Jornal do NEDF/AAC

3ª Edição

“Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida”

 Editorial
O número de colocados em Eng. Física este
ano excedeu até as minhas enormes especta-
tivas.

A pouca fé de muitos dá agora lugar à euforia

geral.

Tendo coordenado muitos dos esforços que le-

varam a este resultado, antes de ver qualquer
estatisticas, posso dizer-vos qual o segredo:
crowdsourcing, the act of taking a task tra-
ditionally performed by an employee or con-
tractor, and outsourcing it to an undefined,
generally large group of people, in the form
of an open call. Foi assim que o NEDF/AAC
conseguiu invadir fóruns com alunos e pro-
fessores, apresentado a verdadeira natureza
do curso. Foi assim que uma júnior empresa
ainda em estado embrionário conseguiu fazer
chegar panfletos a 30 escolas. É assim que o
site do curso é mantido com conteúdos regu-
lares e diversos acessíveis a todos.
Ficha Técnica
Redactores: Rafael Jegundo, Margarida
Matos, Dora Pires, Rui Oliveira, Angela
Dinis, Maria Pires, Sergio Domingos, Bruno
Galhardo, Nuno Martins, João Borba, José
António Paixão, JP Neto, Silvia Franklim,
Alexandre Sousa
Grafismo e Paginação: Bruno Galhardo
Produção: Pelouro da Divulgação do NEDF/
AAC - Rafael Jegundo, Ângela Dinis, Marco
Gilles, Patrícia Silva, Pedro Melo, Bruno
Galhardo
Revisão: Inês Cardoso, Margarida Matos
Propriedade: NEDF/AAC
Email: divulgacao@nedf.org
Sede: Rua Larga, Departamento de Física,
Sala B13, 3004-516 Coimbra
Existem sempre individuos na comunidade
envolvente capazes de contribuir de forma
substancial nos nossos projectos. Assim,
numa das melhores modas da internet, am-
bas as associações lançaram o repto não só
aos seus associados, mas também amigos e
professores. Isto aplica-se também ao Anti-
Matéria.
Queremos cada vez mais que o Anti-Maté-
ria seja não feito para a comunidade, mas
por uma comunidade, sem fronteiras. Nesta
primeira aproximação convidámos novos,
actuais, ex-alunos, professores, colegas de
toda a UC a escrever no jornal.
Podemos agora pensar neste boletim informa-
tivo como uma verdadeira amostra das coisas
que se passam, do que se escuta, do que se
vê. Aproveitando o momentum adquirido,
gostaríamos de poder contar na próxima
edição, nas próximas acções de divulgação
com a vossa colaboração. Porque agora que
saltámos bem acima da fasquia, novos de-
safios se levantam. Todos os leitores estão
mobilizados.
Rafael Jegundo

Aluno de Eng. Física

2 15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

Apoio ao estudante
Recepção aos Novos Alunos, pelouro do Apoio funciona como uma ‘biblioteca de aponta-
ao Estudante. mentos’; na sala do NEDF poderão encontrar
conjunto de materiais de todas as cadeiras. O
Esta nova semana que se avizinha é para muitos, objectivo desta iniciativa é ‘facilitar’ o estudo
assustadora: uma nova escola, novos colegas, do novo aluno, fornecendo um conjunto de re-
para alguns uma mudança de casa e de ambi- sumos, exames e exercícios resolvidos. Numa
ente… primeira fase, este projecto estará dirigido aos
novos alunos, uma vez que são eles que neces-
Existe assim um pelouro do NEDF: o ‘Pelouro sitam de mais ajuda neste desconhecido a que
do Apoio ao Estudante’, que irá orientar todas chamam primeiro ano de faculdade, mas, com
estas actividades de modo a Apoiar o Estudante, tempo, organização e mais alunos envolvidos
essencialmente o Novo Aluno que ingressará no projecto, pretende-se alargar esta CENA de
este ano. modo a constituir um ‘repositório’ oficial de
documentos e sebentas para todos os alunos de
Recepção ao novo aluno é muitas vezes sinón- departamento de Física da FCTUC.
imo de Praxe, mas não se trata efectivamente
disso. Para receber os novos alunos, o pelouro O pelouro do Apoio ao Estudante, tem todo o
do Apoio ao Estudante vai organizar inúmeras prazer em receber tanto novos alunos do depar-
actividades, passando pelo desporto, cultura, tamento de Física da FCTUC como antigos alu-
lazer ou pelo próprio estudo em si, o NEDF / nos na nossa sala, e tem todo o gosto em ajudar
AAC pretende que os novos alunos se integrem em tudo o que possam precisar!
e acima de tudo, se divirtam.
Margarida Matos
Apoiando o estudo dos alunos e inovando no
departamento de Física, temos a CENA, o Cen-
Aluna de Eng. Biomédica
tro de Estudos do Novo Aluno. Esta CENA

15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

 Bolsas
A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT)
lançou um concurso, integrado no programa
Ciência 2008, para a atribuição de 5000 bolsas
de integração na Investigação (BIIs) para estu-
dantes do ensino superior, público ou privado,
com bom desempenho escolar. Estas bolsas,
com valor mensal de 140 euros, são destinadas
a estudantes do 1º ciclo, incluindo alunos do
1º ano. Os estudantes dos 1º, 2º e 3º anos que
cursam mestrados integrados também podem
candidatar-se. As BIIs têm como objectivo a
iniciação dos estudantes na prática da inves-
tigação científica, inseridos num projecto em
curso numa unidade de investigação acredita-
da pela FCT. O número de bolsas financiadas
pela FCT corresponde a 30% do número de
doutorados de cada centro de investigação. Os
4 15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria
concursos para as BIIs são lançados por cada
Centro de Investigação, estando nesta altura a
decorrer vários destes concursos, cujos editais
podem ser consultados em http://www.eraca-
reers.pt/. A bolsa tem a duração anual e deverá
iniciar-se até 1 de Dezembro. Cada estudante
será orientado por um supervisor (elemento
doutorado). No final do período da bolsa, o
bolseiro deverá elaborar um relatório do tra-
balho desenvolvido, validado pelo supervisor,
e a apresentar em sessão pública organizada
pelo Centro que concede a bolsa. O prazo para
a candidatura aos concursos está definido nos
editais, sendo tipicamente 30 de Setembro
para as BIIs dos centros de investigação do
DF. Não percas esta oportunidade!
José António Paixão
Professor do Dep. Física
O primeiro laboratório de investigação do De-
partamento de Física a abrir um concurso para
estas bolsas foi o LIP (Laboratório de Instru-
mentação e Física Experimental de Partícu-
las, que colabora com o CERN), lançando um
concurso para quatro bolsas para projectos
ligados a temas como Matéria Negra e Física
de Partículas. Seguiu-se o CEMDRX (Cen-
tro de Estudos de Materiais por Difracção de
Raios-X) com a abertura de seis bolsas de in-
vestigação cobrindo temas como moléculas
florescentes, rotores moleculares e transições
de fase e estudo da estrutura de moléculas
bioactivas.
Recentemente o Centro de Física Computacio-
nal abriu concurso a dez bolsas de integração
na investigação, cujos temas estão relaciona-
dos com Teoria Quântica de Campos, Matéria
Condensada e Geofísica.
Pedro Melo
Aluno de Física
Estágios de Verão
“O mundo fora da universidade ainda dentro (Margarida Martins, ISA), “ Tive a verdadeira
dela” sensação do que é estar numa empresa!” (Mar-
cos Cordeiro, Revigres), “Agora sei o que uma
O Gabinete das Saídas Profissionais da Univer- empresa procura num colaborador: já fui um”
sidade de Coimbra, à semelhança dos anos an- (Rafael Jegundo, Critical Software). No en-
teriores promoveu o Programa de Estágios de tanto, também surgiram algumas criticas e/ou
Verão destinado a todos os alunos da Universi- sugestões como por exemplo “Apesar de achar
dade de Coimbra. que a ideia do estágio é muito boa, penso que
deveria ser aplicado ao 3º ano e não ao 4º, pois
Esta iniciativa tem como objectivo promover o quem trabalha nos estágios fica cansado para o
contacto directo com uma organização, fazendo ano que se segue.” (Miguel Lourenço).
uma abordagem ao mercado de trabalho através
de estágios não remunerados em entidades do Deste modo, aqueles que abdicaram das suas
interesse do candidato. férias para ter o seu primeiro contacto com aq-
uilo que nos espera depois da Universidade,
Este ano o Departamento de Física não quis ficar para aprender aquilo que a teoria não nos dá
de fora e envolveu-se pela primeira vez neste (quer a nível de conhecimentos quer a nível
projecto, beneficiando do apoio protocolar do de postura), resta-nos agradecer ao Professor
Gabinete das Saídas Profissionais e criando os Miguel Morgado por esta oportunidade e dizer
seus próprios estágios. Todo este processo foi aos nossos colegas que no futuro não hesitem
desenvolvido pelo Professor Miguel Morgado em embarcar nesta experiência.
que com os seus próprios meios e contactos
conseguiu atingir um número considerável de Dora Pires
estágios nas mais variadas áreas de interesse
para os cursos de Engenharia Biomédica e En- Aluna de Eng. Biomédica
genharia Física.

