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Enfrentamento à Violência

Contra as Mulheres

Rio de Janeiro

2018
FICHA TÉCNICA

Secretário de Estado de Segurança


Antônio Roberto Cesário de Sá

Subsecretário de Assuntos Estratégicos


Roberto Alzir Dias Chaves

Subsecretário de Comando e Controle


Rodrigo de Sousa Alves

Subsecretária de Educação, Valorização e Prevenção


Helena de Rezende

Subsecretário de Inteligência
Fábio Galvão da Silva Rego

Subsecretário de Gestão Administrativa


Hélio Pacheco Leão

Chefe de Gabinete
Sidnei de Sá Raposo

Assessora Jurídica
Marcelle Figueiredo da Cunha

Assessor-Chefe de Comunicação
Pedro Dantas

Corregedora da Corregedoria Geral Unificada


Ivone Caetano

Ouvidor de Polícia
Luiz Sérgio Wigderovitz

Comandante da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro


Wolney Dias Ferreira

Chefe de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro


Carlos Augusto Neto Leba

Presidente do Instituto de Segurança Pública (ISP)


Joana da Costa Martins Monteiro

2
Equipe SSEVP/SESEG
Superintendente de Valorização e Prevenção
Edison Duarte
Superintendente de Educação
Leonardo Mazzurana
Corpo Técnico
Anatália Jacuru
Fabio Vieira
Hélio Corrêa
Maria Di Luca
Paula Neves

REPRESENTANTES DO GRUPO DE TRABALHO PARA O ENFRENTAMENTO À


VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro
Delegada Marcia Noeli Barreto - DPAM/PCERJ
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro
Ten Cel Patrícia Lima de Carvalho Serra - DAS/PMERJ
Major Samya Cotta Brandão Siqueira - EMG/PMERJ
Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para as Mulheres e Idosos
Eduviges Conti Loffredo Lopes - SSPM/SEDHMI
Rosemary Rodrigues Caetano - SSPM/SEDHMI
Secretaria de Estado de Saúde
Eralda Ferreira da Silva - SVS/SES
Otília Pimenta Azevedo - SVS/SES
Rejane Santos Farias - SVS/SES
Guarda Municipal do Rio de Janeiro
Glória Maria Bastos Barreto - GM-Rio
Liliane Marinho de Oliveira - GM-Rio
Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos
Rosângela Pereira da Silva - CEAM/SPM-Rio
Lucia Helena Torres de Lima - CEAM/SPM-Rio
Secretaria Municipal Saúde
Fernanda Prudêncio da Silva - SAP/SMSRIO

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Sumário

1. Introdução............................................................................................................................. 6
2. Enfrentamento à Violência contra as Mulheres .................................................................. 8
3. Aspectos Jurídicos................................................................................................................. 9
DECRETO Nº 1.973 DE 1º DE AGOSTO DE 1996 ............................................................................ 9
CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA PREVENIR, PUNIR E ERRADICAR A VIOLÊNCIA CONTRA A
MULHER ........................................................................................................................................ 9
LEI Nº 11.340 DE 07 DE AGOSTO DE 2006 (LEI MARIA DA PENHA) ............................................ 10
LEI Nº 13.505 DE 08 DE NOVEMBRO DE 2017 – NOVA LEI PARA ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS .. 11
LEI Nº 12.015 DE 07 DE AGOSTO DE 2009 – CRIMES SEXUAIS.................................................... 12
DECRETO Nº 7.958 DE 13 DE MARÇO DE 2013 ........................................................................... 13
LEI Nº 13.104 DE 9 DE MARÇO DE 2015 – LEI DO FEMINICÍDIO ................................................. 14
4. Causas da Violência e Modos de Identificá-la ................................................................... 14
O QUE É VIOLÊNCIA DOMÉSTICA? .............................................................................................. 14
5. Dados do Estado do Rio de Janeiro .................................................................................... 18
Resumo dos dados de Violência contra as Mulheres no Estado do Rio de Janeiro - 2016 ......... 19
6. Reportagens ........................................................................................................................ 21
7. Passo a passo comentado sobre a conduta do agente de segurança para o atendimento
a ocorrências envolvendo a violência contra as mulheres ....................................................... 22
OITIVA DA VÍTIMA ....................................................................................................................... 25
8. Anexos................................................................................................................................. 27
ANEXO 1 ...................................................................................................................................... 27
RESOLUÇÃO SESEG Nº 1096 DE 05 DE JULHO DE 2017 .............................................................. 27
ANEXO 2 ...................................................................................................................................... 29
DECRETO Nº 1.973 DE 1º DE AGOSTO DE 1996 - CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA
PREVENIR, PUNIR E ERRADICAR A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ........................................... 29
ANEXO 3 ...................................................................................................................................... 29
LEI Nº 11.340 DE 07 DE AGOSTO DE 2006 (LEI MARIA DA PENHA) ............................................ 29
ANEXO 4 ...................................................................................................................................... 30
LEI Nº 13.505 DE 08 DE NOVEMBRO DE 2017 – NOVA LEI PARA ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS .. 30
ANEXO 5 ...................................................................................................................................... 30

4
LEI Nº 12.015 DE 07 DE AGOSTO DE 2009 – CRIMES SEXUAIS (MUDANÇAS NO CÓDIGO PENAL)
..................................................................................................................................................... 30
ANEXO 6 ...................................................................................................................................... 30
DECRETO Nº 7.958 DE 13 DE MARÇO DE 2013 ........................................................................... 30
ANEXO 7 ...................................................................................................................................... 30
LEI Nº 13.104 DE 9 DE MARÇO DE 2015 – LEI DO FEMINICÍDIO ................................................. 30
ANEXO 8 ...................................................................................................................................... 31
LEI Nº 11.489 DE 20 DE JUNHO DE 2007 – DIA NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO PELO FIM DA
VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES............................................................................................. 31
ANEXO 9 ...................................................................................................................................... 31
LISTA PCERJ ................................................................................................................................. 31
ANEXO 10 .................................................................................................................................... 31
REDE DE ATENDIMENTO ÀS MULHERES ..................................................................................... 31
9. Bibliografia .......................................................................................................................... 32

