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Tradutora: Andreia M.
Revisora/Leitura Final: Caroline
Formatação: Andreia M.
Sinopse
Porra. Eu quase perdi meus filhos naquele momento. Não posso
deixar isso acontecer novamente. Mas agora que a filha do Boss Man está
me ajudando a criá-los, estou em um mundo de problemas. Eu quero te-la!
A vida de Jake muda completamente após sua esposa morrer de
overdose de heroína, deixando-o um pai solteiro inundado de
responsabilidades. Como vice-presidente do Pythons MC, podemos dizer
que isso é completamente um problema.
Jake logo percebe que não conhece o significado da palavra até que
seu chefe atribui sua filha para ajudar com os filhos de Jake. Michelle é
gentil, doce e sexy - tudo em um pacote irresistível.
E o pacote dele é exatamente o que ele quer dar.
- Cuidado, Jake!
Jake esquivou-se do caminho, a tempo de evitar a bala lançada. Ele
podia sentir o ar passar por seu rosto. Jake rolou no chão e procurou pelo
atirador, grato por isso, apesar de estar no início dos quarenta anos, seu
corpo ainda estava tão apto quanto quando era adolescente. A única
mudança foi a densidade de seus músculos. Agora que eles eram mais
amplos e preenchiam sua roupa, as mulheres gostavam de lhe dizer o quão
bonito ele era. Nunca machucavas eu ego ouvir isso.
- Foda-se, isso foi por pouco. Você está bem?
Jake estava distraído pela vibração de seu celular no bolso do peito de
seu colete. Quase custou sua vida. Um instante de preocupação o inundou:
poderia ser sobre seus filhos. No entanto, ele não teve tempo de responder
a pergunta de Tommy ou ao telefone. Jake viu de repente o homem com a
arma. Ele estava vestido de preto e correu pelas docas, indo para uma lancha
rápida.
- Pegue-o! - Jake rosnou, lançando-se para o homem. Tommy não teve
escolha a não ser seguir, e os dois cruzaram o estaleiro atrás do homem.
O atirador estava muito preocupado com a fuga para atirar
novamente na direção deles. Seria tolo chamar mais atenção para si mesmo
em plena luz do dia. Jake puxou sua arma do coldre e lançou um olhar para
Tommy. Tommy assentiu e seguiu o exemplo.
- Pare antes estourar você com chumbo! - Gritou Tommy. Jake se
encolheu. Só porque faziam parte de um MC, Tommy gostava de fingir que
ele era o maior gângster de todos. Ele usava todo o tipo de fala dos velhos
filmes da máfia e, francamente, isso irritava os nervos de Jake.
O atirador congelou e olhou por cima do ombro, apenas para
descobrir que ele estava superado em número.
- Fique longe de mim ou eu estou jogando a bolsa na água! - O homem
gritou.
Jake franziu a testa, sem se perturbar com a ameaça do homem e
sinalizou para Tommy disparar. Tommy fez com a maior alegria , e o homem
caiu no rosto dele, deixando o saco sobre as tábuas de madeira da doca.
- Você pode resolver isso? - Perguntou Jake, puxando seu celular do
colete. Seu coração saltou quando viu que era o número da casa dele. Ele
discou rapidamente. Ele tocou algumas vezes demais para o conforto de Jake
antes que uma voz pequena e suave respondesse.
- Olá? - Exigiu Jake.
- Olá, papai. - respondeu a filha de cinco anos de Jake. - JJ tem um boo-
boo!
O estômago de Jake caiu. Ele sabia que não deveria ter deixado seus
filhos em casa sozinhos, mesmo que por algumas horas. Ele tinha uma
sensação horrível sobre isso.
- Onde está JJ agora, Mary?
- Ele está chorando no chão.
- No chão?!
- Ele caiu da casa da árvore!
- Eu disse a vocês para não iriam lá enquanto eu estivesse fora! -
Exclamou Jake.
- JJ esqueceu algo e queria me mostrar!
- Eu preciso que você fique ai, tudo bem querida? O papai vai ligar
para o 911. Quero que você mostre onde JJ está, está bem?
- Claro, papai! - Mary disse alegremente.
- Obrigado querida, em breve vou estar em casa. - disse Jake,
desligando o telefone e voltando-se para Tommy. - Eu preciso que você me
leve para casa. Agora.
Tommy parecia sentir o pânico na voz de Jake e correu em direção ao
carro enquanto Jake discou o esquadrão de resgate. Tommy não se
incomodou em aderir aos limites de velocidade quando eles passaram pela
cidade em direção à casa de Jake. Jake era vice-presidente do MC. Todo
mundo sabia que era melhor não entrar em seu caminho. Eles eram fora da
lei, na maioria das vezes. O MC era poderoso.
Tommy era a última pessoa que queria estar em uma crise. Tudo o
que Tommy fez foi conversar para se ouvir falar, e ele parecia falar ainda
mais quando as coisas estavam tensas. - Então, que tal aquela garota de
Michelle, eh? - Tommy perguntou, olhando para Jake com um sorriso lesado
no rosto. - Ela é algo ou o quê?
- Ela tem metade da nossa idade, Tommy. - Jake suspirou. Mas a
verdade era que ele havia notado Michelle - em muitas ocasiões. Suas pernas
continuavam por milhas, e seu rosto era a combinação perfeita de sexy e
doce. Ainda não tinha sido endurecida, como o resto das pessoas com quem
Jake passou o tempo. E esses olhos! Ele mataria para ficar com ela sozinho
por alguns minutos, apenas para perguntar a ela sobre o que ela estava
pensando para que os seus olhos brilhassem do jeito que eles faziam.
- Ainda assim, cara! Ela é como uma estrela de cinema quente!
- Se ela é ou não, ela é a filha de Kent. O que ele faria com você se ele
soubesse que você estava falando sobre ela assim?
Tommy ficou preocupado com o pensamento do Presidente do MC
descobrir o que ele estava dizendo, e Jake não pôde deixar de sorrir
severamente.
- Eu não vou contar, Tommy. - ele prometeu.
Finalmente chegaram à rua onde estava a casa de Jake e seu coração
martelava em seu peito. As luzes vermelhas estavam piscando e havia vários
carros estacionados lá fora. Parecia que todo o maldito bairro estava lá. O
seu filho estava bem?
- Merda, o que aconteceu aqui, Jake? - Disse Tommy. Ele soltou um
assobio baixo enquanto uma ambulância e um carro da polícia aceleraram,
e dois carros da polícia ficaram para trás.
- Você é o pai dessa família? - Perguntou o primeiro oficial quando os
homens saíram do carro. - Qual o seu nome?
- Se você não se importa, é apenas Jake fudido Desmond, tudo bem?!
Vice-Presidente dos Pythons. Ou você não ouviu? E ele realmente gostaria
de ver se o seu filho está bem. - disse Tommy, aproximando-se um pouco do
oficial.
- Cavalheiros, isso será suficiente. - disse o segundo oficial, entre
Tommy e o policial. - Houve um pequeno problema aqui e parece que, na
maioria das circunstâncias, negligência como essa pode levar a problemas
sérios. Estas crianças são muito jovens, você sabe. Nós simplesmente não
queremos que nada aconteça com eles.
Jake sentiu-se doente. Se sua esposa ainda estivesse viva, nada disso
estaria acontecendo. Ou talvez se suas horas no MC não fossem tão
exigentes e imprevisíveis. De qualquer forma, algo tinha que mudar. Ele
sabia disso á algum tempo. Mas o que?
- Eu entendo oficial e obrigado pela preocupação. - disse Jake,
reunindo o máximo de calma possível. Ele odiava os policiais do condado de
Henderson, mas ele estava agradecido por alguém ter conseguido estar lá
para consolar seus filhos até chegar. - Onde está Mary?
- Ela está na ambulância com seu irmão. Ambos ficaram muito
entusiasmados com o passeio. Um dos paramédicos está cuidando dela.
- Obrigado. - Gritou Jake. - Eu gostaria de ir ao hospital agora.
- Tudo bem. - disse o oficial, enfiando o caderno no bolso. - Mas eu só
quero que você saiba que se fosse outra pessoa, você teria algumas
acusações imprudentes de perigo em suas mãos. Nós vamos deixar você
com um aviso. Vá estar com seus filhos. E contrate uma babá ou algo da
próxima vez, tudo bem?
Jake ficou nervoso, mas não podia dizer nada. O oficial não estava
errado. Ele estava sendo um pai ruim. Ele precisaria conversar com o chefe
sobre isso. Ele acenou com a cabeça para o oficial e Tommy levou-o pelo
braço de volta para o carro. Ninguém no MC poderia suportar os policiais
bem-sucedidos aqui, mas era ainda pior quando eles tinham um ponto. Jake
e Tommy foram para o hospital e Jake olhou pela janela de maneira escura.
Algo tinha que resultar. Ele só tinha que descobrir o que.
- Michelle, preciso que você nos traga um café.
Kent, o Presidente dos Python MC e o pai de Michelle, empurrou a
cabeça para fora de seu escritório para olhar severamente em seus olhos.
- Tudo bem. - Michelle suspirou.
Podem pensar que ser a filha do Presidente do MC é uma posição, mas
a realidade era que odiava esperar os motociclistas sempre. Ela não podia
ver-se a si mesma desfrutando a companhia de homens tão brutais, e isso a
deixava miserável por se sentir obrigada a servi-los apenas porque era a filha
do Presidente.
Ela sentiu-se presa lá e desejava coisas melhores, como uma educação
universitária e um namorado inteligente e sofisticado. Mas seu pai sempre
teve uma maneira de afastar seus sonhos e fazê-la aceitar as suas demandas.
Ela não podia deixar de fazer o que ele pedia, porque ela o amava
profundamente. Lidar com o MC era a única maneira de passar algum tempo
com ele.
Fora do MC, seu pai nunca teve tempo para ela. Quando ele fez, era
só para pedir a ela que fizesse coisas por ele. Mas ela tinha quase 22 anos.
Não era hora de abrir seu próprio caminho? O que ela faria pelo resto de sua
vida? Servir café e cerveja para motociclistas irritados?
Michelle pegou algumas xícaras e colocou-as numa bandeja com uma
cafeteira completa. Ela não sabia quantas pessoas estavam no escritório
desta vez. Seu pai era um homem muito popular.
- É só que meus filhos precisam de alguém lá com eles e nem sempre
consigo encontrar alguém com um aviso tão curto.
Michelle parou em suas trilhas. Ela conhecia essa voz em qualquer
lugar. Era Jacob Desmond, o segundo no comando do seu pai. Ele tinha
andado por aí desde que era criança. Ela lembrou-se de ter gostado dele pela
primeira vez que o viu, mas perdeu o interesse depois de ver seu
temperamento em sua cabeça feia. Jake era um homem assustador - o
epítome de tudo o que odiava sobre o MC.
Para piorar as coisas, ela estava bastante certa de que ele estava
envolvido em um forte esquema de drogas. Todos juraram que Jake não teve
nada a ver com isso, mas a esposa de Jake sofreu uma overdose de heroína
e morreu apenas alguns anos atrás. Isso tinha destruido Jake, você poderia
dizer pelos seus olhos, mas ele ainda era tão turbulento como sempre. Mas
agora ele vinha e ia, e o pai de Michelle muitas vezes se queixava de como
Jake não era confiável. No entanto, fazia sentido para Michelle, se Jake fosse
um viciado em heroína como a esposa dele.
- Aqui está o seu café. - Michelle disse alto antes de entrar na sala. Ela
fechou os olhos em Jake e piscou. Nunca tinha feito nada para fingir simpatia
pelos os homens do MC. Eles simplesmente tomaram isso como um jogo.