O 4º Ano de Engenharia Biomédica beneficiou

de estágios em entidades como IBILI, IPO,
Hospitais da Universidade de Coimbra, ISA,
IPN, e outras. Os alunos do curso de Engen-
haria Física distribuíram-se pela ISA, Critical
Software, Revigres, Laboratório de Robótica
Industrial, entre outras.

Estes estágios permitiram aos alunos desen-

volver competências em áreas como a rádio-
protecção, instrumentação médica, software,
optimização de serviços, além de criar hábitos
e atitudes inerentes a uma competência profis-
sional.

Nesta altura, a maior parte dos estágios já ter-

minou e o balanço parece ser bastante positivo
pois segundo alguns alunos: “Adorei o meu
estágio, aprendi muita coisa útil para o meu
projecto deste ano, conheci muita gente influ-
ente na área e sem dúvida voltaria a repetir a
experiência. Iniciativas destas são de louvar.”

15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

 Estágios de Verão
Ruben Guimarães, aluno do terceiro ano de
Engenharia Física da Universidade de Coim-
bra, foi mais um exemplo de um estudante que,
durante o verão, aproveitou para enriquecer a
sua experiência profissional, associando-se aos
estágios de verão propostos pela UNIVA.
E durante o estágio tiveste contacto apenas com
pessoas da empresa?
«Não só. Também rive de entrar em contacto
com algumas empresas do sector que, na maio-
ria, eram estrangeiras. Nomeadamente da Fin-
lândia, Alemanha, França e Estados Unidos.»

Como tomaste conhecimento dos estágios de Quanto tempo demorou o estágio?

verão? «O meu estágio durou um pouco mais de um
«Tinha ouvido falar que iriam haver uns está- mês, porque também não tive tempo para mais.
gios durante o verão e, então, comecei a inter- Mas, normalmente, os estágios têm uma dura-
essar-me pelo assunto. Os estágios são articu- ção de mês e meio a dois meses, no mínimo. As
lados entre o aluno e as empresas através da empresas têm preferência por estágios com esta
UNIVA. O aluno elabora uma lista de empresas duração para que os estudantes possam ambi-
nas quais pretendia realizar o estágio, por ordem entar-se e conhecer melhor a rotina da empresa,
de preferência. Posteriormente, a UNIVA entra de modo a serem mais produtivos.»
em contacto com as empresas para saber se es-
tão interessadas em receber os estudantes.» Depois do estágio, as perspectivas iniciais de
trabalho confirmaram-se?
Que perspectivas tinhas antes do estágio? «Não posso dizer que tinha muitas perspectiv-
«Antes de começar, tinha algumas expectativas as iniciais. Estava muito expectante quanto ao
quanto ao eventual trabalho que poderia re- trabalho a realizar e estava, isso sim, bastante
alizar no estágio. Estava bastante interessado interessado em saber como funciona uma em-
pelo facto de poder adquirir novas competên- presa por dentro e em conhecer todo o procedi-
cias e desenvolver a minha experiência profis- mento envolvido na concepção de um produto.
sional, uma vez que é fundamental termos uma Apesar de estar à espera de uma actividade
noção do que se faz de concreto no mercado de mais prática, como já referi, não estou de todo
trabalho.» desiludido, pois pude, contudo, adquirir outros
conhecimentos muito valiosos.»
Em que consistiu o teu estágio?
«Na verdade, pensei de início que iria trabalhar Recomendas estes estágios aos restantes
mais numa vertente prática, desenvolvendo as- estudantes?
sim os meus conhecimentos técnicos. No en- «Sim, claro. Sobretudo àqueles que estão en-
tanto, o meu trabalho foi mais focado na pes- volvidos em áreas como as engenharias, tecno-
quisa. logia e outras ciências ligadas ao tecido empre-
Estava integrado num projecto de aplicação sarial, mas também a todos os outros estudantes
da tecnologia RFID. Esta tecnologia consiste das mais diversas áreas, pois estes estágios es-
em conseguir obter informação contida num tendem-se a todos eles. São muito importantes
chip através de ondas electromagnéticas. Um na formação pessoal e profissional de cada um,
leitor envia ondas para a antena de uma tag que para aprendermos a pensar como os profission-
converte essa onda em energia eléctrica, a in- ais do nosso ramo e também são fundamentais
formação do chip é lida e enviada de volta ao para se adquirir sensibilidade para aquilo que
leitor através da mesma antena. Um exemplo se faz lá fora, no mundo real.»
desta tecnologia são os passes dos SMTUC. O
projecto no qual estive envolvido estudava a
hipótese de aplicar esta tecnologia às garrafas Ruben Guimarães
de gás das estações de serviço, fornecendo aos
vendedores vários dados, como por exemplo a Aluno de Eng. Física
localização das garrafas e se estas estão cheias

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ou vazias.»

15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

Cultura
O pelouro da Cultura do NEDF é o pelouro re- a Semana Cultural da UC, o NEDF não deixa
sponsável, como devem adivinhar, pelo desen- de participar e vai realizar uma exposição de
volvimento de um leque de actividades que vão fotografia com o tema “Velocidade e Movi-
desde exposições até concertos, passando pelos mento” em que os participantes poderão não só
convívios, aulas de música e outras. ser do Departamento de Física, mas também de
qualquer outro Departamento ou Faculdade da
Algumas destas actividades vão acontecer pois UC.
são acontecimentos já rotineiros e de muito suc-
esso na vida académica dos estudantes, nomea- * Aulas de Música: esta é uma actividade que
damente os convívios que já são uma tradição nunca se realizou antes e que visa motivar
muito grande da nossa universidade. Ocorrem qualquer pessoa que tenha interesse por música
normalmente às terças ou quintas e decorrem a participar em aulas conjuntas de guitarra. Es-
em diversos locais da nossa grande instituição. tas aulas terão uma componente teórica e uma
prática, sendo que esta última, inevitavelmente
Mas o nosso Núcleo aposto também numa será predominante. Mas como sabemos, não há
componente muito importante: a inovação! prática sem um bocado de teoria, não fossemos
Porquê restringir-nos ao que já se faz e ao que é nós alunos do departamento de que somos!
“habitual”? Dentro desta filosofia em que acre- Por fim, este pelouro gostaria de convidar todos
ditamos que a tradição também tem a sua quota os interessados em participar nestas actividades
parte de evolução, temos uma série de activi- ou a simplesmente a contribuir com ideias.
dades nunca antes realizadas no nosso Departa- Queremos a opinião de todos e queremos feed-
mento. São estas: back das actividades que se vão realizando na
esperança que sejam do agrado de todos!
* O Som da Física: uma actividade que tem
como objectivo promover o que de bom se faz
dentro do Departamento de Física a nível musi-
cal. É importante divulgar as bandas que ex-
istem cá dentro e dar-lhes uma oportunidade de Nuno Ferreira
passar cá para fora o que tocam na garagem!
Aluno de Física
* Exposição de Fotografia: dentro de um con-
texto que alastra a toda a universidade que é

