Negra na Pós-Graduação: a experiência do PPRER do CEFET-RJ
Autores(as): Carlos Henrique dos Santos Martins (CEFET-RJ)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
644
Reserva de vagas para afrodescendentes no ensino superior: uma análise na Universidade
Estadual de Montes Claros-MG
Autores(as): Admilson Antunes de Jesus (Prefeitura de Belo Horizonte-MG)
Resumo:
O presente estudo teve como objetivos analisar o sistema de reserva de vagas e seus reflexos
no cotidiano dos estudantes afrodescendentes da Universidade Estadual de Montes/MG,
levantar o perfil socioeconômico os estudantes cotistas afrodescendentes, fomentar os desafios
enfrentados por esses estudantes na universidade, além de apontar diretrizes e ações tomadas
pelos órgãos competentes da universidade em relação a esse sistema. Esta pesquisa justificou-
se pela tentativa de compreender sobre a necessidade de inclusão de grupos historicamente
discriminados no ensino superior público brasileiro, percebendo-se a necessidade de um
estudo que verifique a objetividade e efetividade desse sistema no cenário contemporâneo.
Discutir a questão dos grupos étnico-raciais no ensino superior é trazer para a universidade
a discussão acerca da política de reserva de vagas, tentando compreender se esta política
contribui para a superação das desigualdades sociais entre brancos e negros? Em que medida
a universidade contribui não somente para ingresso de estudantes afro-descentes no ensino
superior, como também a para a permanência desses estudantes no espaço acadêmico? Este
tipo de Ação Afirmativa é apenas uma medida paliativa, com forma de reduzir as desigualdades
sociorraciais? Dessa forma, este estudo pautou-se em pesquisa bibliográfica, interpretação
quali-quantitativa, aplicação de roteiro de entrevista semi-estruturado e uso do materialismo
histórico dialético como método de abordagem. As interpretações sobre as relações raciais no
contexto brasileiro, análise de aspectos constitutivos sobre a situação sócio-educacional dos
negros e afrodescendentes na realidade brasileira, análise de algumas iniciativas por parte do
Estado brasileiro destinadas a enfrentar o quadro de desigualdades sociorraciais, as experiências
vivenciadas por esses estudantes a partir de seu ingresso na universidade por meio deste sistema
e as estratégias de permanência no espaço universitário constituíram como pontos relevantes
de análise desta pesquisa. Por meio do estudo foi possível perceber que partes dos estudantes
sentem certa aversão ao sistema de reserva de vagas e o tratamento oferecido ela, a de que
esta contempla indivíduos historicamente desfavorecidos, enquanto outros valorizam o mérito
e a defesa de ações universalistas. Além disso, parte dos estudantes considerou harmoniosa
a convivência com outros grupos sociais na universidade, sendo enriquecedora e produtiva,
outros, identificaram que os processos de exclusão social dos segmentos étnico-raciais e os
efeitos do preconceito e da discriminação ainda estão presentes na realidade. Dessa forma,
é necessário que o debate sobre essa temática seja inserido de forma mais ampla dentro
da instituição de ensino, para que possa contribuir para a desconstrução de estereótipos e
preconceitos, além de elaboração de outros estudos que analisam as dificuldades enfrentadas
por esses estudantes no espaço universitário, os reflexos dessa política no seu cotidiano e,
principalmente, de criação de estratégias de permanência dos mesmos na universidade.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
645
Conhecer para permanecer: perfil e expectativas de jovens ingressantes do ensino superior
Autores(as): Luiza Eridan Elmiro Martins de Sousa (UFC)
Resumo:
Este trabalho reflete sobre os novos desafios para a educação universitária de jovens, qualidade
da educação e permanência no ensino superior diante das transformações advindas das
políticas de expansão, interiorização e democratização do acesso à universidade. Centra-se
no ‘novo’ papel histórico que a instituição universitária vem adquirindo, deixando de ser um
local de (re)produção do saber, passando a ser um local de democratização do saber. Busca
dialogar a respeito de como a ampliação do acesso à educação superior tem promovido a
inclusão de um contingente cada vez maior e heterogêneo de jovens, exigindo da universidade
uma reflexão e uma reformulação de seus programas, na sua oferta de formação, no trato
com seus públicos, na sua relação com a demanda social e na sua pedagogia, e que se voltem,
especialmente, para a promoção do sucesso acadêmico dos estudantes de origem popular
e de sua inclusão social via formação profissional. Apresenta os dados de um questionário
aplicado junto aos ingressantes de 2017 de um campus da Universidade Federal do Ceará,
em Quixadá, com o objetivo de conhecer seu perfil e suas expectativas quanto ao ingresso na
universidade e a conclusão do curso; com fins a desenvolver ações voltadas à plena inserção
na vida universitária. Dos dados obtidos, observou-se que o tripé que envolve esforço pessoal
(do aluno), esforço daquele que ensina (professor) e um suporte financeiro (auxílios e bolsas
institucionais) aparecem como facilitadores para a conclusão do curso. Esta perspectiva é
reforçada quando da avaliação sobre os dificultadores deste processo: problemas financeiros,
dificuldades com o aprendizado e dificuldades de organizar horários de estudos. Questões de
ordem financeira-econômica (materiais) e que envolvem o investimento pessoal do aluno e
sua história de escolarização prévia (simbólicos) estão envolvidas nas expectativas de sucesso
acadêmico do aluno e sua inserção laboral e mobilidade social. Concluiu-se que as políticas
de expansão, interiorização e democratização do acesso ao ensino superior trouxeram para
as universidades um novo público de jovens e as questões sociais que os acompanham. Tal
fenômeno vem recriando um ‘novo ‘perfil’ de aluno e uma nova ‘classe’ universitária passa a
compor a ‘comunidade’ acadêmica, tornando-a cada vez mais diversificada. Logo, as discussões
a respeito do perfil do aluno ingressante se fazem necessárias, pois, em se conhecendo os atores
público-alvo do sistema educativo é possível desenvolver ações mais coerentes e orientadas às
suas demandas. Agindo deste modo, a universidade cumpre com sua função social de fomentar
processos emancipatórios aos jovens em situação de vulnerabilidade, empoderando-os de um
saber-poder que os tornem capazes de romper com as barreiras da exclusão social.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
646
Política de permanência e inclusão acadêmica como política afirmativa de jovens de baixa
renda na Universidade do Estado do Pará
Autores(as): Raimundo Afonso Cardoso Delgado (UEPA), Keila Roberta Cavalheiro Guimarães
(UFPA)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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647
Permanência Estudantil na Bahia: análise de documentos legais
Autores(as): Mailson Santos Pereira (UFRB)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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648
O Orçamento Participativo da Assistência Estudantil do IFCE como espaço de participação
juvenil
Autores(as): Benedito Gomes Rodrigues (IFCE - Campus Tianguá)
Resumo:
A Política Nacional de Assistência Estudantil é uma conquista da juventude, uma vez que
representa um conjunto estratégico de ações que visam oferecer melhores condições de
permanência e êxito acadêmico aos estudantes das Universidades Federais da Rede Nacional
de Educação Profissional e Tecnológica, com prioridade clara para os que mais precisam,
ou seja, os que vivenciam cotidianamente fragilidades de matiz socioeconômico ou outras.
Nesse sentido, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE tem
desenvolvido uma política ampliada de assuntos estudantis, que disponibiliza aos discentes
serviços como o de médico, enfermeiro, odontólogo, psicólogo, nutricionista, assistente social
e pedagogo. Além dos serviços, a política contempla mais de dez tipos diferentes de auxílios,
dentre os quais cabe destaque, auxílio alimentação, transporte, moradia, óculos e auxílio para
discentes pais e mães. Soma-se, ainda, a isso serviços de alimentação, como distribuição de
lanche e Restaurantes Acadêmicos, seguro coletivo contra acidentes e incentivo ao desporto,
ao lazer e à arte. Essa ampla estrutura de serviços e auxílios objetiva garantir a superação das
desigualdades sociais e econômicas e viabilizar que os estudantes possam, de fato, conduzirem
a si mesmos na vida acadêmica com maior tranquilidade, a despeito das dificuldades a
serem enfrentadas por eles. Os recursos destinados à Assistência Estudantil são submetidos
à apreciação dos discentes através do mecanismo do Orçamento Participativo. Anualmente,
esse evento ocorre em todos os campi do IFCE e nessa ocasião os estudantes se aproximam
da realidade financeira das suas respectivas unidades acadêmicas e podem debater quais as
prioridades de investimento, definir a faixa de valores de auxílios, dentre outras decisões que
se fazem necessárias para a gestão dos recursos da Assistência. O presente relato, então, traz
a experiência do Orçamento Participativo especificamente no IFCE - Campus de Tianguá, no
qual essa prática está sendo realizada pela segunda vez – a primeira foi em 2016. Através
do Orçamento Participativo da Assistência Estudantil, pode-se perceber que os estudantes
têm contato com um nível de participação que não estão habituados a exercer em outros
ambientes, pois lá não somente são consultados, mas deliberam coletivamente aquilo que vai
fazer a diferença no dia a dia de estudos de cada um, como, por exemplo, o valor do auxílio que
lhes subsidia as passagens ou o tipo de lanche que lhes será servido. Os relatos dos estudantes
expressam o sentimento de pertença e responsabilidade para com a coisa pública. Em tempos
de uma sensação comum de frustração para com a política, é possível afirmar que o caminho da
democracia e da participação ainda é a única e melhor saída. O Orçamento Participativo tem,
assim, duas vantagens explícitas, a primeira é no sentido de afinar o investimento dos recursos
com as demandas dos estudantes, e a segunda é educativa, isto é, explicar como funciona a
gestão pública e fazer com que as pessoas percebam por si a importância da participação, em
especial dos jovens.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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649
Saúde Mental e vivências universitárias
Autores(as): Adauto de Vasconcelos Montenegro (UFMA), Geyza Carvalho Cantanhede Marques
(UFMA), Karoline Andrade pereira (UFMA)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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650
Estratégias de enfrentamento do estresse utilizadas por jovens durante a permanência
acadêmica
Autores(as): Melissa Seelig Pamplona Barros (UFRR), Fernanda Ax Wilhelm (UFRR)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
651
Caracterização das situações estressantes vivenciadas por jovens universitários
Autores(as): Melissa Seelig Pamplona Barros (UFRR), Fernanda Ax Wilhelm (UFRR)
Resumo:
Ao longo da vida das pessoas, acontecimentos podem ocasionar estresse por exigirem um
certo nível de mudança em suas vidas diante da nova realidade encontrada. Nesse sentido, o
ingresso na universidade é um período crítico; uma experiência que, com o decorrer do tempo,
pode se tornar potencialmente estressora na vida dos estudantes. Frente a isso, o objetivo
do estudo foi identificar as situações estressantes vivenciadas por jovens universitários ao
longo do período da graduação. Portanto, esse trabalho encaixa-se no Eixo 11 – Juventudes e
Educação e no GT 23 – Juventudes no ensino superior: sistema de cotas, pobreza e ruralidade,
por apresentar alguns dos desafios à permanência dos jovens no ensino superior, enfatizando as
dificuldades vivenciadas pelos estudantes, fatores que muitas vezes incrementam a percepção
de vulnerabilidade, levando-os a terem pensamentos de evasão. Foram participantes 10
estudantes inseridos em uma universidade pública localizada no extremo Norte do Brasil,
com idades compreendidas entre 18 e 24 anos. Para a coleta de dados foi utilizado, como
instrumento, um roteiro de entrevista semiestruturado. Os dados foram analisados com
base na Análise de Conteúdo de Bardin. As situações estressantes foram analisadas nos
seguintes âmbitos de análise: do indivíduo, com indicações relacionadas ao luto, término
de relacionamento amoroso, problemas de saúde, preocupações relacionadas a um futuro
considerado desconhecido, realizar com cansaço as tarefas domésticas após permanecer o
dia todo na universidade e assim dispor de pouco tempo para dedicar-se aos estudos fora do
espaço acadêmico, lidar com o processo de adaptação na transição para o ensino superior;
do grupo (família e amigos), como doença de familiar, responsabilidade nos cuidados aos
irmãos menores, saída da casa dos pais, mudança de cidade; da Universidade, como carência
de espaços físicos destinados a convivência e lazer, iluminação externa precária, quantidade
excessiva de disciplinas e suas respectivas cargas horárias consideradas desgastantes e
impeditivas de conseguir uma possibilidade de trabalho, sobrecarga de atividades relacionadas
ao ensino, à pesquisa, à extensão, excesso de trabalhos em sua maioria com prazos curtos
e com falta de esclarecimentos para sua execução, excesso de avaliações; e por último, no
âmbito profissional, como as preocupações referentes às incertezas em relação à carreira
profissional. De maneira geral, todos os participantes relataram a ocorrência de situações
estressantes no contexto interno e externo à Universidade, evidenciando que o estresse está
presente na vida das pessoas em diversas áreas da vida. Por fim, faz-se importante promover
programas de prevenção e intervenção do estresse para possibilitar aos universitários aprender
a lidar, a partir da utilização de estratégias positivas, com as diferentes situações estressantes
em seu cotidiano no sentido de promover qualidade de vida e bem-estar durante a trajetória
acadêmica. Além disso, torna-se de fundamental importância refletir sobre a oferta de uma
assistência que melhor atenda às necessidades estudantis.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
652
Inclusão de estudantes com deficiência visual no Ensino Superior
Autores(as): Patrícia da Silva Bezerra (UFPA)
Resumo:
A inclusão de estudantes com deficiência no ensino superior é uma questão permeada por
contrações. De acordo com a legislação brasileira, todas as pessoas têm direito à saúde,
educação, trabalho e lazer, e esse “todas” inclui, evidentemente, as pessoas com deficiência
(Lamônica et. al., 2008). A Universidade Federal do Pará (UFPA) implementou a política de cotas
para pessoas com deficiência no ano de 2009, onde é determinado a reserva de no mínimo
uma vaga – em cada curso da graduação – para pessoas com deficiência, a partir do processo
seletivo de 2011 (Resolução no CONSEPE nº 3.883 de 21 de julho de 2009) tendo em vista a
maior inclusão das pessoas com deficiência no ensino superior. É evidente a importância dessa
política, todavia a proposta de inclusão no ensino superior não deve se restringir a ela. Diante
disso, o objetivo do presente trabalho é promover uma reflexão acerca de como tem se dado
a inclusão dos estudantes com deficiência visual na Faculdade de Serviço Social (FASS) da
UFPA. Para tanto, partiremos do conceito de inclusão social, que pode ser entendida como um
processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais,
pessoas com deficiência e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papeis na
sociedade (SASSAKI, Romeu, 1997). Diversas são as dificuldades encontradas pelos estudantes
com deficiência visual na Faculdade de Serviço Social da UFPA. É necessário repensar alguns
aspectos que norteiam um deficiente visual, como a questão relacional e metodológica, sendo
ambas de valiosa importância para uma formação profissional de qualidade. É recorrente a
ausência de habilidades nas relações entre alunos, professores e corpo técnico da faculdade
com deficientes visuais. Em diversos momentos de convivência, a falta de esclarecimento
relacional a respeito da deficiência visual torna-se uma grande barreira para o desenvolvimento
acadêmico do aluno e da faculdade em seu ofício educacional. Claudia Werneck (1999) destaca
que essa temática traz a proposta de uma sociedade que deve estruturar-se para atender as
necessidades de cada cidadão, das maiorias às minorias, dos privilegiados aos marginalizados,
tendo em vista que a inclusão propõe o acolhimento da diversidade humana (WERNECK,
Claúdia, 1999). Diante disso, entende-se a inclusão social como um processo que parte do
diálogo, das relações, e que é um processo continuo de construção. Portanto, vale ressaltar
que, ainda que haja a inserção no ensino superior, é inegável que estes estudantes vivenciam
dificuldades constantemente na UFPA, devido ao despreparo de professores, a fragilidade na
estrutura, fragilidade na metodologia, fragilidade relacional, dentre outras questões. Pode-se
inferir que, uma vez vencido o obstáculo do vestibular, o próximo desafio a ser enfrentado
pelos alunos com deficiência visual é o de permanecer com qualidade no curso Bacharelado
em Serviço Social.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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653
O acesso a Política de acessibilidade do estudante com Necessidades Educacionais Especiais
na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Autores(as): Elivandson Vale Ribeiro (UFRB), Kayque Ramon Bezerra Pereira (UFRB), Larissa
Querem Tavares Mendonça (UNIFOR)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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654
Coordenação de Direitos Humanos e Diversidade da Pró-reitoria de Graduação da Universidade
Estadual de Goiás
Autores(as): Rezende Bruno de Avelar (UEG)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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655
GT 24 - juventudeS RURAIS
Coordenadores: Nilson Weisheimer (UFRB), Lucas Coradini (IFRS) e Maria da Assunção Lima de Paulo (UFCG)
Resumo Geral:
Reconhecemos que a juventude é uma categoria socialmente construída, que vive uma
condição específica do curso da vida definida como transicional. Ela figura como uma categoria
relacional fundada em representações sociais que conferem sentidos ao pertencimento a
certa faixa etária e posiciona os sujeitos jovens na hierarquia social, atribuindo-lhes papéis
sociais através dos processos de socialização que marcam as transições da infância à vida
adulta. Considerando esse processo juvenil como um “complexo processo de negociação”
(PAIS, 2003, p.44), percebe-se que não há uma forma única de transição, como várias serão
as formas de ser jovem. Este processo de negociação realiza-se de maneira diferenciada em
cada situação juvenil, entendida como os diversos percursos experimentados pela condição
juvenil e que traduzem as diversas configurações da realidade social vivida pelos jovens. Esse
fenômeno também se processa no meio rural. Assim, um olhar atento à realidade dos jovens
nesse espaço social percebe que nele se encontram diferentes situações juvenis vivenciadas
por jovens que compartilham o fato de terem o rural como seu lugar de vida. No meio rural
brasileiro encontram-se diferentes formações sociais, modos de vida, ralações sociais e
processos de socialização que fazem emergir todo um feixe de situações juvenis diferenciadas.
Neste sentido, só é possível compreender a noção de juventudes rurais como uma categoria
síntese de múltiplas realidades, às quais nos interessam investigar para descortinar a própria
condição juvenil no Brasil contemporâneo. Esse Grupo de Trabalho busca por em evidência
a diversidade das juventudes rurais e de seus modos de vida abordando questões como: os
processos de socialização e as sociabilidades juvenis no campo; a sucessão geracional e a
reprodução social da agricultura familiar e seus impasses; as identidades juvenis e expressões
culturais dos jovens; inserção dos jovens no mundo do trabalho; os projetos juvenis (de
escolarização, de profissão e de vida); as dinâmicas das migrações e os percursos juvenis entre
campo e cidade; a educação no e do campo na perspectiva dos jovens; as formas de ação
coletivas, o associativismo juvenil e o engajamento dos jovens nas lutas no sociais no campo;
as políticas públicas para as juventudes rurais. Dessa maneira esse GT visa dar prosseguimento
aos debates realizados em edições anteriores do JUBRA, abrigando trabalhos que versam
sobre a diversidade das juventudes rurais. Destacamos, entre tantas formas de vulnerabilidade
ainda persistentes entre as juventudes rurais, sua situação de invisibilidade social, com reflexos
negativos em direitos sociais e garantias de políticas públicas que assegurem a transição à
vida adulta com autonomia e qualidade de vida no campo. Com efeito, o GT proposto poderá
contribuir para difundir as pesquisas empíricas que tomam os jovens nos contextos rurais como
sujeitos da análise, promovendo o intercâmbio entre os pesquisadores da temática, ao mesmo
tempo em que poderá contribuir para lançar novos olhares analíticos e interpretativos sobre a
especificidade da condição juvenil no campo e sua diversidade de situações.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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656
As perspectivas políticas dos jovens rurais no município de Valença-Ba
Autores(as): João Paulo Aguiar de Sousa (UFRB)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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657
Como é ser jovem no semiárido? Olhares sobre estudantes da Pedagogia da Alternância na EFA
Dom Fragoso
Autores(as): Clédia Inês Matos Veras (UFC)
Resumo:
O presente trabalho consiste em uma pesquisa em andamento sobre como vivem a juventude
no semiárido, a partir de olhares de duas pesquisas realizadas com estudantes da Escola Família
Agrícola Dom Fragoso, no município de Independência – CE. O estudo se orienta no seguinte
questionamento: Como a EFA vem trabalhando com a juventude a sua convivência como o
campo, no semiárido cearense? A EFA desenvolve a Pedagogia da Alternância como uma
proposta de Educação Popular dialógica e libertadora, em que os saberes são apreendidos na
práxis, no tempo escola e no tempo comunidade. Com foco na formação humana da juventude e
na sua relação com a Terra, com a subsistência da agricultura familiar e o bem viver. Na medida
em que a teoria é contextualizada com a prática dos educandos, os saberes têm mais sentido
e assim são (re)ssignificados. Para essa investigação, estamos nos orientando pela pesquisa
etnográfica, em que, para PAIS (1993) a vida cotidiana não se separa da realidade social. Nesse
percurso dialogaremos com Freire (1987), Figueiredo (2007), Brandão (1982,1995) para tratar
de educação popular libertadora; Nosella (2014), Caliari (2013), Mattos (2011), Souza (2015)
entre outros são referências sobre Escola Família Agrícola e Pedagogia da Alternância. Nas
leituras já realizadas de outras pesquisas, participação de atividades na EFA e conversas com os
educandos, identificamos a importância da valorização e resgate dos saberes tradicionais para
a convivência sustentável com o bioma caatinga. Nas palavras do idealizador de uma educação
voltada para a emancipação do povo pobre do sertão de Inhamuns, Dom Fragoso, “ficarei feliz
vendo o povo de Crateús tomar nos próprios ombros o destino de sua terra (...) querem saber as
obras sociais que estão no meu coração? São essas: 1º) Conscientizar o povo do campo, para que
descubra sua dignidade, se organize e ande com seus próprios pés; 2º) Ajudá-los a se organizar
nas suas cooperativas e sindicatos, para que lutem pela justiça e pelos seus diretos. (SOUZA, 2015
apud DOM FRAGOSO, 2005). Esse trabalho da escola pela Pedagogia da Alternância reflete que
a maioria dos e das jovens que concluíram o ensino médio na referida escola permanecem no
campo desenvolvendo práticas agroecológicas. Segundo dados do trabalho de especialização
da coordenadora Idelzuith Borges (2015), evidencia a ação da EFA Dom Fragoso como escola
de educação do campo apresenta resultados na permanência dos educandos do campo. Dos
147 jovens estudantes que concluíram o ensino médio, 91,83 % permanecem desenvolvendo o
PVFC através da adoção de práticas de convivência com o semiárido com bases agroecológicas.
Dos trabalhos defendidos, 86 educandos continuam desenvolvendo o PVFC com suas famílias,
representando 58,5%; e 49 educandos, o que representa 33,33%, dando continuidade ao PVFC
na EFA. Esse percentual traduz que os conhecimentos são abordados diante da realidade do
semiárido e dos saberes dos educandos concretizando possibilidades de vida e produção num
espaço tão estigmatizado como atrasado e sem perspectiva de produção agrícola.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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658
Democratização da cultura, desenvolvimento e juventudes do campo no Ceará
Autores(as): Fernando Antônio Fontenele Leão (UNILAB)
Resumo:
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659
Estudos Sobre Juventudes Rurais no VI (JUBRA): O que apontam as pesquisas?
Autores(as): Tatiana Neves dos Santos (UEBA), Domingos Rodrigues da Trindade (UEBA), Maria
Eunice Teixeira Leal (UEBA), Romildo de Souza Fernandes (UEBA)
Resumo:
A juventude rural, pensada como uma categoria social possibilita a visão dos jovens como
sujeitos de direitos e que eles sejam efetivados no seu próprio espaço de vida por meio de
políticas que garantam sua formação nas diversas instâncias da vida. Nesta perspectiva, este
trabalho tem como objetivo principal apresentar uma análise das produções (resumos) sobre
a temática “Juventudes Rurais” publicados nos anais do VI Simpósio Internacional Sobre a
Juventude Brasileira (JUBRA), ocorrido no ano de 2015. Como embasamento teórico, utilizou-
se de contribuições de autores como SILVA (2009), Carneiro (2011), Weisheimer (2009), Sposito
(2003), e outros. Para desenvolvimento dessa investigação empregou-se como abordagem
metodológica a pesquisa bibliográfica do tipo estado da arte, identificando por meio dela as
principais temáticas discutidas, as instituições que estão vinculadas os autores de cada trabalho,
e a metodologia adotada. Foram analisadas 31 produções, as quais foram apresentadas
no “GT 13-Juventudes Rurais”, coordenado por Nilson Weisheimer da Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia (UFRB). É relevante enfatizar a importância da representação do
JUBRA na discussão de diversas temáticas sobre juventudes, inclusive daquelas referentes
às juventudes camponesas. Portanto, tais estudos contribuem para um maior conhecimento
acerca da categoria e configura como uma motivação para ações que reforcem a ideia de (re)
pensar as políticas públicas de juventude, na perspectiva da garantia dos direitos, como saúde,
educação, trabalho, segurança, lazer etc. A partir da análise constatou-se que as temáticas
mais discutidas foram: Relações cotidianas e condição de vida dos jovens rurais; Juventude
e a relação com a terra e o modo de produção na lógica da agricultura familiar; Formação,
trabalho e capital. Destacam-se ainda, as Políticas públicas, e o Consumo de bebidas alcoólicas
entre jovens rurais, dentre outras temáticas. Com relação às instituições, as produções estão
vinculadas às universidades/faculdades federais, seguido das estaduais e privadas, e também
ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No que concerne às abordagens
teórico-metodológicas, os estudos perpassam à pesquisa bibliográfica, à etnografia, à pesquisa-
ação, dentre outras. Contudo, vale ressaltar que em alguns trabalhos não fica explícita a
abordagem utilizada. Quanto aos instrumentos de coletas de dados, os autores utilizam-se da
observação, da entrevista, do questionário, do diário de campo, da análise de documentos, da
oficina, do grupo focal, etc. Diante do exposto, percebe-se que há uma heterogeneidade na
discussão sobre Juventudes Rurais, uma vez que são diversas temáticas discutidas, assim como
os objetos de estudo, revelando a amplitude que é estudar tal categoria social.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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660
Fomento ao Empoderamento Juvenil no Movimento Sindical: Experiências do Festival Regional
da Juventude Rural da CONTAG no Cariri Cearense
Autores(as): Samara Souza Maciel (UFCA), Cicera Monica da Silva Sousa Martins (Laboratório
Interdisciplinar de Estudos em Gestão Social/UFCA), Verônica Salgueiro do Nascimento (UFC),
Waleria Maria Menezes de Morais Alencar (UnB)
Resumo:
No início do século XXI, a partir das discussões sobre problemas relacionados ao êxodo rural
e ao processo de sucessão rural em grupos advindos da agricultura familiar, os estudos sobre
Juventude rural e o processo de empoderamento do jovem no campo vieram à tona em fóruns
e conselhos de base. Um dos movimentos sociais que constantemente tem trabalhado esta
temática é o Movimento Sindical Rural, em especial a Confederação Nacional dos Trabalhadores
na Agricultura (CONTAG). Partindo de uma metodologia pautada nos princípios Freirianos, a
instituição promove a cada três anos o Festival da Juventude Rural, evento que tem como mote
fomentar discussão acerca das problemáticas vivenciadas pelos jovens no acesso a políticas
públicas que assegurem a sua permanência no campo, gerando pautas reivindicatórias que
serão apresentadas ao Governo Federal em um ato público. Esse festival é dividido em 3 etapas:
etapas regionais, estaduais e a nacional, onde é elaborado um documento final chamado
“Carta da Juventude Rural”, com as reivindicações e propostas advindas dos jovens nas etapas
anteriores. O presente trabalho consiste em um relato de experiência do IV Festival Regional
da Juventude Rural do Cariri, ocorrido na cidade do Crato em 2015. O evento reuniu jovens
representantes de comunidades rurais de todo o território caririense, com o objetivo de discutir
assuntos pertinentes à temática, dentre eles os principais como o desenvolvimento de políticas
públicas para a juventude no campo, educação camponesa, sucessão rural, entre outros. O
primeiro momento ocorreu com a reunião dos grupos de discussão seguido pela apresentação
dos resultados onde foram discutidos temas como sindicalismo, identidade e luta de classe;
juventude e participação política; desenvolvimento rural sustentável e sucessão rural; educação
no/do campo para jovens. As discussões foram enfáticas sobre o plano nacional de sucessão
rural, e a necessidade do estímulo de que esta temática seja disseminada entre os jovens, bem
como com os representantes sindicais. O festival deu lugar à leitura de uma carta propositiva da
juventude cearense sobre as necessidades rurais. Esboçando preocupação com o atual estado
do campo, sobre o esvaziamento do mesmo e a necessidade de sucessão rural, agricultura
familiar e representação sindical. As discussões seguiram sobre as coordenações distritais e a
representação do Cariri nos debates de nível nacional, destacando o festival como o de maior
participação dentre as regiões do Ceará. O encontro encerrou com os encaminhamentos das
demandas necessárias e o cumprimento das pautas propostas. Salienta-se a importância de
que eventos dessa natureza aconteçam e ganhem força dentre os espaços de discussão de
âmbito nacional, e tenham a devida representação para a juventude rural, pois se entende que
estes são mecanismos de inserção política e social, onde os jovens do campo ganham espaço
e representatividade, fortalecendo a identidade dos mesmos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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661
Idas e Vindas no Estado do Pará: Juventude Ribeirinha e a Escola Rural
Autores(as): Diana Claudia Portal Pereira (SEMEC-BELÉM), Maria Eniana Araújo Gomes Pacheco
(Unifor)
Resumo:
A cidade de Belém possui dois terços do seu território formado por ilhas que possuem identidade
própria com expressão dos sujeitos, considerando que esse lugar é envolvido por significações
próprias de educação, cultura, relações de trabalho e políticas e sociais. A dificuldade de acesso
a escola nos níveis maiores de ensino é uma realidade presente na maioria do território rural no
Estado do Pará. Isso tem se configurado enquanto um problema para as famílias que precisam
mandar seus filhos para casas de estranhos ou de parentes para continuarem estudando.
Através da prática educativa foi observado, corroborando com Arroyo (2008), que nas Ilhas
de Belém os sujeitos ribeirinhos constroem um modo de vida integrado pela agricultura,
extrativismo vegetal e animal, vivendo em função da floresta, dos rios e de pequenas criações
de aves. Entretanto, quando este sujeito passa a frequentar a escola do continente, fazendo
deslocamento ilha-cidade, considera-se a prevalência dos valores urbanos e conhecimentos
prescritos por um currículo estabelecido que em nada se vincula aos saberes do lugar onde
vivem. Dentre os sujeitos que vivem nas ilhas, os adolescentes têm que procurar a escola no
continente, ferindo o artigo 4º da Lei de Diretrizes e Base 9394/96 que estabelece a matrícula
numa escola próxima da sua casa, favorecendo a ressignificação dos processos identitários da
cultura local. Nesse cenário Oliveira (2012) destaca que a educação do campo, aponta bases
epistemológicas e socioculturais peculiares advindas da complexidade de sua população, uma
vez que esta é formada em diferentes matrizes étnicas e em “uma pluralidade de espaços e
em permanente interação com a biodiversidade [...]” (OLIVEIRA, 2012, p. 3). Nesta busca de
valorização da identidade ribeirinha, Arroyo (2008) chama atenção para a importância que
deve ser dada as identidades dos sujeitos sociais do campo a qual possui uma diversidade
que engloba à cultura os costumem e modo de viver que se forjam a partir de “um projeto de
educação básica do campo que tem de incorporar uma visão mais rica do conhecimento e da
cultura” (ARROYO, 2008, p.82). Para Hage (2005), no contexto amazônico, os modos de vida e
costumes do campo se ampliam em conjuntos de experiências desenvolvidas no âmbito das
relações sociais que deve ser valorizado no contexto do conhecimento formativo articulando
“saberes científicos nas situações educacionais em que os sujeitos participam, propiciarão o
avanço na construção e apropriação do conhecimento por parte dos sujeitos e populações do
campo” (HAGE, 2005, p. 167). De maneira geral, os indivíduos que estão no espaço rural do campo
enfrentam algumas dificuldades ao que se refere ao transporte, saúde e as longas distâncias
percorridas para chegar à escola. Essas dificuldades acabam incentivando as populações do
campo a migrarem para as cidades, abandonando seus costumes e suas tradições.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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662
Jovens e mulheres na agenda de políticas públicas para a agricultura familiar
Autores(as): Lucas Coradini (IFRS)
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663
Jovens Rurais, Condições de Vida e Trabalho. Caso Assentamento Sepé Tiarajú-SP
Autores(as): Diana Catherin Mercado González (UFScar), Rosemeire Aparecida Scopinho
(UFSCar)
Resumo:
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664
Juventude do Campo: um estudo sobre a realidade de Humaitá-AM
Autores(as): André Jacó Schneider (IFAM), João Maciel de Araújo (UNESP), Denise Cidade
Cavalcanti (IFAM), Rafaely Santos Uchoa (IFAM), Rosana Roque dos Santos (IFAM), Ruan Silva
Pinto da Motta (IFAM)
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665
Juventude e territórios: campo, águas e floresta na Amazônia Amapaense
Autores(as): Débora Mate Mendes (UFPA), Francisco Barbosa Malheiros (UNIFAP), Marlo dos
Reis (UNIFAP), Zenaide Teles de Oliveira (UNIFAP)
Resumo:
A presente pesquisa tem como tema o Projeto de Vida da Juventude no campo, nas águas e na
floresta na Amazônia Amapaense e faz parte da Linha de Pesquisa “Juventude Rural e Projeto
de Vida” do Grupo de Pesquisa “Juventude Rural, Educação do Campo e Movimentos Sociais na
Amazônia” – JUREMA. A Pesquisa tem como objetivo compreender os fatores que influenciam
na decisão dos/as Jovens de permanecer (ou não) nos seus territórios. Este trabalho se vincula
ao eixo temático 3 - Juventudes e seus territórios (Campo e Cidade), ao discutir questões
ligadas às múltiplas juventudes inseridas em diversos territórios; e territórios como espaços
de construção identitária, lugar em que jovens vivem suas experiências e práticas coletivas.
A orientação teórica que sustenta a pesquisa tem representantes de três temáticas distintas,
a saber, sobre Juventude temos como referências Juarez Dayrell, Elisa Guaraná de Castro,
Jacqueline da Serra Freire, Nilson Weisheimer, sobre Educação são aprofundados Paulo Freire,
Miguel Arroyo, Carlos Rodrigues Brandão e sobre Campo dialogamos com Mônica Molina,
Roseli Caldart, Edgar Kolling e Salomão Hage. Como opção metodológica, a pesquisa pretende
um diálogo entre os métodos quantitativo e qualitativo, por meio da aplicação de questionários
e posteriormente a realização de entrevistas. Esse relato apresenta dados preliminares da
primeira fase que consiste na pesquisa quantitativa e análise da frequência que determinadas
respostas ocorrem num universo de 46 questionários aplicados em 19 comunidades do interior
do estado do Amapá e ilhas do Pará. Os resultados apresentam como fatores de permanência
educação, renda e diversificação das atividades produtivas. Esses fatores derivam do cruzamento
de respostas ligadas a esses temas com a resposta sobre o desejo de permanecer nos seus
territórios, ou seja, à medida que aumenta o nível de escolaridade o desejo de permanecer no
seu território também se amplia, o mesmo ocorre com a renda e com o nível de diversificação
das atividades produtivas. Destacamos, ainda, outros resultados relacionados à participação
em organizações derivados do cruzamento entre respostas referentes à gestão das unidades
produtivas e o tipo de atuação dos/as Jovens nas organizações e movimentos sociais, onde
é possível observar que em famílias onde a gestão da unidade produtiva é exclusiva do pai,
é maior o número de jovens que não participa de organizações sociais e nos casos em que
há participação esta se dá apenas como membro. Já nos casos em que a gestão da unidade
produtiva é compartilhada se amplia significativamente o número de Jovens que atuam como
lideranças em organizações comunitárias e sociais. Nesse rumo, a pesquisa aponta importantes
dados para a discussão, organização e construção de ações alternativas das Juventudes do
campo das águas e da floresta que se preocupam com os processos de migração, sucessão e
fortalecimento da sua identidade e território.
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666
Juventude Rural e Educação do Campo: experiências agroecológicas nos assentamentos
Autores(as): Kamila Costa de Sousa (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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667
Juventude rural e fatores subjetivos de valorização do campo
Autores(as): Aline Barasuol (UFSM), Amábile Tolio Boessio (UFSM), Sheila Maria Doula (UFV)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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668
Juventude Rural Riberinha do Amazonas: Identidade e sonhos dos jovens da Reserva de
Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã
Autores(as): Arthur Losasso Goerck (FAS)
Resumo:
A pesquisa “Juventude Rural Ribeirinha do Amazonas: identidade e sonhos dos jovens da Reserva
de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã” teve como objetivo vocalizar e analisar as
percepções da juventude rural ribeirinha da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS)
do Uatumã, no estado do Amazonas, sobre dois temas centrais: 1) sua identidade; 2) sonhos e
perspectivas futuras. Estes temas foram porta de entrada para aprofundar a discussão sobre
questões fundamentais na realidade da juventude rural, como a migração, a relação entre o
moderno e o tradicional, o papel da educação na formação da identidade e nas perspectivas
futuras, as novas possibilidades existentes nos espaços rurais, entre outros. Para obter os dados
necessários utilizou-se um questionário semiestruturado com 100 jovens ribeirinhos da RDS
do Uatumã, além da metodologia de pesquisa-ação participante, fator que possibilitou um
aprofundamento nas questões que envolvem os objetivos desta pesquisa. Sendo assim, a partir de
um processo de imersão na realidade destes jovens, do uso de metodologias complementares e
da construção de espaços de troca entre os pesquisadores e os participantes, foi possível analisar
suas percepções a partir de um referencial teórico sobre região amazônica, desenvolvimento,
relação urbano-rural e juventude. O Censo de 2010 revela que a população do estado do
Amazonas é predominantemente jovem. Dentre as diversas juventudes existentes na região,
optar por trabalhar junto a uma singular fração do que hoje é entendido como juventude rural
– a juventude ribeirinha - requer um alargamento das percepções e conceitos utilizados na
literatura sobre o tema. Isto porque a região amazônica dificilmente tem suas especificidades
levadas em consideração quando decisões são tomadas, ou até mesmo quando se define o
uso de conceitos para auxiliar na compreensão da realidade. Neste sentido, a maior parte da
produção acadêmica existente sobre juventude rural diz respeito às experiências ocorridas no
sul e nordeste do Brasil, regiões com ruralidades completamente distintas das amazônicas.