Ele manteve o olhar por um momento, o poder cruzando entre eles.
- Obrigado, docinho. - disse seu pai. –Se importa de derramar um
pouco em nossos copos?
- Eu não posso continuar trabalhando assim. - Jake continuou como se
Michelle não estivesse lá. - Não é bom para meus filhos, e não é bom para o
MC. Preciso descobrir algo. Ou me dê horas estáveis, ou eu não sei. Não
consigo continuar fazendo isso.
Kent ficou quieto por um momento. - Eu tenho uma ideia.
Michelle olhou para o pai e sentou a jarra de café. Não havia como ele
simplesmente deixaria Jake tirar mais tempo do MC. Estava mais
movimentado do que tinha estado durante todo o ano e seu pai tinha muitos
planos por ali.
- Bem, inferno. - exclamou Jake. - Estou aberto a todas as sugestões.
Mas não posso mais trabalhar com meus filhos. JJ quebrou seu fodido
cotovelo ontem porque você me fez correr atrás daquele saco de erva que
os Raptors roubaram. Meus filhos ainda são apenas crianças, merda você
sabe. Não posso deixar que nada assim aconteça novamente.
Foi surpreendente para Michelle ouvir Jake falar com tanta fervor
sobre seus filhos. Ele nunca mencionou eles - pelo menos, não quando
estava por perto. Que tipo de motociclista gostava de manter uma foto de
seus filhos em sua carteira? Não era o tipo que seu pai empregava, com
certeza. A emoção o deixa fraco.
- Não, acho que tenho a solução perfeita para você. E se nós
conseguíssemos que uma ama viva em sua casa. Ou alguém do MC que sabia
exatamente o que estava acontecendo e quando sair para que seus filhos
não estejam sozinhos novamente.
- Como nós podemos organizar isso?- Jake resmungou. - Você acha
que eu quero um bando de motociclistas atrevidos olhando pelos meus
filhos? Mesmo?
- Bem, e se não fosse um motociclista alegre? E se fosse Michelle?
- O que? - Exclamou Michelle. - O que faz você pensar que eu seria boa
com crianças?
- Oh, por favor, querida. Eu vi você com seus primos. Você é natural.
Você estaria disposta a ajudar Jake aqui, não é? O que você pensa Jake? Você
confia seus filhos com a minha filha?
Jake ficou calado por um momento, olhando fixamente para a
cafeteira na frente de Michelle. Sentiu que o calor subia para suas
bochechas. Ela não podia imaginar-se na casa desse homem, e muito menos
perto de seus filhos. Que diabos pensava seu pai?
- Eu não vou forçá-la a fazer algo que você não quer fazer. - disse Jake,
sem responder se ele confia ou não em Michelle. Foi um alívio ouvir ele dizer
isso, mas não fez a situação melhorar. Ela sabia que seu pai continuaria
pressionando-a até que ela cedesse. Se ela o desafiasse, não seria jeito de o
fazer ajuda-la a pagar pela faculdade. Se ela tentasse sair sozinha, ele
simplesmente enviaria seus homens para trazê-la de volta. Ela parecia como
uma prisioneira.
- Não. - Michelle disse com cuidado. Ela tinha que se ver em torno de
seu pai. Ele não se tornou Presidente do MC sem motivo. Ele poderia ser
incrivelmente cruel. - Eu acho que podemos experimentar. Não posso fazer
um trabalho pior do que Janie quando ela estava alta.
O rosto de Jake piscou e Michelle apertou a boca. Não importava quão
frustrante fosse sua situação, ela não deveria ter deixado sua cadela interna
sair. Especialmente mencionando a falecida esposa de Jake. Era um ponto
dolorido, não apenas para Jake, mas para todo o MC. Eles tentaram não se
envolver no comércio de heroína, a menos que os tempos fossem apertados,
e Janie os traiu indo atrás de suas costas e lidar com os Raptors. Foi um erro
que a matou e quase fez Jake perder seu cargo de Vice-Presidente. No que
diz respeito a Michelle, seu pai deveria ter se livrado de Jake quando ele teve
a chance.
- Desculpe. - murmurou Michelle.
- Não, você está certa. - disse Jake, irritado. - Eu tenho certeza que
você fará um trabalho melhor.
- Talvez. Se nada mais podemos passar o dia inteiro no parque, certo?
- Disse Michelle, recuando com o pensamento de compartilhar o espaço
pessoal de Jake. Embora ele parecia bem preparado para um motociclista,
isso não era indício de como seria sua casa.
Esperava que ele não comece a esperar que ela aja como uma
governanta enquanto mantinha um olho em seus filhos também.
- Eu acho que essa é uma ótima idéia. Obrigado querida. Então está
resolvido? - Jake olhou para Kent, com os olhos brilhando. Ele assentiu, mas
não disse nada. - Tudo bem. Eu direi a Michelle para dirigir-se ao seu lugar
antes mesmo de ligar para você. Tudo bem? Depois, não haverá tempo
algum que seus filhos sejam deixados sozinhos. Podemos esperar ter muito
menos ossos quebrados dessa forma. Ok?
Michelle pensou que seu pai ia apertar as mãos com Jake, mas Kent
levantou as sobrancelhas para ela de forma significativa. Jake ofereceu sua
mão, e Michelle ficou surpresa com a carga elétrica dos dedos fortes de Jake
segurando sua mão. Ela afastou sua mão rapidamente depois de uma única
sacudida, e se virou. Ela podia sentir os olhos dos homens nela quando ela
saiu da sala. Ela suspirou interiormente. Isso seria interessante.
- Sim?
Jake agarrou o telefone, observando Mary, que estava
cuidadosamente derramando uma tigela de cereais.
- Nós precisamos de você nas docas. Código Azul.
- Agora? - Jake perguntou, tentando esconder sua irritação ao som da
voz de Kent. Tanto quanto ele amava seu trabalho, havia dias que ele
simplesmente queria que ele pudesse ficar em casa com seus filhos. Como
hoje.
- Sim agora! Michelle deve estar ai a qualquer momento.
- Tudo bem. - disse Jake, desligando o telefone.
- Ah, não! - Mary exclamou.
Jake se virou para ver o rosto de Mary vermelho, e uma poça de leite
derramando todo o balcão e pingando no chão. Ela encontrou timidamente
os olhos de Jake, seus grandes olhos azuis tão sinceros quanto o dia em que
nasceu e enchendo-se de lágrimas.
- Desculpe, papai!
- Tudo bem, querida. - disse Jake, levantando-a do banquinho em que
ela estava o encarando. - Vamos limpar isso.
A campainha tocou repentinamente e Jake amaldiçoou em voz baixa.
Ele correu para abri-la e cumprimentou Michelle, que estava de pé em frente
á porta.
- Oi, você pode me dar um minuto? Tivemos um pequeno acidente e...
- Eu derramei o leite! - Mary lamentou, lágrimas escorrendo pelo
rosto.
- Eu lhe disse que está tudo bem, querida. - disse Jake, ansioso. Um
código azul era urgente. Se alguma coisa acontecesse porque ele não estava
no caminho mais rápido, ele poderia perder sua classificação no MC. Tinha
sido difícil manter isso depois do que aconteceu com sua esposa.
- Você derramou o leite? - Perguntou Michelle, seu rosto serio, mas
sua voz suave e calmante.
O lábio de Mary estremeceu e ela assentiu, segurando o olhar de
Michelle.
- Bem, eu sei um segredo para limpar rápidamente, você quer ver?
Mary assentiu ansiosamente e aproximou-se de Michelle.
Jake ficou chocado quando Michelle levantou sua filha e se dirigiu para
a cozinha, acalmando-a gentilmente.
- Você se importa se eu te ensinar meu truque enquanto seu pai vai
trabalhar?
- Não! Tchau, papai!
- Tchau. - disse Jake, sentindo uma mistura de alívio e ciúme quando
Michelle facilmente ganhou seu caminho para o coração de Mary. Mary
sempre foi uma garota de papai. Ela nunca tinha ido com outras pessoas
quando era bebê e raramente o fazia mesmo agora. O fato de ter aceitado
tão rapidamente Michelle era francamente bizarro.
Mas ele teria que pensar mais sobre isso mais tarde. Seu trabalho era
chegar às docas o mais rápido que podia. Um grupo de Raptors tinha sido
descoberto, e se a mercadoria e seus companheiros precisavam ficar
seguros, eles precisariam de apoio.
- Até mais tarde JJ! - Jake gritou as escadas. – Lembra-se de eu ter
falado sobre Michelle? Ela está aqui agora se precisar de alguma coisa.
- Ok! - JJ gritou de volta. - Tchau!
O cotovelo de seu filho estava em um gesso agora, então havia sido
muito difícil para ele nos últimos dias. Jake só podia imaginar o que sentia
ter a independência tirada de você. Ele tinha sido baleado no ombro antes,
então ele tinha alguma idéia, mas para um garoto tão enérgico e curioso
quanto JJ, parecia que seria uma pena de prisão. Ele tinha sido
temperamental e irritável, mas Jake não podia culpá-lo. Quem não estava
quando estavam com dor?
Era estranho pensar que ele não teve que lutar para conseguir alguém
para tomar conta dos seus filhos, e Jake montou sua motocicleta,
arrancando da garagem em direção às docas. Talvez esse acordo estivesse
funcionando bem depois de tudo.
***
***
***
Foi um alívio para Jake finalmente ver sua casinha à distância. Ele
estava sangrando muito e a camisa que ele amarrava em torno de seu torso
não tinha sido suficientemente apertada para evitar que ele se afastasse da
perda de sangue. Ele não seria bem-vindo no hospital - eles tinham uma
política de afastar feridas relacionadas a gangues e vítimas de crimes que os
clubes de motos eram responsáveis. Ele só teria que se curar sozinho.
Ele praticamente caiu de sua bicicleta tentando desmontá-la e
cambaleou para a porta, amaldiçoando quando percebeu que estava
trancada. As mãos de Jake tremiam enquanto tentava tirar as chaves do
bolso. Eles estavam pegajosos com o sangue, e ele teve dificuldade em
colocá-los na fechadura corretamente.
- Jake! - Michelle exclamou, seus lindos olhos arregalados de choque.
- O que diabos aconteceu com você?
- Oh, não muito. - disse Jake, procurando por seus filhos. - Acabei de
ser esfaqueado. - O rosto de Michelle clareou e ela correu para a frente,
apoiando os ombros de Jake enquanto levantava sua camisa para mostrar a
ela. Um suspiro suave escapou de seus lábios e ela tocou cautelosamente a
área ao redor da facada.
- Siga-me. - disse ela, franzindo os lábios. - Eu vi pior. Eu posso ajudá-
lo. - Jake ficou surpreso, mas ele provavelmente não deveria ter estado.
Kent manteve sua filha em torno de todos os tipos de violência.
Parecia que ela cuidou de alguns motociclistas malvados que ficaram feridos.
Que maneira de viver.
- Sente-se. - Jake obedeceu, desfrutando secretamente da visão de
Michelle assumindo o controle.
Ela sabia exatamente o que fazer e começou a pesquisar seus
gabinetes de medicamentos. Felizmente, eles estavam totalmente
abastecidos. Não só ele sempre estava preocupado em se machucar no
trabalho, mas ele tinha seus filhos para cuidar. Uma vez que JJ nasceu, ele
tomou grandes esforços para se certificar de que ele teria o maior número
de suprimentos médicos possível.
