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Elaboração
Francisco Diniz Bezerra1
Colaboração
Francisca Crísia Diniz Alves (bolsista BNB/ETENE)
Hermano José Pinho (revisão vernacular)
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Mestre em Engenharia de Produção e Coordenador de Estudos e Pesquisas do BNB/ETENE.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 3
2. CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE A MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA E
MUNDIAL ................................................................................................................................. 4
3. ENERGIA SOLAR ............................................................................................................ 8
4. ENERGIA EÓLICA......................................................................................................... 13
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 20
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 21
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1. INTRODUÇÃO
O uso da energia nas atividades humanas vem sendo intensificado nas últimas décadas.
Para o atendimento das necessidades energéticas crescentes, a humanidade tem recorrido às
diversas fontes de suprimento, como petróleo, gás natural, carvão mineral, assim como às fontes
renováveis: biomassa, energia hidráulica, energia eólica, energia solar, dentre outras.
Quanto à energia solar, o preço médio de R$ 301,79 por MWh negociado no 8º. Leilão
de Energia de Reserva, realizado em 28/08/2015 e destinado especificamente à fonte solar,
denota que a tecnologia de geração solar ainda apresenta custos elevados, porém com tendência
de queda, como observado nos últimos anos. Ressalta-se que nesse leilão, o Nordeste sobressaiu-
se, em virtude de 24 projetos, dentre os 30 vencedores, serem localizados nessa Região. Por
outro lado, a geração descentralizada para consumo próprio está se tornando competitiva ante os
preços finais praticados pelas concessionárias de energia elétrica, possibilitando o surgimento de
um mercado gigantesco no País para bens e serviços relacionados à energia solar. A legislação
brasileira também tem evoluído nos últimos anos, ensejando maior segurança aos consumidores
na geração de sua própria energia.
Além desta introdução, este texto reúne mais quatro tópicos. No segundo tópico, faz-se
uma rápida contextualização acerca da matriz energética brasileira e mundial, destacando o uso
das fontes renováveis e não renováveis. No terceiro tópico, são apresentadas as potencialidades e
perspectivas para a energia solar no Brasil e no Nordeste, inclusive os desafios na área de
pesquisa e desenvolvimento tecnológico. No quarto tópico, faz-se o mesmo para a energia eólica.
Por fim, no quinto tópico, são tecidas algumas considerações finais.
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2. CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE A MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA E
MUNDIAL
a) Fissão nuclear no interior da Terra, que gera a energia geotérmica (calor da Terra). Vulcões e
gêiseres (fontes termais) decorrem da ação dessa fonte de energia.
b) Fusão nuclear no Sol, que gera os fótons. Esses chegam à Terra na forma de radiação
eletromagnética (luz solar). Parte da luz solar se dissipa em calor ao atingir corpos materiais e
parte é refletida, retornando ao espaço. Uma pequena fração da luz solar é transformada em
biomassa. Quanto ao calor e à biomassa gerada a partir da luz solar, cabe destacar:
• O calor gera o vento e é responsável pelo ciclo hidrológico, por meio do qual a água é
“transportada” para áreas mais elevadas da Terra, dando origem aos rios e
disponibilizando, em consequência, energia hidráulica;
• A biomassa, gerada pelo processo da fotossíntese, consiste na matéria orgânica que forma
as plantas e os animais. As fontes fósseis (petróleo, gás natural, carvão mineral etc.)
tiveram sua origem na biomassa existente em épocas remotas.
c) Gravitação, que decorre do princípio da atração de dois corpos materiais. As marés, formadas
pela atração gravitacional, principalmente entre a Lua e a Terra, são exemplos da ação dessa
força da natureza.
Essas quatro “matrizes” energéticas dão origem às fontes primárias de energia, que são
as encontradas na natureza, em sua forma direta. O petróleo, a madeira, o vento, a luz solar, o
urânio, dentre outros, são exemplos de fontes primárias de energia existentes na natureza. As
fontes primárias de energia são comumente agrupadas em fontes renováveis (que não se
esgotam, a exemplo do sol e do vento) e em fontes não renováveis (que são finitas, tais como o
petróleo e o urânio).
