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Staff

Tradutora: Andreia M.
Revisora/Leitura Final: Caroline
Formatação: Andreia M.
Sinopse
Porra. Eu quase perdi meus filhos naquele momento. Não posso
deixar isso acontecer novamente. Mas agora que a filha do Boss Man está
me ajudando a criá-los, estou em um mundo de problemas. Eu quero te-la!
A vida de Jake muda completamente após sua esposa morrer de
overdose de heroína, deixando-o um pai solteiro inundado de
responsabilidades. Como vice-presidente do Pythons MC, podemos dizer
que isso é completamente um problema.

Jake logo percebe que não conhece o significado da palavra até que
seu chefe atribui sua filha para ajudar com os filhos de Jake. Michelle é
gentil, doce e sexy - tudo em um pacote irresistível.
E o pacote dele é exatamente o que ele quer dar.
- Cuidado, Jake!
Jake esquivou-se do caminho, a tempo de evitar a bala lançada. Ele
podia sentir o ar passar por seu rosto. Jake rolou no chão e procurou pelo
atirador, grato por isso, apesar de estar no início dos quarenta anos, seu
corpo ainda estava tão apto quanto quando era adolescente. A única
mudança foi a densidade de seus músculos. Agora que eles eram mais
amplos e preenchiam sua roupa, as mulheres gostavam de lhe dizer o quão
bonito ele era. Nunca machucavas eu ego ouvir isso.
- Foda-se, isso foi por pouco. Você está bem?
Jake estava distraído pela vibração de seu celular no bolso do peito de
seu colete. Quase custou sua vida. Um instante de preocupação o inundou:
poderia ser sobre seus filhos. No entanto, ele não teve tempo de responder
a pergunta de Tommy ou ao telefone. Jake viu de repente o homem com a
arma. Ele estava vestido de preto e correu pelas docas, indo para uma lancha
rápida.
- Pegue-o! - Jake rosnou, lançando-se para o homem. Tommy não teve
escolha a não ser seguir, e os dois cruzaram o estaleiro atrás do homem.
O atirador estava muito preocupado com a fuga para atirar
novamente na direção deles. Seria tolo chamar mais atenção para si mesmo
em plena luz do dia. Jake puxou sua arma do coldre e lançou um olhar para
Tommy. Tommy assentiu e seguiu o exemplo.
- Pare antes estourar você com chumbo! - Gritou Tommy. Jake se
encolheu. Só porque faziam parte de um MC, Tommy gostava de fingir que
ele era o maior gângster de todos. Ele usava todo o tipo de fala dos velhos
filmes da máfia e, francamente, isso irritava os nervos de Jake.
O atirador congelou e olhou por cima do ombro, apenas para
descobrir que ele estava superado em número.
- Fique longe de mim ou eu estou jogando a bolsa na água! - O homem
gritou.
Jake franziu a testa, sem se perturbar com a ameaça do homem e
sinalizou para Tommy disparar. Tommy fez com a maior alegria , e o homem
caiu no rosto dele, deixando o saco sobre as tábuas de madeira da doca.
- Você pode resolver isso? - Perguntou Jake, puxando seu celular do
colete. Seu coração saltou quando viu que era o número da casa dele. Ele
discou rapidamente. Ele tocou algumas vezes demais para o conforto de Jake
antes que uma voz pequena e suave respondesse.
- Olá? - Exigiu Jake.
- Olá, papai. - respondeu a filha de cinco anos de Jake. - JJ tem um boo-
boo!
O estômago de Jake caiu. Ele sabia que não deveria ter deixado seus
filhos em casa sozinhos, mesmo que por algumas horas. Ele tinha uma
sensação horrível sobre isso.
- Onde está JJ agora, Mary?
- Ele está chorando no chão.
- No chão?!
- Ele caiu da casa da árvore!
- Eu disse a vocês para não iriam lá enquanto eu estivesse fora! -
Exclamou Jake.
- JJ esqueceu algo e queria me mostrar!
- Eu preciso que você fique ai, tudo bem querida? O papai vai ligar
para o 911. Quero que você mostre onde JJ está, está bem?
- Claro, papai! - Mary disse alegremente.
- Obrigado querida, em breve vou estar em casa. - disse Jake,
desligando o telefone e voltando-se para Tommy. - Eu preciso que você me
leve para casa. Agora.
Tommy parecia sentir o pânico na voz de Jake e correu em direção ao
carro enquanto Jake discou o esquadrão de resgate. Tommy não se
incomodou em aderir aos limites de velocidade quando eles passaram pela
cidade em direção à casa de Jake. Jake era vice-presidente do MC. Todo
mundo sabia que era melhor não entrar em seu caminho. Eles eram fora da
lei, na maioria das vezes. O MC era poderoso.
Tommy era a última pessoa que queria estar em uma crise. Tudo o
que Tommy fez foi conversar para se ouvir falar, e ele parecia falar ainda
mais quando as coisas estavam tensas. - Então, que tal aquela garota de
Michelle, eh? - Tommy perguntou, olhando para Jake com um sorriso lesado
no rosto. - Ela é algo ou o quê?
- Ela tem metade da nossa idade, Tommy. - Jake suspirou. Mas a
verdade era que ele havia notado Michelle - em muitas ocasiões. Suas pernas
continuavam por milhas, e seu rosto era a combinação perfeita de sexy e
doce. Ainda não tinha sido endurecida, como o resto das pessoas com quem
Jake passou o tempo. E esses olhos! Ele mataria para ficar com ela sozinho
por alguns minutos, apenas para perguntar a ela sobre o que ela estava
pensando para que os seus olhos brilhassem do jeito que eles faziam.
- Ainda assim, cara! Ela é como uma estrela de cinema quente!
- Se ela é ou não, ela é a filha de Kent. O que ele faria com você se ele
soubesse que você estava falando sobre ela assim?
Tommy ficou preocupado com o pensamento do Presidente do MC
descobrir o que ele estava dizendo, e Jake não pôde deixar de sorrir
severamente.
- Eu não vou contar, Tommy. - ele prometeu.
Finalmente chegaram à rua onde estava a casa de Jake e seu coração
martelava em seu peito. As luzes vermelhas estavam piscando e havia vários
carros estacionados lá fora. Parecia que todo o maldito bairro estava lá. O
seu filho estava bem?
- Merda, o que aconteceu aqui, Jake? - Disse Tommy. Ele soltou um
assobio baixo enquanto uma ambulância e um carro da polícia aceleraram,
e dois carros da polícia ficaram para trás.
- Você é o pai dessa família? - Perguntou o primeiro oficial quando os
homens saíram do carro. - Qual o seu nome?
- Se você não se importa, é apenas Jake fudido Desmond, tudo bem?!
Vice-Presidente dos Pythons. Ou você não ouviu? E ele realmente gostaria
de ver se o seu filho está bem. - disse Tommy, aproximando-se um pouco do
oficial.
- Cavalheiros, isso será suficiente. - disse o segundo oficial, entre
Tommy e o policial. - Houve um pequeno problema aqui e parece que, na
maioria das circunstâncias, negligência como essa pode levar a problemas
sérios. Estas crianças são muito jovens, você sabe. Nós simplesmente não
queremos que nada aconteça com eles.
Jake sentiu-se doente. Se sua esposa ainda estivesse viva, nada disso
estaria acontecendo. Ou talvez se suas horas no MC não fossem tão
exigentes e imprevisíveis. De qualquer forma, algo tinha que mudar. Ele
sabia disso á algum tempo. Mas o que?
- Eu entendo oficial e obrigado pela preocupação. - disse Jake,
reunindo o máximo de calma possível. Ele odiava os policiais do condado de
Henderson, mas ele estava agradecido por alguém ter conseguido estar lá
para consolar seus filhos até chegar. - Onde está Mary?
- Ela está na ambulância com seu irmão. Ambos ficaram muito
entusiasmados com o passeio. Um dos paramédicos está cuidando dela.
- Obrigado. - Gritou Jake. - Eu gostaria de ir ao hospital agora.
- Tudo bem. - disse o oficial, enfiando o caderno no bolso. - Mas eu só
quero que você saiba que se fosse outra pessoa, você teria algumas
acusações imprudentes de perigo em suas mãos. Nós vamos deixar você
com um aviso. Vá estar com seus filhos. E contrate uma babá ou algo da
próxima vez, tudo bem?
Jake ficou nervoso, mas não podia dizer nada. O oficial não estava
errado. Ele estava sendo um pai ruim. Ele precisaria conversar com o chefe
sobre isso. Ele acenou com a cabeça para o oficial e Tommy levou-o pelo
braço de volta para o carro. Ninguém no MC poderia suportar os policiais
bem-sucedidos aqui, mas era ainda pior quando eles tinham um ponto. Jake
e Tommy foram para o hospital e Jake olhou pela janela de maneira escura.
Algo tinha que resultar. Ele só tinha que descobrir o que.
- Michelle, preciso que você nos traga um café.
Kent, o Presidente dos Python MC e o pai de Michelle, empurrou a
cabeça para fora de seu escritório para olhar severamente em seus olhos.
- Tudo bem. - Michelle suspirou.
Podem pensar que ser a filha do Presidente do MC é uma posição, mas
a realidade era que odiava esperar os motociclistas sempre. Ela não podia
ver-se a si mesma desfrutando a companhia de homens tão brutais, e isso a
deixava miserável por se sentir obrigada a servi-los apenas porque era a filha
do Presidente.
Ela sentiu-se presa lá e desejava coisas melhores, como uma educação
universitária e um namorado inteligente e sofisticado. Mas seu pai sempre
teve uma maneira de afastar seus sonhos e fazê-la aceitar as suas demandas.
Ela não podia deixar de fazer o que ele pedia, porque ela o amava
profundamente. Lidar com o MC era a única maneira de passar algum tempo
com ele.
Fora do MC, seu pai nunca teve tempo para ela. Quando ele fez, era
só para pedir a ela que fizesse coisas por ele. Mas ela tinha quase 22 anos.
Não era hora de abrir seu próprio caminho? O que ela faria pelo resto de sua
vida? Servir café e cerveja para motociclistas irritados?
Michelle pegou algumas xícaras e colocou-as numa bandeja com uma
cafeteira completa. Ela não sabia quantas pessoas estavam no escritório
desta vez. Seu pai era um homem muito popular.
- É só que meus filhos precisam de alguém lá com eles e nem sempre
consigo encontrar alguém com um aviso tão curto.
Michelle parou em suas trilhas. Ela conhecia essa voz em qualquer
lugar. Era Jacob Desmond, o segundo no comando do seu pai. Ele tinha
andado por aí desde que era criança. Ela lembrou-se de ter gostado dele pela
primeira vez que o viu, mas perdeu o interesse depois de ver seu
temperamento em sua cabeça feia. Jake era um homem assustador - o
epítome de tudo o que odiava sobre o MC.
Para piorar as coisas, ela estava bastante certa de que ele estava
envolvido em um forte esquema de drogas. Todos juraram que Jake não teve
nada a ver com isso, mas a esposa de Jake sofreu uma overdose de heroína
e morreu apenas alguns anos atrás. Isso tinha destruido Jake, você poderia
dizer pelos seus olhos, mas ele ainda era tão turbulento como sempre. Mas
agora ele vinha e ia, e o pai de Michelle muitas vezes se queixava de como
Jake não era confiável. No entanto, fazia sentido para Michelle, se Jake fosse
um viciado em heroína como a esposa dele.
- Aqui está o seu café. - Michelle disse alto antes de entrar na sala. Ela
fechou os olhos em Jake e piscou. Nunca tinha feito nada para fingir simpatia
pelos os homens do MC. Eles simplesmente tomaram isso como um jogo.
Ele manteve o olhar por um momento, o poder cruzando entre eles.
- Obrigado, docinho. - disse seu pai. –Se importa de derramar um
pouco em nossos copos?
- Eu não posso continuar trabalhando assim. - Jake continuou como se
Michelle não estivesse lá. - Não é bom para meus filhos, e não é bom para o
MC. Preciso descobrir algo. Ou me dê horas estáveis, ou eu não sei. Não
consigo continuar fazendo isso.
Kent ficou quieto por um momento. - Eu tenho uma ideia.
Michelle olhou para o pai e sentou a jarra de café. Não havia como ele
simplesmente deixaria Jake tirar mais tempo do MC. Estava mais
movimentado do que tinha estado durante todo o ano e seu pai tinha muitos
planos por ali.
- Bem, inferno. - exclamou Jake. - Estou aberto a todas as sugestões.
Mas não posso mais trabalhar com meus filhos. JJ quebrou seu fodido
cotovelo ontem porque você me fez correr atrás daquele saco de erva que
os Raptors roubaram. Meus filhos ainda são apenas crianças, merda você
sabe. Não posso deixar que nada assim aconteça novamente.
Foi surpreendente para Michelle ouvir Jake falar com tanta fervor
sobre seus filhos. Ele nunca mencionou eles - pelo menos, não quando
estava por perto. Que tipo de motociclista gostava de manter uma foto de
seus filhos em sua carteira? Não era o tipo que seu pai empregava, com
certeza. A emoção o deixa fraco.
- Não, acho que tenho a solução perfeita para você. E se nós
conseguíssemos que uma ama viva em sua casa. Ou alguém do MC que sabia
exatamente o que estava acontecendo e quando sair para que seus filhos
não estejam sozinhos novamente.
- Como nós podemos organizar isso?- Jake resmungou. - Você acha
que eu quero um bando de motociclistas atrevidos olhando pelos meus
filhos? Mesmo?
- Bem, e se não fosse um motociclista alegre? E se fosse Michelle?
- O que? - Exclamou Michelle. - O que faz você pensar que eu seria boa
com crianças?
- Oh, por favor, querida. Eu vi você com seus primos. Você é natural.
Você estaria disposta a ajudar Jake aqui, não é? O que você pensa Jake? Você
confia seus filhos com a minha filha?
Jake ficou calado por um momento, olhando fixamente para a
cafeteira na frente de Michelle. Sentiu que o calor subia para suas
bochechas. Ela não podia imaginar-se na casa desse homem, e muito menos
perto de seus filhos. Que diabos pensava seu pai?
- Eu não vou forçá-la a fazer algo que você não quer fazer. - disse Jake,
sem responder se ele confia ou não em Michelle. Foi um alívio ouvir ele dizer
isso, mas não fez a situação melhorar. Ela sabia que seu pai continuaria
pressionando-a até que ela cedesse. Se ela o desafiasse, não seria jeito de o
fazer ajuda-la a pagar pela faculdade. Se ela tentasse sair sozinha, ele
simplesmente enviaria seus homens para trazê-la de volta. Ela parecia como
uma prisioneira.
- Não. - Michelle disse com cuidado. Ela tinha que se ver em torno de
seu pai. Ele não se tornou Presidente do MC sem motivo. Ele poderia ser
incrivelmente cruel. - Eu acho que podemos experimentar. Não posso fazer
um trabalho pior do que Janie quando ela estava alta.
O rosto de Jake piscou e Michelle apertou a boca. Não importava quão
frustrante fosse sua situação, ela não deveria ter deixado sua cadela interna
sair. Especialmente mencionando a falecida esposa de Jake. Era um ponto
dolorido, não apenas para Jake, mas para todo o MC. Eles tentaram não se
envolver no comércio de heroína, a menos que os tempos fossem apertados,
e Janie os traiu indo atrás de suas costas e lidar com os Raptors. Foi um erro
que a matou e quase fez Jake perder seu cargo de Vice-Presidente. No que
diz respeito a Michelle, seu pai deveria ter se livrado de Jake quando ele teve
a chance.
- Desculpe. - murmurou Michelle.
- Não, você está certa. - disse Jake, irritado. - Eu tenho certeza que
você fará um trabalho melhor.
- Talvez. Se nada mais podemos passar o dia inteiro no parque, certo?
- Disse Michelle, recuando com o pensamento de compartilhar o espaço
pessoal de Jake. Embora ele parecia bem preparado para um motociclista,
isso não era indício de como seria sua casa.
Esperava que ele não comece a esperar que ela aja como uma
governanta enquanto mantinha um olho em seus filhos também.
- Eu acho que essa é uma ótima idéia. Obrigado querida. Então está
resolvido? - Jake olhou para Kent, com os olhos brilhando. Ele assentiu, mas
não disse nada. - Tudo bem. Eu direi a Michelle para dirigir-se ao seu lugar
antes mesmo de ligar para você. Tudo bem? Depois, não haverá tempo
algum que seus filhos sejam deixados sozinhos. Podemos esperar ter muito
menos ossos quebrados dessa forma. Ok?
Michelle pensou que seu pai ia apertar as mãos com Jake, mas Kent
levantou as sobrancelhas para ela de forma significativa. Jake ofereceu sua
mão, e Michelle ficou surpresa com a carga elétrica dos dedos fortes de Jake
segurando sua mão. Ela afastou sua mão rapidamente depois de uma única
sacudida, e se virou. Ela podia sentir os olhos dos homens nela quando ela
saiu da sala. Ela suspirou interiormente. Isso seria interessante.
- Sim?
Jake agarrou o telefone, observando Mary, que estava
cuidadosamente derramando uma tigela de cereais.
- Nós precisamos de você nas docas. Código Azul.
- Agora? - Jake perguntou, tentando esconder sua irritação ao som da
voz de Kent. Tanto quanto ele amava seu trabalho, havia dias que ele
simplesmente queria que ele pudesse ficar em casa com seus filhos. Como
hoje.
- Sim agora! Michelle deve estar ai a qualquer momento.
- Tudo bem. - disse Jake, desligando o telefone.
- Ah, não! - Mary exclamou.
Jake se virou para ver o rosto de Mary vermelho, e uma poça de leite
derramando todo o balcão e pingando no chão. Ela encontrou timidamente
os olhos de Jake, seus grandes olhos azuis tão sinceros quanto o dia em que
nasceu e enchendo-se de lágrimas.
- Desculpe, papai!
- Tudo bem, querida. - disse Jake, levantando-a do banquinho em que
ela estava o encarando. - Vamos limpar isso.
A campainha tocou repentinamente e Jake amaldiçoou em voz baixa.
Ele correu para abri-la e cumprimentou Michelle, que estava de pé em frente
á porta.
- Oi, você pode me dar um minuto? Tivemos um pequeno acidente e...
- Eu derramei o leite! - Mary lamentou, lágrimas escorrendo pelo
rosto.
- Eu lhe disse que está tudo bem, querida. - disse Jake, ansioso. Um
código azul era urgente. Se alguma coisa acontecesse porque ele não estava
no caminho mais rápido, ele poderia perder sua classificação no MC. Tinha
sido difícil manter isso depois do que aconteceu com sua esposa.
- Você derramou o leite? - Perguntou Michelle, seu rosto serio, mas
sua voz suave e calmante.
O lábio de Mary estremeceu e ela assentiu, segurando o olhar de
Michelle.
- Bem, eu sei um segredo para limpar rápidamente, você quer ver?
Mary assentiu ansiosamente e aproximou-se de Michelle.
Jake ficou chocado quando Michelle levantou sua filha e se dirigiu para
a cozinha, acalmando-a gentilmente.
- Você se importa se eu te ensinar meu truque enquanto seu pai vai
trabalhar?
- Não! Tchau, papai!
- Tchau. - disse Jake, sentindo uma mistura de alívio e ciúme quando
Michelle facilmente ganhou seu caminho para o coração de Mary. Mary
sempre foi uma garota de papai. Ela nunca tinha ido com outras pessoas
quando era bebê e raramente o fazia mesmo agora. O fato de ter aceitado
tão rapidamente Michelle era francamente bizarro.
Mas ele teria que pensar mais sobre isso mais tarde. Seu trabalho era
chegar às docas o mais rápido que podia. Um grupo de Raptors tinha sido
descoberto, e se a mercadoria e seus companheiros precisavam ficar
seguros, eles precisariam de apoio.
- Até mais tarde JJ! - Jake gritou as escadas. – Lembra-se de eu ter
falado sobre Michelle? Ela está aqui agora se precisar de alguma coisa.
- Ok! - JJ gritou de volta. - Tchau!
O cotovelo de seu filho estava em um gesso agora, então havia sido
muito difícil para ele nos últimos dias. Jake só podia imaginar o que sentia
ter a independência tirada de você. Ele tinha sido baleado no ombro antes,
então ele tinha alguma idéia, mas para um garoto tão enérgico e curioso
quanto JJ, parecia que seria uma pena de prisão. Ele tinha sido
temperamental e irritável, mas Jake não podia culpá-lo. Quem não estava
quando estavam com dor?
Era estranho pensar que ele não teve que lutar para conseguir alguém
para tomar conta dos seus filhos, e Jake montou sua motocicleta,
arrancando da garagem em direção às docas. Talvez esse acordo estivesse
funcionando bem depois de tudo.

***

- Estou de volta! - Jake berrou, mancando no vestíbulo de sua casa.