Ter uma outra vida a cuidar tornou-o um pouco paranóico de certa
forma, e queria ter certeza de que sempre foi capaz de oferecer o melhor
para seus filhos, em situações boas e em más.
- Jesus, é como um estação de enfermagem aqui - disse Michelle,
segurando um monte de suprimentos e agachando-se ao lado de Jake. - Tire
sua camisa. - Jake levantou a sobrancelha e Michelle revirou os olhos. – É
sério? Você está sangrando até a morte e você está me dando esse olhar? -
Jake encolheu os ombros, incapaz de esconder sua diversão e ficou quieto
enquanto Michelle trabalhava nele.
Ele sussurrou com dor quando pressionou a ferida, mas ela chamou a
atenção e sorriu tranquilizantemente. A visão de seu rosto era suficiente
para acalmar seus nervos e ele se achava desejando que ele pudesse mantê-
la ao seu lado assim indefinidamente. Mas não, isso estava errado.
Ela era apenas uma criança. E não só isso, mas ela era a filha do
Presidente. Isso significava problemas. Ele não conseguia se deixar levar por
esse tipo de besteira. Ainda assim, com o corpo tão próximo dele, Jake foi
levado a distração. Seus cabelos longos e escuros ocasionalmente
esbarravam contra seu peito.
Se ele não estivesse com muita dor, isso o teria dificultado. Claro, isso
não ajudou com que ela estivesse tão perto, ele conseguiu cheirar
perfeitamente seu perfume - um leve e modesto aroma que levou a deixá-
lo louco. Entre o limite baixo, ele estava lutando contra a ferida do punhal e
a irresistível proximidade de seu corpo, Jake estava com dificuldade em
morder sua língua.
Se ela não terminasse de enfaixa-lo em breve, ele não poderia ser
responsabilizado pelo que aconteceu depois.
- Pronto. - Michelle disse, sua voz suave e bonita como um bálsamo
sobre suas feridas. - Isso deve dar. - Graças ao Cristo misericordioso.
Jake levantou-se abruptamente e gemeu com dor. Pequenos flashes
de luz começaram a borbulhar em frente a seus olhos e ele se recostou
pesadamente, nauseado e tonto.
- Calma! - Exclamou Michelle. - Você não é invencível, tanto quanto o
motoqueiro gosta de pensar que você é. Faça um favor e basta descansar
um minuto. - Michelle desapareceu do banheiro por alguns momentos,
deixando Jake em paz enquanto contemplava a gravidade de suas feridas.
Se ele morresse, quem cuidaria de seus filhos? Ele tinha vontade de
viver - seria irresponsável não ter em sua linha de trabalho - mas ele não
havia atualizado seus papeis, pois sua esposa havia morrido. A pessoa que
ele escolheu como guardiã era a irmã de Janie, mas provavelmente não
poderia confiar mais do que Janie poderia.
Os dois faziam tudo juntos, afinal. Se ele sobreviveu a isso, ele teria
que fazer uma mudança em sua vontade pronto.
- Beba isso. - A voz gentil de Michelle estalou-o de seus pensamentos
e sem pensar duas vezes, ele olhou com alegria nos olhos dela.
- Se alguma coisa acontecer comigo, cuide dos meus filhos. - ele disse.
Michelle parecia assustada, e ele imediatamente se arrependeu de deixar as
palavras escorregarem de sua boca. - Me desculpe - ele murmurou. - Eu
não estou me sentindo muito bem. Você não...
- Tudo bem. - disse Michelle, sentada ao lado dele. - Eu vou fazer o
que posso. - Ela colocou o braço em torno dos ombros de Jake e ficou de pé,
ajudando-o a se levantar. - Você precisa descansar, está bem? Vamos levá-
lo para a cama. - Jake assentiu impotentemente enquanto Michelle o guiava
para o quarto dele.
Ela era incrível. Seu coração pulou dolorosamente em seu peito
quando seus olhos claros e hipnotizantes se prenderam nos dele e ela sorriu
docemente para ele. Ela o ajudou a subir em sua cama e hesitou.
- Eu acho que vou passar a noite aqui apenas para ter certeza de que
você está bem. Se alguma coisa acontecesse, eu não me perdoaria. - Jake viu
Michelle sair do quarto, olhando por cima do ombro para verificá-la uma
última vez. Ela fechou a porta atrás de si e ele sabia, além da sombra de uma
dúvida, que ele queria que ela fosse dele.
Michelle sentou-se firmemente no sofá, olhando para o escuro
corredor que levava ao quarto de Jake. Ela sabia que Jake estava cansado
demais para lutar, e olha o que aconteceu! Os estúpidos machos alfa do MC
não pareciam perceber que tinham limitações humanas. Se alguma coisa
acontecesse com Jake, o que ela daria a seus filhos? Seu pai estava ocupado
ultimamente. Ela pediria desculpas pelo fato de seu pai praticamente ter
matado o deles? Eles nunca seriam capazes de entender. E a perda seria
devastadora. Eles seriam órfãos.
Se alguma coisa acontecer comigo, cuide dos meus filhos.
Michelle estremeceu com a lembrança da expressão dolorida de Jake,
o puro amor que ele tinha por seus filhos. Eles eram tudo para ele. Ela nunca
viu um homem que era tão amoroso e atencioso com uma criança antes. Ela
não tinha pensado que era possível que um motociclista tão bruto tivesse
qualquer tipo de coração. Na verdade, ela o colocou como um homem
particularmente cruel, na maioria das vezes.
E, no entanto, ele continuou a surpreendê-la. Primeiro pela sensação
pura e despreocupada de que ele ainda parecia ter por sua esposa e agora
como ele estava com seus filhos. O pai de Michelle teria morrido antes de
mostrar-lhe esse tipo de carinho. Sua mãe morreu quando era jovem, muito
jovem para lembrar, e acabou por apenas ser Michelle e seu pai. Ou mais,
seu pai e o MC, onde ela foi forçada a encontrar um lugar ou a sofrer a não
ver o pai por semanas ás vezes.
O que deve ser ter um homem como Jake em sua vida, ser jovem e
assustado e desamparado? Ele parecia tão capaz, tão forte e feroz. Era certo
para ser uma coisa reconfortante para uma criança pequena. E ele era tão
bonito...
Michelle sacudiu o pensamento e suspirou. Não havia nenhuma razão
para ela pensar assim. Então um motociclista passou a ser um bom pai.
Coisas estranhas haviam acontecido. Ela simplesmente o via durante a noite
e voltava para sua vida como se nada acontecesse.
- Porra!
A voz de Jake de repente ecoou pelo corredor, fazendo o coração de
Michelle martelar no peito. Ela se afastou do sofá e correu pelo corredor,
meio convencida de que encontraria Jake se afogando em um bando de
sangue.
- Jake, você está...
Michelle atravessou a porta e parou de repente, com um calor
subindo em suas bochechas. Jake estava parado no meio do chão do quarto
em seus boxers, tentando atravessar o pantalón de seu pijama. Ele olhou
para ela, envergonhado, antes de relaxar o olhar.
- Desculpe, não estou acostumado com os visitantes quando estou em
minha roupa interior. - disse ele, e então hesitou. - Ok, isso não é verdade.
Quando você tem filhos eles tendem a aparecer quando eles sentem isso.
- Você está bem? - Michelle perguntou, tentando manter sua voz
uniforme e seus olhos acima do umbigo de Jake. Os boxers estavam
apertados e a visão repentina da protuberância da masculinidade de Jake
tinha sido eletrizante. Ela ainda não tinha certeza do que fazer com ela
mesma, embora seus instintos fossem divididos entre fugir e caminhar mais
perto dele.
- Sim. - disse Jake. - Desculpe alarmá-la. Eu simplesmente não queria
dormir naqueles malditos jeans sujos, você sabe... é desconfortável o
suficiente usá-los o dia todo. Também não os preciso na minha cama.
Michelle ficou surpresa de que um homem como Jake considerasse
que as roupas estavam sujas ou não. Aparentemente, havia muito sobre ele
que não sabia. Mas estava começando a querer descobrir.
- Bem, você precisa de alguma ajuda? - Perguntou relutantemente.
- Obrigado, mas não. - disse Jake, tentando se inclinar para pegar a
cintura de suas calças de pijama. Ele sussurrou com dor e Michelle correu
para o seu lado, seus pensamentos já não estavam mais perto da tensão
sexual alarmante que ela estava começando a experimentar.
- Aqui, eu vou apoiá-lo. - ela disse calmamente, segurando os ombros
de Jake para que ele pudesse relaxar contra ela e chegar ao chão.
- Obrigado. - ele disse calmamente, sua voz tão perto de sua orelha
que ela podia sentir sua respiração quente contra sua pele. Ela deu o arrepio
e ela fechou os olhos, tentando lutar contra o estranho calor que estava
começando a atravessar por ela.
- Claro. - disse Michelle, limpando a garganta. - Você está bem agora?
Que tal você relaxar uma vez na sua vida e descansar um pouco?
- Sim, não há problema doutora. - disse Jake com uma piscadela. -
Obrigado. Boa noite.
Michelle hesitou antes de ir para a porta. Por algum motivo, ela estava
relutante em deixar seu lado. Foi porque ela estava preocupada com ele ou
era outra coisa?
Mas ela nem sequer podia começar a tentar ordenar a si mesma agora
mesmo. Ela não podia apenas se convidar para sair do quarto de um homem.
Ele era o dobro de sua idade!
- Boa noite. - disse Michelle calmamente. Ela deixou a porta
parcialmente aberta, pelo caso, de ele gritar no meio da noite.
Ela voltou para o sofá e afundou pesadamente sobre ele. As crianças
se perguntariam o que ela ainda estava fazendo lá pela manhã. Mas tudo
acabaria. Enquanto seu pai não pensasse que nada era estranho sobre ela
ficar a noite toda na casa do Vice-Presidente. A suspeita de seu pai era a
última coisa do mundo que ela precisava.
Seria melhor tentar fugir o mais cedo possível para que ele não
soubesse que ela esteve fora a noite toda. Michelle ficou deitada no sofá,
com os olhos pesados com o sono. Era realmente patético, à sua idade, ela
ainda tivesse que se preocupar com o que seu pai pensava.
Talvez algum dia, ela encontraria uma saída dessa bagunça.
Jake passou os próximos dias recuperando-se da ferida de facada. Ele
tinha a sensação de que Michelle tinha alguma coisa a ver com a súbita
parada de ligações do seu chefe, porque ele não havia contado a Kent nada
sobre sua lesão. Michelle, no entanto, havia passado fielmente todos os dias
para cozinhar e limpar a casa e certificar-se de que as crianças ficassem fora
do cabelo de Jake. Foi legal, realmente, e ele se permitiu apreciar a
domesticidade da rotina.
A verdade era que ele não parecia querer ter uma mulher desde que
sua esposa faleceu. Mas com Michelle, parecia que tudo era o que deveria
ser. Talvez fosse porque ele não tinha que se preocupar com seus filhos. Ou
talvez fosse por algum outro motivo. Talvez Michelle o tivesse aberto para a
possiblidade de ultrapassar a morte de sua esposa. Um homem não poderia
sofrer para sempre, afinal. Especialmente não quando uma pequena chama
como Michelle estava cintilando na frente dele, dia após dia.
- Parece que você está começando a se sentir melhor. - disse Michelle,
limpando a mesa e sorrindo para Jake.
- Posso ter mais suco de laranja? - Perguntou Mary.
- Claro, querida. - disse Michelle distraidamente, derramando suco
com uma mão e segurando uma pilha de pratos sujos na outra.
Ela sorriu brilhantemente para Mary e empurrou o suco para a filha
de Jake, que sorriu e exclamou: - Obrigada!