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Figura 1 – Interação entre fontes primárias e secundárias de energia
31,1
29,0
27,7
21,5
13,5
11,5
9,9
6,3
4,7
1,3 2,5
0,3 0,5 - 0,5 - 0,3
Petróleo Carvão Gás natural Biomassa Urânio Hidro Eólica Geotérmica Solar
mineral
Fonte: BRASIL (2015a)
Elaboração: BNB/ETENE/Ambiente de Estudos e Pesquisas
Industrial
0,4 Mtep 4,9 Mtep 17,7 Mtep
87,6 Mtep (28,7%)
Querosene
3,7 Mtep (1,2%)
Combustíveis (86,1 Mtep)
Outros derivados
de petróleo
24,6 (8,0%)
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11,5% proveniente da fonte hídrica. O calor é utilizado principalmente em processos industriais.
A Figura 2 ilustra a origem e o destino dos dois principais insumos energéticos da matriz
energética brasileira: os combustíveis para transportes e a eletricidade. Diferentemente do que se
observa para grande parte dos países, o Brasil se destaca no uso de eletricidade e de combustíveis
provenientes de fontes de energia renováveis.
Olhando para o futuro, as fontes solar, eólica e biomassa se destacam como as mais
promissoras no Nordeste, visando ao aproveitamento de potencialidades energéticas da Região.
A fonte hidráulica, apesar de preponderante atualmente para a geração elétrica, tem o seu
potencial economicamente viável praticamente esgotado na Região. Petróleo e gás natural,
embora existentes no Nordeste, são mais abundantes em outras regiões do País. Considerando
essa realidade, são apresentadas a seguir, as potencialidades e perspectivas de desenvolvimento
tecnológico das fontes solar e eólica, com ênfase no Nordeste.
.
3. ENERGIA SOLAR
De acordo com o Atlas Brasileiro de Energia Solar (Pereira et al., 2006), o Semiárido
nordestino está entre as áreas do País que apresentam os melhores parâmetros técnicos de
insolação. Este fato per se faz dessa Região uma candidata natural a receber investimentos em
projetos de geração de energia elétrica a partir da fonte solar, a exemplo do que já se observa
para a fonte eólica (Figura 3). Também se vislumbra o aumento do uso de tecnologias solares
para aquecimento de água e uso em processos industriais.
O uso da energia solar para geração de energia elétrica é relativamente recente. Assim,
como é natural para qualquer tecnologia nova, vislumbra-se haver espaço para aprimoramentos
ao longo do tempo, principalmente ao se considerar que a eficiência dos painéis comercializados
atualmente é da ordem de 15%. Visando baratear o custo do watt gerado, empresas do mundo
inteiro pesquisam novas tecnologias e o aprimoramento das existentes, face à abundância desse
recurso energético. No Nordeste brasileiro, existem diversos grupos de pesquisa empenhados em
desenvolver tecnologias alternativas de geração solar. As células solares poliméricas e as células
solares orgânicas são dois exemplos de tecnologias novas que têm sido objeto de pesquisa,
inclusive por pesquisadores sediados no Nordeste. Paralelamente a isto, têm sido desenvolvidos
equipamentos e dispositivos cada vez mais eficientes no consumo de energia elétrica, a exemplo
das lâmpadas de led, possibilindo atender as necessidades de iluminação com equipamentos
alternativos, com soluções individualizadas.
Apesar do enorme potencial existente no Nordeste, a geração solar ainda possui escala
de custos superior à de outras fontes, haja vista o seu insucesso nas concorrências dos leilões da
Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel. Essa falta de competitividade ante às demais
fontes ficou evidente no 8º. Leilão de Energia de Reserva, realizado em 28/08/2015 e destinado
exclusivamente à fonte solar, conforme referido na introdução deste documento, no qual a
energia elétrica foi comercializada ao preço médio de R$ 301,79 por MWh, muito superior ao
observado em outros leilões. Contudo, projetos de energia solar apresentam vantagens ante os
grandes projetos centralizados de geração, por se situarem próximos dos pontos de consumo,
diminuindo perdas técnicas e evitando outros problemas nos sistemas. De fato, como salientado
pela Aneel (2014, p. 9), incentivos à geração distribuída justificam-se pelos potenciais benefícios
que tal modalidade pode proporcionar ao sistema elétrico: a postergação de investimentos em
expansão nos sistemas de distribuição e transmissão; o baixo impacto ambiental; a redução no
carregamento das redes; a redução de perdas e a diversificação da matriz energética, entre outros.