Os Raptors haviam feito uma briga, e quase os havia perdendo um bom
homem. Felizmente, Jake tinha chegado a tempo de atirar no cara que tinha
a vantagem, e eles brincaram um pouco até que finalmente o outro homem
não pudesse se mover mais.
Ele estava machucado, mas não era nada sério. Não era como se
tivesse quebrado uma costela ou qualquer coisa. Graças a Cristo por
pequenos milagres.
- Crianças?
- Quieto! - Gritou Mary da sala de estar. - Michelle está nos contando
uma história!
Jake ergueu a sobrancelha e moveu-se lentamente para a sala de
estar, encostando na entrada para ver como Mary, que estava aconchegada
no colo de Michelle, virou as páginas de um livro que Jake tinha comprado
há muito tempo que as crianças não haviam mostrado o menor interesse.
Michelle olhou para Jake, sua voz vacilante de forma consciente de ser
observada. Era meio fofo, realmente, como ela afastou os olhos dele e
começou a ler mais rápido, na esperança de fazer o processo doloroso
terminar mais cedo.
- Não se importe comigo. - ele disse, na esperança de colocá-la à
vontade. - Eu vou tomar um café. Venha me encontrar quando terminar, eu
pagarei você.
Ele se retirou da sala e sentou-se cautelosamente em uma das suas
confortáveis cadeiras de cozinha. Poucos minutos depois, Michelle entrou.
Não podia deixar de notar um cheiro agradável, meio legal, quase como a
praia ou algo parecido. Era seu lugar favorito para andar.
- Você sabe que você não precisa me pagar, meu pai disse… você está
ferido!
Jake sorriu com ironia para ela e balançou a cabeça.
- Nada que eu não possa lidar. - disse ele. - E eu não me importo o que
seu pai disse. Eu vou pagar o que vale o seu tempo. Você pode colocá-lo em
algum lugar seguro.
Jake grunhiu de dor enquanto cavava sua carteira do bolso traseiro de
seus jeans.
- Realmente, não se preocupe. - disse Michelle.- Eu me diverti com
eles.
- E aparentemente, eles também se divertiram com você. - disse Jake
com uma risada baixa. - Como foi com JJ? Ele sofreu um pouco desde que
ele machucou o cotovelo. Ainda não posso culpar o garoto. Ficou tudo bem?
- Sim, ele foi perfeito. Mostrei-lhe algumas coisas divertidas que ele
pode fazer com uma mão. Eu tive que usar um gesso quando eu também era
criança. Eu caí da moto do meu pai.
- Sim, ele me contou sobre isso. - disse Jake, sorrindo.
- Não é engraçado! - Exclamou Michelle, suas bochechas coraram um
vermelho escuro. Jake olhou para ela por um momento. Mesmo quando ela
estava com raiva, ela era sexy.
- Bem, talvez, se a história fosse sobre outra pessoa, você pensaria que
era. - afirmou Jake. - Você sabe que as crianças fazem uma merda estúpida
às vezes.
- Bem, de qualquer maneira, seu filho está bem. E sua filha não quer
que eu vá.
Jake ergueu a sobrancelha. - Você certamente a ganhou rápido.
- Ela é um amor. - disse Michelle, adoração genuína em sua voz. O
coração de Jake bateu, e ele teve que rasgar seus olhos para longe dela e
pegar o dinheiro da carteira antes de ser pego olhando.
- Aqui. - ele disse. - Não precisa dizer ao seu pai sobre isso se você não
quiser. Tenho certeza de que há coisas que você gostaria de fazer que ele
não estivesse envolvido. As crianças merecem alguma privacidade.
Michelle ficou boquiaberta com o dinheiro em sua mão. - Isso é
demais!
- Não, não pelo alívio que você me deu. E olhe, o leite está limpo. Você
não precisava fazer isso.
- Bem, sua filha estava realmente chateada com isso... - Jake sorriu
gentilmente para ela, e eles se mantiveram olhando um pouco mais de
tempo do que ele queria.
- Obrigado.
- Claro. - disse Michelle, um pouco alegre demais. - É meu trabalho, eu
acho. - Ela se forçou a sorrir para ele antes de sair pela porta.
Jake olhou para ela, desejando que seus olhos fizessem qualquer coisa
além de percorrer as curvas sensuais de seu corpo - sua bunda estava
aconchegada naqueles jeans. Mas ele não podia se ajudar, ele era um
homem afinal de contas e Michelle tinha estado em sua mente há semanas.
Ele teria que fazer o seu melhor para se manter sob controle.
Afinal, ela era a filha do Presidente. Não haveria nada mais tabu do
que se envolver com ela assim. O resto dos Pythons chutariam o seu traseiro.
- Você está servindo de babá para Jake Desmond? - Callie exclamou,
saltando ao lado de Michelle em sua cama. Michelle revirou os olhos. Por
que todos pensavam que Jake era uma coisa tão gostosa? Só porque ele era
grande e brutal não significava que ele fosse bonito. Suas amigas tinham
padrões tão baixos.
- Realmente não é grande coisa. - disse Michelle, franzindo os lábios.
- Não é como o vejo tanto ou qualquer coisa. Eu apenas olho por seus filhos
quando ele tem coisas para fazer para o meu pai.
- Ainda assim, isso é meio romântico, certo? Você passar tempo em
sua casa, com seus filhos...
- Cara, você está me extraindo. - disse Michelle, franzindo a testa para
a cama. - Ele é apenas um cara. Além disso, ele tem idade suficiente para ser
meu pai. Ou seu pai!
- Isso ainda é sexy. - disse Callie. - Eu gosto de homens mais velhos.
- Bem, eu tenho minhas próprias idéias sobre como eu quero passar
meu futuro. - disse Michelle, com um olhar furioso. - E não é como a dona
de casa de Jake Desmond. Isso é uma certeza.
- Seja o que for. - Callie disse com uma risada. - Eu sei que você está
apaixonada por ele.
Um profundo rubor enroleu as bochechas de Michelle. - Que diabos
você está falando?
- Eu vi a maneira como você olha para ele! Se você gostando ou não,
você está afim dele.
- Oh, meu deus. - disse Michelle, balançando a cabeça. Mas não havia
nada além de rir sobre isso. - Você está muito obcecada com os meninos.
Isso é tudo o que você vê. E se eu estivesse apenas pensando como eu
conseguirei tirar essa merda dos Pythons de cima de mim e começar minha
própria vida? Você ja pensou nisso?
- Por que você quer sair do MC? - Callie perguntou, seu rosto
perplexo. - É ótimo aqui.
- É ótimo se você não é a filha do Presidente. - gritou Michelle. - O
único tempo de qualidade que recebo com meu pai é ouvir quantas pessoas
ele matou naquela semana. Isso dá uma queda nas coisas.
- Oh, venha, o poder é bom. - Callie disse, cutucando Michelle
brincando. - Especialmente no quarto.
- Por favor, pare! - Exclamou Michelle. - Antes que eu faça você parar!
- Isso é uma ameaça? - Callie disse, levantando uma sobrancelha e
sorrindo.
- Você sabe que eu poderia levá-la em um segundo. - disse Michelle,
empurrando o ombro de Callie. Callie riu.
- Vê? O poder pode ser bom.
- Se você diz…
Callie sorriu e enterrou o nariz no telefone. Michelle olhou pela janela.
O que daria a Callie a impressão de que ela gostava de Jake? Não havia nada
de bom com os motoqueiros. Ela sabia disso. Ela nunca se deixaria
apaixonarpor um cara como seu pai. Pois não?
Michelle estremeceu como a lembrança do gentil sorriso que Jake
tinha dado a ela na noite em que ele chegou em casa ferido das docas. Era
possível que houvesse mais dele do que parecia?
- Oh, meu Deus! - Exclamou Callie. - Jake apenas bateu a merda fora
de Horace!
- O que? Por quê? - A violência entre os motociclistas não era
incomum, mas ainda era surpreendente. O Vice-Presidente geralmente não
era aquele que violatavaos membros de seu próprio clube.
- Ele estava falando merda sobre Janie. - disse Callie, um enorme
sorriso no rosto. - Isso é hilário.
Michelle se encolheu com a lembrança dos olhos de Jake se
estreitando de dor quando tirou o nome de sua esposa de forma descuidada.
Ele não a havia defendido exatamente, mas estava claro que a ferida ainda
era profunda.
- É imaturo. - disse Michelle. - Como eu poderia querer um
motociclista? São apenas crianças pequenas que nunca crescem.
Callie encolheu os ombros e Michelle suspirou para si mesma. Sua
amiga tinha de alguma forma uma impressão errada. Mas isso não
importava. Ela nunca amaria um homem como Jake.
- Eu não sei por que você se incomoda em se envolver, Jake. - disse
Kent severamente.
Jake olhou furioso. - Ele estava falando sobre Janie.
- Todo mundo fala sobre Janie, Jake! Ela era uma traidora! Não é o seu
lugar para se envolver. Especialmente quando você sabe que você vai ganhar
a luta. Todo mundo sabe disso. É por isso que você tem que ser o maior
homem e deixar a merda ir!
- Se todos sabiam que eu ia ganhar a briga, então eles devem tomar
cuidado com as suas fodidas bocas quando falam sobre minha esposa. Sim,
cometeu um erro. Alguns grandes erros, na verdade. Mas você sabe o que?
Eles dizem que o vício é uma doença. Não é como se ela quisesse machucar
ninguém além de si mesma.
O rosto de Kent permaneceu duro. Ele não era o tipo de perdoar os
erros. Na verdade, ele tinha cruzado a mente de Jake quando ele estava
ficando louco com o sofrimento de que Kent instalou a overdose, apenas
para ensinar-lhe uma lição sobre agir nas suas costas e dar dinheiro aos
Raptors.
- Eu não gosto desse lado de você, Jake. É fraco. Você está deixando
suas emoções controlarem a sua lógica. Sua pele é muito fina. Você quer que
alguém se sente na cadeira do Vice-Presidente? Ou você quer tomar em
consideração o meu conselho e voltar quando você esfriar as suas ideias?
Jake apertou os dentes. Ele sabia que não havia nenhuma maneira em
que Kent pudesse ver uma razão sobre isso.
- Você sabe que eu quero manter minha cadeira, Kent. Eu nunca tomei
desrespeito de ninguém. É um velho hábito. Estou acostumado a defender
minha esposa.
- Eu entendo. - Kent disse, falsa simpatia pingando em sua voz. - Os
velhos hábitos morrem com dificuldade. Mas é exatamente aonde sua
esposa traidora está agora. Ela está morta. E isso deve acabar. Ou se não
prefere ser Vice-Presidente para os Raptors?
- Por que você mesmo poderia dizer isso? - grunhiu Jake. - Eu odeio
esses bastardos mais do que eu já odiei alguém nesta terra!
- E é exatamente por isso que você ainda é o Vice-Presidente. Agora
comece a agir como um antes de mudar de idéia sobre isso.
-Pode deixar, chefe. - disse Jake, ainda picado. Ele saiu do escritório
de Kent e montou sua moto.
Não havia mais nada para ele fazer lá. Ele poderia estar em casa
quando seus filhos voltarem da escola. Eles eram o melhor que ele e sua
esposa alguma vez tinham feito juntos, e nada parecia melhor do que ver
seus rostos. Especialmente depois de ter batido e ser repreendido por ter
defendido a sua esposa.

***

- Michelle? - Jake parou sua motocicleta e entrecerrou os olhos para


a varanda onde Michelle estava parada estranhamente. Ele soltou o ruído
estridente de seu motor e se dirigiu para ela.
- Meu pai me disse para vir. Eu espero que não se importe...
- Ele fez, hein? Bem, tudo o que ele queria fazer era me dizer para
ignorar tudo o que eles do MC jogam em mim. Eu posso levá-lo daqui.
- Oh. - Michelle disse, lançando os olhos para a varanda. Algo estava
errado.
- Qual é o problema? - Perguntou Jake.
- Eu simplesmente não tenho como voltar. O ônibus não passa por
aqui por mais vinte minutos.
- Você tem que pegar o ônibus aqui? - Perguntou Jake com
incredulidade. - Você não pode dirigir?
- Nah. - Michelle disse, seus lindos e claros olhos aborrecidos em Jake.
Ele ficou perdido neles por um momento e quase esqueceu sua própria
pergunta. - O meu pai tem medo se eu começar a dirigir vá embora.
- Por que ele pensaria isso? - Perguntou Jake, ainda impressionado
pela maneira como o fazia sentir.
- Porque eu faria isso em um piscar de olhos. - disse Michelle, lançando
um olhar constante e sexy sobre ele.
- Um... você quer entrar? Eu poderia leva-la de volta, mas as crianças
estão prestes a chegar em casa.
- Oh, claro - disse Michelle. - Está meio quente aqui. - Jake estava
sentindo o calor.
Eles caminharam juntos, Jake evitando intencionalmente Michelle. Ele
não conseguiu resistir a beber a deliciosa imagem de suas curvas como da
última vez e, se ele se deixasse fazer novamente, não seria capaz de se
perdoar. Afinal, ela era apenas uma criança. O filho de Kent.
- Mary ficará feliz em vê-la. - disse Jake, derramando Michelle um copo
de limonada. - Eu aprecio você esperando as crianças assim, você esteve aqui
por muito tempo?
- Cerca de duas horas. - disse Michelle.
- Duas horas?! Porra! - Jake correu um pano com água fria e apertou
suavemente contra a testa de Michelle. - Sem água neste tipo de calor? Você
está bem? - Seu olhar deve ter sido mais intenso do que ele queria, porque
Michelle desviou os olhos e suas bochechas cor-de-rosa ficaram vermelhas.
- Estou bem - disse ela, segurando o pano no lugar sobre a testa dela
para que Jake pudesse deixar ir. - Obrigada.
- Isso não está certo. Ei, você pode ficar com as crianças por cerca de
meia hora quando eles sairem do ônibus?
- Sim, mas por quê? Você disse que meu pai não precisa de você.
- Isso é apenas questões pessoais. Eu não vou demorar, eu prometo. -
Michelle encolheu os ombros e, como se estivessem atentas, as crianças
atravessaram a porta, rindo juntos e gritando sobre uma criança no ônibus
que estava sendo grosseira.
- Michelle! - Mary ofegou, correndo para ela e abraçando as pernas
de Michelle. - Oi!
- Oi Mary! - Michelle disse. Jake ficou hipnotizado pela visão.
Michelle era quase como outra pessoa quando falava com seus filhos.
De certa forma, suas tendências nutricionais eram uma espécie de sexy.
Porra. Isso não era o que ele deveria estar pensando agora.
- Tudo bem, pessoal. Eu vou sair um pouco, mas Michelle vai cuidar
bem de vocês, ok?
Jake estava um pouco aliviado ao ouvir seus filhos protestar contra
sua saída. Ele estava quase com medo de que eles começassem a preferir
Michelle. Mesmo JJ tinha sido muito menos chorão e mais ativo desde que
Michelle estava vindo.
- Você vai ficar bem? - Jake perguntou a Michelle. - Muito sol pode
ser sério.
- Estou muito bem, mas obrigada. - disse Michelle com um sorriso
cansado.
- Ouçam, pessoal. - disse Jake, usando sua voz séria. Seus filhos
ouviram com os olhos arregalados. - Michelle apanhou muito sol, ok, então,
se ela começar a sentir-se doente, sabem o que fazer?
- Ligar para você e ligar para o 911! - Gritaram as crianças em
uníssono. Michelle sorriu para eles e Jake sentiu uma pequena onda de
orgulho.
- Está certo. Agora me dêem um abraço. Eu voltarei em breve.
- Ok! - Jake podia sentir os olhos de Michelle nele enquanto ele saiu
pela porta e ele suspirou para si mesmo.
A pobre menina tinha que caminhar por um longo caminho para sair
aqui. Talvez ele devesse dizer a Kent que não mais incomodasse ela. Não
valia a pena se ela fosse sofrer assim. Mesmo assim, ele sabia que isso
quebraria o coração de seus filhos se ele deixasse Michelle fora do gancho.
Ele só tentaria fazer valer a pena o sacrificio dela de alguma forma. E tudo o
que ele teria que fazer era comportar-se.
As crianças ficaram extremamente hiper ativas após terem vindo da
escola e Michelle teve dificuldade em manter sua conversa rápida. Era fofo
de certa forma, e um pouco esmagador. Ela realmente não estava se
sentindo bem. Geralmente, seu pai conseguia providenciar para que ela
pudesse voltar com um dos rapazes saindo das docas. Mas quando ele não
podia, ela tinha que sair cedo e ir de onibus.
Não só era apertado, malcheiroso e quente no ônibus, mas esperar na
varanda até que alguém chegasse não era uma grande alegria também. Ela
só tinha que se aguentar até Jake voltar. Talvez então ela pudesse tirar uma
soneca. Que tipo de cara simplesmente desaparecia quando sua babá estava
obtendo um golpe de calor? Aparentemente, apenas Jake. Callie estava
certa. Que encantador.
- Voltei! - A voz masculina de Jake ecoou pela a casa e Michelle sentiu
uma emoção passar por si mesma. Sim, ele era atraente, mas ele ainda era
um burro.
- Ótimo. - disse Michelle, lutando para se levantar da mesa.
- Ouça, eu me sinto terrível por isso. Eu não fazia ideia. De agora em
diante, por que você não pega um táxi para aqui, ok? Eu lhe darei um extra
para isso antes de sair todas as noites. Isso é fodido. E eu sei disso.
Jake estendeu o punho e olhou sinceramente para Michelle, e seu
coração bateu quando seus longos dedos roçaram a palma da mão quando
ele deixou cair alguma coisa nele.
- O que…?
- É uma chave da casa. - disse Jake, desviando o olhar um pouco
estranhamente. - Você pode usá-la para entrar se ninguém estiver em casa.
Ou se você precisa entrar e a porta está trancada.
- Você realmente não deveria...
- O que, confiar em você? - Perguntou Jake, sorrindo para ela. Michelle
olhou para o chão, suas bochechas queimando. - Eu sei o que seu pai faria
se você fodidamente traisse a nossa confiança. Então não se preocupe. Eu
só vou seguir em frente e dar-lhe o benefício da dúvida.
- Que doce. - Michelle disse sarcasticamente. O rosto bonito de Jake
iluminou-se com um sorriso - possivelmente o primeiro sorriso genuíno que
ela já havia visto, vindo do cara. Era um pouco perturbador, e ela virou as
costas para ele. Era muito estranho.
- Bem, eu acho fofinho que você quase tenha tomado o sol para cuidar
dos meus filhos. Talvez devêssemos ver isso antes de voltar.
- Não, está bem. Estou bem. - disse Michelle. E era verdade. A pior das
náuseas tinha passado e ela estava começando a se sentir muito melhor.
Felizmente, acabou por ser a linha de onibus mais proxima e Jake chegou a
casa com tempo. Ter a chave definitivamente seria útil no futuro.
- Tudo bem. - disse Jake. - Bem, tenha cuidado ao chegar em casa.
Pegue um táxi e, se sentir doente, faça o motorista levá-la ao hospital.
Ninguém quer ver nada ruim acontecer com você.
Michelle não respondeu, nem mesmo reconheceu as palavras de Jake.
Ela tinha que colocar uma parede de gelo se ela fosse sair dessa situação
com sua dignidade intacta.
- Tchau, caras! - Ela disse brilhantemente para Mary e JJ.
- Tchau! - Exclamaram eles.
- Desculpe, você não está se sentindo bem!- Mary disse, entrando na
sala de estar e repentinamente aparecendo com um pequeno pedaço de
papel dobrado pela metade. - Eu fiz para você um cartão de melhoras!
Foi adorável e a parede de gelo de Michelle imediatamente derreteu.
- Obrigada, querida!
Mary sorriu e Michelle podia sentir Jake se aproximando para
examinar o trabalho de sua filha. - Parece bom, Mary! Mantenha o bom
trabalho!
O baixo rumor da voz de Jake tão perto de Michelle enviou um arrepio
pela espinha dorsal. Mas ela não o deixaria saber disso. Era apenas uma
resposta física involuntária a outra pessoa. Acontecia o tempo todo. Isso não
significava nada.
- De qualquer forma, aqui está o que eu devo a você, pelo seu tempo
e pela tarifa de volta ao MC e volte aqui amanhã, ou sempre. Não se atreva
a recusá-lo.
Michelle apertou os lábios e olhou desafiadoramente para os olhos de
Jake. Seu pai não queria que ela pegasse o dinheiro. Ela poderia usá-lo como
um trunfo contra Jake, que era apenas um Vice-Presidente em um turbilhão
instável. Mas o olhar em seus olhos a fez hesitar. Ele estava sério,
preocupado com ela. E a verdade era que ela gostava de ter dinheiro para
usar de forma independente. Ela poderia guarda-lo e colocá-lo para ir à
faculdade se ela encontrase uma saída dos Pythons.
- Tudo bem. - ela disse finalmente, deixando Jake deslizar o dinheiro
em suas mãos. - Obrigada.
- É um prazer. - disse Jake, seus olhos brilhando com uma emoção que
Michelle não conseguiu identificar. Ele estava tão perto dela que era quase
íntimo. Ela se afastou de seu olhar e do calor de seu corpo e caminhou em
direção à porta da frente.
- Até mais tarde. - disse Michelle, fazendo o melhor para parecer
alegre. Mas a realidade era que agora sentia-se mais presa do que nunca.
Como ela iria passar por isso?
Jake estava ocupado como o inferno nas semanas seguintes. Parecia
que cada vez que ele atravessava a porta de sua casa, Kent estava no
telefone dizendo que ele era necessário em outro lugar. E fez muito sentido.
O MC tinha alguns dos seus envios mais importantes chegando, e todos
sabiam disso: o próprio MC, os policiais e, pior de tudo, os Raptors.
A polícia geralmente deixava o MC em paz. Eles eram fora da lei e
muitas vezes compensavam genialmente os curiosos oficiais por sua
ignorância. Se o policial persistia, então eles tinham que recorrer a ameaças.
Não havia outra maneira de fazê-lo. As coisas que os Pythons tratavam eram
menos do que legais, mas acumulavam muito poder e recursos por causa
disso. Era como uma família protetora. De certa forma. O que acontecia no
MC ficava no MC, e todos os forasteiros que tentaram ficar com o nariz onde
não pertenciam tinham o que eles mereciam por tentar meter o nariz.
- Nós precisamos de você nas docas de novo. - disse Kent durante a
bilionésima vez naquela semana.
- Acabei de sair das docas. - disse Jake. Ele estava cansado como a
merda. Tudo o que ele queria fazer era rastejar na cama e dormir por
algumas horas. Ele não fazia muito disso ultimamente. Kent confiava demais
nele. Ele era força pura e nunca deixava ninguém fugir com a erradicação de
sua família MC. Mas com essa convicção veio muita responsabilidade.
- Eu sei que você fez, mas há uma situação acontecendo.
- Você parece cansado.
Jake congelou, surpreso com a gentil preocupação na declaração de
Michelle. Ela entrou na cozinha quietamente, e Jake não a notou. Mas agora
que sabia que ela estava lá, todo o seu corpo ficou tenso.
- Eu estarei lá em alguns minutos. - disse Jake, desligando o telefone.
- Se você está muito cansado, diga a ele! - Exclamou Michelle. - Eu não
vi você descansar desde terça-feira!
- Querida, este não é o tipo de trabalho onde você descansa quando
quer. - Jake suspirou. - Eu vou ficar bem.
- Meu pai é tão...- Michelle se cortou, provavelmente pensando que
Jake ficaria irritado com ela por estar frustrada com seu idiota de pai. - Eu
vou falar com ele eu mesma. Ele está fazendo você trabalhar muito! E se
você se machucar?
- Tudo faz parte do trabalho. - disse Jake, parado em seu assento e
bocejando. - Eu tenho que sair daqui. Desculpe, você está presa aqui por
mais tempo do que estava esperando.
- Não... está tudo bem. Acabei de colocar as crianças na cama de
qualquer maneira, eles não saberão a diferença.
Jake sorriu. Ela era tão boa com seus filhos. Isso tornou sua beleza
despretensiosa quase insuportável para ele.
- Bem, eu sei que eles estão em boas mãos. Vejo você mais tarde.
- Sim…
Ele podia sentir o olhar de Michelle queimando um buraco nas costas
quando ele saiu, mas o que ele deveria fazer? Se ele não fizesse o que Kent
pedisse para ele, ele colocaria a si mesmo e a sua família em risco. No que
diz respeito a Kent, Jake estava em liberdade condicional por causa das ações
de sua esposa. Se ele perdesse o MC, ele poderia perder muito mais do que
apenas um título. Kent era um homem vingativo. Não havia como dizer até
onde ele iria.
- Eu pensei que você nunca iria aparecer!
Jake se aproximou a tempo de ver o punho virar no rosto dele. Ele
esquivou-se do caminho, mas a dor rasgou sua bochecha. Pelo menos,
falhou seu nariz.
- Vamos, Leon! Você não fez danos suficientes?!
Leon zombou e o peito de Jake se encheu de fúria. Leon era o homem
que havia enchido a sua esposa com heroína. Ele foi celebrado como um
herói entre os Raptors, mas Jake o considerou ser o seu pior inimigo.
- Bem, eu tive que vir e ver o fruto dos meus esforços! E além disso,
você sabe o que? Estive ouvindo algo muito engraçado ultimamente e tive
que verificar por mim mesmo para ver se era verdade.
- O que é isso, Leon? - Disse Jake, lançando um golpe no ombro de
Leon. Leon sorriu e colocou os punhos no topo da cabeça de Jake, duro. Seus
reflexos eram lentos esta noite. Michelle provavelmente tinha razão em se
preocupar.
- Você sabe, Kent está perguntando sobre o comércio de heroína. Ele
está considerando aceitar isso. Mas esse é o nosso território, Jake. Você sabe
disso. O que Janie diria?
Raiva estremeceu o corpo de Jake e ele pulou para Leon. Os olhos de
Leon se arregalaram brevemente de surpresa, mas ele rapidamente retaliou.
Uma dor cortou quando a lâmina entrou no abdômen de Jake.
- Parece que Kent vai fazer o seu caminho. O filhote de cachorro
goody-goody aqui não estará no seu caminho muito mais tempo.
Leon riu e retirou a lâmina do lado de Jake. Jake caiu no chão e se
contorceu em agonia enquanto Leon caminhava pelas docas. Ele podia ouvir
o resto dos homens lutando, segurando seus bens dos outros Raptors.
Tecnicamente, sua missão havia sido realizada, mas por algum motivo Jake
sentiu-se como o maior fracasso do mundo.

