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CONSULTORIA E COMÉRCIO LTDA

WEG
INDÚSTRIAS S.A.

CURSO DE OPERADORES
DE SUBESTAÇÃO
USINA COINBRA-CRESCIUMAL S.A.

LEME / SP

Rua Osvaldo Cruz, nº 403 - Boqueirão


Santos/SP – CEP 11045-101
Tel.: (013) 3222-6570
E-mail: msp@mspconsultoria.com.br
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

1 - INTRODUÇÃO

Este curso visa fornecer aos profissionais da área elétrica, fundamentos da


eletricidade, informações sobre os equipamentos de manobra e proteção
que definam as peculiaridades referentes aos seguintes aspectos:

¯ PRINCÍPIO CONSTRUTIVO

¯ DIFERENTES MODELOS CONSTRUTIVOS

¯ MODELOS INSTALADOS NA USINA CRESCIUMAL

¯ CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS NAS MANOBRAS E MANUTEN -


ÇÕES DESTES EQUIPAMENTOS

¯ PARÂMETROS A SEREM MONITORADOS NAS INSP EÇÕES,


MANUTENÇÕES PREDITIVAS E PREVENTIVAS

¯ TOMADA DE DECISÕES MEDIANTE SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA

¯ NORMAS E CUIDADOS APLICÁVEIS

¯ EPI´s e EPC´s OBRIGATÓRIOS

¯ PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO DAS SUBESTAÇÕES

¯ DEBATE SOBRE OS TEMAS E DÚVIDAS ABORDADAS NO DE -


CORRER DO CURSO

Ressaltamos que somente com apresentação deste curso não estaremos


habilitando os participantes a operarem a subestação, espera -se como
resultados, caracterizar e padronizar o entendimento sobre os novos
equipamento e sistemas recentemente implanta dos, despertar em alguns
participantes o interesse para o aprofundamento no assunto e com isto,
possibilitar que outros profissionais deste quadro possam operar a
subestação.

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CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

2 – EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E SUAS FUNÇÕES

O conhecimento das técnicas de manutenção e operação dos equipamentos


elétricos é de vital importância para o bom desempenho das atividades
produtivas praticadas nas suas instalações, como também definem o nível
de falhas e a vida útil de cada componente.
Neste curso, procuraremos mostrar a função de cada componente, suas
características e definir os parâmetros a serem observados e avaliados, para
que se obtenha uma vida útil mais extensa, com conseqüente confiabilidade
no fornecimento de energia elétrica.

2.1 - REDES ELÉTRICAS - (AÉREAS)

APLICAÇÃO

A função de uma rede e létrica é transportar a energia gerada em uma usina,


até os centros de consumo e distribuição.
Do ponto de vista técnico e econômico a melhor performance e o menor
custo de implantação de uma rede, está relacionado à escolha do nível da
tensão a ser transportada.
Em regra geral o projeto de uma rede tem como diretrizes o seu
comprimento e a potência a ser transportada.

DIFERENTES TIPOS CONSTRUTIVOS

Para melhor apresentar os tipos construtivos das redes, faremos uso da


Tabela I, onde a classificação é típica e representativa, existindo é claro
outras opções em função das peculiaridades dos sistemas.

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2.2 - PAINÉIS ELÉTRICOS

APLICAÇÃO

São quadros elétricos montados na forma de armários, destinados a enclausurar


barramentos, componentes e circuit os de controle, proteção, medição, sinalização
e alarmes, pertinentes aos sistemas elétricos.

Viabilizam a instalação de subestações de distribuição de média e baixa tensão,


em salas elétricas onde haja circulação de pessoas.
Além disto, aumentam a segur ança no trabalho dos operadores e técnicos de
manutenção.

São construídos para proteger os equipamentos elétricos e otimizar espaços,


aumentando assim a segurança e minimizando os efeitos das explosões e da
propagação de calor nos casos de curto -circuito.

TIPOS EXISTENTES

São inúmeros os tipos construtivos, variando de acordo com as características do


projeto.

Para que sejamos objetivos, vamos classificar somente os cinco tipos tradicionais
envolvidos na manutenção de subestações, pôr isto, tratad os no item 2.6.

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CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

TABELA – I

TIPOS DE PAINÉIS ELÉTRICOS

TIPO DO PAINEL APLICAÇÃO

Painel de distribuição e manobra de cargas,


normalmente com duas alimentações e dois
barramentos, em média tensão.
SWITCH GEAR Agrega todos os componentes e circuitos de manobra,
proteção, controle, medição, sinalização e alarmes.

Painel existente em salas de subestações de alta


tensão, onde são montadas as chaves de comando,
PAINEL DE CONTROLE E sinalização, relés de proteções e bloqueios dos
PROTEÇÃO equipamentos instalados no pátio da SE.

São assim normalmente chamados os cubículos de


média tensão, que em uma SE unitária, recebem a
PAINEL DE ALTA tensão e através de uma chave seccionadora,
alimentam o transformador.

São painéis de baixa tensão, com dois cubículos pôr


coluna, normalmente configurados pôr dois
QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO barramentos, dupla alimentação e aplicados para
alimentar CCM,S ou circuitos de iluminação.

São centros de controles de motores de BT,


C.C.M. equipados com várias gavetas extraíveis ou não, pôr
coluna.

2.3 - PÁRA-RAIOS
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CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

Descarga
do arco
TIPOS
TIPOS EXISTENTES

Existem basicamente dois tipos de pára -raios, aqueles cuja função consiste em
captar as descargas atmosféricas, ou os que limitam a tensão de uma linha ou
circuito para valores um pouco acima da tensão normal de trabalho.
Resistência

APLICAÇÃO Terra

Neste curso será abordado o segundo tipo, pôr serem estes os equipamentos
empregados nos painéis elétricos e circuitos de entrada de cabine AT.
Os chamados pára -raios de linha são construídos para bloquear as sobretensões
nas entradas dos circuitos alimentadores das linhas, painéis ou de equipamentos
de grande porte, tais como motores de MT e transformadores de força.
É necessário salientar que sobretensões podem ocorrer quando uma descarga
atmosférica é captada pôr uma linha aérea, em determinadas manobras de chaves,
ou ainda na ocorrência de curtos -circuitos.

TIPOS EXISTENTES

• A figura nº 1 apresenta o modelo dos primeiros pára -raios de linha utilizados,


cujo principio de funcionamento em baçava-se na teoria de limitar as
sobretensões a partir de 150 a 200% da nominal.
Nestes modelos, a extinção do arco ocorre quando a Sobretensão desaparece
e quando o arco sobe para os extremos dos chifres, em função do
aquecimento do ar e da tendência da corrente em formar um campo
magnético o mais longo possível.

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CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

FIGURA 1 - PÁRA-RAIO TIPO CHIFRE

• A figura nº 2 apresenta um modelo típico de pára -raio fabricado


atualmente.
Nestes modelos existem discos cerâmicos dopados com partículas
condutoras, tais como zinco, alumínio e cobre, montados de forma
sobreposta, permitindo assim a passagem da corrente a partir de
determinados valores de tensão (normalmente 3,0 kV por disco).
A extinção do arco ocorre com o restabelecimento da tensão nomin al e
porque em espaços confinados de estreita passagem, a tensão de corte é
bem mais elevada do que em espaços abertos.
Recentemente foram laçados os pára -raios do tipo poliméricos, onde as
saias de porcelana foram substituídas por polímero que em caso de falha
não projeta materiais que podem danificar outros equipamentos e provocar
acidentes.

P Á R A -R A I O S D E A L T A T E N S Ã O

Discos Cerâmicos

Câmara para
expansão dos gases

Bujão para
ventilação

F I G U R A N .º 0 2
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2.4 - CABOS ISOLADOS DE ALTA TENSÃO

INTRODUÇÃO

Os cabos elétricos são utilizados para interligar sistemas de distribuição de cargas


e para alimentar máquinas estáticas ou rotativas.
Normalmente são aplicados quando a distância entre a fonte e a carga é média ou
grande, ou no trajeto existem locais de risco para construção de uma linha aérea.

TIPOS EXISTENTES

Se considerarmos todos os tipos de cabos isolados ainda em operação no Brasil,


veremos que alguns já deixaram de ser fabricados na década de 50.
A seguir apresentaremos os principais, ressaltando que basicamente só os dois
últimos continuam sendo fabricados.
• Cabos armados em configuração trifás ica e isolados a base de papel
impregnado com óleo isolante.
• Cabos armados em configuração trifásica e isolados com borracha ou
cambraia envernizada e com capa de chumbo
• Cabos singelos de extra alta tensão isolados com óleo, pressurizados com
gás SF6 ou a seco composto por resinas sólidas.
• Cabos singelos, isolados com resinas sintéticas, tipo polietileno, polivinila,
etc.

PRINCÍPIOS CONSTRUTIVOS

A figura 3 mostra a formação típica de um cabo isolado, onde o condutor central


•, é envolvido pôr uma camada de material isolante ‚, cuja espessura está
relacionada a classe de isolação do cabo.
Logo acima, normalmente é depositada uma fina camada de material
semicondutor ƒ, cuja finalidade é auxiliar na formação concêntrica do campo
elétrico, que se estabelecerá em torno do condutor central, quando o cabo estiver
energizado.

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Dependendo da classe de isolação do cabo, poderá existir outra camada isolante


„ e sobre esta, a blindagem eletrostática …, formada por uma delgada cinta de
cobre, enrolada na forma helicoida l.
Para proteger estes materiais da ação dos agentes externos e dos danos físicos,
ocasionados com o manuseio do cabo, é construída uma capa de acabamento
com material plástico resistente e impermeável.

Condutor

1ª Camada Isolante

Semi-Condutor

2ª Camada Isolante

Blindagem

Capa de PVC

FIGURA N.º 03

2.5 - CHAVES SECCION ADORAS

INTRODUÇÃO

A principio, as chaves seccionadoras foram projetadas para manobrar circuitos,


viabilizando operar o sistema elétrico em diferentes configurações e ou, isolar
determinados trechos do sistema, para permitir a execução de manutenções nos
equipamentos desenergizados.
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APLICAÇÃO / TIPOS EXISTENTES

Como já foi dito anteriormente, os sistemas elétricos são projetados tanto na


configuração, como nas características construtivas, para atender as necessidades
operacionais de cada instalação.
Dada a importância das chaves seccionadoras nas manobras dos sistemas
elétricos, vários foram os modelos desenvolvidos para melhor atender estes
requisitos.
A seguir apresentaremos os principais tipos, procurando fazer uma relação com
as respectivas aplica ções.

TABELA - III
APLICAÇÕES DAS CHAVES SECCIONADORAS
TIPOS CONSTRUTIVOS APLICAÇÃO
Tripolares de BT, com abertura rápida e câmaras de São instaladas em painéis de distribuição ou CCM´s
extinção de arco. para chavear circuitos de baixas cargas.

Cabines ou PN´s de distribuição de MT, para


Tripolares de MT, com acionamento manual. chavear TP´s, TF Aux. e outros circuitos que possam
ser manobrados sem carga.