Desta forma, as juventudes rurais ribeirinhas do estado do Amazonas não devem ser entendidas
a partir do mesmo olhar que de outras regiões. Se poucos são os estudos sobre a juventude
rural amazônica, esta pesquisa quis somar a este campo e aprofundar a discussão sobre a
realidade desta região do país. Foi possível observar que os jovens ribeirinhos participantes
são representantes de uma transformação social e cultural que vem acontecendo dentro da
RDS do Uatumã, já que a teia relacional com a qual estes jovens têm contato é cada vez mais
vasta, sendo eles influenciados tanto por questões de seu local de origem, mas também por
questões globais. A pesquisa, portanto, quis primeiramente ser instrumento de vocalização das
percepções dos jovens ribeirinhos para então analisar seus aspectos culturais, identitários e
suas perspectivas de futuro, tanto para si próprio, quanto para sua comunidade.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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669
Juventude rural, participação e demandas educacionais
Autores(as): Severine Carmem Macedo (UNIRIO)
Resumo:
O Censo do IBGE/2010 apontou a juventude rural como 7.807.627 dos 51.077.623 milhões de
jovens brasileiros. Mesmo com este dado expressivo, esta parcela importante da população
demorou em adquirir visibilidade no âmbito das políticas públicas, apesar de no dia a dia,
vivenciarem complexos desafios. O pouco papel social atribuído aos jovens; as dificuldades de
acesso à renda, o trabalho precário, a educação instável e o direito às políticas que ampliam
a qualidade de vida, são fatores decisivos para a condição de permanência no seu local de
origem, sem que isso signifique uma falta de opção. A tradução destes desafios na agenda
das políticas públicas vem sendo pautada com mais ênfase no Brasil no início dos anos 2000.
Romper com a invisibilidade e serem reconhecidos como sujeitos de direitos são pautas
históricas da juventude rural e camponesa, recorrentemente reivindicadas junto a governos,
nos espaços de interlocução. Exemplo disso foi a forte atuação destes nas 3 Conferências
Nacionais de Juventude. Considerando a crescente participação destes jovens nos espaços de
formulação e proposição de políticas e, ainda, que esta participação se dá em um processo de
afirmação do seu próprio reconhecimento como sujeitos, o trabalho aqui apresentado, busca
realizar um inventário das pautas educacionais demandadas pelos jovens rurais e a relação
com avanços e barreiras na construção e implementação de tais políticas. A juventude rural
se soma a diversidade juvenil brasileira e enfrenta barreiras comuns. Mas o rural ainda é
marcado pela dificuldade de acesso a direitos. As fortes desigualdades que impactam este
espaço, também se manifestam na educação. Dados da PNAD/2014 apontam que enquanto a
escolaridade média da população urbana de 25 anos ou mais no Brasil é de 8,2 anos, a rural é
de 4,4. No recorte de 18 a 28 anos observamos avanços significativos, mas a média, em 2013,
ainda era de 10,2 para os urbanos e 7,9 para os rurais. Dados do C.E.E.B mostram, nos últimos
10 anos, decréscimo do número de escolas e de matrículas na área rural e crescimento na área
urbana: o Censo Escolar de 2003 registrou 103.328 escolas rurais e 7,9 milhões de matrículas;
em 2013, foram 70.816 escolas rurais e 5,9 milhões de matrículas, redução de 32.512 escolas e
de 2 milhões de matrículas. Para desenvolver a pesquisa, priorizo o estudo aprofundado das
Conferências Nacionais de Juventude, as demandas e resoluções que remetem à educação
continuada, qualificada e metodologicamente inserida no campo. Serão consideradas também,
as experiências de políticas desenvolvidas, a partir da LDB 9.394/96, pelos órgãos federais
que são responsáveis pelo tema. Essa investigação se debruça sobre os passos que foram
dados pelos jovens rurais no contexto de construção das PPJs no país. Aborda como a atuação
deste segmento nas Conferências e as resoluções aprovadas explicitaram suas demandas por
educação e que relação tais demandas têm com as políticas públicas educacionais apresentadas
nas agendas governamentais.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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670
Juventude rural: para além da agricultura familiar
Autores(as): Jaqueline do Nascimento Cruz (UFPA)
Resumo:
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671
Modernização da agricultura e os processos de resistência da juventude campesina na região
do Baixo Jaguaribe
Autores(as): Thainá Ramos Queiroz Mourão (UECE)
Resumo:
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672
Narrativas de vida PIBID/ICEN/UNILAB: ação motivacional em uma escola de Redenção-CE
Autores(as): Paulo Ricardo Gonçalves Pereira (UNILAB), Filomeno de Jesus, Janiely Maria
Monteiro Teixeira Bessa (Seduc Ceara), Márcia Barbosa de Sousa (UNILAB), Marcos da Cruz
Resumo:
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673
Navegando nas vozes do cotidiano de uma comunidade ribeirinha no Amazonas: o que pensam
os jovens sobre a escola?
Autores(as): Claudio Gomes da Victoria (UFAM)
Resumo:
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674
O coletivo jovem do Assentamento Santana: uma experiência de resistência da juventude
camponesa
Autores(as): José Filho Araújo Santos (UECE)
Resumo:
O Coletivo Jovem de Formação, Cultura e Arte é um grupo constituído por jovens camponeses do
Assentamento Santana, que vem buscando constituir um espaço de luta, conquista e resistência
no campo brasileiro, com vistas a consolidar um real espaço de vida e potencialização da
dignidade humana, redirecionando para o fortalecimento de processos emancipatórios. É uma
organização imbricada numa instância organizativa do Assentamento Santana, assim como,
na proposta Política-Pedagógica da Escola do Campo Florestan Fernandes, coletivo este,
erguido e direcionado com ações artístico-culturais, formativas, educativas e agroecológicas
que vem sendo desenvolvidas no âmbito destes espaços. O Assentamento Santana está situado
no interior dos sertões cearenses, localizado no município de Monsenhor Tabosa, ficando a
380km de Fortaleza. O Assentamento é composto por 120 famílias que vivem coletivamente
na terra, tendo sua relação social e humana com a terra, a partir do processo de cooperação
e trabalho associado, tendo nesta dinâmica, o regime de posse coletivo da terra, guardando
particularidades na forma de lida com a produção material da vida social. O Assentamento
registra quantitativamente uma população aproximadamente de 560 pessoas, sendo 280
jovens (FERNANDES, 2015). Um dos grandes anseios do Assentamento, desde os primórdios,
era o acesso a Educação do e no campo, uma educação que contemplasse as perspectivas
e necessidades dos sujeitos camponeses. Buscando, conforme Caldart (2002) se “contrapor
lógica de que a escola do campo é escola pobre, ignorada, marginalizada numa realidade de
milhões de camponeses analfabetos e de crianças e jovens condenados a um círculo vicioso:
sair do campo para continuar a estudar, e estudar para sair do campo” (p.120), o Coletivo Jovem,
enquanto instância orgânica da juventude se coloca enquanto espaço de formação, resgate
e sistematização da história, cultura, das lutas e das conquistas destes sujeitos coletivos. A
juventude camponesa luta e buscam por espaços que lhe deem voz, vez e lugar para manifestar
suas potencialidades, assegurando-lhes condições concretas. Assim, reivindicam por um
campo que seja justo, pleno e soberano no acesso aos mais diversos direitos sociais e humanos
fundamentais para a garantia da vida digna. Neste movimento, a Juventude de Santana, está
em luta permanente, com vista a dar horizontalidade em todas as suas perspectivas e anseios.
A luta segue, as trincheiras se abrem, e a resistência se impõe, em tempos que a deterioração
da vida, dos sonhos, da luta, dos direitos se esfacela em asseguramento da dinâmica do
capitalismo, da primazia e conservação da propriedade privada, apreendemos como ainda
milhares de jovens que vivem no campo, vivem a mercê da esperança, das realizações e
dos sonhos. A juventude camponesa não aceita mais o lugar que lhe foi imposto, espaço de
invisibilidade, cerceamento da liberdade e expressão, e passivização diante dos processos de
discussão e decisão. A juventude camponesa que vive no campo, não está isolada, muito menos
diluída, a mesma resiste e se coloca contraposta a sociabilidade vigente.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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675
Panorama da juventude rural ribeirinha do Amazonas: retratos dos jovens das Reservas de
Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Amanã, Juma e Uatumã
Autores(as): Arthur Losasso Goerck (FAS), Rodrigo Viana da Silva (UFAM), Victoria Chermont
Tavares da Silva (FAS)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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676
Situação juvenil e projetos profissionais de jovens agricultores familiares no Recôncavo da
Bahia
Autores(as): Nilson Weisheimer (UFRB)
Resumo:
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677
GT 25 - Juventudes sem fronteiras: diásporas, migrações e mobilidades juvenis
Coordenadores: Elcimar Simão Martins (UNILAB), Alexandrino Moreira Lopes (ICEN) e Hilton Pereira da Silva (UFPA)
Resumo Geral:
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678
Mobilidades, Trajetos e Fronteiras do Esquecimento: eles voltam (2012) e as narrativas fílmicas
da (in)diferença social
Autores(as): Wendell Marcel Alves da Costa(UFRN)
Resumo:
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679
Gestão e políticas públicas: avaliação dos programas de acolhimento e integração de estudantes
estrangeiros na UNILAB
Autores(as): Natalina de Jesus Sanches Monteiro (UNILAB)
Resumo:
O trabalho aqui apresentado faz parte das atividades do projeto de pesquisa de iniciação
científica “Estudar no Maciço de Baturité: trajetórias e experiências socioculturais de estudantes
africanos na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira”. Durante
a pesquisa o Programa de Acolhimento e Integração de Estudantes Estrangeiros (PAIE),
assim como a sua implementação, têm recebido uma atenção especial. A Resolução nº 28,
de 19/11/2014 – CONSUNI/UNILAB, prevê que o acompanhamento do estudante estrangeiro
será iniciado logo após a sua confirmação de interesse de matrícula, ainda no seu país de
origem, e será encerrado ao final de três meses da sua chegada ao Brasil. Todos os programas
de acolhimento e integração instituídos pela UNILAB, desde a criação desta instituição do
ensino superior (IES) têm sido analisados. Nos interessa saber quais foram esses programas e
quais os impactos da implementação de cada um deles na UNILAB, e o objetivo da pesquisa
consiste em analisar as principais políticas públicas vinculadas aos programas de acolhimento
dos estudantes estrangeiros na UNILAB, percebendo assim, os seus impactos do ponto de vista
financeiro, social, entre outros e verificar como foi o acompanhamento do estudante recém
ingresso desde o país de origem. Destartes, as principais questões teóricas que sustentam este
trabalho fazem parte: Gestão e políticas públicas. Outros temas como migração, acolhimento,
integração, inclusão, entre outros, têm sido abordados a partir das questões principais,
sendo que os métodos quantitativos e qualitativos têm sido usados durante a pesquisa.
Temos feito um levantamento bibliográfico sobre experiências de acolhida de estudantes
em outras instituições de ensino superior, a partir de buscas de artigos em revistas científicas
especializadas, periódicos e bancos de dissertações e teses de várias instituições de ensino
e pesquisa de dentro e fora do Brasil, e a realização de um questionário semiaberto com os
interlocutores da pesquisa bem como a pesquisa de campo nas cidades, pousadas, e lugares
onde os alunos ficaram recepcionados, também fazem parte dos métodos utilizados. O PAIE
é uma experiência inovadora, e acreditamos que o seu sucesso atenuar o impacto negativo
que muitas das vezes os estudantes estrangeiros experimentam, no novo ambiente social, nos
primeiros três meses após a chegada no Brasil. Portanto, com o andamento do projeto até o
momento atual, constatou-se que os primeiros programas de acolhimento obtiveram várias
falhas, e que por isso deixaram de ser instituídas pela UNILAB. O PAIE, que se encontra em
vigor atualmente, é o que até agora apresentou menores falhas e é avaliado positivamente
pelos gestores da instituição bem como pelos beneficiários. Os programas de acolhimento da
UNILAB têm-se apresentado como medidas viáveis da garantia do bem-estar dos estudantes
estrangeiros recém chegados, permitindo assim que se sintam confortáveis e com as condições
mínimas de sobrevivência até se estabilizarem economicamente e socialmente no novo
ambiente de estudos e moradia.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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680
Sociabilidades, Associativismo e Formação de Identidade entre os Estudantes Africanos na
UNILAB
Autores(as): Saara Madalena Gonçalves da Silva (UNILAB), Natalina de Jesus Sanches Monteiro
(UNILAB)
Resumo:
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681
Pontes Brasil-Portugal: a experiência do Programa de Licenciaturas Internacionais UNILAB e
Universidade de Coimbra
Autores(as): Assis Anderson Ribeiro da Silva (UNILAB), Jacqueline Cunha da Serra Freire (UFPA)
Resumo:
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682
Impactos do Programa Ciência sem Fronteiras no contexto acadêmico da Universidade Federal
do Ceará
Autores(as): Biancka Bandeira Miranda (UFC), Évinly Sousa Brito (UFC), Antônia Vaneska Timbó
de Lima Meyer (UFC), Gabriel Martins Ramalho (UFC), Gisele Menezes Dutra (UFC), Igor de
Menezes Guimarães (UFC), Thaís Tavares Lopes Portella (UFC)
Resumo:
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683
Mobilidade Humana: um estudo sobre a permanência discente da UNILAB nas cidades de
Redenção e Acarape
Autores(as): Matias Neto Alves Ferreira (UNILAB), Amanda Arcelino da Silva Cavalcante (UNILAB),
Bruno Miranda Freitas (UNILAB), Elisangela Andre da Silva Costa (UNILAB), Janiele Lima da
Silva (UNILAB), José Everlan Abreu de Sousa (Unilab), Maria Angerlane Sampaio (UNILAB)
Resumo:
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684
A experiência migratória internacional de jovens e a integração de estudantes congoleses
Autores(as):Beny Kadima Jack (UFPA), Jacqueline Cunha da Serra Freire (UFPA), Nathália
Amanda Siqueira dos Santos (UNAMA)
Resumo:
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685
AIESEC: relato de experiência em uma organização gerida por jovens
Autores(as):Brena Karla Girão Marques (UNIFOR), Laisa Forte Cavalcante (UFC)
Resumo:
O território compreendido como espaço de uma construção idenitária, sendo o lugar onde os
jovens vivem suas experiências práticas individuais e coletivas, nos parece um território para
além de uma demarcação geográfica. É um território também simbólico, de lugar de sentido que
estes jovens dão ao ambiente em que estão inseridos. Mediante esse entendimento de território,
realizamos um relato de experiência a partir de nossas vivências em uma organização sem fins
lucrativos, chamada AIESEC. A AIESEC (Association Internationale des Etudiants en Sciences
Economiques et Commerciales) é a maior organização gerida por jovens sem fins lucrativos do
mundo. Ela tem como missão alcançar a paz mundial e o preenchimento das potencialidades
humanas. Se caracteriza como um movimento jovem que visa o impacto positivo na sociedade,
através do desenvolvimento de liderança a partir da experiência de membresia (trabalho na
organização) e, principalmente, de intercâmbio. A Organização foi criada em um contexto
pós-Segunda Guerra Mundial na Bélgica, e atualmente está sediada em Roterdã, na Holanda.
Hoje está presente em 125 países e territórios e em mais de 2400 universidades. Veio para o
Brasil no início da década de 1970, em meio ao cenário de Ditadura Militar e hoje possui 51
escritórios no País. Em nosso relato, atentar-nos-emos, a duas experiências distintas vividas nesta
organização: um intercâmbio cultural na Colômbia vivida por Brena Karla; e outra realizando
um trabalho no comitê local da AIESEC Fortaleza a partir do relato de Laisa Forte.Brena Karla
Girão Marques:Sentir pertencimento de um território, de uma cidade, de um grupo, é essencial
para a formação identitária do jovem. Posso relatar que a obtive a partir de uma experiência
internacional com jovens de diversos países na Colômbia. Estar em um ambiente que até então
é desconhecido, junto com outros 8 jovens advindos de diferentes países, permitiu-me pertencer
a um espaço: o mundo. Em Medellín realizando um trabalho em um centro cultural com jovens,
aprendemos com a pluralidade de formas de viver, onde todos tinham o mesmo objetivo: causar
um impacto positivo na cidade de Medellín. Chega a ser paradoxal, como a desterritorialização
do que é seu, possa trazer tanto pertencimento ao que é, até então, do outro, ao desconhecido...
E é a partir da minha experiência que posso relatar, que essa vivência de sair do meu território,
possibilitou-me um sentimento, como jovem de que somos todos iguais, que pertencemos ao
mundo e que somos fortes juntos. Laisa Forte Cavalcante:Trabalhar em um escritório local da
AIESEC em Fortaleza durante 3 anos me permitiu viver muitas experiências desafiadoras tais
como fazer parte de uma equipe que liderava jovens objetivando possibilitar com que outros
de nós pudessem realizar intercâmbios voluntários e profissionais em outros países, além de
trazer estrangeiros para trabalharem em projetos no terceiro setor em Fortaleza. O principal
propósito de nossas atividades é poder permitir aos membros desenvolverem características
de liderança como: autoconhecimento, ser orientado para a solução, empoderar outros e ser
um cidadão global.
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686
Mobilidade e distribuição dos jovens na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã
Autores(as): Raissa Nobre Barros (UFPA)
Resumo:
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687
Práticas de integração e interculturalidade entre os estudantes da UNILAB
Autores(as): Catharina Maia Caetano (UNASP)
Resumo:
O Brasil é um país que mantém sua política externa de duas formas: bilateral no sentido em
que mantém relações com os países avançados economicamente e, recentemente multilateral
com países emergentes na África, Ásia, Oriente Médio e América do Sul, possibilitando
uma relação horizontal de Cooperação Sul-Sul. A partir do governo Lula percebe-se uma
preocupação com o fortalecimento desta cooperação, e nesse contexto deu-se a implantação
da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira - UNILAB, aprovada
como Lei Federal em 2010, objetivando a interiorização do ensino e a promoção da cooperação
solidária entre os países da CPLP. A UNILAB é uma universidade multicampi localizada nas
cidades de Redenção e Acarape, no Ceará (campo de estudo desta pesquisa) e São Francisco
do Conde, na Bahia, que recebe estudantes brasileiros e oriundos da diáspora africana
lusófona: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe; e asiática:
Timor-Leste. Nascida de um contexto político de cooperação internacional, faz-se necessário
analisar o papel da Universidade como medida da política externa multilateral de cooperação
e verificar como esta instituição pode contribuir com a ocorrência de integração entre os
seus estudantes e a promoção de diálogos interculturais, visto que a mesma proporciona um
ambiente plural e diversificado. Aqui aborda-se apenas resultados iniciais de uma “missão” que
pretende ser alcançada em sua plenitude a longo prazo conforme crescimento e expansão
desta instituição de ensino superior. Foca-se na observação e identificação de atividades
cotidianas, curriculares e extracurriculares dos estudantes que, possibilitem na construção do
diálogo intercultural e integração entre os mesmos. Este trabalho visa mostrar as relações
interculturais e comportamentos no encontro entre a juventude da diáspora e a juventude
brasileira, em grande parte rural, devido à localização da universidade. Desta forma, este
é um estudo descritivo elaborado por pesquisas bibliográficas e de campo, tendo dados e
materiais coletados a partir de entrevistas por amostragem de estudantes e diário de campo
por observação participante, com análise baseada em um referencial teórico dentro da
literatura das Ciências Sociais. Considera-se, então que a UNILAB é um projeto diferenciado
que não se limita a apenas mais uma instituição de ensino, mas passa a ser um importante
instrumento para a desconstrução de paradigmas, contribuinte na conscientização de pessoas
abertas ao conhecimento e relacionamento multicultural, promoção de uma integração ainda
que atualmente imatura, mas que paulatinamente vem ultrapassando o plano “do local para
o global” tornando-o internacional e intercontinental. Conclui-se, a partir deste estudo, que a
integração e o diálogo intercultural acontecem de forma quase “natural” conforme o espaço
ambiente proporcionado pela Universidade.
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688
Juventude, Mobilidade e Lusofonia Digital: as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)
e a inclusão social da juventude na diáspora
Autores(as): Elcimar Simão Martins (UNILAB), Alexandrino Moreira Lopes (ICEN), Elisangela
Andre da Silva Costa (UNILAB), Jacqueline Cunha da Serra Freire (UFPA), Sinara Mota Neves de
Almeida (UNILAB)
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689
Juventudes sem Fronteiras: Festas da Independência na UNILAB e Protagonismo Juvenil
Autores(as):Alexandrino Moreira Lopes (ICEN), Assis Anderson Ribeiro da Silva (UNILAB), Elcimar
Simão Martins (UNILAB), Jacqueline Cunha da Serra Freire (UFPA), Valdilane Santos Alexandre
(UNILAB)
Resumo:
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690
Muro no espaço público: divisor civilizatório ou marco da segregação?
Autores(as): Ingrid Teixeira Peixoto (Arquiteta urbanista)
Resumo:
Este artigo aborda o papel social do muro em espaços públicos e o quanto isso afeta a percepção
de limite territorial, integração urbana, civilidade e segurança dos usuários. A proposta de
comunicação traz como estudo de caso os limites espaciais nos três Centros Urbanos de Cultura,
Arte, Ciência e Esporte (Cucas) da Rede Cuca, equipamentos de proteção social, localizados em
zonas de vulnerabilidade social, e mantidos pela Prefeitura de Fortaleza. Jovens de 15 a 29 anos
são o público alvo da Rede Cuca. A problemática do muro em espaços públicos é que apesar
de seu papel civilizador para o controle dos acessos, ao delimitar uma área, o muro segrega e,
portanto, promove a não interação entre os usuários e a comunidade em que estão inseridos.
Um espaço pode ser considerado público quando não existe nenhum obstáculo para o livre
acesso dos transeuntes, cuja finalidade consiste em despertar para a convivência democrática
entre seus usuários. Restringir o uso do espaço público com cercas e muros elimina a função
primordial para o qual foi projetado, promovendo em seu lugar, a desigualdade, a intolerância,
a discriminação e outras ações segregantes. O objetivo é compreender o que torna o muro
necessário em um espaço público como aparato de civilidade, enquanto este se torna obstáculo
para o próprio exercício da civilidade. Durante 3 anos, trabalhei como arquiteta-urbanista para a
Coordenadoria de Juventude vistoriando e acompanhando ocorrências-problema, conversando
com usuários e funcionários do equipamento e apresentando relatórios técnicos sobre a
estrutura física de cada Cuca. Através da metodologia de observação in loco do funcionamento
dos limites da Rede Cuca e do comportamento dos usuários frente a essas divisões territoriais,
a discussão é construída a partir de perguntas como: Muros devem delimitar o espaço público?
Muros beneficiam a construção de identidades territoriais? Como o planejamento urbano pode
tornar o espaço público mais acolhedor? Cada um dos Cucas conta com uma praça equipada
com skate Park, anfiteatro e quadra de areia. Em dois Cucas (o Barra e o Jangurussu) a praça é
livre de muros e complementa a paisagem urbana. Por outro lado, no Cuca Mondubim, ela se
encontra dentro dos limites do equipamento estando, portanto, gradeada. Essa diferença nos
dá um parâmetro para avaliar como as praças, cercadas por grades ou não, são percebidas e
acessadas pela comunidade.À partir das observações, nota-se que no Mondubim, a praça é
frequentada, majoritariamente, por alunos do próprio equipamento, evidenciando que o limite
espacial imposto pelo gradil é encarado como um obstáculo e repele o acesso da comunidade.
Já no Barra e Jangurussu, onde não existe gradil para a divisão com a via pública, nota-se que
há maior fluidez de indivíduos, reunindo membros da comunidade e alunos do Cuca. Esse fator
torna essas praças mais democráticas e abertas para a diversidade de usos. Isso expõe que
impor um limite espacial pode acabar vetando a fluidez e a convivência entre os usuários,
porém levanta a questão sobre segurança do patrimônio e dos cidadãos no espaço público.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
691
Jovens Cearenses e Ciências sem fronteiras: Destinos, escolhas e reflexões
Autores(as): Gabriel Martins Ramalho (UFC), Antônia Vaneska Timbó de Lima Meyer (UFC),
Biancka Bandeira Miranda (UFC), Évinly Sousa Brito (UFC), Gisele Menezes Dutra (UFC), Igor de
Menezes Guimarães (UFC), Thaís Tavares Lopes Portella (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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692
Protagonismo da Juventude da UNILAB na Diáspora: carta africana da juventude e Políticas de
Juventude (PJ) em foco
Autores(as):Jacqueline Cunha da Serra Freire (UFPA), Luana Mateus de Sousa (Unilab), Ailana
Linhares de Sousa Medeiros (UFC), Assis Anderson Ribeiro da Silva (UNILAB), Valdilane Santos
Alexandre (UNILAB)
Resumo:
A União Africana (UA), organização internacional que congrega os países da África, instituiu em
julho de 2006 a Carta Africana da Juventude (CAJ), que define as responsabilidades dos Estados-
membros no desenvolvimento da juventude no continente. Em 2016, reunidos em Banjul, capital
da Gâmbia, os países africanos realizaram o balanço da efetividade de tal documento, processo
conhecido como Banjul + 10. O presente relato de experiência objetiva socializar experiência
do Círculo Epistemológico (CE) promovido na Universidade da Integração Internacional da
Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) com foco na discussão sobre o que jovens da UNILAB –
brasileiros, timorenses e de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) na diáspora
no Brasil – pensam sobre Políticas de Juventude (PJ) a partir de três eixos principais: a) Carta
Africana da Juventude 10 anos depois, considerando a realidade dos jovens em seus países
africanos de origem; b) o que os jovens têm a dizer e propor aos países africanos sobre PJ nos
dias atuais e para um futuro de garantia de direitos; c) o que os jovens têm a dizer ao Brasil
sobre PJ nos dias de hoje e para um futuro de garantia de direitos. Metodologicamente o CE
foi referenciado em Romão (2006) que o concebe como processo dialógico de investigação e
debates qualificados a partir de questões geradoras. A integração internacional e o protagonismo
juvenil foram a tônica da experiência. Para a elaboração desse relato recorreu-se à pesquisa
bibliográfica e documental, referenciados em Lima e Mioto (2007) e em Cellard (2008). Estudos
de Hall (2003), Silvério e Trinidad (2012), Carrano (2013) foram importantes aportes teóricos. O
CE revelou que passados dez anos da adoção da CAJ, constata-se que 38 dos 54 países africanos
ratificaram o documento, assim como foi evidenciado que há muito a ser feito para que a
juventude africana tenha centralidade e protagonismo nas PJ no continente. A compreensão
dos jovens na diáspora e brasileiros na UNILAB sobre a Carta Africana de Juventude e Políticas
de Juventude no continente e no Brasil é marcada pelo a) entendimento da importância de
marcos jurídicos de garantia de direitos aos jovens; b) constatação de baixa adesão dos países
e pouca efetividade do documento na vida da juventude; c)reconhecimento da educação
superior, políticas de trabalho, renda e empreendedorismo como elementos impulsionadores
de melhorias de vida; d) força política e investimentos são elementos indispensáveis para a
consecução dos enunciados da Carta; e) vitalidade da juventude na transformação social; f)
imperatividade de implementação de políticas sociais; g)importância da garantia de liberdades
em múltiplas dimensões; h)inadiável compromisso de combate a todas as formas de violência
e discriminação. Estimular a leitura e promover debates qualificados com jovens na diáspora
e brasileiros, inclusive na metodologia de Círculo Epistemológico, revela-se importante na
formação acadêmica e cidadã da juventude, fortalece o protagonismo juvenil, bem como
contribui para a integração internacional e consecução da missão institucional da UNILAB.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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693
Estudantes em um novo contexto: relato de jovens guineenses na UNILAB
Autores(as): Rudilson Manuel Ié (UNILAB), Luis Campili Pereira (UNILAB), Marcelo Luis Monteiro
(UNILAB)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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694
Integração de estudantes internacionais na UFPA: a contribuição da Casa Brasil-África
Autores(as): Hilton Pereira da Silva (UFPA), Geraldine Fifame Dona fadairo (UFPA), Henrique
Vieira Moreira
Resumo:
A Casa Brasil-África (CBA) da Universidade Federal do Pará (UFPA) tem atuado como instrumento
para a integração dos estudantes internacionais na UFPA, principalmente os africanos, visando
o entendimento de sua realidade e o combate às dificuldades encontradas por eles, que
migraram para o Brasil para cursar graduação. Instituída em 2009 a partir de mobilização e
proposta do Grupo de estudos Afro-Amazônicos (GEAM), a CBA vem sendo dinamizada como
espaço de integração principalmente a partir de 2013. O objetivo principal do presente relato
de experiência consiste em analisar a importância da CBA para a integração destes jovens
com a comunidade acadêmica da Universidade e da sociedade paraense. O relato vincula-
se ao Grupo de Trabalho Juventudes Sem Fronteiras: diásporas, migrações e mobilidades
juvenis do Eixo Temático 03. Juventudes e seus Territórios (campo e cidade), por considerar-
se que a experiência da CBA tem nos jovens internacionais uma das principais referências de
atuação institucional. Assente em conceitos como internacionalização da educação superior,
interculturalidade, diáspora, a orientação teórica do presente relato baseada em estudos de
Morosini (2006), Candau (2009), Santos (2010) e Hall (2012). O reconhecimento da importância
do debate sobre a diáspora da juventude no contexto de globalização e internacionalização da
educação superior tem sido objeto de estudo e ação institucional da CBA. Pesquisa bibliográfica
e documental são os suportes metodológicos do trabalho. Os resultados mostram que a CBA
tem promovido ações para dar visibilidade e valorizar a presença da juventude internacional
na UFPA, além de instituir um mapeamento contínuo, identificando várias dificuldades vividas
por estes e que, por muitos anos, eram “invisíveis” na Instituição. A experiência da CBA aponta a
necessidade de criação de uma política de recepção e acolhimento aos estudantes estrangeiros,
e a importância da divulgação sobre a história e a cultura dos países de origem destes jovens,
principalmente africanos, na UFPA e na comunidade do entorno, visando quebrar estereótipos
sobre o continente africano e contribuir para a eliminação do racismo e da xenofobia. Na
relação CBA - estudantes estrangeiros destaca-se como conclusão que: 1- A CBA tem apoiado os
estudantes africanos e afrodescendentes em suas atividades acadêmicas e culturais na UFPA;
2- Tem fomentado a participação destes jovens em todos os espaços institucionais, resultando
no fortalecimento da relação dos jovens estrangeiros com universidade e sociedade; 3- Tem
contribuído para fortalecer sua autonomia e participação na Universidade. No entanto, há ainda
muito a ser feito para que outras barreiras sejam efetivamente superadas e sua experiência
acadêmica possa se refletir em melhor qualidade de vida para eles, suas famílias e seus países
no futuro, assim como contribuir para que a diversidade que essa juventude traz consigo reflita,
também, a construção de uma universidade cada vez mais plural.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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695
Juventudes: práticas culturais, políticas, comunicacionais e processos migratórios em São Paulo
Autores(as): Maria Cláudia Sant’anna de Paiva (PUC-SP)
Resumo:
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696
GT 26 - Juventudes, meio ambiente e agenda política dos jovens
Coordenadores: Tarcísio Augusto Alves da Silva (UFRPE), Sidney Oliveira Santos Silva Filho (UFPE)
e Wagner José de Aguiar (UFPE)
Resumo Geral:
A relação das juventudes com o debate ambiental foi, durante o período de 2003 e início de
2015, objeto de várias ações do governo federal com destaque para as edições da Conferência
Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, a criação dos Coletivos de jovens e meio ambiente,
o Vamos cuidar do Brasil com escolas sustentáveis (com Vida), o Plano Nacional Juventude
e Meio Ambiente, dentre outras. Capitaneadas pelos ministérios da Educação e do Meio
Ambiente tais ações situavam-se no reconhecimento crescente de uma preocupação ambiental
presente entre os jovens brasileiros. Essa atenção dada por grupos juvenis aos problemas que
afetam natureza, meio ambiente e sociedade foi também captada pela literatura acadêmica
e identificada como um novo campo de participação política e de ação coletiva desses jovens,
face ao desprestígio verificado com as formas tradicionais de fazer política. Entretanto, do
ponto de vista das políticas públicas, há muito o que avançar quando se verifica a ausência
de programas e de investimentos específicos nesse campo, sobretudo, quando se justificam
cortes nos aportes financeiros para implementação ou continuidade de ações em contextos
de crise econômica. Atrelado a isso, existem ainda poucos estudos em que a relação juventude
e meio ambiente, principalmente, atinente aos jovens não ambientalistas, é problematizada
para que assim se possa produzir conhecimento para subsidiar tais políticas. Por outro lado,
o entendimento dos jovens como sujeitos de direito pressupõe considerá-los nas formulações
de políticas públicas que procurem promover um ambiente saudável e equilibrado para as
atuais e futuras gerações. Isto requer, em um primeiro plano, conhecer como os problemas
socioambientais são percebidos pelos jovens e, em segundo lugar, reconhecer as demandas
juvenis neste campo. Partindo dessas afirmações, o GT receberá trabalhos de comunicação oral
(CO) que possam problematizar: a) experiências de grupos juvenis com a temática ambiental
(Educação ambiental, mobilização comunitária, movimentos sociais); b) O enfoque da justiça
ambiental aplicada à luta por direitos da juventude; c) participação de jovens em movimentos
ambientalistas; d) questões teórico-metodológicas do estudo da relação juventudes e meio
ambiente; e) envolvimento de jovens na produção sustentável de comunidades tradicionais; f)
os jovens rurais no contexto da agroecologia; g) o resgate das experiências dos Coletivos de
jovens e meio ambiente; h) análise das diversas conferências de juventudes e meio ambiente
no Brasil; i) a participação dos jovens nos processos decisórios sobre o aproveitamento das
oportunidades relacionadas ao uso dos conhecimentos tradicionais e do patrimônio genético
de seus territórios. Acreditamos, desse modo, que a relação juventudes e meio ambiente tende
a problematizar os jovens como atores políticos, suas formas de mobilização e participação
social, justificando a incorporação do presente GT ao eixo temático 6 – Juventudes e movimentos
sociais.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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697
Rompendo os muros da universidade para a construção do processo socioeducativo por meio
da educação ambiental
Autores(as):Kayque Ramon Bezerra Pereira (UFRB)
Resumo:
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698
Educação ambiental e problemas socioambientais nos municípios de Salgueiro e Araripina-PE:
o olhar dos estudantes de ensino médio
Autores(as):Lara Brito Leite (UFRP), Tarcísio Augusto Alves da Silva (UFRP)
Resumo:
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699
Frente Cocó: articulação de coletivos pela regulamentação de parque urbano
Autores(as):Gabriel Lima de Aguiar (UFC), Luana Adriano Araújo (UFC)
Resumo:
A Frente Cocó é um coletivo constituído pela cooperação de 4 entidades: SOS Cocó, Direitos
Urbanos, Pró-Árvore e Verde Luz. A união se deu durante a sequência de reuniões articuladas
pelo Fórum Cocó. O seu objetivo é unir forças para, através do embate jurídico-político e
da pressão popular, exigir do poder público a devida regulamentação do Parque do Cocó
como Unidade de Conservação de Proteção Integral, com seus 1.435 hectares, mantendo a
tradicionalidade da comunidade nativa que reside na foz do Cocó.O Parque do Cocó é um dos
maiores parques naturais urbanos da América do Sul e se situa na Cidade de Fortaleza, CE.
No dia 29/1/2015, na sala da Procuradoria da República do Estado do Ceará, em Fortaleza,
o Fórum Permanente Pela Implementação do ‘’Parque Ecológico do Cocó’’ foi instalado em
reunião com 25 entidades do poder público e da sociedade civil. O objetivo da articulação
do Fórum foi somar esforços para subsidiar o Governo no processo regulamentação do Cocó.
No contexto argumentativo do Fórum, as opiniões sobre como deveria ser criado o Parque
se mostraram diversas, demandando dos integrantes que se organizassem por posições
convergentes. Dessa articulação surgiu a Frente Cocó. Assim, os 4 segmentos se uniram para
alinhar as argumentações e começar uma articulação com a sociedade para demandar do
Governo que a pauta ambiental fosse a diretriz central para a criação do Parque, e não os
interesses das empreiteiras e construtoras. Os integrantes da Frente têm entre 20 e 25 anos e
são das áreas de Ciências Biológicas, Arquitetura, Urbanismo e Direito. Jovens que tomam em
suas mãos a responsabilidade de exigir dos governantes decência no trato com o meio ambiente
e com as populações tradicionais. As ações da Frente Cocó consistem na produção audiovisual
para as redes sociais, organização de atos de rua e intervenções urbanas, participação em
rádio e televisão, organização e participação de mesas redondas e palestras em escolas e
universidades e atualização constante acerca do desenvolvimento da pauta em fanpage, além
da participação ativa dos debates do Fórum Cocó. Como resultado das nossas, temos uma
inserção social cada vez mais significante através da nossa fanpage com mil inscritos, vários
vídeos publicados com visualizações entre 2 e 20mil, além de termos conquistado audiências
públicas. A Frente Cocó fez também resistência pela permanência da comunidade tradicional
da Sabiaguaba em sua terra e conseguiu um acordo com o Governo do Estado que voltou atrás
na decisão de remover as casas tradicionais da Foz do Rio Cocó. A articulação da juventude se
mostra, na experiência da Frente Cocó, capaz de influenciar dezenas de milhares de pessoas e
pressionar o governo para que os direitos dos indivíduos e da natureza não sejam atropelados
como tantas vezes acontece. Através dessa experiência percebemos que a política para ser
verdadeiramente democrática precisa acontecer com muito mais participação popular nas em
suas decisões e mais seriedade no tratamento ao meio ambiente, que, se não for tratado de
uma forma diferente da que vem sendo até agora, irá colapsar.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
700
Bom dia Cocó: um projeto voluntário de educação ambiental no Parque do Cocó
Autores(as): Gabriel Lima de Aguiar (UFC), Daniel Silva de Paula (UFC)
Resumo:
O Parque do Cocó, situado na Cidade de Fortaleza, Ceará, é um dos maiores parques naturais
urbanos da América do Sul, com aproximadamente 1.500 hectares e uma rica vegetação que se
manifesta sobre planície de rio, manguezal e região de dunas. O Parque atravessa toda a cidade
e tem a sua bacia hidrográfica abrangendo dois terços de Fortaleza. Apesar de ser considerado
um grande patrimônio ambiental para a população, o Cocó vem sendo severamente ameaçado
por construções, poluição e uma gestão historicamente muito tímida frente aos reais desafios.
Além disso, o Parque ainda não existe enquanto unidade de conservação. Dada essa situação
alarmante alunos do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Ceará se
juntaram voluntariamente para realizar intervenções de educação ambiental nas trilhas do
Parque do Cocó, visando a sensibilização da população que ali circula. Dentro deste objetivo,
conhecimentos gerais sobre a fauna, a flora, a geografia e a história do Parque deveriam ser
passados na forma de conversas semiestruturadas e exposição de material informativo. Além
disso, o trabalho deveria se estender para espaços virtuais, fazendo educação ambiental pelo
FaceBook e em aplicativo de celular. Temos nesse trabalho uma organização criada pelos
jovens, já que todos os membros têm entre 18 e 24 anos, gerida pelos mesmos para intervir na
sensibilização ambiental da população que reside na cidade de Fortaleza. O projeto finalmente
se estruturou do formato como está funcionando hoje: Todos os domingos durante o período
da manhã, os 10 membros do projeto ocupam as trilhas turísticas do Parque do Cocó em pontos
específicos para falar da vegetação e dos animais que ali se encontram. Pontos históricos como
as ruínas centenárias da salinas que ali funcionavam também recebem a visita de membros do
projeto. Além disso os educadores ocupam um coreto que reside na entrada da trilha principal,
local onde expõem em uma mesa animais do parque taxidermizados e conservados em álcool,
material que utilizam para ilustrar suas falas acerca da riqueza da região. Na fanpage do projeto
no Facebook, fazemos postagens semanais de vídeos que gravamos no parque. Os vídeos falam
da diversidade biológica que reside no parque, sempre trazendo curiosidades e mostrando a
importância de cada espécie. O Bom dia Cocó está agora em processo de construção de um
aplicativo para Android que disponibiliza o catálogo de espécies do Parque. Como resultado
do nosso esforço realizado até então, temos uma página no FaceBook com 1.200 seguidores,
vídeos circulando com uma média de 1.000 visualizações por vídeo, já organizamos 5 trilhas
com 3 turmas universitárias, uma escola e uma igreja. Estamos em processo de criação de um
aplicativo com o catálogo de espécies do Parque do Cocó, incluindo fauna e flora. No Bom
dia Cocó já estagiaram 2 alunos de Ciências Biológicas e atualmente temos um em estágio.