***

Foi um alívio para Jake finalmente ver sua casinha à distância. Ele
estava sangrando muito e a camisa que ele amarrava em torno de seu torso
não tinha sido suficientemente apertada para evitar que ele se afastasse da
perda de sangue. Ele não seria bem-vindo no hospital - eles tinham uma
política de afastar feridas relacionadas a gangues e vítimas de crimes que os
clubes de motos eram responsáveis. Ele só teria que se curar sozinho.
Ele praticamente caiu de sua bicicleta tentando desmontá-la e
cambaleou para a porta, amaldiçoando quando percebeu que estava
trancada. As mãos de Jake tremiam enquanto tentava tirar as chaves do
bolso. Eles estavam pegajosos com o sangue, e ele teve dificuldade em
colocá-los na fechadura corretamente.
- Jake! - Michelle exclamou, seus lindos olhos arregalados de choque.
- O que diabos aconteceu com você?
- Oh, não muito. - disse Jake, procurando por seus filhos. - Acabei de
ser esfaqueado. - O rosto de Michelle clareou e ela correu para a frente,
apoiando os ombros de Jake enquanto levantava sua camisa para mostrar a
ela. Um suspiro suave escapou de seus lábios e ela tocou cautelosamente a
área ao redor da facada.
- Siga-me. - disse ela, franzindo os lábios. - Eu vi pior. Eu posso ajudá-
lo. - Jake ficou surpreso, mas ele provavelmente não deveria ter estado.
Kent manteve sua filha em torno de todos os tipos de violência.
Parecia que ela cuidou de alguns motociclistas malvados que ficaram feridos.
Que maneira de viver.
- Sente-se. - Jake obedeceu, desfrutando secretamente da visão de
Michelle assumindo o controle.
Ela sabia exatamente o que fazer e começou a pesquisar seus
gabinetes de medicamentos. Felizmente, eles estavam totalmente
abastecidos. Não só ele sempre estava preocupado em se machucar no
trabalho, mas ele tinha seus filhos para cuidar. Uma vez que JJ nasceu, ele
tomou grandes esforços para se certificar de que ele teria o maior número
de suprimentos médicos possível.
Ter uma outra vida a cuidar tornou-o um pouco paranóico de certa
forma, e queria ter certeza de que sempre foi capaz de oferecer o melhor
para seus filhos, em situações boas e em más.
- Jesus, é como um estação de enfermagem aqui - disse Michelle,
segurando um monte de suprimentos e agachando-se ao lado de Jake. - Tire
sua camisa. - Jake levantou a sobrancelha e Michelle revirou os olhos. – É
sério? Você está sangrando até a morte e você está me dando esse olhar? -
Jake encolheu os ombros, incapaz de esconder sua diversão e ficou quieto
enquanto Michelle trabalhava nele.
Ele sussurrou com dor quando pressionou a ferida, mas ela chamou a
atenção e sorriu tranquilizantemente. A visão de seu rosto era suficiente
para acalmar seus nervos e ele se achava desejando que ele pudesse mantê-
la ao seu lado assim indefinidamente. Mas não, isso estava errado.
Ela era apenas uma criança. E não só isso, mas ela era a filha do
Presidente. Isso significava problemas. Ele não conseguia se deixar levar por
esse tipo de besteira. Ainda assim, com o corpo tão próximo dele, Jake foi
levado a distração. Seus cabelos longos e escuros ocasionalmente
esbarravam contra seu peito.
Se ele não estivesse com muita dor, isso o teria dificultado. Claro, isso
não ajudou com que ela estivesse tão perto, ele conseguiu cheirar
perfeitamente seu perfume - um leve e modesto aroma que levou a deixá-
lo louco. Entre o limite baixo, ele estava lutando contra a ferida do punhal e
a irresistível proximidade de seu corpo, Jake estava com dificuldade em
morder sua língua.
Se ela não terminasse de enfaixa-lo em breve, ele não poderia ser
responsabilizado pelo que aconteceu depois.
- Pronto. - Michelle disse, sua voz suave e bonita como um bálsamo
sobre suas feridas. - Isso deve dar. - Graças ao Cristo misericordioso.
Jake levantou-se abruptamente e gemeu com dor. Pequenos flashes
de luz começaram a borbulhar em frente a seus olhos e ele se recostou
pesadamente, nauseado e tonto.
- Calma! - Exclamou Michelle. - Você não é invencível, tanto quanto o
motoqueiro gosta de pensar que você é. Faça um favor e basta descansar
um minuto. - Michelle desapareceu do banheiro por alguns momentos,
deixando Jake em paz enquanto contemplava a gravidade de suas feridas.
Se ele morresse, quem cuidaria de seus filhos? Ele tinha vontade de
viver - seria irresponsável não ter em sua linha de trabalho - mas ele não
havia atualizado seus papeis, pois sua esposa havia morrido. A pessoa que
ele escolheu como guardiã era a irmã de Janie, mas provavelmente não
poderia confiar mais do que Janie poderia.
Os dois faziam tudo juntos, afinal. Se ele sobreviveu a isso, ele teria
que fazer uma mudança em sua vontade pronto.
- Beba isso. - A voz gentil de Michelle estalou-o de seus pensamentos
e sem pensar duas vezes, ele olhou com alegria nos olhos dela.
- Se alguma coisa acontecer comigo, cuide dos meus filhos. - ele disse.
Michelle parecia assustada, e ele imediatamente se arrependeu de deixar as
palavras escorregarem de sua boca. - Me desculpe - ele murmurou. - Eu
não estou me sentindo muito bem. Você não...
- Tudo bem. - disse Michelle, sentada ao lado dele. - Eu vou fazer o
que posso. - Ela colocou o braço em torno dos ombros de Jake e ficou de pé,
ajudando-o a se levantar. - Você precisa descansar, está bem? Vamos levá-
lo para a cama. - Jake assentiu impotentemente enquanto Michelle o guiava
para o quarto dele.
Ela era incrível. Seu coração pulou dolorosamente em seu peito
quando seus olhos claros e hipnotizantes se prenderam nos dele e ela sorriu
docemente para ele. Ela o ajudou a subir em sua cama e hesitou.
- Eu acho que vou passar a noite aqui apenas para ter certeza de que
você está bem. Se alguma coisa acontecesse, eu não me perdoaria. - Jake viu
Michelle sair do quarto, olhando por cima do ombro para verificá-la uma
última vez. Ela fechou a porta atrás de si e ele sabia, além da sombra de uma
dúvida, que ele queria que ela fosse dele.
Michelle sentou-se firmemente no sofá, olhando para o escuro
corredor que levava ao quarto de Jake. Ela sabia que Jake estava cansado
demais para lutar, e olha o que aconteceu! Os estúpidos machos alfa do MC
não pareciam perceber que tinham limitações humanas. Se alguma coisa
acontecesse com Jake, o que ela daria a seus filhos? Seu pai estava ocupado
ultimamente. Ela pediria desculpas pelo fato de seu pai praticamente ter
matado o deles? Eles nunca seriam capazes de entender. E a perda seria
devastadora. Eles seriam órfãos.
Se alguma coisa acontecer comigo, cuide dos meus filhos.
Michelle estremeceu com a lembrança da expressão dolorida de Jake,
o puro amor que ele tinha por seus filhos. Eles eram tudo para ele. Ela nunca
viu um homem que era tão amoroso e atencioso com uma criança antes. Ela
não tinha pensado que era possível que um motociclista tão bruto tivesse
qualquer tipo de coração. Na verdade, ela o colocou como um homem
particularmente cruel, na maioria das vezes.
E, no entanto, ele continuou a surpreendê-la. Primeiro pela sensação
pura e despreocupada de que ele ainda parecia ter por sua esposa e agora
como ele estava com seus filhos. O pai de Michelle teria morrido antes de
mostrar-lhe esse tipo de carinho. Sua mãe morreu quando era jovem, muito
jovem para lembrar, e acabou por apenas ser Michelle e seu pai. Ou mais,
seu pai e o MC, onde ela foi forçada a encontrar um lugar ou a sofrer a não
ver o pai por semanas ás vezes.
O que deve ser ter um homem como Jake em sua vida, ser jovem e
assustado e desamparado? Ele parecia tão capaz, tão forte e feroz. Era certo
para ser uma coisa reconfortante para uma criança pequena. E ele era tão
bonito...
Michelle sacudiu o pensamento e suspirou. Não havia nenhuma razão
para ela pensar assim. Então um motociclista passou a ser um bom pai.
Coisas estranhas haviam acontecido. Ela simplesmente o via durante a noite
e voltava para sua vida como se nada acontecesse.
- Porra!
A voz de Jake de repente ecoou pelo corredor, fazendo o coração de
Michelle martelar no peito. Ela se afastou do sofá e correu pelo corredor,
meio convencida de que encontraria Jake se afogando em um bando de
sangue.
- Jake, você está...
Michelle atravessou a porta e parou de repente, com um calor
subindo em suas bochechas. Jake estava parado no meio do chão do quarto
em seus boxers, tentando atravessar o pantalón de seu pijama. Ele olhou
para ela, envergonhado, antes de relaxar o olhar.
- Desculpe, não estou acostumado com os visitantes quando estou em
minha roupa interior. - disse ele, e então hesitou. - Ok, isso não é verdade.
Quando você tem filhos eles tendem a aparecer quando eles sentem isso.
- Você está bem? - Michelle perguntou, tentando manter sua voz
uniforme e seus olhos acima do umbigo de Jake. Os boxers estavam
apertados e a visão repentina da protuberância da masculinidade de Jake
tinha sido eletrizante. Ela ainda não tinha certeza do que fazer com ela
mesma, embora seus instintos fossem divididos entre fugir e caminhar mais
perto dele.
- Sim. - disse Jake. - Desculpe alarmá-la. Eu simplesmente não queria
dormir naqueles malditos jeans sujos, você sabe... é desconfortável o
suficiente usá-los o dia todo. Também não os preciso na minha cama.
Michelle ficou surpresa de que um homem como Jake considerasse
que as roupas estavam sujas ou não. Aparentemente, havia muito sobre ele
que não sabia. Mas estava começando a querer descobrir.
- Bem, você precisa de alguma ajuda? - Perguntou relutantemente.
- Obrigado, mas não. - disse Jake, tentando se inclinar para pegar a
cintura de suas calças de pijama. Ele sussurrou com dor e Michelle correu
para o seu lado, seus pensamentos já não estavam mais perto da tensão
sexual alarmante que ela estava começando a experimentar.
- Aqui, eu vou apoiá-lo. - ela disse calmamente, segurando os ombros
de Jake para que ele pudesse relaxar contra ela e chegar ao chão.
- Obrigado. - ele disse calmamente, sua voz tão perto de sua orelha
que ela podia sentir sua respiração quente contra sua pele. Ela deu o arrepio
e ela fechou os olhos, tentando lutar contra o estranho calor que estava
começando a atravessar por ela.
- Claro. - disse Michelle, limpando a garganta. - Você está bem agora?
Que tal você relaxar uma vez na sua vida e descansar um pouco?
- Sim, não há problema doutora. - disse Jake com uma piscadela. -
Obrigado. Boa noite.
Michelle hesitou antes de ir para a porta. Por algum motivo, ela estava
relutante em deixar seu lado. Foi porque ela estava preocupada com ele ou
era outra coisa?
Mas ela nem sequer podia começar a tentar ordenar a si mesma agora
mesmo. Ela não podia apenas se convidar para sair do quarto de um homem.
Ele era o dobro de sua idade!
- Boa noite. - disse Michelle calmamente. Ela deixou a porta
parcialmente aberta, pelo caso, de ele gritar no meio da noite.
Ela voltou para o sofá e afundou pesadamente sobre ele. As crianças
se perguntariam o que ela ainda estava fazendo lá pela manhã. Mas tudo
acabaria. Enquanto seu pai não pensasse que nada era estranho sobre ela
ficar a noite toda na casa do Vice-Presidente. A suspeita de seu pai era a
última coisa do mundo que ela precisava.
Seria melhor tentar fugir o mais cedo possível para que ele não
soubesse que ela esteve fora a noite toda. Michelle ficou deitada no sofá,
com os olhos pesados com o sono. Era realmente patético, à sua idade, ela
ainda tivesse que se preocupar com o que seu pai pensava.
Talvez algum dia, ela encontraria uma saída dessa bagunça.
Jake passou os próximos dias recuperando-se da ferida de facada. Ele
tinha a sensação de que Michelle tinha alguma coisa a ver com a súbita
parada de ligações do seu chefe, porque ele não havia contado a Kent nada
sobre sua lesão. Michelle, no entanto, havia passado fielmente todos os dias
para cozinhar e limpar a casa e certificar-se de que as crianças ficassem fora
do cabelo de Jake. Foi legal, realmente, e ele se permitiu apreciar a
domesticidade da rotina.
A verdade era que ele não parecia querer ter uma mulher desde que
sua esposa faleceu. Mas com Michelle, parecia que tudo era o que deveria
ser. Talvez fosse porque ele não tinha que se preocupar com seus filhos. Ou
talvez fosse por algum outro motivo. Talvez Michelle o tivesse aberto para a
possiblidade de ultrapassar a morte de sua esposa. Um homem não poderia
sofrer para sempre, afinal. Especialmente não quando uma pequena chama
como Michelle estava cintilando na frente dele, dia após dia.
- Parece que você está começando a se sentir melhor. - disse Michelle,
limpando a mesa e sorrindo para Jake.
- Posso ter mais suco de laranja? - Perguntou Mary.
- Claro, querida. - disse Michelle distraidamente, derramando suco
com uma mão e segurando uma pilha de pratos sujos na outra.
Ela sorriu brilhantemente para Mary e empurrou o suco para a filha
de Jake, que sorriu e exclamou: - Obrigada!
- Sim, eu me sinto melhor. Eu tive sorte. A ferida da facada era rasa e
perdeu qualquer coisa vital. Tenho a sensação de que o filho de um... - Jake
se cortou, lembrando que seus filhos estavam ao alcance do ouvido. Eles
estavam acostumados a ele jurar, mas isso não significava que ele gostasse
que eles pensassem que ele era apenas uma enorme boca de potinho. - Eu
acho que ele estava apenas tentando me machucar. Por que eles queriam
me manter vivo?
- Eu não sei. Talvez estejam planejando algo. - disse Michelle
encolhendo os ombros. - Você sabe como os Raptors podem ser.
- Sim. - disse Jake. Era exatamente isso que ele tinha medo. Os Raptors
sabiam quão fino era o gelo que Jake estava pisando no MC. Seria fácil leva-
lo ao fracasso. Kent não confiava nele por isso poderia ser fácil mover, e isso
significava que não levaria nada por sua suspeita para custar a Jake sua
posição no MC.
- Eu não me preocuparia demais com isso. - disse Michelle. Jake olhou
nos olhos dela e não pôde deixar de relaxar. Havia algo tão sereno sobre a
cor oceânica dos olhos de Michelle, e a maneira doce que ela sorriu. - Eu
tenho certeza que você teve sorte agora. Mas fique de olho. E se você
precisar de algum descanso, basta descansar. Tudo bem?
- Não posso querida. - disse Jake, levantando-se da mesa e esticando.
Ele ainda estava dolorido onde a faca tinha cortado a pele, mas sentiu-se
bem em levantar os braços sobre a cabeça novamente. Ele sempre foi um
de curar rápido. - Eu tenho muito trabalho para fazer. Agora que me sinto
melhor, acho que devo ir visitar o seu pai.
- Para o que você quer vê-lo? - Perguntou Michelle sombriamente. –
Se fosse por ele você seria morto.
- Ele ainda é meu chefe. - disse Jake. - E ouça, talvez não falamos muito
disso á mesa.
Ele olhou significativamente para seus filhos, que estavam mastigando
lentamente e olhando para os adultos com os olhos arregalados. Michelle
pegou o ponto e fechou a boca.
- Certo. - disse ela, indo até a pia para lavar a louça. A sala ficou muito
tranquila, tudo menos o som de água corrente e o clank de pratos, até
Michelle virar-se para as crianças e sorriu. - Eu estava pensando que
poderíamos ir ao cinema hoje, se estiver tudo bem com o seu pai.
As crianças ofegaram e se viraram para Jake com olhos esperançosos.
Eles não estiveram no cinema desde muito antes de sua mãe ter morrido.
Como Jake pode recusá-los? Era fim de semana, afinal.
- É claro que está tudo bem comigo. Quanto você precisa para isso?
- Oh, é meu deleite, Sr. Desmond. - Disse Michelle.
Jake franziu o cenho. A maneira como ela disse seu nome parecia
estranhamente formal. Não é como se ela o dissesse com muita frequencia,
mas depois de todo esse tempo, não seria bom chamá-lo de Jake?
- Ninguém me chama de Sr. Desmond, apenas o banqueiro. - disse
Jake, levantando a sobrancelha para ela. - E eu não posso deixar você fazer
isso com seu próprio dinheiro, embora seja poderoso para você oferecer.
Por que você não leva isso e vai levá-los para comer depois. Os filmes são
muito longos nos dias de hoje.
Jake pescou uma nota de 100 dólares de sua carteira e ofereceu a
Michelle.
- Por favor, não. Eu posso pagar isso. Você está me dando muito mais
do que o suficiente.
- Isso é porque você precisa de algo que é apenas seu. - disse Jake,
olhando-a seriamente. - Se você fosse minha filha, eu deixaria você ter isso.
Michelle olhou para ele, um atrativo rubor rosa que coloria suas
bochechas. Ela desviou o olhar rapidamente.
- Obrigada. - disse ela, avançando e tomando o dinheiro. - Então, o
que vocês querem ir ver?
Jake sorriu para si mesmo enquanto seus filhos conversavam
excitadamente, listando todos os filmes que seus amigos da escola tinham
ido ver. Poderia ser difícil não ter uma mãe ao redor e Jake nunca parecia ter
tempo para fazer nada divertido com as crianças. Eles precisavam desse tipo
de coisa, no entanto. E parecia que Michelle era apenas a pessoa para dar a
sua família exatamente o que eles precisavam, e logo quando eles
precisavam disso.
– Tudo bem. - Jake disse, sorrindo para seus filhos.
Eles se acalmaram e correram para abraçá-lo. Eles sabiam que ele
estava saindo sem ele ter que realmente dizer isso. Foi meio gentil. Mas ele
era pai solteiro agora.
É assim que seria agora. Pelo menos, ele ganhou mais dinheiro
trabalhando com o MC do que nunca em um trabalho regular de nove para
cinco. Isso era uma pequena consolação, certo? Mesmo que as horas fossem
imprevisíveis e perigosas.
- Espero que as coisas estejam bem. - disse Michelle com um
significado silencioso na voz dela.
Jake estava começando a ter a sensação de que as coisas entre
Michelle e seu pai não eram tão ótimas quanto pareciam estar do lado de
fora. Que tipo de homem teria uma filha como Michelle e negligenciaria
cuidar dela? Não pareceu justo. Na verdade, fez o sangue ferver para pensar
sobre isso.
- Obrigado. - disse Jake, sorrindo calorosamente para Michelle. – Irá
correr como tiver que correr.