- Sim, eu me sinto melhor. Eu tive sorte. A ferida da facada era rasa e
perdeu qualquer coisa vital. Tenho a sensação de que o filho de um... - Jake
se cortou, lembrando que seus filhos estavam ao alcance do ouvido. Eles
estavam acostumados a ele jurar, mas isso não significava que ele gostasse
que eles pensassem que ele era apenas uma enorme boca de potinho. - Eu
acho que ele estava apenas tentando me machucar. Por que eles queriam
me manter vivo?
- Eu não sei. Talvez estejam planejando algo. - disse Michelle
encolhendo os ombros. - Você sabe como os Raptors podem ser.
- Sim. - disse Jake. Era exatamente isso que ele tinha medo. Os Raptors
sabiam quão fino era o gelo que Jake estava pisando no MC. Seria fácil leva-
lo ao fracasso. Kent não confiava nele por isso poderia ser fácil mover, e isso
significava que não levaria nada por sua suspeita para custar a Jake sua
posição no MC.
- Eu não me preocuparia demais com isso. - disse Michelle. Jake olhou
nos olhos dela e não pôde deixar de relaxar. Havia algo tão sereno sobre a
cor oceânica dos olhos de Michelle, e a maneira doce que ela sorriu. - Eu
tenho certeza que você teve sorte agora. Mas fique de olho. E se você
precisar de algum descanso, basta descansar. Tudo bem?
- Não posso querida. - disse Jake, levantando-se da mesa e esticando.
Ele ainda estava dolorido onde a faca tinha cortado a pele, mas sentiu-se
bem em levantar os braços sobre a cabeça novamente. Ele sempre foi um
de curar rápido. - Eu tenho muito trabalho para fazer. Agora que me sinto
melhor, acho que devo ir visitar o seu pai.
- Para o que você quer vê-lo? - Perguntou Michelle sombriamente. –
Se fosse por ele você seria morto.
- Ele ainda é meu chefe. - disse Jake. - E ouça, talvez não falamos muito
disso á mesa.
Ele olhou significativamente para seus filhos, que estavam mastigando
lentamente e olhando para os adultos com os olhos arregalados. Michelle
pegou o ponto e fechou a boca.
- Certo. - disse ela, indo até a pia para lavar a louça. A sala ficou muito
tranquila, tudo menos o som de água corrente e o clank de pratos, até
Michelle virar-se para as crianças e sorriu. - Eu estava pensando que
poderíamos ir ao cinema hoje, se estiver tudo bem com o seu pai.
As crianças ofegaram e se viraram para Jake com olhos esperançosos.
Eles não estiveram no cinema desde muito antes de sua mãe ter morrido.
Como Jake pode recusá-los? Era fim de semana, afinal.
- É claro que está tudo bem comigo. Quanto você precisa para isso?
- Oh, é meu deleite, Sr. Desmond. - Disse Michelle.
Jake franziu o cenho. A maneira como ela disse seu nome parecia
estranhamente formal. Não é como se ela o dissesse com muita frequencia,
mas depois de todo esse tempo, não seria bom chamá-lo de Jake?
- Ninguém me chama de Sr. Desmond, apenas o banqueiro. - disse
Jake, levantando a sobrancelha para ela. - E eu não posso deixar você fazer
isso com seu próprio dinheiro, embora seja poderoso para você oferecer.
Por que você não leva isso e vai levá-los para comer depois. Os filmes são
muito longos nos dias de hoje.
Jake pescou uma nota de 100 dólares de sua carteira e ofereceu a
Michelle.
- Por favor, não. Eu posso pagar isso. Você está me dando muito mais
do que o suficiente.
- Isso é porque você precisa de algo que é apenas seu. - disse Jake,
olhando-a seriamente. - Se você fosse minha filha, eu deixaria você ter isso.
Michelle olhou para ele, um atrativo rubor rosa que coloria suas
bochechas. Ela desviou o olhar rapidamente.
- Obrigada. - disse ela, avançando e tomando o dinheiro. - Então, o
que vocês querem ir ver?
Jake sorriu para si mesmo enquanto seus filhos conversavam
excitadamente, listando todos os filmes que seus amigos da escola tinham
ido ver. Poderia ser difícil não ter uma mãe ao redor e Jake nunca parecia ter
tempo para fazer nada divertido com as crianças. Eles precisavam desse tipo
de coisa, no entanto. E parecia que Michelle era apenas a pessoa para dar a
sua família exatamente o que eles precisavam, e logo quando eles
precisavam disso.
– Tudo bem. - Jake disse, sorrindo para seus filhos.
Eles se acalmaram e correram para abraçá-lo. Eles sabiam que ele
estava saindo sem ele ter que realmente dizer isso. Foi meio gentil. Mas ele
era pai solteiro agora.
É assim que seria agora. Pelo menos, ele ganhou mais dinheiro
trabalhando com o MC do que nunca em um trabalho regular de nove para
cinco. Isso era uma pequena consolação, certo? Mesmo que as horas fossem
imprevisíveis e perigosas.
- Espero que as coisas estejam bem. - disse Michelle com um
significado silencioso na voz dela.
Jake estava começando a ter a sensação de que as coisas entre
Michelle e seu pai não eram tão ótimas quanto pareciam estar do lado de
fora. Que tipo de homem teria uma filha como Michelle e negligenciaria
cuidar dela? Não pareceu justo. Na verdade, fez o sangue ferver para pensar
sobre isso.
- Obrigado. - disse Jake, sorrindo calorosamente para Michelle. – Irá
correr como tiver que correr.
***
- Jake! Fico feliz em ver que está se sentindo melhor - disse Kent. - Eu
não tinha ouvido muito de você nos últimos dias e eu tenho feito você
trabalhar muito, então eu pensei que eu lhe daria algum tempo livre.
Michelle me contou sobre sua ferida. Como isso está acontecendo? Você
conseguiu evitar infecção?
- Sim, graças a Michelle. Eu não sabia que ela era uma boa enfermeira.
- disse Jake.
- Bem, você não se machucou muitas vezes para que você não faria,
não é? - Kent disse com um sorriso jovial. - Você é bastante sólido. Mas os
verdes do clube ficam bastante familiarizados com ela.
- Tenho certeza de que sim. - disse Jake. Qual era esse sentimento?
Ciúmes? Mas isso era ridículo. Que tipo de pai fez a realização de sua própria
filha soar tão obsceno? Jake só podia rezar para que ele fosse um pai melhor
do que Kent.
- Bem, de qualquer forma, você está trabalhando hoje?
- É para isso que estou aqui. - disse Jake, sorrindo. Tanto quanto ele
amava estar em casa com seus filhos, ele sempre estava com coceira para
sair de casa e se envolver em assuntos de MC. Ele era o vice-presidente,
afinal. O clube era sua paixão.
- Ótimo. - disse Kent. - Há algo que eu preciso de você para fazer que
ninguém mais pode. Eu quero que você vá escondido.
- Escondido? - Jake perguntou levantando uma sobrancelha.
- Você acha que é possível que possamos fazer uma briga entre nós
dois para que você possa ir aos Raptors e se comprometer a se vingar de
mim?
- Vingança? Eu não acho que eles o comprariam, Kent. Não consigo
suportar nenhum deles e todos sabem disso. Eles veriam através de mim.
- Talvez você tenha razão. - Kent disse pensativo. - Bem, nesse caso,
talvez você deva correr às docas e supervisionar algumas das novas crianças.
Ainda não têm o jeito para tudo. Eu acho que você poderia dar-lhes algumas
informações valiosas.
- Isso é um pouco de trabalho leve. - grunhiu Jake. - Você não confia
em mim para fazer algo melhor do que isso?
- Acalme-se. - Disse Kent, levantando uma sobrancelha. - Michelle me
disse que eu preciso tomar tudo com calma até você se sentir melhor. E que
tipo de pai eu seria, se eu não ouvisse minha única filha? Pelo menos de vez
em quando.
Kent bufou e Jake relaxou seus pedaços. Ele precisava relaxar um
pouco. Kent estava apenas tentando procurá-lo. Jake estava apenas sendo
paranóico. Esse tipo de coisa não o levaria muito longe. Toda a tensão sobre
sua esposa realmente estava chegando a ele ultimamente. Kent disse que o
perdoou. Ele só precisaria tentar acreditar nisso e fazer o seu melhor para
trabalhar duro para o MC.
Não só isso, mas aparentemente Michelle estava cuidando dele
quando ele não estava por perto. Jake sentiu-se tão incrivelmente
afortunado de ter ela em sua vida. Ela fazia tudo passar de sombrio e difícil
de quase prazer. Não havia um dia desde que sua esposa faleceu que ele
realmente esperava sair da cama pela manhã. Pelo menos, não até Michelle
começar a vir. Ela era realmente algo.
- Então, como minha filha está trabalhando para você? - Kent
perguntou, quase como se ele pudesse ler a mente de Jake.
- Está indo bem. As crianças a amam. Você tomou uma boa decisão,
chefe. Obrigado.
- Ela está indo e vindo em um táxi. - Kent disse, seus olhos se
endurecendo. - Você estava fazendo isso?
- Sim, eu arranjei isso. Eu pago os taxistas.
- Ah, eu vejo. - Kent disse, relaxando. - Por um momento, eu estava
preocupado que Michelle tivesse outra maneira de ganhar dinheiro. Isso não
seria muito bom, não é?
- Por que não seria? - Perguntou Jake, genuinamente confuso. Se sua
filha mostrasse iniciativa e encontrasse um emprego, ele ficaria orgulhoso
dela.
- Bem, você conhece mulheres jovens. Elas saem e fazem escolhas
ruins. Você tem uma filha, você deve entender.
- Claro. - Jake mentiu. Para ele, soava como se Kent estivesse sendo
um idiota controlador que tinha medo de sua filha mostrar alguma
independência. Ele se sentiu mais poderoso se todos precisassem dele. Isso
provavelmente foi como ele conseguiu chegar ao topo do MC. Implacável,
controlar homens como Kent eram o tipo de caras que começaram a fazer
merda no mundo do crime organizado, certo?
- Eu penso assim. - disse Kent, sorrindo amplamente. - Ela é uma boa
garota. Ela nunca teve namorado.
Esse pensamento surpreendeu Jake. Uma mulher tão bonita como
Michelle nunca namorou? O que a impediu?
Mas quando olhou novamente para o sorriso satisfeito no rosto de
Kent, Jake sabia exatamente o que estava acontecendo lá. Claro que
Michelle tinha namorado. Ela simplesmente não deixara seu pai entrar nos
homens que havia escolhido. E por que ela iria? Ele, obviamente, cagaria por
todo o relacionamento e provavelmente acabaria antes de ter uma chance
de começar. A pobre menina. Se ela fosse dele...
É o quê? Sua filha? Sua amante? Seja como for, ele a trataria melhor.
Isso era um fato.
- Os caras estão indo em cerca de meia hora. Talvez você devesse ir
junto com eles e dar-lhes algumas dicas antes de entrarem e foderem tudo.
Não é uma coisa super importante, mas ainda é importante que as coisas
sejam feitas corretamente.
- Claro. - disse Jake, balançando a cabeça para Kent ao sair. - Obrigado
novamente, porém, por me emprestar a Michelle.
Kent sorriu novamente, outro sorriso arrogante e auto-satisfeito que
fez Jake brilhar de raiva.
Eles estavam falando sobre ela como se ela fosse propriedade, para
ser emprestada sempre que fosse melhor para eles. Ela merecia melhor do
que isso.