Além de tudo isso, temos como nosso principal produto as dezenas de pessoas com quem
conversamos todos os domingos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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701
Jovens universitários e os nexos entre participação e política
Autores(as):Tarcísio Augusto Alves da Silva (UFRP), Sidney Oliveira Santos Silva Filho (UFRP)
Resumo:
Na história recente do Brasil temos presenciado diversos movimentos de cunho político e social
a exemplo das manifestações de junho de 2013 (contra o aumento das tarifas de ônibus), os
protestos que se opuseram a realização da copa do mundo de futebol, as ocupações de escolas
em São Paulo, etc. Esses eventos têm permitido a promoção de debates acirrados sobre o tema
da participação política ao mesmo tempo em que intensificaram a inclusão desta temática na
agenda social do País.Este fato, por outro lado, contrasta com um momento em que a apatia
dos brasileiros pela política se torna mais evidente, se tomarmos como base a pesquisa do
DataFolha (2014) que apontou que 57% dos brasileiros não exerceriam o seu direito de voto
caso o mesmo fosse facultativo. Do mesmo modo, Costa (2012) observou ser perceptível o
afastamento (sobretudo da juventude) dos cidadãos desta dimensão da vida política no Brasil.
Neste cenário, a universidade pode ser concebida como um dos espaços onde se torna possível
o desenvolvimento de formas tradicionais e alternativas de práticas políticas entre os jovens.
Ela foi, e continua sendo, palco privilegiado de muitas experiências onde a participação
política de jovens se materializa em militância político-partidária e sindical. A questão a saber
é: o que acontece hoje? Qual a tendência a participação política entre jovens universitários?
Sobre estas indagações, procuramos apresentar, neste trabalho, como esta dinâmica tem se
revelado entre os estudantes da Universidade Federal Rural de Pernambuco, a partir de uma
pesquisa exploratória, realizada por meio de uma amostra não probabilística por cotas, com
125 estudantes (com idade entre 18 a 29 anos) de diversos cursos, da unidade sede – campus
Dois Irmãos, Recife. Para coleta dos dados foram utilizados questionários on-line, através do
Google Docs. Os questionários foram respondidos pelos estudantes entre 30 de dezembro de
2014 a 07 de janeiro de 2015 permitindo, não só a sua aplicação através da Internet, mas
também uma rápida sistematização das respostas dos pesquisados. Mais do que certezas a
investigação nos possibilitou o diálogo, inicial, com uma realidade que pode ser assumida a
partir de uma agenda de pesquisa para a sociologia da juventude, em um esforço que habita na
necessidade de apreender e compreender as motivações de participação juvenis nos espaços
da política.O que se ratifica neste estudo é um entendimento de que nossas antigas tradições
representativas, como os partidos políticos e os sindicatos, podem dar poucas respostas aos
questionamentos e demandas advindas dos jovens que advogam espaços de participação para
além destas antigas tradições.Por outro lado, a referência permanente a atuação do movimento
estudantil e dos diretórios acadêmicos continua se revelando como o lugar do fazer político
dentro da Universidade.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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702
I Encontro regional do engajamundo: articulação das juventudes da rede norte
Autores(as): Giovanni Sampaio Palheta, Ailton Douglas Freitas da Silva (IFPA), Ana Karoline
Damasceno Santos (UNAMA), Endell Menezes de Oliveira (Universidade Federal do Pará),
Evelyn Martha de Barros Nunes (EDUCCARE PRÉ-VESTIBULAR), Lidia Brasil Seabra (Coletivo
Jovem de Meio Ambiente-PA), Luiz Felipe Airosa Gonçalves (Escola Sagrado Coração de Jesus)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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703
Juventudes e Participação Política: Ações e Repertórios Políticos
Autores(as):Sidney Oliveira Santos Silva Filho (UFPE)
Resumo:
A relação das juventudes com a política tem sido objeto de estudo e discussão na sociedade,
sobretudo, a partir da grande onda de manifestações massivas que aconteceram em vários
países do mundo a partir dos primeiros anos da última década. A utilização de novas formas,
repertórios de ação coletiva, e organização, principalmente a partir das novas tecnologias
de informação e comunicação, possibilitaram a expansão das práticas políticas juvenis nas
sociedades contemporâneas. A Internet, por exemplo, possibilitou a ampliação das formas de
interação das juventudes não só com a política, como também com outros atores políticos,
vez que várias juventudes passaram a utilizar alguns espaços virtuais como ambientes de
sociabilidade e prática política. Além de realizar um diálogo com as contribuições teóricas
que discutem a juventude enquanto uma categoria social múltipla e diversa, realizo um
diálogo com as classificações sobre participação política propostas por Lester Milbrath (1965)
e Barnees e Kaase (1979). Com isso, foi construído um quadro teórico capaz de dialogar com os
resultados obtidos com a pesquisa empírica, possibilitando, assim, um movimento de análise
sociológica dos dados obtidos. De maneira geral, o presente estudo objetiva apresentar quais
os espaços e as formas de participação política utilizadas por jovens universitários da cidade
do Recife/PE. No que se refere aos procedimentos metodológicos utilizados nesse estudo,
inicialmente foi realizada uma revisão da literatura que tem se debruçado a discutir a relação
das juventudes com temas como: política, cultura política, participação, movimentos sociais.
Após essa primeira etapa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com jovens estudantes
de seis universidades/faculdades localizadas na região metropolitana da cidade do Recife,
também conhecida como Grande Recife. As instituições de ensino superior foram escolhidas
como campo para a realização desse estudo, por assim como Lipset (1968), compreender que
as universidades favorecem a atividade política das juventudes, já que funcionam como focos
de ideologia, agitação e demonstração. Quanto aos resultados desse estudo, é importante
destacar que mesmo ao demonstrarem negar a política, em diversos momentos os jovens
afirmaram utilizar tanto dos espaços, quanto das formas convencionais e não convencionais de
participação. Inclusive, em muitos casos, mesclando tais modalidades. Ou seja, reinventando
e construindo cotidianamente novos repertórios de ações coletivas das juventudes nas
sociedades. Outra questão que merece ser aqui destacada é a baixa participação política das
juventudes entrevistadas, sejam nos espaços convencionais, partidos políticos e movimento
estudantil, seja nos espaços não convencionais, nos grupos de arte, cultura, meio ambiente.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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704
A cidade que as juventudes querem: relato de experiência do projeto cidade dos sonhos
Autores(as):Ana Karoline Damasceno Santos (UNAMA), Ailton Douglas Freitas da Silva
(Instituto Federal do Pará), Endell Menezes de Oliveira (UFPA), Evelyn Martha de Barros Nunes
(EDUCCARE PRÉ-VESTIBULAR), Giovanni Sampaio Palheta, Lidia Brasil Seabra (Coletivo Jovem
de Meio Ambiente-PA), Luiz Felipe Airosa Gonçalves (Escola Sagrado Coração de Jesus)
Resumo:
A Associação de Jovens Engajamundo é uma organização criada por jovens que acreditam que
as juventudes são peças fundamentais da solução, e queremos encarar os maiores desafios
sociais e ambientais que enfrentamos no nosso país e no mundo! Por isso, buscamos abrir
caminhos para a participação efetiva dos jovens nas decisões importantes que impactam
o nosso presente e futuro. Através de formações, mobilização e ações de ativismo, nos
dedicamos a empoderar a juventude brasileira para compreender, participar e incidir em
processos políticos O projeto cidade dos sonhos surgiu com a ideia de transformar as cidades
brasileiras em ambientes acolhedores, saudáveis e sustentáveis, através da colaboração de
diversas organizações, movimentos da juventude, coletivos e com a participação da sociedade
civil, contudo, sem nenhum vínculo partidário, facilitada pela Purpose. O objetivo foi cooperar
para que os candidatos às eleições municipais de 2016, e a mídia, deliberassem soluções em
quatro temas essenciais para o futuro das cidades brasileiras: áreas verdes, energia limpa,
mobilidade urbana e resíduos sólidos. Por meio de uma pesquisa Datafolha, ações online e
consultas nas ruas, foram coletados os sonhos de pessoas de todas as regiões do Brasil nos
relatados temas. A partir desse projeto a organização Engajamundo difundiu uma campanha
institucional chamada Cultiva Cidade que foi conduzida em 2016 envolvendo toda a rede de
jovens engajados que está espalhada em capitais nas cinco regiões do Brasil. A campanha foi
composta por duas fases, a primeira fase foi realizada através de consultas online e presenciais
em todo o Brasil, a segunda fase foi de pressão nos candidatos às eleições municipais através
de atividades como: rodas de conversa com jovens, pautadas sobre as temáticas mais votadas
nas consultas públicas; debates e encontros informais com os candidatos em que os mesmos
se comprometam a levar essas pautas em conta na construção de suas campanhas eleitorais.
A metodologia foi através de banners com perguntas baseadas nos quatro temas, elaborados
em parceria com a Here Now para a campanha. Foram realizadas sete atividades diferentes,
que provocaram de certa forma o imaginário das pessoas sobre os temas. 16 núcleos locais
(SP, RJ, ES, SC, PR, RS, BA, CE, RN, PB, MA, AC, AM, PA, DF, PE) do engajamundo mobilizaram
as ações conectando as prioridades dos jovens relacionadas às realidades locais. Com o
levantamento dos dados do questionário cada cidade elaborou uma carta de compromisso
com as prioridades elencadas pela população. A campanha foi bem aceita pelo público que
participou das atividades. Conclui-se que atividade revelou uma nova forma de consulta a
população, por questionar a participação de todos nos processos decisórios, cobrança por
melhorias coletivas e individuais.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
705
Governança da água e participação juvenil: uma convergência possível na Política de Recursos
Hídricos?
Autores(as):Wagner José de Aguiar (UFPE)
Resumo:
A noção de governança da água tem sido empregada como forma de denominar o modelo
integrado, descentralizado e participativo de gestão introduzido pela Lei Federal nº 9.433/1997,
que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos. Paralelamente aos vintes anos de
exercício desse modelo, os direitos e as formas de participação têm sido aprofundadas por
novas normas infraconstitucionais, a exemplo do Estatuto da Juventude (Lei nº 12.853/2013),
que conferiu aos jovens brasileiros/as de 15 a 29 anos o direito de participação social e
representação juvenil, compreendida também pela “efetiva inclusão dos jovens nos espaços
públicos de decisão com direito a voz e voto” (art. 4, IV), extensiva assim à “elaboração de
políticas públicas de meio ambiente” (art. 36, II). Todavia, quais têm sido os esforços envidados
na agenda brasileira de águas, a fim de ampliar os espaços “legítimos” de participação juvenil
na governança hídrica?Apresentar alguns apontamentos iniciais em torno das possibilidades
e dos limites da participação juvenil na governança da água, a partir da política de recursos
hídricos.Este trabalho é uma sistematização de leituras desenvolvidas a partir do contato
com documentos, como o Plano Nacional de Juventude e Meio Ambiente (PNJMA) e o texto
orientador do eixo temático “Meio Ambiente” da 3ª Conferência Nacional de Juventude (CNJ),
assim como de observações participantes oportunizadas pelas atuações do PNJA.Existe uma
baixa incidência dos jovens na agenda política das águas. No âmbito federal, algumas iniciativas
têm pontualmente aberto espaços para a inserção de jovens, a exemplo da revisão do Plano
Nacional de Recursos Hídricos 2016-2020 e dos encontros preparatórios para o Fórum Mundial
da Água de 2018, assim como a oferta de capacitações pela Agência Nacional de Águas.
Entretanto, poucos têm sido os impactos sobre a reconfiguração dos espaços da governança
hídrica nos estados e bacias. Nesse contexto, o PNJMA seria a primeira política pós-estatuto
com potencial para induzir uma agenda intersetorial que atendesse, dentre outros objetivos,
ao de “ampliar a participação de jovens na gestão dos recursos hídricos”; todavia, esta não
tem encontrado lugar nas prioridades do atual Governo, urgindo-se uma maior articulação
dos coletivos de juventudes para a revitalização do PNJMA como um pacto socioambiental
federativo.Diante da configuração estática dos espaços formais de governança da água, para
a inserção juvenil os limites são mais visíveis. As restrições impostas para a participação social
e a presença tímida do Estado na promoção do Estatuto são dois obstáculos que precisam
ocupar o centro das reflexões dos coletivos jovens empenhados na democratização da política
de águas.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
706
Experiência do Laboratório de Artes e Meio Ambiente na APA de Sabiaguaba
Autores(as):Luana Adriano Araújo (UFC), Levi Mota Muniz (UFC)
Resumo:
Localizada em Área de Proteção Ambiental instituída pelo Decreto Municipal Nº. 11.987 de
2006, a Boca da Barra de Sabiaguaba constitui comunidade tradicional pesqueira assentada
na foz do Rio Cocó. Atualmente, a região sofre os impactos advindos da atividade turística
desregulamentada, da especulação imobiliária e da ausência de infraestrutura básica, gerando
danos para o manguezal.Iniciado em agosto de 2014, na Casa Camboa de Sabiaguaba, o
Laboratório de Artes e Meio Ambiente apresenta-se como uma iniciativa de fomento da
Educação Ambiental, cujo instrumental baseia-se em ferramentas lúdicas que prezam pela
interdisciplinaridade entre as temáticas da sustentabilidade, da cultura e da arte. O projeto
foi gestado no âmbito do Instituto Verdeluz, ONG formada por jovens cuja missão consiste na
promoção de sustentabilidade e de desenvolvimento humano, a partir da sensibilização das
pessoas acerca de uma consciência coletiva e ecológica. De acordo com o Plano de Manejo
do PNMD e da APA de Sabiaguaba, a educação configura o principal instrumento para o
estabelecimento dos princípios de uma gestão sustentável e popular das UC’s. Ainda de acordo
com o documento, a educação ecológica, ao ensinar “princípios básicos da ecologia e, com
eles um profundo respeito pela natureza viva, mediante uma abordagem multidisciplinar
fundamentada na experiência e na participação”, se mostra fundamental para a construção e
manutenção de uma comunidade sustentável, sendo o envolvimento das crianças “fundamental
para o sucesso dos esforços para a sustentabilidade”. Face à negligência histórica experimentada
pela Comunidade no que diz respeito a políticas públicas educacionais ambientais, o
projeto se constituiu visando à sensibilização de crianças e adolescentes para a temática da
sustentabilidade. As atividades artístico-culturais compreendem desde aulas de teatro até
oficinas de brinquedos, que têm como escopo reaproveitar materiais descartados, abordando,
de forma prática e lúdica, conceitos afetos ao manejo de resíduos sólidos e à preservação
ambiental. Além disso, o projeto promove também passeios a instituições artístico-culturais,
tais como o Teatro Carlos Câmara e a Biblioteca Municipal Dolor Bareira.Os encontros ocorrem
aos domingos, das 8h30 às 12h da manhã, envolvendo a participação direta de 15 a 20 crianças.
Inicialmente, é realizado um aquecimento corporal e de voz de 08:30 às 09:00, ao que se segue
a realização da atividade, de 09:00 às 10:30. Por fim, é servido um pequeno lanche, de 10:30
às 11:00. Ao final, os jovens podem utilizar a Biblioteca Comunitária local, até o horário de
12:00. Todo o financiamento provém da realização de bazares e de doações privadas, captadas
pelos voluntários. Conclui-se que a atuação do projeto impacta positivamente as crianças e
adolescentes da comunidade, inserindo diferentes perspectivas culturais e de relação com o
meio ambiente em seu cotidiano. Contudo, a fragilidade socioambiental e a vulnerabilidade
ecológica do ambiente no qual residem demandam uma atuação mais contundente do
Poder Público, visando à manutenção da convivência sustentável e harmônica dos nativos de
Sabiaguaba com seu território tradicional.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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707
Universidade, sustentabilidade e afetividade: uma experiência de implantação da coleta
seletiva solidária sob o olhar da Psicologia
Autores(as):Andersson de Castro Lima (UFC), Fábio Pinheiro Pacheco (UFC), Zulmira Aurea Cruz
Bomfim (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
708
Projeto Ilhas Solares: um relato de experiência da juventude ambientalista no estado do Pará
Autores(as):Lidia Brasil Seabra (Coletivo Jovem de Meio Ambiente-PA), Ailton Douglas Freitas
da Silva (IFPA), Ana Karoline Damasceno Santos (UNAMA), Endell Menezes de Oliveira (UFPA),
Evelyn Martha de Barros Nunes (EDUCCARE PRÉ-VESTIBULAR), Giovanni Sampaio Palheta, Luiz
Felipe Airosa Gonçalves (Escola Sagrado Coração de Jesus)
Resumo:
A Energia Solar vem ganhando cada vez mais espaço, no cenário da matriz enérgica do
Brasil. Embora, ainda enfrente muitas dificuldades de se inserir no mercado de consumo dos
brasileiros, por conta de políticas públicas inclusivas, formas de financiamento inicial e a falta
de informação da população em geral. Devido à ausência de conhecimento dos brasileiros
faz-se de extrema importância a promoção de campanhas e de sensibilização ambiental, pelo
poder público e sociedade civil na busca por ampliar a divulgação, os conhecimentos e as
vantagens dessa fonte energética limpa para os cidadãos brasileiros. Tendo isso em vista, o
Projeto Ilhas Solares visou difundir a Campanha de Energia Solar do Greenpeace através da
divulgação e popularização da Energia Solar nas Ilhas e municípios próximos a Belém-PA. A
prioridade estratégica foi expandir o conhecimento dos paraenses, envolvidos no projeto e
público alcançado através das mídias sociais, sobre a energia solar fotovoltaica, utilizando-se
de práticas de educação não formal, adaptando os conteúdos e métodos para cada faixa etária,
escola, cidade, comunidade e sempre visando a realidade local. O Projeto foi idealizado e
realizado pelos Multiplicadores Solares de Belém, Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Estado
do Pará e ONG Engajamundo (instituições constituídas e com público alvo de jovens e para
jovens). Os movimentos juntos agregam ações da juventude e meio ambiente, empenhados
num esforço para construção de sociedades mais sustentáveis através de sensibilização,
engajamento político, ações de impacto e formações. O projeto foi desenvolvido em quatro
escolas do Pará, duas na Ilha do Mosqueiro, uma em Limoeiro do Ajuru e uma em Marudá
(distrito pertencente ao município de Marapanim). As ações seguiram a seguinte metodologia:
foram elaborados atividades conforme cada faixa etária e ano escolar, visando continuamente
à participação efetiva e democrática dos alunos envolvidos. Os pontos em comuns desses
métodos eram: Explicar o que é o projeto; realizar um breve levantamento do conhecimento
dos alunos a certa da energia solar; facilitar o conteúdo teórico de forma não formal; fazer o
aluno produzir conteúdo como desenhos, cartazes, frases, textos do que entendeu e de como
foi participar do projeto. Os alunos foram participativos, curiosos e muitos deles nunca tinham
tido contato com energia solar fotovoltaica. A comunidade escolar também se fez presente
nas atividades, integrando explicações, aprendendo e alguns dos professores discorreram que
iriam trabalhar mais sobre o tema, com uma abordagem interdisciplinar, o que mostra que as
energias limpas e renováveis devem estar mais presentes e divulgadas no ambiente escolar
por meio de ações de sensibilização, a busca da construção de sociedades sustentáveis, torna-
se imprescindível à abertura de debates, desde as escolas até as universidades, para que assim,
a sociedade almeje e revele possível que estas tecnologias façam parte do cotidiano brasileiro.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
709
Virada dos jovens sustentáveis: abertura da escola para temática ambiental, um relato de
experiência
Autores(as):Lidia Brasil Seabra (Coletivo Jovem de Meio Ambiente-PA), Ailton Douglas Freitas
da Silva (IFPA), Ana Karoline Damasceno Santos (UNAMA), Endell Menezes de Oliveira (UFPA),
Evelyn Martha de Barros Nunes (EDUCCARE PRÉ-VESTIBULAR), Giovanni Sampaio Palheta, Luiz
Felipe Airosa Gonçalves (Escola Sagrado Coração de Jesus)
Resumo:
O Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Estado do Pará (CJ), surgiu em 2003 por meio de
Política Nacional, iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Ministério da
Educação (MEC). No início foi chamado de Conselhos Jovens como caráter consultivo de ouvir
as demandas do segmento das juventudes com relação às temáticas de Meio Ambiente e
sustentabilidade. Adquirindo independência e se consolidando com movimento de ativismo
ambiental em níveis local, regional, nacional participando posteriormente da organização
da Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA). Com o objetivo de
mobilizar e engajar jovens na temática socioambiental de maneira mais profunda e complexa,
identificando formas de atuarem individual e coletivamente para conduzi-lá a patamares mais
justos e sustentáveis, ampliar a interação e comunicação em rede de jovens e organizações
de diferentes locais, municípios, estados, regiões e países, facilitando a visualização de que
a temática socioambiental se configura numa discussão global, atual e que envolve visões
diferentes, muitas vezes contraditórias e conflituosas. O Coletivo Jovem do Estado do Pará
desenvolve nos últimos dois anos o projeto “Virada dos Jovens Sustentáveis”, que tem por
objetivo abrir o debate de temas relacionados ao meio ambiente e a sustentabilidade por
meio de exposições. Ocorre em escolas públicas e particulares da Região Metropolitana de
Belém (RMB), durante o intervalo das aulas. O projeto tem como parceria o Museu Paraense
Emílio Goeldi (Biodiversidade de insetos e lagartos na Amazônia); Universidade Federal do
Pará (Reaproveitamento de Água da Chuva); Multiplicadores Solares do Greenpeace (Energia
Solar Fotovoltaica como solução energética para o Brasil); Universidade da Amazônia (moda
sustentável-roupa com couro de peixe) e o CJ (Desmatamento Zero e tráfico de animais). Os
parceiros ficam dispersos em stands no pátio da escola, assim os alunos quando saem para
o intervalo participam das exposições. O Museu Goeldi apresentou uma pequena parte da
coleção científica de animais taxidermizados ou conservados em álcool, com entomologia
(insetos), herpetologia (répteis e anfíbios) identificando características gerais e importância
da biodiversidade na Amazônia, considerando a conservação das espécies. A Universidade
Federal do Pará frisou por meio de transposição didática de maquete o reaproveitamento de
água como solução viável na economia de água, pois a região amazônica possui altos índices
pluviométricos. Os Multiplicadores Solares do Greenpeace demonstraram o funcionamento do
sistema fotovoltaico, por meio de brinquedos solares e maleta com sistema fechado (off-grid).
O CJ relatou por meio de animais taxidermizados o tráfico de animais que ocorrem na região,
recolheu assinaturas para o projeto Desmatamento Zero (iniciativa para ser protocolada no
congresso para fim do desmatamento irregular no Brasil). O projeto abre o debate de temas
relevantes nas discussões que procurem a emancipação e sensibilização dos alunos, na busca
pela cidadania plena e participação nos espaços de decisões.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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710
GT 27 - Juventudes, trabaLho e educação: políticas públicas, formação,
qualificação profissional, pesquisa, protagonismo e experiências juvenis
Coordenadores: Ronaldo Marcos de Lima Araújo (UFPA), Cristiane Lopes de Sousa (GEPTE/UFPA), Glaydson
Canelas (GEPTE/UFPA) e Dayse Silva Dudley (UFRJ), Rodrigo Moraes (UEPA/GEPTE/UFPA)
Resumo geral :
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
711
Campo problemático do protagonismo juvenil no sistema socioeducativo
Autores(as):Hebe Signorini Gonçalves (UFRJ), Yasmim de Menezes França (UFRJ)
Resumo:
Este estudo abarca as reflexões iniciais de uma pesquisa de mestrado no Programa de Pós-
Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGP/UFRJ), cujo título
é “A potência do menor: micropolíticas do protagonismo juvenil no sistema socioeducativo”.
A partir do percurso da autora, após anos participando de projetos de pesquisa e extensão
no sistema socioeducativo e cerca de 1 ano como assessora técnica em Psicologia das
Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude do Ministério Público do Rio de Janeiro
(PJIJ/MPRJ), o tema em destaque foi se mostrando cada vez mais relevante. Observou-se
reconhecido avanço na formulação de políticas públicas para a infância e a juventude, inclusive
no campo do ato infracional, com notada menção a aspectos como cidadania, emancipação,
participação e sujeitos de direitos. No entanto, o descompasso com o terreno das práticas junto
à população de adolescentes em conflito com a lei evidencia a carência de experiências no
sentido do protagonismo juvenil. Cabe, pois, neste primeiro momento, o desenho de um campo
problemático (Deleuze, 1974) do protagonismo juvenil no Departamento Geral de Ações
Socioeducativas (DEGASE), visto que, segundo o autor, é fundamental que se coloque bem um
problema, dado que é na sua vizinhança que se organizam as soluções. Deste modo, por meio
do método cartográfico de Deleuze e Guattari (Passos et al, 2009), busca-se elencar as questões
que têm sido levantadas em torno do conceito de protagonismo juvenil na bibliografia recente,
assim como suas articulações com as especificidades do público juvenil em conflito com a lei.
Em caráter preliminar já se pode afirmar que o protagonismo de crianças e adolescentes tem
sido definido de diferentes modos, sobre os quais não há consenso. O conceito está em disputa
no jogo das relações de poder, subjazendo até mesmo a um olhar adultocêntrico que termina
por silenciar estes jovens, ao invés de permitir a emergência das singularidades. O sistema
socioeducativo carioca convive com diferentes linhas de composição que põem em xeque as
possibilidades de práticas emancipatórias, como por exemplo: o sucateamento material dos
serviços; a superlotação das unidades; e a produção de subjetividade sobre o adolescente que
cometeu ato infracional, onde se reitera a lógica da sujeição criminal (Misse, 2007) que endurece
a negociação subjetiva para se criar outros modos de ser e fazer. Isto se manifesta, por fim, na
existência de poucos estudos que tragam à tona o cruzamento da potência emancipatória com
a realidade destes sujeitos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
712
Afiliação no estágio: um novo desafio para o estudante na graduação
Autores(as): Leandro Queiroz Santos Neves (UFRB), Tatiele Gomes dos Santos (UFRB)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
713
Marcas de experiências no trabalho socioeducativo: narrativas camaradas da formação
profissional
Autores(as):Viviane Gorgatti (UNIFESP), Breno Ayres Chaves Rodrigues (UNIFESP)
Resumo:
Instigados pela temática da formação profissional que não sirva exclusivamente a fins
pragmáticos, atendendo exigências utilitaristas, produtivistas e reprodutoras, este projeto
investiga a formação enquanto uma experiência viva, composta de processos constitutivos
de posições ético-políticas singulares, tendo como objetivo investigar marcas de experiências
produzidas nos processos formativos no trabalho socioeducativo na ONG Centro Camará de
Pesquisa e Apoio a Infância e Adolescência sediada no município de São Vicente- SP. Partimos
da hipótese de que os processos formativos constitutivos de posições ético-políticas singulares
são aprendizados que ocorrem na experiência viva e coletiva, tendo o ato (pensamento/ação)
como produtor de subjetividades e de marcas que podem ser percebidas nos posicionamentos
diante do trabalho. Foram sujeitos da pesquisa catorze ex-estagiários e educadores sociais que
foram marcados em suas trajetórias profissionais pela experiência na instituição. Foi utilizada
uma metodologia participativa, na qual os participantes foram convidados a produzir narrativas
que incluíssem cenas significativas de sua trajetória no Camará. A análise deste material
produziu um texto, elaborado pela pesquisadora, no qual os conceitos de planos de formas e
forças, advindos da cartografia, deram sustentação para a apresentação da experiência comum
presente nas referidas marcas. Este texto foi disparador para a segunda etapa do processo, na
qual uma nova análise, agora coletiva, foi produzida, num encontro presencial dos sujeitos
com a pesquisadora em forma de roda de conversa. Uma terceira etapa está sendo realizada,
tratando-se da análise de todo o processo de pesquisa, na qual fragmentos significativos das
narrativas, da análise coletiva da roda de conversa, da memória da pesquisadora e da própria
experiência de escrita deste trabalho estão sendo discutidas.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
714
A inserção dos jovens da classe trabalhadora do ensino médio
Autores(as):Gean Ferreira de Noronha (UFPA), Rodrigo Ferreira de Moraes (UFPA)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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715
Centros Urbanos de Cultura, Arte e Ciência como política pública municipal de juventude na
cidade de Fortaleza: relato das experiências de participação política.
Autores(as):Erlon Albuquerque de Oliveira (UECE)
Resumo:
Nossa experiência de pesquisa consiste na análise social da REDE CUCA equipamento público
de política municipal voltada para a juventude e comunidade inseridas em áreas consideradas
vulneráveis e de violência de Fortaleza. Realizamos pesquisa de campo em diversas instituições
que se inserem na temática juventude e políticas públicas. Nosso objetivo consistiu em
identificar fatores que influenciaram a elaboração e implementação de políticas públicas
de juventude de Fortaleza dos anos de 2009 á 2016. Desta forma, consultamos os arquivos
de órgãos da Rede CUCA que é composta pelas Regional I (CUCA Barra), Regional V (CUCA
Mondubim) e Regional VI (CUCA Jangurussu), da UGP-Unidade de Gestão do PIPPJ-Programa
Integrado de Políticas Públicas de Juventude e da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas
de Juventude de Fortaleza, vinculadas ao poder público municipal. Entrevistamos gestores dos
CUCAS e utilizamos da observação participante para analisar impactos sociais das atividades
de arte, cultura, capacitação profissional e participação política dos jovens atendidos e as
práticas cotidianas das comunidades onde estão localizados os CUCAS. Dados da pesquisa
apontam que, semelhante ao cenário político nacional, as políticas públicas municipais vem
procurando criar mecanismos de participação pública na gestão de espaços do poder público
municipal de Fortaleza. Percebemos entretanto, que existem diversas lacunas que precisam
ser tratadas ao longo do processo de “municipalização democrática” e das atuais práticas e
modelos de gestão pública compartilhada. Assim, política e administração pública precisam ser
concatenar com a municipalização, possibilitando novas intersecções institucionais entre poder
público e sociedade civil. De acordo com a pesquisa documental, identificamos que o processo
de implantação e efetivação das políticas públicas municipais de juventude em Fortaleza nos
últimos anos, foi acompanhado da realização de vários Encontros Locais promovidos pelas
Secretarias Executivas e demais órgãos, Fóruns Municipais, Reuniões colegiadas abertas a
participação da sociedade civil e movimentos sociais juvenis, divulgadas publicamente em
decretos, comunicações oficiais e outras publicações no Diário Oficial do Município e principais
jornais da cidade, o que demonstra a participação política dos jovens e de entidades e nos
conselhos municipais representativos. Na experiência Rede Cuca, identificamos a participação
política nas: a) práticas das chamadas “Ouvidorias Jovens”; b) nas consultas realizadas junto
aos alunos e ex alunos através de pesquisas de satisfação e opinião sobre cursos e atividades
ofertadas pelo equipamento público; c) nas reuniões com os membros da comunidade para
tomada de decisão coletiva sobre o uso dos serviços e espaços públicos dos CUCAs e, d) práticas
institucionais como “Sou vizinho do CUCA” que informa a comunidades sobre as atividades a
serem realizadas. Concluímos que as políticas públicas para alcançarem efetividade precisam
considerar a diversidade cultural da juventude local, abalada por situações de pobreza,
vulnerabilidade social e violência, que prejudicam a emancipação política e efetividade de
direitos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
716
Experiência de Educação em Direitos Humanos com Crianças, Adolescentes e Jovens
Autores(as): Emerson de Souza Farias (UFPI ); Maria do Socorro Borges da Silva (UFPI)
Resumo:
Por este trabalho relata-se a experiência do Projeto “Educação para os Direitos Humanos”
voltado para a formação de lideranças sociais na cidade de Caxias, Maranhão, desenvolvido
pela Fundação Maurizio Vanini em parceria com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos
(SEDH), da Presidência da República do Brasil e pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Com o objetivo de criar um espaço interinstitucional
e plural e garantir o conhecimento dos direitos através do acesso às políticas públicas e aos
mecanismos de proteção e defesa dos direitos conquistados, o Projeto proporcionou condições
de intervenção no próprio processo de formação dos educadores sociais, por meio de Ações
Afirmativas às demandas infanto-juvenis, sendo relevante as intervenções no Ensino Médio,
com oficinas com o eixo temático “Direitos Humanos, Cidadania e Educação”, com turmas de
jovens em diferentes abordagens: criações artísticas, imagem, fotografia, música e dança. No
4º Módulo enfatizou-se a história desses sujeitos na afirmação de seus direitos e formas de
atuação dos órgãos de proteção. Os debates foram enriquecidas pelas trocas de experiências
entre membros do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Pastorais
Sociais e militantes da causa da infância e juventude e com palestras da Promotora da Infância
e Juventude do município. Outros deslocamentos foram feitos na comunidade, no sentido de
produzir uma intervenção de mudança social pelas lideranças em formação em territórios
considerados em situação de risco e vulnerabilidade social, como demonstra o trabalho
no Bairro Teso Duro, conhecido como o “lixão da cidade”, onde muitas famílias, crianças e
adolescentes sobrevivem desses resíduos. Com exibição de documentários nos bairros foram
feitas reflexões sobre os efeitos da droga e da violência na vida da criança e dos adolescentes,
estendido à zona rural. Com uma metodologia interventiva, os movimentos sociais se
constituíram atores políticos de formação para os direitos humanos, concebendo a educação
como um espaço de construção de outra cultura política. Além dos fundamentos jurídicos da
infância e juventude, foram basilares referências como Candau, Sacavino (2003), Warat (2004),
Gohn (1997), Miranda (2006) dentre outros. Dentre os aprendizados dessa experiência gerados
no processo de formação, nas Ações Afirmativas e nas discussões do Encontro Municipal de
Educação para os Direitos Humanos realizado na culminância do Projeto, foi a necessidade de
uma prática articulada em rede dos órgãos de proteção da criança, adolescentes e jovens no
sentido de uma ação mais eficaz na efetivação de seus direitos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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717
Fatores psicossociais envoltos na busca do primeiro emprego: uma análise com jovens
universitário
Autores(as): Amanda Monteiro Cavalcante (UNIFOR), Mariana Aguiar Alcântara de Brito (UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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718
Fortalecimento de competências do jovem universitário: curso de desenvolvimento em gestão
democrática
Autores(as):Mariana Alves de Oliveira (UNILAB), Estelany Silveira Soares (UNILAB), Renato Tigre
Martins da Costa (UNILAB)
Resumo:
O mundo do trabalho exige que os jovens, um dos grupos mais vulneráveis à flexibilização e à
precarização laboral, vivenciam contextos de intensa competitividade. Buscando fortalecer e
preparar os universitários para os desafios da vida profissional, foi criado, na Universidade da
Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira-UNILAB, o projeto de extensão TRILHAS-
Orientação e Desenvolvimento Profissional, através do Edital PROEX-07/2016- Programa
de Bolsas de Extensão, Arte e Cultura –PIBEAC-2016/2017. O curso “Desenvolvimento em
Gestão Democrática” é uma das atividades do projeto e objetiva desenvolver as seguintes
competências: liderança, trabalho em equipe, planejamento estratégico, gestão do tempo,
comunicação, negociação e gestão de conflitos. Atualmente essas competências são essenciais
para trabalhadores de diversas áreas e também são relevantes para a vida pessoal, social e
comunitária. Relacionado com a temática abordada pelo Eixo “Juventude e Trabalho” nos
aspectos da formação profissional e da inserção no mundo do trabalho, esse relato pretende
divulgar a ação realizada e dialogar com os outros trabalhos. As ações de desenvolvimento
humano ofertam formação para que indivíduos e grupos aprendam novas atitudes e soluções
e mudem seus hábitos e comportamentos, tornando-os mais eficazes. Busca-se nessas ações
melhoria do desempenho individual, grupal e organizacional. O curso relatado teve carga
horária de 20 horas/aula e contou com cerca de 30 participantes. A metodologia utilizada buscou
integrar teoria e prática por meio de atividades individuais e coletivas e aplicar as competências
na resolução de situações problemas contextualizadas com a realidade acadêmica e territorial.
Para concluir o curso, os jovens, organizados em grupos, realizaram projetos de intervenção
para praticar as competências aprendidas e multiplicar os conhecimentos adquiridos para a
comunidade acadêmica. Foram elaborados vídeos e dramatizações e confeccionado material
gráfico que propagaram, na universidade e nas redes sociais, dicas sobre como trabalhar em
equipe, organizar melhor o tempo, gerir conflitos, entre outros temas. Ao final do curso, foi
realizada avaliação qualitativa e quantitativa, através de um questionário semiestruturado,
onde os participantes se mostraram muito satisfeitos com os conteúdos e atividades propostas.
Eles relataram aprendizado significativo e ressaltaram a utilidade deste para a vida acadêmica,
pessoal e profissional. Como sugestão de melhoria, solicitaram aumento da carga horária.
Demonstra-se assim a relevância desse tipo de formação para o jovem ainda na universidade,
preparando para o mundo do trabalho e gerando reflexões sobre sociabilidade, cooperação e
democracia. Estabelecer relações pessoais e profissionais pautadas em princípios democráticos
e cooperativos, em um contexto geralmente normatizado pela competitividade, é um desafio
que pode parecer utópico, mas que é possível. Capacitações como o “Curso de Desenvolvimento
em Gestão Democrática” possibilitam que o jovem reflita sobre o contexto em que está inserido
e sobre suas atitudes e experimente novas formas de se relacionar e se colocar no meio social.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
719
Análise das concepções de juventude nos documentos do Programa TRILHA-BA
Autores(as): Mailson Santos Pereira (UFRB)
Resumo:
Essa pesquisa buscou analisar as concepções de juventude presentes nos documentos que
orientam o Programa Estadual de Inserção de Jovens no Mundo do Trabalho – Trilha, do
Governo do Estado da Bahia, no intuito de identificar as concepções de juventude que se
encontram presentes nesses documentos, verificando se essas concepções orientam-se pelo
mesmo paradigma e constatando se as concepções presentes apontam para a legitimação dos
jovens na perspectiva regulamentada pelo Estatuto da Juventude, como “sujeitos de direitos”.