15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

 Encheu!
Marketing do NEDF e jeKnowledge resultou marketing para promover o curso de Engen-
em Engenharia Fisica haria Física.
Todo este processo englobou vários elemen-
Um trabalho intensivo e competente resultou tos que visavam mostrar o curso no exterior,
numa grande noticia para o Departamento de mais concretamente nas escolas já estavam
Física. Neste ano de 2008 todas as vinte vagas colocados alguns panfletos com informação
do curso de Engenharia Física da Faculdade referente ao curso de Engenharia Física, e um
de Ciências e Tecnologia da Universidade dos objectivos deste projecto seria reforçar
de Coimbra foram preenchidas. Esta é uma essa vertente, entregando-os nas escolas já
noticia que acaba por confirmar todo o bom próximo do final do ano lectivo. Nesta parte
trabalho desenvolvido por todas as partes do processo foi essencial o papel dos elemen-
envolvidas neste projecto, trabalho esse que tos do Núcleo de Estudantes de Física que
leva já alguns meses de intensa preparação. colaboraram na entraga às escolas. Parale-
Este projecto resultou na colaboração entre lamente aos panfletos foi elaborado pela je-
o Departamento de Física, com um impor- Knowledge um website informal (www.
tante apoio do seu Núcleo de Estudantes, e da ef.jeknowledge.com) que visa mostrar uma
mais recente empresa júnior da FCTUC, a je- vertente mais humana deste curso, de forma a
Knowledge. Efectivamente este foi o primeiro completar o site institucional com elementos
projecto da jeKnowledge, que tem uma forte mais leves. Neste site existem várias secções
ligação a este Departamento, não só por ter de grande interesse para os futuros alunos de
lá sediado o seu “quartel general”, como pela Engenharia Física. Podem estar infomados
participação dos seus alunos, em projectos, e na secção de noticias, saber com maior por-
mesmo no Conselho de Administração desta menor o que é o curso de Engenharia Fisica
empresa. e o plano de estudos, informações sobre o
Departamento de Física, e claro, as tão dese-
A jeKnowledge foi oficialmente constituída jadas Saídas Profissionais. Descolando dos
no presente mês de Julho, mas a sua prepa- conteúdos do site institucional, os novos alu-
ração já é datada de vários meses anteriores nos podem encontrar testemunhos de antigos
à sua constituição. Constituida por mais de alunos, que falam do seu percurso académico
duas dezenas de alunos da FCTUC, esta em- em Engenharia Física, outros temas interes-
presa visa oferecer aos alunos desta Facul- santes como oportunidades, seja de emprego
dade experiência profissional, através destes ou outras possibilidades pertinentes para os
projectos que lhes darão maiores competên- estudantes, projectos disponiveis para quem
cias a todos os niveis, preparando-os de uma quer participar, temas do mundo da fisica e de
forma complementar para o seu futuro, depois outros mundos, para alimentar e fomentar o
de concluido o percurso académico. Esta nova interesse nesta e outras áreas, estão presentes
júnior empresa teve então a sua primeira pro- para compor um site mais vocacionado para
va de fogo com este projecto, uma acção de a curiosidade presente nos alunos acerca do
curso e da sua funcionalidade. Este site ficou
completo e pronto a ser utilizado no mês de
Julho, a tempo de estar à disposição dos fu-
turos alunos do Departamento bem antes das
férias de Verão. Esta acção de marketing pre-
vê também a produção quinzenal durante seis
meses de conteúdos para o site.

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Esta iniciativa contou desde muito cedo, até

15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

antes da sua formalização, com um apoio
muito importante, na pessoa do coordenador
do curso de Engenharia Física, o Prof. Francis-
co Fraga, que desde logo se mostrou extrema-
mente interessado em apoiar este projecto da
melhor forma possivel, na forma de trabalho.
Um forte apoio que significou uma maior mo-
tivação para que os objectivos fossem alcan-
çados, um maior número de alunos a entrar
no curso de Engenharia Física em Coimbra.
Ao longo dos últimos anos, o número de alu-
nos colocados no curso atingiu valores mais
baixos, sendo necessário tomar algumas ati-
tudes para inverter este ciclo. Assim a con-
jugação de esforços NEDF, jeKnowledge, e
Departamento de Física resultou em pleno,
com todas as vinte vagas ocupadas, vinte no-
vos alunos que entram para este curso e mui-
tas candidaturas a revelar que esta acção de
marketing foi de uma grande eficácia.
Rui Oliveira
Aluno de Eng. Informática
15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria
Para complementar o processo de divulgação
dos cursos do nosso departamento, o NEDF
fez questão de marcar presença no “fórum do
conhecimento” do exames.org. Com a colab-
oração da Professora Manuela Ramos Silva e
do Professor Norberto Pires, aos quais desde
já agradecemos, empenhámo-nos em perceber
o que afastava os alunos do ensino secundário
da Física em geral, bem como clarificar alguns
mitos que envolvem a geekness do típico estu-
dante de Física. Foi assim que, durante meses,
conhecemos virtualmente possíveis candida-
tos a Engenharia Física. Trocámos mensagens
pessoais, elaborámos votações e recorremos a
testemunhos de Engenheiros Físicos e Profes-
sores, levando a todos um pouco do ambiente
do nosso Departamento, e uma luz do que
poderão vir a fazer cinco anos mais tarde.
Angela Dinis
Aluna de Eng. Biomédica
 Sensações de chegar a Coimbra
Ao percorrer o espaço em declive acentuado é
impossível negar a entrada ao fascínio perante
tal anfiteatro de ruas e casas, os gigantes de pe-
dra erguem-se em posição imponente: a univer-
sidade já está perto. Coimbra das canções, tão
meiga que põe os corações dos caloiros a nu, já
consumidos por tamanha admiração. Qualquer
tentativa de reconhecer nos rostos que vão pas-
sando alguma expressão familiar cai por terra
- tudo é estranho nesta nova cidade. O edifí-
cio a que passará a associar a palavra “ensino”
distende-se por uma área muito superior àquela
que estava habituado a percorrer; a palavra
“praxe” tem um significado que vai muito além
de um modesto pintar de caras e o caloiro re-
ceia que o ritual da tradição tenha sido substi-
tuído por exercícios mais arrojados. Fazendo a
digestão do que observa, um dos muitos novos
rostos da universidade é assaltado por dúvidas
que lhe preenchem por momentos o pensamen-
to: O curso que colocou como primeira opção
terá sido a escolha certa?, Que dirá, impotente
perante tanta gente de capa negra a bracejar e a
ordenar? Estas são as arritmias de quem toma
contacto com o universo do ensino superior
pela primeira vez.

De um ponto de vista mais objectivo, os receios

de um caloiro estão essencialmente relaciona-
dos com o elevado grau de exigência deste nível
de ensino e com a inevitável realidade de ter de
se tornar completamente autónomo. Combater
a nostalgia de fim de dia será uma constante e à palavra “companheirismo” devidamente fun-
a presença quotidiana dos familiares e amigos damentado; os dias que faltam preencher até
de longa data como uma necessidade primária vestir pela primeira vez o traje académico são
dissolver-se-á com o passar do tempo – a uni- devidamente contados (isto, naturalmente, para
versidade é também loco de introspecções; ver- quem deseja ser também um “capa negra”).
balizar e partilhar inquietações, tomar conheci-
mento das experiências de quem por Coimbra Com alguns anos de vida académica pela frente,
já criou raízes torna-se essencial. Mudanças de espero também eu construir Coimbra como uma
carácter mais burocrático também fazem a in- lição de sonho e tradição, onde só passa quem
segurança destas novas caras – os três períodos souber, e se aprende a dizer saudade.
escolares deram lugar a dois semestres (e que
tão longos soam), os testes sumativos são sub-
stituídos por frequências, as turmas são agora Maria Daniela S. Pires
multidões de gente desconhecida. No que con-
cerne a pontos mais positivos, o caloiro sonha a Nova aluna de Eng. Física
universidade como fonte de grandes amizades