Acrescente-se o fato de que alguns tipos de geração descentralizada podem ser instalados nos
próprios telhados de edificações, dispensando custos associados à aquisição ou arrendamento de
terrenos. ANEEL (2014, pág. 13).
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Atualmente, não existe a purificação de silício até o grau solar no Brasil em nível
comercial. Algumas empresas e grupos acadêmicos nacionais vêm desenvolvendo, em nível
laboratorial, o processo de purificação por meio da rota térmica, ou metalúrgica, que envolve
menor consumo de insumos energéticos, com resultados positivos sobre o custo final. Contudo, o
trabalho ainda se encontra no nível laboratorial, sem ter passado pela experiência de produção
em escala comercial, e encara alguns desafios técnicos, como o controle de impurezas (ABINEE,
2012a, p. 30). A Figura 6 ilustra a situação do Brasil no que se refere ao domínio da tecnologia
solar fotovoltaica.
2
A instalação de uma planta local de módulos (Tecnometal, com capacidade de 25 MW anuais), apesar de não
integrada e com escala incomparavelmente menor do que suas congêneres asiáticas, representa, sem dúvida, um
passo importante em direção à internalização e ao adensamento da cadeia produtiva de equipamentos fotovoltaicos
no Brasil.
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Gráfico 3 – Países de prioridade dos documentos recuperados em nível mundial x número
de ocorrências – energia solar
Visando ter-se uma ideia das tecnologias mais pesquisadas para o aproveitamento da
energia solar, são apresentados, na Tabela 1, os códigos da Classificação Internacional de
Patentes mais contemplados com pedidos de patente no Mundo. Como se observa, as tecnologias
heliotérmicas preponderam, no entanto, pedidos de patenteamento envolvendo as tecnologias
fotovoltaicas também são expressivas. Do total de 2.621 ocorrências de pedidos de patente
ocorridas no 1º. semestre de 2012, 34,8% são relacionados ao subgrupo F24J2/46 – Partes
componentes, detalhes ou acessórios de coletores de calor solar.
3
O País de prioridade é aquele onde primeiramente foi realizado o pedido de patente referente à invenção.
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Tabela 1 – Pedidos de Patente sobre Energia Solar publicados no Mundo no 1º semestre de
2012, segundo os códigos da Classificação Internacional de Patentes
Nr. de %
Código Descrição
ocorrências total
PRODUÇÃO DE CALOR, USO DE CALOR NÃO INCLUÍDO EM
F24J
OUTRO LOCAL
Utilização de calor solar, p. ex. coletores de calor solar (destilação ou
evaporação de água usando energia solar C02F 1/14; aspectos da cobertura de
telhados para dispositivos coletores de energia E04D 13/18; dispositivos para
produzir energia mecânica a partir da energia solar F03G 6/00; dispositivos
F24J 2/00 semicondutores especialmente adaptados para converter energia solar em 289 11,0
energia elétrica H01L 31/00; células fotovoltaicas [PV] incluindo meios
diretamente associados com a célula PV para utilizar energia do calor H01L
31/0525; módulos PV incluindo meios associados com o módulo PV para
utilizar a energia do calor H02S 40/44) [2014.01]
F24J 2/04 ·Coletores de calor solar com o fluido de trabalho conduzido através do coletor 262 10,0
F24J 2/05 · ·envolto por um fechamento transparente, p. ex. coletores solares a vácuo 182 6,9
F24J 2/10 · · ·tendo refletores como elementos de concentração 193 7,4
· ·o fluido de trabalho sendo conduzido através de condutos tubulares
F24J 2/24 250 9,5
absorvedores de calor
F24J 2/34 · ·com matéria armazenada de calor 101 3,9
·empregando meios de reboque (F24J 2/02, F24J 2/06 têm prioridade; montagem
ou suportes rotativos para os mesmos F24J 2/54; estruturas de suporte para
F24J 2/38 197 7,5
módulos fotovoltaicos para geração de energia elétrica especialmente adaptadas
para sistemas de detecção solar H02S 20/32) [2014.01]
F24J 2/40 ·Disposições de controle 232 8,9
F24J 2/46 ·Partes componentes, detalhes ou acessórios de coletores de calor solar 913 34,8
F24J 2/48 · ·caracterizado pelo material absorvedor 147 5,6
F24J 2/52 · ·Disposições de montagem ou suporte 360 13,7
F24J 2/54 · · ·especialmente adaptados para movimentos rotativos 135 5,2
Dispositivos semicondutores sensíveis à radiação infravermelha, luz, radiação
eletromagnética de comprimento de onda mais curto ou radiação corpuscular e
H01L 31/042 especialmente adaptados para a conversão da energia de tal radiação em energia 204 7,8
elétrica ou para controle de energia elétrica por meio de tal radiação; · ·Módulos PV
ou conjunto de células simples PV (estruturas de suporte para módulos PV)
TOTAL 2.621 100,0
Fonte: INPI, 2013
Notas: 1. Um único pedido de prioridade de patente pode conter um ou mais códigos de classificação;
2. A quantidade dos códigos terminados em “/00” não representa a soma das subclasses correspondentes com
final “/02”, “/04” e “/06”.