Monopolares de MT, armadas com elo fusível Em linhas aéreas, normalmente antes de
(MATHEUS) transformadores de distribuição.

Tripolares de MT, com abertura rápida por mola,


Em cubículos alimentadores de transformadores de
câmara de extinção para os contatos auxiliares e
MT, com potência até 2.500 kVA.
mecanismo de abertura por queima de fusível
Na alimentação de TF´s distribuídos em uma planta
CDO – Tripolares de MT, imersas em óleo isolante industrial, cuja linha de distribuição de energia é em
anel ou radial com derivações.
Tripolares de AT, montadas em colunas de Montagem ao tempo, instaladas de forma a permitir
isoladores e com os seguint es tipos de acionamentos: transferência de circuitos alimentadores de uma linha
Manual / Motorizado / Pantográfico para outra e permitir, também, isolar trechos

Tripolares de AT, montadas em colunas de Montagem ao tempo, instaladas nas linhas de entrada
isoladores e com lâminas de aterramento. de subestações de AT.

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2.6 - DISJUNTORES

APLICAÇÃO / TIPOS EXISTENTES

São equipamentos projetados para suportar sem danos aos seus componentes, a
abertura ou fechamento de um circuito em regime normal de trabalho, ou em
condições severas, como a de um curto -circuito.

TIPOS EXISTENTES

São inúmeros os diferentes tipos de disjuntores fabricados, variando de forma


preponderante no tipo dos sistemas de acionamen to e de extinção de arco.
Em função das características técnicas, tais como corrente de ruptura e curva da
tensão de corte, é que os projetistas definem o disjuntor mais adequado para
chavear cada tipo de circuito.
A seguir relacionamos os tipos de disjunt ores encontrados em nossos Parques
Industriais.

TABELA IV
DIFERENTES TIPOS DE DISJUNTORES
SISTEMA DE EXTINÇÃO DE SISTEMA DE CLASSE ISOL.
ARCO ACIONAMENTO DE ATÉ
À seco, com câmaras e contatos de
Molas 500 V 1000V
sacrifício.
À seco, com câmaras de sopro
Molas 2,4 kV 15 kV
magnético.
3 pólos de pequeno volume de óleo
Molas 2,4 kV 15 kV
(PVO).
Tanque único com médio volume de
Molas 6,9 kV 34,5 kV
óleo (MVO).
3 pólos com ampolas à vácuo. Molas 15 kV 34,5 kV

3 tanques com grande volume de óleo. Ar comprimido 88 kV 138 kV


Colunas de porcelana, com 01 ou 02
Mola ou ar comprimido 69 kV 138 kV
contatos isolados a óleo ou SF 6.

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Colunas de porcelana, com 2 ou 4


Ar comprimido 230 kV 500 kV
contatos pôr fase, isolados a SF 6.

2.7 - TRANSFORMADORES DE FORÇA

INTRODUÇÃO

São equipamentos chaves nos s istemas de transmissão e distribuição de energia


elétrica exercendo essencial papel no padrão de vida do mundo contemporâneo.
Qualquer que seja a forma de geração de energia são sempre os transformadores
que elevam a tensão, adequando o melhor nível para a transmissão e rebaixam
novamente aos níveis desejados para a distribuição, ou consumo da energia
elétrica.

TIPOS EXISTENTES

Os transformadores, como podemos perceber, estão sempre presentes em nossas


atividades, existindo até mesmo nos aparelhos e ele tro domésticos das nossas
residências.
Pôr isto classifica -los de acordo com os tipos existentes, seria até uma função
difícil, motivo pelo qual nos deteremos mais uma vez nos sistemas de
transmissão e distribuição de energia.

Ø DE ACORDO COM A FUNÇÃO

- Elevadores da tensão.
- Rebaixadores da tensão, para um ou dois níveis.

Ø DE ACORDO COM OS TIPOS DE ENROLAMENTOS

- Trifásicos, com primário e secundário em tanque único.


- Trifásicos com primário, secundário e terciário em tanque único.
- Trifásicos, tipo auto-transformador em tanque único.
- Monofásicos com primário e secundário.
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- Monofásicos, tipo auto -transformadores.

Ø QUANTO AO TIPO DO MEIO ISOLANTE

- Isolados a óleo Mineral.


- Isolados a óleo Askarel.
- Isolados a óleo Silicone.
- A seco com núcleo montado em Fiber -Glass.
- A seco com núcleo montado em resina de Epoxi a vácuo.

Ø QUANTO AO TIPO DE TROCADOR DE CALOR

- Tanque selado com radiadores.


- Tanque , radiadores e pulmão.
- Tanque , radiadores , pulmão e ventilação forçad a.
- Tanque , radiadores , pulmão, ventilação forçada e circulação de óleo forçada.
- A seco, com núcleo trocando calor com o meio ambiente.

Ø QUANTO AO TIPO DE REGULADOR DA TENSÃO

- Comutação automática através de regulador de tensão incorporado.


- Comutação manual no primário.
- Comutação manual no primário e no secundário.
- Comutação programável, através de LINK,s em régua de tapes interna ao
tanque.

2.8 – GERADORES DE ENERGIA ELÉTRICA

INTRODUÇÃO / PRINCÍPIOS CONSTRUTÍVOS

São máquinas girantes que transformam energia mecânica em energia elétrica a


partir do efeito eletromagnético, compondo -se basicamente das seguintes partes:

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ESTATOR

Armadura Fixa constituída de bobinas que fornecem uma tensão proporcional ao


número de espiras em uma freqüência proporcional a rotação do rotor.
A energia fornecida é considerada em VA, ou seja, Volt - Ampere, que
dependendo das reatâncias da própria máquina e das cargas, provoca a
defasagem da corrente transformando esta potência aparente em duas o utras
componentes chamadas KW (Potência ativa) e KVAr (Potência reativa)

ROTOR

Campo girante constituído de bobina excitada em corrente contínua, formando


um campo magnético destinado a induzir nas bobinas do estator uma diferença
de potencial regulável, com propriedades ainda de alterar a reatância da máquina,
entregando ao sistema reatância capacitiva para compensar a energia reativa do
sistema .

EXCITATRIZ

Pode ser girante tipo gerador com ponte retificador, ou estática controlada com
thyristores a partir do regulador de tensão e da solicitação de cargas transitórias.

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DIFERENTES TIPOS DE POTÊNCIA

• Potência Ativa - Energia transformada em trabalho efetivo, medida em kW


e calculada por:

è P = I .V.cos ϕ . 3

• Potência Reativa - Energia necessária para manter o campo magnético nos


circuitos e equipamentos, medida em kVAr e calculada por:

è P = I .V.sen ϕ . 3

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2.9 - TRANSFORMADORES DE CORRENTE (TC´s)

APLICAÇÃO

São equipamentos que transformam a corrente passante em um determinado


circuito, de forma isolada da tensão nominal de trabalho e permitem dividir
convenientemente o nível da corrente para valores padronizados dentro da faixa
de 0 a 1 ou de 0 a 5 Ampéres.
Com relação à sua aplicação resume -se basicamente em duas funções:

Ø MEDIÇÃO
Demonstra a corrente do circuito em referência de forma isolada em um
instrumento de medição já calibrado com a relação de transformação deste
circuito.

Ø PROTEÇÃO
Envia a corrente do circuito em referência de forma isolada em um sinal de
corrente padronizado para um relé de proteção já calibrado com a relação de
transformação deste circuito

TIPOS EXISTENTES

As formas construtivas variam de acordo com a aplicação e o nível da tensão do


sistema. Não são muitos, os diferentes tipos construtivos de TC,s, podendo ser
classificados da seguinte forma:

Ø QUANTO A CARACTERÍSTICAS DE TRANSFORMAÇÃO ELÉTRICA

§ Núcleos de alta impedância e alto fator de sobrecorrente, aplicados para


alimentação de relés de proteção.

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§ Núcleos de baixa impedância, tipo toroides, montados em buchas, ou


envolvendo circuitos trifásicos de cabos isolados, aplicados para alimentação
de relés de proteção, inclusive proteções 50/51GS.
§ Núcleos de alta impedância, com baixo fa tor de sobrecorrente, aplicados na
alimentação de instrumentos indicadores e medidores.

Ø QUANTO A FORMA CONSTRUTIVA

§ Construídos com tanque metálico e colunas de porcelana (figura 4).


§ Tipo barra, onde o enrolamento primário é intercalado nos barramentos e a
isolação é feita com resina de Epoxi extrusada a vácuo (figura 5).
§ Tipo janela, com isolação de Epoxi ou Cambraia impregnada com verniz
isolante (figura 6)

P2

P1 P2 S1
P1 S2
P2

S2
S2
S1
S1

FIGURA N.º 04 FIGURA N.º 05 FIGURA N.º 06


"TC" DE "AT" "TC" DE BARRA "TC" DE JANELA

2.9 - TRANSFORMADORES DE POTENCIAL (TP´s)

APLICAÇÃO

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São equipamentos que transformam a tensão de uma linha ou circuito de


distribuição, para valores padronizados, normalmente na faixa de 0 a 115V.
Tais como os TC,s, são aplicados para viabilizar a medição e proteção dos
sistemas elétricos.

TIPOS EXISTENTES

Variam na forma construtiva, de acordo com a classe da tensão de trabalho e


podem ser classificados da seguinte forma:

Ø Circuito primário capacitivo e indutivo, construído em colunas de isoladores


e tanque metálico, isolado com gás SF 6.
Ø Enrolamento primário indutivo, construído em coluna de isoladores e tanque
metálico, isolado com óleo.
Ø Enrolamento indutivo encapsulados com resina Epoxi, a vácuo.

2.10 - RELÉS DE PROTEÇÃO

APLICAÇÃO

Os relés de proteção são dispositivos criados para monitorar as grandezas


elétricas de um sistema, atuando sempre que estas ultrapassarem os limites pré -
determinadas na calibração.
Um relé poderá ter mais do que um nível de atuação e comandar circuitos de
alarme, controle para manobrar cargas ou máquinas e principal mente para
desligar circuitos ou trechos defeituosos, da forma mais rápida e restrita possível.

TIPOS EXISTENTES

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CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

A enorme a variedade de tipos construtivos dos relés de proteção, variando de


acordo com os projetos de cada fabricante, com a função desej ada e é claro, com
a evolução tecnológica.
Tentaremos abordar o maior número possível, classificando -os de acordo com os
seus principais parâmetros.

Ø QUANTO AO MÉTODO DE CONEXÃO

§ RELÉS PRIMÁRIOS ⇒ São aqueles que a bobina de operação fica conectada


diretamente a tensão da rede, em série com a carga.
§ RELÉS SECUNDÁRIOS ⇒ São conectados aos enrolamentos secundários
dos TC´s e ou TP´s, representando a grande maioria.

Ø QUANTO A CARACTERÍSTICA DO TEMPO DE OPERAÇÃO

• INSTANTÂNEO ⇒ Aquele que uma vez ultrapassa dos os limites estabelecidos,


operam o mais rápido possível.

• TEMPO DEFINIDO ⇒ Após ultrapassado os limites da graduação, contam um


tempo e se a anormalidade persistir, atuam quando o tempo fixado estiver
vencido.