***

- Jake! Fico feliz em ver que está se sentindo melhor - disse Kent. - Eu
não tinha ouvido muito de você nos últimos dias e eu tenho feito você
trabalhar muito, então eu pensei que eu lhe daria algum tempo livre.
Michelle me contou sobre sua ferida. Como isso está acontecendo? Você
conseguiu evitar infecção?
- Sim, graças a Michelle. Eu não sabia que ela era uma boa enfermeira.
- disse Jake.
- Bem, você não se machucou muitas vezes para que você não faria,
não é? - Kent disse com um sorriso jovial. - Você é bastante sólido. Mas os
verdes do clube ficam bastante familiarizados com ela.
- Tenho certeza de que sim. - disse Jake. Qual era esse sentimento?
Ciúmes? Mas isso era ridículo. Que tipo de pai fez a realização de sua própria
filha soar tão obsceno? Jake só podia rezar para que ele fosse um pai melhor
do que Kent.
- Bem, de qualquer forma, você está trabalhando hoje?
- É para isso que estou aqui. - disse Jake, sorrindo. Tanto quanto ele
amava estar em casa com seus filhos, ele sempre estava com coceira para
sair de casa e se envolver em assuntos de MC. Ele era o vice-presidente,
afinal. O clube era sua paixão.
- Ótimo. - disse Kent. - Há algo que eu preciso de você para fazer que
ninguém mais pode. Eu quero que você vá escondido.
- Escondido? - Jake perguntou levantando uma sobrancelha.
- Você acha que é possível que possamos fazer uma briga entre nós
dois para que você possa ir aos Raptors e se comprometer a se vingar de
mim?
- Vingança? Eu não acho que eles o comprariam, Kent. Não consigo
suportar nenhum deles e todos sabem disso. Eles veriam através de mim.
- Talvez você tenha razão. - Kent disse pensativo. - Bem, nesse caso,
talvez você deva correr às docas e supervisionar algumas das novas crianças.
Ainda não têm o jeito para tudo. Eu acho que você poderia dar-lhes algumas
informações valiosas.
- Isso é um pouco de trabalho leve. - grunhiu Jake. - Você não confia
em mim para fazer algo melhor do que isso?
- Acalme-se. - Disse Kent, levantando uma sobrancelha. - Michelle me
disse que eu preciso tomar tudo com calma até você se sentir melhor. E que
tipo de pai eu seria, se eu não ouvisse minha única filha? Pelo menos de vez
em quando.
Kent bufou e Jake relaxou seus pedaços. Ele precisava relaxar um
pouco. Kent estava apenas tentando procurá-lo. Jake estava apenas sendo
paranóico. Esse tipo de coisa não o levaria muito longe. Toda a tensão sobre
sua esposa realmente estava chegando a ele ultimamente. Kent disse que o
perdoou. Ele só precisaria tentar acreditar nisso e fazer o seu melhor para
trabalhar duro para o MC.
Não só isso, mas aparentemente Michelle estava cuidando dele
quando ele não estava por perto. Jake sentiu-se tão incrivelmente
afortunado de ter ela em sua vida. Ela fazia tudo passar de sombrio e difícil
de quase prazer. Não havia um dia desde que sua esposa faleceu que ele
realmente esperava sair da cama pela manhã. Pelo menos, não até Michelle
começar a vir. Ela era realmente algo.
- Então, como minha filha está trabalhando para você? - Kent
perguntou, quase como se ele pudesse ler a mente de Jake.
- Está indo bem. As crianças a amam. Você tomou uma boa decisão,
chefe. Obrigado.
- Ela está indo e vindo em um táxi. - Kent disse, seus olhos se
endurecendo. - Você estava fazendo isso?
- Sim, eu arranjei isso. Eu pago os taxistas.
- Ah, eu vejo. - Kent disse, relaxando. - Por um momento, eu estava
preocupado que Michelle tivesse outra maneira de ganhar dinheiro. Isso não
seria muito bom, não é?
- Por que não seria? - Perguntou Jake, genuinamente confuso. Se sua
filha mostrasse iniciativa e encontrasse um emprego, ele ficaria orgulhoso
dela.
- Bem, você conhece mulheres jovens. Elas saem e fazem escolhas
ruins. Você tem uma filha, você deve entender.
- Claro. - Jake mentiu. Para ele, soava como se Kent estivesse sendo
um idiota controlador que tinha medo de sua filha mostrar alguma
independência. Ele se sentiu mais poderoso se todos precisassem dele. Isso
provavelmente foi como ele conseguiu chegar ao topo do MC. Implacável,
controlar homens como Kent eram o tipo de caras que começaram a fazer
merda no mundo do crime organizado, certo?
- Eu penso assim. - disse Kent, sorrindo amplamente. - Ela é uma boa
garota. Ela nunca teve namorado.
Esse pensamento surpreendeu Jake. Uma mulher tão bonita como
Michelle nunca namorou? O que a impediu?
Mas quando olhou novamente para o sorriso satisfeito no rosto de
Kent, Jake sabia exatamente o que estava acontecendo lá. Claro que
Michelle tinha namorado. Ela simplesmente não deixara seu pai entrar nos
homens que havia escolhido. E por que ela iria? Ele, obviamente, cagaria por
todo o relacionamento e provavelmente acabaria antes de ter uma chance
de começar. A pobre menina. Se ela fosse dele...
É o quê? Sua filha? Sua amante? Seja como for, ele a trataria melhor.
Isso era um fato.
- Os caras estão indo em cerca de meia hora. Talvez você devesse ir
junto com eles e dar-lhes algumas dicas antes de entrarem e foderem tudo.
Não é uma coisa super importante, mas ainda é importante que as coisas
sejam feitas corretamente.
- Claro. - disse Jake, balançando a cabeça para Kent ao sair. - Obrigado
novamente, porém, por me emprestar a Michelle.
Kent sorriu novamente, outro sorriso arrogante e auto-satisfeito que
fez Jake brilhar de raiva.
Eles estavam falando sobre ela como se ela fosse propriedade, para
ser emprestada sempre que fosse melhor para eles. Ela merecia melhor do
que isso.
Mas, por enquanto, ele teria que brincar. Se Kent tivesse alguma
suspeição sobre o modo como Jake estava começando a se sentir sobre sua
filha, então todo o inferno ia se soltar. E o inferno era exatamente o que Jake
estava tentando escapar agora.
- Vocês querem pipoca? - Perguntou Michelle.
- Sim! - Exclamou JJ. Mary saltou para cima e para baixo, segurando a
perna de Michelle excitada.
- E pop. - Ela chorou.
- Claro. - disse Michelle, rindo. Depois de horas de debate, eles
decidiram ir ver um dos filmes que se baseavam em um show que ela gostava
de ver quando era criança. Todos os três estavam felizes com a escolha, e
eles entraram juntos no teatro escuro, Michelle equilibrando os lanches em
uma mão segurando a mão de Mary com a outra. Ambos seguiram JJ
enquanto ele descia os degraus para encontrar bons assentos.
- Aqui! - JJ gritou.
- Shh! - Alguém na platéia sibilou. O rosto de JJ caiu.
- O filme nem sequer está sendo exibido ainda, idiota! - Michelle
grunhiu na escuridão. Algumas pessoas riram e subiu as escadas depois de
JJ, que tinha um sorriso adorável e torto no rosto.
- Isso foi divertido. - disse ele.
- Isso vai ensiná-los algo. - ela sussurrou para ele, enfiando o ombro
com o punho.
JJ assentiu e eles se instalaram no cinema. Logo, o filme estava rolando
e Michelle estava sentada entre os filhos de Jake, porque ambos queriam
estar ao lado dela.
Mas ela estava tendo dificuldade em se concentrar no filme. Tão difícil
como tentou, era difícil se concentrar. Sua mente continuava retornando aos
momentos íntimos que ela compartilhara com Jake enquanto cuidava de
suas feridas. Seu corpo era inacreditável para um homem que tinha pouco
mais de 40 anos. E a maneira como ele estava com seus filhos era doce,
realmente. Talvez ele não fosse o monstro que ela sempre pensou que ele
era.
Michelle realmente esperava que não, porque estava cada vez mais
claro para ela que Callie só poderia ter tido razão. Jake era incrivelmente
bonito e sua atração por ele havia chegado ao ponto de não poder negar
isso. Mesmo que não quisesse senti-lo, estava lá. Se ela gostasse ou não, Jake
estava constantemente em mente.
Se era porque ela estava em sua casa o tempo todo ou porque ele
realmente valia o espaço em sua mente que ele ocupava, ela ainda tinha que
descobrir. Mas uma coisa era inegável: seu corpo doía por ele no final da
noite depois que ela saiu de sua casa. Sempre que ele olhava para ela ou
dava aquele sorriso doce e amável que ele normalmente reservava para seus
próprios filhos, ela sentiu seu peito apertado e um calor insípido e
provocativo despertava profundamente dentro dela.
Parecia que não havia tempo antes do final do filme. Ela estava
envergonhada ao descobrir que passara o tempo todo quando as luzes
estavam escurecidas fantasiando sobre Jake. Se alguém lhe pedisse para
falar sobre o enredo do filme, ela teria tido problemas.
- Esse foi um bom filme! - Exclamou Mary.
- Sim! - JJ concordou.
- Estou realmente feliz que vocês dois gostaram! - Michelle disse,
sorrindo para eles.
- Isso faz um de nós.
Michelle congelou quando um homem caminhou em direção a eles.
Ela reconheceu a jaqueta do homem imediatamente. Ele era um Raptor.
- O que você quer? - Perguntou Michelle. Ela não chegaria a lugar
algum mostrando seu medo com um homem assim.
- Eu só queria dizer-lhe que você estava sendo bastante grosseira
antes. - disse ele, franzindo o cenho para Michelle. - O garoto não deveria
estar gritando durante o principio de um filme.
- E você não deveria estar gritando com as crianças! Ou assistindo ao
filme de criança como um pervertido, para esse assunto. Este é o único com
um título que você pode ler ou algo assim?
- Oh, é melhor você se conter, garotinha. - o cara disse, seus olhos
escuros piscando com fúria. - Você vai se arrepender disso.
Ele olhou para a multidão no teatro, os punhos apertados. Muitas
pessoas pararam para assistir o confronto, e ela percebeu com a aparência
de alguns dos rostos dos homens que não tinha nada com que se preocupar.
Se ele tentasse atacar, ele seria parado. Além disso, ela poderia segurar-se
bem o suficiente.
- Tchau! - Michelle disse, alegremente. Claramente, esse cara não a
reconheceu como a filha do Presidente do MC mais poderoso na área. O que
foi pelo o melhor. Ela manteve seu medalhão Python escondido sob sua
camisa.
- Foda-se. - ele murmurou, suas costas já se voltando para eles.
- Uau. - JJ respirou, olhando Michelle com os olhos arregalados. - Você
não tem medo de nada, não é?
Michelle sorriu com confiança. - Eu cuido bem de vocês, não se
preocupe.
Mas, por dentro, estava com frio de terror. Se os Raptors a seguissem,
ela teria que ter muito mais cuidado a partir daí. Ela só esperava que o cara
com quem ela tivesse falado não tivesse muito poder no grupo, ou ela estava
fodida. Mesmo com seu pai em um MC, ela teria que ter cuidado.

***

- Papai, você sabia que Michelle é uma durona? - JJ gritou assim que
entrou pela a porta e viu Jake de pé na frente deles.
- Ela é? - Ele perguntou, piscando um olhar curioso para Michelle que
parecia queimar através dela. Ela olhou para o chão e zombou.
- Seu filho exagera. - disse ela.
- Não, meus filhos são anjos perfeitos que nunca esticam a verdade
mesmo um pouquinho. - disse Jake com um brilho no olho. - Então, o que
torna a Michelle durona, JJ?
- Ela enfrentou um cara que gritou comigo no teatro! - Disse JJ. -
Mesmo quando ele surgiu depois, tentamos pegar uma briga!
- Ele tentou arrumar uma briga? - disse Jake, com os olhos crescentes.
Eles ficaram presos em Michelle, e ele conseguiu ler a tensão que sentia do
evento. - Vocês estão bem?
- Sim! Michelle é tão legal! - JJ disse, rindo. - Eu não posso esperar para
contar aos meus amigos. - Jake abriu a boca para protestar, mas JJ já estava
correndo para o andar de cima, balançando a cabeça com descrença.
- Michelle é legal! - Mary repetiu, seguindo o irmão lá em cima.
- O que aconteceu? - O humor desapareceu da voz de Jake e ele
avançou poderosamente para Michelle, raiva emanando dele.
- Eu não sei. Um cara no escuro estava sendo um idiota, então eu
disse para ele calar a boca. Acontece que era um fodido Raptor e agora ele
está com raiva de mim, aparentemente.
- Ele sabe quem você é? - Jake perguntou, sua voz urgente. - Ele a
seguiu?
- Eu não sei se ele me conhece, mas fiquei segura de que ninguém
estava me seguindo quando nos viemos embora. Eu sei uma coisa ou duas
de ser a filha do presidente.
- Bom - disse Jake, caminhando até a janela e espiando com
desconfiança. - Talvez você deva ficar um pouco fora do radar. As tensões
estão realmente altas entre as gangues agora mesmo e eu me sentiria
responsável se alguma coisa acontecesse com você.
- Eu não sou uma menina pequena! - Exclamou Michelle. - E eu
também não me arrependo de enfrentar esse cara. Ele era um idiota total.
Quem grita para uma criancinha?
- Caras instáveis como os Raptors. Ele provavelmente estava drogado
e sentado no cinema para tentar andar no alto. Eles têm território não muito
longe do teatro. Eu esqueci completamente disso. Eu sou tão estúpido! -
Michelle saltou quando Jake golpeou a parede com força, deixando um
profundo recuo dentro dela.
Normalmente, esse tipo de comportamento brutal de homens fortes
fazia com que ela se sentisse irritada, mas, pela primeira vez, enviou calor
pelo seu corpo. Ele estava bravo assim porque se importava com ela.
Ou sobre seus filhos, de qualquer maneira.
Era um erro pensar que ele se importava mais com ela do que isso,
não era?
Era melhor ela manter seus sentimentos estranhos para si mesma. Só
porque ele estava chateado não significava que sua atração por ele fosse
retribuída. Jake provavelmente a viu como nada além de uma criança.
- É realmente minha culpa. - balbuciou Michelle. - Eu não deveria tê-
los levado para o cinema hoje. Ou talvez eu poderia encontrar um mais perto
do MC, onde os nossos caras estão na maior parte do tempo.
- Culpar-se por tudo é um mau hábito. - disse Jake. - Meus filhos vão
crescer sabendo disso. E mesmo que cometeram erros, eles se perdoarão e
farão o possível para corrigi-los. - Michelle enrubesceu. Ele estava
insinuando algo?
- Pelo menos nada aconteceu. Eu posso ficar de olho. Meu pai me
ensinou alguns truques para cuidar de mim mesma.
- De alguma forma eu duvido que ele te ensinou o suficiente - disse
Jake, sombrio. - Venha, cedo, amanhã, ok? Vou dar algumas lições. Dessa
forma, eu saberei que você pode lidar com eles se esses idiotas aparecerem
novamente. Entendido? - O coração de Michelle bateu em seu peito quando
Jake segurou seu olhar.
- Tudo bem - ela disse, o calor que a provocou durante todo o filme
voltou em pleno vigor. No que ela se meteu?
- Bom dia. - disse Michelle, evitando o olhar de Jake.
- Ei. - Jake disse, esfregando os olhos e sorrindo.
Ele acabara de acordar de um cochilo depois de enviar as crianças para
a escola, e ainda não teve a chance de mudar o pijama. Ele deixou Michelle
entrar, sua saudade por ela não filtrada com seu retorno à vigília. Ela lançou
uma olhada em suas calças de pijama e ele sorriu para ela. - Eu tenho certeza
que você gosta dos patinhos. Mary os escolheu para o dia dos pais alguns
anos atrás.
- Eles são muito masculinos. - disse Michelle com uma risada. Mas seu
riso estava tenso. Como ele, ela provavelmente tinha dormido pouco
pensando nas repercussões da altercação na noite anterior. Ele estava feliz
por ter mantido sua palavra e apareceu cedo.
- Eu também pensei isso. - disse Jake. - Venha aqui comigo, você vem?
O cheiro de mofo do porão o atingiu quando ele entrou na cozinha e
abriu a porta, e ele hesitou. - Quer um pouco de café primeiro?
- Definitivamente. - disse Michelle. - Obrigada.
Sentaram-se na mesa da cozinha, tomando café sem falar.
- Normalmente não é silencioso por aqui. - disse Michelle, seus lindos
olhos baixaram em sua caneca de café.
- Nah. - disse Jake, afastando os olhos dela. Ele estava realmente
pedindo problemas aqui.
Eles ficaram calados novamente, mas era um silêncio incomum
confortável. Ambos estavam um pouco cansados, e Jake simplesmente
gostava de sua companhia, se eles estavam falando ou não. A maneira como
seus lábios se abaixaram em torno de seu copo o fez sentir um pouco louco,
então ele teve que manter seus olhos para si mesmo. Que tipo de mulher
poderia parecer tão boa, mesmo quando estava esgotada e bocejando? Sua
esposa não tinha sido abençoada com esse presente.
- Tudo bem. - disse Jake, de pé abruptamente e pousando o copo de
café. - Eu acho que posso funcionar agora. O que você acha?
- Sim. - disse Michelle. - Eu gostaria de fazer algo sobre meu pequeno
problema.
- Bem, você não vai ser capaz de lidar com você mesma em uma luta
da noite para o dia, então certifique-se de que você não fode alguma coisa,
tudo bem? É importante. Eu não dou uma maldição de Deus se os seus
amigos vão telefonar para você sobre o baile de formatura e cachorros e
meninos - pratique todos os dias! E se você alguma vez tiver alguma dúvida
ou quiser esbarrar, apenas me diga e deixarei tudo pronto.
Michelle sorriu timidamente para o chão e Jake virou-se, alarmado
com o constante aumento de desejo que estava construindo nele. Talvez dar
a Michelle uma lição de autodefesa tenha sido uma má idéia.
Quando ele se virou para encará-la novamente, ele começou. Ela
estava puxando sua camisa e seus olhos permaneciam colados nas curvas de
seu corpo quando ela puxou sua camisa sobre sua cabeça para revelar uma
camisola branca. Sim, isso definitivamente foi uma má idéia. Isso, ou muito
boa ideia.
- O quê? - Perguntou Michelle, soltando a cabeça da camisa e
colocando-a nos degraus. O que Jake poderia dizer? Ela estava deixando-o
louco.
- Nada. O que você conhece sobre Krav Maga? - Ele disse. Ele não
podia dar muito atenção á atração que sentia. Não com uma menina tão
nova. Ele não era senão um velho sujo.
- Não muito. - admitiu Michelle.
- Certo. - disse Jake. - Bem, se eu vier para você e colocar minhas mãos
assim, o que você faria?
Jake veio em direção a Michelle, tentando ignorar o fogo em sua
virilha enquanto tocava sua pele suave e sedosa pela primeira vez. Michelle
fechou os olhos e ofegou ligeiramente, com prazer ou surpresa Jake não
conseguiu dizer. Não ajudou sua situação.
- Eu não sei. - ela respirou. Jake estava perto de seu rosto, seus corpos
criando uma carga que ele não podia ignorar. Seria tão fácil simplesmente
mergulhar e provar a doçura de seus lábios.
Mas Michelle abriu os olhos e olhou para ele, sem se esforçar contra
seu leve aperto em seu pescoço. De repente, ele sentiu que ela viu sua luta
para se segurar. A necessidade em seus olhos deve ter sido muito aparente.
Suas bochechas estavam coradas agora e ela o deteve firmemente. Essa
garota tinha coragem, com certeza. Ela sabia o quão excitante era?
- Eu realmente não sinto pena por machucar você. - disse ela.
A idéia de que Michelle poderia machucá-lo fez Jake rir alto. - Você
acha que poderia se você sentisse isso?
- Claro. - ela disse, olhando para ele de maneira uniforme. - Eu poderia
dizer-lhe que você é muito velho para mim. Que isso nunca poderia
funcionar.
Merda. Jake tentou se burlar, mas pegou o jogo. Ele se encolheu, de
repente se sentindo realmente envergonhado. Ele tinha sido pego com a
mão no frasco de bolachas, e seu profundo desejo de colocar aquele biscoito
proibido em sua boca tinha sido o fim dele.
- Mas… - disse Michelle, colocando a mão em seu ombro, suas
bochechas ainda coradas. Ela parecia nervosa, mas o olhar em seus olhos
era sério e mais seguro do que qualquer coisa que ele já havia visto. Esta
menina era do tipo com convicção. - Eu disse que não sinto sofrer como
você.
Michelle olhou para ele de forma significativa e uma força
aparentemente magnética fechou o espaço entre seus corpos. De repente,
seus seios foram pressionados contra ele e seus lábios mergulharam para
prová-la, brevemente, timidamente, antes de devorá-la com toda a paixão
que ele estava tentando reter.
O corpo de Jake foi eletrizado quando Michelle agarrou seus braços
fortes e se afastou dele, ofegante.
- Isso é errado, certo? - Ela sussurrou, seu rosto bonito, contorcido
com uma luta interior, que ele conhecia muito bem.
- Definitivamente. - disse Jake. Ele agarrou Michelle pela cintura e
puxou-a para perto dele novamente, e ela gemeu suavemente enquanto
seus lábios roçavam a sua nuca. O desejo percorreu seu corpo e ele podia
sentir o sangue apressado em seu pênis, fazendo-o de repente e
urgentemente duro. Não havia como parar agora.
Michelle fechou os olhos em êxtase quando Jake plantou beijos para
cima e para baixo em sua nuca. Seu corpo tremia involuntariamente
enquanto suas mãos fortes a acariciavam, enviando emoções profundas em
todo seu corpo. Ela podia sentir o forte montículo de sua masculinidade
pressionado urgentemente contra sua coxa, e ela suspirou com prazer, com
cuidado, ele começou a empurrar suas calças de pijama.
Quando ele puxou a camisa, Michelle permitiu-se pegar seu corpo
deslumbrante, chocado por ter sido capaz de resistir suas tentações por
tanto tempo. Ela passou a mão por seu amplo peito e Jake sorriu para ela.
- Você não é uma virgem, é?
O calor encheu o rosto de Michelle e ela balançou ligeiramente a
cabeça. - Eu tive um namorado em segredo alguns anos atrás, mas nós só...
só aconteceu uma vez. Ele não era o certo para mim?
Jake assentiu. - Eu pensei em algo assim. Vamos. Papai vai mostrar-lhe
como fazê-lo direito.
Calor inundou o corpo de Michelle enquanto Jake a levantou pela
cintura e a levava até a escada do porão. Ela ficou chocada com o quão forte
ele era, mesmo depois de sofrer recentemente uma ferida de uma facada.
Por que ela sempre pensou tão pouco dos motociclistas no MC? Jake estava
se tornando um cavalheiro incrível. Era realmente chocante. Quem teria
adivinhado que uma multidão tão áspera poderia ter homens tão cortês
escondidos debaixo de todos os músculos e palavrões?
Os olhos de Jake brilharam sobre ela e ela estremeceu.
- Você está bem?- Ele perguntou, chutando a porta do quarto aberta.
Michelle assentiu.
- Eu nunca pensei que isso fosse acontecer. - admitiu ela. Jake soltou
uma pequena risada.
- Que faz de nós dois. Você acha que devemos parar?
Michelle ergueu uma sobrancelha para ele e ele riu profundamente.
- Eu também não. - disse ele, deitando-a na cama e subindo pelo seu
corpo. Ele a desnudou com cuidado, acariciando e beijando cada centímetro
de pele que ele revelou enquanto tirava a roupa. Ela gritou suavemente
quando uma sacudida de fogo envolveu seu corpo quando seus lábios
encontraram o suave montículo de seu mamilo e puxaram-no suavemente.
Ele parecia gostar da maneira como ela respondeu, porque ele
continuou a lamber lentamente, enchendo-a de um fogo que só poderia ser
atendida com uma coisa. Como se ele pudesse sentir exatamente o que
queria, ele gentilmente a tirou a sua roupa da cintura para baixo sem mover
seus lábios. Michelle tremia debaixo dele enquanto suas mãos fortes
roçavam seu meio e descansavam por um momento, levando o fogo dentro
dela.
- Você está bem, querida?- Perguntou Jake. Ele parecia divertido com
a resposta do seu corpo ao seu toque, e parecia interessado em levar tudo
o tempo que pudesse, mesmo que fosse claro pelo sentimento de sua
ereção maciça que ele estava tão ansioso para provar a fruta proibida como
ela estava.
Michelle assentiu. - Eu... não me sentia assim na primeira vez.
Jake sorriu. - Isso é porque você está com um homem de verdade
agora. E o papai aqui vai te ensinar como se mover.
Todos os pensamentos saíram de sua cabeça quando o corpo de
Michelle foi de repente superado pela sensação do pênis de Jake
pressionado suavemente contra o meio dela, massageando sua área mais
sensível até que as ondas de prazer estivessem batendo ao redor dela. Essas
ondas rapidamente se transformaram em um tsunami quando Jake
começou a penetrar seu corpo, empurrando firmemente para que a dureza
de sua cabeça estivesse mergulhando dentro dela.
Michelle gemeu profundamente pelo sentimento de ser
agradavelmente rasgada pela metade, e o rosto bonito de Jake pairava acima
dela. Seus olhos estavam brilhando, e ele começou a girar seus quadris acima
dela e empurrar mais e mais fundo para dentro, lentamente, de forma
constante, segurando todo seu poder apenas para se certificar de que estava
confortável. Ele estava tratando ela como se fosse a espécie de uma
princesa, ela percebeu de repente. Como ela sempre viu outras meninas
sendo tratadas, seja por seus pais ou por seus namorados. Michelle nunca
tinha sido tratada como algo precioso. Apenas algo útil. Isso quase a levou
às lágrimas.
Mas antes que ela pudesse ficar muito pensativa, Jake enterrou a boca
contra o seu pescoço e começou a beija-la. Ela se contorceu debaixo dele
enquanto o prazer a encheu até o ponto de explodir. Ele parecia ser capaz
de dizer exatamente o que estava sentindo, porque ele olhou para ela e
sorriu antes de finalmente mergulhar por dentro dela pela a primeira vez.
Michelle gritou enquanto seu corpo tremia de prazer, engolfado por
um incêndio que só se tornava mais quente com cada impulso dos
poderosos quadris de Jake. Ela segurou seus ombros com força, agarrando-
os até que suas unhas pressionassem sua pele. Em vez de machucá-lo,
pareceu inflamar o desejo de Jake e ele acumulou seu jogo, vagando e
acariciando seu corpo e enviando arrepios sensuais de prazer correndo por
ela.
Com cada impulso, ela se aproximou cada vez mais de um sentimento
enorme e poderoso que estava crescendo, borbulhando profundamente em
seu abdômen. Ela já experimentou um pequeno orgasmo rápido, apenas
uma vez, e não era nada como o que ela estava sentindo agora. Jake
realmente ia ensinar-lhe algumas coisas sobre seu corpo que ela não
conhecia antes. E ela estava mais do que preparada para isso.
Jake grunhiu de prazer quando o orgasmo de Michelle começou a
entrar em erupção, e seu corpo começou a espremer seu pênis e se contraiu
poderosamente ao redor. Ela podia sentir cada centímetro dele enquanto
ele a massageava por dentro. De repente, as costas de Michelle se
arquearam e uma explosão de êxtase inundou-a, fazendo com que cada
parte de seu corpo tremesse com êxtase quando o puxão de Jake se esticou
dentro dela. Ele estava prestes a se afastar dela, mas Michelle sacudiu a
cabeça. Ela estava tomando a pílula, mesmo que ela não fizesse sexo
regularmente. Seu pai insistia nisso.
Os olhos de Jake ficaram escuros e ele desencadeou uma torrente de
empurrões que eletrificou seu corpo. O clímax de Michelle foi levado a novas
alturas quando uma poderosa explosão de calor entrou em erupção do pau
de Jake e a encheu de dentro para fora. Ele grunhiu quando se esvaziou
dentro dela, a manifestação física de sua luxúria enviando arrepios de prazer
ao longo do corpo de Michelle.
Finalmente, ele puxou-a e a recolheu-a em seus braços, segurando-a
e deixando beijos em sua testa e rosto. Michelle estava completamente
exausta, enfraquecida pela enorme explosão de energia que seu orgasmo
tirou dela.
- Uau. - ela respirou.
Jake sorriu, seu rosto bonito se acendeu. - Na próxima vez, não vou
pegar leve com você.
Pegar leve? Os olhos de Michelle se arregalaram e Jake riu
suavemente.
- Apenas brincando, querida. Nós vamos levar isso. Pode deixar.
Michelle sorriu e fechou os olhos. Ela não se arrependeu do que
aconteceu, mas agora havia um novo estresse na sua mente. Se seu pai
descobrisse isso, ambos estariam em sérios problemas.
Os próximos dias foram estranhos em torno da casa e Jake tentou o
seu melhor para se concentrar mais em seus filhos do que em Michelle. Ele
não pôde deixar de se sentir horrível sobre o que eles fizeram juntos. Não só
era uma traição para Kent e sua confiança, mas também era um pouco
estranho estar dormindo com uma garota que facilmente poderia ter sido
sua própria filha.
Michelle parecia sentir seus sentimentos e não falou muito com ele.
Ela manteve as coisas profissionais e suaves, chegando apenas quando seu
pai a enviou e saindo sem muitas palavras picadas entre eles. Embora ele
perdeu o relacionamento que eles começaram a compartilhar, ele
simplesmente não conseguiu superar o fato de que o que eles tinham feito
juntos estava errado.
- Papai, podemos voltar para o cinema com Michelle novamente? -
Mary perguntou uma manhã antes de Michelle chegar.
- Não querida, não penso que possa.
Os olhos azuis de Mary se encheram de lágrimas e seu pequeno lábio
saltou desafiadoramente. - Mas foi tão divertido! E Michelle é legal!
Como explicar a um filho de cinco anos os perigos que se espalham
por todos os cantos sem torná-la aterrorizada com o mundo? Era um
equilibrio horrivel, e Jake pegou sua filha e chocando-a plantando uma
framboesa na barriga dela.
- Lembra-se daquele cara que estava no cinema antes? Bem, papai
não quer que você e JJ o vejam de novo. Porque ele pode ficar malvado com
Michelle e ele tem amigos malvados, ela não poderá protegê-los sozinha.
A mente de Jake involuntariamente piscou para o incidente que ele e
Michelle haviam compartilhado depois de começar a tentar ensinar Krav
Maga. Depois da tentativa deles, eles voltaram para o porão, e ele lhe deu
uma lição de duas horas para se defender. Embora ela fosse natural, e movia
seu corpo perfeitamente de uma maneira que o mantivera acordado de
noite, ela ainda não estava preparada para lidar com os Raptors. E quando
ele falou sobre isso, seu rosto caiu e eles terminaram o dia. Ela não pediu
uma lição desde então, e ele estava relutante em oferecer. Não depois do
que aconteceu a última vez.
- Mas ela é dura! - Protestou Mary. - Meninas podem lutar tão bem
quanto os meninos podem!
Jake riu, orgulhoso do entusiasmo de sua filha.
- Isso é um fato! - Disse Jake. - Quer descer ao porão e aprender alguns
movimentos com o papai?
- Oh, eu gosto de fazer isso!
Jake sorriu. - Eu sei.
- E quanto a JJ? - Perguntou Mary. Realmente não havia nada mais
bonito do que ver seus dois filhos lutando e aprendendo cada vez mais sobre
como lidar com eles em uma altercação física. Embora de vez em quando
resultou em acidentes que deixaram um ou outro gritando, sempre valia a
pena.
- JJ! - Jake gritou. - Quer lutar?
JJ caminhou lentamente pela escada, com um olhar profundo no
rosto. - Mas eu só tenho um braço!
- Isso é ótimo então! Podemos trabalhar sobre o que fazer se você
tiver uma desvantagem durante uma briga.
JJ sorriu. - Legal!
Jake levou seus filhos para o porão, onde todos os seus equipamentos
de treino estavam armazenados. Ele tinha um bom ginásio em casa. Seria
bom voltar lá depois do que aconteceu com Michelle. Ele não conseguia
suportar isso sozinho. Pelo menos agora com seus filhos, sua mente estaria
fora de seu erro.
Eles estavam profundamente mergulhados na prática, Mary chutando
JJ e rindo enquanto a bloqueava com o braço direito, quando Jake ficou
surpreso com o som puro da voz de Michelle.
- Parece que você tem alguém com natural instinto em mãos. -
Michelle disse, sorrindo gentilmente com ele.
- Michelle! Desculpe, não ouvi voce entrar.
Ele se virou para cumprimentá-la, odiando-se pelo desejo imediato
que o encheu quando se aproximou dele. Por que ele não podia
simplesmente deixar isso? Estava muito errado. Ele iria levá-los a sérios
problemas se ele perseguisse seu interesse por ela.
- Eu cheguei um pouco cedo. Estou tentando economizar dinheiro,
então peguei o ônibus desta vez.
- Oh, tudo bem. - disse Jake, perguntando sobre o que ela poderia
precisar do dinheiro extra. Talvez ele devesse pagar mais. - Você quer se
juntar a nos? Eu tenho um pouco de tempo antes que eu tenha que ir até o
MC. Seria bom manter suas habilidades aperfeiçoadas em caso de
emergência.
- Sim! - Mary exclamou. - Quero voltar ao cinema algum dia! Então,
aprenda a lutar bem!
- Boa ideia! - Disse Michelle, sorrindo vivamente para a filha de Jake.
A conexão fácil entre elas nunca deixou de surpreender e impressionou Jake.
Ele estava tão acostumado com Maria apegada ao seu lado, e apenas ao lado
dele. A única outra pessoa com quem parecia gostar de falar era o irmão
dela. E agora, de alguma forma, Michelle.
- Tudo bem, então você está aqui. Nós vamos praticar o que fazer se
alguém lança um soco em você. Certo, crianças?
- Certo! - Suas pequenas vozes gritaram de volta para Jake. Ele sorriu
com orgulho. Ele não poderia amar aqueles dois mais se sua vida
dependesse disso.
- Quem quer ser o parceiro de Michelle? - Perguntou Jake.
- Você deveria, papai! - Mary disse. - Eu já sou a parceira de JJ!
Jake e Michelle trocaram um olhar secreto. Ambos sabiam que estar
perto um do outro fisicamente era uma coisa perigosa. E certamente eles
entenderam as implicações de serem pegos com seu relacionamento
altamente inapropriado.
Claro, as crianças podem não se importar. Mas com Kent no controle
do MC, isso poderia significar o fim da linha para ambos. Jake não tinha
conseguido colocar o seu passado para trás para colocar esse tipo de
atenção em cima dele, ao se relacionar com a sua filha. Quanto mais
conhecia Kent, menos ele gostava dele.
- Bem, isso faz sentido. - disse Jake, sorrindo estranhamente para
Michelle.
- Sim, vocês dois são muito altos. - disse JJ. - Não seria justo tentar
acertar Michelle mesmo, ela é uma garota! Você não bate em garotas!
JJ lançou um soco em sua irmã e bateu no ombro dela, e Mary franziu
as sobrancelhas. - Eu também sou uma garota! - Ela chorou, batendo nele.
- Tudo bem, vocês dois. Chega disso! - disse Jake. Ele olhou para
Michelle. Ambos estavam tentando não rir. Era claro que ambos amavam
essas crianças profundamente. - Vamos ao trabalho!
Eles passaram o resto da tarde a praticar autodefesa juntos. Quando
Jake teve que ir, todos estavam sorrindo e se divertindo. Era estranho,
pensou ele, apenas parecia uma família com Michelle lá. Muitas vezes, com
apenas Jake e as crianças, parecia que faltava algo. Porque faltava alguma
coisa. As crianças não tinham mãe.
Mas Michelle estava rapidamente fazendo com que todos
esquecessem isso, e, apesar de ser apenas um adulto, sentia-se como a parte
faltante do quebra-cabeça. Ele deixou a casa relutantemente, não querendo
parar de aproveitar o tempo que ele conseguiu gastar com sua família. Por
mais errado que todos pensem que era, a verdade estava cada vez mais clara
para ele. Michelle deveria ser dele, e apenas dele. E se eles pudessem
mantê-lo assim, então ele teria que desafiar Kent de uma vez por todas.
- Adeus Michelle! - Mary e JJ gritaram quando Michelle saiu pela porta
da frente. Ela lançou um longo olhar para Jake, cujo rosto bonito estava serio
e retirado. Era o oposto do que era quando ele os deixara lutando no porão
para ir trabalhar. Alguma coisa aconteceu?
- Tchau pessoal. - disse Michelle, soprando beijos. Ela hesitou antes de
explodir um terceiro, embora ninguém percebesse que tinha designado para
Jake. Era uma coisa boba e infantil, mas ele cuidava tão bem dela. Se ela não
pudesse beijá-lo, de verdade, na frente de seus filhos, ela poderia ter seu
beijo secreto.
O táxi estava esperando lá fora na calçada, tal como sempre estava, e
o mundo exterior estava mudo quando fechou a porta para o banco de trás.
- Para onde? - Uma voz profunda e grave lhe perguntou do banco do
motorista.
- Python's Square. - disse ela. Ela tinha sido ensinada a lançar seu peso
em um sentido, deixando todos na cidade saber que ela estava associada
com o poderoso Python MC.
- Claro. - disse a voz. Ela não gostou do tom do cara e tentou se mexer
para ver o rosto dele. Mas estava escuro e ela não podia ver no banco da
frente. Ela só precisaria tentar manter uma distância segura.
O táxi percorreu lentamente as ruas rurais até chegar à estrada e
acelerou. Michelle olhou pela janela do táxi, seus olhos cintilando em todas
as luzes dos altos edifícios da cidade à distância. Jake encontrou-se um bom
lugar bem longe dos perigos reais da cidade. Ele tinha feito isso para seus
filhos? Ele era um homem tão protetor.
Michelle fechou os olhos e recostou-se contra o apoio para a cabeça.
Ela estava cansada de ter que acordar cedo para pegar o ônibus. Ela não
queria usar o táxi naquela manhã, porque estava pensando em comprar algo
para as crianças que sabia que amaria mais do que ir ao cinema.
- Aqui estamos. - disse o táxista.
Michelle abriu os olhos e o coração dela balançou. Ela não estava na
Python's Square. O homem a conduziu até as docas e, de pé, estavam vários
Raptors, esperando com sorrisos terríveis em seus rostos. O que ela tinha
feito?