O estudo fundamentou-se pelo viés da Sociologia da Juventude, tomando a juventude como
categoria social e demarcando a sua construção social na modernidade, perpassando pela
inserção dessa pauta na agenda do estado, explorando o desenvolvimento das políticas
públicas de juventude no Brasil, a existência de concepções de juventudes nessas políticas e
especificando a plataforma do Programa Trilha-Bahia. A inserção da pauta da juventude na
agenda do Governo da Bahia deu-se com a convocação da etapa estadual do I Conferência
Nacional de Juventude, em setembro de 2007. Em seguida, durante a I Conferência Estadual, nos
dias 28 a 30 de março de 2008, foi instituído o Grupo de Trabalho de Juventude (GT Juventude),
com a finalidade de estudar, elaborar, propor e apresentar os termos e instrumentos de
execução da Política Estadual de Juventude. Em seu relatório final o GT Juventude apresentou
o tripé do Plano Estadual de Juventude, do Conselho Estadual de Juventude; e de um órgão
institucional de juventude, como elementos fundamentais para a constituição de uma Política
Estadual de Juventude na Bahia. Optou-se pela análise documental, utilizando como fontes
primárias os documentos que orientam o Programa Estadual de Inserção de Jovens no
Mundo do Trabalho, no âmbito do Governo do Estado da Bahia, que foram coletados junto
à Coordenação Estadual de Juventude, vinculada a Superintendência de Direitos Humanos,
da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia, no período
em que o pesquisador esteve como conselheiro estadual de juventude da Bahia (2014-2016).
Os documentos encontrados, utilizados nessa pesquisa tratam-se do Decreto Estadual n.
11.262/2008, que institui o Programa Estadual de Inserção de Jovens no Mundo do Trabalho –
Trilha; o Termo de Referência do Programa, de 2008; e o Instrumento Informativo do Programa
Trilha, constante no Documentário de Políticas Públicas de Juventude da Bahia – 2007-2010,
publicado pela Secretaria de Relações Institucionais da Bahia, em 2010. A pesquisa encontra-
se na fase da análise dos dados sendo possível inicialmente identificar a existência de mais
de uma concepção de juventude na plataforma do Trilha, revelando assim a existência do
processo de hibridização das concepções de juventude nas políticas públicas de juventude,
como sinalizado pela literatura da área. Destaca-se, no entanto, que o Programa Trilha figura
como o esforço do Governo da Bahia no sentido de elaborar uma política pública específica
para a população jovem, dentro das características elementares para a constituição de uma
Política Estadual de Juventude na Bahia, destacados pelo GT Juventude.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
720
Mirando o futuro:a escolarização na perspectiva dos jovens e pais
Autores(as):Cristiana Carneiro (UFRJ), Leny Cristina Soares Souza Azevedo (UFRJ), Leny Cristina
Soares Souza Azevedo (UFRJ)
Resumo:
O presente trabalho discute o tema futuro e juventude, a partir de duas pesquisas de campo
ocorridas na cidade do Rio de Janeiro, nas quais a escolarização foi foco de interesse. Numa
buscou-se refletir sobre as trajetórias escolares dos jovens que frequentaram o ensino médio
normal e se encontram nas licenciaturas, a fim de analisar as contribuições destas escolas
na escolha de um curso profissionalizante. Intitulada “Juventudes e formação de professores:
cultura escolar e projetos de vida” realizou entrevistas com jovens que se encontram nas
licenciaturas e são provenientes do ensino médio normal. A outra pesquisa intitulada “Infância,
adolescência e mal-estar na escolarização: estudos de casos em psicanálise e educação”, ao
escutar os pais de crianças e adolescentes em doze reuniões gravadas e transcritas, também
buscou destacar o futuro como ponto de mal-estar no discurso dos pais em relação aos filhos
e a escola. A partir dos resultados obtidos nas duas pesquisas, o presente trabalho tem como
objetivo apresentar as articulações encontradas entre futuro e escolarização, seja a partir do
discurso dos jovens, seja a partir do discurso de suas famílias. Tem como problema: ainda
podemos encontrar importante articulação entre escolarização e futuro no discurso dos sujeitos
pesquisados? Como aparece esta articulação? As questões relativas ao futuro atravessam o
tema da escolarização e do trabalho. Muitas vezes, os pais desejam o melhor para seus filhos,
e entendem que o caminho mais adequado é pela via da escolarização. No entanto, essa
alternativa representa vislumbrar um futuro a longo prazo o que nem sempre está ao alcance,
ou não é vivido como primordial, para o jovem. O futuro muitas vezes é percebido como algo a
se temer, cheio de obstáculos cumulativos, medos e dificuldades. A condição juvenil expressa
uma forma própria de viver o tempo, predominando o tempo presente onde se formulam
questões que são respondidas interrogando passado e futuro. Frente a isso de um lado os pais
desejam alertar seus filhos, mas também amenizar sua trajetória, para que esta não seja tão
difícil. De outro lado, a influência do meio familiar, do capital cultural e do contexto escolar
podem encorajar ou desencorajar o prosseguimento dos estudos. Assim, estaria o futuro sendo
no espaço-tempo ameaçador no discurso dos pais? E no discurso dos jovens? Conseguem
ver relação entre a trajetória escolar e a profissão? Vê-se que nesse processo engendram-se
desafios que concorrem para conclamar debates emergentes a respeito de como conjugar a
escolarização na perspectiva de jovens e pais para enfrentamentos das desigualdades postas
para segmentos marginalizados da população.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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721
O protagonismo juvenil, na perspectiva reflexiva e emancipatória: uma experiência com
adolescentes de 15 a 17 anos.
Autores(as): Leonardo Teles de Oliveira (FACHA)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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722
O que falam sobre os jovens: Um relato de experiência sobre jovens e a comunidade
Autores(as): Sara Guerra Carvalho de Almeida (UNIFOR), Natalia Lopes Braga (UNIFOR)
Resumo:
A realidade social demonstra que não existe somente um tipo de juventude, mas grupos juvenis
que constituem um conjunto heterogêneo, com oportunidades e obstáculos. Nesse sentido, a
juventude está permeada de estereótipos, momentos históricos, múltiplas referências, além de
diversificadas situações de classe, gênero, etnia, grupo etc. Dessa forma, este estudo objetiva
analisar o discurso de jovens sobre o conhecimento de si e da comunidade. Participaram das
atividades 75 jovens de um projeto social, no bairro Pirambu, em Fortaleza-Ce. Os jovens,
ambos os sexos, 15 a 24 anos, foram divididos em três coletivos, com uma facilitadora.
Realizaram 12 encontros (Duração 2h30min) utilizando recursos audiovisuais, recorte/colagem
e dinâmicas. Após provocações facilitadas por vídeos, músicas, textos e/ou reportagens,
discutiam e apresentavam questões pertinentes às interações comunitárias. Os temas foram
divididos em: autoconhecimento, relações familiares, realidade juvenil, riscos, proteção, rede
de apoio na comunidade, protagonismo juvenil e plano de vida. Inicialmente apresentaram
resistência de visualizarem características pessoais e comunitárias positivas, mas, aos poucos
surgiram aptidões e habilidades com: música, mecânica, informática, educação física, áreas da
saúde, criação de mídias, moda, etc. Além disso, foi possível notar o sentimento de pertença e
proteção na comunidade pelo apoio dos amigos, vizinhos, escola, ONGs e líderes comunitários
e religiosos. Como fatores de risco comunitários relataram a inexistência de segurança pública,
iluminação, saneamento básico, asfalto, pontos de depósito de lixo, áreas de esporte, além
das vulnerabilidades que atingem e exterminam diretamente a juventude tais como os focos
de prostituição, venda e consumo de drogas. Sobre as expectativas de futuro e a realização
de planos pessoais os jovens apresentaram empolgação, mas descreveram a frustração ao
referir-se aos obstáculos, ausência de estratégias e ferramentas, tais como: baixa qualidade
do ensino público, dificuldade de emprego e cursos profissionalizantes, falta de apoio familiar
ou não conseguir executar o que almejam por não priorizarem a educação e sim o sustento.
É indispensável investimento não somente em políticas sociais, mas também em pesquisas
e intervenções, para que se possa construir um arsenal de técnicas e instrumentos capazes
de fornecer subsídios para uma atuação contextualizada e comprometida com os direitos
humanos, a promoção da cidadania e do protagonismo, no combate à desigualdade social. A
conjunção de baixa escolaridade, pouca oportunidade para desenvolver competências básicas
e reduzida oportunidade de mobilidade social, empurra muitos jovens para a criminalidade
e explica, em boa medida, o crescimento da violência no país. A mudança dessa realidade
envolve esforços de várias ordens, contudo, costuma ser esquecido nos debates sobre o tema:
os jovens não podem ser considerados apenas como parte do problema, mas devem ser vistos
também como parte fundamental da solução. Não é possível fazer frente à exclusão juvenil
sem abrir espaço para que os jovens sejam protagonistas dos processos de mudança.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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723
Por uma formação para além do céu da boca
Autores(as): Patrícia Ferreira de Sousa Viana (UFPI), Shara Jane Holanda Costa Adad (UFPI)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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724
Potencial criativo e educação: um relato de experiência no ensino superior
Autores(as): Jader José Sales Montenegro (UFPI), Andressa Lília Sousa dos Santos (Clinica Viver),
Dayanne Batista Sampaio (UFPI)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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725
Potências e limites da perspectiva intergeracional para o estudo de crianças e jovens
Autores(as):Paula Pimentel Tumolo (UFRJ), Lucia Rabello de Castro (UFRJ)
Resumo:
A perspectiva teórica dos “novos estudos da infância”, que teve início na década de
1980, problematizou a posição de crianças e jovens e suas condições de subjetivação no
contemporâneo a partir de uma perspectiva intergeracional. Este campo de estudos entende
a criança e o jovem como sujeitos socialmente competentes, co construtores do mundo
e de sua própria experiência. A infância e a juventude são pensadas enquanto construções
socioculturais, conceitos estes relacionais e estruturais, envolvendo relações intergeracionais
de poder, interdependência, e processos de simbolização. Neste trabalho, apresentamos uma
análise de como a circunstância geracional de crianças e jovens foi examinada por esses
estudos, a fim de compreender as relações intergeracionais travadas dentro da escola. Os
novos estudos da infância ressaltam a importância de se considerar a vivência de crianças
e jovens na escola através das relações, conquistas, conflitos, fantasias e afetos que suas
experiências proporcionam no presente. As pesquisas da área procuram dar conta do significado
atribuído pelos próprios alunos à sua educação, considerando a vivência na escola como
uma participação social legitima, onde colaborações, negociações e resistências ocorrem em
virtude da convivência com os pares e com os adultos. Como contraponto a esses estudos,
apresentamos as investigações realizadas pela área da Psicologia do Desenvolvimento. Essa,
presente desde o início do século passado e se diversificando em diversas vertentes, alude à
noção de intergeracionalidade através da oposição entre os conceitos de ‘adulto’ e ‘criança’.
No entanto, em maior ou menor grau, essas vertentes caracterizam-se por uma perspectiva
‘adultocentrista’, que enquadra a criança e o jovem como sujeito pré-social e pré-político,
considerando a subjetividade adulta como modelar ao processo de individuação. Dessa
forma, a questão intergeracional é apreendida apenas através da distinção entre adultos e
crianças, sendo as últimas marcadas pela falta e incompletude. Assim, os novos estudos trazem
contribuições originais para a compreensão das relações intergeracionais experimentadas na
escola, especialmente levando-se em conta os efeitos das transformações políticas, sociais e
culturais do contemporâneo na vivência de crianças e jovens e nas suas relações com outras
gerações. Também propomos a complexificação da compreensão da infância e da juventude
a partir dos apontamentos de outras teorias e perspectivas, como a Teoria do Curso da Vida,
que situa a infância e a juventude em referência a amplitude da temporalidade biográfica. Já
as perspectivas pós coloniais denunciam a hegemonia teórica presente nas ciências sociais
e humanas,por tomarem como referência as experiências históricas, sociais e políticas das
crianças e jovens de países europeus e norte-americanos, sem que as condições de produção
desses estudos sejam explicitadas.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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726
Processos Formativos: Experiência no Programa Proteger é Preciso em Minas Gerais.
Autores(as): Romulo Pereira Silva (UFMG)
Resumo:
Esse relato tem como propósito realizar uma primeira reflexão a respeito de uma formação que
visou auxiliar jovens, com idade entre 14 a 24 anos, na construção de projetos coletivos, de cunho
comunitário, em sete territórios do quadrilátero ferrífero de Minas Gerais. Essa intervenção
estava inserido no programa Proteger é Preciso (PEP) que é uma iniciativa da Fundação Vale
e coordenado pela ONG Oficina de Imagens, que atuou nos territórios por aproximadamente
três anos, ofertando diversas propostas formativas no campo da comunicação e mobilização
social. Para além das atividades já oferecidas, observou-se uma demanda concreta dos jovens
em elaborar propostas de intervenção consistentes, para uma possível execução ao final da
parceria com a ONG e a empresa. Deste modo, focaremos nosso relato limitando-se a evidenciar
aspectos dessa formação, que teve duração de sete meses, com encontros mensais, o intuito
foi em fornecer ferramentas para que os jovens pudessem elaborar melhor seus projetos de
intervenção. Buscando ampliar a compreensão sobre as juventudes, seus territórios e educação,
nos apoiamos nos pensamentos de Juarez Dayrell, o autor tem se dedicado a discutir uma
pedagogia das juventudes, pensando a prática educativa como um processo amplo de formação
humana, dinâmico e dialógico, atendo a realidade sociocultural dos jovens, potencializando
assim suas ações e reflexões, respeitando a diversidade (DAYRELL, 2016). Estruturamos a
formação com uma equipe de três pessoas, sendo um sociólogo, uma pedagoga e um arte-
educador, todos com experiência em atuação com jovens de camadas populares. Como era
inviável trabalhar com todos, propomos atuar com agentes multiplicadores, dois jovens e um
educador de cada território, iniciamos os trabalhos a partir de um diagnóstico social, assim
conseguimos estabelecer diálogos com a realidade do jovens. Os encontros eram planejados
semanalmente, sempre buscando referências teóricas e práticas, assim como articulados com
os encontros presenciais com os jovens. Foram nesses encontros presenciais que se trabalhou
o amadurecimento dos problemas e potencialidades que eles levantavam em cada território,
elaboraram ao longo dos encontros um escopo da ação interventiva, contendo: Problema,
apresentação, justificativa, objetivos, parcerias, orçamento e cronograma. Alguns grupos, a partir
das reflexões nos encontros refutaram sua ação e propuseram outras; outros potencializaram e
executaram ainda a ideia inicial somando-se outras perspectivas. Embora percebamos ganhos
com essa formação observamos que o trabalho reduzido com a equipe de multiplicadores foi
limitada, pois o repasse a outros participantes do grupo deixava lacunas significativas. Construir
uma metodologia para alcançar nosso objetivo não foi fácil, mas o acúmulo de cada um dos
formadores e as valorosas contribuições de diversos agentes participantes do PEP fez com
chegássemos a bons resultados. No contexto político atual, devemos reforçar novas práticas
de participação e intervenção social, onde os próprios sujeitos das realidades possam, a partir
das suas experiências, elaborar suas próprias ações.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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727
Sócio Poetizando a filosofia de jovens sobre as violências no parangolé da convivência
Autores(as):Vanessa Nunes dos Santos (UFPI), Kricia de Sousa Silva (UNINassau)
Resumo:
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728
A ideologia da qualificação e seu processo subjetivado em jovens de classe popular: uma
proposta de pesquisa
Autores(as): Felipe Salvador Grisolia (UFRJ)
Resumo:
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729
A lei da aprendizagem e sua aplicação no programa aprendiz legal: impacto social na
construção de jovens cidadãos
Autores(as):Thamiriz da Silva Cavalcanti (UNIRIO)
Resumo:
O Programa Aprendiz Legal é organizado pela Fundação Roberto Marinho com base na Lei
10.097/00 denominada Lei da Aprendizagem, criada pelo Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE), cujo intuito é promover a inserção de jovens de 14 a 24 anos no mundo do trabalho.
A Lei de Aprendizagem propõe que o jovem participante do Programa obtenha experiência
profissional na empresa, e um curso de qualificação na área de atuação por meio de um agente
integrador, relacionando a teoria e a prática. Ou seja, o jovem trabalha em uma empresa
parceira do Programa, e concomitantemente realiza um curso de qualificação profissional
executado por uma entidade que esteja de acordo com os parâmetros previsto na legislação,
com preparação técnica para sua realização, sendo nesta pesquisa objeto de investigação o
Centro de Integração Empresa Escola - CIEE Rio, uma Organização Não Governamental. Os
jovens executam atividades práticas e laborais de acordo com a sua área de atuação, a partir da
Classificação Brasileira de Ocupações (COB). O Programa Aprendiz Legal trabalha por meio de
cinco eixos norteadores que se articulam em prol do desenvolvimento do jovem, sendo eles: a
Empresa, o Agente Integrador (CIEE), a Escola, a Família e o próprio Jovem, tendo por finalidade
proporcionar crescimento pessoal e profissional, cidadania, motivação, e conhecimento dos
direitos e deveres. Desenvolver a criticidade, reduzir riscos de marginalização, desigualdades
sociais e trabalho escravo infantil. Assim, o estudo tem como objetivo pesquisar a Lei 10.097/00
– Lei da Aprendizagem, e sua aplicação por meio do Programa Aprendiz Legal, além de
investigar quais impactos sociais o Programa traz à vida dos jovens que participam e concluem
o contrato de aprendizagem no Leste Fluminense no Estado do Rio de Janeiro. A pesquisa
encontra-se em andamento e se faz relevante, pois a Lei da Aprendizagem está sendo aplicada
em todo território nacional, onde empresas de médio e grande porte são obrigadas a cumprir
a cota de aprendizes, de 5% a 15% de seu quadro de pessoal efetivo. O estudo e análise das
conquistas e desafios encontrados pelos jovens em vulnerabilidade social são importantes
para compreendermos a relação do trabalho, e das oportunidades na transformação social, no
período que compreende os anos de 2012 a 2016. Para isso, são necessárias questões como: a
participação dos jovens no Programa, e o efetivo impacto em suas vidas.Os referenciais teóricos
que embasam esta pesquisa vêm na perspectiva de entender o papel do jovem na sociedade,
as formas de transição para a vida adulta e as políticas de profissionalização no Brasil, tendo
como base Maria Ciavatta (2005 e 2007), Gaudêncio Frigotto (1991,2001 e 2003), Paulo Freire
(1996), Márcio Pochmann (2000), Marília Sposito (2003) e Mônica Peregrino (2016).
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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730
A Pesquisa e seu efeito reflexivo: um estudo sobre a experiência da pesquisa de estudantes do
curso de Psicologia da UFC-Sobral
Autores(as): Luiz Gomes da Silva Neto (UFC), Francisca Denise Silva do Nascimento (UFC), Ilana
Santos Alves (UFC)
Resumo:
Esse relato é parte de uma pesquisa fomentada pelo CNPq e realizada por uma equipe (de
professores e alunos) do curso de Psicologia da Universidade Federal do Ceará/Campus
de Sobral. Essa pesquisa teve como foco principal compreender através da Teoria das
Representações Sociais (TRS) como se conjugam os projetos de vida de jovens beneficiados
pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego - PRONATEC com os objetivos
deste. Foram treze entrevistas semiestruturadas e um grupo focal. As entrevistas foram
realizados, em sua maioria, com alunos da escola X, localizada em Sobral – CE, com o intuito de
ampliação das análises de dados do projeto. Esse relato de pesquisa é, portanto, o naco de algo
maior. Pontuamos neste relato aspectos relacionados a importância da fala e da escuta como
possíveis propulsores de mudanças para o público-informante. Especificamente este trabalho
buscou compreender as possíveis contribuições da escuta para o público-informante a partir
das entrevistas realizadas durante a pesquisa. Em outras palavras, de como as entrevistas
se transformaram num momento de esclarecimentos, questionamentos e reflexões acerca
das condições que os envolvidos na pesquisa vivenciavam. Dessa forma, essa proposta tem
relação direta com os eixos “Juventude e Trabalho” e “Juventude e Educação”, encaixando-
se no GT “Juventudes, Trabalho e Educação”. Utilizamos como material teórico a Teoria das
Representações Sociais de Moscovici (2003), utilizando-se de conceitos como a “Entrevista de
Ajuda” de Alfred Benjamim (2008), “Subcidadania” de Jessé Souza (2004) e “Escuta” de Sigmund
Freud (1996). A metodologia utilizada nesse relato de experiência foi qualitativa, tendo como
método para uma ação avaliativa de dados: a Análise de Conteúdo. Nessa metodologia
encontramos várias técnicas que podem ser utilizadas para esse relato, mas nos propusemos
a utilizar uma específica ação: a Análise de Relações. De forma simplificada, a análise de
relações se propõe abordar relações entre vários elementos discursivos dentro de um texto.
A partir dessa análise relacional dos elementos que encontramos no discurso dos estudantes
do PRONATEC e nos discursos dos pesquisadores envolvidos, levantamos discussões que nos
parecem relevantes em torno do assunto. Os resultados foram constatados nos períodos
de vivência no campo e de análise, isto é, no ano de 2016 e início de 2017. Esses momentos
dialogados, podem ter possibilitado um leque de impactos na vida desses jovens, mas não temos
como medir ou verificar isso de forma mais aprofundada. O que constatamos foram nossas
impressões vinculadas aos modos de comportamento encontrados durante as entrevistas, os
gestos, semblantes, falas que nos fizeram perceber relevância daquilo que fazíamos. Enfim,
vivenciamos na fala e na escuta de cada história aprendizados imensuráveis, fomos a campo
como pesquisadores ainda em graduação e saímos com conhecimento agregado por essas
relações. Passamos a vislumbrar potenciais de mudanças, de ampliação de significados, houve
um despertar para um conjunto de novas perspectivas intervencionistas e de compreensões de
realidades.
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731
A política de aprendizagem profissional: uma porta de acesso ao primeiro emprego?
Autores(as):Lucia Alvares Pedreira (UEBA)
Resumo:
Nos últimos anos, as questões que envolvem a juventude passam a ganhar maior visibilidade,
em especial, a problemática do desemprego juvenil. Estudos apontam que a população de
15 a 24 anos é a mais penalizada pelo desemprego, pela precarização do trabalho e pela
violência, sendo a dificuldade de entrada dos jovens no mundo do trabalho, muitas vezes,
vistas como um dos problemas que mais afetam a juventude e que faz dela um problema
social (POCHMANN, 2004; BORGES, 2016; PAIS, 1990). Conforme destaca a Organização
Internacional do Trabalho - OIT, o desemprego entre jovens não é um fenômeno novo, o que
há de novo é a proporção que esse fenômeno tem alcançado nos últimos anos, atingindo,
mundialmente, proporções sem precedentes. Em 2011, quatro entre dez desempregados eram
jovens. Em seu Relatório Tendência Mundiais do Emprego Juvenil 2013 – Uma Geração em
Perigo, sinaliza que com a crise da economia mundial, a partir de 2012, a taxa de desemprego
vem crescendo, em 2013 havia uma previsão de que cerca de 73,4 milhões de jovens – 12,6 por
cento – estariam desempregados, alcançando os níveis do pior momento da crise econômica
em 2009. Se olharmos mais especificamente para a América Latina, podemos ver que, entre
os anos iniciais da década de 1990 até os primeiros anos da década seguinte, os problemas
de inserção laboral dos jovens se aprofundaram e nesse contexto se registrou um aumento
significativo das taxas de desemprego assim como a proporção de jovens inseridos em setores
de baixa produtividade. Nesse contexto, a política de aprendizagem profissional passa a ser
uma das principais alternativas no quadro das políticas públicas de juventude, constituindo em
“eixo fundamental da política de promoção ao ingresso de adolescentes e jovens no mercado
de trabalho formal de forma qualificada e protegida” (MTE, 2013). No Brasil, com o Plano
Nacional de Aprendizagem amplia-se a articulação e o pacto em torno da Lei da Aprendizagem,
impactando no crescimento do número de aprendizes no país, chegando em 2014 a contar com
402.683 jovens aprendizes. Na Bahia, percebe também um crescimento expressivo, passando
de 32 jovens em 2000 para 15.335 em 2014. Este artigo tem por objetivo refletir acerca das
políticas públicas voltadas para a inserção do jovem no mundo do trabalho, em especial, a que
se refere a Lei da Aprendizagem que trata da inclusão de jovens de 14 a 24 anos no mercado de
trabalho, na condição de jovem aprendiz, buscando compreender as possibilidades e limites
dessa política no sentido de garantir ao jovem o acesso ao primeiro emprego. Esse trabalho,
parte do meu projeto de doutorado intitulado As Trajetórias formativas dos jovens do Programa
Jovem Aprendiz em Salvador, tem por objetivo discutir como vem se dando a implementação
do Programa de Aprendizagem Profissional de forma a identificar como os jovens vivenciam
essa experiência formativa e como tem refletido na sua trajetória educacional e profissional,
tendo como questão central discutir até que ponto essa política tem sido de fato capaz de
inserir os jovens no mercado de trabalho e garantido um avanço no processo de escolarização
dos mesmos?
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
732
A tensão entre os processos de assujeitamento as possibilidades de singularização de jovens
moradores de favela do Rio de Janeiro
Autores(as):Luana Almeida de Carvalho Fernandes (UFRJ)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
733
Concepção de educação da Fundação Victor Civita ao jovem de baixa renda
Autores(as):Cristiane Lopes de Sousa (UFPA), Elen da Silva Pereira (UFPA)
Resumo:
O relatório do projeto de pesquisa “O que os jovens de baixa renda pensam sobre a escola”,
realizado pelo CEBRAP (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), com o apoio da
Fundação Victor Civita (FVC), elaborado em 2013, constitui-se objeto de estudo do presente
relato de pesquisa. A problemática do estudo consiste na intencionalidade das conclusões
sobre a juventude de baixa renda e suas perspectivas educacionais, mediante a análise do
relatório anual da referida fundação, influenciado por tendências das raízes ideológicas do
neoliberalismo, o qual embasou o surgimento da empresa que mantém a Fundação Victor
Civita. Os objetivos principais do presente relato são: analisar a visão da juventude de baixa
renda sobre a educação, a partir do relatório anual 2013 da Fundação Victor Civita, assim como
identificar a intencionalidade política, ideológica, social e econômica daquela fundação contida
no relatório. O presente resumo inscreve-se no GT Juventudes, trabalho e educação: políticas
públicas, formação, qualificação profissional, pesquisa, protagonismo e experiências juvenis,
que faz parte do eixo temático 10: Juventudes e Trabalho, tendo em vista que a temática em
torno das ações político-sociais das grandes fundações privadas brasileiras acerca da juventude
de baixa renda e sua visão de educação é um dos focos do GT 10. A orientação teórica deste
relato de pesquisa embasou-se nos estudos de Araújo e Alves (2013), Arroyo (2012), Brito (1968),
Camelo; França; Fusaro; Teixeira e Torres (2013), Cau (2014), IBGE (2013), Krawczyk (2011, 2014),
Mannheim (1968) e UNESCO (2007). Esses teóricos discutem sobre conceitos, especificidades,
políticas públicas e aspirações das juventudes, especialmente no âmbito da educação e do
trabalho, além disso, explicitam sobre a intencionalidade ideológica em relação à disputa
sobre a formação da juventude, no embate entre raízes liberais e marxistas. A metodologia
deste relato consiste na análise documental e pesquisa bibliográfica, visando analisar teorias
em consonância e divergência com o resultado do relatório, que é nosso objeto de estudo
e estabelece claramente o desejo da juventude de baixa renda pelo trabalho, justificando o
contexto socioeconômico como o motivo para valorizar uma entrada precoce no mercado de
trabalho, especialmente ao enxergarem a escola muito distante da sua realidade, tanto com
relação aos conteúdos, como também na compreensão dos dilemas dos jovens e do contexto
da comunidade na qual estão inseridos. A conclusão deste relato de pesquisa ainda encontra-se
em andamento, ao ponto que o mesmo é um recorte da dissertação de mestrado da autora, que
realiza pesquisa com ênfase em Juventude, Trabalho e Educação. Vale ressaltar a relevância
deste relato de pesquisa, ao trazer uma abordagem pouco explorada, especialmente no que
refere as ações das grandes fundações de capital privado na disputa pelo monopólio da
juventude de baixa renda visando enraizar concepções dualistas, excludentes e celetistas no
âmbito educacional brasileiro.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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734
Entre a experiência e o currículo profissional: o sentido da aprendizagem e sua relação com o
trabalho
Autores(as):Ivon Rodrigues Silva Filho (UFPE)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
735
Escolhas e futuro: experiências com estudantes concluintes dos ensinos fundamental e médio
Autores(as):Anna Becker (UFRJ), Anna Carolina Cardoso de Abreu (UFRJ), Erick da Silva Vieira
(UFRJ), Patrick Silva Botelho (UFRJ), Thiago Colmenero Cunha (UFRJ)
Resumo:
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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736
Projeto InterAgindo: construindo saberes com uma juventude trabalhadora
Autores(as): Symaira Poliana Nonato (UFMG), Jorddana Rocha de Almeida (UFMG)
Resumo:
O Projeto InterAgindo foi uma ação de extensão desenvolvida pelo programa de extensão,
ensino e pesquisa - Observatório da Juventude (OJ) da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) em parceria com a Faculdade de Educação (UFMG). O foco era desenvolver um
processo de formação com jovens trabalhadorxs da Cruz Vermelha Brasileira (CVB) que nela
exerciam suas atividades laborais. Seu objetivo principal era construir com xs jovens atividades
de formação, socialização e sociabilidade que possibilitasse o diálogo entre o trabalho
produtivo e o trabalho educativo. As bases epistemológicas de construção do Projeto são da
Sociologia da Educação e Sociologia da Juventude, especialmente. A CVB é uma instituição
autônoma, filantrópica e de utilidade pública. Desenvolveu o Programa Ação Jovem que tem,
dentre outras propostas, a ação intitulada Jovem Trabalhador. Contemplava jovens de 16
a 18 anos, que em sua maioria cursaram o Ensino Médio, trabalhavam de segunda a sexta-
feira, 8 horas por dia, com o cargo de mensageiro interno e regidxs pela CLT.O InterAgindo se
organizava com base em quatro dimensões que se constituíram como eixo central do projeto:
Identidade, Projeto de futuro, Trabalho e Desigualdades.Os encontros aconteciam todas as
terças-feiras, das 8h às 12h. O cotidiano do InterAgindo ocorria por meio da oficina Eixos
Transversais e da oficina Fora do Eixo, sempre em diálogo, direta ou indiretamente, com as
quatro dimensões supracitadas. Elas aconteciam concomitantemente das 8h30min às 12h, em
dois momentos de 1h45min, momento, posterior ao café da manhã que tinha duração de 30
minutos. A troca de turmas possibilita que todxs xs jovens participassem das duas oficinas em
todos os encontros. A oficina de Eixos Transversais tinha como objetivo geral possibilitar um
espaço para o desenvolvimento de uma educação que propicia a compreensão, a análise e
a desnaturalização dos processos sociais nos quais os sujeitos estavam inseridos. Já a oficina
Fora do Eixo, tinha como objetivo geral trabalhar cada temática do Projeto a partir da criação
de um espaço para reflexão, expressão e produção cultural dxs jovens por meio da apropriação
dos recursos de arte e tecnologia. Dentre os resultados do Projeto, xs jovens citaram aspectos
relacionados à sociabilidade e socialização entre si e com xs educadorxs e aos processos de
respeito, reconhecimento e empoderamento identitários e socioculturais Podemos dizer que
o Projeto nos desafiou a refletir que “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”, como
cita Paulo Freire, uma vez que perceber xs jovens enquanto sujeito de direito é essencial para
a relação pedagógica.Por fim, consideramos que as reflexões do InterAgindo dialogam com a
proposta do eixo Juventude e Trabalho no Grupo de Trabalho intitulado “Juventudes, trabalho
e educação: políticas públicas, formação, qualificação profissional, pesquisa, protagonismo e
experiências juvenis”, que busca promover um debate acerca das especificidades da juventude
brasileira, neste caso possibilita a troca de experiências acerca da formação com uma juventude
trabalhadora.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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737
Os sentidos do trabalho no processo de subjetivação do adolescente: contribuições da Clínica
da Atividade
Autores(as): João Cesar de Freitas Fonseca (PUC-Minas), Mauro Lúcio Henrique de Carvalho
(PUC-Minas)
Resumo:
A influência do trabalho no processo de subjetivação dos jovens tem sido objeto de atenção
crescente ao longo dos últimos anos, em diversas culturas e sob diferentes perspectivas.
Orientadas a partir de várias áreas do conhecimento, tais análises contemplam aspectos e
sentidos diversificados, que vão desde os argumentos de ordem ideológica (a concepção
do trabalho como elemento moralizador e reforçador da ordem disciplinar) até elementos
de natureza previdenciária (trabalhar cedo implica em aposentar-se cedo), passando por
proposições de cunho pedagógico (trabalhar é uma forma de aprendizado). Todas essas
visões encontram eco em diferentes extratos da sociedade brasileira contemporânea,
compondo um mosaico complexo e multifacetado de diferentes ethos relativos ao trabalho
e que afetam organizações produtivas, escolas, governos, trabalhadores e empresários,
além dos próprios jovens, evidentemente. Partindo desses pressupostos, o presente artigo
pretende contribuir para uma melhor compreensão da complexa relação entre adolescência
e trabalho, enfatizando particularmente os pressupostos teóricos e metodológicos da Clínica
da Atividade, abordagem relativamente recente que vem ganhando cada vez mais espaço nas
pesquisas brasileiras. Neste texto são discutidos os resultados de um projeto desenvolvido ao
longo de dois anos com jovens inseridos em um programa de profissionalização institucional,
a partir de uma perspectiva crítica e propositiva. Ao recolher os depoimentos e relatos dos
jovens trabalhadores sobre os seus múltiplos fazeres e analisá-los à luz dos conceitos oriundos
da Clínica da Atividade, evidenciou-se o peso que essa experiência de formação profissional
constitui na sua constituição como sujeitos que ampliam suas perspectivas de agir e modificar
a realidade na qual estão inseridos. Os resultados apresentados e discutidos neste artigo
dizem respeito a uma experiência desenvolvida a partir de um projeto de extensão voltado
para adolescentes trabalhadores, no período de 2011 a 2013, em uma universidade pública.
A iniciativa foi denominada Programa de Proteção e Orientação ao Trabalhador Adolescente
– PORTA, aproveitando denominação de uma ação instituída desde 2004. No referido projeto,
vinte e cinco jovens entre 16 e 18 anos foram divididos em cinco subgrupos, cada um sendo
acompanhado por alunos do Curso de Psicologia da PUC Minas e supervisionado por um
professor do mesmo Curso. Tendo redefinidos o tempo e o espaço de suas vidas a partir das
situações de trabalho, esses jovens passam também a redefinir a dinâmica daqueles com
os quais interagem, tanto individual quanto coletivamente. Consequentemente, promovem
contínuas revisões na hierarquia de seus próprios valores, a partir das cargas cognitivas
e afetivas depositadas nos sentidos atribuídos a si mesmos e às suas atividades. Dentre os
resultados alcançados, destacam-se: a reafirmação da importância do trabalho no processo de
subjetivação dos adolescentes; a constatação das universidades como instância privilegiada
para a consecução do trabalho educativo; e a insuficiência das normas e prescrições para a
compreensão da atividade desenvolvida pelos jovens trabalhadores.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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738
Mundo do trabalho e Projeto E-Jovem: experiência transformadora no Ceará
Autores(as):Diana Pereira Lopes (UNILEÃO), Daniele Alves Leite (UNILEÃO), Lorrana Caliope
Castelo Branco Mourão (UFC), Millena Raianny Xavier da Silva (UNILEÃO), Tadeu Lucas de
Lavor Filho (UNILEÃO)
Resumo:
O referido trabalho debruça-se sobre o mundo do trabalho em que a inserção dos jovens contribui
para uma qualificação social. Neste contexto, existe uma rede de capacitação denominada
Projeto E-Jovem, que consiste na articulação entre formação cidadã e qualificação profissional
para jovens moradores de regiões de vulnerabilidade social com base nos indicadores da
assistência social, sendo desenvolvido no Ceará anualmente em mais de 160 cidades (CEARÁ,
2017). O objetivo deste trabalho é explorar a atuação da Rede E-Jovem enquanto ação de
educação e trabalho no estado do Ceará e, a partir disso promover uma reflexão sobre as
dificuldades da inserção do adolescente no mundo do trabalho. Entendemos que a inserção do
jovem no mundo do trabalho pode estar atrelado ao protagonismo juvenil que segundo Souza
(2008) é compreendido como uma dimensão política, social e subjetiva de empoderamento
individual, estando aqui articulado com a juventude, pensando possibilidades de ações que
promovam uma participação ativa na sociedade. Como efeito de resolutividade do engajamento
dos jovens no mundo do trabalho, foi criada a lei da aprendizagem 10.097 de 2000, esta trata
da legislação na qual o vínculo empregatício de jovens com requisito obrigatório e garantia
de direitos trabalhistas (BRASIL, 2000). Segundo Oliveira (2006) é preciso avançar nas políticas
públicas, pois os jovens brasileiros sofrem grandes dificuldades de inserção no mercado de
trabalho devido a pouca qualificação e pouca credibilidade social. Este trabalho consiste em um
relato de experiência no Ceará, e especificamente na cidade de Juazeiro do Norte, tal qual tem
como característica uma prática vivencial de contato com os jovens através do Projeto E-Jovem.
A prática e ação desenvolvida com os jovens, tendo como média mais de 20 mil inseridos e
assistidos, acontece no estado do Ceará por meio do Projeto E-Jovem, embasado nas práticas
de Protagonismo Juvenil e Mundo do Trabalho. Na cidade de Juazeiro do Norte temos duas
escolas em funcionamento com um número de 48 jovens participantes. Os métodos utilizados
são de aulas expositivas, oficinas criativas, trabalhos de investigação, capacitação técnica,
construção, elaboração e execução de projetos sociais com foco no empreendedorismo social.
O Projeto E-Jovem vem ganhando visibilidade e crédito no seu avanço de emancipação dos
jovens por meio das práticas em desenvolvimento pelo estado do Ceará, contando hoje com
o apoio de organizações que pleiteiam suas vagas destinadas a lei de aprendizagem para os
jovens assistidos pelo projeto por todo o estado. Este vem desenvolvendo mais de 2500 projetos
sociais, perfazendo um avanço e valor quantitativo de mais de 15% de empregabilidade dos
jovens (CEARÁ, 2017). Os resultados conotam uma inclusão do jovem nos espaços do mundo
de trabalho, promovendo engajamento destes na comunidade social. Sendo assim, o projeto
E-Jovem se constitui um importante meio de garantir que possam ter mais oportunidades no
mundo do trabalho.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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739
O lazer na trajetória de estudantes bolsistas de ensino médio integrado.