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e como oportunidade de atribuir um significado

15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

Mensagem de um finalista
Se pudesse ter conhecido o Lorentz e compan- Exames - E mais Exames - Ups! Queima! - Co-
heiros de profissão, teria sem dúvida alguma pos - Copos - Copos - Ai que vêm ai os exames
implorado solenemente para exagerarem um - Último COPO - Estudar - .. - Exames - Copos
pouco mais no factor de dilatação do tempo na porque acabaram os exames - .. Bem acho que
teoria da relatividade.. Tudo para que estes anos já ficaram com uma ideia.. Mas como vos digo..
de estudante não tivessem um fim tão breve.. Não dá bem pra equacionar uma coisa destas..
Sintam-se à vontade pra tentar =)
.. De seguida vos mostro, aos olhos de um hu-
milde ex-estudante de Engenharia Física, que Ok. Chega a altura que fazes umas directas e
aqui! no Departamento de Física e nesta ci- umas noitadas no Departamento e lá escreves a
dade ( que mudou a minha vida ) acontecem tua tese.. e depois tens que ir embora.. =/ Infel-
fenómenos que nunca ninguem se atreveu a izmente ou não, estes dias não esquecerei..
tentar equacionar.
É com bastante nostalgia e tristeza que aban-
Mochila as costas - Autocarro - 400Km de casa dono o lugar onde fui feliz um dia.. Esperando
- Paraquedismo Individual - Desenrasca-te com um dia cá voltar, aliás, vou deixar cá um bocado
puderes - Há muitos como tu - Agarra-te aos de mim, que me irá sempre fazer falta, e inco-
Amigos - Procura o que queres sem perderes scientemente me vai mover até Coimbra =).
o que és - Copos - Aulas - Exames - Copos -
Música - Festas - Festas - Copos - .. - Mudar de Aos que agora chegam.. Tomem bem conta dis-
casa - Copos porque mudaste de casa - Aulas to porque agora é vosso!
- Exames - Mudar de casa outra vez - Copos
porque mudaste de casa outra vez - Estudar - Benvindos!
Copos porque tiveste a estudar - Exames - Co-
pos porque fizeste exame - Festa - Copos porque Sergio Domingos
passaste no exame - Descansar - Um corridinha
no Choupal pra descongestionar - E Dormir ás Mestre em Eng. Física
vezes também ajuda - Aulas - Exames - Mais

15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

 LHC Stuff
Partícula de Higgs
Apelidada por muitos de partícula de Deus,
esta é a partícula que serve de base ao modelo
padrão, mas que nunca foi encontrada. A massa
prevista para a partícula está ao alcance das
energias conseguidas no recente LHC e ao ser
encontrada dará mais uma vitoria a um modelo
que tem tido um crescente sucesso a explicar
o mundo subatómico. Mas que partícula é esta
que pode ser responsável por conferir massa às
várias partículas incluindo ela própria?
Read on...
12 partículas 4 forças
Segundo sabemos actualmente a matéria do
universo é constituída por 12 partículas (6
quarks e 6 leptoes) que interagem entre si se-
gundo 4 forças - gravítica, electromagnética,
fraca e forte . Ora estas interacções resultam de
trocas de bosões (partículas associadas às for-
ças) entre as diferentes partículas de matéria.
Cada força tem o seu bosão de troca, fotão para
a força electromagnética, gluões para a força
forte e os bosões Z e W para a força fraca. (sim,
falta aqui um bosão que, em princípio, seria re-
sponsável pela força gravítica - o gravitão - mas
que nunca foi observado experimentalmente).
elas. Apesar de não se ter conseguido incluir a
força gravítica no mesmo saco das outras for-
ças (devido ao facto não se conseguir tornar
compatível as leis quânticas usadas para de-
screver o mundo subatómico e a teoria da rela-
tividade geral) como esta possui uma intensi-
dade bastante baixa quando comparada com as
outras forças, pode ser então desprezada.
Na base do modelo padrão está a aparente
relação entre a força electromagnética e a for-
ça fraca. Por volta da década de 70 os físicos
aperceberam-se que estas 2 interacções eram
bastante parecidas, à parte de terem alcances e
intensidades bastante diferentes, mas que po-
diam ser unificadas, o que significava que o
fotão e os bosões Z e W (ou por outro lado os
fenómenos eléctricos, magnéticos, a luz e al-
guns fenómenos radioactivos) eram diferentes
manifestações duma mesma força electrofraca.
Esta teoria tinha um pequeno problema. Para
que a unificação resultasse matematicamente
os bosões de troca tinham de ter massa zero (Z
e W são cerca de 100 vezes mais pesados que
o átomo de hidrogénio, o que explica o curto
alcance da força fraca comparada com a força
electromagnética que tem como bosão de tro-
ca o fotão de massa zero). Ora este problema
foi resolvido com o chamado mecanismo de
higgs.

Modelo Padrão Mecanismo de Higgs

Na teoria há uma simetria entre os bosões Z, W

e o fotão, no entanto esta simetria pode ser que-
brada dando massa aos bosões Z e W. A quebra
espontânea de simetria dá-se quando determi-
nado sistema que é simétrico em relação a um
dado grupo, vai para um estado de energia mais
baixa (vácuo) no qual não é simétrico. Imag-
inem um lápis na vertical equilibrado numa
ponta. Ele é completamente simétrico no que
diz respeito a rotações (parece o mesmo visto de
qualquer lado), no entanto este não é um estado
estável. A certa altura ele cai numa qualquer di-
recção quebrando a simetria que tinha.
Nas ultimas décadas consegui-se desenvolver Imaginando agora que existe um campo de “lá-
uma teoria - modelo padrão - que tem vindo a pis” acoplados a cobrir todo o espaço (campo de
explicar com bastante sucesso, as 12 partícu- Higgs ao qual está associado o bosão de Higgs),

12
las e 3 das 4 interacções que se verificam entre a mera presença do campo influência as ondas

15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

(partículas) que se propagam nele. Ao interagir
com este campo as partículas (quarks, leptoes,
W, Z) ganham massa. Quanto mais interagem
mais “pesadas” ficam. Partículas que nao inter-
agem com o campo não ganham massa.
Ora segundo o modelo padrão, nos instantes
após o Big Bang, quando as temperaturas eram
suficientemente altas para a simetria não se
quebrar, todas as partículas elementares não
tinham massa. No entanto à medida que a tem-
peratura foi descendo passando determinado
valor crítico o campo de higgs “moveu-se”
do estado de energia máxima numa direcção
aleatória, a simetria quebrou-se e quarks, lep-
toes, Z, W ganharam massa.
tricas para testar uma hipótese da composição
da matéria negra.
Anti-matéria - Desde 1928 com Dirac que
sabemos que cada partícula possui uma anti-
partícula de igual massa e de carga contrária.
Quando uma partícula e antipartícula se encon-
tram aniquilam-se. Já se tem produzido várias
antipartículas em laboratório e até anti-átomos
mas nunca se produziu antipartículas sem criar
as correspondentes partículas. Ora no início do
universo o cenário deve ter sido o mesmo, ig-
uais quantidades de particulas e antipartículas a
serem criadas no Big Bang. No entanto tudo o
que conhecemos hoje é feito de matéria. Põe-se
então a pergunta: o que aconteceu a toda a an-
timatéria do universo? O LHC vai procurar por
diferenças entre a matéria e a antimatéria que
possam ajudar a responder esta questão.