3. Os valores percentuais são relativos ao total de documentos publicados de pedidos de patente no 1º.
Semestre de 2012: 2.621 ocorrências.
4. ENERGIA EÓLICA
Ao longo do tempo, a energia elétrica consumida no Nordeste tem sido gerada basicamente
a partir da fonte hidráulica, destacando-se o Rio São Francisco como o seu principal provedor. No
entanto, em anos recentes, outras fontes têm ocupado espaço mais relevante na matriz de geração
elétrica da Região, sendo promissoras as perspectivas para um paulatino aumento da participação da
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fonte eólica. Com efeito, além das fontes térmicas, utilizadas com maior intensidade apenas quando
ocorre escassez pluviométrica e diminuição expressiva do nível d’água dos reservatórios, cada vez
mais a fonte eólica ganha espaço na matriz de geração elétrica do Nordeste, já tendo, inclusive,
elevado a sua participação de 0,6% em 2009 para 7,8% em 2014 (Gráfico 1). Além disso, o potencial
hidrelétrico remanescente economicamente viável da Região encontra-se próximo do seu
esgotamento, enquanto as fontes renováveis solar e principalmente a eólica tornam-se cada vez mais
competitivas ante a diminuição dos custos de instalação e de geração.
95,7
84,6 87,9
79,8
56,3
43,3
1,39
1,35 2,39
0,37 1,99 1,61
0,32 1,34
0,53 2,20
0,75
0,87 1,26
1,04
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Import. Líq. Geração
Cabe destacar que estão localizadas na Região nordestina as “jazidas” de vento que
apresentam as melhores condições de aproveitamento para fins de geração de energia elétrica
(Figura 1). Por esta razão, a maioria dos projetos que participaram dos leilões de energia da
ANEEL está situada nessa Região. Em função de sua competitividade na geração eólica, o
Nordeste é candidata natural a receber vultosos investimentos previstos para os próximos anos
nessa fonte energética.
225,60
219,33 220,12 213,28 (2º LER)
218,28 214,86
207,34 210,54
209,67 204,84
206,11 202,58
187,39 187,64
182,18
174,29
170,97
156,13
157,82
150,02 152,04
146,42 (20º LEN)
142,75 (17º LEN)
138,68 142,41 (19º LEN)
133,95 (13º LEN) 135,31 (18º LEN)
131,32 (13º LEN) 132,58 (Sto. Antônio)
125,23
116,21 114,75
110,14 (Jirau) 109,18 (Belo Monte)
105,87 (15º LEN)
98,72 (15º LEN)
94,91 (São Manoel)
91,35 (Sto. Antônio)
4.322,5
2.783,8
2.308,5
2.066,4
1.220,6
498,4 456,2 313,2
266,9 325,6
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Fonte: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL, 2015).
Elaboração: BNB/ETENE/Ambiente de Estudos e Pesquisas.
Nota: os dados de 2015 a 2018 referem-se a projetos já previstos.