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1. Introdução

A Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro – SESEG, por meio da


Subsecretaria de Educação, Valorização e Prevenção – SSEVP, juntamente com as
polícias Civil e Militar do Estado do Rio de Janeiro, vem apresentar parte dos
resultados de uma metodologia de trabalho baseada na integração, intersetorialidade
e participação social sobre as temáticas que envolvem a vulnerabilidade no campo da
segurança.
Os Grupos de Trabalho para o Enfrentamento à Violência contra as Populações
Vulneráveis representaram a materialização de cinco Ações Estratégicas contidas no
Planejamento Estratégico (2014-2018) da SESEG, que atendem pela formulação de
políticas públicas voltadas para prevenção de agravos às populações vulneráveis.
Estas Ações corresponderam aos cinco grupos de indicadores de
vulnerabilidade adotados pela SESEG: criança e adolescente; idosos; LGBT; mulheres;
raça, etnia e religião. O objetivo da criação dos Grupos de Trabalho é, por fim,
fomentar e legitimar uma discussão sobre segurança cidadã e vulnerabilidade social
com as agências de segurança e órgãos estaduais e municipais, bem como com a
sociedade civil.

Dessa forma, foi criada a Resolução SESEG nº 1096, de 05 de julho de 2017,


que institui o Grupo de Trabalho para o Enfrentamento à Violência contra as Mulheres,
para a produção de um material de fácil acesso aos profissionais de segurança pública,
valorizando assim, o atendimento e boas práticas desses profissionais, bem como
oferecer conhecimento de forma prática e atualizada.

Como resultados objetivou-se a criação de um aplicativo para profissionais de


segurança que contivesse um passo a passo simplificado da atuação no atendimento à
ocorrência; a realização de um I Ciclo de Capacitações para as 7 Regiões Integradas de
Segurança Pública – RISP em todo Estado; e, a criação deste material de apoio a ser
difundido aos profissionais de segurança.
A metodologia de trabalho da primeira etapa dos GT’s foi baseada em encontros
semanais de junho a dezembro de 2017. Os encontros reuniram a PMERJ, a PCERJ e a
GM-Rio, junto com outras instituições das esferas estadual e municipal e da sociedade

6
civil, que possuem transversalidade com o tema da segurança cidadã e vulnerabilidade
social.
Na segunda etapa, foi realizado o I Ciclo de Capacitação para Enfrentamento à
Violência contra os Grupos Vulneráveis que chegou até 1.096 profissionais de
segurança em o Estado do Rio de Janeiro, no período de novembro a dezembro de
2017.
A afirmação de ações voltadas para os grupos vulneráveis faz parte inclusive de
um olhar para o campo da segurança baseado nos pilares da segurança cidadã, tanto
do ponto de vista da integração com as agências de segurança, quanto dos órgãos
afetos à administração pública, buscando a intersetorialidade para a confluência de
forças a diminuir a desigualdade de acesso de oportunidades, bem como da sociedade
civil, representando a todos nós como seus maiores beneficiários.
Este documento faz parte de uma série de cinco publicações envolvendo os grupos
vulneráveis trabalhados por esta Secretaria. O conteúdo aqui exposto é parte das
discussões realizadas nos Grupos de Trabalho, com a finalidade de promover um
aprofundamento nas temáticas discutidas ao longo do I Ciclo de Capacitação.

Boa leitura!

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2. Enfrentamento à Violência contra as Mulheres

A violência contra as mulheres é um problema social de muita gravidade no


Brasil. Em pesquisa realizada pela Agência Patrícia Galvão, em 2013, 54% dos
entrevistados conhecem uma mulher agredida e 56% conhecem um homem que já
agrediu alguma mulher.
No Rio de Janeiro, os dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública-ISP
sobre o ano 2016 indicam que 44.693 mulheres foram agredidas brutalmente (lesão
corporal dolosa) no Estado, ou seja, em uma conta simples, aproximadamente 122
mulheres que foram agredidas de forma grave por dia, o que corresponde a duas
mulheres agredidas por minuto!

A temática, por si só, apresenta-se como muito importante para a segurança.


Este material foi desenvolvido com o objetivo de proporcionar um panorama
sobre a violência contra as mulheres no nosso Estado e oferece de forma
didática os protocolos de atendimento para as vítimas.

Você encontrará, ao longo do texto, os seguintes tópicos:

 Aspectos jurídicos
 Causas da violência e modos de identificá-la
 Dados do Estado do Rio de Janeiro
 Reportagens
 Passo a passo comentado sobre a conduta do agente de segurança
para o atendimento a ocorrências envolvendo a violência contra as
mulheres

8
3. Aspectos Jurídicos
Nesta seção você encontrará as legislações atualizadas que protegem os
direitos das mulheres.

DECRETO Nº 1.973 DE 1º DE AGOSTO DE 1996


CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA PREVENIR, PUNIR E ERRADICAR A
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

A Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra


a Mulher, mais Conhecida como A “Convenção de Belém do Pará” que foi assinada
pelo Brasil em 1994, é uma Convenção que versa sobre os direitos das mulheres. Este
documento significa que o nosso país comprometeu-se com a proteção desses direitos,
eliminando as situações de violência contra as mulheres. O Decreto versa inclusive das
responsabilidades dos Estados para com o enfrentamento à violência contra as
mulheres do ponto de vista de políticas públicas.