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• TEMPO INVERSO ⇒ Atuam com tempos inversamente proporcionais a


variação da grandeza controlada.

Ø QUANTO A FORMA CONSTRUTIVA

§ UNIDADES ELETROMAGNÉTICAS TIPO ATRAÇÃO ⇒ São normalmente


utilizados em relés instantâneos. Um exemplo típico destas unidades é mostr ado
nas figuras 6 e 7.

§ UNIDADES DE INDUÇÃO ⇒ São fabricadas em duas versões, a


convencional com disco, mostrada na figura 8 e a de alta velocidade, com
tambor de indução, mostrada na figura 9.

§ UNIDADES ESTÁTICAS · São compostas pôr placas eletrônicas, mo ntadas em


circuitos impressos, atuando em conjunto e formadas basicamente pêlos
módulos mostrados na figura 10.

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CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

§ UNIDADES MICRO PROCESSADAS ⇒ São semelhantes construtivamente


aos relés estáticos, porém são de última geração, atuam com sinais digitais, são
programáveis, permitindo alterar largamente a faixa e a forma de atração de
cada função.
§ Além destas vantagens, memorizam e permitem a leitura com os valores dos
sinais de tensão e corrente medidos.

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Ø QUANTO A FUNÇÃO ⇒ Para facilitar a leit ura e interpretação dos


diagramas elétricos, a norma ANSI padronizou as funções, utilizando
números de 2 a 94.
A descrição completa e traduzida da norma, está apresentada na tabela V.

TABELA V - SÍMBOLOS NUMÉRICOS AMERICANOS

Funções dos elemen tos, relés empregados nos circuitos elétricos de acordo com a
padronização da American Standards e do Institute of Eletrical Enginneers

Função Descrição

Relé de Tempo de Partida ou de Fechamento - é um dispositivo que


funciona de forma a proporcionar um desejado valor de retardamento
(de tempo), antes ou após Qualquer instante, durante a operação, numa
2
seqüência de intervenções de chaves ou sistema de relés de proteção,
exceto o especificamente assinalado quanto as funções dos números
18, 62 e 79.

Relé de Controle ou Interloqueio - é um relé que opera em resposta a


situação de um certo número de outros dispositivos (ou a um certo
número de condições pré-determinadas) um equipamento, para
3
franquear o prosseguimento ou a cessação de uma seqüência
operacional, ou possibilitar um controle da situação desses dispositivos
ou dessas condições, para qualquer finalidade.

Relé de Distância - é um relé que funciona quando a admitância, a


21 # impedância ou reatância do circuito aumenta ou diminui além de limit es
pré-determinados.

Dispositivo Térmico de Proteção - é um dispositivo que funciona quando a


temperatura do campo em derivação, ou o enrolamento amortecedor de uma
máquina, ou de um resistor de limitação de carga ou de mudança de carga ou de
26 #
um líquido ou outro meio, exceder um valor pré -determinado, ou se a
temperatura do aparelho protegido, tal como um retificador de força ou qualquer
outro, decrescer abaixo de um valor pré -determinado.

25
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

27 Relé de Subtensão - funciona num dado valor mínimo da ten são.

Relé Anunciador - é um dispositivo de reposicionamento não -


automático, que fornece um certo número de indicações visuais
30 # separadas a respeito do funcionamento de dispositivos de proteção, que
pode também ser disposto para desempenhar uma função de colocação
fora de operação de um equipamento.

Relé Direcional de Potência - é um dispositivo que funciona num valor


desejado do fluxo de energia numa dada direção, ou pôr efeito de
32
energia reversa resultante de arco inverso nos circuitos anódicos ou
catódicos de um retificador de potência.

Relé de Campo – é um relé que funciona pôr um valor dado, ou anormalmente


baixo, ou pôr falha de corrente do campo de uma máquina, ou pôr valor
40
excessivo do componente r eativo da corrente do rotor numa máquina de corrente
alternada, o que indica excitação de campo anormalmente baixo.

Relé de Partida Seqüencial - é um relé que funciona para dar partida à próxima
44 unidade disponível num equipamento de unidades múltiplas, quando da falha ou
indisponibilidade da unidade que normalmente a precede.

Relé de Corrente de Fase Inversa ou de Equilíbrio de Fase - é um relé


que funciona quando as correntes polifásicas forem em seqüência de fase
46 # inversa, ou quando as correntes polifásicas forem desequilibradas, ou
contiverem componentes de seqüência negativa de fase acima de um dado
valor.

Relé de Seqüência Incompleta – geralmente faz o equipamento retornar a


posição normal ou não e bloqueando o funcionamento se a seqüênci a normal de
48 # partida, marcha e parada não foi adequadamente completada dentro de um
tempo pré-determinado. Caso o dispositivo seja empregado somente para fins
de alarma, deveria preferivelmente ser designado como sendo “ 48A” (alarma).

26
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

Relé Térmico de Máquina ou Transformador - funciona quando a


temperatura de uma armadura de máquina ou outro enrolamento ou elemento,
49 # sujeito a carga de uma máquina, ou a temperatura de um retificador de potência,
ou de um transformador de força (inclusive um tran sformador-retificador de
potência) excede um valor pré -determinado .

Relé Instantâneo de Sobrecorrente - é um relé que funciona


50 # instantaneamente no caso de excessivo valor de corrente ou de brusco aumento
do mesmo, indicando assim uma falha no aparel ho ou circuito sob proteção.

Relé de Sobrecorrente com Tempo Dependente ou Definido, em


corrente alternada - é um relé com característica de tempo definido ou inverso
51 #
e que atua quando a corrente num circuito, em corrente alternada, exceder um
valor determinado.

Relé Excitador ou Relé de Gerador de Corrente Contínua - é um relé que


reforça o campo da excitação numa máquina de corrente contínua para que se
53
desenvolva gradualmente durante a partida inicial ou atua quando a tensão da
máquina tenha s e elevado até um dado valor.

Relé de Aplicação de Campo - é um relé que controla automaticamente a


56 aplicação da excitação em c.c. a um motor de corrente alternada em certo ponto
determinado no ciclo de deslizamento.

Relé de Falha de Retificação - é um dispositivo que funciona se um ou mais


ânodos de um retificador de força falharem em acender -se, ou a detectar um
58
arco de retorno, ou a falha de um diodo em conduzir ou bloquear
adequadamente.

Relé de Sobretensão - é um relé que funciona num dad o valor da


59 #
sobretensão.

Relé de Equilíbrio de Tensão de Corrente - é um relé que opera pôr uma


60
dada diferença na tensão, ou na entrada ou saída de corrente, de dois circuitos.

27
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

Relé de Retardamento de Parada ou de Abertura - é um relé de


retardamento que serve em conjunto com o dispositivo que dá início à operação
62
de fechamento, paralisação ou abertura de uma seqüência automática de um
sistema de relés de proteção.

Relé de Pressão ou Vácuo de Líquido de Gás - é um relé que opera em


63 # determinados valores de pressão de líquido ou gás ou determinados porcentos
na alteração desses valores.

Relé Protetor de Ligação á Terra - é um relé que funciona quando se


produzir falha do isolamento contra terra de uma máquina,
64
transformador, ou de outro aparelho, ou sob efeito de arco à terra de
uma máquina.

Nota:
Esta função é atribuída somente a um relé que detecta o fluxo à terra de
corrente da carcaça de uma máquina ou envoltório ou estrutura de uma peça de
aparelho, ou detecta contato à terra num enrolamento ou circuito normalmente
não ligado à terra. Não se aplica a um dispositivo ligado no circuito secundário
de um transformador de corrente, ou no neutro secundário de transformadores
de corrente, ligados no circuito de força de um sistema no rmalmente ligado à
terra.

Relé de Sobrecorrente Direcional em Corrente Alternada - é um relé que


67 funciona pôr um valor preestabelecido de um sobrecorrente em corrente
alternada fluindo numa direção pré -determinada.

Relé de Bloqueamento - é um relé que dá partida a um sinal piloto para


bloqueio da energização em caso de falhas externas numa linha de transmissão
ou num aparelho sob condições pré -determinadas, ou coopera com outros
68 dispositivos para bloquear o fechamento ou o refechamento das chaves, numa
condição irregular ou em oscilações de potência.

Relé do Nível de Líquido ou Gás - é um relé que opera pôr dados valores de
71 #
nível de líquido ou gás, ou pôr dados índices de mudança destes valores.

28
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

Relé de Alarma - é um relé diferente de um anunciador (como o abrangido


74 pela função número 30), empregado para operar diretamente, ou em conexão
com um alarma visual ou acústico.

Relé de Sobrecorrente, em corrente contínua - é um relé que atua quando


76 a intensidade de corrente num circuito em co rrente contínua exceda um dado
valor.
Relé de Medição do Ângulo da Fase ou de Proteção “Fora -de-Fase” - é
78 um relé que atua pôr um ângulo de fase pré -determinado, entre duas tensões ou
entre duas correntes ou entre tensão e corrente.

Relé de Refecha mento em Corrente Alternada - controla o refechamento


79
autom. e a abertura definitiva de um disjuntor em circuito de corrente alternada.

Relé de Freqüência - atua pôr um pré-determinado valor de freqüência (seja


81 acima ou abaixo da freqüência norma l do sistema) ou pôr um preestabelecido
índice de mudança da freqüência.

Relé de Refechamento em Corrente Contínua - controla o fechamento e o


82 refechamento automático de um disjuntor de corrente contínua, geralmente em
resposta de carga do circuito.

Relé de Transferência ou Controle Automático Seletivo - opera para


83 selecionar automaticamente entre certas fontes ou condições num equipamento,
ou desempenha uma operação de transferência.

Relé Receptor de Onda Portadora ou de Fio -Piloto - é operado ou


85 bloqueado pôr um sinal empregado em conexão com uma corrente portadora ou
com um fio-piloto em corrente contínua para relevamento de defeito direcional.

Relé de Desligamento - é um relé com rearme elétrico ou manual, ou um


86 # dispositivo que funcion a para desligar ou proteger um equipamento, pondo -o de
serviço ou ambas as situações, quando da ocorrência de condições anormais.

Relé de Proteção Diferencial - é um relé de proteção que funciona pôr uma


87 # porcentagem ou ângulo de fase ou outra difere nça quantitativa de duas
correntes ou outras quantidades elétricas.

29
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

Relé Diferencial de Tensão - é um relé que opera quando a tensão através de


91
um disjuntor aberto ou contator, excede a um dado valor em dada direção.

Relé Direcional de Tensão e de Potência - é um relé que permite ou causa


a interligação de dois circuitos quando a diferença de tensão entre eles exceder
92 um dado valor numa pré -determinada direção e faz com que esses dois circuitos
sejam desligados entre si, quando o fluxo de potência entre eles excede um
dado valor na direção oposta.

Relé de Desengate ou de Engate Solto – funciona para provocar o disparo de


um disjuntor ou de um contator ou equipamento, ou para permitir o seu imediato
94 disparo pôr outros dispositivos, ou evitar imed iato refechamento de um
interruptor de circuito se o mesmo deveria abrir automaticamente, mesmo se seu
circuito de fechamento for mantido fechado.

