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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

PROCURADORIA REGIONAL DE RIBEIRAÃ O PRETO

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO SETOR DE EXECUÇOÃ ES FISCAIS DA COMARCA


DE BARRETOS-SP

Processo nº 066.01.2009.014702-3
Ordem nº 811/2009
Embargante: OS INDEPENDENTES

A FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, por sua


procuradora, infra-assinada, nos autos do processo em epíígrafe, dos EMBARGOS À
EXECUÇÃO FISCAL opostos por OS INDEPENDENTES , vem mui respeitosamente aà
presença de Vossa Exceleê ncia apresentar sua resposta aos EMBARGOS
INFRINGENTES, consubstanciada nas inclusas CONTRARRAZÕES, requerendo sua
juntada aos autos.

pede deferimento.
Ribeiraã o Preto, 12 de junho de 2012.

Regina Maria de Paiva Pellicer Facine


Procuradora do Estado
OAB/SP 263.418

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA REGIONAL DE RIBEIRAÃ O PRETO

Processo nº 066.01.2009.014702-3
Ordem nº 811-2009
COMARCA DE BARRETOS
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL
EMBARGANTE: OS INDEPENDENTES
EMBARGADA: FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

CONTRARRAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES

A r. sentença monocraí tica proferida nos autos do


processo em epíígrafe deve ser mantida, pelos fundamentos juríídicos que passamos
a expor.

A embargante vem aos autos se insurgir contra a


sentença proferida, a qual decidiu pela improcedeê ncia dos embargos aà execuçaã o
fiscal; em suma, entendeu-se pela legalidade da cobrança da taxa de serviços
gerais, na modalidade policiamento ostensivo, pelo fato do evento ter finalidade
lucrativa. Foi tambeí m afastada a alegaçaã o preliminar ao meí rito, que consistia na
alegaçaã o de conexaã o.

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No recurso apresentado, a embargante retoma a


discussaã o, desta feita alegando que a sentença proferida nos autos de açaã o
declaratoí ria em que se travou a mesma discussaã o teoí rica teria efeitos, tambeí m, no
presente feito, pelas proí prias caracteríísticas de uma sentença de procedeê ncia em
açaã o declaratoí ria. Entende a Fazenda do Estado, no entanto, que este eí um engano
a respeito do conceito de açaã o declaratoí ria, mas que tem efeitos danosos aà
sistemaí tica processual, pois, entendendo-se da maneira da embargante, a açaã o
declaratoí ria produziria sentença com efeitos aleí m daqueles proí prios desejados e
desejaí veis, e a respeito dos quais houve debate.

Vejamos a maneira com Ovíídio Batista conceitou a açaã o


declaratoí ria:

Aqui a tutela jurisdicional se esgota com a simples


emissão da sentença e com a correspondente
produção da coisa julgada. O bem da vida, neste
caso, na terminologia chiovendiana, é justamente,
e apenas, a obtenção de uma sentença com força
de coisa julgada que torne absolutamente
indiscutível, num eventual processo futuro, a
existência, ou a inexistência, daquela relação
jurídica que o Juiz declarou existir ou não
existir. 1(grifo nosso)

Retiramos deste paraí grafo uma valiosa liçaã o para a


presente discussaã o: açaã o declaratoí ria torna, de fato, indiscutíível a existeê ncia ou
inexisteê ncia de uma determinada relaçaã o juríídica. Repita-se: determinada. O que se
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BATISTA, Ovídio. Teoria Geral do Processo Civil. 1ª edição, RT: São Paulo, 1997.

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veê , portanto, eí que a açaã o declaratoí ria naã o tem efeito erga omnes; o que se preveê no
artigo 4º do Coí digo de Processo Civil eí , isto sim, uma açaã o quem tem por escopo a
declaraçaã o de existeê ncia ou inexisteê ncia de relaçoã es juríídicas determinadas.
Para que naã o haja duí vidas, a leitura do artigo 4º do
Coí digo de Processo Civil eí bastante para concluir:

“Art. 4º - O interesse do autor pode limitar-se à


declaração:
I - da existência ou da inexistência de relação
jurídica;”

EÉ exatamente o que houve no presente caso. A proí pria


leitura da exposiçaã o faí tica feita pela autora nos autos da referida açaã o declaratoí ria
jaí eí conclusiva: naquela açaã o e naqueles autos, foi discutida, especificamente, uma
relaçaã o juríídica, qual seja, a relaçaã o juríídico-tributaí ria entre OS INDEPENDENTES
e a Fazenda Pública do Estado de São Paulo.

Essa relaçaã o se consubstancia na cobrança da taxa de


serviços gerais (mais especificamente, pelo policiamento em evento certo e
determinado, ocorrido entre os dias 27 e 29 de abril de 2007) por parte da Fazenda
Puí blica do Estado; mediante a prestaçaã o de um serviço do qual se beneficiou a
embargante, o Estado fez a cobrança da taxa, conforme exercíício regular do seu
direito constitucional de tributar.

Naã o haí , portanto, sentido loí gico que tal açaã o


declaratoí ria, que prosperou em primeira instaê ncia, irradiar seus efeitos para outra
relaçaã o juríídica. O presente feito, discutido em sede de embargos infringentes aà
sentença de embargos executivos, estaí discutindo outra relaçaã o juríídica. EÉ verdade
que, tanto na açaã o declaratoí ria quanto nestes autos, a discussaã o se daí em torno da

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natureza lucrativa dos eventos e da entidade; no entanto, cada uma dessas açoã es
foram formadas a partir de relaçoã es juríídicas distintas. Aqui, se discute a cobrança
da mesma taxa para o evento ocorrido entre 30 de abril e 3 de maio de 2009; na
açaã o declaratoí ria trazida pela autora, a discussaã o sobre essa taxa foi em evento de
de março de 2007. Temos, portanto, eventos faí ticos distintos, que geraram relaçoã es
juríídico-tributaí rias distintas. A açaã o declaratoí ria referida limitou-se apenas ao
evento de 2007, por delimitaçaã o que a proí pria autora fez em sua exordial. Se
consideraí ssemos a irradiaçaã o de efeitos daquela açaã o para outros fatos, haveria
flagrante ataque ao princíípio do contraditoí rio e da ampla defesa, pois naquela açaã o
a Fazenda do Estado soí fez sua defesa em relaçaã o ao evento de 2007, e naã o ao de
2009.

Assim, naã o veê a Fazenda do Estado razaã o na


inconformidade da embargante; a açaã o declaratoí ria tem causa de pedir distinta,
uma vez que o evento faí tico da qual nasceu a relaçaã o juríídica discutida eí distinto do
evento faí tico que originou a presente discussaã o em embargos aà execuçaã o, e agora
em embargos infringentes. Por todo o exposto, requer e aguarda a Fazenda do
Estado de São Paulo, seja a r. sentença monocrática mantida no todo.

Ribeiraã o Preto, 17 de junho de 2013.

Regina Maria de Paiva Pellicer Facine


Procuradora do Estado
OAB/SP 263.418

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