Big Bang - Hoje em dia a matéria é composta

por átomos cujo núcleo é composto por protões
e neutrões, que por sua vez são compostos por
quarks que se mantêm juntos devido a gluões.
Estes gluões são o bosão mediador da força
forte, que como o próprio nome indica é uma
força de elevada intensidade. No entanto, nos
instantes iniciais após o Big Bang, o Universo
Para além do Higgs teria uma temperatura muito elevada. Nestas
condições de elevada energia os gluões não
Ao ouvir falar no LHC a maioria das pessoas conseguiriam manter os quarks juntos forman-
pensa imediatamente no bosão de higgs, no en- do assim um plasma composto por uma mistura
tanto há muitas outras questões em aberto que de quarks e gluões. As energias conseguidas no
ele pode vir a ajudar a responder. LHC vão permitir recrear condições similares
aos momentos após o Big Bang e em particular
Materia Negra/ Energia Negra - Podemos analisar as propriedades desse plasma.
pensar que já conhecemos bastante do uni-
verso; sabemos das estrelas, planetas, galáx- Extra Dimensões - Para além das 3 dimensões
ias, etc que conseguimos detectar com os nos- do espaço e uma do tempo poderão existir mais
sos telescópios e outros intrumentos, mas isto dimensões, previstas pela teoria de cordas, que
corresponde apenas a substâncias que emitem por serem demasiado pequenas nós não as con-
radiação electromagnética, à qual os nossos in- seguimos observar. A energias altas elas podem
trumentos são sensíveis. Segundo os cientistas vir a ser detectadas.
isto corresponde a apenas 4% da matéria do
universo. Observações indicam que a maioria
do universo é constituido por substância “invi- Bruno Galhardo
sível” que apenas se consegue detectar através
de efeitos gravitacionais. No LHC vão-se pro- Aluno de Física
curar partículas denominadas de supersimé-

15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

 Cinescópio
Cinescópio, o comentário do anti-matéria sobre cinema. Este primeiro volume da série do
Cinescópio pretende ser o primeiro passo da coluna de crítica cinematográfica do jornal do nosso
Departamento. Batman, The Dark Knight e Wall E recebem o destaque desta edição.
O que dizer do novo Bat-
man? Parece difícil since-
ramente. Após a expecta-
tiva criada na ante-estreia
em Cannes e a elvada nota
com que entrou no IMDB
logo na primeira semana,
vi-me com a obrigação de
não perder a estreia nacional deste filme. É
verdade que a fasquia estava muito alta, mas
Christopher Nolan fez com que o seu filme
superasse esta barreira com distinção. Es-
quecendo a tendência animada dos filmes
de super heróis, Nolan cravou o seu filme de
um realismo extremo e de um universo di-
gno do estilo Noir. O filme é de um extremo
equilíbrio, com um argumento convincente
cheio de voltas e reviravoltas, tecnicamente
muito bem filmado, fazendo a cidade de Chi-
cago parecer-nos completamente Gotham
City. Quanto ao elenco, aqui sim reside a
mais valia do filme. Christian Bale que nos
tem habituado a performances consistentes
nos últimos tempos, bem como o desempen-
ho bastante interessante de Aaron Eckhart
(Thank you for smoking). A “velha guarda”,
Freeman, Oldman e Michael Cane não pre-
cisam de apresentações, mas... Sim, mas, a
verdadeira surpresa é ver a consagração do
que era um dos mais promissores actores de
Hollywood, Heath Ledger. Sim este senhor,
sem querer ser pretensioso, arrisca-se a ser a
segunda pessoa a ganhar um Oscar póstumo.
O seu desempenho é absolutamente brilhante
no papel de um mais, muito mais, tenebro-
so Joker fazendo esquecer Jack Nicholson.
Ledger demonstrou-nos um Joker, hipnótico,
sombrio, caótico, anarca, no fundo um vilão
que irá marcar a história do cinema. Em
suma, foi criado um novo padrão de cinema
no que toca a superheróis. O Padrinho do gé-
nero. (Nota: 9/10)
14
15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria
Wall E: que agradável surpresa
Tendo presente a
“moda” de protecção
ambiental e de pre-
visões catastróficas
para o nosso planeta
azul (ainda para mais
o LHC foi ligado!!!!
mais histeria :) ), surge pela mão da Pixar um
robô simpático que desenvolveu capacidades
afectuosas características dos humanos. Pro-
gramado para limpar um planeta Terra inunda-
do de lixo, obviamente uma herança da raça hu-
mana, Wall E conhece um dia Eve, por quem,
digamos, se apaixona à primeira vista. Wall E é
apanhado numa verdadeira aventura espacial à
procura de Eve, que um dia abandona a Terra.
No meio desta trapalhada espacial depara-se
com uma raça humana brilhantemente carica-
turada (espero). A maior surpresa deste filme
foi sem dúvida a maneira como está construído
e o seu fortíssimo argumento que é de uma tre-
menda actualidade. Um rasgo de genialidade
saído dos estúdios da Pixar (Nota: 8/10)
Recomendamos: Para finalizar deixo duas re-
comendações, uma para vos arrastar para a sala
de cinema e outra para ver no sofá. A primeira
é uma escolha nacional, O Meu Querido Mês
de Agosto. Filme do novo talento da realização
portuguesa, Miguel Gomes, filmado na na Ben-
feita, Arganil que ilustra o vivência de um mês
de Agosto no Portugal profundo.
Para ver no sofá sugiro [REC]. Lançado a 3 de
Setembro, o último vencedor do Fantasporto,
promete deixar-vos colados ao sofá, bem como,
dar-vos uma carga de nervos e uma respiração
ofegante. Um filme vindo de Espanha muito
bem sacado fazendo lembrar os velhos filmes
do género.
Nuno Martins
Mestre em Eng. Física
Musica
Bloc Party – Intimacy **** Flashback : Mazzy Star – So Tonight
That I Might See *****
Se em A Weekend In
The City os Bloc Par- Embora relativamente
ty já davam sinais de desconhecida, sempre
experimentação com disse que Mazzy Star
elementos electróni- é uma daquelas bandas
cos, mas nunca em que toda a gente devia
demasia, esse excesso ouvir antes de irem
acontece em Intimacy. embora deste mundo.
Este novo álbum dos reis da nova vaga Indie Quem duvida, ouçam
Rock vinda de Inglaterra é um autêntico choque qualquer canção deles e confirmo que terão
à partida. Os ritmos caóticos e desorganizados arrepios quando ouvirem a primeira palavra,
de “Ares” e “Mercury” logo a abrir poderão frase, a angelical voz de Hope Sandoval. Isto
mesmo assustar os fãs e afastar os curiosos. acompanhado por instrumentos minimalistas
Mas o resto do álbum surpreende, mostrando como a pandeireita e pelo outro elemento do
uma banda que consegue oscilar entre momen- grupo David Roback, com a guitarra acústica…
tos violentos e calmos com bastante facilidade, apenas. Parece pouco para tamanha grandi-
e acima de tudo, com qualidade. “Halo” e “Tro- osidade. Com a auspiciosa “Fade Into You” a
jan Horse” são rápidas e repletas de guitarras abrir, apenas se pode esperar um grande álbum.
alarmantes, ao bom estilo da banda. Por outro E de braço sempre dado com a melancolia e a
lado também há momentos mais calmos e emo- intimidade, So Tonight That I Might See é o
tivos como “Signs” (séria candidata a música auge da banda e se não é perfeito, anda lá per-
do ano) e “Biko”. E se não estavam a espera de to. “Unreflected” e “Into Dust” são facilmente
tudo isto, mais surpreendidos irão ficar quando das músicas mais emotivas que já ouvi. “Five
notarem as semelhanças entre “Zephyrus” e a String Serenade” é uma cover de Arthur Lee
Idioteque dos Radiohead (embora seja dos mo- com uma excelente composição musical de
mentos mais fracos do álbum) e meterem os ou- Roback acompanhada de tamborins e violino,
vidos no épico monstruoso que é “Ion Square”. criam um momento inesquecível. E estranha-
Factor surpresa? Presente. Por fim, falta desta- mente tão simples. “Mary Of Silence” e “Wast-
car “One Month Off”, viciante mas estranha- ed” são momentos mais complexos, com gui-
mente mediana e “Better Than Heaven” um tarras em registo de blues e “So Tonight That
crescendo emocional bem conseguido. I Might See” acaba o álbum num registo épi-
co, como se quer num grande álbum. Isto não
Intimacy é o derradeiro sinal de que vão longe descurando as faixas que restam “Bells Ring”,
os tempos do indie rock visceral e directo de Si- “Blue Light” e “She’s My Baby”, bastante bem
lent Alarm. As experimentações com os meios conseguidas. Após uma audição, e quer vocês
electrónicos e dançáveis são cada vez mais fre- ouçam pop, rock ou metal, poucos serão aque-
quentes de álbum para álbum, e tanto podem les que ficarão indiferentes a este álbum. É
resultar em algo mágico (“Ion Square”) como como se algo ficasse gravado para sempre em
em tiros ao lados (“Mercury”, “Zephyrus”). Por nós. Alguém quer uma Hope Sandoval a cantar
isso é que mesmo que os Bloc Party sejam dos ao seu lado para adormecer?
maiores talentos do panorama musical actual, a
margem de erro começa a ser cada vez menor.
E a imprensa musical não costuma perdoar. A João Borba
ter em conta.
Aluno de Eng. Biomédica
A Ouvir: Halo, Trojan Horse, Signs, Ion
Square