***

- Essa é a menina. - disse uma voz desagradavelmente familiar. -


Lembra-se de mim, garota?
Michelle sentiu frio com pânico enquanto os cinco homens nas docas
começaram a se aproximar dela. O Raptor do teatro estava no meio do
grupo, sorrindo com malícia nos olhos dele.
- Se você colocar uma mão em mim, você vai se arrepender!
- O quê, porque seu pai é o Presidente dos Pythons? - O homem
zombou. - Acho que não.
Na verdade, Michelle estava pensando que, se alguma coisa
acontecesse com ela, Jake iria lutar contra eles até a morte. Mas ela não
queria falar demais. O que ela tinha que fazer era encontrar uma saída para
essa bagunça. Jake não podia salvá-la agora. Ela estava sozinha, ao contrario
do Raptor. Por que ela se deixou adormecer no táxi assim? Quão estúpida
ela poderia ser?
- Ei, o que está acontecendo por aí?
Esperança inundou o peito de Michelle enquanto a lanterna de uma
pequena equipe de segurança das docas brilhava sobre os homens na frente
dela. O líder entrecerrou os olhos, espiando a luz em confusão. Era apenas a
chance que ela precisava para tirar-se desta situação de merda e encontrar
o caminho para casa.
Enquanto o homem estava distraído, Michelle caiu em sua garganta e
abaixou-se debaixo do braço dele, atravessando-o e correndo em direção ao
homem com a luz.
- Merda! - Gritou o Raptor. - Pegue-a!
O resto do grupo hesitou, sem saber se o time de segurança os pegaria
antes de parar após Michelle. Felizmente, Michelle conhecia este lugar como
a parte de trás de sua mão. Ela cresceu brincando nas docas enquanto seu
pai trabalhava para garantir os embarques e fazer negócios com os senhores
do subterrâneo da cidade. Ela esquivou-se dentro de um dos armazéns e
atravessou a bagunça, encontrando o buraco secreto nas traseiras que ela
costumava entrar quando criança.
Ela correu o máximo que pôde, gritando quando quase colidiu com
Tommy.
- Ei, garota , o que diabos você está fazendo aqui? - Ele gritou. - Você
quase me derrubou na água!
- Desculpe. - Michelle respirou, dobrando em uma tentativa de
recuperar o fôlego.
- Ei, você está bem?
Michelle sacudiu a cabeça. - Os Raptors... eles...
- Porra! - disse Tommy, puxando o braço por cima do ombro e
conduzindo-a até o carro dele. - Entendi.
Eles dirigiram em direção ao MC antes que os Raptors tivessem
alguma idéia de onde ela tinha ido e Michelle afundou no assento em alívio.
Tudo ficaria bem.

***

- Então, o que uma coisinha tão bonita como você está fazendo nas
docas nesta noite? - Tommy perguntou, virando-se para Michelle com um
sorriso doentio em seu rosto. Ele estava realmente flertando com ela agora
mesmo?
- Eu não estava aqui de propósito. - disse Michelle. Ela estava cansada
demais para tentar explicar o que aconteceu. Ela nem tinha certeza do que
ela diria a seu pai. Se ele soubesse que os Raptors a tinham sequestrado
diretamente da casa de Jake, então ele provavelmente não a deixaria voltar.
Ou talvez ele iria surpreendê-la e virar uma folha inteira nova do tipo
idiota e deixá-la voltar de qualquer maneira, porque ainda era mais
importante manter Jake na equipe do que era garantir que sua filha estivesse
segura. Por que todos os pais não podiam ser mais como Jake?
- Bem, eu sinto que tenho tanta sorte de encontrá-la hoje à noite. -
disse Tommy. - Estava ficando muito aborrecido lá fora. O que queriam os
Raptors de qualquer maneira? Você estava no seu território, tinha que
esperar algum problema. Especialmente alguém como você.
Tommy olhou de lado para ela, sorrindo para si mesmo enquanto seus
olhos vagavam pelo corpo de Michelle.
- Foda-se. - disse Michelle. - Apenas me leve ao meu pai. E não diga
outra palavra, ou você vai se arrepender e muito, de abrir a boca.
O sorriso desapareceu do rosto de Tommy.
- Tudo bem, tudo bem. Não há necessidade de se transformar em uma
idiota sobre isso. Apenas tentando conversar.
- Como um porco. - Michelle resmungou. - Eu aprecio que você me
ajude e tudo isso, mas não significa que eu deva algo a você. Estamos claros
nisso?
- Claro, claro. - disse Tommy, levantando as mãos inocentemente no
ar. - Você não vai ouvir mais nada de mim. Eu percebi que você teve uma
noite dura. Provavelmente só precisa descansar um pouco. 'Tommy irá levá-
la para casa, segura e sã. Você pode contar comigo.
Michelle revirou os olhos e afundou no banco.
Se os Raptors soubessem que ela estava saindo na casa de Jake para
cuidar dos bebês, então isso significava que eles sabiam onde Jake e seus
filhos também viviam. Isso significava problemas. Ela tinha que lhe dizer o
que aconteceu antes que fosse tarde demais.
- Você tem certeza?
O estômago de Jake caiu. Michelle acabara de ser atacada. Se ele não
tivesse apenas mostrado a ela como se defender, então, quem sabe o que
poderia ter acontecido? Ela estava preocupada com os Raptors sabendo
onde Jake e os filhos viviam, mas Jake não se importava com isso. Eles
sempre souberam. O que ele se importava era saber que os caras do teatro
estavam atrás dela, e eles já estavam fazendo seus movimentos. E rápido.
- Eu vou matá-los. - grunhiu Jake no telefone.
- Papai…
Jake franziu os lábios, a culpa o inundou quando ele pegou o olhar
assustado no rosto de Mary. Ela desceu as escadas para um copo de água e
agarrava seu ursinho e olhava para ele com seus grandes olhos azuis.
- Escute, tenho que ir. Não vá a lugar algum. Fique no MC. Vamos
descobrir isso.
- Tudo bem. - disse a voz suave de Michelle da outra linha. Ela parecia
cansada. Quase como se estivesse chorando. - As crianças vão ficar bem?
Isso é tudo minha culpa.
- Eles vão ficar bem! - Exclamou Jake. - Eles ficaram bem o tempo todo,
eu sou Vice-Presidente dos Pythons e eles estarão bem agora. Ei Mary, quer
dizer oi para Michelle?
- Sim!
O medo se evaporou dos olhos e Jake ergueu-a com um braço e
entregou-lhe o telefone.
- Oi, Michelle! Sim. Sim. Sim. Tudo bem tchau!
Jake pegou o telefone e sorriu.
- Isso foi rápido.
- Ela é tão engraçada. - Michelle concordou, rindo suavemente.
O som encheu Jake com uma sensação de proteção que ele nunca
sentira em seus filhos.
- Eu vou cuidar de você. - ele disse seriamente no telefone. - Não se
preocupe.
Michelle suspirou. - Apenas não faça nada estúpido. Não vale a pena.
- Você vale a pena. - disse Jake. - Confie em mim.
- … oK. Tchau.
Michelle desligou o telefone e Jake olhou para ele por um momento
antes que Mary puxasse sua camisa.
- Papai, posso ter suco?
- Mas você já escovou os dentes!
- Só um pouco?
Jake estudou o rosto de sua filha. Ela parecia cada vez mais como sua
mãe todos os dias. Seu ódio pelos os Raptors só cresceu. E se Leon, o homem
que ele enfrentara nas docas, estava falando a verdade, seu ódio por Kent
ficaria mais justificado do que nunca. Os Pythons eram melhores do que
pequenos traficantes de heroína, não eram? Pelo menos eles deveriam ser.
Se eles estivessem indo para Jake por se deparar com a filha de Kent, ele
poderia começar a trabalhar em um plano para usurpar a presidência antes
que os Pythons fossem atingidos no chão de uma vez por todas.
- Tudo bem. - Jake disse, tentando suspirar o peso dos pensamentos
que estavam incomodando sua mente. - Vamos pegar um copo de suco.
Ainda assim, um pequeno!
- Yay! - Exclamou Mary.
Jake beijou sua testa e a levou para a cozinha. Ele faria o que fosse
necessário para proteger seus filhos e, ele faria qualquer coisa para manter
Michelle segura das garras dos homens que eram responsáveis por tirar a
vida da primeira mulher que ele já amou. Ele se vingaria. Não havia nenhum
erro sobre isso.