Autores(as):Atália Fabricia Santos do Nascimento (SMS)
Resumo:
Esta pesquisa foi realizada com estudantes de ensino médio integrado, participantes do
Programa Bolsa de Trabalho, de Instituição de Ensino Superior no Ceará. Estudo de caso, com
enfoque qualitativo, que teve por objetivo desvendar os significados sociais do “tempo livre”
para esses jovens e suas interfaces com o trabalho e a educação. Os autores em destaque
nessa discussão foram Pierre Bourdieu, Helena Abramo, Juarez Dayrell, Glória Diógenes, Joffre
Dumazedier, Nelson Marcellino, Domenico De Masi, entre outros. O estudo foi composto
por pesquisa bibliográfica, documental e de campo. Os instrumentos de coleta foram a
observação participante e as entrevistas semiestruturadas. Recorreu-se à metodologia da
análise de conteúdo e às contribuições da hermenêutica-dialética para a análise de dados e
interpretação de dados. Os dados foram analisados segundo a categorização de temas mais
recorrentes nos discursos dos entrevistados. A investigação revelou que as vivências do “tempo
livre” dos entrevistados no contexto institucional estão representadas em seus imaginários
como espaços de constituição, encontro e fortalecimento das identidades juvenis; fruição de
liberdades individuais e coletivas; e possibilidade de restauração, em oposição ao tempo de
trabalho. Além disso, esse exercício lúdico sofre impactos dos processos de racionalização do
tempo e da ênfase dada ao consumo nas sociedades contemporâneas. A educação, o trabalho
e o lazer (entre outros elementos) se constituem como categorias de mediação social entre os
jovens consigo, entre si e entre as demais gerações. A ênfase dada na formação desses jovens
para um trabalho em sua forma assalariada e condicionada a moldes capitalista, que podem
ou não se efetivar como emprego, interfere na sua forma de vivenciar a condição juvenil e
significar seu “tempo livre”. A vivência do lazer também perpassa por um recorte classista,
quando reforça as contradições sociais e é significado do ponto de vista do valor de troca e
das relações de consumo. A consciência de que esse é um terreno contraditório é essencial
para que haja uma superação da fruição alienada do “tempo livre”. O lazer é, na verdade, lugar
no qual o jovem pode estabelecer seus modos de ser e de viver, produzir-se e reproduzir-se
socialmente. Os encontros com as galeras, a criação de códigos e valores culturais próprios,
a conquista de uma autorrealização, podem se efetivar nesse terreno espontâneo e lúdico. O
individualismo e o pragmatismo estão presentes nas relações contraditórias e históricas do
lazer na juventude. Os jovens são “bombardeados” pelos ideais individualistas e de consumo
contidos em representações estéticas contemporâneas do lazer, e coagidos a vivenciá-lo de
forma marginal e/ ou alienada, assim como ocorre com as experiências de escolarização e
trabalho. Por fim, destacamos os conteúdos políticos de emancipação e participação social
que muitas atividades e projetos lúdicos formuladas pelos jovens para outros jovens detinham,
em consonância com o fenômeno do protagonismo juvenil.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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740
Os jovens no mundo do trabalho: impactos da reestruturação produtiva
Autores(as): Marina de Sá Silva (UFPI), Gabrielle Tainá Araujo Xavier (UFPI), Rosana Samille
Soares Melo (UFPI)
Resumo:
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741
Representações Sociais de jovens participantes do Pronatec: uma análise comparativa com os
objetivos do programa
Autores(as): Débora Cristina Vasconcelos Aguiar (UFC), Ana Carla Nascimento Sales (UFC),
Francisca Denise Silva do Nascimento (UFC)
Resumo:
O Presente trabalho trata das representações sociais dos projetos de vida de jovens alunos
e ex-alunos do Pronatec. O Pronatec — Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego — apresenta-se como uma política pública educacional, além de uma política de
desenvolvimento, pois teve início no Brasil, no contexto de preparação para a Copa do Mundo
FIFA de 2014, já que se necessitava de brasileiros qualificados, de forma rápida, para o ingresso
no mercado de trabalho. Assim, o Pronatec tem como propostas, garantir uma maior oferta de
cursos de educação profissional e tecnológica, de nível médio, além de oferecer aos estudantes,
uma bolsa incentivo no valor de R$ 160,00, aproximadamente, com a intenção de propiciar uma
menor evasão nos cursos. Além disso, percebemos a importância das representações sociais no
projeto de vida dos sujeitos, uma vez que os indivíduos utilizam-se das representações sociais
como formas de ver o mundo e de pensar sobre o futuro. Entendemos que as representações
sociais trabalhadas aqui se relacionam com o contexto e as interações sociais do cotidiano
vivenciados pelos estudantes do Pronatec, pois essas representações quando enquadradas como
formas de conhecimento podem ser compreendidas por meio do contexto que as permeiam e
de sua função nas relações sociais do dia a dia. Assim, como principal objetivo desta pesquisa,
buscamos perceber se os objetivos do Pronatec vão ao encontro com os projetos de vida dos
jovens participantes da pesquisa. Além disso, buscamos investigar a existência de projetos
de vida e quais são eles para os voluntários da pesquisa; conhecer a proposta do Pronatec
enquanto uma política pública e; averiguar o modo como os participantes lidam com o futuro,
em relação aos planos, metas, objetivos e projetos de vida. Em relação à metodologia utilizada,
esta consiste numa pesquisa qualitativa fomentada pelo CNPq, de abordagem dialética, em
que realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental e uma pesquisa de campo, na qual
utilizamos como técnica de produção de dados entrevistas individuais semiestruturadas com
quatorze participantes, alunos e ex-alunos do Pronatec, e uma roda de conversa com quatro
voluntários, dentre os participantes das entrevistas. A seleção dos participantes foi realizada
com base no marco etário de dezesseis a vinte e nove anos, o qual categoriza o jovem, de acordo
com o Estatuto da Juventude. Como referencial bibliográfico, recorremos a autores como Serge
Moscovici e Jodelet, Fátima Catão, que trabalha com o conceito de representações sociais,
além de outros autores como Hofling e Sadallah, que discorrem sobre Políticas Públicas. Para a
análise de dados utilizamo-nos da Análise Temática, sendo esta uma das técnicas da Análise de
Conteúdo, e observamos, por meio das respostas dos alunos entrevistados, diferentes modos
de relação com o Pronatec. Para alguns, o Programa somava e convergia com seus planos e
projetos individuais, mas outros demonstraram certa dificuldade em refletir sobre o futuro e
construir seus projetos de vida individuais e coletivos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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742
Saberes e fazeres da prática Inclusiva: Experiências de formação profissional de jovens
acadêmicos no Núcleo de Acessibilidade da UFPI
Autores(as):Maria Dilma Andrade Vieira dos Santos (UFPI), Rafaella Santiago Sousa (UFPI)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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743
Trajetória de formação profissional em tempos de globalização: uma experiência de educação
prática no campo das políticas públicas
Autores(as):Alexandre Piero (UFABC), Erika Caracho Ribeiro (Centro Estadual de Educação
Tecnológica Paula Souza), José Nildo Alves Cardoso (Etec Cepam)
Resumo:
Desde 2010, ano de sua criação, a Etec Cepam, escola da rede pública profissionalizante do
Estado de SP, situada na capital, dentro da Universidade de São Paulo (USP), trabalha com cursos
técnicos e de formação inicial e continuada ligados às áreas de governo e políticas públicas.
Nestes cursos, desenvolve metodologias com a perspectiva de produção de conhecimentos mais
significativos e críticos, combinados com a promoção da cidadania e da autonomia da gestão
do itinerário de formação por parte dos/as estudantes. A escola constitui parte do complexo
predial do Centro de Referência em Gestão Pública Estadual, com o intuito de que a prática e
os desafios do setor público fossem o ponto de partida da experiência e tivessem centralidade
no percurso formativo. Estes componentes curriculares e a perspectiva metodológica está
presente nos princípios pedagógicos do curso e da unidade escolar e tem como objetivo
trabalhar habilidades e competências específicas em carga horária de atividades práticas,
exercitadas ou simuladas com elementos e dados reais dos órgãos públicos e suas diversas
realidades e desafios, que remetem a novas possibilidades e ferramentas para a atuação de
servidores públicos e cidadãos em geral em situações concretas do cotidiano da administração
pública nos níveis táticos e operacionais e na melhor organização de informações para
análise de cenários e alternativas e a posterior tomada de decisão. Trata-se de uma proposta
metodológica e de conteúdo desenvolvida pelos professores da unidade a partir do conceito
de aprendizagem baseada em resolução de problemas (em inglês: Problem Based Learning
- PBL) e de elementos do Método PES - Planejamento Estratégico Situacional, bem como os
desdobramentos desta aplicação da obra de Carlos Matus. O objetivo da presente Comunicação
Oral no formato de “relato de experiência” é trocar ideias no contexto do debates deste GT de
como estas teorias e metodologias foram e estão sendo aplicadas na formação para o trabalho,
especialmente em relação aos jovens, para o setor público e espaços de governo, controle
social e redes de atuação, com a hipótese de que isso agrega valor e tem efeitos imediatos e
de longo prazo na atuação profissional e cidadã. Queremos debater a metodologia aplicada
de ambiente de experimentação, que promove o empoderamento, em que boas práticas e
novos instrumentos e tendências são testados em situações de interesse público concretas com
temas contemporâneos e de transversalidade, que contribuem, juntamente ao projeto político-
pedagógico da escola, para afastar-se da desvalorização que no senso comum é “qualificação
profissional” no Brasil. Apresentaremos o histórico do desenho da metodologia, seus principais
aspectos, e levantaremos pistas sobre os resultados acadêmicos e de melhoria na qualidade
da ação de sujeitos políticos nos campos em que estão inseridos. Qualidade essa na gestão
pública que leva em consideração, além das competências e habilidades desenvolvidas, as
relações humanas da administração pública e as ações efetivas e afetivas para transformar a
qualidade do serviço público.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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744
Abordagem sobre a prática extensionista no Projeto Direito na Adolescência
Autores(as):Tamires da Silva Lima (UFPA)
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745
Adultez emergente e a aquisição da autonomia e identidade pelo trabalho
Autores(as):Denise Boff (UNICAP), Albenise de Oliveira Lima (UNICAP)
Resumo:
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746
Jovens e trabalho: motivos atribuídos para prolongar a permanência na residência familiar
Autores(as): Fernanda Ax Wilhelm (UFRR), Ana Paula da Rosa Deon (UFSC), Jaqueline Silva da
Rosa (UNISINOS)
Resumo:
O objetivo do estudo foi identificar os motivos atribuídos por jovens que residem com
familiares para o prolongamento da permanência na residência familiar diante da preparação
para a inserção no mercado de trabalho. Portanto, esse trabalho encaixa-se no Eixo Temático
“Juventudes e trabalho”, o qual proporciona espaço de reflexão acerca da educação e
mercado de trabalho aos jovens no contexto da Amazônia. Foram participantes 82 jovens que
residem no extremo norte do país, com idades entre 18 e 24 anos. Para a coleta de dados
utilizou-se questionário semiestruturado com categorias de análise pré-estabelecidas: a)
dados de caracterização geral, b) motivos atribuídos para residir com a família, c) atributos
considerados importantes para a inserção no mercado de trabalho e d) desafios relacionados
ao mercado de trabalho. Os dados foram analisados com base na abordagem da análise de
conteúdo de Bardin (2010) e, também, pela organização dos dados, conforme as categorias pré-
estabelecidas e o somatório dos atributos com maior e menor ocorrência de indicação. Dentre
os resultados obtidos, em relação às características gerais, 64 participantes são estudantes
de universidade pública, matriculados, em sua maioria, em cursos integrais e não exercem
atividades relacionadas ao trabalho. Já 18 jovens exercem atividades de trabalho e possuem
ensino médio completo. Em relação aos motivos atribuídos por estes jovens para residir com
a família, foram relatados: ter um bom relacionamento familiar, não querer viver sozinho,
não possuir trabalho, não ter estabilidade econômica para sustentar-se, estar em processo
de construção de estabilidade financeira e emocional, usufruir condições de conforto e ter
laços de afeto e compartilhamento com os familiares. Houve indicação, também, de: cuidar de
familiar idoso, desejar sair somente após o casamento, “gostar de estar em casa”, preocupar-se
em conciliar as responsabilidades domésticas, acadêmicas e de trabalho, esperar o tempo de
amadurecimento para ser capaz de enfrentar os desafios futuros e por critério de conveniência
devido à universidade ser próxima à residência familiar. Quanto aos atributos importantes
para inserção no mercado de trabalho os jovens revelaram dedicar-se aos estudos, aproveitar
oportunidades de aperfeiçoamento diversas como participação em palestras e atividades de
extensão. Já os desafios do mercado de trabalho relatados foram relacionados ao desemprego,
a incerteza em relação ao futuro profissional, a conseguir um emprego estável, enfrentar a
concorrência profissional, ser bem-sucedido e ter dificuldade para conseguir um emprego.
Os resultados permitem analisar que a família para estes jovens é considerada importante
especialmente no suporte financeiro e emocional, para o crescimento pessoal, aprendizado,
bem-estar e relações de afeto. Concluiu-se que para promover contextos favoráveis no
processo de transição e ajustamento às exigências da vida profissional é relevante refletir
sobre a formação educacional dos jovens e sua repercussão no mundo do trabalho e, também,
sobre experiências acadêmicas que possibilitem a estes jovens aprimorar seu processo de
qualificação profissional.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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747
Juventude ativa: a aplicabilidade da Lei da Aprendizagem em Teresina-PI
Autores(as):João Victor Mendes Carvalho (UFPI), Antonio Carlos dos Santos Rocha (Cesvale)
Resumo:
O Estatuto da Juventude (2013-2014) estabelece como jovens pessoas com idade entre quinze
e vinte e nove anos. Os indivíduos que se encontram nessa faixa etária estão num momento de
transição entre a saída da vida infantil e sua entrada na fase adulta. O constante crescimento
numérico desses jovens fornece a sociedade e ao aparato estatal responsável o desafio de
oferecer a eles educação e preparação profissional com o intuito de qualificá-los para o mercado
de trabalho tornando esse contingente economicamente ativo.A lei nº 10.097/2000 (Lei da
Aprendizagem) por meio do Decreto nº 5.598/2005 estipula que as empresas de médio e grande
porte devem incorporar em seus quadros de funcionários um número de jovens aprendizes
que varia de 5% a 15%. Mediante a isso, o presente trabalho tem por objetivo compreender os
resultados da implantação da legislação em questão na cidade de Teresina – PI e como esta é
acionada nas interpelações decorrentes da relação mercado de trabalho-juventude.A pesquisa
trata-se de um estudo exploratório e qualitativo. Por conseguinte, esta investigação se pauta
nas proposições de MOTTA; BRESSER-PEREIRA (1980) sobre a dinâmica de funcionamento
de uma organização burocrática e todos os processos a ela imbricados, bem como algumas
considerações de Marx (1978) com relação às forças produtivas e relações sociais de produção
e ainda as reflexões de LEON (2007) sobre a inserção dos jovens no mercado de trabalho.Foi
realizada revisão de literatura e documental, bem como análise da legislação pertinente ao
objetivo traçado procurando entender a relação da Lei da Aprendizagem com a geração de
emprego e renda aos jovens teresinenses.O déficit causado entre o grande número de jovens e
a insuficiência de postos de trabalho gera uma situação conflitante, uma vez que, a atual crise
financeira que tem assolado milhares de oportunidades de emprego tem demonstrado que o
mercado de trabalho não tem tido a capacidade de incorporar esses jovens, aumentando as
“fileiras do exército de reserva” que tanto Marx denunciava.Diante desse cenário da economia
brasileira, a Lei da Aprendizagem, que visa conceder aos jovens a oportunidade de ingressarem
no mercado de trabalho e com isso adquirirem experiência e qualificação profissional, tem se
convertido num braço forte dos mesmos, apesar de ser notório que nem todos logram o mesmo
êxito quando o assunto é a busca por um vínculo empregatício. Neste sentido, o Centro de
Integração Empresa Escola – CIEE busca fazer valer à pena a aplicação dessa legislação na
cidade de Teresina – PI, intermediando as relações entre as empresas e os jovens com ênfase
no desenvolvimento estudantil e na aquisição de competências laborais por parte de tais
indivíduos no que diz respeito à concessão de vagas de emprego no mercado de trabalho
piauiense. Portanto, a Lei da Aprendizagem se constitui numa conquista desses atores sociais e
num direito de serem incluídos, de participarem da vida social enquanto tal.
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748
Qualidade da Educação Profissional Ofertadas aos Jovens em uma Escola Tecnológica do Pará
Autores(as):Glaydson Evandro da Silva Canelas (SEDUC/SEMEC)
Resumo:
Este estudo sobre qualidade da educação profissional tem como base preliminar o conceito
de que a sociedade brasileira é marcada pelo dualismo de classes sociais e que, portanto,
reproduz uma política de educação para a juventude pautada em uma escola dual. Tal
constatação pode melhor ser identificada em estudos de Frigotto (2008), Saviani (2007),
Araujo e Alves (2014), Ramos (2007), dentre outros. Somadas à estes estudos, buscamos em
Dourado (2003) (2015) (2016) elementos que explicam sobre o estudo sobre a qualidade da
educação brasileira. Desta forma, partimos da seguinte questão problematizadora: Mediante
a infraestrutura da educação profissional ofertada aos jovens da classe trabalhadora em uma
Escola Estadual de Educação Tecnológica do Estado do Pará – EEETEPA, quais os indicadores
de qualidade social podem ser identificados nessa oferta de ensino pelo Sistema? Para resolver
tal questão, focamos nossos estudos no Ensino Médio Integrado (modalidade da educação
profissional brasileira). Também, especificamos nosso método de estudo delimitando o locus
da pesquisa, por isso, optamos metodologicamente por um estudo de caso, cujo objetivo, é
analisar as condições de qualidade da oferta na educação profissional pela EEETEPA – Escola
Estadual de Ensino Médio e Profissional Integrado “Prof. Francisco da Silva Nunes”, situada
num bairro periférico na cidade de Belém do Pará. Ao analisar a realidade onde o sujeito de
nossa pesquisa está inserido, nos foi possível identificar os indicadores de qualidade social da
educação profissional. É um estudo que tem relevância significativa com o Grupo de Trabalho
– GT de juventude, trabalho e educação ao se dedicar à pesquisa sobre políticas educacionais
ofertada pelo Sistema de Ensino na educação profissional para a juventude, temáticas a
serem abordadas no VII Simpósio Internacional Sobre a Juventude Brasileira – JUBRA, o qual
submetemos este artigo onde a qualidade social foi observada a partir das condições de
oferta do ensino pelo Sistema, para isso, privilegiamos uma análise qualitativa que considerou
como critério de observação quatro dimensões de ambiente escolar definidas por Forneiro
(2008): Dimensão física, funcional, relacional e temporal. Essas dimensões foram observadas
em 04 ambientes escolares (salas de aula, espaços para atividades esportivas, biblioteca e
laboratórios). Forneiro (2008) nos afirma que estes espaços não se constituem apenas por
uma estrutura física meramente estática, por isso analisamos, de que forma, essas dimensões
se apresentam e interferem no processo de formação humana desses jovens adolescentes.
Esse estudo nos revela indicadores de qualidade social a partir da análise do conteúdo de 06
entrevistas realizadas com profissionais que atuam na Escola Integrado, coadunadas ao estudo
teórico que revelam um cenário de precarização da educação profissional pelo Sistema, uma
oferta de educação profissional que não atende as exigências normativas e legislativas, e nem
as exigências na qualidade da formação profissional desses jovens.
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749
Escola semeando sonhos: trajetórias juvenis em uma escola profissionalizante de Fortaleza.
Autores(as):Ana Paula Neves Lopes (UECE)
Resumo:
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750
Orientação profissional em escolas da rede pública: novas perspectivas para realizar escolhas
Autores(as):Estelany Silveira Soares (Unilab), Mariana Alves de Oliveira (UNILAB), Renato Tigre
Martins da Costa (UNILAB)
Resumo:
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751
Orientação profissional e juventude: construção de autonomias e projetos de futuro
Autores(as): Danilo de Miranda Anhas (UNIFESP), Beatriz Freitas de Oliveira (UNIP), Cristiane
Lima Aguiar Salvador (Unisantos), Guilherme Pontes Silveira, Letícia dos Santos Silvério (Instituto
Técnico Educacional e Cultural), Ramiz Candeloro Pedroso de Moraes (Centro Universitário
UNIFAFIBE)
Resumo:
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752
GT 28 - Juventudes, Transformações Sociais e Religiosidade
Coordenadores: Maria Isabel Silva Bezerra Linhares (UVA) e Nadja Rinelle Oliveira de Almeida (UFC)
Resumo Geral:
Algo que caracteriza os tempos em que vivemos no mundo de hoje, no Brasil e no mundo, é a
magnitude e a velocidade das mudanças sociais que afetam diretamente as nossas juventudes.
Modificações que conduzem os/as jovens a transitarem por vários contextos sociais, políticos,
econômicos e culturais. Com isso, as juventudes se sentem convidadas para se conectarem com
toda essa pluralidade promovida pelas transformações sociais ocasionadas principalmente
pelo processo de globalização que gerou mobilidades urbanas e virtuais, através do uso da
internet. Perante isso tem sido um desafio para os/as jovens vivenciarem sua condição juvenil,
geralmente marcada pela inconstância, pela fluidez, pela descontinuidade presente neste
cenário plural e diverso em que eles/as estão inseridos. Ao elegerem suas experiências, suas
expressividades e os seus trânsitos pelo campo da Religião e da Religiosidade, é possível
perceber como as juventudes buscam, nos espaços em que estão filiados, oportunidades para
construírem suas sociabilidades, suas identidades sociais e políticas, seus pertencimentos,
seus trânsitos pelo lazer. Neste sentido, acreditamos que a filiação e as práticas juvenis no
interior das instituições religiosas, associadas às transformações sociais nos contextos da
família, escola, universidade e grupos de amigos, suscitam diversas reflexões que precisam
ser debatidas. Ao nos debruçarmos sobre as experiências juvenis no campo da religiosidade,
vemos que, em suas práticas, os/as jovens procuram estabelecer suas relações com o sagrado,
mas sem deixar de romper com as suas atuações políticas: na tentativa de lidar com o
preconceito religioso presente nos discursos da mídia, nas práticas religiosas propostas pelas
instituições às quais os/as jovens estão filiados, nos debates que geram entre os vários espaços
de saber onde circulam, como a escola e a universidade. Sendo assim, cabe neste contexto
compreender de que maneira as juventudes transitam nestas instituições e quais discursos e
práticas conseguem elaborar ao vivenciarem sua condição juvenil no campo da religiosidade.
Neste sentido, temos como proposta deste grupo de trabalho atrair discussões sobre pesquisas
concluídas ou em andamento, cuja temática focalize ou inclua o fenômeno da Religião e da
Religiosidade das Juventudes, dando ênfase ao conteúdo simbólico e performático de práticas
e de experiências religiosas que ocupem essa cena plural e que poderá produzir rebatimentos
sobre o espaço público. Portanto, esta proposta convoca pesquisadores que pretendam
contribuir para o aprofundamento do debate sobre as transformações nas referências culturais
e religiosas, dimensões importantes para compreender novos pertencimentos, ampliação das
possibilidades de escolha e diferentes espaços de sociabilidade juvenil nos territórios onde
moram os/as jovens que também estão conectados em redes virtuais.
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753
Religião, juventudes e constituição de identidades de estudantes universitários paranaenses
Autores(as): Ada Otoni Ferreira Fontanella (Instituto Prominas), Cristina Satie de Oliveira Pataro
(Unespar), Frank Antonio Mezzomo (Unespar)
Resumo:
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754
A prática do voluntariado infanto juvenil e o processo de monitoria no Centro Educacional
Marista São José
Autores(as): Danuzio Brandelero (União Catarinense de Educação), Bruno José Godoz (CEMSJ),
João Batista Sartori (CEMSJ)
Resumo:
O Centro Educacional Marista São José atende hoje 1050 educandos no ensino regular e possui
1300 matriculas na modalidade de Jornada Ampliada no contra turno escolar. Está situado na
periferia do Município de São José -SC, no loteamento Jardim Zanellato, atende sobretudo
crianças adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social. Todos os educandos são
bolsistas 100% e se enquadram na legislação referente a bolsa social. O Centro Educacional
tem por objetivo: proporcionar educação de qualidade, com enfoque nos direitos básicos,
desenvolvendo a consciência crítica e responsável dos educandos, oportunizando espaços de
participação, integração entre colégio, família e comunidade, propiciando assim, a vivência
democrática, com permanente reflexão do processo de ensino e aprendizagem, visando à
formação humana fundamentada na Filosofia Marista, na ética e no desenvolvimento integral
dos sujeitos.Um destaque da unidade escolar é a Jornada Ampliada. Esta oferece oficinas no
contra turno escolar das crianças, adolescentes e jovens. Hoje são oferecidas as oficinas de:
Artes Visuais, Dança, Música e Literatura (MEL), Musicalização, Percussão/Fanfarra, Pastoral
Juvenil Marista (PJM), Prática Instrumental (Banda), Rádio, Teatro, TV - Te vejo na Quinta (TVQ),
Violão, Voleibol, Voz, Futsal, Handebol, Jiu - Jitsu, Jogo de Ideias, Jogos e Esportes. Além do
educador responsável de cada oficina há alguns monitores voluntários que auxiliam no processo
de planejamento e execução. Se olhamos Costa (2006 p. 176), ele define protagonismo como:
“A participação dos adolescentes em atividades que extrapolam o âmbito de seus interesses
individuais e familiares e que podem ter como espaço a escola, a vida comunitária (igrejas,
clubes, associações) e até mesmo a sociedade em sentido mais amplo, por meio de campanhas,
movimentos e outras formas de mobilização que transcendem os limites de seu entorno sócio
comunitário. Diante do Objetivo da Instituição e analisando o protagonismo infanto-juvenil sob
suas características, propõe-se a seguinte problemática: Qual é a atuação dos adolescentes e
jovens do Centro Educacional Marista São José, referentes à prática efetiva do protagonismo?
Surge destas problemáticas o projeto de acompanhar a prática do voluntariado infanto juvenil
e o processo de monitoria no Centro Educacional Marista São José. O projeto visa acompanhar
e formar os adolescentes e jovens que participam do processo de voluntariado frentes as
oficinas desenvolvidas na unidade ampliando o protagonismo juvenil e o desenvolvimento de
seus atores e comunidade. O projeto contempla um plano sistemático de formação específico
aos voluntários, bem como, o acompanhamento permanente dos monitores voluntários e
a execução das oficinas e grupos juvenis de forma coautoral entre monitores voluntários e
educadores. O projeto é estratégia que não se fecha a unidade escolar, tem a intenção de a
partir de esta iniciativa gerar a formação de novos líderes comunitários capazes de protagonizar
transformações na comunidade local e na escola. Hoje temos 69 voluntários, de diferentes
idades, divididos nas diferentes oficinas e projetos desenvolvidos na unidade.
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755
Sentidos e Subjetividades sobre o preceito do jejum entre jovens católicos
Autores(as): Saulo Cruz Rocha (UNIFOR), Leônia Cavalcante Teixeira (UNIFOR)
Resumo:
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756
Abordagens teóricas e conceituais sobre a relação juventudes, religião e religiosidade: uma
revisão de literatura
Autores(as): Simone Vale de Azevedo Simplicio (UVA), Francilene Pereira Linhares (UVA),
Luciana Rodrigues de Araújo (UVA)
Resumo:
A pesquisa em questão tem por finalidade elaborar uma revisão de literatura acerca da
religiosidade juvenil a partir dos autores: Georg Simmel que realizou significativa produção
nesta temática, inclusive cunhou a expressão “religiosidade”, como sendo uma “qualidade
da alma”, ou seja, refere-se a uma forma de vivência individual, ligada a aspectos de valores
de cada sujeito. Serão também apresentados outros teóricos, tais como: Regina Novaes, esta
atenta para aspectos ligados à vivência religiosa no contexto juvenil, não se restringindo a
analise da religião. Como também iremos citar o renomado teólogo Libanio, em que configura
a religião como uma prática veiculada a uma igreja ou instituição, tendo conotação de caráter
mundial com marcante presença na contemporaneidade, além de ser compreendida como
um universo simbólico e paradigmático. Com isso, o autor ao tratar esse contexto religioso,
nos traz a clareza de que esse fenômeno possui três realidades. Realidades essas, que o
teólogo dita como essenciais, para ser religioso e pertencer a uma comunidade religiosa.
Neste contexto, este trabalho partiu de questões problematizadoras sobre as vivências juvenis
e religiosas, discutidas no Grupo de Estudo intitulado Religião, Religiosidade e Juventude, no
qual se apresentou como cerne para o aprofundamento e delimitação da referida pesquisa.
Desta forma, por meio das discussões realizadas nesse grupo, o referido assunto se apresentou
como relevante eixo temático para o esclarecimento e contextualização do jovem na atual
sociedade e a dimensão da religiosidade. Assim, buscou-se por meio da fundamentação teórica
desses autores, questionar quais práticas religiosas são vividas pela juventude, se a religião
escolhida é seguida por que tem fé ou por que os pais induzem a segui-la através da tradição
familiar. Será que de fato estão engajados aos anseios dessas tradições e da rotina da igreja?
E aqueles que se dizem praticantes, que religiões seriam essas e que dogmas mais os atraem?
É diante desse propósito que a pesquisa pretende buscar (re)conhecer os principais traços
das experiências religiosas para os jovens, o que estas representam para eles e até onde são
capazes de ir para alcançar o seu ideal religioso. A cargo de conclusão, constatamos também
que entre os jovens a taxa de ateísmo é ínfima, não alcançando 1%, segundo dados do Censo
de 2010. Ou seja, percebe-se que na contemporaneidade o número de jovens que seguem uma
determinada religião, seja católico ou não, está crescendo, além contemplar os que não são
adeptos de uma religião, no entanto, estes professam uma religiosidade. Mas é preciso saber
quais religiões estão mais atreladas aos preceitos da juventude nos dias atuais, por isso se
torna necessário e urgente estudar não somente o conceito de religião e religiosidade, mas
também a visão que tais sujeitos consideram sobre os conceitos anteriormente mencionados.
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757
Colaborando com mudanças de Atitudes Morais de Adolescentes e Jovens Estudantes
Autores(as): Bruna Rodrigues Cardoso Miranda (Centro Universitário Uninter), Filomena Maria
Rates Soares (UNIG), Luzia Cunha Cruz (Colégio Estadual Professora Luiza Marinho), Maria
Judith Sucupira da Costa Lins (UFRJ)
Resumo:
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758
Religiosidade de Jovens Universitários: Perfis dos Discentes do Curso de Pedagogia da
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
Autores(as): Maria Adriana Cunha Castro (Escola Frederico Auto Correa), Maria Marcélia Teles
Machado (UVA), Viviane Sousa Sena (UVA)
Resumo:
Este trabalho pretende levantar dados sobre o perfil religioso dos jovens universitários do
Curso de Pedagogia, da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). O objetivo da pesquisa
é compreender o “ser jovem universitário e religioso” no século XXI, e quais implicações na
vida pessoal e acadêmica, ressaltando as respectivas posições juvenis. Tem-se como objetivo
específico identificar as principais características destes jovens, suas potencialidades e
deficiências, sua religiosidade, seus gostos, sua estrutura familiar, suas relações na sociedade.
Com o aumento do número de universidades e centros universitários na realidade brasileira,
nos últimos anos, também vem se ampliando o acesso ao ensino superior de jovens de todas as
classes sociais. Para muitos jovens de nossa região noroeste do Estado do Ceará, esta experiência
do mundo universitário se traduz em profundas mudanças e alterações na vida pessoal, afetiva,
familiar e religiosa. Esta é uma das juventudes, dentre muitas, que precisa ser entendida e
analisada considerando suas perspectivas, anseios e culturas. Para esboçar um perfil do jovem
universitário buscou-se compreender as culturas juvenis nos últimos anos, e, de modo especial,
resgatar informações sobre sua condição de jovem universitário oriundo de famílias, em geral
pobres, mas com profundas raízes religiosas, o que instiga pensar sobre a relação do mundo
social e familiar vivido por eles e essa nova experiência no mundo da educação superior. Como
os jovens interpretam estas experiências? Como repercutem na sua vida pessoal, cultural e
religiosa? A partir da nossa experiência junto ao Grupo de Estudos “Juventudes, Transformações
Sociais e Políticas Públicas” e da vivência com outros universitários da mesma Universidade,
nos propusemos (re) conhecer a realidade dos jovens universitários, considerando o contexto
social brasileiro que passa por profundas transformações tanto no meio político, no mundo-do-
trabalho, de modo especial nas diversas religiões, as quais rebatem fortemente nos modos de
compreender e vivenciar a religiosidade. Tais transformações afetam diretamente a vida das
pessoas, especialmente a vida dos jovens, pois são estes que ainda se encontram no processo de
descobertas e escolhas. A pesquisa será realizada com os estudantes do curso de Licenciatura
em Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú, do período da manhã. Tomaremos
como fundamento os conceitos de religiosidade, religião e espiritualidade em Braga de
Olinda et al (206), Simmel (2010), Ribeiro (2009), Hervieu-Léger (2008), Teixeira e Menezes
(2013), Boff (1999, 1994), entre outros. Através da aplicação de questionários semiestruturados
e da realização de grupos focais, a pesquisa levantará questões acerca das mudanças dos
comportamentos dos jovens universitários, relacionando a assuntos como, política, cultura,
religião e sexualidade. Uma discussão que poderá abranger vários resultados e interpretações,
com participação direta dos jovens, com suas opiniões e questionamentos, que poderá nos
ajudar na compreensão dos interesses por assuntos que antes passavam despercebidos e que
hoje são abordados por eles em seu cotidiano.
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759
Aliança Bíblica Universitária do Brasil: uma experiência na cidade de Belém-PA
Autores(as): Patrícia da Silva Bezerra (UFPA)
Resumo:
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760
Igreja e sexualidade na visão dos jovens
Autores(as): Ana Célia Sousa Freitas (FLATED), Nadja Rinelle Oliveira de Almeida (UFC)
Resumo:
O presente texto, tem a intenção de fazer um breve relato de experiência sobre a temática
de gênero e sexualidade, ocorrido no grupo Adolescentes Buscando Cristo (ABC), uma
das comunidades que compõem a paróquia Santo Antônio de Pádua na Granja Portugal,
em Fortaleza no Ceará. O grupo atua na comunidade á 21 anos, tendo como componentes
fixos cerca de 20 jovens de 14 a 17 anos. Nos encontros semanais são abordados temas que
envolvem não só a espiritualidade, bem como, algo que faça parte dessa etapa de vida que os
garotos e garotas estão vivendo, como sexualidade, drogas, gravidez precoce, violência, além
de temáticas que envolvem assuntos da atualidade no Brasil e no mundo. Acreditamos que
desse modo podemos fazer valer o direcionamento que a igreja nos dá, para ligar fé e vida
de forma que se possa através do trabalho do grupo, possibilitar outros conhecimentos, outras
ações efetivas em relação a formação cristã e cidadã desses/as adolescentes. Ao grupo é dada
autonomia para que escolha as temáticas que irá abordar com os adolescentes, desde que
não macule os princípios e valores propagados pela igreja, como os “votos de castidade” e o
binarismo sexual, apesar de a igreja ter estado “tão obcecada com a ideia de que sexo é pecado
que tudo que diz respeito à sexualidade não tem espaço” (Fernandes (2009). A escolha dos
temas é feito de formal grupal, dando voz e vez a todos/as que desejam participar dos diálogos.
Ao sugerir temas como sexualidade, vez ou outra, esses/as jovens demonstram a necessidade,
de se fazer essa abordagem também nos espaços religiosos, ainda que de forma muito sutil.
Assim, relataremos então um dos momentos de debate sobre sexualidade, ocorridos no grupo,
no encontro do dia 15 de fevereiro de 2017, onde, apesar de alguns/mas intimidarem-se com a
natureza da discussão, participaram ativamente do momento. Abordando o tema Sexualidade
e igreja, buscamos compreender como os adolescente tem entendido essa relação, e ao falar
de sexualidade, a discussão sobre gênero permeou o debate, uma vez que são assuntos que se
interligam facilmente. Ao final do debate percebemos que as meninas ficam ainda muito tímidas
para falar de sexualidade na igreja, e algumas até pensam que este não é um espaço adequado
para se fazer essa abordagem, já os meninos, sentem se mais à vontade e até relatam algumas
“experiências” em relação às descobertas do corpo e da sexualidade, e alguns deles destacaram
a vantagem que os mesmos têm sobre as garotas, lembrando que estas são mais cobradas, no
sentido de manterem se castas para o casamento, de terem respeito com o corpo, de estarem
preparadas para o matrimônio, durante o diálogo se percebeu a insatisfação dos/das jovens ao
questionaram, o fato de que ainda hoje a igreja delega as mulher maiores responsabilidades
no tocante ao respeito com o corpo e a manutenção da família, acarretando lhes muitas vezes
a culpa por ações e atitudes dos homens. Ao final do debate, percebemos como o gênero e a
sexualidade são assuntos complexos e como os discursos religiosos, assim como a família e as
escola, reforçam, o machismo e o sexismo, ainda, tão enraizados e naturalizados na sociedade.
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761
O jovem espírita no mundo contemporâneo: um ensaio sobre sua identidade
Autores(as): André Luiz Martins de Pádua
Resumo:
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762
Pastoral da juventude e militância política na região oeste de goiás (1980-1990)
Autores(as): Maria Olinda Barreto (UEG), Pedro Cláudio Rosa (UEG)
Resumo:
A Pastoral da Juventude e militância política na região oeste de Goiás (1980-1990) foi objeto de
pesquisa realizada no ano de 2014 com o intuito de compreender como se deu o processo de
conscientização política e social que contribuiu e/ou influenciou na inserção de um significativo
número de jovens, a partir das experiências vivenciadas na referida pastoral, em diversos
movimentos sociais e partidos políticos na região Oeste de Goiás e, em outras localidades
desse Estado e no Brasil. Portanto, fundamenta-se em um estudo de caso sobre a Pastoral da
Juventude (PJ) na diocese de São Luís de Montes Belos/Goiás. A pesquisa de cunho qualitativo
se estruturou a partir de pesquisa bibliográfica e entrevistas com pessoas que vivenciaram essa
formação nesse período histórico, buscando responder ao seguinte questionamento: o que
motivou os jovens que participaram da pastoral da juventude a uma adesão política partidária
e inserção nos movimentos sociais? As entrevistas possibilitou compreender como se deu
esse processo formativo religioso e político a partir dos próprios sujeitos. A referida pesquisa
vincula-se ao eixo temático: Juventudes, espiritualidade e religiosidade com interface em
religião e política. Procurou-se compreender a metodologia (Ver, Julgar Agir, Rever e Celebrar),
a estrutura organizacional da PJ e ainda a Teologia da Libertação. O trabalho ancorou-se nos
seguintes pressupostos teóricos: Sofiati (2012), Teixeira (2005), Libânio (2012), Boff (1996), Boran
(1977). A pesquisa apontou que os jovens integrantes da PJ na diocese em sua grande maioria
pertenciam à classe trabalhadora e, nesse processo de evangelização e conscientização
destaca-se quatro aspectos fundamentais: a forma de organização (pequenos grupos ou
grupos de base), a metodologia (Ver, Julgar, Agir, Rever e Celebrar), formação continuada
(cursos, assembleias, retiro, análise de conjuntura, círculos bíblicos) e assessoria especializada
(acompanhamento no planejamento e avaliação das ações). Os entrevistados apontaram que
a pastoral da juventude provocou profundas mudanças na vida e no destino social já traçado
pela condição social, retirando-os de um estado de pobreza, anonimato, indiferença e de
poucas possibilidades de crescimento pessoal e profissional oportunizando uma formação
que nem mesmo a escola tinha propiciado. O êxito dessa formação se deu principalmente
pela tomada de consciência das estruturas injustas e opressoras da sociedade a partir de
uma nova forma de leitura e de interpretação da bíblia tendo a teologia da libertação papel
fundamental. Nesse sentido, a militância política partidária e nos movimentos sociais se inseria
no horizonte vislumbrados pelos jovens em contribuir efetivamente para a transformação da
sociedade. Além de contribuir para o processo de evangelização, a formação do senso crítico
e a mudança no modo de ver e analisar os fenômenos sociais, a participação na pastoral da
juventude contribuiu para ampliar as perspectivas de existência desses sujeitos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
763
Juventude e religião: Cenários e Práticas no Âmbito da Escola
Autores(as): Ana Lúcia Ferreira do Monte (Colégio Técnico de Teresina), Dayanne Batista
Sampaio (UFPI), Hérica Maria Saraiva Melo (UFPI)
Resumo:
A religião é uma das práticas significativas que norteiam a experiência do homem com o
mundo e, enquanto produtora de sentidos e de subjetividade, atravessa épocas, culturas
e espaços sociais. Alguns aspectos podem ser observados nos grupos religiosos ao trazer o
caráter de ação comunitária da religião. Com base nisso, considera-se relevante discutir tais
aspectos a partir da experiência dos jovens, tendo em vista a representatividade destes na
produção de novas culturas e comunidades, por exemplo, as religiosas. Percebe-se que a
experiência religiosa da fé tem uma repercussão direta, transformando ou modificando a vida,
sendo que é a partir disso que o homem é levado a conquistar seus objetivos. A religiosidade,
portanto, pode contribuir para o indivíduo agindo positivamente sobre a sua saúde mental.