Artigo 8: Os Estados Partes convêm em adotar, progressivamente, medidas


especificas, inclusive programas destinados a:
a) promover o conhecimento e a observância do direito da mulher a unia vida livre de
violência e o direito da mulher a que se respeitem e protejam teus direitos humanos;
b) modificar os padrões sociais e culturais de conduta de homens e mulheres,
inclusive a formulação de programas formais e não formais adequados a todos os
níveis do processo educacional, a fim de combater preconceitos e costumes e todas
as outras práticas baseadas na premissa da inferioridade ou superioridade de
qualquer dos gêneros ou nos papéis estereotipados para o homem e a mulher, que
legitimem ou exacerbem a violência contra a mulher;
c) promover a educação e treinamento de todo pessoal judiciário e policial e demais
funcionários responsáveis pela aplicação da lei, bem como do pessoal encarregado da
implementação de políticas de prevenção, punição e erradicação da violência contra
a mulher;
d) prestar serviços especializados apropriados a mulher sujeitada a violência, por
intermédio de entidades dos setores público e privado, inclusive abrigos, serviços de
orientação familiar, quando for o caso, e atendimento e custódia dos menores
afetados;
e) promover e apoiar programas de educação governamentais e privados, destinados
a conscientizar o público para os problemas da violência contra a mulher, recursos
jurídicos e reparação relacionados com essa violência;
f) proporcionar à mulher sujeita a violência acesso a programas eficazes de
recuperação e treinamento que lhe permitam participar plenamente da vida pública,
privada e social;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1996/d1973.htm

9
LEI Nº 11.340 DE 07 DE AGOSTO DE 2006 (LEI MARIA DA PENHA)

A Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha) é uma conquista dos direitos das
mulheres alcançada em 2006. A regulamentação em forma de lei da especificidade da
violência doméstica foi e ainda é um mecanismo para coibir as violações encontradas
neste tipo de violência.
Acesse a Lei pelo link:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm

Você, agente de segurança, conhece a história da Lei Maria da Penha?

A Lei Maria da Penha ganhou este nome em homenagem à Maria da Penha Maia
Fernandes, que por vinte anos lutou para ver seu agressor preso.
Maria da Penha é biofarmacêutica cearense e foi casada com o professor universitário
Marco Antonio Herredia Viveros. Em 1983 ela sofreu a primeira tentativa de
assassinato, quando levou um tiro nas costas enquanto dormia. Viveros foi
encontrado na cozinha, grtitando por socorro, alegando que tinham sido atacados por
assaltantes. Desta primeira tentativa, Maria da Penha saiu paraplégica A segunda
tentativa de homicídio aconteceu meses depois, quando Viveros empurrou Maria da
Penha da cadeira de rodas e tentou eletrocuta-la no chuveiro. Apesar da investigação
ter começado em junho do mesmo ano, a denúncia só foi apresentada ao Ministério
Público Estadual em setembro do ano seguinte e o primeiro julgamento só aconteceu
8 anos após os crimes. Em 1991, os advogados de Viveros conseguiram anular o
julgamento. Já em 1996, Viveros foi julgado culpado e condenado há dez anos de
reclusão mas conseguiu recorrer. Mesmo após 15 anos de luta e pressões
internacionais, a justiça brasileira ainda não havia dado decisão ao caso, nem
justificativa para a demora. Com a ajuda de ONGs, Maria da Penha conseguiu enviar o
caso para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA), que, pela primeira
vez, acatou uma denúncia de violência doméstica. Viveiro só foi preso em 2002, para
cumprir apenas dois anos de prisão. O processo da OEA também condenou o Brasil
por negligência e omissão em relação à violência doméstica. Uma das punições foi a
recomendações para que fosse criada uma legislação adequada a esse tipo de
violência. Um conjunto de entidades então reuniu-se para definir um anti-projeto de
lei definindo formas de violência doméstica e familiar contra as mulheres e
estabelecendo mecanismos para prevenir e reduzir este tipo de violência, como
também prestar assistência às vítimas.

Fonte: http://www.observe.ufba.br/lei_mariadapenha

10
Com a promulgação da Lei Maria da Penha, as mulheres passaram a ter
maior conhecimento sobre seus direitos!

No próximo capítulo, veremos mais a fundo as questões previstas na Lei Maria


da Penha, que, inclusive influenciam o cotidiano dos agentes de segurança. A Lei Maria
da Penha é um dos mecanismos que corrobora para a proteção dos diretos das
mulheres, vamos conhecer os outros?

LEI Nº 13.505 DE 08 DE NOVEMBRO DE 2017 – NOVA LEI PARA


ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS

Esta lei acrescenta novos dispositivos à Lei Maria da Penha sobre os atendimentos
às mulheres vítimas de violência. O que é importante ao analisar estes dispositivos é a
não revitimização das mulheres atendidas:

Art. 2º A Lei Nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), passa a vigorar
acrescida dos seguintes arts. 10-A, 12-A e 12-B:

“Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o


atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores -
preferencialmente do sexo feminino - previamente capacitados.
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de
testemunha de violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher,
obedecerá às seguintes diretrizes:
I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente, considerada a
sua condição peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e familiar;
II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência
doméstica e familiar, familiares e testemunhas terão contato direto com investigados
ou suspeitos e pessoas a eles relacionadas;
III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o mesmo
fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos sobre a
vida privada.

§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de


testemunha de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o
seguinte procedimento:
I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse fim, o qual
conterá os equipamentos próprios e adequados à idade da mulher em situação de
violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência
sofrida;

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Art. 2º A Lei Nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha),

II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional especializado em


violência doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou policial;
III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, devendo a
degravação e a mídia integrar o inquérito.”