15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

 Musica
Blue” os improvisos dos mestres Miles, Ev-
ans, Coltrane e Cannonball, adquirem um bril-
ho especial.
Todas as faixas de “Kind of Blue” são excep-
cionais, com destaque para as famosas com-
posições “So What” e “Blue in Green”. Paira
no ar uma certa melancolia doce, onde se nota
a influência marcante do pianista Bill Evans,
que viria, mais tarde, a tornar-se famoso. É um
disco muito cool.

O baterista do quinteto, Jimmy Cobb, comen-

tou um dia que (Kind of Blue) “must have
been made in heaven”. A frase ficou famosa e
não podia assentar melhor a este disco.
KIND OF BLUE é o disco de jazz de maior
Se não gostou de “Kind of Blue”, pode dar-
sucesso de sempre. Com 3 milhões de discos
se como um caso perdido para o Jazz! Mas
vendidos, tripla platina, nº 12 do top “Roll-
o mais certo é que depois de o ouvir queira
ing Stone” em competição com a pop, é una-
conhecer mais de Miles Davis. Mas Miles não
nimemente considerado como um dos mel-
dormiu sobre o êxito deste disco, e não repe-
hores, se não o melhor e mais influente disco
tiu a “fórmula”. Sempre inovador, avançou
de jazz. Gravado em 1959 pelo então quinteto
para uma nova sonoridade com uma outra for-
do trompetista Miles Davis que incluía John
mação – o 2º quinteto de Miles Davis. Se ficou
Coltrane (saxofone tenor), Julian ‘Cannonball
fã de Miles com “Kind of Blue”, recomendo,
Adderley’ (saxofone alto), Jimmy Cob (bat-
desta nova fase, o igualmente excelente “Miles
eria) e Winton Kelly (piano), a que se veio a
Smiles”. Não se arrependerá.
juntar ainda o pianista Bill Evans, o disco con-
tinua fresco e influente e a agradar ao público
e aos críticos. De audição fácil, costuma ser José António Paixão
o primeiro disco recomendado a todos aque-
les que pretendem iniciar-se no jazz. “Kind of Professor do Dep. Física
Blue” não envelhece.

Na altura em que foi gravado, no ano de 1959,

foi um álbum que marcou uma nova era. O
estilo de jazz que predominava na altura, o
bebop, apresentava-se já algo desgastado e os
músicos procuravam novas alternativas à im-
provisação que não passassem pelas sequên-
cias harmónicas complexas e frenéticas do
bebop . “Kind of Blue” é um disco em que um
novo conceito é proposto por Miles – a im-
provisação modal, ou seja, baseada num modo
ou escala. Dito de outra forma mais simples,
“Kind of Blue” representa um retorno à melo-

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dia e sobre as melodias simples de “Kind of

15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

Jogos
CIVILIZATION IV + Expansões “Warlords” e estabelecer relações diplomáticas com as res-
“Beyond the Sword” tantes civilizações; trocar tecnologias, selar
Análise pactos de protecção mútua, conspirar contra um
inimigo comum, ou, simplesmente, intimida-los
Desde 1991 que a saga Civilization, nascida psicologicamente a ceder às nossas exigências
do génio de Sid Meier, tem feito as delícias imperialistas. Claro que na realidade esta é toda
dos fans de jogos de estratégia em geral e por uma luta paralela, a luta social para manter as
turnos em particular. Um pouco de contextual- relações diplomáticas estáveis; as relações entre
ização: este é um jogo onde assumimos o pa- os jogadores virtuais são oscilantes e intrinca-
pel de um líder histórico ao comando de uma das. O nosso melhor amigo pode não gostar da
civilização (vulgo país ou nação) ao longo da ideia de nós negociarmos com um inimigo seu
história humana: desde a idade da pedra até ao e, consequentemente, pode mudar a sua atitude
futuro. Actualmente, com as duas expansões em relação a nós. Não se pode agradar a todos
do jogo, estão disponíveis dezenas de civili- e portanto cabe ao estratega ponderar bem os
zações e cerca do dobro de líderes históricos, amigos que conserva.
todos jogáveis: desde Napoleão ou Louis XIV As expansões “Warlords” e “Beyond the
de França até D. João II de Portugal, passando Sword” vêm acrescentar conteúdo precioso ao
por Péricles ou Alexandre da Grécia. O jogo jogo, por exemplo toda uma nova dimensão de
apresenta-se numa perspectiva isométrica em espionagem e capacidade de instalação de em-
3D e no início contamos apenas com duas uni- presas. São incontornáveis se queremos desfru-
dades: um colono e um guerreiro. É com este tar de todas as potencialidades deste jogo. Há
colono que fundamos a nossa primeira cidade. mais, muito mais para falar deste jogo que não
A partir daqui a cidade vai crescer, aumentando pode ser inserido num espaço tão pequeno, no
a sua população e erguendo edifícios. Atingir- entanto é com firmeza que atribuo umas sólidas
se-á o ponto em que poderemos recrutar um cinco estrelas a este colosso, pela sua complex-
trabalhador para construir melhorias no terreno idade, elevado teor didáctico e longevidade.
(estradas, minas, quintas...) e, posteriormente,
um novo colono. Com este novo colono funda- JP Neto
remos uma nova cidade e o ciclo repete-se.
Parece simples, mas há muitas variáveis a
considerar neste que é o jogo-rei da estratégia
por turnos. Há que optar entre construção de
edifícios e recruta de unidades militares para
protecção das nossas metrópoles. Além disso é
necessário assegurar o progresso científico con-
stante: a nossa civilização começa apenas com
duas tecnologias rudimentares (por exemplo
Caça e Pesca) e evolui numa intrincada árvore
tecnológica que nos leva até à Robótica e Nan-
otecnologia. Existem várias formas de ganhar
o jogo: obter domínio cultural, domínio reli-
gioso, domínio geográfico, ganhar a corrida ao
espaço, obter a pontuação mais elevada até ao
ano de 2050 ou, simplesmente, assumir o papel
de um líder imperialista e conquistar os nossos João Neto
inimigos através da força das armas - algo, fe-
lizmente, muito mais difícil de concretizar que Aluno de Eng. Física
as opções anteriores.
Como não estamos sozinhos no mundo há que