Mas, por enquanto, ele teria que brincar. Se Kent tivesse alguma
suspeição sobre o modo como Jake estava começando a se sentir sobre sua
filha, então todo o inferno ia se soltar. E o inferno era exatamente o que Jake
estava tentando escapar agora.
- Vocês querem pipoca? - Perguntou Michelle.
- Sim! - Exclamou JJ. Mary saltou para cima e para baixo, segurando a
perna de Michelle excitada.
- E pop. - Ela chorou.
- Claro. - disse Michelle, rindo. Depois de horas de debate, eles
decidiram ir ver um dos filmes que se baseavam em um show que ela gostava
de ver quando era criança. Todos os três estavam felizes com a escolha, e
eles entraram juntos no teatro escuro, Michelle equilibrando os lanches em
uma mão segurando a mão de Mary com a outra. Ambos seguiram JJ
enquanto ele descia os degraus para encontrar bons assentos.
- Aqui! - JJ gritou.
- Shh! - Alguém na platéia sibilou. O rosto de JJ caiu.
- O filme nem sequer está sendo exibido ainda, idiota! - Michelle
grunhiu na escuridão. Algumas pessoas riram e subiu as escadas depois de
JJ, que tinha um sorriso adorável e torto no rosto.
- Isso foi divertido. - disse ele.
- Isso vai ensiná-los algo. - ela sussurrou para ele, enfiando o ombro
com o punho.
JJ assentiu e eles se instalaram no cinema. Logo, o filme estava rolando
e Michelle estava sentada entre os filhos de Jake, porque ambos queriam
estar ao lado dela.
Mas ela estava tendo dificuldade em se concentrar no filme. Tão difícil
como tentou, era difícil se concentrar. Sua mente continuava retornando aos
momentos íntimos que ela compartilhara com Jake enquanto cuidava de
suas feridas. Seu corpo era inacreditável para um homem que tinha pouco
mais de 40 anos. E a maneira como ele estava com seus filhos era doce,
realmente. Talvez ele não fosse o monstro que ela sempre pensou que ele
era.
Michelle realmente esperava que não, porque estava cada vez mais
claro para ela que Callie só poderia ter tido razão. Jake era incrivelmente
bonito e sua atração por ele havia chegado ao ponto de não poder negar
isso. Mesmo que não quisesse senti-lo, estava lá. Se ela gostasse ou não, Jake
estava constantemente em mente.
Se era porque ela estava em sua casa o tempo todo ou porque ele
realmente valia o espaço em sua mente que ele ocupava, ela ainda tinha que
descobrir. Mas uma coisa era inegável: seu corpo doía por ele no final da
noite depois que ela saiu de sua casa. Sempre que ele olhava para ela ou
dava aquele sorriso doce e amável que ele normalmente reservava para seus
próprios filhos, ela sentiu seu peito apertado e um calor insípido e
provocativo despertava profundamente dentro dela.
Parecia que não havia tempo antes do final do filme. Ela estava
envergonhada ao descobrir que passara o tempo todo quando as luzes
estavam escurecidas fantasiando sobre Jake. Se alguém lhe pedisse para
falar sobre o enredo do filme, ela teria tido problemas.
- Esse foi um bom filme! - Exclamou Mary.
- Sim! - JJ concordou.
- Estou realmente feliz que vocês dois gostaram! - Michelle disse,
sorrindo para eles.
- Isso faz um de nós.
Michelle congelou quando um homem caminhou em direção a eles.
Ela reconheceu a jaqueta do homem imediatamente. Ele era um Raptor.
- O que você quer? - Perguntou Michelle. Ela não chegaria a lugar
algum mostrando seu medo com um homem assim.
- Eu só queria dizer-lhe que você estava sendo bastante grosseira
antes. - disse ele, franzindo o cenho para Michelle. - O garoto não deveria
estar gritando durante o principio de um filme.
- E você não deveria estar gritando com as crianças! Ou assistindo ao
filme de criança como um pervertido, para esse assunto. Este é o único com
um título que você pode ler ou algo assim?
- Oh, é melhor você se conter, garotinha. - o cara disse, seus olhos
escuros piscando com fúria. - Você vai se arrepender disso.
Ele olhou para a multidão no teatro, os punhos apertados. Muitas
pessoas pararam para assistir o confronto, e ela percebeu com a aparência
de alguns dos rostos dos homens que não tinha nada com que se preocupar.
Se ele tentasse atacar, ele seria parado. Além disso, ela poderia segurar-se
bem o suficiente.
- Tchau! - Michelle disse, alegremente. Claramente, esse cara não a
reconheceu como a filha do Presidente do MC mais poderoso na área. O que
foi pelo o melhor. Ela manteve seu medalhão Python escondido sob sua
camisa.
- Foda-se. - ele murmurou, suas costas já se voltando para eles.
- Uau. - JJ respirou, olhando Michelle com os olhos arregalados. - Você
não tem medo de nada, não é?
Michelle sorriu com confiança. - Eu cuido bem de vocês, não se
preocupe.
Mas, por dentro, estava com frio de terror. Se os Raptors a seguissem,
ela teria que ter muito mais cuidado a partir daí. Ela só esperava que o cara
com quem ela tivesse falado não tivesse muito poder no grupo, ou ela estava
fodida. Mesmo com seu pai em um MC, ela teria que ter cuidado.
***
- Papai, você sabia que Michelle é uma durona? - JJ gritou assim que
entrou pela a porta e viu Jake de pé na frente deles.
- Ela é? - Ele perguntou, piscando um olhar curioso para Michelle que
parecia queimar através dela. Ela olhou para o chão e zombou.
- Seu filho exagera. - disse ela.
- Não, meus filhos são anjos perfeitos que nunca esticam a verdade
mesmo um pouquinho. - disse Jake com um brilho no olho. - Então, o que
torna a Michelle durona, JJ?
- Ela enfrentou um cara que gritou comigo no teatro! - Disse JJ. -
Mesmo quando ele surgiu depois, tentamos pegar uma briga!
- Ele tentou arrumar uma briga? - disse Jake, com os olhos crescentes.
Eles ficaram presos em Michelle, e ele conseguiu ler a tensão que sentia do
evento. - Vocês estão bem?
- Sim! Michelle é tão legal! - JJ disse, rindo. - Eu não posso esperar para
contar aos meus amigos. - Jake abriu a boca para protestar, mas JJ já estava
correndo para o andar de cima, balançando a cabeça com descrença.
- Michelle é legal! - Mary repetiu, seguindo o irmão lá em cima.
- O que aconteceu? - O humor desapareceu da voz de Jake e ele
avançou poderosamente para Michelle, raiva emanando dele.
- Eu não sei. Um cara no escuro estava sendo um idiota, então eu
disse para ele calar a boca. Acontece que era um fodido Raptor e agora ele
está com raiva de mim, aparentemente.
- Ele sabe quem você é? - Jake perguntou, sua voz urgente. - Ele a
seguiu?
- Eu não sei se ele me conhece, mas fiquei segura de que ninguém
estava me seguindo quando nos viemos embora. Eu sei uma coisa ou duas
de ser a filha do presidente.
- Bom - disse Jake, caminhando até a janela e espiando com
desconfiança. - Talvez você deva ficar um pouco fora do radar. As tensões
estão realmente altas entre as gangues agora mesmo e eu me sentiria
responsável se alguma coisa acontecesse com você.
- Eu não sou uma menina pequena! - Exclamou Michelle. - E eu
também não me arrependo de enfrentar esse cara. Ele era um idiota total.
Quem grita para uma criancinha?
- Caras instáveis como os Raptors. Ele provavelmente estava drogado
e sentado no cinema para tentar andar no alto. Eles têm território não muito
longe do teatro. Eu esqueci completamente disso. Eu sou tão estúpido! -
Michelle saltou quando Jake golpeou a parede com força, deixando um
profundo recuo dentro dela.
Normalmente, esse tipo de comportamento brutal de homens fortes
fazia com que ela se sentisse irritada, mas, pela primeira vez, enviou calor
pelo seu corpo. Ele estava bravo assim porque se importava com ela.
Ou sobre seus filhos, de qualquer maneira.
Era um erro pensar que ele se importava mais com ela do que isso,
não era?
Era melhor ela manter seus sentimentos estranhos para si mesma. Só
porque ele estava chateado não significava que sua atração por ele fosse
retribuída. Jake provavelmente a viu como nada além de uma criança.
- É realmente minha culpa. - balbuciou Michelle. - Eu não deveria tê-
los levado para o cinema hoje. Ou talvez eu poderia encontrar um mais perto
do MC, onde os nossos caras estão na maior parte do tempo.
- Culpar-se por tudo é um mau hábito. - disse Jake. - Meus filhos vão
crescer sabendo disso. E mesmo que cometeram erros, eles se perdoarão e
farão o possível para corrigi-los. - Michelle enrubesceu. Ele estava
insinuando algo?
- Pelo menos nada aconteceu. Eu posso ficar de olho. Meu pai me
ensinou alguns truques para cuidar de mim mesma.
- De alguma forma eu duvido que ele te ensinou o suficiente - disse
Jake, sombrio. - Venha, cedo, amanhã, ok? Vou dar algumas lições. Dessa
forma, eu saberei que você pode lidar com eles se esses idiotas aparecerem
novamente. Entendido? - O coração de Michelle bateu em seu peito quando
Jake segurou seu olhar.
- Tudo bem - ela disse, o calor que a provocou durante todo o filme
voltou em pleno vigor. No que ela se meteu?
- Bom dia. - disse Michelle, evitando o olhar de Jake.
- Ei. - Jake disse, esfregando os olhos e sorrindo.
Ele acabara de acordar de um cochilo depois de enviar as crianças para
a escola, e ainda não teve a chance de mudar o pijama. Ele deixou Michelle
entrar, sua saudade por ela não filtrada com seu retorno à vigília. Ela lançou
uma olhada em suas calças de pijama e ele sorriu para ela. - Eu tenho certeza
que você gosta dos patinhos. Mary os escolheu para o dia dos pais alguns
anos atrás.
- Eles são muito masculinos. - disse Michelle com uma risada. Mas seu
riso estava tenso. Como ele, ela provavelmente tinha dormido pouco
pensando nas repercussões da altercação na noite anterior. Ele estava feliz
por ter mantido sua palavra e apareceu cedo.
- Eu também pensei isso. - disse Jake. - Venha aqui comigo, você vem?
O cheiro de mofo do porão o atingiu quando ele entrou na cozinha e
abriu a porta, e ele hesitou. - Quer um pouco de café primeiro?
- Definitivamente. - disse Michelle. - Obrigada.
Sentaram-se na mesa da cozinha, tomando café sem falar.
- Normalmente não é silencioso por aqui. - disse Michelle, seus lindos
olhos baixaram em sua caneca de café.
- Nah. - disse Jake, afastando os olhos dela. Ele estava realmente
pedindo problemas aqui.
Eles ficaram calados novamente, mas era um silêncio incomum
confortável. Ambos estavam um pouco cansados, e Jake simplesmente
gostava de sua companhia, se eles estavam falando ou não. A maneira como
seus lábios se abaixaram em torno de seu copo o fez sentir um pouco louco,
então ele teve que manter seus olhos para si mesmo. Que tipo de mulher
poderia parecer tão boa, mesmo quando estava esgotada e bocejando? Sua
esposa não tinha sido abençoada com esse presente.
- Tudo bem. - disse Jake, de pé abruptamente e pousando o copo de
café. - Eu acho que posso funcionar agora. O que você acha?
- Sim. - disse Michelle. - Eu gostaria de fazer algo sobre meu pequeno
problema.