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13505.htm

LEI Nº 12.015 DE 07 DE AGOSTO DE 2009 – CRIMES SEXUAIS

Com a promulgação da Lei nº 12.015/2009, a Lei dos Crimes Sexuais, muda a


denominação dada ao Título VI, que passa a tratar de “Crimes contra a dignidade
sexual”, em substituição à denominação “Crimes contra os costumes”, utilizada pelo
Código Penal de 1940. A principal alteração está na junção, em um único artigo (art.
213), dos crimes de estupro e atentado violento ao pudor, que também passou a ser
considerado crime hediondo. A pena, no entanto, é a mesma: de 6 a 10 anos de
reclusão.

O artigo 213 passa a ter a seguinte redação:


“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12015.htm

De acordo com esse novo texto, qualquer pessoa (homem ou mulher)


pode ser sujeito ativo ou passivo do crime de estupro.

Com o intuito de coibir a exploração sexual de menores, a lei procurou


estabelecer penas e tratamentos mais rigorosos para os autores em casos de vítimas
menores de 18 anos e criou o tipo penal “Estupro de vulnerável” (cap. II, art. 217-A)
para casos de vítimas menores de 14 anos. Esta lei também dispõe sobre a exploração
sexual através do tráfico sexual, incluindo menores de 18 anos.

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DECRETO Nº 7.958 DE 13 DE MARÇO DE 2013

Este Decreto atua sobre a forma do atendimento às vítimas de violência sexual


pelos profissionais da segurança e da saúde no âmbito público.

Art. 1º Este Decreto estabelece diretrizes para o atendimento humanizado


às vítimas de violência sexual pelos profissionais da área de segurança
pública e da rede de atendimento do Sistema Único de Saúde - SUS, e as
competências do Ministério da Justiça e do Ministério da Saúde para sua
implementação.
Art. 2º O atendimento às vítimas de violência sexual pelos profissionais de
segurança pública e da rede de atendimento do SUS observará as
seguintes diretrizes:
I - acolhimento em serviços de referência;
II - atendimento humanizado, observados os princípios do respeito da
dignidade da pessoa, da não discriminação, do sigilo e da privacidade;
III - disponibilização de espaço de escuta qualificado e privacidade durante
o atendimento, para propiciar ambiente de confiança e respeito à vítima;
IV - informação prévia à vítima, assegurada sua compreensão sobre o que
será realizado em cada etapa do atendimento e a importância das
condutas médicas, multiprofissionais e policiais, respeitada sua decisão
sobre a realização de qualquer procedimento;
V - identificação e orientação às vítimas sobre a existência de serviços de
referência para atendimento às vítimas de violência e de unidades do
sistema de garantia de direitos;
VI - divulgação de informações sobre a existência de serviços de referência
para atendimento de vítimas de violência sexual;
VII - disponibilização de transporte à vítima de violência sexual até os
serviços de referência; e
VIII - promoção de capacitação de profissionais de segurança pública e da
rede de atendimento do SUS para atender vítimas de violência sexual de
forma humanizada, garantindo a idoneidade e o rastreamento dos
vestígios coletados.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2013/decreto/d7958.htm

13
LEI Nº 13.104 DE 9 DE MARÇO DE 2015 – LEI DO FEMINICÍDIO

Esta lei, mais conhecida como Lei do Feminicídio, altera o art. 121 do Código Penal,
para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio e o
art. 1° da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos
crimes hediondos.

Art. 1º O art. 121 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código


Penal, passa a vigorar com a seguinte redação:

Feminicídio:
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
§ 2°-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o
crime envolve:
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

1. Causas da violência e modos de identificá-la


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/L13104.htm

4. Causas da Violência e Modos de Identificá-la

O QUE É VIOLÊNCIA DOMÉSTICA?

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar


contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de


convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por


indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais,
por afinidade ou por vontade expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha


convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2017/lei/L13505.htm
14
Muito se discute sobre a agressão física à mulher, que é um motivo de grande
preocupação, mas há outros tipos de agressão que as mulheres sofrem diariamente e
nem reconhecem tal atitude como agressão. Na Lei Maria da Penha temos a
classificação das violências que compõem a violência doméstica. Vamos conhecê-las?

Violência
Física Socos, empurrões, tapas, qualquer tipo de agressão física.

Atitudes que diminuem a auto-estima das mulheres:


Violência humilhações, constrangimentos, manipulação, isolamento,
Psicológica vigilância constante, insultos, limitação do direito de ir e vir e
ofensas a crenças e religião.

Violência Reter/destruir documentos, tirar a autonomia das mulheres do


Patrimonial controle de bens e dinheiro.

Violência
Moral Calúnia, difamação ou injúria.

Constranger, manter ou a participar de relação sexual não


desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força;
Violência induzir a comercializar ou a utilizar a sua sexualidade, impedir de
Sexual usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição; limitar ou
anular o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos.

As mulheres vítimas têm dificuldades de denunciar os agressores por conta da


proximidade com estes. Em sua maioria são companheiros/as, ex-companheiros/as,
maridos, pais, padrastos ou membros da família.

O comportamento dos agressores em muitos casos pode


adotar o seguinte padrão:

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Fase da Lua de Mel

O agressor tenta agradar a


mulher de todas as formas.

Fase da Reconciliação
Fase da Tensão
O agressor demonstra
arrependimento ao ver que as O agressor tenta ter controle
suas atitudes podem ser da mulher através de ameaças,
reprovadas por meio social e/ou ciúmes, exageros e brigas
a mulher pode denunciá-lo. sucessivas.
Fase da Agressão

As agressões
verbais/físicas/sexuais
acontecem por parte dos
agressores que tentam
submeter às mulheres de
todas formas a se adequarem
ao seu controle.