A dimensão espiritual é a fonte de onde emerge a fé, experiência sensível que por ser íntima
e profunda faz com que a dimensão espiritual se manifeste em cada indivíduo de um modo
singular, sem que necessariamente tenha que apontar na direção de qualquer crença religiosa.
Nessa perspectiva, a espiritualidade e/ou a religiosidade assumem, na vida do indivíduo e do
grupo, um lugar importante no desenvolvimento das relações consigo, com o outro e com o
mundo. Entre jovens, esses significados apresentam-se por meio de sentimentos de pertença
e comunidade. Diante do exposto, propõe-se relatar a experiência de um projeto espiritual
na escola, denominado “Grupo Bíblico”, que surgiu de forma espontânea em Abril/2016, por
iniciativa de alunos do Colégio Técnico de Teresina (CTT), escola técnica vinculada à UFPI,
com a pretensão inicial de prestar apoio bíblico e espiritual para os discentes da instituição. Há
pouco mais de um ano em funcionamento, tem se tornado um espaço produtor e reconstrutor de
significados. O grupo objetiva: oferecer aconselhamento espiritual a partir do uso de princípios
bíblicos; dinamizar o período noturno de alunos que moram na instituição; promover atividades
lúdicas bíblicas. Entretanto, destaca-se que o foco principal é levar o jovem a experienciar a
fé, com a possibilidade de tal experiência influenciar na construção e na transformação da
sua subjetividade e das relações com o mundo. Os encontros ocorrem nas terças e quintas-
feiras, de 19:30h às 21:30h, com uso de versículos bíblicos, dinâmicas e louvores, para permitir
a compreensão e o estímulo do exercício de valores cristãos. A experiência religiosa de fé
é estendida a várias manifestações religiosas que se fundamentam na fé cristã. É possível
observar um exercício mais presente de vida coletiva, com maior participação na vida escolar,
a partir de indivíduos que se reconhecem enquanto grupo e comunidade, bem como o
desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais. Para o ambiente escolar, a iniciativa
possui grande representatividade à medida que indica um engajamento na construção de um
ambiente mais saudável e no fortalecimento dos vínculos pessoais e sociais. Em síntese, os
jovens têm demonstrado como a dimensão religiosa/espiritual engendra uma política de estar
no mundo engajada e que pressupõe a responsabilidade com o outro.
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764
Jovem Rabelado: Um Choque na Sociedade Cabo-verdiana
Autores(as): Mayara Patrícia Baptista Correia (UFPA)
Resumo:
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765
Reflexos da Educação Formal na construção da negritude de jovens pentecostais
Autores(as): Alef Monteiro de Souza (UFPA)
Resumo:
Este trabalho apresenta parte dos resultados da pesquisa do meu Trabalho de Conclusão de
Curso em Ciências Sociais realizada entre os meses de novembro de 2016 a abril de 2017 em
uma congregação da Assembleia de Deus no município de Castanhal, Região Metropolitana
de Belém. Trata-se de uma investigação sobre a construção da negritude entre jovens
pentecostais a partir de um estudo de caso. O objetivo é saber os reflexos da educação formal
na construção da negritude dos jovens da comunidade religiosa estudada. A metodologia
para a coleta de dados foi a pesquisa etnográfica que consiste em observação participante,
entrevista intensiva e análise de documentos (PEIRANO, 1995). Os dados foram analisados à
luz da Teoria Decolonial (GROSFOGUEL; CASTRO-GOMEZ, 2007; MALDONATO-TORREZ; 2007,
MIGNOLO, 2003), por esta razão, este trabalho postula a descentralidade dos conhecimentos
e faz uma crítica epistemológica das agências culturais dos sujeitos de suas reflexões, com o
olhar fixo em uma sociedade eticamente mais humana. Tal perspectiva não o mantém refém
das limitações do uso de uma única escola teórica, antes, para além do pensamento abissal
(SANTOS, 2007), permite-lhe amplo diálogo com outras correntes de pensamento, inclusive
de áreas que não das Ciências Sociais. A investigação parte de dois axiomas no campo dos
estudos religiosos e étnico-raciais nas Ciências Sociais, a saber, a religião como construto social
formada pelas crenças e representações mais fundamentais de uma sociedade (DURKHEIM,
2008) e, a negritude como um construto identitário que consiste num ideal de ser negro
centrado na valorização dos valores civilizatórios das culturas africanas envolvendo, assim,
aspectos culturais, históricos, fenotípicos e políticos (MUNANGA, 1988). Ao se alimentar das
representações sociais (fruto de conflitos sociais, trocas culturais, etc.), religião e negritude
mudam na medida em que a sociedade muda. Esses postulados teóricos foram verificados
em campo: as mudanças nas legislações educacionais, em particular, a Lei 10.639/03 que
estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e cultura dos africanos e afro-brasileiros
teve grande impacto no consciente coletivo da sociedade brasileira e, consequentemente, na
religiosidade pentecostal. Se o pentecostalismo é racista por contingência histórica - ele foi
construído em meio ao racismo colonial (MONTEIRO, 2017) - a educação formal tem causado
modificações no imaginário social pentecostal e na forma como os negros se enxergam e
vivem sua fé no interior deste movimento religioso. Conscientes do racismo, por causa da
Educação Formal, os negros pentecostais têm ressignificado suas cosmovisões e forjado uma
identidade negra pentecostal com uma negritude própria. Esta consciência, entretanto, dá-
se de maneira mais abrangente entre os jovens pentecostais o que proporcionou aos jovens
negros elementos para a construção de uma negritude pentecostalizada. Os jovens negros
pentecostais sem abandonar as crenças fundamentais do pentecostalismo adotam diversos
itens culturais afrocentrados como a estética, a música e a corporalidade, fato que tende a
tomar proporções cada vez maiores graças à Educação Formal.
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766
Juventude/religião e o campo dos direitos sexuais e direitos reprodutivos
Autores(as): Jessica do Nascimento Silva (UFPE), Jaileila de Araújo Menezes (UFPE)
Resumo:
O trabalho visa articular uma reflexão sobre juventude, sexualidade e religião a partir do campo
dos direitos sexuais e reprodutivos. Ocorre que sobre a sexualidade juvenil, historicamente,
incidem uma série de prescrições e regulamentações de diversas instituições sociais, tal
como a família, a escola e a religião. A pesquisa financiada pelo programa Institucional de
Bolsas de Iniciação Científica CNPq, objetivou analisar as prescrições religiosas evangélicas
e protestantes que interferem no posicionamento de jovens homens e mulheres com relação
aos direitos sexuais e reprodutivos. Deste modo a escolha pelo eixo temático: Juventude,
espiritualidade e religiosidade, apresenta-se como importante campo de ampliação do debate
acerca das instâncias sociais que incidem sobre as juventudes e configura-se como espaço de
reflexão em torno das práticas religiosas que atuam sobre a sexualidade e vivências sexuais dos
e das jovens. Como parte constitutiva do processo de análise dos dados, debruçamo-nos sobre
conceitos fundamentais que nortearam a presente pesquisa. Assim, conceituamos juventude
(DAYRELL, 2007), Direitos Reprodutivos e Sexuais (QUADROS; MENEZES, 2009). Tomamos
religião enquanto sistema de símbolos estruturantes que atuam na delimitação do permitido e
proibido, campo de regulação e normatização de comportamentos. Outra importante reflexão
suscitada foi sobre o conceito de vulnerabilidades, considerando seus aspectos individuais e
coletivos, sociais e políticos. Numa perspectiva ética há que se identificar potencialidades para
resistir e enfrentar situações socialmente negativas. Os/as participantes da pesquisa foram
oito (08) jovens, residentes nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca. Os/as jovens
estavam cursando o Ensino Médio. O roteiro de entrevista abordou questões sobre condição
de vida - perfil socioeconômico - das e dos jovens e de suas famílias; escolaridade na interface
com projeto de vida, práticas de lazer e sociabilidade em um contexto de intenso crescimento
econômico (SUAPE). Outro bloco de questões enfocou particularmente os campos dos Direitos
Sexuais e dos Direitos Reprodutivos tal como conhecido e vivido pelos/as jovens. A cargo de
conclusão, destacamos que a religião tem presença marcante no posicionamento dos e das
jovens com relação aos campos dos Direitos Sexuais e Reprodutivos. O silenciamento sobre
determinados temas (tais como métodos contraceptivos, planejamento reprodutivo, direito à
livre orientação sexual) tem direta vinculação com a matriz discursiva que se almeja reforçar,
como o preconceito e a intolerância quanto a práticas sexuais que se distanciam do padrão
heterossexual, culpabilização das mulheres que sofrem violência sexual e mesmo defesa dos
agressores que praticam violência de gênero. As relações que os/as jovens estabelecem com as
prescrições religiosas são perpassadas por ambiguidades, em alguns momentos se posicionam
de modo mais ativo, gerenciando determinadas prescrições a partir de seus interesses pessoais;
em outros momentos, seguem as prescrições e acabam se tornando vulneráveis à agravos em
saúde, como as DSTs.
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767
Transformando conhecimento em atitude
Autores(as): Gilson Carreira Junior (Colégio Notre Dame Recreio)
Resumo:
Este trabalho aborda o aporte teórico de uma experiência concreta, no Colégio Notre Dame
Recreio, unidade educativa da Rede de Educação Notre Dame, que com sua proposta de
valores acerca de seu Projeto Político-Pedagógico, preocupa-se com a formação integral
do ser humano. Os estudantes foram conhecer e compreender a realidade de desigualdade
e abandono dos idosos do Abrigo Maria Vieira Bazzani, instituição pública, localizada no
mesmo bairro do colégio, contrapondo assim as diferenças de gerações e transformando
com base em seus conhecimentos adquiridos no processo pedagógico. Tal atividade fora
desenvolvida com perspectivas da proposta de formação do colégio. Preocupando-se com
a sociedade desigual as quais pertenceram e desejando ir de encontro com essa realidade,
mobilizando os estudantes e suas famílias para a caridade efetiva e comprometida, pautada
nos valores cristãos da partilha e solidariedade, em busca por justiça e fraternidade. O trabalho
tem como objetivo provocar nossos estudantes a conhecer e compreender a realidade de
desigualdade e abandono dos idosos do Abrigo Maria Vieira Bazzani, contrapondo as gerações
e transformando-as com base em seus conhecimentos adquiridos. Bourdieu (1992, p.11) afirma
que os vários capítulos deste livro apontam para um mesmo princípio de inteligibilidade: o
“das relações entre o sistema de ensino e a estrutura das relações entre as classes”. Neste
contexto a Escola Católica começa por um encontro, com uma estrutura organizacional
promotora de uma prática de ensino e de aprendizagem abrangente em razão da diversidade
dos dons, das diferenças étnicas e culturais. Defende um projeto pedagógico contextualizado
e inovador, subsidiado por processo de ação e reflexão da sua própria prática. Portanto, a
escola católica tem em si o papel fomentar um espaço sociocultural e linguístico privilegiado
para a interação nas diversas dimensões - espiritual, artística, esportiva, intelectual, lingüística,
emocional, ecológica, científica, lógico-matemática (GARDNER, 1984, p. 54- 229), em favor de
uma nova visão de ser humano, de sociedade e de mundo naturalista. A relação entre a teoria
e a prática, proporcionada pela análise de um caso visa à etapa de interpretação dos dados,
onde a busca de compreensão de um fenômeno se dá pela análise da aderência das evidências
do caso à teoria inicialmente proposta. Além disto, destaca que as responsabilidades são
tão variadas quanto as possíveis recompensas (Gragg, 1994 p. 23). A relevância da dimensão
teológico-espiritual para a realização de análise da realidade social, advinda do mundo pós-
moderno, traz em seu cerne uma globalização da indiferença, que sacraliza mecanismos de
exclusão social, como forma normativa de promover uma falsa cultura de bem-estar social,
contrapondo valores que deveriam assegurar a dignidade da pessoa humana. Pretendeu-se
amenizar e contrapor a realidade difícil dos idosos deixados em abrigos públicos, através da
prática de atendimento e acompanhamento dos estudantes à instituição.
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768
Lazer religioso: relato de experiência em uma conferência de jovens da Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias em Amélia Rodrigues-Bahia
Autores(as): Elivandson Vale Ribeiro (UFRB), Kayque Ramon Bezerra Pereira (UFRB)
Resumo:
Falar em lazer para jovens, logo vem a mente atividades como ir a praia, jogar futebol, sair em
grupo para o cinema, ou mesmo ir a uma festa. Mas, raramente são mencionadas as atividades
religiosas promovidas pelas igrejas. Os jovens santos dos últimos dias, ou como eles se
identificam “jovens sud”, sabem muito bem o que é o lazer religioso, devido a série de eventos
que sua igreja promove ao longo do ano. Porém existe uma conferência anual que é esperada
por todos eles. É o momento em que eles reencontram velhos amigos e conhecem outros.
Além disso, a partir dos ensinamentos que aprendem, sentem-se mais preparados para tomar
decisões futuras. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, também conhecida como
“a igreja dos mórmons”, com sede nos Estados Unidos, possui cerca de um milhão e trezentos mil
membros no Brasil. Dentre seus ideais estão a salvação por meio da expiação de Jesus Cristo, a
caridade e o amor ao próximo. O seguinte trabalho trata-se de um relato de experiência sobre
a realização de uma conferência anual de jovens, promovida pela Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias das cidades de Conceição do Coité, Conceição do Jacuípe, Cruz das
Almas, Feira de Santana, Santo Antônio de Jesus, Santo Amaro e Serrinha no estado da Bahia.
O evento foi realizado entre os dias 21 e 23 de abril de 2017 na cidade de Amélia Rodrigues
- Bahia. Cerca de 170 jovens e adolescentes de ambos os sexos, com idade entre 12 e 18 anos
participaram da conferência. Dentre as atividades realizadas, podem-se destacar as reuniões
espirituais, oficinas, atividades recreativas como show de talentos, bailes e projetos de serviço.
Tudo com o intuito de promover a sociabilidade e a interação dos jovens e todos os envolvidos.
O presente relato buscou identificar como a vivência nesta conferência conseguiu promover o
desenvolvimento religioso e pessoal dos participantes, criar novas amizades e tomar decisões
em conjunto e individualmente. O estudo foi realizado através da coleta de dados por meio
de entrevista individual com dez jovens e adolescentes. A escolha da entrevista se justifica
pelo fato de que esse tipo de coleta propicia melhor captação de informações sobre o que os
participantes crêem, sentem ou sabem sobre o que estão participando. Os resultados mostraram
que existe um sentimento muito maior do que o de pertencimento a uma religião, mas o de
pertencimento a uma família. Todos eles, em seus depoimentos, falaram como são felizes por
estarem ali, por conhecerem novas pessoas e acima de tudo, fortalecer o testemunho daquilo
que eles acreditam. Outro ponto importante é que alguns deles mencionaram o desejo de
futuramente sair de suas cidades para servirem como missionários de sua igreja em outras
cidades, o que deixa claro o envolvimento e desenvolvimento religioso desses jovens, não só
como aprendizes, mas como pessoas que irão expandir tal relação para outros que ainda não
conhece.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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769
Rede de jovens: da prática religiosa à participação política
Autores(as): João Victor Mendes Carvalho (UFPI), Antonio Carlos dos Santos Rocha (UEPI)
Resumo:
A expressão “Rede” surgiu aproximadamente por volta de 1999 quando o apóstolo César
Castellanos, idealizador de um modelo de funcionamento da igreja conhecido como Visão
Celular no Governo dos 12, trouxe essa linguagem para dentro das instituições religiosas
evangélicas, pois até então esses ajuntamentos juvenis eram conhecidos como grupos,
mocidades ou ministérios de jovens. Tal nomenclatura identifica cada classe de pessoas na
membresia da igreja com vistas à execução de um trabalho de forma organizada e por faixa
etária, a saber, Rede de Crianças, de Adolescentes, de Jovens, de Homens, de Mulheres e de
Casados. O presente trabalho tem como objetivo compreender como a Rede de Jovens se
constitui num espaço de sociabilidade entre tais indivíduos e de que forma ela contribui para
a formação e o desenvolvimento desses jovens enquanto atores sociais. Para tanto, a presente
investigação se centra na análise da Rede de Jovens da Igreja Batista Nacional Betel situada
na zona norte da cidade de Teresina - PI. A igreja em questão tem aproximadamente cerca de
1.200 membros, destes, 450 são pertencentes à Rede de Jovens. As considerações de Moreira
(1998) sobre os atuais desafios postos à igreja bem como as mudanças decorrentes do processo
de globalização são indispensáveis. Assim como a noção de religião em Berger (1985) e as
experiências juvenis nas religiões segundo Fonseca e Novais (2007). Foi realizada pesquisa de
campo, mediante observação participante e realização de entrevista semi-estruturada com o
líder da Rede, o Pr. Etevaldo Lima. A Rede de Jovens tem como foco principal fortalecer estes
membros da igreja a partir da pregação do evangelho, este é o seu principal serviço prestado
à sociedade. Depreende-se, a partir disso, que não há como a igreja desempenhar um bom
trabalho na sociedade se a Rede de Jovens não atuar em cooperação com vistas a atingir este
fim. A partir de atividades como cultos, passeios, intercâmbios com outras igrejas, congressos,
dentre outros, a Rede busca estabelecer uma relação de proximidade com a sociedade. Em
decorrência disso, os jovens intervêm com ações que vão desde a distribuição de cestas básicas
aos moradores da região a grupos de evangelização realizados nas escolas públicas. Mediante
tudo que fora dito anteriormente, pode-se inferir que a Rede de Jovens tem uma contribuição
significativa na socialização e na formação da juventude teresinense enquanto cidadãos
ativos na sociedade. Ela se constitui num espaço onde eles encontram a oportunidade de
serem ouvidos, de participarem do planejamento das atividades, trata-se de um lugar onde
seus limites são respeitados e suas aptidões reconhecidas. Ao que canta tem a oportunidade
de cantar, o bailarino pode dançar, o ator pode encenar e assim por diante. Há também um
incentivo por parte da igreja para os mesmos estudarem, trabalharem, prestarem vestibular,
ou outras coisas de natureza semelhante objetivando o desenvolvimento pessoal de cada um.
Quando eles fazem isso, de certa forma, estão contribuindo com o crescimento da sociedade.
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770
Professores, adolescentes e famílias: o religioso e o laico em disputa na escola pública brasileira
Autores(as): Sarah Laurindo Monteiro (PUC-Rio)
Resumo:
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771
GT 29 - Mobilizar, ocupar, participar, artistar, reinventar: o jovem como ator
politico e seus espaços de em(cena)ação
Coordenadores: Érika de Sousa Mendonça (UPE), Dandara Maria Oniilari Ferreira da Silva (UFPE) e
Jaileila de Araújo Menezes (UFPE)
Resumo Geral:
A participação política ainda aparece nas reflexões acadêmicas de modo tradicional, sendo
relacionada a vinculações político-partidárias ou a contextos institucionalizados e formais como
os sindicatos e os movimentos sociais. Adotamos, contudo, uma noção ampliada entendendo
que um sujeito, ao adotar uma atitude de desconfiança quanto a verdades instituídas,
questionando-as, estará assumindo um posicionamento político, buscando a construção de um
novo lugar frente àquele socialmente estabelecido e pactuado. Estará, portanto, participando
politicamente. Acreditamos, ainda, que tal manifestação do posicionamento crítico e de
resistência pode se expressar de diversas formas: pela via artístico-cultural, protagonizando ações
de mobilização virtuais, através de ações coletivas como manifestações de rua ou ocupações
de espaços públicos, tais como os movimentos recentemente vividos com expressividade por
jovens estudantes brasileiros, em âmbitos educacionais. Por falar em jovens, cabe destacar que
a participação é um exercício político que foi por muito tempo negligenciado à juventude, uma
vez que esta categoria é historicamente excluída das arenas de participação, tal como reflete
Castro (2008). A multiplicidade de vozes que se espera numa democracia pluralista fica, muitas
vezes, restrita ao universo adulto e àqueles que apresentam um suposto saber. No contraponto
a tal perspectiva, a proposta deste Grupo de Trabalho é privilegiar a partilha de experiências
de jovens como sujeitos políticos em suas potências de transformação via participação. Numa
perspectiva semelhante à adotada por Pleyers (2012, p. 11), segundo o qual “todos os jovens não
participam da mesma maneira e não têm as mesmas expectativas de participação”, este Grupo
de Trabalho pretende reunir pesquisadores e jovens atores políticos no compartilhamento de
suas experiências e reflexões sobre participação política juvenil, tema este de relevância numa
sociedade cujas políticas públicas funcionam mais como práticas assistencialistas que como
formadoras de sujeitos políticos que empreendem ações para si e para o coletivo. Pretende-
se, deste modo, contribuir com a produção de conhecimentos do Eixo Temático “Juventudes
e movimentos sociais”, problematizando a politização e participação juvenil a partir da
comunicação de pesquisas e experiências construídas tanto no contexto dos movimentos
sociais, quanto acadêmico. Para tanto, inspiramo-nos em autores que vêm refletindo a noção
de política e político, como Jacques Rancière e Chantal Mouffe; que discutem a noção de
resistência como estratégia de questionamento do poder, como Foucault; que problematizam a
participação política juvenil, como Alberto Melucci e Lúcia de Castro. Os trabalhos submetidos
que tenham como foco a participação política juvenil em suas mais amplas possibilidades de
expressão e contextos de em(cena)ação têm a potência de contribuir com as discussões que se
pretende fomentar neste GT. Discussões teóricas ou – preferencialmente – empíricas, frutos de
experiências pessoais ou de pesquisas acadêmicas, se escritas de forma clara e direcionadas à
problematização proposta, serão acolhidas para compor nossos trabalhos.
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772
“Ocupação dos desocupados”: Retratos da mídia sobre a ocupação das escolas
Autores(as): Thaísa Elis de Souza (CAPES)
Resumo:
A presente pesquisa está em andamento e tem como tema a participação política da juventude
na sociedade por meio dos movimentos sociais tendo como premissa a ocupação das escolas
entre os anos de 2015 e 2016 e as retratações desta na mídia virtual como o Jornal Folha Online
e site de notícias Uol. As ocupações de escolas, secretarias e assembleias tiveram seu marco
em novembro do ano 2015, especificamente na cidade de São Paulo, quando os estudantes se
opuseram à proposta de reorganização do ensino no Estado de São Paulo, sugerida pelo então
governador Geraldo Alckmin. Na ocasião, cerca de 200 escolas foram ocupadas e a proposta
foi suspensa. Foi o Movimento Estudantil se despontando como nas décadas de 1960 e 1970,
Alvim e Paim (2000). No ano 2016, o movimento dos estudantes secundaristas ganhou força e
outros estados como o Paraná, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e Mato Grosso
aderiram às manifestações. Tais acontecimentos ganharam visibilidade na mídia, e muitas
notícias davam destaque aos embates da polícia com os jovens secundaristas, em muitos casos
retratando estes estudantes como desorganizados, baderneiros, perigosos e como um problema
social, Pais (1993). Como objetivo geral, visa-se problematizar a questão da participação
política da juventude na contemporaneidade e o engajamento desta nos Movimentos Sociais.
Em objetivos específicos, pretende-se analisar a mídia sobre as representações juvenis; estudar
o contexto histórico, social e político das ocupações; investigar a participação política dos
jovens dentro dos Movimentos Sociais. Como as ocupações das escolas foram organizadas por
movimentos e grêmios estudantis, esta pesquisa está relacionada ao Eixo temático 06, o qual
trata sobre juventudes e Movimentos Sociais, que visa mostrar o jovem como “ator político
e suas formas de mobilização com relação aos seus direitos e à participação política na
sociedade”. Tendo como referencial teórico os autores Douglas Kellner, Jesús Martín Barbero,
Slavoj Zizek Jov Savage, José Machado Pais, Helena Abramo, Lúcia Rabelo de Castro, Paulo
Freire, entre outros, pretendo fazer um recorte sobre mídia e comunicação e as representações
de juventudes e movimentos sociais no contexto histórico. A metodologia empreendida
nesta pesquisa está baseada nos estudos culturais da mídia propostos por Douglas Kellner
(2001). Neste sentido, as reportagens sobre as ocupações das escolas estão sendo estudadas
e analisadas para compreender os discursos sobre a juventude e política. Como a pesquisa
ainda está em andamento, seria prematuro apresentar os resultados já obtidos, no entanto,
preliminarmente, pode-se constatar que as juventudes continuam não tendo voz na sociedade
e que as ocupações foram reportadas como movimentos desordeiros e desorganizados por
jovens considerados “desocupados” e não engajados politicamente. As ocupações das escolas
mostram grupos de estudantes que almejam uma educação que lhes faça sentido e que estes
estão buscando meios de serem ouvidos e respeitados como atores sociais e protagonistas de
uma história social e política.
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773
Ativismo juvenil e políticas públicas: o caso do Centro de Referência da Juventude de Belo
Horizonte-MG
Autores(as): Bruno Vieira dos Santos (AIC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
774
A comunidade grita, tu escuta? Direitos humanos e projeto de vida no titanzinho
Autores(as): Wenderson Silveira dos Santos (FATECI), Jomara Rodrigues Oliveira (FATECI),
Marília Maia Lincoln Barreira (UNINassau)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
775
A experiência de ocupar o IFMT-Rondonópolis: mídia X realidade
Autores(as): Flávia Peres Ramalho (UFMG-Rondonópolis)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
776
Alegria em movimento: práticas de jovens acadêmicos de saúde do Projeto RISOMIL
Autores(as): Mayara Danyelle Rodrigues de Oliveira (UFPI), Shara Jane Holanda Costa Adad
(UFPI)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
777
Trupe em movimento: experimentações e formação das juventudes na arte do palhaço
Autores(as): Mayara Danyelle Rodrigues de Oliveira (UFPI)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
778
O que se move quando um jovem se mobiliza?
Autores(as): Marília Albuquerque de Sousa (UFC)
Resumo:
A partir da minha experiência procuro analisar a seguinte pergunta: o que é posto em causa
quando um jovem resolve se mobilizar e atuar como representante político? Assim, como uma
estudante que participou do movimento de ocupação (feito a partir de manifestações nas ruas,
ocupações de espaços públicos, promoção de diálogos sobre temas tanto dentro da academia
quanto fora, etc.), que foi um movimento em que ocorreu uma série de atuações de jovens que se
mostraram insatisfeitos com as ações da instância federal, tenho a retratar a forma como uma
jovem resolve atuar como político e como todas as outras pessoas e instituições (família, mídia
e estado) lidam com essa subversão. Junto a isso, buscarei mostrar como essa experiência está
localizada tanto histórica quanto socialmente, visto que encontrei eco na experiência de outros
jovens que passaram pelo mesmo processo de ocupação e participação. É no GT Mobilizar,
ocupar, participar, artistar, reinventar: o jovem como ator político e seus espaços de em(cena)
ação, do Eixo temático de Juventude e Movimentos sociais, que encontro espaço para discutir
esses entraves que surgiram quando busquei subverter a construção social que sempre me
cercou e sair da posição de semi-invisível que frequentemente nos enquadram quando se trata
de participação política. Minha metodologia perpassa pela retomada de minha experiência no
movimento estudantil da UFC Sobral à luz dos textos de Coimbra, Boco e Nascimento (2005),
Castro (2007) e Abramo (1997) e das experiências vividas na disciplina de Desenvolvimento I.
A partir da leitura desses textos e das reflexões desenvolvidas na sala de aula, surgiu em mim
uma inquietação diante disso, já que pude perceber como os estudos teóricos sobre juventude
estavam intimamente interligados à experiência de atuação política. Buscarei, então, analisar
as seguintes categorias: o mito do jovem apolitizado; a repercussão desses discursos nas
relações intergeracionais e a perspectiva desenvolvimentista, que perpetua essa concepção
da juventude apenas como um momento de transição para o ápice da vida - a adultez. Em vista
dessa minha experiência de atuação no espaço político como jovem, foi possível perceber
como essa juventude ainda tem muito a conquistar quando se trata de visibilidade. Assim, pude
chegar aos seguintes resultados: a minha participação política tensionou o mito de jovem ser
apolitizado e, assim, foi possível perceber como a perspectiva desenvolvimentista ainda está
enraizada na sociedade. Além desses dois resultados, pude perceber, também, como essa visão
de juventude reverbera, não apenas nas relações adulto-jovem, mas, também, nas relações
entre os próprios jovens, já que o movimento de greve, por exemplo, foi criticado por muitos
estudantes da mesma universidade, julgando o movimento como um motivo para perder aula.
Com isso, podemos perceber a visão do jovem como sujeito inacabado e instável, reforçando
uma perspectiva adultocêntrica, ou seja, nós ainda somos vistos como “o futuro da nação”,
mesmo quando, no presente, estamos aptos a exercer a nossa participação política, não
precisando do futuro para podermos mobilizar, ocupar, participar, artistar e reinventar.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
779
O Movimento “Ocupa Escola”: juventude, educação e novos laços sociais
Autores(as): Cláudia Braga de Andrade (UFOP), Luciana Gageiro Coutinho (UFF)
Resumo:
O movimento das ocupações das escolas por parte dos estudantes do ensino médio tem se
revelado como um fenômeno novo e expressivo. Observamos o movimento das ocupações
no Rio de Janeiro no período de março a junho de 2016, quando se consolidou o movimento
“Escolas do RJ em Luta” com cerca de 70 escolas da rede pública do Rio de Janeiro ocupadas
por estudantes, em sua maioria do ensino médio. As questões de base desta pesquisa foram
construídas a partir de visitas informais e de rodas de conversa com estudantes. As ocupações
têm nos instigado, em diversos pontos de vista, já que se trata de um fato singular e de muita
potência diante de um cenário tão desanimador no país. Como compreender que jovens,
comumente descritos como aqueles que recusam e resistem à escolarização, afirmem com
veemência que “a escola é nossa”? Como escutar jovens exigindo melhores condições de
ensino, permanecendo e cuidando da escola, e se mostrando ávidos e abertos para conhecer
tudo o que lhes é oferecido pela comunidade e pelos docentes que os apoiam? O movimento
da ocupação, portanto, repercute psiquicamente como um processo de apropriação criativa
do espaço escolar. Torna-se evidente uma reconfiguração dos modos de fazer laço, no qual
destacamos a importância da experiência da fraternidade como um espaço ético e político
fundamental na formação de laços sociais não totalitários na escola (Birman, 2003). Kehl
(2000) tem examinado, a partir da noção de fratria, outros modos de operação da relação do
sujeito com os semelhantes, presentes no nosso cotidiano. Neste sentido, o termo “função
fraterna” vem demarcar justamente o seu caráter necessário da participação do semelhante
na constituição do sujeito como a sua possibilidade de renovar os termos do pacto civilizatório
quando a “circulação horizontal” que pode funcionar como um tipo de vínculo social no qual
a transmissão de experiências e produção discursiva podem ocorrer entre semelhantes e
a submissão voluntária pode ser relativizada. No campo da psicanálise e educação, somos
levadas a pensar como esta experiência das ocupações pode nos mostrar a possibilidade
de transformação nos laços sociais entre os próprios estudantes e entre estudantes/escola/
professor, ou ainda entre estudantes/sociedade. Ainda que cada ocupação se estabeleça em
um universo próprio, ao ocupar com seus corpos o espaço escolar, esses jovens nos fazem
repensar aquilo que sustenta o laço educativo para além da aprendizagem de conteúdos
formais das disciplinas, trazendo para discussão os processos de subjetivação nele envolvidos.
Este fato nos leva a considerar a importância dos laços horizontais que se estabelecem entre
os estudantes nas escolas e nos ensinam a importância de se refazer os pactos que legitimam a
escola no seu lugar de transmissão de conhecimento. E que isso não se dá sem a participação
dos sujeitos nela envolvidos, nem sem os laços horizontais que sustentam o projeto da escola
que se deseja no coletivo.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
780
A politização do som e dos afetos: os jovens e seus modos de participar na escola
Autores(as): Juliana Siqueira de Lara (UFRJ), Carina Borgatti Moura (UFRJ), Isa Kaplan Vieira
(UFRJ), Lucia Rabello de Castro (UFRJ)
Resumo:
A participação política de crianças e jovens é um tema que ganha cada vez mais destaque na
literatura que se volta para os segmentos da infância e juventude atualmente. Diferentemente
da posição vivida anteriormente por aqueles que são adultos hoje, esses sujeitos podem ser
enxergados como seres sociais ativos, criadores de relações sociais, em vez de meros reprodutores
de uma ordem social à qual devem se adequar. Esta nova posição se faz também importante
para pensarmos as possibilidades que estes sujeitos encontram, ou não, de transformar a
escola e de atuar na superação dos impasses que se colocam neste ambiente em que passam
boa parte de seus dias. Entretanto, o debate sobre a ação de crianças e jovens geralmente
parte da observação de supostas habilidades e competências que as credenciariam para a
participação social. A teoria da ação comumente utilizada nessa discussão segue o modelo das
tradições filosóficas e políticas liberais, nas quais a ação exige racionalidade, auto-consciência
e autonomia. Nesse sentido, revela-se capturada por uma concepção “adultista” de ser e estar
no mundo, na medida em que estes atributos sempre foram características dos sujeitos adultos.
Além disso, ao enfatizar a competência discursivo-racional de crianças e jovens como critério
para que possam ser escutadas e atuem em espaços de deliberação, tem-se desconsiderado
aquilo que seria o ruído aparentemente sem sentido, as manifestações ruidosas e incoerentes
desses que ainda são vistos como não capazes de se expressar coerentemente e que estariam
“fora” do discurso político e articulado dos adultos. Partindo de uma problematização em relação
a essas considerações, esse trabalho entende que para considerar que as crianças e jovens
são atores sociais e que, com isso, podem interferir na dinâmica e nas decisões nos espaços
que habitam é necessário reavaliar o estatuto de suas ações para além dos limites estreitos
da racionalidade. Assim, nós propomos ampliar a auralidade das manifestações das crianças
para além dos seus sentidos coerentemente articulados, de modo a incluir também outras
fisicalidades do dizer que estão frequentemente aliadas às expressões afetivas, aparecendo
sob uma miríade de formas, tanto sonoras, como não verbais, através de expressões corporais
e faciais. Três campos empíricos em onze escolas públicas, abarcando mais de 400 alunos
e alunas do Ensino Fundamental e Ensino Médio, foram analisados através de relatórios de
observação-participante e grupos de discussão. Os resultados evidenciaram a importância
dos sons, ruídos, afetos e expressões não-verbais para se compreender as dinâmicas sociais e
intergeracionais que criam as condições políticas de fala e de escuta para os jovens na escola.
A partir de categorias nomeadas como “queixumes”, “passividade” e “rompantes imaginários”,
analisamos como as ações de alunos e alunas podem ser lidas como uma importante expressão
do que pensam e sentem acerca do processo de transmissão e constituir sentidos coletivos
para a posição singular do jovem frente ao adulto.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
781
Juventudes e reinvenção nas margens urbanas: práticas juvenis de resistências político-culturais
no Bom Jardim em Fortaleza-CE
Autores(as): Leila Maria Passos de Souza Bezerra (UECE), Benedita Beatriz Elias Dias (UECE),
Ingrid Lorena da Silva Leite (UECE), Jamille Rodrigues Braga (UECE)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
782
Bloco Carnavalesco EURECA (Eu Reconheço o Estatuto da Criança e do Adolescente)
Autores(as): Cássio Vinícius Afonso Viana (Centro Camará de Pesquisa e Apoio e Infância e
Adolescência), João Carlos Guilhermino da Franca (Centro Camará de Pesquisa e Apoio e
Infância e Adolescência)
Resumo:
O menino segue pelo bloco. Os dedos machucados sangram, e ele nem nota - são os calos
que dão sinal. O sol castiga num desfile por mais de três horas na avenida da praia. Ele parece
que nem sente. Seu corpo, entretanto, denuncia e seus poros lhe dão a voz - Thiago também é
mar na praia de Itararé - enquanto dá o tom do enredo: no surdo marca a harmonia - e vamos
para a rua de novo, ocupação é a resposta do povo. É através de sua corporeidade que Thiago
mobiliza e reinventa seu lugar no mundo. Na batida do surdo, desenha para si um novo corpo.
Vai nascendo, ao passo que vai se estruturando e começando seus ensaios a Bateria Calunga,
o jovem artista. No coletivo, o movimento não é só de uma outra linguagem, mas lugar de
subjetivação, onde o corpo é instrumento de pôr em cena suas vibrações. Interferências estas
que são políticas. A Bateria vai se fazendo movimento social. O povo ensaia outra melodia
pra cidade, e são os meninos e meninas que fazem essa música. O Bloco Carnavalesco Eureca
(Eu Reconheço o Estatuto da Criança e do Adolescente) é um movimento artístico-político
de promoção e luta pelos direitos humanos de crianças e adolescentes. Reconhecido como a
maior mobilização permanente pelos direitos da criança e do adolescente no Brasil, o bloco sai
às ruas há 25 anos na cidade de São Bernardo do Campo e há 13 anos na cidade de São Vicente,
São Paulo. A iniciativa do bloco propõe uma participação direta das crianças e adolescentes
desde a concepção temática de cada ano, até a produção do logo, da escrita do samba-
enredo, a gravação e divulgação da trilha sonora dos desfiles, a composição harmônica e a
sustentação da bateria, alegorias, confecção de instrumentos e ainda eventos de formação em
um calendário anual. O bloco tem como prática deslocar a concepção de manifestação política
e a organização de movimentos sociais a partir dos padrões tradicionais e/ou vinculações
partidárias, trazendo a ludicidade enquanto resistência e linguagem para dar visibilidade às
violações de direitos vivenciadas por crianças e jovens em seus territórios. Visibilidade esta que
não corrobora com a ideia da representação adulta, mas acredita e investe na possibilidade e
na capacidade de crianças e adolescentes de terem voz e ação, assumindo um ativismo político
perante a cidade, incorporando a pauta política nas festividades do carnaval. O Camará é a
instituição promotora do bloco Eureca na cidade de São Vicente, instituído como Lei Municipal
3329a de 18 de maio de 2015 na cidade, desde 2006. “OcupAÇÃO: ocupar para não retroceder”:
o tema leva o bloco às ruas no ano de 2017 numa mobilização social integrando coletivos e
instituições da cidade para ocupar as ruas e promover a ideia de apropriação da cidade a partir
da ocupação dos espaços públicos. Meninos de 6 a 17 anos compõem a bateria que conduz o
desfile e as formações ao longo do ano, reconhecendo o direito de todo cidadão de participar
ativamente na transformação do espaço físico, cultural e político da cidade (LEFEBVRE, 2011),
tomando-a ainda como instrumento de transformação subjetiva. O direito a cidade seria,
também, um direito de mudar a nós mesmos pela mudança da cidade (HARVEY, 2012).