30
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

2.11 - SERVIÇOS AUXILIARES EM CORRENTE


CONTÍNUA

APLICAÇÃO

Para manobrar as chaves seccionadoras motorizadas e principalmente os


disjuntores, é imprescindível que a tensão de comando seja fornecida por uma
fonte confiável e que não sofra influências da rede de alimentação principal.
Além disto, se analisarmos o comportamento de um sistema elétrico durante a
ocorrência de um curto -circuito, veremos que a corrente tende ao infinito e a
tensão tende a zerar, assim sendo, fica fácil deduzir que a tensão para controle
das proteções, manobra de alguns equipam entos essenciais e para os painéis de
alarmes, não podem ser da mesma fonte.
A solução adotada de forma universal é alimentar estes circuitos com corrente
contínua, fornecida pôr um conjunto de baterias e retificador -carregador.

TIPOS EXISTENTES

As baterias utilizadas em subestações são sempre do tipo estacionarias, com


capacidade ≥ 50 Amp./Hora e apresentadas em três tipos construtivos diferentes,
que são:

Ø Chumbo-ácidas

Ø Alcalinas com placas de níquel cádmio

Ø Seladas com eletrólito tipo GEL.

31
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

3 – CRITÉRIOS PARA EFETUAR MANOBRAS

3.1 - UTILIZAÇÃO ADEQUADA DOS EPI´s

A Usina Cresciumal recomenda que os trabalhos com eletricidade sejam


regulamentados e tratados com especial nível de exigências determinadas no
departamento de SEGURANÇA, SAÚDE OCUPACIONAL E MEIO
AMBIENTE.

Com relação aos EPI,s exigidos deve ser observado que são os normais, pois
consideram-se que os trabalhos devem ser executados Á FRIO e as manobras
sempre serão REMOTAS .

Porem o importante desde já, é estabelecer que a segurança é responsabilidade de


todos e, portanto as normas, ou padronizações a serem estabelecidas de nada
contribuirão se o profissional desconhecer tecnicamente a tarefa a ser executada,
ou se por algum motivo desconsiderar as seqüências pré -estabelecidas.

3.1.1 - RELAÇÃO DOS EPI’s DE UTILIZAÇÃ O OBRIGATÓRIA EM


TRABALHOS DA ÁREA ELÉTRICA

§ Capacete
§ Botas sem pregos e sem biqueira de aço
§ Óculos de segurança
§ Protetor auricular

3.1.2 - RELAÇÃO DOS EPI´s E UTENCÍLIOS QUE DEVEM ESTAR


DISPONÍVEIS PARA UTILIZAÇÃO COLETIVA NOS ARMÁRIOS
DE SALAS ELÉTRICA S

§ Detectores de tensão
§ Conjunto de aterramento / Varas de manobras
§ Luvas de borracha para AT
§ Luvas de pelica para sobrepor as de borracha
§ Saca fusível e outras ferramentas específicas para manobra de disjuntores
32
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

3.2 – PRÉ-REQUISITOS DE SEGURANÇA RECOMEN DADOS PARA


MANOBRAS ENVOLVENDO SISTEMAS ELÉTRICOS

A seguir apresentamos as regras básicas adotadas de forma quase que universal


na maioria das empresas onde a segurança operacional é encargo dos dirigentes
técnicos de cada departamento.

Salientamos novam ente que os itens aqui apresentados são ilustrativos, sendo
MANDATÓRIO e PADRONIZADOS os conceitos e regras estabelecidas no
PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO USINA CRESCIUMAL

Ø Circuitos que não estiverem aterrados e com etiqueta de empedimento, devem


ser considerado ENERGIZADO

Ø Antes de liberar para colocação do conjunto de aterramento o DETECTOR DE


TENSÃO em MT, ou voltímetro em BT, devem ser utilizados na confirmação
de o circuito está livre de tensão (O teste de funcionalidade do detetor,
preferencialmente deve ser repetido em circuito energizado, na mesma ocasião
da liberação).

Ø Os cartões que eventualmente forem encontrados caídos só poderão ser


recolocados com a presença do responsável pelo impedimento

Ø Antes de liberar os circuitos toda a equipe deve ser reu nida e retirada do local,
bem como os ferramentais

Ø Em desligamentos que tenham sido colocados vários cartões, ou conjuntos de


aterramentos, deve ser elaborada uma relação para servir de check -list na hora
da liberação.

33
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

3.3 – CONSIDERAÇÕES ADOTAD AS EM GERAL NAS MANOBRAS

3.3.1 - LIBERAÇÃO E ATERRAMENTO DE CIRCUITOS

Para liberação de um circuito, sempre deverá existir um planejamento com


participação da produção, determinação dos prazos, recursos necessários e
atividades de cada participante.

O aterramento só estará liberado após confirmada ausência de tensão no circuito


e a colocação do cartão de impedimento.

RECOMENDAÇÕES

§ Para descarregar as tensões remanescentes nos cabos de AT, nos capacitores e


para instalar o conjunto de aterramento, de ve-se utilizar uma vara de manobra.
§ Fazer com que o responsável pôr cada frente de serviço coloque o seu cartão de
impedimento e que na liberação, os cartões sejam impreterivelmente retirados
por estes profissionais.
§ Havendo outros trabalhos envolvidos tai s como mecânica, pintura ou
caldeiraria, deve existir um cartão para cada equipe participante
§ No final do trabalho o responsável deve acompanhar a retirada dos
aterramentos.

3.2.2 - TESTES EM BANCOS DE CAPACITORES E CABOS DE ALTA


TENSÃO

Cabos com blinda gens assemelham-se a capacitores na propriedade de armazenar


pôr longo tempo uma energia remanescente.
Os cabos em particular, dependendo do comprimento e se estiverem em um
mesmo leito, onde outros circuitos permanecem energizados, facilmente sofrem
efeitos de indução e recarregam acumulando cargas elostrotáticas de centenas de
volts.

34
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

RECOMENDAÇÕES

§ Com o detector de tensão, após desligar o circuito, confirmar a presença de


tensão alternada.
§ Descarregar os cabos e ou capacitores pôr mais de 1 minuto u tilizando o bastão
isolado.
§ Colocar o aterramento utilizando luvas isoladas e mante -lo sempre conectado,
exceto na hora de executar os ensaios de isolação.
§ Sempre após a execução dos ensaios de isolação em corrente contínua, é
necessário descarregar novame nte o circuito.
§ Antes de iniciar os ensaios de isolação todos os profissionais envolvidos com o
circuito em teste devem ser avisados sobre a aplicação da tensão de teste do
megger.

3.3.3 - MANOBRAS COM CHAVES SECCIONADORAS

Sem dúvidas esta é a manobra q ue mais tem causado acidentes, pois por falta de
atenção ou conhecimento, leigos abrem chaves com circuitos em carga.

Em outras situações o funcionamento das chaves não está adequado.

RECOMENDAÇÕES

Manobrar circuitos energizados através de seccionador as deve ser a última


opção e mesmo assim todas as precauções possíveis devem ser adotadas .

É verdade que existem chaves isoladas a SF 6, outras com disparador com molas e
até as mais antigas CDO´s, cujos pólos são imersos em um tanque com óleo
isolante.
Nestes casos, desde que se tenha a certeza de que estão em perfeito estado, à
manobra pode ser liberada, com a utilização de mascar facial, roupa de NOMEX
e os demais EPI´s já mencionados anteriormente.

35
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

3.3.4 - EXTRAIR E INCERIR DISJUNTORES

Os disjuntores extraíveis, normalmente possuem dispositivos mecânicos que


devem atuar no desarmes com o menor movimento do mesmo no cubículo.

A confirmação de funcionalidade destes intertravamentos é confirmada nas


manutenções preventivas anuais, porem mesmo assim me recem os cuidados a
seguir descritos:

RECOMENDAÇÕES

§ Primeiramente desligar o disjuntor, mantendo a mola descarregada com a


retirada do plug de comando e reconfirmando a abertura na indicação mecânica
na frontal do disjuntor.
§ Manter o plug extraído, des travar o mecanismo e retirar o disjuntor totalmente
do cubículo, certificando -se de que a barreira tenha isolado as tulipas.
§ Ao inserir novamente o disjuntor os cuidados devem seguir o mesmo padrão,
liberando-se somente após Ter certeza de que a penetração das tulipas tenha
sido completa e alinhada.

3.3.5 - RELIGAMENTO DE CIRCUITOS, DESLIGADOS POR ATUAÇÃO


DE RELÉS DE PROTEÇÃO

§ Pode Ter ocorrido algum acidentes envolvendo pessoas


§ Ao religar um circuito com falha estaremos exigindo do equipamento de
manobra a capacidade plena logo após ter este manobrado em condições
severas com provável redução da suas características dietéticas devido à
abertura em falha.
§ Mesmo que o desligamento tenha sido indevido por imperícia de manobra ou
teste, religar o circuito sem o de acordo da produção pode trazer danos a outros
equipamentos do processo.

36
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

3.3.6 - RELIGAMENTO APÓS O TÉRMINO DAS MANUTENÇÕES

Deve ser cuidadosamente planejado, observando -se basicamente os seguintes


pontos:

RECOMENDAÇÕES

• Todo o pessoal envolvi do deve responder chamada e estar reunido fora da


sala da subestação, exceto os operadores e os coordenadores das equipes da
execução que estarão fazendo a inspeção final para liberação.
• Os painéis devem ser vistoriados para garantir que os conjuntos de
aterramentos foram retirados, que não existam circuitos desconectados
principalmente neutros de transformadores, que os disjuntores estejam
perfeitamente inseridos e que ferramentas e utensílios não tenham sido
esquecidos sobre barramentos ou equipamentos.
• Ao inserir disjuntores ou TP`s extraíveis, verificar se a penetração das tulipas
estão corretas.
• Verificar a penetração e o alinhamento das facas das chaves seccionadoras.
• Verificar se a tensão auxiliar em corrente contínua para o comando e a
proteção, estão normalizadas com reset nos indicadores de operação e nos
relés de bloqueio.
• Providenciar para que os cartões de impedimento sejam retirados pelas
pessoas que os colocaram e confirmar se todos cartões listados no
CONTROLE DE ETIQUETAS VERMELHAS foram reti rados.

3.3.7 - TRANSFERÊNCIA DE ALIMENTAÇÃO

No caso da Cresciumal estas manobras serão autorizadas e realizadas somente


com a presença da equipe da Casa de Força.

3.3.8 - MANUTENÇÃO EM PAINÉIS PARCIALMENTE ENERGIZADOS

Exceto em casos muito especiais, estes trabalhos de elétrica só devem ser


liberados com equipamentos livres de tensão.

37
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

3.4 - CONHECIMENTO DO DIAGRAMA UNIFILAR

O diagrama unifilar representa a configuração do sistema elétrico, contendo


informações relativas aos componentes e as diferen tes opções de alimentações.
Para interpretar diagramas unifilares é primordial que se esteja familiarizado com
a simbologia adotada no projeto e na tabela V (SIMBOLOS NUMÉRICOS DA
ANSI).