15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

 Series Televisivas
Quem de nós não acompanha regularmente uma Lost - Lost é sem dúvida uma das mais arroja-
ou mais séries televisiva? É facto evidente que das séries televisivas da actualidade. Contando
este meio tem apresentado uma popularidade com uma produção excelente e com uma história
crescente nas nossas vidas, registando hoje em dia bastante peculiar, Lost transporta-nos para uma
lucros astronómicos e sendo vistas por milhões de ilha no pacifico, onde se encontram os sobrevi-
pessoas em todo o mundo, semana após semana. ventes de um acidente de avião e os habitantes
Existem neste mundo séries que apresentam uma originais da mesma. Veremos o que nos trará esta
longevidade perfeitamente incrível, arrastando ao quinta temporada e se esta tão especial ilha não
longo dos anos legiões de fãs e enraizando padrões ficará comprometida.
dentro do seu género. Séries como “Seinfeld”,
“Friends”, “The X-Files”, “Star Trek”, “Star- Dexter - Uma série que atingiu um sucesso es-
gate” ou “The Sopranos” são exemplos claros de magador com um tema que, à primeira vista, sus-
fenómenos desta natureza. No entanto, existem cita alguma polémica. Dexter é um personagem
hoje em dia séries com potencial para ombrearem perturbado pelo seu passado sombrio, possuidor
com estes gigantes. “House” , “Lost” ou “Prison dum peculiar instinto assassino. O seu pai adop-
Break” são exemplos de séries com elencos de tivo molda este instinto por forma a que Dexter
luxo, produções de alto nível e guiões absoluta- se torne numa eficiente máquina de matar. Dex-
mente estonteantes, que as colocam no topo tele- ter usa então as suas capacidades para castigar os
visivo mundial, sendo actualmente seguidas em criminosos que a lei não consegue apanhar. Caso
dezenas de países. ímpar de sucesso uma vez que nunca antes um
O presente mês de Setembro receberá a fall sea- Serial Killer fora idolatrado desta maneira.
son das séries televisivas, o período que marca
o final de uma paragem para férias por parte das How I Met Your Mother - Sem dúvida uma
editoras, produtores, guionistas e actores. das melhores comédias da actualidade. A acção
Ficam aqui as apresentações do que podem espe- desenrola-se à medida que Ted Mosby (Josh Rad-
rar: nor) conta aos seus dois filhos a história da sua
vida até conhecer a mãe dos mesmos. As situa-
House - Gregory House é um irascível médico ções recriadas provocam o riso duma forma com-
dotado de um talento incrível para o diagnóstico. pulsiva e tudo é potenciado pela participação de
A sua relação com os colegas e pacientes é muito actores cómicos de excelência como Jason Segel
especial, conseguindo ser o mais desagradável, e Neil Patrick Harris.
irónico e egocêntrico possível. Apesar da peculiar
personalidade, House salva imensas vidas com o The Office - Apresentando um estilo muito
seu instinto, sendo toda a acção incrivelmente po- próprio a que muitos chamam comédia de emba-
tenciada pela interpretação de Hugh Laurie. raço, The Office presenteia-nos com situações per-
feitamente hilariantes, protagonizadas por Steve
Prison Break - Possuidor de uma inteligência Carrel e companhia. Toda a série gira ao redor do
fora do normal, Michael Scofield projecta um pla- dia a dia dum escritório duma produtora de pa-
no para libertar o irmão Lincoln Burrows injusta- pel e este simples cenário é suficiente para que as
mente preso na prisão de Fox River. De Chicago mais incríveis peripécias tomem lugar. Os papeis
ao Panamá, ao longo de 3 temporadas os irmãos e de Jim (John Krasinski) e Dwight (Rainn Wilson)
companhia deparam-se com enormes dificuldades estão também muitíssimo bem conseguidos. Uma
impostas por uma organização denominada “The série obrigatória para os amantes do género.
Company” que controla os destinos dos EUA.
Para a quarta temporada, o objectivo é derrubar
a companhia de uma vez por todas. Destaque
para as interpretações de Wentworth Miller (M. Rui Magalhães
Scofield), Dominic Purcell (L. Burrows), Robert
Knepper (T-Bag) e William Fichtner (Alexander Aluno de Eng. Informática

18
Mahone).

15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

Agenda Académica de Coimbra
contas para outras pessoas poderem inserir
eventos, embora esses eventos tenham que
ser sempre aprovados pelos colaboradores
actuais (pelo menos numa fase mais inicial).
Apesar de já conseguirmos chegar a algumas
pessoas (a agenda teve cerca de 21 000 visi-
tas só no primeiro ano de funcionamento) te-
mos a perfeita noção que há muita gente que
A Agenda Académica de Coimbra é uma desconhece a existência da agenda e que, por
agenda online, alojada no endereço http:// outro lado, grande parte das pessoas que já
nei.dei.uc.pt/agenda/, e que foi criada em a conhecem não a visitam com assiduidade.
Janeiro de 2007 pelo Núcleo de Estudantes Obviamente que o nosso objectivo é o de in-
de Informática da Associação Académica verter ambas as situações, promovendo cada
de Coimbra (NEI/AAC). É gerida pelo NEI/ vez mais a agenda e tornando-a numa refer-
AAC e tem como objectivo divulgar todos os ência em termos de divulgação da oferta cul-
eventos que aconteçam no distrito de Coim- tural do distrito de Coimbra.
bra. Esses eventos podem ser de qualquer
tipo, desde concertos musicais a exposições, Um dos esforços que temos feito ao lon-
passando por peças de teatro, exibições de go do tempo é o de tornar esta aplicação o
cinema e espectáculos de dança, convívios, mais completa possível, inserindo, progres-
eventos desportivos, etc.. sivamente, cada vez mais eventos na mesma.
Contudo, sabemos que é uma utopia pensar
Qualquer pessoa pode contribuir para tornar a que eventualmente vamos conseguir ter to-
agenda mais completa e actualizada, bastando dos os acontecimentos do distrito de Coimbra
para isso entrar em contacto com o NEI/AAC inseridos na agenda; há sempre muita coisa
(preferencialmente por e-mail e com alguma a acontecer na região e portanto há sempre
antecedência) e fornecer a informação que coisas que acabam por ficar de fora, normal-
faltar. Todos os contributos são naturalmente mente por nós nem sequer sabermos que se
bem-vindos, até porque apesar de se virar estão a passar.
mais para o público universitário, a agenda
pode (e deve) ser utilizada por qualquer pes- Desde a sua entrada em funcionamento que
soa que se interesse pela vida cultural do dis- o software da agenda foi sofrendo melho-
trito. ramentos, apesar de essas alterações não se
terem reflectido no seu aspecto gráfico. Mais
Um dos problemas com que nos deparamos actualizações estão previstas num futuro
neste momento é a falta de pessoas a inserir próximo.
informação na agenda. Neste momento são
só duas e, como é nosso desejo, a informa- Nuno Fernandes
ção que nos chega não pára de aumentar. No João Fernandes
entanto, estamos a chegar a um ponto onde Pelo NEI/AAC
começa a ser incomportável a quantidade
de informação recebida para um número tão
pequeno de colaboradores. Daí a nossa von-
tade de angariar mais colaboradores, de for-
ma a tornar a agenda cada vez mais completa
e abrangente. Foi a pensar nisto que foi im-
plementada a funcionalidade de criar novas

15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

 ICPS 2008
I.C.P.S. , 4 letras que vibram na memória de
estudantes de Física espalhados por esse mun-
do fora. De Portugal à Croácia, do México ao
Vietname .. humildes e aventureiros estudantes
reunem-se todos os anos numa localização
móvel, para participar na Conferência Interna-
cional de Estudantes de Física.

Ao longo de uma semana, há tempo para pal-

estras de estudantes, sessões de posters cientí-
ficos, festa todos os dias pela noite fora, e
muito muito tempo para fazer amigos e trocar
impressões, tanto culturais como de qualquer
outro tipo..

Em 2005 realizou-se aqui em Coimbra, pela

2ª vez, e foi sucesso sem precedentes, e ainda
hoje, Físicos por esse mundo fora se recordam
desse ano como um dos melhores de sempre..

20 15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

É de notar que o encontro não é restrito a estu-
dantes de física. Toda e qualquer pessoa que
partilhe um gosto especial pela Física e seja
sócio da Physis, tem livre passe. Não queiram
imaginar os cursos de algumas pessoas que
foram este ano ao ICPS..

Este ano o ICPS teve lugar em Cracóvia na

Polónia, e juntou aproximadamente 350 pes-
soas de 20 países diferentes. Eu estive lá e pos-
so-vos dizer que valeu cada nanosegundo!

Próximo ano: Split ( Croácia ) Vê-mo-nos lá!