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
783
Criação e desenvolvimento do Projeto de Vida: atuação com jovens moradores do Titanzinho
Autores(as): Iara Andrade de Oliveira (UNIFOR), Guy Bravos Monteiro Neto (Escola Beneficente
de Surf Titanzinho), Paula Autran Nunes (Projeto de Vida)
Resumo:
Os apoios sociais podem ser de diferentes tipos, formais ou informais (familiar, comunitário,
religioso e institucional). Estes provem variadas fontes de amparo com as quais os indivíduos
podem contar, que garantem a percepção de valorização, cuidado e de auxílio em momentos
difíceis. Essas formas de apoio não atuam de maneira isolada, podem se relacionar, interagir
e se sobrepor. Diante disso, um projeto com o objetivo de provocar reflexões e discussões
criticas sobre o conhecimento de si e o contextos social por meio da facilitação de grupo
com jovens foi desenvolvido por Psicólogas. O presente trabalho consiste em um relato de
experiência, objetivando apresentar a criação e o desenvolvimento de tal projeto. O projeto é
denominado “Projeto de Vida” e as duas principais linhas de trabalho são: autoconhecimento
e direitos humanos. Tais linhas se comunicam entre si e são perpassadas pela perspectiva da
Identidade Social e Conscientização. O Projeto iniciou suas atividades em agosto de 2015 e
ainda está em andamento. A ideia do projeto foi motivada pela observação da existência de
diversos projetos voltados para a estimulação de esportes, mas com pouca prática de debates,
informações sobre temas sociais, rodas de conversa e atividades de psicoeducação. O início
das atividades do projeto foi na Escola Beneficente de Surf Titanzinho (EBST), localizada na
praia do Titanzinho, no bairro Serviluz na cidade de Fortaleza- CE. Inicialmente, as atividades
desenvolvidas buscavam oferecer suporte no planejamento de projetos de vida e orientação
profissional de dez jovens. Com o passar do tempo, o projeto abordou novas temáticas como
direitos humanos, educação ambiental e igualdade racial. Novos contatos e atividades dentro
do bairro foram sendo realizados, expandindo-se para além da EBST e executando atividades
em parceria com o coletivo Servilost, a Associação de Moradores do Tintazinho, Coletivo
Audiovisual do Titanzinho e o Cineclube Ser Ver Luz. Assim, ampliaram-se os espaços de atuação
para espaços públicos e até mesmo locais fora do bairro. Atualmente as atividades na (EBST),
permanecem com jovens de idades entre 10 e 16 anos no formato de encontros semanais com
duração de uma hora e meia, porém de maneira espontânea outras atuações são realizadas
de forma aberta para a comunidade. Entre as atividades externas do projeto e atuação com
parcerias estão: trilhas em parques ecológicos, atividades no Farol (tambores de crioula e
uma observação de telescópio e exibição de filmes sobre a lua), participação na V Mostra de
Audiovisual do Titanzinho e cortes gratuitos de cabelo na associação de moradores. Dessa
forma é possível perceber que por meio do contato com outras redes de apoio o projeto foi
se reposicionando no bairro e desenvolvendo novas atuações. Além disso, com a aproximação
das Psicólogas com atividades já existentes no bairro, a comunicação com os jovens tornou-se
mais próxima e a possibilidade de aproximação com a comunidade expandiu-se. Os jovens que
já participaram do projeto também tiveram a oportunidade de entrar em contato com outras
realidades ainda não conhecidas e de se aproximar de ações já existentes no bairro.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
784
Participação e subjetividade: a internet para jovens de uma comunidade em vulnerabilidade
Autores(as): Danilo de Miranda Anhas (UNIFESP), Carlos Roberto de Castro e Silva (UNIFESP)
Resumo:
A Internet tem suscitado estudos que ora apontam para um discurso otimista ora pessimista
quanto ao seu uso. Os argumentos otimistas dizem que a internet é capaz de democratizar
o conhecimento, a informação, constituindo-se como instrumento para aprendizagens e
desenvolvimento interpessoal. Para os pessimistas a internet é geradora de guetos, coibindo
a alteridade, a reflexividade, além de afirmarem seu potencial para afastar as pessoas de
relações presenciais e duradouras. Estudos recentes têm se voltado para essa temática,
sobretudo devido aos movimentos sociais atuais, articulados e organizados na web. Exemplos
desses movimentos são a Primavera Árabe e, no caso do Brasil, pode-se citar o Movimento
Passe Livre de 2013. O que possuem em comum, além de serem organizados pela internet é
que são formados, principalmente por jovens que a utilizam como um importante instrumento
de sociabilidade. Aqui, cabe indagar se a internet é capaz de fortalecer a construção da
participação social e como se pode qualificar as novas configurações (inter)subjetivas que
esta engendra. Esta é uma pesquisa de doutorado em andamento, processo nª 2015/26500-5,
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). É um estudo com abordagem
qualitativa, com inspiração na pesquisa etnográfica e netnográfica e referencial teórico da
Psicologia Sócio Histórica. A comunidade investigada, a Vila dos Pescadores, localizada
em Cubatão/SP, tem se constituído como importante parceira na execução de projetos de
pesquisa e extensão da UNIFESP desde 2011. Tem sido executado em uma ONG que atende
crianças e jovens do bairro. Nela têm sido feitas observações e conversas com os jovens sobre
o uso da internet, mapeando-se comunidades, redes sociais e grupos virtuais nos quais estão
inseridos, buscando-se compreender como têm utilizado a web bem como seus sentidos
e significados atribuídos. Em seguida, as próprias produções virtuais desses jovens serão
observadas segundo metodologia da netnografia. Assim, a pesquisa possui momentos distintos,
etnográficos e netnográficos, mas que são complementares. Os resultados serão analisados
segundo a hermenêutica de profundidade proposta por Thompson. Essa metodologia abrange
aspectos objetivos, subjetivos, históricos, sociais, econômicos, culturais. Observações feitas até
o momento mostram a internet como um instrumento de sociabilidade e lazer entre os jovens,
que a utilizam, principalmente, para conversar com outros jovens, do bairro ou não, através
de Whatsapp, Facebook e YouTube. Usam a internet não tanto para adquirir conhecimentos
técnicos, exceto quando se trata de trabalhos escolares. Utilizam-na também como uma
forma de se sentirem incluídos na sociedade do consumo, sentirem-se gente em um mundo
que lhes constrange e violenta cotidianamente em seus direitos e reconhecimento. A internet
fomenta formas outras de participação, engendrando outras configurações (inter)subjetivas.
Os resultados parciais apontam para os desafios de utilizá-la como potente instrumento
de aproximação do universo juvenil e no estabelecimento de relações dialógicas com essa
população.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
785
Percepções de jovens da Amazônia Setentrional sobre o exercício do voto facultativo
Autores(as): Fernanda Ax Wilhelm (UFRR), Ana Paula da Rosa Deon (UFRR), Jaqueline Silva da
Rosa (UFRR)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
786
Narrativas de jovens sobre a participação política juvenil
Autores(as): Jaileila de Araujo Menezes (UFPE), Laís Oliveira Rodrigues (UFPE), Roseane Amorim
da Silva (UFPE)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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787
#OCUPAUFPI: formas recorrentes do fazer político das juventudes brasileiras na atualidade
Autores(as): Marta Maria Azevedo Queiroz (UFPI)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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788
Entre ocupar, resistir e dialogar os feminismos: a experiência do Projeto As Rodadas
Autores(as): Marisa Dantas do Rego Barros (UFPE), Adriana Melo Cavalcanti de Almeida (UFPE),
Daniele Cristine Cavalcanti Rabello (Ilê Psi), Karla Galvão Adrião (UFPE)
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência da organização da primeira roda
de conversa do Projeto de Extensão As Rodadas. Por iniciativa do grupo A Coletiva - braço
do Laboratório de Estudos da Sexualidade Humana Do departamento de psicologia da
Universidade Federal de Pernambuco (LabESHU-UFPE) - em parceria com movimentos sociais
feministas locais, As Rodadas foram construídas para conversar sobre psicologias e feminismos.
Dialogamos entre a pesquisa-intervenção como metodologia para o trabalho com grupos
(Fine et al, 2006) e o feminismo pós-estrutural (Butler, 2004, 1998; Haraway, 1995). Nas rodas,
buscamos trabalhar tensões entre marcadores sociais de diferença como classe, gênero, raça,
território, geração, dentre outras, a partir da perspectiva de que diferenças não são problemas
por si, mas sim quando se constituem em desigualdades (ADRIÃO, 2014). Para dialogar com
referenciais feministas, anti-racistas, descoloniais e antiproibicionistas, utilizamos recursos
da arteterapia e rodas de diálogo. Com esse método cada fala instiga outra, constituindo um
espaço de reflexões sobre o cotidiano e suas relações (AFONSO; ABADE, 2008). Por acreditar
na articulação academia-movimento social, As Rodadas são itinerantes a fim de ocupar
o espaço físico das comunidades e trazer a efervescência dos movimentos feministas para
dentro da universidade, nos alinhando aos crescentes movimentos de ocupação nacionais
e internacionais. Convidamos debatedoras do movimento e da academia para o diálogo. Às
parceiras dos movimentos sociais, cabe discutir questões a partir dessa ótica; e ao LabESHU,
relacionar esta expertise com o debate da academia, incentivando a troca de experiências
entre saberes empírico e acadêmico do movimento feminista. Para ampliar as possibilidades
dialógicas, a cada roda é adicionado um “elemento surpresa” como expressões artísticas,
exposição, técnica de sensibilização de grupos, atividade arteterapêutica entre outras
possibilidades. O projeto ainda conta com um Blog, que propõe guardar a memória dAs Rodadas
e suscitar o debate antes e depois do debate. No Dia da Luta pela descriminalização do aborto
na América Latina e Caribenha, 28 de setembro, aconteceu nossa primeira Rodada, com o tema
“Aborto, Psicologia e Feminismos: o que eu tenho a ver com isso?”, realizada em parceria com
o Coletivo Feminista Diadorim. Convidamos uma estudante de medicina da UFPE e militante
do Coletivo Feminista Diadorim, uma mestra em Antropologia pela UFPE e participante do
Coletivo Flor do Mangue Recife e uma doutora em Saúde Coletiva pela UFBA. Dezenas de
pessoas atentas e participativas deram o tom do nosso primeiro encontro. Iniciamos com uma
atividade na qual dispusemos num varal várias frases populares sobre aborto. As pessoas
eram convidadas a interagir escrevendo nesse varal ou comentando o que lá havia. Assim,
o tema foi abordado entre relatos, narrativas, pesquisas e números. A fala percorreu toda a
sala, circulando entre pessoas de diferentes lugares sociais que traziam curiosidades, dúvidas e
compartilhavam como o tema cercava suas vidas, de forma que uma questão tabu e permeada
de silenciamentos, pudesse ser expressada.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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789
Sacola da Memória: tecendo afetividades a partir dos sujeitos do coletivo Zilah Spósito
Autores(as): Kelly Cristina da Silva (GDECOM)
Resumo:
Os temas deste relato de experiência são memória e afetividade na realidade dos jovens. Neste
trabalhamos a memória a partir do afeto transformando-os em fios condutores ao associar temas
transversais com a troca de escrevivências entre os adolescentes. Partindo deste pressuposto
o projeto surgiu das seguintes problematizações; como falar de afetividade com um público
acostumado com a violência e a ausência de carinho e amor? Será que eles conhecem esse
tipo de sentimento na prática ou só ouviram falar em relatos de pessoas distantes de sua
realidade? Qual será a concepção de afetividade na vida dos jovens? Existe alguma relação
entre afetividade e aprendizado? Os sujeitos deste projeto são jovens entre 14 à 17 anos
inscritos no Projovem Adolescente, um serviço socioeducativo continuado de proteção social
básica em parceria com a Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de Belo Horizonte.
Os encontros acontecem no CRAS, Centro de Referência da Assistência Social, localizado no
bairro Zilah Spósito, região Norte da cidade de Belo Horizonte. E por contrapor às concepções
estereotipadas associadas à fase da adolescência e o tema destinar-se a subjetividade afetiva
das juventudes do coletivo Zilah Spósito, localizado na periferia de BH, que este trabalho
vai ao encontro do eixo temático “participação de jovens em partidos políticos, movimentos
sociais, associações e outros espaços da esfera pública”, do GT Juventude e Movimentos
sociais. Traçamos como objetivo geral valorizar o programa ProJovem Adolescente como
um espaço de acolhida e afetividade em que os jovens possam, a partir do partilhamento
de suas escrevivências, (re)construir suas identidades e ampliar seus conhecimentos. Tendo
como finalidades sensibilizar o olhar dos jovens para o ProJovem Adolescente como espaço
de afetividade; elaborar proposta de práticas coletivas e individuais que proporcionem
maior interação entre os jovens; produzir uma pequena mostra dos trabalhos produzidos nos
encontros; propor um encontro intergeracional com o grupo dos idosos do CRAS Zilah Spósito.
Para tal interpretação o projeto faz uso dos conceitos de juventude, afetividade, teoria do
reconhecimento e ensino-aprendizado. Assim chamamos para nosso diálogo autores como
Dayrell (2007), Bernardes (2010), Honneth (2003) e Mahoney (2015). O projeto adotou a
pesquisa qualitativa para compilação e interpretação dos dados coletados. Para tanto faremos
uso de documentos como o relatório das atividades desenvolvidas, autorizações e direito de
imagem a ser assinado pelos responsáveis dos jovens. O resultado inicial nos mostra que os
jovens têm apresentados argumentos mais coesos quanto a condição de sobrevivência em um
território periférico e sua visão de mundo. A manifestação de um cuidado maior com o outro,
desde a acolhida ao grupo às várias formas de driblar as negatividades sociais impostas a
eles, também são presentes. O projeto aponta para uma resignificação do Projovem enquanto
espaço de acolhida, maior poder de articulação e a (re)construção de uma relação de respeito
e afetividade entre os adolescentes do programa.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
790
Vozes coletivas no movimento secundarista de ocupação do Colégio Estadual do Paraná
Autores(as): Patricia Goedert Melo (UFPR)
Resumo:
O estudo tem como objetivo debater sobre o jovem enquanto sujeito social, engajado em
ações políticas que fomentam reconhecimento e representatividade. Para tanto, o texto
dialoga com o fenômeno das ocupações das escolas estaduais do Paraná, que começou no
dia 04 de outubro de 2016, com o Colégio Estadual Arnaldo Jansen (São José dos Pinhais-
Região Metropolitana de Curitiba), e terminou no dia 09 de novembro do mesmo ano, com
a desocupação do Colégio Estadual Rodolpho Zaninelli (Curitiba) - sendo que o movimento
chegou a mais de 700 escolas ocupadas. A luta dos secundaristas tinha como alvo a Medida
Provisória (MP) 746 e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2106 (do Congresso) ou
55/2016 (do Senado). Outra instituição de ensino que integrou a rede de ocupação foi o Colégio
Estadual do Paraná (CEP), em Curitiba - espaço educativo mais antigo do estado, com 170 anos
de história e que conta, hoje, com aproximadamente cinco mil alunos do Ensino Fundamental
II ao Ensino Médio. Os jovens permaneceram na escola promovendo oficinas, palestras, ações
culturais etc., organizaram manifestos e utilizaram os sites de redes sociais (texto, foto e vídeo)
para comunicar a programação das atividades e o posicionamento referente à ocupação. Para
discutir sobre a juventude neste contexto, o recorte da pesquisa se baseou na experiência dos
alunos do CEP. A metodologia relacionou entrevistas com estudantes e análise de posts da
página criada pelos próprios jovens no Facebook (“OcupaCEP”). Os entrevistados destacaram
que o movimento abriu possibilidades para que eles entrassem em locais, dentro do colégio,
que nunca puderam entrar, ressignificando, então, a forma de usar e viver o espaço da escola.
Ademais, criaram comissões para que cada um tivesse uma tarefa e se sentisse atuante e
pertencente à ação coletiva - Segurança, Comida, Água, Entretenimento e Comunicação
foram comissões organizadas. A base teórica de autores como Paulo Carrano, Silvia Borelli,
Jesús Martín-Barbero, Marilia Pontes Sposito e Juarez Dayrell foi articulada para abordar a
juventude vista no plural, em seus contextos cotidianos e para além do reduto escolar. Um
dos apontamentos do estudo é o uso da dimensão comunicativa por parte dos alunos para
registrarem seus pensamentos e posicionamentos diante o fenômeno em questão, mas também
para se reconhecerem e se sentirem representativos. Ao criarem e ao compartilharem processos
comunicativos, os jovens buscaram algo além da mera expressão. O que se percebeu é que,
ao se comunicarem, eles anunciam quem são, o que desejam representar, como se integram,
como se diferenciam e como se posicionam perante o universo da escola e a sociedade. Essa
potencialização da linguagem também mobiliza a imaginação social das coletividades e a
ideia da identidade narrativa. Além de produzir sentidos por meio da comunicação, os jovens
propiciaram ações coletivas em vista da defesa de interesses comuns. Trata-se de um processo
que ultrapassa a soma de atitudes individuais, pois o que se percebe são compartilhamentos
dirigidos a um objetivo maior.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
791
Ocupar e resistir: as perspectivas das/dos estudantes grevistas sobre movimento “OCUPA UFC”.
Autores(as): Débora do Nascimento de Almeida (UFC), Amon Elpidio da Silva (UFC), Carla
Kemille Moreira Moura (UFC), Verônica Salgueiro do Nascimento (UFC)
Resumo:
O movimento ‘’Ocupa UFC’’ marcou a história por ter sido uma greve estudantil proposta
e organizada pelos estudantes. Inspirada pelos movimentos de ocupação das escolas
secundaristas, juntamente com mais universidades federais grevistas, as pautas principais que
culminaram nos movimentos de ocupação foram o Projeto de Emenda Constitucional 244 (PEC
244), posteriormente denominada como PEC 55 na tramitação do Senado, e a Reforma do Ensino
Médio (MP 746). Outras pautas foram surgindo a partir das vivências dos cursos de graduação e
as assembleias em prol da melhoria de suas estruturas educacionais. Tais pautas surgiram em
razão do sucateamento que vinha ocorrendo em diversos cursos como também ultrapassaram
às necessidades coletivas estudantis. Com isso, objetivamos com este trabalho apresentar
e analisar as diferentes perspectivas e aprendizagens dos estudantes que participaram do
Movimento Ocupa UFC da Universidade Federal do Ceará, ocorrido no período de novembro a
dezembro de 2016. Justifica-se a importância da temática pesquisada pelas contribuições que
essas reflexões possam gerar para o estudo da atuação estudantil de cunho sociopolítico nos
diversos espaços. A pesquisa utilizou-se do método qualitativo, foi disponibilizado questionário
online, de forma a garantir o anonimato dos participantes. O questionário envolveu quesitos
como por exemplo: participação anterior em movimentos estudantis; lideranças assumidas
dentro do movimento de ocupação; principais aprendizagens e dificuldades vivenciadas. Os
dados foram analisados a partir da perspectiva teórica da triangulação dos dados. Nossas
análises se embasaram na teoria sócio-histórica e no referencial freireano sobre educação
como ato político. Constatamos que as experiências vividas pelos estudantes em coletividade
durante este período contribuíram para construção sociopolítica e acadêmica individual, no
sentido de se sentirem responsáveis pelo espaço em que ocupam, ampliando o sentimento de
pertencimento não apenas local, mas em relação a importância de cada indivíduo como peça
chave para a transformação da realidade política e social, cumprindo a função de sujeito de
direitos. Os relacionamentos desenvolvidos com a universidade e entre os estudantes foram
contribuintes para a boa articulação do movimento de ocupação, ressaltando o protagonismo
por parte dos estudantes grevistas nos diferentes cursos e campis participantes do movimento.
Houve também o fortalecimento das relações interpessoais, contribuindo para o exercício
de consciência coletiva e o amadurecimento em lidar com outros sujeitos, o que também
contribuiu para o exercício de cidadania destes mesmos universitários. Concluímos que mais
pesquisas devem ser realizadas para fortalecer o exercício político da participação entre os
jovens.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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792
“OCUPA TUDO!”: o protagonismo estudantil nas ocupações de escola do Rio de Janeiro
Autores(as): Mariana dos Reis Santos (UERJ)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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793
“Tem que ter intervenção”: zine como método de intervenção em pesquisa com jovens negros
Autores(as): João Miguel Diógenes de Araújo Lima (Pótere Social)
Resumo:
Esta proposta de comunicação se dedica a discutir tensões que podem perpassar a relação de
pesquisa junto a jovens e coletivos, especialmente no intenso entrelace de vida e política - e
apresenta uma estratégia metodológica adotada. A situação se desenrolou em Fortaleza (CE),
durante a realização do projeto de pesquisa “Juventude negra no Nordeste do Brasil: violência,
racismo institucional e proteção social”. O projeto, desenvolvido simultaneamente nas cidades
de Fortaleza, Recife (PE) e Salvador (BA), sob a coordenação da Universidade Federal da Bahia,
foi realizado nos anos de 2015 e 2016 por pesquisadores negros e brancos das Ciências Sociais
e da Saúde. Na consulta a dados quantitativos, buscou-se construir um panorama da violência
e da desigualdade que acometem as juventudes negras. Na produção de dados qualitativos,
buscou-se conhecer como jovens autodeclarados negros e brancos lidavam com experiências de
racismo e violência. Entre as técnicas qualitativas, foram realizados grupos focais e entrevistas,
culminando com um “café colaborativo”. Para isso, foram mobilizados estudantes de ensino
médio, universitários e trabalhadores, que partilharam diversas experiências atravessadas
por marcadores como “cor/raça”, bairro/território e condição financeira. Na mobilização
para o café de Fortaleza, contudo, interações com uma jovem de um coletivo negro lançaram
questionamentos quanto à pertinência da pesquisa junto a jovens negros politicamente
atuantes. As perguntas “Vamos ter um retorno dessas pesquisas? A pesquisa visa que forma
concreta de intervenção?” vieram seguidas do comentário: “Tem que ter intervenção. Chega de
fazer a juventude negra de ratinho de laboratório”. A imagem do “ratinho de laboratório”, que
à primeira vista seria atrelada a processos próprios das ciências naturais e da saúde, estava ali
associada às ciências humanas, devido ao modo de interação entre pesquisadores e sujeitos
de pesquisa. Apreende-se da fala da interlocutora uma reputação negativa das “pesquisas
com seres humanos”, como uma relação que costuma beneficiar apenas um dos lados - o do
pesquisador -, o que se torna mais preocupante em contextos de desigualdade e racismo.
O questionamento em torno dos modos de se praticar pesquisa torna evidentes as relações
assimétricas de poder na produção de conhecimento. A rejeição a essas formas de pesquisa
indica uma lição aprendida após saturação, que impeliu a demandar por processos participativos
de construção de conhecimento, capazes de instaurar uma relação mais próxima ao chamado
“ganha-ganha”, em que não haveria apenas produtos finais de pesquisa, mas experiências
vividas na duração. A criação de um zine coletivo - publicações que podem ser artesanais ou
computadorizadas, de autoria individual ou coletiva, envolvendo textos, fotografias, desenhos
etc. - tornou-se a nova proposição interventiva na pesquisa, apoiando-se em experiências de
uso de zines em escolas, oficinas e, também, em pesquisas, tanto como fonte, como método.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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794
Pesquisando com o #Ocupa: uma experiência educativa
Autores(as): Sarah Nery (NAVE/CEJLL/Unicarioca)
Resumo:
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795
Explorações e intervenções urbanas: se inscrevendo na cidade de São Paulo
Autores(as): Ariane Aboboreira (PUCSP)
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796
GT 30 - Movimentos estudantis: invenções e reinvenções contemporâneas
Coordenadores: Miriam Soares Leite (UERJ), Mylena Silva de Azevedo (Colégio Pedro II)
e Valéria Lopes Peçanha (Colégio Pedro II)
Resumo Geral:
A crise política, econômica e institucional que vem abalando o país nos últimos anos é também
o contexto no qual ganham visibilidade as atuações dos movimentos estudantis em resistência
ao avanço de pautas neoliberais, como a precarização do trabalho, os cortes de verbas nos
serviços públicos e o fechamento de escolas, mas também ao crescimento do fascismo, da
misoginia e da lgbtfobia na sociedade em geral. Em todo o Brasil, as reivindicações pela
educação pública ganham novo impulso com o ativismo de jovens estudantes, que também
chamam a atenção pelas inovações que praticam no cotidiano das suas intervenções. Seja
pela busca da horizontalidade nas relações que estabelecem entre si, pela atenção ao
direito à diferença ou pelo uso das tecnologias digitais para a sua organização, trata-se de
movimentos que estão a reinventar a participação política estudantil, em formato e conteúdo.
Destaca-se, nesse processo, a aposta na indissociabilidade das demandas da diferença e da
igualdade, que se expressa pela frequente preocupação desses movimentos com o combate às
desigualdades socioeconômicas, simultânea ao engajamento em lutas contra as opressões de
gênero, orientação sexual e pertença racial, sobretudo àquelas incorporadas em suas próprias
vivências de ativismo. Nesse sentido, a reivindicação pela democratização da educação, em
contraposição aos múltiplos autoritarismos incorporados e em processo de incorporação aos
contextos educacionais, ganha novas dimensões, ao mesmo tempo em que reafirma direitos
constitucionais há tempos negligenciados. Tendo em consideração a importância dessas ações
para a intensa disputa que hoje se trava no país pelos rumos da nossa democracia, este GT
abre espaço para o debate sobre as juventudes brasileiras que reivindicam a educação pública,
organizando-se em escolas e universidades sob as formas de ocupações, grêmios, coletivos,
associações e/ou partidos. Coordenado por uma professora universitária, uma professora da
educação básica e uma ativista do movimento estudantil secundarista e feminista, o GT tem
como objetivo reunir, compartilhar e debater relatos de experiência e de pesquisas acadêmicas,
assim como reflexões ensaísticas acerca das várias questões teórico-políticas que se colocam
nesse contexto, tais como: o ativismo juvenil em suas interfaces com processos educacionais;
inovações dos movimentos estudantis contemporâneos quanto às suas formas de organização,
atuação e preocupações políticas, com destaque para a frequente focalização de questões
da diferença, tais como raça, gênero e orientação sexual, em articulação com problemáticas
relativas à classe social; etarismo e processos de identificação da juventude, da condição de
estudante e da escola; novas perspectivas teórico-político-metodológicas para a abordagem
desses movimentos e questões, como, por exemplo, a desconstrução, os feminismos anti-
essencialistas, o “cuir” (*queer), a interseccionalidade, entre outras. Serão aceitas propostas
de comunicação oral que evidenciarem aderência política e temática às proposições deste
GT, bem como consistência argumentativa e coerência textual, além de contribuição teórico-
política às discussões em pauta.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
797
Diferenças e igualdades: subsídios para pensar o ativismo juvenil hoje
Autores(as): Maria Regina Maciel (UERJ)
Resumo:
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798
A representação estudantil de adolescentes na escola: potencialidades e dificuldades
Autores(as): Hannah Quaresma Magalhães (UFRJ), Matheus Ferreira Apolinário (UFRJ), Juliana
Siqueira de Lara (UFRJ)
Resumo:
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799
Ocupando espaços de luta e resistência: cp2 Niterói
Autores(as): Lucas Gabriel Ferreira do Nascimento (Colégio Pedro II), Suzane Pereira dos Santos
(Colégio Pedro II)
Resumo:
Com o cenário político de 2016 no Brasil, diversas PEC’s que foram criadas ou já tramitavam
na Esplanada, foram sendo aprovadas em diversos âmbitos e dentro disso, houve resistência
como sempre. O Colégio Pedro II foi ocupado junto com tantos outros, para lutar contra as
ameaças da antiga PEC 241 e por uma suposta “reforma” do ensino médio,com isso, estudantes
secundaristas, obtiveram experiências incríveis que serão contadas através desse trabalho, que
se norteia nas histórias e em nossos relatos da ocupação de um dos campi do Colégio Pedro
II. Podemos dizer que o espírito da ocupação nasceu no dia 03 de setembro de 2016 (três
dias depois do golpe), no dia 03, o grêmio estudantil promoveu um cine debate e passou um
documentário cujo nome é: “ACABOU A PAZ, Isso aqui vai virar Chile”. Esse documentário mostra
a realidade das ocupações que aconteceram em São Paulo no ano de 2015, que reivindicavam
o não fechamento de 94 escolas estaduais. Os alunos que participaram da apresentação do
documentário, se emocionaram ao ver a luta daqueles estudantes, mesmo nunca pensando na
possibilidade de fazer o mesmo que eles, aquelas cenas fortaleceram o movimento estudantil.
Outro fator que mostrou a força das ocupações e contagiou a todos, foram aquelas que
ocorreram nos colégios estaduais, durante o início do ano de 2016. Observando conjuntura
política daquela época, junto ao crescente número de escolas sendo ocupadas por todo o
país, enfrentou-se necessidade de convocar uma assembleia para decidir, horizontalmente se
deveríamos ocupar ou não, Pois não seria justo ficar inerte diante daquela situação. No dia
21 de outubro de 2016, após uma votação com 355 estudantes participando da assembleia,
foi aprovado ocupar o colégio com um total de 282 votos a favor. A ocupação era necessária,
porém o medo do desconhecido trazia ansiedade e projetos para o que se iniciaria a partir
daí. No dia 26 de outubro, foi promovida uma oficina de cartazes durante toda à tarde, e às 18
horas, efetivamente ocupamos o colégio. Os primeiros dias foram difíceis, pois não precisamos
nos deparar com a desconhecida responsabilidade de gerir um Colégio, trazer atividades para
suprir os dias e cuidar do espaço e do bem estar de todos. Porém com o tempo se criou a
consciência de cuidar do espaço, e espontaneamente se foi tendo a noção da importância do
Campus para todos, e de como era necessário zelar por ele, nosso segundo lar. A ocupação se
protagonizou por diversos tipos de representatividades, muito necessárias em um espaço tão
plural. E dentro disso, houveram eventos focados no feminismo, movimento negro, no coletivo
LGBT entre outras minorias. Foi um espaço que trouxe diversos ensinamentos para todos que a
compuseram, e mesmo com todo o desgaste dos exatos 2 meses gerindo a escola, a bagagem
trazida junto a todos, É inegável e isso ,até hoje, é legado para a convivência nesse meio. O
movimento estudantil permanece vivo e forte, segue lutando pelos direitos dos alunos e por
uma escola melhor, que abranja a todos, sendo como sempre, nosso lar.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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800
Projeto “A Rádio na Escola na Escola da Rádio”: redimensionando a educação científica a partir
do entendimento de lugar
Autores(as): Katia Soane Santos Araujo (SMEd), Rosangela Patrícia de Sousa Moreira (IFECT-BA)
Resumo:
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801
Gestão social e movimento estudantil: a experiência das ocupações nas escolas públicas de
Juazeiro do Norte-CE
Autores(as): Cicera Monica da Silva Sousa Martins (UFCA), Daiane de Souza Muniz (UFCA), Anne
Heloise de Castro Ness (UFCA), Barbara Kauany de Castro Cunha (UFCA), Bibiana Belisário
Santana (UFCA), Waleria Maria Menezes de Morais Alencar (UFCA)
Resumo:
O projeto Gestão Social nas Escolas (PGSE) é uma ação de extensão integrada ao Laboratório
Interdisciplinar de Estudos em Gestão Social (LIEGS) da Universidade Federal do Cariri (UFCA)
que desenvolve atividades voltadas às práticas da Gestão Social. Objetiva-se trabalhar as
potencialidades de estudantes de escolas públicas da região do Cariri Cearense no que se
refere a autonomia e senso de cooperação. O objetivo das ações é fomentar o protagonismo
juvenil e o fortalecimento da identificação do jovem com o território em que reside, a partir
dos princípios da Gestão Social. No ano de 2016, o presente projeto atuou no cenário atípico
em que se encontrava o processo de educação, com o fortalecimento do movimento estudantil
a partir das ocupações. Visto tal conjuntura, os pesquisadores e bolsistas envolvidos nesta ação
entenderam o contexto como propício para se trabalhar o conceito da autogestão, inerente
às práticas de gestão social. Em Juazeiro do Norte diversas escolas públicas foram ocupadas,
dentre ela a Escola Estadual de Ensino Médio Maria Amélia Bezerra, na cidade de Juazeiro
do Norte. A pauta de reivindicação estava sobre melhores condições na infraestrutura, além
de melhores salários para os professores. Desde o início foi percebido a presença de uma
organização coletiva descentralizada. Havia regras e responsabilidades compartilhadas,
elas estavam dispostas em um mural para haver transparência sobre as funções. A partir da
identificação desse cenário foi proposto um percurso de ação que favorecesse o fortalecimento
das características da autogestão. Assim, utilizamos um metodologia participativa, dividida em
três partes: o contato inicial, objetivando o reconhecimento do público-alvo, a intervenção
integrativa, onde foram realizadas dinâmicas e rodas de conversa que trabalharam em seu
cerne a identidade grupal e os vínculos ali construídos e, por fim, a oficina de produção de
fanzine, ferramenta da comunicação, criado a partir da troca de ideias entre os alunos. O
fanzine resultante da oficina foi intitulado “Agora Somos Todos Um”, a partir de uma decisão
tomada coletivamente. Por se tratar de um instrumento de difusão social da conjuntura escolar
e da atual crise na gestão educacional brasileira, as páginas do material foram utilizadas
para ilustrar de forma criativa e acessível as principais pautas do movimento estudantil. A
ocupação na escola Maria Amélia proporcionou inúmeras perspectivas para se olhar os jovens
da atualidade, um pensamento que antes, era voltado a um simples plano cartesiano escolar,
fez com que se abrissem espaços de real democratização dentro de jovens que almejam
melhoras no cenário brasileiro. Os estudantes encontraram na ocupação a oportunidade de
terem voz perante a indignação decorrente não somente da greve, mas também a insatisfação
de pertencerem a um sistema hierarquizado e burocrático que não abre espaço para decisões
tomadas em coletivo.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
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802
Para além do Benfica: cartografia das ocupações universitárias no Ceará pós-golpe.