Como vimos anteriormente, as mulheres vítimas deste ciclo de violência têm


dificuldades de identificar a repetição do padrão. Quando o ciclo se repete é comum o
aumento das agressões e por isso é tão importante saber identificar a violência psicológica,
porque dela pode decorrer uma violência física que tenha um desfecho de Feminicídio

Existem ainda outros fatores que dificultam o


rompimento com a violência, neste caso as mulheres:
• Podem sentir culpa e vergonha pela • Podem temer pela sua vida e pela vida de
situação em que se encontram após a familiares/amigos.
violência.
• Podem não possuir apoio familiar e de • Podem depender financeiramente do
amigos próximos. agressor.
• Podem não ter com quem deixar os/as • Podem ter passado por períodos de privação
filhos/as ao tomarem a decisão de romper de liberdade e/ou de alimentos e sentirem
com a violência e partirem para a denúncia. medo de passar por isso novamente.

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• Podem receber muitas ameaças e nutrirem • Podem não possuir apoio da família ou do
um medo desmedido de denunciar o meio social em denunciar aquele que, por
agressor por não saber como ele reagirá. exemplo, pode ser o pai dos filhos/as.

Vivemos numa sociedade patriarcal e desigual na efetiva promoção dos Direitos


das Mulheres. Historicamente as mulheres alcançaram muitos direitos: direito a
estudar, direito ao voto e a exercer cargos políticos.
Porém, precisamos avançar mais...

 Muitas ações do cotidiano se referem a uma noção de hierarquia que


favorece aos homens e só prejudica as mulheres, como a
responsabilidade quase que exclusiva de cuidado da casa e dos
dependentes.
 Ainda hoje as mulheres desistem dos seus empregos/carreiras e vão
cuidar da casa e dos filhos/parentes, o que pode ocasionar a perda de
sua autonomia, principalmente econômica.
 As relações que envolvem violência contra as mulheres podem ou não
estar ligadas a uma situação de dependência econômica, mas a
dificuldade de sair de uma relação violenta pode ter esta motivação.
Saiba mais:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-03/mulheres-trabalham-75-horas-mais-
que-homens-devido-dupla-jornada

Você sabia que os homens também podem estar ao lado das mulheres na luta
contra a violência? Conheça um exemplo disso na campanha abaixo:

O dia 6 de dezembro foi instituído no Brasil, pela Lei nº 11.489/2007, como Dia
Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as
Mulheres. A data remete a um evento ocorrido em 1989, em Montreal, no
Canadá, quando Marc Lepine, de 25 anos, invadiu uma sala de aula da Escola
Politécnica. Ele ordenou que os homens se retirassem e começou a atirar,
assassinando 14 mulheres. O rapaz suicidou-se em seguida. Marc deixou uma
carta justificando o ato: não suportava a ideia de ver mulheres estudando
engenharia, um curso tradicionalmente masculino.

http://www.spm.gov.br/noticias/dia-nacional-de-
mobilizacao-dos-homens-pelo-fim-da-violencia-contra-as-
mulheres

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Quer ficar por dentro das datas que marcam as lutas contra a violência contra
as mulheres?

Datas importantes para você não se esquecer de lutar pelos direitos das
mulheres para viverem sem violência:

 8 de março – Dia Internacional da Mulher


 30 de abril – Dia Nacional da Mulher
 18 de maio – Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual
de Crianças e Adolescentes
 4 de junho – Dia Internacional das meninas e meninos vítimas de
agressão
 21 de junho – Dia de Luta por uma Educação não-sexista e sem
discriminação
 25 de julho – Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana
e Caribenha
 23 de setembro – Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o
Tráfico de Mulheres e Crianças
 10 de outubro – Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher
 25 de outubro – Dia Internacional contra a Exploração da Mulher
 20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra e Início da
Campanha 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as
Mulheres, no Brasil.
 25 de novembro – Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher
 06 de dezembro - Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da
Violência contra as Mulheres
 10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos e
Encerramento da Campanha dos 16 de Ativismo pelo Fim da Violência
contra as Mulheres, no Brasil.
Fonte: http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/eventos/calendario-das-
mulheres

Fonte: http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/eventos/calendario-das-
mulheres

5. Dados do Estado do Rio de Janeiro

O Dossiê Mulher é uma publicação lançada anualmente pelo Instituto de


Segurança Pública – ISP, autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Segurança do
Rio de Janeiro, visando contribuir com o aumento da visibilidade da violência contra as
mulheres, ressaltando a importância do enfrentamento desses delitos para sociedade

18
brasileira. A seguir, iremos visualizar um resumo dos dados de Violência contra as
Mulheres no Estado do Rio de Janeiro (dados relativos ao ano de 2016).

Resumo dos dados de Violência contra as Mulheres no Estado do Rio de


Janeiro - 2016

Fonte: Instituto de Segurança Pública / PCERJ, ano base, 2016.

Você. também pode ver esses dados pela ferramenta Tableau no site do ISP:
https://public.tableau.com/profile/instituto.de.seguran.a.p.blica.isp#!/vizhome
/DossiMulher_0/DistribuioTemporal

Apesar da violência contra as mulheres ser um fenômeno que infelizmente


pode afetar a todas, há a prevalência da agressão às mulheres negras nos números do
Estado.

“Nas tentativas de homicídio com vítimas do sexo feminino (...)


observa-se maiores percentuais de vítimas pardas (40,1%), seguido das
brancas (34,1%) e pretas (18,0%). Portanto, mais da metade das
mulheres vítimas (52,1%) eram pardas e pretas”.

Em relação ao homicídio doloso: “observa-se maior percentual de


vítimas entre as mulheres pardas (46,0%). As brancas representaram
28,5% das vítimas e as pretas, 17,7%”.

Fonte: Dossiê Mulher (ISP, 2017).