***

- Kent? - Jake perguntou, chocado ao ouvir a voz de Kent no telefone


com ele apenas alguns segundos depois de ter desligado com a filha de Kent.
Ele estava ouvindo sua conversa? Ele estava com problemas?
- Jake, Michelle me contou o que aconteceu hoje. Eu acho que seria
melhor para você e as crianças virem ficar no MC por algumas noites antes
que tudo isso comece a explodir. Eu não quero nada de ruim acontecendo
com você ou com os pequenos. Eles são inocentes em tudo isso.
Jake ficou em silêncio por um momento quando ele considerou a
proposta. - Eu não quero fugir desses fudidos assim com a minha cauda entre
minhas pernas. Esta é a minha casa!
A voz de Kent era paciente através do telefone, tão paciente que
quase parecia falso.
- Eu sei o que você deve sentir agora, e eu simpatizo, eu realmente
faço. Mas você deve entender minha posição aqui. O MC pode manter todos
seguros sem enviar Michelle para o mundo perigoso para tomar conta dos
seus filhos.
- Eles nunca vão parar de persegui-la agora que começaram. - disse
Jake, sombrio. - Você sabe disso. A melhor maneira de lidar com isso é seguir
em frente.
- Seguir em frente, Jake? Você é louco? Nós lutamos com eles e
lutaremos com eles, mas é uma pequena escala. O que você está sugerindo
é uma guerra direta.
- Bem, por que não ir a guerra com esses bastardos? Eles estão atrás
da sua filha, Kent. Da sua carne e sangue! Ela não estará segura até que os
Raptors estejam fora desta cidade para sempre.
- Bem, eu tenho medo de que isso não seja possível. Estamos em paz
com os Raptors como deveria ser. Não há como podermos expulsá-los
permanentemente. Nós apenas temos que ficar baixos até que a ameaça
passe. Você conhece esses meninos. Eles são temperamentais como foda,
mas quando se trata disso, eles são facilmente distraídos. Eles vão esquecer
seus rancores a qualquer momento.
- Eu não acredito nisso. - disse Jake. - Por que é uma má idéia tentar
se livrar desses monstros? Podemos limpar a cidade de uma vez por todas.
Retirar a heroína das ruas e evitar que mais pessoas morram do jeito que
Janie fez.
A voz de Kent baixou em um rosnado. - Eu não gosto de ouvir esse
nome de você, Jake. E um jogo de duas mãos! Se as pessoas querem drogas
elas vão atrás delas. Se os Raptors não estão fazendo isso, então outra
pessoa terá que monopolizar o mercado e ocupar o lugar deles. É uma
batalha constante! Ninguém ganharia.
- Eu só estou dizendo que talvez valha a pena tentar. Caso contrário,
sua filha nunca mais poderá andar livremente nessas ruas. Eles sabem quem
ela é e ela irritou-os poderosamente porque ela sabe como se defender. Eles
vão ver isso como uma maneira de chegar até você, levando-a para fora.
- Bem, eles ficariam enganados. - Kent disse com uma risada. - Eu sou
um homem de lógica, não emoções. Eu teria apenas mais motivos para lhes
dar o inferno, só isso.
O maxilar de Jake caiu em descrença. Ele estava feliz por não falar com
Kent pessoalmente quando ouviu falar assim, caso contrário, o punho em
seu lado teria passado pela mandíbula de Kent, e ele teria cerca de 50
motociclistas burlescos indo para lutar contra ele. A última coisa que ele
precisava era estar na outra extremidade de mais escândalos. Ele já estava
pisando a linha á muito tempo.
- Escute. - Kent continuou. - Michelle está preocupada com as
crianças. Isso a tornaria muito mais útil se ela não tivesse que se preocupar
com o fato de estarem lá fora, em sua casa, só deveria vir. Você pode apenas
pensar sobre isso? Por causa dela?
Jake ficou quieto por um momento. - Bem. Vou pensar sobre isso.
Ele desligou o telefone rapidamente, ansioso para se livrar da voz
barulhenta de Kent em sua orelha. Que tipo de homem jogaria sua própria
filha sob o ônibus assim? E, claro, Kent não se preocupava se as ruas estavam
ou não limpas de heroína. O que mudou nos anos que Jake o conheceu?
Uma vez, Kent tinha sido apaixonadamente anti-opiáceo, cruzando
para mostrar a cidade que, embora seu MC fosse duro como foda, eles não
lidavam com matéria escura. Agora, ele parecia encolher os ombros. A única
razão pela qual os Pythons estavam fora da lei era porque eles faziam mais
para manter as ruas seguras do que as policiais podiam fazer, e a força bruta
que eles usavam para impor seus valores e comércio eram incrivelmente
poderosas. Mas se Kent fosse apenas sucumbir com a mesma ganância por
dinheiro e poder como todos os outros, então, o que estava lá para se
orgulhar de seu MC?
- Vamos, querida. - disse Jake, levando Mary para o quarto de cima. -
Vamos levá-la para a cama.
Mary assentiu com a cabeça e Jake franziu a testa. Se Michelle
realmente estivesse preocupada com as crianças, talvez ele devesse tomar
o conselho de Kent. Realmente fazia sentido, quer ele quisesse abandonar
sua casa ou não. Seria apenas por alguns dias. Além disso, daria-lhe o tempo
que ele precisava para espiar ao redor do MC e descobrir o que o Kent
realmente estava fazendo.
O pensamento era emocionante o suficiente para que Jake se
decidisse então e ali. Eles iriam para o MC pela manhã e ele se certificaria de
que Michelle estava bem. Se nada mais, ele faria isso por seus filhos.
- Michelle!
- Mary! JJ! - Michelle sorriu, seu coração se encheu de alívio quando
as crianças correram para ela. Ela os pegou em um grande abraço e sorriu
pelo ombro de JJ para Jake, que estava na porta da área de recepção para o
escritório de seu pai.
- Estou tão feliz que vocês vieram. - disse Michelle, beijando cada
criança no topo da cabeça e levantando-se para falar com Jake. - Eu não sabia
se seria tudo certo deixar as crianças em casa. Eles estavam envolvidos...
- Eu sei, pensei sobre isso e decidi que valia a pena a sua tranqüilidade.
O rosto bonito de Jake se separou de um sorriso gentil e seu coração
disparou. No entanto, foi cortado quando a voz de seu pai latiu de sua mesa.
- Jake! O que trás você?
Jake piscou para Michelle, trazendo um rubor quente em suas
bochechas, e entrou no escritório de seu pai e fechou a porta sutilmente
atrás de si mesmo.
O que um homem como Jake estava fazendo trabalhando para o pai
dela?
- Eu amo isso aqui! - Exclamou JJ, seus olhos brilhantes enquanto
olhava em volta de todas as recordações de motocicleta que alinhavam as
paredes da sala de recepção onde Michelle passou a maior parte do tempo
trabalhando como secretária de seu pai. Por nenhum pagamento.
- Parece legal. - concordou Michelle, embora não tenha podido
corresponder ao entusiasmo de JJ. Ela realmente começou a odiar tudo
sobre o MC, pelo menos com seu pai responsável. Mais e mais homens
sombrios estavam frequentando os salões, e seu pai tinha sido um homem
muito ocupado, organizando reuniões em diferentes lugares e sendo muito
secreto sobre tudo isso. Isso fez Michelle se perguntar exatamente o que ele
estava fazendo.
- Podemos brincar de secretária?- Perguntou Mary. - Eu quero sentar
naquela cadeira com o telefone.
Michelle franziu os lábios. - Não tenho certeza de que o Presidente
gostaria muito disso. Talvez possamos brincar com isso por um tempo.
Michelle caminhou até a escrivaninha e revirou até que ela recuperou
uma pequena coleção de modelos de moto imaculada. Seu pai os superou
de vez em quando, embora tivesse pouco interesse neles. Ela começou a
empurrá-los para a mesa sem removê-los das caixas e ficou feliz que eles
agora tivessem um propósito além de colecionar poeira e ocupar espaço.
- Legal! - Exclamou Mary. Michelle sorriu quando as crianças
derrubaram as caixas, e logo se ocuparam no chão da sala de recepção,
esperando pacientemente que seu pai voltasse para fora do escritório.
Parecia ter um tempo estranhamente longo antes que Jake finalmente
chegasse, e o coração de Michelle palpitou involuntariamente quando Jake
apareceu na entrada, parecendo tão bonito e confiante quanto já o viu. Seu
pai, por outro lado, parecia irritado, mas não disse nada quando Jake fechou
a porta atrás de si.
- O que você estava falando com o presidente? - Perguntou JJ,
acelerando uma fila de cadeiras com uma bicicleta vermelha chamativa que
se acostumava nas almofadas.
- Sim! - Mary exclamou, seguindo com uma motocicleta menor e roxa.
- Apenas coisas comerciais. - disse Jake. - É aborrecido.
- Oh. - JJ disse, sem olhar para cima de seu brinquedo.
- Eu vou ter que começar a trabalhar em breve. Seu pai disse que você
nos mostraria onde ficar.
- Isso é tudo o que ele disse?- Perguntou Michelle, levantando uma
sobrancelha. Jake sorriu para ela e desejou electrificar seu corpo. Era
estranho de uma maneira o quanto ela o queria.
- E depois um pouco mais do que isso. - disse Jake, seu sorriso se
transformando em um sorriso definitivo. - Estou morrendo de fome. Talvez
você possa nos mostrar onde iremos ficar pelos os próximos dias.
Jake alcançou o salão da recepção e levantou uma grande bolsa de
lona em seu ombro largo. Estava cheio até a borda e parecia muito pesado,
mas ele era forte o suficiente para que ele pegasse como se fosse uma pena.
Michelle lembrou-se de como ele a levara da mesma maneira, e outro pulso
de saudade surgiu pelo corpo dela.
- Certo. Nós devemos colocá-lo na área mais tranquila, longe dos
motociclistas. Eles são um pouco turbulentos à noite. Não quero que as
crianças fiquem acordadas.
- Isso faz sentido. - Jake concordou, seguindo atrás de Michelle. -
Vamos, crianças.
- Vocês podem trazer os brinquedos com vocês. - Disse Michelle pelo
ombro. A maioria dos adultos teria dito para eles terem cuidado, mas esses
eram presentes de culpa de seu pai. Não gostava se os deixassem fora,
enquanto alguém se divertira com eles.
- Yay! - As crianças aplaudiram quando Michelle os conduziu pelo
longo e sinuoso corredor e subiu um lance de escadas. O que Jake não sabia
era que estava levando-os para os aposentos privados que estavam
reservados para Michelle. Ela se perguntou se Jake protestaria se soubesse.
E, apesar de ter sido sincera em manter as crianças em uma área tranquila
e, a verdade era que ela queria que Jake se aproximasse dela. Ele era a única
pessoa no mundo que a fazia se sentir segura.
- Aqui estamos. - disse Michelle, destrancando a porta e entrando. Era
um apartamento enorme, como um loft no andar de cima e dois quartos no
fundo. Ele veio equipado com uma cozinha completa e banheiro. Michelle
supôs que a maioria das pessoas se sentiria sortuda por ser a filha do
Presidente, com um espaço tão agradável para chamar de seu. Mas a
verdade era que ela sempre o odiou. Ainda assim, era um lugar confortável
para chamar de casa. Isso era tudo o que importava.
- Isso é enorme. - exclamou Jake. - Eu nem sabia que isso estava aqui.
- Ele ocupa todo o quinto andar. - disse Michelle. - Meu pai me deixou
insonorizar o lugar para que eu não tivesse que ouvir os motins dos idiotas
quando ficam bêbados.
Jake olhou para ela e ela corou olhando para o chão. Ela quase se
esqueceu de que ele também era um motociclista idiota com uma forte
inclinação para o álcool. Ou pelo menos, ele tinha sido antes que ele tivesse
seus filhos. Quem sabia quanto festeiro ele era?
- Parece o mínimo que ele poderia fazer. - Jake finalmente disse,
deixando-a fora do gancho. Ela suspirou aliviada.
- O que vocês acham? - Perguntou Michelle, voltando-se para as
crianças. - Grande o suficiente para uma festa de pijama por alguns dias?
- Sim! - Exclamaram as crianças. Michelle sorriu e entrou na cozinha
para preparar tudo para comer.
Jake ficou parado, olhando para o corredor para os dois quartos.
- Qual deles devemos...?
- Oh, você pode usar os dois. Eu durmo no sótão do outro lado.
Jake manteve seu olhar por um momento, a eletricidade crepitando
entre eles. Ele finalmente se afastou com um sorriso e um aceno de cabeça,
fazendo seu coração bater forte em seu peito. Deus, ela o queria. A primeira
vez apenas provocou o apetite por seu corpo. Ele teve alguma idéia de
quantas vezes ela havia ficado naquele loft e refletiu sobre cada detalhe da
maneira como ele a tocou e agradou? Ela teria dado qualquer coisa para tê-
lo na cama com ela nessas noites. Agora que ele estava realmente lá, em seu
apartamento, ela não sabia o que ela faria.
E assim, ela fez a única coisa que podia fazer, e trabalhou em preparar
para Jake e seus filhos algo para almoçar.
Jake brincava com a chave do apartamento de Michelle enquanto
caminhava lentamente pelos degraus do MC. Era engraçado que ela
estivesse escondida lá em cima, todo esse tempo. Ele quase se deixou
acreditar que Kent tinha sua própria casa em algum lugar longe do enorme
prédio que ele havia comprado para a base do Python. Era meio
surpreendente saber que Michelle e seu pai viviam separadamente, embora
no mesmo prédio. Talvez eles simplesmente não pudessem suportar um ao
outro. O pensamento não era muito difícil de acreditar.
Ele hesitou antes de empurrar a chave para a fechadura e se soltar. O
quarto estava escuro, tudo menos um brilho dourado vindo por trás das
cortinas do sótão de Michelle, e uma luz sobre o fogão e no banheiro para
as crianças, caso elas precisassem durante a noite.
- Você está de volta. - disse Michelle calmamente. O coração de Jake
pulou e ele se virou para encará-la. Era estranho ter ela tão perto dele depois
de tanto tempo. Seu desejo por ela o consumira repetidas vezes nos
momentos mais inconvenientes do dia. Ele só esperava que ele pudesse se
comportar. A última coisa que seus filhos precisavam era encontrá-lo
atormentando a babá.
- Sim. - respondeu Jake, engolindo com força. - Estou de volta.
Ele a encarou indevidamente. Ela estava vestida com uma camisola de
cetim que se apegava a ela em todos os lugares certos. Era
surpreendentemente curta, mostrando suas longas pernas lindamente
formadas. Ela olhou para baixo com tímida enquanto seus olhos a
estudavam de baixo para cima, contra sua vontade, até que finalmente ele
conseguiu o seu rosto lindo e puro. Por que as mulheres jovens sempre
pareciam tão inocentes? E que tipo de pessoa fez isso para que ele a
desejasse ainda mais por causa disso?
- Tudo correu bem? - Perguntou Michelle calmamente.
- Sim, claro. Sempre corre. - disse Jake. - Enquanto eu ainda estou
respirando quando chego em casa.
- Eu sei que você provavelmente não queria ficar aqui. Lamento o meu
pai te empurrar para isso. - disse Michelle, passando a mão pelos cabelos. A
preocupação em seu rosto fez Jake querer beijá-lo imediatamente. - É
apenas…
- Ei, você não precisa se explicar, querida. - disse Jake, segurando seu
braço e afastando-o do rosto. Ele segurou e olhou seriamente para ela. -
Você se preocupa com as crianças. E também nos preocupamos com você.
Então não pense nisso, está bem? Estou feliz por estar aqui com você.
Ele podia sentir seu corpo entregando-se ao seu toque, e ele apertou
seu aperto em torno de seu braço e agarrou-a pela cintura. Ele disse a si
mesmo que não faria isso. Não agora... não com as crianças bem na outra
sala. Mas como ele poderia se ajudar?
Michelle abriu os lábios, um convite que ele tomou imediatamente.
Seu corpo estava cheio de calor enquanto a pressionava contra ele,
absorvendo cada cosquência de seus cabelos em sua pele e o calor de suas
curvas contra seu abdômen. Ele ficou duro no segundo em que a língua
tocou o dele, e ele devorou seus lábios doces, deixando suas mãos vagar pela
convidativa camisola de cetim.
Ela se esticou contra ele e ofegou suavemente enquanto sua mão
perambulava por sua bunda, e ela pousou a cabeça contra o ombro quando
sentiu seu pênis pressionar forte contra o seu meio.
- Está tudo bem. - sussurrou Jake, desapertando lentamente o jeans e
soltando seu animal de seus limites. - Papai pegou você.
Ele passou a mão entre as coxas de Michelle, agradavelmente
surpreendido ao descobrir que ela não estava usando nada abaixo da
camisola. A idéia de que ela estava esperando por ele, por isso, trouxe uma
torrente de sangue para o seu pau, e ele inchou quase ao ponto de estourar.
Ele levantou a camisola gentilmente para que sua cabeça inchada pudesse
se refugiar em seu calor acolhedor.
Sem pensar duas vezes, ele a levantou facilmente na ilha, que
separava a cozinha de Michelle da sala de estar, e a felicidade o dominou
quando ele escorregou gentilmente dentro dela, seu pênis sendo
massageado por cada dobra de seu espaço mais íntimo. Ela estremeceu
contra ele, pois o prazer parecia varrer seu corpo, e suas mãos suaves
agarraram seus bíceps enquanto a boca buscava o dele na escuridão.
Ele permitiu que ela o encontrasse, beijando-a com ternura enquanto
ele começava a balançar os quadris para trás e para frente, permitindo que
seu pênis caísse mais profundamente nas trincheiras do calor dentro do
corpo de Michelle. Arrepios de prazer subiram seu eixo e seu abdômen,
onde o calor que ele sentiu por Michelle tornou-se um fogo apaixonado e
incontrolável que ele não conseguiu extinguir.
Ela ofegou suavemente contra seu amplo peito, seus mamilos difíceis
e raspando o abdômen enquanto o levava completamente. Ambos estavam
querendo, esperando e negando-se por tanto tempo. E para quê? Por que
negar o que parecia tão malditamente certo?
O pau de Jake pulsou dentro de Michelle, e seus quadris começaram
a acelerar. Ele não se negaria mais. E parecia cruel deixar Michelle
contorcendo-se e querendo quando sabia que poderia entregar mais poder,
mais calor para o corpo dela.
Michelle jogou a cabeça de volta em êxtase quando Jake começou a
se mover com seriedade, uma saudade urgente e desesperada para ficar
dentro dessa garota sexy, levando-o à beira de seu autocontrole. Nada
importava agora, mas a sensação de seu corpo envolvê-lo, curtindo-o além
de qualquer coisa que ele nunca se permitiu experimentar antes. Nunca
antes sentiu tal necessidade.
Um gemido baixo escapou dos lábios de Michelle e ele enterrou a
boca sobre a dela para sufocar seus sons. Ele não pararia agora. Eles não
iriam acordar as crianças. Esse era o seu tempo.
Ele podia sentir a sensação de queimação quente em seu abdômen,
pois seu pênis era testado novamente e novamente para se segurar. Ele não
soltou até sentir Michelle ceder a seus desejos. Só então ele mostraria o que
era ser realmente cuidada por um homem.
- Foda-se. - sussurrou Michelle, seu auto-controle diminuiu. Jake
enterrou-se profundamente dentro dela, e ela ofegou de novo, seus seios
balançando ao ritmo do empurrão de Jake. Ele agarrou seu mamilo nos
dentes através da seda de sua camisola e ela sibilou com prazer. Ele sentiu
sua abertura para ele, as contrações de seu orgasmo começando a espremer
o seu pau.
- Isso é certo. - gritou Jake em seu ouvido. - Papai vai cuidar bem de
você agora.
Michelle gritou chocando quando Jake soltou seu poder total,
empurrando cada vez mais, enquanto seu corpo começou a tremer e a
aquecer sob seu toque. Ele grunhiu quando ele começou a entrar em
erupção dentro dela, uma explosão quente e repentina que deixou os dois
ofegante para a misericórdia enquanto Jake trabalhava duro seu corpo até
que ambos receberam cada último prazer que poderiam ter.
Jake lentamente se afastou dela e a beijou ligeiramente nos lábios.
Michelle fechou os olhos e o abraçou firmemente. A pequena já passou por
tanto. Tudo o que ela realmente precisava era alguém para cuidar dela.
- Não se preocupe. - Jake sussurrou em seus cabelos, beijando o topo
de sua cabeça uma e outra vez. - Não vou deixar que nada aconteça com
você.
Michelle olhou para ele, seus olhos vidrados com lágrimas não
derramadas.
- Eu sei. - ela sussurrou, beijando-o na bochecha. - Boa noite.
Ele observou como ela subia em seu sótão e as cortinas caíam atrás
dela, deixando a silhueta de seu corpo esboçada e ainda na luz dourada.
O apartamento nunca se sentiu mais vivo do que com Jake e seus
filhos lá. Jake sempre estava indo e vindo, e Michelle estava com a impressão
de que seu pai realmente gostava de tê-lo vivendo no MC. JJ e Mary estavam
curtindo seu tempo longe da escola, embora Jake tivesse sido diligente em
recuperar suas tarefas domésticas para que eles não ficassem atrasados em
seu trabalho.
- Michelle é realmente inteligente! - Mary disse uma tarde, quando
seu pai entrou.
Os belos olhos de Jake viraram para Michelle e um sorriso pequeno e
privado dobrou seus lábios e aqueceu seu coração. Como ele sempre
conseguiu fazê-la se sentir tão bonita e tão desejada?
- Não diga! - Disse Jake, piscando para Michelle.
- Ei! - Disse Michelle.
As crianças riram e Jake ficou com uma expressão de falsa surpresa. -
O que?
- Ela sabe tudo sobre leitura! - Continuou Mary, ignorando o encolher
de ombros de teatro de seu pai. Ela achou muito importante informá-lo
sobre a inteligência de Michelle.
- Isso é sério? - Perguntou Jake.
- Sim! - Mary exclamou. - Eu quero que ela seja minha professora!
- Eu pensei que você gostassse do Sr. Farkas! - Disse JJ. - Ele também
era meu professor.
- Não. Eu gosto mais de Michelle. Quero que ela me ensine tudo!
Jake olhou para Michelle por um momento, e ela sentiu seu coração
bater forte. Se ela e Jake pudessem fazer seu relacionamento oficial, talvez
ela pudesse ensinar a Mary todo o tipo de coisas. Mas era melhor não deixar
sua mente ir lá. Ainda assim, o olhar no rosto de Jake era atraente. Ambos
estavam pensando o mesmo?
- Bem, você vai ter que voltar para a escola eventualmente. - disse
Jake cuidadosamente. - Eu tenho certeza que existem muitas outras coisas
que a Michelle pode mostrar. E, de vez em quando, ela também poderia
ajudá-la com sua lição de casa.
Mary parecia satisfeita com isso, e correu para o quarto que ela estava
compartilhando com seu irmão para continuar brincando com JJ, que tinha
levado sua coleção de motos sob sua asa. Michelle nunca teria adivinhado
que ter beliches lá seria tão útil. A última coisa que ela alguma vez esperou
era hospedar um motociclista com duas crianças em seu apartamento.
Os beliches já haviam estado lá para motociclistas que precisavam
ficar no MC para dormir, mas ainda não tinham sido usados quando Michelle
colocou as mãos no apartamento. Deixá-la viver ali, havia a única coisa que
seu pai já havia feito por ela. E agora ela conseguiu fazer algo bem,
mantendo Jake e sua família fora do problema que causara. Bem, as crianças
de qualquer maneira. Tinha a sensação de que Jake tinha outros planos na
manga.
- O que você tem feito o dia todo? - Perguntou Michelle. Jake estava
desaparecendo por longos e longos períodos de tempo desde que ele
chegou, de vez em quando a surpreendia com uma tentativa erótica quando
menos esperava antes de se retirar para seu quarto para dormir e depois
acordar para começar todo o ciclo novamente. - Espero que você não tenha
problemas.
- Confie em mim, nada que eu não possa lidar. - disse Jake com uma
piscadela.
Mas Michelle não estava convencida. - Eu não sei o que isso significa,
mas eu realmente espero que você não faça nada de errado. Eu sei que você
odeia os Raptors, mas eu ouvi meu pai falar sobre seu plano para travar uma
guerra total com eles. Eu só quero que você saiba que acho uma ideia
estúpida. E sem a aprovação de meu pai, isso nunca funcionará.
Jake escureceu por um momento e depois olhou seriamente para ela.
- Eu preciso de sua ajuda. - ele disse de repente.
Michelle ficou chocada. Ela nunca esperava ouvir um homem como
Jake pedir a alguém como ela, de todas as pessoas, por ajuda. Exceto talvez
com seus filhos.
- Por quê? Fazer o que?
Ela podia dizer pelo olhar em seu rosto que era sério e de repente ela
se sentiu nervosa.
Jake olhou ao redor da sala nervosamente antes de se aproximar de
Michelle.
- Há algo de fodido acontecendo por aqui e acho que seu pai está por
trás disso.
- Bem, que choque. - disse Michelle sarcasticamente.
Jake parecia surpreso. - Por quê? O que você sabe?
- Nada demais. - disse Michelle pensativamente. - Mas ele está sendo
realmente secreto ultimamente. Chegando e indo a todas as horas. Há
muitas pessoas estranhas aqui também. Não são motociclistas exatamente,
mas são sombrios. Eles dão uma vibração muito ruim. E eles trazem malas e
sai sem elas. Eu não gosto disso.
- Merda. - Jake sussurrou. - Tudo bem. Preciso que você me diga
imediatamente na próxima vez que seu pai partir em uma dessas viagens
aleatórias, ok? Eu tenho que ver o que ele está fazendo. Porque se é o que
eu acho, não será bom. E nós poderíamos acabar com um perigo ainda maior
do que estamos agora.
Michelle franziu as sobrancelhas. Do que Jake estava falando? O que
ele suspeitava?
Mas ele claramente não se sentiu à vontade dizendo nada mais, então
tudo o que ela podia fazer era assentir.
- Tudo bem. - disse ela. - Eu vou te dizer.
- Bom- , disse Jake, roubando um beijo antes de correr para a porta da
frente. - Eu vou fazer algum trabalho agora. Vocês têm uma boa tarde.
- Claro. - disse Michelle. Mas, quando a palavra tinha deixado seus
lábios completamente, Jake já havia desaparecido.
Jake subiu ao topo do armazém, com os olhos nítidos sobre o homem
que vira deixando o MC do Python. Não havia como confundi-lo como
Raptor, embora ele não estivesse usando nada que falasse alto de sua
aliança. Não era o que Jake podia ver, mesmo assim.
Ele tentou ficar longe da vista quando ele pegou Kent falando
jovialmente com o cara, usando sua melhor voz chocante fora do MC e
acariciando o cara na parte de trás. Ele estava posando como um novo
recruta, e Kent, que tinha o melhor olho para as pessoas que Jake já havia
visto, deveria ter sabido que era uma armação.
Isso, ou eles estavam juntos nisso. Jake não quis tirar conclusões no
caso de Leon ter acabado de tentar mexer com a cabeça dele, mas havia
muitas coisas acontecendo que simplesmente não se somava. Pelo menos,
não para nada que Jake estivesse gostando.
- Killer! Como foi?
Os pêlos de Jake levantaram à vista de Leon e alguns outros Raptors.
Killer, o homem que aparentemente acabou de encontrar o caminho para
uma nova associação de Python, sorriu.
- Tudo está indo de acordo com o plano.
- Foi esse Vice-presidente que foi vê-lo?
- Eu não sei, mas tenho certeza que a palavra irá viajar rápido. Não há
como dizer o que ele fará. Vai ser incrível!
- Eu não posso esperar para ver o olhar em seu rosto. - disse Leon,
rindo até que ele começou a picar e tossir. - Esse estúpido filho da puta. Ele
é cego! Ele nem sabia que Janie estava viciada em heroína até que ela
morreu.
- Que maldito idiota!
O coração de Jake martelou de raiva. Levou tudo o que ele não tinha
para tirar a arma e esvaziá-la em todos do telhado do armazém. Ele estava
doente e cansado de pessoas falando sobre Janie como se ela fosse apenas
uma viciada sem valor. Claro, ela tinha um vício e tinha sido sua queda. Mas
não havia motivo para degradá-la assim. E ele não estava levando muito
gentilmente ao ser roubado pelos os inuteis dos Raptors.
Mas ele teve que tocar sua mão perto de seu peito. Se os Raptors
descobrirem que ele estava lá, todo o inferno se soltaria. Ele tinha que
descobrir o que pudesse sobre o encontro com Kent. Se ele não descobrisse
o que realmente estava acontecendo em breve, ele temia o que ele poderia
fazer. Se ele atuasse com tanta precipitação, poderia custar-lhe a vida dele.
Ou pior, a vida de seus filhos. Conhecer a dor da perda era bastante difícil
com sua esposa, seria insuportável se algo acontecesse com JJ ou Mary.
- Ele vai ficar bastante surpreso quando a merda atingir o ventilador.
- Sim, e sua puta babá também. O que diabos ela estava pensando,
indo no Sin assim? Isso vai cair seriamente.
- Ei, você acha que eles estão fudendo? - Perguntou um dos caras.
Todos riram.
- Nojento! Ele é como setenta!
- Sim, mas ela está muito bem. Eu a teria em um piscar de olhos!
- Ela não teria você, Skunk.
Jake olhou furioso. Ela não teria nenhum deles. Especialmente não
quando ela tinha um homem de verdade para cuidar dela.
Mas, de alguma forma, desde que ela estava vindo, ele estava
tomando menos riscos ultimamente. Talvez ser esfaqueado tivesse o
deixado sóbrio. De qualquer forma, parecia que com Michelle em sua vida,
ele estava um pouco mais relutante em lançar-se em violência sem sentido.
Não parecia tão grande nos anos que ele estava sofrendo com sua esposa.
Honestamente, foi a única coisa que o manteve indo. Era bom sair da casa
sem ter que pensar por um tempo e preparar-se para os Raptors. Ainda
assim, ele ainda não tinha chegado a Leon, o autoproclamado líder do grupo,
mas pelo aspecto das coisas, ele teria chances antes do que pensava.
O grupo saiu rindo e brincando com o corpo de Michelle, e levou toda
a sua força de vontade para não avançar. Jake precisava acabar com esses
bandidos de uma vez por todas.
Mas não valeria a pena colocar a si próprio e a seus filhos em risco.
Ainda não. Ele jogaria seus cartões direito e faria o plano. Dessa forma, ele
poderia arrancar os fudidos das ruas. Se Kent gostasse ou não.