O diagrama unifilar deve conter no mínimo as seguintes informações:


§ Configuração do circuito de potência.
§ Identificação e quantitativo dos equipamentos de manobra, proteção e medição
(TAG).
§ Indicar os intertravamentos elétricos e mecânicos existentes entre os
equipamentos de manobra e proteção.
§ Demarcar e identificar os p ainéis e cubículos, indicando o nível da tensão de
trabalho de cada barramento.
§ Identificar as malhas de corrente e potencial e os respectivos dispositivos de
medição e proteção.
§ Identificar os equipamentos extraíveis e o tipo dos circuitos alimentadores ( cabo
isolado, linha aérea ou duto de barras)
§ Indicar os circuitos disponíveis para ampliações futuras
§ Apresentar tabela, contendo a legenda do projeto.
§ Indicar a posição normal de trabalho dos disjuntores e seccionadoras (NF) Ou
(NA)

38
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

4 – ATENDIMENTO A OCORRÊNCIA

4.1 - REGISTRO DA OCORRÊNCIA

INTRODUÇÃO

Ø Os dispositivos de proteção (relés), normalmente possuem unidades de


sinalizações eletromecânicas, mecânicas ou com LED´s que atuam
simultaneamente ao fechamento do contato de TRIP do relé.
Em casos de alarmes o anunciador instalado no painel do gerador deverá ser
comunicado o supervisor e ou o procedimento operacional, caso existir.

Ø Tendo em vista que o procedimento da Cresciumal inerente a esta atividade do


operador, pode estar em elaboração, ou em aperfeiço amento vamos ressaltar a
importância do operador anotar antes do rearme dos alarmes, a correta
sinalização indicada.

Ø Posteriormente, na elaboração do relatório escrito, deve -se procurar responder


as seguintes questões:

1. Quais proteções atuaram?


2. Quando?
3. Em que circuitos?
4. Quais as fases?
5. Houve rescindência na reenergização?
6. Foi detectada a causa?
7. Se afirmativo, qual é?
39
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

4.2 - AVALIAÇÃO RÁPIDA DOS DANOS

4.2.1 - IDENTIFICAÇÃO DO DEFEITO

• Uma vez identificado o circuito alimentador que desarmou, este deve ser
bloqueado para inspeção visual e o operador munido de lanterna, rádio e EPI,s
deve percorrer o trajeto do alimentador, questionando os seguintes aspectos:
§ Evidências de fumaça, ou de ruído estranho observado por profissionais que
atuam próximo do trajeto inspecionado.
§ Obras, manutenções ou transporte de materiais em atividade nas
proximidades do trajeto.
§ Inspecionar transformadores e disjuntores visando observar possíveis
vazamentos de óleo, ou deformações físicas.
§ Inspecionar terminações de ca bos, válvulas de pára -raios e TP,s observando
possíveis deformações, expulsão de válvula de escape no caso dos Pára -
Raios.

4.2.2 – FALHAS EM QUE AS JUSTIFICATIVAS DEMONSTRAM SÃO


FÁCILMENTE IDENTIFICÁVEIS CONHECIDAS

Em alguns casos os curtos -circuitos são provocados por aves, animais, inundação
ou infiltração de umidade.
Nestas condições os danos normalmente limitam -se contaminação por resíduos
de carvão nas áreas afetadas, podendo retornar a operação com a liberação da
manutenção /operação e após ter pro videnciado basicamente as seguintes
providências:
§ Limpeza detalhada nas partes afetadas retirando todas as partes carbonizadas
resíduos de carvão e pó de extintor, se for o caso.
§ Reconfirmar a integridade do aterramento
§ Medir a isolação obtendo preferenci almente o nível registrado na última
manutenção
§ Isolar a área próxima do local antes da reenergização.
§ Reconfirmar a funcionalidade das proteções e liberar para reenergização do
circuito

40
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

4.2.3 - OPERAÇÃO INDEVIDA

§ Em alguns casos o desarme pode ter ocor rido indevidamente e o desligamento


não se restringiu somente a parte defeituosa do circuito.
§ Nestas situações, identificar a falha ou até definir se ela existe, fica bem mais
difícil e demorado, podendo causar o insucesso na primeira tentativa de
normalização do sistema.
§ Nestes casos a engenharia de manutenção deve ser envolvida e ensaios
específicos provavelmente sejam necessários, cabendo ao operador acompanhar
as atividades garantido que as manobras solicitadas mantenham os níveis de
confiabilidade e segurança previstos no procedimento operacional.

4.3 - TOMADA DE DECISÃO

INTRODUÇÃO

É sem dúvida a parte que exigirá do técnico grande habilidade e conhecimento


total sobre o sistema elétrico.

Na Usina Cresciumal, com o fornecimento de energia para a concessionária, as


decisões devem contribuir para evitar agravamentos de situações de risco e serem
discutidas com a supervisão / consumidor que é a concessionária.

Ainda que as ações tenham que seguir os paços delineados nos procedimentos
padronizados, na seqüência serão enumeradas algumas das principais situações
com as quais profissionais desta área deparam -se.

41
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

4.3.1 – RELIGAMENTOS DESACONSELHADOS

A principio, sempre que um dos relés ou dispositivos de proteção, listados a


seguir operar a falha é grave, reenergizá -los sem antes avaliar rigorosamente os
equipamento e circuitos é imprudência e os riscos de acidentes tornam -se sérios.

FUNÇÕES DOS RELÉS:

• 87 B • 86
• 87 T • 63
• 87 L • 51 / 51-G
• 87 M • 50 / 50-G

4.3.2 - CIRCUITOS QUE PODEM SER RE LIGADOS

Se o desarme ocorreu pela atuação de relés 51 de fase ou 51N e não foi


observado irregularidades aparentes, pode -se tentar restabelecer a alimentação.

OBSERVAÇÃO:

Havendo novo desarme, o circuito identificado como defeituoso deve ser


bloqueado para ensaios até que a falha seja justificada e regularizada.

4.3.3 - CIRCUITOS QUE PODEM SER RELIGADOS APÓS TRANSCOR -


RER ALGUM TEMPO

Circuitos desarmados pela atuação de termômetros ou relés 49 podem ser


religados assim que a temperatura do equipamento baixar, porém, em seguida
deve ser identificado o motivo da elevação da temperatura, e aplicada medida de
correção, assim como redução e monitorização carga.

4.3.4 - DESLIGAMENTOS INTEMPESTIVOS

Em algumas as situações, a principio não existe uma explicaç ão lógica e não se


consegue definir os reais motivos dos desarmes sem que se faça estudos para
identificar as verdadeiras causas.
42
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

Quando uma ocorrência ou defeito provoca desligamentos e perturbações no


processo produtivo, é necessário avaliar o comportam ento das proteções e dos
demais equipamentos envolvidos, fazendo uma análise completa, onde sejam
questionados os seguintes aspectos:

§ Houve coordenação na atuação das proteções?


§ O desligamento foi setorial, ou generalizado?
§ O projeto prevê as condiçõe s exigidas para que se tenha um sistema
confiável?
§ Ocorreu mau funcionamento de componentes?

Para conduzir o trabalho de avaliação, nós da MSP Consultoria utilizamos o


Método de Solução de Problemas.

A seguir apresentaremos o programa de avaliação comp leto, lembrando que a


aplicação de algumas das fases nem sempre é necessária, dependendo é claro, do
tipo de assunto em pauta.

As tabelas VII e VIII mostram um exemplo de formulário que pode ser utilizado
para facilitar o planejamento dos itens 4 e 6 do f luxograma mostrado na tabela
VI.

OBSERVAÇÃO:

É IMPORTANTE SALIENTARMOS QUE A PRINCIPIO AS ATUAÇÕES DAS


PROTEÇÕES SÃO DEVIDAS, NÃO SENDO SEGURO RELIGAR, SEM ANTES
ESGOTAR OS RECURSOS PARA IDENTIFICAR AS VERDADEIRAS CAUSAS.

43
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

TABELA VI

MÉTODO DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS

FLUXO FASE OBJETIVO


GRAMA

• Identificação do problema Definir claramente o problema e reconhecer sua


importância

‚ Observação Investigar as características específicas do problema


com uma visão ampla e sob vários pontos de vista.

ƒ Análise Descobrir as causas fundamentais.

„ Plano de ação

4
Conceber um plano para bloquear as causas
fundamentais.

… Ação Bloquear as causas fundamentais.

† Verificação Verificar se o bloqueio foi efeti vo.

?N
(Bloqueio foi efetivo?)

‡ Padronização Prevenir contra o aparecimento do problema.

ˆ Conclusão Recapitular todo o processo de solução do problema


para trabalho futuro.

44
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

TABELA VII

PLANO DE AÇÃO
O QUE

QUANDO

QUEM

AONDE

PORQUE

COMO

45
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

TABELA VIII

VERIFICAÇÃO
PLANEJADO

EXECUÇÃO

RESULTADO

COMENTÁRIO
S

SUGESTÕES

46
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

4.4 - RELIGAMENTO DO SISTEMA

INTRODUÇÃO

Religar um circuito ou sistema desligado pôr uma falha elétrica requer cuidados
especiais de segurança, além do que sempre são feitos em regimes emergenciais e
muitas vezes até no escuro, motivo pelo qual queremos listar alguns pontos que
podem contribuir para que as atitud es do operador sejam corretas.

• Nunca religar manualmente disjuntores que possuem comando elétrico, pois a


determinação é comandar remotamente, alem do que o fato de não estar
aceitando o comando elétrico para fechar, pode ser um defeito que venha a
comprometer também a abertura pelo comando dos relés de proteção.

• Revisar atentamente a posição dos disjuntores nos cubículos, verificando a


penetração das tulipas.

• Verificar a penetração e alinhamento das facas das chaves seccionadoras.

• Verificar as conexões dos TP´s extraíveis.

• Conferir as ligações dos cabos de força e ligações dos neutros dos


transformadores.

• Rearmar as bandeirolas dos relés e o painel de alarmes.

• EPI´s Recomendados ⇒ Capacete, botas, óculos e protetor auricular.

• Não religar mais de uma vez, caso o circuito volte a desarmar pela atuação das
proteções.

• Havendo novos desarmes no religamento, os dispositivos de sinalização ou


alarmes devem ser novamente etiquetados, mesmo que pela segunda vez.

47
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

• Se o sistema aceitar normalmente a energizaçã o e a suspeita recair sobre atuação


indevida da proteção, esta deve ser avaliada antes de liberar para a produção.

5 – CONTROLE DA MANUTENÇÃO

INTRODUÇÃO

Este módulo tratará sobre a conservação dos equipamentos elétricos,


apresentando os principais parâmetros a serem contro lados e propondo um
planejamento das atividades, com definição da área responsável e da
periodicidade de cada item.

5.1 - REDES ELÉTRICAS (AÉREAS)

PARÂMETROS A SEREM CONTROLADOS

A conservação das redes elétricas aéreas é controlada em três aspecto s básicos.