Sergio Domingos

Mestre em Eng. Física

15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

 Crónica da Physis
Olá colegas!
Mais um ano lectivo começa, novos desafios
se avizinham, especialmente para quem entra
no mundo universitário pela primeira vez. Aqui
ficam algumas das novidades que a PHYSIS
tem o prazer de partilhar convosco.
Estudantes portugueses fazem um brilhar-
ete em Cracóvia!
Para começar o novo ano com o pé direito,
nada melhor que falar dos três estudantes por-
tugueses que brilhantemente nos representaram
no encontro internacional de estudantes de físi-
ca (ICPS – International Conference Physics
Students), realizado no passado mês de Agosto
na cidade de Cracóvia, na Polónia. Foram eles:
Nuno Martins e Sérgio Domingos, ambos da
Universidade de Coimbra, e Mariana Proença,
da Universidade do Porto. Estes estudantes
apresentaram os seus projectos no ENEF 2008,
realizado em Lisboa e dois deles venceram o
concurso que lhes permitiu participar no ICPS.
É com estes três excelentes exemplos que te
convido a participar no próximo ENEF (En-
contro Nacional de Estudantes de Fìsica),
a realizar em Março de 2009 na cidade do
Porto, e a apresentar os teus projectos. É uma
oportunidade única para dar a conhecer os tra-
balhos que estás a desenvolver, bem como para
aperfeiçoar técnicas de apresentação científica,
para não falar no facto de poderes vir a ser um
dos premiados no concurso e teres entrada di-
recta no próximo ICPS que decorrerá no mês
de Agosto de 2009 em Split, na Croácia! É
este tipo de encontros que liga os estudantes de
física de todo o mundo, e é com eles que nos
tornamos verdadeiros investigadores e cientis-
tas, porque nos põem em contacto com a inves-
tigação que se faz nas outras universidades do
mundo. É também com eles que conhecemos
pessoas, que passamos verões inesquecíveis…
Do ponto de vista de quem participa, são opor-
tunidades a não perder.
Projecto “Aprender a Brincar” - Voluntari-
ado no Hospital Pediátrico
22 15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria
Mas como a física não se faz só lá fora, por cá
a PHYSIS tem trabalhado nos seus projectos.
Está agora empenhada em reunir uma nova eq-
uipa de voluntários para o projecto “Aprender a
Brincar”, um projecto de divulgação científica e
de terapia da dor desenvolvida em parceria com
o Hospital Pediátrico de Coimbra. Tem também
como objectivo alargar o projecto a outras uni-
dades hospitalares, no Porto e em Aveiro, para
principiar. Este é um projecto em que qualquer
estudante do Departamento de Física pode par-
ticipar. Se quiseres saber como funciona o
projecto e quiseres participar, fica atento aos
cartazes que entretanto vão aparecer para
convocar uma reunião dentro de duas sema-
nas, que contará com a presença do enfermeiro
chefe do Hospital Pediátrico e com um psicól-
ogo. Um projecto com interesse científico – há
uma infinidade de pequenas experiências que
aprendemos a fazer e que nos ajudam a relem-
brar o porquê de termos vindo para um curso na
área da física – e com interesse a nível humano,
escusado será explicar porquê..!
A PHYSIS continuará a laborar com sede em
Coimbra pelo menos até Março do próximo
ano civil, altura em que decorrerão as próximas
eleições para os corpos gerentes da associação.
Por isso, até lá, estaremos ao teu dispor para o
que for preciso. Contacta-nos por mail: physis.
physis@gmail.com.
Silvia Franklim
Aluna de Física
Furo Jornalístico
Estreando-me nestas andanças do jornalismo Suíça. Se pensarmos já em 1385, em Aljubar-
de rigor aproveito para abordar um tema que rota, se usou a “técnica do quadrado” que
está de mãos dadas com a ciência que dá nome era nada mais nada menos que - Um Buraco.
ao nosso conceituado departamento. Emigraram, ganharam uns trocos, e quando se
Penso que todos os leitores estarão a par da his- vêem com mais orçamento fazem logo um bu-
teria gerada pela notícia que fez correr muita raco negro. A diferença é que na altura a pa-
tinta por esse mundo fora: ”Vamos ser engoli- deira dizia “Quem manda em Portugal são os
dos por buracos negros criados pelo acelerador Portugueses!”, e agora os emigrantes queriam
de partículas”. dizer “Se o mundo não é nosso não é de mais
ninguém!”.
Houve até na Índia (caso verídico) uma ado-
lescente que se precaveu deste infortúnio, to- A vingança é francamente reprovável, no en-
mando uma generosa dose de pesticidas, evi- tanto se a quiserem fazer pelas próprias mãos
tando assim uma morte indolor causada por um caçar estes terroristas é fácil. Eles costumam vir
buraco negro. cá em Agosto passar as férias, quando está mais
Ao que parece, para os lados da Baixa da Ban- calor. São sempre parolos, e com dinheiro. Os
heira, na quinta do “Ti-Alcides”, uns quantos parolos sem dinheiro normalmente somos nós.
gafanhotos foram sulfatados com a mesma
sorte e escaparam também ao buraco negro. Uma equipa do Anti-matéria foi procurar den-
tro da Academia algumas reacções à possibili-
Apesar de amplamente publicitado confesso dade da existência de um buraco negro:
que este cenário apocalíptico nunca me chegou
a tirar o sono. Primeiro porque, se repararmos, “ ‘Tou farto de dizer que não há dinheiro para
de todas as vezes que disseram que o mundo ia tapar buracos!” – Reitor
acabar era mentira. Depois porque se uma obra “Sempre soube que ia ser Dux até à morte!” –
desta envergadura fosse dar para o torto certa- Dux Veteranorum
mente seria em Portugal, não num país onde se “Buraco Negro? A nossa Mancha Negra dá
leva uma multa por cuspir no chão. conta deles todos!” – Adepto da Académica
Juro que estou a imaginar “Oh! Deixa lá isso li- (OAF)
gado e vamos comer qualquer coisa. Não é por “Eu digo-te em que buraco [CENSURADO]” –
isso que o mundo vai acabar!”, ou então “ouve Presidente do NEDF/AAC
lá, para que serve este botão?”

No entanto nada disto me parece por acaso; Alexandre Sousa

acredito que o buraco negro a existir seria pre-
meditado, e nada me convence que estes ter- Aluno de Eng. Biomédica
roristas não eram emigrantes Portugueses na

15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

 Passatempos
antado muitos dos conceitos da teoria, embora
sem o mesmo rigor matemático.

…Samuel Morse transmitiu pela primeira vez

uma mensagem através do telégrafo, most-
rando a eficácia do aparelho? Mas na verdade,
Morse era pintor e pouco sabia de física, no en-
tanto era muito amigo de Joseph Henry, que o
ajudou e orientou.

…Graham Bell desensolveu o telefone, mas

Bell concorreu com a ideia de Elish Grey? Ao
que consta, um funcionário foi subornado para
revelar a Bell o conteúdo da invenção de Grey,
o que levou a uma mudança na patente.

…Alexander Fleming percebeu que um fungo

Soluções
podia destruir bactérias em cultura, criando o
primeiro antibiótico da História (penicilina)?
Mas dois médicos, Howard Florey e Ernst
Chain foram os verdadeiros responsáveis pela
descoberta. No entanto Fleming tinha melhor
relacionamento com os jornalistas, ficando
como descobridor da penicilina.

…Henry Becquerel decobriu que os cristais de

urânio conseguiam “imprimir” imagens numa
chapa fotográfica com uma espécie de luz invi-
Curiosidades
sível (a radioactividade)? No entanto, também
Abel Niepce de Saint-Victor fez experiências
Por vezes os grandes avanços científicos são
muito parecidas, só que Becquerel levou anos a
descritos como fruto de grande genialidade. No
citá-lo nos seus trabalhos.
enanto, as mentes mais brilhantes nem sempre
são aquelas associadas a esta ou aquela desco-
…Guglielmo Marconi inaugurou o seu revolu-
berta. Eis alguns exemplos:
cionário Rádio com uma transmissão entre In-
glaterra e o canadá em 1901? Mas na verdade,
SABIAS QUE…
já se tinha mostrado a viabilidade deste meio
de comunicação, desde o fim do século XIX.
…Einstein concebeu praticamente sozinho a
Só que Marconi foi mais rápido a depositar e a
teoria da relatividade? Mas na verdade, inves-
obter as patentes da Rádio.
tigadores como Henri Poincaré já tinham adi-

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