***

Quando Jake voltou ao MC, ele ficou surpreso quando o telefone


celular tocou e ele pegou para ouvir a voz de Michelle. Não importava o que
ela estava dizendo, quando ele a ouviu através dos alto-falantes do telefone,
ela enviou um pulso de desejo através de seu corpo.
- Ele se foi. - ela sibilou. - São quatro da manhã de merda. O que ele
está fazendo? É melhor ir agora.
- Certo. - disse Jake, desligando imediatamente e subindo as quatro
escadas para o escritório de Kent. Todas as luzes estavam apagadas, mas
quando ele tentou a porta, estava desbloqueado. Ele tinha a sensação de
que ele poderia agradecer a Michelle por isso.
Jake entrou, seu coração batendo forte em seu peito enquanto se
movia lentamente pela área da recepcionista. Ele hesitou na entrada do
escritório de Kent, meio convencido de que era uma armadilha de algum
tipo. Mas ele ia ter que aprender a confiar em alguém eventualmente, e ele
queria que essa pessoa fosse Michelle mais do que qualquer coisa no
mundo.
Ele fechou os olhos e prendeu a respiração quando abriu a porta do
escritório. Para seu alívio, ninguém gritou, as armas não dispararam, e Kent
não estava sentado lá olhando para os membros dos Raptors prontos para
mata-lo. O escritório estava completamente vazio.
Jake foi direto ao trabalho, procurando pelos os papéis no escritório
de Kent, e abrindo e fechando gavetas, fazendo o melhor para manter as
coisas basicamente da maneira que as encontrou, apesar do seu pânico. Era
difícil, mas ele conseguiu e continuou sua busca.
No começo, ele ficou desapontado por não encontrar nada, até o
canto de seus olhos, ele viu uma planta que não tinha estado lá antes. Era
uma das plantas de luto que Jake tinha cedido a todos depois do funeral de
Janie. Kent não queria nada com isso. Mas agora, de repente, estava em seu
escritório.
Jake aproximou-se para investigar e viu que o pote era muito maior
do que deveria ser. Na verdade, eram dois potes empilhados um sobre o
outro.
Ele olhou a planta com um grunhido surpreso - era mais pesado do
que parecia, e sentou-se no chão. Jake ofegou. Dentro havia um tijolo de pó
marrom. Heroína. O assassino de Janie.
Jake tentou tirar o celular do bolso e tirou uma foto, seu coração
acelerado. Algo ruim estava acontecendo. E ele tinha que proteger seu MC
a qualquer custo, antes de Kent levá-lo ao chão e deixá-los todos vulneráveis
à lei. Com as mãos trêmulas, ele substituiu a planta de volta no peitoril da
janela, mantendo a heroína exatamente onde ele encontrou.
Jake se irritou quando ele saiu do escritório. Ele esperava que Leon
estivesse errado. Que talvez ele estivesse tentando obter um movimento de
Jake para causar problemas dentro do MC. Mas se todo mundo soubesse o
que Jake sabia, eles ficariam tão ansiosos quanto ele e expulsariam Kent e
restaurariam os Pythons para sua ordem natural. Ele estava certo disso.
- Jake?
Michelle acordara no meio da noite. Ela fez o possível para ficar
acordada até Jake voltar, mas as crianças a haviam esgotado. Felizmente,
eles foram para a cama muito cedo e ela ficou sozinha um pouco para si
mesma antes de adormecer.
Jake não disse nada. Ele estava sentado sozinho no escuro da sala de
estar, um cigarro aceso na boca.
- Eu não sabia que você fumava. - disse Michelle, sentada
tentativamente ao lado dele no sofá.
- Eu parei quando Mary nasceu. - disse Jake. - De vez em quando
embora...
- Qual é o problema? - Perguntou Michelle. Ela nunca viu Jake agindo
assim.
- É ruim, Michelle. E eu estava muito cego para ver por todo esse
tempo…
- O que?
Jake estava sendo realmente críptico e estava começando a deixá-la
muito nervosa. Ele não havia dito a ela o que estava acontecendo ou porque
ele tinha que espiar seu pai, mas tinha que ser sério. Michelle esperava que
ele a deixasse entrar em seus pensamentos em breve.
- Seu pai tem trabalhado com eles o tempo todo. - disse Jake. -
Provavelmente mesmo antes de Janie ter morrido. Na verdade, tenho meia
mente para pensar que ela obteve sua última overdose letal aqui no MC. Eu
estava tão confuso sobre como ela teria conseguido as mãos sobre ele. Eu a
coloquei em recuperação. Estava observando-a como um falcão. Seu pai
disse que ele iria me ajudar a vigiar quando eu estava trabalhando... mas
agora...
Michelle sentiu-se doente. - Você quer dizer que meu pai está por trás
da morte de sua esposa?
Jake apertou os dentes. - Eu posso culpar qualquer um que eu quero,
mas ela é a que fez a primeira escolha ruim. Ela decidiu colocar essa merda
em seu corpo pela primeira vez, sabendo que ela tinha dois filhos. Ela me
tinha...
Jake se afastou e Michelle sentiu a dor em sua voz. Nada tinha sido
mais doloroso em sua vida, e ela se aproximou mais dele e envolveu um
braço ao redor do ombro de Jake.
- Algumas pessoas só têm demônios que não podem lutar, não
importa quem tente ajudá-los. Tenho certeza de que sua esposa é apenas
uma dessas pessoas. Não é como se ela escolheu drogas sobre sua família.
Mas provavelmente havia coisas em sua vida que a levavam a sentir que
precisava de uma fuga.
- Ela tinha alguns problemas. - Jake concordou. - Ainda assim, não
posso deixar de me sentir abandonado. Ou como se eu tivesse feito algo
mais para salvá-la.
- Não, Jake. - disse Michelle, acariciando seu maxilar largo. - Você não
pode se culpar.
Estava escuro, mas podia sentir a intensidade do olhar de Jake quando
ele virou a cabeça para ela.
- Muita coisa eu me culpo. Como, que tipo de homem sou eu mesmo?
- Um bom homem! - Exclamou Michelle. - O tipo de homem com quem
eu passaria o resto da minha vida!
As palavras pendiam no ar e Michelle sentiu seu rosto crescer. Por que
ela havia dito isso? Se era verdade ou não, não iria apenas assusta-lo?
Especialmente quando ele estava se sentindo vulnerável e de luto por sua
esposa. Ela deveria ter mantido a boca fechada!
Ela estava preocupada com o fato de ter ultrapassado os limites dele
e, por isso, foi chocante quando Jake segurou sua mão com força e sua boca
foi de repente superada pela sensação de seus lábios. Ele não se tinha
raspado desde que ele estava hospedado em seu apartamento, e a sua barba
raspou emsuas bochechas enquanto eles se beijavam urgentemente, suas
mãos vagavam por ela, desesperadas pelo contato com seu corpo.
A paixão de Jake era inextinguível, e logo sentiu-se levada do sofá. Ela
riu de surpresa quando ele a colocou sobre o ombro para que ele pudesse
escalar o loft. Eles haviam subido lá algumas vezes antes, mas na maior parte
deles haviam desaparecido para encontros aleatórios no banheiro ou
escondidos em outras áreas secretas. Jake parecia relutante em se
intrometer em sua privacidade.
Mas esta noite, eles entraram no pequeno espaço íntimo, onde o
corpo grande e musculoso de Jake encheu a maior parte da sala enquanto
ele pairava sobre Michelle, com os olhos escuros de desejo. Ela se rendeu às
mãos capazes de Jake enquanto ele os despojava e ela fechou os olhos
quando o fogo dentro dela despertou ao seu toque.
Michelle ofegou enquanto seus corpos tocavam no escuro e o pau de
Jake estava duro contra suas coxas. Ele a beijou apaixonadamente, seus
corpos se dilataram com antecipação. Seu corpo estava eletrificado quando
ele mergulhou de repente dentro dela com um grunhido profundo, e a
fricção de seus corpos esfregando um contra o outro quase fez seu clímax
naquele momento.
Mas Jake não estava perto de terminar com ela. Michelle gemeu
suavemente quando começou a acelerar o ritmo. Parecia que toda vez que
ela abriu seu corpo para ele, ele mostrou cada vez mais vislumbres de seu
verdadeiro poder bruto. Ela não tinha certeza de que seria capaz de lidar
com ele no seu mais desenfreado temperamento, mas havia uma pequena
parte dela que desejava descobrir.
Jake enrolou suavemente Michelle em seu estômago e apoiou a
cintura no ar para que seu traseiro estivesse de frente para ele, e gemeu
suavemente enquanto se ajoelava atrás dela e empurrou-se
profundamente, emocionando seu corpo e fazendo com que ela tremasse
debaixo dele. Ela segurou os cobertores da cama quando Jake começou a
balançar seus poderosos quadris contra ela, com cuidado, primeiro, mas
logo acelerando com mais velocidade e força e empurrando seus corpos
para seus limites.
Ela ofegou enquanto ele a massageava por dentro, atingindo seu mais
sensível feixe de nervos e repetidas vezes, de modo que todo movimento
leve parecia como uma explosão de felicidade em seu corpo.
Logo ela estava apertando os dentes em um esforço para não fazer
sons que pudessem despertar as crianças enquanto Jake continuava seu
ataque contra seus sentidos, recusando mostrar-lhe qualquer misericórdia
apesar do seu fervor. O abdômen de Michelle estava tenso enquanto
tentava se segurar, mas Jake parecia determinado a trazê-la para seus
limites, e, repetidas vezes, podia sentir seu poderoso músculo soltando-o
felizmente pela metade.
Jake agarrou sua cintura e um grunhido escapou de seus lábios que
emocionou Michelle profundamente. A barragem que ela colocou para
conter seu clímax começou a abrir-se, e logo ela foi inundada por onda após
onda de êxtase. Jake se esticou atrás dela e ela fechou os olhos com êxtase
quando ele desencadeou uma torrente de seu desejo quente e líquido. Ele
tirou o orgasmo o tempo que pudesse, até que ela ficou mancando sob seu
corpo.
O corpo largo de Jake se acomodou ao lado dela na cama e ela se virou
para ele. Seu rosto ainda estava ensanguentado. - Eu sei que você não vai
gostar disso, mas eu tenho que derrubar toda essa operação.
- O que faz você achar que eu não gostaria disso? - Disse Michelle com
uma risada suave, passando os dedos através de Jake. - Eu nunca gostei de
estar presa aqui no MC. Enquanto meu pai estiver no comando, não posso
fazer nada exceto o que ele me diz para fazer.
Os olhos de Jake brilharam e ele olhou seriamente para Michelle,
afastando o cabelo do rosto. - Algumas pessoas não sabem como tratar uma
coisa preciosa. Mas não se preocupe. Eu tenho você agora.
Michelle foi puxada para perto do corpo quente de Jake e sentiu-se
profundamente consolada por sua proximidade.
- Eu vou descobrir isso. E quando eu fizer, você e eu vamos governar
esse lugar. E você poderá fazer o que quiser, sempre que quiser. Seu pai será
condenado.
Michelle saltou ligeiramente ao grunhido na voz de Jake, mas ao
mesmo tempo achou-o reconfortante. Jake era um homem sério, com
planos sérios. E se ela pudesse confiar em alguém para resgatá-la das garras
do MC de seu pai, seria ele.
Jake franziu o cenho. Algo no ar não se sentia bem. Ele estava
rondando por todo o MC, esperando que ele pudesse obter informações dos
outros Pythons, mas todos pareciam falar sobre o plano de Kent para
melhorar o MC. Ninguém estava falando sobre os Raptors ou o perigo que
ameaçava a Michelle.
- Sim, ele disse que quando tudo correr, nós poderemos comprar um
prédio no centro da cidade e fazer compras lá! Nós até teremos nossa
própria garagem! - Jake ouviu um dos Pythons dizendo a seu amigo no bar.
- Como ele está planejando conseguir todo o dinheiro para isso? -
Perguntou o amigo do cara, tomando um gole de cerveja.
- Ele disse que ele tem um plano, e uma vez que tudo esteja preparado
e pronto, então teremos que fazer o que ele diz e teremos tudo o que
sempre quisemos. Vamos governar toda a cidade e arredores!
- Nós já governamos a cidade! - Exclamou o homem.
- Sim, mas sem competição!
- Ah. - o cara disse balançando a cabeça. - Kent é um cara inteligente.
O estômago de Jake caiu. Era possível que Kent estivesse planejando
fazer parcerias com os Raptors? Se os dois grupos fossem assimilados em
uma gangue gigante, isso significaria que Kent receberia os lucros do
comércio de heroína. Foi isso que ele e Leon estavam discutindo?
Jake ficou surpreso com o súbito toque de seu celular e ele respondeu
rapidamente.
- O que?
- Levante-se e venha aqui, Jake. Temos uma missão para você. É
importante.
O peito de Jake queimou-se com fúria ao som da voz de Kent, e ele
teve que fazer tudo o que podia para evitar que sua raiva passasse por sua
voz.
- Por quê? O que está acontecendo? - Ele perguntou, fazendo o seu
melhor para parecer o mais calmo possível.
- Problemas com os Raptors. - disse Kent. - Eu vou te contar mais
quando você chegar aqui.
- Tudo bem. - disse Jake, mordendo o rosnado.
Ele desligou o telefone e caminhou rapidamente pelos degraus, sua
ira aumentando quanto mais perto ele chegou à porta de Kent. Mas agora
não era a hora. Ele ainda tinha trabalho a fazer.
- Finalmente! - Kent disse, acenando Jake em direção ao assento em
frente a sua mesa. Jake sentou-se, olhando para a janela onde viu a planta
de luto do funeral de sua esposa na noite anterior. Para sua surpresa, o
espaço na janela estava vazio. - Eu acho que o homem que estava seguindo
minha filha está mostrando interesse inapropriado em nosso armazém.
Preciso que você vá lá imediatamente.
- Claro senhor.
Jake levantou-se.
- E mais uma coisa. Há um documento que ele pode levar. É imperativo
que eu coloque minhas mãos sobre ele. Eu quero que você faça tudo o que
puder para obtê-lo dele. Ele nos dirá onde está a próximo remessa dos
Raptor. Estou planejando uma invasão. Isso deixará o MC bastante rico se
tivermos sucesso.
- Certo. - disse Jake, atravessando a pesada porta. Ele ficou surpreso
ao encontrar Michelle e seus filhos entrando na área de recepção.
- Ei. - ele disse, levantando uma sobrancelha.
- Papai! - Mary exclamou, correndo para abraçá-lo. Ele a levantou em
seus braços e sorriu para ela.
- Ei, querida. O que vocês estão fazendo?
Ele dirigiu a pergunta em Michelle. Ele queria que seus filhos tão longe
de Kent quanto possível, mas não havia como ele poderia dizer isso a ela em
voz alta. Não com ele ali mesmo em seu escritório.
- Meu pai me pediu para fazer algum trabalho para ele.
Aparentemente, há um grande conjunto de embarques para os Raptors e
nós vamos interceptá-lo.
- Eu ouvi sobre isso. - disse Jake, olhando por cima do ombro para a
entrada de Kent. - Estou prestes a ir trabalhar.
- Oh, tudo bem. - disse Michelle. - Vocês gostariam de ir até ao
escritório comigo?
- Certo!
Jake olhou furioso, mas ele não teve tempo de protestar. Do som, ele
teria a chance de obter mais informações nas docas. Ele só precisaria confiar
na Michelle para manter seus filhos a salvo de Kent. Se ele mostrava muita
suspeição, quem sabia o que aconteceria? Teria que ser uma emboscada da
parte dele e todo o MC teria que estar nisso. Isso levaria algum planejamento
e ele não poderia ter sucesso. Ainda assim, valia a pena tentar. Ele faria
qualquer coisa para evitar que Kent corrompa as próprias ruas em que seus
filhos iriam crescer.
- Tudo bem, tenho que ir. - disse Jake, beijando Mary na bochecha e
colocando-a para baixo. Ele bagunçou o cabelo de JJ e olhou ansiosamente
para Michelle. Ele não podia beijá-la como ele desejava fazer. Ainda era
bizarro que um homem de sua idade se interessasse por uma menina tão
jovem, e ele não conseguia acabar com essa atração por ela, mesmo na
frente de seus filhos. Mas ela parecia entender o significado de seu olhar e
sorriu intimamente para ele.
- Volte em breve. - disse ela.
Jake olhou, confuso com a beleza de seu rosto, e depois sorriu de
volta. - Claro. Até logo.
Jake se afastou, sua missão estava clara em sua cabeça. Ele iria às
docas e aprender tudo o que podia sobre os Raptors e seus planos com Kent.
E então, se ele não fosse morto no processo, ele levaria as informações de
volta ao MC e lidaria com o próprio Kent.
Os olhos de Michelle se estreitaram enquanto examinava os
documentos que seu pai havia exigido para entrar no computador. Se Jake
tivesse razão sobre o que seu pai estava fazendo, então isso significava que
as coisas estavam muito mais longe do que ele pensava. De acordo com seus
registros, ele estava planejando ter um misterioso fluxo de dinheiro vindo de
uma fonte sem nome. Não demorou muito para adivinhar o que essa fonte
seria agora. Especialmente não depois de ver a foto que Jake havia levado
no escritório de Kent.
Michelle franziu a testa quando encontrou um pedaço de papel que
se destacava dos outros. Estava em um tipo diferente de estacionário que
tinha um R quase imperceptível carimbado no cabeçalho. Não parecia que
pertencesse à pasta de documentos onde a encontrou. Na verdade, ficou
preso entre duas páginas de um relatório específico.
Ao ler o documento, o frio de medo começou a atravessar seu corpo.
A carta estava no papelão de Raptor. Estava falando sobre substituir Jake
como Vice-Presidente pelo Leon dos Raptors. Como o pai poderia fazer isso
com ele?
- Michelle, tenho mais informações para você colocar no sistema. -
Kent ligou para o alto-falante.
Michelle levantou-se, lançando uma olhada nas crianças. Ela estava
relutante em deixá-los, mas seu pai claramente queria que ela entrasse e
recebesse os documentos. Era bobo se preocupar em entrar em seu
escritório por apenas alguns momentos, certo?
Ela inalou profundamente e entrou no escritório, olhando
sombriamente para o pai. Quanto mais ela aprendeu sobre ele, mais ela o
odiava. Como ele poderia ter traído Jake tão profundamente? Até o ponto
de matar sua esposa? O que Jake fez com ele? Foi implacável.
- O quê? - Perguntou Kent, aparentemente capaz de sentir a amargura
em seu humor.
- Eu só queria que você me dissesse mais, eu acho. Tudo é um grande
segredo escuro por aqui, e ainda sinto que você me trata como uma menina
que não pode lidar com nada.
Kent riu profundamente e recostou-se na cadeira.
- Apenas o que você quer que eu confie em você, princesa? Você não
fez muito para avançar por aqui. Tinha a impressão de que você odiava o
negócio de MC.
Ele a tinha lá, mas Michelle sorriu. - Eu odeio muito, sim, como
costumava impedir que você passasse tempo comigo.
- Nós passamos tempo juntos o tempo todo, açúcar! - Exclamou Kent.
- Você trabalha ao lado de mim.
- Sim... - Michelle suspirou. Kent ergueu uma sobrancelha.
- Olhe, há apenas algumas coisas, é melhor as pessoas não saber, está
tudo bem? E não importa como você se sente sobre isso.
- Como ninguém deveria saber que você vai se livrar de Jake e
substituí-lo por Leon dos Raptors?
O rosto de Kent palideceu e ele olhou para Michelle com descrença. -
Onde você ouviu algo assim?
- Em uma carta recheada entre um desses documentos, você queria
que eu entrasse. O que diabos está acontecendo?
Os olhos de Kent ficaram escuros e Michelle congelou. Ela sabia disso.
Ela cruzou a linha. Por que ela abriu a boca sobre isso? Ela estava tão brava.
Como seu pai poderia realmente ser uma pessoa tão horrível?
- Oh, princesa, você vai se arrepender de se debruçar sobre isso. -
disse Kent.
- O que, você não queria que eu entrasse no banco de dados? -
Perguntou Michelle, com voz tremendo. - Foi um erro?
Kent levantou-se do assento. – Sente-se.
Michelle olhou para o seu pai desafiadoramente, com a raiva
borbulhando em seu peito. - Não.
Kent assumiu o desafio e assentiu com a cabeça, um sorriso estranho
no rosto.
- Tudo bem. Crianças, entrem aqui! - Gritou Kent.
- Não!
Mas antes que o aviso de Michelle pudesse alcançá-los, a porta se
abriu e Mary e JJ caminharam rindo, agarrando as motocicletas nas mãos
pequenas. Os olhos de JJ se arregalaram quando viu Kent de pé, e Michelle
ofegou quando seu pai tirou a arma.
- Oi crianças! Bem-vindo ao meu escritório. Nós vamos falar sobre isso.
- Deixe-os sair disso!
- Não! Também diz respeito à sua família sem valor. Eles devem saber
de que escória eles são gerados.
- Não o escute, meninos. - disse Michelle tão gentilmente quanto
podia. Ela sorriu gentilmente com eles. - Cubram seus ouvidos.
Eles choramingaram e obedeceram, e Michelle olhou duro para o pai
dela.
- Me responda. Você é responsável por matar a esposa de Jake? A mãe
daquelas pobres crianças?
- Essa pequena merda fraca se matou. - disse Kent. - Onde e como ela
conseguiu não importa. Era sua escolha deixar essas crianças sozinhas. Jake
sempre foi após a posição do presidente. Ele não deu uma merda por nada
além de me expulsar do meu MC!
- Isso não é verdade! - Exclamou Michelle. Nunca tinha pensado que
Jake tinha força e fome por isso. O que estava errado com o pai dela?
- Eu tive que levá-lo para baixo uma ou duas vezes. É por isso que eu
recebi a heroína para Janie. É por isso!
Michelle tentou fazer o melhor para cobrir as orelhas dos miúdos e
proteger seus rostos com o corpo dela.
- Pare! Apenas feche a boca, seu filho de um…
Mas a expressão de Kent tinha ficado fraca, e seus olhos eram
selvagens com uma expressão que gelava Michelle até o osso. O que eles
deveriam fazer?
Não demorou muito para que Jake localizasse o Raptor que Kent tinha
instruído para encontrar. Ele estava cutucando no armazém de Kent,
tomando notas e inventando as armas que o MC havia armazenado lá.
- Encontrou algo interessante? - Perguntou Jake. O Raptor saltou,
assustado de sua tarefa, mas logo, um sorriso malicioso penetrou em seu
rosto.
- Eu tenho agora. - disse ele.
Jake preparou-se para o golpe quando o Raptor pulou para ele e logo
eles estavam se arrombando. Jake nocauteou o garoto do outro lado da sala
e entrou em um dos recipientes de armazenamento, e ele bateu forte,
gritando de dor.
Jake cobriu a distância entre ele e o Raptor rapidamente, golpeando-
o na face e deixando-o inconsciente. Ele rapidamente procurou os bolsos do
homem, encontrando facilmente os documentos que Kent prometeu estar
na posse do Raptor.
Ele os desdobrou rapidamente, ansioso para descobrir o que Kent
achou ser tão importante.
Eu sei que você esteve no meu escritório. Jake está com você.
Jake franziu a testa e leu a mensagem novamente, lançando-a. De
repente, ele ouviu um cacarejo, e Leon e um enorme grupo de Raptors
estavam escondidos atrás das caixas no armazém.
- Kent me armou uma silada. - disse Jake, percebendo-se sobre isso.
Normalmente, ele teria ficado ferido, traído e horrorizado. Mas a verdade
era que ele estava aliviado. Porque ele havia antecipado uma luta maior do
que o que Kent havia sugerido, e ele tinha sua própria banda de Pythons lá
fora esperando seu sinal.
- Bem, o que levou tanto tempo para descobrir isso?- Perguntou Leon,
caminhando lentamente em direção a Jake, empurrando os punhos. Ambos
estavam prontos para uma boa luta.
- Eu sabia! - Jake gritou, alto o suficiente para Tommy e o resto dos
meninos ouvirem.
Um rugido de fúria justa vindo de fora do armazém apagou os sorrisos
presunçosos dos rostos dos Raptors, e logo o espaço foi inundado de
Pythons irritados. A raiva e a traição em seus rostos eram impossíveis de
ignorar, e eles foram atrás dos Raptors com uma vingança. Tommy começou
em direção a Leon e Jake agarrou seu braço.
- Esse é o meu. - disse ele, sombrio. Tommy assentiu, descendo na
multidão depois de um Raptor diferente.
Leon e Jake olhavam fixamente, os punhos de Jake apertaram
enquanto caminhava para aquele homem de merda. Ele passou inúmeras
horas de sua vida imaginando a doce vingança que ele teria infligido a Leon
quando ele conseguisseuma chance, mas Kent sempre lhe disse que seria
melhor manter a raiva na baía. Leon era o líder dos Raptors depois de tudo.
Por que ladrar a árvore errada, certo?
Mas agora, não havia nada para evitar que ele fosse atrás de Leon.
Jake jogou o punho no rosto do homem, saboreando a satisfação de pousar
o golpe. Ele havia esperado muito tempo para fazer isso. Foi bom finalmente
obter sua vingança. Leon tropeçou para trás, ele era um homem muito
menor do que Jake e quase parecia injusto tirar toda a raiva imediatamente.
Ainda assim, sentiu-se muito bem para parar.
Ele entrou em uma raiva cega, os punhos conectados com a carne até
que finalmente as mãos de Tommy estavam sobre seus ombros e puxando-
o para cima.
- Está pronto, cara. - disse Tommy. - Hora de ir.
Jake piscou forte e olhou para o rosto de Leon. Era uma pilha
sangrenta e ele estava lutando para respirar. Se seus amigos não cuidassem
dele, ele não ia passar pela noite. E bom desembarque.
Jake levantou-se, olhando para a sala da carnificina. Os Pythons
haviam feito seus danos, deixando feridos e desmascarados corpos de
Raptors em todos os lugares. A maioria dos Pythons espalhou-se para o MC
para bebidas vitais. Jake deixou claro que ele cuidaria do próprio Kent se ele
estivesse certo sobre a traição. E agora que ele estava, não havia nada que
ele quisesse mais do que dar aquele pedaço de merda a porrada da sua vida.