PONTOS QUENTES

Periodicamente deve ser feito em caráter de manutenção preditiva, inspeção


termográfica, para identificar possíveis pontos quentes em conexões.

ESTADO FÍSICO DOS COMPONENTES

Periodicamente um inspetor munido com binóculo de b oa resolução, deve


inspecionar os isoladores, conectores elétricos, grampos de ancoragem, cabos,
travessas de sustentação, postes e estruturas metálicas ou de concreto, visando
detectar trincas, sinais de trilhas feitas pôr arco elétrico, oxidações, etc.

48
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

Na inspeção, deve ainda ser observado a existência de árvores ou outro tipo


qualquer de máquinas e edificações que estejam próximas da rede, causando
riscos para a formação de um curto -circuito.
Depósitos de materiais combustíveis ou vegetações com mais de um metro de
altura, não podem existir no trajeto da linha, porque se ocorrer incêndio a
ionização do ar quente poderá provocar abertura de arco elétrico.

MANUTENÇÃO PERÍODICA

Dependendo da agressividade do ambiente, deve ser estabelecido o período (no


máximo 12 meses) em que os isoladores, pára -raios e chaves seccionadoras
devem ser limpos e as conexões reapertadas.

PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES

REDES ELÉTRICAS

ÁREA RESPONSÁVEL
DESCRIÇÃO DOS ITENS PERIODICIDADE
INSPEÇÃO MAN. MAN. (EM MESES)
DA ÁREA CENTRAL

MANUTENÇÃO PREDITIVA

12
INSPEÇÃO TERMOGRÁFICA ANTES DA M.P.

INSPEÇÃO

Estruturas, travessas, grampos isoladores,


conexões, cabos, etc. 01
Arvores e máquinas próximas da linha da L.T.
01

Riscos de incêndios no trajeto 01

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Limpeza nos isoladores e pára -raios 12


49
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

Revisão nas chaves seccionadoras. 12

Reaperto nas conexões 12

5.2 - PAINÉIS ELÉTRICOS

PARÂMETROS A SEREM CONTROLADOS

Os painéis elétricos, como já foi visto, des tinam-se primordialmente a


enclausurar equipamentos e circuitos de um sistema elétrico.
Sabemos que existem diversos modelos onde a configuração e os tipos dos
componentes internos, variam de acordo com a sua aplicação.
Em função destas variáveis, é que fa remos o controle apenas dos aspectos
inerentes a verdadeira função dos painéis e os trataremos de forma generalizada.

MANUTENÇÃO PREDITIVA

É interessante que com antecedência e após a manutenção preventiva, se faça


uma inspeção termográfica para detectar pontos quentes, auxiliando desta forma
na determinação dos trabalhos da preventiva, bem como avaliando a eficácia do
serviços.

INSPEÇÃO

Um técnico munido com uma lanterna deverá periodicamente verificar a


existência de anormalidades, tais como:

- Nível de sujeira acumulada nas partes isolantes e mecanismos.

- Presença de umidade nos componentes e parte interna da chaparia.

- Presença de ruído de centelhamento ou cheiro do azon.

- Verificar e substituir fusíveis queimados.

50
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

- Funcionamento das sinaliz ações e instrumentos indicadores, tais como voltíme -


tros e amperímetros.

- Travamento das portas e falta de parafusos nas tampas.

- Estado da pintura e da chaparia.

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

INTRODUÇÃO

Pelo menos anualmente, os painéis devem ser desli gados para execução de
revisões e avaliações nos componentes.

Tendo em vista que os componentes serão tratados a parte, pertencem aos painéis
a execução dos seguintes itens:

- Limpeza com aspirador, solventes ou pano seco nos bornes, componentes e


fiações.

- Inspeção minuciosa nas partes isolantes e conexões para identificar possíveis


trilhas de centelhamento e sinais de sobreaquecimento.

- Reaperto nas conexões elétricas de força, controle, proteção e alarmes.

- Ajuste e lubrificação nos mecanismos de acionamento de ch. seccionadoras e


inserção de disjuntores.

- Limpar e encerar a pintura externa.

- Verificar a penetração dos disjuntores extraíveis.

- Substituir lâmpadas queimadas.

- Verificar o sistema de aquecimento interno.

51
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

PAINÉIS ELÉT RICOS

ÁREA RESPONSÁVEL
DESCRIÇÃO DOS ITENS INSPEÇÃO MAN. MAN. PERIODICIDADE
DA ÁREA CENTRAL EM MESES

MANUTENÇÃO PREDITIVA

ANTES E DEPOIS
INSPEÇÃO TERMOGRÁFICA DAS M.P´s

INSPEÇÃO

Nível de sujeira interna. 01

Presença de umidade e ruído. 01

Estado dos fusíveis e lâmpadas de sinalização. 01

Travamento das portas e tampas. 01

Estado da pintura. 01

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Limpeza e inspeção. 12

Reapertos, ajustes e lubrificação. 12

Verificar penetração de disjuntores. 12

Substituir lâmpadas queimadas. 12

Verificar aquecimento interno. 12


52
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

Limpar e encerar pintura. 12

5.3 - PÁRA-RAIOS

PARÂMETROS A SEREM CONTROLADOS

A condição de um pára -raio, bem como a sua vida útil, dependem basicamente
de dois aspectos, os quais podem ser:

- Limpeza da porcelana e baixa resistência ohmica na conexão com a malha de


terra.

- Acompanhar o nível do isolamento de cada elemento.

Com relação à técnica de avaliação dos resultados, podemo s estabelecer os


seguintes critérios:

- Valores de isolação alta, porém mostrando queda considerável ao longo do


tempo, evidenciam erros na execução do ensaio, ou degradação acelerada, com
surgimento eminente de defeito.

- Valores baixos, porém dentro da faixa limite e constantes ao longo do tempo,


não indicam defeito e sim características construtivas.

- Valores infinitos e diferentes dos demais pára -raios do mesmo lote, indicam
destruição dos materiais que controlam o nível da tensão.

PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES

53
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

MANUTENÇÃO PREDITIVA

Em pára-raios, não se aplica nenhum tipo de verificação ou acompanhamento


que possa auxiliar no planejamento da manutenção preventiva.

INSPEÇÃO

A simplicidade destes equipamentos facilita o trabalho da inspeção , a qual deve se


preocupar apenas com os seguintes itens:

- Limpeza da porcelana e verificação quanto a existência de trilhas de


centelhamento.

- Estado das conexões do cabo que interliga a base do pára -raio, com a malha de
terra.

- Quando o pára-raio for de AT. e possuir contador de descarga, acompanhar o


número de operações pôr período.

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Rotina de serviços é pequena, porém, os ensaios de isolação devem ser executados


com bastante critério e comparando sempre os valores obtido s com os encontrados
anteriormente. Dúvidas ou distorções devem ser pesquisadas na ocasião.

Em pára-raios com classe de isolação ≥ 34,5 kV é recomendado medir também a


isolação em AC, com o Medidos de fator de potência do isolamento.

54
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

PÁRA-RAIOS

ÁREA RESPONSÁVEL
DESCRIÇÃO DOS ITENS PERIODICIDADE
INSPEÇÃO MAN. MAN. (EM MESES)
DA ÁREA CENTRAL

INSPEÇÃO

Limpeza e existência de trilhas. 01

Estado das conexões. 01

Número de operações. 01

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Limpeza d a porcelana. 12

Revisar conexões. 12

Medir a isolação com MEGGER. 12

Medir o F.P. da isolação ( ≥ 34,5KV). 12

Emitir formulário de teste. 12

5.4 - CABOS ISOLADOS DE AT.

PARÂMETROS A SEREM CONTROLADOS

55
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

A vida útil de um cabo está relacionada ao seu regime de trabalho e pode ser
acompanhada pela sua temperatura, quando em serviço e pôr ensaios de
resistência do isolamento, executados periodicamente.
O ensaio de tensão aplicada só é recomendado no comissionamento ou quando
deseja-se localizar defeitos existentes. Nas extremidades dos cabos, são montadas
terminações e em alguns casos pode existir emendas ou derivações no trajeto.

Estas terminações ou muflas são estatisticamente os pontos fracos dos cabos e


sempre que se pesquisa um defeito, é normal cortar as terminações, ensaiando
somente o cabo.

Com relação à avaliação dos resultados, o critério é o padrão para ensaios de


isolamento, onde prevalece a tendência dos valores ao longo do tempo.

PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES

MANUTENÇÃO PREDITIVA

Em cabos elétricos, também não é usual aplicar técnicas preditivas para auxiliar
na detecção de alterações das suas características, sendo apenas observada a
temperatura das conexões, quando a inspeção termográfica é feita no sist ema
elétrico.

INSPEÇÃO

Na inspeção, normalmente só é possível verificar os extremos ou trechos


lançados em bandeijamentos.

§ Temperatura da capa superior a 20ºC acima da ambiente, pode significar índice


de carregamento do circuito acima da nominal, ou ef eitos magnéticos oriundos
da desordenação dos circuitos trifásicos ou de anéis de indução, formados em
determinados locais do circuito.

56
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

§ Aspecto físico das muflas e terminações, apresentando deformação ou


vazamento de material isolante.

MANUTENÇÃO PREVE NTIVA

A cada 12 meses no mínimo, os cabos devem ser desconectados nos dois


extremos para medir a resistência da isolação do Megger. Havendo distorções em
relação ao resultado da última manutenção, deverá ser avaliado o motivo.

CABOS ISOLADOS DE AT.

ÁREA RESPONSÁVEL
DESCRIÇÃO DOS ITENS PERIODICIDADE
INSPEÇÃO MAN. MAN. (EM MESES)
DA ÁREA CENTRAL

INSPEÇÃO

Temperatura do corpo do cabo. Antes das M.P.s.

Deformações nas terminações. Antes da M.P.s.

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Ensaio da isolação com Megger. 12


Ensaio da isolação com Hy-Pot, até a tensão de depende dos
trabalho (somente se houver dúvidas). resultados.

5.5 - CHAVES SECCIONADORAS

PARÂMETROS A SEREM CONTROLADOS

Dependendo do tipo da seccionadora, aumentam os a spectos a serem controlados


e se relacionarmos os itens convencionais teremos:
57
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

- Limpeza e estado dos isoladores. - Alinhamento e penetração das facas.


- Folgas ou desgastes das articulações. - Isolamento de cada fase.

Em seccionadoras motorizadas d eve ser incluída a verificação da funcionalidade


do mecanismo de acionamento elétrico e o teste funcional dos intertravamentos.
Nas seccionadoras apropriadas para abertura com carga é necessário acrescentar
o seguinte:

- Rigidez dielétrica do óleo (CDO).


- Condições da câmara e do contato de sacrifício.
- Ajuste do mecanismo disparador por acionamento manual ou pôr queima do
fusível.

Na avaliação dos resultados os critérios são os seguintes:

Com relação a técnica de avaliação dos resultados, podemos es tabelecer os


seguintes critérios:

- Valores de isolação alta, porém mostrando queda considerável ao longo do


tempo, evidenciam erros na execução do ensaio, ou degradação acelerada,
com surgimento eminente de defeito.
- Valores baixos, porém dentro da faix a limite e constantes ao longo do tempo,
não indicam defeito e sim características construtivas.