- Bem, você não vai ser capaz de lidar com você mesma em uma luta
da noite para o dia, então certifique-se de que você não fode alguma coisa,
tudo bem? É importante. Eu não dou uma maldição de Deus se os seus
amigos vão telefonar para você sobre o baile de formatura e cachorros e
meninos - pratique todos os dias! E se você alguma vez tiver alguma dúvida
ou quiser esbarrar, apenas me diga e deixarei tudo pronto.
Michelle sorriu timidamente para o chão e Jake virou-se, alarmado
com o constante aumento de desejo que estava construindo nele. Talvez dar
a Michelle uma lição de autodefesa tenha sido uma má idéia.
Quando ele se virou para encará-la novamente, ele começou. Ela
estava puxando sua camisa e seus olhos permaneciam colados nas curvas de
seu corpo quando ela puxou sua camisa sobre sua cabeça para revelar uma
camisola branca. Sim, isso definitivamente foi uma má idéia. Isso, ou muito
boa ideia.
- O quê? - Perguntou Michelle, soltando a cabeça da camisa e
colocando-a nos degraus. O que Jake poderia dizer? Ela estava deixando-o
louco.
- Nada. O que você conhece sobre Krav Maga? - Ele disse. Ele não
podia dar muito atenção á atração que sentia. Não com uma menina tão
nova. Ele não era senão um velho sujo.
- Não muito. - admitiu Michelle.
- Certo. - disse Jake. - Bem, se eu vier para você e colocar minhas mãos
assim, o que você faria?
Jake veio em direção a Michelle, tentando ignorar o fogo em sua
virilha enquanto tocava sua pele suave e sedosa pela primeira vez. Michelle
fechou os olhos e ofegou ligeiramente, com prazer ou surpresa Jake não
conseguiu dizer. Não ajudou sua situação.
- Eu não sei. - ela respirou. Jake estava perto de seu rosto, seus corpos
criando uma carga que ele não podia ignorar. Seria tão fácil simplesmente
mergulhar e provar a doçura de seus lábios.
Mas Michelle abriu os olhos e olhou para ele, sem se esforçar contra
seu leve aperto em seu pescoço. De repente, ele sentiu que ela viu sua luta
para se segurar. A necessidade em seus olhos deve ter sido muito aparente.
Suas bochechas estavam coradas agora e ela o deteve firmemente. Essa
garota tinha coragem, com certeza. Ela sabia o quão excitante era?
- Eu realmente não sinto pena por machucar você. - disse ela.
A idéia de que Michelle poderia machucá-lo fez Jake rir alto. - Você
acha que poderia se você sentisse isso?
- Claro. - ela disse, olhando para ele de maneira uniforme. - Eu poderia
dizer-lhe que você é muito velho para mim. Que isso nunca poderia
funcionar.
Merda. Jake tentou se burlar, mas pegou o jogo. Ele se encolheu, de
repente se sentindo realmente envergonhado. Ele tinha sido pego com a
mão no frasco de bolachas, e seu profundo desejo de colocar aquele biscoito
proibido em sua boca tinha sido o fim dele.
- Mas… - disse Michelle, colocando a mão em seu ombro, suas
bochechas ainda coradas. Ela parecia nervosa, mas o olhar em seus olhos
era sério e mais seguro do que qualquer coisa que ele já havia visto. Esta
menina era do tipo com convicção. - Eu disse que não sinto sofrer como
você.
Michelle olhou para ele de forma significativa e uma força
aparentemente magnética fechou o espaço entre seus corpos. De repente,
seus seios foram pressionados contra ele e seus lábios mergulharam para
prová-la, brevemente, timidamente, antes de devorá-la com toda a paixão
que ele estava tentando reter.
O corpo de Jake foi eletrizado quando Michelle agarrou seus braços
fortes e se afastou dele, ofegante.
- Isso é errado, certo? - Ela sussurrou, seu rosto bonito, contorcido
com uma luta interior, que ele conhecia muito bem.
- Definitivamente. - disse Jake. Ele agarrou Michelle pela cintura e
puxou-a para perto dele novamente, e ela gemeu suavemente enquanto
seus lábios roçavam a sua nuca. O desejo percorreu seu corpo e ele podia
sentir o sangue apressado em seu pênis, fazendo-o de repente e
urgentemente duro. Não havia como parar agora.
Michelle fechou os olhos em êxtase quando Jake plantou beijos para
cima e para baixo em sua nuca. Seu corpo tremia involuntariamente
enquanto suas mãos fortes a acariciavam, enviando emoções profundas em
todo seu corpo. Ela podia sentir o forte montículo de sua masculinidade
pressionado urgentemente contra sua coxa, e ela suspirou com prazer, com
cuidado, ele começou a empurrar suas calças de pijama.
Quando ele puxou a camisa, Michelle permitiu-se pegar seu corpo
deslumbrante, chocado por ter sido capaz de resistir suas tentações por
tanto tempo. Ela passou a mão por seu amplo peito e Jake sorriu para ela.
- Você não é uma virgem, é?
O calor encheu o rosto de Michelle e ela balançou ligeiramente a
cabeça. - Eu tive um namorado em segredo alguns anos atrás, mas nós só...
só aconteceu uma vez. Ele não era o certo para mim?
Jake assentiu. - Eu pensei em algo assim. Vamos. Papai vai mostrar-lhe
como fazê-lo direito.
Calor inundou o corpo de Michelle enquanto Jake a levantou pela
cintura e a levava até a escada do porão. Ela ficou chocada com o quão forte
ele era, mesmo depois de sofrer recentemente uma ferida de uma facada.
Por que ela sempre pensou tão pouco dos motociclistas no MC? Jake estava
se tornando um cavalheiro incrível. Era realmente chocante. Quem teria
adivinhado que uma multidão tão áspera poderia ter homens tão cortês
escondidos debaixo de todos os músculos e palavrões?
Os olhos de Jake brilharam sobre ela e ela estremeceu.
- Você está bem?- Ele perguntou, chutando a porta do quarto aberta.
Michelle assentiu.
- Eu nunca pensei que isso fosse acontecer. - admitiu ela. Jake soltou
uma pequena risada.
- Que faz de nós dois. Você acha que devemos parar?
Michelle ergueu uma sobrancelha para ele e ele riu profundamente.
- Eu também não. - disse ele, deitando-a na cama e subindo pelo seu
corpo. Ele a desnudou com cuidado, acariciando e beijando cada centímetro
de pele que ele revelou enquanto tirava a roupa. Ela gritou suavemente
quando uma sacudida de fogo envolveu seu corpo quando seus lábios
encontraram o suave montículo de seu mamilo e puxaram-no suavemente.
Ele parecia gostar da maneira como ela respondeu, porque ele
continuou a lamber lentamente, enchendo-a de um fogo que só poderia ser
atendida com uma coisa. Como se ele pudesse sentir exatamente o que
queria, ele gentilmente a tirou a sua roupa da cintura para baixo sem mover
seus lábios. Michelle tremia debaixo dele enquanto suas mãos fortes
roçavam seu meio e descansavam por um momento, levando o fogo dentro
dela.
- Você está bem, querida?- Perguntou Jake. Ele parecia divertido com
a resposta do seu corpo ao seu toque, e parecia interessado em levar tudo
o tempo que pudesse, mesmo que fosse claro pelo sentimento de sua
ereção maciça que ele estava tão ansioso para provar a fruta proibida como
ela estava.
Michelle assentiu. - Eu... não me sentia assim na primeira vez.
Jake sorriu. - Isso é porque você está com um homem de verdade
agora. E o papai aqui vai te ensinar como se mover.
Todos os pensamentos saíram de sua cabeça quando o corpo de
Michelle foi de repente superado pela sensação do pênis de Jake
pressionado suavemente contra o meio dela, massageando sua área mais
sensível até que as ondas de prazer estivessem batendo ao redor dela. Essas
ondas rapidamente se transformaram em um tsunami quando Jake
começou a penetrar seu corpo, empurrando firmemente para que a dureza
de sua cabeça estivesse mergulhando dentro dela.
Michelle gemeu profundamente pelo sentimento de ser
agradavelmente rasgada pela metade, e o rosto bonito de Jake pairava acima
dela. Seus olhos estavam brilhando, e ele começou a girar seus quadris acima
dela e empurrar mais e mais fundo para dentro, lentamente, de forma
constante, segurando todo seu poder apenas para se certificar de que estava
confortável. Ele estava tratando ela como se fosse a espécie de uma
princesa, ela percebeu de repente. Como ela sempre viu outras meninas
sendo tratadas, seja por seus pais ou por seus namorados. Michelle nunca
tinha sido tratada como algo precioso. Apenas algo útil. Isso quase a levou
às lágrimas.
Mas antes que ela pudesse ficar muito pensativa, Jake enterrou a boca
contra o seu pescoço e começou a beija-la. Ela se contorceu debaixo dele
enquanto o prazer a encheu até o ponto de explodir. Ele parecia ser capaz
de dizer exatamente o que estava sentindo, porque ele olhou para ela e
sorriu antes de finalmente mergulhar por dentro dela pela a primeira vez.
Michelle gritou enquanto seu corpo tremia de prazer, engolfado por
um incêndio que só se tornava mais quente com cada impulso dos
poderosos quadris de Jake. Ela segurou seus ombros com força, agarrando-
os até que suas unhas pressionassem sua pele. Em vez de machucá-lo,
pareceu inflamar o desejo de Jake e ele acumulou seu jogo, vagando e
acariciando seu corpo e enviando arrepios sensuais de prazer correndo por
ela.
Com cada impulso, ela se aproximou cada vez mais de um sentimento
enorme e poderoso que estava crescendo, borbulhando profundamente em
seu abdômen. Ela já experimentou um pequeno orgasmo rápido, apenas
uma vez, e não era nada como o que ela estava sentindo agora. Jake
realmente ia ensinar-lhe algumas coisas sobre seu corpo que ela não
conhecia antes. E ela estava mais do que preparada para isso.
Jake grunhiu de prazer quando o orgasmo de Michelle começou a
entrar em erupção, e seu corpo começou a espremer seu pênis e se contraiu
poderosamente ao redor. Ela podia sentir cada centímetro dele enquanto
ele a massageava por dentro. De repente, as costas de Michelle se
arquearam e uma explosão de êxtase inundou-a, fazendo com que cada
parte de seu corpo tremesse com êxtase quando o puxão de Jake se esticou
dentro dela. Ele estava prestes a se afastar dela, mas Michelle sacudiu a
cabeça. Ela estava tomando a pílula, mesmo que ela não fizesse sexo
regularmente. Seu pai insistia nisso.
Os olhos de Jake ficaram escuros e ele desencadeou uma torrente de
empurrões que eletrificou seu corpo. O clímax de Michelle foi levado a novas
alturas quando uma poderosa explosão de calor entrou em erupção do pau
de Jake e a encheu de dentro para fora. Ele grunhiu quando se esvaziou
dentro dela, a manifestação física de sua luxúria enviando arrepios de prazer
ao longo do corpo de Michelle.
Finalmente, ele puxou-a e a recolheu-a em seus braços, segurando-a
e deixando beijos em sua testa e rosto. Michelle estava completamente
exausta, enfraquecida pela enorme explosão de energia que seu orgasmo
tirou dela.
- Uau. - ela respirou.
Jake sorriu, seu rosto bonito se acendeu. - Na próxima vez, não vou
pegar leve com você.
Pegar leve? Os olhos de Michelle se arregalaram e Jake riu
suavemente.
- Apenas brincando, querida. Nós vamos levar isso. Pode deixar.