***

Jake dirigiu-se imediatamente para o escritório de Kent, sem se


preocupar em verificar Michelle e as crianças primeiro. Ele atravessou a
porta e congelou no meio do passo.
- Calma, Jake. - Kent disse, virando a arma sobre ele. - Não queira que
nada aconteça aqui.
Os olhos de Michelle estavam largos, e ela balançou ligeiramente a
cabeça. Foi quando Jake notou JJ e Mary, encolhidos atrás dela, lágrimas
silenciosas escorrendo pelos rostos.
- O que diabos está acontecendo aqui? Você perdeu a cabeça? - Exigiu
Jake.
- Ah, ah, ah. - Kent disse, acenando com a arma no ar. - Eu não acho
que você está em qualquer posição para tentar falar sobre perder a cabeça.
Jake considerou isso. Se alguma coisa acontecesse com Michelle ou as
crianças por causa dele, ele nunca se perdoaria a si mesmo. Mas ele tinha
que fazer alguma coisa.
- Você sabe, minha filha tem essa tendência desagradável de tentar
me culpar quando adivinha as minhas estratégias. Você pensaria que ela era
a única que queria executar o MC ou algo assim. Mas isso é ridículo, não é.
- Você mantém suas mãos sujas fora dela. - advertiu Jake. - E afaste-
se dos meus filhos antes que se arrependa.
- Ainda falando duro, hein? - Kent disse, mexendo e balançando a
cabeça. - Você pensaria que perder sua esposa sem valor teria deixado você
um pouco louco.
- Oh, você conhece a loucura como eu. - disse Jake, caminhando
lentamente em direção a Kent. - É preciso muito para obter esse tipo de
coisa através de nossas cabeças.
Kent abriu a boca para responder, mas Jake esquivou-se da vista da
arma e atacou Kent ao redor da cintura. Kent gritou de surpresa e agitou a
arma no ar. Jake agarrou o pulso de Kent. Ele estava cansado de parecer um
filhote de cachorro tímido. Michelle pode ter trazido seu lado mais suave,
mas isso não significou que ele precisava ser castrado.
- Pegue as crianças daqui para fora. - gritou Jake. - Agora!
Michelle não pensou duas vezes antes de deixar as crianças na frente
dela, usando seu corpo como um escudo para protegê-los de seu pai. A visão
encheu Jake com emoções conflitantes. Ternura em relação a uma mulher
que daria sua vida por seus filhos, e ódio pelo homem que faria sua própria
filha fazer essa escolha.
- Você vai se arrepender de se aproximar da minha família. - gritou
Jake no rosto de Kent. - E a maneira como você tratou sua filha.
- O que você sabe sobre minha filha? - Kent zombou. Jake encurralou-
o com força, apagando o sorriso do rosto.
- Eu sei muito mais do que você. Mais do que você nunca deve ou
merece saber. E quando eu me livrar de sua bunda viscosa, eu vou casar com
aquela mulher. Eu vou fazer deste o nosso MC de uma vez por todas!
O rosto de Kent ficou cheio de raiva e ele gritou com fúria,
empurrando Jake de volta com força surpreendente. Ele pegou ele com a
guarda baixa, e Kent deu um golpe no rosto que mandou Jake cambaleando
para trás. Ele apontou sua arma para Jake e atirou.
Jake gritou em uma agonia quando a bala rasgou a carne de seu ombro
e agarrou-a. Kent riu.
- Você acha que vai se casar com minha filha sem minha benção?-
Exclamou Kent, com a mão tremendo. Ele pensou que ele tinha a vantagem,
e parecia estar esperando que Jake caísse de joelhos. Ele apontou a arma
para Jake novamente, pronto para disparar.
Jake saiu do caminho apenas a tempo e alcançou o coldre dentro de
seu colete. Ele apontou para Kent e disparou uma vez, e Kent caiu no chão
sem um som. Jake ficou de pé e olhou para a bagunça sangrenta no chão.
Era uma pena que as coisas não tivessem terminado melhor. Mas pelo
menos Michelle e seus filhos estavam seguros.
Ainda assim, contar a notícia para Michelle seria difícil. Se ele era um
filho da puta ou não, ele ainda era seu pai.
Jake soltou um suspiro pesado e colocou a arma no seu coldre. Ele não
queria nada além de manter Michelle e seus filhos perto e dizer-lhes que ele
sempre estaria lá para eles, não importava o que acontecesse.
Michelle balançou Mary gentilmente quando JJ apertou sua mão. Eles
ouviram os disparos, e todos ficaram aterrorizados com o que os sons
podem significar. Michelle sabia que todos estavam preocupados com o
mesmo: Jake.
Ela pegou sua pistola depois que ela correu com as crianças para
dentro de seu apartamento e trancou as portas, incapaz de se retirar
completamente do MC sem saber que Jake estava bem. Ela esperava que
seu pai não viesse atrás dela para prejudicar as crianças inocentes, mas
quando os mantivera refém em seu escritório, o único que parecia ser
importante era que eles eram filhos de Jake.
Jake, seu pai afirmou, sempre foi o seu substituto na posição do
presidente desde o início. Tornou-se rapidamente claro que seu pai tinha
ficado louco com a paranóia, e Jake tinha sido alvo de toda a sua loucura. As
crianças haviam ouvido demais e, no entanto, pareciam muito chocadas para
chorar agora. Tudo o que podiam fazer era agarrar-se a Michelle e esperar,
esperando que seu pai e não Kent atravessassem a porta do apartamento.
O coração de Michelle sacudiu o terror e esperava desesperada
quando ouviu o barulho da maçaneta da porta, e correu até a porta,
deixando as crianças no sofá.
- Entre no quarto. - ela sibilou. - Rápido e feche a porta até eu dizer.
Eles se levantaram lentamente como se estivessem atordoados, mas
antes de terem a chance de correr, a porta se abriu devagar.
- Tem espaço para mais um?
- Papai! - As crianças gritaram em uníssono, passando por Michelle
para se apegar ao pai. Jake se encolheu de dor, mas levantou ambos os filhos
em seus braços, beijando-os por toda parte antes de virar o olhar para
Michelle.
- Seu pai está morto. - ele disse, seu rosto cansado.
O coração de Michelle balançou. - Eu sei.
Jake não o teria deixado vivo. Ela estava a brincando com ela mesma
ao pensar que ele não era um motoqueiro incondicional no fundo. Ele faria
qualquer coisa para proteger as pessoas que ele gostava. Mas, em vez de
ficar com nojo agora, Michelle estava feliz. Lágrimas de alívio começaram a
fluir de seus olhos e abraçou Jake e as crianças. Todos se abraçaram
fortemente antes que Jake finalmente se afastasse.
- Venham. - disse ele. - Vamos sair daqui.

***

- Você está ferido. - Michelle percebeu, uma vez que eles voltaram
para a casa de Jake. Ele tinha feito tudo para manter o rosto vazio quando
eles se afastaram do pesadelo infernal no MC, mas agora que eles colocaram
as crianças na cama cedo e estavam sentados na cozinha juntos, Michelle
finalmente teve a chance de examinar Jake de perto.
- É apenas um rasgo. - disse Jake.
- Ainda assim, temos que garantir que não infeccione. Vamos.
Jake suspirou pesadamente e seguiu Michelle de volta ao banheiro
grande, onde ele manteve os suprimentos de primeiros socorros. Ela o fez
sentar à beira da banheira, como a primeira vez, embora sentisse como
séculos desde que ela o tinha tratado por uma ferida de punhalada.
- Sinto muito, Michelle. - disse Jake, miseravelmente depois que ela
terminou de limpar e enfaixar a ferida. Eles estavam deitados juntos na cama
de Jake, e seus olhos estavam estreitados com dor. - Eu matei seu pai.
- Jake, você não teve escolha. É terrível, mas é assim que deveria ser.
- Ainda assim! - Exclamou Jake.
Michelle levantou a sobrancelha para Jake e sorriu. - Ele tinha uma
arma para mim, Jake. Você sabe o que ele teria feito o mesmo com nós.
- Mas ele é seu pai. - Jake suspirou.
Michelle sacudiu a cabeça e subiu ao topo de Jake, dando um beijo
gentil em seus lábios.
- Bem, você pode cuidar de mim agora. - ela disse, beijando-o
suavemente por todo o seu amplo peito. Tinha tanta certeza de que nunca
mais poderia vê-lo, nunca mais seria capaz de beijá-lo e sentir seus fortes
braços ao redor dela.
- Você sabe que eu vou. - disse Jake, seus olhos se fixaram seriamente
sobre ela. - Sempre.
- Eu sei. - disse Michelle.
Ela fechou os olhos quando Jake a beijou com ternura, alcançando
suas coxas para sentir a protuberância de sua masculinidade debaixo da
palma da mão. O que ela teria feito se ela nunca tivesse sido capaz de tocá-
lo novamente? Para senti-lo dentro dela?
Michelle soltou uma risada de surpresa quando Jake a virou para trás
e olhou para ela, seus olhos escuros com necessidade.
- Tenha cuidado com seu ombro. - ela repreendeu calmamente. Mas
a emoção de seu corpo em cima dela era demais para resistir. Jake sorriu e
despiu a camisa de Michelle, lançando beijos quentes pelos seios enquanto
ele fazia seu meio apontar para o desejo urgente.
- Faça-me. - ele disse com um sorriso.
Michelle fechou os olhos quando Jake balançou seu corpo com
alegria, ondas de calor caindo sobre ela como uma e outra vez ele empurrou
dentro dela, trazendo seus corpos cada vez mais perto de um clímax
diferente de qualquer um que tivesse tido. Ela ofegou e agarrou a cabeceira
da cama enquanto o pau de Jake entrava dentro dela depois que a emoção
subia pelo corpo, até que ela não conseguiu mais segurar.
O corpo de Jake respondeu em espécie, e ela sentiu que ele se inchava
dentro dela enquanto ele se aproximava de seu climax. Finalmente, ela
sentiu que ele descarregava tudo, toda a fúria, tensão e alívio do dia dentro
dela, trazendo-a para um estado de arrebatamento diferente de qualquer
coisa que ela já experimentou. Jake a penetrou repetidas vezes, extraindo
seu orgasmo até que ambos estavam sibilando como poder de seu êxtase.
Eles caíram em exaustão e Jake manteve Michelle perto de seu amplo
peito, beijando sua cabeça com fervor.
- Você é minha agora, você sabe. - ele disse, com naturalidade.
Michelle sorriu, calor passando através de seu corpo.
Pela primeira vez em sua vida, sentiu-se segura. E não só isso, mas
sentiu-se livre. E isso foi tudo por causa de Jake.
- Bom. - disse ela. - Porque eu amo você.
Jake sorriu para ela, seu rosto bonito brilhando e relaxado pela
primeira vez naquele dia.
- Eu também te amo. - disse ele. - Agora vamos descansar. - Jake
recostou-se contra os grandes travesseiros e cobriu Michelle, e logo ela caiu
em um sono bem-humorado e pós-coital.
O MC estava agitado pelas próximas semanas porque os Pytons
organizaram o enterro de Kent e tornou oficial que Jake era agora o
presidente do MC.
Mais de metade da gangue viu a traição de Kent de primeira mão e
representaria nada menos do que ver Jake como seu líder. Ele havia caído
facilmente no papel, quase tão facilmente como Mary e JJ aceitaram a idéia
de que seu pai e Michelle fossem um casal.
- Isso significa que você será minha mãe? - Mary exclamou. Os olhos
de JJ escureceram de tristeza e Michelle sorriu gentilmente.
- Eu nunca substituirei sua mãe real. - disse ela. - Mas eu sempre farei
o meu melhor para amar você e cuidar de você. - Isso foi bom o suficiente
para Mary, que gritou de prazer.
Michelle pisco para JJ, e as duas crianças a abraçaram fortemente
antes de andar de frente para falar sobre o quão grande seria ter Michelle
na casa o tempo todo. Mas Jake aparentemente tinha outros planos.
- Olhe. - ele disse, surpreendendo-a ao chegar casa cedo depois de
uma longa semana no MC. Ele deu um envelope grosso e Michelle franziu as
sobrancelhas confusas.
- O que é isso? - Ela perguntou, tentando descobrir o que era.
- Abra-o! - Jake pediu. As crianças ainda estavam na escola, então a
casa ficou completamente tranquila quando Michelle ofegou de surpresa.
- Você não pode estar falando sério. - sussurrou Michelle.
- Eu estou falando muito sério. - disse Jake. Michelle o abraçou.
- Mas, como?
- Simples. Você vai se inscrever para as aulas e comprar seus livros.
Então você mostra que você é uma mulher brilhante, sexy e se graduar com
honras. - Michelle riu, lágrimas escorrendo pelo rosto.
- Isso é inacreditável.E eu tenho outra surpresa para você. - disse Jake,
levando-a para a porta. Eles saíram e o coração de Michelle bateu duro em
seu baú.
- Você está brincando comigo...m- Na entrada estava um belo carro
azul. Era novo. Jake sorriu e entregou a Michelle as chaves.
- Eu acho que vamos precisar de algo melhor do que aquele vagão
malandro que Janie estava dirigindo. Eu vendi e usei isso para pagar parte
disso. Agora você pode ir à aula em seu próprio tempo, e também é grande
para as crianças.
- Eu nem posso dirigir. - exclamou Michelle, perto de lágrimas.
- Acho que é aí que a surpresa número três vem. - Jake disse. - Nós
vamos ao DMV. Agora mesmo. Nós vamos conseguir para você a sua
permissão. Eu sei que você já conhece as regras da estrada. Eu vi o livro de
condução que você não achou que eu não ia ver. - Agora, Michelle estava
chorando e Jake a pegou em seus braços. - Vamos, eu disse que eu cuidaria
de você. - Michelle assentiu, rindo através de suas lágrimas. - Tudo bem
então. Você está pronta para isso?
- Sim. - disse Michelle, seus olhos brilhando. - Vamos.
Jake inclinou-se para beijar Michelle com ternura.
- Inferno, sim. - disse ele.

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