19
IMPORTANTE:
Você também pode consultar os dados
da sua RISP, AISP e CISP pelo site:

https://public.tableau.com/profile/institu
to.de.seguran.a.p.blica.isp#!/vizhome/Do
ssiMulher_0/DistribuioTemporal

Conheça o Dossiê Mulher pela página:


http://www.isp.rj.gov.br/Conteudo.asp?ident=48

Se você quiser conhecer as estatísticas de violência contra as mulheres no


Brasil, acesse à Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência - Ligue 180.
Quando uma mulher liga para esta Central os dados são computados e divulgados pelo
site da Secretaria de Política das Mulheres em Brasília. É muito importante a
divulgação deste número (180), pois é por meio dele que as mulheres podem também
ser atendidas e serem referenciadas aos serviços mais próximos para atendê-las.

A Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência - Ligue


180 - é um serviço de utilidade pública gratuito e confidencial (preserva o
anonimato) oferecido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República, desde 2005.
A Central funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive finais de
semana e feriados, e pode ser acionada de qualquer lugar do Brasil e de mais
16 países (Argentina, Bélgica, Espanha, EUA - São Francisco, França, Guiana
Francesa, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Portugal,
Suíça, Uruguai e Venezuela).
Fonte: http://www.spm.gov.br/ligue-180

No primeiro semestre de 2017, o Ligue 180


recebeu mais de 560 mil ligações.
Conheça os dados do Ligue 180 para saber o
panorama da violência contra as mulheres no
Brasil.
http://www.spm.gov.br/assuntos/violencia/
ligue-180-central-de-atendimento-a-mulher

20
6. Reportagens
Os casos de violência contra as mulheres se somam nos jornais. O que se pode
perceber é que apesar de algumas mulheres estarem mais sujeitas às violências que
outras, a violência atinge às mulheres como um todo.

Lembre-se!
Também se incluem nos casos de violência contra as mulheres
importunações ofensivas mais conhecidas como “cantadas”, comentários
desrespeitosos na via pública, em transporte público ou formas de
aproximação sem o consentimento das mulheres.

21
7. Passo a passo comentado sobre a conduta do agente de segurança
para o atendimento a ocorrências envolvendo a violência contra
as mulheres

É primordial a realização de um atendimento humanizado para o


enfrentamento à violência contra a mulher.

Além de proteger a vítima no primeiro atendimento com o acolhimento durante o


registro da ocorrência, o agente de segurança contribuirá para a redução dos índices
de violência garantindo a aplicabilidade da Lei Maria da Penha.

Imagine que você, profissional de segurança, foi chamado para uma ocorrência onde
a vítima é uma mulher...
Esta deve ser a sua conduta perante o caso apresentado:

1. Primeiramente, preocupe-se com o socorro à vítima e com a preservação do local do


crime:
 A vítima é a pessoa que mais precisa de ajuda no momento do atendimento.
 O objetivo principal da preservação do local da ocorrência é a inalteração do
local, para fornecer subsídios ao perito na coleta de vestígios que possa auxiliar
na elucidação do crime.
2. No atendimento à ocorrência não faça nenhum juízo de valor.

Juízo de valor é um julgamento feito a partir de percepções


individuais, tendo como base fatores culturais, sentimentais,
ideologias e pré-conceitos pessoais, normalmente relacionados
aos valores morais.

3. A vítima deve ser tratada sempre com respeito e cortesia, pois estará
psicologicamente fragilizada.
4. Separe vítima e suspeito, se o mesmo estiver presente, a fim de evitar
constrangimento durante o atendimento e para que não haja revitimização ou possível
agressão por parte do autor.

22
5. Proceda à revista pessoal padrão para apreender objetos que estejam em poder do
suspeito do crime.

Art. 244 do CPP. A busca pessoal independerá de mandado, no caso


de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja
na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam
corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de
busca domiciliar.

6. Se a vítima estiver inconsciente ou em estado grave, acione o Corpo de Bombeiros -


193.
7. Havendo crimes sexuais:

Oriente a vítima:
Deixou vestígios? Não proceder a higiene
Preservar as roupas objetivando
garantir provas

Encaminhe ao hospital de emergência


Houve violência para profilaxia em até 72h
sexual?

8. Se houver vítima fatal, acione a Delegacia de Homicídios ou Delegacia da área para


perícia e preserve o local. http://www.policiacivil.rj.gov.br/delegacia.asp#orgaos
9. Identifique e qualifique as testemunhas.
10. Nos casos de violência patrimonial poderão ser utilizadas fotografias, vídeos e
testemunhos.
11. Verifique o estado físico e mental do possível autor do crime e, caso necessário,
conduza-o ao hospital ou acione apoio do Corpo de Bombeiros – 193.
12. Se a vítima tiver filhos, pergunte se possui pessoa de sua confiança para ficar
responsável pelos mesmos em local seguro, caso não haja, leve-os junto com a vítima
para a Delegacia.

23
 Essa ação é necessária, uma vez que os filhos podem estar em creche ou em
outro ambiente à espera do responsável. Se o profissional de segurança não
perguntar, poderá responder criminalmente.
13. No caso em que a criança e o adolescente sejam testemunhas, o agente de
segurança deve agir de forma cautelosa para não constrangê-los e deixá-los à vontade
de forma que eles possam contribuir no fornecimento das informações.
14. Antes de proceder para a Delegacia, o agente de segurança (PM ou GM) deverá
orientar a vítima a levar seus documentos e roupas para trocar.
15. Informe à vítima os serviços disponíveis na rede de saúde e assistência
especializada ou social para atendê-la. (Ao final do Dossiê Mulher você encontra o
endereço e contatos da Rede de atendimento por todo o Estado
http://www.isp.rj.gov.br/Conteudo.asp?ident=48)
16. Sempre informe à vítima de forma cuidadosa sobre a importância do registro da
ocorrência para garantir seus direitos.
17. O não registro da ocorrência pode caracterizar prevaricação.

Art. 319 do CP – Prevaricação é retardar ou deixar de praticar,


indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de
lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.