Autores(as): Daniel Paiva de Macêdo Júnior (UFC)
Resumo:
O golpe televisionado (FARIA, 2016) instaura no Brasil uma nova dialética: São tempos de
Temer. As medidas impopulares do Governo Federal, como a PEC 55/2016 - que cristaliza o
montante de investimentos em setores sociais por 20 anos - a MP 746 - que reforma o ensino
médio com tendência tecnicista - e a PLS 193/2016 - que discorre sobre a escola sem partido
e criminaliza o debate político e mobilização estudantil - permitiu às bases necessárias para
fundamentar a insurgência estudantil no Brasil e no Ceará (MACEDO JR, 2017). Estudantes, por
sua vez, não temiam. Ocuparam reitorias, unidades acadêmicas e o imaginário do povo cearense
que, do Cariri à Capital, viu a energia estudantil converter-se em luta, em manifesto frente à
conjuntura política e econômica do país. Contudo, apesar da efervescência que ressignifica
a Universidade, não constitui novidade o exercício de ocupação estudantil (BIANCHI, 2008),
toando como prática de sublevação frente ao esgotamento das vias de diálogo (MARCUSE,
1999) desde a França de 1968 (THIOLLENT, 1998). Cabe, portanto, compreender o boom da
insurgência estudantil para além do método ou do discurso; e referenciar outras perspectivas
que se ponderam como radicantes de novos elementos, como a configuração territorial e a
fotografia resultante. Adotar esta via permite incluir as vivências e experiências cearenses
no hall de análises sobre o estopim de ocupações de 2016 no Brasil, saindo do eixo Rio-São
Paulo para denotar o protagonismo e formulação de outros perfis que também interferem na
construção de pressões políticas para mudanças sociais. Apontar a compreensão territorial é
contrapor-se à lógica de sub representação dos acontecimentos em cidades fora dos grandes
centros urbanos - respaldado inclusive no caso em estudo. Levando em consideração os
registros jornalísticos do Jornal O Povo e do Diário do Nordeste, por exemplo, percebe-se que
aprofundam a cobertura sobre as ocupações situadas em Fortaleza - sobretudo no Campus
Benfica da UFC - e minimizam ou omitem a construção de expressivas experiências de ocupação
em cidades do interior, como em Iguatu - palco da primeira ocupação universitária no estado
pós-golpe. (MACEDO JR, 2017) Consequentemente, neste trabalho, transcorremos a romaria do
movimento de ocupações universitárias no Ceará a fim de, no compilar de uma cartografia de
posicionamento e do traçar dos documentos, constituir uma narrativa que apreenda registro
histórico e revele uma fotografia capaz de denotar a incidência do movimento no território em
duas vias: que valorize o Interior frente a Capital; e signifique o Ceará em esfera nacional. Assim,
ao construir dados e articular uma visão ampla do movimento com base em sua intervenção no
Ceará, colabora e amplia o entendimento sobre o fluxo de localização do movimento e suas
romarias a partir de documento-pesquisa que compila a cartografia; capaz de inserir sujeitos
que, historicamente excluídos da história oficial (BENJAMIN, 1994), invisibilizados na memória
social. Trata-se de trazer o estudante-ocupante ao centro de escuta e amparar sua versão a fim
de montar o quebra-cabeças sobre este episódio ímpar de nossos tempos.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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803
Juventude e movimento estudantil, a ressignificação a partir da era “Temer” na perspectiva
das Ocupações de 2016: um estudo de caso na Universidade Federal do Pará/Campus de
Abaetetuba
Autores(as): Laercio Farias da Costa (UFPA), Gerlane da Silva Ferreira (UFPA), José Wilker
Machado Quaresma (UFPA), Thais Sousa Silva (UFPA)
Resumo:
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804
Fazeres e Resistências no ambiente universitário: a experiência do movimento Ocupa UFCA no
Cariri Cearense
Autores(as): Ana Patrícia da Silva Bezerra (UFCA), Cicera Monica da Silva Sousa Martins (UFCA),
Maria Eduarda Nunes de Souza (UFCA), Silvania Pinheiro de Sousa (UFCA), Waleria Maria
Menezes de Morais Alencar (UFCA)
Resumo:
Contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que tramitou no Senado como PEC
55, estudantes ocuparam mais de 200 universidades em todo País, onde, segundo a União
Nacional dos Estudantes, essa intervenção é considerada maior organização estudantil
da história do Brasil. A luta foi contra a proposta encaminhada pelo governo Michel Temer
que proporcionaria o congelamento do investimento em educação nos próximos 20 anos. O
Movimento Estudantil da Universidade Federal do Cariri (UFCA) realizou uma reunião no dia
26 de outubro onde concluiu a necessidade e urgência da realização de uma votação para a
adesão da ocupação/greve estudantil se posicionando contra a PEC 55, a Reforma do Ensino
Médio, entre outras pautas. O modelo de votação foi feito por curso e decidido entre os
estudantes presentes na reunião. Tudo porque a UFCA não tem Diretório Central dos Estudantes
(DCE), consequentemente não havia um estatuto para validar uma assembleia e uma greve
estudantil com todos os alunos. Foi considerado dessa forma, que os Centros Acadêmicos
(CA) que possuíssem estatutos fizessem suas respectivas assembleias. É importante frisar
que mesmo os cursos que não têm CA também fizeram votações, garantindo a participação
e voz de todo o corpo discente da universidade. O Campus da Agronomia foi o primeiro a
ser ocupado, em 06 de novembro. Dos 9 cursos que dividem o Campus Juazeiro do Norte, 6
votaram a favor. Sendo assim, a maioria foi favorável pela ocupação/greve estudantil, que
se iniciou 09 de novembro de 2016. Durante a ocupação foram realizadas várias atividades,
tais como, debate sobre a PEC 55 com participação de professores da UnB e UFC, 16 dias de
ativismo pelo fim violência contra a mulher, rodas de conversa sobre diversos temas, cine-
debates, criação da agrorádio, apresentações musicais, mesas comemorativas referentes aos
10 anos do Laboratório Interdisciplinar de Estudos em Gestão Social, como também, 10 anos do
curso de Filosofia, assembleias de avaliação da ocupação, debate sobre origens dos recursos
e execução orçamentária da UFCA com a participação das Pró-Reitorias de Planejamento e
Administração, apresentação da ideia de construção de uma creche/escola da UFCA a fim de
construir uma escola livre, construção de uma biblioteca livre, discussão da relação entre a
música e política a partir da reflexão da obra de Chico Buarque, aulas públicas, dentre tantas
outras atividades relevantes. Vale à pena destacar que durante a ocupação da Universidade
Federal do Cariri uma delegação de estudantes foi participar do ato nacional contra a PEC 55,
em Brasília (DF). A ocupação durou até o dia 13 de dezembro, quando ocorreu a votação da
PEC do teto dos gastos no Congresso. Portanto, concluímos que apensar do governo Temer ter
aprovado a PEC que restringe os gastos públicos a ocupação da Universidade Federal do Cariri
não foi em vão. É como disse Armandinho em uma de suas tirinhas: “Nada vale a teoria sem a
prática. Às vezes não ter aula pode ser a lição mais importante”. Nas ruas, nas praças, quem
disse que sumiu? Onde tiver luta estará presente o movimento estudantil.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
805
Da escola à rua e do RUA à escola: Participação, Mobilização e Ativismo Juvenil
Autores(as): Adriele Rodrigues De Sousa (CTT/UFPI) , Dayanne Batista Sampaio (CTT/UFPI),
Hérica Maria Saraiva Melo (UFPI), Leonan Charles Bento da Silva (UFPI)
Resumo:
Os movimentos sociais são ações coletivas de caráter sociopolítico e cultural que viabilizam
formas da população se organizar e expressar seus posicionamentos sobre determinada
questão. O contexto escolar é um espaço promissor para o exercício político por possibilitar o
estímulo e o fortalecimento da participação juvenil no que diz respeito ao futuro e aos rumos
do desenvolvimento social, uma vez que suas decisões poderão definir a continuidade ou a
mudança da sociedade e de suas instituições. Diante do exposto, este trabalho discute formas
de participação, mobilização e ativismo de jovens do movimento RUA em Teresina, Piauí. Para
isso, expõe como ocorre a participação do jovem no movimento (da escola à RUA) e apresenta
uma proposta de inserção desses jovens na escola (do RUA à escola). O RUA, fundado em
Janeiro/2014, é um movimento movido pelo sentimento de indignação e resistência da
juventude frente à atual formatação política do país. Contém milhares de jovens em 21 estados
do país e atua no combate ao machismo, racismo, LGBTfobia, e à toda forma de exploração
e opressão. A pretensão é concretizar uma radical transformação social e estudantil aos que
almejam construir um novo projeto de sociedade e civilização. No Piauí, o RUA surge com base
nas universidades e vem se expandindo, junto a outros coletivos e militantes independentes,
estando presente no Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Piauí
(UFPI). A finalidade é estimular os discentes na luta por uma educação mais libertadora e por
melhores condições de permanência na universidade, e no engajamento nas lutas sociais. O
mesmo acontece no DCE da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), recentemente conquistado
com o adicional da maior precarização dessa universidade, esquecida pelo poder público do
Piauí. No âmbito da luta popular, o RUA une-se a movimentos LGBTs, contra os retrocessos
da pauta na câmara, na assembleia e nas comunidades. Com o povo negro e pobre, une-se
a famílias ribeirinhas na zona norte desta capital, que estão sendo retiradas de suas casas
em virtude de um projeto de higienização social e verticalização da cidade, instituído pela
parceria entre Prefeitura Municipal e Banco Mundial. Também esteve presente na luta contra
o movimento “escola sem partido”, que objetivava, como tentativa de opressão, retirar a
pauta de gênero das escolas do país. Diante do exposto, pretende-se apresentar o RUA como
proposta de exercício ético-político às escolas públicas de ensino médio e técnico, a fim de que
os estudantes se aproximem das discussões e passem a debater sobre as lutas do movimento,
mas principalmente, sobre a realidade escolar. Dentre as questões que podem ser debatidas,
tem-se a privatização do ensino, a necessidade de uma escola pública de melhor qualidade, a
gestão democrática na escola, as lutas contra discriminação, alterações na relação da escola
com a comunidade, projetos pedagógicos que respeitem às culturas locais, entre outros. Tal
experiência visa estimular o (re)conhecimento acerca da própria realidade social, partindo das
necessidades da escola com vistas à expansão para a comunidade, em um movimento de ir e vir.
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Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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806
GT 31 - Novas tecnologias sociais na área do esporte e do lazer
Coordenadores: Livia Gomes Viana Meireles (UFPI) e Daiany Mayara de França Saldanha (IEMais)
Resumo Geral:
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807
A disseminação do Treino Social no Brasil em 2016: um relato de experiência
Autores(as): Jessyca Rodrigues Lopes (Instituto Esporte Mais), Patrícia Távila Lima da Silva
(IEMais)
Resumo:
No contexto da década esportiva do Brasil, que se iniciou com os Jogos Mundiais Militares, em
2007 e encerrou com os Jogos Olímpicos Rio 2016, a Agência Alemã de Cooperação Internacional
(Deutsche Gesellschaft Für Internationale Zusammenarbeit – GIZ), enviou ao Brasil especialistas
esportivos para compartilhar experiências e contribuir com o legado para o país, baseado no
Memorando de Entendimento entre os dois países sobre os megaeventos esportivos no Brasil, no
período de 2013 e 2014 foi desenvolvido o programa setorial “Esporte para Desenvolvimento”,
com o objetivo de estimular as competências não cognitivas de adolescentes e jovens por
meio da prática do futebol e estabelecer o esporte como instrumento para alcançar metas
de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas (GIZ, 2015). Os cooperantes em parceria
com instituições brasileiras, viajaram o país conhecendo e compartilhando experiências com
futebol e desenvolvimento humano, até chegar a criação de uma metodologia esportiva
que aborda o ser humano integralmente através do futebol, o Treino Social. O Treino Social
visa uma abordagem integral do indivíduo e foca em competências e habilidades de cinco
naturezas: emocional, social, física, técnica e tática, com o objetivo de promover a reflexão e a
prática cidadã. Com o objetivo de qualificar o trabalho de treinadores e treinadoras de futebol
do Brasil, foi desenvolvido um programa de disseminação da metodologia Treino Social que
alcança todas as macrorregiões do país. As capacitações disseminam a metodologia “Treino
Social – Aprendendo no Campo, Vencendo na Vida”, composta por dois manuais destinados a
treinadores de futebol: Apostila 1 – treinadores que atuam com crianças entre 6 e 13 anos; e
Apostila 2 – para treinadores que trabalham com adolescentes a partir de 14 anos de idade. O
Treino Social se apresenta como uma tecnologia social pois é uma metodologia de domínio
público e que pode ser acessada na internet, foi elaborada coletivamente, apresenta métodos
e técnicas adaptáveis e reaplicáveis para o trabalho de desenvolvimento humano de crianças
e adolescentes através do futebol, busca dar subsídios para que treinadores e treinadoras
possam formar cidadãos, integrando o esporte de qualidade, as habilidades e competências
socioemocionais e a cidadania. A disseminação iniciou em 2013 e desde então já realizou mais
de 20 cursos nas cinco macrorregiões do país, além de um curso em Moçambique, na África,
impactando mais de 500 profissionais que atuam com futebol, alcançando aproximadamente
47.000 crianças e adolescentes. A capacitação para treinadores e treinadoras de futebol na
metodologia Treino Social possui carga horária de 40 horas presenciais, distribuídas em 5 dias
e é composta por aulas teóricas e práticas. Neste contexto, o trabalho apresenta um relato de
experiência da facilitadora de 7 dos 22 cursos de disseminação do Treino Social em 4 regiões
do país.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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808
Futebol de rua contra a violência que mata a juventude fortalezense
Autores(as): Patrícia Távila Lima da Silva (IEMais), Jessyca Rodrigues Lopes (IEMais), Rosemeire
Moraes Cruz (IEMais), Valdemberg Rodrigues Mesquita da Rocha (Atleta Cidadão)
Resumo: A violência é um problema real e bastante visível nos dias de hoje, os números segundo
o mapa da violência de 2012 são alarmantes, o Ceará ocupa o 3º lugar no ranking de taxas de
óbitos por armas de fogo da população jovem e um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, revelou que a capital mais violenta do país é Fortaleza. O índice é de 77,3 mortes por
100 mil habitantes, em números absolutos, foram 1.989 mortes no ano de 2014. Dentre os crimes
mais cometidos pelo estudo foram: homicídios dolosos, lesões corporais seguidas de morte e
latrocínios. O esporte mais popular do planeta pode ser muito mais do que uma disputa. Esta
é uma das principais premissas do Futebol de Rua, movimento que entende a modalidade
como uma estratégia para gerar processos comunitários de transformação e impulsionar o
desenvolvimento de lideranças. O Futebol de Rua é uma forma de conceituar e entender o
futebol como uma estratégia para criar e acompanhar processos de aprendizagem e inclusão
social, recuperar os valores humanos, impulsionar o desenvolvimento de lideranças e gerar
processos comunitários solidários de transformação. O projeto Futebol de Rua contra a violência
que mata a juventude fortalezense visa contribuir para o desenvolvimento da transformação
social dos participantes e a formação de lideranças juvenis, a respeito da violência contra a
juventude, na cidade de Fortaleza-CE. O projeto aconteceu por meio de aulas práticas reflexivas
(reflexão-ação-reflexão), palestras e tribunais de debates, utilizando a metodologia do Futebol
de Rua, em um núcleo, situado no bairro: Serrinha, atendendo adolescentes e jovens entre 13
e 19 anos. O Futebol de Rua é uma metodologia que adapta o esporte mais popular do mundo
para conseguir a transformação social, individual e coletiva. As regras se diferenciam do
futebol tradicional, variam de acordo com as realidades e necessidades das comunidades que
o praticam, mas há alguns princípios básicos a serem seguidos. Não há distinção entre os sexos
(meninas e meninos jogam juntos), não existem árbitros, apenas mediadores, e as partidas são
divididas em três tempos: no primeiro tempo as equipes estabelecem as regras juntas e por
consenso; no segundo tempo joga-se o jogo; e no terceiro tempo os jogadores dialogam sobre
o desenvolvimento do jogo e se as regras foram mutualmente respeitadas. É nesse momento
que todos têm a oportunidade de falar como se sentiram durante o jogo, se existiu respeito,
solidariedade, cooperação e tolerância, e se todos agiram de forma a promover um “jogo
limpo”. Todas as informações são anotadas em uma planilha, na qual são registrados os gols da
partida e a nota atribuída pelos participantes aos valores praticados durante o jogo. Durante
os três tempos o mediador facilita o diálogo e a interação entre as equipes, mas sem intervir
nas regras e na partida. De acordo com a metodologia, todos participantes são responsáveis
por cumprir o que estabeleceram, gerenciando possíveis conflitos e praticando valores como
respeito, solidariedade, tolerância e cooperação.
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809
Juventude e responsabilidade: sentidos de lazer construídos por alunos do ensino médio na
cidade do Recife-PE
Autores(as): Thaíris Ferreira de Arruda (UFPE)
Resumo:
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810
Juventudes nas Torcidas Organizadas de futebol: uma comparação entre os/as componentes
de Cearamor e TUF
Autores(as): Artur Alves de Vasconcelos (UFC), Domingos Sávio Abreu (UFC)
Resumo:
As Torcidas Organizadas de futebol são grupos que se mobilizam de maneira específica para
apoiar seu time do coração nas arquibancadas. Eles têm nome próprio, mascotes, uniformes,
bandeiras, faixas, músicas, lemas, dentre outros materiais que os distinguem dos demais
aficionados. Essas torcidas são, em grande parte, compostas por adolescentes e jovens. Tomando
o contexto cearense, boa parte deles vem de contextos de pobreza e são cotidianamente
estigmatizados (Goffman) como “violentos” ou “perigosos”. O ambiente no interior da
Organizada, por outro lado, é o espaço onde os estigmas negativos são substituídos por imagens
positivas de coletividade e amizades. É também um ambiente que forma certos capitais
(Bourdieu) que contribuem na construção de um modelo de masculinidade e de identidade
ligados à virilidade, valentia, energia e violência (Diógenes). O objetivo deste trabalho é fazer
uma comparação entre os jovens duas maiores Organizadas cearenses (Cearamor e TUF),
considerando a importância de perceber o que essas juventudes rivais trazem de semelhante
ou de distinto entre si. Para isso, elencamos dados como o perfil socioeconômico, disposições,
motivações, práticas e visões sobre o universo das Organizadas. Elaboramos um questionário
de 22 perguntas, aplicado com 252 integrantes das duas torcidas. Esse levantamento fez
parte da disciplina Sociologia do Esporte, ministrada pelo prof. Domingos Abreu no Depto.
de Ciências Sociais da UFC em 2015. Os questionários foram aplicados pelos/as alunos/as
da disciplina, professor e voluntários. Analisamos aqui algumas das respostas, abordando
temas como: idade; escolaridade; bairro de moradia; renda familiar; quando começou a torcer
para o time; quem estimulou a isso; quando ingressou na torcida; se está disposto a brigar;
se acha que as torcidas são pacíficas ou briguentas, dentre outros. Algumas respostas foram
observadas ainda a partir da variável “sexo”. Constatou-se que os/as jovens de Cearamor e TUF
possuem, em maioria, perfil social semelhante: estão na faixa de 21 a 23 anos; possuem grau
de escolaridade inferior ao que a idade permite; renda familiar não ultrapassa três salários-
mínimos; vêm de bairros com IDH baixo ou muito baixo. A juventude das duas torcidas afirmou
pouca “disposição a brigar”. Entretanto, cerca de 30% em cada uma admitiu estar sim muito
disposto a isso. Mulheres e homens têm disposição semelhante. Sobre a relação entre a sua
Organizada e violência, tivemos o único ponto de diferença: os jovens da Cearamor defendem
que sua torcida não é briguenta; já os da TUF “admitem” que sua Organizada seria briguenta.
Os/as jovens das duas torcidas começaram a torcer pelo time ainda na infância, por influência
familiar. Isso é verdadeiro para homens e mulheres, embora mais forte entre eles. A respeito do
ingresso na Organizada, em ambas as torcidas isso aconteceu sobretudo na adolescência, algo
ainda mais frequente entre as jovens. Jovens de Cearamor e TUF são bastante semelhantes.
Sua condição econômica e social, suas motivações, disposições e visões sobre o universo das
torcidas são muito próximas. Metaforicamente, essas juventudes rivais seriam os dois lados da
mesma moeda.
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811
Juventudes, skate e educação em movimento no litoral do Piauí
Autores(as): Krícia de Sousa Silva (Faculdade Maurício de Nassau - Fap/Parnaíba), Vanessa
Nunes dos Santos (UFPI)
Resumo:
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812
MESCLAR Lazer e Cultura Corporal: uma experiência de extensão na UnB
Autores(as): Pedro Osmar Flores de Noronha Figueiredo (UnB), Amanda Costa Gonçalves (UnB),
Daiane Conceição Jesus (UnB), Daniel Cantanhede Behmoiras (UnB), João Paulo Valente
Medeiros (UnB), José Pedro Pereira Lima Martins (UnB), Juliana Pereira dos Santos (UnB),
Marcella Priscilla Pouso Silva (UnB), Maria Eduarda Bezerra Tavares (UnB), Maria Isabel Pereira
da Silva (UnB), Nayara Gonçalves Dias (UnB), Pedro Athayde (UnB), Rebeca Brito Saminêz (UnB),
Stephanny Gabrielle Nascimento da Cunha Silva (UnB), Thaynan de Jesus Correia Bastos (UnB),
Wesley Coelho da Silva (UnB)
Resumo:
Entre a simbólica conquista do acesso ao Ensino superior, historicamente restrito aos filhos da
classe trabalhadora, a meritocracia é a régua de medida. Sob os parâmetros do produtivismo,
o estudante busca a permanência nesse novo universo, através da aceitação e incorporando
esse novo modo de ser. A busca por um sentido mais amplo no tempo livre das obrigações
acadêmicas é tratada como supérflua, pormenorizada (PADILHA, 2006; MASCARENHAS,
2004), no entanto, justamente essas teses precisam ser questionadas e então desconstruídas
e reconstruídas. Tendo isso em mente, o Projeto MESCLAR Lazer e Cultura Corporal é uma
iniciativa acadêmica que visa a problematização da relação entre o Lazer e a Cultura Corporal
como objeto de construção do conhecimento e de intervenção social conjugada à experiência
estética e a práticas lúdicas, educativas, artísticas e esportivas. A organização se dá através
de reuniões pedagógicas para planejamento participativo, formação e avaliação formativa,
intervenções, eventos, sistematização e registro. Os alunos se organizam a partir de duas
lógicas: tribos e trupes. As trupes referem-se a uma lógica de identidade da organização
do trabalho pedagógico dos participantes, separada por atividades de organização, como
estudo, planejamento, avaliação, registro, comunicação, divulgação e mobilização, logística e
administrativo/financeiro. As tribos referem-se a lógica da intervenção, reunindo participantes
ligados às diversas manifestações culturais, tais como circo, ginástica, lutas, práticas corporais
alternativas e diversificadas, jogos e brincadeiras populares; música, danças, artes cênicas;
textos, mídias digitais, fotografia e audiovisual, artes manuais e plásticas. Os depoimentos
mostraram que os tempos e espaços foram ressignificados, tais como as intervenções que
ocorreram na Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília. Houve grande
acolhimento da comunidade com essa proposta, materializada pelos convites de intercâmbio:
intervenções no Centro-Olímpico e no Restaurante Universitário da UnB; na aula magna
da UnB; na Aula Pública Coletiva “Teatro em Movimento: A luta pela democracia na UnB”,
em oficinas interativas no ENEL (Estudantes de Letras) e mesa-práxis no EREEF (Estudantes
de Educação Física), na organização de Painel cultural Brasil-¬Portugal, Festival de Cine-
Documentários, entre outros. Dialogar com os interesses culturais dos estudantes e fomentar
ações que permitam ampliar seus conhecimentos e perspectivas são caminhos para dotar de
novos sentidos e significados a formação inicial de jovens que chegam ao Ensino Superior. Os
autores que referenciam criticamente o projeto de extensão são, entre outros, Mascarenhas
(2004), Melo; Alves Júnior (2003), Padilha (2006), Pistrak (2000); Silva e Silva (2003).
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813
O campo esportivo e os processos de sociabilidades na juventude: apontamentos teóricos
Autores(as): Angela Elizabeth Ferreira de Assis (UFC)
Resumo:
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814
O lazer a partir dos olhares e significados dos adolescentes de uma escola pública de Fortaleza
Autores(as): Alyne Coelho Mota (UECE), Maria Kellynia Farias Alves (Prefeitura Municipal de
Caucaia)
Resumo:
O adolescente na atualidade são compreendidos como aqueles que já não são crianças, mas
ainda não se incorporam à vida adulta e acabam sofrendo múltiplas influências de sujeitos,
instituições e do meio social o qual estão inseridos. Ainda, sobre essa fase compreende-se que
é o momento no qual o jovens são alvo de projeções por parte dos adultos e toda sociedade,
já que é neste período que os adolescentes irão escolher e se decidir por um projeto de vida.
Por consequência, abrange-se a necessidade de uma forma de lazer na vida destes sujeitos
para que se tenha um bom desenvolvimento. Ressaltando que o lazer aqui é entendido como
um tempo que sobra do horário de trabalho ou do cumprimento de obrigações, utilizado para
praticar atividades prazerosas, ou ponderado como, um conjunto de ocupações às quais se pode
entregar de livre vontade, seja para repousar, divertir-se, recrear-se e entreter-se de alguma
forma. Diante da necessidade dos indivíduos de espaços que os possibilitem a esta vivência é
que este estudo objetiva investigar a relação dos adolescentes e os meios sociais de lazer que
são oferecidos a eles e principalmente os espaços públicos de lazer. Esta pesquisa é de natureza
qualitativa, à medida que é concebida em uma perspectiva compreensiva, e caracteriza-se
em um objeto de estudo aberto e amplo a partir do qual são coletados dados baseados em
métodos qualitativos que não implicam quantificação. Logo, a observação simples que é
considerada como um técnica que se observa de maneira espontânea os fatos que ocorrem
no meio social da vida dos sujeitos associada aos manuscritos dos diários de campo que é um
caderno ou uma caderneta ou um arquivo eletrônico no qual escrevemos todas as informações
que não fazem parte do material formal de entrevistas e com a entrevista semiestruturada
que é uma técnica no qual se baseia a formulação de perguntas já estruturadas e com outras
que surgem a partir das respostas dos sujeitos com objetivo de colher dados, possibilitaram as
informações necessárias. O estudo foi realizado com estudantes de duas escolas públicas do
município de Fortaleza. Para análises tomamos como referencial teórico: Ariès (1986); Calligaris
(2000); Marcellino (2002); Santini (1993). Na apreciação das entrevistas semiestruturadas e do
diário de campo, percebe-se que a mídia (televisiva e internet) exerce diferentes influências
e relações na vida dos jovens adolescentes. Contudo, foi possível compreender que uma das
principais relações e influência desta mídias é ser considerada como uma forma de lazer
pelos jovens. Por fim, por meio dos relatos, verificou-se que essa relação com esses meios de
comunicação ocorrem diante da pouca oferta de espaços públicos de lazer aos jovens. Logo,
eles vão incorporando e dando significado às mídias de comunicação social, principalmente a
televisão e a internet como uma forma de lazer.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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815
Políticas públicas para a juventude: o esporte e o lazer como ferramentas de inclusão social
Autores(as): Amanda Bezerra Lopes (FLF), Ana Lenise Melo Júlio (FLF), Lorena Brito da Silva
(FAMETRO), Samillya Tomás dos Santos (FLF)
Resumo:
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816
Regulação emocional na iniciação esportiva: a influência dos pais e dos treinadores
Autores(as): Ana Luisa Amaral Alves (UERJ), Edna Lúcia Tinoco Ponciano (UERJ)
Resumo:
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817
TGA: empoderamento de mulheres e educação empreendedora através do futebol
Autores(as): Jessyca Rodrigues Lopes (IEMais), Francisca Érica Sousa Silva (Atleta Cidadão),
Patrícia Távila Lima da Silva (IEMais), Rosemeire Moraes Cruz (Atleta Cidadão)
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818
“Estou aqui para me divertir”: buscando outras possibilidades de um projeto que visa a
contenção da violência juvenil
Autores(as): Ana Ruth de Melo (UFPB), Mónica Franch (UFPB)
Resumo:
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819
GT 32 - Trabalho e juventude: mobilidades, espacialidades e temporalidades/
transformações laborais
Coordenadores: Cássio Adriano Braz de Aquino (UFC) e Mariana Aguiar Alcântara de Brito (UNIFOR)
Resumo Geral :
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820
As trajetórias dos jovens universitários: da inserção à permanência
Autores(as): Maria Leirislene de Sousa (UVA), Bianca Barbosa Cavalcante (UVA), Domingos
Alves da Cruz (UVA), Maria Diana Sampaio Martins de Oliveira (UVA), Rayane da Conceição
Resumo:
Nos últimos anos, o Brasil tem presenciado o aumento de jovens que acessam a educação
superior. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de
estudantes na faixa etária de 18 a 24 anos no ensino superior cresceu de 32,9% em 2004 para
58,5% em 2014. Nesses números, chama a atenção o aumento de universitários oriundos das
camadas menos favorecidas da população. O presente trabalho de pesquisa trata das trajetórias
dos jovens trabalhadores no que se refere à inserção e à permanência na educação superior,
analisando seus percursos para a chegada à universidade e os empecilhos enfrentados durante
a jornada estudantil que, muitas vezes, induzem os jovens a desistirem da carreira acadêmica.
O estudo, portanto, vem somar-se a outros trabalhos que nas últimas décadas têm contribuído
para formar o crescente campo de pesquisa sobre expansão da educação superior no Brasil
com ênfase na análise do acesso e permanência dos jovens nesse nível de ensino. Desse modo,
pretende-se alcançar os seguintes objetivos: analisar a trajetória de jovens que enfrentam
ou enfrentaram a jornada de trabalho conciliada aos estudos universitários, averiguando
como o nível de renda da família afeta suas vidas acadêmicas. Para isso, estão sendo postas
em análises as trajetórias de acadêmicos entre 17 e 24 anos que estudam na Universidade
Estadual Vale do Acaraú (UVA), na cidade de Sobral, localizada no interior do Ceará, que atende
10.421 alunos de mais de 40 municípios da região noroeste do estado. Ao discutir juventude
é necessário perceber a diversidade social, econômica e cultural que cada categoria juvenil
encobre e que é geradora de pluralidades sociais, nesse sentido, as reflexões de Pais, Bourdieu,
Carrano, Cordeiro e Clementino embasam o estudo. No que se refere às discussões sobre
expansão da educação superior, os estudos de Zago, Freitas, Astigarraga e Kantorovich servem
de referência para pensar os processos de acesso e permanência dos jovens na universidade.
Em termos metodológicos, adotou-se uma abordagem qualitativa com etapas previamente
definidas que incluem o levantamento bibliográfico e as entrevistas narrativas. A educação é
apontada como solução para ascender socialmente, mas, segundo dados do IBGE, adolescentes
e jovens deixam de estudar para trabalhar e contribuir com o sustento familiar. O fato é que
a educação tem sido usada ideologicamente como artifício para justificar a existência das
desigualdades sociais, mas de fato ela seria uma das grandes iniciativas, se houvesse educação
de qualidade (BOCK, 2000.). Percebe-se, portanto, que o desenvolvimento educacional é uma
forma de viabilizar meios da correção das disparidades sociais e com a inovação das técnicas
nos meios de produção o acúmulo de formação tem sido cada vez mais requisitado, porém,
devido às limitações impostas pelas condições sociais muitos jovens não chegam a concluir o
ensino médio e consequentemente não conseguem inserção no meio acadêmico. Apesar disso,
existem jovens que durante suas trajetórias enfrentam os desafios e conseguem concluir o
ensino médio, ingressar e formar-se no ensino superior, considerado fonte de oportunidades.
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
em: <http://www.jubra2017.com.br>
821
Consequências do Ciências Sem Fronteiras para a pós-graduação: a experiências do Estado do
Ceará
Autores(as): Thaís Tavares Lopes Portella (UFC), Antônia Vaneska Timbó de Lima Meyer (UFC),
Biancka Bandeira Miranda (UFC), Évinly Sousa Brito (UFC), Gabriel Martins Ramalho (UFC),
Gisele Menezes Dutra (UFC), Igor de Menezes Guimarães (UFC), Raquel Nascimento Coelho
(UFC)
Resumo:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 7., 2017, Fortaleza. Anais do Simpósio
Internacional sobre a Juventude Brasileira: JUBRA. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 1010 p. Disponível
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822
Reflexões sobre o Programa Ciências Sem Fronteiras
Autores(as): Antônia Vaneska Timbó de Lima Meyer (UFC), Biancka Bandeira Miranda (UFC),
Évinly Sousa Brito (UFC), Gabriel Martins Ramalho (UFC), Gisele Menezes Dutra (UFC), Igor de
Menezes Guimarães (UFC), Thaís Tavares Lopes Portella (UFC)
Resumo:
O estudo é fruto de uma pesquisa mais ampla desenvolvida junto ao Núcleo de Psicologia do
Trabalho (NUTRA) da Universidade Federal do Ceará, voltada a compreensão dos impactos
do processo de mobilidade acadêmica e do âmbito da internacionalização da educação.
Tal pesquisa tem por objetivo compreender o processo de internacionalização através da
experiência propiciada pelo Programa Ciência sem Fronteiras, na formação acadêmica dos
estudantes brasileiros. A pesquisa está dividida em duas etapas: 1. Um levantamento sobre
os dados dos alunos cearenses que participaram do CsF e sua performance na instituição de
destino; 2. A partir desses dados, a análise do perfil do aluno egresso do CsF e a coleta dos
dados qualitativos com os mesmos. Neste ponto, nosso estudo faz parte de uma fase inicial,
da referida pesquisa, que visou explorar o discurso no qual se embasa o referido programa de
internacionalização do ensino, buscando compreender sob qual plataforma se alicerçava o
referido programa. Para tanto, coletamos dados a respeito dos objetivos, metas e justificativas
do programa utilizando como fonte o próprio site oficial do CsF. A partir desses dados, realizamos
uma análise crítica dos mesmos, nos embasando no fenômeno da internacionalização do
ensino superior, pensado a partir da lógica da globalização. Dessa forma, podemos verificar
que durante o seu período de vigência, o referido programa previa a utilização de até 101 mil
bolsas em quatro anos, destinadas a promoção do intercâmbio de alunos de graduação e pós-
graduação, com a finalidade de manter contato com sistemas educacionais competitivos em
relação à tecnologia e inovação. Ademais, o programa ainda visava a atração de pesquisadores
do exterior que quisessem se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores
brasileiros nas áreas prioritárias definidas no Programa. Subjacente, havia o interesse em
criar oportunidades para que pesquisadores de empresas brasileiras obtivessem treinamento
especializado no exterior. Dessa forma, esperava-se que o programa fosse capaz de fomentar
um incremento na formação de pessoal altamente qualificado nas competências e habilidades
necessárias para o avanço da “sociedade do conhecimento”. Depreende-se desses dados a
crença de que as pessoas são as responsáveis por um fluxo de conhecimentos e transferência
de tecnologias. Assim, programas que visam uma mobilidade acadêmica, entendem que é
naquelas que devem se concentrar os esforços para uma internacionalização do conhecimento.
Acreditamos, dessa forma, que o governo buscou, através do programa CsF, viabilizar, em
alunos de graduação e pós-graduação, o fomento de habilidades tais como a intimidade com
outras culturas, a visão cosmopolita, o interesse por temas globais, aquisição de idiomas,
além da aquisição de conhecimentos de ponta em áreas consideradas prioritárias, que seriam
potenciais vantagens competitivas pessoais e, indiretamente, nacionais. Considerando que a
referida pesquisa ainda está em curso, acreditamos que a fase qualitativa - análise dos dados
coletados junto aos alunos egressos do programa CsF- nos dará um indício em relação ao
alcance ou não destes objetivos governamentais.
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823
Entre isolamento e integração: atravessamentos afetivos da relação estudantes-campus
universitário
Autores(as): Fábio Pinheiro Pacheco (UFC), Anderson de Castro Lima (UFC), Zulmira Aurea Cruz
Bomfim (UFC)
Resumo:
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Análise da escolha profissional: uma discussão sobre profissão, flexibilização e tecnificação
nas juventudes contemporâneas
Autores(as): Anderson de Castro Lima (UFC), Jurema Barros Dantas (UF C)
Resumo:
Este relato refere-se a uma ação de extensão desenvolvida pelo Laboratório de Estudos
em Psicoterapia, Fenomenologia e Sociedade (LAPFES), da Universidade Federal do Ceará
(UFC). Tendo a Clínica-Escola de Psicologia da UFC como lócus, o projeto Análise da Escolha
Profissional (AEP) é direcionado a jovens em processo de escolha por uma carreira profissional.
O AEP estrutura-se como um atendimento em grupo, de caráter tanto psicoterapêutico como
pedagógico, dividido em, aproximadamente, dez encontros de duas horas cada, nos quais
se trabalham o reconstruir e desconstruir de visões prévias e o construir de escolhas mais
congruente pelos participantes. O seu surgimento foi motivado pela demanda da comunidade
no tangente à orientação vocacional, bem como pelo interesse do LAPFES de oferecer um
serviço que escapasse aos lugares-comuns da atuação do psicólogo em orientação vocacional,
como a aplicação de testes psicométricos. Em contrapartida, optou-se pela fenomenologia
existencial como norteadora de uma ética, tendo em vista que as inferências da fenomenologia
hermenêutica heideggeriana apontam para a possibilidade da verdade como algo que se
desvela em relação em detrimento de algo descritivo/objetivo/mensurável. Os encontros
possibilitaram aos jovens (des)tecerem, em um processo de análise, narrativas que desvelam
aspectos dos seus horizontes históricos de sentido. A partir do relatado em atendimento, nota-
se a urgência da escolha imposta por instâncias sociais, como a família e a escola. O imperativo
de escolha, cada vez mais precoce, constitui uma das principais demandas levantadas nas
triagens e também durante os atendimentos. Foi possível observar, também, sinais de uma
mudança de paradigma: da preferência pela fixidez e estabilidade para a escolha por carreiras
mais arriscadas e flexíveis. Tais informações são consonantes com as premissas neoliberais de
tecnificação do ensino formal e direcionamento majoritário deste para a construção de uma
plataforma de inserção no mercado de trabalho, relegando a segundo plano a emancipação.
Fez-se presente, nos atendimentos, a noção do sujeito como empreendedor de si mesmo, auto
responsável, e, por consequência, principal detentor da culpa pelo seu fracasso profissional. É
possível inferir que esta noção fomenta a crescente subserviência da classe trabalhadora aos
ditames da flexibilização, que versam sobre o afrouxamento das legislações que resguardam o
trabalhador, e aos da precarização, que dizem respeito ao decrescimento do emprego formal.
Além das implicações já citadas, as menções ao freelancer, ao empreendedor liberal, ao home
office e às tecnologias como cada vez mais possibilitadoras de um trabalho/estudo extramuros
à empresa/escola evocam a emergência de novas temporalidades que se aproximam de um
regime 24/7, que ultrapassam o mundo do trabalho e encontram reverberações também na
escola, a qual temos como fundamental para compreender o processo de escolha profissional.
Por fim, consideramos como importante que o trabalho em análise da escolha profissional
compreenda tais aspectos do contemporâneo, para que, assim, seja possível ao público
escolhas mais responsáveis e próprias.
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825
A malucada na rua: a experiência de jovens artesãos nômades
Autores(as): Mara Marçal Sales (PUC Minas), João Gabriel (PUC-Minas), Mauro Lúcio Henrique
de Carvalho (PUC Minas–Praça da Liberdade), Paula Priscila Pimenta Custódio (PUC-Minas)
Resumo:
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826
Audiovisual e trabalho: as relações de jovens adultos com as experiências laborais audiovisuais
Autores(as): Jeniffer Cristina Ferreira Justino (UFSCar)
Resumo:
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Subindo a ladeira: concepções de futuro de jovens do Complexo da Maré
Autores(as): Cássio Gomes Rodrigues dos Santos (UFRJ), Anna Becker (UFRJ), Julie de Novaes
Tavares (UFRJ), Raquel dos Santos Guimarães (UFRJ)
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Juventude rural e informalidade: um estudo acerca da trajetória laboral de jovens crediaristas
Autores(as): Francisco de Assis Alencar Pereira Filho (UFC), Cássio Adriano Braz de Aquino (UFC)
Resumo:
O presente trabalho pode ser considerado um desdobramento do projeto de pesquisa que vem
sendo desenvolvido no curso de mestrado do programa de pós-graduação em psicologia da
Universidade Federal do Ceará e visa a realizar um estudo sobre a atividade dos vendedores
crediaristas em um município de pequeno porte no interior do Piauí, a partir da análise sobre a
constituição do gênero profissional (CLOT, 2005) dessa categoria de trabalhadores. A escolha
por dar andamento ao projeto elegendo jovens e adolescentes habitantes do município de
Pio IX como população a ser investigada, deu-se pela aproximação anterior do pesquisador
com esse local e por ter observado que uma grande quantidade de jovens e adolescentes
desta cidade, escolarizados ou não, acabam ingressando no mercado informal por meio da
prática do “crediário”. Os “crediaristas”, também conhecidos como “galegos” formam uma
classe de trabalhadores com organização peculiar que desempenha um papel no mercado
informal similar ao do microempreendedor. No entanto, ao contrário deste, a classe não possui
reconhecimento pelo Estado enquanto atividade em conformidade com os trâmites burocráticos
institucionais e jurídicos estabelecidos. A equipe de trabalho dos crediaristas é, geralmente,
constituída por patrões (donos dos meios de produção) e empregados que se encarregam da
venda, cobrança, fiscalização de vendas, alimentação, condução de veículos, fornecedores,
transporte dos trabalhadores, estocagem de mercadorias, etc. e é comum que esse coletivo
congregue muitos membros de uma mesma família. Nesse primeiro momento iremos apresentar
uma pesquisa de caráter mais bibliográfico, traçando as formas de abordagem desse fenômeno
de maneira a fundamentar posteriormente a trajetória de jovens e adolescentes que adentram
pelas veredas desse ramo laboral, pautando suas motivações, seu cotidiano, as relações
desenvolvidas e demais questões que venham a surgir durante a pesquisa em campo. Buscar-
se-á entender como esse jovem trabalhador se implica no corrente processo macrossociológico
das recentes transformações do mundo laboral (ANTUNES, 1997) e fazer uma reflexão sobre
a precarização como alternativa de sobrevivência, frente a um mercado formal cada vez mais
vazio de oportunidades. Para isso, faremos uso de uma perspectiva metodológica qualitativa,
de caráter bibliográfico e campal, recorrendo aos autores da Psicologia Social do Trabalho e da
Clínica da Atividade, como ferramenta para analisar e compreender a constituição do gênero
profissional entre os crediaristas, privilegiando as significações que os sujeitos atribuem ao
seu ofício. Espera-se, com esse estudo, aproximar-se da realidade dos jovens e adolescentes
crediaristas, como trabalhadores informais, e, a partir disso, obter um maior aprofundamento
no que diz respeito às questões que perpassam as atuais mudanças no contexto global do
trabalho e evidenciam a expansão dos processos de precarização no mundo laboral, êxodo
rural, aumento dos índices de violência e outros temas pertinentes.
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A orientação profissional em unidades de medidas socioeducativas
Autores(as): Marinina Gruska Benevides (UECE), Daniele Gruska Benevides Prata (UFC), Gerson
Augusto de Oliveira Junior (UECE)
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Gabinete do Governador
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