Os valores limites para a resistência dos contatos, são definidos pelo fabricante
de acordo com o tipo de cada chave, entretanto, como via de regra pode -se
considerar que valores superiores a faixa de 80 a 150 µΩ, são insatisfatórios.

PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES

MANUTENÇÕES PREDITIVAS
58
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

Não se aplicam técnicas de avaliação das características, ficando como


acompanhamento em regime normal de operação, a ver ificação de pontos
quentes feita na inspeção termográfica do sistema elétrico.

INSPEÇÃO

Chaves seccionadoras normalmente são pouco utilizadas, e não havendo


ocorrências de defeito nos circuitos por elas alimentados, é normal inspeciona -las
com um mês a ntes das M.P´s., verificando os seguintes pontos:

- Nível de sujeira nos isoladores, hastes de acionamento, mecanismos e chaves


de contatos auxiliares.

- Presença de trilhas de centelhamento nas partes isolantes.

- Estado dos fusíveis de controle e lâmp adas de sinalização.

- Existência de vazamento de óleo na caixa de redução do acionamento.

- Estado da bobina de liberação, para acionamento manual.

- Funcionalidade do sistema de aquecimento da caixa de comando.

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

ENSAIOS E VERIFICAÇÕES RECOMENDADAS

- Limpar os isoladores e os contatos principais.

- Verificar as folgas nos varões de acionamento e nos rolamentos das colunas


sem-pre que necessário.

- Verificar o alinhamento e penetração das facas.

- Verificar a simultaneida de da saída dos contatos de sacrifício.


59
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

- Medir a resistência ohmica dos contatos.

- Limpar, lubrificar e ajustar os mecanismos de acionamento e intertravamentos.

- Fazer testes funcionais do acionamento e intertravamento, provocando o


desarme do disjuntor no inicio dos ciclos de abertura ou fechamento da chave.

- Substituir lâmpadas e fusíveis queimados.

- Emitir formulários de testes com avaliações, resultados e comentários sobre


eventuais distorções encontradas.

5.5 - CHAVES SECCIONADORAS

ÁREA RESPONSÁVEL
DESCRIÇÃO DOS ITENS INSPEÇÃO MAN. MAN. PERIODICIDADE
DA ÁREA CENTRAL EM MESES

INSPEÇÃO
12 - Um mês antes da
Nível de sujeira nos isoladores e mecanismos. M.P.

Presença de nos isoladores. 03


Estado dos fusíveis, lâmpadas , bo binas de bloq.
Mecânico. 03
Existência de vazamento de óleo na cx. de
acionamento. 03

Sistema de aquecimento. 03

MANUTENÇÃO PREVENTIVA
Limpeza, reaperto e lubrificação geral. 12
Verificar folgas e substituir buchas ou
rolamentos. 12
Verificar alinhamento e penetração substituindo
molas se necessário. 12

Testes de isolação e resistência dos contatos. 12


Testes funcionais do comando, quando
motorizados. 12

Testes funcionais do intertravamento ou KIRQ. 12


Sempre que

60
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

Substituir lâmpadas e fusíveis se necessário. necessário

Emitir formulários de teste. Na M.P.

5.6 – DISJUNTORES

PARÂMETROS A SEREM CONTROLADOS

Os disjuntores assim como as seccionadoras apresentam um grande número de


diferentes tipos construtivos, existindo particularidades a serem controladas
dependendo de cada modelo.

ASPECTOS MAIS SIGNIFICATIVOS

- Limpeza dos isoladores e mecanismos de carregamento de mola, fechamento e


abertura.
- Estado dos contatos.
- Isolamento dos pólos.
- Mecanismo de extração.
- Alinhamento das tulipas e área de inserção.

Nos disjuntores acionados a ar comprimido, é acrescentando as verificações e


revisões pertinentes ao compressor.

Nos disjuntores isolados a vácuo, deve ser incluído na rotina o test e de tensão
aplicado nas ampolas.

Nos disjuntores isolados a gás SF 6, é necessário acompanhar o nível de


pressurização dos pólos e do PPM da umidade no gás.

Com relação a técnica de avaliação dos resultados, podemos estabelecer os


seguintes critérios:

- Valores de isolação alta, porém mostrando queda considerável ao longo do


tempo, evidenciam erros na execução do ensaio, ou degradação acelerada, com
surgimento eminente de defeito.
61
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

- Valores baixos, porém dentro da faixa limite e constantes ao longo do t empo,


não indicam defeito e sim características construtivas.

Os valores limites para resistência de contato variam de acordo com o tipo do


polo, o tipo e volume do dielétrico utilizado nas câmaras, a corrente e tensão
nominal de acordo com o fabricante .
Como referência, podemos adotar os seguintes parâmetros:

- Valores até 80 µΩ satisfatórios.


- De 80 a 150µΩ razoáveis e acima disto insatisfatórios, a não ser os disjuntores
do tipo MVO e GVO, que podem atingir em alguns casos até 800 µΩ.

PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES

MANUTENÇÕES PREDITIVAS

Não se aplicam técnicas de avaliação das características, ficando como


acompanhamento em regime normal de operação, a verificação de pontos
quentes feita na inspeção termográfica do sistema elétrico.

INSPEÇÃO

São três situações diferentes em que um disjuntor deve ser inspecionado.

- NA PRIMEIRA, classificamos uma situação normal onde periodicamente


devem ser verificados os seguintes itens:

§ Nível de sujeira dos isoladores e mecanismos.


§ Nível de óleo isolante n os pólos.

62
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

§ Existência de tensão de controle e sinalização da lâmpada de indicação


FECHADA (vermelha).
§ Verificar nível da pressão do ar de acionamento, purgando a umidade sempre
que necessário.
§ Verificar a pressão do gás SF6 quando for o caso.

- NA SEGUNDA, é quando o disjuntor abriu pela atuação das proteções, em


função de ter ocorrido um defeito no circuito pôr ele alimentado.

§ Existência de vazamento de óleo isolante.


§ Coloração do óleo através dos visores de nível.
§ Pressão do gás SF 6.
§ Estado de carbonização das câmaras, quando a seco.

- NA TERCEIRA, pelo número de manobras quando a carga alimentada é fornos


a arco ou banco de capacitores.

§ Abrir os pólos, verificar o estado dos contatos e parte interna dos pólos ou
câmaras.
§ Lavar internamente os pólos e substituir o óleo isolante.
§ Testar a isolação e a resistência de contatos.

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Deve ser executada periodicamente com o propósito de avaliar as condições dos


pólos e revisar os mecanismos.
A abertura dos pólos deve ser feita caso os re sultados dos ensaios indiquem
anormalidades, se a coloração do óleo estiver próximo do limite, para os casos
citados no terceiro item da INSPEÇÃO.

ITENS DA MANUTENÇÃO PREVENTIVA

§ Limpeza dos isoladores e tulipas.


§ Retirar a lubrificação dos mecanismos e aplicar novo lubrificante, não
excedendo na quantidade.
§ Revisar os ajustes mecânicos e reapertar as conexões elétricas e mecânicas.
§ Limpar e testar chaves limites e motor de carregamento de mola.
63
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

§ Verificar correias, pressostato e óleo do compressor, quand o for o caso.


§ Medir a isolação dos pólos na posição aberto e fechado.
§ Medir a resistência ohmica dos contatos.
§ Oscilografar para medir os tempos de fechamento, abertura, simultaneidade e
tempo de curto, para os disjuntores de AT.
§ Fazer os testes funcionais e verificar o alinhamento e penetração das tulipas.

ÁREA RESPONSÁVEL PERIODICIDADE


DESCRIÇÃO DOS ITENS
MAN. MAN. EM MESES
INSPEÇÃO
DA ÁREA CENTRAL

INSPEÇÃO

Nível de sujeira nos isoladores e mecanismos. 01

Nível do óleo ou pressão do gás . 01

Fusíveis, lâmpadas e tensão de controle. 01


Pressão do ar de acionamento e purgar o
reservatório. 01

Coloração do óleo isolante. 01

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Limpeza e substituição da lubrificação. 12

Revisão e ajustes nos mecanismos. 12

Revisar e substituir chaves limites.

Medir a isolação e resistência dos contatos.


Oscilografar para medir e avaliar os tempos de
atuação.
Verificar periféricos, tais como eletroválvulas e
compressores.

Fazer testes funcionais.


Emitir formulários de teste com parecer e
comentários.

64
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

5.7 - TRANSFORMADORES DE FORÇA

PARÂMETROS A SEREM CONTROLADOS

Dada a importância dos transformadores no funcionamento dos sistemas


elétricos, são estes sem dúvida o s equipamentos mais inspecionados e avaliados.
ASPECTOS CONTROLADOS

§ Estado físico da carcaça, radiadores, pulmão e dispositivos de proteção


física.
§ Características do óleo isolante.
§ Nível de isolação das partes isolantes.
§ Condições das bobinas e chave co mutadora de tapes.
§ Funcionalidade das proteções físicas.

PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES

MANUTENÇÃO PREVENTIVA
Com o objetivo de prever antecipadamente a necessidade de fazer intervenções
preventivas na parte ativa dos transformadores, foram criadas téc nicas para
identificar através das taxas de gases diluídos no óleo, as condições ohmicas e
dielétricas dos componentes e conexões internas.
Neste ensaio, feito com amostras do óleo isolante injetada em um cromatógrafo,
será medido o PPM de alguns gases, ta is como, hidrogênio, metano, acetileno,
etileno, monóxido de carbono e dióxido de carbono.
De acordo com as taxas destes gases será definido a existência ou não de
descargas parciais, arco elétrico, sobreaquecimento no óleo, no papel ou em
conexões.

65
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

Outra técnica preditiva é a analise físico química do óleo, onde são definidos os
níveis de contaminação pôr água, materiais sólidos, ácidos e a própria
degradação do líquido isolante, determinando antecipadamente a hora de tratar
ou substituir o óleo.

INSPEÇÃO

ITENS QUE DEVEM SER INSPECIONADOS PERIODICAMENTE:


§ Limpeza e conexão das buchas.
§ Estado do tanque, radiadores e pulmão, verificando a existência de vazamentos
e ferrugens.
§ Coloração da silica -gel.
§ Nível máximo da temperatura atingida e funciona mento do sistema de
ventilação forçada.
§ Número de operações do comutador de tapes, pôr período (quando for
comutação automática)

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Devem ser realizadas anualmente ou quando indicada a necessidade através da


preditiva.

ITENS DE ROTINA:

§ Limpeza das porcelanas, conexões e caixa de ligações.


§ Reaperto geral nas conexões.
§ Substituição do óleo e da silica -gell do desumidificador.
§ Teste funcional nas proteções físicas, tais como, relé de gás, válvula de alívio,
termômetros, indicador de nível do óleo e ventilação forçada.
§ Teste de isolação e índice de polarização.
66
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

§ Teste de relação de transformação.