18. No caso de flagrante delito, dê voz de prisão ao suspeito e o informe sobre seus
direitos, conforme inciso LXIII do artigo 5º da CF.
19. Encaminhe vítima, suspeito e testemunhas para a delegacia da área e apresente ao
policial civil no plantão.
20. A vítima e o agressor devem ser conduzidos separadamente a fim de que não haja
revitimização ou possível agressão por parte do autor.
21. O policial civil apresentará o fato ao Delegado de Polícia.
22. Em todos os casos, o agente deverá aguardar o encerramento do procedimento
policial, inclusive com a lavratura do Registro de Ocorrência.

IMPORTANTE:
A disponibilidade do operador de segurança é
primordial para repassar as informações necessárias
durante a confecção do Registro de Ocorrência.

24
23. No caso de lesão corporal, será expedida a guia de encaminhamento ao Instituto
Médico Legal e a vítima deverá ser acompanhada preferencialmente pelo agente de
segurança para a realização do Exame de Corpo de Delito. No IML, a vítima deverá ser
encaminhada à Sala Lilás (atendimento especializado e humanizado), onde existir este
serviço.
24. O delegado de polícia lavrará o Auto de Prisão em Flagrante, ouvindo todas as
partes envolvidas na ocorrência.
25. O possível autor do crime será encaminhado à Central de Audiência de Custódia,
se houver. Caso contrário, ficará na Delegacia para que a Polinter o encaminhe ao
Sistema Prisional.

OITIVA DA VÍTIMA

A oitiva deve ser realizada de forma minuciosa questionando:


 se já ocorreram violências anteriores;
 se foram solicitadas Medidas Protetivas (Lei 11.340/2006 - Maria da Penha);
 se as medidas ainda estão em vigência.

 explicar o direito às Medidas Protetivas previstas na Lei Maria da Penha, com


ressalvas aos juizados que possuam o Projeto Violeta (deferimento célere das
Medidas Protetivas);

 se o possível autor é dependente químico, se faz uso de drogas ou álcool;


 se o possível autor possui arma de fogo;
 explicar que irá encaminhá-la ao Centro de Referência (atendimento psicológico,
jurídico e social) bem como à Defensoria Pública para auxiliá-la em suas
necessidades, inclusive o abrigamento.

25
Agora que você já tem atualizado o seu conhecimento, converse com os seus
colegas, informe as mulheres dos seus direitos e multiplique esse aprendizado onde
estiver atuando. Todos nós temos a responsabilidade de diminuir os casos de
violência contra as mulheres!

26
8. Anexos

ANEXO 1

RESOLUÇÃO SESEG Nº 1096 DE 05 DE JULHO DE 2017


DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO, NO ÂMBITO DA SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA,
DO GRUPO DE TRABALHO PARA ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER.
O SECRETÁRIO DE ESTADO DE SEGURANÇA, no uso das atribuições legais, que lhe
confere o artigo 1º, do Anexo I, do Decreto Estadual n° 43.621/2012, alterado pelo
Decreto Estadual n° 44.687/2014,
CONSIDERANDO:
- o Plano Estratégico do Sistema de Segurança do Estado do Rio de Janeiro - 2015/2018
e a Ação Estratégica nº 34, que prevê a implementação de parcerias para o
desenvolvimento de políticas públicas de Enfrentamento à Violência contra a Mulher;
- a necessidade de facilitar o acesso às informações sobre a abordagem às vítimas da
violência, bem como aos autores das agressões, por parte dos profissionais de
segurança pública;
- a necessidade de requalificação dos profissionais de segurança pública, com vistas à
possibilidade de lidar com questões envolvendo a violência contra a mulher;
- que os membros deste Grupo de Trabalho foram designados por suas respectivas
Instituições; e
- finalmente o que consta nos autos do Processo Administrativo nº E-09/009/05/2017,
RESOLVE:
Art. 1º - Fica constituído Grupo de Trabalho para elaborar proposta conjunta de
criação do material de fácil acesso sobre a atuação dos profissionais de segurança
pública no enfrentamento à violência contra a mulher.
Art. 2° - São objetivos específicos do Grupo de Trabalho:
a) aprovar a metodologia para seu funcionamento;
b) definir os assuntos a serem incluídos no material;
c) definir o modelo de requalificação dos profissionais de segurança pública com os
assuntos presentes no material;

27
Art. 3º - O Grupo de Trabalho será coordenado pela Subsecretaria de Educação,
Valorização e Prevenção da Secretaria de Estado de Segurança - SSEVP/SESEG, e
composto pelos seguintes representantes:
I - da Subsecretaria de Educação, Valorização e Prevenção:
Delegada Helena de Rezende - SSEVP/SESEG
Coronel Edison Duarte dos Santos Junior - SSEVP/SESEG
Paula de Carvalho Neves - SSEVP/SESEG
II - da Subsecretaria de Comando e Controle:
Rodrigo Lopes Xavier - SSCC/SESEG
Major Jadison Felisberto da Silva - SSCC/SESEG
III - do Instituto de Segurança Pública:
Major Orlinda Claudia Rosa de Moraes - ISP/SESEG
IV - da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro:
Delegada Marcia Noeli Barreto - DPAM/PCERJ
V - da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro:
Ten Cel Patrícia Lima de Carvalho Serra - DAS/PMERJ
Major Samya Cotta Brandão Siqueira - EMG/PMERJ
VI - da Secretaria Estadual de Direitos Humanos e Políticas para as Mulheres e Idosos:
Edwiges Conti Loffredo Lopes - SSPM/SEASDHMI
VII - da Secretaria Estadual de Saúde:
Eralda Ferreira da Silva SVS/SES
VIII - da Guarda Municipal do Rio de Janeiro:
Glória Maria Bastos Barreto - GM-Rio
Liliane Marinho de Oliveira - GM-Rio
IX - da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos:
Rosângela Pereira da Silva - CEAM/SPM-Rio
X - da Secretaria Municipal Saúde:
Fernanda Prudêncio da Silva - SAP/SMSRIO
Parágrafo Único - Os representantes das instituições não receberão qualquer
remuneração pelas atividades desempenhadas no Grupo de Trabalho.
Art. 4º - O Grupo de Trabalho deverá reunir-se conforme calendário acordado entre os
membros e constante de ata da reunião de alinhamento.