Michelle sorriu e fechou os olhos. Ela não se arrependeu do que
aconteceu, mas agora havia um novo estresse na sua mente. Se seu pai
descobrisse isso, ambos estariam em sérios problemas.
Os próximos dias foram estranhos em torno da casa e Jake tentou o
seu melhor para se concentrar mais em seus filhos do que em Michelle. Ele
não pôde deixar de se sentir horrível sobre o que eles fizeram juntos. Não só
era uma traição para Kent e sua confiança, mas também era um pouco
estranho estar dormindo com uma garota que facilmente poderia ter sido
sua própria filha.
Michelle parecia sentir seus sentimentos e não falou muito com ele.
Ela manteve as coisas profissionais e suaves, chegando apenas quando seu
pai a enviou e saindo sem muitas palavras picadas entre eles. Embora ele
perdeu o relacionamento que eles começaram a compartilhar, ele
simplesmente não conseguiu superar o fato de que o que eles tinham feito
juntos estava errado.
- Papai, podemos voltar para o cinema com Michelle novamente? -
Mary perguntou uma manhã antes de Michelle chegar.
- Não querida, não penso que possa.
Os olhos azuis de Mary se encheram de lágrimas e seu pequeno lábio
saltou desafiadoramente. - Mas foi tão divertido! E Michelle é legal!
Como explicar a um filho de cinco anos os perigos que se espalham
por todos os cantos sem torná-la aterrorizada com o mundo? Era um
equilibrio horrivel, e Jake pegou sua filha e chocando-a plantando uma
framboesa na barriga dela.
- Lembra-se daquele cara que estava no cinema antes? Bem, papai
não quer que você e JJ o vejam de novo. Porque ele pode ficar malvado com
Michelle e ele tem amigos malvados, ela não poderá protegê-los sozinha.
A mente de Jake involuntariamente piscou para o incidente que ele e
Michelle haviam compartilhado depois de começar a tentar ensinar Krav
Maga. Depois da tentativa deles, eles voltaram para o porão, e ele lhe deu
uma lição de duas horas para se defender. Embora ela fosse natural, e movia
seu corpo perfeitamente de uma maneira que o mantivera acordado de
noite, ela ainda não estava preparada para lidar com os Raptors. E quando
ele falou sobre isso, seu rosto caiu e eles terminaram o dia. Ela não pediu
uma lição desde então, e ele estava relutante em oferecer. Não depois do
que aconteceu a última vez.
- Mas ela é dura! - Protestou Mary. - Meninas podem lutar tão bem
quanto os meninos podem!
Jake riu, orgulhoso do entusiasmo de sua filha.
- Isso é um fato! - Disse Jake. - Quer descer ao porão e aprender alguns
movimentos com o papai?
- Oh, eu gosto de fazer isso!
Jake sorriu. - Eu sei.
- E quanto a JJ? - Perguntou Mary. Realmente não havia nada mais
bonito do que ver seus dois filhos lutando e aprendendo cada vez mais sobre
como lidar com eles em uma altercação física. Embora de vez em quando
resultou em acidentes que deixaram um ou outro gritando, sempre valia a
pena.
- JJ! - Jake gritou. - Quer lutar?
JJ caminhou lentamente pela escada, com um olhar profundo no
rosto. - Mas eu só tenho um braço!
- Isso é ótimo então! Podemos trabalhar sobre o que fazer se você
tiver uma desvantagem durante uma briga.
JJ sorriu. - Legal!
Jake levou seus filhos para o porão, onde todos os seus equipamentos
de treino estavam armazenados. Ele tinha um bom ginásio em casa. Seria
bom voltar lá depois do que aconteceu com Michelle. Ele não conseguia
suportar isso sozinho. Pelo menos agora com seus filhos, sua mente estaria
fora de seu erro.
Eles estavam profundamente mergulhados na prática, Mary chutando
JJ e rindo enquanto a bloqueava com o braço direito, quando Jake ficou
surpreso com o som puro da voz de Michelle.
- Parece que você tem alguém com natural instinto em mãos. -
Michelle disse, sorrindo gentilmente com ele.
- Michelle! Desculpe, não ouvi voce entrar.
Ele se virou para cumprimentá-la, odiando-se pelo desejo imediato
que o encheu quando se aproximou dele. Por que ele não podia
simplesmente deixar isso? Estava muito errado. Ele iria levá-los a sérios
problemas se ele perseguisse seu interesse por ela.
- Eu cheguei um pouco cedo. Estou tentando economizar dinheiro,
então peguei o ônibus desta vez.
- Oh, tudo bem. - disse Jake, perguntando sobre o que ela poderia
precisar do dinheiro extra. Talvez ele devesse pagar mais. - Você quer se
juntar a nos? Eu tenho um pouco de tempo antes que eu tenha que ir até o
MC. Seria bom manter suas habilidades aperfeiçoadas em caso de
emergência.
- Sim! - Mary exclamou. - Quero voltar ao cinema algum dia! Então,
aprenda a lutar bem!
- Boa ideia! - Disse Michelle, sorrindo vivamente para a filha de Jake.
A conexão fácil entre elas nunca deixou de surpreender e impressionou Jake.
Ele estava tão acostumado com Maria apegada ao seu lado, e apenas ao lado
dele. A única outra pessoa com quem parecia gostar de falar era o irmão
dela. E agora, de alguma forma, Michelle.
- Tudo bem, então você está aqui. Nós vamos praticar o que fazer se
alguém lança um soco em você. Certo, crianças?
- Certo! - Suas pequenas vozes gritaram de volta para Jake. Ele sorriu
com orgulho. Ele não poderia amar aqueles dois mais se sua vida
dependesse disso.
- Quem quer ser o parceiro de Michelle? - Perguntou Jake.
- Você deveria, papai! - Mary disse. - Eu já sou a parceira de JJ!
Jake e Michelle trocaram um olhar secreto. Ambos sabiam que estar
perto um do outro fisicamente era uma coisa perigosa. E certamente eles
entenderam as implicações de serem pegos com seu relacionamento
altamente inapropriado.
Claro, as crianças podem não se importar. Mas com Kent no controle
do MC, isso poderia significar o fim da linha para ambos. Jake não tinha
conseguido colocar o seu passado para trás para colocar esse tipo de
atenção em cima dele, ao se relacionar com a sua filha. Quanto mais
conhecia Kent, menos ele gostava dele.
- Bem, isso faz sentido. - disse Jake, sorrindo estranhamente para
Michelle.
- Sim, vocês dois são muito altos. - disse JJ. - Não seria justo tentar
acertar Michelle mesmo, ela é uma garota! Você não bate em garotas!
JJ lançou um soco em sua irmã e bateu no ombro dela, e Mary franziu
as sobrancelhas. - Eu também sou uma garota! - Ela chorou, batendo nele.
- Tudo bem, vocês dois. Chega disso! - disse Jake. Ele olhou para
Michelle. Ambos estavam tentando não rir. Era claro que ambos amavam
essas crianças profundamente. - Vamos ao trabalho!
Eles passaram o resto da tarde a praticar autodefesa juntos. Quando
Jake teve que ir, todos estavam sorrindo e se divertindo. Era estranho,
pensou ele, apenas parecia uma família com Michelle lá. Muitas vezes, com
apenas Jake e as crianças, parecia que faltava algo. Porque faltava alguma
coisa. As crianças não tinham mãe.
Mas Michelle estava rapidamente fazendo com que todos
esquecessem isso, e, apesar de ser apenas um adulto, sentia-se como a parte
faltante do quebra-cabeça. Ele deixou a casa relutantemente, não querendo
parar de aproveitar o tempo que ele conseguiu gastar com sua família. Por
mais errado que todos pensem que era, a verdade estava cada vez mais clara
para ele. Michelle deveria ser dele, e apenas dele. E se eles pudessem
mantê-lo assim, então ele teria que desafiar Kent de uma vez por todas.
- Adeus Michelle! - Mary e JJ gritaram quando Michelle saiu pela porta
da frente. Ela lançou um longo olhar para Jake, cujo rosto bonito estava serio
e retirado. Era o oposto do que era quando ele os deixara lutando no porão
para ir trabalhar. Alguma coisa aconteceu?
- Tchau pessoal. - disse Michelle, soprando beijos. Ela hesitou antes de
explodir um terceiro, embora ninguém percebesse que tinha designado para
Jake. Era uma coisa boba e infantil, mas ele cuidava tão bem dela. Se ela não
pudesse beijá-lo, de verdade, na frente de seus filhos, ela poderia ter seu
beijo secreto.
O táxi estava esperando lá fora na calçada, tal como sempre estava, e
o mundo exterior estava mudo quando fechou a porta para o banco de trás.
- Para onde? - Uma voz profunda e grave lhe perguntou do banco do
motorista.
- Python's Square. - disse ela. Ela tinha sido ensinada a lançar seu peso
em um sentido, deixando todos na cidade saber que ela estava associada
com o poderoso Python MC.
- Claro. - disse a voz. Ela não gostou do tom do cara e tentou se mexer
para ver o rosto dele. Mas estava escuro e ela não podia ver no banco da
frente. Ela só precisaria tentar manter uma distância segura.
O táxi percorreu lentamente as ruas rurais até chegar à estrada e
acelerou. Michelle olhou pela janela do táxi, seus olhos cintilando em todas
as luzes dos altos edifícios da cidade à distância. Jake encontrou-se um bom
lugar bem longe dos perigos reais da cidade. Ele tinha feito isso para seus
filhos? Ele era um homem tão protetor.
Michelle fechou os olhos e recostou-se contra o apoio para a cabeça.
Ela estava cansada de ter que acordar cedo para pegar o ônibus. Ela não
queria usar o táxi naquela manhã, porque estava pensando em comprar algo
para as crianças que sabia que amaria mais do que ir ao cinema.
- Aqui estamos. - disse o táxista.
Michelle abriu os olhos e o coração dela balançou. Ela não estava na
Python's Square. O homem a conduziu até as docas e, de pé, estavam vários
Raptors, esperando com sorrisos terríveis em seus rostos. O que ela tinha
feito?
***
***
- Então, o que uma coisinha tão bonita como você está fazendo nas
docas nesta noite? - Tommy perguntou, virando-se para Michelle com um
sorriso doentio em seu rosto. Ele estava realmente flertando com ela agora
mesmo?
- Eu não estava aqui de propósito. - disse Michelle. Ela estava cansada
demais para tentar explicar o que aconteceu. Ela nem tinha certeza do que
ela diria a seu pai. Se ele soubesse que os Raptors a tinham sequestrado
diretamente da casa de Jake, então ele provavelmente não a deixaria voltar.
Ou talvez ele iria surpreendê-la e virar uma folha inteira nova do tipo
idiota e deixá-la voltar de qualquer maneira, porque ainda era mais
importante manter Jake na equipe do que era garantir que sua filha estivesse
segura. Por que todos os pais não podiam ser mais como Jake?
- Bem, eu sinto que tenho tanta sorte de encontrá-la hoje à noite. -
disse Tommy. - Estava ficando muito aborrecido lá fora. O que queriam os
Raptors de qualquer maneira? Você estava no seu território, tinha que
esperar algum problema. Especialmente alguém como você.
Tommy olhou de lado para ela, sorrindo para si mesmo enquanto seus
olhos vagavam pelo corpo de Michelle.
- Foda-se. - disse Michelle. - Apenas me leve ao meu pai. E não diga
outra palavra, ou você vai se arrepender e muito, de abrir a boca.
O sorriso desapareceu do rosto de Tommy.
- Tudo bem, tudo bem. Não há necessidade de se transformar em uma
idiota sobre isso. Apenas tentando conversar.