§ Teste de resistência ohmica dos enrolamentos (opcional).
§ Teste de fator de potência do isolamento (para TF,s ≥ 34,5 kV).
§ Revisão no comutador sob carga, quando vencido o número de operação
estipulados pelo fabricante.

5.8 - TRANSFORMADORES DE FORÇA

ÁREA RESPONSÁVEL PERIODICIDADE


DESCRIÇÃO DOS ITENS
MAN. MAN. EM MESES
INSPEÇÃO
DA ÁREA CENTRAL

MANUTENÇÃO PREDITIVA

Analise cromatográfica do óleo. 12

Analise físico-química do óleo. 12

INSPEÇÃO

Nível de sujeira das buchas e oxidação das


conexões. 03
Estado do tanque, radiadores. pulmão e prot.
Físicas. 03
Coloração da silica-gell e nível do óleo no
tanque. 03

Existência de vazamentos. 03
De acordo com as
Número de operações do comutador sob carga. estatísticas

Funcionamento da ventilação forçada. 03

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Limpeza e reapertos gerais. 12

Revisão no desumidi ficador. 06

67
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

Testes funcionais nas proteções físicas. 12

Teste de isolação e índice de polarização 12


Teste de fator de potência do isolamento
(≥34,5kV). 12
Teste de relação e resistência ohmica dos
enrolamentos. 12
De acordo com o
Revisão no comutador de tapes. número de operações.

5.9 - TRANSFORMADORES DE CORRENTE OU DE POTENCIAL

Pôr serem semelhantes construtivamente, trataremos os dois assuntos de forma


simultânea, fazendo sempre que necessário os comentários e consid erações
pertinentes a cada tipo.

PARÂMETROS A SEREM CONTROLADOS

Tanto os TC,s como os TP,s são fabricados basicamente em dois modelos, que
estão relacionados ao nível de tensão do sistema e ao local em que estão
instalados (ao tempo ou abrigados), conforme vimos nos itens 2.8 e 2.9.
No entanto estes fatores não alteram os aspectos a serem controlados, que são:

• Limpeza e estado das partes isolantes.


• Nível do isolamento entre as bobinas primária, secundária e carcaça.
• Condições dos enrolamentos secun dários e também do primário, no caso dos
TP,s.

O critério de avaliação dos resultados obtidos no ensaio de isolação, segue o


mesmo conceito já estabelecido para outros equipamentos.
No ensaio de fator de potência do isolamento, aplicável aos TC’s e TP’s c om
classe ≥ 34,5 kV, os resultados são avaliados de acordo com o seguinte critério:

1º- Comparar os valores medidos com os das manutenções anteriores.


2º- Não sendo conhecidos os valores anteriores, compara -se os resultados com os
obtidos nos demais equip amentos, instalados no mesmo lote e de características
idênticas.
3º- Como referência pode ser considerado que até 1,5% os resultados são
satisfatórios.
68
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

Na avaliação das características ohmicas e de relação de transformação, o aspecto


mais importante é verificar se a relação é mantida com corrente de excitação
baixa, o que define não existir curto entre espiras.

PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES

MANUTENÇÃO PREDITIVA

Também nestes tipos de equipamentos, só a temperatura das conexões são


observadas, com a inspeção termográfica realizada no sistema elétrico.

INSPEÇÃO

Rotineiramente um profissional da área elétrica, deve examinar e controlar os


seguintes itens:

• Nível de sujeira acumulado nas partes isolantes e conexões.

• Existência de trilhas de centelh amento, deformações da carcaça isolante ou


existência de trincas no epoxi (principalmente nos TP,s ≤ 15 kV).

• Nível do óleo isolante e indícios de vazamento.

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

No máximo a cada ano é recomendável a execução dos seguintes itens:

• Limpeza e inspeção minuciosa nas partes isolantes.

• Teste de isolação com o Megger.

• Teste de isolação com o medidor de F,P. ( ≥ 34,5 kV).

69
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

• Teste de relação de transformação (TP’s).

• Teste de saturação (TC’s).

• Reaperto nas conexões primárias e secundárias.

• Verificar a continuidade das malhas de corrente (TC’s).

5.10 - TRANSFORMADORES DE CORRENTE OU DE POTENCIAL

ÁREA RESPONSÁVEL
DESCRIÇÃO DOS ITENS INSPEÇÃO MAN. MAN. PERIODICIDADE
DA ÁREA CENTRAL (EM MESES)

INSPEÇÃO

Nível de sujeira. 03

Existência de trilhas, trincas ou deformações. 03

Nível de óleo e vazamento. 03

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Limpeza, inspeção e reaperto. 12

Teste de isolação com Megger. 12

Teste de F.P. do isolamento. 12

Testes de relação (TP’s) e saturação (TC’s). 12

Continuidade das malhas de corrente. 12

70
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

5.11 - RELÉS DE PROTEÇÃO

PARÂMETROS A SEREM CONTROLADOS

O assunto é muito extenso, e para atuar na área de manutenção de proteções


elétricas é necessário qu e o técnico tenha especialização em relés e circuitos de
proteção.
Testar ou fazer manutenção em uma proteção, não se limita apenas na calibração
e aferição de relés, é necessário confirmar o correto funcionamento do conjunto,
ou seja, TC´s e ou TP´s, malh as de corrente e ou de potencial, aferição do relé e
testar a funcionalidade do controle, verificando se o disjuntor desarma quando o
relé atua.
Mantendo os propósitos deste treinamento, vamos nos limitar ao controle da
funcionalidade das proteções, que co nsistem em:

§ Controlar a limpeza interna.


§ Verificar a existência e o valor da tensão de controle.
§ Solicitar e acompanhar a manutenção nos relés
§ Acompanhar a execução dos ensaios funcionais de loop e trip.

PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES

INSPEÇÃO

Periodicamente um profissional da área elétrica deve verificar os seguintes itens:

71
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

§ Nível de sujeira e oxidação das partes internas do relé.


§ Verificar o valor da tensão de controle.
§ No caso dos relés de fio piloto ler as correntes circulantes nas posições
LOCAL, REMOTA e CIRCULANTE.

MANUTENÇÃO PREVENTIVA
Como a calibração será feita pôr pessoal especializado, cabe aos responsáveis
pela conservação e funcionamento do sistema elétrico, acompanhar a execução
dos seguintes itens:
§ Limpeza dos relés com flanela, ál cool, fita adesiva e borracha de apagar tinta.
§ Levantamento e aferição da mínima partida de cada unidade de operação.
§ Levantamento e aferição do máximo valor de rearme (drop -out).
§ Levantamento e aferição das curvas características de: - Tempo-corrente,
tempo-tensão e tempo -potência.
§ Levantamento e aferição das características específicas, tais como: - restrição
de harmônicos, seqüência positiva, zona de atuação pôr impedância, tempo de
religamento, etc...
§ Sinalização de partida e de sinalização das unidades de proteção.
§ Isolação.
CIRCUITOS
Com os disjuntores fechados na posição de teste, injetar nos cabos conectados
aos enrolamentos secundários dos TC´s e TP´s, sinais que provoquem a atuação
dos relés de proteção. Como resultado esperado, deverá ocorrer o desarme do
disjuntor, com a sinalização de atuação do relé e do painel de alarmes, da fase
correspondente a do sinal injetado.

ÁREA RESPONSÁVEL
DESCRIÇÃO DOS ITENS PERIODICIDADE
MAN. MAN. EM MESES
INSPEÇÃO
DA ÁREA CENTRAL

INSPEÇÃO
Nível de sujeira e oxidação. 06

Verificar a tensão de controle. 0,5

Medir sinais a serem monitorados. 0,5

MANUTENÇÃO PREVENTIVA
72
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

Acompanhar limpeza e revisão nos relés. 12


Acompanhar a aferição das unidades dos relés. 12
Acompanhar o teste das u nidades de sinalização
dos relés. 12
Acompanhamento dos testes funcionais de loop
e trip. 12
Emissão de formulários dos ensaios executados. 12

5.12 - SERVIÇOS AUXILIARES EM C.C.

PARÂMETROS A SEREM CONTROLADOS

O funcionamento dos siste mas de controle, proteção, sinalização e alarmes,


dependem da qualidade da tensão auxiliar a eles fornecida.
Avaliar esta confiabilidade exigida é acompanhar os seguintes aspectos:
§ Conservação do banco de baterias, evitando que a contaminação pôr sujeira
provoque a auto descarga.
§ Perfeitas condições das conexões elétricas.
§ Estado dos acumuladores.
§ Ajustes do retificador carregador.
§ Controle de negativo ou positivo à terra.
§ Estado dos fusíveis ou disjuntores termo -magnéticos.

PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES

MANUTENÇÃO PREDITIVA

Não é usual aplicar técnicas para prever tendência de anormalidades em sistemas


de serviços auxiliares.
Sabe-se que empresas mais exigentes fazem em bancos de baterias que exercem
papel preponderante, a analise físico -química do eletrólito.

INSPEÇÃO

ITENS QUE DEVEM SER VERIFICADOS PERIODICAMENTE:

73
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

§ Estado de sujeira e oxidação dos elementos, das conexões e do cavalete de


bateria.
§ Nível do eletrólito e acumulo de material no fundo dos vazos de cada
elemento.
§ Presença de concentração de gases e de borbulhamento anormal nos elementos.
§ Valor da tensão de flutuação do banho e do retificador.
§ Presença de tensão de controle nos relés estáticos, sinalização e painel de
alarmes.

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Anualmente os seguintes itens devem ser executados:


§ Desconexão e remoção dos elementos para limpeza e descontaminação
externa dos vazos, travessas de conexões e do cavalete.
§ Medir a tensão, densidade e temperatura do eletrólito.
§ Completar o eletrólito aplicando solução na densidade adequad a a situação
em que se encontram.
§ Remontar o banco, aplicando fina camada de vaselina nas conexões.
§ Medir na saída para o consumidor e ou na bateria, os seguintes sinais:
- Tensão de flutuação.
- Corrente de carga.
- Tensão de carga.
- Corrente de recarga.
- Tensão de recarga.
§ Verificar se existe positivo ou negativo à terra.
§ Teste de capacidade nominal.

5.13 - SERVIÇOS AUXILIARES EM C.C.

ÁREA RESPONSÁVEL
DESCRIÇÃO DOS ITENS PERIODICIDADE
INSPEÇÃO MAN. MAN. EM MESES
DA ÁREA CENTRAL

INSPEÇÃO
Nível de sujeira e oxidação do banco de baterias.
01
Nível do eletrólito, acumulo de impurezas nos
vazos e de gases nas salas. 01
Verificar a existência de tensão nas proteções,
sinalizações, alarmes e no retificador. 0,5

74
CURSO DE SUBESTAÇÕES - CRESCIUMAL

MANUTENÇÃO PREVENTIV A
Desmontagem e manutenção no banco de bateria. 12
Medições de densidade, tensão e temperatura em
12
cada alimento.
Regularização dos elementos e da bateria. 12
Medições no retificador e na bateria. 12
Teste de negativo ou positivo à t erra. 12
Teste de capacidade nominal. 24

75

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