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O elevado potencial eólico do Nordeste, associado à competitividade dessa fonte
energética nos leilões de compra e venda de energia elétrica, atraiu fabricantes de componentes
de aerogeradores para a Região, já tendo sido instaladas diversas fábricas, em vários estados
nordestinos (Quadro 1). A vinda de fabricantes desses equipamentos traz consigo know-how que
poderá ser absorvido por profissionais brasileiros e possibilitar o surgimento de massa crítica
nesse campo no País, ainda incipiente. A efervescência dessa indústria, cujo crescimento tem
sido vertiginoso e sustentável nos últimos anos, ensejou a criação de cursos de capacitação nas
universidades brasileiras e nordestinas, bem como a formação de grupos de pesquisas nessa área.
Espera-se, assim, que o Brasil e a Região nordestina, em particular, possam, com o passar do
tempo, gerar inovações no campo da geração eólica, consolidando o processo de internalização
dessa tecnologia no País.
Os aerogeradores de grande porte até então instalados no Brasil são produzidos com
tecnologia desenvolvida em seus países de origem e naturalmente se adéquam melhor às
condições para as quais foram projetados. Alguns fatores que interferem no desempenho dos
equipamentos, como a velocidade média anual dos ventos, condições atmosféricas e climáticas,
precisam ser melhor adequadas às características do Brasil, abrindo assim, per se, um leque de
opções de pesquisas tecnológicas para torná-los mais condizentes com a realidade do País. A
tecnologia dos aerogeradores de grande porte é relativamente recente. Dessa forma, vislumbra-se
nesse setor enormes possibilidades de P&D no aperfeiçoamento de seus componentes (turbinas,
rotores, naceles, pás, torres etc.), visando ao aumento da eficiência e da vida útil, além de
equipamentos acessórios de medição de vento e da energia gerada, de controle da qualidade da
geração e da ligação à rede, dentre outros.
No que concerne aos aerogeradores de pequeno porte, existe um espaço enorme para
crescimento, principalmente após a legislação brasileira permitir o intercâmbio de produtores
pessoa física com a rede de distribuição, gerando créditos (em kWh) válidos por um ano. Esta
iniciativa, associada a outras, está favorecendo o surgimento de empresas fabricantes e
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fornecedoras desses equipamentos no País. Nesse caso, já existe tecnologia nacional, que deverá
ser aprimorada para não perder espaço para fabricantes de outros países.
Gráfico 8 – Principais países com pedido de prioridade de patente na área de energia eólica
– 2º. Semestre de 2012
Outro aspecto que cabe registro diz respeito ao montante de investimentos requeridos
para implantação dos parques eólicos e, em decorrência, a geração de empregos. De acordo com
a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica, 2015), em 2014, o Brasil recebeu R$ 18
bilhões de investimentos em energia eólica, grande parte financiados pelo BNDES, gerando 36
mil postos de trabalho. Segundo essa entidade, ante a projeção de se ter 18 GW de capacidade
19
instalada em 2019 para a fonte eólica, estima-se a disponibilidade de 150 mil postos de trabalho
em decorrência dos investimentos realizados e dos que estão por vir.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
AMARANTE. Odilon A. Camargo do; ZACK, John; BROWER, Michael; SÁ, Antônio Leite de.
Atlas do potencial eólico brasileiro. Brasília, 2001. Disponível em:
<http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/atlas_eolico/Atlas%20do%20Potencial%20
Eolico%20Brasileiro.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2015.
21
INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL. Alerta tecnológico nr. 80.
Pedidos de patente sobre energia solar – nº 7: pedidos publicados no 1º semestre de 2012.
Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: <www.inpi.gov.br>. Acesso em: 15. jun. 2015.
_________. Alerta tecnológico nr. 88. Pedidos de patente sobre energia eólica – nº 8: pedidos
publicados no 2º semestre de 2012. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <www.inpi.gov.br>.
Acesso em: 15. jun. 2015.
PEREIRA, Enio Bueno; MARTINS, Fernando Ramos; ABREU, Samuel Luna de; RÜTHER,
Ricardo. Atlas Brasileiro de Energia Solar. São José dos Campos: INPE, 2006. Disponível em:
<http://www.ccst.inpe.br/wp-content/themes/ccst-2.0/pdf/atlas_solar-reduced.pdf>. Acesso em:
14 ago. 2015.
THE ECONOMIST. Pricing sunshine: the rise of solar energy. 2012. Disponível em:
<http://www.economist.com/blogs/graphicdetail/2012/12/daily-chart-19>. Acesso em: 15 set.
2015. [Dec 28th 2012, 15:31BY ECONOMIST.COM]
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