- Como um porco. - Michelle resmungou. - Eu aprecio que você me
ajude e tudo isso, mas não significa que eu deva algo a você. Estamos claros
nisso?
- Claro, claro. - disse Tommy, levantando as mãos inocentemente no
ar. - Você não vai ouvir mais nada de mim. Eu percebi que você teve uma
noite dura. Provavelmente só precisa descansar um pouco. 'Tommy irá levá-
la para casa, segura e sã. Você pode contar comigo.
Michelle revirou os olhos e afundou no banco.
Se os Raptors soubessem que ela estava saindo na casa de Jake para
cuidar dos bebês, então isso significava que eles sabiam onde Jake e seus
filhos também viviam. Isso significava problemas. Ela tinha que lhe dizer o
que aconteceu antes que fosse tarde demais.
- Você tem certeza?
O estômago de Jake caiu. Michelle acabara de ser atacada. Se ele não
tivesse apenas mostrado a ela como se defender, então, quem sabe o que
poderia ter acontecido? Ela estava preocupada com os Raptors sabendo
onde Jake e os filhos viviam, mas Jake não se importava com isso. Eles
sempre souberam. O que ele se importava era saber que os caras do teatro
estavam atrás dela, e eles já estavam fazendo seus movimentos. E rápido.
- Eu vou matá-los. - grunhiu Jake no telefone.
- Papai…
Jake franziu os lábios, a culpa o inundou quando ele pegou o olhar
assustado no rosto de Mary. Ela desceu as escadas para um copo de água e
agarrava seu ursinho e olhava para ele com seus grandes olhos azuis.
- Escute, tenho que ir. Não vá a lugar algum. Fique no MC. Vamos
descobrir isso.
- Tudo bem. - disse a voz suave de Michelle da outra linha. Ela parecia
cansada. Quase como se estivesse chorando. - As crianças vão ficar bem?
Isso é tudo minha culpa.
- Eles vão ficar bem! - Exclamou Jake. - Eles ficaram bem o tempo todo,
eu sou Vice-Presidente dos Pythons e eles estarão bem agora. Ei Mary, quer
dizer oi para Michelle?
- Sim!
O medo se evaporou dos olhos e Jake ergueu-a com um braço e
entregou-lhe o telefone.
- Oi, Michelle! Sim. Sim. Sim. Tudo bem tchau!
Jake pegou o telefone e sorriu.
- Isso foi rápido.
- Ela é tão engraçada. - Michelle concordou, rindo suavemente.
O som encheu Jake com uma sensação de proteção que ele nunca
sentira em seus filhos.
- Eu vou cuidar de você. - ele disse seriamente no telefone. - Não se
preocupe.
Michelle suspirou. - Apenas não faça nada estúpido. Não vale a pena.
- Você vale a pena. - disse Jake. - Confie em mim.
- … oK. Tchau.
Michelle desligou o telefone e Jake olhou para ele por um momento
antes que Mary puxasse sua camisa.
- Papai, posso ter suco?
- Mas você já escovou os dentes!
- Só um pouco?
Jake estudou o rosto de sua filha. Ela parecia cada vez mais como sua
mãe todos os dias. Seu ódio pelos os Raptors só cresceu. E se Leon, o homem
que ele enfrentara nas docas, estava falando a verdade, seu ódio por Kent
ficaria mais justificado do que nunca. Os Pythons eram melhores do que
pequenos traficantes de heroína, não eram? Pelo menos eles deveriam ser.
Se eles estivessem indo para Jake por se deparar com a filha de Kent, ele
poderia começar a trabalhar em um plano para usurpar a presidência antes
que os Pythons fossem atingidos no chão de uma vez por todas.
- Tudo bem. - Jake disse, tentando suspirar o peso dos pensamentos
que estavam incomodando sua mente. - Vamos pegar um copo de suco.
Ainda assim, um pequeno!
- Yay! - Exclamou Mary.
Jake beijou sua testa e a levou para a cozinha. Ele faria o que fosse
necessário para proteger seus filhos e, ele faria qualquer coisa para manter
Michelle segura das garras dos homens que eram responsáveis por tirar a
vida da primeira mulher que ele já amou. Ele se vingaria. Não havia nenhum
erro sobre isso.
***
***
***
***
- Você está ferido. - Michelle percebeu, uma vez que eles voltaram
para a casa de Jake. Ele tinha feito tudo para manter o rosto vazio quando
eles se afastaram do pesadelo infernal no MC, mas agora que eles colocaram
as crianças na cama cedo e estavam sentados na cozinha juntos, Michelle
finalmente teve a chance de examinar Jake de perto.
- É apenas um rasgo. - disse Jake.
- Ainda assim, temos que garantir que não infeccione. Vamos.
Jake suspirou pesadamente e seguiu Michelle de volta ao banheiro
grande, onde ele manteve os suprimentos de primeiros socorros. Ela o fez
sentar à beira da banheira, como a primeira vez, embora sentisse como
séculos desde que ela o tinha tratado por uma ferida de punhalada.
- Sinto muito, Michelle. - disse Jake, miseravelmente depois que ela
terminou de limpar e enfaixar a ferida. Eles estavam deitados juntos na cama
de Jake, e seus olhos estavam estreitados com dor. - Eu matei seu pai.
- Jake, você não teve escolha. É terrível, mas é assim que deveria ser.
- Ainda assim! - Exclamou Jake.
Michelle levantou a sobrancelha para Jake e sorriu. - Ele tinha uma
arma para mim, Jake. Você sabe o que ele teria feito o mesmo com nós.
- Mas ele é seu pai. - Jake suspirou.
Michelle sacudiu a cabeça e subiu ao topo de Jake, dando um beijo
gentil em seus lábios.
- Bem, você pode cuidar de mim agora. - ela disse, beijando-o
suavemente por todo o seu amplo peito. Tinha tanta certeza de que nunca
mais poderia vê-lo, nunca mais seria capaz de beijá-lo e sentir seus fortes
braços ao redor dela.
- Você sabe que eu vou. - disse Jake, seus olhos se fixaram seriamente
sobre ela. - Sempre.
- Eu sei. - disse Michelle.
Ela fechou os olhos quando Jake a beijou com ternura, alcançando
suas coxas para sentir a protuberância de sua masculinidade debaixo da
palma da mão. O que ela teria feito se ela nunca tivesse sido capaz de tocá-
lo novamente? Para senti-lo dentro dela?
Michelle soltou uma risada de surpresa quando Jake a virou para trás
e olhou para ela, seus olhos escuros com necessidade.
- Tenha cuidado com seu ombro. - ela repreendeu calmamente. Mas
a emoção de seu corpo em cima dela era demais para resistir. Jake sorriu e
despiu a camisa de Michelle, lançando beijos quentes pelos seios enquanto
ele fazia seu meio apontar para o desejo urgente.
- Faça-me. - ele disse com um sorriso.
Michelle fechou os olhos quando Jake balançou seu corpo com
alegria, ondas de calor caindo sobre ela como uma e outra vez ele empurrou
dentro dela, trazendo seus corpos cada vez mais perto de um clímax
diferente de qualquer um que tivesse tido. Ela ofegou e agarrou a cabeceira
da cama enquanto o pau de Jake entrava dentro dela depois que a emoção
subia pelo corpo, até que ela não conseguiu mais segurar.
O corpo de Jake respondeu em espécie, e ela sentiu que ele se inchava
dentro dela enquanto ele se aproximava de seu climax. Finalmente, ela
sentiu que ele descarregava tudo, toda a fúria, tensão e alívio do dia dentro
dela, trazendo-a para um estado de arrebatamento diferente de qualquer
coisa que ela já experimentou. Jake a penetrou repetidas vezes, extraindo
seu orgasmo até que ambos estavam sibilando como poder de seu êxtase.
Eles caíram em exaustão e Jake manteve Michelle perto de seu amplo
peito, beijando sua cabeça com fervor.
- Você é minha agora, você sabe. - ele disse, com naturalidade.
Michelle sorriu, calor passando através de seu corpo.
Pela primeira vez em sua vida, sentiu-se segura. E não só isso, mas
sentiu-se livre. E isso foi tudo por causa de Jake.
- Bom. - disse ela. - Porque eu amo você.
Jake sorriu para ela, seu rosto bonito brilhando e relaxado pela
primeira vez naquele dia.
- Eu também te amo. - disse ele. - Agora vamos descansar. - Jake
recostou-se contra os grandes travesseiros e cobriu Michelle, e logo ela caiu
em um sono bem-humorado e pós-coital.
O MC estava agitado pelas próximas semanas porque os Pytons
organizaram o enterro de Kent e tornou oficial que Jake era agora o
presidente do MC.
Mais de metade da gangue viu a traição de Kent de primeira mão e
representaria nada menos do que ver Jake como seu líder. Ele havia caído
facilmente no papel, quase tão facilmente como Mary e JJ aceitaram a idéia
de que seu pai e Michelle fossem um casal.
- Isso significa que você será minha mãe? - Mary exclamou. Os olhos
de JJ escureceram de tristeza e Michelle sorriu gentilmente.
- Eu nunca substituirei sua mãe real. - disse ela. - Mas eu sempre farei
o meu melhor para amar você e cuidar de você. - Isso foi bom o suficiente
para Mary, que gritou de prazer.
Michelle pisco para JJ, e as duas crianças a abraçaram fortemente
antes de andar de frente para falar sobre o quão grande seria ter Michelle
na casa o tempo todo. Mas Jake aparentemente tinha outros planos.
- Olhe. - ele disse, surpreendendo-a ao chegar casa cedo depois de
uma longa semana no MC. Ele deu um envelope grosso e Michelle franziu as
sobrancelhas confusas.
- O que é isso? - Ela perguntou, tentando descobrir o que era.
- Abra-o! - Jake pediu. As crianças ainda estavam na escola, então a
casa ficou completamente tranquila quando Michelle ofegou de surpresa.
- Você não pode estar falando sério. - sussurrou Michelle.
- Eu estou falando muito sério. - disse Jake. Michelle o abraçou.
- Mas, como?
- Simples. Você vai se inscrever para as aulas e comprar seus livros.
Então você mostra que você é uma mulher brilhante, sexy e se graduar com
honras. - Michelle riu, lágrimas escorrendo pelo rosto.
- Isso é inacreditável.E eu tenho outra surpresa para você. - disse Jake,
levando-a para a porta. Eles saíram e o coração de Michelle bateu duro em
seu baú.
- Você está brincando comigo...m- Na entrada estava um belo carro
azul. Era novo. Jake sorriu e entregou a Michelle as chaves.
- Eu acho que vamos precisar de algo melhor do que aquele vagão
malandro que Janie estava dirigindo. Eu vendi e usei isso para pagar parte
disso. Agora você pode ir à aula em seu próprio tempo, e também é grande
para as crianças.
- Eu nem posso dirigir. - exclamou Michelle, perto de lágrimas.
- Acho que é aí que a surpresa número três vem. - Jake disse. - Nós
vamos ao DMV. Agora mesmo. Nós vamos conseguir para você a sua
permissão. Eu sei que você já conhece as regras da estrada. Eu vi o livro de
condução que você não achou que eu não ia ver. - Agora, Michelle estava
chorando e Jake a pegou em seus braços. - Vamos, eu disse que eu cuidaria
de você. - Michelle assentiu, rindo através de suas lágrimas. - Tudo bem
então. Você está pronta para isso?
- Sim. - disse Michelle, seus olhos brilhando. - Vamos.
Jake inclinou-se para beijar Michelle com ternura.
- Inferno, sim. - disse ele.