28
Art. 5º - O Grupo de Trabalho terá noventa dias para apresentar a proposta do
material, a contar de 13 de junho de 2017, podendo ser prorrogado, uma única vez.
Art. 6º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as
disposições em contrário.
Rio de janeiro, 05 de julho de 2017
ANTONIO ROBERTO CESÁRIO DE SÁ
Secretário de Estado de Segurança
Id: 2042962

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ANEXO 2

DECRETO Nº 1.973 DE 1º DE AGOSTO DE 1996 - CONVENÇÃO


INTERAMERICANA PARA PREVENIR, PUNIR E ERRADICAR A VIOLÊNCIA
CONTRA A MULHER
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1996/D1973.htm

ANEXO 3

LEI Nº 11.340 DE 07 DE AGOSTO DE 2006 (LEI MARIA DA PENHA)


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm

29
ANEXO 4

LEI Nº 13.505 DE 08 DE NOVEMBRO DE 2017 – NOVA LEI PARA


ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13505.htm

ANEXO 5

LEI Nº 12.015 DE 07 DE AGOSTO DE 2009 – CRIMES SEXUAIS (MUDANÇAS


NO CÓDIGO PENAL)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12015.htm

ANEXO 6

DECRETO Nº 7.958 DE 13 DE MARÇO DE 2013


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7958.htm

ANEXO 7

LEI Nº 13.104 DE 9 DE MARÇO DE 2015 – LEI DO FEMINICÍDIO


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/lei/L13104.htm

30
ANEXO 8

LEI Nº 11.489 DE 20 DE JUNHO DE 2007 – DIA NACIONAL DE


MOBILIZAÇÃO PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11489.htm

ANEXO 9

LISTA PCERJ
http://www.policiacivil.rj.gov.br/delegacia.asp#orgaos

ANEXO 10

REDE DE ATENDIMENTO ÀS MULHERES


http://www.isp.rj.gov.br/Conteudo.asp?ident=48

31
9. Bibliografia

BARSTED,L, PITANGUY. J. (org.). O Progresso das Mulheres no Brasil 2003–2010. Rio


de Janeiro: CEPIA; Brasília: ONU Mulheres, 2011.
BLAY, E. A., Violência contra a mulher e políticas públicas. Estudos Avançados.17 (49),
São Paulo, 2003.

BRASIL. Lei n°11.340. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar
contra a mulher. 7 de agosto de 2006.

_____. Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SPM) .Diretrizes Nacionais


Feminicídio - Investigar, Processar e Julgar. Brasília: SPM-PR, SENASP-MS ,2016

_____. Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SPM). Política Nacional de


Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. Brasília: SPM/PR, 2011a.

BRANDÃO, E.R. Renunciantes de Direitos? A Problemática do Enfrentamento Público


da Violência Contra a Mulher: o Caso da Delegacia da Mulher. PHYSIS: Rev. Saúde
Coletiva, Rio de Janeiro, 16(2):207-231, 2006.

FALCKE, D., et al. Violência conjugal: um fenômeno interacional. Contextos Clínicos,


São Leopoldo, vol. 2, n. 2, julho-dezembro 2009.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Retrato das desigualdades de


gênero e raça.4ª ed. Brasília: Ipea, 2011.

SCHRAIBER, L.B, et al. Violência contra a mulher: estudo em uma unidade de atenção
primária à saúde. Rev Saúde Pública, São Paulo, 2002;36(4):470-7.

Reportagens citadas:

"Mulher leva golpes de canivete de ex-companheiro na rua; vídeo flagra ação"

https://g1.globo.com/rj/regiao-serrana/noticia/mulher-leva-golpes-de-canivete-de-ex-
companheiro-na-rua-video-flagra-acao.ghtml

32
"Mulher denuncia agressão de ex-marido nas redes sociais"

https://odia.ig.com.br/_conteudo/rio-de-janeiro/2017-05-30/mulher-denuncia-
agressao-de-ex-marido-nas-redes-sociais.html

"Mulher é morta pelo ex-companheiro dentro da viatura da polícia no Vale do Mucuri"

https://g1.globo.com/mg/vales-mg/noticia/mulher-e-morta-pelo-ex-companheiro-
dentro-da-viatura-da-policia-no-vale-do-mucuri.ghtml

"Juíza é assassinada a tiros dentro de Fórum em cidade de Mato Grosso"

http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2013/06/juiza-e-assassinada-pelo-ex-
marido-dentro-de-forum-em-cidade-de-mt.html

"Uma de nós foi morta"

http://agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br/2017/10/15/uma-de-nos-foi-morta/

"Vítima de estupro coletivo no Rio conta que acordou dopada e nua"

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/05/vitima-de-estupro-coletivo-no-
rio-conta-que-acordou-dopada-e-nua.html

"Funcionário do CCBB tira foto de bumbum de PM e vai parar na delegacia"

https://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2016-02-25/funcionario-do-ccbb-tira-foto-de-
bumbum-de-pm-e-vai-parar-na-delegacia.html

"Uma mulher foi agredida a cada 3 minutos durante o Carnaval no Rio"

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/03/02/uma-mulher-foi-
agredida-a-cada-3-minutos-durante-o-carnaval-no-rio.htm

"Mulher sofre assédio sexual dentro de ônibus na Avenida Paulista"

https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/mulher-sofre-assedio-sexual-dentro-de-
onibus-na-avenida-paulista.ghtml

33

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